Turismo | Macau foi destino preferido de chineses no primeiro trimestre

Depois de ter terminado o ano passado em terceiro, Macau tornou-se, no primeiro trimestre de 2024, o destino mais satisfatório para os turistas do Interior da China. A conclusão consta do relatório da Academia de Turismo da China, um departamento estatístico do Governo Central

 

Durante os primeiros três meses deste ano, Macau foi o destino preferido dos turistas chineses, de acordo com a informação divulgada na terça-feira no relatório da Academia de Turismo da China, organismo do Ministério da Cultura e Turismo da China que trata dados estatísticos.

O relatório indica que no primeiro trimestre deste ano, “Macau tornou-se o destino mais satisfatório para turistas do Interior da China pela primeira vez”, enquanto Hong Kong caiu para o sétimo lugar. No final do ano passado, Hong Kong ocupava o quinto lugar e Macau o terceiro lugar.

O Governo da RAEM recebeu com agrado os dados publicados na conta oficial de WeChat do organismo do Governo Central. “A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) viu com satisfação os comentários positivos de turistas do Interior da China que estão satisfeitos com as suas experiências de viagem em Macau. Os resultados obtidos são produto dos esforços conjuntos de todos os sectores da sociedade de Macau. No futuro, a DST irá continuar a trabalhar com a indústria local para optimizar as experiências dos visitantes, demonstrando o charme do turismo de Macau.”

Os serviços liderados por Helena de Senna Fernandes reiteram o compromisso de “promover o desenvolvimento sustentável e de alta qualidade”, a indústria de turismo e lazer, e trabalhar para o “cartão de visita dourado de Macau para brilhar ainda mais como metrópole internacional”, é indicado, fazendo eco das palavras proferidas pelo director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, durante a visita que fez ao território em meados deste mês.

Aproveitar vantagens

Num comunicado em chinês, publicado na terça-feira à noite, a DST garante que irá aproveitar as oportunidades suscitada pelas “várias medidas do Governo Central benéficas para Macau”, destacando a política de múltiplas entradas entre Macau e Hengqin para indivíduos do Interior da China em grupos turísticos, assim como o alargamento da política de vistos individuais para visitar a RAEM.

Além disso, a DST assegura que não vai ficar de braços cruzados e promete continuar a organizar eventos de grande escala, a publicitar o território como destino turístico de eleição, e promover o “Movimento de Cortesia de Macau”, que tem como objectivo encorajar residentes e profissionais do sector a serem amistosos com os visitantes, contribuindo para a imagem de Macau como uma cidade cordial.

Aqui ao lado

O relatório da Academia de Turismo da China aponta também que o fluxo de turistas oriundos do Interior da China que escolhiam Hong Kong como destino registou uma queda na última década devido ao impacto dos movimentos sociais e da pandemia da covid-19, assim como as opiniões públicas negativas relacionadas com o turismo. Como tal, a Academia de Turismo da China aconselha o Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong a aumentar os esforços em termos de marketing e publicidade para restaurar totalmente a confiança dos turistas do Interior da China no seu mercado turístico.

30 Mai 2024

Suicídio | Registada quebra de quatro casos

No primeiro trimestre deste ano 22 pessoas cometeram suicídio, o que contabiliza uma redução de quatro casos face ao último trimestre de 2023 e menos um caso face ao mesmo período do ano passado. É o que dizem os Serviços de Saúde de Macau (SSM) em dados ontem divulgados, que mostram que, dos 22 casos, 12 dizem respeito a homens e dez a mulheres com idades compreendidas entre os 17 e 75 anos. Deste grupo, 95,5 por cento das pessoas eram residentes, ou seja, 21, enquanto apenas um não residente cometeu suicídio.

Os SSM apontam como potenciais causas para o suicídio “a doença mental, crónica ou física”, descrevendo ainda que “as causas para o suicídio são complexas, envolvendo doença mental, factores psicológicos, sócio-económicos, familiares, interpessoais e biogenéticos”.

As autoridades dizem ainda estar preocupadas “com a saúde mental dos residentes”, procurando reduzir os números através de uma “comunicação e colaboração interdepartamental eficaz”. “Tem sido melhorada a acessibilidade dos serviços e expandida a rede de apoios sociais”, sendo considerada “elevado” o grau de acesso aos serviços de saúde mental.

30 Mai 2024

Jockey Club | Sugerida utilização de espaço para desporto

O espaço do hipódromo deveria ser aproveitado para uso desportivo, em especial de modalidades esquecidas como o ciclismo, considera Leong Sun Iok. O deputado dos Operários entende que a conversão do local num espaço desportivo, nem que seja temporariamente, é um passo para tornar Macau numa “cidade do desporto”

 

“Tendo em conta que o hipódromo ocupa uma grande área, gostaria de perguntar se o local pode ser utilizado temporariamente como campo de treinos para ciclismo, corrida ou outros desportos adequados, antes de haver qualquer planeamento relevante?” A questão faz parte de uma interpelação escrita de Leong Sun Iok divulgada ontem.

O deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) reconhece que “nos últimos anos, o Governo tem-se esforçado em proporcionar aos residentes mais e melhores espaços recreativos e desportivos”. Entre eles, Leong Sun Iok elenca o Parque Desportivo para os Cidadãos no Canídromo Yat Yuen, o Centro Multi-Desportivo na Zona A dos Novos Aterros e o Corredor Verde da Margem Sul, que liga a ponte Governador Nobre de Carvalho e o monumento das Portas do Entendimento, junto ao lago Sai Van.

Como os projectos mencionados ainda precisam de tempo até abrirem, e pelo facto de vários recintos desportivos se encontrarem frequentemente ocupados para treinos de competição, o deputado da FAOM apela ao Governo para encontrar equilíbrio entre a prática desportiva de competição e a prática amadora de desporto. “Cada vez mais residentes consideram o desporto como um passatempo e uma forma de melhorar a aptidão física para fortalecer o corpo”, o Executivo deveria “aproveitar os terrenos não utilizados para a construção de recintos desportivos temporários ou mesmo permanentes”.

Além disso, Leong Sun Iok aponta que faltam locais de treino para alguns desportos populares em Macau, como futebol, corrida e ciclismo, e realça que “os ciclistas têm frequentemente de treinar na estrada, o que representa um certo grau de perigo”.

Metas a alcançar

A popularização da prática desportiva e a criação de “uma atmosfera desportiva para todos” são apontados pelo deputado da FAOM como objectivos a cumprir para motivar a participação do público, numa altura em que são dados os primeiros passos para a organização conjunta dos Jogos Nacionais de 2025.

Usando outra expressão muito em voga no léxico político actual, o deputado defende que a promoção da prática desportiva é também uma forma de tornar Macau numa “cidade do desporto”.

Outro argumento a favor da reconversão do espaço onde funcionou o Macau Jockey Club, é o facto de as obras no recinto do antigo canídromo deixarem, temporariamente, sem sítio para a prática desportiva muitos residentes e os alunos das escolas nas imediações que ali tinham aulas de educação física.

Assim sendo, Leong Sun Iok sugeriu que se faça um estudo para determinar quais os desportos mais populares e com carência de espaços para que o espaço do Jockey Club colmate essas lacunas.

30 Mai 2024

Saúde | Secretária defende “integração de serviços”

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, concorda “plenamente com o importante papel da integração dos serviços de saúde na cobertura universal de saúde”.

Na 77ª Assembleia Mundial de Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), que decorreu em Genebra, a governante destacou ainda, segundo um comunicado da secretaria que dirige, que o Governo tem vindo a empenhar-se na “protecção de saúde dos residentes”, investindo em centros de saúde que criaram “uma rede comunitária de cuidados de saúde que cobre todas as zonas de Macau”. “Portanto, a experiência prática de Macau pode servir de referência para a promoção da cobertura universal de saúde em diversos países do mundo”, referiu ainda a secretária.

