Creative Macau | O espaço de Macau exposto em “Framing a Future Past”

A galeria da Creative Macau acolhe, a partir do dia 20 deste mês, a exposição “Framing a Future Past 2018-2024”, com curadoria de Sara Neves e trabalhos de Nelson Silva, fotografia; e João Nuno Marques, com desenho. Ambos arquitectos, expõem, através de imagens e desenhos, a visão de uma cidade em constante mutação urbanística e social

 

Chama-se “Framing a Future Past” e é a nova exposição que chegará ao espaço da Creative Macau a partir do dia 20 de Março. Com curadoria de Sara Neves, ligada à área da arquitectura, esta mostra revela as visões de dois arquitectos radicados em Macau sobre o território em que habitam e que escolheram como casa. Nelson Silva apresenta as suas imagens, João Nuno Marques os seus desenhos. A ideia é, segundo um comunicado, explorar “as várias camadas do espaço construído de Macau”.

A exposição, patente até ao dia 17 de Abril, mostra como, no território, a sensação de impermanência está sempre presente” em Macau, com “espaços, edifícios e locais que aparecem, se transformam e desaparecem”.

“Dentro deste ambiente dinâmico, o acto de documentar a cidade torna-se essencial, com o objectivo de observar e capturar momentos fugazes”, é ainda descrito pela mesma nota de imprensa. “Como intervenientes na evolução da cidade, os arquitectos são desafiados a compreender a essência de um lugar e a lidar com as questões e incertezas sobre seu futuro.”

“Framing a Future Past” apresenta “crónicas visuais” que foram produzidas nos últimos anos, nomeadamente desde 2018, sendo “resultado de um processo pessoal de descoberta da cidade, por parte destes dois arquitectos”, sem serem criadas especificamente para esta exposição.

Da diversidade

Com esta mostra, o público poderá observar “a diversidade de Macau, com especial foco nos elementos que poderão em breve fazer parte do passado da cidade”, além de se fomentar “o diálogo entre duas técnicas diferentes, a fotografia e o desenho, em torno de um tema, espaço e tempo comuns”.

Fascinado pela natureza desde jovem, Nelson é apresentado como “arquitecto e fotógrafo dedicado”. Nelson estudou Arquitectura na Universidade do Minho e passou um ano transformador em Trondheim, na Noruega, onde despertou o seu interesse por viagens e diferentes culturas. Em 2018, mudou-se para Macau, onde se tem dedicado à arquitectura e à fotografia.

Nelson é sócio da LBA Architecture & Planning e ganhou reconhecimento pelo seu trabalho fotográfico, incluindo o 2.º lugar no Concurso de Fotografia Arquitectónica de Macau de 2024.

No caso de João Nuno Marques, a sua formação fez-se na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), tendo-se especializado em “Património Arquitectónico” e “Cooperação e Habitabilidade em Países em Desenvolvimento”, entre outras pós-graduações no domínio da arquitectura.

O seu percurso profissional acumula períodos em Portugal, Espanha, Alemanha e Turquia, antes de se fixar em Macau em 2017. Tem dividido a sua actividade entre o exercício de arquitectura em diferentes sectores e a vertente académica na Universidade de São José (USJ), na qualidade de académico visitante. Além disso, João Nuno Marques integra a direcção do CURB – Centro para a Arquitectura e Urbanismo de Macau.

No seu caso, o desenho é usado “não apenas como parte do processo de trabalho, mas enquanto registo ‘in-situ’ dos lugares por onde passa, procurando captar as suas dimensões arquitectónicas e culturais”.

Relativamente a Sara Neves, curadora desta mostra, tem formação ao nível do mestrado na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. Integrou, em 2016, a equipa da quarta edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, tendo-se mudado depois para Macau. A curadora é também académica visitante na USJ, ministrando a disciplina “Buildings of Macau and Hong Kong.”
Em 2023, Sara concluiu o Curso de Práticas Curatoriais e Artes Contemporâneas em Veneza. Durante este período, co-curou a exposição “Broken in Three Places” com as obras de Sophie Jung e Maeve Brennan na Galeria “A plus A” em Veneza.

2 Mar 2025

Creative Macau | Henry Ma apresenta obras em tinta da China

Henry Ma tem feito carreira na área das artes, não só no Governo como na academia, e regressa, a partir da próxima terça-feira, com uma nova exposição de obras em tinta da China na Creative Macau. “Searching” é o nome da mostra que pode ser vista gratuitamente até meados de Março

 

A Creative Macau apresenta, a partir da próxima terça-feira e até ao dia 11 de Março, a exposição “Searching”, com trabalhos da autoria de Henry Ma, destacado nome no seio das artes locais e também do ensino superior.

Esta é uma mostra virada para as peças feitas em tinta da China da autoria do criativo e docente que se licenciou em Belas Artes no Canadá, tendo feito depois um mestrado em História na Universidade de Jinan, China, e um doutoramento em Arqueologia e Museologia pela Universidade de Pequim.

Uma nota da Creative Macau cita as palavras do próprio autor sobre a exposição da sua autoria. “Passaram quase 40 anos desde que me licenciei na Faculdade de Belas Artes do Canadá. Depois de regressar a Macau, no início dos anos 80, comecei a trabalhar para o Governo e era responsável pelas exposições de belas artes. Desde então, tenho organizado exposições apenas para outros e, ocasionalmente, participo em exposições conjuntas para mostrar uma ou duas das minhas próprias obras, o que não reflecte a abrangência da minha criação artística”, aponta.

Desta forma, segundo Henry Ma, “Searching” é composta por 30 peças dos seus esboços feitos com tinta da China, tratando-se de desenhos feitos sobre várias paisagens e locais ao ar livre nos últimos anos. “Embora não possam ser considerados como grandes obras de arte, devem ser considerados como uma revisão das minhas fases de pesquisa e desenvolvimento.” Para o artista e criativo, “existem ainda muitas falhas que precisam ser melhoradas”, assume.

Regresso e carreira

Ainda segundo o artista, este recorda que, quando voltou para Macau, tentou “aplicar técnicas de pintura ocidentais na arte chinesa”, além de “incorporar a caligrafia chinesa como meio de expressão”.

Porém, o sucesso nem sempre o acompanhou. “Tentei de muitas maneiras, mas o efeito não foi significativo, por isso voltei ao ponto de partida com esboços ao ar livre. No início, desenhava com canetas de fibra em papel feito à mão e depois passei para a tinta da China em papel de arroz. Na fase inicial, não conseguia lidar com a reação entre a tinta e a água, mas após anos de prática, compreendi gradualmente a inter-relação entre estes dois meios.”

Ainda assim, o artista assume que continua a “pensar e a procurar constantemente a forma de me exprimir nas minhas próprias obras de arte”.

Henry Ma foi membro da Comissão Executiva do Instituto para os Assuntos Municipais de Macau até 2020 e é director e membro da Comissão Executiva da Emissora de Rádio e Televisão de Macau desde 2021, a Teledifusão de Macau.

Ma leccionou ainda em instituições como a Universidade de Pequim e a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, tendo publicado um livro intitulado “A Research on Blue and White Porcelain Wares of the Ming Dynasty Unearthed in Macau”, juntamente com artigos editados em várias revistas académicas. A sua arte, que inclui pinturas, fotografias e caligrafia chinesa, foi exposta no Canadá, na China Continental e em Macau.

6 Fev 2025

Creative Macau | Xiao Xin apresenta pinturas em “Amor e Cura”

Susanne Leong Kin In, que assina trabalhos artísticos como Xiao Xin, está de regresso à Creative Macau com uma nova exposição de pintura. Esta quinta-feira será inaugurada a mostra “Love and Healing”, onde a artista apresenta trabalhos que resultam de um processo de cura e transformação pessoal

 

A Creative Macau começa um novo ano dando destaque à pintura e ao trabalho de Xiao Xin, pseudónimo da artista Susanne Leong Kin In. “Love and Healing” [Amor e Cura] é o nome da exposição que abre ao público esta quinta-feira e que fica patente até ao dia 5 de Fevereiro.

A mostra constitui, segundo um comunicado da Creative Macau, a expressão de inúmeros trabalhos da artista feitos para ultrapassar “momentos difíceis que deixam cicatrizes”, com foco nos animais e no poder de cura que podem transmitir aos donos ou cuidadores.

Nas palavras da artista, “estar com cães e pintar dá amor e cura”. “Lembra-se da doçura de conhecer o seu cão pela primeira vez, da coragem e do empenho em cuidar dele para toda a vida, da frustração quando ele destruía a casa, das lágrimas quando adoecia pela primeira vez? O tempo voa e, lentamente, os cães envelhecem e adoecem, alterando a sua rotina diária para cuidar deles dia e noite, rezando todos os dias para ter mais tempo para estar com eles”, descreve Susanne Leong Kin In.

