Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Paetongtarn Shinawatra empossada como primeira-ministra A nova PM é a terceira da família Shinawatra a exercer o cargo depois do pai, o bilionário Thaksin e da tia Yingluck o terem feito já neste século Paetongtarn Shinawatra, filha do controverso bilionário e antigo primeiro-ministro tailandês Thaksin, foi ontem empossada como nova chefe de governo pelo rei Maha Vajiralongkorn, no final de mais uma crise política no país. Aos 37 anos, Paetongtarn torna-se a primeira-ministra mais jovem da história do reino, na sequência da demissão do antecessor Srettha Thavisin, no âmbito de um processo de corrupção e da dissolução do principal partido da oposição uma semana antes. É a terceira Shinawatra a ocupar o cargo de primeiro-ministro, depois do pai Thaksin (2001-2006) e da tia Yingluck (2011-2014), ambos derrubados por golpes de Estado. “Como chefe de governo, trabalharei com o parlamento de todo o coração, aberta a todas as ideias para contribuir para o desenvolvimento do país”, declarou. Paetongtarn recebeu o mandato real para formar governo numa cerimónia realizada, na sede de uma antiga estação de televisão pró-Thaksin. Thaksin Shinawatra, um bilionário de 75 anos que foi forçado ao exílio em 2008 devido a acusações de corrupção, recebeu um perdão real no sábado e estava sentado na primeira fila da cerimónia. Paetongtarn dirige um governo de coligação liderado pelo seu partido, Pheu Thai, a última encarnação do movimento político fundado pelo pai no início dos anos 2000, mas que inclui também forças pró-militares que há muito se opõem a Thaksin. Há mais de 20 anos que o reino está dividido entre uma velha guarda pró-monárquica protegida pelo exército e eleitores ávidos de mudança, mas cuja vontade expressa nas urnas não está a ser respeitada, de acordo com o campo pró-democracia. “Espero poder catalisar a energia de todas as gerações, de todas as pessoas talentosas da Tailândia – o governo, a coligação, os funcionários públicos, o sector privado e o povo”, disse Paetongtarn. Desafio aceite A nova líder é a terceira filha de Thaksin, um antigo polícia que fez fortuna no sector das telecomunicações e foi eleito duas vezes primeiro-ministro, em 2001 e 2005, antes de ser derrubado por um golpe de Estado em 2006. Cresceu em Banguecoque e estudou gestão hoteleira no Reino Unido antes de dirigir o ramo hoteleiro do império familiar até ao final de 2022. Entrou então para a política tendo em vista às legislativas do ano passado, nas quais o Pheu Thai ficou em segundo lugar, atrás do partido progressista Move Forward, que foi dissolvido a 7 de Agosto, sob acusações de lesa-majestade. Apesar de ter ficado em primeiro lugar nas legislativas, o Move Forward foi impedido de formar governo pelos senadores conservadores nomeados pela junta militar, assustados com os projectos de reforma do partido. O Pheu Thai estabeleceu então um difícil acordo de coligação com partidos pró-militares que se opunham firmemente a Thaksin e apoiantes, o que levou à ascensão de Srettha. No entanto, em menos de um ano, tornou-se o terceiro primeiro-ministro do Pheu Thai a ser expulso pelo Tribunal Constitucional por ter nomeado um ministro condenado por corrupção. Depois de ter sido eleita na sexta-feira passada por uma clara maioria de deputados para lhe suceder, Paetongtarn reconheceu a falta de experiência, mas disse estar pronta para aceitar o desafio de “melhorar a qualidade de vida e dar poder a todos os tailandeses”. “Vai ter de trabalhar arduamente. A vantagem é que é jovem e toda a gente está disposta a ajudá-la. Ela é humilde”, afirmou Thaksin, no final da cerimónia.
Hoje Macau China / ÁsiaEspionagem | Risco de fuga de dados através de torres meteorológicas A China alertou ontem para o risco de fuga de dados confidenciais através de torres meteorológicas construídas por “várias empresas”, que diz estarem ligadas a agências de espionagem estrangeiras. Segundo o Ministério da Segurança Pública do país asiático, estas torres meteorológicas estão a ser erguidas em zonas sensíveis do país com o pretexto de medir dados como a velocidade, direcção, temperatura e pressão atmosférica do vento, mas têm como verdadeiro objectivo enviar informações para o estrangeiro. A televisão estatal CCTV, citada pela agência Efe, noticiou ontem vários casos em que estas empresas se “infiltraram em zonas classificadas”, incluindo um incidente recente em que um habitante de uma cidade costeira denunciou a construção ilegal de uma torre perto de uma zona sensível, suspeitando que esta estaria a recolher dados para o exterior. De acordo com um relatório a que o canal teve acesso, as autoridades, depois de investigarem e perceberem que a torre podia analisar e enviar dados, conseguiram impedir a que isso acontecesse. Paralelamente, uma torre perto de uma base científica foi desmantelada depois de se ter descoberto que não estava legalmente registada e que os seus métodos de transmissão eram “complexos, colocando sérios riscos à segurança nacional”. A localização exacta das torres e os pormenores das alegadas sanções penais não foram divulgados. Em Maio passado, o mesmo ministério alegou que ONG (organizações não governamentais) estrangeiras tinham “roubado dados” relacionados com o trabalho ambiental do país, o que, segundo o ministério, “representa riscos para a segurança nacional”.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia chinesa | Li Qiang pede trabalho sólido para atingir metas O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, enfatizou na sexta-feira um trabalho sólido para implementar medidas de reforma e cumprir as metas anuais do desenvolvimento económico e social com o ímpeto de aprofundar ainda mais a reforma de forma abrangente. Ao presidir à quinta reunião plenária do Conselho de Estado, Li salientou a necessidade de fortalecer a eficácia da reforma com a reforma estrutural económica como ponta de lança, focando em áreas-chave como promover a reforma fiscal e tributária, construir um mercado nacional unificado e avançar a nova urbanização, indica a Xinhua. Pedindo grandes esforços para melhorar a tendência de recuperação económica, Li disse que deve ser feito ainda mais para expandir a procura interna com foco no aumento do consumo. O consumo de serviços deve ser aprimorado em termos de escala e qualidade, e políticas de apoio diferenciadas devem ser desenvolvidas para atender às necessidades de diferentes grupos para potenciar totalmente o potencial de consumo, disse, citado pela agência estatal. Mais investimento Para impulsionar o investimento, o responsável afirmou que é essencial alavancar efectivamente o papel do investimento do governo e garantir a implementação de políticas de apoio ao investimento privado. O escopo, a escala e a proporção dos títulos especiais do governo local como fundos de capital devem ser aumentados. O mecanismo regular de comunicação e intercâmbio entre o governo e as empresas deve ser continuamente aprimorado, disse o Li, enfatizando que as vozes das empresas devem ser ouvidas e consideradas, e que as suas dificuldades devem ser abordadas de forma realista. Novas forças produtivas de qualidade devem ser desenvolvidas de acordo com as condições locais, e a promoção, aplicação e actualização de novas tecnologias e novos produtos devem ser apoiadas, disse ainda. Li pediu também uma adaptação activa às mudanças e uma melhor abertura, mais esforços para atrair e utilizar o investimento estrangeiro, apoio e melhoria dos meios de subsistência do povo, estabilização do emprego para os principais grupos e novas medidas para aumentar o rendimento dos residentes. O trabalho do governo deve basear-se na lei, de acordo com Li, que observou que o objectivo fundamental da aplicação da lei administrativa deve ser manter a ordem da economia de mercado socialista, de modo a criar um ambiente de negócios favorável para impulsionar o desenvolvimento inovador de todas as entidades do mercado.