Na cerimónia de abertura da assembleia, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destacou que “a saúde pública mundial está a enfrentar muitas crises” e que importa “revitalizar a estrutura internacional e criar sistemas necessários para enfrentar futuras crises”.

Já o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que “pelo menos 140 países reconhecem o direito à saúde nas suas constituições, mas em muitas regiões este direito não pode ser concretizado ou está ameaçado”. Desta forma, “cerca de metade da população mundial não está totalmente coberta pelos cuidados de saúde primários, e cerca de dois mil milhões de pessoas estão a enfrentar dificuldades financeiras devido às despesas dos cuidados de saúde por conta própria”, frisou.

30 Mai 2024

Trabalho | Coutinho pede celeridade em processos urgentes

O deputado Pereira Coutinho interpelou o Executivo sobre a importância de tornar mais céleres os processos laborais considerados urgentes, nomeadamente que comprovam incapacidades de trabalho ou determinam pagamento de indemnizações

 

Pereira Coutinho interpelou ontem o Executivo alertando para a necessidade de acelerar os processos judiciais da área laboral, em especial os casos em que o trabalhador esteja em situação de incapacidade total ou parcial de trabalho ou tenha direito a indemnização compensatória pelo tempo em que não pode trabalhar devido a doença ou acidente de trabalho.

Estes processos demoram “muitos anos a ser resolvidos, não obstante o carácter de natureza urgente e oficiosa previsto no Código do Processo do Trabalho”, declarou o deputado. O também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) diz que as queixas no gabinete de atendimento ao cidadão sobre a lentidão dos casos têm sido frequentes.

Segundo Coutinho, “a situação torna-se mais morosa e complexa quando uma das partes do litígio é trabalhador não-residente que deixou a RAEM”, pelo que “há necessidade de melhorar o actual sistema de representatividade processual por parte das entidades privadas que representam direitos e interesses laborais dos trabalhadores”.

Rever leis

Assim, para o deputado, a solução passa pela revisão “dos diversos regimes e dispersa legislação quanto a processos laborais, nomeadamente os que dizem respeito a acidentes de trabalho e doenças profissionais”. São estes que, por norma, são “morosos, com complexa formalidade processual”.

Coutinho questiona ainda o Governo sobre “medidas concretas que vão ser implementadas pelas autoridades competentes que intervêm nos processos classificados como urgentes e oficiosos”, que estejam relacionados com términos de contrato por denúncia de uma das partes ou rescisões com justa causa da parte dos patrões.

Pede-se ainda a simplificação de processos ligados a acidentes de trabalho e doenças do foro profissional que “envolvam fases conciliatórias, discussão dos resultados dos exames médicos para a confirmação do grau de incapacidade para o trabalho” e ainda na classificação do tempo de recuperação. Tudo para que os trabalhadores não estejam demasiado tempo sem receber o que lhes é devido sem poderem, ao mesmo tempo, trabalhar.

30 Mai 2024

Taipa Grande | Governo abre concurso para construção de túnel

O Governo deu ontem o primeiro passo para a construção do túnel da Colina da Taipa Grande, com a publicação do anúncio do concurso público para a prévia qualificação para a empreitada de concepção de construção. Esta primeira fase tem como objectivo apurar cinco candidatos aprovados para submeter propostas.

Segundo anúncio publicado ontem no Boletim Oficial pela Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP), o prazo máximo de concepção e construção da obra é de 1165 dias de trabalho, contados a partir da consignação da obra. Entre as seis metas estabelecidas pela DSOP, a primeira diz respeito à apresentação do projecto de execução e dos documentos da obra de estrutura do túnel que atravessa a montanha (cordilheira) e do viaduto (inclui a obra geotécnica e de estruturas). O prazo dado para a conclusão desta primeira fase é de 90 dias de trabalho.

Os candidatos ao concurso público terão de desembolsar uma caução provisória no valor de 28 milhões de patacas, mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução.

A data limite para submeter as candidaturas é o próximo dia 29 de Julho, que serão abertas no dia seguinte.

Quanto aos critérios de apreciação e sua proporção, a DSOP estabeleceu que a “capacidade integrada” terá um peso de 40 por cento, “experiência técnica” 30 por cento, “recursos humanos” 20 por cento e “comunicação e entrevista” 10 por cento.

“A adjudicação é efectuada ao concorrente com pontuação total mais elevada e, no caso de haver empate na pontuação total mais elevada, a adjudicação é efectuada ao concorrente com a proposta de preço mais baixo”, indica a DSOP.

30 Mai 2024

Reserva financeira | Acrescentados 28,1 mil milhões num ano

No final de Março, a reserva financeira da RAEM atingiu 597,8 mil milhões de patacas, total que representou um aumento de 28,1 mil milhões de patacas em 12 meses. Apesar da recuperação, a reserva financeira de Macau ainda está longe do ponto mais elevado, atingido em Fevereiro de 2021, de 669,7 mil milhões de patacas

 

A reserva financeira de Macau ganhou 28,1 mil milhões de patacas nos últimos 12 meses, mas continua longe do máximo histórico, indicam dados divulgados ontem. No final de Março, os números da reserva indicavam 597,8 mil milhões de patacas, de acordo com informação publicada ontem no Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

A reserva ganhou 5,44 mil milhões de patacas, em comparação com o final de Fevereiro, e 16,4 mil milhões de patacas desde o início de 2024. No entanto, o valor permanece longe do recorde de 669,7 mil milhões de patacas atingido em Fevereiro de 2021, em plena pandemia de covid-19.

O valor da reserva extraordinária no final de Março era de 431,9 mil milhões de patacas e a reserva básica, equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau para este ano, era de 153,4 mil milhões de patacas. A Assembleia Legislativa de Macau aprovou, em 7 de Novembro, o orçamento da região para este ano, que prevê uma subida de 1,4 por cento nas despesas totais, para 105,9 mil milhões de patacas.

A reserva financeira de Macau é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 244,1 mil milhões de patacas, títulos de crédito no montante de 129,5 mil milhões de patacas e até 225,8 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados.

Ano de inversão

A reserva financeira de Macau ganhou 22,2 mil milhões de patacas no ano passado, depois de ter perdido quase quatro vezes mais no ano anterior. Isto apesar de, em 2023, as autoridades da região terem voltado a transferir quase 10,4 mil milhões de patacas da reserva financeira para o orçamento público.

No final de Janeiro, a AMCM sublinhou que os investimentos renderam à reserva financeira quase 29 mil milhões de patacas em 2023, correspondendo a uma taxa de rentabilidade de 5,2 por cento.

O orçamento de Macau para 2024 prevê o regresso dos excedentes nas contas públicas, depois de três anos de crise económica devido à pandemia da covid-19. A proposta de lei aprovada na generalidade prevê que Macau termine este ano com um saldo positivo de 1,17 mil milhões de patacas, “não havendo necessidade de recorrer à reserva financeira”.

30 Mai 2024

EPM | Dispensa de professores causa agitação, mas director defende opções

A semana começou da pior maneira para cinco docentes da Escola Portuguesa de Macau, que foram dispensados contra a sua vontade. A maioria deverá evitar o desemprego, dado que tem colocação em Portugal. Uma das dispensadas era representante dos professores junto da direcção

 

Uma onda de dispensas está a abalar a comunidade relacionada com a Escola Portuguesa de Macau (EPM) e pelo menos cinco professores deixam a instituição no final do ano lectivo contra a sua vontade.

As alterações à composição do corpo docente começaram a ser comunicadas na passada segunda-feira, através de uma ronda de encontros entre o director e os vários docentes. Os encontros serviram para comunicar aos professores se ficavam mais um ano na EPM ou se teriam de deixar a instituição no final do ano.

