AMCM | Alerta para riscos monetários e tensões geopolíticas

No relatório anual de 2023, a AMCM identifica os principais riscos para a economia de Macau e reconhece que o sector de seguros está a atravessar dificuldades, face à competição de Hong Kong na venda de seguros a residentes do Interior da China

 

A “incerteza das políticas monetárias internacionais” e o “agravamento constante das tensões geopolíticas” são os riscos que a economia e o sector bancário local enfrentam este ano. O aviso consta do relatório sobre o ano de 2023 publicado ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), que regula o sector bancário local.

“A incerteza das políticas monetárias internacionais juntamente com o agravamento constante das tensões geopolíticas constituem variáveis que afectam o desenvolvimento futuro da economia e do sector financeiro de Macau”, pode ler-se no documento publicado ontem.

Neste sentido, o regulador pede aos bancos que aproveitem “activamente a recuperação económica e as oportunidades de desenvolvimento”, mas que também permaneçam “vigilantes quanto aos potenciais riscos do mercado financeiro”. A AMCM recomenda ainda o reforço da “flexibilidade das estratégias de gestão operacional” para “responder, de forma eficaz, às mudanças do mercado”.

A AMCM promete também “empenhar-se na elevação da eficácia de supervisão e de prevenção de riscos financeiros” para garantir “o desenvolvimento estável e contínuo do mercado financeiro”.

Sobre o ano em vigor, o organismo prevê que “Macau possa consolidar ainda mais as bases da recuperação económica” e a criação de “novas oportunidades para o desenvolvimento económico e financeiro de Macau, através da implementação da estratégia do desenvolvimento da diversificação adequada da economia”, promovida pelo Governo.

Menor compra de seguros

Numa altura em que o Governo se esforça para diversificar a economia além do jogo, a AMCM reconhece que 2023 foi um ano marcado por dificuldades acrescidas para as seguradoras locais, que estão a perder força no mercado do Interior da China para Hong Kong.

“Com o retorno à normalidade da passagem fronteiriça entre o Interior da China e Hong Kong, uma parte dos residentes do Interior da China optou por subscrever um seguro de vida em Hong Kong, sendo que, a par da incerteza do ambiente económico externo, o sector segurador de Macau enfrentou muitos desafios, o que se reflecte em pressão sobre o crescimento dos negócios e a rentabilidade das seguradoras de Macau em 2023”, é reconhecido.

Como soluções para o abrandamento da venda de seguros, a AMCM aponta como caminhos para o futuro a “inovação” nos produtos oferecidos e a criação de parcerias na área da saúde, com o Hospital das Ilhas. “Tendo em conta o eventual abrandamento na aquisição de seguros em Macau por parte de residentes do Interior da China […] a AMCM irá incentivar o sector segurador a procurar maiores inovações nas suas actividades e a construir relações cooperativas com o Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas – Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital, de forma a aproveitar as oportunidades decorrentes dos esforços do Governo da RAEM, no que diz respeito ao desenvolvimento da indústria de big health, e de forma a incentivar os visitantes a comprar produtos de seguros em Macau”, foi indicado.

21 Ago 2024

Inquérito | Diáspora macaense e luso-asiática mantém-se “robusta”

A diáspora de macaenses e luso-asiáticos espalhados pelo mundo continua “robusta e interligada”. Dados provisórios de um inquérito feito por Roy Eric Xavier, macaense e académico, revela que grande parte continua a residir nos Estados Unidos da América. O investigador levanta também algumas pistas sobre origens e percursos familiares a Oriente

 

Há muito que o académico Roy Eric Xavier, ligado à Universidade de Berkeley, na Califórnia, se dedica ao estudo a diáspora macaense e luso-asiática. No blogue “FarEastCurrents” são muitos os conteúdos divulgados, incluindo um inquérito à comunidade que tem agora novos resultados, ainda que o trabalho de recolha de dados termine no final deste ano.

Os números provisórios foram publicados no domingo no website, tendo Roy Eric Xavier concluído que “parece existir uma diáspora global robusta e interligada de comunidades luso-asiáticas e macaenses, actualmente em dez países e 200 cidades, que perdura há quase 500 anos”.

No que diz respeito à identificação cultural, 57,82 por cento dos inquiridos assumiu-se como macaenses, seguindo-se 21,21 por cento a identificarem-se como portugueses. Em terceiro lugar, com 12,05 por cento, as respostas apontam para a identidade euroasiática. Há ainda 7,8 por cento de pessoas a assumirem-se como chinesas, 5,67 por cento europeias e ainda 5,09 por cento luso-asiáticas.

Em termos gerais, “as pessoas que responderam são descendentes de eurasiáticos portugueses (luso-asiáticos), com raízes culturais em Macau, Hong Kong, Cantão, Xangai, Japão, Malásia, Tailândia, Indonésia, Timor ou outras [antigas] colónias portuguesas na Ásia”.

Ao “The 2024 Luso-Asian/Macanese Survey” [Inquérito Luso-Asiático / Macaense de 2024] responderam, para já, 40 por cento dos homens e 60 por cento de mulheres, sendo que 45 por cento tem entre os 18 e 64 anos e trabalham, enquanto 55 por cento tem 65 ou mais anos e já está na reforma.

Os Estados Unidos da América (EUA) são o país de residência mais recorrente destas comunidades, com 56 por cento das respostas, seguindo-se a Austrália, com 11,27 por cento, 8 por cento vivem no Canadá e Portugal 7,64 por cento. Em vários países europeus residem 5,24 por cento de macaenses ou luso-asiáticos, seguindo-se Macau com 5,09 por cento. Em Hong Kong há 3,27 por cento de pessoas que se identificam como macaenses e luso-asiáticos, seguindo-se 2,91 por cento no Brasil e 3,5 por cento no Japão.

As conclusões de Roy Eric Xavier sobre estes dados, ainda provisórios, apontam para o facto de cerca de metade dos inquiridos, 51 por cento, serem membros de “famílias numerosas com, pelo menos, 30 membros vivos, sendo que várias famílias, 18,4 por cento, são compostas por 97 a mais de 150 membros vivos”.

Legados que permanecem

Outra questão abrangida pelo inquérito prende-se com o facto de estas pessoas continuarem muito ligadas à sua própria história familiar, conhecendo os percursos que os seus pais e avós fizeram até ao lugar onde hoje vivem. São ligações, muitas delas, nascidas do comércio e viagens que os portugueses fizeram para Oriente desde meados do século XVI.

Dos inquiridos, 52 por cento disse ter ligações a Portugal, seguindo-se Goa, com 12,73 por cento das respostas, Macau, com 73,09 por cento das respostas, e ainda Hong Kong, em quarto lugar, com 52,36 por cento de inquiridos. Os macaenses e luso-asiáticos que participaram no estudo têm ainda raízes familiares em Xangai, 21,45 por cento, e Cantão, com 10,18 por cento.

Roy Eric Xavier conclui, portanto, que há “um número significativo, 84,12 por cento, que se identifica culturalmente como ‘macaense, português ou colectivamente como ‘luso-asiático’”.

O inquérito inclui também questões sobre o estado de saúde dos inquiridos. Assim, e uma vez que mais de metade dos que responderam têm 65 ou mais anos, “cerca de um terço, 31 por cento, refere vários dias de doença por mês, enquanto mais de um quarto, 27,6 por cento, refere stress e depressão contínuos”.

“Estas estatísticas são geralmente mais baixas do que a média para este grupo etário na maioria dos países e podem ser atribuídas a laços familiares mais estreitos entre as famílias macaenses”, destaca o académico e promotor do inquérito.

A quarta fase

Até à data, e desde 30 de Junho, participaram cerca de dez mil pessoas no inquérito que tem sido dinamizado por 13 Casas de Macau espalhadas pelo mundo. Este é o quarto questionário promovido pelo académico, sendo que o primeiro decorreu em 2012.

Roy Eric Xavier diz esperar que o “inquérito chegue a cerca de 150.000 pessoas, podendo aumentar substancialmente depois de ser publicado em boletins informativos e em vários sites de redes sociais”.

Pretende-se, com este trabalho, “determinar como os descendentes de todo o mundo mantêm as suas ligações familiares e identidades culturais”, sendo que a “informação sobre a dimensão das famílias poderá também conduzir a estimativas da população luso-asiática a nível mundial”.

As perguntas foram elaboradas ao longo de vários anos e revistas por investigadores do Instituto para o Estudo de Questões da Sociedade da Universidade da Califórnia, Berkeley, e da Escola de Saúde Pública da Universidade do Estado da Geórgia.

Recorde-se que, em 2021, estavam contabilizados 1,6 milhões de macaenses e luso-asiáticos em todo o mundo, segundo disse à Lusa, na altura, o autor, que dirige o Projecto de Estudos Portugueses e Macaenses na Universidade de Berkeley.

“Fiz estudos e pesquisas populacionais e colaborei com vários genealogistas e demógrafos e determinámos que há pelo menos 1,6 milhões de macaenses e luso-asiáticos espalhados pelo mundo, que olham para Macau como a pátria cultural”, afirmou.

Segundo o investigador, que pertence à comunidade oriunda de Macau em Hong Kong e depois se mudou para os EUA, tem ocorrido um desligamento das novas gerações. “Não acho que seja permanente, mas penso que há uma ruptura entre a velha guarda e a nova guarda que está a surgir”, apontou. “Entre a velha guarda, há uma suspeita de que as gerações mais novas não têm a afiliação nem o sentido de história que deviam ter”.

