Azerbaijão recebe próxima cimeira do clima em 2024

O Azerbaijão, grande produtor de petróleo, será o anfitrião da conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas de 2024, a COP29, anunciou oficialmente a presidência da COP28, que decorre no Dubai.

“A presidência da COP28 felicita o Azerbaijão por ter sido escolhido para acolher a COP29 no próximo ano. Esperamos trabalhar em conjunto para fazer avançar ainda mais a ação climática, garantindo que mantemos 1,5°C ao nosso alcance e não deixamos ninguém para trás”, afirmou a presidência da COP28, a cargo dos Emirados Árabes Unidos.

O ministro da Ecologia e dos Recursos Naturais do Azerbaijão, Mukhtar Babayev, anunciou no sábado que “existe consenso” para que o Azerbaijão acolha a COP29, depois de a rival Arménia ter retirado a candidatura. Com esta escolha, a cimeira da ONU sobre o clima será realizada pelo terceiro ano consecutivo num país que produz petróleo ou gás. O petróleo e o gás, em conjunto com o carvão, são das principais causas do aquecimento global.

As cimeiras do clima destinam-se a lutar contra o aquecimento global, e impedir que as temperaturas subam além de 2°C, ou de preferência não ultrapassem os 1,5°C em relação à época pré-industrial.

12 Dez 2023

Índia | Supremo confirma retirada da autonomia de Caxemira

O Supremo Tribunal da Índia aprovou ontem a decisão do Governo do primeiro-ministro, Narendra Modi, de acabar com o estatuto semiautónomo da região de Caxemira, palco há décadas de uma rebelião armada. A decisão de 2019, que permitiu a Nova Deli administrar directamente o território de Jammu e Caxemira, de maioria muçulmana, representou “o culminar do processo de integração e, como tal, um exercício válido de poder”, disseram os juízes.

A última instância da Índia ordenou ainda a realização de eleições em Jammu e Caxemira até 30 de Setembro de 2024, defendendo que o território deve ser colocado em pé de igualdade com outros estados indianos “o mais cedo e o mais rápido possível”. Em resposta, Narendra Modi descreveu a “decisão histórica” do Supremo Tribunal como um “raio de esperança”.

O veredicto representa “a promessa de um futuro melhor e um testemunho da determinação colectiva em construir uma Índia mais forte e mais unida”, escreveu o líder nacionalista hindu na rede social X. Modi decidiu, em 2019, abolir o estatuto semiautónomo da região de Caxemira, em vigor durante sete décadas, seguido de um esforço para acabar com a rebelião armada.

Desde então, centenas de separatistas foram presos e um forte sistema de vigilância foi estabelecido “para conter actividades antinacionais”. De acordo com as autoridades indianas, pelo menos 114 pessoas foram mortas em Caxemira em conflitos este ano: 11 civis, 23 membros das forças de segurança e 80 alegados rebeldes.

Caxemira, um território dos Himalaias, está dividido entre a Índia e o Paquistão, que, desde a independência, em 1947, reivindica a totalidade da soberania da região.

12 Dez 2023

Cimeira | Japão e ASEAN assinalam 50 anos de relações

As relações entre o Japão e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) completam 50 anos em 2023 e Tóquio irá assinalar a data com uma “cimeira especial”, anunciou ontem o Governo nipónico. O objectivo da cimeira, a decorrer no próximo fim de semana e até segunda-feira, é “reforçar ainda mais as relações entre o Japão e a ASEAN”, disse o porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, em conferência de imprensa.

A reunião vai ser presidida pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, juntamente com o Presidente indonésio, Joko Widodo, e deverá apresentar uma declaração conjunta sobre o futuro dos laços entre o Sudeste Asiático e o Japão.

O evento vai contar com a presença do rei e do príncipe do Brunei, do Presidente das Filipinas e dos primeiros-ministros do Camboja, de Singapura, da Tailândia, do Vietname, de Timor-Leste, do Laos e da Malásia, estando ainda previstas reuniões bilaterais e um encontro com a Comunidade Asiática de Emissões Zero (AZEC).

Nos últimos 50 anos, o Japão e a ASEAN cooperaram em prol da paz, da estabilidade, do desenvolvimento e da prosperidade na região asiática, tendo estabelecido laços comerciais. No âmbito da comemoração do 50.º aniversário destas relações, foram realizados projectos nos domínios político, económico, cultural e turístico, bem como actividades para os jovens.

12 Dez 2023

Segurança | China alerta para recolha de dados sensíveis por estrangeiros

O ministério de Segurança do Estado chinês alertou ontem que alguns serviços estrangeiros que recolhem dados geográficos estão a “transmitir dados sensíveis”, incluindo “segredos de Estado”, o que constitui uma “grave ameaça à segurança nacional”.

Segundo um artigo publicado na conta oficial do ministério na rede social Wechat, algumas “agências estrangeiras e indivíduos com segundas intenções” estão a tentar “roubar dados geográficos sensíveis” através da utilização de serviços que recolhem dados geográficos.

Estes dados são “não só um recurso estratégico”, mas também um “alvo chave para as actividades de espionagem de agências de inteligência estrangeiras”, de acordo com o ministério.

“Ao roubarem dados geográficos de alta precisão do nosso país, podem reconstruir mapas topográficos tridimensionais de áreas específicas em domínios importantes como os transportes, a energia e as Forças Armadas, fornecendo um apoio crucial para o reconhecimento, vigilância e operações militares, o que representa uma séria ameaça à nossa segurança”, afirmou o ministério.

O organismo recordou que a lei de segurança de dados da China estipula que as actividades de processamento de dados devem ser “realizadas de acordo com as disposições das leis e regulamentos” e que deve ser estabelecido e melhorado um sistema abrangente de gestão da segurança dos dados.

O ministério também recomendou que as empresas e os indivíduos “envolvidos na recolha e tratamento de dados geográficos” escolham programas de geolocalização “seguros e fiáveis”.

No Verão passado, o ministério apelou à mobilização de “toda a sociedade” para “prevenir e combater a espionagem” e anunciou uma série de medidas para “reforçar a defesa nacional” contra as “actividades dos serviços secretos estrangeiros”.

12 Dez 2023

Automóveis | Isenções fiscais 90% dos eléctricos até 2024

Mais de 90 por cento dos modelos eléctricos na China vão continuar a beneficiar de isenções fiscais, visando impulsionar as vendas, revelou ontem o ministério da Indústria e das Tecnologias da Informação chinês.

Em comunicado, o ministério afirmou que a decisão é motivada, entre outros factores, pela intenção de estabilizar o mercado automóvel, uma vez que os carros eléctricos continuam a ser mais caros do que os veículos tradicionais. “As políticas de redução e isenção de impostos para os consumidores vão ajudar a orientar as expectativas das empresas e a estabilizar e expandir o consumo de veículos eléctricos”, indicou o documento.

