China e Vietname reforçam relações com “comunidade de futuro comum”

O Vietname e a China acordaram construir em conjunto “uma comunidade com um futuro comum que tem significado estratégico” durante a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a Hanói. Xi fez o anúncio durante o seu encontro com o primeiro-ministro vietnamita, Pham Minh Chinh, segundo a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

O líder chinês, que nos últimos dias já tinha anunciado a sua intenção de elevar as relações com o Vietname para um novo nível, garantiu que este passo trará benefícios para os dois países e contribuirá para “a paz, a estabilidade e o desenvolvimento na região e no mundo”.

Nenhum dirigente deu pormenores sobre o que implica a “comunidade de destino comum” e em que se distingue da Parceria Estratégica Global com a China, que tem 15 anos e é a mais alta designação oficial utilizada pelo Vietname para uma relação diplomática.

Mas a noção lançada por Xi é vista como uma solução alternativa à arquitectura de segurança erguida pelo Ocidente depois de a Segunda Guerra Mundial. Pequim acusa a doutrina ocidental de estimular o confronto entre blocos e minar a estabilidade em diferentes partes do mundo.

Hanói elevou também, nos últimos meses, os laços com os Estados Unidos, Coreia do Sul, Índia e Japão a “parceiros estratégicos abrangentes”, numa altura em que estes países tentam conter as ambições regionais da China, incluindo as suas reivindicações territoriais no Mar do Sul da China.

Vietname e China mantêm laços fortes, mas também têm pontos de divergência significativos, principalmente no que se refere àquelas reivindicações territoriais.

Conversas e assinaturas

O Presidente chinês, que encerrou ontem a sua viagem ao Vietname com um encontro com um grupo de jovens académicos chineses e vietnamitas, reuniu também com o presidente da Assembleia Nacional vietnamita, Vuong Dinh Hue, depois de ter demonstrado que mantém boas relações com o líder máximo do Vietname, Nguyen Phu Trong, secretário-geral do Partido Comunista.

O primeiro dia terminou com a assinatura, na noite de terça-feira, de 36 acordos de cooperação em domínios como a segurança, a modernização dos caminhos-de-ferro e as telecomunicações, e com os dois líderes a enaltecerem as relações entre as duas nações.

Os dois países, que partilham uma fronteira de quase 1.300 quilómetros, comprometeram-se a reforçar a sua cooperação em matéria de defesa, com um memorando para a realização de patrulhas conjuntas no Golfo de Tonkin, em águas próximas dos dois arquipélagos cuja soberania Pequim e Hanói disputam: as Spratlys e as Paracels.

No seu discurso, Trong abordou este ponto de fricção entre as duas nações e apelou a que os dois países resolvam os seus diferendos de forma pacífica e em conformidade com o Direito internacional. A China e o Vietname mantêm fortes laços económicos, com um comércio avaliado em 175,6 mil milhões de dólares em 2022.

14 Dez 2023

IA | Julgamento sobre utilização não autorizada de conteúdo gerado

A utilização, com recurso à inteligência artificial, da voz de uma artista em audiolivros, sem que esta tenha dado autorização para tal, está a ser julgada após a artista vocal de apelido Yin ter apresentado queixa contra cinco empresas intervenientes no processo

 

Um tribunal chinês iniciou esta semana um julgamento para decidir se a imitação da voz de uma pessoa com recurso à inteligência artificial (IA) pode ser considerada a sua voz original, determinando direitos de propriedade sobre conteúdo.

A queixosa é uma artista vocal de apelido Yin, que descobriu, em Maio passado, que a sua voz estava a ser utilizada em muitos audiolivros que circulavam na Internet sem que ela tivesse assinado um contrato ou dado autorização para tal, informou o jornal oficial em língua inglesa China Daily.

Uma investigação apurou que os infractores utilizaram uma aplicação de inteligência artificial para reproduzir a sua voz e vender os direitos sobre o conteúdo a várias plataformas, arrecadando lucros.

Yin processou cinco empresas, incluindo o operador da aplicação, o fornecedor do programa de IA e uma empresa que tinha gravado a sua voz, alegando que a sua conduta e práticas violaram os direitos de propriedade sobre a sua própria voz.

“Nunca autorizei ninguém a fazer negócios com a minha voz gravada, muito menos a processá-la com a ajuda de inteligência artificial, ou a vender o conteúdo gerado” através destes programas, disse Yin, em tribunal. A queixosa pediu à Justiça que ordene os arguidos a “pararem imediatamente” com a infração e imponha uma indemnização de 600.000 yuan.

“Eu vivo da minha voz. Os audiolivros que utilizam a minha voz processada com inteligência artificial afectaram o meu trabalho e a minha vida normal”, afirmou. Os arguidos argumentaram que a voz processada por IA não é a mesma que a voz original de Yin e que as duas deviam ser distinguidas.

Inteligência educada

Citado pelo China Daily, Liu Bin, um advogado de Pequim, disse que os profissionais do Direito estão a “explorar melhores formas de resolver” os litígios relacionados com a IA. “A prática jurídica vai ajudar-nos a encontrar um equilíbrio entre os avanços tecnológicos e a protecção dos direitos”, afirmou.

A China aprovou em Julho um regulamento provisório para regular os serviços de inteligência artificial generativa semelhantes ao ChatGPT, que estarão sujeitos aos “regulamentos existentes sobre segurança da informação, protecção de dados pessoais, propriedade intelectual e progresso científico e tecnológico”.

Estes programas terão também de respeitar os “valores socialistas fundamentais”, a “moral social e a ética profissional” e serão proibidos de “gerar conteúdos que ameacem a segurança nacional, a unidade territorial, a estabilidade social ou os direitos e interesses legítimos de terceiros”.

Vários gigantes tecnológicos chineses, como o Baidu, o Tencent e o Alibaba, introduziram serviços baseados na inteligência artificial nos últimos meses.

14 Dez 2023

MAM acolhe exposição sobre budismo tibetano

Será inaugurada este sábado a exposição “Eminência Dourada: Tesouros do Museu do Palácio e do Mosteiro de Tashi Lhunpo”, que pode ser vista no Museu de Arte de Macau (MAM) até ao dia 17 de Março do próximo ano. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), trata-se de uma mostra organizada pelo MAM em parceria com o Museu do Palácio, a Agência do Património Cultural da Região Autónoma do Tibete e o Mosteiro de Tashi Lhunpo, incluindo outros apoios.

A apresentação conta com 137 peças de tesouros das colecções do Museu do Palácio e do Mosteiro de Tashi Lhunpo, sendo esta a “primeira exposição realizada fora do interior da China dedicada aos Panchen Lamas e à arte budista da corte imperial”.

Segundo o IC, o budismo tibetano tem uma longa história e um papel importante na história chinesa desde o século XVII, sendo que o Mosteiro de Tashi Lhunpo, o templo representativo da linhagem Gelug do budismo tibetano é a sede tradicional dos Panchen Lamas, e também um centro da arte e da cultura da região do Tibete interior.

Durante a dinastia Qing, estabeleceu-se uma estreita relação política entre os Panchen Lamas e a corte imperial, realizando-se frequentes trocas de ofertas entre as duas partes. Como resultado dessa ligação, o budismo tibetano foi gradualmente difundido e promovido na corte da dinastia Qing. Entre as relíquias do budismo tibetano guardadas no Museu do Palácio, permanecem objectos produzidos pelas Oficinas Imperiais Qing, assim como “oferendas de incalculável valor” originárias das regiões tibetanas e mongóis.

Música e palestras

A mostra patente no MAM é composta por três secções, nomeadamente “Do Mosteiro de Tashi Lhunpo ao Museu do Palácio”, “Arte do Mosteiro de Tashi Lhunpo” e “Tesouros do Sexto Panchen Lama”. O público poderá conhecer de perto “a interacção entre o Tibete e os Qing a nível de arte e técnica, bem como as contribuições dos sucessivos Panchen Lamas na unificação e na consolidação de um país multiétnico”.

Além da mostra propriamente dita, serão realizadas actividades adicionais, nomeadamente o concerto “Música no Museu de Arte de Macau”, que se realiza no domingo pelas 15h30, bem como o “Momento Musical com Taças Tibetanas” que se organiza também domingo, às 17h30, e no dia 30 de Dezembro à mesma hora.