Ao HM, o director da EPM, Acácio de Brito afirmou que vão sair 11 professores, e que as saídas implicam situações profissionais diferentes, mas reconheceu que em cinco casos as dispensas resultam de exclusiva opção da direcção.

Os cinco afectados estão em Macau ao regime do abrigo de licença especial, o que significa que pertencem aos quadros do Ministério da Educação em Portugal, e que deverão ter colocação profissional no próximo ano.

“Temos nove docentes que têm licença especial [e que vão deixar a EPM]. Entre os nove, cinco vão sair por opção da escola, também há uma saída por motivos de aposentação e três que saem por vontade própria”, revelou Acácio de Brito. “Há também duas pessoas contratadas localmente que disseram que se iam embora”, acrescentou.

Acácio de Brito lamentou a decisão de dispensar docentes contra a sua vontade, mas justifica a opção com o desempenho das funções. “Eu penso que sim [que houve pessoas desagradas com a decisão], é a minha convicção. Não tenho a menor dúvida que há pessoas que vão sair contra a sua vontade”, reconheceu. “Quero dizer sobres estes processos de dispensa que preferia não ter de os fazer, pessoalmente, mas faço-os e profissionalmente já o fiz em várias situações. Mas não me dá agradabilidade nenhuma”, completou.

Substituições tratadas

O processo de dispensa de professores causou mal-estar na comunidade escolar, e nos últimos dias o HM recebeu vários relatos sobre a situação, de membros da comunidade, e essencialmente encarregados de educação que pediram para não serem identificados.

Uma das preocupações insistentemente partilhada prendeu-se com o facto de a contratação de novos professores poder ser um problema, com consequências para a qualidade do ensino.

“Como encarregado de educação, estou extremamente preocupado, porque não sabemos o que se está a passar e receamos que estejam a afastar as pessoas por razões que não conhecemos”, partilhou um encarregado de educação sobre as suas preocupações. “São professores que ao longo dos anos deram provas de competência, e se preocupavam com os alunos. Por isso, a sua saída é incompreensível”, acrescentou.

Outro encarregado de educação indicou que vai ser complicado a escola ficar a ganhar com a substituição: “Tememos que vão contratar outros docentes que sejam menos competentes, que não tenham conhecimento da realidade de Macau e que tenham menos experiência”, indicou. “Somos contra a saída porque conhecemos muito bem o corpo docente e vemos que estão a sair professores competentes”, destacou.

Face a estas dúvidas, a direcção da EPM garante que as contratações de 10 profissionais estão fechadas, e que não houve qualquer tipo de problema burocrático.

“As nove pessoas [em licença especial] vão ser substituídas por 10 professores com qualificações e entre esses professores alguns têm experiência internacional e, naturalmente, são professores seniores”, respondeu Acácio de Brito. “Os 10 docentes estão garantidos. Têm autorização para vir para Macau, mas ainda não têm autorização do Governo Português. Mas, têm autorização dos organismos competentes da RAEM”, frisou.

A direcção da EPM afasta ainda a existência de barreiras burocráticas nas contratações: “Não tive nenhuma dificuldade. Mas, fiz as coisas de forma atempada. Comecei a ouvir os professores [da EPM sobre os seus planos para o futuro] a 21 de Fevereiro, e naturalmente que fui ponderando, verificando, fui alterando as constatações que iam tendo, fui analisando…”, destacou.

Com as alterações, o director da EPM também admite a possibilidade de partirem pessoas que têm Bilhete de Identidade de Residente, substituídas por outras com o título de trabalhador não-residente. “Entre as pessoas que vão sair, se calhar algumas têm BIR, mas isso também não é relevante”, considerou.

Saída de peso

Outra situação que causou mal-estar na comunidade escolar foi uma das docentes dispensada ser a representante dos professores junto da administração da escola. Com a sua saída, houve encarregados de educação que se mostraram alarmados face à possibilidade de a direcção não aceitar críticas internas.

Todavia, Acácio de Brito afasta o cenário: “Só quem não me conhece [pode achar que a saída é motivada por críticas]. O que eu costumo dizer às pessoas é: se eu quisesse pessoas que só concordam comigo, o que fazia era ir todos os dias de manhã falar para a frente do espelho”, defendeu-se. “Se as pessoas falam comigo para repetir aquilo que eu acho, então prefiro que não me digam nada, porque não me estão a acrescentar nada”, sublinhou. “Até posso dizer, aprecio mais alguém que me diz as coisas na cara, do que aquela que me dá palmadinhas nas costas e depois é incorrecta […] e também já foi tempo em que confiava em pessoas que concordam sempre comigo”, acrescentou.

Ainda sobre as alterações, o director da Escola Portuguesa afirma que tem como objectivo fazer da instituição e melhor escola portuguesa fora de Portugal e garante a qualidade dos contratados. “Os critérios utilizados têm a ver com o conhecimento, ponderação e a experiência. Acho que como inspector [de educação nas funções de director da escola], tenho autoridade e competência da lei para tomar esta decisão”, realçou. “Posso enganar-me, mas dificilmente me enganarei porque tenho confiança nas escolhas que fiz e na qualidade das pessoas contratadas”, frisou. “Quero que esta seja a melhor escola portuguesa no estrangeiro e das melhores escolas portuguesas”, realçou.

Reestruturação à vista

Sobre as alterações no corpo de docentes, o director recusou haver uma reestruturação do corpo docente. “Não está em curso nenhum processo de reestruturação na Escola Portuguesa de Macau”, assegurou Acácio de Brito. Mas, admitiu que num futuro próximo poderá haver mudanças “em termos da organização de departamentos, e eliminação de alguns cargos” por considerar que “não têm acrescento para a própria instituição”.

Todavia, as alterações terão de ser “objecto de aprovação em sede da Fundação Portuguesa de Macau”. Acácio de Brito garantiu também que a haver uma reestruturação esta acontecerá “apenas e só em sentido funcional”.

Fundação sem respostas

O HM tentou obter esclarecimentos sobre a vaga de dispensas junto do presidente da Fundação Escola Portuguesa de Macau, Jorge Neto Valente, mas as tentativas de contacto ficaram sem resposta.

Por sua vez, o vice-presidente da Fundação Escola Portuguesa de Macau, Miguel de Senna Fernandes, afirmou estar fora do território e ter sido surpreendido com as mexidas internas: “Também recebi esta notícia um bocado de chofre e não consigo dizer absolutamente nada. Sei que houve uma remexida do corpo docente, mas não sei os termos em que foi feita”, afirmou, ontem, ao HM. “Tenho de voltar a Macau e depois tentar procurar saber o que se passa”, acrescentou.

Ainda assim, o vice-presidente da fundação indicou que é natural que o director tenha as suas razões para promover mexidas: “Ouvi falar sobre o assunto, porque estamos a falar de pessoas que estão em Macau há muitos anos e de repente são dispensadas. Mas também é uma questão de gestão, o senhor director terá as suas razões, mas eu ainda não sei essas razões e fui colhido de surpresa”, reconheceu.

Associação sem queixas

Ao HM, o presidente da Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau, Filipe Figueiredo Regêncio, reconheceu estar ao corrente do sucedido, mas indicou que, até ontem de manhã, na condição de representante dos pais não tinha recebido qualquer queixa.

“Tenho ouvido falar do assunto devido a telefonemas de alguns pais, que falaram comigo. Mas, através da associação de pais ainda ninguém me disse nada”, afirmou Filipe Figueiredo Regêncio, questionado sobre a existência de queixas junto da associação de pais. “Os contactos que tenho recebido mostram alguma preocupação, mas que me parece ser uma preocupação que resulta mais em termos de ambiente [criado pelas movimentações] do que em virtude das pessoas que vão ser dispensadas”, frisou. “É a minha impressão”, acrescentou.