Em Junho passado, as autoridades chinesas anunciaram um regime de incentivos fiscais de 520 mil milhões de yuans para o sector dos veículos eléctricos, até 2027, encorajando as marcas chinesas a olharem também para os mercados externos. Ao abrigo do programa, os compradores vão ficar isentos do pagamento de impostos na compra de carros elétricos até um máximo de 30.000 yuan em 2024 e 2025, enquanto em 2026 e 2027 pagarão apenas metade do imposto total.

Pequim anunciou pela primeira vez este tipo de incentivos para os veículos eléctricos em 2014, e já os tinha prolongado em 2017, 2020 e 2022. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros eléctricos, mais do que em todos os outros países do mundo juntos.

A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas.

12 Dez 2023

Nevão leva à suspensão de transportes e aulas em Zhengzhou

A queda de neve durante a noite em grande parte do norte da China provocou ontem o encerramento de estradas e a suspensão das aulas e do transporte ferroviário. Em Zhengzhou, a capital da província de Henan, o alerta vermelho de nevão esteve em vigor até ao meio da manhã e as escolas foram encerradas. O aeroporto de Zhengzhou também esteve encerrado até ao fim da manhã de ontem.

Um total de 134 troços de estradas em 12 províncias, incluindo 95 em auto-estradas, foram encerrados no início da manhã devido à queda de neve e à formação de gelo, informou a televisão estatal CCTV. Vários comboios em duas partes da província de Shanxi foram suspensos.

Foi a primeira queda de neve significativa este ano em grande parte da China, excepto nas zonas montanhosas e no nordeste, perto da fronteira com a Sibéria. Uma fina camada de neve cobriu os telhados e os carros estacionados no centro de Pequim. As estradas estavam ao início da tarde quase todas desimpedidas e os trabalhadores varriam a neve que restava nos passeios.

Cai neve

O Grupo de Transportes Públicos de Pequim informou que 187 carreiras de autocarros foram suspensas ontem de manhã. Algumas linhas de metro acrescentaram mais comboios durante a hora de ponta, indicou a CCTV. Entre as 19:00 de domingo e as 06:00 de segunda-feira, caíram em média 5,1 milímetros de neve na capital chinesa.

As autoridades meteorológicas do país emitiram também um alerta azul para a vaga de frio, o mais baixo em quatro níveis, e ordenaram aos governos locais que tomem precauções. De acordo com a imprensa local, a queda de neve resultou ainda no cancelamento de 59 voos em Pequim durante a manhã de ontem.

A queda de neve provocou um acidente em cadeia numa autoestrada da prefeitura de Xinzhou, na província de Shanxi, que causou pelo menos um morto e seis feridos. No nordeste, na província de Heilongjiang, as temperaturas devem atingir os 30 graus negativos nos próximos dias, indicou a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

12 Dez 2023

Myanmar | Pequim saúda conversações entre militares e minorias

As autoridades chinesas mostraram-se satisfeitas com as últimas negociações realizadas entre militares e grupos étnicos minoritários na antiga Birmânia. Pequim volta a disponibilizar-se para ajudar a manter a paz na região

O Governo chinês disse ontem que foram alcançados “resultados positivos” em negociações de paz sobre o conflito entre militares do Myanmar e uma aliança de grupos étnicos minoritários no norte do país. “A China está satisfeita por ver as partes em conflito no norte do Myanmar a manter negociações para a paz e a alcançar resultados positivos”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning.

Pequim está “pronta para continuar a fornecer apoio e assistência para este fim”, acrescentou. “Acreditamos que o desanuviamento da situação no norte do Myanmar é do interesse de todas as partes no país e contribui para manter a tranquilidade e a estabilidade ao longo da fronteira entre a China e o Myanmar”, afirmou.

O Myanmar tem mais de uma dúzia de grupos étnicos minoritários armados, alguns dos quais se apoderaram de territórios nas regiões fronteiriças com a China e têm lutado contra o exército desde a independência da Grã-Bretanha, em 1948.

Conflito arrefecido

No final de Outubro, três grupos lançaram uma ofensiva conjunta no norte do Estado de Shan, capturando cidades e vias comerciais vitais na fronteira com a China. Mais de 250 civis, incluindo crianças, terão morrido desde o lançamento da ofensiva em Outubro, de acordo com relatórios das Nações Unidas, que estimam também que mais de 500.000 pessoas foram deslocadas em todo o país.

A junta tem sido abalada por ofensivas coordenadas perto das suas fronteiras com a China, Índia e Tailândia, o que, segundo os analistas, constitui a maior ameaça ao seu regime desde o golpe de Estado que a levou ao poder em 2021.

Na semana passada, de acordo com o Global New Light of Myanmar, o ministro dos Negócios Estrangeiros da junta e o vice-secretário do comité do Partido Comunista Chinês para a província de Yunnan reuniram-se em Kunming e discutiram “a paz e a estabilidade nas zonas fronteiriças”.

12 Dez 2023

Lin Huiying e a nova poesia

Texto e tradução de António Izidro

O descontentamento pelo clima político e social do país sob o domínio estrangeiro agravou-se a partir de 1915. Exigia-se, por um lado, resposta mais contundente e eficaz das autoridades governativas, enquanto circulava no seio dos intelectuais e nas universidades a necessidade de um novo conceito de cultura e novos pensamentos para a nação fragmentada. Era necessário romper as obsoletas mentes clássicas.

Em França decorria a Conferência de Paz de Versalhes de 1919 que, entre outras deliberações, propor-se-á a manutenção da ocupação japonesa em territórios chineses, não obstante os protestos, em vão, da delegação de Pequim. A notícia da derrota da diplomacia chinesa chegou à capital no dia 2 de Maio e no dia seguinte as universidades reuniram-se para tomar uma acção – a manifestação no dia 4 Maio.

Cerca de três mil estudantes concentraram-se na Praça de Tiananmen em protesto contra o regime, contra a cultura, a tradição, vistos como responsáveis pelo desastre nacional de uma nação amarrada por filosofias e conceitos obsoletos. Em pouco tempo, a manifestação estender-se-ia por quase todo o país. Empresários, operários e camponeses uniram-se em greve, seguiram-se as repressões, prisões de estudantes, que agravaram ainda mais o caos. Sem outros meios para travar o descontentamento nacional, o governo republicano caiu no dia 13 de Junho. Terminaram as repressões, os estudantes foram libertados e detidos os traidores da pátria. Uma nova indicação foi dada à delegação chinesa em Paris: “Não se assina o tratado de Versalhes.”

