Coreia do Norte | Xi quer reforçar laços bilaterais

O Presidente chinês, Xi Jinping, transmitiu ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, o seu desejo de reforçar a “orientação estratégica” dos laços bilaterais, noticiaram ontem os meios de comunicação estatais. Xi Jinping enviou esta mensagem através de uma carta em resposta às anteriores felicitações de Kim Jong-un, pela sua recente reeleição como presidente da China, segundo a agência estatal norte-coreana KCNA.

O líder chinês “atribui grande importância às relações entre os dois partidos e os dois países, e manifestou o seu desejo de acelerar o desenvolvimento da causa socialista de ambos os países e de promover a paz regional, a estabilidade, o desenvolvimento e a prosperidade, através de um reforço da orientação estratégica das relações bilaterais”, de acordo com a KCNA.

A mensagem do líder chinês foi transmitida pelo novo embaixador de Pequim na Coreia do Norte, Wang Yajun, que apresentou as suas credenciais esta semana. Wang Yajun tornou-se o primeiro diplomata a assumir o cargo naquele país isolado, desde que o regime impôs um rigoroso encerramento da fronteira em março de 2020 devido à pandemia. Especialistas acreditam que Pyongyang permitiu a entrada de Wang Yajun em situação excepcional, por Pequim ser o seu principal parceiro comercial e estratégico.

11 Abr 2023

Navio de guerra dos EUA no mar do Sul da China, Pequim denuncia “intrusão”

Depois da visita da líder de Taiwan aos EUA, que motivou uma forte reacção chinesa, e de uma delegação do Congresso visitar Taipé, um navio de guerra americano passeia-se pelo Estreito. Pequim declarou esta presença como sendo “ilegal”

 

A Marinha norte-americana anunciou ontem que um dos seus navios está a realizar uma operação no mar do Sul da China, com Pequim, em manobras militares em torno de Taiwan, a denunciar “a intrusão” do contratorpedeiro. “Esta operação de liberdade de navegação respeitou os direitos, liberdades e usos legais do mar”, disse a Marinha dos Estados Unidos, numa declaração, acrescentando que o USS Milius tinha passado perto das ilhas Spratly. O navio passou a menos de 12 milhas náuticas (22 quilómetros) do recife Mischief, reivindicado pela China.

“O contratorpedeiro lança-mísseis USS Milius entrou ilegalmente nas águas adjacentes ao recife Meiji [nome oficial chinês para o recife Mischief] nas ilhas Nansha [nome chinês das Spratly] da China, sem a autorização do Governo chinês”, declarou o porta-voz do Comando do Teatro de Operações Sul do exército chinês Tian Junli. A força aérea chinesa “seguiu e vigiou o navio de guerra”, acrescentou em comunicado.

A passagem deste navio de guerra norte-americano numa zona contestada ocorreu quando a China realiza pelo terceiro dia consecutivo exercícios militares em redor de Taiwan, em protesto contra uma visita aos EUA da líder da ilha, Tsai Ing-wen.

A China disse ontem que mobilizou caças com “munição real” e o porta-aviões Shandong para executarem “ataques simulados” a alvos em Taiwan, após ter cercado o território com dezenas de aviões e navios de guerra. “Vários grupos de caças H-6K com munição real realizaram vários ataques simulados em alvos importantes na ilha de Taiwan”, informou o Comando do Teatro de Operações Oriental do Exército de Libertação Popular, especificando que o Shandong também “participou nos exercícios”.

O exército chinês enviou dezenas de caças e 11 navios de guerra para próximo de Taiwan, na sequência do encontro entre a líder da ilha, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano, Kevin McCarthy, informou o Ministério da Defesa de Taiwan.

Os militares chineses anunciaram anteriormente “patrulhas de prontidão de combate” para um período de três dias, num aviso a Taiwan. A decisão de enviar aviões e navios de guerra para próximo do território surgiu após o encontro entre Tsai e McCarthy, na Califórnia. Este fim de semana, Tsai reuniu com uma delegação do Congresso dos EUA, depois de voltar a Taipé.

A China respondeu ao encontro entre Tsai e McCarthy com o aumento da actividade militar e a proibição de viagens e sanções contra entidades e pessoas associados à viagem de Tsai aos EUA.

Entre domingo e segunda-feira, 70 aviões cruzaram a linha mediana do estreito de Taiwan, uma fronteira não oficial, de acordo com o comunicado do Ministério da Defesa de Taiwan. Entre os aviões que cruzaram o espaço aéreo constam oito caças J-16, quatro caças J-1, oito caças Su-30 e aviões de reconhecimento. Isto ocorreu depois de, entre sexta-feira e sábado, oito navios de guerra e 71 aviões chineses terem sido detetados perto de Taiwan, de acordo com o Ministério de Defesa da ilha.

O Ministério disse, em comunicado, que está a abordar a situação de uma perspectiva de “não escalar conflitos e não causar disputas”. Taiwan disse estar a monitorizar os movimentos chineses através dos sistemas de mísseis em terra e navios da Marinha.

Além das patrulhas de prontidão de combate, o Exército de Libertação Popular da China vai realizar exercícios com fogo real na baía de Luoyuan, na província de Fujian, que fica no leste da China e defronte a Taiwan, anunciou a Autoridade Marítima local no fim de semana.

Nos últimos anos, as incursões de jactos da Força Aérea chinesa no espaço aéreo de Taiwan intensificaram-se e, após a ex-presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA Nancy Pelosi ter visitado a ilha, em agosto passado, Pequim lançou exercícios militares numa escala sem precedentes, incluindo lançamento de mísseis e uso de fogo real.

11 Abr 2023

CCCM | Relação entre Portugal e Macau celebrada com exposição

O Centro Científico e Cultural de Macau organiza uma exposição que apresenta um vislumbre de cinco milénios de história e arte da China. A mostra tem como objectivo realçar a importância da RAEM nas relações entre Ásia e Europa

 

Uma garrafa de porcelana com cinco séculos e a última bandeira hasteada na transferência da administração de Macau são alguns dos objectos que contam a relação entre Portugal e a Macau no Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa.

Estas são apenas duas das cerca de 4.000 peças patentes no espaço museológico do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) e que pretendem “dar uma ideia de 5.000 anos de história e arte chinesa, que vai desde o período neolítico até ao início do século XX”, como explicou o director do museu, Rui Dantas.

Neste espaço, adiantou à Lusa, os visitantes podem perceber “como Macau foi criado e as relações que se estabeleceram entre a Europa e a Ásia, a partir de Macau”. O acervo conta com exemplares das primeiras cerâmicas neolíticas, até terracotas funerárias, bronzes, cerâmica song, objectos para o fumo do ópio, pinturas, pratas e leques, entre outros.

Um dos objectos em destaque é uma garrafa decorada que foi encomendada, em 1522, por Jorge Álvares, um mercador abastado de Freixo Espada à Cinta que teve como sócio Fernão Mendes Pinto e foi um dos pioneiros portugueses no negócio da porcelana.

A obra assinala o início do comércio da porcelana, sendo uma das primeiras peças de encomenda no arranque de um vasto percurso de trocas comerciais, explicou o director do Museu de Macau.

