Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Restaurantes e PME em dificuldades devido a novo surto Com o novo surto de covid-19 na cidade, Fong Kin Fu, representante da Associação dos Proprietários de Restaurantes de Macau, acredita que a proibição de tomar refeições nos restaurantes vai fazer com que apenas 20 a 30 por cento se mantenham operacionais. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Fong apontou ainda que os restaurantes vão apostar cada vez mais em promoções e descontos para manter o negócio. Sobre o impedimento de vários não-residentes atravessarem a fronteira, Fong considerou que não está a ter impacto no sector, e que a mão-de-obra é suficiente para fazer face ao volume de negócios. Porém, reconheceu que o impacto da pandemia está a ser muito forte e que a indústria está a sofrer perdas, apelando a medidas de apoio financeiro do Executivo. Por sua vez, um representante da Associação Industrial e Comercial da Zona Norte de Macau, Ma Kin Chio, explicou ao canal chinês da Rádio Macau que apesar dos apelos do Governo há muitas Pequenas e Médias Empresas que não podem trabalhar de casa. Apesar disso, apelou para que se reduza o número de trabalhadores na empresa dentro das possibilidades, no sentido de cooperar com o Governo.
João Santos Filipe PolíticaCooperação | Nelson Kot quer ajuda de equipas do Interior Nelson Kot, ex-candidato a deputado e presidente da “Associação de Estudos Sintético Social de Macau”, defende que as equipas médicas do Interior devem vir urgentemente ao território ajudar no combate ao surto. A opinião foi deixada num artigo publicado ontem no Jornal do Cidadão, em que Kot sugere que seja pedida assistência à Comissão de Saúde de Guangdong. “Até agora, as políticas de saúde tiveram por base as opiniões da equipa de Zhong Nanshan, sem registo de problemas. No entanto, como o surto se tornou mais sério e perigoso, será que a equipa de Zhong Nanshan pode enviar pessoal para vir a Macau assistir na prevenção da epidemia?”, questionou. Num cenário em que diz que os trabalhadores da função pública estão cansados e cada vez mais nervosos com a possibilidade de serem infectados, Nelson Kot quer que a província vizinha assuma um papel mais activo. “A Associação de Estudos Sintético Social de Macau recomenda que o Governo da RAEM contacte imediatamente a Comissão de Saúde da Província de Guangdong e a Comissão de Saúde Nacional para pedir assistência, para reforçar os recursos humanos e resolver rapidamente a situação epidémica”, pode ler-se. “Espero que o Governo considere estas opiniões”, acrescentou. Ao mesmo tempo, o candidato a deputado derrotado duas vezes aponta que a situação nos casinos não é satisfatória e que os trabalhadores, apesar de fazerem testes rápidos a cada dois dias, estão preocupados por terem de trabalhar. Segundo Nelson Kot, estas pessoas têm medo de serem infectadas no trabalho e contaminar as respectivas famílias. Por isso, pediu ao Executivo a suspensão temporária do funcionamento dos casinos.
Pedro Arede Grande Plano MancheteCovid-19 | “Sucesso” do trabalho de prevenção afasta pedido de ajuda ao Interior O Governo considera que os últimos dados demonstram que a situação epidémica está controlada e o trabalho de prevenção a ser um sucesso, não sendo por isso necessário pedir ajuda ao Interior da China. Até ontem foram registados 391 casos positivos, havendo, entre eles, um caso grave referente a uma residente de 60 anos O Governo descartou, para já, emitir qualquer pedido de ajuda às autoridades do Interior da China para concretizar os trabalhos de prevenção epidémica afectos ao último surto de covid-19 em Macau e considerou que os mais recentes dados traduzem o “sucesso” das medidas aplicadas. Segundo explicou a médica Leong Iek Hou, o sucesso está materializado no elevado número de casos detectados nas zonas de gestão e controlo e na comunidade. “Todos os trabalhadores da linha frente, voluntários e cidadãos têm contribuído para que, neste momento, os trabalhos estejam a ser um sucesso e temos conseguido controlar a epidemia”, começou por explicar Leong Iek Hou. “De acordo com dados de hoje [ontem], podemos ver que houve 96 novos casos confirmados, dos quais 50 foram detectados na comunidade e 46 detectados através das medidas gestão e controlo. Por isso, podemos ver que através das várias rondas de teste em massa, dos testes rápidos e da investigação epidemiológica, estamos a conseguir detectar os pacientes. Isto significa que houve um resultado muito positivo dos nossos trabalhos (…) e espero que possamos continuar”, explicou. Segundo Leong Iek Hou, o apoio que o Governo Central está a dar a Macau traduz-se no envio de material médico e na garantia do fornecimento de bens alimentares à população, através da facilitação das passagens fronteiriças. Primeiro caso grave Os dados revelados ontem em conferência de imprensa foram avançados numa altura em que tinham sido registados, no total, 357 novos casos de covid-19 em Macau. Contudo, mais tarde, a mesma responsável anunciou que a contabilização já tinha subido para 391. Além disso, foi anunciado que entre os casos positivos, uma residente de Macau vacinada com três doses da vacina da Sinopharm encontra-se em estado grave, após lhe ter sido diagnosticada uma pneumonia nos dois pulmões. No entanto, a sua condição de saúde é considerada “estável”. “Uma mulher de 60 anos que tem uma doença crónica e está vacinada com três doses, teve entretanto dificuldades a nível respiratório, tem uma baixa taxa de oxigénio no sangue e as análises mostram que existe uma pneumonia nos dois pulmões. Já lhe foram recomendados medicamentos contra covid-19 e é considerado um estado grave, embora o seu estado clínico seja estável”, foi indicado. Questionado sobre a possibilidade de a cidade vir a ser submetida a um confinamento geral (gestão circunscrita), o Chefe de Divisão de Relações Públicas dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Cheong Kin Ian, diz não haver para já essa necessidade. “Senão houver essa necessidade, não vamos activar o plano de gestão circunscrita. Nesta fase, os cidadãos devem cumprir as exigências do Governo e apenas sair de casa em caso de necessidade. Por favor, não saiam de casa”, vincou. Problemas em massa Acerca do plano de testagem em massa da população, foi esclarecido que os funcionários estão a exigir a apresentação do resultado do teste de antigénio nos postos e que, se a população já não tiver testes disponíveis em casa, poderão ser disponibilizados kits de testes rápidos no local. Isto, apesar de haver stock suficiente. Leong Iek Hou admitiu ainda a possibilidade de vir a dispensar algumas crianças de próximas rondas de testarem, caso estas tenham permanecido sempre em casa com a família. Sobre as quarentenas impostas à população devido a contactos próximos ou itinerários semelhantes, foi confirmada a ocorrência de atrasos na saída do Hotel Sheraton devido à impossibilidade de realizar testes a todos os hóspedes a quem foi dada alta. Foi ainda relatado um caso em que uma ambulância tardou a acudir um residente que se sentiu mal no hotel de quarentena, devido à complexidade e coordenação que o procedimento implica entre entidades. Zonas Vermelhas | Isolamento reduzido para cinco dias O período de isolamento dos indivíduos inseridos em edifícios classificados como zonas vermelhas foi reduzido de sete para cinco dias. De acordo com uma nota do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus divulgada na madrugada de ontem, após a implementação do confinamento (dia 0), estas pessoas passam agora a ter o código de saúde de cor amarela no 6º e 7º dia (período de autogestão), devendo realizar um teste de ácido nucleico no 7º dia para que o código de saúde seja convertido em verde. Durante o período de isolamento e em que o código está vermelho, os indivíduos terão de realizar testes de ácido nucleico no 1º e 5º dia e testes rápidos no 2º, 3º e 4º dia. Quanto aos indivíduos inseridos nas zonas amarelas, terão de realizar testes de ácido nucleico no 1º, 2º, 4º e 7º dia e testes rápidos no 3º, 5º e 6º dia antes de ver o seu código de saúde convertido na cor verde. Testes rápidos | IAS lança vídeo tutorial para idosos Com o objectivo de ensinar a população idosa a fazer o teste rápido de antigénio, o Instituto de Acção Social (IAS) produziu e divulgou um vídeo onde são demonstradas, passo a passo, todas as etapas necessárias para a realização do exame à covid-19 em casa. O vídeo pode ser encontrado no canal do IAS na plataforma YouTube, onde também consta um vídeo sobre os procedimentos relativos à declaração do resultado do teste rápido. “O IAS espera que os equipamentos sociais, os sectores sociais e o público em geral ajudem a divulgar o vídeo em causa e, em simultâneo, apela os residentes para que ajudem familiares ou vizinhos idosos a aprofundarem os procedimentos do teste rápido de antígeno e da declaração do resultado do teste”, pode ler-se em comunicado. Mercados | Vendedores obrigados a teste rápido diário Para poderem operar as suas bancas, os vendedores dos mercados municipais e das zonas de vendilhões passaram a estar obrigados a fazer um teste rápido de antigénio diariamente. Segundo o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), foram destacados fiscais para garantir que todos os trabalhadores efectuaram o teste à covid-19 e que estes cumprem as orientações de prevenção epidémica e higiene pessoal, de forma a assegurar a saúde dos consumidores. Adicionalmente, revela o IAM, os diversos mercados e zonas circundantes são diariamente limpos e desinfectados durante o período de almoço e os seguranças do espaço fornecem desinfectante às pessoas que pretendam entrar nesses espaços.
João Luz Manchete PolíticaSAFP | Serviços públicos e consulado encerrados até 1 de Julho Os serviços públicos vão permanecer encerrados até 1 de Julho, excepto para tratar assuntos urgentes, à semelhança do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong que irá manter um piquete de funcionários para assegurar serviços mínimos. O pessoal dos Serviços de Saúde terá férias canceladas até 31 de Julho O Governo anunciou que todos os serviços públicos vão permanecer encerrados até sexta-feira, dia 1 de Julho, segundo estipula o despacho assinado por Ho Iat Seng publicado ontem no Boletim Oficial. “Para evitar a transmissão da Pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus na RAEM, os serviços públicos da RAEM encerram nos dias 27 de Junho a 1 de Julho de 2022, com excepção dos que prestam serviços urgentes e indispensáveis ao público”, lê-se no despacho que entra hoje em vigor. O encerramento compulsivo “não obsta a que os dirigentes dos serviços públicos determinem que os trabalhadores da Administração Pública compareçam ao serviço ou prestem serviço por motivo de apoio à prevenção da epidemia ou outro motivo de interesse público”. Da mesma forma, desde o passado dia 20 de Junho, o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong está encerrado ao público, sem serviços de atendimento presencial. Na passada quinta-feira, o HM contactou a representação diplomática portuguesa na RAEM, depois de tomar conhecimento de relatos de pessoas em dificuldades para tratar de assuntos prementes, inclusive questões burocráticas essenciais para o retorno definitivo a Portugal. O Consulado-Geral respondeu na sexta-feira, esclarecendo que “retomará os serviços de atendimento presencial quando idêntica medida for anunciada pelo Governo da RAEM para os serviços públicos locais”, ou seja, o atendimento presencial não será uma opção durante esta semana. Em relação ao tratamento de questões urgentes, é referido que “os serviços mínimos estão, desde dia 20 de Junho, a ser assegurados por um piquete de funcionários no Consulado-Geral”. “Podemos ser contactados via telefone, e-mail e página Facebook”, acrescenta o organismo liderado por Paulo Cunha Alves. Para tal, o Consulado-Geral aconselha contactos através do e-mail macau@mne.pt e do número de telefone 28356660. Mais tarde, também através do Facebook, o Consulado informou que permanecerá encerrado de 27 de Junho a 1 de Julho, sendo que os utentes com marcações de atendimento serão contactados para reagendarem as marcações. Férias em banho-maria Entretanto, o director dos Serviços de Saúde assinou ontem uma circular informativa a estabelecer que “todos os pedidos de férias para o período de 27 de Junho a 31 de Julho de 2022, apresentados pelos funcionários dos Serviços de Saúde, não serão deferidos”, e que “todos os pedidos de férias já autorizados serão cancelados”. A medida é justificada com a necessidade de “reforçar medidas preventivas dos Serviços de Saúde contra uma eventual epidemia, no sentido de proteger os interesses de toda a população de Macau” e, até ao final de Julho, “incluindo feriados, todos os funcionários devem permanecer contactáveis”. A circular esclarece que, em casos excepcionais, “devidamente fundamentados”, Alvis Lo pode autorizar ressalvas ao estipulado. Também os serviços da sede do Instituto de Acção Social (IAS), centros de serviço social e outros serviços a ele subordinados vão continuar encerrados durante toda a semana. O IAS irá manter abertos “os serviços de carácter urgente, nomeadamente o tratamento por medicamentos no Centro de Tratamento por Medicamentos (Metadona) da Areia Preta e no Centro de Tratamento por Medicamentos (Metadona) do Carmo”. Aquilo que resta Praticamente, todos os sectores da máquina administrativa irão apenas disponibilizar serviços mínimos. O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, por exemplo, suspendeu a maioria dos seus serviços de atendimento ao público, mantendo o funcionamento limitado para pedidos de autorização de residência por investimento. A Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana informou que vão continuar suspensos, até 1 de Julho, todos os serviços públicos “com excepção dos serviços urgentes e indispensáveis ao público”. Quanto à Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico apenas serão disponibilizados serviços para requerimento das licenças de importação e de exportação e dos certificados de origem. Também o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) irá funcionar a semana toda a meio gás. Porém, para apresentar “denúncias, ou queixas no âmbito da provedoria de justiça, os cidadãos podem recorrer ao serviço de apresentação de queixas online do CCAC, ou ligar para a Linha Vermelha do CCAC através do n.º 2836 1212. As datas limite previstas para a entrega da Declaração de Bens Patrimoniais e Interesses por parte dos trabalhadores da função pública serão adiadas para o primeiro dia útil após a suspensão do serviço”. A Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça irá suspender todos os serviços ao público (incluindo os serviços dos registos e do notariado, os serviços de apoio judiciário e os serviços de Apostilha), com a excepção dos serviços de urgência do registo de óbitos, que “serão realizados no 2.º andar do Edifício Administração Pública, das 10h30 às 12h30”. Autocarros | Frequência de carreiras reduzida em 20% Perante a diminuição da procura dos serviços de autocarros devido ao novo surto de covid-19 em Macau, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) decidiu ajustar a frequência de todas as carreiras do território em cerca de 20 por cento, em termos gerais. Em comunicado, o organismo revela assim que, desde o passado sábado, a frequência dos autocarros foi reduzida entre 4 e 50 por cento, “mantendo a prioridade na frequência das carreiras que incluem os hospitais nas suas rotas”. Atendendo ao evoluir da “situação real”, o organismo promete ainda a ajustar os serviços de autocarro, de acordo com a necessidade de deslocação da população. CTT | Distribuição postal suspensa nas zonas vermelhas Dada a impossibilidade de os distribuidores postais acederem a algumas áreas confinadas da cidade, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT) anunciou a suspensão temporária da entrega de encomendas que tenham como destino as chamadas zonas vermelhas. Neste contexto, os CTT irão guardar as respectivas encomendas até que as medidas de encerramento sejam levantadas. “Os CTT irão guardar, temporariamente, os objectos postais em questão, e retomarão, logo que possível, a distribuição postal nas referidas zonas e estabelecimentos após o levantamento das medidas de encerramento”, pode ler-se em comunicado. Paralelamente, para “reduzir o contacto e manter a distância social”, todos os destinatários de encomendas, deixam de estar obrigados a assinar o recibo de entrega.