Um movimento estudantil a acordar a nação inteira e a provocar a queda de um governo, bem ao jeito do ditado popular da autoria de Mao Zedong que diz que para incendiar um bosque basta uma centelha. A história da China é repleta de manifestações, motins e outros fenómenos de insurreição, cujos desfechos são lições que reis, imperadores e governantes não prescindem. O movimento estudantil de 4 de Maio de 1919 alcançou os objectivos, não porém com efeitos imediatos, mas permitiu lançar o conceito de nova cultura, da limpeza semântica. A semente começou a germinar ao nível das liberdades, dos direitos da mulher na educação, nas artes, na literatura. Defendia-se o abandono da escrita clássica, dos velhos conceitos morais e filosóficos de inspiração confuciana que impediram a monarquia de sacudir o jugo estrangeiro, enfim, a criação de um novo ambiente social, cultural e político e uma nova forma de poetizar.

Foi neste clima renovado que Lin Huiying (1904-1955), escritora, a primeira mulher arquitecta chinesa, foi estudar belas-artes nos Estados Unidos da América, destacando-se como professional na restauração e conservação do património cultural chinês. Contrastando o seu reconhecido mérito em projectos, designs e trabalhos de arte, como escritora, Lin Huiying, autora de uma vasta obra literária, revela o lado lírico da sua personalidade, as emoções, e sobretudo o profundo enamoramento pelos sentimentos, pela saudade.

Em «Não desfaças» (escrito em chinês moderno) publicado na colectânea de 1936, depreende-se que há por parte da autora a conservação de uma realidade que não está mais presente, mas por ela perseguida; a interrupção, mas para ela atemporal, do afecto pelo amigo que faleceu, o sujeito passivo neste discurso directo, a quem pede para não desfazer o afecto e a amizade que uniram os dois. Afinal, tudo continua igual, a fluir, no mesmo luar, nas mesmas estrelas, no mesmo eco que soa no vale da montanha.

别丢掉

这一把过往的热情

现在流水似的

轻轻

在幽冷的山泉底

在黑夜,在松林

叹息似的渺茫

你仍要保存着那真

一样是明月

一样是隔山灯火

满天的星, 只有人不见

梦似的挂起

你向黑夜要回

那一句话 你仍得相信

山谷中留着

有那回音.

Lin Huiying

Não desfaças

Aquele afecto ardente do pretérito

que de mansinho flui como água

no remanso da fonte sob a montanha

no escuro da noite, no pinheiral,

por entre suspiros indistintos.

Conserva aquela mesma realidade tua,

na lua do mesmo luar,

na mesma intangível chama,

nas estrelas onde pendurámos sonhos,

cobrindo o céu.

Juntos não as veremos de novo.

Assomes na escuridão da noite

por creres que as mesmas palavras

se conservam naquele mesmo eco

e ressoam naquele mesmo vale,

daquela mesma montanha.

«Tu és o abril na terra» é uma tentativa de esculpir a imagem da filha recém-nascida, com elementos audíveis e visíveis da natureza, concretos e abstractos: brisa, névoa, solenidade, inocência, estrelas, flores… num cenário conjugado com a época de abril.

你是人間的四月天

我説 你是人間的四月天

笑響點亮了四面風

輕靈在春的光豔中交舞着變

你是四月早天裏的雲煙

黃昏吹着風的軟,

星子在無意中閃,

細雨點灑在花前

那輕,那娉婷, 你是

鮮妍 百花的冠冕 你戴着

你是天真,莊嚴你是夜夜的月圓

雪化後那片鵝黃, 你像

新鮮初放芽的綠

 你是, 柔嫩喜悦,水光浮動着你夢期待中白蓮

 你是一樹一樹的花開

是燕在梁間呢喃你是愛,是暖

是希望

你是人間的四月天.

Tu és o Abril na terra

Digo, tu és Abril na terra,

sorriso luminoso dos quatro ventos,

a bailarina em metamorfose,

leve no brilho da primavera.

Tu és a névoa das manhãs de abril,

a brisa suave que sopra ao crepúsculo.

As estrelas faíscam ao acaso

a chuva borrifa gotas diante das flores.

Levezinha, elegante formosura, és tu

corola de branca flor cingida à cabeça.

Tu és inocência, solenidade,

tu és a lua cheia das noites

da amarelada neve derretida.

Tu és a frescura verde dos rebentos

a tenra alegria, o lótus branco do teu sonho,

flutuando em águas luzidias.

Tu és a flor desabrochando em cada árvore

o grinfar das andorinhas por entre as vigas.

Tu és amor, és brandura, és a esperança.

Tu és o Abril na terra.

笑的是她的眼睛,口唇

和唇邊渾圓的漩渦。

艷麗如同露珠

朵朵的笑向

貝齒的閃光里躲。

那是笑 神的笑,美的笑

水的映影,風的輕歌

笑的是她惺松的鬈髮

散亂的挨著她耳朵

輕軟如同花影

痒痒的甜蜜

湧進了你的心窩

那是笑 詩的笑,畫的笑

雲的留痕,浪的柔波

Sorriso (exaltação do sorriso feminino)

São seus olhos, são seus lábios,

rodopio de remoinhos junto aos beiços

a competir com a beleza do orvalho.

No brilho de cada dente escondido

brota a flor de um sorriso,

aquele sorriso, sorriso divino, belo,

reflectido nas águas, cantado pelos ventos.

Sorriso são cachos adormecidos do seu cabelo

esparsos, aconchegados aos ouvidos,

leves como sombras floridas

prurido açucarado

invadindo os corações

É aquele sorriso, sorriso poético, pitoresco,

como vestígios de nuvens esvaídas,

como mansas ondas encristadas.

深夜裏聽到樂聲

這一定又是你的手指

輕弹着

在這深夜,稠密的悲思。

我不禁颊邊泛上了红

静聽着

這深夜里弦子的生動。

一聲聽從我心底穿過

忒凄凉

我懂得,但我怎能應和?

生命早描定她的式楊

太薄弱

是人們的美丽的想象。

除非在梦里有這麼一天

你和我

同來攀動那根希望的弦。

Escuto melodia em alta noite

Tenho a certeza: são os teus dedos

uma vez mais, dedilhando suave

nessa noite imersa em densa mágoa.

Sem me poder conter,

o rubor sobe-me pelas faces

Serenamente, escuto

as cordas vibrando noite adentro.

Os sons trespassam a minha alma,

tão desolada.

Entendi, mas como hei-de corresponder?

O destino já me entregou a sina,

tão frágil.

Como é belo imaginar

esse dia que só o sonho pode trazer

tu e eu

trepando por uma corda de esperança

12 Dez 2023

Escultura | “Etherea”, obra de Edoardo Tresoldi, para ver junto ao Wynn

O artista italiano Edoardo Tresoldi apresenta este mês, junto ao casino Wynn, na península de Macau, a obra “Etherea”, uma “instalação artística hipnotizante”, segundo um comunicado da operadora de jogo que promove a apresentação deste trabalho no território.

“Etherea”, com cerca de dez metros de altura, é considerada como uma das obras mais características do artista e escultor, tendo sido exposta, por exemplo, no festival de arte e música Coachella, nos EUA. Tresoldi fez uma readaptação da peça para que esta pudesse ser exibida junto ao Wynn, sendo esta “adornada com efeitos de luz cativantes”.