Hoje Macau SociedadeID | Delegação olímpica chinesa em Macau no fim do mês A Delegação de Atletas Olímpicos Nacionais irá visitar Macau durante três dias entre 31 de Agosto e 2 de Setembro, anunciou ontem o Instituto do Desporto (ID). A visita será organizada pelo Governo da RAEM, a Administração Geral de Desporto da China e o Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado. A delegação chegará no dia 31 de Agosto vinda de Hong Kong para Macau. Durante a visita, os atletas vão participar em “actividades de intercâmbio com atletas e jovens de Macau, assim como, participar num sarau, conhecer os locais icónicos da cidade e efectuar visitas às comunidades de Macau. O ID refere que o contacto com delegação irá possibilitar à população “a oportunidade de testemunhar de perto o encanto dos atletas, partilhando a felicidade com todos”. Os bilhetes gratuitos para o sarau serão sorteados, depois de feita a inscrição online (que abre hoje). O sarau intitulado “O nosso orgulho! – Encontro com a Delegação de Atletas Olímpicos Nacionais em Macau” realizar-se-á no dia 1 de Setembro pelas 19h15 horas na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMpox | Pedido reforço da prevenção e vacinação Entre Setembro e Dezembro do ano passado, o território registou dois casos de “varíola dos macacos”. O novo alerta surge depois da Organização Mundial de Saúde ter declarado a situação de emergência sanitária internacional Com Lusa Os Serviços de Saúde (SS) pediram aos residentes para reforçarem a prevenção devido a propagação do vírus monkeypox (mpox) e “às pessoas de alto risco” para se vacinarem. O apelo foi feito na sexta-feira, depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter declarado a situação de emergência sanitária internacional, na quarta-feira. As autoridades pediram igualmente à população que no caso de “aparecimento de sintomas suspeitos de monkeypox”, as pessoas “devem evitar ter relações sexuais e contacto próximo com outras pessoas”. Nestas situações foi ainda pedido que os potenciais infectados recorram ao “médico o mais rápido possível” e informem os responsáveis do seu historial “de contactos”. Além disso, as autoridades sanitárias apelaram para os profissionais de saúde se manterem em alerta, de acordo com um comunicado divulgado na sexta-feira. Os SS informaram também que as vacinas estão disponíveis e podem ser “administradas a pessoas com idade igual ou superior a 18 anos”, de acordo com as informações de referências “da OMS e de outros países ou regiões”, ou seja, para pessoas de alto risco. As autoridades consideram “indivíduos de alto risco”, aqueles que tiveram contacto próximo com doentes suspeitos ou confirmados com varíola dos macacos, os que têm relações sexuais de alto risco ou os profissionais de saúde que têm contactos com doentes suspeitos ou confirmados. Controlo apertado Na sexta-feira, a China anunciou o reforço das medidas de vigilância nas fronteiras para evitar a propagação do vírus monkeypox (mpox), obrigando todos os aviões e navios provenientes de zonas afectadas pela doença a cumprir medidas sanitárias, estabelecendo protocolos de rastreio para os viajantes provenientes de regiões com surtos activos da doença, sobretudo através da detecção de sintomas como febre, dores de cabeça e erupções cutâneas nos viajantes. Vão ser ainda efectuados controlos sanitários minuciosos aos veículos, contentores e mercadorias provenientes das zonas afectadas, num conjunto de medidas que vai estar em vigor nos próximos seis meses. Esta é a segunda vez em dois anos que a doença infecciosa é considerada uma potencial ameaça para a saúde internacional, um alerta que foi inicialmente levantado em Maio do ano passado, depois de a propagação ter sido contida e a situação ter sido considerada sob controlo. Ao contrário de surtos anteriores, em que as lesões eram visíveis sobretudo no peito, mãos e pés, a nova estirpe causa sintomas moderados e lesões nos genitais, tornando-o mais difícil de identificar, o que significa que as pessoas podem infectar terceiros sem saber que estão infectadas. Vacina de luxo Apesar do apelo à vacinação contra a varíola dos macacos, os trabalhadores não-residentes (TNR) têm de pagar 1.730 patacas por cada dose da vacina, segundo avançou o Canal Macau da TDM. O Governo recomendou a administração de duas doses da vacina, que é grátis para residentes, para quem nunca foi inoculado contra a varíola e uma dose para quem já foi. A administração das duas doses deve ser tomada com um mês de intervalo, à semelhança do que acontece com a vacina contra a covid-19. Feitas as contas, um TNR que nunca tenha sido vacinado contra a doença, tem de pagar 3.460 patacas. De acordo a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, a contratação de empregadores domésticos pressupõe um ordenado mínimo de 3.500 patacas por mês. Recorde-se que a maioria da população nascida antes de 1980 foi inoculada contra a varíola, mas a vacina foi descontinuada nos anos 1980, ou seja, os residentes com menos de 42 anos não estão protegidos contra a doença.
Hoje Macau PolíticaIAS | Valor do risco social será revisto “de forma atempada” O presidente do Instituto de Acção Social (IAS) indicou que o organismo “procederá a avaliações periódicas de acordo com o mecanismo de ajustamento do valor do risco social vigente e apresentará, de forma atempada, sugestões para actualização do valor”. Hon Wai indicou a possibilidade de revisão do valor que determina atribuição de apoios sociais às camadas mais carenciadas da população, numa resposta a interpelação escrita do deputado Lei Chan U. Sem indicar datas precisas, o presidente do IAS sublinhou a “taxa de inflação relativamente baixa nos últimos anos e uma ligeira deflação em determinados períodos, até à presente data”, foram motivos que afastaram a necessidade de actualizar o valor do risco social desde 2020. O último ajustamento do valor do risco social foi estabelecido por um despacho do Chefe do Executivo, que entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2020, elevando o valor de 4.230 patacas para 4.350 patacas, ou seja, um aumento de cerca de 2,84 por cento. Actualmente, as famílias que não dispõem de meios para satisfazer as necessidades básicas podem requerer apoio financeiro ao IAS. As famílias monoparentais, famílias com membros com doenças crónicas ou portadores de deficiência qualificadas podem também beneficiar do subsídio especial. Em 2024, será atribuída ainda uma prestação mensal adicional às famílias beneficiárias do subsídio regular, para além das 13 prestações mensais, revelou Hon Wai.
João Santos Filipe Manchete SociedadeConsulado | Atendimentos prioritários sem marcação voltam hoje A medida foi explicada com a dificuldade de alguns utentes no uso de novas tecnologias e com o fim das longas filas de espera do período pós-pandemia. Porém, a marcação online vai continuar a ser a ferramenta principal para a maior parte das pessoas O Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong vai voltar a atender pessoas sem marcação para tratar de assuntos relacionados com cartão de cidadão ou passaporte. A informação foi divulgada através de um comunicado publicado no sábado nas redes sociais. A medida abrange apenas as pessoas consideradas prioritárias. Face às novas medidas de gestão, a partir de hoje passa a haver 16 vagas diárias, disponíveis entre as 13h30 e as 16h, que são ocupadas “por ordem de chegada”. De acordo com o comunicado do consulado, as marcações destinam-se a idosos, pessoas com deficiência ou incapacidade, mulheres grávidas e pessoas acompanhadas de crianças de colo. Os critérios para definir os cidadãos com direito a atendimento prioritário resultam do Decreto-Lei nº 58/2016, de 29 de Agosto. Consideram-se crianças de colo as que têm até dois anos de idade. No que diz respeito a “pessoas com deficiência ou incapacidade”, exige-se um nível de incapacidade igual ou superior a 60 por cento. Finalmente, as pessoas idosas são as que têm 65 anos ou mais e apresentem “evidente alteração ou limitação das funções físicas ou mentais”. As senhas só podem ser levantadas pelo utente que vai usufruir do serviço: “Note-se que as senhas só serão distribuídas aos próprios utentes, e não a terceiros”, foi destacado. Dificuldades online O regresso dos atendimentos sem marcação foi justificado com o facto de o pico da procura pós covid-19 ter sido ultrapassado e por vários utentes enfrentarem dificuldades para fazerem as marcações online. “Alguns utentes, sobretudo idosos, têm transmitido aos nossos serviços algumas dificuldades e desconforto com o uso de tecnologias e ferramentas digitais”, foi indicado. “Esta medida visa, essencialmente, proporcionar um atendimento mais simples aos utentes que têm dificuldades no uso das ferramentas e aplicações informáticas, e mantém-se o princípio geral de marcação da grande maioria das vagas através da plataforma (www.cgportugal.org), pois constitui a forma comprovadamente mais eficaz e transparente de gestão das vagas”, foi justificado. Além disso, mantem-se disponível o apoio, no balcão da recepção, para a marcação de atendimentos na plataforma e o endereço de correio electrónico info.macau@mne.pt para casos de urgência. No comunicado foi também explicado que a medida pode ser agora introduzida depois de no período pós-pandemia ter havido “uma procura inédita” pelos serviços do consulado, com a instituição a reconhecer que o período de espera para a emissão e renovação de cartões do cidadão e passaportes chegou a ser de seis meses.