João Santos Filipe Grande Plano ManchetePandemia | Território atinge 299 casos e Governo lança mais um teste em massa A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, afirmou que as medidas estão a ter resultados no controlo do surto local e que contam com a benção de Zhong Nanshan, epidemiologista do Interior. O número de casos subiu de 190, na sexta-feira, para 299, às 17h de ontem A partir desta manhã está em curso mais um teste em massa que vai decorrer até amanhã às 18h00 contando com novos postos de testagem. O anúncio foi feito ontem, na conferência de imprensa sobre a situação pandémica, depois de o número de casos de covid-19 activos ter subido para 299. No entanto, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, mostrou-se confiante no avançar dos trabalhos, sem desvalorizar a gravidade da situação, porque as medidas têm a aprovação do epidemiologista Zhong Nanshan. “A equipa de Zhong Nanshan tem sido notificada de todas as medidas adoptadas pela RAEM. Sabemos que a estirpe BA.5.1 é altamente transmissível e que a origem nem sempre é clara, por isso, os testes em massa e de antigénio são fundamentais”, afirmou Elsie Ao Iong U. “A equipa disse que o Governo tomou as medidas necessárias e imediatas. Mas, como os casos têm vindo a crescer de forma rápida, há necessidade de fazer mais uma ronda de testes em massa, para travar e interromper a cadeia de transmissão”, foi justificado. A secretária revelou ainda que nenhuma medida é adoptada sem a validação de Zhong Nanshan. “A equipa dele tem os dados para fazer uma avaliação sobre as nossas medidas. Se decidem que as nossas medidas são indicadas, elas são adoptadas. Se eles acharem que não são indicadas, então o Governo estuda outras medidas para aplicar”, reconheceu a secretária. “É uma equipa com muitos peritos e que nos transmite opiniões diferentes, mas é o Governo que decide as medidas a aplicar”, assegurou. Para este teste, a secretária anunciou que as pessoas vão receber cinco testes rápidos e ainda 10 máscaras com o padrão KN95, visto como o mais eficaz face às máscaras de cirurgia, com uma taxa de prevenção de 83 por cento contra uma eficácia de 66 por cento. Perto de casa O aumento do número de centros de testagem foi explicado com o perigo de contágio e a necessidade de reduzir as aglomerações. Por isso, foi ainda deixado o apelo para que as pessoas sejam testadas perto das residências, e que evitem deslocações de autocarro ou de mais de 15 minutos a pé. “Agradecemos que façam o teste perto da zona onde vivem. Não devem ir para outros bairros residenciais fazer o teste, de forma a evitar que haja um cruzamento da infecção”, foi pedido. “Também não devem apanhar o autocarro para ir para outro bairro, porque há um grande risco”, justificou a secretária. O Governo apelou ainda à população para não sair de casa e declarar sempre os lugares que visita, através da aplicação móvel com o código de saúde. Segundo a explicação, se o Governo souber onde as pessoas estiveram ao longo do dia consegue impedir a cadeia de transmissão na comunidade e isolar as pessoas mais rapidamente, ou seja, mandá-las para quarentena, para evitar futuros contágios. Quanto à evolução do surto, foi explicado que o “epicentro” se deslocou da Zona da Horta e Costa para a Zona Norte da cidade, “onde há uma grande concentração da população”. Alvis Lo reconheceu ainda não ter capacidade para responder quando vai ser realizado o último teste em massa à população, apontando que vai depender da “situação real”. Quarentenas atrasadas Também ontem, foi reconhecido que a saída das quarentenas está atrasada e que as pessoas estão a passar nos hotéis quase mais um dia do que o inicialmente previsto. Em causa, está o facto de os Governo ter falta de meios humanos para analisar todos os testes realizados às pessoas em quarentena. “Temos muitas pessoas sob controlo. Há mais de 2 mil pessoas para sair dos hotéis e precisamos de um tempo muito prolongado para testar as amostragens recolhidas”, reconheceu a Leong Iek Hou, médica. “Pedimos compreensão para a situação, mas o nosso pessoal tem vindo a trabalhar de manhã até altas horas da noite. Como as pessoas só podem deixar a quarentena com um teste negativo, às vezes têm de ficar mais uma noite do que o previsto”, confessou. Este atraso foi encarado como um “motivo de força maior”, e a médica afirmou que não vai aumentar a despesa do custo da quarentena, que é assumido pelo erário público. Segundo os dados apresentados na conferência de ontem havia 4.845 pessoas em quarentena nos hotéis do território Farmácias | Testes rápidos disponíveis para venda Para além dos kits distribuídos aquando das rondas de testagem em massa da população, os teste rápido de antigénio podem ser adquiridos nas farmácias de Macau. “As farmácias de Macau também dispõem de produtos que cumprem as especificações, podendo os cidadãos adquirirem e fazerem os auto testes de antigénio, de acordo com as suas próprias necessidades”, pode ler-se em comunicado. Recorde-se que autoridades distribuíram, até ao momento, um total de cinco kits de testes rápidos a cada pessoa nas duas primeiras rondas de testes em massa. 13 zonas vermelhas De acordo com a lista mais recente publicada pelo Governo, existiam até às 22h de ontem 13 áreas de controlo selado (zonas vermelhas). Das zonas vermelhas fazem parte: Edifício Tat Cheong (Travessa dos Bombeiros), Hotel Fortuna, Edifício Tat Cheong (Rua de Afonso de Albuquerque), Edifício Choi Kong Cheong (Bloco 1 – Rua Direita do Hipódromo), Edifício Yan On (Rua de Manuel de Arriaga), Restaurante Ng Iap (Estrada dos Cavaleiros), Edifício Comandante Pinto Ribeiro (Torre I – Praça das Portas do Cerco), Edifício Va Fai Kok (Rua de Francisco Xavier Pereira), Edifício Son Lei (Avenida da Longevidade), La Marina (Torre 4 – Rua Central da Areia Preta), Edifício Veng Chan (Pátio de Horta e Costa), Edifício Sok Fan (Rua da Barca) e Edifício Mau Tan (Bairro Iao Hon). Quanto às áreas de prevenção (zonas amarelas) foram definidos 43 locais. Grand Lisboa Palace | Negada presença de familiares de Ho Iat Seng em casamento O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus esclareceu no sábado, “face aos rumores nas plataformas sociais online”, que “o Chefe do Executivo e seus familiares não compareceram no jantar de casamento que teve lugar no Grand Lisboa Palace, no dia 18 de Junho”. Recorde-se que o evento esteve na origem de um dos surtos que afecta Macau. “Os rumores também alegaram que os familiares [de Ho Iat Seng] em causa tinham idade compreendida entre alguns meses e quatro anos, os quais também não se encontravam no Reino Unido nem em outros países estrangeiros, sendo que estes rumores não têm fundamento em relação à verdade dos factos e são maliciosos, pelo que foram entregues à polícia para investigação de acompanhamento”, indicou o Governo. No sábado, o director dos Serviços de Saúde sublinhou também que nenhum deputado terá participado na festa de casamento. Na noite anterior, o Centro de Contingência referiu que a deputada Angela Leong não compareceu ao jantar de casamento mencionado, e que não estaria “sob controlo antiepidémico”. Zonas vermelhas | Dois agregados com casos positivos ditam confinamento A existência de duas fracções com casos positivos de covid-19 passou a estar na base para definir as chamadas zonas vermelhas. A medida anunciada ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus substitui o anterior critério em que as zonas vermelhas eram definidas a partir do momento em que eram detectados dois casos positivos, independentemente de pertencerem, ou não, ao mesmo agregado. “Antes, o critério para a criação de zona de controlo selado [zona vermelha] era um prédio com dois casos positivos de ácido nucleico não controlado. Neste momento, esse critério altera para duas fracções autónomas ou duas famílias (ocupantes de alojamento colectivo que moram em mais de um quarto) com casos positivos de ácido nucleico não controlados”, pode ler-se numa nota oficial. Os novos critérios ditam assim, que os edifícios onde exista apenas uma fracção ou família com casos positivos de covid-19, serão considerados como zonas amarelas. Desta feita, todos os edifícios que anteriormente tenham sido classificados como zonas vermelhas, passarão a ser zonas amarelas, “após realização de pelo menos um teste de ácido nucleico”, indica o Centro de Coordenação. IAM | Acolhidos 34 animais de estimação Entre 19 de Junho e o passado sábado, o serviço temporário de hospedagem do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) foi solicitado para acolher 34 animais de estimação, cujos donos foram obrigados a cumprir quarentena. De acordo com uma nota oficial, entre os animais estão cães, gatos, coelhos e ouriços-cacheiros, que foram entretanto entregues a familiares ou amigos dos donos ou encaminhados para o Canil Municipal, onde ficarão temporariamente hospedados. Nenhum dos animais apresenta sintomas suspeitos relacionados com a covid-19. Segundo o IAM, após a recepção do pedido de ajuda, o organismo envia um veterinário e uma equipa de apoio para recolher e tratar do animal em causa, que é depois enviado para “a zona de inspecção de quarentena e criação de animais” do Canil Municipal. Durante o processo, o animal receberá toda a atenção quotidiana necessária, “a fim de permitir ao dono sentir-se à vontade durante a quarentena ou ao receber tratamento”. Quarentena | Parisian acrescenta 2.300 quartos para observação médica Face à necessidade de aumentar o número de quartos disponíveis para quarentena, o Governo anunciou que, desde sábado, o The Parisian Macau passou a integrar a lista de hotéis para observação médica, acrescentando assim 2.300 novos quartos. Recorde-se que, desde quinta-feira o Hotel Lisboeta Macau, passou também a ser utilizado para quarentenas, disponibilizando 650 quartos adicionais destinados a pessoas que são submetidas a observação médica a pedido do Governo. Com P.A. e J.L.