Esta peça inspira-se na “grandiosidade da arquitectura barroca e neoclássica”, sendo uma “obra-prima transparente que se envolve num diálogo cativante com a orla marítima circundante ao longo do passeio, oferecendo aos convidados uma nova perspectiva do espaço aberto”. Além disso, ao fazer uma interacção de malhas de arame transparentes, Edoardo Tresoldi “transcende os constrangimentos do espaço e do tempo, esbatendo as fronteiras entre a arte e o mundo e revelando uma síntese visual que desafia as limitações físicas”.

Em termos gerais, o trabalho artístico de Tresoldi “destaca-se por jogar com a transparência da malha de arame e outros materiais industriais para criar magníficas obras de arte que aparecem visualmente na limitação física desaparecida e transcendem a dimensão espaço-temporal para narrar um diálogo entre a arte e o mundo”.

Para a Wynn, “as suas obras de arte são uma mistura de linguagens clássicas e modernas, emergindo delas uma terceira e forte linguagem contemporânea”.

12 Dez 2023

João Canijo: Chegar à ‘shortlist’ dos Óscares com “Mal Viver” seria fantástico

A entrada do filme português “Mal Viver” na ‘shortlist’ de candidatos para a nomeação aos Óscares “seria fantástico”, disse à agência Lusa o realizador João Canijo, em Los Angeles, onde se encontra em plena campanha de promoção do filme. “Chegar à ‘shortlist’ seria óptimo. Era garantia de que haveria uma distribuição nos Estados Unidos”, afirmou o cineasta português, que já esteve em Washington no início de Dezembro numa mostra onde o filme foi exibido.

Submissão oficial de Portugal aos Óscares 2024, na categoria de Melhor Filme Internacional, “Mal Viver” está agora a ser promovido em exibições privadas junto de membros da Academia em Los Angeles. A ’shortlist’ dos 15 filmes internacionais seleccionados será anunciada no próximo dia 21 de Dezembro.

“A minha expectativa é fatalista. Será o que for. Mas claro que seria muito bom”, disse João Canijo, considerando que há um “espaço interessante” para o filme junto do público norte-americano. “Há um nicho de mercado nos Estados Unidos que serve para o meu filme. Não é o generalista, com certeza, mas há um nicho de mercado que funciona”.

Protagonizado por Anabela Moreira, Madalena Almeida, Rita Blanco e Cleia Almeida, “Mal Viver” – “Bad Living” no circuito internacional – venceu o Urso de Prata de Melhor Realização no Festival de Berlim. Foi um prémio que João Canijo considerou muito importante, já que é pelo reconhecimento internacional que o cinema português pode contornar as lacunas da sua indústria.

“Pode contornar com um Urso em Berlim, uma Palma em Cannes ou um Leão em Veneza”, disse. “Por isso é que os festivais europeus são tão importantes, porque fazem com que o filme circule pelo mundo inteiro”.

“Mal Viver” tem já garantida distribuição comercial em França, Brasil e México, com Espanha a seguir. Se chegar à ‘shortlist’ dos Óscares, terá espaço nos Estados Unidos, ampliando de forma significativa um alcance que não consegue ter só com o mercado doméstico. “Nós não temos mercado. O país é muito pequenino e não tem o poder de compra nem o nível de vida de países do mesmo tamanho em termos de população, como a Bélgica e Holanda”, frisou o cineasta.

Isso reflecte-se na pouca elasticidade dos investimentos. “Não há orçamentos em Portugal que permitam fazer um filme como os países nórdicos ou os espanhóis”, frisou, “que permitam fazer um filme com características técnicas e de produção que permita sonhar com os Óscares”.

Optimismo real

Em 2023, a dupla João Gonzalez e Bruno Caetano fez história quando a ‘curta’ de animação “Ice Merchants” foi nomeada para um Óscar. É uma categoria “mais equilibrada”, disse Canijo, algo que não acontece na ficção. “As nossas produções são muito baratas, os filmes são muito artesanais, são feitos com muito esforço e não têm os meios que têm por exemplo os filmes espanhóis”.

Mas as limitações não significam menor qualidade. “Os novos são bastante melhores que os velhos. Há melhores profissionais e os filmes são melhores”, considerou João Canijo. “Eu nesse aspecto estou bastante optimista que ‘a coisa’ tem vindo a melhorar constantemente”. Satisfeito com a receção de “Mal Viver”, o cineasta reflectiu na forma como a crueza do filme tem tocado as audiências.

“Talvez porque o filme é muito real. Tanto na história como nas atuações das actrizes”, afirmou. “E talvez essa realidade possa ser comovente ou perturbante”. “Mal Viver” é a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, “que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e rancor”, abalada pela chegada inesperada de uma neta, como se lê na sua sinopse.

A ‘shortlist’ de candidatos à nomeação de Melhor Filme Internacional será divulgada a 21 de Dezembro, com as nomeações finais marcadas para 23 de Janeiro. A 96.ª edição dos prémios da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas decorrerá a 10 de Março de 2024.

12 Dez 2023

Casa Garden | Instalação de Célia Brás chama a atenção para o ambiente

Pode ser vista a partir de hoje, na Casa Garden, a instalação “E Agora, Como Te Vês?”, da autoria de Célia Brás e organização da 10 Marias – Associação Cultural. Trata-se de uma “montagem cénica” que pretende chamar a atenção do público para um problema bastante actual: as alterações climáticas e a poluição do meio ambiente

 

Célia Brás é a autora da nova instalação que pode ser visitada, a partir de hoje, na Casa Garden, sede da Fundação Oriente (FO) em Macau. “E Agora, Como Te Vês” é um projecto promovido pela 10 Marias – Associação Cultural que descreve esta iniciativa artística como uma “montagem cénica que pretende sensibilizar [o público] para a problemática ambiental”.

A instalação, que pode ser vista até ao dia 5 de Janeiro, pretende levar o público a integrar-se gradualmente no cenário “intencionalmente criado” para esse objectivo, além de se poder contemplar “a envolvência concebida a partir dos desperdícios, resultando uns seres deformados numa beira-mar de uma qualquer praia”.

Citada por um comunicado da associação, Célia Brás referiu pretender “contribuir para sensibilizar a consciência e a preocupação sobre a crescente crise mundial resultante da poluição, bem como a importância de proteger os ecossistemas existentes no mundo, actualmente tão maltratado”.

Assim, pretende-se que os resultados desta experiência possam ser de “angústia, uma maior consciência, uma memória fotográfica, ou até uma ideia de agir proactivamente a fim de melhorar a vida no planeta terra”. A integração do público com a instalação termina com o convite para que estes deixem o seu testemunho, “participando nesta mostra através da fotografia ou de breves mensagens escritas”.

