‘Maquette’, restaurante | Maggie Chiang, proprietária e chef

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m Português, maquette é a construção, em miniatura, de uma estrutura arquitectónica. Foi exactamente essa a inspiração para Maggie Chiang, a proprietária de um dos poucos restaurantes originalmente franceses em Macau. Tudo começou em 2013, mas foi preciso algum tempo para que as pessoas realmente absorvessem este tipo de conceito: um local de um conforto intimista, que se quer sempre original e fiel aos princípios.
A ideia por trás de ‘Maquette’ tem um conceito básico que se descortina em dois: o sabor e o gosto estão na linha da frente, tanto ao nível da comida servida, como do ambiente que se quer sentido por quem ali entra.
“Primeiro, foi importante reproduzir bem o paladar das cozinhas francesa e italiana e depois fazer com que as pessoas se sintam confortáveis”, conta a proprietária. “É um local que se quer intimista”, destacou, quando questionada sobre aquilo que se quer transmitido naquele espaço.
É sabido que a aceitação de diferentes culturas não é fácil, seja aqui ou em qualquer outro lado do mundo. Exemplo disso foram os primeiros meses de ‘Maquette’, onde Maggie era frequentemente questionada acerca da rigidez das massas, aprimoradas ‘al dente’ para serem tipicamente italianas.
“Quando comecei, tive alguns problemas… As pessoas perguntavam-me porque é que as massas eram tão duras e eu tinha que lhes explicar o conceito por trás da cozedura e daquele tipo de gastronomia”, conta a chef. maquette
Também o tamanho das porções, servidas com menos volume do que o habitual, era estranho para a clientela. “Achavam que eram muito pequenos, mas fui-lhes explicando que eram pratos que em Itália eram entradas e não pratos principais”, justifica Maggie.
De origem asiática, Maggie cresceu em Macau, mas cedo percebeu que existe mundo para além de Hong Kong, tendo-se lançado nos estudos bastante cedo. Actualmente, encontra-se na casa dos 30 e com grande dos seus objectivos profissionais cumpridos: não só gere e prepara o cardápio do restaurante, como também tem oportunidade para continuar a ensinar às pessoas a cultura e paladar de outros povos.

Experiência comprovada

Pode dizer-se que a alma de Maggie vive na cozinha ou, melhor dizendo, na gastronomia ocidental. Em França e Itália estudou Culinária e Gestão Gastronómica, mas este amor não é recente, já que antes, ainda em Macau, tinha um estúdio onde dava aulas sobre estas matérias.
Maggie investiu em estudos no estrangeiro, acreditando que tudo lá fora seria melhor do que por estes lados, só para mais tarde perceber que o seu coração residia na terra-natal. “Dantes, não sentia que tinha raízes em Macau e não dava valor ao facto de ser daqui. Só quando estava lá fora é que me apercebi das saudades que tinha e do quão queria voltar”, confessou.
Geralmente, só quando se perde algo é que se lhe dá valor, mas Maggie foi a tempo de tirar o curso superior e realizar o seu sonho de criança: abrir um restaurante. A identidade de macaense cresceu, neste caso, lá fora. “A ideia de criar o meu próprio espaço surgiu quando ainda estava a acabar o curso e a fazer o estágio em Itália”, começa por dizer. Nessa altura, entre tachos, massas, pizzas e saladas frias, Maggie já se imaginava a gerir um pequeno espaço intimista, como sempre quis.

Ideias pré-cozinhadas

E assim foi. “Já fazia rascunhos de como queria que o restaurante fosse, incluindo o menu e a lista de produtos que lá ia vender”, destaca. Como uma ideia nunca vem só, a proprietária quis não só fazer um restaurante original, mas ensinar às pessoas o significado italiano de bem comer. A ideia principal não é a de saciar a fome da clientela, mas antes fazer com que esta se sinta em casa, confortável e a passar um momento que não teria em qualquer outro lugar. 11917757_847022388727603_2495879445653495904_n
“Julgo que outra das coisas importantes é a apresentação dos pratos e prezo por fazê-la bem”, destaca a proprietária. “Penso que as pessoas gostam disso”.
Naquele espaço perto do Hotel Regency, na Taipa, as mesas costumam estar cheias de clientes já habituais, não fosse Maggie uma boa anfitriã. “A maioria das pessoas é já da casa e acho que isso se deve ao facto de termos criado um espaço intimista e onde se criam relações pessoais”, argumenta.
O espaço está aberto de terça-feira a domingo para almoços e jantares, entre as 13h00 e as 21h30 horas, no 7ºE da Estrada Lou Lim Ieok. Uma refeição pode ir das 200 às 500 patacas, incluindo entrada, prato principal, sobremesa e bebida. A selecção de vinhos é bastante vasta, sejam eles brancos ou tintos. Muitos dos produtos vêm de fora e embora obriguem à subida do preço das refeições, vale a pena provar um pouco da Europa na Ásia profunda. É que aqui não há figos nem azeite como os de Portugal. A não ser no ‘Maquette’.

9 Set 2015

Pedras gigantes superam Stonehenge e podem ser descoberta sem precedentes

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]rqueólogos acreditam que cerca de uma centena de monolitos descobertos a poucos quilómetros do misterioso monumento arqueológico de Stonehenge poderão ser a maior estrutura neolítica da Grã-Bretanha.
As pedras de 4,5 mil anos, algumas com mais de 4 metros de altura, estão enterradas a cerca de um metro de profundidade e foram identificadas com o uso de um radar no «Super-henge» de Durrington Walls, um enorme círculo de pedras, muito maior do que Stonehenge, na mesma região do monumento.
O monumento, que terá 1,5 km de circunferência e 500 m de diâmetro, é de uma «escala extraordinária» e único, de acordo com os pesquisadores. A área de Durrington Walls terá cinco vezes o tamanho de Stonehenge.
O grupo de cientistas do Stonehenge Hidden Landscapes está a trabalhar num mapa subterrâneo da área há cinco anos.
O novo monumento situa-se a apenas três quilómetros de Stonehenge e acredita-se que era um lugar destinado à realização de rituais.
As pedras foram erguidas ao lado de uma vala circular de cerca de 20 m de diâmetro.
Os cientistas descobriram que as pedras ficavam de pé, no que poderia ser um monumento mais impressionante do que o outro. stonehenge
«Pensamos que não há nada como isto no mundo», disse o investigador que liderou o grupo, Vince Gaffney, da Universidade de Bradford.
«Isto é completamente novo e a escala é extraordinária», sublinhou.
O uso de radar permitiu mapear estrutura sem fazer escavações.
A presença do que parecem ser pedras, cercando o local de um dos maiores estabelecimentos neolíticos da Europa, acrescenta um novo capítulo à história de Stonehenge.
As descobertas estão a ser anunciadas no primeiro dia do Festival de Ciência Britânico, na Universidade de Bradford.

9 Set 2015

Afeganistão | Envenenamento intencional de 600 afegãs

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s colégios femininos da cidade de Herat, a terceira mais populosa do Afeganistão estão em estado de alerta após o envenenamento premeditado de 600 alunas em oito dias e depois de esta segunda-feira outras 250 terem sido intoxicadas, informaram fontes oficiais.
As 250 estudantes envenenadas ontem, com idades entre os 8 e 17 anos, foram hospitalizadas depois de apresentaram um quadro de enjoo, vómitos e dores de cabeça após possivelmente inalar um tipo de gás quando entraram nas salas de aula, disse o porta-voz do Hospital Regional de Herat (HRH), Rafik Shirzai. veneno070915
«Agora, a situação está controlada. As meninas estão melhor após receber tratamento», explicou Shirzai.
Já o porta-voz do governo de Herat, Ehsanullah Hayat, afirmou que as autoridades já estão a trabalhar num novo plano de segurança para as escolas.
«Durante os últimos dias, enviamos forças de segurança para os colégios, principalmente os femininos», ressaltou, ao reconhecer que há falta de efectivos para proteger todos as escolas.

Investigação em curso

O governo local está a realizar várias reuniões de emergência, embora ainda não tenha esclarecido as causas das intoxicações e quem está por trás delas.
«Estamos a investigar seriamente o caso e continuamos à procura dos culpados», garantiu o porta-voz da polícia de Herat, Abdul Rauf Ahmadi.
A educação feminina tem aumentado consideravelmente em Herat. Somente no ano passado, do total de candidatos a uma vaga na universidade, 55% era do sexo feminino.
Os casos de intoxicações em escolas para meninas são bastante frequentes no Afeganistão e costumam estar rodeados de mistério. Os talibãs, tradicionalmente opostos à educação feminina, foram apontados por estas intoxicações no passado, mas porta-vozes dos insurgentes negaram envolvimento nestes factos e recentemente asseguraram que se governassem permitiriam que as mulheres estudassem.