Buda de Pun Yu Shu

Outra peça em destaque é um Buda assinado pelo artista cerâmico Pun Yu Shu, discípulo do célebre mestre da cerâmica de Shek Wan, e que foi encomendada pelo coleccionador Silva Mendes, o primeiro europeu a coleccionar peças de qualidade com as características da cerâmica de Shek Wan.

O espaço conta com um apontamento sobre a transferência (da administração do território de Portugal para a China), tendo exposta a última bandeira a ser arreada nas cerimónias oficiais da transferência da administração de Macau, em 1999.

Foi precisamente esse o ano em que o CCCM foi criado, com o objectivo de “promover o conhecimento das relações entre a Europa e a Ásia”, propósitos que se mantêm, com uma forte componente na formação, segundo a presidente do Centro, Cármen Mendes.

Nesta área, destacou o curso de Cultura e Língua Chinesa, recordando que o centro foi “a primeira instituição a leccionar este curso em Portugal”. Segundo Cármen Mendes, este é um centro “vivo”, com a passagem de muitos investigadores, doutorandos, bolseiros e pessoas interessadas nas relações entre Portugal e a Ásia, e outras que simplesmente não resistem a ofertas de formação como, por exemplo, sobre o patuá ou o guzheng (instrumento de música tradicional chinesa), administradas neste espaço.

“Temos cada vez mais visitantes, não só na nossa biblioteca – que é a melhor biblioteca com obras sobre a Ásia em Portugal, que reúne investigadores e outros interessados na Ásia -, o nosso museu e os cursos de formação que vamos leccionando para especialistas, académicos e também a sociedade civil e o público em geral”, indicou à Lusa.

Ao nível da investigação, sublinhou, “o centro tem tido um papel pioneiro na ligação de todos os académicos que trabalham sobre a Ásia em Portugal, alguns portugueses no estrangeiro e alguns estrangeiros com fortes ligações à academia portuguesa”.

Incentivo à investigação

Carmen Mendes destacou ainda as Conferências da Primavera, que reúne cerca de 180 oradores e a atribuição de bolsas de doutoramento anuais, financiadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), que tutela o Centro, a estudantes de doutoramento que fazem investigação sobre a Ásia.

O CCCM conta com 25 bolseiros de doutoramento, voluntários que neste espaço conseguem uma grande proximidade com a Ásia. “Temos aqui pessoas das mais diversas áreas disciplinares – da arte, religião, língua, cultura, também história e economia, mas há algo que as une: A paixão pela Ásia”, afirmou

Carmen Mendes mostra-se entusiasmada com a criação de uma incubadora científica e académica, que “vai permitir investigadores, empresários e até artistas terem esta ligação a Macau, através da Universidade de São José, a Universidade Católica de Macau”.

Em relação à biblioteca, a chefe da divisão de Informação e Documentação do CCCM, Helena Dias Coelho, apresenta-a como primeiramente “vocacionada para o estudo das relações entre Portugal e Macau” e, mais tarde, alargado a toda a Ásia.

“Somos, sobretudo, procurados por estudantes de estudos asiáticos, investigadores, muito por jovens estudantes de ensino superior, doutorandos e a nossa documentação responde a este tipo de procura”, disse à Lusa.

Nessa biblioteca, as obras mais procuradas são as gerais da história da Ásia, mas também os espólios, nomeadamente do monsenhor Manuel Teixeira, um historiador que viveu em Macau, onde publicou mais de uma centena de livros e centenas de artigos na imprensa.

Foi o próprio que doou o seu espólio ao CCCM, estando o mesmo devidamente tratado e consultável, repartido entre livros, fotografias, textos e pequenas notas. Nos arquivos da biblioteca está ainda uma colecção de microfilmes constituída por cerca de 7.000 microfilmes, com mais de 50.000 documentos essenciais para o estudo de Macau e das suas instituições, entre o início do século XVII e meados do século XX.

11 Abr 2023

Fundação Oriente | Carlos Monjardino em Macau

O presidente da Fundação Oriente, Carlos Monjardino, está em Macau, e tem encontros agendados com o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, e a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong. A informação foi avançada pela TDM-Rádio, a quem Carlos Monjardino tinha adiantado em Março os detalhes sobre a visita.

Durante a estadia no território, o presidente da Fundação Oriente vai ainda encontrar-se com o cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, e manter reuniões de trabalho com a nova delegada da Fundação Oriente, Catarina Cottinelli.

11 Abr 2023

CPSP | Infracções de taxistas aumentam 60%

Desde o início do ano até 14 Março foram registadas 106 infracções cometidas por taxistas no território, de acordo informação fornecida pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública fornecida ao canal chinês da Rádio Macau. Este valor representa um aumento de 60 por cento face ao mesmo período do ano passado.

Mais de metade das queixas foram feitas por residentes e relacionam-se com a recusa de transporte, cobranças excessivas, desrespeito pela ordem de chegada nas paragens, realização de percursos excessivamente longos e negociação de preços.

11 Abr 2023

Apesar da falta de ligações com o exterior, número de passageiros aumentou

O fluxo de passageiros no Aeroporto Internacional de Macau (AIM) aumentou para quase o triplo no primeiro trimestre do ano, anunciou na semana passada a CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau. “O Aeroporto Internacional de Macau registou mais de 750 mil passageiros no primeiro trimestre de 2023, o que representa uma subida anual de 1,7 vezes”, referiu a empresa, em comunicado.

No que diz respeito ao número de voos, o aeroporto observou um aumento de 57 por cento, com mais de 6.900 ligações realizadas nos primeiros três meses do ano. A média diária de passageiros e de voos totalizou dez mil e 100, respectivamente.

“A retoma total das autorizações para voar em Macau impulsionou directamente o aumento de passageiros”, sublinhou a sociedade, numa altura em que a oferta de voos para o estrangeiro continua muito baixa, face ao período pré-pandemia.

Retoma lenta

“As companhias aéreas estão a retomar gradualmente as operações de voo e a aumentar o número de voos”, frisou a CAM, sublinhando que “no segundo trimestre”, o aeroporto vai “empenhar-se no desenvolvimento de novos destinos”. Actualmente, Macau apenas apresenta opções consistentes para quem pretenda voar para o Interior da China, apesar do objectivo de internacionalizar as fontes de turistas.

Em Abril, vão ser retomadas ligações aéreas que estiveram suspensas durante a pandemia da covid-19, nomeadamente para Osaka, no Japão, e Cebu e Clark, nas Filipinas, “com um total de 14 rotas internacionais no início do Verão”.

Com o aumento do volume de rotas e voos, o aeroporto de Macau espera “fornecer fontes mais diversificadas de turistas” e “promover a recuperação económica e o desenvolvimento do turismo em Macau”.

A CAM referiu ainda que vai “activamente explorar potenciais rotas ‘charter’ de médio e longo prazo e concentrar-se em coordenar com a política do Governo” para “fortalecer o desenvolvimento de rotas internacionais”.