O representante dos encarregados de educação reconheceu também a legitimidade da direcção da EPM para tomar as medidas vistas como adequadas para salvaguardar os interesses dos alunos, embora tenha admitido que no caso de uma dispensa tem algumas reservas.

30 Mai 2024

Turismo | Hotéis com 1,15 milhões de hóspedes em Abril

Os hotéis de Macau receberam mais de 1,15 milhões de hóspedes em Abril, uma subida de 5,6 por cento em termos anuais, foi ontem anunciado.

No mês em análise, o território contava com 143 estabelecimentos hoteleiros, mais 13 do que no mesmo período do ano passado, a disponibilizar 47 mil quartos, de acordo com um comunicado da Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em Abril, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros fixou-se em 83,3 por cento, subindo quatro pontos percentuais, em termos anuais, indicou a DSEC na mesma nota.

Do total de 1.159.000 hóspedes, 823 mil chegaram da China continental, ou mais 11,8 por cento, em termos anuais, enquanto os de Taiwan (34 mil) e da Coreia do Sul (24 mil) subiram 96,1 por cento e 245,2 por cento, respetivamente. Já o número de hóspedes de Hong Kong (165 mil) registou uma queda de 35 por cento.

Já nos quatro primeiros meses de 2024, a taxa de ocupação média dos quartos dos hotéis foi de 84,5 por cento, representando mais 8,4 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.

Nessa altura, os estabelecimentos hoteleiros hospedaram cerca de 4,93 milhões de pessoas, mais 29,8 por cento, face a idêntico período de 2023. O território recebeu 11,47 milhões de visitantes entre Janeiro e Abril deste ano, uma subida de 58,9 por cento em termos anuais, segundo dados da DSEC.

28 Mai 2024

Coreia do Norte | Anunciado fracasso de lançamento de satélite

A Coreia do Norte anunciou ontem o fracasso de uma nova tentativa de colocar em órbita um satélite espião, devido a um alegado problema no motor do propulsor.

O propulsor do satélite de reconhecimento Malligyong-1-1 “explodiu durante a primeira fase do voo e falhou”, declarou o vice-director da Administração Nacional de Tecnologia Aeroespacial (NATA) norte-coreana num comunicado divulgado pelos meios de comunicação oficiais, acrescentando que “a causa do acidente foi a fiabilidade do novo motor a oxigénio líquido e querosene”.

O responsável norte-coreano indicou que uma análise preliminar do acidente apontou um problema num dos motores da primeira fase. A Coreia do Norte demorou pouco mais que 90 minutos a informar sobre o fracasso do lançamento do foguetão espacial, efectuado pelas 22:44 locais de ontem, segundo o Exército sul-coreano.

Em comunicado, o Estado-Maior sul-coreano afirmou ter detectado pela primeira vez às 22:44 locais (o rasto do projéctil lançado da zona de Tongchang-ri – no noroeste do país, onde se situa a base de lançamento espacial de Sohae – em direção ao mar Ocidental (nome dado nas duas Coreias ao mar Amarelo).

Apenas dois minutos depois de localizar o lançamento, os radares sul-coreanos voltaram a detectar o projéctil “como um grande aglomerado de fragmentos nas águas norte-coreanas”, indicando que o foguetão falhou em pleno voo. A Coreia do Norte somou assim mais um fracasso ao seu programa espacial, após dois lançamentos falhados do foguetão Chollima-1 na Primavera e no Verão de 2023.

O porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, disse numa conferência de imprensa que o projéctil “desapareceu [do radar)] em pleno voo sobre o mar Amarelo”. “Por isso, acreditamos que não atingiu a órbita terrestre”, acrescentou.

28 Mai 2024

China pede ao MNE iemenita fim dos ataques a navios civis no Mar Vermelho

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, pediu ontem ao seu homólogo iemenita, Shaya Mohsin Zindani, o fim dos ataques a embarcações civis no Mar Vermelho, a fim de “garantir a segurança das rotas marítimas”.

Após meses de ataques perpetuados pelos rebeldes Houthi contra várias embarcações naquelas águas, Wang explicou a Zindani que “a situação tensa no Mar Vermelho” é “uma consequência das repercussões do conflito de Gaza”, guerra para a qual apelou a um cessar-fogo.

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros sublinhou a importância de “manter a unidade e a estabilidade” no Iémen e manifestou esperança de que “todas as partes envolvidas no conflito iemenita adiram a uma solução política e respondam positivamente aos esforços de paz da ONU e dos países da região”.

Zindani saudou o “apoio incondicional da China à independência e soberania do Iémen” e a assistência prestada por Pequim “ao desenvolvimento económico e social do país, sem condições políticas”. O ministro iemenita manifestou esperança de que a China “continue a desempenhar um papel significativo na redução das tensões no Mar Vermelho e na reconstrução do Iémen”.

Contra ataques

Os ataques dos Houthi podem ter um grande impacto na economia mundial, uma vez que o Mar Vermelho representa quase 15 por cento do comércio marítimo mundial.

A China tem criticado as acções das forças norte-americanas contra os Houthis desde que o grupo insurgente começou a atacar, há meses, navios no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandeb, que alega estarem ligados a Israel ou dirigirem-se para lá.

Segundo Pequim, os ataques lançados pelos EUA não estão abrangidos pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU ou pela Carta das Nações Unidas e são, por isso, contrários ao direito internacional.

Zindani encontra-se na capital chinesa para participar na 10.ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação China – Estados Árabes, esta quinta-feira.

A conferência contará com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, do Rei do Bahrein, Hamad Bin Isa Al Khalifa, do Presidente do Egipto, Abdel Fattah El Sisi, do Presidente da Tunísia, Kais Saied, e do Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed Bin Zayed Al Nahyan.

28 Mai 2024

Opus Magnum

Vimos estupefactos aquele instante de forte voltagem cósmica produzindo na Terra claridade tamanha – dezanove de Maio de 2024 – sem boletim meteorológico capaz de o prever, onde coube ainda a cada um retirar suas ilações ou, tão-somente, mergulhar na beleza do contacto inesperado nessa maravilhosa e cálida madrugada de Primavera, que enquanto êxtase, não poderia ter sido mais intenso. A Península Ibérica fora contemplada por feéricas luzes azuis e verdes como se tivesse permissão para um vislumbre celeste, um rasgão de auroras, uma súbita maravilha, e mesmo assim, foram tímidas as pronúncias e confusos os depoimentos.

Em todo o caso foi de natureza onírica o que se passou em nossos céus tão falhos de acontecimentos excepcionais, e talvez que a alma do Universo nos obrigue agora a depor, de como é ser rasgado de luz tamanha nestes céus noturnos do hemisfério norte.

Os sinais são sinais, ou seja, sinalizam, e eu creio que há sinais dos céus. Até mesmo há sinais corporais quando estamos em caminhos benéficos ou menos bons, quanto mais em esferas superiores em termos de manifestação tamanha! A nossa vida, toda a vida, é um radar, disponibilizamos energia telepática para coordenarmos movimentos e sabemos de modo instintivo dimensionar a textura das coisas sem aludir a grandes factos, que também não saberei dizer onde caiu fonte de energia tal, crendo mesmo que não caiu em lado nenhum. A energia arrefece, quem cai são os corpos.

Acredito que o que se passou foi sem sombra de dúvida uma obra-prima «Opus Magnum» estamos abeirando-nos de uma Guerra que não somos capazes de interpretar, e tudo aquilo que nos acontece nem sabemos já descodificar – dizem uns; sempre caíram meteoros, mas este foi bastante diferente, e se dúvidas houver, delas não me apartarei, somente acrescento grande esplendor de instante feito.

