Emprego | Três feiras com 308 vagas entre 22 e 26 de Agosto

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) irá organizar três sessões de feiras de emprego, disponibilizando um total de 308 vagas, nos dias 22, 23 e 26 de Agosto, para os sectores da hotelaria, entretenimento e venda a retalho.

Segundo um comunicado divulgado ontem pela DSAL, as inscrições para as três sessões abrem hoje e os interessados podem inscrever-se no website da DSAL até ao meio-dia de 21 de Agosto.

A primeira sessão está marcada para a manhã de 22 de Agosto, com a oferta de 209 vagas para a indústria da hotelaria para cargos como gerente de restaurante, gerente assistente de restaurante, supervisor de serviços de restauração, barista, agente de serviços de restauração, mestre de cozinha, cozinheiro e supervisor sénior.

Na parte da tarde do dia seguinte, serão disponibilizadas 57 ofertas também para o sector hoteleiro. Na manhã de 26 de Agosto, será a vez dos sectores de lazer e entretimento e da venda a retalho, com 42 ofertas de emprego para empregado de loja, vendedor e empacotador.

A primeira sessão terá lugar no Hotel Grand Lisboa Palace, a segunda no Hotel Okura Macau e a terceira no edifício da FAOM na Rua da Ribeira do Patane nº 2-6.

16 Ago 2024

Galaxy | Lucros de 4,39 mil milhões em seis meses

Em comparação com o período homólogo, os lucros aumentaram 51,8 por cento, reflectindo o crescimento das receitas em 5,75 mil milhões de dólares de Hong Kong

 

Na primeira metade do ano a Galaxy obteve lucros de 4,39 mil milhões de dólares de Hong Kong, de acordo com os números divulgados através da Bolsa de Hong Kong. Os lucros da concessionária de jogo registaram um aumento de 51,8 por cento, face ao período homólogo, quando tinham sido registados 2,90 mil milhões de dólares de Hong Kong.

“Ao longo do semestre continuámos a desenvolver todos os segmentos do nosso negócio e a melhorar ainda mais os nossos resorts”, escreveu Lui Che Woo, presidente do grupo, numa carta divulgada com os resultados. “Estamos muito satisfeitos por relatar que tanto no segundo trimestre como na primeira metade do ano, os nossos hotéis registaram uma taxa de ocupação de praticamente 100 por cento”, acrescentou.

Os lucros da Galaxy reflectem um aumento das receitas que cresceram de 15,72 mil milhões de dólares de Hong Kong para 21,47 mil milhões de dólares de Hong Kong, uma diferença de 5,75 mil milhões.

As receitas brutas com os casinos da concessionária subiram para os 19,97 mil milhões de dólares de Hong Kong, face aos 13,73 mil milhões de dólares de Hong Kong. Também as despesas com “comissões e incentivos” registaram um crescimento, para 3,19 mil milhões de dólares de Hong Kong. Na primeira metade do ano passado, os gastos com “comissões e incentivos” tinham sido de 1,82 mil milhões de dólares de Hong Kong. Como resultado, as receitas líquidas do jogo subiram para 16,78 mil milhões de dólares de Hong Kong, quando no período homólogo tinham sido de 11,92 mil milhões.

Em termos da hotelaria, a subida foi menos significativa. Na primeira metade deste ano, houve um crescimento de aproximadamente 700 milhões de dólares de Hong Kong, de 2,30 mil milhões para 3,09 mil milhões.

Além do negócio da hotelaria e do jogo, a Galaxy dedica-se à venda de materiais de construção. Neste segmento, as receitas foram de 1,61 mil milhões de dólares. Também a venda de materiais de construção melhorou face ao período entre Janeiro e Junho do ano passado, quando as receitas tinham sido de 1,51 mil milhões de dólares de Hong Kong.

Novo hotel em 2025

Em relação ao futuro mais próximo da concessionária de jogo, voltou a ser assumido o compromisso de abrir o hotel de luxo Capella a meio do próximo ano. O hotel Capella vai ter 17 andares e cerca de 100 villas e suites de luxo.

Ao longo do ano, a Galaxy vai ainda desenvolver a capacidade do Centro Internacional de Convenções Galaxy, da Galaxy Arena e dos hotéis Raffles e Andaz. “Estamos firmemente concentrados no desenvolvimento da Fase 4, que já está a decorrer”, pode ler-se no comunicado dos resultados. “A Fase 4 tem aproximadamente 600.000 metros quadrados metros quadrados de desenvolvimento e está programada para ser concluída em 2027”, foi acrescentado.

16 Ago 2024

Porto Interior | Lei Chan U pede esclarecimentos sobre “nova via”

O deputado Lei Chan U pretende que o Governo explique o texto das Linhas de Acção Governativa (LAG) deste ano, quando é feita a referência à exploração de “uma nova via de acesso ao Porto Interior”. O assunto é abordado numa interpelação escrita, divulgada ontem pelo gabinete do deputado.

Apesar de as LAG terem sido debatidas entre Novembro e Dezembro do ano passado, Lei Chan U entende que o Executivo deve clarificar se a “nova via” é uma referência à construção de túnel entre o Porto Interior e Wanzai, em Zhuhai. Em 2020, a construção desse túnel tinha sido recusada pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, mas a questão voltou à agenda política local, depois das autoridades do Zhuhai terem elaborado um relatório onde escreveram irem avançar com o projecto.

Ainda em relação à zona do Porto Interior, o deputado dos Operários também quer saber se o Governo vai avançar com um estudo, para analisar o impacto de uma futura via no Porto Interior, ao nível da atracção de turistas.

Por outro lado, Lei Chan U pediu soluções para o Porto Interior, por considerar que é uma zona envelhecida, com más acessibilidades para os peões, o que dificulta o comércio na zona. No mesmo sentido, o deputado alertou ainda para os problemas de trânsito, com os congestionamentos frequentes, pelo que pediu ao Executivo soluções.

16 Ago 2024

DSF | Receitas públicas sobem 49,7% até Julho

A receita corrente de Macau aumentou 49,7 por cento nos sete primeiros meses de 2024, em termos anuais, graças à recuperação dos impostos sobre o jogo, com o Governo a aumentar a despesa pública em 9,6 por cento

 

Mais receitas correntes nos cofres públicos, mas também mais despesa é o que revelam os dados publicados ‘online’ pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). Nos primeiros sete meses deste ano, a receita corrente cresceu 49,7 por cento, face ao período homólogo de 2023, impulsionada pelos impostos sobre o jogo. No outro pólo, a despesa pública aumentou 9,6 por cento nos primeiros setes meses deste ano, em termos anuais.

A receita corrente entre Janeiro e Julho foi de 61,2 mil milhões de patacas, o valor mais elevado desde 2020, no início da pandemia da covid-19, de acordo com dados publicados pela DSF.

Desta receita corrente, o Governo da cidade arrecadou 51,6 mil milhões de patacas em impostos sobre o jogo, indicou o mais recente relatório da execução orçamental.

Nos sete primeiros meses de 2024, Macau recolheu 60 por cento da receita corrente projectada para 2024 no orçamento da região, que é de 102 mil milhões de patacas.

No final de Dezembro de 2023, o Centro de Estudos e o Departamento de Economia da Universidade de Macau previu que as receitas do Governo podem atingir 109,6 mil milhões de patacas, mais 7,5 por cento do que o estimado pelas autoridades.

Reserva reservada

Com a subida nas receitas, a despesa pública também aumentou 9,6 por cento para 52,2 mil milhões de patacas, embora o investimento em infra-estruturas só tenha crescido 1,1 por cento para 9,69 mil milhões de patacas.

A despesa corrente subiu muito mais, 10,2 por cento, para 41,9 mil milhões de patacas, devido a um aumento de 11,7 por cento dos apoios sociais e subsídios dados à população e a um crescimento de 4,4 por cento das despesas com funcionários públicos.

O orçamento de Macau para 2024 prevê o regresso dos excedentes nas contas públicas, “não havendo necessidade de recorrer à reserva financeira”, depois de três anos de crise económica devido à covid-19.

Desde 2020 que Macau só conseguiu manter as contas em terreno positivo – algo exigido pela Lei – devido a transferências da reserva financeira, que em 2023 atingiram 10,5 mil milhões de patacas.

Entre Janeiro e Julho, Macau teve um excedente de 9,27 mil milhões de patacas nas contas públicas, mais do dobro do registado no mesmo período de 2023.

Desde final de Janeiro de 2020 e até ao início de 2023, a pandemia teve um impacto sem precedentes no jogo, motor da economia de Macau, com os impostos sobre as receitas desta indústria a financiarem a esmagadora maioria do orçamento governamental. Os orçamentos do Governo de Macau tinham sido desde então marcados por sucessivas alterações e por pacotes de estímulo dirigidos às pequenas e médias empresas, à população em geral e ao consumo.