11 Abr 2023

DST | Oferta de bilhetes estendida a Taiwan

Desde o início do mês e até ao final de Junho, os turistas que visitarem Macau provenientes de Taiwan ou do estrangeiro têm direito a um bilhete grátis de regresso, pago pela RAEM. O objectivo passa por aumentar a internacionalização do mercado.

O programa “Macao Treat” era até agora aplicado apenas a quem viesse de Hong Kong, mas foi estendido a Taiwan e ao estrangeiro, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Turismo (DST). Segundo dados oficiais, entre 13 de Janeiro e 31 de Março, foram oferecidos 145.657 bilhetes grátis, dos quais 100 mil foram bilhetes de barco e mais de 45 mil bilhetes de autocarro.

No primeiro trimestre deste ano, o território recebeu 4,96 milhões de visitantes, dos quais cerca de 1,51 milhões visitantes de Hong Kong, quase 10 vezes mais em comparação com o período homólogo do ano passado, quando ainda era exigida quarentena de 14 dias a quem viesse da RAEHK.

11 Abr 2023

Maternidade | Wong Kit Cheng quer licença estendida

A deputada Wong Kit Cheng defende que a licença de maternidade deve ser estendida além dos 70 dias actuais praticados no sector privado. Numa opinião partilhada ontem com os órgãos de comunicação social, a legisladora ligada à Associação das Mulheres considerou que a medida actual está “obviamente atrasada” face à prática das regiões vizinhas.

Por isso, defendeu que o Governo tem de começar a trabalhar o mais depressa possível para alcançar um consenso na sociedade e aumentar a licença. A deputada traçou 2025 como o ano em que o sector privado devia ser obrigado a conceder licenças de maternidade de 90 dias, como acontece no sector público.

Com estas alterações, Wong Kit Cheng acredita que o território poderia inverter a tendência da redução da natalidade.

11 Abr 2023

Portugal | Mais vagas em universidades para alunos no estrangeiro

O Governo português anunciou o aumento de vagas para filhos de emigrantes que pretendem estudar nas universidades portuguesas, medida que se prevê beneficiar os estudantes da Escola Portuguesa de Macau.

A partir do concurso nacional de acesso ao ensino superior deste ano, o contingente prioritário para familiares de emigrantes e para luso-descendentes passa a incluir 3,5 por cento das vagas disponibilizadas na segunda fase do concurso.

Até agora, o contingente prioritário envolvia apenas sete por cento das vagas existentes na primeira fase do concurso. Este ano está previsto que a primeira fase do concurso decorra entre 24 e 31 de Julho. A segunda fase está marcada para o período entre 28 de Agosto e 5 de Setembro.

11 Abr 2023

UM | Rui Martins nega que docentes sejam desencorajados a falar com jornalistas

A pandemia obrigou “bastantes alunos internacionais” da Universidade de Macau a anos de percurso académico à distância, disse à Lusa o vice-reitor da instituição, referindo que, apesar das “condições difíceis”, as inscrições de fora aumentaram. Rui Martins destacou ainda a excelência da investigação científica ao nível da electrónica e medicina tradicional chinesa

 

“A pandemia nunca interrompeu a admissão de alunos internacionais, só que eles tiveram de o fazer em condições difíceis, através da plataforma ‘zoom’ e aulas ‘online’, porque nós demos sempre aulas ‘online’ até Dezembro”, referiu o vice-reitor para os Assuntos Globais da Universidade de Macau (UM), Rui Martins.

“Houve alunos de licenciatura que estiveram três anos fora e que só agora estão a regressar ao campus para o primeiro ano [presencial]”, continuou o responsável. “Com alguns alunos de mestrado as coisas foram um pouco suspensas, só agora estão a regressar para fazer a tese”.

Apesar disso, Rui Martins, responsável “pela área dos alunos internacionais”, admitiu que houve “um pequeno aumento” das inscrições do exterior: “um pouco menos do que 30 por cento”.

“A previsão que eu tinha era multiplicar o número de alunos de cento e pico por cinco, para 500, e isso não conseguimos – se não houvesse pandemia quase de certeza conseguíamos este ano – mas aumentámos para perto de 200 e esses alunos internacionais ficaram fora [de Macau durante a pandemia]”, explicou.

Além destes estudantes internacionais, que completam integralmente os estudos académicos na UM, a instituição de ensino superior recebe ainda alunos de intercâmbio – “à volta de 200 alunos” antes do aparecimento da covid-19. “E tínhamos um número igual de alunos nossos que iam fazer esse intercâmbio na Europa, Estados Unidos, etc, e isso com a pandemia foi a zero”, lembrou.

Martins, um dos cinco vice-reitores da UM, admitiu que durante a crise sanitária, “a capacidade que se instalou” em termos de oferta de aulas e conferências à distância, “foi importante” para que houvesse progressão académica.

A UM tinha, no primeiro semestre deste ano lectivo, 7.515 alunos em licenciaturas, 59 em pós-graduações, 3.368 a fazer mestrados e 1.836 doutorandos, num total de 12.778 alunos inscritos, de acordo com o ‘site’ da instituição. Um ligeiro aumento – quase 5 por cento – em relação ao ano anterior (12.208).

Cerca de 80 alunos são provenientes de Países de Língua Portuguesa (PLP), sendo que “talvez cerca de 80 por cento” frequentam estudos na área do Direito, notou o vice-reitor. “Nós aqui somos apoiados pela Fundação Macau, aumentámos o número de bolsas que demos a alunos internacionais, que também cobre o número de alunos africanos [dos PLP] e, portanto, espero que esse número venha a aumentar”.

Nos planos da universidade para os próximos três anos, avançou ainda o vice-reitor, está um crescimento do volume de inscritos para entre “15 e 17 mil”, com a aposta a ser direccionada para cursos pós-graduados.

A UM avançou esta semana que vai lançar, no próximo ano lectivo, seis novos mestrados, em Inteligência Artificial, Robótica e Sistemas Autónomos, Ambiente Costeiro e Segurança, Materiais Inovadores, Gestão Médica e ainda Filosofia.

Através dos novos programas, lê-se num comunicado, a instituição quer “formar mais profissionais de alta qualidade para apoiar o desenvolvimento das indústrias emergentes e ajudar Macau na transformação económica”.

“Os alunos de pós-graduação vêm essencialmente da China”, declarou Rui Martins, considerando que a UM atrai “cada vez mais alunos de topo”. “Há cerca de dez, 20 anos, os alunos da China que se candidatavam aqui à universidade eram alunos medianos. (….) Agora compete com a [universidade de Pequim] Tsinghua, agora são alunos de muito alto nível que se candidatam, essencialmente para mestrado, mas também para doutoramento”, disse.

Falta de coragem

Sobre a oferta de língua portuguesa, o investimento passa por “manter os programas”, com o responsável a considerar a possibilidade de “recrutar mais professores” na área da Literatura. “Em tempos tivemos essa área, mas alguns professores foram embora e podemos tentar desenvolver mais essa área”, disse.

Rui Martins lembrou ainda “um plano de contingência”, delineado para o período após a transferência do exercício da soberania de Macau para a China, em 1999, “para o caso de o programa de Direito em português acabar por falta de alunos”.