“Falar com o Coração: Oficina de Taças Tibetanas” é outra das actividades promovida pelo IC que se realiza domingo pelas 19h e depois novamente no dia 30 à mesma hora. Neste evento, o público “poderá experimentar a cultura tibetana e a paz interior através do som das taças tibetanas”.

14 Dez 2023

Centro Kun Iam | Cristina Leiria dá palestra este sábado

Decorre este sábado, às 15h, no auditório do Museu de Arte de Macau (MAM) a palestra “Silêncio e Bem-Estar – O Projecto do Centro Ecuménico de Macau”, proferida pela escultora portuguesa Cristina Rocha Leiria. Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), a escultora “irá partilhar com o público uma explicação técnica sobre o processo de fundição da estátua de Kun Iam e apresentação sobre a concepção criativa que serviu de base para o desenho do Centro Ecuménico Kun Iam”.

O plano do Centro Ecuménico Kun Iam teve início em 1997. A obra foi inaugurada em 21 de Março de 1999. Composta por uma grande estátua de bronze da Deusa Kun Iam e uma base em forma de flor de lótus, a escultura tem 32 metros de altura e logo após a sua inauguração, recebeu o apoio da UNESCO, que elogiou o Centro como um símbolo que promove o respeito e a compreensão mútua entre diferentes povos e civilizações.

Cristina Rocha Leiria concebeu a estátua de Kun Iam e o Centro Ecuménico Kun Iam com base no conceito de “silêncio e bem-estar”, a fim de “proporcionar um espaço tranquilo e repousante para o público, num contexto urbano que se encontra em constante movimento”.

O IC descreve ainda que o rosto da estátua de Kun Iam “foi meticulosamente esculpido”, procurando “transmitir uma mensagem de universalidade e de coexistência pacífica entre todos os povos”.

Uma vez que o Centro Ecuménico Kun Iam celebra 25 anos de existência, a escultora foi convidada para proferir esta palestra, a fim de o público poder “recordar e redescobrir uma vez mais a concepção criativa que está por detrás desta obra inspirada na Deusa Kun Iam”, além de poderem “conhecer melhor a filosofia de uma vida pacífica e pura, que está implícita no conceito deste espaço”.

A sessão decorre em inglês, contando com interpretação simultânea em cantonense. As inscrições podem ser feitas no sistema da Conta Única de Macau.

14 Dez 2023

FRC | Exposição de Fortes Pakeong Sequeira apresentada hoje

“Moltirange: Quem é Solace?” é o nome da nova exposição do conhecido artista de Macau Fortes Pakeong Sequeira, e pode ser vista a partir de hoje na galeria da Fundação Rui Cunha. A mostra conta com um total de 30 obras com curadoria de Heidi Ng, com destaque para a presença da personagem fictícia “Solace”

 

É hoje apresentada, na Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 18h30, a exposição “Moltirange: Who is Solace?”, com novos trabalhos do conhecido artista local Fortes Pakeong Sequeira. Segundo um comunicado, trata-se de 30 obras, que vão desde a pintura a instalações de arte digital, com curadoria de Heidi Ng.

Esta iniciativa é co-organizada pela FRC e pela Fortes Solo Workshop Lda, tendo ainda o apoio da Associação Comercial da Indústria da Propriedade Intelectual de Macau e da Associação Promotora de Grandes Eventos Internacionais de Macau. A mostra divulga “os trabalhos mais recentes de Fortes Sequeira, que se debruçam sobre o crescimento pessoal, a transformação e a exploração do desconhecido e da incerteza.

Fortes Pakeong Sequeira utiliza a personagem fictícia “Solace” como “um modelo para revelar o seu mundo interior”, revela a curadora sobre este universo da animação e do imaginário infantil de Pakeong, que funciona como um alter-ego artístico.

“Na exposição, Fortes Sequeira apresenta a sua arte num estilo inovador. Sequeira utiliza ilustrações que contam histórias e integra elementos em espelho para manifestar as suas reflexões sobre o crescimento pessoal, proporcionando aos espectadores a oportunidade de se comoverem com as suas peças inspiradoras e impactantes”, acrescentou a curadora.

Com esta exposição, pretende-se “inspirar todos a enfrentarem corajosamente o desconhecido e a descobrirem a sua resiliência interior, seja perante a adversidade ou na busca das suas aspirações”.

Arte multifacetada

Heidi Ng destaca ainda, segundo o mesmo comunicado da FRC, que Fortes Pakeong Sequeira é “um artista multifacetado, que se destaca na composição musical e tem um estilo visual único na pintura”.

“As suas obras exalam o ritmo e a melodia da música heavy metal, o que cativa o seu público. Nos últimos anos, revitalizou o espaço artístico ‘A Porta da Arte’ em Macau, proporcionando um refúgio para quem procura um momento de tranquilidade. O espaço é um lugar humano, onde os visitantes podem saborear um café enquanto apreciam cada pormenor da casa histórica. É aí que Sequeira estabelece conversas profundas com o seu público, inspirando a sua contemplação artística”, apontou ainda.

Fortes Pakeong Sequeira estreou-se no mundo das artes em 2005, quando realizou, no Armazém do Boi, a primeira exposição individual, intitulada “Louco! Louco! Louco!”. Em 2008, passou a trabalhar como artista a tempo inteiro, dedicando-se também ao mundo da música com a banda “Blademark”. Em 2015, o artista lançou a sua biografia em livro com o nome “Experienciar. Fortes” que inclui também uma colecção das obras mais importantes da sua carreira. A exposição “Moltirange: Who is Solace” vai estar patente na FRC até ao dia 6 de Janeiro.

14 Dez 2023

Pensões ilegais | Fechados 85 espaços até Novembro

Desde o início do ano, até 12 de Novembro, as autoridades desmantelaram 85 pensões ilegais que funcionavam em apartamentos privados. A informação foi revelada pela directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, em resposta a uma interpelação do deputado Ma Io Fong.

Ao longo do ano, a DST participou em 107 operações interdepartamentais e inspeccionou 213 fracções suspeitas de hospedar clientes ilegalmente. Em relação à hotelaria normal, Helena de Senna Fernandes indicou que a DST recebeu pedidos para início de operação de dois hotéis de três estrelas e inferiores e de quatro alojamentos de baixo custo, com capacidade para oferecerem 348 quartos.

Comparando com 2019, a taxa de ocupação em hotéis de duas estrelas e em alojamentos de baixo custo até Setembro deste ano foi de 84,1 por cento e 73,7 por cento, apresentando um aumento de 10,2 pontos percentuais e 9,4 pontos percentuais, respectivamente. A directora da DST considera que os dados mostram que existe no mercado procura por este tipo de acomodação.

14 Dez 2023

Investigação | Macau e Lisboa negoceiam financiamento

O Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT) de Macau anunciou ontem que está a negociar com a congénere de Portugal uma nova ronda de financiamento para investigação científica conjunta

 

O presidente do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT), Che Weng Keong, disse que “vai prosseguir contactos activos com a Fundação para a Ciência e Tecnologia [FCT] de Portugal (…) para apoiar cooperação entre investigadores científicos nos dois lados e reforçar os intercâmbios”, de acordo com um comunicado.

As duas entidades assinaram em Fevereiro de 2017 um acordo, válido por três anos, para financiar de forma conjunta projectos de cooperação científica que juntassem universidades ou instituições científicas de Macau e de Portugal.

No entanto, a implementação do acordo ficou a aguardar a fixação de um orçamento e a selecção de temas para avançar, algo que só aconteceu no início de 2019. O orçamento foi fixado em 300 mil euros, com um financiamento máximo de 100 mil euros por projecto, para as áreas de poluição marinha, “incluindo os efeitos de plásticos”, e biotecnologia marinha, incluindo o “desenvolvimento de produtos comercializados”.

Em Fevereiro de 2019, Cheang Kun Wai, membro do conselho de administração do FDCT, disse que entre os temas escolhidos estavam a medicina tradicional chinesa, “informática e questões marítimas”. O fundo de Macau só abriu candidaturas uma vez, em Junho de 2019, oferecendo um financiamento máximo de um milhão de patacas, antes do acordo expirar.