Segundo acto

Esta é a segunda exposição da autoria de Célia Brás que, em 2021, se estreou nas lides artísticas com a instalação “Como Nunca Te Viste”. Na qualidade de sócia da 10 Marias, Célia Brás colaborou e organizou várias exposições e instalações, nomeadamente: “4 Steps Into The Clouds”, “Save As”, “Estrada: Stand Point”, “4 Steps into the Clouds II”. Apresentou os seus primeiros trabalhos com vários outros artistas locais. Coadjuvou ainda a coordenação e divulgação dos concertos musicais do projecto “Mamashemade”.
Natural de Portugal, Célia Brás é formada em Engenharia Multimédia e licenciou-se em Informática, pelo ISTEC – Instituto Superior de Tecnologias Avançadas, Lisboa, em 2006. Actualmente, exerce funções de gestão e manutenção de conteúdos web, layout gráfico e paginação de variados tipos de publicações.

Segundo a 10 Marias, foi graças a este trabalho que a autora da instalação “E Agora, Como Te Vês” ganhou “sensibilidade para o meio artístico, através da concepção do design gráfico que imprimia às obras dos outros”.

A 10 Marias – Associação Cultural dedica-se às Artes Visuais, Novas Tecnologias, Artes Cénicas, Dança Contemporânea e Teatro. Assumindo-se sem fins lucrativos, é uma associação nascida em 2016 que nasceu da ideia de um grupo feminino “que pretendia dar voz às mulheres ligadas às artes, que se encontram espalhadas pelos quatro cantos do mundo e que têm em comum a língua de Camões”.

A associação “aposta na arte como criação de afectos e percepções”, apostando, com os seus espectáculos e produções, “na transmissão cultural e ao mesmo tempo dar a conhecer outras realidades, outros meios de expressão, outras mundivisões”, lê-se no mesmo comunicado.

12 Dez 2023

DICJ | Falta de inspectores deverá manter-se em 2024

A Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos poderá continuar no próximo ano com falta de pessoal, em especial para os trabalhos de inspecção nos casinos do território, apesar dos recrutamentos que são esperados a breve trecho, avançou ontem o portal GGR Asia, citando comentários governamentais ao orçamento para o próximo ano. A indicação de que as novas contratações podem não ser suficientes para cobrir o trabalho de todos os departamentos da DICJ consta do parecer da comissão que analisou o diploma.

Segundo as estimativas, a DICJ deve terminar 2024 com 60 novos empregados, após finalizada a fase de formação, prontos para trabalhar na inspecção a casinos, que se juntam a uma equipa que neste momento conta com 83 profissionais, quatro destes serão promovidos ou aposentados no próximo ano.

De acordo com o documento assinado pelos deputados que analisaram o orçamento em sede de comissão da Assembleia Legislativa, são precisos seis inspectores para cada casino, tendo em conta folgas, fins-de-semana e férias. Actualmente, um único inspector tem de escrutinar as operações de vários casinos num só turno.

É ainda destacado que a falta de mão-de-obra permanece apesar do encerramento de vários casinos-satélite e se estende ao departamento de investigação.

12 Dez 2023

Turismo | Programa “Uma Base Cultural” inclui fado no Teatro D. Pedro V

O Instituto Cultural anunciou ontem o programa “Uma Base Cultural”, composto por espectáculos e iniciativas culturais organizados em parceria com as operadoras de jogo e que decorrem em diversos pontos do território. Destaque para a realização, entre Janeiro e Fevereiro, de noites de fado no Teatro D. Pedro V, iniciativa que poderá tornar-se permanente

 

Foi ontem anunciado pelo Instituto Cultural (IC) o programa para os meses de Inverno que inclui a realização de espectáculos e diversas iniciativas artísticas em vários locais do território. Em parceria com as seis operadoras de jogo, “Uma Base Cultural” inclui, para já, um total de 25 eventos, e segundo a Lusa, o programa integra noites de fado.

Entre os dias 19 de Janeiro e 11 de Fevereiro dois fadistas portugueses, Bárbara Santos e Tiago Correia, cantam fado num projecto que pode tornar-se permanente, anunciou ontem a directora do IC. Os fadistas irão actuar no histórico Teatro D. Pedro V todas as sextas, sábados e domingo, durante quatro semanas, disse Leong Wai Man em conferência de imprensa.

Antes de se cantar o fado, os espectadores vão poder provar “vinho e petiscos portugueses”, numa combinação de música e gastronomia para criar “uma experiência completa, uma noite especial”, explicou.

Leong afirmou também que o IC vai colaborar com agências de viagens para vender aos turistas pacotes de bilhetes para estes espectáculos, que podem “mostrar que Macau é diferente das outras regiões chinesas”. A governante sublinhou que o projecto pretende “aproveitar as vantagens e singularidades de Macau”, começando pelo Teatro D. Pedro V, “um espaço patrimonial com significado histórico”, por ser o primeiro teatro de estilo ocidental na China.

Embora as noites de fado sejam “um projecto a título experimental”, cujo impacto será revisto após ter terminado, a dirigente garantiu que o objectivo é “ter actuações de marca permanentes”. Leong acrescentou que os espectáculos poderão ser alargados a outros locais e edifícios do centro histórico de Macau, considerado Património Mundial pela Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

“Este é um projecto a que damos grande importância, porque queremos construir Macau como uma base cultural entre a China e os países de língua portuguesa”, disse.

Inverno cultural

As noites de fado são um dos 25 eventos que constam do programa de Inverno “Uma Base Cultural”, agora apresentado pelo IC, em colaboração com as seis concessionárias de casinos.

O programa inclui um concerto de passagem de Ano Novo, que irá terminar com a actuação da cantora e compositora franco-brasileira Lia Sophia, a partir das 22h de 31 de Dezembro, na praça do Lago Sai Van.

Na mesma noite, as Casas Museu da Taipa vão acolher gastronomia, música e dança, tendo “como mote a integração de várias culturas,”, disse Leong Wai Man, que destacou o envolvimento das comunidades com raízes na Austrália, Filipinas, Indonésia, Myanmar (antiga Birmânia) e Vietname.

Outro dos destaques, é o pianista japonês Makoto Ozone, de 62 anos, descrito pelo IC como “uma lenda do jazz” e nomeado em 2002 para um Prémio Grammy na categoria “Best Classical Crossover Album” (‘Melhor Álbum Clássico Transversal’). Leong Wai Man sublinhou que o concerto de Makoto Ozone com a Orquestra de Macau irá situar-se precisamente nesse cruzamento de sons, que “reúne jazz e música clássica”.

12 Dez 2023

Saúde | Song Pek Kei quer desfibrilhadores em zonas de lazer

A deputada Song Pek Kei considera que a capacidade de cobertura da rede de desfibrilhadores automáticos externos (DAE) espalhada pela cidade não é suficiente. Numa interpelação escrita divulgada ontem, a legisladora ligada à comunidade de Fujian pediu a disponibilização destes aparelhos de reanimação cardíaca nos resorts integrados de Macau e na Torre de Macau, por entender que este locais têm actividades que aumentam os riscos de paragem cardiovascular.