Hoje Macau SociedadeDSEC | Convenções e exposições a crescer 34,5% Na primeira metade do ano o território recebeu 702 convenções e exposições o que representou um crescimento de 34,5 por cento dos eventos realizados em termos anuais. De acordo com os dados da Direcção Serviços de Estatística e Censos (DSEC) este ano foram realizados mais 180 eventos em comparação com o período homólogo. A DSEC indicou também que, em comparação com a primeira metade de 2019, o último ano antes dos efeitos da pandemia, houve uma recuperação de 95,6 por cento do número de convenções e exposições, que na primeira metade de 2019 tinha sido de 734 eventos. A DSEC estimou ainda que na primeira metade de 2024 as receitas económicas não jogo ligadas às convenções e exposições atingiram 47 mil milhões de patacas, mais 35,8 por cento, face ao período homólogo, quando se tinham cifrado em 1,82 mil milhões de patacas. Apesar de haver mais eventos, registou-se um menor número de visitantes. Segundo a DSEC, no primeiro semestre do ano o número de participantes e visitantes fixou-se em 479 mil, menos 29,1 por cento, em termos anuais. Em relação aos temas em discussão, o número de eventos sobre comércio e gestão foi o mais elevado (260), representando 37,0 por cento do total. Houve ainda 93 eventos de turismo, 77 de tecnologias de informação e 75 de finanças, o que representou 13,2 por cento, 11,0 por cento e 10,7 por cento do total, respectivamente.
Hoje Macau PolíticaSaúde | Residentes de Hengqin podem ir a Seac Pai Van Como o posto de saúde do Novo Bairro de Macau ainda não está em funcionamento, o Governo afirmou que o Centro de Saúde de Seac Pai Van está disponível para prestar “cuidados de saúde comunitários aos residentes de Macau que vivem na Zona de Cooperação Aprofundada”. Para tal, os residentes que morem em Hengqin, nomeadamente no Novo Bairro de Macau, devem registar-se no Centro de Saúde de Seac Pai Van, “munidos de documento comprovativo da sua morada na Zona de Cooperação Aprofundada”, indicou directora substituta dos Serviços de Identificação (DSI), Chan Un Lai. Numa resposta à interpelação escrita de Zheng Anting, é revelado que “foi concluída apreciação e autorização do primeiro lote de medicamentos destinados ao uso do posto de saúde” do Novo Bairro de Macau. Para já, decorrem trabalhos de “coordenação com os serviços competentes locais e do Interior da China sobre a transmissão de dados médicos, o transporte transfronteiriço de medicamentos, a aquisição de instalações e equipamentos médicos, o tratamento de resíduos médicos, a organização de profissionais de saúde”. Sem avançar uma data, o Governo indicou que o “posto de saúde entrará em funcionamento quando estiverem reunidas as relevantes condições”.
Hoje Macau Manchete PolíticaChefe do Executivo | Candidatos conhecidos até 12 de Setembro Os candidatos a líder do Governo da RAEM serão conhecidos entre 29 de Agosto e 12 de Setembro, avançou a Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo. Pela primeira vez, os candidatos terão de apresentar “uma declaração sincera” de defesa da Lei Básica e de fidelidade à China e a Macau Num comunicado divulgado na sexta-feira pelo Gabinete de Comunicação Social, foi revelado que a Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE) agendou o prazo de propositura de candidatos à eleição do Chefe do Executivo para os dias entre 29 de Agosto e 12 de Setembro. Pela primeira vez desde na história da RAEM, os candidatos terão de apresentar “uma declaração sincera” de defesa da Lei Básica e de fidelidade à China e ao território. O requisito consta da nova lei eleitoral para o Chefe do Executivo, aprovada no ano passado, e que, de acordo com o Governo, pretende “dar mais um passo na implementação do princípio ‘Macau governado por patriotas'”. A CAECE sublinhou que irá competir à Comissão de Defesa da Segurança do Estado de Macau “determinar se os participantes defendem a Lei Básica e são fiéis”, num “parecer vinculativo” do qual não será possível apresentar reclamação nem recurso contencioso. A Comissão de Defesa da Segurança do Estado, além de ser composta pelo Chefe do Executivo, secretários para a Segurança e Administração e Justiça e chefias das forças de segurança, é assessorada por membros da direcção do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central, nomeados pelo Governo Central. Os candidatos terão de obter o apoio escrito de pelo menos 66 membros da CAECE, que integra 400 membros provenientes dos quatro sectores da sociedade, 344 dos quais foram escolhidos no passado dia 11 de Agosto. A Lei Básica define os três primeiros sectores como: industrial, comercial e financeiro; cultural, educacional, profissional e, por fim, do trabalho, serviços sociais e religião. Ao quarto sector pertencem os deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional, membros da comissão por inerência, e representantes dos deputados à Assembleia Legislativa, dos membros dos órgãos municipais e dos membros de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, eleitos por sufrágio interno. Festa marcada Cada candidato a Chefe do Executivo poderá gastar até 6,4 milhões de patacas na campanha eleitoral – o correspondente a 0,02 por cento das receitas previstas no orçamento da região este ano, tal como previsto na lei. A CAECE vai escolher em 13 de Outubro o novo Chefe do Executivo de Macau, que será mais tarde nomeado formalmente pelo Governo Central. Ainda não se sabe se o actual líder do Governo, Ho Iat Seng, vai concorrer a um segundo mandato. O mandato de Ho termina em 19 de Dezembro, estando prevista a cerimónia de posse do futuro chefe do Governo em 20 de Dezembro, data em que se assinala o 25.º aniversário da constituição da RAEM, na sequência da transferência da administração do território de Portugal para a China. Em Setembro de 2019, Ho Iat Seng, então recém-eleito Chefe do Executivo, não excluiu a possibilidade de instituir o sufrágio universal para eleição do líder do Governo no território durante o mandato. Depois de nomeado para o primeiro mandato pelo então primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, o responsável assumiu “a ausência, por enquanto, de um calendário para o efeito”.
