Concerto | “Chuva de Pétalas” no CCM em Junho

Está marcado para os dias 8 e 9 de Junho o espectáculo “Chuva de Pétalas, Uma Reimaginação Orquestral: Criação Híbrida da Princesa Floral”, integrado na temporada de concertos da Orquestra de Macau (OM). O evento acontece a partir das 20h no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM).

Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), apresenta-se “música orquestral de grande escala” com adaptação da obra “Princesa Floral”, da autoria do dramaturgo Tong Tik-sang.

“Esta grande composição orquestral constitui uma integração interdisciplinar da ópera cantonense e da música ocidental”, descreve ainda o IC, sendo que, durante o espectáculo, serão exibidos excertos reeditados do filme “Princesa Floral”, com Yam Kim-fai e Pak Suet-sin como protagonistas. Assim sendo, apresenta-se ao público “o clássico intemporal de ópera cantonense de uma forma criativa e inovadora”.

Coube a Lee Che-yi, compositor e harpista de Taiwan, realizar o alinhamento orquestral de “Chuva de Pétalas”, sendo também o maestro do concerto interpretado pela OM. Os bilhetes para este espectáculo já estão à venda e custam entre 150 e 300 patacas.

20 Mai 2024

Fotografia | Associação propõe abordagem ao retrato em concurso

É hoje lançada oficialmente a quinta edição do concurso fotográfico anual da “Somos – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” que, desta vez, tem o retrato como tema principal. A ideia é que os candidatos apresentem imagens de pessoas que fazem parte da ideia de lusofonia

 

Uma associação de Macau lança hoje um concurso de fotografia dirigido às comunidades lusófonas que propõe uma abordagem ao retrato, com foco na “herança identitária e cultural”, disse à Lusa a presidente da Somos – ACLP.

“Em cada rosto, um legado colectivo” é o tema da 5.ª edição do concurso fotográfico da Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos – ACLP). A proposta para este ano vai, pela primeira vez, para a fotografia de retrato, com destaque para a “herança identitária e cultural” do universo de países ou regiões onde se fala português, explicou à Lusa Marta Pereira.

“Não é só o retrato em si, gostaríamos que as fotografias fossem além dos próprios rostos e identificassem os elementos que compõem a comunidade lusófona”, indicou. A organização desafia ainda os concorrentes a evidenciarem “os elementos distintivos que vão além dos limites geográficos e são comuns e transversais a todo o universo lusófono”, lê-se num comunicado da Somos – ACLP.

“Simultaneamente, devem ser reflectidos os elementos intergeracionais, o legado cultural, herdado e mantido pelas comunidades lusófonas, cativados em aspectos do quotidiano, tradições e costumes, ou mesmo características físicas”, afirma-se na nota.

O concurso destina-se “a todos os cidadãos dos países e regiões da lusofonia ou residentes de Macau” com trabalhos realizados em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Goa, Damão e Diu.

Júri lusófono

Às três imagens vencedoras vão ser atribuídos prémios no valor de dez mil patacas, cinco mil patacas e 3.500 patacas, prevendo-se ainda a atribuição de menções honrosas.

A avaliação dos trabalhos cabe a um júri de seis profissionais da fotografia, presidido pelo fotojornalista português radicado em Macau Gonçalo Lobo Pinheiro e que conta ainda com Osvaldo Silva (Angola), Maria João Gala, António Azevedo (Portugal), Paulo Salgado (Brasil) e Alan Leon (Macau).

As imagens vão integrar uma exposição da associação, em Setembro, em Macau, com curadoria de Francisco Ricarte, e que vai incluir outras fotografias seleccionadas pelo júri “pela sua relevância ou valor para o tema do concurso fotográfico e para o propósito da Somos – ACLP, de projectar a dimensão cultural da lusofonia, assim como o papel de Macau enquanto plataforma que une a China e os países ou regiões de língua portuguesa”, ainda de acordo com a associação.

Para “assinalar o sucesso” da iniciativa fotográfica anual, a Somos – ACLP vai ainda editar um catálogo de fotografia que reúne as melhores imagens dos últimos cinco anos”, refere-se no comunicado.

A inscrição no concurso fotográfico é gratuita e pode ser efetuada através do formulário que se encontra no ‘site’ da associação (www.somosportugues.com) entre 20 de Maio e 20 de Junho.

20 Mai 2024

Rússia | Putin oferece energia barata e vantagens a investidores chineses

O Presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu na passada sexta-feira à China a possibilidade de se abastecer com energia a preços acessíveis e prometeu vantagens para as empresas do país asiático que invistam em território russo.

“A Rússia está pronta e é capaz de fornecer à economia, às empresas, às cidades e às aldeias da China energia, luz e calor a preços acessíveis e respeitadores do ambiente, de forma ininterrupta e fiável”, afirmou Putin, no seu discurso de abertura da oitava Expo Rússia-China, na cidade de Harbin, província de Heilongjiang, no nordeste chinês.

O Presidente russo sublinhou que a parceria entre os dois países no sector energético, que considerou um “apoio fiável ao mercado mundial da energia”, continuará a crescer no futuro.

Saudando o interesse das empresas chinesas em produzir na Rússia, Putin disse que oferecerá aos investidores “vantagens económicas, assistência e apoio” e a utilização da tecnologia do país e “pessoal altamente qualificado”.

O Presidente russo voltou a enaltecer a relação comercial entre Moscovo e Pequim, numa altura em que ambos os países estão sujeitos a sanções económicas e taxas alfandegárias punitivas impostas por terceiros devido à guerra da Ucrânia, no caso do primeiro, e por razões comerciais, no caso do segundo.

“Penso que podemos estar orgulhosos dos resultados dos nossos laços económicos”, afirmou Putin. O comércio entre China e Rússia registou, em 2023, um crescimento homólogo de 26,3 por cento, para 240 mil milhões de dólares.

20 Mai 2024

Pequim anuncia medidas para combater crise imobiliária após queda de quase 10% nos preços

A China anunciou na sexta-feira novas medidas para revigorar o sector imobiliário, depois de os últimos dados terem revelado que os preços da habitação caíram quase 10 por cento desde o início do ano. O banco central anunciou que vai reduzir a entrada para hipotecas e o limite mínimo das taxas de juro para a primeira e segunda habitação.

O mercado da habitação na China está em declínio há vários anos, após Pequim ter adoptado medidas contra o endividamento excessivo das construtoras, arrastando consigo um vasto leque de outros sectores – como o mobiliário e electrodomésticos. Muitos projectos estão agora parados, por acabar.

He Lifeng, vice-primeiro-ministro, disse que as autoridades vão implementar políticas adequadas a cada cidade e “travar a dura batalha de lidar com o risco de habitação inacabada”.

“Vamos avançar solidamente com tarefas – chave como a garantia de entrega de habitação e a absorção da habitação comercial existente”, disse He Lifeng, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, durante uma teleconferência de alto nível sobre políticas imobiliárias.

O esforço para atrair mais famílias para a compra de casa ganhou ímpeto depois de medidas anteriores, como a redução das taxas de juro e o financiamento apoiado pelo Governo, não terem conseguido atrair compradores para o mercado, numa altura em que os promotores imobiliários se debatem com a entrega de habitações já prometidas e pagas.

A crise tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70 por cento, segundo diferentes estimativas.

Procura-se procura

O Banco Popular da China anunciou que, a partir de sábado, a taxa de juro para empréstimos de cinco anos para compra de habitação vai ser reduzida em 0,25 por cento para 2,35 por cento. A taxa para os empréstimos a mais de 5 anos cai também 0,25 por cento, passando para 2,85 por cento.

A entrada mínima para os empréstimos para primeira habitação será de 15 por cento do preço de compra. Para as segundas habitações, será de 25 por cento, segundo a agência.