“Estávamos com essa perspectiva, porque o número de alunos estava a cair, houve uma altura de crise, mas depois foi criado aqui o Fórum [para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os PLP], em 2013, e então essa área manteve-se”, reforçou.

Rui Martins, que falava à agência Lusa numa entrevista alargada, foi ainda questionado se a Universidade de Macau desencoraja os docentes a falarem à comunicação social. O responsável respondeu negativamente. “O que pode haver é a questão, como é muito referido, da auto-censura, mas a universidade não tem muito a ver com isso”, afirmou.

A Lusa tem tido cada vez mais dificuldade em contactar académicos para analisar assuntos da actualidade, com docentes a explicarem que são desencorajados de falar com os ‘media’.

Liderança electrónica

A Universidade de Macau (UM), que viu 15 trabalhos de investigação serem aceites em Fevereiro numa conferência internacional de electrónica em São Francisco, nos EUA, é “líder mundial nesta área”, disse à Lusa o vice-reitor Rui Martins.

“Nós este ano, em termos electrónicos fomos líderes mundiais nessa área, em segundo lugar veio a universidade [de Pequim] Tsinghua com 13 ‘papers'”, notou o vice-reitor para os Assuntos Globais da UM. Os artigos científicos da instituição de ensino superior da região administrativa especial abordaram temas como a conversão de dados, comunicações ‘wireless’ ou conversão de energia.

A 70.ª edição da ‘International Solid State Circuits Conference (ISSCC)’ [Conferência Internacional de Circuitos em Estado Sólido] distinguiu ainda Rui Martins como principal colaborador entre 1954 e 2023. “Ninguém acredita, mas somos líderes mundiais nessa área”, apontou o académico, director do instituto de Microelectrónica e director fundador do Laboratório de Referência do Estado em Circuitos Integrados em Muito Larga Escala Analógicos e Mistos, ambos da Universidade de Macau.

Em entrevista, o responsável disse que a pesquisa da Universidade de Macau na área da ciência dispõe este ano de um orçamento interno de 100 milhões de patacas, recebendo ainda 440 milhões de entidades externas, como o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT), através do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA), e entidades do Interior da China.

“Em termos de financiamento de investigação científica e comparado com outras universidades, acho que é um bom investimento”, afirmou o vice-reitor para os Assuntos Globais da UM.

Rui Martins sublinhou avanços da instituição no estudo do “cancro da mama e do cólon, que são aqueles mais frequentes em Macau”. Realçou ainda o desenvolvimento, durante a pandemia, de “dois ventiladores sofisticados e avançados em termos de electrónica”, que foram doados a duas universidades em África, uma em Maputo [Moçambique] e outra no Lubango [Angola]”.

No que diz respeito a parcerias na área da investigação científica, o responsável admitiu que há “poucos projectos” com Portugal e que o baixo investimento noutros países influencia potenciais parcerias com Macau.

“Tenho notado”, reagiu. E acrescentou: “Em Portugal, onde há projectos financiados em Ciência e Tecnologia, bem financiados, são essencialmente pela União Europeia e alguns projectos também pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), mas programas para a cooperação com Macau especificamente, os valores são muito baixos”. Para desenvolver essa colaboração, “esses valores têm de aumentar”.

Rui Martins lembrou que, em 2017, foi assinado entre a FCT e a FDCTM um memorando de entendimento com o objectivo de incentivar a cooperação entre as instituições de investigação das duas regiões. “Durante a pandemia esteve um bocado parado”, disse o responsável, sublinhando que decorrem negociações para uma nova edição.

“O fundo que se colocou aí, se não me engano, foi de 300 mil euros”, disse Martins, admitindo que é um valor “muito baixo, para não dizer insignificante” e que “não permite desenvolver projectos de elevada envergadura”. “Espero que agora no programa seja aumentado esse montante”, acrescentou.

Com tranquilidade

Rui Martins considera que a internacionalização da Medicina Tradicional Chinesa, uma das apostas do estabelecimento de ensino, “vai levar algum tempo”, pela dificuldade em competir com a indústria farmacêutica. “A indústria farmacêutica está muito avançada e esses produtos chineses estão agora a aparecer e a ser comercializados e, portanto, vão levar algum tempo a afirmarem-se”, disse em entrevista à Lusa o vice-reitor para os Assuntos Globais.

O responsável admitiu que os “produtos naturais” utilizados pela Medicina Tradicional Chinesa (MTC) “poderão levar mais tempo a ser efectivos do que os produtos químicos”, o que pode contribuir para a dificuldade de consolidação do sector.

Além disso, referiu, outro dos obstáculos é o desconhecimento geral da prática: “No ocidente, o que eles consideram medicina chinesa é acupuntura”.

O Ministério da Ciência e Tecnologia chinês aprovou, em 2011, a criação do Laboratório de referência do Estado para investigação de qualidade em medicina chinesa, coordenado em conjunto pela UM e pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, com a “ideia de internacionalizar a medicina chinesa”, explicou o responsável. “O que se está a fazer é um bocado inovador, mas eu creio que ainda vai levar algum tempo, porque os investimentos aqui são grandes nessa área, mas os investimentos na industria farmacêutica normal são brutais”, referiu.

A MTC é uma das apostas para Macau com vista a diversificar a economia do território, profundamente dependente das receitas do jogo. Além do laboratório de Estado, são vários os projectos pensados para dar forma a esta aspiração, nomeadamente a criação, em 2011, do Parque científico e industrial de medicina tradicional chinesa para a cooperação entre Guangdong–Macau, estabelecido em Hengqin. Macau, frisou Rui Martins, “é um dos sítios mais avançados no mundo” no que diz respeito à investigação na área da MTC.

11 Abr 2023

Timor-Leste | Português aprovado como língua de instrução e ensino

O Governo de Timor-Leste aprovou ontem uma proposta do Ministério da Educação que define o português como língua de instrução e ensino em todo o sistema educativo, deixando o tétum como língua de apoio.

“A presente proposta de lei procede a um conjunto de alterações necessárias para adequar a lei de bases do sector educacional do país às actuais exigências e desafios”, lê-se no comunicado emitido no final da reunião do Conselho de Ministros, no qual se dá conta da “alteração à norma referente às línguas de instrução e ensino, definindo a língua portuguesa como língua de instrução e ensino do sistema educativo timorense, com a língua tétum e demais línguas nacionais a assumirem um papel de apoio”.

Além disso, aponta-se ainda na parte do texto que dá conta das alterações à lei de bases da Educação, “são também alteradas diversas normas relativas aos níveis de ensino pré-escolar, básico e secundário de modo a reconhecer a importância da aprendizagem da língua portuguesa no sector educativo nacional”.

O Governo argumenta que o diploma vai também “eliminar injustiças na atribuição de graus e diplomas no ensino superior técnico”, pelo que “passará a ser possível aos estabelecimentos de ensino superior técnico atribuírem graus e diplomas como o bacharelato, a licenciatura e o mestrado”.

5 Abr 2023

Afeganistão | Talibãs proíbem mulheres de trabalhar para a ONU em todo o país

Os talibãs emitiram uma ordem que proíbe as mulheres afegãs empregadas pela ONU, até agora isentas destas restrições, de trabalharem em qualquer lugar no Afeganistão, adiantou o porta-voz da organização na terça-feira, denunciando uma decisão “inaceitável e francamente inconcebível”.