Hoje Macau SociedadeLai Chi Vun | Novas obras em 2025 O Instituto Cultural (IC) espera desenvolver, no próximo ano, a segunda fase dos projectos de revitalização dos estaleiros de Lai Chi Vun, nomeadamente os lotes X5 ao X10. Depois destas obras, que passam pela “reabilitação estrutural e de construção das infra-estruturas”, serão ainda acrescentadas instalações ligadas ao turismo cultural. Actualmente, está a ser executada a segunda fase dos projectos de revitalização dos estaleiros X11 ao X15, estando a ser aditados “elementos interactivos multimédia” e mais “instalações de lazer com características próprias, espaços de diversão para pais e filhos, espaços para espectáculos ao ar livre e restauração e gastronomia”. As obras relativas aos estaleiros X11 e X15 deverão terminar ainda este ano, diz o IC numa resposta à interpelação escrita do deputado Ma Io Fong.
Hoje Macau PolíticaAliança do Povo | Criticada postura e fraca eficácia do Governo Os deputados da Aliança do Povo de Instituição de Macau defenderam que o Governo não conseguiu lançar políticas eficazes para melhorar o bem-estar da população ao longo da sessão legislativa 2023/2024. A posição de Si Ka Lon, Song Pek Kei e Nick Lei foi tomada durante uma sessão para fazer o balanço do ano legislativo. A sessão realizada pelos deputados foi aberta à população. Os legisladores também consideraram que o Governo falha na comunicação com a população, o que faz com que haja pouca confiança nas acções governativas. Os deputados ligados à comunidade de Fujian também lamentaram a atitude dos governantes, e consideraram que a resposta às interpelações é feita apenas como uma obrigação, sem que haja um esforço sério para clarificar os aspectos questionados. Apesar da crítica à postura pouco séria, os deputados têm contribuído para que os governantes não tenham de participar em debates na Assembleia Legislativa, ao absterem-se ou recusarem as últimas quatro propostas de debate. Para o futuro, os deputados esperam que o Governo reveja e aumente o montante da pensão para idosos, combata as contratações de imigrantes ilegais, controle os anúncios de emprego falsos realizados só para criar quotas para a contratação de trabalhadores não residentes, melhore as políticas habitacionais e inicie um mecanismo para supervisionar os preços segundo a lei de protecção dos direitos e interesses do consumidor.
João Luz Manchete PolíticaAdministração | Ho Iat Seng pede “melhor posicionamento político” O Chefe do Executivo afirmou que as chefias “de diversos níveis devem melhorar o posicionamento político” e garantir a concretização das políticas do Governo Central para o território. Ho Iat Seng apontou como prioridade o apoio ao país no aperfeiçoamento dos “mecanismos de abertura ao exterior de alto padrão” Com Lusa Ho Iat Seng discursava na sexta-feira numa reunião de “transmissão e aprendizagem” sobre o espírito da terceira sessão plenária do 20.º Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), com a presença de todos os cinco secretários do Governo da região, os chefes de gabinetes e os dirigentes de direcção de cerca de 70 serviços públicos, de acordo com um comunicado. O Chefe do Executivo salientou ser “necessário implementar melhor as decisões e disposições relacionadas com Macau da terceira sessão plenária” e “apoiar [a China] a aperfeiçoar os sistemas e os mecanismos de abertura ao exterior de alto padrão”. Macau deve também “empenhar-se na promoção da defesa da segurança nacional, melhorar a eficácia da governação, aperfeiçoar as acções em prol do bem-estar da população, desenvolver uma economia de alta qualidade e fortalecer a força do amor à pátria” e à região, de acordo com a mesma nota. Ho Iat Seng defendeu que “os dirigentes de diversos níveis devem melhorar o seu posicionamento político, e assegurar que as políticas do Governo Central que dizem respeito a Macau são concretizadas, aumentar ainda mais o sentido de responsabilidade e de missão, traduzir o espírito consagrado na terceira sessão plenária à governação”. Foi também pedido aos governantes e dirigentes que liderem a sociedade “para concretizar uma aprendizagem profunda, unificar o pensamento e a acção nas decisões do Governo Central”, conjugando a sua actuação “com o espírito dos importantes discursos sobre o trabalho de Macau do Presidente Xi Jinping”. Entre os discursos dos secretários, destaque para Wong Sio Chak que “garantiu que irá estudar com seriedade e compreender profundamente o espírito da terceira sessão plenária”. Ao estilo chinês Em Julho, o PCC aprovou medidas destinadas a reforçar o poder tecnológico do país e a fortalecer a segurança nacional, através da auto-suficiência, no final de uma reunião do principal órgão dirigente. “O desenvolvimento de alta qualidade é a principal tarefa da construção de um país socialista moderno de uma forma abrangente”, de acordo com um comunicado divulgado no final da terceira sessão plenária do 20.º Comité Central do PCC. “A segurança nacional é uma base importante para o desenvolvimento estável e a longo prazo da modernização ao estilo chinês”, assinalou o comunicado, observando que a “liderança do partido é a garantia fundamental” para alcançar esse objectivo. Na visão de Xi Jinping, o líder chinês mais forte das últimas décadas, a China deve alcançar um “crescimento genuíno” e converter-se numa potência industrial e tecnológica de nível mundial, com uma economia assente na produção de bens com valor acrescentado e alocação eficiente de recursos.
Andreia Sofia Silva Entrevista MancheteJosé Ferreira Pinto, académico: “Vivemos um período de transição” O professor da Universidade Cidade de Macau, José Ferreira Pinto, lançou este ano o livro “From Efficiency to Well-being”, um guia prático de gestão com base em cinco critérios: classificação, organização, limpeza, padronização e sustentação. O académico considera fundamental a elaboração de um estudo aprofundado sobre as PME locais Porque decidiu editar este livro e quando será o lançamento oficial? Este livro tem por objectivo apoiar os gestores de equipas e criar um local de trabalho que reflecte as relações humanas em harmonia com as necessidades do trabalho a desenvolver. O livro aparece na transição da minha carreira para a vida académica e como forma de contribuir para os profissionais de hotelaria em Macau. O lançamento oficial será feito até ao final deste ano. Ainda estou a decidir onde e quando será o lançamento. Estou a procurar apoio local e internacional para as despesas que já tive na criação da primeira edição de autor. O livro será apresentado na Conferência Mundial de Bem-Estar da OCDE que se realiza em Roma durante os dias 4 e 6 Novembro deste ano. Procuro agora apoio para esta conferência. Quais as grandes regras para uma maior eficiência das empresas, sobretudo as operadoras de jogo e resorts? A coexistência de diferentes modelos de negócios parece-me ser o maior desafio interno. Outro advém da pressão que existe nos resultados financeiros trimestrais das empresas que são cotadas na bolsa no actual contexto social, político e económico. Há depois a complexidade acrescida da dimensão das operadoras e o que elas representam para a sociedade local ao empregar dezenas de milhares de funcionários. A zona do Cotai Strip tem evoluído à medida que os terrenos das concessões são ocupados com novos empreendimentos, crescendo no que diz respeito à variedade da oferta turística e oportunidades para os empregados. A zona do Cotai Strip passou por diversas fases. Quais? Uma de iniciação, em que o Venetian desempenhou um papel muito importante na atracção dos turistas pela novidade na oferta turística e dimensão dos edifícios, espaços e operações em geral. A segunda, de consolidação, em que as operadoras abrandaram o ritmo de abertura de novas propriedades e consolidaram essa oferta, agora mais focada no desenvolvimento da estrutura existente do que criar novas instalações. A terceira fase, em transição no momento, é o foco na sustentabilidade por iniciativa própria das concessionárias e também em conjunto com a direcção das entidades reguladoras. O Cotai tem vindo, neste contexto, a trabalhar nas várias dimensões de sustentabilidade, o que significa, de entre muitas coisas, desenvolver os 17 objectivos do milénio promulgados pela ONU. Como se verifica, na prática, este lado de sustentabilidade