O Gabinete Nacional de Estatística do país reconheceu que a procura interna – despesas dos consumidores e das empresas – continua a ser “insuficiente” e afirmou que o Governo está a estudar novas formas de revitalizar a indústria imobiliária, depois de os preços da habitação terem caído 9,8 por cento entre Janeiro e Abril, em termos homólogos.

“A complexidade, a gravidade e a incerteza da actual conjuntura externa estão a aumentar significativamente. A procura interna efectiva é insuficiente, a pressão sobre as empresas é elevada e existem muitos riscos e perigos ocultos”, afirmou Liu Aihua, porta-voz do gabinete. “A base para a recuperação precisa de ser reforçada”, disse.

20 Mai 2024

Ucrânia | Pequim critica Estados Unidos por “procurarem inimigos em vez da paz”

A mentalidade de “guerra fria” continua a ser apontada por Pequim como um erro crasso dos Estados Unidos que são igualmente acusados de alimentarem a guerra em vez de procurarem soluções de paz

 

A China criticou na passada sexta-feira os Estados Unidos pela sua “lógica de preto e branco” e por “procurar inimigos em vez da paz”, referindo-se às recentes declarações de um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano sobre a guerra na Ucrânia.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, acusou Washington de manter uma “mentalidade de Guerra Fria” e de ser “parcialmente responsável pela eclosão e escalada do conflito na Ucrânia”.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel, afirmou na passada quinta-feira que a China não pode “ter o seu bolo e comê-lo também”, afirmando simultaneamente ter “relações boas, fortes e profundas” com a Europa, enquanto “alimenta a maior ameaça à segurança europeia desde há muito tempo”, referindo-se à aproximação de Pequim a Moscovo.

Wang disse em conferência de imprensa que a China “não é nem criadora nem parte” do conflito e que “sempre promoveu a paz e o diálogo”. O porta-voz chinês instou os EUA a “não culparem a China pelo conflito”, a “não tentarem criar divisões entre China e Europa” e a “não deitarem achas para a fogueira”.

Wang apelou a Washington para que “tome medidas práticas para a resolução política da crise ucraniana”, evitando mais uma vez chamar guerra ao conflito e mantendo a equidistância enquanto o Presidente russo, Vladimir Putin, está em visita oficial ao país asiático.

Pressão ocidental

Num encontro em Pequim, na quinta-feira, o líder russo e o Presidente chinês, Xi Jinping, reafirmaram as suas boas relações, frustrando as esperanças ocidentais de que Pequim fosse pressionar Moscovo a pôr fim à guerra. As declarações da China surgem num período de tensões crescentes entre o país asiático e os Estados Unidos sobre a guerra.

Washington acusou Pequim de fornecer a máquina de guerra russa, enquanto a China negou essas acusações e apelou a um cessar-fogo e a negociações “tendo em conta os interesses de todas as partes”.

20 Mai 2024

Portas do Cerco | Leong Hong Sai critica cheias no terminal

Leong Hong Sai considera que a fuga de água que afectou o Terminal Rodoviário Subterrâneo nas Portas do Cerco, a 4 de Maio, afectou a imagem turística de Macau e transmitiu uma falsa ideia de insegurança.

“Apesar de não ter afectado o funcionamento dos serviços de autocarros e o embarque e desembarque de passageiros, afectou negativamente a imagem de Macau como destino turístico, tendo-se mesmo tornado a primeira impressão de Macau para muitos turistas”, afirma o deputado dos Moradores, numa interpelação escrita.

Leong defende igualmente que a prioridade no serviço de autocarros público tem sido sempre a segurança, porém, este tipo de incidentes contraria esse esforço. Por isso, apelou ao Executivo para melhorar a segurança das obras realizadas na rede de transportes públicos e resolver outros problemas, relacionados com a segurança pública.

“A elevada taxa de defeitos das infra-estruturas de transportes e das instalações auxiliares de Macau não só mancha a imagem de Macau como destino turístico, mas também constitui um problema de segurança pública que requer melhorias urgentes”, acrescentou.

No que diz respeito à rede de autocarros, Leong Hong Sai criticou também a distribuição actual e revelou ter recebido várias queixas dos residentes, pelo facto do autocarro número H3 ser o único que se dirige ao Hospital das Ilhas, através de Seac Pai Van. Além do número ser considerado insuficiente, Leong apontou que uma das queixas passa pelo facto de o serviço ser suspenso às 21h30, como se a população não tivesse necessidade de recorrer ao hospital depois disso.

20 Mai 2024

Clima | Pedida preparação para situações extremas

Depois de no final de Abril ter caído granizo em Macau, o deputado Ngan Iek Hang considera que o território está cada vez mais exposto ao que diz serem “condições meteorológicas extremas” e pretende saber como é que o Governo vai reagir à nova realidade.

“O Governo tem continuado a melhorar o quadro da protecção civil e a optimizar o trabalho da protecção civil”, começou por realçar numa interpelação escrita. “No entanto, com a ocorrência frequente de condições meteorológicas extremas em Macau nos últimos anos, é necessário reforçar os nossos esforços nos domínios da previsão de condições meteorológicas extremas, da melhoria da capacidade de resistência das nossas infra-estruturas, bem como da publicidade e educação”, acrescentou.

Afirmando que o granizo mostra que as chuvas atingiram um ponto que não é comparável com qualquer outra altura nos últimos 10 anos, Ngan Iek Hang questiona como é que o Governo vai melhorar o sistema de alerta para este tipo de fenómenos e os mecanismos de resposta.

Além da necessidade de introduzir melhorias no mecanismo actual, Ngan defende que deve haver um aumento da cooperação com as regiões vizinhas, embora sem indicar como esta cooperação poderia melhorar a resposta local e em que moldes tal seria feita.

Por outro lado, Ngan Iek Hang alerta que uma boa forma de lidar com as chuvas extremas é garantir que os sistemas de escoação de água funcionam sem bloqueios. “De que modo tenciona a Administração acelerar a inspecção dos sistemas de drenagem das infra-estruturas públicas de Macau?”, questionou.

20 Mai 2024

Pequim acusa barco de guerra filipino encalhado de causar “poluição irreversível”

O casco e as instalações interiores de um navio de guerra das Filipinas encalhado em Ren’ai Jiao (também conhecido como recife de Ren’ai) estão gravemente corroídos, segundo um conjunto de imagens da Guarda Costeira da China (CCG) obtidas recentemente e divulgadas pelo Global Times. Especialistas chineses alertaram que o navio de guerra pode causar danos irreversíveis e contínuos à vida marinha no Mar do Sul da China.

Segundo a China, desde 2023, as Filipinas “agiram de má-fé e forneceram secretamente materiais de construção ao navio de guerra encalhado através de vários meios. Os repetidos suplementos das Filipinas expuseram totalmente sua intenção de violar descaradamente a sua promessa de rebocar o navio de guerra e sua tentativa de ocupar ilegalmente o Ren’ai Jiao da China com intenção maliciosa”.

As imagens mostram que o casco do navio de guerra encalhado apresenta danos e fugas, com uma grande quantidade de tinta a descascar do casco e muitas ferrugens corroídas, com a água a escorrer directamente para o mar. O navio inteiro quase se transformou numa pilha de ferro-velho enferrujado, com vários objectos pessoais e lixo colocados casualmente no convés descoberto.

Os militares filipinos estão a pescar no recife pouco profundo de Ren’ai Jiao. Uma das imagens mostra um militar filipino de pé sobre o navio de guerra encalhado, suspeito de urinar na lagoa de Ren’ai Jiao.

Vários vídeos captados no início deste ano mostram que os militares filipinos que se encontravam no navio de guerra encalhado não só despejavam águas residuais directamente no mar, como também se reuniam no convés de proa para queimar lixo.