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Governo admite terceira ronda de testes à população O Governo admitiu esta sexta-feira a possibilidade de uma terceira ronda de testes à população, na sequência do surto de covid-19 que antecipou o final do ano letivo e suspendeu total ou parcialmente serviços e comércios. “É com grande probabilidade que vamos fazer uma nova ronda de testes para atingir a política de zero casos”, disse o diretor dos Serviços de Saúde de Macau, Alvis Lo, durante a conferência de imprensa diária sobre a situação da covid-19 no território. Macau decretou no domingo o estado de prevenção imediata, na sequência do pior surto desde o início da pandemia, no qual foram detetados 170 casos. Na quinta-feira, teve início um teste geral à população, que decorre até à meia noite de hoje, depois de no início da semana cerca de 677 mil pessoas se terem deslocado aos 53 postos disponíveis para uma primeira testagem. Nesta segunda avaliação, disse Lo, “foram recolhidas até às 15:00 567.462 amostras, ou seja 84% do público-alvo”. Entretanto, na quarta-feira foi pedido também aos residentes de Macau que realizassem um teste antigénio em casa. À população foram entregues até à data cinco ‘kits’ de testes rápidos. Na sequência do novo surto, as autoridades locais anteciparam o encerramento do ano escolar, além de declararem a suspensão da atividade de todos os espaços de diversão e dos restaurantes, permitindo apenas o serviço de ‘takeaway’. Em Macau estão suspensos também os serviços públicos, a atividade dos museus e dos equipamentos sociais que prestam serviços diurnos (creches, centros de cuidados especiais e centros comunitários) e as visitas a lares de idosos. Macau definiu áreas de confinamento, tendo delimitados neste momento nove edifícios da cidade de onde não é permitida a saída dos residentes. A par destas zonas vermelhas, foram criadas zonas amarelas em prédios adjacentes, com medidas de controlo menos restritivas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSurto | Ho Iat Seng desvaloriza origem no Interior e aponta aos EUA e Reino Unido O Governo afirma que os indícios apontam para que o novo surto tenha origem em produtos importados ou em residentes que vieram do exterior. No entanto, Ho Iat Seng mostra-se confiante na resolução do problema, devido ao apoio de peritos e das cidades e províncias amigas do Interior O Chefe do Executivo desvalorizou a possibilidade de o novo surto local ter origem no Interior. Numa conferência de imprensa agendada para a manhã de ontem, e realizada à tarde, Ho Iat Seng afirmou que a estirpe activa no território é “mais vulgar” nos Estados Unidos e no Reino Unido, do que no Interior. “Em Macau a estirpe que está activa é a BA5.1. da Ómicron. Não é uma estirpe vulgar na China, mas mais vulgar nos Estados Unidos e no Reino Unido, pelo que é mais difícil detectar a fonte do surto”, declarou Ho Iat Seng, por sua iniciativa, sem que ainda tivesse sido questionado pelos jornalistas. “Não estamos de braços cruzados, estamos a tentar o mais rapidamente possível detectar a origem do surto. Equacionamos todos os indícios. Será que veio da cadeia do frio? Temos de ver… Mas, sabemos que não é muito provável que tenha vindo do Interior, porque não é uma estirpe comum”, frisou. O surto foi identificado em Macau a 18 de Junho, poucos dias depois de as autoridades permitirem a entrada de pessoas vindas do Interior com um teste de ácido nucleico com a validade de sete dias. Antes de 15 de Junho era exigido que quem circulasse entre Macau e o Interior apresentasse um teste com a validade de 48 horas. Ainda assim, Ho Iat Seng acredita que os indícios mais fortes apontam para que o vírus tenha vindo do exterior. “Não podemos deixar de investigar todas as hipóteses, todos os indícios que conduziram a este surto que estamos a enfrentar. Temos as cadeias de frio e entra carne congelada em Macau”, referiu. “Também temos muitos produtos a entrar e não podemos testar todas as embalagens importadas. Os testes são feitos com amostras, por isso, não podemos confirmar, nem afastar, que o surto tenha começado através de um produto importado”, destacou. Ho Iat Seng afirmou ainda que o surto pode ter origem nos residentes que foram ao exterior, que vieram da Europa e que trouxeram o vírus consigo, em bagagens mal desinfectadas, apesar de terem cumprido quarentenas de 14 ou 10 dias. Obrigado Interior A conferência de imprensa serviu também para Ho Iat Seng agradecer ao Interior, explicar que o controlo do surto tem sido “apoiado pelos peritos” e que o abastecimento de alimentos à cidade vai ser garantido pelas “províncias e cidades amigas” do outro lado da fronteira. “A população pode ficar descansada com a evolução do surto porque temos uma equipa montada, com muita experiência, que tem lidado com a covid-19 desde o primeiro dia até agora”, atirou. “E quero salientar que esta equipa não é composta apenas por pessoas de Macau, também temos os peritos das autoridades nacionais. Por isso, se conseguirmos adoptar as medidas de controlo, creio que este surto não vai durar muito tempo”, vincou. Entre os peritos do Interior, Ho Iat Seng destacou o epidemiologista Zhong Nanshan, que disse poder fazer uma previsão muito precisa sobre o fim deste surto, assim que for reunida mais informação sobre os infectados, nos próximos dias. Ainda segundo as indicações de Zhong, Ho apontou que as quarentenas para as áreas vermelhas e amarelas podem ser apenas de sete ou 10 dias, se não existirem mais casos confirmados nos edifícios bloqueados. Apelo à calma Apesar de ontem ter decretado o encerramento de todos os espaços de diversão em Macau, à excepção dos casinos (o que foi explicado pela importância económica), e de ter sido declarado o encerramento dos restaurantes, que apenas estão autorizados a vender comida para fora, Ho Iat Seng apelou à calma. O pedido foi justificado com o baixo risco de mortalidade. “Peço-vos que fiquem descansados. Entre os 110 infectados, apenas 24 apresentam sintomas e 47 estão assintomáticos. E houve 38 recém-descobertos, pelo que não se trata de uma doença grave em que as pessoas precisem de oxigénio, de serem ligadas ao ventilador ou de serem internadas nos cuidados intensivos”, argumentou o Chefe do Executivo. “A doença não se trata de uma questão fatal”, acrescentou. Sem grandes riscos para a saúde física, Ho Iat Seng admitiu estar preocupado com o componente mental dos residentes. Porém, não apresentou qualquer solução: “Nos últimos tempos estou muito preocupado com a saúde mental, não só por causa da economia, mas porque a população está sempre em Macau, fechada, e não consegue ir para fora”, reconheceu. “Nestas condições há sempre stress, depressões, mas também sabemos que se não vencermos este surto, a população não vai poder entrar em nenhum lugar do mundo”, declarou. Ligações determinantes Ho confessou também que a política de zero casos não vai ser modificada, porque Macau está totalmente dependente do mercado do Interior. O Chefe do Executivo deu igualmente a entender que se a RAEM abandonar a política de zero casos, as portas com o Interior fecham-se. “Se não mantivermos a política de zero casos, não sei se vamos ter as fronteiras abertas”, disse Ho, após ser questionado sobre se acredita que a política tem o apoio da população. “Aliás, se fosse tudo tão simples, não precisava de ter esta conferência para vos explicar o que estamos a fazer”, desabafou. Contudo, o líder do Governo foi mais longe, e reconheceu que é uma escolha por razões económicas. “Se não tivermos a política de zero casos, não vamos ter as fronteiras abertas, não vamos ter os nossos turistas, não vamos ter a nossa economia”, argumentou. “E se abandonarmos o mercado chinês, qual é o mercado que podemos assegurar para que a economia se mantenha? Sem o mercado chinês não sei como vai ser o nosso futuro”, frisou. Jantares no Grande Lisboa Palace Segundo Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, houve dois jantares no dia 18 de Junho no Hotel Grande Palace Lisboa, um dos quais contou com a participação de membros do Governo. Desde o início do surto que um dos jantares de casamento está envolto em polémica por haver suspeitas de ter tido mais de 400 participantes, as informações serem escassas, contar com a participação de membros do Governo e ter quatro casos de infectados. Contudo, ontem, Wong revelou que afinal houve dois jantares, e que os membros do Executivo só participaram no segundo jantar, que não tem casos. Apesar disso, o Grande Lisboa Palace foi classificado como zona vermelha.
Pedro Arede Manchete PolíticaCovid-19 | Encerrados espaços de lazer. Estirpe BA5.1 na origem de todos os casos Por decreto do Governo, desde as 17h00 de ontem que todos os espaços de diversão e lazer estão encerrados ao público e os restaurantes só estão autorizados a servir refeições para fora. A totalidade dos 110 casos confirmados foram infectados com a estirpe da variante Ómicron BA5.1. Definição de zonas vermelhas só a partir da detecção de dois casos positivos. Novo teste em massa decidido após resultados da actual ronda O Chefe do Executivo decretou ontem, através de um despacho publicado em Boletim Oficial, o encerramento de todos os espaços de lazer, diversão e outros serviços e a imposição aos restaurantes de apenas servirem refeições para fora. A medida entrou em vigor às 17h00 de ontem. Assim, segundo o despacho, enquanto a actual situação epidémica vigorar, cinemas, teatros, parques de diversão, salões de jogos, cibercafés, salas de bilhar e bowling, saunas e locais de massagens, salões de beleza, ginásios, health clubs e karaokes, bares, discotecas, salas de dança, barbearias e piscinas estarão de portas fechadas. Quanto aos restaurantes, estão também desde ontem proibidos de servir refeições e vender outros produtos para consumo “no interior dos respectivos espaços, sem prejuízo da prestação dos serviços de takeaway”. Questionado sobre se as empresas privadas deveriam seguir o exemplo e também elas fechar portas, Ho Iat Seng respondeu afirmativamente e reiterou que, à luz do actual surto, é fundamental travar a transmissão da covid-19 em Macau, através da redução da circulação de pessoas, concentrações e saídas desnecessárias. “O Governo já suspendeu os serviços públicos e, por isso, as empresas do sector privado também podem seguir esse exemplo. Isto, com o objectivo de evitar aglomerações e saídas desnecessárias, como também aconteceu com as escolas. Não se trata de um problema de casos confirmados, mas o objectivo (…) é reduzir, tanto quanto possível, a transmissão”, disse o Chefe do Executivo durante uma conferência ao início da tarde de ontem. Estirpe mistério Mais tarde, o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long anunciou que o número de casos confirmados em Macau aumentou para 110 até às 15h00 e confirmou que todos os pacientes foram infectados com a estirpe da variante Ómicron BA5, que nunca antes tinha entrado em Macau. “De onde vem este surto epidémico? Não podemos afastar qualquer possibilidade. Pode ter sido através dos bens alimentares congelados que são importados do exterior para Macau. Agora, no Interior da China não existe a estirpe BA5. Uma vez que existe a possibilidade de contaminação através dos produtos, muitas vezes, não conseguimos encontrar a fonte, mas agora (…) temos que saber como é que, a curto prazo, vamos controlar a situação. Em Macau, em mais de 200 dias nunca houve um caso confirmado com esta estirpe”, disse Alvis Lo. Sobre os infectados, o responsável detalhou que o seu estado de saúde é “estável” e que foram divididos em cinco grupos, envolvendo o Edifício Yim Lai (55 pessoas), Edifício Tat Cheong (38 pessoas), uma lavandaria (4 pessoas), um ginásio (3 pessoas) e o Centro Internacional de Macau (2 pessoas). Entre os infectados, foi ainda revelado, está pela primeira vez um profissional de saúde. Do total de pacientes, apenas 32 apresentam sintomas. Questionado sobre a possibilidade de o Governo avançar para uma terceira ronda de testagem em massa da população, Alvis Lo referiu que, primeiro, é necessário analisar os resultados da ronda que termina hoje e que, só depois, será decidida uma nova testagem nesses moldes ou através da utilização de testes rápidos. Sobre a utilização do hospital de campanha, o responsável referiu que as instalações podem ser activadas “em qualquer momento”. No entanto, dado que a maioria dos casos são assintomáticos e os pacientes com sintomas têm manifestações leves, os casos detectados estão a ser colocados em hotéis. Nota ainda para o facto de o pavilhão C do Macau Dome estar disponível desde hoje como posto de testagem, no lugar do posto do Pac On. A medida foi justificada com a possibilidade de o novo espaço poder acolher mais pessoas. Padrões alterados Também ontem, foi anunciada a revisão dos critérios de classificação das zonas vermelhas e amarelas, com as primeiras a ser seladas, a partir do momento em que há dois casos confirmados. Nas situações em que é detectado apenas um caso de covid-19, essa área será definida como zona amarela. Isso mesmo explicou a médica Leong Iek Hou, vincando que ao final de cinco dias as zonas vermelhas podem passar a amarelas, caso sejam cumpridos determinados critérios. “Quando, nos edifícios, surgirem mais de dois casos positivos, estes são considerados como zonas seladas e o código de saúde das pessoas que lá moram passa a vermelho. Esta zona vai ficar selada, pelo menos cinco dias e no 1º e 5º dias, vão ter que fazer teste de ácido nucleico e no 2º 3º e 4º dia têm de fazer testes antigénio”, começou por explicar Leong Iek Hou. “Se não houver mais transmissão, no quinto dia, após saírem os resultados do teste de ácido nucleico, essas zonas vão voltar a abrir, no 6.