do Cotai? Criando-se espaço para a atracção dos turistas e também pelo facto de o Cotai continuar a ser uma zona atractiva para os trabalhadores pelas condições que oferecem aos empregados. No que diz respeito à eficiência, esta é gerida pelos princípios da criação de mais e melhor interacção entre as pessoas, e também entre elas e o local de trabalho. Foi director de recursos humanos numa operadora de jogo a partir de 2011, onde implantou o modelo Kaizen. Em que consiste e quais os impactos na empresa? A filosofia Kaizen define um conjunto de princípios que visam a melhoria do espaço de trabalho e o respeito pelos trabalhadores. Na sua essência, é apresentada como uma “melhoria contínua”, constituindo um universo de práticas focadas na evolução e melhoria incremental dos processos, produtos e serviços de uma organização que estão centradas na humanização do espaço de trabalho. Ela envolve o incentivo, material e imaterial, de todos os elementos da empresa e abrange duas ideias fundamentais, “de cima para baixo e de baixo para cima”, nas direcções e orientações gerais de suporte e incentivo e dos empregados que estão a interagir com os clientes da organização para os gestores. A percepção dos gestores é combinada com a perspectiva dos empregados, algo muito importante. O foco do modelo Kaizen é minimizar gastos desnecessários, mantendo-se satisfeitos o cliente e o empregado da organização. Na empresa onde trabalhei a influência foi de tal maneira importante que ainda consta dos relatórios financeiros da entidade. Pode dar exemplos do que foi feito? Posso referir, por exemplo, o envolvimento de quase todos os departamentos da empresa em evoluções de 8 a 12 semanas no desenho de protótipos, na apresentação de soluções alternativas e na exploração da ideia de “criatividade acima do uso de capital”. O esforço colectivo foi amplificado pelo facto de a empresa ter apostado na formação interna de “formadores Kaizen” em vez de se basear apenas na utilização de serviços de consultoria. Isso foi, sem dúvida, inovador em termos de hospitalidade, ainda para mais porque aconteceu há uma década atrás quando ainda não se falava tanto do modelo Kaizen. Tudo se deveu a circunstâncias que criaram sinergia e objectivos comuns de desenvolvimento. Houve chefias com imensa experiência em hotelaria e gestão dos recursos humanos a nível internacional, e, ainda, uma vontade de explorar e inovar processos de trabalho quase considerados sagrados na indústria hoteleira. Essa foi talvez a fase mais importante e interessante da minha carreira na indústria. Que desafios ao nível da eficiência enfrentam os resorts integrados de Macau? Há vários desafios de natureza interna que não são específicos do Cotai, mas a mais importante advém da dimensão das empresas e do número de pessoas que empregam. Quando uma equipa ou organização atinge um alto nível de eficiência, ela pode deparar-se com uma série de desafios e limitações significativas. A resistência à mudança e o pensamento de grupo podem impedir a inovação e a adaptação, enquanto o risco de burnout e a pressão constante para manter o desempenho podem afectar negativamente o bem-estar dos funcionários. O foco excessivo em métricas e eficiência pode levar à perda de flexibilidade e à negligência de aspectos importantes como a criatividade e a inovação. Além disso, a organização pode enfrentar retornos diminutos dos esforços de melhoria, dificuldades em manter o momento e limitações tecnológicas que impedem avanços adicionais. Equilibrar a busca pela eficiência com a necessidade de adaptabilidade, inovação e bem-estar dos funcionários torna-se, portanto, um desafio crítico para equipas e organizações que atingiram altos níveis de eficiência. O livro fala exactamente deste equilíbrio. Pode exemplificar? Tenho um capítulo em que apresento a “Well-being Canvas”, em que faço um exercício pessoal de reflexão e pode ser usado por uma pequena equipa também. A ideia é procurar na própria pessoa aquilo que contextualmente significa a noção de bem-estar. O modelo Canvas tem uma base teórica, mas as questões são práticas e enriquecedoras do diálogo que podemos estabelecer connosco de forma individual, e sobre o que é para cada um de nós a ideia de bem-estar. Acredito que a resposta está no exercício constante de reflexão individual e repetido, pois este conceito muda com o tempo e o contexto onde nos inserimos. A pandemia trouxe desafios a este nível de eficiência das empresas locais, sobretudo em matéria de recursos humanos? Como? As minhas funções terminaram no final de 2020 e os resorts implementaram várias medidas tendo em vista a solvabilidade dos negócios. O que posso adiantar é que os recursos humanos tiveram uma importância fulcral na minimização dos distúrbios ao normal funcionamento das operações, além de se ter tentado antecipar algumas das consequências operacionais das orientações fornecidas pelas autoridades com especial relevo em tentar assegurar empregos. Foram tempos de muita mudança e incerteza, disrupção e adversidade. Acho que ainda estamos todos a aprender sobre a extensão das consequências desse tempo. No que diz respeito às Pequenas e Médias Empresas (PME) de Macau as técnicas e modelos de eficiência tem de ser diferentes, por se tratarem de diferentes modelos de negócio? Certamente. A dimensão do negócio é um factor determinante, pois o número de pessoas é consideravelmente menor, mas os recursos em geral são escassos. Toda a gente está assoberbada de trabalho, mas há um contacto mais directo com a necessidade constante de melhorar, embora não haja muito tempo para pensar e discutir. As PME implementam por necessidade essas melhorias e encaram a inovação como uma parte integrante da necessidade de sobreviver como negócio, sempre num contexto de competitividade. Há um debate em torno da necessidade de bem-estar no trabalho junto de alguns grupos de trabalhadores, nomeadamente croupiers. Macau está ainda aquém das melhores práticas internacionais? Os desafios dos croupiers são bastante mais complexos e envolvem o contexto social, familiar e também o local de trabalho onde passam um terço do seu dia. Há cumprimento cabal dos requisitos da lei de Macau e uma preocupação constante com este grupo de trabalhadores, até porque por eles passa a maior fonte de receita das operadoras. Há questões relacionadas com a rotatividade de funções, tempos de descanso, equipamento de suporte à função que são acautelados pelos gestores de operações nos casinos. Há uma constante aprendizagem interna entre departamentos na partilha dos problemas e na procura colectiva de soluções. Trabalhou na Direcção dos Serviços de Turismo na área do licenciamento de negócios. É uma área que necessita de mais flexibilidade para que as PME se possam desenvolver? Estive nesse cargo até meados de 2011. Entretanto o Governo tem desenvolvido vários esforços para ir ao encontro dessas necessidades da população, em especial no domínio digital. As PME de Macau são maioritariamente organizações de estrutura de micro-empresa com características familiares. Apesar dos esforços das associações locais, há pouca informação sobre as PME em Macau. Como colmatar essa situação? Seria importante inovar para se ter um estudo alargado sobre as PME, com estatísticas periódicas, uma vez que elas são o motor da economia e factor determinante na diversificação regional no âmbito da política económica “1+4”. Os programas de apoios para as PME adoptados durante a pandemia desempenharam um papel fundamental, daí ser necessário avaliar o seu impacto efectivo nestas empresas e de que forma podem responder a novos contextos de incerteza [económica], disrupção e adversidade. Macau precisa de flexibilizar as políticas de recursos humanos? O momento que vivemos é de transição. Haverá sempre espaço para a adaptação, e acho que com a facilidade de circulação na Grande Baía, essa flexibilização regional será inevitável. Aliás, há exemplos de outros países que estão a apostar nessa flexibilização e que agora procuram captar profissionais que durante anos trabalharam em Macau. Contudo, vejo esforços para manter essa experiência valiosa nesta região tendo em conta que outros países como a Tailândia e o Japão estão a apostar forte no desenvolvimento dos conceitos de resort integrado, tão desenvolvido nas últimas duas décadas em Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaAgência Meteorológica do Japão levanta alerta para risco de ‘mega-terremoto’ A Agência Meteorológica do Japão (JMA) levantou ontem o alerta para risco de ‘mega-terremoto’ na costa do Pacífico da metade ocidental do país, em vigor há uma semana, quando um terremoto sacudiu o sudoeste do Japão. As autoridades japonesas decidiram, na quinta-feira passada, lançar um alerta sobre as possibilidades de um terremoto de magnitude 8 ou 9 gerado na Fossa Nankai, uma área de actividade sísmica activa submersa pelas águas do sudoeste do Japão. A JMA emitiu esse alerta na sequência de um sismo de magnitude 7,1 na escala aberta de Ritcher, no sul do país, onde 15 pessoas ficaram feridas e mais de uma dezena de casas desabaram. Este alerta baseou-se em recomendações de especialistas e em estimativas que colocam entre 70 e 80 por cento a probabilidade de ocorrer um terramoto da referida magnitude nas próximas três décadas, fenómeno que teria consequências catastróficas para o país. Segundo cálculos oficiais uma ocorrência deste género poderia causar mais de 300 mil vítimas. A agência de notícias EFE descreve que a JMA levou em consideração estatísticas que mostram um aumento da probabilidade de fortes terremotos após um terremoto de magnitude 7 ou superior numa área próxima à Fossa Nankai. Com base neste aviso, o Governo pediu a mais de 700 municípios de 29 províncias do país, desde o sudoeste de Okinawa até Tóquio, no centro, que revissem as suas medidas de preparação para uma possível catástrofe de grandes proporções. As pessoas também foram aconselhadas a actualizar os seus planos para o terramoto, incluindo a verificação da localização das instalações de evacuação mais próximas. Mas o alerta, o primeiro do género desde que este sistema foi lançado em 2017, gerou críticas de alguns especialistas que o consideraram uma medida excessiva e alarmista, devido à elevada dificuldade de prever os sismos com precisão e ao impacto económico e até psicológico que poderia ter sobre o país e a sua população. Passo atrás Ontem, este alerta foi levantado, horas depois de o ministro responsável pela gestão das catástrofes naturais ter anunciado que o Japão ia levantar o alerta de mega-sismo se não se registassem grandes alterações na actividade sísmica. “Se até às 17:00 de hoje não se observar nenhuma alteração particular na actividade sísmica ou na deformação da crosta terrestre, o Governo vai suspender o alerta especial”, declarou ontem Yoshifumi Matsumura. O governante garantiu que o Governo continuaria a responder “com sentido de urgência”. “Ao público é pedido para estar consciente de que a possibilidade de um grande sismo não foi eliminada e a verificar regularmente as medidas de preparação para terramotos, a fim de estar pronto para o grande terramoto esperado”, acrescentou o ministro.
Paul Chan Wai Chi Um Grito no Deserto VozesCandidato único A eleição do Chefe do Executivo do VI Governo de Macau terá lugar a 13 de Outubro. A menos que ocorra algo de inesperado, apenas se apresentará um único candidato. Esta eleição foi agendada para uma data posterior àquela em que foram realizadas as anteriores. A eleição de 2014 teve lugar a 31 de Agosto e a de 2019 a 25 desse mês. Não se sabe ao certo se este adiamento está relacionado com o prolongamento do período de licença do actual Chefe do Executivo, num total de 39 dias, devido à necessidade de ser submetido a exames médicos, mas é certo que o cumprimento dos deveres públicos requer boa forma física. Dado que a tónica foi colocada no princípio “Macau governado por patriotas”, a Lei Eleitoral para o Chefe do Executivo e a Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa foram alteradas, para alcançarem o aperfeiçoamento do sistema eleitoral de Macau. Além disso, com o cancelamento da eleição para o Conselho de Assuntos Municipais e do Conselho Consultivo de Assuntos Municipais, a administração municipal está firmemente sob controlo. Se todas estas alterações conduzirão a melhoramentos efectivos nos negócios das pequenas e médias empresas e à redução do encerramento de lojas situadas nas zonas não turísticas, é uma questão que vai depender da capacidade de inovação e da criatividade dos principais membros do VI Governo de Macau. Na eleição dos membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE) de 2024, dos 6.265 representantes de pessoas colectivas com capacidade de voto, apenas 5.521 cumpriram essa obrigação. O seu voto é entendido como uma “obrigação” porque estes 6.265 eleitores têm uma importante responsabilidade, quando comparados com a restantes população de 320.000 eleitores. Portanto, uma percentagem de 88.12 por cento não pode ser considerada particularmente elevada. Idealmente, deveria ser de pelo menos 98 por cento. Houve 348 candidatos de três sectores, que, no seu conjunto, representavam sete sub-sectores, disputando 344 assentos da CECE, dos quais o número de candidatos de cinco dos sete sub-sectores não foi contestado, enquanto em relação aos outros dois, cada um deles apresentava dois candidatos para um lugar. Não se pode dizer que esta eleição tenha sido muito competitiva, mas fizeram-se vários esforços para que a eleição se tenha vindo a tornar um tópico de debate público. Se Macau deve ser definida como uma “sociedade dominada por associações/organizações”, então aqueles a quem foi concedido o direito de voto devem ser representantes dessas associações/organizações. Macau é uma cidade pequena, mas o número de associações/organizações podia constar do Livro de Recordes do Guinness. E mais, o número actual de membros dessas associações/organizações que participam na votação e nas eleições é provavelmente desconhecido mesmo das próprias associações/organizações! O resultado da eleição do Chefe do Executivo do VI Governo de Macau só será oficialmente anunciado depois de 13 de Outubro. O processo de nomeação e as actividades de campanha prosseguirão conforme planeado, e certamente não haverá competição que se compare à que acontece actuamente nas presidenciais norte-americanas. Dado que o limite de despesas que cada candidato pode efectuar com a respectiva campanha eleitoral para o cargo de Chefe do Executivo do ano 2024 é fixado em 6.439 847,85 patacas, sugiro que se aplique essa verba na realização de espectáculos de variedades, para que o público em geral possa participar. De acordo com os princípios de “salvaguardar com firmeza o poder pleno de governação do Governo Central” e “Macau governado por patriotas”, a RAEM vai dar as boas vindas ao seu sexto Chefe do Executivo. Quer o actual Chefe do Executivo venha a ser reeleito, quer o cargo venha a ser entregue a alguém acabado de chegar, o mais importante é que possa servir o povo de Macau, e embora se possa sentir bem consigo próprio, deve garantir que os demais também compartilhem desse sentimento.
Hoje Macau EventosCinema | “Grand Tour” de Miguel Gomes seleccionado para Prémio Europeu O filme “Grand Tour”, de Miguel Gomes, está entre as 29 primeiras obras seleccionadas para os Prémios do Cinema Europeu, anunciou quarta-feira a organização. Na lista encontra-se ainda “Misericórdia”, do francês Alain Guiraudie, com co-produção portuguesa pela Rosa Filmes. Em comunicado, a Academia Europeia do Cinema lembrou que a selecção foi feita por um painel, consultando vários peritos europeus, e que é desta lista que resultarão os nomeados aos prémios, que são entregues em dezembro, na Suíça. Os restantes filmes seleccionados vão ser anunciados em Setembro e as nomeações reveladas em 05 de Novembro. A história de “Grand Tour” segue um romance de início do século XX, com Edward (Gonçalo Waddington), um funcionário público do império britânico que foge da noiva Molly (Crista Alfaiate) no dia em que ela chega para o casamento. “Contemplando o vazio da sua existência, o cobarde Edward interroga-se sobre o que terá acontecido a Molly… Desafiada pelo impulso de Edward e decidida a casar-se com ele, Molly segue o rasto do noivo em fuga através deste ‘Grand Tour’ asiático”, refere a sinopse. Miguel Gomes já conquistou o prémio de melhor realização no festival de Cannes deste ano com “Grand Tour”, um feito até aqui inédito para o cinema português. “Grand Tour” foi produzido por Uma Pedra no Sapato, de Filipa Reis, em co-produção com Itália, França, Alemanha, China e Japão.