De Lisboa a Hengqin

Che Weng Keong falava durante uma cerimónia para assinalar os 30 anos de um acordo sobre cooperação científica e tecnológica entre a China e Portugal, realizada em Lisboa, na semana passada. O dirigente lembrou a criação, anunciada em Novembro de 2022, da Centro de Ciência e Tecnologia Sino-Lusófono, em cooperação com a cidade vizinha de Zhuhai, na Zona de Cooperação Aprofundada.

Che disse que “a China e Portugal esperam poder construir uma cadeia industrial completa nas áreas da ciência e tecnologia”, naquela zona especial gerida por Macau em conjunto com a província de Guangdong em Hengqin (ilha da Montanha). A cerimónia contou ainda com a presença do presidente da Agência Nacional de Inovação portuguesa, António Grilo.

A agência tem capital subscrito em partes iguais pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, através da FCT (50 por cento), e pelo Ministério da Economia, através do IAPMEI (50 por cento). No mesmo comunicado das autoridades de Macau, Grilo disse, na cerimónia, que Portugal dá grande importância e quer reforçar a cooperação com a China no que toca à inovação científica e tecnológica “de benefício mútuo”.

Além de participar na cerimónia, a delegação do FDCT visitou em Portugal, entre 4 e 7 de Dezembro, várias universidades, instituição de investigação científica e farmacêuticas, incluindo a Fundação Champalimaud.

14 Dez 2023

Coutinho denuncia discriminação de portugueses no acesso a Hengqin

O deputado José Pereira Coutinho disse ontem que os portugueses residentes estão a ser alvo de discriminação no acesso à vizinha Ilha da Montanha.

Numa declaração lida antes do plenário da Assembleia Legislativa, Pereira Coutinho disse ter recebido “muitos pedidos de apoio” de portugueses que enfrentam “dificuldades consideráveis devido à incerteza em relação ao acesso fronteiriço”.

Ao contrário dos chineses de Macau, que podem utilizar máquinas automáticas para entrar na Ilha da Montanha, os portugueses têm de “apresentar passaportes diariamente, enfrentando longas filas e procedimentos burocráticos”, lamentou o deputado.

O deputado afirmou que o problema tem afectado “pequenos e médios empresários, profissionais liberais, estudantes, idosos e deficientes”, dando como exemplo famílias que vivem em Hengqin, “cujos filhos estudam em Macau e cujos pais trabalham diariamente na cidade”.

“Isso não apenas gera inconvenientes diários, mas também questiona a viabilidade de residir na ilha da Montanha”, disse o deputado português. Pereira Coutinho afirmou ainda que há portugueses interessados em adquirir habitações no Novo Bairro de Macau, em Hengqin.

Novo Bairro

As candidaturas para a venda, apenas a residentes de Macau, de quatro mil apartamentos no novo bairro, situado na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, em Hengqin, abriram a 28 de Novembro. Apesar de sublinhar que a “iniciativa é louvável”, o legislador disse que “levanta sérias questões sobre a igualdade e acessibilidade para todos os residentes de Macau, especialmente os portugueses residentes permanentes”.

Isto porque a empresa pública responsável pelo Novo Bairro “expressou a incapacidade de garantir que essas famílias possam cruzar a fronteira diariamente com a mesma facilidade que outros residentes”, indicou. A Sociedade de Renovação Urbana de Macau indicou que “essa é uma questão a ser resolvida pelas autoridades competentes”, disse.

O deputado pediu ao Governo “medidas imediatas para resolver estas questões, assegurando que todos os residentes de Macau, independentemente da sua nacionalidade, possam usufruir de igualdade de oportunidades e condições de vida” em Hengqin.

14 Dez 2023

Imobiliário | Ella Lei pede regras de venda mais exigentes

A deputada Ella Lei defendeu ontem critérios mais apertados sobre as construtoras que vendam fracções habitacionais em primeira mão ou que ainda estão em construção.

Segundo a legisladora ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), em causa está o facto de vários lesados do empreendimento Pearl Horizon e de um outro caso de falência, que não foi identificado, aguardarem há mais de oito anos e 10 anos, respectivamente, por uma solução na justiça local sobre o pagamento das respectivas compensações, por nunca terem recebido as casas prometidas.

“Como a lei não estipula claramente que as pessoas que se encontram em situação de falência têm de assumir as despesas de registo do levantamento da apreensão e o grande proprietário se recusou a pagá-las, o caso continua por resolver”, atirou Ella Lei. “Então, afinal, quais são as responsabilidades das pessoas alvo de casos de falência? Quando é que os referidos pequenos proprietários, inocentes envolvidos no processo, vão conseguir ter as suas propriedades de volta? A lei ou os procedimentos em causa não merecem ser revistos?!”, questionou.

“Exorto mais uma vez o Governo […] a aperfeiçoar o regime de fiscalização da venda de fracções em primeira mão ou em construção, incluindo a melhoria das condições para a autorização da venda antecipada de fracções e a definição expressa sobre o uso exclusivo das verbas provenientes da venda das fracções em construção para despesas com a construção do edifício”, indicou a deputada. Desta forma, Ella Lei considera que se evita que “as obras fiquem abandonadas por falta de capital por parte dos promotores”.

14 Dez 2023

Ex-soldados condenados a pena de prisão suspensa por abuso sexual no Japão

Um tribunal no Japão condenou ontem três ex-soldados a penas de prisão suspensas de dois anos de prisão por abuso sexual de uma colega em 2021, um caso que se tornou um novo símbolo do movimento #MeToo no país.

O veredicto de um tribunal de primeira instância de Fukushima, no nordeste do Japão, é bastante mais leve do que o pedido pelo Ministério Público, que tinha solicitado dois anos de prisão efectiva para os três arguidos.

Em 2022, a ex-soldado Rina Gonoi, agora com 24 anos, disse nas redes sociais ter sido regularmente assediada e abusada sexualmente quando estava no exército, perante a inação da hierarquia militar e o indeferimento de uma primeira queixa perante os tribunais.

A declaração pública, algo extremamente raro no Japão, levou o Ministério da Defesa a reabrir o caso e a dar razão a Gonoi, após uma investigação interna que levou à abertura de julgamentos civis e criminais.

A vertente criminal do caso, agora decidido, tinha como alvo três ex-soldados acusados de terem simulado relações sexuais com Gonoi sob coação em 2021, mantendo-a deitada e com as pernas abertas, enquanto outros colegas do sexo masculino observavam a cena, rindo.

Numa entrevista à agência de notícias France-Presse (AFP), no início de 2023, Gonoi garantiu que ir a público foi uma solução de “último recurso”, dizendo que estava mais “desesperada do que corajosa”. As acusações públicas da ex-soldado levaram mais de mil outras vítimas, homens e mulheres, a denunciar, posteriormente, actos de assédio ou violência sexual no exército japonês.

Ângulos trocados

Gonoi foi apontada como a figura japonesa do #MeToo, movimento que até agora teve relativamente pouco eco no arquipélago, e foi alvo de assédio e insultos nas redes sociais japonesas. “Há algo errado no Japão: as pessoas atacam as vítimas e não os autores” dos crimes, lamentou Gonoi na entrevista à AFP.

Críticos argumentaram que no Japão as vítimas são frequentemente responsabilizadas por não oferecerem resistência suficiente e salientam que as pessoas que são agredidas podem não ter capacidade para se defender. Um dos pontos mais criticados da legislação japonesa em matéria de violação é a exigência de o Ministério Público ter de provar que o acusado usou “violência e intimidação”.

Em Junho, o parlamento japonês aprovou o aumento da idade de consentimento sexual de 13 anos, uma das mais baixas do mundo, para 16 anos, no âmbito de uma reforma legislativa contra agressões sexuais. A reforma também clarifica os pré-requisitos para processos por violação e criminaliza o voyeurismo. Em 2019, uma série de absolvições em casos de violação desencadearam protestos em todo o país.