Yang Xiao, vice-director do Instituto de Estudos de Estratégia Marítima do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, disse que, devido ao facto de o navio de guerra ter estado imobilizado durante quase 25 anos, a tinta do casco do navio, a dissolução da ferrugem do metal do casco, a descarga da combustão de combustíveis fósseis e os resíduos domésticos a bordo do navio foram descarregados durante muito tempo nos recifes e nas águas à volta de Ren’ai Jiao.

“Estas toxinas continuam a espalhar-se em torno dos pontos de ligação à terra do navio encalhado ilegalmente, causando danos irreversíveis e contínuos à vida marinha circundante. Isto não só causa a morte de animais marinhos, como peixes e camarões, mas também provoca danos cumulativos nas plantas aquáticas marinhas. Além disso, através da cadeia alimentar, tem efeitos adversos significativos no ecossistema marinho do Mar do Sul da China e, por extensão, na humanidade”, afirmou Yang.

Com dolo

“No caso dos navios que se deslocam constantemente no mar, a tinta e a poluição do navio podem ser continuamente diluídas pela água do mar. No entanto, se o navio estiver atracado ou encalhado em pontos fixos durante muito tempo, a poluição é difícil de ser diluída pela água do mar devido à falta de movimento da água, resultando num gradiente de toxinas centrado no navio de guerra”, observou Yang.

“Entre eles, os poluentes mais importantes são o óxido de mercúrio, os compostos organoestânicos [TBT] e os compostos de cobre. Há investigação científica suficiente para mostrar que estas toxinas podem causar poluição patogénica irreversível à vida marinha. Mais importante ainda, com o enriquecimento da cadeia alimentar, estes poluentes podem entrar no círculo de vida humano”, afirmou Yang.

Yang afirmou ainda que o Governo filipino encalhou deliberadamente um navio militar degradado nos belos recifes do Mar da China Meridional e não cumpriu a sua promessa de o remover durante 25 anos. Além disso, “as Filipinas não conseguem e não querem levar a cabo a protecção ambiental e o controlo da poluição no navio, o que leva a que uma grande quantidade de poluentes naturais e artificiais seja descarregada directamente nos recifes e nas águas circundantes, o que é extremamente irresponsável e incivilizado”, concluiu Yang.

17 Mai 2024

Putin agradece, Xi cita Carta da ONU

O Presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu ontem a Xi Jinping as iniciativas da China para resolver o conflito na Ucrânia, num encontro em Pequim, no qual o líder chinês disse esperar que a Europa regresse à paz. Putin garantiu que vai informar Xi em pormenor sobre a “situação na Ucrânia” e afirmou que o seu país “está grato pela iniciativa dos colegas e amigos chineses para resolver a situação”. “A China espera que a Europa regresse rapidamente à paz e à estabilidade e vai continuar a desempenhar um papel construtivo nesse sentido”, apontou Xi.

O primeiro ponto do plano chinês destacou a importância de “respeitar a soberania de todos os países”, numa referência à Ucrânia. “O Direito internacional, universalmente reconhecido, incluindo os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, deve ser rigorosamente observado”, lê-se na proposta. Mas o Governo chinês apelou ainda ao fim da “mentalidade da Guerra Fria” – um termo frequentemente usado por Pequim para criticar a política externa dos Estados Unidos.

“A segurança de uma região não deve ser alcançada através do fortalecimento ou expansão de blocos militares”, lê-se, numa crítica implícita ao alargamento da NATO. “Os legítimos interesses e preocupações de segurança de todos os países devem ser levados a sério e tratados adequadamente”.

Xi afirmou que os dois países estão a aprofundar as suas relações como “bons vizinhos, bons amigos, bons parceiros”, ecoando o seu compromisso com a amizade “sem limites” que proclamaram em 2022, pouco antes de a Rússia lançar a invasão.

Pequim é agora o maior mercado para o petróleo e gás russos e uma importante fonte de importações, que incluem bens de dupla utilização civil e militar, que mantêm a máquina militar russa operacional, apesar de a China ter banido a venda de armamento ao país vizinho.

Abertos a negociações

Citado pela agência noticiosa estatal russa RIA-Novosti, Putin afirmou que as relações Rússia – China “não são dirigidas contra ninguém”. “A nossa cooperação nos assuntos mundiais é hoje um dos principais factores de estabilização do cenário internacional”, realçou.

Na véspera da visita, Putin afirmou, numa entrevista à imprensa oficial chinesa, que o Kremlin quer negociar uma solução para o conflito na Ucrânia. “Estamos abertos a um diálogo sobre a Ucrânia, mas essas negociações devem ter em conta os interesses de todos os países envolvidos no conflito”, afirmou.

A deslocação do líder russo ocorre numa altura em que as forças do seu país têm vindo a intensificar uma ofensiva na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, que teve início na semana passada, na incursão fronteiriça mais significativa desde o início da invasão em grande escala.

Juntamente com os esforços de Moscovo para aproveitar os seus ganhos na região vizinha de Donetsk, a guerra de dois anos entrou numa fase crítica para as forças armadas ucranianas, que aguardam novos fornecimentos de mísseis antiaéreos e cartuchos de artilharia dos Estados Unidos. “Estamos a procurar uma solução abrangente, sustentável e justa para este conflito”, afirmou Putin, citado pela Xinhua.

17 Mai 2024

Putin em Pequim | Xi Jinping define estado das relações com a Rússia

O presidente chinês atribuiu ao cumprimento de cinco pontos o sucesso das relações China-Rússia

 

Ao dar as boas-vindas ao presidente russo, Xi comentou que a visita de Estado de Putin à China é a sua primeira visita ao estrangeiro desde o início de um novo mandato presidencial. Para ele, este facto demonstra a “grande importância” que o Presidente Putin e a parte russa atribuem às relações com a China.

Em conferência de imprensa, Xi afirmou que tinha acabado de concluir com Putin uma reunião “sincera e cordial”, que abrangeu muitos temas. Uma análise exaustiva da experiência bem-sucedida de desenvolvimento das relações entre a China e a Rússia nos últimos 75 anos, desde o estabelecimento das relações diplomáticas, procederam a uma troca de pontos de vista aprofundada sobre as relações e sobre as principais questões internacionais e regionais de interesse mútuo e traçaram o rumo a seguir para as relações e a cooperação sino-russas em todos os domínios.

Xi acrescentou que também assinaram e emitiram a “Declaração Conjunta da República Popular da China e da Federação Russa sobre o Aprofundamento da Parceria Estratégica Abrangente de Coordenação para a Nova Era no Contexto do 75º Aniversário das Relações Diplomáticas China-Rússia”, e testemunharam a assinatura de uma série de importantes documentos de cooperação intergovernamental e interagências, que “injectam um novo e forte impulso no desenvolvimento sólido das relações China-Rússia”.

Xi sublinhou que as relações entre a China e a Rússia tornaram-se um excelente exemplo de uma nova forma de relações internacionais, bem como de relações de boa vizinhança entre dois grandes países. O presidente chinês atribuiu este “progresso notável” nas relações China-Rússia “ao empenhamento dos dois países em cinco princípios”.

Assim, em primeiro lugar, afirmou Xi, a China e a Rússia estão empenhadas no “respeito mútuo como princípio fundamental das relações” e apoiam sempre os interesses fundamentais da outra parte. Os dois presidentes concordam que a chave para que os dois países encontrem um novo caminho para o crescimento das relações entre países importantes e vizinhos reside no respeito mútuo e na igualdade, bem como no apoio mútuo firme em questões relacionadas com os interesses fundamentais e as principais preocupações de cada um. Este aspecto é “fundamental” para a parceria estratégica global de coordenação China-Rússia para a nova era. “As duas partes continuarão a defender os princípios da não aliança, da não confrontação e de não visar terceiros, aprofundar a confiança política, respeitar a escolha recíproca da via de desenvolvimento e a realizar o desenvolvimento e a revitalização com o apoio firme da outra parte”, acrescentou Xi.