Este nosso refrão está assente em tangíveis etapas que cientificamente corretas acusam falhas, só que a ciência prossegue, é futuro, transformação, e aos poetas a noção de transcendência dos efeitos manifestos. Buscamos nuns e noutros, certitude, esse amplo domínio de precisão, mas quando o inqualificável transborda, são os poetas que têm uma palavra a dizer: não acredito que tenha sido um meteoro, por outro lado, nem sequer deixo de acreditar, que: «o olho no qual vejo Deus é o mesmo olho no qual Deus me vê; o meu olho e o olho de Deus, são um único olho, uma única visão, um único reconhecimento e um único amor» que nesta alquimia os invisuais transbordam de ternura por tudo aquilo que a visão alcança.

Que o azul não nos falte nem a verde composição se deixe de manifestar. Maio pode ser verdejante, mas ondas tão fortes de azul esquecido, nos deu qualquer coisa capaz de achar o mar uma sombra, uma pradaria, um aterro, e os néons artificiais, grosseiras formas de luz. Estivemos assim diante de uma obra-prima, de algo melhorado que parece acontecer só uma vez no espaço de uma época, o factor surpresa não foi visto como grande sinal, mas sentido por muitos apenas como temor. Dito isto, e aqui nas funduras da Terra, o que importa afinal são outras coisas, todas as coisas, tangíveis, risíveis, modelarmente humanas, que ninguém parece receptivo ao acaso, nem ao seu teor vibrante que talvez pareça querer despertar-nos. As evanescentes vozes foram então de jovens para quem os fenómenos são expressos com um misto de sagrado e de deleite, e nas suas vozes entrecruzadas captámos aquilo que falta em grande escala, ser maravilhado, deixar-se maravilhar. Escutando-os: não era parecido com nada que até agora conhecêramos!

« Chef- d´oeuvre» ou a beleza do céu vindo a nós como sinal de coisas melhoradas. Que obra de arte é clarão tamanho em diferentes áreas, que muitos de seus obreiros até se esquecem de assiná-las.

28 Mai 2024

Prémios Sophia premeiam João Canijo e Marco Martins

Os filmes “Mal Viver”, de João Canijo, e “Great Yarmouth – Provisional Figures”, de Marco Martins, foram os mais premiados na cerimónia dos prémios Sophia, da Academia Portuguesa de Cinema, que decorreu no domingo no Casino Estoril, Cascais.

Na 13.ª edição dos Sophia, João Canijo recebeu o prémio de Melhor Realização e conquistou ainda o de Melhor Filme por “Mal Viver”. Este é um drama de uma família, de várias gerações de mulheres, que gere um hotel; uma obra que se conjuga num díptico com a longa-metragem “Viver Mal”, ambas produzidas por Pedro Borges, da Midas Filmes. Por conta ainda de “Mal Viver”, a Academia Portuguesa de Cinema atribuiu ainda o Sophia de Melhor Actriz Secundária a Madalena Almeida e o de Melhor Montagem a João Braz.

“Great Yarmouth – Provisional Figures”, de Marco Martins, retrato da emigração portuguesa no Reino Unido, somou também quatro prémios para Beatriz Batarda (Melhor Actriz Principal), Romeu Runa (Melhor Actor Secundário), João Ribeiro (Melhor Direcção de Fotografia) e Miguel Martins e Rafael Cardoso (Melhor Som).

“Viva a liberdade, mas sejamos estoicos e façamos da casa da nossa democracia um exemplo para todas as casas do nosso país. Xenofobia, misoginia, transfobia, discurso do ódio, não, não pode, seu ignorante”, disse o ator Romeu Runa no discurso de agradecimento.

“Amadeo”, de Vicente Alves do Ó, venceu três Sophia nas categorias de Guarda-Roupa, Direcção de Arte e Maquilhagem e Cabelos. O filme “Não Sou Nada – The Nothingness Club”, de Edgar Pêra, que era o mais nomeado desta edição, recolheu duas estatuetas, de Melhor Caracterização e Efeitos Especiais e para Melhor Actor Principal, para Miguel Borges.

Carlos Conceição conquistou o prémio de Melhor Argumento Original para o filme “Nação Valente”. Destaque ainda para prémios atribuídos no cinema de animação.

A longa-metragem “Nayola”, de José Miguel Ribeiro, venceu o Sophia de Melhor Argumento Adaptado, para Virgílio Almeida, “Sopa Fria”, de Marta Monteiro, venceu o de Melhor Curta-Metragem de Animação, e a longa-metragem “Os Demónios do Meu Avô”, de Nuno Beato, recebeu dois prémios, nas categorias de Melhor Canção e Melhor Banda Sonora.

“Rabo de Peixe” vencedor

O Sophia de Melhor Série ou Telefilme foi para a “Rabo de Peixe”, realizada por Augusto Fraga e Patrícia Sequeira, e produzida para a plataforma de ‘streaming’ Netflix. Joana Botelho venceu o Sophia de Melhor Curta-Metragem Documental com “Coney Island – As Primeiras Vezes”, Basil da Cunha venceu na categoria de curta-metragem de ficção, com “2720”, e “Viagem ao Sol”, de Ansgar Schaefer e Susana de Sousa Dias, obteve o Sophia de Melhor Documentário.

Durante a cerimónia, a Academia Portuguesa de Cinema atribuiu ainda os Sophia de Carreira ao músico e compositor Luís Cília e ao realizador Rui Simões.

28 Mai 2024

Livro | Filipa Simões lança guia que faz levantamento de arte urbana em Macau

É hoje lançado no CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo o livro “Guide to Street Art in Macau”, da autoria da designer Filipa Simões. A obra faz um mapeamento dos seis pontos do território onde existe arte urbana, como o graffiti, mas não só. A autora fala de um “crescente interesse” do Governo sobre esta área nos últimos anos

 

“Guide to Street Art in Macau” [Guia para a Arte de Rua em Macau] é o nome do livro da autoria de Filipa Simões, designer e docente, lançado hoje, a partir das 18h, no CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo, na Ponte 9. Trata-se da primeira obra que apresenta um mapeamento exaustivo, com curadoria, em seis zonas do território onde existe arte de rua, nomeadamente o graffiti. Trata-se de quatro zonas na península, uma na Taipa e outra em Coloane.

A arte de rua não é ainda algo banal em Macau, mas tem vindo a fazer-se notar nos últimos anos. Filipa Simões descreve ao HM que “o cluster mais prolífico e diverso centra-se à volta da Praça de Ponte e Horta, no Porto Interior, onde está sediado o ‘Outloud!’, o festival de graffiti de Macau”, cuja influência “se estende até à zona de A-Ma, que se divide entre becos na zona do Manduco e zona industrial do porto”.

Por sua vez, na zona central da península, “as obras encontram-se dispersas em pequenos grupos, com maior frequência nas zonas históricas”. Já na zona norte, em locais como o Fai Chi Kei ou Iao Hon, “as obras reflectem o carácter mais denso e opressivo da paisagem urbana”, enquanto nas ilhas são “mais bucólicas e pitorescas”.

Filipa Simões frisa que a publicação desta obra “é um convite para descobrir Macau através da ‘street art’, de forma mais atractiva e acessível para uma audiência abrangente”, além de ser “uma celebração do entusiasmo e interesse em Macau da parte dos artistas e promotores que estão por trás destas obras”. O livro não pretende ser “uma obra final, até pelo carácter transitório desta forma de arte, que está sempre em mutação”.

A ajuda do “Outloud!”

A autora dá conta de que este livro não apresenta “um levantamento exaustivo de toda a arte de rua de Macau, mas sim uma selecção curada”. “Começámos por fazer um levantamento abrangente das obras por todo o território. Estivemos também em contacto com artistas locais e organizadores do festival ‘Outloud!’, que nos ajudaram a descodificar o universo da ‘street art’ em Macau. Seguiu-se um trabalho de selecção, onde procurámos criar uma narrativa com as obras escolhidas, agrupando-as depois em percursos que fossem mais interessantes de descobrir”, acrescentou.