9 Set 2015

Birmânia | Aung San Suu Kyi pede eleições livres e justas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] líder da oposição birmanesa, Aung San Suu Kyi, pediu ontem eleições livres e justas, no início da campanha eleitoral para a votação de 8 de Novembro, a primeira em décadas organizada por um Governo civil.
Suu Kyi considerou a eleição “um momento crucial” para o país e para a sua transição para uma democracia, num vídeo publicado na página de Facebook do seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (NLD, na sigla inglesa).
“Pela primeira vez em décadas, o nosso povo terá a oportunidade real de trazer uma mudança, é uma oportunidade que não podemos perder”, disse. Aung
“Esperamos que o mundo compreenda quão importante é para nós ter eleições livres e justas e garantir que o resultado será respeitado por todas as partes” acrescentou.
A Nobel da Paz pediu ajuda à comunidade internacional, solicitando que observe o processo eleitoral antes, durante e, “de forma crucial”, depois das eleições, para assegurar que a vontade dos birmaneses é respeitada.

Factores únicos

As eleições de Novembro serão as primeiras que a Birmânia celebra com um Governo civil em meio século, depois de, em 2011, a última junta militar se ter dissolvido e o poder transferido para o Governo formado por ex-generais após as eleições de 2010.
Essa votação foi boicotada pela NLD, que não pode apresentar Suu Kyi como candidata, que na altura estava em prisão domiciliária, da qual foi libertada uma semana depois.
A líder da oposição conseguiu um assento no parlamento em eleições parciais realizadas um ano depois, em que a NLD venceu o partido no poder (USDP).
No entanto, Suu Kyi não pode candidatar-se à presidência do país devido a uma disposição na Constituição, aprovada pelos militares, que veta ao cargo pessoas com familiares estrangeiros, como é o seu caso, já que os filhos de Suu Kyi têm passaporte britânico.

9 Set 2015

Andar na vida

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]oje andamos pelas redes sociais, pelos avatares do ecrã, mais do que pelos cafés ou pelas ruas. Tal pode ser entendido como um alívio: de facto, nem sempre o contacto humano é salutar, desejável ou sequer suportável. Desse ponto de vista Macau é exemplar pela forma rápida como nos fartamos uns dos outros. Mais do que Coimbra, Macau é realmente uma lição.

Ora, como todas as lições, nem sempre é bem entendida pelo “estudantes”. Ele há melhores e piores alunos e há mesmo aqueles que desistem dos estudos e vão pairar por outras paragens. Por exemplo, alguns não admitem a fluidez excessiva do real que aqui se organiza. Não admitem, nem entendem, como aquilo que ontem era amarelo hoje pode ser quase azul, e como em pleno tufão se aclimata uma bonança. É difícil para quem não está disposto a perder as penas e ser gente.

O que é isso de ser gente? Talvez aquilo que Álvaro de Campos definiu como o desejo de ser todos e toda a parte e, por isso, criar uma arte da sobrevivência a toda a sela. É o credo do exilado, daquele marcado de lonjura e estesia.

A isso se chama andar na vida. Ou por ela. Evitar a brida, recusar os freios e, na imensidão das coisas e dos mundos, ir andando, a nosso trote ou a galope, mas em carta ainda por navegar.

Andar na vida: passar sempre com o compromisso de passar e nunca deixar nada para trás que não se carregue como um remorso. Como as saudades de um regresso impossível, de uma odisseia sem Penélope final — todo o exilado enferma do síndroma do tapete inacabado…

E queremos ou não andar? Sabem bem os estimados leitores, lá bem no seu íntimo de crente, que só há realmente uma vida e que esta não deve ser perdida em entretantos e outros quebrantos de aflições. Não valemos nada, a não ser o nosso caminho.

Como diria o Padre Teixeira: “Anda, queres vir daí?”. Sim: a vida deve ser, sobretudo, passada a andar.

8 Set 2015

GPDP | Queixas aumentam. Organismo precisa de mais pessoal

Já foi publicado o novo relatório do GPDP e os dados são claros: as queixas de infracções no tratamento de dados pessoais aumentaram substancialmente e são precisos mais funcionários para dar conta do recado

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m 2014, o Gabinete para a Protecção dos Dados Pessoais (GPDP) abriu 194 processos de investigação, número que aumentou 37,6% face ao ano anterior e a maioria diz respeito a casos de falta de legitimidade do tratamento destes dados. De acordo com o mais recente relatório do GPDP, 74,2% dos casos chegaram às mãos do Gabinete através dos próprios titulares da informação, sendo que a grande maioria dos casos remete para entidades privadas e não públicas.
“Incluem principalmente as entidades dos sectores do Jogo e do comércio por grosso e retalho enquanto as entidades dos serviços pessoais e do sector de telecomunicações ocuparam o segundo lugar”, escreve a entidade no relatório do ano passado.
Também no ano passado foram concluídos 143 casos, tendo sido aplicadas sanções a entidades em 16,8% dos processos de investigação. Em termos de trabalho jurídico, o mesmo relatório indica que foram tratados 59 pedidos de parecer, 45 de autorização e 608 notificações de tratamento de dados pessoais.

Mais pessoal

Em comunicado, o GPDP refere que o Coordenador, Vasco Fong, acredita haver “enormes desafios para as autoridades”. No mesmo documento, o Gabinete mostra necessidade de aumentar o volume de recursos humanos.
“[O GPDP] espera reforçar os recursos do Serviço, incluindo o nível técnico e o estatuto da instituição, com o objectivo de se aproximar aos padrões internacionais e se dedicar ao estabelecimento de um regime efectivo de protecção de privacidade”, refere o documento.
Para o Coordenador do GPDP, um dos passos mais importantes é o esclarecimento da população relativamente à importância do tratamento dos dados pessoais.
“O GPDP vai promover, gradualmente, divulgação de informações com conteúdo mais profissional, no intuito de consciencializar os cidadãos sobre as noções dos dados pessoais – formar a consciência da população em geral, elevar os seus conhecimentos até um nível suficiente para saber auto proteger os seus dados pessoais”, explica a entidade no relatório.
Além disso, o GPDP tem feito uma série de cursos e participado em workshops e seminários de actualização de temas, incluindo reforço da privacidade em rede global. Também em 2014 o GPDP marcou presença na Conferência Internacional de Autoridades de Protecção de Dados e Privacidade e na Conferência do Grupo de Orientação do Comércio Electrónico da APEC. Para além disso, o GPDP realizou 160 sessões de esclarecimento, cursos de formação, seminários e palestras com a participação de mais de nove mil pessoas. “Através de várias formas de divulgação, o GPDP espera elevar a consciência da população em geral sobre a protecção de dados pessoais”, escrevem.

8 Set 2015

Toastmasters | Criado grupo em Português com sessões na FRC

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ão seria surpresa falar no clube Toastmasters em Macau. Novidade é falar num grupo deste tipo dedicado exclusivamente à Língua Portuguesa no território.
“A ideia surgiu para divulgar a Língua Portuguesa em Macau”, começa por contar Pamela Ieong, membro da organização do Toastmasters Português de Macau.
As 30 vagas disponíveis para pertencer ao grupo – cada grupo só poderá ter este número de membros – ainda não estão totalmente preenchidas, mas a organização pensa que em pouco tempo isso deixará de acontecer. Em caso de não existirem mais vagas, no futuro, será sempre possível iniciar-se outro grupo.
Respeitando os moldes que o Toastmasters Internacional indica, este grupo tem como principal objectivo formar líderes desenvolvendo e estimulando as capacidades das pessoas na comunicação – falar, ouvir e pensar. Presente em mais de 113 países, este novo clube organiza-se em duas sessões mensais, todas as primeiras e terceiras terças-feiras de cada mês, às 19h15 nas instalações da Fundação Rui Cunha.
No programa existem várias modalidades: discursos preparados seguindo um tema, discursos de improviso e a avaliação entre os próprios membros. Existem ainda dois manuais que servem de guia.
“Temos dois manuais, um é para comunicação, e os membros seguem as directrizes para atingirem os objectivos de cada nível”, continua Pamela Ieong. “Os membros aprendem técnicas da comunicação, tais como saber controlar o tempo quando estão a fazer um discurso e [saber] o vocabulário, os pormenores e elementos a que devem dar atenção”, explica.
Neste momento, o grupo ainda espera a oficialização e está a dar os primeiros passos. Algumas sessões contam com mais ou menos participantes, mas um grupo do Toastmasters Português criado no WeChat conta já com 30 pessoas. Existe também um grupo criado no Facebook, que poderá ser a forma de contacto com a organização pelos interessados. A quota anual é de 600 patacas e os manuais custam 250 patacas cada, sendo necessária a sua compra.