16 Ago 2024

AL | Hemiciclo sem debates propostos por deputados desde 2019

Desde o estabelecimento RAEM, nunca foram consecutivamente rejeitados tantos debates na Assembleia Legislativa como nos dias que correm. O número de recusas consecutivas subiu para 28 na quarta-feira

 

Na quarta-feira, a maioria dos deputados recusou dois debates propostos por José Pereira Coutinho. Na semana anterior, outras duas propostas de Ron Lam também tinham sido chumbadas na Assembleia Legislativa. O fenómeno persiste há mais de cinco anos, com os deputados a chumbarem todos os debates propostos pelos colegas. No último plenário atingiu-se um total de 28 recusas consecutivas, um registo recorde, sem precedentes na história do hemiciclo.

A última vez que houve um debate na AL proposto por deputados foi a 22 de Maio de 2019. Na altura, depois de uma proposta de José Pereira Coutinho, os responsáveis do Governo deslocaram-se ao hemiciclo para debater a responsabilização dos titulares dos altos cargos políticos.

Desde esse momento nunca mais qualquer debate foi aprovado pela maioria do hemiciclo, independentemente do tema ou da força política a propor a discussão.

Entre os 28 debates recusados, oito foram propostos pelo ex-deputado Sulu Sou que tentou abordar temas como o sufrágio universal na RAEM, acesso à habitação económica ou a protecção do corredor visual da Colina da Penha.

Outros oito debates recusados foram propostos por José Pereira Coutinho, ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), que tentou discutir assuntos como a qualidade da construção das obras públicas ou diversos direitos laborais. Recentemente, Coutinho apresentou uma proposta de debate sobre uma nova ronda do cartão de consumo, mas acabou por retirar a proposta, sem que esta fosse votada.

As recusas abrangem também propostas de deputados ligados a forças tradicionais, como Ella Lei e Leong Sun Iok, legisladores dos Operários, que fizeram quatro propostas, Song Pek Lei, ligada à comunidade de Fujian, e Ron Lam. Nos últimos dois casos, cada deputado viu duas propostas recusadas. Também os ex-deputados Mak Soi Kun, representante da comunidade de Jianmen, e Agnes Lam tiveram duas propostas recusadas cada.

Recusas sem precedentes

Antes do período actual de recusas, o anterior recorde tinha sido estabelecido entre 2005 e 2013, um período superior a oito anos de actividade da AL, em que foram chumbadas seis propostas de debate.

Este período englobou a III Legislativa, entre 2005 e 2009, quando todos os quatro debates votados foram chumbados. Na altura, as propostas partiram da ala pró-democracia com Au Kam San e Ng Kuok Cheong e ainda deputada dos Operários Kwan Tsui Hang.

No entanto, uma diferença que salta à vista entre as primeiras Legislaturas e as mais recentes é o facto de as tentativas de debate por parte dos deputados terem vindo a aumentar, apesar das recusas.

No pólo oposto, a V Legislatura foi a que teve mais debates aprovados, e a única até aos dias de hoje com mais debates aprovados do que recusados. Com 28 propostas, um número superior às quatro legislaturas anteriores juntas, houve 16 propostas que reuniram a concordância da maioria dos deputados e 12 recusadas.

Desde o estabelecimento da RAEM, a cada três propostas de debate apresentadas, cerca de duas propostas são chumbadas.

No total de 99 propostas de debate votadas, 63 foram recusadas, 63,6 por cento, e 36 foram aprovadas, uma proporção de 36,4 por cento. Além disso houve duas propostas apresentadas, mas que não foram votadas, por terem sido retiradas pelos deputados.

Os debates são um mecanismo previsto na Lei Básica, através do artigo 71.º, onde consta que compete à Assembleia Legislativa “debater questões de interesses públicos”.

Propostas de Debates na Assembleia Legislativa

Legislatura Total de Propostas Aprovadas Recusadas Retiradas

I 1999-2001 4 2 (50%) 2(50%) 0

II 2001-2005 6 2 (33,3) 4 (66,7) 0

III 2005-2009 4 0 (0%) 4 (100%) 0

IV 2009-2013 5 1 (20%) 4 (80%) 0

V 2013-2017 28 16 (57,1%) 12 (42,9%) 0

VI 2017-2021 47 15 (31,9%) 31 (66,1%) 1 (2,0%)

VII 2021-Presente 7 1 (14,3%) 5 (71,4%) 1 (14,3%)

16 Ago 2024

Crédito malparado | Analistas alertam para perigo económico

O crédito malparado tem registado números preocupantes, sobretudo o das PME que quase quadruplicou no primeiro semestre deste ano. Dois economistas ouvidos pelo HM alertam para os perigos que o fenómeno pode acarretar para a banca e a economia, destacando a desigualdade da recuperação económica

 

A banca empresta, mas os empréstimos demoram a ser pagos. Tem sido assim em Macau, onde se tem verificado uma subida vertiginosa do crédito malparado, sobretudo nas pequenas e médias empresas (PME) fora da economia ligada ao jogo.

Dois economistas contactados pelo HM alertam para o crescimento exponencial do crédito malparado nos últimos meses, revelador de desigualdades económicas e da recuperação económica desequilibrada desde a pandemia.

“Números recentemente divulgados pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) mostram que o crédito malparado, no sector bancário local, atingiu quase 50 mil milhões de patacas, constituindo um novo mau recorde na RAEM nos últimos 20 anos”, descreveu José Félix Pontes, economista que durante muitos anos esteve ligado à AMCM.

O responsável diz que o valor de 50 mil milhões de patacas “excede em 12,4 vezes o montante respeitante a Janeiro de 2022, ou seja, na pandemia, quando se ficava por apenas 3,7 mil milhões de patacas”. Além disso, o crédito malparado atingiu, em Junho deste ano, “a 16ª subida consecutiva e, no mesmo período, o rácio ‘crédito malparado / total dose empréstimos’ saltou de 0,3 para 4,6 por cento”.

“Estamos, sem dúvida, perante uma situação que pode afectar, de forma adversa, o desenvolvimento da economia de Macau, sendo previsível que os bancos afectados passem a conceder menos empréstimos, com implicações negativas no investimento privado e no consumo dos particulares”, disse Félix Pontes, destacando que se pode mesmo verificar “uma contracção económica”.

O economista considera que este cenário “deveria constituir motivo de preocupação para os nossos governantes” e frisou que “traduz a fragilidade dos sectores não relacionados com a indústria do jogo”.

O alerta é mais notório nas PME, segmento onde o crédito malparado subiu 295 por cento em termos anuais no primeiro semestre deste ano, quase quadruplicando.

PIB real que está aquém

Já o economista Albano Martins assume uma postura menos pessimista, dizendo que “o crescimento do rácio [do crédito malparado] não é um problema de maior para o sistema económico, que é pequeno”.

Assim, Albano Martins deposita as atenções no facto de os valores reais do Produto Interno Bruto (PIB) não estarem a registar uma evolução positiva desde a pandemia, estimando um valor do PIB, para este ano, semelhante a dados registados anteriormente.

“Não estaria muito preocupado com o crédito, mas sim com o crescimento saudável da economia. Se virmos os valores do PIB deste ano estará muito próximo dos valores reais do PIB de há três ou quatro anos, ou seja, antes da pandemia. Estamos com valores muito pequenos comparado com o que seria normal. O PIB, em 2019, era de 445 mil milhões de patacas, e em 2023 era de apenas 356 mil milhões. No final deste ano estará próximo desse valor”, declarou. Assim sendo, entende que “a economia deveria ter um mecanismo saudável de crescimento e não um motor que hoje dispara e amanhã desacelera”.

Ter um “mecanismo saudável” significa “ser razoavelmente racional”, sendo que a lenta recuperação dos valores do PIB real, se deve à pandemia. “No que respeita aos valores reais do PIB, e não em termos monetários, não chegaram ainda a uma recuperação do que se registou antes de 2020. Macau tem uma economia fortemente dependente de factores externos e que é altamente vulnerável”, explicou. Assim, segundo Albano Martins, “sempre que há um abalo do exterior este prolonga-se por vários anos”.

Notórias desigualdades

Apesar dos dados do crédito malparado, Félix Pontes entende que há boas notícias no meio deste cenário, pois “o problema não está generalizado na banca, na medida em que apenas alguns bancos a operarem em Macau registam um crédito malparado anormal”.

Assim, “essas instituições devem melhorar, e de forma substancial, a sua política de concessão de empréstimos, conferindo um maior rigor à análise financeira dos clientes que pretendam empréstimos e uma atenção acrescida à monitorização destes e à gestão das garantias dadas”.

O economista sugere uma “intervenção proactiva quando surgem os primeiros sinais de alerta” perante o incumprimento no pagamento de empréstimos, além de que os bancos devem “aperfeiçoar as práticas na gestão de riscos”. No tocante à AMCM, deve “impor testes de resistência aos bancos e efectuar uma supervisão mais efectiva”.