Em 2019, falava-se do surgimento de mais jovens que se identificaram como macaenses ou luso-asiáticos. Nesse ano, no portal “Far East Currents” descrevia-se “o ressurgimento dos jovens na comunidade portuguesa oriunda da Ásia”, uma vez que “mais de 66 por cento das respostas chegaram dos adultos empregados (idades entre 19 e 64 anos)”. Por comparação, em 2012 e 2013 “70 por cento dos inquiridos estavam reformados, tendo mais de 65 anos”, o que demonstrava que “gerações mais jovens poderiam estar mais conscientes da sua cultura e estão agora em maioria”.

Outra novidade no inquérito de 2019 era a ligação a bairros portugueses espalhados a Oriente. “Confirmámos que muitas famílias têm histórias de emigração ligadas a bairros portugueses de Goa, Cantão, Japão, Malásia, Singapura e Timor, sendo que a grande maioria tem laços com Macau, Hong Kong e Xangai, uma vez que a maior parte dessas zonas foram formadas antes e depois da Guerra do Ópio”, explicou o académico ao HM nessa altura.

Roy Eric Xavier descreveu que “as histórias de emigração das famílias apenas tinham sido teorizadas em 2013, mas agora temos provas de que os luso-asiáticos emigraram durante o período de 500 anos em que houve presença portuguesa na Ásia e Índia”.

21 Ago 2024

Mar do sul | Pequim acusa barco filipino de bater de propósito contra navio chinês

A guarda costeira chinesa acusou as Filipinas de terem deliberadamente colidido ontem com um dos seus navios contra uma embarcação chinesa, perto do Atol Sabina, um novo ponto de inflamação nas disputas territoriais entre os dois países.

Dois navios da guarda costeira filipina entraram em águas próximas do banco de areia, ignoraram o aviso da guarda costeira chinesa e “colidiram deliberadamente” com um dos barcos chineses às 03:24, disse a guarda costeira chinesa, em comunicado.

O governo filipino denunciou, porém, manobras “ilegais e agressivas” dos navios da guarda costeira chinesa, perto do atol disputado nas ilhas Spratly. As duas colisões ocorreram contra embarcações filipinas que tinham como missão entregar mantimentos ao pessoal estacionado nas ilhas Patagonian e Lawak.

Uma das colisões causou um buraco de cerca de 12 centímetros de diâmetro no convés do navio filipino Cape Engaño, quando este navegava a cerca de 23 milhas náuticas a sudeste do Atol Sabina, informou o comunicado, acompanhado de fotografias dos danos.

“O lado filipino é inteiramente responsável pela colisão”, disse, por sua vez, o porta-voz da guarda costeira chinesa, Gan Yu. “Advertimos a parte filipina para que ponha imediatamente termo às suas infracções e provocações, caso contrário arcará com todas as consequências daí decorrentes.”

Gan acrescentou que a China tem “soberania indiscutível” sobre as ilhas Spratly, conhecidas em chinês como ilhas Nansha, incluindo o Atol Sabina e as águas adjacentes. O nome chinês para aquele atol é Xianbin.

Minutos depois desta colisão e em águas próximas, outro navio chinês abalroou “duas vezes” outra embarcação filipina, identificada como BRP Bagacay, que acabou por sofrer “danos estruturais menores”.

20 Ago 2024

Tailândia | Pena de prisão para activista por se mascarar de rainha

Um tribunal de recurso da Tailândia confirmou ontem a condenação a dois anos de prisão da activista Jatuporn Sae-ung, por difamar a monarquia ao mascarar-se de rainha Suthida durante um protesto em 2020.

A organização Thai Lawyers for Human Rights (TLHR), que representa a arguida, afirmou ontem na rede social X que está a solicitar a liberdade perante o pagamento de fiança, enquanto recorre da sentença para o Supremo Tribunal, última instância para reverter a decisão.

A condenação é a mais recente de uma vasta campanha legal das autoridades para sufocar nos tribunais o movimento pró-democracia, que desencadeou protestos em massa em meados de 2020 e abriu um debate público sobre o papel da monarquia na sociedade actual da Tailândia, escreveu a agência de notícias EFE.

A jovem desfilou por uma das principais avenidas de Banguecoque com um fato de seda cor-de-rosa e uma pequena mala dourada durante uma das manifestações. A roupa e a forma de andar da activista, acompanhada por uma comitiva que a protegia sob um guarda-chuva, são semelhantes às dos eventos de recepção da monarquia tailandesa.

O código penal da Tailândia estipula penas de três a 15 anos de prisão para quem difamar, insultar ou ameaçar o rei, a rainha ou o príncipe herdeiro, embora a instituição tenha perdido popularidade entre os tailandeses nos últimos anos.

A decisão judicial de ontem surge após algumas semanas de grande agitação na política do país. A 7 de Agosto, o Tribunal Constitucional ordenou a dissolução do partido reformista Move Forward, considerando a proposta avançada pelo grupo de reforma da lei que protege a família real uma “ameaça à monarquia constitucional”.

20 Ago 2024

China / EUA | Moeda e branqueamento de capitais na agenda

Delegações da China e dos Estados Unidos abordaram, na semana passada, em Xangai, leste da China, a política monetária dos dois países e medidas contra o branqueamento de capitais, informaram ontem as autoridades chinesas.

Na quinta reunião do grupo de trabalho financeiro conjunto, delegações dos dois países tiveram reuniões “profissionais, pragmáticas, francas e construtivas”, que abordaram ainda o fluxo de dados e pagamentos transfronteiriços, a resiliência das instituições financeiras ou medidas contra o financiamento do terrorismo, informou ontem o Banco Popular da China, em comunicado.

Antes da viagem, a imprensa norte-americana afirmou que a delegação dos EUA procuraria também discutir a luta contra o fentanil, mas o comunicado divulgado pela instituição chinesa não faz qualquer referência a esta questão.

A reunião, que teve lugar na quinta e sexta-feira da semana passada, foi presidida, do lado chinês, pelo vice-governador do Banco Popular da China, Xuan Changneng, e, do lado norte-americano, pelo subsecretário do Tesouro para as Finanças Internacionais, Brent Neiman.

Funcionários das autoridades reguladoras de ambos os países e da Reserva Federal dos EUA (Fed) também estiveram presentes na ronda de diálogo, que acolheu, pela primeira vez, instituições financeiras, para explorar possíveis oportunidades de cooperação e partilhar experiências sobre finanças sustentáveis.

Dedicação mútua

O banco central chinês e o Departamento do Tesouro dos EUA assinaram documentos destinados a reforçar “os canais para uma comunicação atempada e fluida” sobre gestão financeira e reduzir as incertezas “quando surgem situações de pressão financeira e riscos operacionais para as instituições financeiras”.

Embora o comunicado apenas mencione que o Banco Popular da China “levantou preocupações sobre questões de interesse” com os emissários norte-americanos, o jornal oficial Global Times indicou, na semana passada, que os funcionários chineses iriam centrar-se nas “crescentes restrições económicas e comerciais” que estão a ser impostas à China e exigir que Washington “pare de politizar as questões comerciais”.

As duas partes concordaram em manter a comunicação no futuro, acrescentou o comunicado, sem fornecer mais pormenores sobre quando vai ter lugar a próxima ronda de diálogo.

Este grupo de trabalho foi criado em 2023, juntamente com outro dedicado a questões económicas, e é supervisionado conjuntamente pelo vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng e pela secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que visitou a China em Abril.

20 Ago 2024

Mais fácil atar o nó que desatá-lo

No passado dia 13, o Governo Central da China anunciou as alterações ao “Regulamento do Registo de Casamento (Rascunho a ser comentado e revisto)” (a que nos passaremos a referir como “Projecto de lei”). O Projecto de Lei introduz muitas alterações ao Regulamento do Registo de Casamento, sendo que as duas mais significativas são a criação de um período de 30 dias de reflexão antes do divórcio ser declarado e a obrigação de informar o futuro cônjuge antes do casamento de qualquer doença grave de que se possa padecer. Nas menos significativas estão incluídas a eliminação da necessidade de um registo do agregado familiar para o certificado de casamento e a obtenção de “acesso a nível nacional”, ou seja, o registo de casamento pode ser feito em qualquer local da China continental.

Muitos internautas acreditam que o objectivo do Projecto de Lei é reduzir o número de divórcios e consequentemente aumentar o número de nascimentos. De acordo com as estatísticas divulgadas recentemente na China continental, pelo Ministério dos Assuntos Civis, registaram-se 3,43 milhões de casamentos a nível nacional na primeira metade de 2024, cerca de 50 por cento dos enlaces registados no mesmo período de 2014, o número mais baixo da última década. Ao mesmo tempo, verificaram-se 1,274 milhões de divórcios a nível nacional sendo actualmente a taxa de separações de 37.1 por cento, o que representa um aumento quando comparado com 2023. Tendo em conta este cenário, a sociedade passou a estar mais atenta ao Projecto de Lei.

Nos Artigos 16 a 19 do Projecto de Lei foi acrescentada a regra do “período de reflexão de 30 dias” antes do divórcio. No período de 30 dias após a conservatória receber a requisição do divórcio, qualquer uma das partes pode anular o pedido e o processo é cancelado. Uma vez expirado o período de 30 dias, o casal pode divorciar-se.

O objectivo da criação dos “30 dias de reflexão” é muito claro. Dá uma oportunidade aos cônjuges para reflectirem e comunicarem entre si. Durante este processo, podem ambos rever os bons momentos que passaram juntos, pensar sobre os problemas do seu casamento e tentar encontrar uma solução. Simultaneamente, o período de reflexão também ajuda a reduzir os efeitos negativos das decisões precipitadas, tais como os danos provocados nos filhos e nos outros membros da família. Além disso, também pode guiar a sociedade a formar um conceito do casamento mais racional e saudável. Afinal de contas, o casamento não é fácil. Porque não dar mais um tempo para resolver os problemas?