Em segundo lugar, disse Xi, “a China e a Rússia estão empenhadas na cooperação vantajosa para ambas as partes como a força motriz das relações e trabalham para promover um novo paradigma de benefício mútuo”. No ano passado, o comércio bilateral ultrapassou os 240 mil milhões de dólares americanos, cerca de 2,7 vezes mais do que há uma década. Esta é uma boa indicação da cooperação global de benefício mútuo que continua a aprofundar-se entre os dois países. Os presidentes concordam que os dois países precisam de procurar áreas em que os seus interesses convergem, aproveitar os seus pontos fortes comparativos, aprofundar a integração de interesses e permitir o sucesso um do outro. “Os dois países precisam de melhorar ainda mais a sua cooperação em termos estruturais, consolidar a boa dinâmica no comércio e noutras áreas tradicionais de cooperação, apoiar a formação de plataformas e redes de investigação fundamental, continuar a desbloquear o potencial de cooperação em áreas de fronteira, intensificar a cooperação em matéria de portos, transportes e logística e ajudar a manter estáveis as cadeias industriais e de abastecimento globais”, afirmou Xi.

Em terceiro lugar, a China e a Rússia estão empenhadas em “manter uma amizade duradoura como base das relações e em levar por diante a tocha da amizade sino-russa. Tanto a China como a Rússia têm uma história consagrada pelo tempo e uma cultura esplêndida. As obras de Pushkin e Tolstoi são conhecidas na China e a Ópera de Pequim e o Tai Chi são muito apreciados pelo povo russo. Ao concentrarem-se na implementação do Roteiro para a Cooperação China-Rússia em matéria de intercâmbios interpessoais e culturais antes de 2030, os dois países estão a expandir os laços interpessoais e culturais”, afirmou Xi. Os dois presidentes definiram 2024 e 2025 como os Anos Culturais China-Rússia, propuseram uma série de actividades culturais que são realistas, próximas do coração das pessoas e populares entre elas, e “encorajaram interacções mais estreitas entre vários sectores e a nível subnacional, de modo a aumentar a compreensão mútua e a afinidade entre os dois povos”, observou Xi.

Em quarto lugar, disse Xi, “a China e a Rússia estão empenhadas na coordenação estratégica como base das relações, e orientam a governação global na direcção certa. Os dois países estão firmemente empenhados em salvaguardar o sistema internacional centrado nas Nações Unidas e a ordem internacional sustentada pelo direito internacional. Mantêm uma estreita coordenação e colaboração em plataformas multilaterais, como a ONU, a APEC e o G20, e promovem a multipolaridade e a globalização económica no espírito do verdadeiro multilateralismo”. Com a Rússia presidindo os BRICS este ano e a China assumindo a presidência da Organização de Cooperação de Xangai no final deste ano, “os dois lados apoiarão a presidência um do outro, construirão uma parceria de alta qualidade que seja mais abrangente, próxima, prática e inclusiva, e construirão a unidade e a força do Sul Global”, acrescentou.

Por último

Em quinto lugar, “a China e a Rússia estão empenhadas na equidade e na justiça como objectivo das relações e dedicadas à resolução política dos pontos críticos. A mentalidade da Guerra Fria ainda existe e o unilateralismo, o hegemonismo, o confronto entre blocos e a política de poder ameaçam a paz mundial e a segurança de todos os países”. Os dois presidentes são de opinião que é urgente resolver o conflito israelo-palestiniano. “As resoluções da ONU devem ser implementadas com seriedade e a questão da Palestina deve ser resolvida com base na solução de dois Estados”, disse Xi. Quanto à Ucrânia, “a posição da China sobre esta questão é coerente e clara, incluindo a observância dos objectivos e princípios da Carta das Nações Unidas, o respeito pela soberania e integridade territorial de todos os países, o respeito pelas preocupações legítimas de segurança de todas as partes e a construção de uma nova arquitectura de segurança que seja equilibrada, eficaz e sustentável. A China espera que a paz e a estabilidade regressem ao continente europeu numa data próxima e está pronta a desempenhar um papel construtivo para esse fim”, afirmou.

Xi salientou que, como diz um ditado chinês, “uma montanha é formada pela acumulação de solo e um oceano é formado pela acumulação de água”. “Após 75 anos de sólida acumulação, a amizade duradoura e a cooperação global entre a China e a Rússia constituem um forte impulso para os dois países avançarem apesar do vento e da chuva. Tendo alcançado um novo ponto de partida, a China e a Rússia manter-se-ão sempre empenhadas no seu objectivo fundador e assumirão conjuntamente a responsabilidade de criar mais benefícios para os seus povos e dar o devido contributo para a segurança e estabilidade globais”, concluiu Xi.

17 Mai 2024

Turismo | Joey Lao elogia dinamismo de vistos individuais

O ex-deputado e economista Joey Lao publicou ontem um artigo de opinião no jornal Ou Mun a elogiar a emissão de vistos individuais de mais oito cidades do Interior da China como um grande presente para Macau, particularmente para a recuperação económica e o desenvolvimento de turismo.

“As oito cidades adicionais são capitais de nível provincial, que demonstram um desenvolvimento económico rápido nos últimos anos, e que têm uma população total que ultrapassa 33 milhões de pessoas. Enquanto mercado turístico, têm um considerável potencial”, escreve o também presidente da Associação Económica de Macau.

Joey Lao refere também as características deste tipo de turistas, oriundos de cidades distantes, que normalmente ficam mais tempo no destino turístico e acabam também por consumir mais, beneficiando os sectores hoteleiro, restauração, venda a retalho, convenções e exposições.

No passado dia 11 de Maio, a Administração Nacional de Imigração publicou a autorização sobre a integração de mais oito cidades no visto individual para deslocação a Hong Kong e Macau, nomeadamente Taiyuan, Hohhot, Harbin, Lassa, Lanzhou, Xining, Yinchuan e Urumqi. A emissão dos vistos começará a partir do dia 27 de Maio.

17 Mai 2024

Jockey Club | Governo anuncia recuperação de terreno

Após a rescisão do contrato para a exploração das corridas de cavalos, o Governo recuperou o terreno com 363 mil metros quadrados onde se situa o Jockey Club

 

O Governo anunciou ontem que recuperou o terreno com 363 mil metros quadrados onde se situa o hipódromo, após o fim das corridas de cavalos, em Março.

Num despacho publicado no Boletim Oficial, o secretário para os Transportes e Obras Públicas declara a caducidade da concessão por arrendamento do terreno à Companhia de Corridas de Cavalos de Macau, S.A. No documento, Raimundo do Rosário sublinhou que a decisão, com efeitos retroactivos a 1 de Abril, foi tomada por força da rescisão do contrato com a empresa, conhecida como Macau Jockey Club (MJC).

De acordo com o despacho, todos os edifícios e construções incorporadas no terreno na ilha da Taipa revertem “livre de quaisquer ónus ou encargos” e o terreno irá integrar o domínio privado da Região Administrativa Especial de Macau.

Em 15 de Janeiro, aquando do anúncio do fim das corridas de cavalos, o porta-voz do Conselho Executivo tinha dito que o Governo não iria realizar um novo concurso público e lembrou que também Singapura anunciou o fim desta actividade, após Outubro deste ano.

André Cheong prometeu a realização de estudos para o futuro aproveitamento do terreno, mas garantiu, no entanto, que a área não será usada para a construção de mais casinos.