Há, de facto, uma recuperação da economia, explica Félix Pontes, “devido à retoma da entrada de milhões de turistas da China, pelo que a indústria do jogo e sectores relacionados têm melhorado”. “Como a economia de Macau está a recuperar, parece estranho, e até injustificável, que a banca local se defronte com o crescimento desmesurado do crédito malparado, na medida em que este influencia o desenvolvimento do sector bancário”, acrescentou.

A explicação para este cenário reside na desigualdade de desenvolvimento dos diversos sectores de actividade económica. Há, assim, “a outra face da moeda, que é a evolução não uniforme” dos sectores fora da área do jogo.

É aí que se pode ver a verdadeira crise além dos turistas e das fichas de jogo a rolar, verificando-se “o encerramento de centenas de PME e o incumprimento, cada vez maior, no pagamento dos empréstimos que tem afectado negativamente os resultados dos bancos”.

Félix Pontes recorda que, no primeiro trimestre deste ano, por exemplo, das 30 instituições bancárias com contas publicadas, “nove bancos, 30 por cento do total, registaram prejuízos, enquanto 21 bancos, 70 por cento do total, tiveram redução nos lucros, quando comparado com o mesmo período de 2023”. Além disso, metade dos bancos, 15, “viram os activos diminuir no espaço de um ano, ou seja, entre Março de 2023 e Março de 2024”.

Impacto do imobiliário

Estes dados demonstram “que a rentabilidade dos bancos se deteriorou bastante, podendo esta tendência manter-se a curto prazo devido à frágil situação do mercado imobiliário na China”.

O país, que nos últimos tempos tem enfrentado graves problemas no sector imobiliário, nomeadamente com o grupo Evergrande, recebeu muitos dos empréstimos concedidos por bancos de Macau, pois “mais de 67 por cento do crédito malparado é de não residentes de Macau”.

Assim, Félix Pontes destaca que os restantes sectores de actividade locais, como o retalho, por exemplo, têm tido “um ritmo muito diferenciado de desenvolvimento” em relação ao jogo, por exemplo, registando “grande influência no consumo interno, agravado pela competição de Zhuhai, pois milhares de residentes de Macau adquirem lá os seus produtos, muito mais baratos e onde existe maior variedade”.

Tal cenário tem trazido grandes problemas ao comércio na zona norte da península, com comerciantes a queixarem-se da fraca procura desde que passou a ser mais fácil levar o carro até ao outro lado da fronteira.

16 Ago 2024

Mediador americano em Beirute para tentar conter escalada com Israel

O mediador norte-americano Amos Hochstein iniciou ontem em Beirute uma série de reuniões com as autoridades libanesas para tentar conter o clima de tensão entre o movimento xiita Hezbollah e Israel.

Hochstein chegou à residência do presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, também líder da formação xiita Amal, um dos principais aliados do Hezbollah, para participar na primeira reunião oficial do dia, após a qual deverá fazer declarações à imprensa.

Os receios de um conflito aberto no Líbano voltaram a aumentar há duas semanas, depois de ataques atribuídos a Israel terem matado o comandante máximo do Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute, e o líder político do movimento islamita palestiniano Hamas Ismail Haniyeh em Teerão.

O conselheiro norte-americano, que mediou o acordo histórico que permitiu ao Líbano e a Israel demarcarem as suas fronteiras marítimas em 2022, deslocou-se várias vezes à capital libanesa desde o início do fogo cruzado entre o Hezbollah e o Estado judaico, em Outubro passado.

A última destas deslocações, em meados de Junho, coincidiu também com a intensificação dos confrontos na fronteira entre as forças israelitas e o Hezbollah, poucos dias depois de um atentado bombista ter matado um alto comandante xiita no sul do Líbano.

Nessa viagem, Hochstein afirmou que “um cessar-fogo em Gaza ou uma solução diplomática alternativa poderia também pôr fim ao conflito na Linha Azul”. A chamada Linha Azul é a linha de demarcação estabelecida pela ONU entre Israel e o Líbano em Junho de 2000.

Dois em um

Israel e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado transfronteiriço desde 8 de Outubro de 2023, um dia depois do início da guerra em Gaza, nos piores confrontos entre as duas partes desde 2006.

O Hezbollah integra o chamado “Eixo da Resistência”, uma coligação liderada pelo Irão de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes Huthis do Iémen.

A visita de ontem do mediador norte-americano ocorre na véspera de uma reunião prevista para Doha ou para o Cairo, na qual os Estados Unidos da América, o Qatar e o Egipto pretendem forçar um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, o que poderia também travar a frente libanesa.

O Hamas já afirmou que não vai participar nas negociações de cessar-fogo, exigindo um “compromisso claro” do Governo de Israel, que terá acrescentado novas exigências para um acordo de tréguas.

14 Ago 2024

O Clube da Luta (IV)

“What is stopping Israel from taking Palestine? Two reasons: Palestinians don’t want to become Israeli citizens. Palestinian Arabs (mostly Muslim) would outnumber Israel Jews in a generation or two, turning the Jewish state into an Arab Muslim state where Jews are the minority. Seeing how minority Jews have been treated in every single Arab or Muslim country, Israel Jews have no desire to do this.”
Terrence Levine

 

O mantra pilatesco dos dois Estados e o reconhecimento verbal do inexistente Estado da Palestina, caminho em que se lançaram a Espanha, a Irlanda, a Noruega, seguida da Eslovénia e talvez outros, apenas confirmam a impotência daqueles que pretendem contribuir para a paz fugindo da realidade. Se fossem uma nação ou algo semelhante, os palestinianos não reagiriam como (não estão a reagir) à retaliação israelita. A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) é um clã impotente sustentado por Jerusalém, Washington e doadores europeus. Ninguém tem qualquer interesse em tratar essa maquineta de papel pelo que ela é. Contraprova da impossibilidade de ser Palestina. As facções palestinianas continuam a dividir-se, à espera que alguém reinvente o guarda-chuva da OLP para substituir a unidade que não existe. Quanto ao Hamas, é provável que ganhasse qualquer eleição nos territórios palestinianos, se estes permanecessem.

Em vez de se compactar na hora suprema, que se manteve durante anos também graças ao financiamento de governos israelitas demasiado astutos para se aperceberem de que estavam a engordar os organizadores do pogrom, revela-se uma galáxia de grupos e milícias semi-independentes. Os dirigentes alojados nos hotéis climatizados de Doha foram surpreendidos desde 7 de Outubro de 2023, enquanto as Brigadas al-Qassam perderam o controlo do seu próprio raid, com a segunda e terceira vagas infiltradas pela Jihad islâmica e por habitantes de Gaza agitados pelo desejo de vingança. É esclarecedora a falta de empatia dos palestinianos israelitas com os seus “irmãos” de Gaza, impiedosamente bombardeados pelo seu próprio Estado. Nesta guerra, agora de verdade, comportam-se mais como israelitas do que como árabes. O recente inquérito realizado pelo influente Instituto de Estudos de Segurança Nacional (INSS na sigla inglesa) de Telavive revela três verdades surpreendentes.

Em primeiro lugar, os árabes e os judeus israelitas partilham quase em uníssono (45 e 48 por cento) o sentimento de que as tensões no seio da sociedade israelita são mais perigosas do que as ameaças externas à sua segurança. Em segundo lugar, apenas 19 por cento dos árabes não apoiam de todo a guerra de Israel contra Gaza, enquanto 54 por cento a apoiam em graus variáveis e 26 por cento se abstêm. Dados que devem fazer reflectir a grande parte dos judeus israelitas que consideram os árabes incompatíveis com o Estado do qual continuam a ser cidadãos de segunda classe. Enquanto a alternativa for viver sob o domínio do Hamas ou da ANP, apesar do assédio e dos direitos espezinhados, Israel é um paradigma invejável. Mas a pressão da ultra-direita racista pode virar a minoria árabe contra as instituições. O INSS adverte que “Na sociedade árabe, as pessoas sentem-se perseguidas pelo Estado, incluindo as agências de segurança. Os árabes israelitas acreditam que o Estado está constantemente a demonstrar a sua natureza antidemocrática pela forma como trata os seus cidadãos árabes”.

O historiador israelita Tom Segev explica que “A natureza irracional do conflito foi a principal razão pela qual nunca foi resolvido. Forçar uma solução que não existe é uma receita para a guerra permanente, afirmando que “A principal razão pela qual a guerra continua não é nem a opressão israelita sobre os palestinianos nem o terrorismo palestiniano, mas a adesão irrevogável dos dois povos a uma terra indivisa. Estes absolutismos tornaram-se cada vez mais a essência das suas respectivas identidades colectivas. Qualquer compromisso seria provavelmente denunciado por importantes comunidades israelitas e palestinianas como uma traição nacional e religiosa”. Segev retira daqui que a irresolubilidade do rebus implica a obrigação de o gerir. Tentar desvendá-lo implica um luto sem fim. Guerras sem termo porque sem objectivo. Do belicismo assassino ao suicídio colectivo, o passo não é necessariamente longo.