Outra importante alteração que consta do Projecto de Lei é a disposição relativa à notificação de doenças graves. Segundo o Artigo 12 do Projecto de Lei, se alguém sofrer de uma doença grave terá de informar o parceiro antes do casamento. Se isto não acontecer, a outra parte pode pedir ao tribunal a anulação do casamento. A alteração a esta cláusula não só fortalece o direito de cada pessoa a estar informada sobre a vida daquele que escolheu para ser o seu consorte, como também aumenta a transparência e a equidade dentro do casamento.

No actual Regulamento do Registo de Casamento, a expressão usada é “notificar o outro”, mas o Projecto de Lei acrescenta a palavra “parte” e reformulou a frase para “notificar a outra parte”. Podemos demonstrar o impacto destas alterações com um exemplo simples. Suponhamos que um homem e uma mulher se casam. O homem sabe que é infértil. De acordo com o Regulamento do Registo de Casamento, antes do enlace, só revelou esse problema aos pais da noiva, mas não a ela. Estará a cumprir os requisitos legais?

O entendimento de “notificar o outro” é, evidentemente, informar o futuro cônjuge. Mas na prática jurídica, uma das interpretações pode ser informar os ‘pais ou os membros da família do outro’. O motivo desta interpretação é que o casamento não diz apenas respeito ao casal, mas também aos seus familiares. Do ponto de vista genérico, se o homem informasse os parentes da mulher de que é infértil, cumpria os requisitos legais estipulados no Regulamento do Registo de Casamentos. Posteriormente, quando a mulher requeresse a anulação do casamento por não ter sido informada de um problema de saúde do marido, é provável que surgissem litígios.

O Projecto de Lei elimina as interpretações generalistas ao acrescentar a palavra “parte”. O homem deve claramente informar a mulher de que é infértil. Se mesmo assim ela continuar a concordar com o casamento, claro que não existirá qualquer problema. Mas se a mulher só vier a saber disso depois do enlace, tem o direito de requerer a anulação do casamento. A maior vantagem desta alteração é a clarificação dos direitos de ambas as partes à informação. A partir daqui, ninguém pode pedir a anulação do casamento alegando que não sabia dos problemas de saúde do cônjuge, antes de se casar. O casamento não será posto em causa pela existência de doenças pré-nupciais e a sua estabilidade aumentará devido às disposições acrescentadas pelo Projecto de Lei.

Na próxima semana, vamos analisar os tópicos a que devemos prestar mais atenção no Projecto de Lei.

Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau
Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk

20 Ago 2024

Ochre Space, em Lisboa, apresenta imagens de Shoko Hashimoto

A galeria Ochre Space, fundada por João Miguel Barros, residente de Macau, em Lisboa, apresenta ao público, no próximo dia 3 de Setembro, uma exposição de fotografia de Shoko Hashimoto, fotógrafo japonês nascido em Ishinomaki em 1939.

Hashimoto formou-se na Faculdade de Arte da Universidade Nihon e 1964, tendo-se especializado em Fotografia. Dez anos depois, recebeu o prémio “Newcomer Award” da Sociedade Fotográfica do Japão pelo seu livro “Gore (Nora-sha)”.

Na exposição trazida pela Ochre Space a Lisboa, intitulada “GOZE”, encontram-se trabalhos realizados a partir do final da década de 1960, com fotografias de mulheres cegas, chamadas, precisamente Goze, que faziam digressões e actuavam nas zonas rurais ao longo do Mar do Japão.

Segundo a apresentação da exposição da Ochre Space, “através das fotografias únicas, Shoko Hashimoto capturou não apenas imagens, mas também histórias de vida que ecoam ao longo das décadas”. É ainda descrito que “cada imagem é uma janela para o passado, pintada com a sensibilidade e maestria de Hashimoto, transportando-nos para um mundo onde a música, a tradição e a resiliência se encontram”.

Voltando à biografia de Hashimoto, editado o livro “Gore”, a série de fotografias foi seleccionada para a exposição “15 Fotógrafos”, apresentada no Museu Nacional de Arte Moderna de Tóquio, tendo feito parte das colecções do museu. Desde então que o projecto “Gore” tem sido exposto a nível internacional.

Fotojornalista activo

Shoko Hashimoto foi também fotojornalista, e viajou para as prefeituras de Nagano, Yamagata, Fukuoka, Kumamoto, Yamanashi e Miyagi para documentar os costumes populares do Japão que estavam a desaparecer gradualmente. Desde 2011 que tem regressado regularmente para fotografar a sua cidade natal, Ishinomaki, que foi devastada pelo terramoto e tsunami de Tohoku e apresentado o seu trabalho em diversas exposições individuais.

Além desta mostra, a Ochre Space apresenta também, no espaço da livraria, livros de fotografia seleccionados de editores chineses e japoneses “de difícil acesso em Portugal”. Segundo a informação da galeria, “no espólio existente constam as primeiras edições de grandes nomes da fotografia japonesa”, sendo que “de entre os livros registados encontram-se alguns exemplares da última edição do Goze, publicado pela Zen Photo Gallery de Tóquio”.

20 Ago 2024

CCM | Aniversário da RPC celebrado com bailado “Wing Chun”

Agendado para os dias 13 e 14 de Setembro, no Centro Cultural de Macau , “Noite de Luar de Haojiang – Bailado de Wing Chun” visa celebrar os 75 anos da República Popular da China e também o património cultural imaterial do país, graças à demonstração criativa da arte marcial Wing Chun e à presença, nos trajes, da gaze de Cantão. O espectáculo tem a assinatura da Companhia de Ópera e Dança de Shenzhen

 

O grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) prepara-se para ser o palco de mais uma iniciativa cultural de celebração dos 75 anos de implantação da República Popular da China. Trata-se de “Noite de Luar de Haojiang – Bailado ‘Wing Chun’”. Nos dias 13 e 14 de Setembro, sempre às 20h, o público poderá desfrutar de um espectáculo que dá também as boas-vindas ao Festival do Bolo Lunar.

O bailado é produzido e encenado pela Companhia de Ópera e Dança de Shenzhen, tendo recriado o processo de produção do filme “Wing Chun”. A peça narra a história do Mestre Yip, que viajou para uma terra distante, abraçando depois a placa de “Wing Chun Tong”, entrando na rua dos salões de artes marciais onde se encontram muitos heróis, apenas para abrir a porta do “Wing Chun”.

Trata-se de um bailado que visa realçar “a perseverança do povo chinês”, com um “enredo cheio de peripécias”, propondo-se “uma história heroica que presta homenagem às pessoas comuns”, descreve o Instituto Cultural.

História em movimento

Wing Chun é um modelo de arte marcial reconhecido como património intangível nacional e que faz parte da cultura popular de Lingnan. Este espectáculo apresentado no CCM “é desenvolvido de forma inovadora com base em dois itens do património cultural intangível”, nomeadamente o Wing Chun e ainda a gaze de Cantão, que servirá para elaborar os trajes dos artistas. A gaze de Cantão faz parte do património cultural intangível da província de Guangdong.

No modelo de artes marciais Wing Chun incluem-se os cinco principais estilos de Kung Fu, nomeadamente “Wing Chun, Punho do Louva-a-Deus, Palma de Bagua, Punho dos Oito Extremos e Tai Chi Chuan”. Todos estes movimentos são transportados “para uma peça de teatro com dança, interpretando-se, com precisão, a essência das artes marciais através de coreografias de dança”, revelando-se também “a vertente da força e a suavidade do Kung Fu”.

O facto de os trajes dos artistas em palco serem feitos com gaze de Cantão proporciona ainda “uma experiência visual impressionante através dos movimentos dos artistas, manifestando a cultura particular de Lingnan de dentro para fora”.

O IC descreve que esta peça “tem sido muito aclamada e um sucesso de bilheteira desde a sua estreia, causando uma verdadeira sensação nas artes performativas no mercado nacional das artes do espectáculo”.

O espectáculo é organizado pelo Ministério da Cultura e Turismo da China e pela Secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura do Governo de Macau. Conta ainda com apoios do Departamento de Propaganda e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, do IC, Associação Internacional de Intercâmbio Cultural de Shenzhen e Direcção Municipal de Cultura, Rádiodifusão, Turismo e Desporto de Shenzhen. O bailado é ainda apoiado pela operadora de jogo Sands China.

20 Ago 2024

GP | André Couto e Charles Leong com uma decisão difícil em mãos

André Couto e Charles Leong Hong Chio enfrentam um enorme dilema. De um lado da balança está a participação no 71.º Grande Prémio de Macau, no outro prato da mesma está a possibilidade de conquistar um título no Lamborghini Super Trofeo Asia

 

A competição monomarca do prestigiado construtor italiano de automóveis deslocou-se este fim de semana ao Japão, para a quarta prova da temporada no circuito de Fuji. Couto esteve presente, mas apenas para fazer ‘coaching’ aos pilotos da sua habitual equipa, pois o seu companheiro de equipa, o chinês Fangpin Chen, não viajou até ao “país do sol nascente” por razões pessoais. Com isto, o piloto português perdeu, por apenas seis pontos, a primeira posição que ocupava na classe Pro-Am para a dupla Nikolas Pirttilahti/Thomas Yu. Couto ainda poderá recuperar o primeiro lugar, mas terá que alinhar nas restantes jornadas do troféu e continuar a senda de vitórias (foram cinco em seis corridas), quando faltam disputar ainda quatro corridas, duas em Xangai (China) e outras duas em Jerez de la Frontera (Espanha) na semana que precede as “finais mundiais” das Lamborghini.

