Ponte HKZM | Lam Hin San rejeita que haja aumento de tráfego

[dropcap]O[/dropcap]director da DSAT recusou ontem a ideia de que o fluxo do trânsito tenha aumentado com a abertura da nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

“Não concordo com isso. Só no ano passado resolvemos a situação em nove pontos negros do trânsito. Pode ser que em certas situações haja acidentes e obras que afectem o trânsito. É um problema que queremos resolver, principalmente no que diz respeito a obras.”

Actualmente, existem entre 120 a 150 licenças atribuídas para que veículos privados possam circular na ponte. “Estes carros entram e saem do território, mas não vêm a Macau todos os dias. Não representa uma grande influência para nós.”

30 Jan 2019

Autocarros | Estimada reforma de 20 por cento de motoristas

[dropcap]L[/dropcap]am Hin San, director da DSAT, adiantou ontem que cerca de 20 por cento dos motoristas dos autocarros públicos deverão reformar-se nos próximos cinco anos. Ainda assim, mostrou-se optimista quanto à possibilidade de o sector vir a sofrer com o problema da falta de recursos humanos.

“As empresas já estão a tentar contratar mais motoristas e esperamos que haja melhores regalias. Actualmente, contando com todos os bónus ao longo do ano, os motoristas ganham cerca de 29 mil patacas por ano”, explicou.

“Os exames de condução são exigentes e entre os candidatos que vão às provas, a taxa de aprovação é de 50 por cento. Estou confiante que, pouco a pouco, vamos resolver o problema dos motoristas que se vão aposentar. Actualmente, a mediana da idade dos condutores é de 52 anos”, acrescentou Lam Hin San.

O director da DSAT não deu certezas sobre a possibilidade de virem a circular nas estradas veículos de menor dimensão em relação aos autocarros. “Será que podemos adoptar carrinhas com menor capacidade do que os autocarros? Temos de equacionar.”

30 Jan 2019

Governo quer duplicar valores das multas sob efeito de álcool e excesso de velocidade

A lei do trânsito rodoviário está novamente em consulta pública, mas desta vez o Governo decidiu incrementar o valor das multas, para cerca do dobro, em casos de condução sob efeitos de álcool e drogas, ou por excesso de velocidade. Outra das propostas em consideração pelo Executivo é o aumento das multas por estacionamento ilegal

 

[dropcap]O[/dropcap]s condutores de veículos e motociclos poderão vir a ser alvo de um aumento das multas de trânsito para quase o dobro. Esta é a vontade da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), que iniciou ontem a segunda fase de consulta pública sobre a revisão da lei do trânsito rodoviário.

A actual legislação, em vigor desde 2007, prevê que a condução em estado de embriaguez ou sob influência de drogas possa levar à aplicação de uma pena de prisão no máximo de um ano, ou à proibição de condução por um período de três anos. A DSAT vem agora propor que a moldura penal passe a ser de dois anos de prisão, ou pagamento de multa até 90 mil patacas, ou ainda inibição de condução até quatro anos.

Caso o condutor seja reincidente, a pena de prisão pode ir até três anos e a multa até às 150 mil patacas. Quanto à proibição de condução, está a ser equacionada a possibilidade de ir até aos cinco anos.

Se o condutor apresentar níveis elevados de álcool no sangue arrisca-se a ter de desembolsar, no máximo, de 60 mil patacas de multa, ao invés das actuais 30 mil. Quanto aos períodos de inibição da condução, aumentam de seis meses para dois anos. Em casos reincidentes, o condutor pode ficar sem conduzir durante quatro anos, ao invés dos actuais três.

Em situações de excesso de velocidade o Governo também promete não dar tréguas. Caso as autoridades registem situações de excesso de velocidade nas vias públicas, as multas podem crescer das actuais 10 mil para 30 mil patacas. Já o período de inibição de condução pode subir de um para dois anos. Nos casos condutores reincidentes, as multas podem passar das 20 mil para 60 mil patacas, além disso a proibição de conduzir pode passar dos três aos quatro anos.

Nas pontes com “regime especial ou nos viadutos com acesso a estas” são propostas as mesmas sanções.

Lam Hin San, director da DSAT, explicou as razões que estão por detrás das intenções punitivas. “Queremos um ambiente rodoviário mais seguro e saudável. Em 2018, houve 10 mortos, mas quero chamar a atenção da sociedade para o facto de que, em 2018, o número de condutores que morreram ao volante foram seis. Queremos zero casos de acidentes de viação e queremos agravar as sanções para quem não cumpre.”

Dúvidas e incertezas

O Governo mantém-se hesitante face à proposta que prevê que a recusa da realização do exame ao álcool possa dar origem a pena de prisão. “A punição para a recusa dos exames sobre álcool e consumo de estupefacientes ainda não é uma decisão final. Queremos ouvir as pessoas”, revelou Lam Hin San.

Em cima da mesa está a possibilidade do actual crime de desobediência e inibição de condução por seis meses passar a ter uma moldura penal de dois anos ou levar ao pagamento de uma multa de 90 mil patacas, no máximo.

Outras contravenções que também duplicam de valor são as aplicadas a condutores que não param no vermelho do semáforo ou no sinal stop. O montante actual é de cinco mil patacas, mas pode passar para dez mil patacas. Caso o condutor seja reincidente, o valor passa das dez mil para 30 mil patacas, além de que a proibição de condução passa dos actuais seis meses para um ano.

Se o condutor não der passagem aos peões nas passadeiras, a multa passa das 2500 para 5000 patacas. O período temporal de proibição de condução também passa dos seis meses para um ano.

Ilegalidades mais caras

Na visão do Governo, é também necessário aumentar as multas por estacionamento ilegal, mas, para já, não é proposto qualquer valor. “Há muitos casos de condutores que estacionam ilegalmente nas paragens de autocarros impedindo a sua circulação. Muitas pessoas acabam por sair dos autocarros nas estradas porque as paragens estão ocupadas com carros estacionados”, disse Lam Hin San.

A multa actual é de 300 patacas para veículos pesados, 150 patacas para veículos ligeiros e 100 para motociclos e ciclomotores. Contudo, na visão do Executivo, o valor serve para que os condutores ignorem a infracção e mantenham o seu carro estacionado.

“O valor da multa aplicada ao estacionamento ilegal no lugar tarifado da via pública é relativamente baixo, razão porque os condutores ocupam por longo tempo os lugares de estacionamento”, lê-se no documento de proposta.

Na proposta de revisão ontem apresentada, e que se mantém em consulta pública até ao dia 29 de Março, o Governo mostra vontade de tornar o uso do cinto de segurança obrigatório, incluindo nos carros onde se transportem crianças no banco de trás. Além disso, está a ser equacionada a proibição da captação de imagens na parte da frente do veículo.

“Queremos assumir a proibição, e temos como referência o que está em vigor nos territórios vizinhos. Há uma influência negativa destes mecanismos na capacidade de condução. Mas é uma ideia sobre a qual queremos ouvir a população”, frisou.

Cartas por pontos

Tal como tinha sido anunciado em Junho, a DSAT deseja também estabelecer o sistema de cartas por pontos, que existe muitos países, tal como Portugal. Esta é ainda uma “hipótese em aberto”, sendo que nem todas as infracções irão dar direito à redução de pontos.