A interpelação de Song Pek Kei foi divulgada uma semana depois da morte de um turista japonês que morreu após ter feito bungee jumping da Torre de Macau. O homem chegou sem sinais vitais ao hospital com as tentativas de reanimação a revelarem-se infrutíferas.

Além desta ocorrência, Song Pek Kei deu como exemplo o caso do agente da Unidade Especial do Corpo de Polícia de Segurança Pública que morreu depois de fazer exercício físico no mês de Julho. Nos dois incidentes, é apontado que as vítimas não receberam primeiros socorros em tempo útil.

A deputada recordou que o Governo revelou ter como objectivo atingir o rácio de 100 DAE para cada 100 mil habitantes nos próximos 5 a 10 anos. Além disso, apontou que, apesar da instalação de 76 DAE em várias zonas da cidade, só pessoas certificadas podem usar os aparelhos, tornando o socorro ineficaz. Como tal, Song Pek Kei sugere também a aposta na formação em primeiros socorros e informação sobre os sítios onde os DAE estão disponíveis.

12 Dez 2023

Média | Jornalistas vão a Pequim estudar pensamento de Xi

Um grupo de 20 jornalistas de Macau vão a Pequim participar num curso de formação dirigido à comunicação social sobre o estado da nação, que será ministrado na Universidade Renmin da China.

Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o secretário-geral da Associação dos Trabalhadores da Comunicação Social de Macau, Chui Chi Tou, apontou que o objectivo do curso é dar aos formandos conhecimentos sobre a situação do país e o desenvolvimento nacional.

O conteúdo do curso inclui o estudo do espírito do 20.º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês, o pensamento de Xi Jinping sobre o papel da cultura, relações internacionais, o grande rejuvenescimento e a acção chinesa. Os jornalistas locais também vão visitar o Museu do Partido Comunista Chinês e instalações de meios de comunicação estatais.

12 Dez 2023

Faixa de Gaza | Qatar promete continuar a tentar um cessar-fogo

O Qatar garantiu ontem que prossegue os esforços de mediação para obter um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas, mas alertou que os incessantes bombardeamentos israelitas reduzem as possibilidades de um resultado positivo.

“Os nossos esforços, (…) em conjunto com os nossos parceiros, continuam. Não vamos desistir”, afirmou o primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, no Fórum de Doha. Reconheceu, no entanto, que “a continuação dos bombardeamentos está a reduzir essas possibilidades”, segundo a agência francesa AFP.

O Qatar desempenhou um papel fundamental nas negociações de uma trégua de sete dias no final de Novembro, durante a qual dezenas de reféns israelitas foram trocados por prisioneiros palestinianos, até ao recomeço dos combates em 01 de Dezembro.

Os Estados Unidos, principal aliado de Israel nesta guerra, vetaram na sexta-feira uma resolução que apelava para um cessar-fogo. “Estamos determinados a libertar os reféns, mas também estamos determinados a parar a guerra”, afirmou o primeiro-ministro do Qatar. Mas “não vemos a mesma vontade de ambos os lados” e “os bombardeamentos contínuos reduzem as nossas possibilidades”, admitiu.

11 Dez 2023

Ilhas Spratly | Navio filipino e embarcação chinesa colidem

As disputas territoriais continuam a agitar as águas das ilhas Spratly. Autoridades filipinas e chinesas acusam-se mutuamente de ter provocado a colisão entre as duas embarcações

 

Um navio filipino em missão de reabastecimento foi ontem abalroado por um navio da guarda costeira chinesa, disseram as autoridades filipinas, enquanto a China acusou o navio de “colidir deliberadamente” com a embarcação chinesa.

Um navio chinês também “disparou um canhão de água” contra três navios filipinos envolvidos na missão de reabastecimento, causando “graves danos no motor” de uma das embarcações, disse o porta-voz da Guarda Costeira para o mar das Filipinas Ocidental Jay Tarriela, numa mensagem divulgada na rede social X (antigo Twitter).

Já a guarda costeira chinesa, indicou que quatro navios filipinos “entraram ilegalmente” nas águas das ilhas Spratly, reivindicadas pela China, de acordo com um comunicado. Um navio filipino “não deu atenção aos múltiplos e severos avisos (…) e mudou subitamente de direcção de forma pouco profissional e perigosa, colidindo deliberadamente com o navio da guarda costeira 21556” chinesa, acrescentou a mesma nota das autoridades chinesas.

Com história

O incidente perto de Second Thomas, um atol nas ilhas Spratly, ocorre um dia depois de outro confronto entre guardas costeiros chineses que “obstruíram com canhões de água” três barcos do governo filipino que estavam a abastecer pescadores filipinos perto de Scarborough Shoal, um recife controlado por Pequim ao largo da ilha filipina de Luzon.

Manila e Pequim têm uma longa história de disputas marítimas no mar do Sul da China, por onde passam anualmente milhares de milhões de dólares em mercadorias.

As Filipinas, o Brunei, a Malásia, Taiwan e o Vietname também reivindicam vários recifes e ilhotas naquele mar, algumas das quais podem conter ricas reservas de petróleo.

11 Dez 2023

Corrupção | Anunciado reforço de “supervisão disciplinar” para 2024 na China

A liderança chinesa previu sexta-feira mais “inspeções e supervisões disciplinares”, em 2024, e defendeu as punições contra altos quadros ao longo deste ano, ao abrigo da mais persistente campanha anti-corrupção na História da China comunista.

“Este ano, promovemos a construção de um Partido Comunista e governo limpos, lutámos contra a corrupção e continuámos a promover e a melhorar o nosso rigoroso sistema de governação”, afirmou sexta-feira o Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC), no final de uma reunião presidida pelo secretário-geral e líder do país, Xi Jinping, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

O PCC afirmou ter “forjado um exército de ferro de inspecção e supervisão disciplinar” que alcançou “novos avanços e novos resultados” em 2023. “As agências de inspecção e supervisão disciplinar devem continuar a aprofundar a disciplina e a luta contra a corrupção”, apontou, num comunicado difundido pela Xinhua. “É necessário reforçar a supervisão política” e “defender eficazmente a unidade do PCC”, acrescentou.

O regime comunista salientou que é preciso uma “rectificação especial” para “resolver problemas de corrupção industrial, sistémica e regional relativamente importantes” e “investigar e resolver a ‘corrupção das moscas e das formigas’ que rodeia o povo”.

A agência máxima anti-corrupção da China já alertou esta semana para o facto de ter detectado “novas vias” para receber subornos e presentes dispendiosos, apesar da intensa luta das autoridades para erradicar a corrupção.