Hoje Macau EventosSão Lázaro | Galeria “Fantasia 10” apresenta pinturas Gongbi de Leong Kit Man A artista Leong Kit Man apresenta até ao dia 30 deste mês, na galeria “Fantasia 10”, situada no histórico bairro de São Lázaro, a exposição de pinturas ao estilo Gongbi. “Recanto Íntimo” é uma iniciativa da Associação Promotora para as Indústrias Criativas na freguesia de São Lázaro Intitula-se “Recanto Íntimo – Exposição de Pinturas Gongbi de Leong Kit Man” e é a nova mostra com trabalhos da artista exposta na galeria “Fantasia 10”, situada no bairro de São Lázaro. A iniciativa da Associação Promotora para as Indústrias Criativas na Freguesia de São Lázaro pode ser vista até ao dia 30 deste mês, apresentando “obras requintadas e com poder curativo em tranquila seda”, com recurso à técnica Gongbi, forma tradicional de pintura chinesa que se caracteriza por uma elevada precisão e detalhe, e que começou a desenvolver-se no período da dinastia Tang. “Recanto Íntimo” remete para o estúdio da artista, que em chinês tem o nome de “Xintian She”, “onde trabalha dia e noite, cultivando o seu espaço interior na profunda escuridão”, revela um comunicado da organização. Aqui a artista trabalhou em torno de “pequenas pinturas Gongbi”, revelando-se “o charme da dinastia Song, usando cores minerais para criar pinturas em seda de uma elegância antiga”. Tratam-se de pinturas que resultam “no esforço espontâneo da artista em retratar cenas e objectos da vida quotidiana que se adequam ao mundo meticuloso da pintura”, sendo dado aos trabalhos “um toque antigo”. Este processo criativo transforma-se em algo que dá conforto à própria artista, “acalmando a ansiedade, dissipando distrações e afastando o glamour superficial, permitindo um estado de auto-reflexão” a caminho da “tranquilidade e paz de espírito”, lê-se ainda. Artista e curadora Leong Kit Man, artista e curadora, é doutorada em Belas-Artes pela Academia Nacional de Artes da China, sendo professora assistente na mesma área na Faculdade de Humanidades e Artes da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. Citada pela mesma nota, a artista frisa que “é preciso tenacidade para conseguir os detalhes finos de cada linha ou pincelada, bem como tempo e paciência para adicionar aguadas de tinta e cor, camada por camada, a fim de atingir a ‘espessura e leveza” tão característicos de um estilo de pintura minucioso como é o caso da técnica Gongbi. Para Leong Kit Man, este estilo tradicional de pintura permite-lhe “ficar quieta e limpar a mente, cultivar um espaço interno e encontrar a ‘paz interior’ no meio do rebuliço urbano, para a cura pessoal”. Especialista em pintura ao estilo Gongbi, Leong Kit Man fez a sua tese de doutoramento sobre o tema do “Reconhecimento das Imagens Chui Yun como Pinturas”, desenvolvendo também muito trabalho de curadoria e ensino não apenas no ensino superior como também em diversas associações das quais faz parte, como a Associação de Artistas Chineses. É ainda directora da Sociedade de Artistas de Macau, da Associação de Calígrafos e Pintores Chineses Yu Un de Macau e vice-presidente da Associação de Arte Juvenil de Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim protesta contra visita de ex-ministro da Defesa japonês A China disse ontem que apresentou uma queixa formal ao Japão, devido à visita de um antigo ministro da Defesa japonês a Taiwan, e avisou Tóquio que esta “é uma linha vermelha que não pode ser ultrapassada”. “A questão de Taiwan está no centro dos interesses fundamentais da China e afecta a base política das relações entre a China e o Japão, sendo uma linha vermelha que não pode ser ultrapassada”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado. A diplomacia chinesa afirmou que “só existe uma China e Taiwan é parte inseparável do seu território” e que, por conseguinte, a China “rejeita qualquer forma de interacção oficial entre os países com os quais tem relações diplomáticas e Taiwan”. A mesma nota lembrou que “o Japão colonizou Taiwan durante meio século, cometendo numerosos crimes e deixando uma marca profunda na História”. Neste contexto, a declaração exortou os políticos japoneses a “não esquecer as lições do passado e a reconhecer que existe apenas uma China, respeitando o princípio de ‘uma só China’ e os acordos políticos entre os dois países”. O antigo ministro da Defesa japonês Shigeru Ishiba, que se encontra actualmente em viagem a Taipé com um grupo de deputados japoneses, sublinhou a importância de evitar qualquer conflito no estreito de Taiwan. Numa reunião com o líder de Taiwan, William Lai, Ishiba sublinhou que a prioridade de Tóquio é assegurar que um cenário de guerra na região “nunca se concretize”. Ishiba anunciou também a intenção de se candidatar a primeiro-ministro se obtiver apoio suficiente no Partido Democrático Liberal.
Hoje Macau China / ÁsiaLenovo | Lucro líquido cresceu 38% entre Abril e Junho A empresa tecnológica chinesa Lenovo, o maior fabricante de computadores do mundo, registou um lucro líquido de 243 milhões de dólares no seu primeiro trimestre fiscal, uma subida homóloga de 38 por cento. No comunicado enviado ontem à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa também informou ter registado um acréscimo de 20 por cento no volume de negócios, para 15,447 mil milhões de dólares, superando as previsões dos analistas que apontavam para um valor de cerca de 14,16 mil milhões de dólares. O comunicado referiu que o desempenho da Lenovo no trimestre se deveu ao facto de ter aproveitado “oportunidades sem precedentes” naquilo a que chama inteligência artificial (IA) híbrida, bem como ao seu “sucesso contínuo na transformação orientada para os serviços”. De acordo com os dados divulgados, a Lenovo vendeu 14,7 milhões de computadores entre Abril e Junho, um aumento de 3,7 por cento, em relação ao ano anterior. Isto deu-lhe uma quota de mercado líder de 22,7 por cento a nível mundial, contra 22,5 por cento há um ano. O volume de negócios proveniente de outras actividades que não os computadores pessoais atingiu um nível recorde, com 47 por cento do total. Olhando para o futuro, a empresa continua a apontar a IA como uma grande aposta, afirmando que a sua integração nos computadores vai impulsionar o mercado e resultar numa “recuperação a longo prazo para além dos níveis pré-pandémicos”. A empresa voltou a citar projecções de que, até 2027, quase 60 por cento dos computadores vendidos incorporarão capacidades de IA.