“Ainda é uma hipótese em aberto, mas queremos ouvir a população. Acreditamos que há infracções que não deverão contar para a perda de pontos, como o estacionamento ilegal, o não pagamento os parquímetros, entre outras.”

A proposta prevê ainda que algumas contra-ordenações sejam transformadas em infracções administrativas, para que não seja necessário recorrer sempre aos tribunais. “Vamos ser mais céleres, uma vez que sem natureza penal não é preciso ir aos tribunais. Mas queremos ouvir a população”, concluiu Lam Hin San.

30 Jan 2019

Xi Jinping vem a Macau nos 20 anos da transferência de soberania

O Presidente da China, Xi Jinping, vai visitar Macau em Dezembro, por ocasião dos 20 anos da transferência do exercício de soberania, altura em que deverá dar posse ao próximo Governo

 

[dropcap]C[/dropcap]inco ano depois, o Presidente da China, Xi Jinping, regressa a Macau no próximo mês de Dezembro. A informação foi revelada pelo chefe do Departamento de Segurança Pública da província de Guangdong, Li Chunsheng, noticiou o jornal South China Morning Post (SCMP).

Xi Jinping vem a Macau para celebrar os 20 anos da transferência do exercício de soberania de Macau, evento durante o qual vai proferir “um importante discurso”, indicou o responsável que falava num encontro em Guangzhou, onde dezenas de funcionários da cidade de Maoming se reuniram para discutir o relatório anual entregue pelo governador da província, Ma Xingrui.

À semelhança de 2014, além de assinalar a efeméride, Xi Jinping deverá presidir à cerimónia de tomada de posse do V Governo da RAEM, que será liderado por um novo Chefe do Executivo, dado que Fernando Chui Sai On termina o segundo e último mandato a 20 de Dezembro.

Nova unidade

Segundo o SCMP, Li Chunsheng revelou ainda que vai ser instalado, em Zhuhai, “um centro de comunicação para as forças policiais” da área da Grande Baía. A unidade, que deve entrar em funcionamento em Outubro, será responsável por tratar dos detalhes de segurança e do comando operacional da viagem de Xi Jinping.

Durante o encontro, o chefe do Departamento de Segurança Pública da província de Guangdong deixou um alerta relativamente a ameaças à segurança da China em 2019, ano que descreveu como “politicamente importante”.

“É o 70.º aniversário da implantação da República Popular da China, o 20.º aniversário da transferência de Macau e, claro, o aniversário de uma série de incidentes, que tiveram lugar há 10, 20 ou 30 anos”, afirmou Li, sem citar os eventos em causa.

Das palavras de Li Chunsheng retira-se uma referência indirecta ao massacre de Tiananmen, dado que no próximo dia 4 de Junho celebram-se os 30 anos da sangrenta repressão do movimento estudantil pró-democracia. Já em Abril, como recorda o SCMP, assinalam-se os 20 anos do protesto contra a violência policial levado a cabo pela Falun Gong no exterior da sede do Partido Comunista em Pequim que levou o então Presidente da China, Jiang Zemin, a banir o grupo e perseguir e punir os seus seguidores.

29 Jan 2019

Comissário do CCAC defende revisão do sistema de gestão de terrenos

[dropcap]O[/dropcap] comissário do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), André Cheong, defende que é necessário melhorar a forma como o Governo lida internamente com as concessões dos terrenos. O responsável espera também que a análise por parte do CCAC dos processos que foram considerados caducados permita uma revisão profunda do sistema.

André Cheong recordou igualmente as investigações elaborados pelo CCAC sobre a Fábrica de Panchões Iec Long e o Alto de Coloane com os resultados a mostrar que é necessário melhorar os procedimentos administrativos: “Se houver condições devemos fazer esse trabalho (de revisão do sistema da gestão de terrenos)”, disse André Cheong. O líder do CCAC enfatizou ainda que a nova lei de terras tem melhorias face à versão anterior e que deve servir para o Governo gerir estes assuntos.

Quanto ao caso da Fábrica de Panchões Iec Long, o comissário explicou que vai acompanhar eventuais ilegalidades por parte de funcionários públicos e que estas vão ser lidadas com base na lei. No entanto, André Cheong deixou uma certeza: se houver indícios e de crimes, haverá uma investigação profunda.

Palavra de secretário

Ainda em relação ao caso da permuta do terreno da Fábrica de Panchões Iec Long, em que o Governo recebeu de privados terrenos que já lhe pertenciam legalmente, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário explicou que neste momento não há nenhuma investigação em curso. Contudo, segundo o portal o All About Macau, o governante deixou a garantia de que se receber um despacho do Chefe do Executivo com este objectivo, que iniciará os procedimentos.

À margem da recepção de Primavera, do Gabinete de Ligação, o secretário adiantou que a prioridade da sua tutela passa pela recuperação do terreno da Fábrica, que ainda está em processo judicial. Por este motivo, Raimundo do Rosário disser ser cedo para sequer equacionar o destino para aquelas terras. Apesar de estar dependente do andamento dos tribunais, o secretário para os Transportes e Obras Públicas diz que o trabalho não vai sobrar para o próximo Executivo. O mandato do actual termina em Dezembro.

29 Jan 2019

Senhorio, mas pouco… e outras estórias

[dropcap]R[/dropcap]ecentemente um jornal de Macau divulgou a história de um “negócio de imobiliário” menos transparente, feito por um estudante universitário. O jovem, que está a fazer uma pós-graduação, recebeu alojamento dos Serviços Sociais da Universidade, pelo qual lhe foi cobrada, por um período de seis meses, a quantia de 8.700 patacas. Pois o nosso jovem resolveu fazer negócio e alugar o quarto a 350 patacas por dia. Para o efeito colocou um anúncio no site “Airbnb”. O negócio floresceu entre o passado mês de Outubro e Janeiro deste ano. Claro que ao fim de um mês, o “senhorio” já estava a embolsar uma bela quantia. Como a história foi divulgada na imprensa, a Universidade procedeu a uma investigação detalhada e deu ordem de despejo ao desonesto “senhorio”. O estudante deverá vir a enfrentar um processo disciplinar.

Mas já existiram outros problemas relacionados com estudantes alojados na Universidade. No entanto, as histórias vão variando sempre. Em Novembro último, durante uma festa na Baptist University de Hong Kong, alguns estudantes resolveram atirar farinha uns aos outros que, em contacto com as chamas de velas, provocou uma explosão. Do incidente resultaram 12 feridos. A seguir o porta-voz da Universidade prestou declarações, tendo afirmado que os estudantes são sempre alertados para os comportamentos que devem evitar; mas é natural que ninguém se tivesse lembrado de escrever “não atirem farinha uns aos outros.”

Em Setembro, foi a vez de um estudante de Engenharia Mecânica da Universidade Politécnica, irromper pelo dormitório das raparigas, onde a sua namorada pernoitava três dias por semana. O rapaz violou a namorada e as suas duas companheiras de quarto. O homem admitiu ser culpado e foi condenado a 28 meses de prisão. Depois de apelar ao Tribunal de Recurso, a sentença foi reduzida para 18 meses. Veio a apurar-se que é costume nesta Universidade os estudantes deixarem as portas dos quartos abertas, para facilitar a entrada dos amigos.