História de prejuízos

Após mais de 40 anos, Macau acolheu a 30 de Março a última corrida de cavalos, após a MJC, que tinha vindo a acumular prejuízos desde 2002, ter pedido a rescisão da concessão por “dificuldades de exploração”.

A concessão tinha sido prorrogada por mais 24 anos no final de 2018, dando o monopólio das corridas de cavalos até Agosto de 2042 à empresa, que se tinha comprometido a fazer investimentos até 3,4 mil milhões de patacas. A MJC tinha anunciado planos para avançar, até 2026, com um projecto turístico que previa pelo menos dois hotéis, zonas verdes, áreas desportivas, restaurantes, lojas, um museu e uma escola de equitação.

A empresa ligada à Sociedade de Jogos de Macau (SJM), uma das seis operadoras de casinos do território, fundada pelo falecido magnata Stanley Ho, não pagou qualquer indemnização ao Governo. A MJC “comprometeu-se a pagar indemnização aos trabalhadores despedidos”, garantiu, também em Janeiro, o director dos Serviços para os Assuntos Laborais. Wong Chi Hong revelou que a empresa tinha 254 trabalhadores locais e 316 sem estatuto de residente.

Em Julho de 2018, a região deixou de ter corridas de galgos, após o encerramento do canídromo, também ligado à SJM, num terreno com 40 mil metros quadrados, na península de Macau. Cinco anos depois, em Julho passado, o Governo anunciou que iria criar um parque desportivo, com uma pista de atletismo, no terreno do canídromo, que já incluía um campo de futebol. Em Novembro, as autoridades disseram que o novo parque desportivo deverá estar pronto na primeira metade de 2025.

16 Mai 2024

Conselho de Estado | Xia Baolong pede mais internacionalização

O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau pretende ver na RAEM um esforço maior de internacionalização e ligação ao exterior, para criar mais oportunidades comerciais

 

No quarto dia da visita a Macau, o director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, pediu “aos diversos sectores” para “potenciarem melhor o posicionamento e as vantagens inerentes a Macau” e “fazerem brilhar ainda mais o cartão de visita dourado de Macau como metrópole internacional”.

As declarações de Xia Baolong terão sido prestadas num encontro com representantes da Associação Comercial de Macau e outros empresários e foram citadas por André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, através de um comunicado.

No âmbito de esforço de maior internacionalização, Xia destacou igualmente a necessidade de os empresários “contribuírem na promoção do desenvolvimento adequado e diversificado da economia”.

Ao mesmo tempo, o responsável afirmou às elites locais que o futuro mais próximo terá de passar pela “optimização” do “sistema jurídico” e da implementação “princípio de Macau governado por patriotas”. Sobre as tarefas a realizar, Xia Baolong mencionou ainda a “melhoria da vida da população e da capacidade governativa e de gestão” e o “intercâmbio com o exterior”.

Lista para cumprir

Face às declarações do director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, o secretário para a Administração e Justiça, afirmou que “irá cumprir rigorosamente as funções no âmbito da administração e justiça, contribuindo, conforme as directrizes de trabalho apresentadas por Xia Baolong, para um brilho ainda maior do cartão de visita dourado de Macau”.

André Cheong prometeu ainda “implementar estritamente o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ e a Lei Básica de Macau, optimizar constantemente o regime jurídico e mecanismo executivo da Lei Básica de Macau, salvaguardar firmemente o poder pleno da governação do Governo Central, reforçar a implementação do princípio ‘Macau governado por patriotas’, garantir, no âmbito da lei e do regime jurídico, a implementação bem-sucedida, estável e duradoura do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”.

No mesmo sentido, o Governo prometeu “promover, com todo o esforço e persistência, a reforma administrativa, aprofundar a governação electrónica, simplificar os procedimentos administrativos, incrementar o desempenho administrativo, aumentar, de forma constante, a capacidade governativa e de gestão de modo a prestar serviços públicos mais personalizados e de melhor qualidade aos cidadãos”.

Hengqin | Xia Baolong elogia escola Hou Kong

Xia Baolong, director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, esteve ontem na Escola de Hengqin Anexa à Escola Hou Kong e destacou o trabalho desenvolvido pela instituição de ensino. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Iao Tun Ieong, director da escola Hou Kong, revelou que Xia Baolong reconheceu a qualidade do ambiente escolar e instalações, e incentivou a continuação do trabalho de formação de quadros qualificados em prol dos objectivos traçados pelo país e Macau. O director da escola destacou que a instituição, sob liderança do país e do Governo de Macau, pretende ensinar todo o tipo de alunos sem discriminação, pretendendo fomentar um ensino patriótico e ligado à tecnologia e ciência, sempre com perspectiva de internacionalização.

Defendida tradição de amar a pátria

O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, Xia Baolong, visitou na quarta-feira quatro associações e uma escola e defendeu “as vantagens da tradição de amar a pátria e amar Macau e as vantagens humanísticas na mistura das culturas chinesa e ocidental”.

As visitas fizeram parte do terceiro dia da visita a Macau e foram relatadas pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, numa nota de imprensa emitida ontem.

Segundo a secretária, Xia Baolong também terá dito que várias “políticas favoráveis” no território, como “a escolaridade gratuita, os serviços médicos gratuitos, e o regime da segurança social” dependem “do apoio de sectores que amam a pátria e amam Macau”. Nos encontros, indicou a governante, Xia Baolong terá ainda reconhecido “plenamente que as associações ajudam o Governo a governar, bem como o contributo dos chineses ultramarinos para a RAEM e a Pátria”.

Xia Baolong afirmou também que “a diversidade de culturas, de religiões e de línguas” demonstra “as características e valores únicos de integração das culturas chinesa e ocidental de Macau”. O governante de Pequim mostrou também confiança no Governo da RAEM para “conseguir transformar Macau numa ‘cidade do espectáculo’ e ‘cidade do desporto’, cujos trabalhos são executados de uma forma cada vez melhor”.

16 Mai 2024

Timor-Leste | PR defende recrutamento local de timorenses para trabalharem em Portugal

O Presidente de Timor-Leste defendeu ontem que o recrutamento de timorenses para trabalharem em Portugal devia ser feito localmente ou à chegada ao país, para evitar “falsas agências de emprego” e “combater o “tráfico humano”.

O que “faria todo o sentido é que qualquer timorense que queira trabalhar em Portugal, chegando lá, fosse apoiado por agências vocacionadas para o efeito e fossem logo trabalhar”, disse José Ramos-Horta, quando questionado pela Lusa sobre a decisão de Portugal de passar a exigir comprovativo de meios de subsistência para atribuir visto de trabalho a cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“Eu compreendo, do lado de Portugal que haja precauções”, disse o chefe de Estado, dando como exemplo o Japão, que abriu um programa para contratar trabalhadores estrangeiros, mas que chegam ao país já com contrato e emprego garantido.

O objectivo, explicou Ramos-Horta, é “evitar que vão milhares de pessoas de repente e só depois é que começam a procurar emprego”. Nesse sentido, o Presidente timorense defendeu também que deviam instalar-se em Timor-Leste agências portuguesas de contratação de trabalhadores.

“Fazem entrevistas e recrutamento aqui, toda a papelada é feita, para evitar falsas agências de emprego, combater o tráfico humano, falsas agências de viagens. Muitos timorenses que foram para Inglaterra, há 20 anos, primeiro foram para Portugal e foi uma agência portuguesa que organizou tudo e que continua a apoiar timorenses”, salientou.

O secretário das Comunidades Portuguesas, José Cesário, anunciou terça-feira que os cidadãos lusófonos que pretendam entrar em Portugal com um visto de trabalho da CPLP vão ter de comprovar meios de subsistência até arranjarem trabalho, ao contrário do que estava anteriormente previsto.