“Fomos informados por diferentes canais que a proibição se aplica a todo o país”, realçou Stéphane Dujarric, citado pela agência France-Presse (AFP). Inicialmente, a missão das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA) tinha anunciado que os talibãs tinham proibido as suas funcionárias de trabalhar na província oriental de Nangarhar.

Dujarric referiu que a decisão é para todo o território e que a ONU ainda está à procura de mais informações.
Esta quarta-feira, estão marcadas reuniões em Cabul com os “governantes de facto” do país para tentar esclarecer os detalhes, enquanto se avalia o seu possível impacto, acrescentou.

“Para o secretário-geral [António Guterres] tal proibição é inaceitável e francamente inconcebível”, apontou, denunciando a vontade de “minar as capacidades das organizações humanitárias para ajudar quem mais precisa”.

O porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, deixou claro que, sem as mulheres, as Nações Unidas não poderão continuar a ajudar o país e a população como tem feito.

“As mulheres do nosso quadro são essenciais para que as Nações Unidas prestem uma ajuda vital”, sublinhou o porta-voz durante a sua conferência de imprensa diária. Dujarric vincou que este veto não só viola “os direitos fundamentais das mulheres” como também dificulta a continuidade do trabalho da organização no terreno.

Entre outras coisas, recordou que “dada a sociedade e a cultura” no Afeganistão “são necessárias mulheres para ajudar as mulheres”, que estão entre as mais ameaçadas pela enorme crise humanitária no país, aludindo ao facto de que em muitas regiões não é bem visto que os homens atendam as mulheres, ou vice-versa.

De acordo com Dujarric, a proibição é “inaceitável” e contribui para uma “tendência preocupante de minar a capacidade das organizações de ajuda humanitária de alcançar os mais necessitados”.

Operações congeladas

Segundo dados da ONU, entre 30 e 40 por cento do pessoal das organizações humanitárias que entregam, gerem, controlam ou avaliam a necessidade de assistência são mulheres. Dujarric acrescentou que a organização tem actualmente cerca de 4.000 pessoas a trabalhar no Afeganistão, das quais cerca de 3.300 são nativas do país, embora não tenha revelado quantas são mulheres.

Os talibãs impedem as mulheres de participarem na vida pública do país tendo muitas afegãs perdido os empregos no sector público. Desde Novembro do ano passado as mulheres afegãs foram também proibidas de frequentarem parques, ginásios e banhos públicos. As mulheres afegãs não são autorizadas a viajar sem serem acompanhadas de um parente do sexo masculino e devem estar sempre cobertas quando saem de casa.

5 Abr 2023

Língua | Sector de tradução e serviços linguísticos emprega seis milhões de pessoas

O número total de pessoas empregadas no sector de tradução e serviços linguísticos na China em 2022 chegou a 6,01 milhões, 11,7 por cento acima do número do ano anterior, de acordo com a conferência anual da Associação de Tradutores da China (TAC, em inglês), iniciada na segunda-feira.

Na cerimónia de abertura, foram divulgados relatórios sobre o desenvolvimento do sector de tradução e serviços linguísticos, tanto em todo o país como no mundo. Além disso, foi lançada uma cerimónia para premiar excelentes tradutores em diferentes áreas e um concurso nacional de capacidades em tradução, indica o Diário do Povo.
Tang Heng, vice-secretário-geral do Departamento de Comunicação do Comité Central do Partido Comunista da China, disse no evento que a comunidade de tradutores e intérpretes do país apoiou e impulsionou substancialmente o intercâmbio internacional chinês em todas as frentes.

Tang pediu esforços para melhorar a aprendizagem mútua entre diferentes civilizações, ampliar o canal de intercâmbios, enriquecer o conteúdo da cooperação e promover a construção de uma comunidade humana com um futuro compartilhado.

Du Zhanyuan, chefe da Administração de Publicações em Línguas Estrangeiras da China e da TAC, pediu esforços para se integrar activamente no intercâmbio internacional.

5 Abr 2023

Malásia propõe criação de um fundo monetário asiático

O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, disse na passada terça-feira que a China está aberta à sua iniciativa para formar um “Fundo Monetário Asiático”, visando contrariar o domínio global do dólar norte-americano e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Numa intervenção no parlamento malaio, Anwar revelou que “nos negócios entre a Malásia e outros países devem ser utilizadas as respectivas moedas nacionais”, segundo declarações recolhidas pela agência estatal Bernama.

O primeiro-ministro malaio defendeu a ideia da constituição de um fundo asiático, durante um encontro em Pequim, na sexta-feira passada, com o Presidente chinês, Xi Jinping, que “saudou” o início das conversações sobre esta iniciativa.

Anwar Ibrahim propôs também a constituição daquele fundo no Fórum Boao, a “Davos asiática”, que se realizou entre 28 e 31 de Março, na ilha de Hainan.

No fórum estiveram ainda o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, e a directora do FMI, Kristalina Georgieva.

“Não há razão para a Malásia continuar a depender do dólar”, afirmou o primeiro-ministro malaio, acrescentando que o banco central da Malásia já está a trabalhar para permitir que a China e o seu país façam negócios usando as moedas da Malásia e da China.

Sítio certo, hora certa

No cargo desde Novembro passado, Anwar, que também é ministro das Finanças, lembrou na terça-feira que já havia aventado a possibilidade de criar um fundo regional em 1990, quando assumiu pela primeira vez essa pasta, mas a ideia não foi adiante porque o “dólar ainda era visto como uma moeda forte”.

“Mas, agora, com a força das economias da China, Japão e outras, acho que devemos discutir isso, e também o uso da nossa moeda”, enfatizou. O relatório do Fórum Boao 2023, uma das principais conferências económicas internacionais da China, estimou que o crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto) da Ásia deve ser de 4,5 por cento, este ano. Aquele valor é um “destaque”, face à desaceleração da economia mundial, lê-se no relatório.

A China tem tentado internacionalizar a moeda chinesa, o yuan, desde 2009, visando reduzir a dependência do dólar em acordos comerciais e de investimento e desafiar o papel da moeda norte-americana como a principal moeda de reserva do mundo.

5 Abr 2023

Visita | Macron diz que Pequim tem um “papel importante” para a paz

O Presidente francês, Emmanuel Macron, chegou ontem à China para uma visita de três dias. A contribuição chinesa para o fim da guerra será um dos temas em destaque nas conversações com Xi Jinping

 

O Presidente francês afirmou ontem em Pequim que os chineses têm um papel importante a assumir para a paz na Ucrânia pela sua relação estreita com a Rússia.

“A China, dentro da sua estreita relação com a Rússia, reafirmada nos últimos dias, pode desempenhar um papel importante” na resolução da guerra, declarou Emmanuel Macron durante um discurso à comunidade de franceses residentes na China.

O Presidente francês sublinhou ainda a oposição da China em relação à utilização de armas nucleares e a defesa dos valores das Nações Unidas pelo país.