13 Dez 2023

Direito de resposta de Rita Santos

Excelentíssimo Senhor

Dr. Carlos Morais José

Director do Jornal Hoje Macau

Pátio da Sé, Nº 22, Edf. Tak Fok, R/C, Macau

Assunto: Pedido de publicação de um Direito de Resposta acerca do artigo “Comunidades | Secção do PS nega envio de abaixo-assinado por Rita Santos”, da autoria da jornalista Andreia Sofia Silva – Jornal Hoje Macau 12 de Dezembro de 2023

Exmo. Senhor Director,

Ao abrigo do Direito de Resposta consignado na Lei de imprensa, e enquanto membro do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas, e Presidente do Conselho Regional da Ásia e Oceânia do CCP, para os devidos efeitos concernente à publicação mencionada no assunto em epígrafe, venho por esta via solicitar a publicação deste esclarecimento relativamente ao conteúdo do artigo “Comunidades | Secção do PS nega envio de abaixo-assinado por Rita Santos”, da autoria da jornalista Andreia Sofia Silva – Jornal Hoje Macau, 12 de Dezembro de 2023.

Ontem, fui informada pela jornalista Andreia Sofia Silva que iria ser publicado hoje, no jornal Hoje Macau, um artigo em que a Secção do PS em Macau, por iniciativa do seu coordenador, faria afirmações atentatórias da minha integridade moral e do meu bom nome, solicitando, caso fosse o meu desejo, que as comentasse, permitindo assim o princípio do contraditório.

Embora grata pela oportunidade, optei for enviar um relato dos factos, e das actividades, inerentes à minha breve visita a Lisboa, entre 8 e 14 de Novembro de 2023, no âmbito da última reunião do Conselho Permanente do CCP, antes da realização das eleições para o Conselho das Comunidades Portugueses, que tiveram lugar no dia 26 de Novembro de 2023, que, contrariamente ao que foi anunciado no artigo, não foi motivo de publicação em comunicados de imprensa, e do qual venho por este meio reproduzir na íntegra:

“Rita Santos, na qualidade de Conselheira e membro do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portugueses, e Presidente do Conselho Regional da Ásia e Oceânia, realizou uma breve visita a Lisboa, entre 8 e 14 de Novembro de 2023, no âmbito da última reunião, na Assembleia da República Portuguesa, do Conselho Permanente do CCP, antes da realização das eleições para o Conselho das Comunidades Portugueses, que se realizaram a 26 de Novembro de 2023.

O programa da visita incluiu reuniões internas com o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. Paulo Cafôfo, onde foram abordados temas como a discussão do orçamento do CCP para 2024 e o plano estratégico para as Comunidades, uma reunião com o Director Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Dr. Embaixador Luís de Almeida Ferraz, para tratar de assuntos relacionados com os Postos Consulares, Apoios Sociais, e Apoios às Associações, no decorrer da qual Rita Santos aproveitou a oportunidade para entregar os abaixo-assinados dirigidos aos Secretário de Estado das Comunidades, e ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. João Gomes Cravinho, relativos ao atraso na renovação de documentação, através do Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, uma reunião com a (COREPE), da Comissão Nacional de Eleições, sobre os atos eleitorais nas Comunidades, incluindo procedimentos e questões a melhorar para a participação cívica, e encontros com a Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, e com os grupos parlamentares dos diversos partidos.

Após a última reunião com o SEC, Dr. Paulo Cafôfo, e durante a sessão de encerramento dos trabalhos, na Sala do Protocolo do Palácio das Necessidades, Rita Santos voltou a dar conhecimento da entrega das missivas que solicitavam os seus bons ofícios e do MNE, no sentido de serem resolvidos os problemas de falta de pessoal e dos atrasos na renovação dos documentos a cidadãos Portugueses no Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, tendo este respondido que estavam a ser diligenciados todos os esforços para a resolução daquelas preocupações.

Actualmente, e após o resultado positivo da lista que liderou às eleições ao novo mandato do Conselho das Comunidades Portuguesas, pelo Círculo da China, Tóquio, Banguecoque, Seul e Singapura, Rita Santos salientou que o enfoque dos membros eleitos é o da implementação do plano de acção do programa eleitoral a que se propuseram, e que recebeu o apoio inequívoco dos cidadãos e das instituições e associações de matriz Portuguesa, com quem mantiveram contactos, e que se manifestou através da participação inusitada da comunidade Portuguesa local no recente plebiscito ao CCP, a 26 de Novembro de 2023.”

Esta opção não visou, portanto, e conforme a minha informação à jornalista Andreia Silva, constituir qualquer resposta ao teor das informações do coordenador da Secção do PS em Macau, porquanto depreendi que fossem a título particular, uma vez que, de acordo com a informação que me foi referida por responsáveis do PS, em Portugal, elas não representavam a posição do Partido.

Neste contexto, solicitava, que ao abrigo deste Direito de Resposta, fosse publicada na íntegra a informação que enviei à jornalista Andreia Silva, referente ao assunto em questão, porquanto nele está esclarecido o assunto relativo aos abaixo-assinados. Foi o que tinha solicitado anteriormente, precisamente para que a informação não aparecesse descontextualizada, o que infelizmente se veio a verificar.

Quanto às acusações contidas no artigo, não sei qual o seu fundamento, intenção ou motivação, pelo não poderei formular conjecturas sobre o seu teor, porquanto é necessário saber diferenciar o que é uma opinião de um eventual “achincalhamento” ou “ataque gratuito”, que apesar de ser enunciado de forma personalizada, acaba também por envolver, de forma lamentável, o nome e a reputação insuspeitas, de cidadãos Portugueses legitimamente eleitos para representar os interesses das Comunidades Portuguesas, através do Círculo da China, Tóquio, Banguecoque, Seul e Singapura, do Conselho das Comunidades Portuguesas. Finalmente e em jeito de conclusão não preciso de mentir para poder sobreviver ou obter quaisquer dividendos dos partidos políticos portugueses.

Grata pela atenção dispensada, aproveito a oportunidade para apresentar a V. Exa., Sr. Director do Jornal Hoje Macau, os meus melhores cumprimentos.

Macau, aos 12 de Dezembro de 2023

A Presidente do Conselho Regional das Asia e Oceânia das Comunidades Portuguesas

Rita Santos

Relativamente ao direito de resposta apresentado por Rita Santos, cumpre-me responder o seguinte:

Rita Santos foi contactada no final da tarde desta segunda-feira a propósito das declarações prestadas a este jornal por parte de Vítor Moutinho, coordenador da secção do Partido Socialista (PS) em Macau, para efeitos de contraditório, em prol do cumprimento das regras jornalísticas e do equilíbrio da informação. Desde o início que Rita Santos foi devidamente informada, em mensagens escritas via Whatsapp, do teor das declarações de Vítor Moutinho e que as mesmas eram feitas na qualidade de coordenador da secção, como é facilmente comprovável através da visualização das mensagens trocadas, não havendo, portanto, fundamento para que Rita Santos venha dizer que pensou que as declarações foram dadas “a título particular” como refere. Além disso, nunca me informou que falou com membros do PS e que estes defenderam que a posição de Vítor Moutinho “não representava a posição do partido”. De frisar ainda que a resposta escrita de Rita Santos, e que surge citada neste direito de resposta, é uma cópia de dezenas de comunicados de imprensa enviados às redacções. Só depois é que a visada foi novamente confrontada se tinha, ou não, enviado o referido abaixo-assinado ao Governo português, tendo respondido que sim, refutando as acusações de Moutinho. Sobre esta resposta escrita, nada me obriga a citá-lo na íntegra, pois como jornalista cabe-me seleccionar a informação que melhor explica o contexto e as posições dos visados nos artigos jornalísticos. Foi isso que foi feito com a resposta de Rita Santos.

Andreia Sofia Silva

13 Dez 2023

Albergue SCM | Obras de seis artistas para ver até Fevereiro

A partir de hoje será possível visitar, na galeria do Albergue SCM, a exposição “Intercâmbio Intercultural da Área da Grande Baía – Exposição de Jovens Artistas Femininas U38”. A mostra, com curadoria de Carlos Marreiros e Angela Li Zhenxiang, revela os trabalhos de quatro artistas da China, Huang Yin, Lu Beimei, Mengyao Guo e Xie Lisi, e duas de Macau, nomeadamente Kit Lei Ka Ieong e Weng Io Wong

 

A Galeria A2 do Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCM) acolhe, a partir das 18h30 de hoje, uma nova exposição que revela alguma da arte feita no feminino. Trata-se da mostra “Greater Bay Area Intercultural Exchange – U38 Young Female Artists Exhibition” [Intercâmbio Intercultural da Área da Grande Baía – Exposição de Jovens Artistas Femininas U38″, com curadoria do arquitecto Carlos Marreiros e de Angela Li Zhengxiang, e que revela 20 trabalhos de quatro artistas da China, Huang Yin, Lu Beimei, Mengyao Guo e Xie Lisi, e duas de Macau, nomeadamente Kit Lei Ka Ieong e Weng Io Wong. Destaque para o facto de todas as artistas terem menos de 38 anos de idade.