A artista recorda, na mesma nota, a fase em que começou a dedicar-se à pintura, e que o seu primeiro quadro foi sobre o cão falecido de uma amiga. “A transformação da sua expressão quando recebeu o quadro deixou-me profundamente impressionada. Do sorriso ao pensamento profundo, às lágrimas e, por fim, agradeceu-me como se eu lhe tivesse trazido o seu cãozinho de volta, curando-lhe a dor da perda. Fiquei impressionada com as suas emoções e isso deu um novo significado às minhas pinturas de animais, que são também a força que me faz continuar”, disse.

Susanne Leong Kin In espera que o seu trabalho “permita a todos sentirem-se amados e curados”, além de chamar a atenção para a importância da defesa dos direitos dos animais.

Apoio a associações

Susanne Leong Kin In é natural de Macau e desde 2019 que se dedica à pintura, focando-se no apoio a associações locais de defesa dos animais, sobretudo os que vivem na rua. Durante cinco anos consecutivos, autofinanciou e imprimiu calendários de secretária com as suas obras de arte de animais, angariando aproximadamente 40.000 patacas para oito organizações, dinheiro que foi doado no ano passado.

A artista assume-se uma apaixonada pelo uso do pastel na pintura e por recorrer a esse tipo de material para retratar animais num estilo realista. O que começou por ser um gosto pessoal passou a ser uma forma de apoiar instituições de Macau que cuidam dos animais.

Segundo a mesma nota, “as suas obras eram de estilo realista, mas graças à Creative Macau, foi-lhe dada a oportunidade de criar, pela primeira vez, ilustrações conceptuais para uma exposição temática”.

“Quando as pessoas olham para as pinturas dos seus queridos animais de estimação, as reacções emocionais inspiram-na a retribuir à comunidade. Susanne considera verdadeiramente gratificante usar o seu talento artístico para angariar fundos para organizações de proteção animal”, é ainda descrito.

6 Jan 2025

Creative | Exposição sobre os 25 anos da RAEM até 4 de Janeiro

A Creative Macau acolhe uma nova exposição sobre os 25 anos da RAEM, intitulada “Caminho Colectivo – Exposição de Membros de Celebração do Duplo Aniversário”, com 25 artistas e 100 obras.

Para a mostra os artistas foram convidados “a reflectirem, através das suas obras, sobre os anos que passaram em Macau, a personificarem o seu progresso pessoal ou o de Macau através de arte, bem como a contribuírem para esta grande celebração através dos menores pormenores da sua vida quotidiana”.

Segundo a Creative Macau, “a soma dos 25 anos da transição de Macau e dos 75 anos da implantação da República Popular da China é igual a cem, e esta é uma promessa de que, inequivocamente, o futuro da China e de Macau ultrapassará esta realização de cem por cento”. Colaboram na mostra artistas como Justin Chiang, Margarida Cheung Vieira, Maria João Das, Celeste C. da Luz, Elisa Vilaça ou João Jorge Magalhães.

“Enquanto promotor da indústria criativa de Macau, o Creative Macau tem testemunhado o desenvolvimento cultural sem precedentes de Macau ao longo do último quarto de século, desde a sua criação há vinte anos, e compreende profundamente que todas as realizações actuais de Macau não teriam sido possíveis sem o rápido desenvolvimento e apoio da nossa pátria ao longo dos últimos três quartos de século.”

A Creative Macau – Centro para as Indústrias Criativas, foi fundada pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau em 2003. Tem como objectivo apoiar e melhorar o perfil de 12 áreas das chamadas indústrias criativas, como cinema, vídeo, publicidade, arquitectura ou design. “O seu objectivo é ajudar estas indústrias a atingir todo o seu potencial económico, acrescentando valor e promovendo o reconhecimento na sociedade”, é descrito.

16 Dez 2024

Creative | Trabalhos de alunos de comunicação da USJ em exposição

Foi apresentada no último fim-de-semana uma nova exposição na Creative Macau. Trata-se de “25”, que mostra ao público os melhores trabalhos de fotografia realizados pelos alunos da licenciatura em Comunicação e Media da Universidade de São José. Eis a oportunidade para ver a “essência vibrante” do território

 

A Universidade de São José (USJ) associou-se à Creative Macau para expor, na sua galeria, mais uma exposição dos seus alunos. Trata-se de “25”, a “Exposição de Fotografias de Alunos e Antigos Alunos da Licenciatura em Comunicação e Media”, que pode agora ser vista gratuitamente na galeria da Creative Macau até ao dia 30 deste mês.

Segundo a organização, este projecto nasce de uma parceria anual com a USJ com mais de uma década de existência “para apresentar 125 fotografias tiradas por alunos e ex-alunos da licenciatura em Comunicação e Media da Faculdade de Artes e Humanidades”. Assim, “25” é uma exposição “que celebra a essência vibrante de Macau através das lentes de vários jovens artistas talentosos (estudantes e antigos estudantes da licenciatura”.

Esta colecção de imagens apresenta “cinco temas diferentes, cada um deles captando facetas únicas das últimas décadas deste território”, com “paisagens singulares, vida urbana, cultura, natureza e, claro, as suas gentes”. A mesma nota dá conta que cada tema é retratado nas 25 fotografias escolhidas “que ilustram um leque diversificado de perspectivas”.

Parabéns à RAEM

Claro que “25” é também uma forma de celebração do 25.º aniversário do regresso de Macau à China. Esta pretende convidar o espectador a “experienciar a cidade sob uma nova luz, em que cada fotografia conta uma história que reflecte o espírito, a criatividade e as aspirações de uma nova geração e serve também de plataforma para o diálogo sobre a identidade, a cultura e o sentido de pertença da comunidade em Macau, hoje”.

Esta mostra nasce também de uma pesquisa feita no Departamento de Comunicação Social, Arte e Tecnologia da Universidade de S. José a fim de criar “esta selecção comissariada, apresentada em grupos criativos de fotografias de grande simbolismo, significado e beleza”.

Além do curso de comunicação, a Faculdade de Artes e Humanidades disponibiliza formação superior em quatro áreas-chave de estudo, nomeadamente Artes e Tecnologia dos Media; Arquitectura e Design; História e Património; Línguas e Cultura.

Assim, segundo a USJ, proporciona-se “um ambiente multidisciplinar único, no qual os estudantes têm acesso a oportunidades educativas excepcionais e desenvolvem um sentido de ética e integridade como uma pessoa completa, capaz de pensar de forma rigorosa, crítica e criativa”.

O Creative Macau – Centro de Indústrias Criativas é um projecto gerido e desenvolvido pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau, tendo sido estabelecido em 2003. Tem por objectivo apoiar e fomentar o desenvolvimento de 12 indústrias criativas em Macau, que passam pelas áreas da publicidade, fotografia, arte, arquitectura ou vídeo, entre outras.

11 Nov 2024

Creative Macau | “Time Pixels” para ver até ao dia 26

Foi inaugurada recentemente a nova exposição patente na galeria da Creative Macau, intitulada “Time Pixels – Exposição de Trabalhos de Estudantes de Artes Visuais da Universidade Politécnica de Macau”. Segundo um comunicado, a Creative Macau, enquanto centro de indústrias criativas, “tem vindo a estabelecer uma parceria anual com a Universidade Politécnica de Macau há mais de uma década para apresentar obras de arte criadas por estudantes da Faculdade de Artes e Design”.

Assim, em “Time Pixels” apresentam-se 22 obras dos alunos do curso de Artes Visuais concluídas em dois módulos, nomeadamente “Prática Artística Social” e “Sociologia da Arte”. O objectivo destas disciplinas “é orientar os estudantes para a aplicação das suas capacidades artísticas, nas áreas da pintura chinesa, pintura a óleo, gravura, escultura, cerâmica, aos temas sociais”.

A exposição gira em torno do conceito “Cronologia da Família”, “adoptado pela primeira vez como o tema que atravessa o ensino e a criação de obras de arte”. Neste contexto, os alunos “foram orientados a investigar as suas histórias familiares, a construir e a integrar as ligações entre o indivíduo, a história familiar e as mudanças na sociedade, e a expor o seu pensamento e prática artística sob a forma de pinturas, esculturas, instalações, fotografias ou textos”.

Anteriormente designada por Instituto de Artes Visuais, a Faculdade de Artes e Design da Universidade Politécnica de Macau foi criada pelo Instituto Cultural de Macau em 1989 e incorporada na Universidade Politécnica de Macau em 1993, tendo passado a designar-se Faculdade da Escola das Artes em 2022.