De todos estes casos o primeiro é o mais grave porque implica abuso de confiança e uso, em proveito próprio, de bens que pertecem à Universidade. Além disso, acabou por introduzir no campus pessoas estranhas, aumentando assim a possibilidade da existência de roubos e de violações. Pôs em risco a segurança dos estudantes, que vivem no campus, e afectou a reputação da Universidade.

Consideremos ainda o hábito de os estudantes não trancarem as portas dos quartos, circunstância que aumenta os perigos a que ficam sujeitos. Os pais que ficavam mais descansados quando os filhos se alojam no recinto da Universidade, percebem agora que estavam equivocados. É obviamente uma ideia ultrapassada nos tempos que correm.

Hoje em dia é inquestionável que os estudantes alojados nos campus universitários se comportam das formas mais extravagantes. Antigamente, a farinha era, só e apenas, um ingrediente culinário. Ninguém se lembrava de a usar como brinquedo. Mas, os tempos mudaram, e esta brincadeira teve consequências desastrosas. Por aqui se vê que os tempos estão a mudar e as mentalidades também, e as mudanças sucedem-se diariamente. Será que estes factores se devem à prosperidade económica e às famílias com filhos únicos? Estes jovens mimados parecem não compreender o impacto que os seus comportamentos têm nas outras pessoas.

Actualmente os jovens universitários parecem comportar-se como crianças da escola primária. É preciso explicar-lhes tudo, mostrar-lhes, a cada passo, que os seus comportamentos podem ter consequências. É preciso explicar-lhes como funciona cada dispositivo, para que o possam usar em segurança. Se esta tendência se mantiver, como será a nossa sociedade dentro de 20 anos?

Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado do Instituto Politécnico de Macau
Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk

29 Jan 2019

Shanghai SIPG | Espanhol contrata Wu Lei, o Maradona chinês

[dropcap]O[/dropcap] futebolista Wu Lei, de 27 anos, conhecido como o Maradona chinês e melhor marcador da Superliga chinesa, assinou contrato com o Espanhol, anunciou ontem o Shanghai SIPG, clube do qual se transfere.

Wu Lei apontou 27 golos na Liga e foi peça fundamental na conquista do título pela equipa de Xangai, treinada pelo português Vítor Pereira e na qual jogam os brasileiros Óscar, Elkeson e Hulk, antigo jogador do FC Porto. Os detalhes da transferência de Wu Lei para o 15.º classificado na Liga espanhola ainda não são conhecidos, com o clube catalão a confirmar apenas que o avançado terá a camisola número 24 no plantel comandado por Rubi.

“Os responsáveis consideram que é um jogador com um enorme potencial, capaz de se tornar uma das referências no plantel”, indica o clube espanhol na sua página oficial. O avançado chinês é internacional desde 2010, tendo marcado 15 golos em 61 jogos pela China, e fez toda a sua carreira no Shanghai SIPG.

29 Jan 2019

Taça GT | BMW confirma regresso a Macau

[dropcap]A[/dropcap] BMW Motorsport é o primeiro construtor a confirmar a presença na Taça do Mundo FIA de GT – Taça GT Macau da 66ª edição do Grande Prémio de Macau. Os campeões em título vão defender a coroa, depois do ano passado terem sido os últimos confirmar a participação na prova e com uma representação limitada a um carro só.

“A Taça do Mundo FIA de GT no Circuito da Guia é sempre uma fantástica conclusão para a nossa temporada internacional de corridas de GT”, disse ao HM Jens Marquardt, o director da BMW Motorsport. “Temos muito boas memórias deste circuito citadino. Temos vindo a celebrar sucessos aqui há várias décadas. Como em 2018, quando o Augusto Farfus e a BMW Team Schnitzer obtiveram a vitória.”

Apesar de ter confirmado a participação, a BMW Motorsport ainda não decidiu quantos M6 GT3 enviará à RAEM, com que equipas e com que pilotos. A única certeza, após a dominadora exibição do ano transacto, é mesmo a vontade de triunfar.

“Este ano pretendemos regressar e assim que aí estivermos vamos ser caçados. E essa é precisamente a posição em que queres estar no automobilismo”, afirma Marquardt.

A BMW foi uma das marcas que nos últimos anos lamentou o facto do Grande Prémio de Macau coincidir com o fim-de-semana da prova do Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC) em Xangai, algo que a FIA decidiu mudar para este ano, alterando a data da prova chinesa.

Sem toque lusófono

Augusto Farfus, o único piloto lusófono a conquistar a Corrida da Guia e a Taça GT Macau, será sem dúvida uma ausência sentida no campo da marca de Munique. O piloto brasileiro, que apesar de manter ligações à BMW Motorsport, assinou um contrato para representar a Hyundai na Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) em 2019.

Nos últimos anos, o regulamento do Grande Prémio de Macau não permite que os pilotos participem em mais de uma corrida do evento e se nada de extraordinário acontecer, a presença de Farfus no Circuito da Guia em 2019 será mesmo para defender as cores do construtor sul-coreano.

A BMW Motorsport conta nos seus quadros com outro piloto lusófono com currículo entre nós. Depois de ter vencido o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, António Félix da Costa afirmou que gostaria de vencer na RAEM, mas desta vez para conduzir na corrida de GT. O piloto português tem estado ao serviço da marca no Campeonato FIA de Fórmula E, de carros eléctricos, sendo por isso pouco provável que seja chamado para conduzir um BMW M6 GT3 oficiais no mês de Novembro.

Adeus Charly

A família da BMW Motorsport sofreu na pretérita semana um rude golpe com o falecimento por doença súbita do lendário Charly Lamm, aos 63 anos. O Chefe de Equipa da Schnitzer foi o arquitecto de vários triunfos internacionais da BMW nas corridas de Turismos e GT, incluindo treze vitórias na Corrida da Guia e uma na Taça GT Macau.

Sem pretensiosismo, sempre disponível para conversar com a imprensa e abraçar o carinho dos fãs, Charly Lamm tinha-se despedido do seu cargo na BMW Team Schnitzer na pretérita edição do Grande Prémio, tendo Farfus e a marca germânica lhe dedicado o triunfo na Taça do Mundo FIA de GT.

“A minha história pessoal com o Circuito Guia começou em 1980, quando vencemos Hans-Joachim Stuck num BMW 320 Group 5. Ainda era um estudante na altura”, disse o alemão no passado mês de Novembro. “Esta vitória nos GT foi um sonho tornado realidade. Macau é um local mágico. Ganhar aqui é sempre o momento alto no ano. Experienciei muitos momentos fantásticos na minha carreira e a vitória de hoje foi definitivamente um deles.”

29 Jan 2019

A utilidade do min tói

[dropcap]“N[/dropcap]ão sei. Falta-me um sentido…”. E é com esta frase de Álvaro de Campos a martelar-me as têmporas que me afasto do tempo irreal dos cronómetros insensíveis à real passagem das horas. Tenho para mim que é inútil a reza fria e sem sabor nas papilas gastas e, por isso, pouco temerosas. A língua enrola as palavras, desdobradas em suspiros, sombras destacadas de paredes de quartos interiores.