A mostra, organizada pelo CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau, visa também celebrar o 24.º aniversário da transferência da administração portuguesa de Macau para a China, e pode ser vista até ao dia 26 de Fevereiro.

Um dos objectivos desta exposição é “promover o intercâmbio cultural” no contexto da Grande Baía, tendo o CAC colaborado novamente com a ART23, evento de Guangzhou, depois de uma primeira parceria feita em 2021, que levou à organização da exposição “U38 Macau – Jovens Artistas Femininas em Guangzhou”.

Revelam-se, assim, trabalhos de seis artistas com uma “criatividade única”, abrangendo “vários meios e estilos”, o que, segundo um comunicado da organização, irá proporcionar junto do público “uma experiência visual distinta e inesquecível”.

Segundo uma nota assinada pelos dois curadores, o trabalho de Mengyao Guo “reflecte a contemplação e a exploração da perspectiva feminina nas diversas áreas das artes plásticas, da comunicação e dos meios digitais”, enquanto Huang Yin “centra-se nas várias alienações provocadas pelas mudanças na sociedade de consumo de informação sob as ideologias existentes”.

Por sua vez, Weng Io Wong “examina a complexa relação entre o ser humano e a tecnologia nas eras digital e pós-colonial”, e Kit Lei Ka Ieng “apresenta a vitalidade do mundo virtual através de formas multimédia”.

No caso de Lu Beimei, o seu trabalho “reflecte continuamente o nosso verdadeiro eu através da representação do crescimento pessoal e da auto-consciência”, enquanto Xie Lisi “explora e analisa a realidade a partir de múltiplas dimensões através de métodos de observação como o olhar, o exame e a vigilância”.

Criatividade internacional

No mesmo texto, observa-se que esta mostra visa promover “um diálogo” cultural “a partir de uma perspectiva internacional”, tendo como foco a área da Grande Baía, que abrange as regiões de Macau e Hong Kong e ainda nove cidades do sul da China.

Os curadores descrevem que “as jovens artistas femininas da China Continental e de Macau têm sido sempre o ponto focal das nossas observações sobre a comunicação intercultural”. Os nomes escolhidos para esta mostra, em particular, “abordam a sua criatividade com uma perspectiva internacional e ilustram o espírito feminino da nova era a partir de diferentes ângulos femininos”.

Carlos Marreiros e Angela Li Zhengxiang descrevem também que, ao apresentar o trabalho de artistas femininas neste formato expositivo, é promovida, em Macau, “uma interacção de vários níveis e em vários campos, proporcionando ao público uma percepção diversificada da arte contemporânea”. Os curadores chamam ainda a atenção para a crescente importância da nova visão das mulheres artistas.

“À medida que as mulheres de hoje continuam a subir na escala profissional, elas trazem consigo um espírito feminino refrescante. Este é também o tema que a exposição procura explorar e discutir. Estas jovens artistas excepcionais, nascidas nas décadas de 1980 e 1990, interiorizaram os seus anos de interação internacional e exploração artística, apresentando nas suas obras temas contemporâneos a partir de uma perspectiva feminina.”

13 Dez 2023

Aviação | Avião C919 no primeiro voo para fora da China continental

O avião C919, de fabrico chinês, completou ontem o seu primeiro voo para fora da China continental, ao aterrar em Hong Kong, numa altura em que o seu fabricante se prepara para competir com a Airbus e Boeing. O C919 e outro avião de fabrico chinês, um ARJ21, vão estar em exposição no aeroporto internacional de Hong Kong até domingo. O C919 deve efectuar um voo rasante sobre o cénico porto de Victoria, no sábado.

O fabricante do C919, a Commercial Aircraft Company of China (COMAC), desenvolveu muitas das peças utilizadas no modelo, mas alguns dos principais componentes continuam a ser fornecidos pelo Ocidente, incluindo o motor. O avião de passageiros de fuselagem estreita esteve em desenvolvimento durante 16 anos e recebeu a certificação em 2022. Tem um alcance máximo de cerca de 5.630 quilómetros e foi concebido para transportar entre 158 e 168 passageiros.

O C919 pretende concorrer com os modelos de corredor único Airbus A320 Neo e Boeing 737 MAX. O lançamento do C919 reflete a ambição da China de fortalecer a sua posição no mercado de aviação comercial, com o Governo chinês a ter como objectivo atingir 10 por cento de participação no mercado doméstico com este modelo até 2025.

A COMAC recebeu mais de 1.200 pedidos para o C919 e pretende atingir uma capacidade de produção anual de 150 aeronaves nos próximos cinco anos, segundo anunciou anteriormente.

13 Dez 2023

Argentina | MNE diz que Milei valoriza laços com Pequim

O novo líder argentino, Javier Milei, atribuiu “grande importância” às relações com Pequim num encontro com Wu Weihua, enviado especial do Presidente chinês à sua tomada de posse, disse ontem a diplomacia chinesa.

A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que Wu, vice-presidente do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China, transmitiu as felicitações de Xi a Milei.

O novo Presidente argentino agradeceu ao homólogo chinês, Xi JInping, o facto de ter enviado um representante à sua tomada de posse, assegurando ao mesmo tempo ao seu interlocutor que o novo governo do país sul-americano “atribui grande importância” às suas relações com a China, afirmou Mao.

Segundo a porta-voz, Milei, que afirmou nos últimos anos que “não faria negócios com a China” e que o corte de relações com o país asiático “não seria uma tragédia macroeconómica”, informou o enviado especial de Xi da sua vontade de “promover mais intercâmbios e cooperação” com Pequim “em vários domínios”.

O Presidente argentino também garantiu que a Argentina “seguirá firmemente a política de ‘Uma só China'”, segundo Mao. Wu participou na inauguração de Milei em Buenos Aires na segunda-feira, a convite das autoridades argentinas.

O ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse no mês passado que seria um “grande erro” para a Argentina cortar laços com “países tão grandes como o Brasil e a China”, uma possibilidade sugerida nos últimos meses por Milei e alguns de seus assessores.

13 Dez 2023

Hong Kong | John Lee elogia afluência às urnas

O chefe do Executivo de Hong Kong elogiou ontem a participação de 27,5 por cento dos eleitores na votação para os conselheiros distritais, na taxa mais baixa desde que o território regressou ao domínio chinês em 1997.

As eleições de domingo foram as primeiras realizadas ao abrigo de novas regras introduzidas sob a direcção de Pequim. “A participação de 1,2 milhões de eleitores indicou que estes apoiaram as eleições e os princípios”, afirmou John Lee Ka-chiu, em conferência de imprensa.

“É importante que concentremos a nossa atenção no resultado das eleições, e o resultado vai significar um conselho distrital construtivo, em vez do que costumava ser um conselho destrutivo”, afirmou. A participação de domingo foi bastante menor do que o recorde de 71,2 por cento dos 4,3 milhões de eleitores que participaram nas últimas eleições, realizadas em 2019.

Lee disse que houve resistência às eleições de domingo por parte de candidatos rejeitados pelas novas regras, por não se terem qualificado ou não respeitarem o princípio de Hong Kong governado por patriotas.

“Há algumas pessoas que, de alguma forma, ainda estão imersas na ideia errada de tentar fazer do conselho distrital uma plataforma política para os seus próprios meios políticos, alcançando os seus próprios ganhos em vez dos ganhos do distrito”, afirmou.

13 Dez 2023

Óbito | Internautas lamentam morte de médica e activista Gao Yaojie

Internautas chineses prestaram ontem homenagem a Gao Yaojie, ginecologista que se tornou a mais famosa activista contra a SIDA na China antes de se exilar nos Estados Unidos, onde morreu no domingo, aos 95 anos. “Ela foi uma pessoa notável. É pena que, por razões políticas, não tenha podido morrer em casa, na China”, lamentou um utilizador da rede social Weibo, o equivalente ao X (antigo Twitter), no país asiático.