º e 7.º dia o código passa a amarelo e no 7.º dia essas pessoas têm de ser sujeitas a teste de ácido nucleico”, acrescentou. Zonas Vermelhas – Controlo Selado Edifício YIM LAI: Rua de Manuel de Arriaga n.º 60-66C; PADRE Modern Cuisine: Avenida da Praia Grande, n.º 251, Edifício. TAK FUNG, R/C B e C); Edifício TAT CHEONG: Rua de Afonso de Alburquerque n.º 33-35G; Centro CHIU FOK: Rua de Pedro Coutinho n.º 23); CENTRO INTERNACIONAL DE MACAU (TORRE VI) : Rua de Malaca 124 Rua do Terminal Marítimo 93-103 Travessa da Amizade 82; EDF. MAN LEI (BLOCOS S,T) : Rua Três do Bairro da Areia Preta6; HOTEL FORTUNA: Rua de Cantão 49-63, Rua de Foshan 48A-78, Praça de D. Afonso Henriques 76-90 (Obs.:O Auto-Silo Pak Tou e reaberto.); YO HO CITY CENTER: Avenida Marginal do Patane 331-339, Rua Marginal do Lam Mau 330-342, Travessa Marginal do Lam Mau 15-31; FLOWER CITY (EDF. LEI SENG): Rua de Nam Keng 73; EDF. PAK WAI (BLOCO 3): Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida 128; EDF. U WA (BLOCO 6): Rua do Canal Novo 263; TRUST LEGEND (TOWER II): Rua do Padre Eugénio Taverna 86; EDF. FEI CHOI KONG CHEONG: Rua Direita do Hipódromo 77-115,Rua da Tribuna 303-315,Avenida do Hipódromo 332-388,Alameda da Tranquilidade 8-42. Zona Amarela – Zona de Prevenção Edifício SON LEI: Rua de Manuel de Arriaga n.º 64-64B; Edifício. CHUN FONG: Rua de Afonso de Albuquerque n.º 38-40A; Edifício. TAK FONG: Avenida da Praia Grande n.º 241-253; Edifício TAK WENG: Rua de Afonso de Alburquerque n.º 37-45; Edifício MAN HENG: Rua de Afonso de Alburquerque n.º 31C-31G; Edifício PARKWAY MANSION, Bloco 2: Rua do Almirante Costa Cabral n.º 146; FLOWER CITY – LEI POU KOK: Avenida Olímpica n.º 177-259, Rua de Évora n.º 10-72; LAKE VIEW GARDEN: Praça de Lobo de Ávila 16-18; Carnes Assadas Lam Kei: Rua da Emenda 40 ; EDF. JARDIN IAT LAI (BLOCO 6) : Rua central de T’oi Sàn 302 . Congelados | Suspensa importação de produtos da Índia O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) decidiu suspender a importação de produtos aquáticos congelados de uma empresa oriunda da Índia. Segundo uma nota de imprensa, a medida surge depois de a Administração Geral das Alfândegas da China ter anunciado ontem que uma amostra de produtos importados da referida empresa testou positivo à covid-19. O IAM exigiu ainda “aos comerciantes locais que selassem esses produtos”, tendo sido realizadas novos testes, sem detecção de anomalias. A mesma nota dá conta que, desde Julho de 2020, o IAM tem realizados vários testes às amostras recolhidas dos produtos aquáticos congelados importados da Índia e das suas embalagens, quer interiores quer exteriores, “mas nunca havia detectado o novo tipo de coronavírus”. Nos últimos três meses, o IAM “tem procedido a desinfecção e a testes aleatórios em relação aos produtos provenientes do referido país, cuja entrada é apenas permitida após a aprovação nas respectivas inspecções”. Encomendas | Produtos vindos do Interior mais caros Com o surto recente e os limites à circulação de pessoas entre Macau e Zhuhai, as encomendas vindas do Interior e entregues nas lojas locais estão mais caras. Segundo o Jornal Ou Mun, um responsável de uma loja explicou que o facto de todos os camiões transfronteiriços terem sido desviados e haver um aumento no preço dos combustíveis fez com os preços tivessem praticamente duplicado. Só nas encomendas mais pequenas, o lojista afirmou que o aumento foi de 2 patacas por unidade, mas prometeu baixar para o normal, mal termine o surto. Outra pessoa ouvida, também responsável por um negócio semelhante, mostrou-se a favor dos aumentos e explicou a posição com a falta de condutores de camiões, além do custo da desinfecção dos produtos, que disse reflectir-se num aumento de 20 por cento sobre o preço final. Ilha Verde | Abrigo de Verão volta a abrir O Instituto de Acção Social (IAS) anunciou ontem a abertura do Abrigo de Verão localizado na Ilha Verde. A decisão foi tomada no seguimento de a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) ter emitido alerta amarelo de temperaturas altas. Segundo uma nota divulgada ontem, o abrigo ficará de portas abertas “até que a temperatura volte a baixar” e os utilizadores que pretenderem aceder ao espaço terão de realizar, no local, um teste rápido. De acordo com os SMG, as temperaturas para os próximos dias irão variar entre os 27 e os 33 graus Celsius. O pico das temperaturas deverá ser atingido entre as 12h00 e as 14h00. O IAS apela ainda à população para estar atenta “à situação física dos idosos em casa e dos que vivem sozinhos, doentes crónicos bem como dos indivíduos débeis” para evitar os efeitos provocados pelas altas temperaturas nos próximos dias.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteSurto | Receio de quarentena ou isolamento causa desespero a quem tem voos marcados A possibilidade de, pela primeira vez em três anos, sair de Macau durante um surto comunitário tornou-se para muitos portugueses um autêntico teste aos nervos. Alguns residentes com viagem marcada tentaram antecipar a partida, sem sucesso devido à lotação esgotada dos poucos voos disponíveis. A maioria teme o confinamento total das zonas de residência ou ser enviado para quarentena As férias de Verão de muitos portugueses e daqueles que procuram sair de Macau neste período para ver a família ou tratar de assuntos urgentes parecem estar assombradas com a ocorrência do mais recente surto em Macau. O facto de as autoridades não permitirem a saída de quem reside em zonas vermelhas, mesmo com teste negativo à covid-19, está a causar desespero a muitos, que tentam antecipar viagens. No entanto, o HM sabe que, pelo menos até às primeiras semanas de Julho, os voos estão completamente cheios, o que faz com muitos residentes temam ficar retidos no território. “Por mim, voava já hoje”, disse uma residente, que não quis ser identificada. “Não sabemos o dia de amanhã e queremos sair o mais rapidamente possível porque são viagens muito complicadas. Esta viagem não é um capricho, é uma coisa séria, falo de questões de saúde e familiares. Tenho tido uma vida recatada e sou praticamente risco zero. Se alguém ao lado fica infectado muda a nossa vida por completo, além de perdermos 20 mil patacas, só porque sim.” “Estão a ser cancelados voos de pessoas que vivem em zonas vermelhas e que tentam marcar as viagens noutras datas. Mas não temos sequer acesso aos voos que estão a ser cancelados para poder marcar os nossos. Estamos um pouco desesperados para sair daqui e não vamos contagiar ninguém, porque o mundo já vive com o covid-19”, declarou. A afirmação da residente é uma referência a uma declaração proferida por Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), que, numa conferência de imprensa sobre o surto, declarou ser totalmente proibida a saída de pessoas de zonas vermelhas, por existir o risco de contágio de covid-19 fora do território. A única constante O HM contactou uma agência de viagens que confirmou a impossibilidade de antecipar partidas devido à falta de lugares. Porém, a fonte confirmou ter alterado datas de partida de “poucas pessoas” que ficaram confinadas em casa. “A situação muda a cada dia. Neste momento, temos lugares para o voo que parte no dia 11 de Julho, que é bastante dispendioso. Tivemos pedidos para alterar voos até ao final deste mês, início do próximo, mas não temos qualquer hipótese de concretizar esses pedidos”, contou a fonte que trabalha numa agência de viagem. O empresário Gonçalo Martins tem a vida um pouco mais dificultada. Há muito que a possibilidade de umas férias de Verão no seu país é contada como um conto de fadas aos filhos pequenos. A mulher já saiu de Macau, mas a família teme não se poder encontrar como desejou. “Temos viagem marcada para dia 2 de Julho, começamos a ver toda esta situação a avançar e pensámos em alterar o voo. Mas não é possível antecipar. Há três anos que não vamos ao nosso país, estamos longe da nossa família e amigos, e tem sido desesperante. Andamos felizes e todos os dias conto histórias aos meus filhos, que vão conhecer a terra dos avós. De repente, acontece isto e é como se tudo desmoronasse.” O empresário português assume que tem vivido “dias de algum desespero e apreensão”. “Não sabemos o que vai acontecer. Podemos estar bem, e de repente alguém do prédio apanha covid-19 e ele transforma-se numa zona vermelha ou amarela. Isso iria estragar os nossos planos completamente”, acrescentou. Apesar de dizer que não pode fazer nada contra as decisões adoptadas pelas autoridades, Gonçalo Martins defende uma nova abordagem à pandemia que não passe pela política de casos zero. “Fico, de facto, aborrecido com tudo isto. Por um lado, compreendo certas situações, por outro penso que, passados três anos, parece que estamos a reagir ao vírus como se fosse uma coisa nova. Dever-se-ia fazer uma certa abordagem, mas é a China que decide. Não concordo com esta abordagem, mas a minha vida está aqui e posso demonstrar o meu desagrado no dia-a-dia, com conversas e redes sociais, estou de pés e mãos atadas. É desesperante.” Nova situação Outra residente, que também não quis ser identificada, viaja na próxima quarta-feira e faz figas para que não haja mais casos e definição de novas zonas vermelhas que a obriguem a mudar todos os planos. Desde 2020 que não vai a Portugal. “Finalmente, consegui negociar uma licença sem vencimento para ir, e se as coisas morrerem na praia por causa disto…imagine a aflição. Tenho um colega de trabalho que viaja no sábado que tentou mudar a viagem e disseram-lhe que os voos estão completamente cheios.” A residente entende que a situação pandémica “está pior”, pois “há mais casos e as medidas de confinamento não se cingem à quarentena, mas o prédio fica em confinamento, mesmo sem muitos casos positivos”. Porém, a residente tem conhecimento de casos mais extremos. “Tenho amigos que vivem ao lado de um prédio confinado e não podem sequer utilizar a garagem comum. Depois não circunscrevem as zonas de uma só vez, o que cria esta angústia. A todo o momento encontram uma ligação a um caso positivo e levam toda a gente para confinamento.” Ir de vez Pedro Benjamim, radialista, viaja por Hong Kong daqui a uns dias e deixa o território de vez. Tentou antecipar a viagem para escapar à situação actual, mas percebeu que o estado das coisas seria sempre imprevisível. “Vou por Hong Kong, e não por Singapura, o que me traz um nível extra de dificuldade. Se essa ligação é cancelada, ou o sistema de isenção de quarentena é interrompido, ou há mudanças nos autocarros [dourados], deixo de poder ter a viagem e tenho de procurar alternativa por Singapura. Esta fase é muito complicada porque os voos estão cheios e não sei se haverá vagas.” O radialista teme que, “de repente, o prédio fique numa zona vermelha e seja praticamente impossível viajar”. “Mesmo ao meu lado tenho um prédio que está numa zona vermelha, moro nesta zona que foi delimitada como teste alvo, mas sinto que é tudo muito imprevisível. Tento estar mais por casa, não passar por muitos sítios, para não correr o risco de ir para quarentena ou que o meu prédio passe a ficar na zona vermelha. Acredito que as coisas podem mudar de um dia para o outro. Ao mesmo tempo, tenho algum optimismo que a ligação com Hong Kong não feche de repente.” Em relação à actuação das autoridades, Pedro Benjamim entende que as deveriam permitir os voos de pessoas que testem negativo à covid-19. No entanto, considera que “seja difícil criar excepções”. Quem também sai de vez do território, ao fim de 28 anos, é Isabel Carvalho. Viaja com animais, o que dificulta ainda mais o processo já de si difícil. “Tenho medo que passe a haver quarentenas em Hong Kong, o que torna tudo mais difícil. Acabo de trabalhar no dia 30 e depois tenho dez dias para me organizar. Tenho esperança que as coisas estabilizem até lá. Todos apanham covid-19 e para mim a política de zero casos é anacrónica.” Assumindo-se infeliz em Macau e sem conseguir estar longe da mãe idosa e das filhas, Isabel Carvalho já não tem esperanças de que o território se transforme “num sítio aberto”. “A minha questão premente, neste momento, é o [possível] isolamento do prédio onde estou a viver e as dificuldades para ir para Hong Kong. Viajo com três animais e já foi difícil arranjar um voo. Se tiver de mudar o dia vai ser complicado, porque em Hong Kong os animais só têm 24 horas para estar em trânsito. Se quiser mudar, já estará esgotado na semana seguinte, por exemplo”, rematou.
Hoje Macau SociedadeMaior aplicação para encomenda de ‘takeaway’ regista aumento de 20% A empresa de entrega de comida mFood, de Macau, registou um aumento médio de encomendas diárias entre 15% e 20% desde domingo, devido ao surto de covid-19 no território, disse à Lusa uma responsável. No domingo, o Governo decretou o estado de prevenção imediata, depois de ter detetado 12 casos de covid-19, tendo pedido aos residentes para ficarem em casa e aos estabelecimentos comerciais para fecharem portas, à exceção de supermercados, mercados e restaurantes. A estes últimos pediu que servissem apenas refeições para fora (‘takeaway’), como forma de evitar contágios. Desde domingo, “a média de encomendas diárias de ‘takeaway’ aumentou cerca de 15-20%”, sublinhou a diretora de operações da aplicação mFood, Bonnie Cheng. Lançada em outubro de 2020, a aplicação mFood, ligada ao grupo Macau Pass, atingiu já uma quota de mercado superior a 50%, acrescentou a responsável, que se escusou a adiantar o volume de negócios no ano passado. Bonnie Cheng indicou que a aplicação “em breve irá expandir-se para diferentes segmentos de negócio para aumentar ainda mais a quota de mercado”. De acordo com o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), o território conta com 2.910 estabelecimentos de ‘takeaway’.