Dado o estado (e o não estado) em que se encontram os palestinianos, caberá a Israel dar o primeiro passo para o regresso à política, condição para a gestão não violenta do conflito. O impulso teocrático da extrema-direita e dos colonos, para quem a conquista de toda a Terra de Israel é um mandato divino, reduz ao mínimo a margem de manobra. Se os palestinianos não são uma nação, os israelitas estão ocupados a minar a sua própria nação. Ou, pelo menos, o actual governo, sobrecarregado de extremistas, está a tentar fazê-lo. Poucas horas após o atentado do Hamas, Netanyahu declarou em directo na televisão, dizendo que “Estamos em guerra. E na guerra é preciso manter a cabeça fria”. A sua deve ter uma temperatura peculiar, pois entrou imediatamente na espiral da guerra sem saída, apesar do aviso de Biden para não “repetir os nossos erros”. Para não cair na armadilha da guerra contra o terrorismo, invencível por definição, com a qual a administração Bush Jr., nas mãos dos neocons convencidos de que podiam americanizar o mundo, iniciou o declínio da superpotência.

Israel está nas piores condições para se lançar numa guerra infrutífera contra adversários que só precisam de continuar a existir para ganhar. De facto, eles já ganharam, independentemente de como termine a campanha das FDI em Gaza ou fora dela. É impressionante como, no espaço de algumas semanas, Jerusalém dispersou o capital de simpatia que adquiriu com o massacre do Hamas. Até ao ponto de o transformar num ódio generalizado a Israel, nunca tão solitário. E nunca esteve tão dividido internamente. As tribos já quase não se falam, à espera do confronto quando a catástrofe de Gaza for totalmente revelada. Apenas um israelita em cada dez acredita na vitória total, se é que isso significa alguma coisa.

O Estado judeu sem estratégia combate-se a si próprio. Não encontra alternativa à lei da retaliação. Pratica uma vingança indiscriminada em grande escala. O instinto privado é elevado à função de Estado de uma entidade avassaladora que esmaga milicianos e civis sem perder tempo com subtilezas. Quase como se o Hamas e os palestinianos em geral representassem uma ameaça existencial para Israel. Como se fossem o Irão. Uma enorme publicidade para os terroristas. É impressionante como o medo de ser apanhado numa espiral que pode iniciar a autodestruição do Estado sionista e desencadear novos pogroms contra as comunidades judaicas espalhadas pelo mundo agita o debate público e as conversas privadas entre os judeus, em Israel e na diáspora. Em causa está o significado de um Estado criado para proteger os judeus. Um postulado violado pela operação Dilúvio de al-Aqsa. Entre os mais assustados, embora não o admitam, estão os estrategas do Irão.

Sem o “Pequeno Satã”, o regime perderia o inimigo necessário para legitimar a rede imperial de clientes árabes, então restituídos à realidade de farpas de uma roda descentrada cujo pivot era a coexistência opositora de Israel e do Irão. Pior, os aiatolas e os pasdarans teriam de organizar celebrações grandiosas para confortar a propaganda de “Morte a Israel! Morte à América!” que reverbera nas reuniões de massas. Os convidados especiais seriam os líderes do Hamas, clientes duvidosos erigidos em heróis do império. A República Islâmica cambalearia sob o peso de tal vitória. As almas sensatas jurariam ter visto o fantasma de Aristóteles a vaguear pelo bazar, com um sorriso de escárnio a cortar-lhe o perfil. Resta saber se Israel é mais louco por querer resolver a irresolúvel questão palestiniana, um erro agravado pelos seus métodos mortíferos e pela sua indiferença ostensiva em relação às vítimas civis ou o Irão por confiar num cliente árabe sunita que já o traiu na Síria, em 2011, ao aproveitar a onda destinada a varrer Bashar al-Assad, que rapidamente se transformou numa corrente de ar.

Até ao ponto de guerrear com o Hezbollah, que tinha treinado as suas milícias. Entretanto, a Turquia, o terceiro adulto da antiga “Aliança da Periferia”, passou, em poucos dias, de um aperto de mão público entre o seu presidente e o primeiro-ministro israelita, uma estreia, à exaltação do Hamas. A praça muçulmana exige este preço. Erdogan e o seu Estado teriam preferido não o pagar, porque queriam reavivar o entendimento secreto com Israel. Será que vão tentar de novo? Os três tecelões de estratégias paralelas de controlo dos clientes e dos actores árabes já não se procuram. De potências indispensáveis a potenciais bombistas suicidas. Vítimas dos seus próprios excessos de astúcia, sobretudo do apoio sub-reptício de Israel ao Hamas desde o nascimento até à madrugada de 7 de Outubro de 2023.

Chamemos-lhe a vingança dos mandatários. Provisória. Quando o nevoeiro da guerra se evaporar e o sol iluminar as ruínas do campo de batalha, a balança voltará a marcar o peso específico de cada um e a despertar a sua consciência estratégica. Desde que ele sobreviva. Nessa altura, cada lado do triângulo retirará as suas próprias lições. Uma, pelo menos, deveria uni-las, pois fora com os clientes, dentro com os patrões, difusa ou esbatida não é aristotélico. O ameaçador rejeita a bivalência seca do verdadeiro/falso. Cultiva a aproximação. Simpatiza com a realidade. Reflecte-a. Especialmente se for do Médio Oriente, que é o mais difuso possível. Para Lotfi Zadeh, o verdadeiro e o falso estão separados e unidos por graus de verdade parcial. Como a sua identidade. É filho de um pai iraniano de origem azeri (turca) e de uma mãe judia russa. Estudou numa escola americana em Teerão, licenciou-se em engenharia electrotécnica e depois mudou-se para os Estados Unidos.

A sua lógica difusa também o tornou famoso pelas numerosas aplicações industriais baseadas na matemática que trata informações vagas e ambíguas. Em 2016, técnicos japoneses construíram o primeiro robot com inteligência artificial baseado na teoria de Zadeh. O suficiente bastante para o eleger herói epónimo da tese de que a pacificação (muito relativa) no antigo “Grande Médio Oriente” implica um compromisso entre os poderes internos de Israel, Irão e Turquia. Os actores árabes são demasiado frágeis. Em rigor, não são verdadeiros Estados e muito menos nações. Quando muito, são patrimónios de famílias desavindas. Antes de estabilizarem os outros, terão de se estabilizar a si próprios. Quanto aos Estados Unidos, China e Rússia, precisam da sua bênção ou pouco mais, porque têm outras prioridades.

14 Ago 2024

Tribunal Constitucional da Tailândia destitui primeiro-ministro por violar ética

O Tribunal Constitucional da Tailândia destituiu ontem o primeiro-ministro, Srettha Thavisin, acusado de violar as regras éticas previstas na Constituição ao nomear um ministro que foi condenado a uma pena de prisão em 2008.

Os juízes decidiram, por cinco votos a favor e quatro contra, “pôr termo” ao cargo de Srettha, declarou o juiz Punya Udchachon, ao ler a deliberação, segundo a agência francesa AFP. Strettha disse que respeitava a decisão do Tribunal Constitucional, apesar de não ser a que esperava.

“Respeito a decisão. Repito que, durante quase um ano neste cargo, fiz o meu melhor para governar o país com honestidade”, declarou aos jornalistas ao chegar à sede do Governo em Banguecoque. “Não me resta qualquer autoridade. A autoridade está agora com o primeiro-ministro interino”, acrescentou, citado pelo jornal tailandês Bangkok Post.

O tribunal considerou Strettha culpado por ter nomeado no final de Abril como ministro das Finanças Pichit Chuenban, que foi condenado em 2008 a seis meses de prisão por um crime de tentativa de suborno de funcionários judiciais. A queixa foi apresentada ao tribunal por um grupo de 40 antigos senadores eleitos pela extinta junta militar (2014-2019).

Outras quedas

A decisão surge uma semana depois de o mesmo tribunal ter dissolvido o Move Forward, o partido vencedor das eleições de 2023, que foi impedido de governar pelo Senado, segundo a agência espanhola EFE.

Strettha Thavisin, 62 anos, chegou ao poder há quase um ano, depois de liderar uma coligação do partido Phue Thai, o segundo mais votado, com vários partidos, incluindo dois ligados à antiga junta militar.

A destituição de Srettha faz cair todo o gabinete e a Câmara dos Representantes terá de escolher um novo líder, para o que não tem, em princípio, qualquer prazo, o que poderá paralisar o país do Sudeste Asiático.

Os ministros manter-se-ão em funções, com o vice-primeiro-ministro Phumtham Wechayachai a desempenhar as funções de primeiro-ministro interino, segundo o Bangkok Post. O afastamento do primeiro-ministro e a dissolução, na semana passada, do Move Forward suscitaram críticas generalizadas por aquilo que é visto como uma judicialização da política.