“Trata-se de erradicar resolutamente as condições que geram a corrupção, o que exige uma supervisão suave, conjunta e eficaz, bem como uma equipa de inspecção profissional com um profundo espírito revolucionário”, concluiu a reunião.

Após ascender ao poder, em 2012, Xi Jinping lançou a mais ampla e persistente campanha anticorrupção desde a fundação da República Popular da China, em 1949. Milhares de altos funcionários chineses foram condenados por aceitarem subornos no valor de milhões.

11 Dez 2023

Israel | China decepcionada com veto americano a cessar-fogo

A China expressou sábado “profunda decepção” com o veto dos EUA a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo imediato em Gaza, apresentada pelos Emirados Árabes Unidos e patrocinada por 97 países membros. A proposta “reflecte o apelo universal da comunidade internacional e representa a direcção certa para o restabelecimento da paz”, afirmou o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, citado pela televisão estatal CGTN.

“A China apoia totalmente esta iniciativa e juntou-se à pressão para a elaboração deste projecto de resolução”, acrescentou Zhang, que acusou Washington de empregar “dois pesos e duas medidas” ao falar da protecção das mulheres, das crianças e dos direitos humanos, enquanto “consente” na continuação do conflito. Zhang apelou ainda a Israel para que ponha fim à “punição colectiva do povo de Gaza”.

Esta é a segunda vez, desde o início da guerra em Gaza, que os EUA vetam uma resolução no mesmo sentido – fizeram-no a 18 de Outubro – alinhando assim com Israel, que argumenta que um cessar-fogo deste tipo ajudaria o Hamas a rearmar-se e a manter em cativeiro os 138 reféns na Faixa de Gaza.

A 18 de Outubro, os EUA vetaram também, sozinhos, uma resolução de cessar-fogo semelhante apresentada pelo Brasil, argumentando que não mencionava o direito de auto-defesa de Israel.

Esta última votação foi realizada a pedido do próprio secretário-geral da ONU, António Guterres, que na semana passada recorreu a um mecanismo excepcional da carta fundadora do organismo, o artigo 99, que lhe dá poderes para solicitar a intervenção do Conselho de Segurança em casos de ameaças graves à paz e à segurança no mundo.

11 Dez 2023

Vistos chineses | Preços diminuem 25 por cento

As embaixadas e consulados chineses vão reduzir o custo para processamento de vistos em 25 por cento, até ao final de 2024, numa altura em que a China tenta atrair turistas estrangeiros, após ter encerrado as fronteiras durante três anos. A medida visa “promover o intercâmbio transfronteiriço de pessoal”, lê-se num comunicado publicado na conta dos Assuntos Consulares da China, na rede social WeChat.

No mês passado, a China anunciou que os cidadãos de cinco países da União Europeia – Alemanha, Espanha, França, Itália e Países Baixos – vão passar a ter isenção de visto para estadias de até 15 dias no país. Esta medida temporária vigora entre 1 de Dezembro de 2023 e 30 de Novembro de 2024. A decisão surge quase um ano após a China ter abdicado da política de ‘zero casos’ de covid-19.

Ao abrigo daquela estratégia, o país manteve as fronteiras praticamente encerradas durante quase três anos: quem chegava do exterior tinha que cumprir um período de quarentena de até 21 dias, em hotéis designados pelo governo, enquanto o número de ligações aéreas ao país foi reduzido a 2 por cento, face ao período anterior à pandemia.

A China tomou outras medidas este ano para impulsionar o número de visitas ao país. As carteiras digitais WeChat Pay e Alipay anunciaram, em Julho passado, que os seus sistemas de pagamento estão disponíveis para utilizadores estrangeiros que visitam o país e que, por vezes, têm dificuldade em realizar pagamentos e usar determinados serviços.

11 Dez 2023

Relatório | “Uma Faixa, Uma Rota” alivia a fome em vários países

Após uma década de cooperação agrícola no âmbito da Iniciativa do “Uma Faixa, Uma Rota”, a China ajudou a aumentar a produção agrícola em muitos países parceiros e a aliviar a fome entre as populações locais, segundo um relatório divulgado na quinta-feira pela Fundação Chinesa para o Desenvolvimento dos Direitos Humanos e a Pesquisa da Nova China (NCR), think tank da Xinhua.

O relatório, intitulado “Por um mundo melhor – analisando a última década de busca conjunta da Iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ a partir de uma perspectiva de direitos humanos”, aponta que a fome tem sido um dos problemas mais graves enfrentados pelo mundo, e a cooperação agrícola é uma das áreas críticas da construção cooperativa da iniciativa.

O relatório refere que a China assinou mais de 100 documentos de cooperação agrícola e pesqueira com cerca de 90 países parceiros e organizações internacionais, e estabeleceu mecanismos regionais de cooperação agrícola, como o mecanismo de cooperação “10+10” para instituições de investigação agrícola sino-africana, promovendo activamente a cooperação regional em segurança alimentar.

Em 2021, a China enviou mais de 2 mil especialistas e técnicos agrícolas para mais de 70 países e regiões, promoveu e demonstrou mais de 1.500 tecnologias agrícolas em muitos países e ajudou os projectos a aumentar a produção em 40 por cento a 70 por cento em média, diz o relatório.

11 Dez 2023

Economia chinesa | Recuperação deverá acentuar-se em 2024

A reunião do Partido Comunista da China, presidida por Xi Jinping, deixou indicações optimistas para 2024. A consolidação da recuperação económica, após três anos de pandemia, deverá passar pela execução de políticas monetárias prudentes e pela expansão do consumo interno

 

A China vai procurar “estimular a procura interna e consolidar a recuperação económica em 2024”, concluiu sexta-feira a cúpula do Partido Comunista da China (PCC), numa reunião presidida pelo líder do país, Xi Jinping. O Comité Permanente do Politburo, o mais alto órgão de decisão do PCC, garantiu que o país vai continuar com “uma política monetária prudente e uma política fiscal pró-activa” no próximo ano, de acordo com os órgãos estatais.

“A China vai ganhar vitalidade económica, prevenir e resolver os riscos, melhorar as perspectivas sociais, consolidar e reforçar a recuperação económica e continuar a promover a melhoria efectiva da qualidade e do crescimento da economia”, apontou a cúpula do poder chinês, num comunicado difundido pela agência noticiosa oficial Xinhua. O PCC estipulou que são necessários “esforços” para “expandir a procura interna” e promover o consumo e o investimento.

“Este é o ano da recuperação após três anos de prevenção e controlo contra a covid-19. Resistimos às pressões externas e ultrapassámos as dificuldades internas. Agora é tempo de expandir a procura interna, optimizar a estrutura económica, reforçar a confiança e prevenir e desativar os riscos”, lê-se no texto.

A mesma nota assegurou que a economia do país regista “progressos sólidos” com “bases para um desenvolvimento seguro”. “Temos de continuar a dar um forte impulso ao desenvolvimento de alta qualidade. É necessário alargar a abertura de alto nível ao mundo exterior e consolidar os fundamentos do comércio externo e do investimento estrangeiro”, defendeu o PCC.