Filipa Simões destaca que a intenção foi “evidenciar cada obra, mas também mostrar o diálogo com a vida quotidiana da cidade”. As imagens são da autoria de David Lopo.

Se noutras cidades do mundo a arte de rua assume, muitas vezes, um carácter marginal, por ser realizada em locais proibidos, em Macau o posicionamento da “street art” é bem mais equilibrado, existindo “um diálogo forte com o mundo do graffiti na China Continental, mesmo pelas limitações de espaço no território”.

Assim, destaca Filipa Simões, “o modelo da obra encomendada é visto de uma forma mais positiva do que no panorama de ‘street art’ ocidental. Mesmo que na sua génese seja uma arte ‘marginal’, em Macau este equilíbrio entre a mensagem do artista e o interesse do Governo tem sido profícuo. No entanto, não é algo definidor do panorama de ‘street art’ local.”

A designer refere, neste ponto, o facto de já se encontrarem diversos exemplos de obras encomendadas por privados, além das iniciativas de grupos de artistas locais que têm fomentado esta área, nomeadamente a organização do festival “Outloud!”.

Potencial turístico

Filipa Simões entende que, nos últimos anos, se tem notado “maior abertura e interesse do Governo” em relação à arte de rua, pelo “potencial” que tem “na promoção cultural e do turismo”. “Vários sectores do Governo têm tirado vantagens disso, apropriando-se da narrativa de forma positiva. As iniciativas do Governo na qualidade de promotor ou financiador têm contribuído muito para a expansão da ‘street art’ em Macau”, disse ainda.

A designer não tem dúvidas de que a arte de rua “é uma ferramenta poderosa para promover a identidade cultural das cidades e activar zonas urbanas mais delapidadas e esquecidas”.

Neste sentido, nota-se que já existe “um interesse natural por parte dos turistas em fotografar as obras icónicas de graffiti”, o que demonstra que a arte de rua “adiciona mais uma ‘layer’ [camada] a Macau, que já de si é culturalmente muito densa e fascinante”.

Olhando para a história da arte de rua no território, a autora do livro refere que esta tem vindo a ser feita nos últimos 25 anos, apesar de estar ainda “numa fase inicial quando comparada com outras cidades da região ou mesmo internacionais”.

O facto de, no período da covid-19, Macau ter estado praticamente fechada ao mundo, com poucas saídas e entradas, espoletou a veia artística de muitos.

“A evolução nos últimos anos, mesmo em contexto condicionado pela covid-19, tem dado sinais de uma evolução muito rápida e positiva. O impacto é notório no ‘feedback’ que se obtém nas redes sociais, tanto da população local como de visitantes.”

28 Mai 2024

Israel | China mostra “profunda preocupação” com operação militar em Rafah

O Governo chinês expressou hoje a sua “profunda preocupação” com os ataques israelitas em Rafah, na Faixa de Gaza, depois de o exército de Israel ter bombardeado um campo para pessoas deslocadas, que fez um elevado número de mortos.

“A China manifesta a sua profunda preocupação com as operações militares israelitas em curso contra Rafah”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa regular.

“Exigimos que todas as partes protejam os civis e as instalações civis e instamos Israel a dar ouvidos ao apelo da comunidade internacional e a cessar os seus ataques a Rafah”, afirmou Mao Ning.

Israel intensificou ontem os seus ataques à cidade. O Conselho de Segurança da ONU convocou já uma reunião de emergência. Estes novos bombardeamentos surgem na sequência de uma onda de condenação internacional a um ataque na zona, que fez 45 mortos e 249 feridos, no domingo à noite, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lamentou “o acidente trágico”. O exército israelita afirmou que está a investigar a morte das vítimas civis, depois de ter dito inicialmente que tinha visado dois altos funcionários do Hamas com “munições precisas”.

“A posição da China sobre o conflito israelo-palestiniano é constante e clara. Opomo-nos a qualquer violação do direito internacional, incluindo o direito humanitário internacional”, sublinhou Mao Ning. “A comunidade internacional deve trabalhar em conjunto para aliviar e pôr fim ao desastre humanitário em Gaza”, vincou.

A China tem boas relações com Israel, mas apoia a causa palestiniana há décadas. Pequim tem tradicionalmente feito campanha por uma solução de dois Estados, enquanto o processo de paz israelo-palestiniano está num impasse desde 2014.

28 Mai 2024

PCC | Quadros vão ser responsabilizados por falta de saúde financeira

A cúpula do Partido Comunista Chinês (PCC) defendeu ontem que os “riscos financeiros” são “uma questão de segurança nacional” e advertiu que os seus quadros “serão responsabilizados” se não “assumirem a responsabilidade” de “assegurar a saúde financeira do país”.

O Presidente chinês, Xi Jinping, presidiu à reunião do Politburo, o mais alto órgão de decisão do PCC, informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua.

Um despacho difundido pela agência indica que os líderes do partido salientaram que “prevenir e neutralizar os riscos financeiros influencia grandemente a segurança nacional”, e “é um trabalho importante para alcançar um desenvolvimento de alta qualidade”.

“Vão ser formuladas normas judiciais para responsabilizar aqueles que não conseguem prevenir os riscos financeiros”, advertiram.

“O objectivo é que o partido continue a exercer uma autogovernação plena e rigorosa e a reforçar também a liderança centralizada do PCC sobre o sector financeiro, para que os departamentos administrativos e as instituições financeiras assumam as suas responsabilidades”, frisou a cúpula do poder chinês.

Funcionários “a todos os níveis” vão ser instados a “assegurar que as várias tarefas destinadas a reforçar a regulação financeira em todos os domínios são correctamente executadas”.

“Os regulamentos devem ser aplicados à letra e os infractores devem ser responsabilizados. Aqueles que não cumprirem os seus deveres devem ser responsabilizados e serão punidos”, advertiu o PCC, numa altura em que vários antigos funcionários foram punidos por corrupção e em que algumas agências de notação da dívida baixaram para “negativa” a perspectiva do ‘rating’ do país, face aos “riscos crescentes” para as finanças públicas.

Compromissos

No final do ano passado, as autoridades chinesas comprometeram-se a “reforçar a supervisão financeira” para “prevenir e neutralizar eficazmente os riscos”, numa altura em que várias administrações locais e regionais do país enfrentam problemas de endividamento e a crise imobiliária está a arrastar a recuperação económica.

Os dirigentes do PCC reconheceram então que “continuam a surgir problemas de corrupção e de caos financeiro” e apontaram a necessidade de “reforçar” as “fracas” capacidades de supervisão do sector.

Uma das questões abordadas nessa reunião foi o já referido problema da dívida dos governos locais, que, segundo o Fundo Monetário Internacional, acumulavam cerca de 9 biliões de dólares de “dívida oculta”, mais do dobro do valor em 2017.

A falta de liquidez foi agudizada por uma crise no sector imobiliário, já que a venda de terrenos pelos governos locais constituía uma importante fonte de receitas para as construtoras.

28 Mai 2024

A cadeira longa de Feng Xioaoqing

Su Xiaoxiao (c.479- c.501), a poeta, cantora e bailarina nascida em Qiantang (actual Hangzhou, Zhejiang) junto do rio com o mesmo nome que daria origem, no século oitavo, ao Lago do Oeste, sentia-se acolhida por um lugar único, que a recebia como se fora feito para ela viver nele.

Aqueles que guardaram a sua história para a posteridade concordaram que não podia existir melhor cenário para espelhar a sua inteligência, a sua inspiradora vitalidade poética e a sua beleza.

Os seus últimos desejos evocados numa cadenciada sequência de palavras: «Nascida em Xiling, morro em Xiling, serei sepultada em Xiling, merecedora desta paisagem.»