O Move Forward reapareceu na passada sexta-feira com um novo nome, Partido Popular, e continua a ser a principal força da oposição, segundo a EFE. A segunda maior economia do Sudeste Asiático, habituada a crises cíclicas, tem uma longa história de instabilidade e de intervenção no sistema político por parte dos militares ou do poder judicial.

Caracteriza-se também por profundas divisões entre o bloco militar/monarquia e o movimento progressista, de acordo com a AFP.

14 Ago 2024

Imobiliário | Moody’s volta a descer nota da Vanke

A agência de ‘rating’ Moody’s desceu a classificação da dívida da Vanke, o segundo maior promotor imobiliário da China, para “B1”, numa nova despromoção, depois de ter sido desclassificada para o estatuto de “lixo”, em Março.

A Moody’s afirmou que a descida da classificação reflecte o agravamento das perspectivas da Vanke nos próximos seis a 12 meses, face à fraqueza das vendas e à pressão sobre as margens, de acordo com um comunicado.

A agência disse acreditar que as vendas do promotor vão cair cerca de 30 por cento em termos homólogos, este ano. Até agora, a previsão era de 25 por cento, mas o valor caiu 35 por cento, nos primeiros sete meses do ano, para cerca de 147 mil milhões de yuan.

A isto junta-se uma nova queda de 20 por cento, até 2025, acrescentou o relatório, ao considerar que o controlo dos investimentos para proteger a liquidez vai implicar uma diminuição das vendas, com os descontos que teria de oferecer como estímulo a afectar também as margens de lucro.

As obrigações da Vanke passam assim de “Ba3” (“têm elementos especulativos e estão sujeitas a um risco de crédito significativo”) para o escalão de “B” (“são especulativas e estão sujeitas a risco de crédito elevado”).

Embora o vice-presidente da Moody’s, Kaven Tsang, assinale “riscos financeiros devido às necessidades substanciais de refinanciamento da Vanke”, reconheceu igualmente a “capacidade demonstrada para obter financiamento garantido a longo prazo junto dos bancos chineses”, o que “alivia parcialmente os riscos”.

A agência considerou que o plano de redução da dívida da Vanke será insuficiente se não for acompanhado de uma venda de activos que seria marcada pela incerteza da crise do mercado imobiliário chinês.

14 Ago 2024

Presidente Xi Jinping apela à conservação da água

O Presidente chinês Xi Jinping incentivou os voluntários ambientais a promoverem a conservação da água e a contribuírem para a modernização da harmonia entre a humanidade e a natureza.

Antes do segundo Dia Nacional da Ecologia da China, que se assinala hoje, Xi, também secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China e presidente da Comissão Militar Central, fez as observações numa carta de resposta aos voluntários do reservatório de Danjiangkou, na cidade de Shiyan, Província de Hubei, no centro da China, indica o Diário do Povo.

Danjiangkou é a fonte de água para a rota intermediária do Projecto de Transposição de Água Sul-Norte da China. Xi deu instruções importantes quando a primeira fase da rota começou a fornecer água em 2014.

Na última década, mais esforços foram canalizados para a protecção da qualidade da água do reservatório, com a participação activa de funcionários e residentes, incluindo voluntários ambientais. Recentemente, os voluntários escreveram a Xi para destacar os seus serviços e expressar a sua firme determinação em proteger a qualidade da água no reservatório.

Na carta de resposta, Xi elogiou o esforço dos voluntários, afirmando que a ampla participação pública ajudou a tornar “a água na área do reservatório mais clara, as montanhas mais verdes e o ambiente mais bonito”.

Haja harmonia

Observando que o projecto de desvio de água tem uma importância estratégica e é crucial para o desenvolvimento a longo prazo e para o bem-estar da população, Xi pediu esforços persistentes para proteger o ambiente ecológico das fontes de água.

Xi incentivou os voluntários a motivar mais pessoas a conservarem conscientemente os recursos hídricos e a trabalharem juntos para construir uma China bonita, de modo a aumentar a contribuição para a modernização da harmonia entre a humanidade e a natureza, acrescenta o Diário do Povo.

Na carta de resposta, Xi também estendeu também as suas sinceras saudações aos trabalhadores e voluntários da protecção ambiental de todo o país.

14 Ago 2024

Tencent | Lucro do grupo subiu 72% no primeiro semestre

O grupo tecnológico chinês Tencent registou um lucro líquido de 89,519 mil milhões de yuan no primeiro semestre de 2024, um aumento de 72 por cento, em termos homólogos.

 

Na declaração de rendimentos enviada ontem à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa indicou que o seu volume de negócios aumentou 7 por cento, em relação ao mesmo período do ano anterior, para 320,618 mil milhões de yuan. No segundo trimestre do ano, o lucro líquido da empresa aumentou 82 por cento em termos homólogos, enquanto as receitas subiram 8 por cento.

A empresa afirmou que os resultados obtidos entre Abril e Junho “demonstram os pontos fortes” daquilo a que chama a sua estratégia de “plataforma mais conteúdo”, destacando o regresso ao crescimento do segmento dos videojogos na China e a aceleração do crescimento dos títulos internacionais.

Aquilo a que a Tencent chama “serviços de valor acrescentado” (jogos de vídeo e redes sociais), a sua principal fonte de receitas com 49 por cento do total, aumentou o seu volume de negócios em 6 por cento, em termos homólogos, no segundo trimestre.

Esta evolução supera a recuperação da segunda maior actividade, o segmento das ‘fintech’ (tecnologia financeira) e dos serviços às empresas (+4 por cento), mas a divisão que regista o crescimento mais rápido é a da publicidade ‘online’, que aumentou 19 por cento, impulsionada pelos anúncios nos serviços de vídeo, e representa agora a mesma percentagem das receitas totais do grupo.

O abrandamento do negócio das ‘fintech’ deve-se, segundo a empresa, ao menor volume de negócios proveniente dos pagamentos comerciais, devido à moderação do consumo na China, e à diminuição das receitas provenientes de empréstimos, em resultado de medidas de controlo mais rigorosas para o sector.

Números astronómicos

A popular rede social WeChat – o equivalente chinês do WhatsApp – fechou o mês de Junho com cerca de 1.371 milhões de utilizadores activos mensais, um número que representa um aumento de 3 por cento, em relação ao mesmo período de 2023.

No comunicado, a maior empresa por capitalização bolsista na Bolsa de Valores de Hong Kong afirma ter recomprado um total de 52,3 mil milhões de dólares de Hong Kong em acções no primeiro semestre do ano. As acções da empresa subiram um pouco mais de 26 por cento até agora este ano.

Para o futuro, a Tencent prevê investimentos concentrados nas suas plataformas e em tecnologias como a inteligência artificial para “criar um novo valor comercial e responder melhor às necessidades dos utilizadores”.

Numa breve mensagem incluída na declaração de rendimentos, o fundador e presidente da Tencent, Pony Ma, celebrou o “sucesso contínuo” da empresa tecnológica e comprometeu-se a continuar a “criar valor para os accionistas e para a sociedade, promovendo activamente a inovação, respondendo às necessidades da comunidade e contribuindo para um futuro sustentável para todos”.

14 Ago 2024

Canal dos Patos | Exposição colectiva no Armazém do Boi revela preocupações ambientais

São muitos os artistas que dão corpo à nova exposição que estará patente no Armazém do Boi a partir de 11 de Setembro, embora alguns dos trabalhos possam ser vistos numa pré-exibição até ao dia 20 deste mês. Chama-se “A Field Investigation from Shizimen to Canal dos Patos”, e representa um conjunto de explorações artísticas em torno de duas zonas que geram preocupações ambientais. O arquitecto André Lui, além de ser um dos artistas integrantes na mostra, dá apoio na pesquisa histórica

 

São mais de dez, os artistas que fazem parte da nova mostra do Armazém do Boi que promete ser, ao mesmo tempo, um estudo exploratório e artístico em torno das zonas de Shizimen e Canal dos Patos, com a China e a RAEM tão perto. A mostra colectiva intitula-se “A Field Investigation From Shizimen to Canal dos Patos” [Um Trabalho Investigativo de Campo de Shizimen ao Canal dos Patos] acontece entre os dias 11 de Setembro e 4 de Outubro, tendo como curadores Wang Jing e Noah Fong Chao, presidente do Armazém do Boi. André Lui, arquitecto de Macau, é um dos artistas participantes e, ao mesmo tempo, colabora na área da investigação histórica sobre estes espaços.

Outro dos artistas que integra esta exposição é Saiyin, com a série de trabalhos intitulada “Outsider”, que estará em pré-exibição até ao dia 20 de Agosto. “Outsider” inclui uma instalação, “em que o artista escolhe o musgo como o elemento mais básico para exprimir a sua identidade como portador de uma longa deambulação entre Macau e Zhuhai”, descreve-se no programa oficial.