13 Out 2024

Creative Macau | Nova exposição colectiva inaugurada amanhã

Vários modos de expressão artística estarão patentes, a partir de amanhã, na galeria da Creative Macau. Na exposição “Século XXI – Exposição Colectiva de Membros do 21.º Aniversário” cabem 29 participantes, onde se inclui o fotógrafo e arquitecto Francisco Ricarte, o cartunista Rodrigo de Matos ou o designer João Jorge Magalhães

 

Chama-se “Século XXI – Exposição Colectiva de Membros do 21º Aniversário” e é a nova exposição apresentada amanhã na Creative Macau. O público terá a oportunidade de conhecer as obras de 29 artistas locais nas mais diversas modalidades artísticas, incluindo a fotografia de Francisco Ricarte, os cartoons de Rodrigo de Matos, que habitualmente desenha para os jornais Ponto Final e Expresso, em Portugal; e ainda o design do macaense João Jorge Magalhães.

Podem também ser vistas obras do pintor Denis Murrell, radicado em Macau há muitos anos, ou de Elisa Vilaça, especialista no trabalho com marionetas e ligada à Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau.

Segundo uma nota da Creative Macau, a ideia aqui é revelar vários tipos de estilos artísticos. “Ao longo dos últimos séculos, a arte tem sido classificada em diferentes períodos, estilos e doutrinas, como o Renascimento, o estilo Barroco, a Pop Art, a Arte Contemporânea, entre outros. Estes movimentos artísticos distintos surgiram em resposta aos fenómenos sociais das suas respectivas épocas.”

A Creative Macau recorda que “as origens da arte remontam à Idade Paleolítica”, sendo que ao longo dos séculos têm sido vários os movimentos, expressões e meios para desenvolver essa mesma arte. Uma delas foi a era digital e da Internet, influenciando “significativamente a produção criativa dos artistas” e permitindo “que os artistas se ligassem e comunicassem uns com os outros, integrassem diferentes culturas na sua arte e chegassem a um público global”.

Arte em rede

Com o tema “Rede Criativa no Século XXI”, a exposição da Creative Macau é um reflexo de como “a Internet tem desempenhado um papel vital na indústria cultural enquanto meio de ligação entre as pessoas”. No caso da Creative Macau – Centro das Indústrias Criativas, em particular, em 21 anos de existência “tem estado na vanguarda desta tendência [da ligação em rede da arte], reunindo artistas de várias áreas para partilharem as suas criações com o público e comunicarem entre si”.

Uma vez que os 21 anos da entidade se celebram este ano, pretende-se, com esta mostra, “proporcionar uma plataforma para os seus membros partilharem livremente a sua criatividade com o público, através de exposições e outras actividades que organiza todos os anos como um meio de mostrar obras de arte”.

Outros artistas que colaboram com esta exposição, e que já expuseram os seus trabalhos na Creative Macau, em mostras individuais ou colectivas, são Ada Mok, Alan Chang, Alice Costa, Angel Chan, Carmen Lei, Christopher Lei, Coco Cheong e David Chio.

Destaque também para o nome de Maria João Das, designer de moda que tem vários anos de experiência na área da indústria têxtil e do designer, tendo sido docente nos cursos de moda da Universidade de São José.

26 Ago 2024

Creative Macau | “Verso-Único” é a nova exposição de Aya Lei

É inaugurada este sábado mais uma exposição na galeria da Creative Macau. “Unique-Verse” [Verso-Único], da autoria da artista local Aya Lei, trata-se de uma colecção de desenhos e ilustrações em que o universo familiar da própria autora se mistura com a criatividade

 

Aya Lei, artista local, está de regresso às exposições com “Unique-Verse” [Verso-Único], uma mostra de ilustração que será inaugurada este sábado às 17h e que pode ser vista pelo público na galeria da Creative Macau até 17 de Agosto.

Segundo um comunicado da organização, “Unique-Verse” retrata um universo muito próprio da artista cujo trabalho se centra no género ilustração.

“Universo, que significa tempo e espaço no conceito chinês, é um mundo. Se a minha vida é limitada, espero poder torná-la mais alegre com a minha família, que me pode trazer ideias únicas com diversão e prazer”, começa por explicar a artista, citada pela mesma nota.

Muitos dos trabalhos apresentados por Aya Lei reflectem “o desenho das filhas” que mostram à artista “possibilidades interessantes”. “É uma verdadeira inspiração para as minhas criações e também um grande prazer para mim”, frisou.

Aya Lei é uma artista de banda desenhada e ilustradora residente em Macau. É autodidacta e há muitos anos que desenvolveu uma grande paixão pelo desenho. Tem-se dedicado ao design gráfico e à pintura. Os seus trabalhos publicados incluem as bandas desenhadas “Ever Eternal”, lançado em 2013, “A Book of DREAMS”, de 2015 e “A Song of Roaring Lion”, publicado em 2019.

A artista lançou ainda, em 2014, o livro de imagens “Grillia’s Cage” e a ilustração Ever Green, em 2018.

Ilustrar por aí

Sendo membro da Creative Macau, Aya Lei tem participado numa série de exposições colectivas da entidade. Em 2021, o seu nome fez parte de “Sentimental Attachment – Drawings & Illustrations”, uma exposição conjunta com Heidi Ng, Lan Chiang, Lo Yuen Yi, Madalena Fonseca e Ioklin Ng.

Aqui, o desafio lançado aos seis artistas participantes consistiu em “trazerem para a exposição a sua experiência no desenho e na ilustração, inspirados pelo tema e pela familiaridade conseguida em ambas as áreas”.

Aya Lei tem uma carreira que passa também pela China, Hong Kong e Taiwan, tendo feito recentemente algumas exposições individuais, nomeadamente “ITO”, “Tóquio Japão”, em 2017, “Illusion of Dream”, em que a autora se debruçou sobre o universo de Manga nos seus trabalhos artísticos, e apresentada em 2019.

Finalmente, “Roude e Terra – Colecção de Ilustração de Aya Lei”, foi apresentada ao público em 2020.

18 Jul 2024

Creative Macau | Submissão de videoclips até 20 de Julho

Terminado o período de submissão de curtas-metragens para a nova edição do Festival Internacional de Curtas-metragens organizado pela Creative Macau, está ainda aberto, até 20 de Julho, o período para a submissão de videoclipes. Segundo um comunicado da organização, para a edição deste ano do festival foram recebidos mais de quatro mil filmes oriundos de 100 países e regiões, nos géneros ficção, animação ou documentário, entre outros.

O festival, que inclui a exibição dos filmes seleccionados a concurso e entrega de prémios, decorre entre os dias 3 e 10 de Dezembro no Teatro Capitólio. O evento é co-organizado pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau, contando ainda com o apoio do Governo.

Na secção de curtas-metragens, os prémios podem variar entre as quatro e 20 mil patacas, existindo as categorias de “Melhor Filme”, “Melhor Filme de Ficção”, “Melhor Documentário”, “Melhor Animação” ou ainda o prémio do público. Na secção “Volume” inclui-se o prémio de “Melhor Videoclip”, no valor de dez mil patacas, seguindo-se pequenos prémios que distinguem a melhor banda sonora e melhores efeitos visuais.

A organização do evento descreve, em comunicado, que este festival “proporciona a realizadores internacionais uma plataforma cultural para a colaboração entre o cinema e a indústria musical”. Além disso, proporciona a estes amadores ou profissionais” a possibilidade de “partilhar experiências profissionais e criativas com os seus pares em Macau, obtendo reconhecimento internacional para os objectivos cinematográficos”.

18 Jun 2024

Creative Macau | Exposição de Chiang Wai Lan patente até Julho

Foi inaugurada no sábado a nova exposição da Creative Macau. Trata-se de “Pequenos Segredos”, uma mostra individual de Chiang Wai Lan, artista natural de Macau. O público poderá ver 25 obras de arte que variam entre a pintura e a instalação artística

 

É uma “narrativa artística” aquela que se apresenta até ao dia 13 de Julho na Creative Macau. Quem a conta é a artista local Chiang Wai Lan, que apresenta ao público um conjunto de 25 obras, que tanto são pinturas como instalações artísticas, conforme a inspiração.

O nome da exposição é “Pequenos segredos” contados pela artista que diz ser “a protagonista, cronista e a leitora desta narrativa artística”. Citada por um comunicado da Creative, Chiang Wai Lan confessa que o seu trabalho se foca muito na “retrospecção reimaginada”, dando, assim, “nova vida às imagens através da alquimia da criação artística”.

“Na tapeçaria das memórias, o enredo entrelaça-se com matizes contemporâneas e dimensões etéreas, tecendo fragmentos de narrativas sussurradas entre os reinos da realidade e da ilusão. Por vezes corajosamente exposta, por vezes caprichosamente satírica, por vezes introspectivamente crítica, [a mostra] narra uma história terna de um dia fugaz, onde pequenos segredos são revelados”, lê-se ainda na mesma nota.