Segundo o que apurou o HM, a Madness Racing Team conta com André Couto e Fangpin Chen para as últimas duas provas da temporada. Porém, como tem acontecido nos últimos anos, as Lamborghini World Finals voltam a coincidir no calendário com o Grande Prémio de Macau. Quer isto dizer, que Couto terá que escolher onde estará de 16 a 19 de Novembro – em Macau ou em Espanha. O piloto português não esconde que gostaria de voltar a competir no Circuito da Guia, e até existirão possibilidades para o voltar a fazer. Caso não encontre um volante competitivo, Couto não quererá perder a oportunidade de somar mais um título para o seu longo palmarés.

Ainda mais a perder

Presente em Fuji, mas ao volante, Charles Leong alcançou um segundo e um terceiro lugar, o que lhe permite estar no segundo lugar na classificação da classe PRO do Lamborghini Super Trofeo Asia, em igualdade de pontos com os rivais Dan Wells/Emilien Carde e com a sua companheira de equipa na SJM Iron Lynx Theodore Racing, a japonesa Miki Koyama. Graças à boa temporada que está a fazer na competição monomarca do prestigiado construtor italiano, no mês passado, a Lamborghini Squadra Corse, a divisão de competição da Automobili Lamborghini, elegeu Leong como um dos 28 pilotos que fazem parte do “Programa de Pilotos Júnior” para jovens pilotos dos Super Trofeo. Leong foi um dos três seleccionados da região asiática.

O Super Trofeo Junior Driver Program é dedicado a pilotos até aos 25 anos e que competem em um dos três campeonatos regionais Lamborghini Super Trofeo (Europa, América do Norte e Ásia). Após a avaliação, os pilotos que mais impressionarem ao longo da temporada serão selecionados pela Squadra Corse para participar num “shootout”, a realizar após as tradicionais Lamborghini World Finals, o evento de encerramento da temporada dos troféus Lamborghini, que este ano decorrerá no circuito de Jerez de la Frontera, no sul da Espanha. O vencedor receberá apoio da fábrica da Squadra Corse durante a temporada de 2025.

Tal como Couto, Leong não faz segredo da sua vontade em competir no Circuito da Guia, principalmente se for aos comandos de um carro competitivo, mas confessou ao HM “não saber de momento” onde estará naquele fim de semana de Novembro. Se a opção de Leong for correr entre nós no mês de Novembro, então deixará cair as ambições de conquistar o título na categoria PRO no Circuito de Jerez, pois durante a semana que precede as “finais mundiais” das Lamborghini, serão disputadas as duas últimas corridas pontuáveis para o Lamborghini Super Trofeo Asia. A não presença em Jerez também irá colocar um “ponto final” no sonho de um dia poder vir a ser piloto de fábrica da Lamborghini.

20 Ago 2024

China | Principais rios sofreram recorde de 25 grandes inundações este ano

Os principais rios da China sofreram este ano, até agora, 25 grandes inundações, o número mais elevado desde o início da recolha de dados, em 1988, segundo o Ministério dos Recursos Hídricos do país asiático.

O ano de 2024 caracterizou-se por “frequentes fenómenos meteorológicos extremos”, com chuvas intensas e inundações em grande escala, tanto no norte como no sul da China, afirmaram em conferência de imprensa funcionários do ministério.

O vice-ministro Wang Bao’en advertiu que “a China ainda enfrenta desafios este ano”, uma vez que a época das cheias ainda não terminou. “Este ano, registámos uma precipitação acumulada superior ao normal devido ao tufão Gaemi. O país registou uma precipitação média acumulada de 183 milímetros, mais 10 por cento do que a média anual”, afirmou.

O tufão Gaemi despejou um total de 216,7 mil milhões de metros cúbicos de chuva nas regiões do sul do país, o que representa “um aumento significativo de 43 por cento” em relação aos 151,8 mil milhões de metros cúbicos despejados pelo tufão Doksuri, no ano passado.

As grandes inundações registaram-se com maior frequência do que a média anual e cerca de 30 rios em todo o país ultrapassaram os níveis históricos. Foram registadas 13 grandes inundações nas bacias hidrográficas do rio Yangtsé, do rio Amarelo, do rio Huaihe e do rio das Pérolas, entre outros.

“Os rios que excederam os níveis de alerta aumentaram 120 por cento em comparação com o mesmo período dos anos anteriores”, disse Wang.

Consequências pesadas

A frequência de catástrofes relacionadas também aumentou este ano, incluindo o rebentamento de barragens em Yueyang, na província central de Hunan, e o colapso de uma ponte rodoviária em Shangluo, na província central de Shaanxi.

Também se registaram “múltiplas inundações repentinas e deslizamentos de terras” em várias localidades, realçando “a extrema complexidade e gravidade da situação para controlar as inundações”, disse Wang.

O rio Wusuli, situado na província de Heilongjiang, no nordeste da China, que faz fronteira com a Rússia, também registou inundações graves nos últimos dias e persiste o risco de catástrofes secundárias provocadas por chuvas fortes.

Nos últimos Verões, as catástrofes meteorológicas causaram grandes estragos no país asiático: os meses de Verão de 2023 foram marcados por inundações em Pequim que causaram a morte de mais de 30 pessoas, enquanto em 2022 várias ondas de calor extremo e secas atingiram a China central e oriental.

Em Julho de 2021, chuvas de uma intensidade que não se via há décadas fizeram quase 400 mortos na província central de Henan, atribuída pelo governo chinês à “falta de preparação e de perceção dos riscos” por parte das autoridades locais.

20 Ago 2024

Ucrânia | PM Li Qiang visita Rússia e Bielorrússia esta semana

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, vai visitar esta semana a Rússia e a Bielorrússia, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Durante a sua visita, que decorrerá entre hoje e sexta-feira, Li Qiang participará na 29.ª reunião entre os chefes de governo chinês e russo, detalhou Mao Ning, porta-voz da diplomacia chinesa.

Este evento conjunto realiza-se desde 1996. A parceria estratégica entre os dois países aprofundou-se ainda mais desde o início da invasão russa da Ucrânia.

Pequim apresenta-se como parte neutra no conflito e diz não estar a fornecer armas a nenhum dos lados. O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, visitou a China duas vezes no ano passado, prometendo em Dezembro ser “um parceiro fiável para Pequim”.

A Bielorrússia depende fortemente da Rússia em termos de apoio político e financeiro e o seu território tem sido amplamente utilizado para as manobras russas contra a Ucrânia desde a invasão russa, em Fevereiro de 2022.

Em Julho, a Bielorrússia tornou-se membro da Organização de Cooperação de Xangai, um grupo em rápido crescimento que inclui a China, Índia, Rússia e os países da Ásia Central, com a ambição de actuar como contrapeso ao Ocidente.

20 Ago 2024

Vietname | Presidente diz que China é prioridade para Hanói

O Presidente do Vietname, To Lam, disse ontem ao homólogo chinês, Xi Jinping, que a relação com a China é a principal prioridade da política externa vietnamita, durante um encontro, em Pequim.

“Como irmãos, observamos sempre cada passo do desenvolvimento da China e estamos satisfeitos com as conquistas que o Partido [Comunista], o governo e o povo da China alcançaram sob a sua liderança”, disse Lam, no seu discurso, antes de se encontrar com Xi.

Os dois dirigentes assinaram 14 acordos de cooperação em domínios como a educação política, infraestruturas, os cuidados de saúde e a banca.

A visita de três dias de Lam à China ocorre cerca de duas semanas após a sua confirmação como secretário-geral do Partido Comunista do Vietname, o cargo político mais importante do país. O responsável sucedeu a Nguyen Phu Trong, que morreu no mês passado após 13 anos como líder.

China e Vietname partilham uma fronteira de quase 1.300 quilómetros e fortes laços económicos, com o comércio bilateral a atingir 175,6 mil milhões de dólares, em 2022.

Lam afirmou que o Vietname apoia a reivindicação da China sobre Taiwan, conhecida como o princípio ‘Uma só China’, e que quaisquer questões relativas a Hong Kong e às regiões do Tibete e Xinjiang constituem assuntos internos da China.

Espera-se que Lam mantenha a “diplomacia do bambu”, caracterizada pela flexibilidade e pela recusa em se alinhar com um bloco específico.

Diplomacia activa

A neutralidade diplomática do Vietname, que visa maximizar os próprios interesses, atingiu novos patamares, tendo Hanói recebido em menos de um ano o Presidente russo, Vladimir Putin, o Presidente norte-americano, Joe Biden, e Xi Jinping.

Quando Xi visitou o Vietname em Dezembro passado, os dois países anunciaram que iriam construir “um futuro partilhado, com um significado estratégico”. O acordo, que a imprensa estatal chinesa descreveu como elevação dos laços, foi visto como uma concessão pelo Vietname, que tinha resistido a usar essa expressão no passado.

Vladimir Putin encontrou-se com Lam no Vietname em Junho, depois de visitar a Coreia do Norte, numa rara viagem ao estrangeiro do líder russo, que tem sido ostracizado por muitos países devido à invasão da Ucrânia em 2022.

Lam iniciou a sua viagem à China no domingo em Cantão, um importante centro de produção e exportação perto de Hong Kong. Também visitou locais na cidade do sul onde o antigo líder comunista do Vietname, Ho Chi Minh, passou algum tempo nas décadas de 1920 e 1930.