Previsões e notações

Nos últimos meses, Pequim tentou estimular a fraca recuperação económica pós-pandemia, face à crise imobiliária, riscos da dívida das administrações locais, fraco crescimento global e tensões geopolíticas.

A agência de notação financeira Moody’s afirmou esta semana que vê “cada vez mais indícios” de que Pequim vai prestar “apoio financeiro” aos governos locais e regionais que enfrentam problemas de liquidez, o que “colocará em risco a força fiscal, económica e institucional da China”, com perigos também num possível abrandamento “estrutural e persistente” do crescimento. A indicação da Moody’s já mereceu a contestação das autoridades chinesas (ver página 2).

No entanto, a empresa manteve a notação A1 para a dívida chinesa, considerando que Pequim dispõe de recursos financeiros e institucionais suficientes para “gerir esta transição de forma ordenada”, e que a grande dimensão da sua economia é também uma protecção contra a absorção destes riscos.

A economia chinesa vai crescer 5,4 por cento este ano, mas abrandará para 4,6 por cento em 2024, devido à “fraqueza contínua” do mercado imobiliário e à “fraca” procura externa, previu em Novembro o Fundo Monetário Internacional (FMI).

11 Dez 2023

Concerto | “A Paixão do Buda”, de Tan Dun, no MGM em Janeiro

O compositor Tan Dun, autor de diversas bandas sonoras de filmes chineses e criador do espectáculo “Buddha Passion” [A Paixão do Buda] traz ao MGM Theatre a sua criação musical nos dias 1 e 2 de Janeiro. O concerto que conta a história dos murais da cidade chinesa de Dunhuang, na província de Gansu, conta com a presença da Orquestra Sinfónica e o Coro da Sala de Concertos de Lanzhou

 

Nos dias 1 e 2 de Janeiro será possível ver e ouvir, no MGM Theatre, o espectáculo criado por um dos mais aclamados nomes da música e composição chinesas da actualidade. Trata-se de “Buddha Passion” [A Paixão do Buda], criado por Tan Dun, em homenagem aos trabalhos murais dispostos nas Grutas de Mogao, na cidade chinesa de Dunhuang, na província de Gansu.

Em digressão desde 2018, “A Paixão do Buda” apresenta-se pela primeira vez em Macau, sendo composto, segundo um comunicado da MGM, por “um extraordinário alinhamento musical”, uma vez que Tan Dun irá dirigir em palco a Orquestra Sinfónica e o Coro da Sala de Concertos de Lanzhou.

O espectáculo revela pedaços da cultura musical da histórica cidade chinesa de Dunhuang, contando com diversas colaborações de intérpretes da música tradicional deste lugar e vocalistas internacionais, como é o caso do cantor tibetano Zeren Yangjin; Hasibagen, cantor e antigo intérprete de Xiqin, de Dunhuang; o dançarino de “Fantan Pipa” de Dunhuang, Chen Yining; a soprano Candice Chung, a mezzo-soprano Liu Niru, o tenor Henry Ngan e ainda o baixista Yang Yi.

A música de “A Paixão do Buda” será complementada pelas imagens exibidas num ecrã LED de 28 milhões de pixels disponível na sala do MGM Theatre, criando-se “uma fusão imersiva de música e tecnologia”. Estes são os ingredientes escolhidos para celebrar os 75 anos da fundação da República Popular da China e os 25 anos da transição da administração portuguesa de Macau para a China, aponta a operadora de jogo.

Palavra de compositor

Citado pelo mesmo comunicado, Tan Dun descreveu que, ao criar o “Buddha Passion”, pretendeu “trazer os murais de Dunhuang para o palco mundial através da música”, esperando “animar o espírito cultural, artístico e filosófico da antiga Dunhuang”. “Através da fusão harmoniosa de elementos auditivos e visuais, criaremos de forma inovadora uma atmosfera imersiva que transmite ao público de Macau o espírito compassivo e bondoso da cultura de Dunhuang”, disse ainda.

“A Paixão do Buda” tem sido aclamado em todo o mundo desde a sua estreia, sendo que Tan Dun esteve mais de seis anos a compor e a criar todo o espectáculo. O concerto acontece em seis actos, nomeadamente “Árvore Bodhi”, “O Cervo das Nove Cores”, “Mil Braços e Mil Olhos”, “Jardim Zen”, “Sutra do Coração” e “Nirvana”.

Neste concerto, fundem-se “elementos da música chinesa e ocidental” juntamente com “vozes em língua chinesa para narrar as histórias filosóficas orientais retratadas nos murais [de Dunhuang]”. Este espectáculo mostra ainda ao mundo “os valores culturais e filosóficos de igualdade, dedicação e filantropia inerentes à cultura chinesa de Dunhuang”, descreve-se na mesma nota.

Os murais de Dunhuang encontram-se nas Grutas de Mogao, que formam um conjunto de 735 grutas com mais de 45 mil metros quadrados de pinturas murais. Trata-se do maior acervo de arte budista do mundo, combinando a arte com a escultura e a arquitectura.

Tan Dun é ainda autor de bandas sonoras de filmes como “O Tigre e o Dragão”, pela qual ganhou o Óscar de Melhor Banda Sonora, e “Herói”, além de ter composto a música de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. O compositor chinês é referenciado pelo jornal norte-americano New York Times como um dos dez músicos do género “World Music” mais importantes do mundo, além de ser tido como um dos dez chineses mais influentes no mundo por parte dez meios de comunicação social chineses.

11 Dez 2023

Droga | Três detidos por suspeita de tráfico de 6Kg de cocaína

Três pessoas foram detidas por alegado envolvimento num caso de tráfico de droga em que as autoridades de Macau e Hong Kong apreenderam 16 garrafas de vinho contendo cocaína líquida, com um peso total de 6 quilogramas. Segundo a estimativa das autoridades policiais, a droga terá um valor aproximado de 26,4 milhões de patacas.

A Polícia Judiciária (PJ) indicou na quinta-feira que em Macau foram detidos um homem, de 28 anos, e uma mulher, de 27 anos, num hotel do Cotai, ambos residentes de Taiwan. O outro suspeito, um cidadão da Malásia de 23 anos, foi detido pela polícia de Hong Kong em Tsuen Wan

Segundo a PJ, os dois suspeitos afirmaram ser desempregados e ter recebido a promessa de pagamento de cerca de 51 mil patacas se transportassem vinho para Macau, território onde nunca tinham estado. Porém, não adiantaram mais informações às autoridades.

Também na quinta-feira, a PJ revelou outro caso de tráfico de cocaína que envolveu um estrangeiro que voou para Macau a partir de Kuala Lumpur, na Malásia. No interior do corpo transportava 45 embalagens de cocaína com um peso total de um quilograma.

11 Dez 2023