Hoje Macau Manchete SociedadeMais de 200 trabalhadores não-residentes protestam contra pagamento de quarentena Mais de 200 trabalhadores chineses não-residentes manifestaram-se hoje à noite perto do Gabinete de Ligação, em Macau, contra o pagamento da quarentena no regresso a casa, apontou um comunicado da Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). “A DSAL está preocupada e enviou pessoal para o local, após tomar conhecimento do incidente. Entende-se que os trabalhadores exigem ao empregador o pagamento dos custos de quarentena na China continental”, lê-se na nota. “De acordo com a lei da contratação de trabalhadores não-residentes, o acerto dos custos da quarentena não é uma obrigação dos empregadores”, acrescenta. Macau decretou no domingo o estado de prevenção imediata, na sequência de um novo surto que já detetou 71 novos casos. Em resposta, a cidade vizinha Zhuhai impôs novas restrições a quem chega da região administrativa especial, nomeadamente a realização de uma quarentena de sete dias num hotel designado pelas autoridades. “A DSAL pede aos trabalhadores que expressem as suas exigências racionalmente”, escreveu ainda o departamento laboral. “Devido à situação epidémica atual, as pessoas devem evitar reuniões para prevenir a transmissão do vírus”, completou.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Bloqueios localizados tornam vida numa versão do jogo “Campo Minado” A China está a substituir bloqueios totais com confinamentos localizados e testes em massa diários à covid-19, que transformaram a vida nas cidades chinesas numa espécie de versão real do popular jogo de computador “Campo Minado”. Reduzir o impacto económico das medidas de prevenção epidémica é o objectivo desta abordagem agora adoptada pelas autoridades. Praticamente vazias ao longo de um bloqueio de dois meses, que terminou no início deste mês, as ruas de Xangai, a “capital” económica da China, voltaram a ficar entupidas de automóveis nas últimas semanas. No entanto, quarteirões inteiros continuam a ser encerrados, sempre que é detectado um caso positivo, ou apenas um contacto próximo nas suas imediações. Os moradores continuam também a ser levados para instalações designadas pelo Governo, para cumprirem até três semanas de isolamento, caso habitem no mesmo prédio de alguém infectado. Para aceder a supermercados, restaurantes ou transportes públicos é necessário ter um teste negativo para o vírus, realizado nas 48 horas anteriores. Esta é a nova versão da estratégia de “zero casos” da China: bloqueios localizados, isolamento de infectados e contactos próximos, e testes em massa. Isto é possível devido à obrigatoriedade do uso de uma aplicação para aceder a locais públicos ou residenciais. O utilizador deve primeiro digitalizar o código QR, uma versão bidimensional do código de barras, colocado na entrada de todos os edifícios, assim como nos transportes públicos ou táxis. Sempre que um caso é diagnosticado, as autoridades acedem aos seus movimentos nos dias anteriores, identificando as pessoas com quem potencialmente teve contacto. A ida ao mesmo local onde esteve alguém que mais tarde testou positivo para o novo coronavírus resulta no isolamento num centro de quarentena. “É como jogar ao ‘Campo Minado’”, ironiza um europeu radicado em Pequim ouvido pela Lusa, numa referência ao jogo de computador “Minesweeper”, que se tornou popular nos anos 1990 devido à sua distribuição juntamente com o sistema operacional Microsoft Windows. A área de jogo consiste num campo de quadrados retangular. Cada quadrado pode ser revelado com um clique. Se o quadrado contiver uma mina, o jogador perde. A dobrar Foi o que aconteceu, por duas vezes, a um consultor português instalado em Pequim, que prefere não ser identificado. Na semana passada, o seu bairro foi bloqueado, pela segunda vez em menos de um mês, após alguns moradores terem sido considerados contactos directos de casos de covid-19 confirmados. O condomínio, situado na zona oeste de Pequim, é composto por 12 prédios e abriga mais de cinco mil pessoas. Vídeos partilhados com a agência Lusa mostram um grupo de moradores a pedir explicações às autoridades, que se limitaram a explicar que há muitos jovens no condomínio que frequentam um bar de Pequim associado ao mais recente surto na cidade, registado no início da semana passada. Centenas de casos foram vinculados ao bar Heaven Supermarket, próximo do Estádio dos Trabalhadores, onde está concentrada a vida nocturna na cidade, depois de uma pessoa infetada ter visitado o local. As autoridades locais tinham acabado de declarar o fim do último surto. Firmes e hirtos A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou já que a política de “zero casos” da China é “insustentável”, mas o país não dá sinais de desistência. Pelo contrário: as principais cidades chinesas estão a construir centenas de milhares de centros permanentes de testagem à doença covid-19 e a expandir as instalações de quarentena. As principais cidades chinesas devem agora ter locais de teste disponíveis a não mais de 15 minutos a pé das casas dos moradores, segundo as directrizes emitidas pelo Governo central. As 31 províncias e regiões do país também estão a seguir ordens de Pequim para preparar novos hospitais e instalações de quarentena, para o caso de ocorrer um surto de grandes dimensões, como aquele que atingiu Xangai. Yanzhong Huang, especialista em políticas de saúde pública do Conselho de Relações Externas, um centro de reflexão com sede em Nova Iorque, diz que as medidas demonstram o compromisso de Pequim com a estratégia de “zero casos”, “apesar do crescente custo social e económico associado a esta abordagem”. “O Governo acredita que pode superar o vírus”, aponta o especialista. “Mas sabemos que isto não é realista para a variante Ómicron. E, para uma variante ainda mais transmissível, isto tornar-se-á ainda menos viável”, conclui.
João Santos Filipe Manchete PolíticaElla Lei quer mais apoios económicos face ao novo surto A legisladora da Federação das Associações dos Operários de Macau defende que o Executivo tem de ajudar os trabalhadores em layoff e os desempregados com pelo menos um novo cheque de 10 mil patacas A deputada Ella Lei apelou ao Governo que para fazer face ao impacto económico do surto mais recente no território que lance urgentemente um subsídio para trabalhadores, profissionais e operadores de estabelecimentos comerciais. O pedido foi feito através de uma interpelação escrita, divulgada ontem, pelo escritório da legisladora. “A pandemia está entre nós, e está a afectar todos os aspectos das nossas vidas. Com a descoberta de mais casos confirmados na comunidade no dia 19 de Junho, e uma vez que a fonte da infecção ainda não é conhecida, muitos residentes têm de ficar de quarentena. E outros têm de evitar sair de casa”, começou por admitir a deputada. “No entanto, para fazer face às medidas de resposta aos casos comunitários, muitos negócios tiverem de suspender o seu funcionamento e os empregados ficaram sem trabalhar novamente”, alertou. Num cenário em que os rendimentos são cada vez mais reduzidos e em que as medidas do Governo de combate à pandemia impedem o funcionamento da economia, Ella Lei aponta que há que “aliviar o fardo carregado pelas empresas e residentes”. A deputada pede assim um novo “plano de apoio pecuniário aos trabalhadores, aos profissionais liberais e aos operadores de estabelecimentos comerciais”, ou seja, a medida de distribuição de 10 mil patacas a cada trabalhador, em 2020, e que no ano passado ofereceu 10 mil patacas às pessoas com um rendimento anual inferior a 144 mil patacas. “Devido ao impacto profundo da pandemia, muitas empresas e os rendimentos dos trabalhadores estão suspensos, além disso a duração da suspensão é incerta. Será que o Governo já ponderou em que moldes vai lançar o plano de apoio pecuniário aos trabalhadores, aos profissionais liberais e aos operadores de estabelecimentos comerciais”, perguntou. “E será que este ano pode baixar as exigências para a distribuição do apoio aos residentes, para incluir mais pessoas que foram obrigados a ficar de layoff, ou que viram os salários reduzidos?”, questionou. Desempregados crónicos Além da ajuda aos empregados em layoff, Ella Lei indica que há cerca de 2.500 pessoas desempregadas há mais de setes meses, apesar de procurarem activamente trabalho. A estes, juntam-se ainda 1.500 pessoas que estão no desemprego há mais de um ano. A legisladora quer saber se estas pessoas vão ter apoios especiais. “A pressão económica entre os desempregados e as famílias está a tornar-se enorme. Será que o Governo pode reforçar as medidas de apoio para estes desempregados?”, perguntou. “E em que moldes vão criar os novos apoios para estes grupos?”, questionou. Actualmente, quem estiver desempregado pode pedir um subsídio de 150 patacas por dia, com um limite máximo de 90 dias, o que resulta em 13.500 patacas. Recebido esse montante, tem de esperar até ao próximo ano para poder voltar a receber o subsídio.
João Santos Filipe Manchete PolíticaTeste em massa | Governo anuncia nova que ronda começa esta manhã A partir das 9h de hoje, os residentes têm de realizar mais um teste de ácido nucleico. Ontem, os casos confirmados subiram para 71, com 11 ocorrências detectadas durante os testes de antigénio As autoridades anunciaram a realização de mais um teste em massa a toda a população, que começa esta manhã e se prolonga até à meia-noite do dia 25, ou seja, depois das 23h59 de amanhã. O anúncio foi feito na tarde de ontem, na habitual conferência sobre a evolução da pandemia e, até ao fecho desta edição do HM, existiam 71 casos confirmados. Entre os casos identificados ontem, alguns foram detectados durante a realização dos testes antigénio, ou seja, os testes rápidos. Segundo Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, até às 16h, cerca de 373 mil pessoas tinham feito o teste e declarado os resultados. Entre estas, houve 31 declarações com resultados positivos, mas apenas 11 casos foram confirmados. Isto porque 18 se enganaram a declarar o resultado, e dois infectados fizeram uma declaração positiva que foi contabilizada duas vezes. “Vamos iniciar uma ronda de testes em massa no dia 23 de Junho, que começa às 9h e que vai durar até à meia-noite de 25 de Junho, o que significa que vai ter a duração de 39 horas”, anunciou Alvis Lo. “Vamos tentar que até às 9h de sábado tenhamos todos os resultados”, acrescentou. A necessidade de realizar mais de dois testes por semana, quando também contabilizado o teste rápido caseiro, foi justificada como um “contra-relógio” das autoridades. Segundo esta explicação, quanto mais testes forem feitos, maior a probabilidade de se detectarem os casos na comunidade. Além disso, explicou o director dos Serviços de Saúde, o teste rápido evita que pessoas contaminadas circulem pelas ruas. O novo teste foi anunciado numa altura em que ainda decorria a realização de um outro teste para a população da “zona alvo”, ou seja, os habitantes do interior da zona delineada pelas artérias: Avenida Horta e Costa, Rua do Almirante Costa Cabral, Estrada do Repouso e Avenida do Almirante Lacerda. Para estas, o teste de ácido nucleico de ontem não foi cancelado. Porém, os Serviços de Saúde solicitaram que apenas agendem o novo teste para sexta-feira. Seguem-se rápidos Com a realização do teste em massa, vão ser distribuídos mais dois kits de testes rápidos, para serem utilizados mais tarde. Outra novidade para a segunda ronda de testes em massa deste mês, passa pelo facto de os postos onde se pagava, como acontecia, por exemplo, no Hotel Grande Lisboa, passarem a estar disponíveis testes de forma gratuita. Também ontem, foi anunciado que o Hotel England Marina Club, perto do hotel Pousada Marina Infante, no Cotai, vai começar a ser utilizado para quarentena. Até ontem, havia 2.246 pessoas nos hotéis designados em observação. A administração do Hotel Lisboeta anunciou igualmente que o espaço também vai passar a ser utilizado para a realização de quarentena. Mais longe, está a utilização do Hospital de Campanha, na Nave dos Jogos da Ásia Oriental. Segundo Alvis Lo, o hospital temporário está preparado para receber casos graves da doença, e vai continuar a ser essa a sua finalidade. Jantar da preocupação Outra das informações do dia de ontem, foi o apelo geral das autoridades para que quem participou num jantar de casamento, no dia 18 de Junho, no Hotel Grand Lisboa Palace, entre em contacto com os Serviços de Saúde. O evento tem estado rodeado de polémica, uma vez que a informação disponibilizada pelas autoridades tem sido escassa, o que contrasta com a informação apresentada sobre os trabalhadores não-residentes do Myanmar. Há três dias, foi mesmo colocada a pergunta sobre se a informação estava a ser guardada por ter participado no jantar um ou mais membros do Governo. A ideia foi recusada por Leong Iek Hou, que afirmou não olhar a nomes. Contudo, ontem surgiu um apelo para que todos os convidados do evento se identificassem. O jantar é encarado como um “veículo de transmissão”, conta com quatro casos positivos, espalhados por mais de uma mesa. Além disso, o Governo não consegue aceder à lista de todos os convidados, porque não há registo, e não se conhece o número total de participantes. A possibilidade de o banquete ter ultrapassado o limite de 400 pessoas, contando com os trabalhadores a prestarem serviço, também não foi afastada, o que implicaria uma violação das medidas de prevenção pandémica. Se o limite fosse ultrapassado, era exigido aos participantes que apresentassem um teste de ácido nucleico com resultado negativo para poderem entrar no evento. Fim do ano lectivo Devido ao surto mais recente e à impossibilidade de realização aulas presenciais, a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude anunciou o fim antecipado do ano lectivo. Segundo o representante da DSEDJ, Kong Chi Meng, as escolas do ensino não-superior têm elementos suficientes para fazer a avaliação dos alunos e terminar o ano lectivo, sem necessidade de recorrerem a um exame final. Ainda de acordo com o responsável a decisão foi tomada depois de ouvir as escolas. Covid-19 | Mulher queixa-se de longa espera até isolamento Uma mulher, cujo teste está integrado no conjunto das amostras com resultados preliminares positivos, queixou-se num grupo na rede social Facebook de um longo período de espera até chegar ao hotel para cumprir uma quarentena de dez dias. Esta residente descreve que, na noite de terça-feira, as autoridades informaram-na de que seria transferida de casa para o Centro Hospitalar Conde de São Januário para a realização da quarentena. No entanto, esperou toda a noite, desde as 2h da manhã, por um autocarro, que só chegaria às 9h desta quarta-feira. A residente descreve também que, no hospital, havia um grande aglomerado de pessoas que esperavam há mais de dez horas pelo transporte para o hotel, além de que o local não era suficientemente arejado. A publicação no Facebook, que é acompanhada por um vídeo, pede que as autoridades revejam a forma como estão a transportar pessoas para quarentena, alertando ainda para o risco, em matéria de saúde pública, de reunir muita gente num só espaço sem suficiente circulação de ar.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Casos positivos passam a 65. Um total de 41 são assintomáticos Concluída a testagem em massa à população esta terça-feira, os dados divulgados esta manhã revelam que o número de casos positivos passam de 49 a 65, estando confirmados 24. Um total de 41 casos são assintomáticos. Os dados divulgados pelo Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus mostram ainda que há 45 mulheres a testar positivo contra 20 homens, sendo que o paciente mais novo tem apenas oito meses e o mais velho tem 89 anos. As autoridades estão a fazer o acompanhamento de 2.965 pessoas, sendo que 437 são consideradas de contacto próximo com casos positivos, enquanto que 1.655 fizeram o mesmo itinerário. Há ainda 261 pessoas que são contactos próximos por via secundária e 61 contactos gerais. Há 486 pessoas classificadas como acompanhantes. Recorde-se que as autoridades aconselham a população a realizar hoje um auto-teste, cujos dados devem ser inseridos nesta plataforma: https://eservice.ssm.gov.mo/generalrat. Além disso, quem vive nas zonas da Avenida de Horta e Costa, Rua do Almirante Costa Cabral; Estrada do Repouso e Avenida do Almirante Lacerda terá de fazer novamente um teste de ácido nucleico hoje.