Ajoelho-me, contudo. Não para meditar que sou ossudo e pouco afoito à concentração. Menos ainda em súplicas ou lamentos, estranha disciplina de mulheres, arrojadas nos templos mas temíveis nas brigas. Ajoelho-me enquanto me dirijo a um sítio perfeitamente conhecido, não vá o sentido esvair-se também do próprio quotidiano. Faço-o em silêncio, enquanto gracejo para o lado. E reservo para mim, só para mim, essa “oscura noche”. E com que deleite me repito: “Não sei. Falta-me um sentido…”

Pagaria caro, neste momento, a menor ousadia, o corpo calibrado de medo, ajoelhado, vergado, verdascado e — porque não? — sangrento. Rio-me, contudo, dessa minha odisseia de atravessar ruas, calcorrear passeios, olhar para dentro de lojas afáveis, servir-me dos gestos alheios para compor um mundo.

Só os outros me fazem o sentido, na certeza plena de cada gesto. Não pensam e são belos como os gatos, respiram e são pujantes ainda que a sua respiração seja roufenha, desde que não saibam que respiram e assim escapem à repugnância de duas frases articuladas e com sentido ainda que vago.

Vagueio e só assim advém o esquecimento, pelo cansaço dos músculos e a acção lenta do frio (“Não sei. Falta-me um sentido…”), até me recolher nos braços tépidos de algum min tói.

29 Jan 2019

Algodão na lua

[dropcap]A[/dropcap] China inaugura com êxito a sua era espacial. O lado oculto da Lua, esse recanto galáctico que alude à sua própria redundância, é no entanto uma expressão inglesa que remonta a 1959 nos anais da expansão espacial e quando a nave Lune 3, “darque side”, uma sonda soviética transmitiu as primeiras imagens de um ângulo lunar nunca visto na Terra. A China chegou agora a esse local ainda não transmitido e levou já peculiares visitantes como sementes de algodão. É efectivamente um momento de relevo pela audácia de pensar um solo plantável, e pela analogia do algodão, algidez, brancura, maciez… É um convite a coisas idênticas e inaugurais estes primeiros flocos de branco lunar.

Vivemos hoje um tempo com vias de transporte desconcertantes, pois que é mais barato ir de avião ao norte da Europa em duas horas do que apanhar um comboio para o Porto, ou mesmo apanhar um táxi em Lisboa, ou ir de barco até Cacilhas. Como o dinheiro, e sobretudo o dos jovens, é sempre pouco, eles preferem, e bem, ir para longe. As redes de transporte são tentáculos maciços que dão já a volta ao mundo em modo subterrâneo e aéreo e dos excessos acolchoados tão do agrado de uma inativa meia idade, parece também agora esmorecerem neste labirinto onde entre céu e subsolo nos encontramos a preços módicos e até confortáveis.

São temas que devem ser concertados com a inaugural viagem da China ao lado oculto da Lua, e o seu talento rápido de colocar em marcha uma fonte produtiva. Ela, que sempre nos pareceu um gigantesco útero sem perfil expansionista, é sem dúvida neste instante o nosso mais formidável luar de Janeiro. «Minha pequenina décima oitava irmã tu és a chuva no meio do céu», canção popular chinesa; dezoito é mesmo número de Lua e parece-nos já daqui uma vasilha de água cristalina prateada com flocos de algodão no nosso céu de antanho tão parecido com o que está para vir.

Voltaremos à parábola do semeador, um roteiro previsto pela voz de Isaías (terceiro de Isaías 10-11): «a palavra do Senhor é semente». Vejo então hoje que a semente morreu. As condições não estão ainda preparadas para a nova seiva e é preciso uma nova componente que prepare estes chãos para lançarmos os bens da Arca. A China não tardará a recuperar a marcha destas descobertas com sucessos tão garantidos como as árvores trepadeiras, e a facultar uma aceleração de acordo com a urgência humana, pois que os desígnios terrenos a prepararam para nobres missões. Juntas, vão outras, para iniciar a do algodão que não resistiu ao frio da noite lunar. A algidez das suas sombras oculta desassossegos, e os seres vivos precisam da sua fonte de calor e alguma travessia nos levará de ora em diante a outros sóis.

Da lã, nem falar por enquanto. A natureza dela exige comunidades agrárias bem mais estruturadas e modelo animal em rebanhos, mas deixemos que se instalem outros frios para que um ovular bicho da seda se misture algures nas dobras planetárias de locais remotos. E que poderemos fazer então num corpo vazio de ocultos labirintos? Ainda não se sabe bem, e o que não se sabe só a ciência dirá como contornar. A Lua, essa, terá sempre no imaginário os dons dos feiticeiros e dos xamãs do mundo que reservam as suas fases para o equilíbrio dos campos energéticos. O país do Sol Nascente estará menos preparado para esta alba onde não nasce a alvorada? Não está. Penso que estará a transformar as condições de uma possível fonte de progresso onde imóvel perante críticas saberá desenvolver os campos futuros a desocultar. Talvez campos de arroz e enxertos de cerejeiras, o que levaria em trafego, anos luz de produção em série para a outrora faminta humanidade escravizada sob o peso da necessidade. As fomes neste estado são outras, e a capacidade de as governar, um trunfo sem igual. Peregrinaremos sempre em torno de qualquer coisa, ora inspecionando, ora tirando dividendos da conquista, e se a Terra já treme é muito bom que se preparem as bases da partida e da escalada mais larga pois que giramos em torno a nós como um mecanismo cego.

Sentada numa tartaruga, a China chegou bem mais longe que a Lebre que se vê agora a braços para dar sentido ao movimento de um novíssimo propósito. Enrolada no labirinto dos dogmas e pouco audaz em escalar etapas, começa a soçobrar a um excesso de diálogo de surdos em várias línguas espalhadas, que em coro, produz o ruído que afugentará os fazedores. O futebol é uma missão remissiva nos tempos vindouros, o jogo acabará breve, e os campos vazios falarão de nós bem mais que a política, bem mais que a saturada economia que numa ânsia de fome lunar desertificou o que havia de vida e de doce algodão também aqui na camada terrestre.

Por isso a Terra se cobre da sua seiva e nos convida agora a ir deixando de mansinho os seus beirais.
Para 2020, a China preparou um satélite de iluminação oito vezes superior ao brilho da Lua e ela sempre estará nestes anos conectada com o satélite que a fará desdobrar-se à sua quimérica natureza de multiplicadora de factos e de condições. Se as alcateias correrem para lá o seu escarlate terá efeitos mais sombrios pois que duas Luas progredirão para um coro demasiado bravio num presente onde se escuta já o ribombar dos tambores.

29 Jan 2019

Filipinas | Alerta de terrorismo para todo o país após ataque em Jolo

[dropcap]A[/dropcap] Polícia Nacional das Filipinas elevou ontem o nível de alerta de terrorismo para todo o país, após o ataque de domingo em Jolo reivindicado pelo grupo Estado Islâmico e que causou 20 mortos e 100 feridos.