O Vietname tem beneficiado economicamente do investimento dos fabricantes chineses, que transferiram a produção para o país do Sudeste Asiático, em parte para contornar as restrições dos EUA aos painéis solares e outras exportações oriundas da China.

20 Ago 2024

Trabalho | Lançado jogo com prémios sobre “doenças gastrointestinais”

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) lançou o jogo “Conhecer a relação entre o trabalho e as doenças gastrointestinais”, actividade que termina a 29 de Setembro e irá sortear prémios entre 1.000 e 3.000 patacas, além de habilitar os participantes a ganhar 30 cupões de supermercado no valor de 100 patacas.

A actividade, que tem como objectivo aumentar “a consciência dos cidadãos sobre a segurança e saúde ocupacional”, é a terceira de um total de quatro concursos sobre vários ramos de saúde.

A DSAL indica que o trabalho intensivo, ritmo de vida acelerado, stress e hábitos alimentares irregulares podem causar doenças gastrointestinais, tais como úlcera gástrica, úlcera duodenal e doença do refluxo gastroesofágico.

Essas doenças não só trazem transtornos à vida social e diária, mas também podem reduzir a eficiência do trabalho, afectando gravemente o trabalho e a vida. A DSAL espera que, através do jogo, os cidadãos possam conhecer a relação entre o trabalho e as doenças gastrointestinais, aumentando assim a consciência dos cidadãos sobre a saúde gastrointestinal.

Quem estiver interessado em participar no jogo pode fazê-lo através da aplicação móvel da DSAL ou da leitura de um código QR. Quem responder acertadamente às questões, habilita-se a ganhar um prémio. O jogo apenas está disponível em chinês.

20 Ago 2024

Saúde | “Liberdade médica” custa 5,6 milhões de patacas

Macau é o local da Grande Baía onde a população admite estar mais preocupada com a “liberdade médica”, um termo que define o poder de escolher o hospital e o médico pretendido, receber tratamento adequado rapidamente ou ter capacidade para pagar as despesas médicas

 

Cerca de 5,6 milhões de patacas, é este o montante que os residentes de Macau acreditam ser necessário para alcançar a “liberdade médica”. Este é um termo identificado como a possibilidade de escolher o hospital e o médico pretendido, receber tratamento adequado rapidamente ou ter capacidade para fazer face às despesas médicas.

O montante foi apurado através de um inquérito realizado pela representação de Macau da seguradora Prudential, onde se indica que o território é também o local da Grande Baía em que a população mais se preocupa com a “liberdade médica”.

O preço em Macau é superior ao das cidades do Interior da Grande Baía, onde os inquiridos indicaram o montante de 4,7 milhões de patacas como o custo para atingir a “liberdade médica”. Contudo, o preço mais caro surgiu em Hong Kong, com a “liberdade médica” a atingir cerca de 6,9 milhões de patacas.

A informação divulgada pela seguradora indica que o custo apontado pelos inquiridos representa o valor acumulado de 10 anos de rendimentos das famílias.

Quando questionados sobre os principais obstáculos para conseguirem alcançar a “liberdade médica”, 55 por cento de todos os inquiridos indicaram não conseguirem fazer frente aos elevados custos dos tratamentos médicos.

Macau é também o local onde mais se espera uma subida dos preços nos cuidados de saúde. Entre os inquiridos, 18,2 por cento indicaram esperar que nos próximos anos os custos continuem a subir. Em Hong Kong, 17,7 por cento esperavam aumentos e nas cidades do Interior da Baía a percentagem era de 14,4 por cento.

No entanto, é também em Macau que a população deposita mais esperança de que o Governo preste apoio na altura de aceder à saúde. Cerca de 56 por cento dos inquiridos afirmaram esperar fazer frente ao aumento dos custos de saúde com apoios da RAEM. Nas cidades do Interior e Hong Kong, apenas 31 por cento esperavam apoios dos respectivos Governos.

Os mais preocupados

Os resultados divulgados na semana passada, mostram também que os residentes de Macau são aqueles que mais se preocupam com a meta de atingir a “liberdade médica”.

Em Macau, 98 por cento dos inquiridos responderam estarem preocupados com a necessidade de atingir esta liberdade. Na média da grande Baía, 92 por cento estavam preocupados, enquanto em Hong Kong esta era uma preocupação para 93 por cento dos inquiridos.

O inquérito indica também que Macau lidera a procura por serviços de saúde transfronteiriços, com 44 por cento dos residentes a admitirem terem frequentado instituições médicos em Hong Kong ou no Interior.

O inquérito foi realizado em Maio deste ano, através de entrevistas online ou na rua a cerca de 750 pessoas da Grande Baía, com idades entre os 18 e os 54 anos. Entre os inquiridos, 150 era de Macau, 300 de Hong Kong e 300 da Grande Baía.

20 Ago 2024

Futebol | TDM não conseguiu transmissões do Europeu via CCTV

A ausência de jogos do Campeonato Europeu de Futebol desde ano da programação da TDM ficou a dever-se ao elevado preço dos direitos de transmissão da competição e ao facto de o canal CCTV-5 não ter os direitos de autor exclusivos que permitissem conceder uma sublicença à TDM, indicou a presidente da comissão executiva da TDM, Lo Song Man.

Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Che Sai Wang, a responsável revelou que a TDM tentou mesmo obter autorização do CCTV-5 para a transmissão do Campeonato Europeu de Futebol de 2024 no canal TDM Desporto. Esta solução terá sido já um último recurso para contar com os jogos do Europeu de Futebol no canal público de televisão.

Lo Song Man afirmou que a TDM manifestou a intenção “ao titular dos direitos autorais” de “aquisição dos direitos de transmissão desde 2021”. Porém, a entidade titular dos direitos autorais mudou no ano passado. A TDM terá contactado “imediatamente” essa entidade para começar a negociar preços de transmissão. “Uma vez que o preço exigido pelo titular era muito superior ao que a TDM podia suportar, ou seja, mais do triplo do valor mais elevado das transmissões do Campeonato Europeu de Futebol anteriores, e com base no princípio da aplicação adequada do erário público, foi impossível chegar a um acordo entre as duas partes”, afirmou a dirigente da TDM.

A emissora pública terá ainda tentado transmitir os jogos através internet, para reduzir custos, “o que se revelou insatisfatório, ou a aquisição dos direitos de transmissão de apenas duas meias-finais e da final, num total de três jogos, mas nenhuma delas foi aceite pelo titular”.

A responsável indicou ainda que a TDM está em contacto com a RTP para explorar a possibilidade de uma maior cooperação entre as duas partes, nomeadamente quanto à transmissão de jogos da Primeira Liga portuguesa.

20 Ago 2024

Sarau olímpico | Segurança apertada e apelo a testes à covid-19

O Instituto do Desporto pediu a quem queira participar no sarau com os atletas olímpicos nacionais que faça um teste rápido antigénio em casa, antes de se deslocar à Nave Desportiva. Estão proibidas, dentro e fora do recinto, garrafas de vidro e plástico, latas de refrigerantes, e na Nave Desportiva power banks, banners, cartazes, guarda-chuvas e gravações

 

“Para garantir a saúde do público do sarau, a organização apela aos cidadãos para que façam testes rápidos de antigénio em casa antes de se deslocarem ao local. Caso não se sinta bem, evite ir ao local.” Foi desta forma que o Instituto do Desporto (ID) solicitou a realização de testes à covid-19 a quem esteja interessado em participar no encontro com a delegação de atletas chineses medalhados nos últimos Jogos Olímpicos de Paris. O “sarau” está marcado para o dia 1 de Setembro, das 19h15 às 21h, na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental, e terá uma lotação máxima de 4.200 espectadores.

O aparato securitário em torno do evento não se limita a solicitações do campo epidemiológico. “O acesso ao sarau sujeita-se a um controlo de segurança rigoroso. Os espectadores e os meios de comunicação social sem autorização prévia estão proibidos de entrar no recinto com as câmaras fotográficas e de filmagem”, estabeleceu o ID.

Além disso, é proibida a entrada no recinto de comidas e bebidas, power banks, banners, cartazes e guarda-chuvas. As autoridades afirmam ainda que “dentro e fora do recinto é estritamente proibido usar, possuir, segurar, oferecer para venda, vender ou possuir com intuito de venda, quaisquer materiais políticos, promocionais, comerciais, ou objectos susceptíveis de provocarem danos (como armas, projécteis, objectos inflamáveis, substâncias explosivas, garrafas de vidro ou de plástico ou latas de refrigerantes)”. O ID não explica como será feito o controlo fora do recinto, nem se será estabelecido um perímetro de segurança onde será proibido circular com alguns dos itens acima referidos.

Espontaneidade maldita

O ID indica ainda que à entrada no recinto, os espectadores “estão condicionados à inspecção dos pertences pessoais”. Será “recusada a entrada a qualquer indivíduo que evidencie estar sob influência de substâncias que provoquem perturbações do comportamento, comportamentos violentos ou que seja susceptível de provocar comportamentos violentos, perigosos ou que perturbem a ordem pública”.

A organização irá proibir também a gravação ou transmissão do sarau, não sendo claro se a instrução é aplicável a, por exemplo, publicações nas redes sociais, e está também proibido o regresso ao recinto para quem saiu do espaço.

Os bilhetes para assistir ao evento “não são transferíveis e não podem ser vendidos, oferecidos para venda ou usados para efeitos promocionais ou comerciais”.