8 Set 2015

CRED-DM | Curso de Português Jurídico em quarta edição

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]omeçou em 2011 e tem sido um sucesso. A formação de Português Jurídico, da organização do CRED-DM – Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau da Fundação Rui Cunha, é totalmente dirigida a alunos ou formandos chineses que dominem o Português e arranca agora para a quarta edição.
“O que se pretende é transmitir-lhes conceitos e princípios básicos do Direito de Macau, desmistificando uma série de figuras jurídicas que no Direito Português têm significados diferentes que, ao fazer-se a tradução para Inglês, vão ter a uma só figura jurídica”, explica Filipa Guadalupe, coordenadora da formação. Filipa Guadalupe
O curso começa já no próximo dia 15 de Setembro e conta com 30 vagas, sendo que mais de metade já está ocupada. Recorrendo a uma parte muito prática, a jurista, juntamente com o advogado Óscar Madureira, vai uma vez mais “desmistificar de uma forma simples o Direito, usando uma técnica muito visual, com muitas imagens e exemplos práticos”.
Da experiência de anos anteriores, a coordenadora explica que este é um curso para todos, mas é muito procurado por tradutores, juristas da Função Pública, advogados estagiários e estudantes de mestrado.
“É um curso muito prático, com muitas interacção entre coordenadores e alunos”, afirma, adiantando que o curso que agora começa estará dividido em duas partes. “Nesta primeira parte, até final de Novembro, serão dados conceitos de Direito Civil e Processo Civil e as noções básicas da Lei Básica e da organização administrativa e judiciária”, enumera. Em Janeiro, começará a segunda parte da formação que se irá debruçar sobre o Direito Penal e Processo Penal e Direito Comercial.
As inscrições podem ser feitas junto do CRED-DM, sendo que o curso tem a duração de 18 horas, acontecendo às segundas e quartas-feiras, e é gratuito.

8 Set 2015

Fixação Oral

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]a fixação oral chega a reflexão sobre o sexo oral. O termo, bastante auto-explicativo, sugere sexo com a boca. Há quem acredite (e isto aconteceu-me mesmo) que se trata de falar sobre sexo, ou mesmo, falar sobre o amor.

Visões mais ingénuas e românticas à parte, sexo oral é daquelas práticas que já se tornaram comuns, aceites. A minha fantasia me dirá que em tempos antigos sexo oral, feminino ou masculino, não seria tão facilmente encontrado. Mas posso estar errada. Projectos futuros seriam de discutir sexo com a terceira idade, se o meu à vontade o permitisse.

Esta oralidade amorosa (genital), no decorrer das descobertas sexuais, poderá constituir uma preocupação, um nervosismo especial entre as camadas mais jovens. Já é choque suficiente ter que se consciencializar pela exposição do orgão sexual ao outro, pior ainda será pensar que se tem que aproximar com uma intimidade tal e natural para chupar e lamber. Convenhamos que até então aquela área estava destinada ao regular xixi e à masturbação, ter que aproximar a boca, o nariz, os olhos ao órgão sexual do outro poderá ser potencialmente intimidador para ambos. Tanto quanto sei de broches, os homens (rapazes) não se acanham em pedi-los, que põe a menina numa posição difícil. Não que sejam obrigadas, mas sentem-se obrigadas. E isso tira todo e qualquer prazer que pudesse suscitar. Aliás, o prazer de presentear com sexo oral no rapaz provavelmente só virá quando este o deixar de pedir: são estes os depoimentos que me têm dado. Um estudo que se debruçou especialmente na temática do sexo oral entre os jovens adultos, veio também clarificar que sexo oral nas meninas vem em troca do sexo oral nos meninos, ou seja, faz-se um broche para receber um minete, com alguma sorte.

A esperança é a aquela de que o sexo oral não seja necessariamente um castigo, ou uma troca de fretes alternadas. Claro que não. Adultos de sexualidade desenvolvida e desinibida já o incluem nas suas práticas sem pedir nada em troca. Um bom broche ou um bom minete é o apogeu do altruísmo sexual. Um sinal de dedicação ao outro, tanto que um outro estudo diz que sexo oral é mais comum em relacionamentos duradouros. Talvez essa história do falar ‘do amor’ não seja tão despropositada quanto isso.

Agora, sexo oral é uma arte a ser desenvolvida e muito praticada. Porque se numa dança penetrativa pode-se ajeitar o que cada um gosta mais e lhes dá mais prazer, andar a explorar lá em baixo com a boca talvez seja mais desafiante. São muitos os mistérios que envolvem o caminho para o clímax oral. Nos homens talvez haja alguma facilidade, nas mulheres pode ser um pouquinho mais difícil. Não são missões impossíveis mas são missões que exigem dedicação e atenção. Atenção às necessidades, aos sinais, aos gemidos do outro. Até porque há toda uma coreografia de anca quando se aproxima da hora H. Até lá é um jogo de profundidade, de saliva e de algum jogo de mãos. A oferecer aos homens ainda há o adicional ‘teabag’ que a cultura popular televisiva ensinou ser uma sofisticada técnica de prazer oral aos testículos. Deixo à vossa imaginação.

Sobre o orgasmo, a pornografia expõe as situações e as práticas que inquietam mentes: engolir ou não engolir. Não é das conversas mais comuns enquanto as amigas tomam o seu chazinho. No fundo não se percebe o que é normal ou facilmente aceite. És da vanguarda, da badalhoquice, da taradice, és prática. Ou simplesmente é muito amor para engolir tal quantidade calórica cromossómica. Como nem eu própria entendi a conotação que existe, pelo menos entre mulheres, com toda a segurança garanto que não é importante engolir ou não. Porque em boa verdade nenhum homem se sentiria em grande coragem de fazê-lo ele próprio, leia-se, engolir o seu próprio esperma. Para homens pode ser uma prova de amor ou uma prova de uma sensualidade pornográfica que virá em diversos níveis de insistência. Às mulheres insisto eu: se não há qualquer obrigatoriedade para o sexo, engolir está longe de ser um pré-requisito sexual. Faz-se o que se quer. Pornografismos à parte.

Para os que têm dificuldades com altruísmo há sempre o número de uma perfeita harmonia e simetria. Sexo oral a rodos e para todos, ao mesmo tempo, sem discussões ou conflitos. Sessenta e nove de uma logística mais ou menos complicada, com resultados possíveis, democráticos.

8 Set 2015

Cinema | Realizador português aclamado em Veneza

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]jovem realizador português João Salaviza continua a marcar pontos junto da crítica internacional, com o novo filme – “Montanha” – a valer-lhe calorosas críticas na cidade italiana dos canais e do amor, Veneza. A seguir ao Festival de Cannes, a Semana da Crítica do Festival de Veneza é, para o Diário de Notícias, o evento de Cinema mais completo e interessante. Foi aí mesmo que o talento de Salaviza voltou a ter atenções redobradas, depois do lançamento, em 2009 e 2012, de “Arena” e “Rafa”. O novo filme do cineasta é também a sua primeira longa-metragem e a estreia teve lugar ontem, no referido festival italiano. A obra deve chegar às salas de cinema portuguesas a 12 de Novembro. joão salaviza
A nova longa-metragem de João Salaviza foi rodada entre prédios do bairro dos Olivais, ruas alfacinhas sem nomes definidos e uma adolescência em fim de vida. Embora uma pesquisa rápida pela internet não permita encontrar um trailer de qualidade desta obra, a história enternece qualquer coração, mais que não seja pela reflexão de temas como o amor, a traição e a dor própria de todo o ser humano que simplesmente deixa de ser criança. Com recurso a uma câmara de 33mm que se passeia por entre ruas e becos lisboetas, “Montanha” é protagonizado por David Mourato, referido pelo DN como um dos próximos “grandes actores” portugueses. De 14 anos, conta a história de um rapaz de nome homónimo e as relações que mantém com uma mãe ausente e um avô adoentado. Para lá disso, está um triângulo amoroso com o seu melhor amigo, Rafa – protagonista da curta “Rafa”, do mesmo autor – e Paulinha, que coincidência ou não, é vizinha de David. “David está naquela última etapa da adolescência. E dispara para todos os lados, ninguém o controla”, escreve o DN.