“Pequenos segredos” é também uma forma de abordar a forma como as pessoas “olham frequentemente para o seu passado e têm visões diferentes de si próprias e do seu ambiente” no “decurso do crescimento pessoal” e também “à medida que vivenciam a vida e atingem a maturidade”.

Assim, “a artista aproveita a sua própria transformação durante o seu desenvolvimento e dá-lhe um novo significado, registando-a através de criações artísticas”.

Chiang Wai Lan faz “uso da sua perspectiva única de artista” e assume “diferentes papéis para olhar para trás em vários momentos da sua vida passada, de modo a fazer emergir um choque de ideias com o seu ‘eu’ passado em reflexão, examinação ou crítica”.

Artista no ensino

Chiang Wai Lan tem estado envolvida na criação de arte visual, educação em arte visual, formação de professores e investigação curricular em Macau há muitos anos.

A artista está, actualmente, a frequentar um programa de doutoramento em Educação na Universidade Normal do Leste da China, tendo concluído o mestrado em Artes Visuais pela Universidade das Artes de Londres em 2016.

Em 2019, foi seleccionada para o “Projecto de Promoção do Jovem Artista de Macau” da Fundação Macau. As suas obras de arte têm sido expostas tanto em Macau como no estrangeiro. Algumas das suas recentes exposições individuais incluem “Fairy tell – Works by Chiang Wai Lan” (2023, Fundação Macau), “My Fairy Tale – Works by Chiang Wai Lan” (2018, INSA Gallery na Coreia do Sul), e “Once Upon A Time – Chiang Wai Lan Solo Exhibition” (2018, Macau Art Garden).

A Creative Macau – Centro para as Indústrias Criativas existe em Macau desde 2003, sendo um projecto gerido pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau. Sempre teve como objectivo “apoiar e melhorar o perfil de 12 áreas das indústrias criativas” em áreas tão diversas, mas por vezes complementares como a publicidade, arquitectura, design, artesanato, cinema e vídeo, entre outras. Além das exposições frequentes, a Creative Macau promove ainda um festival de curtas-metragens em vários géneros cinematográficos, incluindo videoclips musicais.

Pretende, com estas actividades, “ajudar estas indústrias a atingir todo o seu potencial económico, acrescentando valor e promovendo o reconhecimento na sociedade”.

17 Jun 2024

Creative Macau | Lugar de Macau pós-pandemia “inspira” exposição

“The Macau Dream is Alive and Well” reúne trabalhos de arte conceptual de Angela Hoi Ka Ian e Jovinia António. A mostra patente na Creative Macau tem como ideias centrais o “sonho de Macau” pós-pandemia, os desafios do isolamento, a crescente importância do mundo digital e a própria doença da covid-19

 

Está patente na Creative Macau uma exposição de Angela Hoi Ka Ian e Jovinia António. Intitulada “The Macau Dream is Alive and Well” [O Sonho de Macau está Bem Vivo], a mostra, em exibição até ao dia 27 de Abril, baseia-se “em acontecimentos recentes”. Para tal, as artistas convidadas foram desafiadas a “expressarem artisticamente os seus sentimentos sobre os tempos de confinamento e isolamento”, em referência à pandemia da covid-19, descreve um comunicado da Creative Macau.

Desta forma, a exposição “permite um vasto leque de possibilidades para as artistas expressarem as suas ideias”, evocando reflexões subjectivas” ou podendo ainda ter um “efeito neutro no espectador”. Apesar de Macau ter regressado à chamada “normalidade” após a pandemia em Janeiro do ano passado, a verdade é que os impactos que esta questão de saúde pública global teve nas pessoas continuam a motivar criações artísticas de diverso tipo.

“Os residentes de Macau tiveram de se adaptar a novos hábitos, aprendendo a viver em isolamento. Os três anos passados online e as ligações virtuais ajudaram a aliviar a tensão psicológica e o desespero crescentes. Apesar de tudo ter parado durante a pandemia, o número de utilizadores da Internet aumentou exponencialmente para trabalhar e criar”, aponta a Creative Macau.

Desta forma, Angela Hoi Ka Ian e Jovinia António foram convidadas a olhar para “o presente e o futuro” de Macau através da arte conceptual, tendo em conta que o território “caminha para a globalização”. “Ambas as artistas abordaram o tema de forma diferente, utilizando vários materiais para criar formas não tradicionais que reflectem a sua vida quotidiana”, é descrito.

Hábitos e desafios

No caso de Angela Hoi Ka Ian, apresenta-se a série de trabalhos com o mote “That Day I Rolled a Boulder Up a Mountain” [Naquele Dia, Rolei uma Pedra Montanha Acima], onde a artista explora “uma história de vida sem fim”, influenciada pelo mito grego de Sísifo, quando este foi castigado a empurrar um pedregulho para cima de uma colina íngreme. No entanto, sempre que se aproximava do topo da montanha, a pedra rolava para trás, obrigando-o a começar de novo. Esta tarefa sem fim, e inútil, acabou por tornar-se no seu castigo eterno.

Esta história serve de reflexão às ideias de criação, destruição e reparação, em que a artista “tem uma abordagem alegórica que serve de eixo principal” a toda a criação que se centra na pintura, vídeo e instalação. A ideia é “descobrir os retratos de Sísifo na vida” de todos nós, levando a uma reflexão sobre “o significado da vida do indivíduo no autoequilíbrio do universo”.

Natural de Macau, onde nasceu em 1996, Angela Hoi Ka Ian costuma explorar a “relação de vulnerabilidade entre indivíduos e comunidades”. Concluiu um mestrado em Belas-Artes em Londres, que acrescentou a uma licenciatura na mesma área pela Universidade Nacional de Artes de Taiwan.

Jovinia António, outra artista convidada, designer de profissão e apaixonada por padrões, apresenta na Creative Macau trabalhos que exploram as questões geradas pelo confronto com a adversidade: será que a pessoa “se iria fundar no seu espaço de conforto ou iria atravessar a paisagem com espinhos”?

A própria artista teve um processo de reconhecimento individual após terminar a licenciatura, optando por criar a sua própria marca, a “Stardust Journey”, fundada em 2016. Esta marca têxtil levou a artista a criar o seu próprio espaço e voz na indústria, e é sobre esse reencontro que as obras de Jovinia António falam.

3 Abr 2024

Creative Macau | Fotografias de Alex Chao para ver a partir de sábado

A Creative Macau acolhe a partir do próximo sábado a exposição de fotografia “Unique Vision”, de autoria de Alex Chao Io Chong. A inauguração está marcada para as 17h e tem entrada livre.

A exposição, que estará patente ao público até 23 de Março, tem como tema central a capacidade e característica da fotografia de conseguir captar formas e atribuir-lhes uma alma, destaca a organização da mostra.

“Sê um caçador na vida, capta o que encontras na vida em qualquer altura e em qualquer lugar, combina-o com os teus pensamentos, aceita o que recebes, dá-lhe uma alma, transforma-o numa obra de carne e osso e de pensamento, e coloca-o no mundo”, escreve a Creative Macau

Alex Chao tem marcado presença assídua na agenda cultural da Creative Macau e de outras associações de divulgação artística.

Nascido em Macau em 1965, Alex Chao tirou um bacharelato em artes visuais (vertente educativa) pela Universidade Politécnica de Macau. Cedo descobriu a paixão pela fotografia, devotando intensos estudos sobre a arte de fotografar durante a juventude. Até hoje, acumula mais de três décadas de pesquisa e experiência em fotografia, percurso que o levou ao profissionalismo como fotógrafo e educador em artes visuais, assim como director do estúdio de fotografia da Escola de Belas-Artes da Universidade Politécnica de Macau.

A sua experiência profissional engloba também trabalhos de edição de livros, tipografia, design, multimédia e curadoria e produção de exposições.

22 Fev 2024

AIPIM | Conferência sobre gestão dos media dia 20

A AIPIM – Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau promove no próximo dia 20, sábado, às 16h, a palestra “Gestão dos Media na Actualidade – as Indústrias Criativas como mais-valia”, que decorre na Creative Macau. A abertura da palestra estará a cargo do presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau (IEEM), José Luís de Sales Marques, sendo os oradores convidados Paulo Faustino, professor da Universidade do Porto, e Margarida Saraiva, fundadora e directora da Babel – Cultural Organization.

“Gestão dos Media na Actualidade – as Indústrias Criativas como mais-valia” é uma iniciativa contará com moderação do jornalista Paulo Barbosa e realiza-se com o apoio de entidades como a Creative Macau – Centro de Indústrias Criativas, o departamento de Comunicação e Media da Universidade de São José, a IMMAA – Associação Internacional Académica de Gestão de Media e a BABEL – Organização Cultural.