“A China mostrou o seu compromisso com a Carta das Nações Unidas, com a integridade territorial e a soberania das Nações”, acrescentou o Presidente francês.

O líder francês também destacou a proposta de paz apresentada pela China para o conflito na Ucrânia e deixou claro que, embora não a tenha aceitado na sua totalidade, “pelo menos mostra vontade de se comprometer em busca de uma resolução”.

Por isso, considerou essencial o diálogo com a China e defendeu que a União Europeia não pode “deixar a exclusividade” da comunicação com outros países, como a Rússia.

Macron pediu que não se reedite uma “lógica de blocos”, face às “vozes que se levantam” preocupadas com o futuro das relações entre o Ocidente e a China.

O líder francês também quis recordar os três anos “particularmente difíceis” de pandemia da covid-19 que os residentes da China tiveram de viver, mas mostrou-se “feliz” por regressar ao país após a última viagem em novembro de 2019.

Agenda preenchida

O Presidente francês, Emmanuel Macron, chegou ontem a Pequim para uma visita de Estado de três dias à China, na sua primeira viagem ao país desde 2019.

O chefe de Estado francês terá um intenso dia de conversações esta quinta-feira com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, e uma viagem a Cantão, no sul da China, na sexta-feira. Macron vai abordar com Xi Jinping a guerra na Ucrânia e as relações económicas bilaterais, além da cooperação em outras áreas.

Em território chinês, Macron estará também acompanhado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Os dois representantes europeus terão agendas próprias, mas irão ter uma reunião comum, prevista para quinta-feira, com o Presidente chinês. Ursula von der Leyen tem prevista outra reunião com Xi Jinping, mas desta vez sozinha.

5 Abr 2023

Integração | Quase 100 mil veículos cruzaram a fronteira desde Janeiro

Desde Janeiro que os governos de Macau e de Cantão aprovaram a medida que permite a entrada de viaturas na província vizinha. Em consequência, quase 100 mil carros, só com a matrícula de Macau, já atravessaram a fronteira

 

Perto de 100 mil veículos particulares circularam entre o território e o Interior, desde o lançamento da medida que permite a entrada de viaturas na província de Guangdong, anunciaram as autoridades.
Desde 1 de Janeiro, 93.195 veículos apenas com a matrícula de Macau atravessaram a fronteira, de acordo com o portal da Alfândega de Gongbei.

“Antes, muitos residentes tinham de atravessar a pé a fronteira entre Zhuhai e Macau. Agora podem usar veículos próprios nas viagens transfronteiriças”, indicaram as autoridades de Gongbei.

Para obter a licença que permite circular do outro lado da fronteira, os residentes de Macau devem ter mais de 18 anos e serem titulares do salvo-conduto para deslocação ao Interior da China, um documento que só é atribuído a cidadãos chineses e não a estrangeiros.

Os veículos podem entrar e sair de Guangdong várias vezes, desde que o período da estadia não exceda a validade da licença, a permanência por cada entrada em Guangdong não seja superior a 30 dias consecutivos e a permanência anual não ultrapasse 180 dias acumulados.

Do outro lado

Em Fevereiro, as autoridades de Macau anunciaram também que os detentores de cartas de condução do território, incluindo os residentes permanentes de nacionalidade estrangeira, vão poder conduzir na China a partir de 16 de Maio.

O director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Lam Hin San, confirmou à Lusa que a dispensa de exame para o reconhecimento das cartas de condução de Macau inclui os residentes sem nacionalidade chinesa, embora para estes seja muito mais difícil obterem um visto de entrada no Interior.

A medida de reconhecimento das cartas de condução foi encarada pela população como altamente polémica e apenas foi aprovada, depois de vários deputados democratas terem sido excluídos das eleições. Antes disso, tinha sido deixada cair pelo Governo, devido à forte contestação.

Também entre os deputados eleitos pela via directa das associações tradicionais, nomeadamente ligados aos Operários, têm sido feitos pedidos para uma fiscalização eficaz, para evitar a fuga, pelos condutores do Interior, a eventuais responsabilidades civis e criminais, que decorram de acidentes de trânsito. Outra das preocupações do campo tradicional, eleito pela via directa, é a possibilidade de os condutores do Interior ficarem com postos de trabalho como motoristas, profissão que de acordo com a legislação em vigor apenas pode ser desempenhada por residentes.

Longas filas

Os residentes que tentaram levar ontem os seus carros para o Interior, de forma a celebrar o Cheng Ming (Dia de Finados) com os familiares, defrontaram-se com longas filas para atravessar a fronteira. De acordo com informações que circularam online, a passagem da fronteira para as viaturas particulares demorou mais de uma hora. No momento mais caótico, a fila prolongava-se da Ilha Artificial da Ponte Hong Kong-Zuhai-Macau, onde é feita a passagem da fronteira, até à Rotunda da Pérola Oriental.

5 Abr 2023

Ho Iat Seng recebeu Conselho de Curadores da Fundação Henry Fok

Num encontro entre o líder do Governo e o Conselho de Curadores da Fundação Henry Fok, encabeçado por Ian Fok Chun-wan, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, manifestou o desejo de que a Fundação Henry Fok aposte no desenvolvimento da China e de Macau, como disse fazer parte da tradição daquela instituição.

Segundo o relato do Gabinete de Comunicação Social, do encontro de terça-feira, Ho Iat Seng fez votos “que a Fundação possa, tal como sempre, dar novos contributos ao País e à sociedade de Macau na nova era de desenvolvimento”. Além disso, deixou agradecimentos à instituição, por “contribuir, sem se poupar a esforços, para promover o desenvolvimento do País e de Macau, a longo prazo”.

Por outro lado, e nas suas competências como líder do Governo, Ho Iat Seng destacou que “está adoptar a estratégia para promover a diversificação adequada 1+4”, “optimizar a estrutura industrial, e fomentar o desenvolvimento das quatro indústrias principais”.

Do alinhamento

Por sua vez, o presidente do Conselho de Curadores da Fundação Henry Fok, Ian Fok Chun-wan, indicou que a instituição “continuará a corresponder às linhas de acção governativa, a apoiar a diversificação adequada da economia, especialmente nas áreas do ensino superior, da inovação tecnológica, da cultura e do desporto”.

Outros objectivos, passam por fomentar o empenho na criação de “sinergias entre as cidades da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau, promover da melhor forma a integração de Macau no desenvolvimento nacional e contribuir para a prosperidade e estabilidade” do território.

No encontro, participaram também o presidente do Conselho Fiscal da Fundação, Chui Sai Cheong (deputado e ex-colega de Ho Iat Seng na Assembleia Legislativa), e o presidente do Conselho de Administração, Eric Fok Kai Shan.

5 Abr 2023

Segredo de Estado | Definição de Pequim é para cumprir em Macau

Os deputados da primeira comissão permanente da Assembleia Legislativa (AL) entendem que as matérias classificadas como Segredo de Estado pelo Governo Central, nos termos da lei nacional, são aplicadas em Macau, indicou ontem, Ella Lei, que preside à comissão que está analisar na especialidade a proposta de lei que irá regular o Segredo de Estado na RAEM.