O que é de todos os dias

Para quem já viu a obra, o cineasta parece estar mais preocupado com a descrição quotidiana do que é crescer do que com a premissa clássica do cinema de que toda a história obriga a um princípio, meio e fim.
“Há mil e uma ideias de cinema que dão planos milagrosos, quase na ordem do transe – ninguém filma concertos daquela maneira, ninguém filma a tensão sexual daquela maneira”, destaca o diário português DN.
Numa entrevista de Janeiro passado, Salaviza conta que não há grandes referências a elementos digitais da presente era, mas sim de tempos antigos, explica. Um dos exemplos é a cena, já tornada pública, em que o trio de amigos está no sofá à conversa e com a televisão ligada: de acordo com o realizador, esta não transmite qualquer programa específico, mas sim uma mistura de sons pensada à priori. A origem da inspiração é muitas vezes desconhecida, caso esse que aqui se verifica. No entanto, há em “Montanha” uma subtil referência – ainda que inconsciente – a “Fúria de Viver”, filme de 1955 protagonizado por James Dean, lenda do cinema norte-americano. “[A personagem principal] não é inspirada no James Dean, mas há semelhanças físicas, é um tipo bonito a quem corre tudo mal, um tipo que, mais do que interagir com o mundo, deambula por ele, pelos seus tempos e lugares”, responde Salaviza.

8 Set 2015

The Assassin, Hou Hsiao-hsien

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]erdera um pouco o rasto a Hou Hsiao-hsien. Millennium Mambo (2001) pouco mais me parecera que um exercício incerto, perdido numa bruma incerta e sem o pneuma dos filmes de Hou dos anos 90 e, particularmente, dos anos 80. Three Times (2005) pouco fez para descontinuar essa disposição.
Flight of the Red Balloon (2008), que pode ser o melhor filme de sempre, evitei ver a todo o custo: um asiático em França é meio caminho andado para o disparate (sendo a grande excepção Love and Bruises, 2011, de Lou Ye, um realizador responsável por muitos filmes importantes para a formação de um gosto do século XXI – só tenho pena de não gostar de praticamente nenhum).
Não vejo nos filmes de wuxia de Zhang Yimou, Ang Lee, Tsui Hark, Chen Kaige ou John Woo (faço uma pequena excepção, muito pequena, para Dragon/Wu Xia de Peter Chan), filmes que lançaram o género globalmente, motivo para grandes entusiasmos. Tenho dificuldade em ver, para lá de uma vontade pornográfica de agradar a todos, algo de substancial ou de pessoal nestes grandes projectos ruidosos, ansiosos de cumprir os requisitos de uma globalização que funciona porque se atinge com efeitos fáceis.
Por todas estas razões, e umas difíceis de identificar, não esperava nada de The Assassin, nem muito nem pouco, e certamente nenhuma surpresa.
Este parece planeado de forma a contrariar a formulação com que filmes como Hero; Flying Tiger, Hidden Dragon; Red Cliff; The Promise; Seven Swords ou House of Flying Daggers têm vindo lentamente a cristalizar o género do filme de artes marciais.
Se o que The Assassin oferece de novo não é suficiente para criar um brilho ofuscante, é suficiente para ajudar a acreditar na sobrevivência do género para lá de uma formulação destinada a um mercado de massas completamente incaracterístico e anódino que transformou o wuxia num género deslavado e, curiosamente, muito semelhante a algum cinema americano.
Um outro exemplo desta formulação, mais amolecida que arrogante, é The Grandmaster, de Wong kar-Wai, o modelo perfeito de como facilmente a decadência se insinua num autor anteriormente capaz de filmes sedutores e pessoais (e, inclusivamente, de um wuxia intrigante, belo e hipnótico, Ashes of Time, valoroso porque fora do seu tempo, o melhor western noodle ou wuxia spaghetti de sempre – ou o único).
Não é de estranhar que após um filme completamente vazio, como é The Grandmaster (que fora antecedido de um filme patético, My Blueberry Nights, um desastre total) pouco se tenha ouvido falar de Wong kar-Wai. Estas coisas têm um ritmo próprio.
As águas paradas em que Hou Hsiao Hsien caíra com Millennium Mambo e Three Times, e de que se salvou com The Assassin (Flight of the Red Balloon, repito, não vi) são as águas em que Wong kar-Wai ainda parece encontrar-se.
A banda sonora de The Assassin é diferente das dos filmes em cima referidos. A música é quase inexistente e nunca é intrusiva, rejeitando o efeito fácil com que é usada nos outros. O mesmo se passa com as imagens, muito menos agressivas e muito menos manipuladoras. Não há, como é costume nos wuxia recentes, cenas com muitos figurantes, grandes cavalgadas ou barulho. É um filme sem truques de qualquer espécie, quase envergonhado em mostrar e praticamente sem imagens geradas por computador (que são, hoje em dia, ainda ridículas).
Este é o programa do filme, e é a tentativa em permanecer humilde que o distingue. As imagens de interiores não conseguem, no entanto, desviar-se suficientemente da tentação da composição histórica gira. Hou Hsiao-hsien consegue, mesmo assim, distanciar-se do tipo de imagens vazias da maior parte dos filmes de artes marciais de Zhang Yimou, Ang Lee ou de alguns de Chan Kaige. Este filme tem muitas coisas que os outros não têm: humildade e bondade. É fácil de acreditar nele (ao contrário do que acontece com um exercício oco como The Grandmaster) – até na sua suave sensualidade.
The Assassin tem a beleza gentil de um quadro inacabado, não apenas através da singeleza da sua história mas através do tom quase suplicante que demonstra. Espera-se com ansiedade um novo wuxia de Hou Hsiao-hsien um pouco menos envergonhado e com um pouco mais de ousadia – o que não é o mesmo que barulho. É prova de que é possível fazer wuxia sem demasiado ruído, assim como Ashes of Time é prova de que é possível fazer um wuxia contemplativo e quase psicadélico.
O tom intimista resulta também do enquadramento das cenas de interior, que contêm espaços reduzidos (não há grandes salões, salas de audiência ou pavilhões), e uma rejeição por uma sumptuosidade fácil a que os outros não resistiram. Não admira que fora da Ásia Extrema vários espectadores se tenham deixado encantar por este exotismo chinês fino (o que não quer dizer que não se tenham também deixado levar pelo exotismo extremo de outros projectos de objectivos mais claros).
Ao invés, as cenas de exterior são de uma finura crua e céus deliberadamente menos trabalhados que contrariam a minúcia no tratamento dos interiores. É nas cenas de exterior que o filme mais se liberta, mesmo que seja nos interiores que a sua intriga se urde. São estes céus que fazem lembrar, sem nostalgia mas com esperança no futuro, nos céus infinitos e livres dos filmes taiwaneses de King Hu.

8 Set 2015

IPM | Alunos de países lusófonos deverão duplicar em 2016

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente do Instituto Politécnico de Macau (IPM) disse ontem que os alunos em intercâmbio dos países lusófonos deverão duplicar para cem no próximo ano lectivo, quando o instituto ganhar espaço nas antigas instalações da Universidade de Macau (UM).
“A falta de espaço é a primeira dificuldade com que nos deparamos na formação de bilingues”, afirmou Lei Heong Iok à agência Lusa, à margem de um seminário que decorre até terça-feira no IPM.
Em Agosto do ano passado, o Governo anunciou que as antigas instalações da UM, localizadas na Taipa, vão ser reservadas para o ensino superior, após terminada a respectiva transferência para a Ilha da Montanha. Várias universidades manifestaram interesse, tendo o Governo atribuído as concessões este ano.
“Felizmente, o Governo cedeu ao IPM cinco edifícios no antigo campus da UM. No próximo ano vamos deslocar para lá o nosso Centro Científico e Pedagógico da Língua Portuguesa e um dos edifícios será para dormitórios. Nessa altura, teremos melhores condições, em particular para os dormitórios”, explicou. IPM
Actualmente, as residências dos estudantes funcionam dentro do IPM, além de outros alojamentos fora do instituto.
Segundo Lei Heong Iok, o número de estudantes de intercâmbio de países lusófonos no IPM passou de cerca de 30 em 2014 para um pouco mais de 40 este ano e a meta é chegar a cem no próximo ano. A maior parte destes alunos vem de Portugal, nomeadamente no âmbito da licenciatura em Tradução e Interpretação Português/Chinês – Chinês/Português, em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria.
Este ano, o IPM reforçou a oferta na área com o curso de Relações Comerciais China-Países Lusófonos, uma licenciatura que para Lei Heong Iok “resulta da consciência clara da importância do português no diálogo empresarial entre a China e a lusofonia”.
Também presente no seminário de ontem, o secretário-geral do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países da Língua portuguesa, Chang Hexi, salientou o aumento da procura de quadros bilingues em Macau, mas também no interior da China, graças ao desenvolvimento das relações económicas e comerciais com o universo lusófono e, em especial, às políticas de Pequim para estimular a internacionalização das empresas chinesas.
“Registou-se, nos últimos anos, um grande aumento de investimento chinês nesses países, pelo que, as empresas chinesas também carecem urgentemente de talentos bilingues”, referiu.
Chang Hexi estimulou ainda os participantes no seminário “a apresentarem propostas para um melhor aproveitamento das vantagens de Macau para o ensino bilingue”.