A ideia, com esta conferência, é “analisar o actual panorama dos media a nível global, em especial na RAEM, no que respeita aos modelos de gestão em vigor ou por adoptar”. Assim, “os oradores irão destacar a importância das indústrias criativas para o sector da comunicação social, enquanto geradoras de mais-valias para os media em termos de oferta de conteúdos, novas fontes receitas e, no caso de Macau, como agente diversificador da economia”.

16 Jan 2024

Creative Macau | Carmen Lei apresenta novas obras esta quinta-feira

É inaugurada esta quinta-feira a nova exposição de Carmen Lei Ka Man. Patente na galeria da Creative Macau, esta mostra, intitulada “Narrativas Abstractas”, revela obras que fazem a junção entre a pintura e a poesia, a arte visual e a literatura

A galeria da Creative Macau inaugura, esta quinta-feira, a exposição da artista local Carmen Lei Ka Man, inaugurada “Narrativas Abstractas”, patente até ao dia 17 de Fevereiro. Trata-se, segundo um comunicado da Creative Macau, de uma exposição “que mistura perfeitamente os domínios da arte visual e da literatura”, contando com curadoria da própria artista.

Celebra-se ainda “a profunda ligação entre a literatura clássica e as pinturas abstractas, entrelaçando a beleza das palavras e a profundidade das emoções transmitidas pela arte abstracta”.

Desta forma, o público é convidado “a mergulhar num mundo hipnotizante de cores vibrantes, pinceladas intrincadas e formas evocativas”, sendo que cada quadro da colecção tem como nome uma citação literária, tratando-se de uma forma de a artista homenagear as “obras intemporais da literatura clássica”.

Além das pinturas, os poemas seleccionados por Carmen Lei Ka Man “fornecem uma narrativa lírica que complementa e melhora a experiência visual, permitindo que o público mergulhe numa viagem multissensorial de expressão artística”. Esta mostra, “ao fundir arte abstracta e poesia”, acaba por “transcender as fronteiras tradicionais, criando um espaço onde a imaginação e a interpretação fluem livremente”.

Carmen Lei Ka Man convida, assim, o público “a explorar a relação simbiótica entre arte e literatura, ecoando o profundo impacto que a literatura clássica tem na nossa consciência colectiva”. Celebra-se, em “Narrativas Abstractas” a criatividade, fazendo-se “um tributo ao poder das palavras e explorando as possibilidades ilimitadas que surgem quando a arte e a literatura se entrelaçam”.

Arte e ensino

Professora de inglês e uma apaixonada pela literatura inglesa, Carmen Lei Ka Man é mestre em Comunicação pela Universidade Baptista de Hong Kong, interessando-se não só pela escrita de poesia em inglês como pelo abstraccionismo na pintura. Já expôs fotografia em Hong Kong e enveredou pelo cinema experimental, através da realização de curtas-metragens.

Carmen Lei Ka Man já orientou os seus alunos a escreverem mais de uma centena de poemas em inglês, editados em livro. Realizou a sua primeira exposição individual de poesia e pintura no ano passado.

O comunicado da Creative Macau dá ainda conta de que a artista “gosta de explorar as relações entre o tempo, o espaço e as pessoas”, bem como da solidão, “mas não da impotência”. “Gosta de seguir a multidão, mas não gosta de ir com a corrente; gosta de aproveitar ao máximo o seu tempo – mesmo que seja um segundo -, mas não gosta de estar presa ao trabalho; sente-se confiante na luz, mas confiante na escuridão. O seu amor podia ser indulgente, mas ao mesmo tempo amava com desânimo. Os seus poemas e pinturas ilustram plenamente as contradições do seu amor e da sua vida”, pode ler-se.

9 Jan 2024

Creative Macau | Vinte anos de existência celebrados em “Quatro Estações”

A Creative Macau celebra 20 anos de existência no próximo dia 28 e, para assinalar a efeméride, convidou 40 artistas membros para exibirem as suas obras numa mostra intitulada “Quatro Estações”. Podem, assim, ser vistos trabalhos de nomes como Carlos Marreiros e Alexandre Marreiros, Adalberto Tenreiro e Yaya Vai, entre outros, estando ainda prevista a edição do livro “DOCUMENTA 2023”, relativo ao aniversário

 

É uma data redonda que não pode passar em branco. Os vinte anos de existência da Creative Macau, espaço dedicado às indústrias culturais e criativas estabelecido em Macau a 28 de Agosto de 2003, serão celebrados com uma exposição intitulada “Quatro Estações”, em que se poderão ver trabalhos de 40 artistas membros da Creative, nomeadamente os arquitectos Carlos Marreiros e Adalberto Tenreiro e os artistas Yaya Vai, Dennis Murell ou Justin Ung, entre outros, incluindo uma obra da própria directora da Creative Macau, Lúcia Lemos.

Além da exposição, que termina a 29 de Setembro, o aniversário celebra-se também com a edição do “DOCUMENTA 2023”, livro que será oferecido aos membros da Creative Macau.

Em comunicado, a Creative Macau aponta que estas têm sido “duas décadas de intensa actividade artística e cultural com a comunidade criativa”, sempre com a missão de “acolher profissionais consagrados e novos talentos em busca de reconhecimento”.

O tema “Quatro Estações” engloba “todas as variações vividas ao longo de duas décadas”. “Embora as Quatro Estações apelem aos sentidos sensoriais, a vida humana tem inúmeros significados no que respeita à sua capacidade criativa”, destaca a direcção da Creative Macau.

Estações na história

A Creative Macau aponta ainda nomes de personalidades ligadas ao meio artístico que, ao longo da história, foram retratando as quatro estações do ano, nomeadamente o Inverno, Primavera, Verão e Outono.

Assim, no período da Grécia Antiga, entre os anos 800 a 146 a.c., as quatro estações foram retratadas em esculturas, enquanto na China, no período da dinastia Tang, entre os anos de 618 a 907 d.c., o poeta Li Bai, que viveu entre os anos 701 e 762, escreveu as “Baladas das Quatro Estações”, enquanto os pintores Zhou Fang e Zhang Xua, entre outros, inspiraram-se nas estações para criar as suas obras imortais. Na época medieval, entre os anos de 476 a 1450, ou seja, até ao século XV, os europeus moralizaram as estações do ano através de ilustrações de virtudes e vícios, enquanto na época do período Edo japonês, entre os anos de 1615 e 1868, foram criados ritos ilustrativos através de xilogravuras.

Também no Japão, mas em 1832, Hokusai Katsushika retratou o Monte Fuji em “Trinta e seis vistas do Monte Fuji” dentro das quatro estações do ano e em diferentes locais com diferentes condições climatéricas.

No período do Renascimento italiano, o pintor italiano Giuseppe Arcimboldo pintou, entre os anos de 1503 e 1590, o busto alegórico da natureza com uma “extraordinária imaginação em interpretações simbólicas e acutilantes para a época”, tendo personificado “os frutos da terra e do mar de cada estação, revelando a essência da Humanidade”.

Desta forma, aponta a Creative Macau, “as estações do ano e os seus fenómenos alteram significativamente a concretização dos desejos e sonhos das pessoas, levando-as a crescer aprendendo e falhando até conseguir”.

9 Ago 2023

Creative Macau | Joaquim Kuong exibe arte inspirada no filme “Macao”

Na final da tarde da próxima quinta-feira, é inaugurada na Creative Macau a primeira exposição a solo de Joaquim Kuong, que estará patente ao público até 19 de Agosto.
Intitulada “Gleaming Dreams”, o artista debutante apresenta uma mistura de obras de várias estilos artísticos, pintura, porcelana, instalação fotográfica e gravuras, tendo como fio condutor a estética e atmosfera do cinema noir, em particular do clássico de 1952 “Macao” de Josef von Sternberg e Nicholas Ray.
Em comunicado, a Creative Macau descreve a exposição de Joaquim Kuong como um ensaio de recriação e reinterpretação a experiência de ir ao cinema, de permanecer num espaço escuro apenas iluminado pela projecção de luz. Entre as obras que resultam em “Gleaming Dreams” existe um elemento unificador, um “espanta espíritos” transversal a todos os trabalhos. O uso deste objecto “realça o facto de Macau ser um lugar onde sonhos e realidade se podem cruzar, um espaço seguro onde o antigo e o moderno coexistem”, aponta a organização da exposição.
Realizado por Josef von Sternberg em 1952, “Macao” foi o penúltimo filme da carreira do realizador, transformando-se num símbolo do final da época de ouro da RKO Radio Pictures.
Com Robert Mitchum e Jane Russell nos papéis principais, a trama desenrola-se no cenário exótico e agitado de Macau, onde Halloran (proprietário de um casino ilegal), em conluio com o Tenente Sebastian, um polícia local, controla o jogo, tráfico de joias e demais operações criminosas.
Violência, traição, perseguição, fatalismo dramático e paixão arrebatadora são os ingredientes tradicionais do género fílmico, que não faltam em doses copiosas em “Macao”.