16 Mai 2024

Taiwan | Pequim anuncia “medidas disciplinares” contra taiwaneses por “espalharem boatos”

O Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (Executivo) da China anunciou ontem que vai tomar “medidas disciplinares” contra cinco pessoas na ilha por “divulgarem informações falsas” sobre Pequim.

O porta-voz do Gabinete, Chen Binhua, disse em conferência de imprensa que “certos indivíduos em Taiwan ignoraram as realizações e os progressos da China continental”, o que, segundo ele, “induziu em erro alguns cidadãos da ilha, fomentando a hostilidade e prejudicando as relações entre os dois lados do estreito”.

O porta-voz respondia a uma pergunta que se referia a declarações de algumas pessoas influentes na ilha que afirmaram que os assentos dos comboios de alta velocidade na China não têm encostos ou que os cidadãos chineses são tão pobres que não se podem dar ao luxo de comprar ovos cozidos mergulhados em chá.

Chen recordou que “qualquer acto de fabricação ou difusão de rumores que perturbe a ordem social e prejudique a honra e os interesses do país enfrentará consequências legais”. O porta-voz afirmou que as autoridades chinesas vão adoptar “medidas disciplinares” contra Huang Shicong, Li Zhenghao, Wang Yi-chuan, Yu Beichen e Liu Baojie, bem como contra os seus familiares.

16 Mai 2024

Putin pede política externa sino-russa para alcançar “ordem mundial justa”

O Presidente russo, Vladimir Putin, destacou ontem a necessidade de coordenação entre Moscovo e Pequim para estabelecer uma “ordem mundial multipolar justa”, na véspera de uma visita de Estado de dois dias à China.

Putin sublinhou, em entrevista à agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, que a “relação estratégica e amigável” entre os dois países se mantém “independentemente da situação política”, num contexto de aumento das sanções contra Moscovo por causa da guerra na Ucrânia e de apelos para que Pequim não apoie a Rússia.

Sobre as relações económicas, o líder russo referiu o grande potencial dos laços financeiros entre Rússia e China, sublinhando o crescimento do comércio bilateral e a “forte imunidade aos desafios e crises externas”. A importância da “cooperação económica e cultural entre as duas nações” e a promoção da “prosperidade e igualdade nos domínios económico e cultural” são outros aspectos destacados pelo Presidente russo.

A China é o maior parceiro comercial da Rússia há 13 anos consecutivos, enquanto a Rússia foi classificada como o quarto maior parceiro comercial da China em 2023. Mais de 90 por cento das transacções entre os dois países são realizadas nas respectivas moedas nacionais, sublinhou o líder russo.

No contexto do BRICS, o bloco de economias emergentes fundado pelos dois países, para além do Brasil, da Índia e da África do Sul, Putin valorizou a cooperação entre a Rússia e a China e manifestou o seu empenho em integrar novos membros durante a sua presidência do grupo em 2024, para alargar a representatividade da plataforma.

Putin sublinhou igualmente o papel do bloco, juntamente com a Organização de Cooperação de Xangai (OCX), nas questões internacionais.

Criada em 2001, a SCO, que reúne mais de metade da população mundial, centra-se na segurança regional, na luta contra o terrorismo regional, o separatismo étnico e o extremismo religioso.

Putin sublinhou a promoção da igualdade, da transparência e das reformas no sistema de governação mundial e rejeitou “as tentativas ocidentais de impor uma ordem baseada na mentira e na hipocrisia”.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, lembrou na segunda-feira que este ano se assinala o 75.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países e que Pequim valoriza “muito a orientação estratégica da diplomacia dos dois chefes de Estado” nas suas relações bilaterais.

16 Mai 2024

Fotografia | Roberto Badaraco protagoniza exposição sobre natureza de Macau

O fotógrafo macaense Roberto Badaraco é o autor da próxima exposição de fotografia patente no Auditório do Carmo, junto às Casas Museu da Taipa, com organização do Instituto Internacional de Macau (IIM). Trata-se da mostra “Natureza de Macau: Aves e Flores”, que será inaugurada no dia 5 de Junho a partir das 18h30.

Conhecido por “Bobby”, Roberto Badaraco é, desde a infância, um entusiasta da fotografia. Depois de se reformar da Polícia Judiciária, após uma carreira de mais de 30 anos, o macaense passou a dedicar-se quase inteiramente às imagens, nomeadamente fotografias sobre a natureza.

Segundo o IIM, “as flores e os pequenos insectos constituem o seu especial interesse”, sendo que “de há uma década para cá as aves têm também atraído a sua atenção”. Roberto Badaraco tem partilhado muito do seu trabalho nas redes sociais, destacando que prefere fazer fotografia para os mais próximos.

O seu trabalho já foi exposto em diversos locais, nomeadamente durante o Encontro dos Macaenses em 2016, também numa iniciativa do IIM. Esta nova exposição “pretende não só promover esta arte, na pessoa e na obra de um natural da terra, como também divulgar a rica variedade de aves que existe em Macau, de um conjunto de mais de 400 espécies, bem como as suas características distintas da natureza”.

A Fundação Macau apoia financeiramente esta iniciativa, sendo que o trabalho de identificação das espécies de aves presentes nas fotografias expostas teve o apoio do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). A exposição estará patente até ao dia 14 de Junho deste ano.

16 Mai 2024

Exposição em Lisboa mostra porcelanas criadas por Ai Weiwei

A porcelana, “o mais antigo produto artificial” do homem e que ‘sobrevive’ ao plástico, é o material de quase todas as obras do artista chinês Ai Weiwei que compõem uma exposição em Lisboa, que abriu ontem.

Intitulada “Paradigm”, a mostra vai poder ser visitada na Galeria São Roque, até 31 de Julho, e é constituída por 17 obras inspiradas na liberdade de expressão e criadas pelo artista e activista chinês, residente no concelho alentejano de Montemor-o-Novo (Évora), nos últimos anos.

Trata-se sobretudo de trabalhos em porcelana, mas a exposição integra também uma nova série de retratos com peças de LEGO, que o artista começou a usar em 2014, quando trabalhou com um material associado ao lúdico para produzir retratos de presos políticos.

Em entrevista à agência Lusa, Mário Roque, proprietário da Galeria São Roque, explicou que Ai Weiwei “é um grande coleccionador de cerâmicas, já o seu pai era”, o poeta Ai Qing (1910-1996), possuindo peças desde “a dinastia Song”, que governou a China no período de 960 a 1279.

O artista interessou-se mais por esta arte e tornou-se “um grande ceramista, domina perfeitamente a cerâmica”, frisou o mesmo responsável.

“Neste momento, tem interpretações dessas porcelanas feitas agora, já com um carácter completamente diferente, porque há sempre uma irreverência [no seu trabalho], mas poderiam ser perfeitamente [peças] do século XVI ou XVII, mas feitas por ele”, realçou Mário Roque.

Já Ai Weiwei, em declarações aos jornalistas esta semana, numa visita promovida à sua residência no Alentejo, disse interessar-se muito “pelo que aconteceu no passado” e destacou que “a porcelana é o mais antigo produto humano”.

Trata-se de “um produto artificial que atingiu uma qualidade muito elevada desde tempos muito antigos, talvez desde o tempo das cavernas, e, até hoje, ainda usamos porcelana. É claro que muitas são substituídas por plástico, mas, ainda assim, a porcelana detém uma qualidade muito especial” e está presente em muitas casas, argumentou.

Fusões e antiguidades

Destacando que a porcelana chinesa sempre teve uma qualidade muito elevada, o artista corroborou que esta mostra em Lisboa, “uma das mais pequenas exposições de sempre”, partiu do seu “interesse antigo por antiguidades” e do “laço de confiança” que criou com Marco Roque, cuja galeria visitou. “É muito irónico fazermos uma exposição de porcelanas numa galeria de antiguidades”, considerou.