8 Set 2015

Impostos | Fim da política de isenção vai afectar ambiente, diz associação

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau mostrou-se preocupada com a sugestão do Governo de repor o imposto sobre os autocarros de turismo. A Associação argumenta que a medida pode contrariar a política de diminuição do número de veículos altamente poluentes.
O director dos Serviços de Finanças, Ion Kong Leong, afirmou no programa Fórum Macau do canal chinês da TDM, na semana passada, que a tabela de impostos está a ser revista. Ion disse que está também a ser estudada a hipótese de aumentar o imposto de importar veículos motorizados, além de que já foi anunciado que o Governo vai repor o imposto sobre os autocarros de turismo até Novembro.
Segundo o Jornal Hou Kong, o director da Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau, Ieng Sai Wai, apontou que a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) tem servido enquanto autocarros shuttle casinosentidade para controlar o número de autocarros de turismo, já que as agências de viagens em geral, não podem adquirir veículos livremente, pelo que, considera, a DST também aprecia os casos de acordo com o número de passageiros e dos custos das agências. Ieng considera que esta medida de controlo tem sido eficaz e refere que a DSF pode ter uma “orientação errada” quando se fala em controlar o número de veículos através da reposição do imposto.

Ambiente é que sofre

Tal pode vir, explicou, contrariar a medida da eliminação de veículos altamente poluentes. “Quando a aquisição de autocarros de turismo está ligada à reposição do imposto, a despesa de um autocarro de 38 pessoas sentadas e que seja fabricado no interior da China é de 400 mil patacas e a obrigatoriedade do imposto faz com que este valor possa ultrapassar o milhão de patacas”, começou o responsável por dizer. “Esta despesa grande não é suportável para as agências de viagens pequenas e médias e faz com que estas possam vir a esquecer a ideia de substituir os veículos mais velhos poluentes pelos ecológicos para aproveitar os transportes existentes ao máximo”, disse.
No que diz respeito aos autocarros dos casinos e hotéis, Ieng Sai Wai considera que um milhão de patacas pode não simbolizar uma despesa assim tão elevada para as operadoras de Jogo, fazendo com que continuem a adquirir mais veículos de acordo com a afluência das pessoas, engarrafando ainda mais o trânsito. Por fim, Ieng espera que o Governo reveja as medidas de forma mais precisa, para não “fazer coisas más com boas intenções”. 

8 Set 2015

AL | Chui Sai Cheong quer comissões inovadoras e revisão do regimento

Chui Sai Cheong quer um regimento novo na AL e comissões de acompanhamento que debatam temas mais importantes

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado indirecto Chui Sai Cheong considera que as comissões de acompanhamento da Assembleia Legislativa (AL) devem sofrer transformações, tornando-se mais “inovadoras”. Traçando um balanço no final de mais uma sessão legislativa no hemiciclo, que terminou a 15 de Agosto, o deputado pede ainda que o Regime da AL possa ser “completamente” revisto ainda dentro desta legislatura, que é a quinta.  
Em declarações ao Jornal Ou Mun, Chui Sai Cheong disse considerar que a maior mudança sofrida na passada sessão legislativa foi a de terem sido realizadas mais reuniões nas três comissões de acompanhamento da AL – a dos Assuntos de Terras e Concessões Públicas, Assuntos de Finanças Públicas e dos Assuntos da Administração Pública. Chui diz ainda que os temas foram mais abrangentes, tendo englobado matérias como as ilegalidades dos taxistas, desocupação da habitação social e execução do orçamento dos serviços públicos.

Inovar é preciso

No entanto, o deputado considera que os trabalhos foram apenas de fachada e a maioria findou com uma publicação de dados pouco completa. Algo que, diz Chui Sai Peng, tem de ser diferente.
“É bom que o funcionamento das comissões de acompanhamento esteja mais normalizado e que tenham sido realizadas mais reuniões e relatórios, porque isso prova que os deputados e a equipa de assessores desempenharam [bem o seu papel]. No entanto, existe espaço para aperfeiçoamento, os assuntos que são discutidos podem ser mais inovadores e ligados à política, além de que as comissões podem tratar de questões que não podem ser tratadas de imediato através da apresentação de interpelações escritas e orais ou em discussão com a presença dos representantes do Governo.”
Recorde-se que a revisão de partes do Regimento da AL foi aprovada na sessão passada, originando o cancelamento do limite do tempo total das intervenções antes da ordem do dia e a apresentação do mesmo projecto pelo Governo e deputados. Chui Sai Cheong frisou que a Comissão de Regimento de Mandatos vai continuar a rever totalmente todo o regimento nos próximos dois anos, mas diz esperar que um regime totalmente revisto entre em vigor na próxima legislatura, de formar a tornar mais eficaz a AL.
 

8 Set 2015

Tabaco | Quase 29 mil pessoas multadas desde 2012

[dropcap style=’circle’]J[/dropcap]á quase 29 mil pessoas foram multadas, desde Janeiro de 2012 até Agosto passado, por fumarem em locais proibidos. Os dados, que chegam dos Serviços de Saúde (SS), apontam para a realização de 874,8 mil inspecções a estabelecimentos. Os cibercafés continuam a ser os locais onde mais pessoas infringem os regulamentos, havendo cerca de mil casos só nestes primeiros seis meses do ano. Os mesmos dados indicam que a esmagadora maioria dos infractores nos casinos era turista e foi detectado num total de 301 inspecções a estes locais. Entre o total de 298 multados, 239 eram estrangeiros, 58 residentes locais e um TNR. tabaco
No que diz respeito ao resto do território, mais de 188 mil destas fiscalizações foram efectuadas este ano, tendo sido registadas 4683 acusações, sendo a maioria dos casos de pessoas a fumar em locais proibidos, outros 27 casos de “ilegalidades nos rótulos dos produtos de tabacos” e outros seis de estabelecimentos que vendiam tabaco de forma igualmente ilegal.
A esmagadora maioria dos infractores apanhados em locais proibidos era do sexo masculino – cerca de 92,7% do total – residente na RAEM, apenas 214 das situações tendo envolvido TNR. As infracções em espaços públicos exteriores como zonas de lazer e parques e centros comerciais ficaram-se pelas 1200 no total. No entanto, as forças policiais tiveram de intervir em 206 do total de casos, desde Janeiro deste ano. Os SS avançam que 78,9% dos multados já efectuaram o pagamento devido.

8 Set 2015

SJM |Coreia pede silêncio à família sobre morte de trabalhador. Resultados da autópsia atrasados

O caso do jovem trabalhador da SJM que morreu na Coreia do Norte ainda não terminou, com a família a não ter acesso aos resultados da autópsia por faltar autorização do MP. De Pyongyang chegam convites para que se mantenham em silêncio

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]jovem trabalhador que morreu na Coreia do Norte, onde trabalhava num casino do grupo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), ainda não foi enterrado e não há ainda resultados da sua autópsia.
No final do Julho, o HM avançou com o caso da morte do trabalhador da SJM, que fora transferido para o Casino Pyongyang, na Coreia do Norte. Sem encontrar grandes explicações para a morte do jovem Lei Weng Fu, de 29 anos, a família não acreditou nas justificações do casino norte-coreano que indicavam suicídio, tendo até a equipa médica do casino em causa avançado que o trabalhador em causa sofria de uma deficiência mental.
Sem quase nada perceber, a família entrou em contacto com a SJM exigindo que o corpo do jovem fosse trazido para Macau – custos da transladação assumidos por Angela Leong – e que aqui fosse feita uma autópsia para perceber a possível causa da morte de Lei.
Mais de um mês decorrido e o desenvolvimento do caso pouco ou nada de novo traz, excepto que a família não teve ainda acesso aos resultados da autópsia e que o funeral ainda não aconteceu. casino pyongyang
“O funeral do meu sobrinho era para ser realizado no início de Agosto, depois de termos conseguido trazer o corpo dele para Macau, mas o casino [da Coreia do Norte] disse que pagava o funeral e nós esperámos”, explicou ao HM Mei Chao, tia do trabalhador, adiantando que esta é apenas uma das razões para que o funeral ainda não tenha acontecido. “O corpo continua no Hospital Conde São Januário”, indicou ao HM.