Despertar para a arte
Com uma propensão para se exprimir artisticamente, mesmo que de uma forma amadora, Joaquim Kuong tem um percurso profissional ligado ao ensino superior. O professor assistente de linguística da Universidade de Macau tem alimentado a paixão pela gravura e pintura desde que conheceu as ilustrações de George Cruikshank nas obras de Charles Dickens. As gravuras e pinturas em blocos de madeira usados pelos artistas do movimento artístico japonês Ukiyo-e também são elencadas como referências incontornáveis na vida de Joaquim Kuong, em particular quando residiu nos Estados Unidos onde prosseguiu os estudos académicos depois da licenciatura.
Desde então, o artista local começou a experimentar desenho, com água-tinta, escultura em madeira e pintura.
Na óptica de Joaquim Kuong, mesmo ocupado com o trabalho de investigação académica nas áreas das artes e humanidades, o lado criativo jazia latente, à espera de acordar.

11 Jul 2023

Creative Macau | Esculturas de Tchusca Songo para ver a partir de quinta-feira

A galeria da Creative Macau acolhe, entre esta quinta-feira e 15 de Julho, uma exposição de esculturas da artista angolana Tchusca Songo, intitulada “Rainbow in Disguise”. Trata-se de peças feitas a partir de objectos encontrados na praia de Hac-Sá, em Coloane, perdidos em contexto de tufões

 

Intitulada “Rainbow in Disguise”, a nova exposição da artista angolana Tchusca Songo apresenta-se ao público de Macau a partir da próxima quinta-feira na Creative Macau. As esculturas que se revelam nesta mostra nascem de um conceito de reciclagem e reutilização, uma vez que Tchusca criou as suas obras a partir de objectos encontrados na praia de Hac-Sá, nomeadamente plástico, garrafas, sapatos e outros bens deixados por residentes e turistas. Incluem-se ainda no rol de materiais usados pela artista as redes de pesca ou a esferovite.

Grande parte destes materiais surgem na praia devido aos tufões que assolam o território ou que simplesmente são deixados no areal. “Transformo estes materiais em objectos de arte chamando a atenção para as ideias de ‘Reutilizar, Reciclar e Reduzir’, três acções que são ainda um tema muito obscuro em Macau”, defendeu a artista.

O trabalho de Tchusca Songo foi apresentado numa mostra organizada neste ano lectivo na Escola Internacional de Macau, intitulada “O teu desperdício é a minha inspiração”. “Um dos trabalhos expostos não tinha título e era uma instalação feita com brinquedos que recolhi quase diariamente na praia de Hac-Sá. Para dar um nome ao trabalho, foi organizado um concurso entre os estudantes no qual eu participei. Cada estudante podia dar um nome, e mais de 200 alunos participaram. A parte importante [deste processo] foi fazer os alunos parar por um momento e fazer com que percebessem o que estava verdadeiramente à sua frente – plástico abandonado na praia de Hac-Sá.” Um dos alunos, de nome Kuai Sang, apresentou o nome “Rainbow in Disguise”, que daria origem a esta exposição na Creative Macau.

Envolvimento na comunidade

Nascida na cidade de Cabinda, em Angola, em 1978, a artista veio para Macau em 2006, onde se licenciou em Design de Produto na Universidade de São José em 2012. Desde então que reside e trabalha no território, tendo participado em exposições com obras feitas com diversos materiais, fotografia e joalharia, entre outros.

Em 2018, o seu trabalho foi especialmente notado por parte do júri da exposição “Anno Cannis”, que contou com a presença de diversos artistas locais. Também aí as temáticas do ambiente e da reciclagem do lixo foram predominantes nos trabalhos apresentados. Desde então que a artista tem sido convidada por associações locais para desenvolver trabalhos dentro do mesmo tema para diversas actividades e exposições.

11 Jun 2023

Creative Macau | Mostra de fotografia a partir de amanhã

A Creative Macau apresenta, a partir de amanhã, uma nova exposição, desta vez de fotografia, intitulada “Capture the Light and Images [Capturar a Luz e a Imagem], com trabalhos de Lúcia Lemos, directora da Creative Macau, André Lui, Leo Fan, Alan Ieong, Alex Chao Io Chong e Stefan Nunes. A mostra pode ser vista até ao dia 6 de Maio.

Esta pretende ser uma mostra com temas diversos, um reflexo da chamada “fotografia contemporânea”, que começou a desenvolver-se a partir dos anos 60 do século XX, retratando a vida real diária das pessoas. Assim, os seis fotógrafos “trazem muitas histórias que intersectam em si várias linguagens que emergem de espaços temporais comuns, em composições de luz e sombra, associados aos espaços físicos existentes e abstracções do imaginário”.

São espelhadas “questões sociais, momentos íntimos ou expressões de retrato”, numa tentativa do fotógrafo em comunicar e “transmitir algumas singularidades da sociedade”.

A nota da Creative Macau aponta ainda que a fotografia “documenta sempre verdadeiros momentos do nosso tempo, mas são escolhas do fotógrafo, cujas escolhas influenciam a nossa leitura que, mais tarde, diverge das definições do público”.

A Creative Macau destaca também o papel que os smartphones têm desempenhado na área da fotografia, em que qualquer pessoa pode captar o imediato e publicar a imagem nas redes sociais ou em plataformas digitais. “Observar os trabalhos em exposição permite-nos distinguir a auto-expressão do artista, o estilo e a estética visual, dando-nos um enorme prazer em contemplar as imagens e os cenários que nos oferecem”, remata a mesma nota.

14 Abr 2023

Creative Macau | Yaya Vai expõe obras a partir de quinta-feira

“Awaken and To Be Continued” é o nome da nova exposição de pintura e instalação de Yaya Vai, artista de Macau. Nesta mostra, Yaya revela estados de espírito de quem ainda se encontra num estado letárgico, sem conseguir seguir em frente, num limbo semelhante ao despertar de uma nova natureza

 

A nova exposição da Creative Macau aposta em mais um talento local e volta a fazer referência aos tempos duros da pandemia. Em “Awaken and To Be Continued” [Desperta e em Continuação] Yaya Vai, natural de Macau, expõe, a partir de quinta-feira e até 4 de Abril, trabalhos de pintura e instalações artísticas que revelam estados de espírito de quem ainda precisa recuperar de tudo o que aconteceu nos últimos três anos.

“As pessoas desejam que tenha sido apenas um sonho aquilo que aconteceu nos últimos anos. Se é tempo de acordar, estás pronto para isso? Seria como o termo solar ‘O despertar dos insectos’, quando a natureza se torna viva de novo depois de um período de hibernação. No entanto, se o ambiente mudou, o que precisamos é de nos prepararmos e seguir em frente. Qual é o teu plano e esperança para o futuro?”, explica-se numa nota.

Yaya Vai acrescenta que, nos últimos anos, “tem havido muitos desconhecidos” em si mesma, com a vida a parecer “estagnada, sem uma porta de saída”. “Parece demasiado a ideia de ‘Vamos!’ para que eu siga em frente.

Honestamente, ainda estou numa fase entre o despertar e o estar deitado. Esta série de trabalhos é um auto-diálogo. Sobre a ideia de ‘continuando’, necessito de esquecer o passado e seguir em frente. Pode não ser fácil alterar os maus hábitos e dar mais atenção ao ambiente e às pessoas em volta. Mas sei que o mundo continua a mover-se mesmo que eu continue deitada”, acrescenta-se na mesma nota.

Da gestão e criatividade

Esta não é a primeira vez que Yaya Vai expõe em Macau, tendo já revelado o seu trabalho como pintora no Salão de Outono, ao ser uma das artistas integrantes da exposição colectiva organizada pela Fundação Oriente, ou na Macau H853 Super Art Fair. Destaque ainda para a participação, em 2020, numa mostra colectiva com oito artistas de Macau que decorreu no bairro de São Lázaro. A exposição foi organizada pela Ark – Associação de Arte de Macau (AAMA, na sigla inglesa) e a Associação para a Promoção das Indústrias Criativas.

Yaya Vai começou por se licenciar em Gestão de Empresas, mas depressa a arte passou a fazer parte do seu dia-a-dia como passatempo. Foi então que aprendeu a desenhar com caneta e a óleo e, mais tarde, obteve o certificado em Marketing de Artes Visuais e Gestão. A sua arte é, sobretudo, inspirada por temas florais e mais ligados ao universo feminino. Para a artista, “a arte é uma forma de reduzir o stress” e ela espera que o seu trabalho possa levar a uma maior consciencialização sobre a saúde emocional das mulheres.