Foram escolhidos musgos de Macau e de Zhuhai para serem plantados em conjunto, sendo que, nesta série artística, representam “plantas com estruturas sociais diferentes” e que também diferem nos seus atributos, “porque crescem em ambientes diferentes”.

O artista reflecte sobre as mudanças que estes musgos sofrem entre Macau e Zhuhai, com duas atmosferas diferentes, quase como aquilo que acontece com residentes que deambulam entre cá e lá. “O musgo, a planta mais insignificante e mais discreta da natureza, tem uma vitalidade tenaz. O musgo que cresce no chão é utilizado para exprimir a sua compreensão da identidade da migração e da deambulação”, descrevendo-se também, de forma metafórica, “o problema de identidade que enfrenta nos dois ambientes”.

Além da instalação, foi criado um filme sobre “a experiência de observar e compreender o mundo e a sociedade em que vive como um forasteiro”.

Observar aves

Outra série de trabalhos que também já pode ser vista no Armazém do Boi, mas em formato de pré-exposição, intitula-se “Observation of Activities of Seabirds at the Macao-Zhuhai Border” [Observação das Actividades das Aves Marinhas na Fronteira Macau-Zhuhai”, da autoria de He Junyan.

Trata-se de um projecto “que aborda questões contemporâneas através da observação de actividades das aves marinhas na ligação das cidades costeiras e ilhas”.

É feita uma análise à ligação entre o ser humano e o ecossistema, sobretudo “nas regiões de urbanização profunda e com sistemas de governação diversificados” como é o caso da região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

Neste contexto, “os organismos têm de se adaptar não só ao ambiente natural alterado devido ao planeamento e desenvolvimento urbano, mas também ao planeamento e construção de instalações e estruturas para a gestão da fronteira”. Essa fronteira “existe tanto na consciência dos residentes como é evidente nos traçados urbanos”, descreve-se.

No caso das aves marinhas não se observa “a consciência” da existência de uma fronteira entre Macau e Zhuhai, pois embora “as suas capacidades de voo lhes permitam atravessar as fronteiras sem o constrangimento dos regulamentos fronteiriços”, a verdade é que as suas rotinas diárias “são afectadas por desafios de planeamento urbano”. Um dos exemplos é a construção de pontes, que obriga as aves a voar a maiores altitudes, “limitando as suas zonas de caça ao rio antes de se retirarem para os mangais em declínio” perto da zona transfronteiriça. Além disso, “o desenvolvimento extensivo de infra-estruturas em zonas recentemente recuperadas também obriga estas aves marinhas a redefinir o seu sentido de casa em vários territórios”.

Desta forma, “este projecto explora o nexo de ligação entre a natureza, cidade e biologia”, à luz de questões como a habitação, o espaço ocupado pelos seres humanos e a sua relação com a natureza.

Outro trabalho também já presente no Armazém do Boi, é “Despertar do Sonho no Canal dos Patos”, de Lu Jun. Sobre esta obra, o artista refere que, no ano 2000, ele e a mulher decidiram ir viver para junto do Canal dos Patos”.

“Durante o dia víamos das janelas as garças brancas a circular graciosamente à volta do Canal dos Patos, enquanto as garças nocturnas sobrevoavam o canal à noite. Durante os períodos de chuva intensa e de marés astronómicas, as águas do canal transbordavam para as margens de Macau. Do lado de Macau do Canal dos Patos, havia barracas e edifícios baixos. Sempre que o fogo de artifício iluminava o céu perto do Hotel Lisboa, eu e a minha mulher deliciávamo-nos a observá-lo das janelas da nossa casa”, pode ler-se.

Lu Jun recorda ainda que, em apenas duas décadas, “a margem oposta transformou-se num horizonte de estruturas imponentes”, sendo que “o outrora extenso Canal dos Patos encolheu gradualmente e está agora num estado de desidratação”, restando apenas “usar a arte digital para relembrar o passado”.

14 Ago 2024

FM | Candidaturas a planos de apoio terminam amanhã

Termina amanhã, às 17h30, o prazo de entrega de candidaturas para a atribuição de apoio financeiro aos três planos (“Projectos académicos”, “Actividades comunitárias” e “Intercâmbios”) da Fundação Macau.

A instituição liderada por Wu Zhiliang abriu as candidaturas a 15 de Julho, indicando que este ano irá “reforçar a avaliação da qualidade das actividades ou projectos candidatos, nomeadamente quanto aos benefícios sociais proporcionados, tomando como referência mais indicadores técnicos como grau de inovação das actividades ou projectos candidatos e compatibilidade com as linhas de acção governativa”.

Os fundos destinam-se a financiar despesas de funcionamento de associações, projectos académicos, actividades comunitárias como “palestras, workshops, colóquios, acções de formação, exposições, concursos, publicações, actividades integradas nos bairros comunitários e festivais de grande escala nos bairros comunitários”.

Na categoria “Intercâmbios”, são elegíveis projectos de visita ao “Interior da China, Hong Kong, Taiwan e outros países ou regiões”.

14 Ago 2024

Kam Pek | Centro comunitário revitalizado com espaço gastronómico

O Centro Comunitário Kam Pek, local histórico na avenida Almeida Ribeiro, será revitalizado com o estabelecimento de um mercado gastronómico e espaço de retalho. O projecto da Sociedade de Jogos de Macau foi ontem apresentado, esperando-se a participação das empresas locais

 

No local onde hoje existe o antigo Centro Comunitário Kam Pek, na avenida Almeida Ribeiro, irá nascer o “Kam Pek Market”, um novo mercado gastronómico e de lojas de retalho que pretende atrair as atenções das pequenas e médias empresas (PME) do território.

O projecto, anunciado ontem pela Sociedade de Jogos de Macau (SJM), inclui-se no “Plano de Revitalização da Avenida de Almeida Ribeiro”, desenvolvido em colaboração com o Instituto Cultural, Direcção dos Serviços de Desenvolvimento Económico e Tecnológico e ainda a Direcção dos Serviços de Turismo, entre outras entidades governamentais e associações locais ligadas ao sector económico.

Segundo um comunicado, a SJM pretende transformar o Kam Pek “num vibrante centro gastronómico e cultural” na Almeida Ribeiro, disponibilizando a quem o visita “uma gama diversificada de restaurantes internacionais casuais, lojas de moda, espaços de entretenimento e ainda elementos artísticos e culturais”.

Será realizado um concurso para atribuir dez espaços no novo mercado, sendo que, numa primeira fase, irão abrir dez espaços gastronómicos no rés-do-chão e primeiro andar, com data de abertura prevista para meados de Dezembro deste ano e Ano Novo Chinês em 2025.

Além disso, serão convidadas marcas gastronómicas e de restauração para explorarem cinco espaços adicionais. Numa fase posterior, serão anunciados os detalhes para a exploração de espaços no segundo andar. Para participarem no concurso, as empresas devem ter “estratégias operacionais, experiência relevante na área” e estarem elegíveis conforme os critérios definidos. As propostas podem começar a ser apresentadas amanhã, encerrando-se o concurso a 6 de Setembro.

Art Déco e companhia

O futuro “Kam Pek Market” irá incorpoar “elementos estruturais de estilo Art Déco”, a fim de se criar “um ambiente descontraído que possa atrair jovens clientes”, garantindo-se o respeito pelas características patrimoniais da zona, nomeadamente “o papel do edifício como centro de entretenimento e lazer da comunidade”.

Espera-se ainda que a SJM venha a operar a sua própria marca de comidas e bebidas no mercado, “trabalhando lado a lado com as PME para criar um destino gastronómico para os habitantes locais e visitantes”, pode ler-se. Será ainda criada uma área de consultoria intitulada “Instituição PME-SJM”, a fim de “apresentar aos participantes uma série de seminários e workshops temáticos”.

Daisy Ho, directora-executiva da SJM disse que se pretende criar, com este projecto, um “plano de operações ‘one stop’ com melhor rácio custo-benefício para as PME e instalações aperfeiçoadas, o que faz com que as PME possam reduzir custos operacionais”.

Cada espaço pode funcionar até um ano, sendo que o tempo mínimo de exploração é de seis meses. Os comerciantes necessitam de depositar uma caução de cinco mil dólares de Hong Kong para arrancar com a actividade, com a renda cobrada a ser de dez por cento do volume mensal de negócios.

Um comerciante, de apelido Cheong, lembrou que os negócios locais “continuam a estar numa situação difícil, mas isso não acontece numa zona específica, mas em toda a Macau”. Tal resulta, disse, “numa fraca capacidade de consumo, independentemente dos turistas ou dos residentes”.

“É bom que as concessionárias de jogo possam revitalizar estas zonas e atrair não apenas turistas ou residentes, mas beneficiar também as PME. Há uma grande diferença entre operar um negócio num mercado e pagar a renda de uma loja”, disse Cheong, que tem uma loja na Rua do Campo.