O preço do silêncio

“Depois da publicação da notícia no jornal português [HM], o advogado do casino contactou-nos e disse que se não falássemos mais sobre o casino que eles nos davam dinheiro para fazermos um funeral melhor, mas já passaram duas semanas e ainda não recebemos nada, não sabemos de nada”, contou a tia da vítima, indicando que a família aceitou não voltar a falar sobre o casino até agora.
Com alguns problemas financeiros, a família mostra-se exausta e cansada de uma situação com contornos pouco normais, não sabendo como agir. Feitas as contas, explica a tia, são necessários mais de 50 mil patacas para todo o processo, dinheiro que a família não tem.

MP mudo e calado

A segunda razão pelo qual o funeral ainda não aconteceu, explica a familiar, deve-se ao silêncio do Ministério Público (MP) de Macau.
No seu direito, a família exigiu que quando o corpo entrasse em território de Macau fosse realizada uma nova autópsia para verificar a veracidade do exame feito pelos médicos norte coreanos. “Sabemos que a autópsia já foi feita, mas nós [família] não temos acesso ao resultado porque ainda não houve um juiz do MP que desse a autorização, é preciso isso para as autoridades nos darem o resultado. Até hoje, continuamos sem saber as causas da morte do meu sobrinho”, explicou.
O exame feito pelas autoridades médicas da Coreia do Norte indicavam que Lei se suicidou, algo em que a família nunca acreditou. As mesmas autoridades indicaram ainda que o trabalhador sofria de uma doença mental, mas, sabe-se agora, que nunca foram realizados quaisquer exames.
“Foi diagnosticada uma doença mental ao meu sobrinho, mas afinal nunca foi feito nenhum exame, essa informação foi apenas espalhada pelos colegas de trabalho, há muitas coisas que não batem certo”, indicou.
As perguntas que foram feitas pela família às autoridades da Coreia do Norte, à SJM e até ao amigo mais próximo do jovem morto nunca foram respondidas. O assunto continua a ser uma incógnita e aquele jovem com apenas 29 anos continua sem ter direito ao seu último adeus, o funeral.

8 Set 2015

Pedida credenciação de intérpretes de língua gestual

A Associação de Educação Especial de Adultos Surdos de Macau apontou que a falta de intérpretes de língua gestual impede a aprendizagem dos deficientes auditivos, tendo, por isso, apelado ao Governo a criação de um regime de credenciação destes profissionais.
Segundo o Jornal Cheng Pou, a directora geral da Associação, Ieong Ho Un, referiu, numa conferência no domingo passado que a partir do próximo ano se vai decidir o dia 5 de Janeiro como “Dia dos Surdos de Macau”. Isto porque, disse, actualmente só na Associação existem 300 surdos, sendo que em Macau existem apenas dois intérpretes de língua gestual que são profissionais a tempo parcial. Estes, aponta Ieong, precisam de trabalhar durante o dia e não conseguem ajudar os membros que frequentem formações durante a noite. A falta – considerada grave – destes intérpretes influencia a aprendizagem dos deficientes auditivos, diz a directora, que avançou que existem mesmo pessoas com deficiência auditiva que foram admitidas por universidades do interior da China que acabaram por desistir da oportunidade de frequentarem o ensino superior devido à falta de intérpretes nas aulas de estudo. Algo que, diz, causa também restrições na empregabilidade desses deficientes.
Ieong Ho Un apela ao Governo que implemente um regime de credenciação de intérpretes da linguagem gestual e crie mais cursos.

8 Set 2015

Metro | Mais três milhões para Laboratório de Engenharia Civil

O Laboratório de Engenharia Civil de Macau viu prorrogados os seus serviços por mais um ano pelo trabalho do segmento da Taipa da primeira fase do metro ligeiro, recebendo por isso mais 2,75 milhões de patacas. O pagamento será dividido em três parcelas e atribuído até 2017. A prorrogação foi publicada em Boletim Oficial e assinada pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On. Os encargos para os próximos dois anos serão suportados pelas verbas a inscrever no orçamento da RAEM desses mesmos anos, conforme indicado em Boletim Oficial.

8 Set 2015

Novo Macau | Jason Chao quer subsídios dos deputados

O vice-presidente da Associação Novo Macau (ANM), Jason Chao, considera que os deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong, membros da Associação, precisam de entregar uma parte dos subsídios que recebem no seu escritório de deputados à ANM, mas Au Kam San discorda. Depois de ter sido tornado público que os dois democratas integram, agora, uma outra associação – algo que deixou Jason Chao insatisfeito -, Au Kam San ainda admitiu ao canal chinês da Rádio Macau que está “gradualmente e calmamente a deixar a Novo Macau”, ainda que rejeite abandonar de vez a associação fundada por si e pelo colega Ng Kuok Cheong. Como os dois deputados foram eleitos através da Novo Macau, Jason Chao pede que 20% dos subsídios que recebem por serem membros do hemiciclo sejam entregues à associação pela qual foram eleitos. Au Kam San discorda e diz que os deputados foram “eleitos pelos cidadãos” e que a entrega de parte de subsídios é apenas uma doação, não estando sequer regulamentada em qualquer estatuto da Novo Macau.

8 Set 2015

Autocarros | Assinatura de novo contrato com a TCM para breve

O Governo anunciou ontem que a assinatura do novo contrato com a TCM – que vem substituir um ilegal – está para muito breve. Criado com base no actual contrato da operadora Nova Era, a TCM terá que mostrar um maior respeito pelo meio ambiente e controlar os seus lucros

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ntem, em Boletim Oficial, foi publicada uma ordem executiva, assinada por Chui Sai On, Chefe do Executivo, que atribui a Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, os poderes necessário para representar a RAEM na revisão do novo contrato relativo ao serviço público de transportes colectivos rodoviários de passageiros, entre o Governo e a operadora Sociedade de Transportes Colectivos de Macau (TCM). Este é o contrato que vem substituir o actualmente utilizado pela operadora, considerado ilegal pelo Comissariado contra a Corrupção.
Num comunicado à imprensa, o Governo explica que as negociações com a operadora foram “relativamente satisfatórias”, algo que não acontece com a Transmac.
“Ambas as partes concluíram já as negociações sobre a revisão do contrato, reunindo condições para a celebração da escritura pública relativa à revisão”, indica o comunicado.
O novo contrato irá permitir o “aumento das obrigações contratuais [da TCM] destacando-se, entre outras: a observância ao regime das concessões de serviços públicos, a indexação das receitas à avaliação dos serviços, o maior respeito da frota para com o meio ambiente e o controlo de lucros”.

Descubra as diferenças

O novo mecanismo de exploração é “mais ou menos idêntico ao da Macau Nova Era de Autocarros Públicos, mas há uma ligeira diferença nos contratos das duas companhias face ao ajustamento de direitos e obrigações contratuais no contrato inicial da TCM, como por exemplo, prazo da concessão e limite máximo da assistência financeira”, indica o Governo, explicando que posteriormente serão tornados públicos os pormenores do novo contrato.
Questionada pela Rádio Macau, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) explicou que o novo contrato será assinado “dentro de um curto espaço de tempo”.
Relativamente à outra operadora ainda com contrato antigo, a Transmac, o Governo explica que os “trabalhos estão a ser feitos de forma acelerada e a companhia mostra-se positiva com o processo”. Apesar disso, ainda não foram terminadas as negociações, indicando o Executivo que tal irá acontecer o mais breve possível. As duas operadoras funcionam com um contrato que, aos olhos do Comissariado contra a Corrupção, são ilegais por não darem poder ao Executivo na prestação dos serviços das operadoras.