Mário Roque confirmou à Lusa que a exposição “começou quase como uma brincadeira”, mas enquadra-se no foco da galeria, cujas iniciativas “têm sempre a ver com os Descobrimentos e a fusão entre os objectos de arte portugueses e desses países”.

Os portugueses foram “os primeiros importadores” de porcelana oriunda da China e, graças a isso, provocaram “uma revolução nas cerâmicas europeias”, disse.

Até então, estas eram “sempre policromadas”, mas “Portugal trouxe o branco e o azul da China”, levando a faiança portuguesa a ser “comprada e divulgada por toda a Europa e pelo mundo”. E o azul-cobalto até serviu para os azulejos portugueses, “um objecto icónico”, pelo que é clara a fusão de culturas, frisou Mário Roque.

Nascido em Pequim, na China, em 1957, Ai Weiwei tem desenvolvido o seu trabalho em instalação escultórica, cinema, fotografia, cerâmica, pintura, escrita e já expôs em instituições e bienais em todo o mundo.

16 Mai 2024

Tim Ip convidado para dar palestra sobre estética em Macau

Tim Ip, director de arte de teatro e cinema conhecido internacionalmente, é o nome convidado pelo Instituto Cultural (IC) para dar uma palestra sobre estética no próximo dia 20 de Maio a partir das 19h30 no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM).

O evento, intitulado “Palestra sobre Estética – Três Modelos de Futuro”, integra-se no leque de actividades do “Mês de Promoção Cultural”. Na sessão, Tim Ip, que é também designer de moda, irá partilhar “a estética oriental com o público”, descreve o IC, em comunicado.

Tim Yip tem vindo a explorar e desconstruir o conceito estético do “Novo Orientalismo”, interpretando a cultura antiga como um meio de inspirar o futuro. Ao longo dos anos, tem organizado exposições individuais e palestras em diferentes regiões. As suas criações abrangem áreas tão diversificadas como o cinema, o teatro, a arte contemporânea e a literatura, tendo passado pela China, Áustria, França, Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Japão e Israel. Na palestra, o professor Yip irá apresentar, através dos “Três Modelos de Futuro”, obras artísticas suas de diferentes fases e multidimensões, bem como o contexto de desenvolvimento da criação artística e a extensão do seu pensamento.

Prémios no cinema

Tim Yip já foi bastante premiado pelo trabalho desenvolvido na área do cinema, tendo ganho um óscar para “Melhor Direcção de Arte” pelo filme “Crouching Tiger, Hidden Dragon”, tendo obtido também o prémio da Academia Britânica de Cinema e Televisão para Melhor Design de Guarda-roupa. Desta forma, tornou-se no primeiro artista chinês a obter estas distinções.

O artista participou ainda em outras produções cinematográficas como artista de arte, coordenador do guarda-roupa ou director artístico, nomeadamente “A Better Tomorrow”, “Rouge”, “Red Cliff”, “The Banquet” e “FengShen Trilogy”, tendo conquistado vários prémios internacionais.

As inscrições para a palestra arrancaram na terça-feira, podendo ser feitas através da plataforma da Conta Única. A língua utilizada na palestra será o cantonense, existindo tradução em simultâneo para português. As inscrições terminam amanhã.

16 Mai 2024

FRC | Académico de HK apresenta estudos sobre os primeiros mapas chineses

“Mapeando a China e Mapeando o Mundo” é o nome da palestra que acontece hoje na Fundação Rui Cunha, a partir das 19h, e que conta com a presença de Marco Caboara, professor de cartografia da Universidade de Ciências e Tecnologia de Hong Kong. O autor irá falar dos primeiros mapas ocidentais da China e dos estudos que tem desenvolvido nessa área

 

Decorre hoje, na Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 19h, a palestra “Mapping China and Mapping the World”, com a presença do académico Marco Caboara, professor de História da Cartografia e da Ciência na Universidade de Ciências e Tecnologia de Hong Kong (HKUST). Esta conferência integra-se no “Ciclo de Palestras Públicas de História e Património”, que fazem parte da agenda habitual da FRC e que acontecem em parceria com o Departamento de História e Património da Universidade de São José.

Marco Caboara, que até muito recentemente foi curador da colecção de mapas ocidentais antigos da China na biblioteca da HKUST, vai falar sobre a influência mútua dos mapas europeus e ocidentais na criação dos primeiros mapas europeus da China e dos primeiros mapas chineses do Mundo.

O foco de a palestra será o mapa de Mateus Ricci de 1602, sendo que o autor irá também falar do seu mais recente livro, intitulado “Regnum Chinae: The Printed Western Maps of China to 1735” [Regnum Chinae: Os Mapas Ocidentais Impressos da China até 1735], uma edição da Brill. Além disso, a conferência irá ainda abordar os estudos mais recentes deste autor, incluídos na obra “Remapping the World from East Asia: Towards a Global History of the ‘Ricci Maps’”, publicado pela University of Hawaii Press em Fevereiro deste ano.

Origens italianas

Segundo um comunicado da FRC, Marco Caboara é natural de Génova, Itália, um lugar “onde a prisão que viu Marco Pólo escrever o seu ‘Il Milione’ fica a uma curta caminhada da casa de Cristóvão Colombo”. Trata-se, portanto, de origens ligadas a figuras pioneiras na descoberta do mundo e que contribuíram para o seu mapeamento, o que incentivou o académico a seguir essa área de estudos.

Marco Caboara “cultivou desde cedo um interesse por viagens e, especialmente, pela relação entre a Europa e a China”, refere a sua biografia, tendo estudado História, Linguística e Chinês na Scuola Normale Superiore de Pisa, na Universidade de Pequim e na City University de Hong Kong.

Além disso, fez o doutoramento na Universidade de Washington, Seattle, com um estudo sobre as características linguísticas dos manuscritos clássicos de bambu chineses. Recentemente, concluiu a cartobibliografia abrangente dos mapas ocidentais da China de 1580 a 1735, publicada pela Brill, e está agora a trabalhar com manuscritos chineses e mapas impressos produzidos durante o mesmo período.

16 Mai 2024

Vistos | Anunciada isenção para quem chegar ao país em navios de cruzeiro

A China anunciou ontem que vai isentar de visto grupos turísticos que cheguem ao país em navios de cruzeiro, reflectindo os esforços de Pequim para aumentar o número de visitantes estrangeiros. A medida, que entrou ontem em vigor, aplica-se a portos de cruzeiros de 13 cidades chinesas, incluindo Xangai, Tianjin, Cantão, Shenzhen, Xiamen, Qingdao ou Sanya.

De acordo com a Administração Nacional de Imigração da China, os membros destes grupos turísticos devem entrar na China em conjunto e todo o grupo deve também seguir para o porto seguinte a bordo do mesmo navio de cruzeiro. Os turistas vão ser autorizados a permanecer na China por um período não superior a 15 dias.

Esta é mais uma das medidas para apoiar o turismo estrangeiro que a China tem vindo a lançar nos últimos meses. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês anunciou, este mês, que o país asiático vai prolongar a isenção de visto para os cidadãos de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Malásia, Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo até Dezembro de 2025.

Em Novembro passado, a China anunciou que os cidadãos de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha e Malásia beneficiariam de uma isenção unilateral de vistos até Dezembro de 2024, uma lista à qual as autoridades foram acrescentando gradualmente mais países.

Especialistas defendem que a morosidade dos procedimentos de pedido de visto e o preço dos bilhetes de avião são as principais razões pelas quais o turismo estrangeiro ainda não atingiu os níveis anteriores à pandemia da covid-19, durante a qual a China impôs um encerramento quase total das fronteiras.