O imperador Qianlong, nas suas Viagens ao Sul em 1780 e 1784, faria das visitas ao túmulo de Su Xiaoxiao, um ritual imprescindível de respeito pela tradição cultural do império. Era, no entanto, apenas um dos muitos factos e lendas que até hoje servem para contar o inexplicável encanto do Lago do Oeste.

O poeta Su Shi (1037-1101), que tal como o poeta Bai Juyi, na sua qualidade de funcionários imperiais lá tiveram responsabilidades administrativas e criaram baías com os seus nomes, comparou-o à beleza fatal da cortesã Xishi, a «Senhora do Oeste», por quem «os peixes se afundaram, os cisnes tombaram, a lua se escondeu e as flores se envergonhavam», e cuja beleza fatal, distraindo o senhor da guerra, causou a derrota do Estado de Wu em 473 a. C..

Uma outra jovem e inspiradora poeta, Feng Xiaoqing (1595-1612), cuja vida breve dir-se-ia envolta nas brumas que recebem o Lago nas manhãs de Primavera, lá viveu e morreu exilada.

Da sua biografia consta um funesto presságio feito por uma freira a sua mãe para que conservasse a criança iletrada; o casamento precoce como concubina de um homem rico de nome Feng cuja primeira mulher, por ciúmes, sempre se esforçou por prejudicá-la. Estando o marido ausente, obrigou-a a viver isolada numa ilhota do Lago do Oeste, em cujas águas ela mergulharia para sempre. Procurou até destruir a sua obra literária, queimando-a. Alguns, intrigantes poemas, porém sobreviveriam.

Cui Hui, pintor activo em Pequim cerca de 1680-1720, retratou Feng Xiaoqing deitada, macilenta, com largas vestes brancas acentuando a sua magreza derramando-se sobre uma cadeira longa, por vezes chamada chundeng, «cadeira de Primavera» por ser adequada a afectuosas conversações. Que lhe seriam negadas.

Está diante de um painel com uma paisagem numa varanda onde atrás se notam folhas de bananeira que abanando tornam sensível o som do vento. Que também nada lhe diria. Num poema, ela cisma numa possibilidade:

Se, acabada de maquilhar,

fosse comparada a uma figura pintada,

quem sabe o grau que alcançaria

no Palácio Zhaoyang.

Admiro o meu reflexo pálido

nas águas do rio de Primavera.

Oh… mas ele terá de se compadecer de mim,

como eu dele me compadeço.

28 Mai 2024

Excursões | Aumento anual superior a 100% em Abril

O mês de Abril registou um aumento significativo, de 142,3 por cento, no número de excursões realizadas no território. O aumento é em termos anuais, sendo que, no total, Macau recebeu 216.000 excursionistas, dos quais 194.000 foram visitantes oriundos do interior da China, um aumento de 123,3 por cento. Deste grupo, 20.000 excursionistas vieram de outros países, tratando-se aqui de um aumento mais significativo, de 979,8 por cento em relação a Abril de 2023.

Os dados, da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, indicam também as principais nacionalidades de turistas estrangeiros que visitam o território: os coreanos foram oito mil, uma grande subida de 2.382,3 por cento, seguindo-se os malaios, 2.000, mais 1.402,2 por cento.

A DSEC mostra ainda os números das excursões relativos aos primeiros quatro meses deste ano, que também são animadores: o território recebeu 720.000 turistas em excursões, mais 257,9 por cento em relação aos primeiros quatro meses do ano passado. Deste grupo, 643.000 eram visitantes do Interior da China e 70.000 visitantes internacionais, tendo subido 226,3 e 2.292,5 por cento, respectivamente. Destaca-se que o número de entradas de visitantes em excursões da Coreia do Sul.

Nos primeiros quatro meses do ano os coreanos em excursões representaram 31.000 pessoas, um notório crescimento de 7.896,4 por cento, enquanto os turistas da Tailândia foram 7.000, mais 449,2 por cento.

No que diz respeito aos residentes, 47 mil recorreram a agências de viagens para se deslocar ao exterior em Abril, mais 38,9 por cento em termos anuais. Já nos primeiros quatro meses do ano, 162 mil residentes viajaram desta forma, um aumento de 61,9 por cento em relação a 2023.

28 Mai 2024

Hotelaria | Crescimento significativo de trabalhadores face a 2023

O número de trabalhadores no ramo da hotelaria era, no final do primeiro trimestre deste ano, 56.414, o que constitui um “aumento significativo” de 23,2 por cento em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que “as necessidades de mão-de-obra cresceram, impulsionadas pelo acréscimo substancial do número de entradas de visitantes no ano passado e pela recuperação estável dos ramos de actividade económica relacionados com o turismo”. Por sua vez, o número de trabalhadores a tempo inteiro no sector da restauração era, no mesmo trimestre, de 24.005, mais 6,2 por cento também em relação ao período homólogo de 2023.

Relativamente aos salários, a remuneração média dos trabalhadores da hotelaria e restauração também cresceu. A remuneração média nos hotéis foi de 20.470 patacas, mais 2,6 por cento, enquanto dos restaurantes, bares e cafés foi de 10.610 patacas, mais 3,5 por cento.

Quanto ao número de vagas nos dois sectores de actividade, registou-se uma diminuição. No primeiro trimestre deste ano havia nos hotéis 1.455 vagas, menos 1.156, enquanto nos restaurantes as vagas eram 1.525, menos 574, “devido ao facto de as vagas destes ramos terem sido preenchidas gradualmente”, explica a DSEC. Neste contexto, a procura por mão-de-obra nestas áreas abrandou, diz o mesmo organismo.

28 Mai 2024

World Poker Tour | Cancelado Campeonato em Macau

O World Poker Tour, um dos maiores eventos internacionais de póquer mundiais, cancelou o evento marcado para o próximo mês em Macau. O campeonato, que teria lugar no Wynn Palace, foi cancelado sem justificações da empresa organizadora

 

“O World Poker Tour Macau, que estava agendado para o mês de Junho, não irá para a frente. A World Poker Tour (WPT), a Wynn Macau e a Allied and Gaming Entertainment (AGAE) lamentam a inconveniência e desilusão provocadas a jogadores de todo o mundo que planeavam ir a Macau e jogar no evento.” Foi desta forma que a WPT anunciou no X, antigo Twitter, na madrugada de ontem. “A WPT continua comprometida em trabalhar com a Wynn Macau e a AGAE para organizar no futuro torneios de póquer de classe mundial na região”, acrescentou a empresa que é uma das maiores organizadoras de torneios televisionados, e que se preparava para a estreia em Macau.

O evento estava marcado para os dias entre 18 e 24 de Junho, com o torneio principal, em que o preço de entrada (buy-in) eram 200 mil dólares de Hong Kong, agendado para os dias 20 e 21 de Junho. Dividido em 12 torneios, a competição tinha o preço de entrada mais baixo fixado em 5 mil dólares de Hong Kong.

Por várias vezes o presidente e CEO da WPT, Adam Pliska, demonstrou interesse em organizar torneios de póquer no território. “Macau é um destino que desejamos cumprir há muito tempo”, afirmou o dirigente aquando do anúncio do evento marcado para o Wynn Palace, acrescentando que a empresa queria “proporcionar a experiência da WPT à região”.

Centro mundial

O entusiasmo na altura do anúncio da organização dos torneios da WPT foi partilhado pela presidente da Wynn Macau, Linda Chen. “Estamos muitos entusiasmados com a parceria com a WPT e receber em Macau uma das mais prestigiadas competições de póquer do mundo, que fará a sua estreia nesta cidade vibrante. A WPT irá convidar jogadores de todo o mundo, que são autênticas lendas do póquer, para abrilhantar e reforçar o estatuto de Macau como Centro Mundial de Turismo e Lazer”, afirmava na altura do anúncio Linda Chen.

A WTP cancelou um torneio que estava marcado para o Vietname devido a preocupações relacionadas com a regulação. Porém, não foi dada nenhuma indicação que o cancelamento dos eventos de Macau tenha qualquer motivação semelhante.