O Governo irá disponibilizar um serviço gratuito de autocarros shuttle com partidas de Macau e Taipa, na Avenida Doutor Mário Soares (junto ao New Yaohan), Rua Central da Areia Preta (Centro de Saúde da Areia Preta), a Rua Norte do Patane (junto à zona de lazer da Baía Norte do Fai Chi Kei) e o Parque Central da Taipa (Rua de Seng Tou).

O evento será um dos pontos da agenda da visita da delegação olímpica, que estará em Macau entre 31 de Agosto e 2 de Setembro. Apesar do aperto de segurança, as autoridades referem que a presença dos atletas tem como objectivos a “partilha e troca de ideias com jovens e atletas locais”, e “proporcionar à população de Macau a oportunidade de apreciar de perto o encanto dos atletas, partilhando a felicidade com todos”.

20 Ago 2024

CECE | Segurança e patriotismo prioridades para votantes

Alguns dos deputados de Macau à APN que integram a Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE) entregaram ontem as declarações de honra, e defenderam o patriotismo e a segurança nacional como questões prioritárias para o futuro líder do Governo

 

O presidente da Assembleia Legislativa (AL) considera que a salvaguarda da segurança nacional deve ser uma prioridade para o próximo Chefe do Executivo e espera que o novo Governo apresente uma nova imagem. As declarações de Kou Hoi In foram prestadas ontem, enquanto membro da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE), na condição deputado de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN).

Após entregar a declaração com o juramento da tomada de posse como membro da CECE, Kou Hoi In afirmou que o futuro Chefe do Executivo deve ter como prioridade “defender de forma firme a segurança nacional”. O presidente da AL deixou ainda a esperança de que o futuro Governo possa “apresentar uma nova imagem”.

Citado pelo jornal Ou Mun, Kou afirmou igualmente esperar que o futuro líder da RAEM se comprometa com “a promoção do desenvolvimento estável da sociedade de Macau”, com a política “um centro, uma plataforma, uma base”, na qual Macau serve como ligação da China com o Mundo, e com a diversificação da economia.

Por sua vez, o também deputado de Macau à Assembleia Popular Nacional e influente empresário Lao Ngai Leong considerou que o futuro líder do Governo tem de jurar lealdade à RAEM e Lei Básica, garantindo o respeito pelo “princípio Macau governada por patriotas”.

Após entregar o juramento, Lao destacou também que o Chefe do Executivo tem de continuar a promover a reforma administrativa e aumentar e eficiência, ao mesmo tempo que promove a diversificação da economia.

Sobre o perfil indicado, o empresário considerou que o futuro representante da RAEM deve ter a “capacidade política e integridade” para “fazer um uso completo de todas a políticas oferecidas a Macau pelo Governo Central”.

Ajudar a população

Outro dos deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional que apresentou ontem a declaração de honra com o juramento de fidelidade à RAEM, foi José Chui Sai Peng. Segundo o jornal Ou Mun, Chui começou por destacar a necessidade de o futuro líder do Governo apoiar a população a enfrentar as adversidades e a implementar o “princípio Macau governada por patriotas”, para garantir que os residentes podem “servir melhor o pais e Macau” e promover a integração no país.

José Chui Sai Peng afirmou ainda representar “diferentes vozes na sociedade” e esperar encorajar a que todos apoiem o Chefe do Executivo para que este possa fazer um melhor trabalho e elevar o bem-estar da população para um novo nível.

20 Ago 2024

Rita Santos acusa cônsul de Portugal de ter “agenda própria”

A presidente do Conselho Regional da Ásia e Oceânia das Comunidades Portuguesas, Rita Santos, acusou ontem o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, de ter uma agenda próprio e de não ouvir as opiniões dos conselheiros. A crítica foi deixada numa publicação no Facebook, em reacção ao facto de o consulado ter retomado os atendimentos prioritário sem marcação.

“Desde o estabelecimento da RAEM que sempre houve um excelente diálogo com os representantes máximos do Consulado Geral de Portugal em Macau sendo de referir as múltiplas reuniões de trabalho onde eram transmitidas as principais preocupações dos nossos conterrâneos, bem como o apoio prestado na divulgação quanto aos serviços consulares”, começou por escrever Rita Santos. “Infelizmente, o actual cônsul-geral tem uma agenda própria e continua a não querer auscultar as opiniões dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas”, acrescentou. A conselheira não indica o que entende como “agenda própria” de Alexandre Leitão.

Várias críticas

Sobre as opiniões que considera ignoradas, Rita Santos indica que o consulado não disponibilizou “um canal especial” para o recenseamento eleitoral, ao contrário do que tinha sugerido o Conselho das Comunidades Portuguesas. “Infelizmente, o Sr. cônsul não atendeu o nosso pedido e o consulado facultou um e-mail errado para que não se pudesse fazer a marcação”, atirou a conselheira.

Rita Santos acusa também o consulado de não explicar como irá resolver o eventual esgotamento de vagas diárias para atendimentos sem marcação, se ficarem pessoas por atender.

As críticas são feitas a dias da visita a Macau de José Cesário, secretário de Estados das Comunidades de Portugal, que vai estar no território entre 27 e 29 de Agosto. Nas eleições de Março, Rita Santos foi alvo de uma queixa, remetida para o Ministério Público, tendo sido acusada de fazer campanha pelo Partido Social-Democrata, a que José Cesário pertence.

A conselheira das comunidades portuguesas criticou ainda o consulado por não emitir visto para chineses e não portugueses de Macau que pretendem estudar em Portugal. Segundo a conselheira, existem pedidos sem resposta há mais de dois meses. Importa recordar que os portadores de passaporte da RAEM podem entrar e permanecer em Portugal durante 90 dias sem necessidade de visto.

20 Ago 2024

PCC | Dirigente da Frente Unida esteve dois dias em Macau

Shi Taifeng partilhou as suas opiniões sobre a terceira Sessão Plenária do 20.º Comité Central do Partido Comunista Chinês com os membros do Governo e mostrou confiança no desenvolvimento da RAEM

 

O ministro do Departamento de Trabalho Frente Unida, Shi Taifeng, realizou uma visita de dois dias para inspecionar Macau. A passagem pelo território terminou com um encontro com o Chefe do Executivo onde o responsável do Interior da China indicou acreditar num “futuro melhor” para a RAEM. A reunião com Ho Iat Seng foi revelada pelo Gabinete de Comunicação Social, através de uma nota de imprensa divulgada ontem.

Após concluir a visita de dois dias, Shi Taifeng afirmou que “Macau está num novo ponto de partida histórico”, proporcionado pela entrada do princípio “Um País, Sois Sistemas” na época modera, e devido aos desenvolvimentos mais recentes e dinâmicos da construção da Grande Baía e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Cantão na Ilha da Montanha.

“Acredito que Macau vai ter um melhor amanhã”, terá igualmente dito o dirigente, que pertence também ao Gabinete Político do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC) e que é vice-presidente do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

Shi Taifeng indicou também como motivos para optimismo a realização da terceira Sessão Plenária do 20.º Comité Central do PCC, que considera ter criado condições para aprofundar de forma compreensiva as reformas e promover a “modernização com características chinesas”, originando “oportunidades para o desenvolvimento de Macau”.

O dirigente chinês considerou ainda Macau “um exemplo bem-sucedido” do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, e que após a transição, a “economia continua a desenvolver-se”, enquanto a sociedade se mantem “harmoniosa e estável”, e as pessoas “vivem e trabalham em paz e num ambiente de contentamento”.

A servir o país

Por sua vez, Ho Iat Seng concordou que a terceira Sessão Plenária do 20.º Comité Central do PCC vai resultar num maior desenvolvimento do país e em maiores oportunidades para Macau.

O Chefe do Executivo destacou também que a RAEM tem de contribuir para o desenvolvimento do país. “Macau tem de contribuir para as necessidades do país e aprender e implementar o espírito da terceira sessão plenária”, vincou. Ho prometeu também um Governo para irá “unir e liderar os sectores da sociedade de Macau, para continuar a efectuar melhor o trabalho de divulgação e implementação do espírito da terceira sessão plenária”.

A dias do início da data para apresentação das candidaturas a Chefe do Executivo, Shi Taifeng realizou “várias visitas” e “encontros com grupos representativos da sociedade”. Estes encontros terão servido para “auscultar a opinião pública”, indica o comunicado do GCS, e foram realizados na companhia do secretário para Administração e Justiça, André Cheong, e da secretária para os Assuntos Sociais e Cultural, Elsie Ao Ieong U.

20 Ago 2024

Tailândia | Analista acha projecto de lei do jogo “equilibrado”

Está em consulta pública o projecto de lei de regulação do jogo na Tailândia, que define licenças de 30 anos e entradas pagas para tailandeses. O analista Daniel Cheng entende que o diploma é “equilibrado” e com “profundidade mais que suficiente para um primeiro projecto”

 

Os tailandeses estão a ser convidados pelo Governo a opinar sobre o projecto de lei do jogo que promete revolucionar o mercado dos casinos e trazer uma nova oferta competitiva ao sudeste asiático em meados de 2028. Desde o início do mês que decorre a consulta pública sobre o diploma que, na visão do analista Daniel Cheng, é um “projecto equilibrado, sem obrigações ou constrangimentos controversos”, e que tem “profundidade mais que suficiente para um primeiro projecto”.

Segundo o jornal Bangkok Post, um dos pontos principais do diploma é o poder conferido ao primeiro-ministro, que irá presidir à “Entertainment Complex Policy Board” [Comissão de Política de Exploração dos Locais de Entretenimento Integrados], responsável por estabelecer regras e regulamentos sobre o funcionamento dos empreendimentos de jogo. Além disso, será criada uma agência separada para fazer cumprir as regras relacionadas com os casinos ou empreendimentos de jogo.