Andreia Sofia Silva Grande Plano ManchetePandemia | Função Pública dispensada até sexta-feira. Afastado confinamento geral Funcionários públicos sem funções urgentes estão dispensados do serviço até sexta-feira. Ainda não há data para o regresso das aulas presenciais e o Governo aconselha a avaliação contínua. Autoridades afastam possibilidade de confinamento geral do território. Quem tem voos marcados não pode deixar zonas seladas As autoridades decidiram prolongar até sexta-feira a suspensão do trabalho para todos os funcionários públicos que não desempenhem funções essenciais ou de linha da frente. A garantia foi dada ontem na habitual conferência de imprensa do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus por Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), com base no despacho assinado pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, que entra hoje em vigor. “Os trabalhadores suspensos do serviço devem cumprir o seu dever e permanecer em casa. As empresas que não prestem serviços urgentes devem suspender os trabalhos, enquanto que os restaurantes devem disponibilizar apenas o serviço de take-away. Segundo os resultados dos testes em massa, temos 21 amostras mistas, por isso apelo aos cidadãos para permanecerem em casa”, adiantou. Mesmo com regras relativas a distanciamento social e com encerramento de serviços, as autoridades afastam, para já, a possibilidade de o território entrar em confinamento geral. “Temos um plano de gestão comunitária circunscrita que não queremos ainda activar. Estamos a observar a situação e não é necessária preocupação. Não precisam de açambarcar os produtos [nos supermercados], basta que sigam as nossas instruções”, apontou o responsável dos Serviços de Polícia Unitários (SPU). A situação torna-se mais complicada para quem tem voos marcados para fora de Macau e esteja agora em zonas vermelhas, uma vez que não pode sair, mesmo com teste negativo à covid-19. “Estas pessoas não podem sair das zonas de confinamento porque temos de assegurar que a epidemia não se propaga para fora de Macau e têm de ficar em casa. Se apanharem voos ou outros transportes quer dizer que seremos responsáveis pela propagação do vírus fora de Macau”, adiantou Alvis Lo. Testes hoje Tendo em conta que a testagem em massa terminou ontem, as autoridades pediram à população para fazer hoje testes rápidos em casa. “A próxima etapa será a realização, amanhã, dia 22 [hoje] de testes anti-génio para todos os residentes. Vamos dividir algumas zonas onde serão feitos testes de ácido nucleico e vamos ainda analisar quantas pessoas estão envolvidas.” Já quem vive em determinadas áreas afectadas terá de realizar hoje testes de ácido nucleico. Quem vive ou trabalha na zona delimitada pela Av. Horta e Costa; Rua do Almirante Costa Cabral; Estrada do Repouso; e Avenida do Almirante Lacerda deve efectuar marcação ainda hoje até às 21h, através do link https://eservice.ssm.gov.mo/allpeoplernatestbook informaram as autoridades de saúde ao fim da noite. Ainda assim, as autoridades não afastam a possibilidade de realizar outra ronda de testes à população, conforme a evolução pandémica. “Temos de fazer primeiro uma avaliação dos resultados. Amanhã [hoje] apelamos a que as pessoas façam testes rápidos e coloquem o resultado na plataforma. Se detectarmos mais casos positivos, teremos mais uma ronda de testagem em massa. Como selámos os edifícios em risco e temos dois grupos de pessoas em análise, pedimos apenas, de momento, o teste rápido”, disse Alvis Lo. As autoridades continuam sem saber quem é o paciente zero, mas assumem que “o mais importante é encontrar todos os pacientes e pessoas de contacto próximo”. “Muitas vezes, na China, nunca é encontrada a origem do surto. Mesmo que façamos as investigações é sempre necessário tempo”, frisou Alvis Lo. Aulas sem data Luís Gomes, responsável da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), afirmou que ainda não existe uma data para o regresso das aulas presenciais. Caso as aulas se mantenham online, e uma vez que o ano lectivo está perto do fim, as autoridades educativas aconselham os docentes a recorrer à avaliação contínua. “Não podemos dizer nada, para já, porque temos de acompanhar a situação, mas o princípio fundamental é a segurança dos estudantes. Se não tivermos mais tempo para o regresso das aulas presenciais, poderemos considerar o recurso à avaliação contínua.” A DSEDJ assegura que serão disponibilizadas “soluções de ensino” para que as escolas façam a “avaliação multidisciplinar”. “Ao longo do ano lectivo não houve suspensão de aulas pelo que os alunos conseguiram ter aproveitamento até esta altura. As escolas podem aproveitar esta avaliação contínua”, assegurou Luís Gomes. Crianças acompanhadas Tendo em conta o caso positivo relativo a uma professora da Escola Primária Hou Kong, que contactou com mais de 300 alunos, bem como o da sua filha que é aluna do Jardim de Infância do Colégio do Sagrado Coração de Jesus, que poderá ter contactado com mais de 60 crianças, as autoridades ainda estão a avaliar quantas crianças irão cumprir quarentena em hotéis. Ficou garantido que, caso isso aconteça, serão acompanhadas pelos pais. “Teremos de ver a disponibilidade dos hotéis e o percurso comum, se houve um período mais longo, para vermos se se justifica enviar para a quarentena. As nossas regras dizem que as crianças com menos de 18 anos são acompanhadas pelos pais.” 300 no Hotel Fortuna Um dos novos locais sinalizado como zona vermelha é o Hotel Fortuna, que neste momento tem 300 hóspedes e 80 trabalhadores, alguns deles da zona do casino. “Se os quartos estiverem disponíveis as pessoas podem lá ficar, caso contrário serão transferidas para hotéis de quarentena. Temos primeiro de realizar os testes após selar a unidade.” De frisar que o parque de estacionamento está aberto ao público. O encerramento do Hotel Fortuna deveu-se ao facto de um trabalhador ter testado positivo, bem como mais três homens que estão no grupo de casos confirmados associados a trabalhadores não-residentes. Além disso, um trabalhador do Hotel Fortuna, que está em Zhuhai, também testou positivo, aumentando para cinco os casos associados à unidade hoteleira. IAS | Apelo “veemente” à vacinação de idosos O Instituto de Acção Social (IAS) voltou a solicitar aos cidadãos idosos que se vacinem contra a covid-19, porque “apesar de ficarem permanentemente no domicílio e não saírem de casa, é provável que os idosos fiquem infectados com a covid-19, transmitido pelos familiares ou seus cuidadores”. O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, afastou ontem a hipótese de tornar a inoculação obrigatória. “Relativamente à obrigatoriedade, não posso ainda dizer que as pessoas serão obrigadas a vacinarem-se, porque é difícil”, afirmou. Até às 21h do dia 20 de Junho, a taxa de vacinação dos idosos em diversos grupos etários que administraram pelo menos uma dose de vacina foi de: 79,9 por cento para idades de 60 a 69 anos; 74,8 por cento para 70 a 79 anos; 50,4 por cento para o grupo etário de 80 anos ou mais. 49 positivos, 15 com sintomas Macau está neste momento com 49 casos confirmados de covid-19, sendo que apenas 15 pessoas apresentam sintomas e 34 estão assintomáticos. Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), prometeu divulgar os resultados dos testes em massa até à meia noite de ontem, mas até ao fecho desta edição os dados não tinham sido divulgados. Ontem de manhã, de um total de 677.586 testes, 564.297 apresentaram resultado negativo, existindo 21 amostras mistas com um resultado positivo. Os 49 casos dividem-se em dois grupos, sendo que o primeiro está ligado a 28 trabalhadores não residentes, enquanto que outro grupo é composto por um trabalhador do Estabelecimento Prisional de Coloane e familiares, num total de 19 pessoas. Segundo Alvis Lo, duas pessoas estão a ser investigadas por, alegadamente, terem uma ligação a estes dois grupos, que estão interligados em termos de contágio. As autoridades classificaram 11 zonas vermelhas, de onde as pessoas não podem sair, e cinco zonas amarelas. De momento, estão 1824 pessoas isoladas em casa. Transportes | Apresentação de código de saúde causa problemas Desde que a apresentação do código de saúde de cor verde passou a ser obrigatória na segunda-feira para frequentar autocarros, táxis e o Metro Ligeiro, residentes idosos e trabalhadores não-residentes têm encontrado constrangimentos na utilização de transportes públicos. De acordo com a TDM – Canal Macau, muitos passageiros de autocarros foram apanhados de surpresa pela medida, implicando atrasos e a necessidade de encontrar alternativas de transporte. Um trabalhador não-residente do Interior da China que se encontrava numa das paragens de autocarro da Praça Ferreira do Amaral contou não ser capaz de gerar o código saúde e que, por isso, iria chegar atrasado ao trabalho. Um casal de residentes idosos admitiu ter sido obrigado a pedir ajuda à filha para se deslocar na cidade, pois a mulher não possui um telemóvel com acesso à internet capaz de gerar o código de saúde. “A minha mulher tem um telefone antigo, sem internet e, por isso, não consegue fazer o código de saúde. Só eu tenho o código de saúde e vamos ter que pedir à nossa filha para nos transportar”, disse. Uma outra residente que também esperava a chegada do autocarro, admite ter sido apanhada de surpresa pela exigência, mas sublinha ser necessário “cooperar com o Governo porque há um surto no território”. Além disso, ao longo de segunda-feira foi comum ver os autocarros a demorar-se mais em cada paragem, dada a fila de passageiros que se inevitavelmente se formava para preparar e apresentar, o código de saúde ao condutor do veículo. Macau Zonas Vermelhas – Controlo Selado Edifício Yim Lai: Rua de Manuel de Arriaga 66-66C Padre Modern Cuisine (Edifício Tak Fung): Avenida da Praia Grande 251 Edifício Tat Cheong: Rua de Afonso Albuquerque 33-35G Edifício Parkway Mansion (Bloco 2): Rua do Almirante Costa Cabral 146 Centro Chiu Fok: Rua de Pedro Coutinho 23 Lake View Garden: Praça de Lobo de Ávila 16-18 Carnes Assadas Lam Kei: Rua da Emenda 10 Centro Internacional de Macau (Torre VI): Rua de Malaca 124, Rua do Terminal Marítimo 93-103, Travessa da Amizade 82 Edifício Jardim Iat Lai (Bloco 6): Rua Central de Toi San 302 Edifício Man Lei (Bloco S,T): Rua Três do Bairro da Areia Preta 6 Hotel Fortuna: Rua de Cantão 49-63, Rua de Foshan 48A-78,Praça de D. Afonso Henriques 76-90 Zona Amarela – Zona de Prevenção Edifício Son Lei: Rua de Manuel de Arriaga 64-64B Edifício Chun Fong: Rua de Afonso de Albuquerque 38-40A Edifício Tak Fong: Avenida da Praia Grande 241-253 Edifício Tak Weng: Rua de Afonso de Albuquerque 37-45 Edifício Man Heng: Rua de Afonso de Albuquerque 31C-31G Taipa Zonas Vermelhas – Controlo Selado Flower City – Lei Pou Kok: Avenida Olímpica 177-259, Rua de Évora 10-72
Pedro Arede Manchete SociedadeRestauração | Negócio cai 90% no dia do Pai. Sector espera dias difíceis Logo após a declaração do estado de prevenção imediata e o anúncio dos primeiros casos de covid-19, o negócio dos restaurantes de Macau caiu entre 80 e 90 por cento no domingo, dia do Pai. O sector espera negócio “muito fraco” durante, pelo menos, meio mês e o cancelamento de dezenas de banquetes previamente agendados À medida que o novo surto de covid-19 em Macau se começou a materializar, a maioria dos restaurantes da cidade, muitos deles com todas as mesas reservadas devido às celebrações do dia do Pai, viram, no domingo, a maioria das marcações canceladas e o negócio reduzido entre 80 e 90 por cento. De acordo com o gerente de um restaurante de yum cha citado pelo jornal Ou Mun, depois da entrada em vigor do estado de prevenção imediata e do anúncio dos primeiros casos confirmados na madrugada e manhã de domingo, praticamente todos os clientes que tinham mesas reservadas para o período da manhã e da tarde acabaram por cancelar as marcações. Contudo, o mesmo responsável apontou que, dado que o anúncio do Governo aconteceu às primeiras horas do dia, foi possível ajustar as quantidades dos bens fornecidos, evitando assim prejuízos maiores. Por outro lado, sem negócio e com grandes incertezas no horizonte, o mesmo gerente lamenta a situação, sobretudo numa altura em que o limite para banquetes foi recentemente aumentado pelos Serviços de Saúde de 200 para 400 pessoas e o estabelecimento já tinha recebido pedidos de agendamento para mais de 30 eventos do género. Pratos vazios Na mesma linha, o gerente de outro restaurante ouvido pelo jornal Ou Mun, confirma ter perdido por completo todo o negócio que a celebração do dia do Pai fazia antever. Isto quando a lotação do espaço estava esgotada ao longo do dia. Perante o cenário de emergência epidémica e os apelos do Governo para a população permanecer em casa, o dono do restaurante prevê que o negócio seja “muito fraco” durante, pelo menos, meio mês, com várias dezenas de banquetes a ser cancelados nos próximos dias. Além disso, depois da sugestão das autoridades para que os restaurantes suspendam, temporariamente, o consumo de refeições no interior dos estabelecimentos, o responsável considera que o volume de venda de refeições para fora é uma “ajuda pequena” face à baixa vontade de consumo dos residentes nesta fase. Apesar de estar disposto a colaborar com as autoridades em termos de prevenção contra a covid-19, segundo o Ou Mun, o gerente mostra-se “muito preocupado com o futuro” Um outro proprietário conta que, o novo surto de covid-19 em Macau o fez perder, no imediato, cerca de 60 por cento dos clientes que costumava ter no período da manhã. Contudo, por ter ajustado o volume dos bens a adquirir aos fornecedores atempadamente, diz ter evitado prejuízos maiores. Recorde-se que, no domingo, perante o risco de transmissão comunitária, Elsie Ao Ieong U apelou à população para ficar, tanto quanto possível, em casa e aos estabelecimentos não essenciais para fecharem portas. “Excepto, supermercados e outros locais de venda de bens essenciais, apelamos aos outros estabelecimentos para fecharem. Apelamos aos residentes para se manterem em casa e colaborarem com as medidas de prevenção da pandemia”, disse a secretária.