28 Mai 2024

Saúde | Mulher em estado grave após intoxicação por sulfeto de hidrogénio

Uma residente com 24 anos está a lutar pela vida, ligada a um ventilador, depois de ter sofrido uma intoxicação por sulfeto de hidrogénio, quando tomava banho. O caso foi divulgado na segunda-feira, pelos Serviços de Saúde, num comunicado emitido apenas em chinês, mas terá acontecido no domingo.

A mulher foi encontrada desmaiada no chuveiro, numa casa-de-banho sem janelas ou qualquer outro tipo de ventilação, dado que o extractor estava avariado.

Após a família da mulher ter chamado as autoridades, que a levaram para o hospital, o Corpo de Bombeiros investigou o apartamento situado no Edifício Iau Tim, na Estrada Marginal do Hipódromo e detectou uma concentração elevada de gás sulfídrico.

De acordo com os Serviços de Saúde, o sulfureto de hidrogénio é uma substância que se encontra no petróleo bruto, no gás natural, nos gases vulcânicos e nas fontes termais, mas que também pode estar presente em locais onde existem substâncias corrosivas, como pântanos, esgotos, túneis, poços e grutas, e onde não há ventilação. As concentrações baixas de sulfureto de hidrogénio não provocam sintomas de envenenamento, mas à medida que a concentração aumenta podem ocorrer irritações oculares e respiratórias, tonturas, dores de cabeça e sonolência, e a intoxicação pode ser fatal. O sulfureto de hidrogénio tem um odor forte, pungente e característico a ovo podre.

28 Mai 2024

Savills Macau afirma que mercado imobiliário mostra sinais de recuperação

O director geral da agência imobiliária Savills Macau, Franco Liu, afirma que o mercado está em recuperação, depois do levantamento de medidas restritivas. O cenário foi traçado por Liu, em declarações ao jornal Ou Mun.

Em Abril, numa medida votada de urgência na Assembleia Legislativa, o Governo e os deputados concordaram em remover os impostos do selo especial, imposto do selo adicional e imposto do selo aplicados à aquisição de habitações, para promover a recuperação do mercado imobiliário.

Na perspectiva de Franco Liu, a medida está a atingir os objectivos traçados e o número de transacções está a aumentar face aos níveis historicamente baixos registados desde o ano passado.

No entanto, segundo o director geral da Savills Macau, apesar de se verificar um aumento do número de transacções, os preços continuam em níveis baixos face aos valores praticados nos anos mais recentes, antes da pandemia.

Todavia, o agente imobiliário mostrou-se confiante que a situação vai melhorar gradualmente e afirmou acreditar que o nível de transacções pode atingir os níveis pré-pandemia. Franco Liu justificou esta confiança com a maior probabilidade de o valor da taxa de juros nos Estados Unidos ser reduzido, o que vai tornar os créditos mais baratos na RAEM, devido à indexação indirecta da pataca ao dólar americano, e também devido à melhoria da economia de Macau.

Maiores descontos

Em relação ao crescimento das transacções, Liu indicou que um dos factores que está a contribuir para a subida é o aumento de descontos nos preços praticados pelos vendedores, principalmente nas casas novas. O agente imobiliário revelou que as empresas estão a vendê-las com descontos e a fomentar promoções, de forma a conseguirem escoar as unidades. Contudo, o director geral da Savills Macau reconheceu que este aspecto tem como efeito negativo o facto de não haver condições para que se verifiquem aumentos dos preços, pelo menos nos tempos mais próximos.

Em relação ao mercado das casas usadas, a expectativa é para que a recuperação, mesmo ao nível das transacções, demore mais tempo até ser sentida, porque face aos descontos as casas novas são vistas como mais atractivas.

Quando à entrada de investidores de fora no mercado imobiliário da RAEM, Franco Liu afirmou que o impacto é bastante reduzido. Segundo o director geral da Savills Macau, actualmente existem mercados mais competitivos como o Interior e Hong Kong, pelo que os investidores externos não olham tanto para Macau.

28 Mai 2024

Corrupção | Chef extorquiu 240 mil patacas a subordinados

Após contratar os trabalhadores do restaurante, o chef exigia o pagamento de uma taxa regular e pagamentos na altura de renovar os vínculos laborais

 

O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) anunciou um caso que envolve um chef de restaurante indiciado pelo crime de corrupção, depois de alegadamente extorquir subornos dos subalternos. A informação, divulgada ontem, indica que a queixa partiu da empresa que contratou o chef. Os subornos terão sido superiores a 240 mil patacas.

Segundo o relato do CCAC, o cozinheiro trabalhava para um restaurante de uma concessionária de jogo, que não foi identificada. No desempenho das funções, o chef terá começado a cobrar uma taxa sobre o salário dos subordinados, motivo que levou a empresa a apresentar uma queixa junto das autoridades.

Quando começou a investigar o caso, o CCAC descobriu que o chefe de cozinha, dado estar numa posição de poder, tinha competências para “contratar, despedir e promover trabalhadores do seu departamento”. Foi através desses poderes que, entre Setembro de 2020 e Fevereiro de 2023, começou a exigir aos subordinados ofertas frequentes em dinheiro, de forma a mostrarem respeito pelo superior.

Além disso, o cozinheiro exigia igualmente dos outros trabalhadores o pagamento de uma “taxa” pelo facto de terem sido contratados. Também na altura de renovar os contratos de trabalho, o chef exigia mais um pagamento. Através deste esquema, indica o resultado da investigação do CCAC, o cozinheiro conseguiu obter pagamentos superiores a 240 mil patacas.

Crime de corrupção

Como consequência, o cozinheiro foi despedido, e os factos foram remetidos para o Ministério Público. De acordo com o comunicado do CCAC, “o chefe de cozinha é suspeito da prática do crime de corrupção passiva no sector privado, previsto na Lei de Prevenção e Repressão da Corrupção no Sector Privado”.

De acordo com a lei citada pelo CCAC, o cozinheiro arrisca uma pena de prisão que pode ir de 1 a 3 anos.

Com a divulgação do caso, o organismo liderado por Chan Tsz King apelou à população para evitar actos de corrupção e cumprir a lei. “O CCAC apela à população em geral para a integridade e o cumprimento da lei, não desafiando a lei para obter benefícios ilícitos, bem como encoraja o pessoal das entidades privadas a apresentarem imediatamente denúncia ao CCAC assim que se deparem com actos ilícitos, nomeadamente actos de corrupção activa e passiva”, foi apelado.

28 Mai 2024

OMS | Macau presente na 77.ª Assembleia Mundial da Saúde em Genebra

Macau estará representada na 77.ª edição da Assembleia Mundial da Saúde, da Organização Mundial de Saúde, que decorre até este sábado, em Genebra.

Segundo um comunicado, a delegação da RAEM é chefiada pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura. Elsie Ao Ieong U falou dos projectos do Executivo em prol de uma sociedade e de uma população mais saudáveis, tendo destacado a abertura do novo hospital das ilhas.

Além disso, a responsável defendeu, segundo um comunicado, que “a indústria da medicina tradicional chinesa é uma das componentes mais importantes” no desenvolvimento do sector. Elsie Ao Ieong U adiantou ainda que, em conjunto com as operadoras de jogo, serão lançados “produtos de serviços orientados para a saúde, nomeadamente, serviços médicos de alta qualidade, cuidados de saúde, convenções e exposições de medicina, entre outros, esperando-se que possa promover o desenvolvimento conjunto do sector de saúde privado de Macau”.

A 77.ª Assembleia Mundial de Saúde começou na segunda-feira e termina sábado, tendo como tema “Todos pela Saúde, Saúde para Todos”. Participam ainda delegações da China e Hong Kong.

28 Mai 2024