Hoje Macau China / ÁsiaChina / Brasil | Xi diz que países pensam da “mesma maneira” O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou ontem que China e Brasil são “bons amigos que pensam da mesma maneira”, numa mensagem enviada ao homólogo brasileiro, Lula da Silva, por ocasião do 50.º aniversário das relações diplomáticas. Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Xi disse que China e Brasil são “ambos importantes países em desenvolvimento e mercados emergentes fundamentais”, bem como “bons amigos que pensam da mesma maneira” e devem tomar o aniversário “como um novo ponto de partida” para reforçar os laços. Na sua mensagem de felicitações, Lula referiu que as relações entre Brasil e China “são cada vez mais importantes para a construção de uma ordem multipolar, bem como uma governação global mais justa e eficaz”. “As relações entre Brasil e China desempenham um papel importante no apoio à estabilidade e à previsibilidade dos dois países e do mundo”, afirmou Lula, também citado pela agência noticiosa Xinhua. De acordo com dados oficiais, a China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2008, e os dois países têm mantido relações estreitas impulsionadas pelo bloco de economias emergentes BRICS – fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – que desde 2009 defende uma maior representação dos países em desenvolvimento nas organizações internacionais. O mercado chinês foi o destino de 30 por cento das exportações brasileiras em 2023, quando as vendas para o país asiático totalizaram 104 mil milhões de dólares, constituídas maioritariamente por produtos alimentares e matérias-primas. A China mantém investimentos no Brasil de cerca de 40 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Li Hui aborda guerra com o Cardeal Matteo Zuppi O diplomata chinês conversou por telefone com o representante do Vaticano em busca de soluções de paz para o conflito na Ucrânia O representante especial do Governo chinês para os assuntos euro-asiáticos, Li Hui, agradeceu ontem o “empenho contínuo” do Vaticano em apaziguar o conflito na Ucrânia, durante uma conversa por telefone com o Cardeal Matteo Zuppi. Durante a chamada, Li expressou apreço pelo “empenho contínuo do Vaticano na mediação da crise e na prestação de assistência humanitária”, de acordo com um comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Como enviado do Papa Francisco para a guerra na Ucrânia, Zuppi elogiou, em nome do pontífice, os “esforços incessantes” do Governo chinês na promoção da “paz e do diálogo” e de uma “solução política” para o conflito, segundo a mesma nota. As duas partes também trocaram “pontos de vista sobre a situação actual” da guerra e sobre o processo de negociações de paz, lê-se no comunicado. Li e Zuppi encontraram-se em Pequim em Setembro do ano passado, apesar de o Vaticano e a China não manterem relações diplomáticas desde 1951 e de o país asiático ter uma igreja “patriótica” oficial e uma igreja clandestina fiel a Roma. A visita do cardeal a Pequim marcou um avanço no processo de aproximação entre as duas partes. Por todo o mundo Li Hui visitou recentemente a Indonésia, África do Sul e Brasil para “trocar impressões com membros importantes do ‘sul global’ sobre a actual situação” na Ucrânia. O diplomata visitou também a Ucrânia, Polónia, França, Alemanha e Rússia em Maio passado para, segundo Pequim, “comunicar com todas as partes sobre uma solução política” para a guerra. Li encontrou-se entāo com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem avisou que “todas as partes têm de criar condições para acabar com a guerra” e “iniciar conversações de paz”. Desde o início do conflito, a China tem mantido uma posição ambígua, durante a qual tem apelado ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, referindo-se à Rússia, com a qual tem continuado a aprofundar as suas trocas comerciais.
João Luz Manchete SociedadeChuva | Estrada abate e árvore cai em cima de templo As fortes chuvadas que se abateram sobre Macau na manhã de ontem provocaram o abatimento de uma estrada na Zona A, abrindo uma cratera com três metros de profundidade. Na Areia Preta, o Templo de Tin Hau voltou a ser atingido por uma árvore. O tempo de trovoada e chuvas fortes vai continuar a fustigar Macau nos próximos dias Chuva forte não foi a única coisa a cair ontem em Macau. Na manhã de ontem, por volta das 10h30 da manhã, a recém-construída via na Avenida Doutor Ma Man Kei, perto da Rotunda de Hou Kong na Zona A dos Novos Aterros, abateu criando uma cratera com três metros de profundidade e seis metros de largura. Uma equipa do Corpo de Bombeiros acorreu ao local, sem que tenha havido registo de feridos ou veículos afectados. Um comunicado da Direcção dos Serviços das Obras Públicas (DSOP) indicou que “na manhã do dia 15 de Agosto, no período de emissão do sinal vermelho de chuva intensa, estava em curso a obra da galeria técnica no estaleiro vedado, situado na Rotunda de Hou Kong e Avenida Doutor Ma Man Kei da Zona A dos Novos Aterros Urbanos, tendo ocorrido o desmoronamento de terra num pavimento”. As autoridades afirmaram que não houve feridos, ou estragos nas máquinas de construção, nem impacto na circulação de veículos nas vias públicas. A DSOP pediu à empresa de construção e à empresa de fiscalização mais atenção às condições meteorológicas durante a execução dos trabalhos. Não muito longe do pedaço de estrada engolido, um edifício classificado não foi poupado às sequelas da intempérie. O Templo de Tin Hau, na Rua dos Pescadores, voltou a ser atingido por uma árvore antiga, que esmagou um altar no exterior do templo. O Instituto Cultural e o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) enviaram equipas para o local para se inteirarem da situação e, depois de uma inspecção preliminar, concluíram que a estrutura principal do templo não ficou danificada. Águas mil A árvore estava na Lista de Salvaguarda de Árvores Antigas e de Reconhecido Valor desde Novembro de 2020 e desde então a sua condição foi sempre considerada problemática, obrigando a manutenção no ano passado. Desta vez, o IAM encontrou vestígios de doença fúngica no tronco e problemas na raiz que terão enfraquecido a árvore ao ponto de não resistir à chuvada desta manhã. Em Junho do ano passado, o Templo de Tin Hau foi atingindo por ramos de uma árvore antiga que danificou parte do telhado. Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos indicaram ontem que Macau está sob a influência de um vale depressionário, que nos próximos dias o território será afectado por aguaceiros por vezes muito fortes e trovoadas ocasionais. As previsões apontam para a continuação do mau tempo até ao meio da próxima semana. Durante a manhã de ontem, até ao meio-dia, a precipitação na península de Macau chegou aos 72,8 milímetros, na Taipa 70,4 milímetros e 44,4 milímetros em Coloane. Coutinho atento O deputado Pereira Coutinho afirmou numa publicação nas redes sociais que irá acompanhar de perto o incidente do aluimento da estrada na Zona A dos Novos Aterros e que recebeu muitas opiniões e preocupações de residentes. “Um engenheiro que me contactou referiu a falta de tempo suficiente para assentar antes de proceder à construção de edifícios. Neste momento, há que averiguar as causas por uma entidade independente e credível e apurar as devidas responsabilidades porque é um caso muito grave e elevado risco para a segurança das pessoas e evitar que casos idênticos voltem a repetir.”
Hoje Macau SociedadeHabitação | Rendas subiram 1,7% no segundo trimestre A renda média por metro quadrado de fracções habitacionais subiu 1,7 por cento no segundo trimestre deste ano, em relação aos primeiros três meses do ano, anunciou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). As zonas onde os preços subiram mais foram Coloane (+5,5 por cento), Novos Aterros da Areia Preta (+4,6 por cento) e NAPE e Praia Grande (+2 por cento). A média das rendas foi equilibrada com as descidas na Baixa de Macau (0,4 por cento) e zona da Rua da Barca (0,2 por cento). Em termos de área útil, as rendas médias do escalão inferior a 50 metros quadrados e as do escalão dos 50 aos 99,9 metros quadrados subiram 1,7 e 1,9 por cento, respectivamente, em termos trimestrais. Apesar de o comércio já ter vivido dias melhores em Macau, as rendas das fracções para lojas e espaços comerciais subiram 0,6 por cento entre o primeiro e o segundo trimestre. As zonas com maiores aumentos foram a Baixa de Macau (+3,5 por cento) e Areia Preta e Iao Hon (+1,9 por cento). A DSEC explica a subida das rendas com a não renovação de bastantes contratos de arrendamento de valor mais baixo durante o trimestre em análise. Em termos anuais, as rendas das habitações aumentaram 3,8 por cento no segundo trimestre, enquanto as rendas das lojas e fracções industriais subiram 1,6 e 1,5 por cento em relação ao segundo trimestre de 2023. Já as rendas dos escritórios diminuíram 2,1 por cento.