Foi uma das primeiras médicas a tomar conhecimento da misteriosa doença que estava a matar aldeões em meados dos anos de 1990. Gao apercebeu-se de que um grande número de camponeses pobres tinha contraído o vírus da SIDA ao vender sangue. Os peritos estimam que, só na província de Henan, pelo menos um milhão de pessoas contraíram VIH (Vírus da imunodeficiência humana) através do comércio de sangue.

Gao Yaojie tornou-se uma das activistas mais vocais sobre a situação dos doentes com SIDA na China, tendo recebido reconhecimento internacional pelo trabalho desenvolvido.

Questionada sobre a morte da activista, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, afirmou apenas que “muitos profissionais de saúde deram um grande contributo para a luta e a prevenção da SIDA”.

13 Dez 2023

Diplomacia | Presidente Xi Jinping de visita ao Vietname

O líder chinês está no Vietname, onde deverá assinar uma série de acordos de cooperação e reforçar as ligações com o vizinho asiático

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, chegou ontem ao Vietname para uma visita destinada a aprofundar os laços com o país vizinho, que se tem aproximado de nações alinhadas com o Ocidente. Na primeira visita desde 2017, Xi vai reunir com o secretário-geral do Partido Comunista, Nguyen Phu Trong, o Presidente, Vo Van Thuong, e o primeiro-ministro, Pham Minh Chinh, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Vietname.

A parceria estratégica abrangente, a mais alta designação oficial para uma relação diplomática, entre Pequim e Hanói, foi estabelecida há 15 anos. O Vietname tem um papel estratégico cada vez mais importante na segurança e na economia do Sudeste Asiático.

Em termos ideológicos, o Vietname é próximo de Pequim. É governado por um partido comunista com fortes laços com a China. No entanto, nos últimos anos, o Vietname tem vindo a estreitar as relações com países ocidentais. Em Setembro, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitou o Vietname, para assinalar a elevação da relação com os EUA ao mesmo estatuto diplomático que a China.

Biden afirmou que os laços mais fortes não se destinam a contrariar a China, embora a diplomacia dos EUA na Ásia e no Pacífico se tenha concentrado em melhorar o relacionamento na área da defesa com os países precisamente com esse intuito.

Em Novembro, Japão e Vietname reforçaram as relações económicas e de segurança, citando um “Indo-Pacífico livre e aberto”. Também o Japão passou a ter o mesmo estatuto diplomático que a China e os EUA. O Japão tem vindo a desenvolver rapidamente laços mais estreitos com o Vietname, sendo o terceiro maior investidor estrangeiro.

Linhas de acordo

Em Outubro, Xi disse ao Presidente vietnamita que, face a “paisagens internacionais em mudança”, as duas nações deviam manter-se fiéis ao progresso da “tradicional amizade”.

É provável que o Vietname assine alguns acordos de infra-estruturas com Pequim, uma vez que tem prestado muita atenção ao desenvolvimento da linha ferroviária de alta velocidade construída pela China no Laos. “O primeiro-ministro vietnamita quer concentrar-se em mais infra-estruturas” por considerar “que é fundamental para o crescimento económico”, explicou Nguyen.

A China tem sido o maior parceiro comercial do Vietname há vários anos, com um volume de negócios bilateral de 175,6 mil milhões de dólares, em 2022, e um excedente comercial favorável a Pequim. A China investiu mais de 26 mil milhões de dólares no Vietname, com mais de quatro mil projectos activos, de acordo com dados oficiais. A visita de Xi ao Vietname em 2017 foi para participar numa cimeira económica na cidade costeira de Danang.

13 Dez 2023

O Duque Ai – Xunzi

Tradução de Rui Cascais

O Duque Ai de Lu perguntou a Confúcio, “Desejo julgar na companhia dos homens bem-criados do meu estado para, junto com eles, o ordenar. Posso perguntar como devo fazer para os escolher?”

Confúcio respondeu, “Viver no mundo de hoje, mas focar a nossa intenção na via dos antigos, viver com as roupas de hoje, mas envergar as vestes dos antigos – os que seguem isto e mesmo assim erram são muito poucos, certo?”

O Duque Ai disse, “Se assim for, quem usar vestes da corte e sapatos da corte e puser no cinto uma placa oficial é uma pessoa exemplar?”

Confúcio respondeu, “Não é necessariamente assim. Mas quem usa as vestes cerimoniais e anda na carruagem cerimonial não concentra as suas intenções no consumo de vitualhas [proibidas durante o jejum anterior aos sacrifícios]. Quem usa as vestes e sapatos do luto, se apoia numa bengala e come caldo de arroz não concentra as suas intenções em vinho e carne. Viver no mundo de hoje, mas focar a nossa intenção na via dos antigos, viver com as roupas de hoje, mas envergar as vestes dos antigos – são deveras poucos os que seguem isto, mas ainda assim há os que erram, certo?”

O Duque Ai exclamou, “Bem dito!”

Confúcio disse, “Existem cinco qualidades de pessoas. Há a pessoa vulgar, a pessoa bem-criada, a pessoa exemplar, a pessoa meritória e o grande sábio”.

O Duque Ai disse, “Posso perguntar a que tipo de pessoa se chama vulgar?”

Confúcio respondeu, “A boca da pessoa vulgar é incapaz de boas palavras e o seu coração não sabe controlar a expressão no seu rosto. Não sabe como escolher pessoas meritórias e homens de bem nos quais confiar, para que se preocupem por ela [com tarefas e assuntos]. Quando se esforça, não sabe onde aplicar o seu vigor nem no que deve trabalhar e, quando limita as suas inter-acções, não sabe onde tomar posição fixa. Nas suas escolhas diárias entre coisas, não sabe o que valorizar. Limita-se a vogar com as coisas como numa corrente sem saber onde regressar. Os seus cinco sentidos o governam e o seu coração obedece-lhes e se arruína. A alguém assim podemos chamar de pessoa vulgar.”

O Duque Ai exclamou, “Bem dito! Posso perguntar a que tipo de pessoa se chama bem-criada?”

Confúcio respondeu, “A pessoa bem-criada, mesmo que seja incapaz de praticar o Caminho e os seus métodos na totalidade, tem sempre um modelo apropriado para as suas acções e, mesmo sendo incapaz de bondade total, tem sempre ocasiões em que é capaz de o fazer. Por isso, não trabalha na aprendizagem de muitas coisas, mas labora em ser cuidadosa naquilo que compreende. Não labora em dizer muitas coisas, mas sim em ser cuidadosa naquilo que quer dizer. Não labora na prática de muitas coisas, mas sim em ser cuidadosa a respeito do padrão que segue. Assim, quando sabe algo é porque já o compreendeu. Quando diz alguma coisa é porque já a compreendeu. Quando pratica alguma coisa é porque já seguiu o seu padrão. Por isso, faz todas estas coisas com uma constância semelhante à de não podermos trocar a nossa natureza, vida e carne pelas de outrem. Assim, riqueza e um estatuto nobre nada lhe acrescentam. Um estatuto humilde e baixo não a diminuem em nada. A alguém assim podemos chamar de pessoa bem-criada”.

O Duque Ai exclamou, “Bem dito! Posso perguntar a que tipo de pessoa se chama pessoa exemplar?”

Confúcio respondeu, “A pessoa exemplar tem palavra e é leal, mas o coração não exibe a sua virtude. Tem ren [humanidade] e yi [justiça] na sua pessoa, mas a sua aparência não é arrogante. As suas reflexões e deliberações são penetrantes e claras, mas o seu discurso não é contencioso. Assim, aqueles que são hesitantes, como se estivessem prestes a ser capazes de alcançar [o Caminho], esses são pessoas exemplares”.

O Duque Ai exclamou, “Bem dito! Posso perguntar a que tipo de pessoa se chama meritória?”