De acordo com a TDM – Rádio Macau, da reunião de trabalho, que contou com a presença do secretário para a Administração e Justiça, ficou estabelecido que classificação do que é Segredo de Estado é da competência exclusiva do Chefe do Executivo. A competência não pode ser delegada e para classificar uma matéria como digna de segredo é preciso que este seja proveniente da RAEM e que a sua divulgação possa colocar em risco a segurança e os interesses do Estado.

Estes requisitos foram apresentados ontem pelos representantes do Governo, que asseguraram que serão “muito poucas” as situações em que será necessário classificar uma matéria como protegida ao abrigo do Segredo de Estado.
Ella Lei confirmou que a comissão recebeu a carta enviada pela Associação de Jornalistas de Macau (AJM) que expressava preocupações sobre a possibilidade de as leis do Segredo de Estado e Segurança Nacional serem vagas, abrindo porta a arbitrariedade na aplicação.

4 Abr 2023

MGM | Paul Anka vem a Macau dia 20 de Maio

Paul Anka, grande nome da música pop, fará a sua estreia em Macau no dia 20 de Maio com o concerto “Greatest Hits, His Way” no MGM Theater, no empreendimento MGM Cotai. Os bilhetes para o espectáculo começam a ser vendidos no próximo sábado, 8 de Abril.

O público de Macau poderá, assim, ouvir pela primeira vez ao vivo grandes êxitos do cantor e compositor como “Diana”, “Lonely Boy” e “My Way”. Paul Anka já escreveu mais de 500 canções e vendeu cerca de 100 milhões de álbuns em todo o mundo, preservando a distinção de ser o único artista na história com uma música nos tops da Billboard por sete décadas consecutivas. O preço base dos bilhetes para o concerto é de 880 patacas. A pré-venda está disponível desde ontem.

4 Abr 2023

Peças de Huang Benrei para ver até Junho na H853 Art Space

Pode ser visitada até 30 de Junho a nova exposição da galeria “H853 Art Space”, no Lisboeta Macau, intitulada “My Nini”, de Huang Benrei, e que foi inaugurada na última sexta-feira. Trata-se de uma série de 27 trabalhos pertencentes à colecção privada de Arnaldo Ho, “jovem empreendedor” e filho de Angela Leong, directora-executiva da Sociedade de Jogos de Macau Resorts.

Estas peças são feitas em torno de “Nini”, um coelho transformado em personagem artística. Por entre pinturas e esculturas, o público poderá ver diferentes características e estilos do coelho “Nini” em três zonas de exposição, intituladas “Hide&Seek”, “My Spring Garden” e “Nini’s Attitude”, sendo que cada uma delas pode transformar-se num espaço fotogénico e de interacção com o personagem principal destes trabalhos.

Nesta mostra, Huang Benrei explora os temas da interligação entre a vida humana e o vasto universo, bem como o facto de “a existência e todos os esforços dos seres humanos esbarrarem na inevitabilidade, com momentos de compatibilidade entre deuses e humanos a surgirem, por vezes, em obras de arte”.

“Nini” e positivismo

Citado por um comunicado emitido pela organização da mostra, Arnaldo Ho, disse que as peças de Huang Benrei, por si adquiridas, têm um efeito curativo, recordando-o da importância “de estar relaxado como ‘Nini’ quando enfrento dificuldades e desafios”. “Quando a arte me fascina não há certo ou errado, a obra de arte, por si só, não tem emoções específicas e todos podem ter o seu próprio entendimento e interpretação. A arte não é algo assim tão difícil de atingir e é até fácil de misturar com o nosso dia-a-dia”, disse.

Com “My Nini”, Arnaldo Ho espera ainda que o público possa “inspirar-se e enfrentar as dificuldades da vida com uma atitude positiva e relaxada”.

Christine Hong, vice-presidente da área de desenvolvimento do negócio de retalho do Lisboeta Macau, disse estar grata pela cedência da colecção particular de Arnaldo Ho, esperando que os visitantes possam “mergulhar numa atmosfera artística e apreciar a arte em conjunto, expressando as ideias nesta plataforma aberta”.

Huang Benrei é uma artista natural de Taiwan e que vive em Nova Iorque. Formada em artes pela National Taiwan Normal University, a artista prosseguiu estudos nos EUA, nomeadamente na área da ilustração, concluindo o seu mestrado na Escola de Artes Visuais, em Nova Iorque, em 1992. Huang Benrei trabalhou como ilustradora de livros infantis entre 1988 e 2008 até apostar mais na pintura e projectos em três dimensões baseados na personagem por si criada.

4 Abr 2023

Óbito | Músicos e realizadores lamentam morte de Ryuichi Sakamoto

Ryuichi Sakamoto faleceu na semana passada vítima de cancro. Autor da banda sonora do filme “O Último Imperador”, com a qual venceu um Óscar, Sakamoto fica para a história como um pioneiro que quebrou barreiras entre estilos musicais, sempre aberto ao experimentalismo e às colaborações com outros artistas

 

Músicos, compositores e realizadores de cinema prestaram ontem homenagem ao compositor japonês Ryuichi Sakamoto, que morreu na semana passada, vítima de cancro, aos 71 anos.

“Mestre, espero que a sua longa viagem seja pacífica”, escreveu nas redes sociais Suga, da ‘boysband’ sul-coreana BTS, horas depois de a agência do compositor, commmons, ter anunciado que Sakamoto morreu a 28 de Março.

Outras vozes do mundo da música juntaram-se às mensagens de pesar, como foi o caso de Yojiro Noda, da banda de rock japonesa RADWIMPS. “Tive a oportunidade de o ver duas vezes e ainda me lembro da sua forma amável de falar. Vou continuar a ouvir a sua música”, escreveu nas redes sociais.

“Estou em dívida para com Sakamoto de várias formas, tanto profissionalmente como em privado. ‘Senhor Iwai, continue a desempenhar um papel activo’, disse-me. Estas palavras calorosas acabaram por ser as últimas que me dirigiu. O seu impacto é imensurável”, notou o realizador japonês Shunji Iwai, autor de filmes como “Fireworks” (2017) e “Hana e Alice” (2004).

Cancro fatal

Já o parceiro de Sakamoto no trio Yellow Magic Orchestra (YMO) Haruomi Hosono também lamentou a morte do pianista ao publicar uma fotografia cinzenta no Instagram. O mesmo gesto de Sakamoto a 11 de Janeiro quando o terceiro membro da YMO Yukihiro Takahashi sucumbiu a um cancro.

No final da década de 70, os YMO começaram a sua jornada de exploração dos meandros das sonoridades da música electrónica, desbravando caminhos anteriormente trilhados por bandas como Kraftwerk, Suicide e seguindo as pisadas de aventureiros musicais como John Cage.

A carreira de Sakamoto sempre este longe de ser uma linha recta, prova disso é o álbum “Casa”, gravado em 2001 com o violoncelista brasileiro Jacques Morelenbaum, onde são interpretadas, essencialmente, músicas de Tom Jobim.

Sakamoto, que tinha recuperado há uns anos de um cancro na garganta, confirmou no início de 2021 que sofria de cancro colorrectal. A evolução da doença limitou as aparições públicas, concertos e entrevistas do músico nipónico nos últimos anos.