8 Mar 2023

Creative | Exposição fotográfica de Hugo Teixeira regressa a Macau

Exposta em Outubro de 2020 na galeria da Taipa Village Art Space, “Paisagens Involuntárias”, mostra de fotografia de Hugo Teixeira, regressa ao território, desta vez pela mão da Creative Macau. A partir de sábado, o público poderá ver imagens que retratam as memórias de emigrante do luso-americano, actualmente a residir na Califórnia

 

Está de regresso a Macau a exposição do fotógrafo Hugo Teixeira, luso-americano a viver na Califórnia, EUA, e que não é mais do que um exercício de memória da parte de um emigrante. “Paisagens Involuntárias” estará patente na galeria da Creative Macau a partir deste sábado e até ao dia 4 de Março, depois de ter sido exposta, em Outubro de 2020, na galeria da Taipa Village Art Space.

A mostra remete para o exercício de memória, ainda que não incida sobre as memórias em específico de Hugo Teixeira, cuja família emigrou de Portugal para a Califórnia, EUA, em 1970, quando o fotógrafo tinha poucos meses de idade.

Estas “Paisagens Involuntárias” lembram, assim, um Portugal pré-revolucionário, atrasado e pouco aberto ao mundo, com as suas paisagens campestres a perder de vista que não são, afinal de contas, muito diferentes do chaparral californiano.

Numa entrevista concedida ao HM em Outubro de 2020, a propósito deste projecto, Hugo Teixeira revelou mais detalhes de uma mostra que resulta de 14 mil composições criadas a partir de fotografias capturadas e imagens adquiridas na Feira da Ladra, em Lisboa.

“Estas imagens não referenciam memórias específicas, mas diria que cada montagem combina com uma fotografia de paisagem que encontrei. Gosto muito da ideia de viagem, da road trip, que permite fazer muita fotografia de paisagem. Por isso comecei a fazer montagens com o montado alentejano e o chaparral na Califórnia, porque são paisagens muito parecidas e representam aquilo que quero comunicar”, contou.

As imagens compradas na Feira da Ladra “fizeram-me lembrar as poucas imagens de família que temos da época da emigração, nos anos 60 e 70. Acabam por representar memórias que não são minhas, mas herdadas. Como filho de emigrantes sempre ouvi histórias da terra, em Portugal, que são uma componente importante da minha identidade”, adiantou.

Hugo Teixeira disse na mesma entrevista que “o processo de criar dezenas de milhares de pequenas experiências representa um bocado o caminho do emigrante num país novo ou num país antigo, o não saber bem onde colocar o pé e às vezes enganar-se. É um processo orgânico de descoberta de culturas e de países”.

Conceitos e imagens

Hugo Teixeira cresceu na comunidade luso-americana de São José, Califórnia. Formou-se em linguística e fotografia, tendo ainda formação na área dos media. O seu trabalho foca-se não apenas na fotografia, mas também no uso de materiais mais comuns e ferramentas que têm como resultado final a criação de imagens conceptuais contemporâneas.

Além de “Paisagens Involuntárias”, Hugo Teixeira também trouxe a Macau, em 2017, a mostra “Transcience: Daredevils and Towering Webs”, composta por um conjunto de fotografias que retratam andaimes de bambu e os mestres que os montam. Esta foi a primeira vez que o fotógrafo expôs no território.

2 Fev 2023

Creative Macau | Nova exposição abre portas sábado

Chama-se “Geometric and Tetrahedron in paper engineering” [Geometria e o Tetraedro na engenharia do papel] e é a nova exposição de Lam Iam Sang que pode ser vista, a partir de sábado, na galeria da Creative Macau. A mostra onde, tal como o nome indica, a geometria assume um papel principal, pode ser vista até ao dia 21 deste mês. A inauguração acontece sábado às 16h.

“Na geometria, o tetraedro, também conhecido como uma pirâmide triangular, é um poliedro composto por quatro faces triangulares, seis lados e quatro vértices. Tal como um poliedro convexo, o tetraedro pode ser dobrado a partir de um único pedaço de papel.” É esta a base para esta exposição, cujas obras foram feitas com recurso a ferramentas 3D e design gráfico, incluindo manipulação de fotografias.

Nascido em Macau, Benson Lam estudou e trabalhou em Hong Kong, Milão, Barcelona e Nova Iorque nos últimos dez anos. Além disso, Benson Lam esteve 15 anos na China, em cidades como Shenzhen e Pequim, entre outras. O artista tem uma estreita ligação com os ateliers de arquitectura europeus, tendo experiência nas áreas do design de equipamento e de interiores e merchadising visual, acrescentando ainda a modelagem do papel a três dimensões.

5 Jan 2023

Festival Internacional de Curtas | “Fantasma Neon” premiado como melhor filme

Terminou na sexta-feira mais uma edição do Festival Internacional de Curtas-metragens de Macau, promovido pela Creative Macau, que distinguiu o filme do brasileiro Leonardo Martinelli. Jose Pozo, de Espanha, foi considerado o melhor realizador. “Sea” do residente Jonhson Chon Sin Chan ganhou na categoria de melhor design de som

 

“Fantasma Neon”, do realizador brasileiro Leonardo Martinelli, conquistou na sexta-feira o prémio de melhor filme do 13.º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau. O prémio de melhor realizador distinguiu Jose Pozo, de Espanha, com o filme “Plastic Killer”, enquanto a melhor edição foi para o espanhol Valentin Lopez, com “El Productor”, e a melhor cinematografia para Yorgos Giannelis.

A curta “Sea”, de Jonhson Chon Sin Chan, residente de Macau, arrecadou o prémio de melhor design de som e o de melhor música original foi para Juan Pablo e Villa Dan Zlonik, por “Hambre”, de Carlos Meléndez, do México.

“Maldita. A love song to Sarajevo”, de Amaia Remire e Raul de la Fuente Calle (Espanha/Bósnia-Herzegovia), venceu a categoria de melhor documentário, enquanto “The Rat”, de Zhantemir Baimukhamedov, do Cazaquistão, foi distinguido com o prémio melhor ficção.

O prémio de melhor filme local foi atribuído à obra de ficção “For-get”, de Jenny Wang, enquanto “Keep on rolling”, de Tainqi Zhao, conquistou o prémio “Identidade Cultural de Macau”. A ficção “Last day off”, de Mark Aguillon, de Macau, foi o melhor filme na categoria de escolha do público, indicou a organização.

Animação russa distinguida

A melhor curta de animação foi “The Encounter”, de Aleksandra Krivolutskaia, da Rússia, enquanto “Les larmes de la Seine”, realizado por Yannis Belaid, Eliott Benard, Nikolas Mayeur, Etienne Moulin, Hadrien Pinot, Lisa Vicente, Philippine Singer, Alice Letailleur, arrecadou o prémio melhor filme estudante.

Na competição “Volume”, os prémios de melhor vídeo do festival foi para “Can you hear me”, de Johnson Chon Sin Chan, com a banda FIDA e o de melhor canção foi “Remember me”, filmado por Bryan Chio, Macau, com Garcy Lam, cantora do território. Já “NPC” de Bruce Pun, de Macau, com a banda Experience, venceu na categoria de “Melhores efeitos visuais”.

Dos mais de quatro mil filmes e vídeos submetidos a concurso, de 123 países, foram escolhidos 111 para serem exibidos no Teatro Capitol, entre 1 de Dezembro e a passada quinta-feira, incluindo quatro filmes de Portugal.

“Carpinteiro de Papel”, realizado por Daniel Araújo Medina e Renata de Carvalho Pinto Bueno, competiu na categoria de documentários, enquanto “A Boneca de Kafka”, de Bruno Simões, “Polvo”, de Catarina Sobral, e “A Criação” de José-Manuel Xavier integraram a lista das curtas-metragens de animação.

O Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, que assinala 13 anos de vida, apresenta produções independentes de reduzido orçamento. Lançado em 2010, pela Creative Macau e pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau, como um pequeno concurso audiovisual, a iniciativa expandiu-se pelos cinco continentes e, em 2015, evoluiu para um festival de curtas-metragens, mantendo o objectivo de motivar a participação de produções fílmicas e vídeos musicais locais e internacionais, a competir em Macau.

12 Dez 2022

Exposição | Papa Osmubal e Leong Fei In na Creative Macau

Com inauguração marcada para 7 de Outubro, a exposição Esconde-Esconde vai mostrar até 29 do mesmo mês os trabalhos em papel recortado de Leong Fei In e Papa Osmubal. Em tempos de incerteza, a guerra na Ucrânia e a ansiedade quotidiana foram os temas de partida para os artistas locais

 

Intitulada “Esconde-Esconde: trabalhos artísticos em papel recortado”, o Centro Creative Macau recebe a partir de 7 de Outubro, e até dia 29 do mesmo mês, as obras dos artistas Papa Osmubal e Leong Fei In. Com trabalhos em papel recortado figurativo, o Centro Creative Macau apresenta uma “arte popular” que tem sido utilizada ao longo dos anos para transmitir de geração em geração histórias, lendas, fábulas e mitos.