Confúcio respondeu, “As acções da pessoa meritória conformam-se ao compasso e à linha de tinta, sem ferir as coisas fundamentais [com rigidez e inflexibilidade]. As suas palavras bastam para servir de modelo para todos debaixo do Céu, mas sem ferir a sua própria pessoa. Pode ser rico o bastante para possuir o mundo inteiro, mas ninguém sente ressentimento por isso. Pode espalhar a sua beneficência por todo o mundo sem se preocupar com ficar pobre. Alguém assim pode ser chamado de pessoa meritória”.

O Duque Ai exclamou, “Bem dito! Posso perguntar a que tipo de pessoa se chama grande sábio?”

Confúcio respondeu, “O grande sábio é alguém cujo entendimento abrange o grande Caminho, alguém que sempre responde às mudanças apropriadamente e distingue correctamente entre as disposições inatas e as naturezas da miríade de coisas. O grande Caminho é aquilo através do qual muda, transforma, emprega e aperfeiçoa a miríade de coisas. As suas disposições internas e naturezas são aquilo através do qual ordena o que é certo e o que não é, o que deve ser adoptado e o que deve ser rejeitado. Por esta razão, nas suas obras faz emergir grandes distinções sobre o Céu e a Terra, examinando atentamente o sol e a lua e compreendendo e dominando a miríade de coisas por entre ventos e chuvas.

Misturadas e confusas

As suas obras não podem ser seguidas.

Verdadeiro descendente do Céu,

É impossível reconhecer as suas obras.

O povo comum é superficial,

Incapaz sequer de o reconhecer como vizinho.

A alguém assim podemos chamar de grande sábio”.

O Duque Ai exclamou, “Bem dito!”

13 Dez 2023

Inquérito | Jovens querem mais espaços públicos

Um inquérito realizado pela Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau, a residentes com idades compreendidas entre 18 e 44 anos, revelou que 49,1 por cento entende que os espaços de lazer em Macau são insuficientes, e apenas 14 por cento estão satisfeitos com a quantidade da oferta de locais de lazer.

Quanto à utilização, mais de 82 por cento dos jovens inquiridos visitaram parques e espaços de lazer no último ano e 43,1 por cento usufrui destes locais pelo menos uma vez por semana, revelando a elevada procura de locais e equipamentos públicos de lazer por parte dos jovens.

Quase metade dos inquiridos, 49,4 por cento, avalia positivamente os espaços verdes, parques e zonas de lazer de Macau, em particular no que toca à abundância de vegetação, adequação a pais e filhos e higiene. Porém, gostariam de ter mais zonas com sombra.

Os três tipos de locais preferidos pelos inquiridos são parques infantis (39,4 por cento), locais com sombra (27,9 por cento) e trilhos e zonas para corrida (21,6 por cento). Entre a dezena de parques de Macau, os predilectos dos jovens inquiridos são a Zona de Lazer da Marginal da Estátua de Kun Iam, Parque Central da Taipa e Jardim da Flora, enquanto o Parque Dr. Carlos d’Assumpção, no NAPE, foi considerado o menos popular.

A associação justificou a realização deste inquérito como uma ferramenta para ajudar o Governo a planear mais áreas de lazer, com destaque para a zona costeira do sul da península de Macau, as zonas de lazer na Zona A e o Parque Desportivo que será construído no antigo Canídromo.

13 Dez 2023

Burla | Investimento falso leva a desfalque de 1,61 milhões

A Polícia Judiciária (PJ) recebeu denúncias que duas vítimas locais burladas em 1,61 milhões de dólares de Hong Kong e 50 mil patacas depois de terem caído em esquemas de investimento falso.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a PJ revelou que a primeira vítima foi convidada para entrar num grupo de Whatsapp em Agosto e que um membro do grupo a convenceu a fazer investimentos através de uma aplicação para telemóvel, um método muito usado por burlões.

A vítima depositou 1,74 milhões de dólares de Hong Kong e conseguiu tirar 127 mil dólares de Hong Kong. No entanto, quando tentou retirar o resto dos fundos, foi informada que precisaria de pagar 350 mil dólares de Hong Kong de caução. A nova exigência levou a vítima a perceber que estaria a ser alvo de burla e acabou por denunciar o caso às autoridades.

O outro caso revelado ontem diz respeito a um indivíduo que foi convencido por uma internauta a comprar moeda digital. Depois de ter depositado 50 mil patacas, pediram-lhe para depositar mais 36 mil dólares americanos, sugestão que não seguiu e que o levou a apresentar queixa à PJ.

13 Dez 2023

TSI | Tribunal volta a reduzir penas de Sio Tak Hong e Ng Lap Seng

O Tribunal de Segunda Instância reduziu pela segunda vez as penas de prisão de dois empresários num processo de corrupção ligado a projectos imobiliários que envolveu o antigo governante responsável pela concessão de solos no território

 

O Tribunal de Segunda Instância (TSI) cortou a pena de Sio Tak Hong de 12 anos para 11 anos e meio, decidindo que um crime de branqueamento de capitais do qual o empresário foi considerado culpado já tinha prescrito, por ter acontecido em 2010. Os três juízes do TSI reduziram ainda a pena de Ng Lap Seng de quatro anos e meio para dois anos e meio, devido à prescrição de dois dos três crimes de branqueamento de capitais (ocorridos em 2008 e 2009), pelos quais o empresário tinha sido condenado.

Num veredicto datado de 4 de Dezembro, o tribunal rejeitou, no entanto, suspender a pena de Ng, sublinhando que “as circunstâncias [e] as consequências do crime são sérias” e tiveram “um enorme impacto negativo”.

Recorde-se que Ng foi condenado em 2018, nos Estados Unidos, e cumpriu uma pena de prisão de menos de três anos por subornar o então presidente da Assembleia-Geral da ONU John Ashe, para conseguir apoio para um centro de conferências patrocinado pela ONU em Macau.

O TSI rejeitou reduzir as penas de prisão de quatro outros arguidos neste processo. A 21 de Novembro, o mesmo tribunal já tinha reduzido as penas de Sio Tak Hong e Ng Lap Seng, que originalmente tinham sido condenados a 24 anos e 15 anos de prisão, respectivamente, no Tribunal Judicial de Base (TJB), em Março.

Planos de director

O TJB condenou o antigo director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) Li Canfeng a 24 anos de prisão “por abusar” do poder para aprovar projectos que “violavam as instruções administrativas ou os respectivos procedimentos”, em troca de “vantagens” de vários empresários.

A lista inclui um empreendimento residencial, de Sio Tak Hong, que previa torres com até 37 andares e 115 metros de altura num terreno no Alto de Coloane, onde se localiza uma antiga casamata portuguesa.

O projecto, aprovado apesar de um parecer ambiental desfavorável e a alertar para potenciais danos a Coloane, acabou por ser abandonado em 2018 devido a ilegalidades na demarcação do terreno. Um outro antigo director da DSSOPT, Jaime Carion, ausente de Macau há vários anos, foi condenado à revelia a 20 anos de prisão, pena igual à aplicada ao empresário Si Tit Sang. O empresário William Kuan Vai Lam foi condenado a 18 anos de prisão.

Entre outros crimes, Jaime Carion e Li Canfeng foram considerados culpados de corrupção na autorização dada a um outro projecto habitacional, o Windsor Arch, na ilha da Taipa, um prédio com 37 andares junto à colina da Taipa Pequena, embora o limite estivesse fixado em 16 andares.

13 Dez 2023

Emprego | Três feiras no fim de Dezembro vão oferecer 534 vagas

O Natal vem aí e a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) tem prendas para meter nos sapatinhos dos residentes desempregados. Nos dias 19 e 28 de Dezembro serão organizadas três sessões de emparelhamento que vão disponibilizar 534 ofertas de emprego para os sectores da hotelaria, segurança e limpeza.

A primeira sessão, marcada para a tarde de 19 de Dezembro no salão de banquete do 28.º andar do Hotel Okura Macau, terá 35 vagas para emprego no ramo da hotelaria à disposição. Os cargos são gerente-assistente do clube desportivo, director de recepção, director de higiene ambiental, técnico de arranjos florais, trabalhador de rouparia, empregado de recepção e costureira. As inscrições para esta sessão começam hoje e terminam ao meio-dia da próxima segunda-feira.