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSurto | Número de infecções locais sobe para 36 com testes em massa Passadas mais de 24 horas desde o início dos testes, as autoridades detectaram 36 casos comunitários. Entre os infectados está uma professora da Escola Primária Hou Kong, que teve contacto com mais de 300 alunos, e uma aluna do Jardim de Infância do Colégio do Sagrado Coração de Jesus, que poderá ter contactado com mais de 60 crianças Nas últimas 24 horas os casos comunitários de covid-19 subiram para 36 ocorrências e havia ainda três conjuntos de 10 amostras em revisão, o que levanta a possibilidade de nas próximas horas serem confirmados mais casos positivos. Os números mais recentes foram actualizados ontem pelo Governo, numa altura em que tinham sido testados mais de 459.687 cidadãos, com 269.628 resultados negativos. Entre os novos casos identificados encontra-se uma professora que dá aulas na Escola Primária Hou Kong e que poderá ter estado em contacto com 300 alunos. Ontem, a médica e coordenadora do centro de contingência Leong Iek Hou não foi capaz de confirmar o número de pessoas afectadas, mas garantiu que algumas estão de quarentena. “A professora da escola Hou Kong foi confirmada como infectada, e as turmas da escola também podem ter sido infectadas, pelo que vão ficar em quarentena médica. Todos os alunos das turmas dessa professora estão em quarentena”, afirmou a médica. “Não tenho um número exacto de quantas pessoas foram afectadas, mas falamos de centenas, mais de 300 e algumas já estão em quarentena”, acrescentou. Além de professora, a mulher é igualmente mãe de uma aluna do Jardim de Infância do Colégio do Sagrado Coração de Jesus, que testou igualmente positivo e que esteve em contacto com cerca de 60 crianças, que também foram colocadas em quarentena. Ponto de contacto Na conferência de imprensa de ontem, que contou com a presença de Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, foi admitida a dificuldade em encontrar a origem do surto. No entanto, foi divulgado o que se acredita ser o “elo de ligação” entre os dois grupos de infectados existentes. Segundo o Governo, o surto foi identificado em dois grupos distinto de pessoas. Num dos grupos, estão incluídas 17 pessoas, entre os quais 13 trabalhadores não-residentes que vivem juntos, e no outro cerca de dez pessoas, entre os quais um trabalhador do estabelecimento prisional e a esposa, a mulher que trabalha na escola Hou Kong. Segundo as investigações preliminares, os indivíduos incluídos nos dois grupos distintos terão estado em contacto na Rua de Emenda. Isto porque um dos membros de um dos grupos trabalha como vendedor de carne assada numa loja nesta rua, e um membro do outro grupo frequenta, na mesma rua, uma loja de fruta. As autoridades acreditam assim que os dois se terão cruzado e que o contágio terá acontecido nessa altura. “Não temos a certeza máxima sobre se este foi mesmo o elo. Mas uma investigação preliminar indica nesse sentido e mostra que estão a ser descobertas algumas peças do puzzle”, afirmou Alvis Lo. Para reforçar a tese, foi igualmente indicado que um dos casos identificados em Zhuhai, e supostamente importado de Macau, também terá estado na loja de carne assada. Contudo, as autoridades não conseguem dizer que grupo foi primeiramente contaminado, ou a qual foi a fonte da infecção. Falta de informação Ao contrário de outras ocasiões, as informações sobre o percurso dos infectados não foi revelado, à excepção de um residente e de nove trabalhadores não-residentes oriundos do Myanmar. E mesmo para aceder a estas informações surgiram problemas, uma vez que o portal de Internet onde estaria a informação esteve offline, ao mesmo tempo que decorria conferência de imprensa. Ontem, à hora de fecho do HM, a versão em português ainda não estava disponível. Também a identidade das escolas afectadas só foi revelada depois de os representantes do Governo terem sido questionados directamente pelos jornalistas. A adopção de critérios dispares levou a que surgissem questões sobre a participação de altos membros do Governo num banquete onde esteve uma infectada e que teriam um percurso comum, o que implicaria a obrigação de quarentena. Contudo, Leong Iek Hou recusou revelar se havia “figuras públicas” no banquete ou a adiantar o local onde ocorreu: “Foram acompanhadas mais de 900 pessoas [por contacto próximo], não sei o nome dos convidados. Mas, não é relevante porque não fazemos distinção entre as pessoas”, garantiu. Leong Iek Hou não deixou que apontar que se registaram atrasos na divulgação dos percursos, porque os trabalhadores do Myanmar não sabem ler cantonês, apesar de falarem, o que dificultou a identificação dos locais frequentados, mesmo quando nove dos 10 percursos revelados dizem respeito a estres trabalhadores. Este aspecto deixou também espaço para críticas às lojas por não obrigarem os clientes a fazer o código de saúde com localização. Testagem | Autoridades reconhecem risco de infecção Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, reconheceu ontem que os residentes correm risco de serem infectados quando se deslocam aos centros de testes. Por isso, apelou para que as pessoas apenas compareçam no local dos testes à hora agendada: “Quando fazemos o teste, temos de ter consciência que há o risco de sermos infectados, por isso temos de chegar à hora marcada e manter o distanciamento adequado, para quem está à frente e atrás”, indicou Alvis Lo. Apesar das dificuldades, o responsável deixou uma mensagem de confiança: “Toda a população vai de mãos dadas vencer este desafio e ultrapassar esta situação epidemiologia, em conjunto, dentro de pouco tempo”, afirmou. TNR | Associação Comercial pede apoio para quem está retido Wong Kok Seng, vice-presidente da Associação Comercial de Macau, pediu aos empregadores para auxiliarem os trabalhadores não-residentes (TNR) retidos em Macau, esperando que seja dado apoio na realização dos testes de despistagem à covid-19. Segundo o jornal Ou Mun, o dirigente espera unidade e cooperação para que Macau regresse à normalidade, mas também que patrões e trabalhadores tenham um diálogo franco, em nome da harmonia e do bom ambiente comercial. Covid-19 | FAOM sugere diálogo para evitar viagens desnecessárias A presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Ho Sut Heng, defende que os trabalhadores devem dialogar com patrões para evitarem saídas de casa desnecessárias, incluindo para trabalhar. Em declarações ao jornal Ou Mun, a dirigente elogiou o Governo pela resposta rápida e transparente durante o surto de covid-19 em relação ao passado, o que permite que a população conheça todas as informações e os procedimentos a adoptar. Zhuhai | 13 detidos por violação de regulamentos Um total de 13 pessoas vindas de Macau foram acusadas pelas autoridades de Zhuhai de violação de regulamentos de prevenção da pandemia, ficando detidas por um período de dez dias. Segundo um comunicado oficial, estas pessoas são acusadas de não cumprirem o período de quarentena em casa e terem frequentado espaços públicos sem autorização, o que constitui o risco de surto. As autoridades de Zhuhai adiantam que as 13 pessoas frequentaram um spa, um hotel e um bar no passado domingo. Macau Zonas Vermelhas – Controlo Selado Edifício Yim Lai: Rua de Manuel de Arriaga 66-66C Padre Modern Cuisine (Edifício Tak Fung): Avenida da Praia Grande 251 Edifício Tat Cheong: Rua de Afonso Albuquerque 33-35G Edifício Parkway Mansion (Bloco 2): Rua do Almirante Costa Cabral 146 Centro Chiu Fok: Rua de Pedro Coutinho 23 Lake View Garden: Praça de Lobo de Ávila 16-18 “Carnes” Assadas Lam Kei: Rua da Emenda 10 Zona Amarela – Zona de Prevenção Edifício Son Lei: Rua de Manuel de Arriaga 64-64B Edifício Chun Fong: Rua de Afonso de Albuquerque 38-40A Edifício Tak Fong: Avenida da Praia Grande 241-253 Edifício Tak Weng: Rua de Afonso de Albuquerque 37-45 Edifício Man Heng: Rua de Afonso de Albuquerque 31C-31G Taipa Zonas Vermelhas – Controlo Selado Flower City – Lei Pou Kok: Avenida Olímpica 177-259, Rua de Évora 10-72
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteCovid-19 | Medidas de apoio económico consideradas insuficientes e sem novidade Assim que foram registados os primeiros casos do surto de covid-19 que afecta Macau, o secretário para a Economia e Finanças anunciou medidas de apoio económico para residentes e empresas. No entanto, economistas, deputados e dirigentes associativos entendem que os estímulos são insuficientes numa economia estrangulada O Governo anunciou no domingo medidas de apoio a pequenas e médias empresas (PME) e residentes assim que as autoridades começaram a registar os primeiros casos de covid-19 do surto que fez parar Macau. Lei Wai Nong, secretário para a Economia e Finanças, anunciou sete medidas, no valor total de dez mil milhões de patacas, que passam sobretudo pelo adiamento da devolução dos empréstimos pedidos ao Governo e de impostos cobrados, sem esquecer outros benefícios fiscais. No entanto, tendo em conta que a economia está em recessão há muitos meses, analistas consideram que o pacote de medidas não basta. “O Chefe do Executivo disse que quando a maioria da população estivesse vacinada Macau voltaria à normalidade. Temos de o fazer”, adiantou o deputado José Pereira Coutinho ao HM. “Estas medidas são insuficientes porque se mantém a devolução dos empréstimos, além de outros benefícios fiscais não chegam. É preciso clarificar a situação das PME na área da restauração, para que tenham alguma actividade. Não se resolvem dificuldades destas empresas impedindo as pessoas de fazer as refeições dentro dos estabelecimentos. Estas restrições são extremamente prejudiciais para as PME”, declarou. Recorde-se que os restaurantes e outros estabelecimentos de comida estão a ser incentivados a funcionar apenas em regime de take-away, embora tal não seja para já obrigatório. No entanto, Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), assegurou no domingo que tal poderá ser obrigatório caso a situação pandémica assim o justifique. Coutinho defende ainda que a bitola deve estar também do lado da banca, que deve ter “uma responsabilidade social” face a pagamentos de empréstimos. “O Governo tem de estabelecer moratórias, o que poderia ajudar famílias com dificuldades financeiras, monoparentais, ou que têm a seu cargo idosos.” O deputado não tem dúvida de que este novo surto, e a forma como as autoridades estão a lidar com ele, constitui “um grande rombo na economia, com um grave impacto psicológico nas pessoas”. Quem também considera as medidas insuficientes é o economista José Sales Marques, embora “sejam sempre um paliativo”. “Há algum tempo que vivemos em recessão, as perspectivas começavam a tornar-se optimistas e de repente surge algo como aquilo que estamos a passar. As medidas não são suficientes e o sentido delas é apenas minorar os problemas, dar alguma folga às PME, nomeadamente no que diz respeito à bonificação de juros e devolução de alguns impostos cobrados. Os montantes não são significativos e dão apenas um certo conforto paliativo”, acrescentou. Sales Marques considera fundamental dar ânimo aos números económicos, para que se verifique um crescimento sustentável. “Espero que esta crise não se prolongue e se limite aos casos que já existem, e que não sejam impostas novas limitações. A economia vive da procura externa e do jogo, das actividades ligadas à exportação de bens e serviços. Esta tem de começar a funcionar de novo, porque continuaremos a viver com dificuldades.” Resposta rápida Ouvido pelo jornal Ou Mun, o deputado Ho Ion Sang, ligado aos Kaifong e presidente do Centro de Sabedoria Colectiva, defendeu que as medidas visam resolver, de forma urgente, os problemas que os diversos sectores da economia e os residentes sentem. Ho Ion Sang recordou que a situação pandémica nas regiões vizinhas tem causado impactos negativos no turismo e outras indústrias associadas a este sector. Chui Sai Cheong, deputado e presidente da Associação Comercial de Macau, disse concordar com o pacote de apoios lançado pelo secretário Lei Wai Nong, sendo esta decisão “necessária e oportuna” e algo que permite aos mercados ganharem alguma confiança. No entanto, tendo em conta o actual estado da economia, Chui Sai Cheong entende ser necessário que as autoridades avaliem a eficácia das medidas, uma vez que a estabilidade das PME é essencial para uma economia onde a confiança predomine. Un Sio Leng, presidente da Associação Geral das Mulheres, defendeu que as medidas mostram, acima de tudo, uma resposta rápida e urgente por parte do Governo perante as dificuldades da população. A dirigente sublinhou que as PME dão emprego aos residentes que são muito importantes para o desenvolvimento económico do território, pelo que as medidas anunciadas, logo no início do surto, são um incentivo. Un Sio Leng espera ainda que o Governo pondere a criação de um subsídio de apoio às despesas familiares, alunos, idosos e famílias com maiores dificuldades, além de medidas de apoio complementares para desempregados e pessoas em licença sem vencimento. Por sua vez, Chan Ka Leong, presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong), disse ao jornal Cheng Pou que as medidas são oportunas e que podem dar resposta às necessidades da população. Uma vez que o surto levou a uma nova suspensão de muitas actividades, como o programa de excursões locais para residentes, Chan Ka Leong destaca o enorme impacto para as PME e empregados que dependiam desse plano de fomento turístico. Olhando para o pacote das medidas anunciadas no domingo, Chan Ka Leong entende que o subsídio para a compra de combustível atribuído aos taxistas pode ajudar muito o sector. Jorge Valente, empresário, entende que reduzir taxas e impostos é sempre uma boa medida. No entanto, uma vez que os impostos sempre foram baixos em Macau, onde as concessionárias de jogo dão o grande contributo em matéria fiscal, trata-se de uma medida “que não ajuda muito”, pois estão envolvidos pequenos montantes. “O principal problema que enfrentamos é a falta de actividades económica, de pessoas e turistas que possam consumir. Relativamente à medida de apoio aos taxistas, só funciona se os táxis tiverem muitos clientes. Se o veículo estiver quase sempre parado, e se, ainda por cima, houver muitos carros eléctricos ou híbridos, creio que é uma medida que não ajuda quase nada”, apontou ao HM. Como medida “bastante boa” Jorge Valente destaca o facto de as PME só pagarem, até 31 de Dezembro de 2023, os juros dos empréstimos concedidos pelo Governo e não os montantes. “[A eficácia] destes empréstimos depende muito se a empresa sobrevive para ter melhores dias de negócio. Se a empresa entrar em insolvência antes do fim da pandemia, [os custos e perdas] vão ser muito maiores”, frisou. Reserva q.b. O economista José Félix Pontes entende que as medidas em questão “trazem algum alívio, embora temporário” às PME, residentes e algumas profissões liberais, tendo como ponto de referência “as medidas tomadas nos dois anos anteriores” e, portanto, sem novidade. “Quanto ao montante dos fundos públicos envolvidos (dez mil milhões de patacas), provenientes, mais uma vez da Reserva Financeira, a sua adequação dependerá da alteração da denominada ‘política de tolerância zero’. Esta, a manter-se, fará com que Macau continue com poucos visitantes, níveis baixos de taxa de ocupação hoteleira, quebra nas receitas do jogo ou aumentos sem significado.” Félix Pontes traça ainda o cenário do crescente desemprego, com mais empresas, de pequena ou grande dimensão, a encerrarem portas, o que resultará “num Produto Interno Bruto anémico”. Na óptica do economista, a Reserva Financeira da RAEM deve ser destinada “a projectos relevantes na área económica e social” e não como uma espécie de “amortecedor ou ‘tapa buracos’ da economia local”. Como tal, a alternativa passa por elevar a taxa de vacinação contra a covid-19 com três doses. Félix Pontes entende que deveria mesmo obrigar-se toda a população a vacinar-se contra a doença. Só assim “não seriam necessários os confinamentos, ainda que localizados, e a realização de testes em massa sempre que haja um certo número de casos”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaChina suspende voo directo a partir de Portugal após detectar casos de covid-19 em passageiros As autoridades chinesas anunciaram hoje a suspensão da ligação aérea entre Portugal e a China, pelo período de um mês, após detetarem dez casos de covid-19, em 12 de junho, num voo oriundo de Lisboa. Em comunicado difundido no seu portal oficial, a Administração de Aviação Civil da China informou que o voo entre Lisboa e a cidade chinesa de Xi’an, operado pela companhia aérea Beijing Capital Airlines, passa a estar suspenso a partir de 27 de junho. Os voos para a China estão sujeitos à política do “circuit breaker” (‘interruptor’, em português): quando são detetados cinco ou mais casos a bordo, a ligação é suspensa por duas semanas. Caso haja dez ou mais casos, a ligação é suspensa por um mês. Ao abrigo da estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, a China mantém as fronteiras praticamente encerradas desde março de 2020. O país autoriza apenas um voo por cidade e por companhia aérea, o que reduziu o número de ligações aéreas internacionais para o país em 98%, face ao período pré-pandemia. A ligação aérea entre Portugal e a China foi retomada precisamente no dia 12 de junho, com a frequência de um voo por semana, após ter estado suspensa durante mais de seis meses. As autoridades de Xi’an, a capital da província de Shaanxi, no centro da China, suspenderam a ligação com Lisboa no dia 25 de dezembro passado, numa altura em que a região enfrentava um surto de covid-19. A cidade só retomou este mês as ligações internacionais. Quem chega à China tem que cumprir ainda uma quarentena de até três semanas, em instalações designadas pelo Governo.