8 Set 2015

Prostituição | Secretaria para a Segurança não pensa em criminalizar

Apesar de mostrar abertura para eventuais mudanças caso a necessidade assim o dite, o Gabinete de Wong Sio Chak não se mostra interessado em criminalizar a prostituição, algo defendido por outros responsáveis

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Secretaria para a Segurança não pensa, para já, criminalizar a prostituição ou sequer fazer qualquer alteração à legislação que torne esta actividade ilegal. Isso mesmo confirmou o organismo ao HM, numa resposta por escrito.
“Não existe no âmbito deste Gabinete qualquer iniciativa legislativa ou projecto de alteração do actual regime jurídico”, começa por indicar o Gabinete de Wong Sio Chak, sem descurar, contudo, que a questão também não poderia ser apenas decidida pelo Secretário, uma vez que faz parte “da política criminal global”.
O actual quadro jurídico da RAEM, recorde-se, dispõe de medidas de prevenção e repressão aos crimes de favorecimento da prostituição e tráfico de pessoas, sendo que também o aliciamento em local público para a prática da prostituição é sancionado com multa e expulsão com interdição de reentrada pelo período de dois anos. Contudo, têm sido diversas as declarações públicas que dão conta do desejo de tornar a prostituição só por si um crime.
Caso disso foi a resposta de Chau Wai Kuong ao HM, numa entrevista no ano passado, onde o então subdirector da Polícia Judiciária (PJ) dizia concordar com a criminalização da prostituição. Esta foi, na altura, uma “opinião muito pessoal” daquele que é, agora, o responsável máximo da PJ. Chau chegou a entregar uma proposta para que a prostituição fosse considerada crime, de forma a que se diminuíssem os casos no território.
“Pessoalmente, já apresentei a minha opinião particular à Comissão do Tráfico Humano a dizer que a prostituição deveria ser crime. Por exemplo, na China, se alguém for acusado, pode ser detido pela polícia, não precisa de ser um juiz e tem de pagar uma caução. É uma detenção ‘administrativa’ que pode ser por 15 dias. Em Macau, se for preciso detenção tem de ser sempre através do tribunal. Vemos que, se tratarmos a prostituição como um crime, podemos diminuir muitos casos, mas é preciso consenso da sociedade e, se calhar, a sociedade tem outras opiniões. Eu queria, mas…. Não é só eu falar e já se pode fazer, mas concordo que a prostituição seja crime”, disse, na entrevista de Junho de 2014.
Mais recentemente, a deputada Chan Hong pediu na Assembleia Legislativa um estudo sobre a criminalização da prostituição e o reforço do combate à indústria do sexo. A deputada eleita pela via indirecta considerou, na altura, que a actuação da polícia permitiu, nos últimos anos, reduzir a prostituição nos casinos e bairros comunitários, mas que as redes passaram a recorrer a outros métodos para atrair clientes. Por outro lado, considerou que o facto de a prostituição por conta própria e em fracção habitacional não ser considerada crime, mas “apenas uma infracção administrativa”, faz com que não seja “nada fácil” o seu combate. Chan Hong apontava ainda que “a indústria do sexo acarreta um conjunto de problemas sociais, incluindo o tráfico humano e drogas, afectando a segurança pública e a educação dos jovens”, propondo, por isso, “a realização de um estudo sobre a criminalização da prostituição, encontrando consenso no seio da sociedade, por meio de consultas públicas”, de forma a que se incentivasse também os residentes a apresentar queixas.

Atento e aberto

O Gabinete de Wong Sio Chak mostra-se aberto a eventuais mudanças, mas nega que haja vontade de criminalizar esta actividade, ainda que, como avançado pelo HM em Julho, o Governo vá incluir na revisão do Código Penal alterações ao crime de lenocínio. A garantia foi dada através de uma resposta precisamente à deputada Chan Hong pelo Chefe Substituto do Gabinete do Secretário para a Segurança, onde é ainda garantido que vai haver uma auscultação pública sobre a distribuição de material obsceno, ainda que não para já.
“Atendendo à tendência de desenvolvimento conjunto dos respectivos crimes, a DSRJDI já iniciou o trabalho de revisão sobre a matéria dos crimes sexuais, nomeadamente as normas relacionadas com o lenocínio de prostituição”, podia ler-se no documento a que o HM teve acesso. A DSRJDI já terá, inclusive, contactado autoridades policiais, tribunais e advogados para perceber o que falha na “aplicação prática” da lei.
Na resposta ao HM, Wong Sio Chak garante, no entanto, que tudo terá em conta a realidade social de Macau.
“O Secretário para a Segurança não pode deixar de afirmar que é sensível a todas as questões de política criminal e não deixará de, no âmbito das atribuições da sua área de governação, acompanhar a reflexão e estudos que, em particular, o tema da prostituição e das actividades ilícitas a ele conexas demandam, designadamente, quanto ao seu impacto na sociedade de Macau.”
Dados do primeiro trimestre deste ano mostram que 195 entre 196 mulheres alegadamente ligadas à prostituição que foram detidas em Macau no primeiro trimestre deste ano eram provenientes do interior da China. Nos últimos meses, a PJ realizou várias acções de combate a esse tipo de actividade, depois de no início do ano ter desmantelado uma alegada rede de controlo de prostituição que operava num hotel em Macau, numa operação que resultou na detenção de mais de cem pessoas, incluindo Alan Ho, sobrinho do magnata dos casinos Stanley Ho e o homem forte da área hoteleira da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau.

8 Set 2015

Casa Garden | World Press Photo 2015 acontece em Outubro

Este ano, as problemáticas contemporâneas estão no centro do World Press Photo, o maior concurso de fotojornalismo do mundo. A 58.ª edição conta com transsexualidade, relações amorosas e trabalho fabril no pódio. A mostra vai estar em Macau entre 10 de Outubro e 1 de Novembro na Casa Garden

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Casa Garden é novamente palco da exposição itinerante do World Press Photo 2015, mostra de fotografia a nível mundial. O vencedor desta 58.ª edição é o dinamarquês Mads Nissen, um jornalista do jornal diário Politiken, representado pela Panos Pictures.
A exposição, organizada pela Fundação Oriente, acontece entre 10 de Outubro e 1 de Novembro. Este “concurso anual de fotografia jornalística” conta com o apoio da Casa de Portugal. Este ano, participaram na competição quase 5700 fotógrafos profissionais de 131 países, incluindo Austrália, Bangladesh, Dinamarca, China, Bélgica, Eritreia, França, Irlanda, Polónia, EUA, Reino Unido, Turquia e Suécia. world press photo
A fotografia vencedora mostra Jon e Alex, um casal homossexual, num momento íntimo em São Petersburgo, na Rússia. “As minorias sexuais enfrentam discriminações de ordem social e legal, assédio e mesmo ataques violentos de ódio por parte de grupos conservadores nacionais e religiosos”, explica a Fundação em comunicado. A fotografia seleccionada está integrada num projecto pessoal de Nissen, destinado à Scanpix. O dinamarquês ganhou ainda o primeiro lugar no prémio Contemporary Issues.
As películas premiadas são apresentadas em exposições numa centena de cidades por mais de 45 países. As pessoas têm ainda direito a fazer download de uma aplicação móvel gratuita, através da qual é possível aceder às fotografias em nove línguas, conhecer a história de cada uma delas, ter acesso a testemunho dos fotógrafos e outros trabalhos dos autores.

Mundo contemporâneo

As três obras principais inserem-se na temática da presente edição – “Problemáticas Contemporâneas”. Na exposição são assim abordados conceitos relacionados com a orientação sexual ou a fuga de países em guerra.
O segundo prémio foi atribuído ao fotógrafo chinês Ronghui Chen, por ter captado um trabalhador fabril em Yiwu, munido de um chapéu de Pai Natal. A cor encarnada do adereço funciona como acessório à própria fotografia, que coloca o jovem trabalhador numa luz também ela vermelha, junto ao material que utiliza.
O terceiro galardão foi parar às mãos do italiano Fulvio Bugani, fotógrafo há mais de 15 anos e com uma série de trabalhos feitos em associação com organizações não governamentais e de ajuda aos desfavorecidos, incluindo a Amnistia Internacional. A fotografia que valeu o prémio a Bugani faz parte de uma série que versa sobre a problemática da transsexualidade na Indonésia, onde este grupo é apelidado de “waria”, nome que aglutina “homem” e “mulher” na mesma frase. A película em questão não tem cor e mostra várias mulheres originárias daquele país à porta da Pesantren Waria Al Fatah, uma escola inteiramente dedicada aos transsexuais, em Java.