Premiado com um Óscar pela banda sonora do filme “O Último Imperador”, de Bernardo Bertolucci, Sakamoto foi um dos compositores japoneses mais internacionais das últimas décadas, com uma obra que abrangeu várias etapas, desde o sucesso da YMO até à composição de bandas sonoras. Na composição para cinema destaque ainda para o filme “Merry Christmas Mr. Lawrence” (1983), no qual também interpretou o papel de um comandante de um campo prisional japonês durante a Guerra do Pacífico e onde contracenou com David Bowie.

O último concerto de Ryuichi Sakamoto realizou-se a 11 de Dezembro, em formato ‘online’. No ano passado foi lançado um disco de tributo a Sakamoto, intitulado “To The Moon and Back”. “12”, lançado em Janeiro deste ano, foi o último álbum de estúdio de Sakamoto, que nunca deixou de trabalhar apesar da doença.

4 Abr 2023

Semicondutores | China pede ao Japão que reconsidere restrições

A China pediu no domingo ao Japão que não imponha restrições à exportação de equipamento para fabrico de ‘chips’ semicondutores, como parte de uma batalha geopolítica pelo domínio de componentes essenciais à produção de alta tecnologia.

“Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, ao homólogo japonês, Yoshimasa Hayashi, num encontro em Pequim, segundo um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa. O ministro chinês lembrou que os Estados Unidos reprimiram também, no passado, de “forma brutal”, a indústria de semicondutores do Japão, e que, agora, estão a tentar “repetir os seus velhos truques” contra a China. Tal bloqueio vai “apenas estimular a determinação da China em se tornar autossuficiente”, acrescentou Qin Gang, de acordo com o mesmo comunicado.

Foi a primeira visita de um alto diplomata japonês a Pequim em mais de três anos, depois de a China ter mantido as suas fronteiras encerradas, desde Março de 2020, no âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19, entretanto suspensa.

Os semicondutores e a tecnologia necessária para a sua produção são cada vez mais sensíveis, à medida que Pequim tenta desenvolver a sua própria indústria de alta tecnologia, o que tem implicações militares.

4 Abr 2023

China | Actividade da indústria transformadora estabiliza em Março

A actividade da indústria transformadora da China estabilizou em Março após ter registado uma forte recuperação em Fevereiro, quando atingiu o maior ritmo de expansão em oito meses, indica uma análise publicada pela revista Caixin.

O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês), elaborado pela empresa de informação económica britânica IHS Markit, passou de 51,6 pontos, em Fevereiro, para 50, em Março.

Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da actividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo.

Embora tenha evitado cair de novo na zona de contração, onde se situou por seis meses consecutivos e até Janeiro, os dados do PMI agora divulgados estão bem abaixo das previsões dos analistas, que apontavam para uma aceleração ainda maior, para os 51,7 pontos.

A medição oficial, divulgada na sexta-feira pelo Gabinete de Estatísticas da China, também expôs um abrandamento no ritmo de crescimento, ao passar de 52,6 pontos, em Fevereiro, para 51,9, em Março.

Rumo à solidez

“A actividade na indústria transformadora estabilizou após registar rápida recuperação em Fevereiro”, disse um economista da Caixin Wang Zhe, observando que a procura e a oferta no sector “enfraqueceram significativamente” no mês passado, o que mostrou que “os alicerces” da recuperação económica da China “ainda não são sólidos”. Esta interpretação é partilhada pelas autoridades.

Wang sublinhou, porém, que os empresários inquiridos para a elaboração do PMI continuam a mostrar “forte confiança” na recuperação da economia, após o fim da política de ‘zero covid’, que deprimiu a actividade económica, no ano passado.

O economista salientou que a recuperação da indústria transformadora vai depender do impulso da procura a nível interno, especialmente do consumo das famílias, pelo que apelou às autoridades para se concentrarem na “estabilização do emprego, no aumento dos rendimentos das famílias e na melhoria da confiança do mercado”.

4 Abr 2023

Banca | China Renaissance suspende negociações na bolsa de Hong Kong

A negociação das acções da China Renaissance, importante banco de investimento privado chinês especializado em tecnologia, foi ontem suspensa, na bolsa de valores de Hong Kong, na sequência do desaparecimento do fundador

 

A China Renaissance suspendeu ontem a negociação das suas acções na praça financeira de Hong Kong. A empresa explicou que não pode apresentar atempadamente os resultados auditados, referentes ao ano de 2022, precisamente porque os auditores ainda não conseguiram contactar o fundador e presidente executivo do grupo, Bao Fan, desaparecido desde Fevereiro passado, de acordo com um comunicado.

O banco de investimento, cujo valor das acções caiu mais de 27 por cento desde que foi divulgado o desaparecimento de Bao, vai manter as negociações suspensas até que possa apresentar resultados auditados para 2022. A administração da empresa não avançou qualquer data.

A China Renaissance garantiu que tem “feito todos os esforços” para atender aos pedidos dos auditores, mas salientou que o paradeiro de Bao “não é assunto que esteja sob controlo do grupo” e os assuntos que levaram ao desaparecimento do executivo “ainda não foram resolvidos”, acrescentou na mesma nota.

O grupo publicou uma demonstração de resultados não auditada, este fim-de-semana, que reflecte uma queda homóloga de 9,1 por cento no volume de negócios e perdas líquidas de 563,7 milhões de yuan, em comparação com lucros de 1.624 milhões de yuan, em 2021.

Tendência de mercado

O China Renaissance relatou o desaparecimento de Bao em 16 de Fevereiro e dez dias depois indicou “ter conhecimento” de que estava a colaborar com uma investigação realizada pelas autoridades chinesas, sem mais pormenores.

A segunda declaração parecia confirmar a tese de alguns órgãos de comunicação social que apontavam que a situação de Bao era semelhante à ocorrida em 2015, quando pelo menos cinco executivos de diferentes empresas desapareceram de forma semelhante, entre os quais o presidente do conglomerado Fosun, Guo Guangchang, detentor de várias empresas em Portugal.

A imprensa chinesa especulou em Fevereiro que podia estar relacionado com uma investigação lançada pelas autoridades contra Cong Lin, ex-presidente do China Renaissance, contratado em 2020 após uma longa carreira num dos maiores bancos estatais da China, o ICBC.

Bao supervisionou a entrada em bolsa de vários gigantes do sector da Internet, incluindo o grupo de comércio eletrónico JD.com, ou a fusão, em 2015, entre as empresas de serviços de transporte partilhado Didi e Kuaidi Dache.

De acordo com o jornal britânico Financial Times, Bao tentou transferir parte da fortuna da China e de Hong Kong para Singapura, território onde no final do ano passado tentou criar um fundo para administrar o seu património.

No final de Fevereiro passado, a Comissão Central de Inspecção e Disciplina, o poderoso órgão anticorrupção do Partido Comunista da China, prometeu fortalecer a campanha contra irregularidades no sector financeiro.

O grupo China Renaissance, que conta com mais de 700 funcionários em todo o mundo, está presente em Singapura e nos Estados Unidos.

4 Abr 2023