“A ordem garantirá que planos semelhantes de grupos terroristas não sejam realizados em outras regiões”, disse o director-geral da Polícia Nacional, Oscar Albayalde, numa conferência de imprensa em Jolo.

O novo nível de alerta significa que a polícia vai aumentar os pontos de controlo e colocará sob maior vigilância a proibição de usar armas de fogo durante o período eleitoral, que terminará com as eleições legislativas e municipais de 13 de Maio.

Albayalde informou ainda que o encerramento de Jolo e a restrição de movimentos no seu interior foram ordenados como estratégia para cercar os responsáveis pelo ataque, ao mesmo tempo que foi reforçado o destacamento de agentes da Polícia, das Forças Armadas e das Forças Especiais.

O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou o duplo atentado de domingo contra a catedral católica de Jolo.

O ataque ocorreu uma semana depois de mais de dois milhões de filipinos da comunidade de maioria muçulmana no sul do país, onde se situa a ilha de Jolo, terem sido chamados a participar num referendo para tornar esta região mais autónoma e, assim, acabar com cinco décadas de conflito.

29 Jan 2019

China | Advogado condenado a quatro anos e meio de prisão

Wang Quanzhang foi condenado por “subversão contra o poder do Estado” e ainda privado de direitos políticos por cinco anos

 

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal no nordeste da China condenou ontem a quatro anos e meio de prisão o advogado especializado em casos de direitos humanos Wang Quanzhang, por “subversão contra o poder do Estado”.

Wang é um de mais de 250 advogados e activistas que foram detidos, em 2015, parte de uma campanha repressiva lançada pelo Governo chinês contra defensores dos direitos humanos no país.

Além de condenado à prisão, Wang foi também privado dos seus direitos políticos, por cinco anos, segundo um comunicado difundido no portal oficial do Tribunal Popular Intermédio de Tianjin.

“O veredicto de hoje (ontem) é uma grave injustiça. É escandaloso que Wang Quanzhang seja punido por defender pacificamente os direitos humanos na China. Ele deve ser libertado imediatamente e de forma incondicional”, afirmou num comunicado a Amnistia Internacional (AI), após ser conhecida a sentença.

Wang foi detido, em 2015, mas a sua família só recebeu notícias do seu paradeiro em Julho deste ano, depois de um advogado da sua confiança ter revelado que ele estava vivo e sob custódia da polícia, em Tianjin, a 120 quilómetros de Pequim, e que “provavelmente foi torturado”, segundo a AI.

“Até à pouco, a família de Wang, que continua a ser assediada pelas autoridades, nem sabia se ele estava vivo. A sua prisão contínua só prolonga o seu sofrimento”, acrescentou.

Acesso limitado

Em 26 de Dezembro passado, policias à paisana impediram familiares e simpatizantes de Wang de acederem ao julgamento, incluindo a sua mulher, Li Wenzu, que foi impedida de se deslocar até Tianjin. O acesso foi também vetado a diplomatas e jornalistas ocidentais.

A sociedade de advogados à qual Wang pertence, a Fengrui, esteve envolvida em vários casos politicamente sensíveis e representou críticos do Partido Comunista. Wang representou membros do culto religioso Falun Gong, que o PCC considera um culto maligno, e que baniu do país, em 1999.

Líderes daquele culto de prática espiritual foram condenados a longas penas de prisão e vários seguidores detidos, por alegadamente constituírem uma ameaça.

29 Jan 2019

Seul | Falhou primeiro teste para gerar chuva artificial

[dropcap]A[/dropcap] primeira experiência na Coreia do Sul para gerar chuva artificial e reduzir a concentração no ar de partículas poluentes da China falhou, anunciou ontem o Governo, que garantiu que vai prosseguir com os testes.

A experiência, realizada pela agência meteorológica da Coreia do Sul e pelo do Ministério do Meio Ambiente na sexta-feira, teve lugar sobre o mar Amarelo, com um avião coreano a espalhar iodeto de prata no ar, um composto químico que ajuda a concentrar vapor de água nas nuvens.

Registou-se um aumento das partículas de precipitação, mas não o suficiente para gerar chuva, segundo um comunicado do Ministério do Meio Ambiente.

No entanto, a agência indicou que este primeiro teste – cujos dados serão anunciados com detalhe no final de Fevereiro -, permite acumular experiência.

As autoridades planeiam realizar outros 14 testes como este ano para ajudar a reduzir a densidade do material particulado fino que afecta cada vez mais a Coreia do Sul.

O “pó fino” tem origem nos desertos do norte da China e da Mongólia e mistura-se com a poluição produzida pela actividade industrial.

A presença desta poeira na Coreia do Sul aumentou enormemente nos últimos anos e estudos locais sugerem que metade da poluição que contém é oriunda de fábricas e de centrais térmicas chinesas.

Em 14 de Janeiro, Seul e a sua região vizinha, onde vive metade dos 50 milhões de habitantes do país, registaram um nível recorde quando o índice PM 2,5 atingiu 188 microgramas por metro cúbico, mais de sete vezes o nível de 25 microgramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde.

29 Jan 2019

China | Indústria abranda em 2018. Lucros aumentam 10,3 por cento

[dropcap]O[/dropcap]s lucros da indústria chinesa registaram um aumento homólogo de 10,3 por cento, em 2018, uma desaceleração significativa, face ao ano anterior, quando cresceram 21 por cento, segundo dados oficiais ontem divulgados, num período de disputas comerciais com Washington.
Os lucros alcançaram 6,63 biliões de yuan.

Em termos nominais, trata-se de um abrandamento de cerca de 12 por cento, face a 2017, quando os lucros excederam 7,5 biliões de yuan -, embora o GNE afirme que o cálculo foi feito “segundo valores comparáveis, considerando o ajuste e a melhoria do sistema estatístico, a eliminação de dados duplicados e a venda de activos (derivados) da reforma corporativa “.

Para este indicador, as estatísticas chinesas consideram apenas empresas industriais com receitas anuais superiores a 20 milhões de yuan.

O GNE revelou ainda os resultados referentes apenas ao mês de Dezembro, que revelam uma queda homóloga de 1,9 por cento, no segundo resultado negativo em três anos, após o registado em Novembro.

Em termos anuais, 32 dos 41 sectores listados pelo GNE registaram um aumento nos lucros, incluindo extracção de petróleo e gás natural, indústria dos produtos minerais não metálicos, fundição e laminação de metais ferrosos ou matérias-primas químicas.

Em declínio

Em comunicado, o GNE afirma que a reforma da oferta “continuou a avançar, em profundidade”, e que o índice de endividamento das empresas industriais caiu 0,5%, em 2018, para 56,5%.

He Ping, estatístico do GNE, apontou que o rácio da dívida das empresas estatais – afectadas pela alavancagem – caiu 1,6 pontos percentuais, para 58,7%.

A economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,6 por cento, em 2018, ou seja, ao ritmo mais lento dos últimos 28 anos.

Analistas prevêem que a economia chinesa registe um declínio acentuado, ao longo da primeira metade do próximo ano, reflectindo o pleno efeito das taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos.