8 Set 2015

Aves | Oposição à substituição de vivos por congelados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]proposta de acabar com o abate das aves de capoeira e passar a importar directamente aves congeladas não agradou aos grossistas do sector. O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) foi quem apresentou a proposta, mas o sector considera que esta ideia vai destruir a sobrevivência do mercado.
A proposta chegou depois da propagação da gripe das aves, que atingiu a China o ano passado. O IACM considera que a importação de frangos congelados seria melhor para evitar esta doença, mas os comerciantes dizem que as inspecções actuais são suficientes e que não permitem grandes hipóteses de contaminação.
 “Actualmente, as aves vivas não podem ser importadas sem a inspecção, nem são guardados para o dia seguinte caso não consigam ser vendidas. O mercado abastecedor faz limpezas várias vezes por mês e está distante das habitações, pelo que a hipótese de haver esta estirpe da gripe é muito pouca”, defendeu ao Jornal do Cidadão o representante dos grossistas de aves de capoeira de Macau, Chao Wa Seng.
O Conselho de Administração do IACM explicou no início deste ano que a ideia de haver um abate centralizado permitiria escolher sítios mais distantes da população.
Chao Wa Seng diz contudo que o sector está já em extinção e não recebe apoio do Governo, pelo que criticou a proposta do IACM em substituir os frangos vivos pelos refrigerados. O sector vai perder todo o espaço de sobrevivência, diz, e todos os trabalhadores podem passar a estar desempregados. O representante quer que as coisas se mantenham iguais, mas o presidente do Conselho do IACM revelou na semana passada que a província de Guangdong apresentou a mesma proposta e que esta pode mesmo a vir ser aplicada em Macau, ainda que venham a ser realizadas consultas públicas no segundo semestre do ano.

7 Set 2015

Jockey Club | Governo renova contrato de concessão por mais dois anos

Apesar das quebras consecutivas nos lucros e da torrente de críticas face às condições do Jockey Club, o Governo renovou por mais dois anos o contrato exclusivo para as corridas de cavalos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Macau Jockey Club conseguiu a renovação do contrato exclusivo das corridas de cavalos, apesar dos prejuízos e críticas às condições a que estão sujeitos os animais. O Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, confirmou a renovação do contrato de concessão por um período de dois anos à Companhia de Corridas de Cavalos, que opera o espaço.
A decisão do Governo, que já tinha sido avançada a semana passada pelo Jornal Tribuna de Macau, não foi ainda publicada em Boletim Oficial, mas Lionel Leong disse na sexta-feira à imprensa que o novo contrato seguia os mesmos termos do que expirou a 31 de Agosto.
“O departamento relevante sugeriu a renovação da licença por mais dois anos. De acordo com a actual situação, devemos utilizar estes dois anos para procurar desenvolver mais o Macau Jockey Club. Isto fará com que estejam de acordo com o desenvolvimento económico, incluindo a posição de Macau como centro de turismo internacional”, disse Lionel Leong, citado pela TDM.
A renovação da concessão acontece numa altura em que a empresa tem prejuízos acumulados de 3,8 mil milhões de patacas até 2014. Apesar de anos consecutivos com as contas no vermelho, a empresa manifestou sempre o interesse de continuar. Numa resposta escrita à Lusa no início de Agosto, o director-executivo, Thomas Li, afirmou que o agravamento dos prejuízos de 2013 para 2014 “deve-se à tendência de baixa do volume de negócios, a qual é semelhante à experimentada pelo sector do Jogo em Macau e também noutros clubes de corridas na Ásia”.
As perdas da empresa arrastam-se, no entanto, desde 2005, enquanto a rota descendente das receitas brutas dos casinos só foi encetada em Junho de 2014.
Para fazer face a essa “tendência”, o Macau Jockey Club “considera que o mais importante é melhorar as instalações, bem como os serviços (…), sendo a primeira prioridade a renovação das pistas”. “Os futuros aperfeiçoamentos vão levar-nos em direcção a padrões internacionais e a atrair mais clientes”, acrescentou.

ANIMA desagradada

A renovação da concessão do Macau Jockey Club foi já contestada pela Sociedade Protectora dos Animais – ANIMA, que questiona a gestão da empresa e as condições em que vivem os cavalos, nomeadamente os já retirados das provas.
“Não conseguimos perceber (…) como é que uma empresa que está insolvente, quase tecnicamente falida, pode fazer mais. Modernizar o quê, se os estábulos estão a cair (…) e as instalações completamente degradadas? Durante tantos anos essa empresa foi incapaz de gerir o Jockey Club de forma eficiente e agora o Secretário [para a Economia e Finanças] entende que em dois anos esses senhores vão fazer um grande investimento”, disse o presidente da ANIMA, Albano Martins, na TDM.
“A ANIMA protestou junto do Secretário [para a Economia e Finanças] e enviou uma carta ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC) para que a empresa seja investigada, porque nós não conseguimos acreditar como é que uma empresa que tem (quase) quatro milhões de patacas de prejuízos entende que deve continuar a fazer esse negócio”, acrescentou.
Dados consultados pela Lusa mostram que a Companhia de Corridas de Cavalos soma prejuízos anuais consecutivos desde 2005. O pior registo financeiro remonta a 2006 com perdas de 286,6 milhões de patacas. Desde 1999, teve lucros apenas em quatro anos, com o mais recente a remontar a 2004, de acordo com os mesmos dados.
Os anos seguintes oscilaram entre ligeiros altos e baixos, mas as contas mantiveram-se negativas até 2014, ano que encerrou com prejuízos de 51,2 milhões de patacas. As receitas das corridas de cavalos no cômputo do sector do Jogo: em 2014 totalizaram 306 milhões de patacas, ou seja, apenas 0,08%.

Já era

Numa visita, a Lusa viu que as corridas estão reduzidas a meia dúzia por mês e as bancadas estão [geralmente] “às moscas”. Funcionários do Jockey Club, que falaram sob a condição de anonimato, apontaram como principal motivo “a concorrência dos casinos” e também o facto de terem as obras do metro ligeiro – em construção – literalmente à porta há um par de anos.
“Com tantas construções à volta agora quase nem se percebe onde é a entrada”, afirmou uma funcionária. Esse argumento é utilizado para justificar, em parte, a degradação das infra-estruturas do local, com um desgaste visível incluindo nas áreas públicas.
O mau estado das infra-estruturas é do conhecimento público e foi inclusivamente exposto numa carta aberta de membros clube, cujos excertos foram reproduzidos pelo jornal South China Morning Post. Esta missiva surgiu pouco depois de um cavalo ter sofrido lesões na sequência da queda de um bloco de cimento do teto dos estábulos, o que o afastou temporariamente da competição.
Tanto as críticas dos membros do clube como as notícias de que as precárias instalações têm estado na origem de acidentes foram desvalorizadas pelo Macau Jockey Club na conversa com a Lusa.
“Às vezes as reparações podem demorar mais por causa do tempo ou dos materiais. Aconteceram um ou dois acidentes, mas estão sempre a decorrer reparações”, afirmou um dos responsáveis.
Em resposta escrita à Lusa, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) – que procede a fiscalizações não periódicas às cavalariças e a inspecções sanitárias aquando da importação e exportação – disse ter verificado recentemente que os animais recebiam os “devidos cuidados e que a limpeza, na maioria das cavalariças, atingia o nível satisfatório”.
Este instituto aconselhou, porém, o Jockey Club “a prestar atenção à manutenção e gestão das instalações e, ao mesmo tempo, à limpeza, desinfecção e prevenção de doenças, bem como à eliminação de perigos para a segurança no interior das cavalariças, de modo a garantir a protecção dos cavalos e trabalhadores”.
Segundo dados facultados à Lusa pela empresa, o Macau Jockey Club tem actualmente cerca de 430 cavalos, incluindo duas dezenas de retirados das competições, a maioria de residentes de Hong Kong e da China.

Deputados esperam novo modelo de operação

Os deputados Si Ka Lon e Zhen Anting consideram que não faz sentido o Jockey Club manter a situação actual e esperam que a empresa comece as novas operações durante mais dois anos com um diferente “pensamento de negócio” e diferentes projectos.
Em declarações ao Jornal Ou Mun, Si Ka Lon apontou que o Jockey Club já perdeu lucros há mais de um ano, algo que significa, para o deputado, que o espaço não está a ser bem aproveitado.
Apesar de considerar “aceitável” que o Governo renove por mais dois anos a concessão – considerando a necessidade de diversificação económica –, Si Ka Lon acha que o Jockey Club tem de mostrar que merece manter-se.
“O actual modelo de operação não é viável. Caso haja novos pensamentos e planeamento de negócios, é bom que a concessão seja renovada, caso continue a perder lucros não faz grande sentido continuar por mais dois anos. Em primeiro lugar, o Jockey Club deve fazer parar a queda das receitas, depois pensar em desenvolver-se. Por exemplo, poderia pensar em promover mais o hipismo.”
Zheng Anting concorda e diz que, actualmente, o Jockey Club abre apenas quando há corridas, mantendo-se silencioso nos restantes dias, pelo que considera também que este espaço “tão grande” não foi aproveitado de forma apropriada. O deputado sugere que a operadora introduza factores não jogo como parques de diversões, actividades para famílias e espaços criativos e culturais, criando mais movimento no local.

7 Set 2015