16 Mai 2024

Espionagem | Académico radicado no Japão condenado a seis anos de prisão

O académico chinês Yuan Keqin, ex-professor na Universidade de Educação de Hokkaido, no Japão, foi condenado a seis anos de prisão na China por acusações de espionagem, informou ontem a imprensa japonesa.

Yuan, que ensinou política do Leste Asiático durante 25 anos, foi detido durante uma estadia temporária no seu país natal, para assistir ao funeral da mãe, e mais tarde acusado de estar envolvido em espionagem ao serviço da agência de inteligência do Japão, de acordo com Pequim.

Fontes próximas do académico disseram à televisão estatal japonesa NHK que Yuan foi condenado em Janeiro por um tribunal da cidade de Changchun, na província de Jilin, no centro da China, mas os pormenores do veredicto não foram divulgados. O académico tenciona recorrer da sentença, segundo as mesmas fontes.

Questionado em conferência de imprensa sobre a situação de Yuan, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, disse: “Podem consultar as autoridades competentes para obter informações específicas. O que vos posso dizer é que a China é um país que respeita o Estado de direito e trata os casos relevantes em conformidade com a lei”.

Colegas, familiares e amigos de Yuan, que têm vindo a expor o caso e a acompanhar as notícias relacionadas, que partilham através de um portal criado para apelar à sua libertação imediata, afirmam que o académico está inocente.

16 Mai 2024

Reunião entre Pequim e EUA sobre riscos da IA foi “profunda e construtiva”

A reunião entre os Estados Unidos e a China em Genebra, Suíça, para partilharem as respectivas abordagens nacionais no desenvolvimento de Inteligência Artificial (IA), foi “profunda, profissional e construtiva”, descreveu ontem a parte chinesa.

A reunião foi copresidida pelo director do Departamento para a América do Norte e Oceânia do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Yang Tao, e pelo enviado especial adjunto para as Tecnologias Críticas e Emergentes do Departamento de Estado dos EUA, Seth Center.

Sublinhando que a IA é a tecnologia emergente que “atrai actualmente mais atenção”, a delegação chinesa indicou que Pequim quer que esta se “centre nas pessoas” e “seja benéfica, segura e justa”, de acordo com o comunicado divulgado pela diplomacia chinesa.

A China “apoia o reforço da governação global da IA”, defende “o papel das Nações Unidas como o principal canal” e está disposta a “reforçar a comunicação e a coordenação com a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, para formar um quadro de governação global” para esta tecnologia, lê-se na mesma nota.

Os funcionários chineses também declararam a “posição firme contra restrições e pressões dos Estados Unidos no domínio da IA”, embora “ambas as partes reconheçam as oportunidades e os riscos associados ao desenvolvimento” desta nova tecnologia.

Batalha artificial

Washington impôs, no ano passado, controlos de exportação para a China de ‘chips’ semicondutores avançados e do equipamento necessário para os fabricar. Os semicondutores são essenciais para a produção de sistemas de Inteligência Artificial, mas têm também utilização militar, incluindo no desenvolvimento de mísseis hipersónicos.

O encontro em Genebra foi a primeira reunião do Diálogo Intergovernamental China – EUA sobre Inteligência Artificial.

As negociações, que os líderes norte-americano e chinês, Joe Biden e Xi Jinping, respectivamente, concordaram em lançar durante um encontro em São Francisco, em 2023, visam abrir o diálogo bilateral entre as duas maiores economias do mundo – e cada vez mais, rivais geopolíticos – sobre uma tecnologia em rápida evolução que já está a ter consequências para o comércio, estilos de vida, cultura, política, segurança ou defesa nacional.

A China defendeu anteriormente que o futuro da Inteligência Artificial deve ser “decidido por todos os países” e que as suas regras não devem ser “ditadas pelos países desenvolvidos”. Pequim também sublinhou o “respeito pela soberania e não interferência nos assuntos dos outros países” e a “garantia de que a Inteligência Artificial permanece sob controlo humano”.

16 Mai 2024

Ucrânia | Putin apoia plano chinês para resolução da guerra

Putin chega hoje à China para uma visita de dois dias. A guerra na Ucrânia deverá ser uma questão central no encontro entre o Presidente russo e Xi Jinping que regressou recentemente à China depois de um périplo euroopeu que incluiu visitas a França, Sérvia e Hungria

 

O Presidente russo, Vladimir Putin, apoiou ontem a proposta de resolução da guerra na Ucrânia apresentada pela China, país onde inicia hoje uma visita oficial de dois dias. Em entrevista à agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, Putin expressou uma opinião favorável à posição de Pequim sobre uma solução política para o conflito.

O líder russo apreciou o facto de a China compreender “as raízes e o impacto geopolítico” da guerra, referindo-se a um documento publicado em Fevereiro de 2023 que delineia a posição de Pequim sobre a “Resolução Política da Crise Ucraniana”, como o conflito é designado no país.

Este documento, que inclui uma proposta de 12 pontos, reflecte o “desejo sincero da China de estabilizar a situação” e sugere uma abordagem que evita a “mentalidade da Guerra Fria”, segundo Putin.

O líder russo sublinhou os “quatro princípios para a resolução pacífica” da guerra promovidos há um mês pelo seu homólogo chinês, Xi Jinping, que “se enquadram perfeitamente” na proposta chinesa e garantem “uma segurança indivisível e o respeito pelo direito internacional e pela Carta das Nações Unidas”.

Putin sublinhou que o seu país “não se recusou a negociar” para resolver o conflito que dura há mais de dois anos. “Estamos abertos ao diálogo sobre a Ucrânia, mas essas negociações devem ter em conta os interesses de todos os países envolvidos no conflito, incluindo o nosso”, afirmou.

A visita de Putin à China, que começa hoje e se prolonga até amanhã, segue-se a uma recente viagem de Xi à Europa, no meio de pressões do Ocidente para que o líder chinês use a sua influência junto do homólogo russo para pôr fim à ofensiva na Ucrânia. A digressão de Xi, que não visitava a Europa há cinco anos, incluiu paragens em França, Sérvia e Hungria.

Triângulo de forças

Pequim, que aprofundou os seus laços com Moscovo desde o início do conflito, apelou à realização de uma conferência internacional “reconhecida tanto pela Rússia como pela Ucrânia” para retomar o diálogo.

O primeiro ponto do plano chinês destacou a importância de “respeitar a soberania de todos os países”, numa referência à Ucrânia. “O Direito internacional, universalmente reconhecido, incluindo os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, deve ser rigorosamente observado”, lê-se na proposta. “A soberania, independência e integridade territorial de todos os países devem ser efectivamente preservadas”, apontou.

O Governo chinês apelou ainda ao fim da “mentalidade da Guerra Fria” – um termo frequentemente usado por Pequim para criticar a política externa dos Estados Unidos.

“A segurança de uma região não deve ser alcançada através do fortalecimento ou expansão de blocos militares”, afirma-se no documento, numa crítica implícita ao alargamento da NATO. “Os legítimos interesses e preocupações de segurança de todos os países devem ser levados a sério e tratados adequadamente”.

A visita de Putin surge também depois de, no final de Abril, o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter apelado a Pequim para que “não ajude a Rússia” e não forneça ao país vizinho componentes que possam ser utilizados na sua guerra contra a Ucrânia.

Pequim negou ter vendido armas à Rússia e afirma ter uma relação comercial “normal” com Moscovo. No entanto, as autoridades norte-americanas alertaram nas últimas semanas que as empresas chinesas estão a ajudar a indústria de armamento da Rússia, vendendo equipamento que pode ser utilizado para produzir mísseis balísticos.

16 Mai 2024