A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o espoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.
Os EUA temem perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes actores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

29 Jan 2019

Xi Jinping reúne-se com alto responsável norte-coreano

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano esteve na capital chinesa onde assistiu, com o Presidente chinês, a um espectáculo comemorativo do 70.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e a RPDC. A segunda cimeira entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos tem lugar no mês que vem

 

[dropcap]O[/dropcap] vice-presidente do Comité Central do Partido dos Trabalhadores norte-coreano, Ri Su-yong, reuniu-se, em Pequim, com o Presidente chinês, Xi Jinping, informou ontem a imprensa estatal, nas vésperas da cimeira entre Estados Unidos e Coreia do Norte.

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano liderou uma delegação de funcionários do Governo e artistas da Coreia do Norte, numa visita à capital chinesa, como parte dos esforços para fortalecer as relações bilaterais.

No domingo, Ri Su-yong e Xi Jinping assistiram a um espectáculo artístico norte-coreano, detalhou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

“Esta visita é uma actividade de intercâmbio cultural importante para implementar o consenso alcançado por ambas as partes, bem como um evento significativo na celebração do 70.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e a RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia Norte)”, disse Xi, citado pela agência.

“A China está disposta a trabalhar com a RPDC para implementar o importante consenso alcançado pelas duas partes, a fim de beneficiar ainda mais os dois povos e contribuir para a paz mundial, estabilidade, desenvolvimento e prosperidade”, acrescentou Xi, que foi acompanhado pela mulher, Peng Liyuan.

Afinados

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, visitou este mês Pequim, num esforço para acertar estratégias com o único grande aliado, antes de uma segunda cimeira com o Presidente norte-americano, Donald Trump, no próximo mês.

Kim reafirmou o seu compromisso e disposição em compartilhar com a China a evolução das negociações com os EUA.

Kim e Trump reuniram-se, em Singapura, no ano passado, num encontro histórico que ocorreu depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), na sequência dos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.

No entanto, desde a cimeira em Singapura houve pouco progresso real no desarmamento nuclear.

Washington exige que Pyongyang apresente dados detalhados sobre o arsenal nuclear, enquanto Pyongyang diz que já fez o suficiente e que está na altura de os EUA aliviarem as pesadas sanções internacionais que isolaram a economia norte-coreana.
A China é o maior aliado diplomático e o principal parceiro comercial da Coreia do Norte.

29 Jan 2019

Apanhado suspeito de roubar quadro em Moscovo

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades russas detiveram um homem acusado de ter roubado, no domingo, uma pintura do século XIX na Galeria Tretyakov, em Moscovo, em plena luz do dia e disfarçado de segurança.

O museu, um dos principais da capital russa, anunciou na noite de domingo, em comunicado, que uma obra do pintor russo Arkhip Kouïndji tinha sido roubada por volta das 18h locais (21h em Macau), quando a galeria estava aberta ao público.

A pintura, que representa o Monte Aï-Petri, na Crimeia, feita entre 1898 e 1908, foi encontrada pela polícia escondida num estaleiro, de acordo com um comunicado do Ministério do Interior da Rússia.

O homem, de 31 anos, acusado de estar por detrás do roubo foi preso numa vila nos arredores de Moscovo.
“No momento do roubo, a segurança da galeria, garantida por elementos da Guarda Nacional e por funcionários do serviço de segurança do museu, estava a funcionar normalmente”, relatou a Galeria Tretyakov no domingo, acrescentando que as medidas de controlo foram reforçadas. Na altura, testemunhas disseram ter visto um jovem a remover a pintura da parede e explicaram que apenas depois perceberam que tinham assistido a um roubo.

A Galeria Tretyakov tem em exibição até ao final de Fevereiro uma mostra dedicada a Arkhip Kouïndji, com mais de 120 das suas obras.

No final de Maio, um homem de 37 anos vandalizou (partindo o vidro de protecção) uma das mais famosas pinturas da galeria, representando Ivan, o Terrível, a matar o filho, da autoria de Ilia Repin.

Fundada em 1856, a Galeria Tretyakov tem uma das colecções mais ricas da Rússia. Entre as obras-primas estão algumas de Marc Chagall, Vassily Kandinsky e o famoso “Quadrado Preto sobre um Fundo Branco”, de Kazimir Malevitch.

29 Jan 2019

Universidade de Évora vai ter Instituto Confúcio

[dropcap]A[/dropcap] Universidade de Évora (UE) assinou no passado dia 22 um acordo de cooperação com a Universidade de Guangxi, que prevê a criação do Instituto Confúcio na universidade portuguesa.

De acordo com um comunicado da própria UE, na cerimónia de assinatura esteve presente Soumodip Sarkar, vice-reitor para a Inovação, Cooperação e Empreendedorismo, que destacou a importância que a UE tem vindo a dar “aos países do leste asiático, nomeadamente a China”, além do facto da universidade “ser líder ibérico da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’, graças a um memorando assinado em Macau em Novembro último.

O mesmo responsável apontou também que “a China representa uma grande oportunidade para os nossos investigadores e estudantes”. “Foi com muito agrado que recebemos a Universidade de Guangxi, uma das melhores universidades da China”, acrescentou, referindo que os objectivos desta parceria passam por “ampliar a ligação com a Universidade de Guangxi e explorar as diferentes formas de colaboração e cooperação, nomeadamente intercâmbios de alunos”.

Quanto ao futuro Instituto Confúcio, este vai não apenas ensinar a língua e cultura chinesas a falantes de português como também possibilitar a realização do Exame Oficial de Nível da Língua Chinesa, apresentando critérios uniformizados ao nível mundial. O acordo firmado estabelece, ainda, a possibilidade de cooperação bilateral a vários níveis, nomeadamente, através do intercâmbio de estudantes, da realização de seminários, workshops e programas culturais, entre outras actividades ao nível da investigação.

29 Jan 2019

Wild Nothing ao vivo em Hong Kong dia 15 de Abril

Os norte-americanos Wild Nothing regressam a Hong Kong em Abril, depois de tocarem no Japão, Taiwan, Pequim e Shenzhen. Na bagagem trazem quatro discos e uma sonoridade que apela à nostalgia dos fãs de new wave e dream pop

 

[dropcap]“I[/dropcap]ndigo” é o mais recente disco de Wild Nothing, o projecto musical de Jack Tatum que se apresenta ao vivo em Hong Kong no próximo dia 15 de Abril, às 20h. O concerto está marcado para o espaço This Town Needs, em Yau Tong, no sudeste de Kowloon.

“Indigo” dá o mote à digressão que leva a banda norte-americana da Europa à Ásia, que traz também na bagagem três outros registos dignos de atenção, com destaque para a pérola indie, lançada em 2012, “Nocturne”.

Os Wild Nothing são o projecto pessoal de Jack Tatum, um músico que enquanto estudava no Virginia Tech explorava criativamente o fascínio com as paisagens sonoras dos Cocteau Twins e The Smiths. Antes do lançamento em 2010 do primeiro disco, “Gemini”, Jack Tatum partiu a internet com a versão de “Cloudbusting” de Kate Bush. Assim nascia, num dormitório universitário, um dos mais interessantes projectos de dream pop do início da segunda década do século XXI.