Chan Meng Kei, presidente da Associação de Mútuo Auxílio dos Moradores da Avenida Almeida Ribeiro, defendeu que o “Kam Pek Market” irá “atrair um maior fluxo de visitantes para a baixa da cidade, em direcção à Ponte 16, fazendo com que possam visitar os bairros nas proximidades”.

14 Ago 2024

Jogos | Impostos rendem 51,6 mil milhões até Julho

Até Julho, as receitas do orçamento da RAEM com os impostos dos jogos de fortuna ou azar atingiram 51,6 mil milhões de patacas, de acordo com os dados da Direcção de Serviços de Finanças (DSF).

O montante representa um crescimento de 18,9 milhões mil milhões de patacas em comparação com o ano passado, quando até Julho as receitas com os impostos tinham sido de 32,7 mil milhões de patacas.

Em termos geral, as receitas totais do orçamento foram 61,5 mil milhões de patacas, um aumento superior a 10 mil milhões face a 2023. Por seu turno, as despesas totais cresceram para 52,2 mil milhões de patacas, com comparação com os 47,7 mil milhões de patacas gastos nos primeiros sete meses do ano passado.

Tendo em conta as receitas e as despesas, até Julho o orçamento da RAEM apresenta um excedente de 9,3 mil milhões de patacas, um aumento face ao excedente de 3,5 mil milhões de patacas do período homologo.

14 Ago 2024

Câmbio ilegal | Lawrence Ho admite impacto de criminalização

Na apresentação dos resultados da concessionária Melco, o presidente e CEO da empresa, Lawrence Ho, admitiu que a criminalização das trocas ilegais de dinheiro vai ter “algum impacto” na liquidez dos casinos, mas afirmou que a mudança não é uma surpresa.

“Acho que este assunto da troca de dinheiro não é novo, está a ser discutido há mais de um ano. Por isso, não é uma surpresa para nós, mas claro que vai ter algum impacto em termos da liquidez dos jogadores”, afirmou o empresário. “No entanto, acho que o assunto mais relevante foi uma ligeira redução da procura em Junho, apesar de termos visto o regresso do crescimento em Julho. Também Agosto teve um bom começo”, acrescentou.

Ho explicou a redução ligeira da procura em Junho com o Campeonato Europeu de Futebol, que decorreu entre Junho e Julho.

Em relação às vendas a retalho nos hotéis-casinos, Lawrence Ho reconheceu que a procura ainda é “muito fraca”, à semelhança do que disse estar a acontecer em Hong Kong e no Interior. Lawrence Ho deixou ainda o desejo de que a economia chinesa recupere rapidamente do período que atravessa.

No que diz respeito aos resultados, a Melco obteve lucros de 36,6 milhões de dólares americanos no primeiro semestre, anunciou a empresa, que no período homólogo de 2023 reportou prejuízos. Entre Janeiro e Junho do ano passado, a Melco tinha registado um prejuízo de 104,7 milhões de dólares.

Numa análise trimestral, a empresa também apresentou uma tendência positiva, com os lucros a crescerem de 15,2 milhões de dólares, nos primeiros três meses de 2024, para 21,4 milhões de dólares, no segundo trimestre.

14 Ago 2024

BNU | Lucros do primeiro semestre cresceram 12,2 milhões

Pela primeira vez desde a pandemia, o Banco Nacional Ultramarino apresentou no primeiro semestre deste ano lucros superiores a 300 milhões de patacas. No entanto, a instituição reconhece ainda não ter controlado o aumento dos custos da digitalização

 

Nos primeiros seis meses deste ano, os lucros do Banco Nacional Ultramarino (BNU) atingiram 300,6 milhões de patacas, de acordo com a informação publicada no Boletim Oficial e através de um comunicado da instituição.

Os resultados não auditados mostram que pela primeira vez desde a pandemia os resultados da primeira metade do ano do BNU superaram a barreira dos 300 milhões de patacas. “O banco apresentou um lucro após impostos de 300,6 milhões de patacas, um aumento de 12,2 milhões de patacas ou 4,2 por cento em comparação com o mesmo período de 2023”, pode ler-se no comunicado emitido ontem.

As taxas de juro mais elevadas foram o facto apontado para o aumento dos lucros. “O desempenho do banco foi sustentado por um aumento de 2 por cento na margem financeira, totalizando 9,5 milhões de patacas, devido a taxas de juros mais elevadas”, foi explicado. “Além disso, os lucros das operações financeiras aumentaram em 6,5 milhões de patacas em termos homólogos, principalmente devido à não recorrência de uma perda extraordinária resultante da alienação de investimentos financeiros ocorrida em 2023”, foi acrescentado.

Os resultados mostram a tendência de aumento dos lucros do BNU no período pós pandemia, mas ainda não chegam aos níveis pré-pandemia. Na primeira metade de 2019, o último ano antes do impacto da pandemia da covid-19, o banco apresentou lucros de 366,8 milhões de patacas.

Maiores receitas

Na primeira metade de 2024, o BNU conseguiu receitas de 1.029,4 milhões de patacas, um aumento de 102,4 milhões de patacas em comparação com o período homólogo, em que as receitas tinham sido de 927 milhões de patacas.

Durante os primeiros seis meses do ano, o banco apresentou despesas de 728,8 milhões de patacas, um aumento de 90,2 milhões de patacas em comparação com o período homólogo, quando as despesas tinham sido de 638,6 milhões de patacas.

Em comunicado, o banco admitiu ainda não ter conseguido controlar os custos da digitalização, com pessoal e publicidade. “Iniciativas de poupança de custos, como a optimização de processos operacionais e a revisão da finalidade dos serviços, não foram suficientes para compensar totalmente o aumento dos gastos em digitalização, o aumento dos custos com pessoal e maiores despesas com publicidade”, foi indicado. “O banco reconhece a importância destes investimentos em digitalização, capital humano e marketing para melhorar a experiência dos clientes, aumentar a eficiência interna e adaptar-se à evolução digital […] Espera-se que estas despesas ajudem o banco a posicionar-se de forma mais eficaz no mercado e apoiar o seu crescimento e sustentabilidade no longo prazo”, foi justificado.

Banco na Montanha

Em relação aos planos de negócio, o BNU destaca o papel que pretende assumir em Hengqin (Ilha da Montanha), na senda das orientações do Governo, de se posicionar como uma ponte e ligação entre o Interior e os Países de Língua Portuguesa.

“A sucursal do banco em Hengqin continua a atender às necessidades financeiras dos investidores de Macau e Hong Kong, incluindo tanto indivíduos como empresas, à medida que a Área da Grande Baía e a Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin continuam a desenvolver-se e a integrar-se. A sucursal visa facilitar ligações entre a China Continental, Macau e os Países de Língua Portuguesa, proporcionando apoio financeiro e contribuindo para o desenvolvimento de um ambiente empresarial diversificado tanto em Macau quanto na Área da Grande Baía”, foi indicado.

14 Ago 2024

Aeroporto | Decisão de suspender segundo terminal alvo de críticas

A decisão do Governo de suspender a transformação de parte do terminal marítimo da Taipa no segundo terminal do Aeroporto Internacional de Macau foi alvo de várias críticas, num artigo publicado no jornal Ou Mun.

No texto, são citadas várias fontes ligadas ao sector do turismo, que pediram para permanecerem anónimas. Na visão destas, ao suspender o novo terminal, o Governo está a aceitar o “status quo” actual, o que significa que está a abdicar de utilizar o aeroporto como uma forma de promover Macau num destino internacional.

As fontes indicaram igualmente que a suspensão da expansão do terminal não significa apenas que Macau deixa de querer competir com outros aeroportos locais, mas principalmente que a cidade está a abdicar da imagem de cidade turística, ao nível da competição com Hong Kong e outras cidades mais populares. De resto, os trabalhos de Hong Kong e de Zhuhai ao nível de expansão dos aeroportos são apontados como exemplos que deveriam ser seguidos.

Outra das fontes explicou que o turismo actualmente depende muito dos visitantes individuais que viajam para onde há boas ligações. Na perspectiva desta fonte, ao abdicar do terminal, Macau arrisca-se a não conseguir atrair esses visitantes.

Ao mesmo tempo, é indicado que depois da pandemia, todos os aeroportos à volta de Macau estão a registar um crescimento assinalável ao nível dos passageiros. É expectável que em Macau aconteça o mesmo, porém, há o risco de não haver capacidade para fazer face à procura futura.

14 Ago 2024

Jogos Nacionais | Pun Weng Kun substituído por Luís Gomes no ID

Luís Gomes preside, entre hoje e 30 de Junho de 2026, ao Instituto do Desporto (ID), “em regime de substituição, com poderes para “tomar as medidas necessárias na selecção do pessoal de direcção e chefia”. A “ascensão” do vice-presidente do ID prende-se com as funções que Pun Weng Kun irá assumir para a preparação dos próximos Jogos Nacionais, organizados por Guangdong, Macau e Hong Kong.