O projecto de lei visa menorizar o impacto social que o jogo pode causar na sociedade, proibindo a entrada em espaços de jogo a pessoas com menos de 20 anos de idade, enquanto os cidadãos tailandeses acima da idade mínima terão de pagar uma taxa no valor de 5,000 baht (mais de 1.100 patacas) para poder entrar. Pelo contrário, os casinos e demais empreendimentos estão abertos a todos os estrangeiros sem pagamento de taxa.

Em termos de licenciamento, uma empresa de jogo terá de adquirir uma licença válida por 30 anos, pagando, para isso, cinco mil milhões de baht (140 milhões de dólares americanos) para o registo, mais um pagamento anual de mil milhões de baht (28 milhões de dólares) ao Governo.

Para obter aprovação, o casino ou complexo de jogo terá de construir, pelo menos, quatro infra-estruturas das seguintes: um hotel, bar, restaurante, clube nocturno, espaço com lojas, infra-estruturas desportivas, clube náutico ou de vela, piscina ou parque aquático, parque de diversões, uma área dedicada a revelar a cultura tailandesa e produtos locais.

Para Daniel Cheng, o projecto legislativo deixa “margem de manobra suficiente ao primeiro-ministro para decidir sobre o montante do imposto a cobrar aos casinos e a quantidade de licenças” atribuídas. Na visão deste analista, “uma taxa de licença única de 140 milhões de dólares é razoável para o potencial de mercado da Tailândia”, enquanto a “taxa de licença anual é compatível com a de Singapura”, no valor de 22 milhões de dólares americanos.

Outro ponto destacado por Daniel Cheng ao HM é a cobrança de cinco mil baht aos tailandeses, medida que também existe no mercado de jogo de Singapura. Esta “pode ser demasiado proibitiva, dado o baixo rendimento disponível per capita da Tailândia”. Porém, “o projecto legislativo indica que o montante não é definitivo e serve de limite máximo”. Quanto ao processo de registo, “faltam-lhe pormenores”, pelo que o analista espera que “não seja demasiado oneroso ou contraproducente para empresas como as do Vietname”.

As boas restrições

Daniel Cheng destaca ainda outra “medida positiva”, como a proibição de apostas online, além de se apresentar “um quadro geral de restrições à promoção e ao marketing, que será provavelmente aperfeiçoado para abranger junkets”. A medida surge no contexto “dos problemas que a Tailândia enfrenta com gangs chineses e o jogo ilegal na Internet”.

O analista referiu ao HM também que “a questão dos terrenos está fora do âmbito da lei, pelo que não é claro se o Governo irá designar terrenos estatais, como em Singapura, ou se os investidores terão de adquirir terrenos privados, como no Japão e nas Filipinas”. Além disso, em matéria de emprego, Daniel Cheng destaca o facto de ser exigida na proposta elaborada pelo Governo “uma percentagem mínima de trabalhadores tailandeses, o que é de esperar, uma vez que o emprego local é uma das principais justificações para a adopção da lei”.

A ideia é, segundo o Bangkok Post, promover o conceito de turismo sustentável no país. O jornal cita um excerto do projecto de lei que determina que “a promoção e a regulamentação de complexos de entretenimento integrados que cumpram os requisitos normalizados é uma medida importante para incentivar o investimento nacional, o que, por sua vez, beneficiará o país e ajudará a apoiar o turismo sustentável”.

Espera-se, tendo em conta o relatório da comissão parlamentar, que, com a nova legislação, os casinos possam gerar cerca de 12 mil milhões de baht logo no primeiro ano de actividade. Espera-se que o jogo se desenvolva em algumas zonas do país, com dois pontos na capital, Banguecoque, e depois em Chiang Mai e Phuket, zonas bastante turísticas.

Travar ilegalidades

Segundo o portal Asia Gaming Brief, o projecto de lei do jogo tailandês visa, sobretudo, resolver os problemas relacionados com o jogo ilegal, além de potenciar receitas fiscais e a economia em termos globais.

A Comissão liderada pelo primeiro-ministro será responsável, mais concretamente, por definir políticas, aprovar licenças de exploração e determinar as áreas a serem exploradas pelas empresas de entretenimento. Será também estabelecida uma Comissão de Gestão Global de Entretenimento, composta por funcionários públicos, que será responsável pela parte da supervisão, gestão de queixas, planos operacionais e fundos em matéria de jogo responsável.

Para as licenças de jogo só podem candidatar-se entidades tailandesas registadas com o capital social mínimo de dez mil milhões de baht. A licença é atribuída por um período inicial de 20 anos, com a possibilidade de ser renovada por períodos de cinco anos. Haverá, numa primeira fase, um tipo de licença que implica um investimento mínimo de 100 mil milhões de baht. No futuro, poderão ser atribuídas licenças mais pequenas.

Em matéria de impostos, prevê-se a colecta, por parte do Executivo tailandês, de 17 por cento sobre as receitas brutas do jogo, propondo-se ainda um imposto de 20 a 30 por cento sobre o rendimento líquido das sociedades.

Na área do jogo responsável, as autoridades tailandesas foram além da taxa a pagar para aceder a espaços de jogo, podendo vir a ser identificadas pessoas proibidas de entrar em casinos, nomeadamente quem estiver sob ordem judicial ou a pedido das próprias famílias. Será ainda criado um fundo específico para apoiar programas de reabilitação e de educação sobre o jogo.

Recorde-se que as operadoras de jogo em actividade na RAEM estão atentas a uma oportunidade de investimento no país, nomeadamente a MGM. “Estamos à procura de novos mercados. No próximo mês, vou com a Pansy Ho à Tailândia para analisar novas oportunidades”, revelou Bill Hornbuckle, presidente do grupo MGM Resorts International. “É uma expansão em que estamos muito interessados, e se avançarmos com o investimento, será feito através da MGM China Holdings”, admitiu no início do mês, aquando da apresentação dos resultados da MGM China do primeiro semestre deste ano.

20 Ago 2024

Gaza | Quase 20 mortos em novo ataque do exército de Israel

O Exército de Israel atacou, na madrugada de ontem, o norte, centro e sul do enclave palestiniano de Gaza, num ataque que fez quase 20 mortos, incluindo crianças, anunciaram fontes palestinianas.

Este ataque acontece ao mesmo tempo que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se dirige para a região para tentar fechar um acordo de cessar-fogo após meses de negociações contenciosas.

Os EUA e os restantes mediadores, Egipto e Qatar, apontam estar perto de acordo após dois dias de negociações em Doha, com autoridades americanas e israelitas, mas o Hamas tem mostrado resistência e ontem denunciou novas exigências de Israel.

Pelo menos quatro palestinos morreram no campo norte de Jabalia, criado pela ONU em 1948 para abrigar palestinianos deslocados. Aviões israelitas terão bombardeado dois apartamentos, informou a agência palestiniana Wafa, acrescentando que as equipas de resgate procuram vítimas nos escombros.

Outros quatro palestinianos morreram na noite passada na cidade de Deir el Balah, no centro da Faixa de Gaza, num ataque a uma casa localizada ao sul da cidade, e uma mulher e uma menina morreram a leste de Khan Yunis, quando a casa pertencente à família Musbbeh foi bombardeada, segundo fontes palestinianas.

Já a Al Jazeera informou que outras sete pessoas, incluindo três crianças, morreram num ataque de aviões de guerra israelitas contra uma torre residencial no campo de refugiados de Nuseirat (centro).

De acordo com o Exército, as tropas israelitas da 98.ª Divisão continuam a operar tanto em Deir el Balah como em Khan Yunis, para eliminar lançadores de foguetes e armamento, incluindo granadas explosivas e Kalasnikovs.

Além disso, em Rafah (sul), e de acordo com um comunicado militar divulgado ontem, alegaram ter eliminado cerca de 20 milicianos “acima e no subsolo”.

Genocídio em curso

Durante 317 dias consecutivos, e já ultrapassando as 40.000 mortes, Israel continua a sua ofensiva na Faixa de Gaza, ignorando o Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), que ordenou que evitasse o genocídio na sua ofensiva militar em Rafah.

Estima-se que estejam pelo menos 10 mil palestinianos desaparecidos e mais de 92.500 feridos. No total, quase 2,3 milhões de pessoas de toda a Faixa de Gaza foram deslocadas. As negociações de longa duração foram repetidamente paralisadas numa guerra que causou uma catástrofe humanitária.

A proposta actual pede um processo de três fases no qual o Hamas libertaria todos os reféns sequestrados durante seu ataque de 07 de Outubro, que desencadeou a guerra mais mortal já travada entre israelitas e palestinianos.

Em troca, Israel retiraria suas forças de Gaza e libertaria prisioneiros. Especialistas alertaram sobre a fome e o surto de doenças como a poliomielite.

19 Ago 2024

“O binho é qu’induca”

Há cerca de 20 anos visitei Bragança a fim de conhecer os usos, costumes e tradições daquela região. No primeiro dia que me desloquei a um café pedi uma sandes de presunto e um copo de leite. Do meu lado esquerdo ouvi logo uma voz, de um homem cheio de rugas na face e as mãos como se estivessem inchadas do trabalho no campo, que me disse: “Leite? Ó amigo, de manhã, se quer viver muitos anos o binho é qu’induca!”. Estava iniciado um diálogo que foi longe e que acima de tudo o companheiro de balcão do café, com 83 anos de idade, e fresco para as curvas, transmitiu-me que desde que se conhece que pela manhã, depois de comer uma “bucha” em casa, vai à tasca ou ao café ingerir um copo de vinho tinto e um bagaço. Limitei-me a acreditar que o vinho tinto dá alguma saúde a mais do que o normal.