Explosão suave

Depois do primeiro disco, Jack Tatum conseguiu aclamação crítica e do público com o lançamento de “Nocturne”, que conseguiu a distinção de “best new music” pelo influente site de música Pitchfork. O segundo disco de Wild Nothing foi um ponto de viragem, não só em termos de visibilidade mas também na sonoridade. Uma das razões, além da composição, foi a possibilidade de Tatum trabalhar com um produtor musical, Nicolas Vernhes, que produziu discos de bandas como Animal Collective, Deerhunter, The Fiery Furnaces, Dirty Projectors e The War on Drugs. Além disso, “Nocturne” é o primeiro registo que Jack Tatum gravou num estúdio, onde teve acesso a um largo leque de instrumentos musicais inacessíveis a quem faz gravações caseiras.

O resultado foi um disco que catapultou Wild Nothing para um patamar de banda a seguir no panorama da música alternativa e do dream pop.

Hoje em dia, com mais dois EPs e dois álbuns na discografia, o projecto de Jack Tatum atingiu maturidade suficiente para passar a fase de ser apenas mais uma banda de abertura que abre o apetite dos adeptos da música alternativa etérea e tocar em nome próprio e para o seu público.

O regresso de Wild Nothing a Hong Kong acontece seis anos depois da estreia na região vizinha, depois de abrir para os dinamarqueses Mew.

O preço dos bilhetes, comprado com antecedência, é 350 HKD, valor que sofre uma inflação de 100 HKD no dia do concerto.

29 Jan 2019

Indústrias Culturais | Criados dois prémios de excelência até 500 mil patacas cada

[dropcap]O[/dropcap] Governo decidiu criar dois prémios de excelência na área das indústrias culturais. Segundo o regulamento, publicado ontem em Boletim Oficial, um tipo versa sobre projectos, enquanto outro destina-se a empresas. Ambos têm um valor limite de 500 mil patacas.

O primeiro tem como destinatários “as empresas, personalidades ou associações da RAEM que desenvolvem projectos nas áreas das indústrias ou conteúdos culturais e criativos, com maior potencialidade de desenvolvimento comercial, maior impacto ou maior desenvolvimento no mercado”, enquanto o segundo destina-se a empresas do sector que “apresentem comprovadamente melhor desenvolvimento financeiro e industrialização”.

À luz das regras, os vencedores dos prémios devem utilizá-los, dentro do prazo de dois anos, para “fins que contribuam para o desenvolvimento de projectos ou para a promoção e divulgação das empresas”. Para o efeito, antes têm de apresentar uma proposta, que carece de prévia autorização do Fundo de Indústrias Culturais (FIC), ficando depois obrigados à apresentação de um relatório “devidamente fundamentado e documentado”.

As candidaturas aos prémios na área das indústrias culturais são abertas anualmente, cabendo ao FIC efectuar uma análise preliminar do processo de candidatura que, se estiver em conformidade, segue então para a Comissão de Avaliação.

29 Jan 2019

Segurança | Governo planeia gastar 652,5 mil patacas em gás pimenta

Forças de Segurança de Macau encomendaram três tranches de gás pimenta para serem distribuídas pelos agentes da linha da frente. Cada unidade vai ter um preço aproximado de 450 patacas

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo tem planeado gastar até 652,5 mil patacas em gás pimenta em cerca de 1.450 latas durante os próximos tempos. A informação foi disponibilizada pela Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau (FSM) ao HM.

Segundo os dados apresentados pelas autoridades, actualmente já chegaram ao território 300 unidades de gás na primeira encomenda. Estas latas foram entregues ao Corpo de Polícia de Segurança Pública (PSP) e entre elas constam as unidades apresentadas pela Polícia Turística e apresentadas no passado dia 22, quando foi inaugurado a Centro de Apoio a Turistas do departamento Policial de Macau. Segundo o Governo, cada unidade tem um preço unitário de aproximadamente 450 patacas, pelo que na primeira tranche de gás pimenta foi gasta a quantia de 135 mil patacas.

No entanto, está prevista uma segunda entrega às FSM, que depois será distribuída pelas diferentes autoridades. A segunda tranche deverá chegar em Março e envolve outras 270 unidades de gás pimenta, que vão ter um custo de 121,5 mil patacas.

Além das duas primeiras entregas que totalizam 570 latas de gás pimenta, o Governo tem ainda prevista uma nova aquisição de mais 880 unidades. Também nesta nova encomenda, segundo as Forças de Segurança de Macau, o preço de aquisição por unidade deve rondar as 450 patacas, o que significa que em relação a última entrega deverá ser gasto um montante que roda as 396 mil patacas.

As três tranches juntas representam um número de 1.450 latas de spray pimenta e um valor aproximado de 652,5 mil patacas.

Nova vaga

A questão do equipamento dos agentes com gás pimenta ganhou uma nova actualidade, depois do caso do agente da PSP que disparou um tiro de alerta num casino do território. Na altura o agente mostrou visíveis dificuldades para controlar três homens, que estariam a fumar num lugar onde era proibido.

Após o caso, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, revelou que até ao final de Janeiro a maior parte dos polícias da linha da frente, ou seja, aqueles que estão frequentemente no terreno, seriam equipados com este tipo de armamento.

Neste sentido, a primeira entrega foi feita a tempo da abertura do Centro de Apoio a Turistas do departamento Policial de Macau, no dia 22, altura em que os agentes mostraram à comunicação social o novo equipamento.

Na altura, Leong Man Cheong, comandante-geral da Polícia de Segurança Pública (PSP), admitiu ainda a hipótese dos agentes terem os seus meios reforçados com outro tipo de equipamentos, além do gás pimenta. “A polícia vai equacionar introduzir outros meios de dissuasão além do gás pimenta, caso seja necessário no futuro”, apontou o responsável.

29 Jan 2019

Taxa de desemprego desceu, mediana salarial subiu em 2018

[dropcap]M[/dropcap]acau encerrou 2018 com uma taxa de desemprego de 1,8 por cento, menos 0,2 pontos percentuais face ao ano anterior, indicam dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

A taxa de desemprego dos residentes também recuou (0,3 pontos percentuais), fixando-se em 2,4 por cento. A mediana do rendimento mensal da população empregada cifrou-se em 16.000 patacas, enquanto a dos residentes fixou-se em 20.000 patacas, com ambas a traduzirem um crescimento de 1.000 patacas, em termos anuais. “Em 2018, o mercado de emprego de Macau apresentou um comportamento favorável”, realçou a DSEC.

29 Jan 2019

TV Cabo | Contrato de concessão renovado até 2024

[dropcap]O[/dropcap] contrato de concessão da TV Cabo vai ser renovado. A informação consta de uma Ordem Executiva, publicada ontem em Boletim Oficial, que delega no secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, os poderes necessários para representar a RAEM, na qualidade de outorgante, na escritura pública do contrato adicional à renovação do contrato de concessão do serviço terrestre de televisão por subscrição.

O contrato com a TV Cabo foi firmado em Abril de 1999 por 15 anos e renovado, em 2014, por um período de cinco anos. Segundo a Rádio Macau, que cita a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (DSCT), o contrato vai ser prorrogado por mais cinco anos, ou seja, até 2024, e inclui uma nova norma que abre caminho à prestação de serviços integrados de televisão, telefone e internet.