No dia 28 de Dezembro, de manhã, realiza-se uma segunda sessão dedicada à hotelaria com 81 vagas de emprego para cargos como gerente assistente de serviços de restauração, assistente do chefe de cozinha, director dos serviços recreativos, auditor de contas, trabalhador na engenharia civil, barman, cozinheiro, supervisor de concierge e empregado de recepção.

Na parte da tarde, serão disponibilizadas 418 vagas para o ramo da segurança e limpeza, incluindo para cargos de guarda de segurança, porteiro, empregado de limpeza, varredor de rua, trabalhador da recolha de lixo. As duas sessões terão lugar no 2.º andar da FAOM (Rua da Ribeira do Patane nº 2-6) e as inscrições decorrem entre as 09h de amanhã e o meio-dia de 27 de Dezembro.

13 Dez 2023

Modernização da China é um modelo da sustentabilidade

Por Júlio Biquer*

Com mais de 1,4 mil milhões de habitantes, ou seja, 18% da população mundial, com uma imensidão territorial de características geográficas adversas e uma realidade populacional e histórica atípica, a modernização da China, como disse o Xi Jinping, o seu presidente, “… é a mais difícil e, ao mesmo tempo, a mais grandiosa.”

Para a modernização da China, vários caminhos foram antes explorados, depois da guerra do Ópio em 1840, começaram várias tentativas: o Governo Nacional da República da China (1912-1949 d.C.), o Movimento de Autofortalecimento, tentou com o método de aprendizagem das tecnologias industriais e militares do Ocidente, a Reforma dos Cem Dias e a Revolução Xinhai também procuraram estabelecer monarquia constitucional ou república ao estilo ocidental. Mas estas fórmulas copiadas do ocidente não tiveram êxitos.

Com a liderança do Partido Comunista da China, o povo chinês encontrou o caminho certo para independência nacional, libertação popular e prosperidade do país. O PCCh estudou e usou o marxismo para promover a modernização socialista com base nas realidades da China. Entendendo que não podemos copiar modelos e tentar implementá-los sem ter em conta a própria realidade, no entanto, deve ser através das experiências baseadas nas realidades nacionais.

Consciente que o mais importante é resolver o problema do povo, dando-lhes o que precisam, inspirando na sabedoria política tradicional chinesa para garantir a paz, estabilidade e o bem-estar não só do povo chinês, mas do mundo.

A modernização, ato ou efeito de modernizar ou atualizar, tido hoje como ocidentalização, é na verdade nada mais que a reorganização de acordo com os métodos ou tendências avançadas.

Nos dias de hoje, se considera os objetivos de desenvolvimentos sustentáveis como vetor fundamental da modernização. A China seguiu esta direção, fazendo com que a sua modernização anda de mãos dadas com a proteção do meio ambiente, inclusão social, erradicação da pobreza, paz, abundância material equilibrado com a cultura e a ética e tudo fora da lógica expansionismo ou da dominação.

Modernização verde e inclusiva

A convivência harmoniosa entre o homem e a natureza é a ideia central da filosofia da tradição chinesa e está enraizado nos seus genes culturais. Tomando como exemplo as duas escolas com maiores influências; confucionismo e o taoísmo.

Para estas escolas “A natureza não fala, mas garante a rotação das quatro estações e o crescimento de todos os seres.” E o Chuang Tzu defendia que “Vivemos com a natureza e somos um só.”

Estas filosofias tradicionais amigo do ambiente, são tidos em consideração na política de modernização da China, numa das declarações do Presidente Xi Jinping, afirmou que a “dotação per capita de energia e outros recursos naturais da China é absolutamente insuficiente, e o desenvolvimento acelerado do país é restringido pela esta dotação e pelo meio-ambiente’’.

O País Ganhou o prémio Campeões da Terra pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a maior honraria ambiental da ONU. E ocupa o 1º lugar do ranking mundial em vários domínios de desenvolvimento verde. Tem a maior escala de desenvolvimento e uso de energia renovável, o maior volume de produção e venda de veículos de nova energia, a melhoria mais rápida da qualidade do ar, o maior aumento nos recursos florestais, e a maior área de floresta plantada.

Desde a fundação da República Popular da China, particularmente depois da entrada na nova era do socialismo com as características chinesas, sob a liderança do Partido Comunista da China (PCCh), o seu empenho no desenvolvimento económico e social tem como objetivo final alcançar a prosperidade inclusiva. Por isso garantiu a disponibilidade de alimentos per capita que chega a mais de 470 kg, superior à linha de segurança alimentar internacional de 400 kg.

O rácio da renda disponível per capita dos residentes urbanos perante a dos residentes rurais caiu para 2,45:1, comparando com 2,88:1 de uma década atrás e conseguiu tirar quase 100 milhões de pessoas rurais da pobreza, dando assim um passo a mais para a prosperidade comum.

Equilíbrio material, cultural e ética

A China sempre trabalhou para a abundância material. Na Dinastia de Song, era uma das gigantes das trocas comerciais do mundo.

Sob a liderança do Partido Comunista da China, estabeleceu uma nova China e reduziu de forma exponencial a pobreza. Só por título de exemplo segundo as fontes chineses, a renda disponível per capita aumentou de 49,7 yuans em 1949 para 37.000 yuans em 2022, permitindo uma população de mais de 1,4 mil milhões de pessoas viver uma vida moderadamente próspera em todos os aspetos. Os maiores sistemas de educação, de segurança social e de saúde do mundo são estabelecidos no país.

Conseguiu preservar a sua cultura de forma intacta, a civilização chinesa é a única no mundo que não sofreu interrupções. Escrita do oráculo em ossos, poesia e cantos populares, terracotas e porcelanas clássicas, pavilhões e jardins requintados…são exemplos vivos.

O país lidera o ranking mundial de património cultural imaterial da UNESCO, com 43 projetos na lista. Grandes projetos como Arqueologia da China oferecem suporte para estudo e análise sobre a origem da civilização chinesa.

Paz e desenvolvimento

A modernização, o desenvolvimento de uma civilização muita das vezes são acompanhados de expansão territorial, colonização e outras formas de dominação. Mas a China decide prosseguir seguindo um caminho diferente, o caminho do desenvolvimento pacífico, conforme inscrito na sua lei magna.

Na filosofia dos governadores chineses “governar é promover coexistência de todos na harmonia” e para o povo “a fortuna nasce da harmonia’’, esta “cultura de harmonia” é também trazida na Arte da Guerra de Sun Tzu, para ele, “o líder habilidoso subjuga as tropas inimigas sem nem ao menos lutar” mostrando claramente a consciência da “valorização da paz”.

Preocupado com a paz mundial formulou e está praticando proactivamente os Cincos Princípios da Coexistência Pacífica, a China é hoje o maior contribuinte de forças de manutenção da paz da ONU entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, bem como o único dos cinco Estados com armas nucleares que se compromete a não ser o primeiro a utilizá-los. Para a realização do sonho chinês é imprescindível um ambiente interno e externo pacífico e estável.

Conclusão

É inegável o salto gigantesco dado pela China, que não podemos trazer neste trabalho, todas as grandes mudanças realizadas sob liderança do PCCh, mas alguns indicadores interessantes trazem de forma patente, a imagem de uma China modernizada.

Portanto, a China é um exemplo em termos do equilíbrio entre a modernização, a cultura, ética e os objetivos do desenvolvimento sustentável, na medida em que partiu da sua própria experiência, idealizou e implementou um sistema híbrido, funcional e sustentável.

* Presidente do Instituto Nacional da Juventude (INJ). Secretário Geral Adjunto da Juventude Africana Amílcar Cabral (JAAC-PAIGC)

12 Dez 2023

SMG | Esperadas baixas temperaturas no fim-de-semana

Dados divulgados pelos Serviços Metereológicos e Geofísicos (SMG) apontam para a ocorrência de baixas temperaturas no próximo fim-de-semana devido à “alta pressão atmosférica nas regiões setentrionais da China que se vai intensificar no final desta semana”.

Tal significa que “o ar frio vai intensificar-se e deslocar-se para sul”, além de que “a pressão no sul da China vai formar linhas isóbaras mais juntas, sinal de que o vento vai intensificar-se significativamente”.

Esperam-se, assim, uma temperatura mínima igual ou inferior a 12 graus celsius, sendo que “no início da próxima semana a temperatura pode descer ainda mais”.

12 Dez 2023