Passados muitos anos tive conhecimento que o médico cardiologista mais famoso na China tinha afirmado na televisão que um copo de vinho tinto às refeições era o melhor medicamento para o coração. O que constatei é que os chineses que bebiam copos cheios de conhaque e brandy às refeições, começaram a pretender beber vinho tinto. Bem, foi um fartote de importação de contentores oriundos de Itália, França e Austrália. Mais tarde, soube através de um amigo que tem uma herdade no Alentejo e que produz vinho, que até Macau estava a importar dezenas de contentores de toda a espécie de vinho português com destino à China. Por sinal, também soube que alguns inúteis residentes em Macau vieram a ficar riquíssimos com a importação do vinho português do Douro, Beira e Alentejo, onde realmente são produzidos vinhos de alta qualidade, alguns, mesmo melhores que os franceses e italianos.

O vinho tem vários segredos ao longo da sua produção, incluindo o modo como são plantadas as videiras e como são retiradas as uvas. A indústria do vinho já é uma das maiores do mundo e temos garrafas que ultrapassam o preço de 100 mil patacas. Um antigo residente de Macau, que mora aqui perto de mim, disse-me que uma vez foi convidado para jantar em casa do senhor David Chow e que ele abriu uma garrafa de vinho francês avaliada em 120 mil patacas.

Mas, neste momento da vossa leitura, perguntarão “onde é que este tipo quer chegar com esta conversa do vinho, eu que adoro beber um copo às refeições”? Têm razão em querer saber e digo-vos de imediato. Li numa revista inglesa que, em 2023, Portugal foi o país do mundo que consumiu mais vinho. Fiquei de boca aberta.

Na verdade, pensando bem, tem de se beber muito em Portugal se atendermos às centenas de marcas que o mercado apresenta. Praticamente em todo o país produz-se bom vinho, os enólogos de hoje sabem da poda e as condições das adegas são quase semelhantes a hotéis de luxo. Mas, a moeda tem duas faces. Nós, os portugueses, podemos ser o povo que mais bebe vinho. No entanto, não sabemos beber. Muito poucos são aqueles que bebem para apreciar o que lhe foi posto no copo. A maioria bebe até já não saber o que diz. Não tem a noção se bebeu um vinho com 13,5%vol, 14% ou 14,5%. Para essa gente tanto se lhe dá como se lhe deu. O que interessa é estacionar o carro ou a moto à beira da estrada onde se situa um restaurante e vá de esvaziar garrafa atrás de garrafa. E depois? Depois temos, segundo a GNR, que a maioria dos acidentes rodoviários é devido ao excesso de álcool no sangue. Tem sido de uma imensa dificuldade convencer os condutores portugueses que se estão ao volante não podem ingerir nenhuma bebida alcoólica.

Há dias, vi um camionista fora de mão e de repente lá guinou para o seu lugar correcto. Ou estava com sono ou com uns copos a mais. Não aconteceu nenhuma tragédia porque naquele momento não rodava nenhum veículo em sentido contrário. O vinho tanto pode dar um grande prazer como pode constituir uma desgraça. Um médico transmitiu-me que não existe pior droga que o álcool e se nos dermos ao trabalho de investigar quem são as pessoas que estão internadas em instituições de recuperação, concluiremos que são alcoólicos. Infelizmente, nenhum governo desde o 25 de Abril de 1974 se preocupou com a situação psicológica de antigos combatentes que passaram anos a ver mortos e feridos graves. Esses antigos militares ficaram traumatizados e um grande número deles está alcoolizado. É no vinho ou em outras bebidas alcoólicas que se refugiam para esquecer as cenas tristes que lhes vão na mente. Estão completamente transtornados, batem nas mulheres, nos filhos e conduzem o carro bêbedos.

Portugal foi o país que mais vinho consumiu em 2023 e certamente que entre este número estonteante estiveram milhares de condutores de camiões, carros e motos. Os acidentes são semanais e ultimamente têm morrido muitos jovens em acidentes de motos e quendo as autoridades investigam são informadas que os condutores estiveram num bar ou numa discoteca a beber demasiado. “O binho é qu’induca” desde que saibamos que apenas podemos beber um copo por refeição, no máximo, se de seguida formos pegar no volante. Portugal tem de caminhar para o primeiro lugar mas é dos países com menos acidentes nas estradas.

19 Ago 2024

Grande Baía | IC e MGM organizam Fórum e concurso de fotografia

O Instituto Cultural (IC) organiza, em conjunto com a operadora de jogo MGM, o “Fórum do Património Cultural da Zona da Grande Baía”, agendado para Outubro. Neste sentido, foi criado um concurso de fotografia sobre edifícios históricos revitalizados em Macau, que decorre até dia 22 de Setembro.

Segundo uma nota do IC, esta iniciativa “apela à apresentação de trabalhos fotográficos de residentes de Macau de diferentes faixas etárias, procurando apresentar os resultados da revitalização dos edifícios históricos conforme vistos pelo próprio público”.

Haverá duas categorias no concurso, “Estudante” e “Aberta”, sendo que cada categoria contempla prémios que vão desde o “Prémio de Ouro”, “Prémio de Prata”, “Prémio de Bronze” e “Prémios de Mérito”. Os montantes a atribuir variam entre as cinco e as dez mil patacas.

Segundo uma nota do IC, “os edifícios históricos revitalizados são também espaços de qualidade para as actividades culturais e recreativas de Macau, enriquecendo a qualidade de vida dos residentes e o contexto urbano” do território. Os trabalhos de revitalização destes edifícios “são, geralmente, liderados pelo Governo, por entidades privadas ou por outros grupos, que, através do restauro e da integração de novas funções modernas em edifícios históricos, permitem maximizar a utilização dos edifícios históricos”.

Com este processo, dá-se nova vida a estes edifícios que passam a integrar bibliotecas, salas de exposições, cinemas, escolas, parques culturais e criativos, lojas, restaurantes e pensões, numa ligação útil à comunidade onde se inserem.

19 Ago 2024

MICAF | Festival encerra esta semana com o espectáculo “Lu Duan”

Termina esta semana a primeira edição do Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau, e fá-lo em grande, com a apresentação do espectáculo “Lu Duan”, o primeiro musical para crianças do Museu do Palácio, em Pequim. Adjacente ao festival, decorre a iniciativa “Dia de Diversão MICAF” até 1 de Setembro

 

A primeira edição do festival especialmente dedicado aos jovens e mais pequenos, o Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau (MICAF, na sigla inglesa), termina esta semana com um espectáculo directamente vindo de Pequim. “Lu Duan”, o primeiro musical para crianças do Museu do Palácio, na capital chinesa, acontece este fim-de-semana, sexta-feira e sábado, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM). Os bilhetes já estão à venda.

Com interpretação em mandarim e legendas em inglês, este espectáculo faz a sua estreia em Macau, contando com o genérico intitulado “A Balada do Palácio”, que “prepara o palco com um ambiente histórico solene, mas vibrante”, destaca a apresentação do espectáculo.

“Lu Duan” mostra aos mais novos “os tesouros inestimáveis do Museu do Palácio”, sendo o público levado “numa viagem imersiva através das relíquias históricas do Palácio, olhando de perto o legado e a inovação na salvaguarda do património cultural na era moderna”.

Esta é uma “fusão de arte teatral, cultura tradicional e inovação tecnológica moderna” que levou três anos a ser preparada. É dada vida a “relíquias culturais” e criadas personagens inspiradas na cultura tradicional chinesa.

No conto criado para este espectáculo, Lu Duan é um “jovial personagem de 400 anos que tem uma curiosidade sem limites e está ansioso por explorar as infinitas maravilhas do mundo”. Entretanto, Gao Xiaoduan, que é “descendente do histórico bibliotecário do Museu do Palácio, prospera com as rápidas explosões de informação de pequenos fragmentos digitais, pois cresceu no meio da revolução digital”.

Assim, o musical conta o momento em que Lu Duan e Gao Xiaoduan se encontram, algo que “desencadeia uma jornada de exploração dentro da Cidade Proibida” e um “debate e reflexão sobre a cultura clássica chinesa e as tendências contemporâneas, a preservação histórica e as aspirações futuras”.

Du Haijiang, vice-presidente do Museu do Palácio, é o produtor deste espectáculo, tendo referido numa entrevista que este musical constitui “um passo significativo no compromisso do Museu do Palácio para com a tradição e a inovação”.

Música no CCM

Destaque ainda para a realização do “Dia de Diversão MICAF – Artes em Festa”, uma organização conjunta do IC com a Sands China que decorre até ao final do mês, primeiro este fim-de-semana (sexta-feira, sábado e domingo) e depois no fim-de-semana de 30 de Agosto a 1 de Setembro.

É na praça do CCM que decorre uma “programação ecléctica” neste contexto, com um palco principal repleto de música, uma zona de recreio, um local com bolhas de brincar e ainda jogos e oficinas.

Quem sobe ao palco é a Banda da Juventude de Macau que apresenta “uma série de peças musicais conhecidas de filmes de Miyazaki Hayao e da Disney”, seguindo-se ainda “o salto à corda artístico, actuações de bandas e líderes de claque, dança urbana, actuações de diabolo e dança folclórica portuguesa”.

Destaque ainda, na parte musical, da actuação de James Ng, cantor de Hong Kong, este sábado, bem como de Yumi Chung no dia 1 de Setembro. Haverá ainda a exibição de curtas-metragens infantis.

19 Ago 2024