Nesse sentido, foi dado ontem o primeiro passo oficial para a criação da Comissão Organizadora da Zona de Competição de Macau dos Jogos Nacionais, dos Jogos Nacionais para Deficientes e Jogos Olímpicos Especiais da China. O arranque tomou a forma de um despacho assinado pelo Chefe do Executivo, publicado ontem no Boletim Oficial.

Foi também criado um gabinete preparatório para coordenar equipas especializadas e “assegurar que os trabalhos preparatórios decorram sem sobressaltos”. O gabinete irá funcionar na directa dependência e sob orientação da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, e será presidido chefiado por Pun Weng Kun.

Macau acolherá um total de sete diferentes modalidades de competição, incluindo quatro modalidades de competição e uma modalidade de desporto para todos dos Jogos Nacionais, e duas modalidades de competição dos Jogos Olímpicos Especiais para Deficientes.

14 Ago 2024

AMCM | Guangdong emite 2,5 mil milhões de RMB em títulos de dívida

O Governo da província de Guangdong vai emitir em Macau no fim deste mês 2,5 mil milhões de renminbis em títulos de dívida “offshore” especializados para financiar projectos de grandes infra-estruturas em Hengqin. A medida foi anunciada como uma forma de celebrar o 25.º aniversário do retorno de Macau à pátria

 

O Governo da província vizinha de Guangdong, com o apoio do Ministério das Finanças, prepara-se para emitir em Macau no final de Agosto títulos de dívida “offshore” no valor de 2,5 mil milhões de renminbis (RMB), indicou ontem a Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

A emissão incluirá obrigações verdes e títulos de dívida do Governo dirigidos ao apoio dos grandes projectos de construção de infra-estruturas na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, ambos destinados a investidores profissionais.

A AMCM sublinhou ontem que a iniciativa constitui “a quarta emissão consecutiva, desde 2021, realizada pelo Governo da província de Guangdong, de títulos de dívida em RMB em Macau”. Além disso, esta é a primeira emissão de títulos de dívida “especializados para a Zona de Cooperação Aprofundada” em Hengqin.

Além disso, o organismo presidido por Benjamin Chau Sau San afirmou que a iniciativa do Governo de Guangdong tem também como objectivo “comemorar o 25.º aniversário do retorno de Macau à pátria”, conforme indica o valor da emissão (2,5 mil milhões RMB).

O regulador financeiro da RAEM saudou a medida que “consubstancia o apoio do Governo Central e da província de Guangdong ao desenvolvimento do mercado obrigacionista em Macau, sendo também importante para aprofundar a cooperação financeira transfronteiriça entre Guangdong e Macau”.

Verde como a natureza

A AMCM salienta ainda que a emissão contínua de títulos de dívida verde contribui para a diversificação de variedades de activos financeiros verdes de Macau e reflecte “a cooperação entre Guangdong e Macau na promoção do desenvolvimento do mercado financeiro nas áreas verdes e sustentáveis”.

No espaço de dois anos foram emitidos quase 95 mil milhões de patacas em títulos de dívida no território. No final de Janeiro, a AMCM dava conta do registo de 100 instituições na central de depósito de valores mobiliários do território, incluindo 67 oriundas do exterior e da China.

Desde o início da operação da Central de Depósito de Valores Mobiliários de Macau, em Dezembro de 2021, o Governo Central por três vezes emitiu títulos de dívida em Macau, e esta será a quarta emissão realizada pelas autoridades da província de Guangdong.

14 Ago 2024

Estupefacientes | Classificadas novas substâncias

As substâncias Etazene, Etonitazepyne, Protonitazene, 2-Methyl-AP-237 e ADB-BUTINACA passam a integrar a lista de substâncias proibidas, no âmbito da legislação contra o consumo e tráfico de droga.

As alterações foram aprovadas ontem pela Assembleia Legislativa, por unanimidade. As substâncias 2-Methyl-AP-237, Etazene, Etonitazepyne e Protonitazene são drogas sintéticas que imitam os efeitos das drogas opiáceas, ou seja, derivadas do ópio.

A substância Protonitazene é tida como altamente perigosa, dado que é 20 vezes mais potente do que o fentanyl, substância responsável por várias mortes nos últimos anos entre os utilizadores de drogas nos Estados Unidos. O ADB-BUTINACA é uma droga sintética que imita os efeitos do consumo de cannabis.

14 Ago 2024

Construção | Ron Lam contesta recurso a adjudicações directas

O deputado Ron Lam acusou ontem o Governo de estar a distorcer o mercado e de motivar várias suspeitas para a “troca de interesses” devido ao recurso sistemático às adjudicações directas na construção pública.

Numa intervenção antes da ordem do dia, o legislador apontou vários exemplos em que o Governo de Macau evitou realizar concursos públicos para a atribuição de obras com um custo superior a 15 milhões de patacas, como definido por lei, recorrendo ao regime de excepção para atribuir vários contratos a empresas estatais chinesas, como a China State Construction, Hua Yi (controlada pela China State Construction) ou a Companhia de Engenharia e de Construção da China (Macau). Os exemplos mencionados pelo deputado envolveram mais de 3,6 mil milhões de patacas, entre as obras de decoração da habitação para idosos, planeamento do Parque Aventura da praia de Hac Sá ou a construção de Apartamentos para Idosos na Avenida do Nordeste.

“O Governo recorre sempre ao pretexto de “elevada dificuldade e complexidade de execução das obras” para justificar o seu ajuste directo, o que não consegue garantir a qualidade das mesmas, prejudica a concorrência no mercado e leva a sociedade a suspeitar da existência de ‘troca de interesses’, afectando gravemente a credibilidade da governação”, afirmou Ron Lam.

14 Ago 2024

AL / Casinos | Recusada proposta de Coutinho sobre salários

Os quatros deputados da Associação da Federação dos Operários de Macau (FAOM) abstiveram-se e a proposta de debate sobre o aumento de salários foi chumbada

 

A Assembleia Legislativa (AL) chumbou dois pedidos de debate propostos pelo deputado José Pereira Coutinho sobre a actualização de salários para os trabalhadores dos casinos e sobre a adopção de medidas para atrair mais visitantes estrangeiros através do Aeroporto Internacional de Macau.

No primeiro debate proposto, além de considerar necessário actualizar os salários dos trabalhadores das concessionárias do jogo, para acompanhar a inflação dos bens essenciais, José Pereira Coutinho pretendia que se debatesse ainda a modernização dos sistemas informáticos e a adopção de uma gestão mais moderna dos recursos humanos.

No entanto, a proposta do deputado ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) apenas contou com o apoio do colega de bancada, Che Sai Wang, e Ron Lam.

Contra a proposta, votaram os deputados nomeados pelo Chefe do Executivo, empresários e as forças tradicionais da Associação dos Moradores, Associação das Mulheres e Fujian (21 votos).

As bancadas da FAOM e da comunidade de Jiangmen abstiveram-se (7 votos). Após a votação, os deputados dos Operários, através de Ella Lei, justificaram a posição, argumentando que nada existe para discutir, antes que o Governo deve assegurar que a legislação é cumprida.

“Este não é um assunto para ser debatido, porque estamos a falar de deveres que só têm de ser cumpridos. Compete à Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais desempenhar o seu papel”, argumentou Ella Lei. “As concessionarias têm problemas devido à insuficiente mão-de-obra, mas têm de melhorar as condições dos trabalhadores”, vincou.

Os deputados nomeados Wu Chou Kit e Pang Chuan recusaram o debate com o argumento de que não deve haver intervenção do Governo no mercado.

Já Angela Leong, deputada e empresária gestora na concessionária SJM, votou contra, mas apelou para que as condições de trabalho nos casinos sejam melhoradas: “As concessionárias devem ajustar os turnos para os colegas terem um descanso melhor”, pediu.

Apesar das diferentes posições, Ron Lam lamentou que, na altura, aquela tenha sido a 27.ª proposta de debate consecutiva recusada pelos deputados.

A 28.ª recusa

Também o debate sobre a adopção de medidas mais eficazes para atrair turistas internacionais através do Aeroporto Internacional de Macau acabou recusado.

À semelhança da votação anterior, a favor da proposta votaram José Pereira Coutinho, Che Sai Wang e Ron Lam. A bancada de Jiangmen absteve-se (3 votos), e os deputados tradicionais, empresários e nomeados votaram contra (25 votos).

Na justificação do voto, Kou Kam Fai, deputado nomeado, indicou que a internacionalização passa pela ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, porque Macau é um território com “limitações de vária ordem”. “É necessário ter em conta que temos limitações de vária ordem […] O turismo de Macau deve apoiar-se na Ponte sobre o Delta e apostar nos elementos não jogo, e não apenas focar-se no funcionamento Aeroporto de Macau”, afirmou.

O deputado Ip Sio Kai, ligado ao sector comercial e trabalhador do Banco da China, considerou o tema do debate “inadequado”, e argumentou que o Governo já está a promover a internacionalização de Macau, através da “criação da cidade de espectáculos”.

14 Ago 2024