Nos trabalhos em exposição, Papa Osmubal explora o conceito de História como uma realidade eternamente “desfeita/inacabada”, um “jogo de escondidas, um enigma” e uma “razão mendigando palavras audíveis”. A inspiração para a abordagem surgiu com a invasão da Ucrânia pela Rússia, em Fevereiro deste ano, e o impacto da guerra na Europa.

Através de várias figuras de papel recortado, marcadas por traços opostos, com algumas figuras mais populares, outras impopulares, célebres ou infames, pacíficas ou brutais, Papa Osmubal pretende mostrar que não é possível encontrar uma razão para explicar o que leva a humanidade, em diferentes períodos, a construir e desconstruir a sua própria História.

“A História está sempre em falta, implorando para ser completada, não interessa a grandeza dos homens, da notoriedade ou das grandes quantidades de riqueza, a História vai permanecer ‘desfeita/inacabada’”, argumenta o artista. “A História é complexa, um jogo de escondidas, um enigma, a razão mendigando palavras audíveis”, acrescenta.

Fonte catártica

Por sua vez, Leong Fei In centra o seu trabalho em papel no “desenho de linhas em grelha”. Esta foi a forma que a artista encontrou para lidar com o stress e a ansiedade de um ambiente mediático que muitas vezes foca a atenção nos eventos mais negativos.

“Intermináveis notícias negativas são actualizadas diariamente, especialmente nos anos mais recentes. Gerir a tensão e a ansiedade tornou-se a minha rotina”, confessa Leong. “Encontrei uma fórmula de redução do sentimento de mal-estar, medo, ou pânico através de uma tarefa repetitiva. Em criança contava para acalmar a minha ansiedade, hoje desenho linhas em grelha, com regras simples e potencialmente infinitas a proporcionarem-me sentimentos de calma e prazer”, justificou. “O impulso deste projecto de desenhar linhas em grelha, vem de um lugar profundamente pessoal: um lugar de mal-estar emocional e psicológico que pela repetição, teve um efeito restaurador e terapêutico”, reconhece.

As obras de Leong vão ser assim apresentadas com base em três elementos-chave: as linhas em grelha como a representação do papel, o corte do papel como o acto de destruir e criar, simultaneamente e, finalmente, a dobra do papel, que transforma a superfície de duas dimensões num objecto tridimensional.

Dois artistas, duas histórias

Papa Osmubal, cujo nome é Oscar Munoz Balajadia Jr., é um poeta-artista residente em Macau, que tem focado o seu trabalho na caligrafia ocidental e na produção de textos modernos e clássicos. Também é professor.

Em 2017, foi o vencedor do Prémio Nacional das Filipinas, na categoria de Língua, com o livro Raízes de Capapanga. Expôs individualmente pela primeira vez em 2016, num evento intitulado “Voz no Papel”, organizado pela Fundação Rui Cunha.

Mais recentemente participou nas exposições colectivas “Destrancar essa Porta” e “0 Zero and Sine Die”, no âmbito do 17.º e 19.º aniversário do Centro das Indústrias Criativas – Creative Macau. Leong Fei In nasceu em 1981 e é uma artista plástica. Licenciou-se em 2016 na Escola Superior de Artes de Camberwell e obteve um Mestrado em Artes Visuais, na especialidade Artes do Livro pela Universidade de Artes de Londres. Trabalha gravura, livro, escultura e instalação em papel.

As suas exposições individuais incluem “Cordão Isolador” (Pequim, 2020), “Yuan Belo” (Duo-Exposição, Pequim, 2019), “O Peso do Contexto” (Macau, 2018), Entre (Quioto, 2017) e “Em Condições” (Londres, 2016).

28 Set 2022

Creative Macau | 19 anos celebrados com exposição colectiva

Fundada a 28 de Agosto de 2003, a Creative Macau celebra o 19º aniversário com a exposição “0 ZERO and SINE DIE”, que retrata, através de múltiplas formas de expressão artística, o estado de vida em suspenso que muitos atravessam desde que a pandemia começou. A mostra reúne 45 trabalhos criados por 37 artistas, membros da Creative Macau

 

“0 ZERO and SINE DIE” é o nome da nova exposição da Creative Macau, que abre hoje portas em jeito de celebração do 19º aniversário da entidade, fundada a 28 de Agosto de 2003. Apesar de data festiva, a ocasião não escapa à inevitável condição das vidas marcadas pela pandemia e pela forma como a política de zero zero casos remete tudo e todos para um estado de imobilidade. Lúcia Lemos, directora da Creative Macau, adiantou ao HM que “0 ZERO and SINE DIE” reúne 45 trabalhos de 37 membros da Creative, onde constam nomes como Francisco Ricarte, Gonsalo Oom, Adalberto Tenreiro, Carmen Lei e Alice Ieong, entre outros, incluindo a própria Lúcia Lemos.

“Assistimos à política de zero casos covid-19 e isso traz consequências para as pessoas que sempre viajaram ou que costumam reunir com a família. Essa política afecta tudo, o nosso quotidiano pessoal e profissional, e temos pessoas que já foram embora. [A mostra] remete também para a ideia de que agora podemos estar muito bem e dentro de 15 dias a situação alterar-se para algo totalmente diferente, com tudo fechado”, adiantou ao HM.

Em “0 ZERO and SINE DIE” os artistas foram convidados a “inspirarem-se no facto de a nossa vida estar constantemente a ser adiada”, sempre com a ideia de que “o tempo é muitíssimo importante, pois uma pessoa pode planear sair e fazer coisas simples, mas depois não as conseguir fazer, nessa inconstância”. Lúcia Lemos quis que os artistas trabalhassem em torno de “um tema bastante amplo”, para que se poderem expressar com total liberdade.

Com uma calendarização definida ao longo do ano, a Creative Macau tem a sorte de ser uma entidade mais pequena que pode ir agilizando os eventos marcados, consoante as possibilidades. “Não somos como o Instituto Cultural, com projectos de grandes dimensões, com pessoas que vêm de fora. Como só trabalhamos com artistas locais temos mais facilidade de organização.”

Inspirações múltiplas

Há muito que Lúcia Lemos queria fazer um trabalho sobre a escultora portuguesa Rosa Ramalho e, desta vez, aproveitou para revelar a peça de cerâmica “Diabo Santo”. “Ela [Rosa Ramalho] fazia umas peças de barro em forma de diabo porque tinha variações de humor, colocando cá fora os seus sonhos e pesadelos. Inspirei-me num dos diabos dela e chamei-o de ‘Diabo Santo’, porque está a rezar.” A direcțora da Creative Macau apresenta também o trabalho “Stay Home”, feito em papel.

Ricardo Meireles, arquitecto e um dos nomes integrantes da exposição colectiva, participa com o trabalho “Ascensão”, uma fotomontagem digital e impressão em papel. “A temática deste ano [da exposição] acabou por ser desafiante pela abertura do tema e levou-me a uma introspecção profunda. Mesmo que o resultado final nem sempre seja aquilo que imaginamos de início, acabou por resultar em algo positivo”, contou.

Ricardo Meireles diz ter explorado vários temas e ideias, culminando na elaboração de um auto-retrato. “Nestes tempos de momentos e realidades inesperadas, acabamos por perder o nosso foco principal, aqueles objectivos que nos regem no dia-a-dia e, de repente, tudo se altera de um momento para o outro.”

Desta forma, “Ascensão” remete para a mensagem que “mesmo que nos sintamos confinados num pequeno quarto ou mesmo impossibilitados de fazermos aquilo que gostaríamos, podemos abrir as portas para o mundo do imaginário onde tudo é possível, onde a nossa ‘imaginação voa’ em busca de aventuras inesperadas que nos permitem estar onde quisermos”.

Francisco Ricarte, também arquitecto, é outro dos membros da Creative Macau que acedeu ao desafio de colaborar na mostra. Fotógrafo nas horas vagas, participa em “0 ZERO and SINE DIE” com uma fotografia tirada num contexto de quarentena no hotel Tesouro, quando o isolamento era ainda de 21 dias. “É uma alegoria a esse período de confinamento, onde a maçã sobre a cama tem uma série de significados, desde a natureza não acessível ao desejo ou afastamento”, declarou. Com esta imagem, Francisco Ricarte quis ensaiar “a experiência do confinamento, traduzindo para imagens um tempo muito carregado e, por vezes, difícil de ultrapassar”. “0 ZERO and SINE DIE”, uma mostra que se pretende eclética e resultado de diversas expressões artísticas”, pode ser visitada até ao dia 24 de Setembro nas instalações da Creative Macau.

26 Ago 2022