“Foi aditado que, após a entrada em vigor do Regime de Convergência de Redes e Serviços de Telecomunicações, a TV Cabo transitará para a licença de convergência. Nessa altura, poderá desenvolver, de acordo com as próprias condições de exploração, outros serviços de telecomunicações”, indicou a DSCT à emissora pública.

29 Jan 2019

Surf Hong | Multa e compensações a trabalhadores ascendem a meio milhão de patacas

Após ter sido punida com uma multa de 230 mil patacas por ter falhado em proporcionar descanso suficiente aos trabalhadores, a Surf Hong foi obrigada a pagar compensações aos nadadores-salvadores na ordem das 280 mil patacas

 

[dropcap]A[/dropcap] Surf Hong, empresa que presta serviços de salvamento nas piscinas públicas, já desembolsou mais de meio milhão de patacas devido ao conflito laboral que estalou no Verão passado.

Depois de ter sido punida com uma multa de 230 mil patacas por ter falhado em proporcionar tempo de descanso suficiente aos trabalhadores, a empresa foi agora obrigada a pagar aproximadamente 280 mil patacas em compensações, revelou a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) ao HM.

A atribuição de compensações foi decidida após terem sido confirmadas “irregularidades no cálculo feito pelo empregador relativamente ao descanso semanal, feriados obrigatórios e férias anuais”, afirmou a DSAL na mesma resposta, dando ainda conta de que procedeu à “respectiva autuação”, mas sem facultar mais detalhes.

Desde 17 de Agosto, a DSAL recebeu quatro processos de queixas de nadadores-salvadores, envolvendo 28 trabalhadores (incluindo 24 não residentes), dos quais dois (envolvendo três trabalhadores) foram “resolvidos e arquivados depois da intervenção da DSAL”, afirmou o organismo. As matérias reclamadas nos restantes dois processos “referem-se principalmente a descanso semanal, compensação do trabalho extraordinário, férias anuais, período de trabalho, princípio de igualdade (remuneração diferente para trabalho igual), entre outros”, adiantou a DSAL, mencionando que “já concluiu basicamente a investigação”.

Na mesma resposta, a DSAL não faz referência ao despedimento de “alguns” nadadores-salvadores – que o próprio organismo confirmou anteriormente a este jornal –, após ter dito, no início de Novembro, que iria continuar a dar seguimento ao caso. Na altura, o organismo insistiu que não recebeu qualquer queixa ou pedido de assistência por parte dos nadadores-salvadores sobre a rescisão do contrato de trabalho.

Multa do ID

Além da multa e compensações aos trabalhadores devido ao conflito laboral, a Surf Hong vai ser penalizada por incumprimento do contrato com o Instituto do Desporto (ID). No início de Novembro, o presidente do ID, Pun Weng Kun, revelou que a empresa poderia ter de pagar uma multa de, pelo menos, dez milhões de patacas na sequência de irregularidades contratuais cometidas com os nadadores-salvadores e que levaram ao encerramento das piscinas em Agosto. O presidente do ID estimou então ter resultados finais relativamente ao caso no período de um mês.

Contactado pelo HM, o ID afirmou que “no âmbito dos contratos celebrados com a empresa Surf Hong, que sofreram vicissitudes durante a sua execução, foi já concluído processo administrativo de aplicação de multa por violação contratual e a empresa devidamente notificada do valor das multas a pagar”, mas declinou revelar o montante. “A matéria deve continuar a merecer alguma reserva por parte do ID”, dado que “se encontra a decorrer o prazo para a apresentação de eventuais recursos hierárquicos e contenciosos por parte da empresa Surf Hong”, respondeu.

Menos conflitos em 2018

Ao longo do ano passado, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) instaurou 1.673 processos, valor que traduz uma descida de 17 por cento face a 2017, indicam dados facultados pelo organismo ao HM. O número de trabalhadores envolvidos também diminuiu – na ordem dos 11 por cento – para 2.914.

A maioria dos conflitos laborais foi registada nos sectores da construção civil, hotelaria, restauração e comércio. Segundo a DSAL, do total de processos instaurados em 2018 foram concluídos 1.223 (73 por cento), dos quais 1.166 diziam respeito a créditos laborais, cujo montante ascendeu a 23,4 milhões de patacas. Dos processos concluídos, mais de 90 por cento foram resolvidos pela DSAL, segundo o próprio organismo, o que significa que menos de 10 por cento foram remetidos para os tribunais.

29 Jan 2019

Empresa que investiu 3,5 mil milhões na Taipa com acções suspensas

[dropcap]A[/dropcap] empresa Jiayuan International, que comprou em Dezembro de 2017 dois lotes de terra na Taipa, tem as acções suspensas na bolsa de Hong Kong, desde 21 de Janeiro. A decisão de suspender a transacção dos títulos foi tomada após o valor ter registado uma quebra de quase 80 por cento, entre 15 e 18 de Janeiro.

No momento das primeiras quebras no valor, a administração da Jiayuan International sempre garantiu que não via uma razão para uma desvalorização em ritmo acelerado, ao mesmo tempo que assegurava aos investidores a boa condição da saúde da empresa. Contudo, o caso gerou mais dúvidas quando, no dia 17 de Janeiro, o próprio presidente do grupo, Shum Tin Ching, e a esposa, Wang Xinmei, que foram apanhados a vender parte das acções da empresa, cortando a participação de 57,65 por cento para 53,92 por cento.

A venda foi feita a um valor com 79 por cento de desconto face ao valor dos títulos no dia anterior. Porém, Shum limitou-se a justificar que tinha feito a venda, depois de ter dado a participação como garantia de um outro empréstimo.

Esta foi uma acção que causou estupefacção, mesmo entre os analistas. “O facto de estarem a reduzir a participação na empresa é uma movimentação muito confuso”, disse Castor Pang, líder do departamento de pesquisa do banco de investimento Core Pacific-Yamaichi International Hong Kong, em declarações à Bloomberg. “Normalmente se os directores reduzem as suas participações tem de haver uma razão para isso. Mas quando se registou a quebra maior, a empresa sempre disse que não havia razão para a quebra”, acrescentou.

Altas residências

Apesar da instabilidade vivida em Hong Kong, o negócio de Macau não sofreu quaisquer consequências. A garantia foi dada por Oliver Tong, responsável da JLL, que intermediou o negócio na RAEM.

“Tudo está bem com o negócio de Macau. A transacção foi feita há mais de um ano e está tudo dentro do normal. A entrada foi feita a tempo, assim como os pagamentos”, disse Oliver Tong, ao HM. “Li os jornais e sei que em Hong Kong houve problemas, mas em Macau está tudo bem”, acrescentou.

Foi em Dezembro de 2017 que se soube que a Jiayuan International ia pagar 3,51 mil milhões de dólares de Hong Kong à empresa Companhia de Fomento Predial San Kin Tai, detida a 40 por cento por William Kuan. Os dois terrenos ficam na Taipa, na Avenida Dr. Sun Yat-Sen, estão identificados como Lote TN20 e Lote TN24 e vão ser utilizados para a construção de residências de luxo.

29 Jan 2019