Hoje Macau Manchete SociedadeSurto de covid-19 | Registados 34 casos de contágio Às 9h de hoje as autoridades confirmaram a existência de 34 casos de contágio por covid-19 no território em pessoas com idades compreendidas entre os oito meses e 89 anos. Segundo uma nota de imprensa, tratam-se de 23 mulheres e 11 homens, existindo 26 casos assintomáticos. As autoridades estão nesta fase a acompanhar 764 pessoas, das quais 178 são contactos próximos; 451 são contactos próximos não nuclear (ou seja, pessoas com os mesmos itinerários); 59 são contactos próximos por via secundária, 37 são contacto geral e sete acompanhantes. Esta manhã foi ainda divulgada outra nota de imprensa que dá conta que foram detectados seis conjuntos de dez amostras que, de forma preliminar, testaram positivo na testagem em massa. Estes dados estão agora a ser revistos, sendo feito um apelo para que a “população preste atenção à protecção pessoal e evite aglomerações”.
Andreia Sofia Silva EventosCovid-19 | Eventos culturais e passeios turísticos cancelados. Museus fechados A descoberta de 12 casos de covid-19 na comunidade levou ao encerramento de museus e ao cancelamento de espectáculos e actividades, nomeadamente os passeios turísticos destinados a residentes. Com o estado de prevenção em vigor, não há data para que espaços culturais e eventos regressem ao calendário normal Com o Governo a sugerir aos residentes para não saírem de casa, devido ao surto comunitário de covid-19 detectado no sábado à noite, o encerramento de espaços e cancelamento de eventos culturais voltou a repetir-se, como em situações semelhantes no ano passado. Em termos de museus, fecharam ontem portas o Museu Marítimo, com a reabertura “a ser notificada oportunamente”, bem como o Museu dos Bombeiros ou o Museu do Grande Prémio, sem esquecer o Edifício Ritz. Neste contexto, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) promete contactar todas as pessoas que já tinham adquirido bilhete para o Museu do Grande Prémio para proceder ao respectivo reembolso, uma vez que também não foi adiantada, para já, uma data de reabertura. Outro dos espaços que encerrou portas de imediato foi o Museu das Forças de Segurança de Macau. Além disso, o Instituto Cultural (IC) avançou para o encerramento de outros espaços culturais, como as bibliotecas públicas, espectáculos de artes performativas ou espaços ligados ao sector das indústrias criativas. Quem requisitou livros nas bibliotecas públicas não tem de respeitar, para já, o prazo de entrega das obras, não havendo, segundo o IC, “necessidade de o público se apressar para devolver os materiais da biblioteca”. Em situação de prevenção pandémica, “o horário de reabertura de vários espaços culturais será anunciado separadamente”. Sem visitas para ninguém Desde ontem que estão também suspensas as excursões locais inseridas no programa “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau”. Quem quiser esclarecer mais informações sobre os percursos já adquiridos, pode ligar para as linhas telefónicas 8396 3052 ou 2838 9153, diariamente entre as 09h e as 19h. Na linha de encerramentos e cancelamentos, o Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM) decretou também o fecho de portas do Centro de Exposição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa, “até novo aviso a emitir oportunamente”. Outro evento cancelado pela DST é a conferência de imprensa sobre a 10ª Exposição Internacional de Turismo (Indústria) de Macau, que estava agendada para amanhã. Também foi cancelada a sessão de esclarecimento para o sector da restauração sobre os critérios de avaliação para o período de supervisão do “Programa de Avaliação de Serviços Turísticos de Qualidade”, prevista para hoje. Em comunicado, a DST pede “a compreensão” dos agentes e operadores turísticos.
Hoje Macau Manchete SociedadeFronteiras | Zhuhai impõe quarentena de 7 dias. Testes mais apertados No seguimento da detecção dos novos casos de covid-19 em Macau, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da Cidade de Zhuhai emitiu uma nota a anunciar que todos os indivíduos que cheguem à região a partir de Macau estão obrigados a fazer quarentena de sete dias (domiciliária ou em hotel), mais sete dias de auto-gestão. A medida anunciada ontem tem efeitos retroactivos para todos aqueles que entraram em Zhuhai a partir de Macau desde a passada quarta-feira, 15 de Junho. Relativamente à validade dos testes para circular entre os dois territórios, o Comando de prevenção e controlo da cidade de Zhuhai revelou que a desde as 09h de ontem, o prazo de validade dos testes de ácido nucleico para quem entra em Macau passa a ser de 48 horas (em vez de sete dias). Já quem sai de Macau continua a ter que apresentar um resultado negativo emitido nas últimas 24 horas. “A partir das 09h do dia 19 de Junho de 2022, as pessoas que se deslocam a Macau através dos postos fronteiriços Zhuhai-Macau necessitam de ter o certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo emitido nas últimas 48 horas. A medida de apresentação do certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo emitido nas últimas 24 horas para pessoas que entram a Zhuhai através dos postos fronteiriços Zhuhai-Macau permanece inalterado”, pode ler-se na nota. Visitas, consultas, vacinas e cirurgias não urgentes suspensas Os Serviços de Saúde anunciaram que, durante o período de testagem em massa da população, vários serviços estarão suspensos ou condicionados. Assim, até à próxima quarta-feira, os serviços de consulta externa de especialidade, cirurgia programada não urgente, serviços de diálise peritoneal, e os postos de vacinação do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) e do Fórum de Macau estão suspensos. Também todas as visitas aos doentes internados estarão suspensas até “nova comunicação”. Por seu turno, o Serviço de Urgência (incluindo o Posto de Urgência das Ilhas), o Serviço de Internamento Hospitalar, o Hospital de Dia do Serviço de Hematologia-Oncologia, a Unidade de Hemodiálise e a Farmácia do CHCSJ manterão o seu funcionamento normal. Entre 19 e 21 de Agosto, aqueles que são afectados pelas alterações e não podem comparecer ou receber tratamento ou serviços de exames no CHCSJ, “dentro de 7 dias úteis, serão notificados pelos respectivos departamentos sobre a data da nova consulta de acompanhamento, do tratamento ou exame”. Ho Iat Seng: “É preciso quebrar a cadeia de transmissão rapidamente” Numa visita efectuada ao Centro de Operações de Protecção Civil, o Chefe do Executivo reforçou que, tendo em conta a concentração e a origem dos novos casos de covid-19 detectados em Macau, “é preciso quebrar a cadeia de transmissão comunitária o mais rapidamente possível”. Perante um surto que considerou ter surgido de forma “súbita” e quer se propagou rapidamente, Ho Iat Seng sublinhou ainda a resposta imediata dos diversos departamentos governamentais de acordo com o plano de prevenção e agradeceu o “árduo trabalho”, tanto da Protecção Civil como do Centro de Coordenação. Durante uma visita a vários postos de testagem em massa, Ho Iat Seng mostrou-se, contudo, preocupado com o número insuficiente de testes rápidos para distribuir à população. EPM | Exames decorrem nas datas previstas A direcção da Escola Portuguesa de Macau (EPM) vai manter o calendário dos exames nacionais de acesso ao ensino superior em Portugal, apesar de ter sido decretado o encerramento de escolas devido ao surto detectado no sábado à noite. Segundo a TDM – Rádio Macau, será apenas exigido aos alunos a apresentação de um auto-teste com resultado negativo 45 minutos antes das provas.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaEconomia | Governo lança sete medidas de apoio no valor de 10 mil milhões O secretário para a Economia e Finanças anunciou ontem um pacote de sete medidas de apoio a residentes e empresas no valor de dez mil milhões de patacas. Os serviços públicos vão ficar encerrados até amanhã, mas os casinos continuam a operar Depois de ser confirmado um surto comunitário no território, o Governo anunciou sete novas medidas de apoio económico a residentes e empresas. As medidas representam um gasto público de dez mil milhões de patacas, que terá ainda de passar pelo crivo da Assembleia Legislativa. Assim sendo, será devolvido o imposto domiciliário para os sectores industriais e comerciais, decretada a isenção do imposto de turismo, além de serem concedidos apoios a taxistas para fazer face ao aumento do preço dos combustíveis. O pacote de medidas inclui também ajudas a profissionais liberais e lojas, sendo também estendido o prazo para que as pequenas e médias empresas (PME) devolvam o montante dos empréstimos concedidos pelo Governo. Até ao dia 31 de Dezembro de 2023 pagam apenas os juros. “Sabemos que está quase a vencer o prazo de devolução e daremos mais um ano para que as empresas devolvam o empréstimo”, declarou o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong. O governante admitiu ainda atribuir mais apoios a “empresas de grande envergadura” pois estas “começaram a fechar”, prometendo “outra ponderação”. O secretário terá como referências os planos de apoio criados nos últimos dois anos. “Estas medidas visam reduzir a sobrecarga sentida pelas empresas e dar um apoio nesta fase difícil da pandemia, para que possam superar as dificuldades. Daí os benefícios atribuídos aos profissionais liberais e lojas. Serão ainda adoptadas medidas de impulso ao consumo, como sorteios, a anunciar mais tarde.” Casinos não fecham O secretário garantiu também que, para já, os casinos não fecham portas, tendo em conta que são implementadas medidas de controlo da saúde, como a medição da temperatura, entre outras. Em relação à votação da proposta de lei do jogo na Assembleia Legislativa, o governante afirmou que deverá decorrer conforme o calendário previsto. Na segunda conferência de imprensa de ontem foi confirmado que Macau não tem falta de fornecimento de produtos. Chegou ontem ao território o segundo lote de produtos alimentares frescos e vivos, e hoje chegam mais 300 toneladas de vegetais, 150 toneladas de frutas, 700 mil ovos e 380 porcos vivos. O Lam, vice-presidente do conselho de administração do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), garantiu que não haverá falta de comida para quem está isolado em casa. “Será atribuído um kit de comida com legumes e carne de porco, com uma quantidade suficiente de alimentos para três dias. Temos carne congelada e legumes com maior duração, como batatas.” O lixo será recolhido também por equipas do IAM durante a noite. As autoridades indicaram ainda que não é recomendável comer dentro de restaurantes, mas, para já, não é proibido fazê-lo. “Afastamos a possibilidade (de comer dentro dos restaurantes) antes de terminarmos a ronda de testes, porque se as pessoas tirarem a máscara e tomarem as refeições, isso constitui um risco. Em Macau, durante a pandemia, muitas medidas foram adoptadas com a colaboração dos cidadãos. Começamos com um apelo, mas se a situação não for controlada poderemos, pela via legal, obrigar as pessoas a não comer nos restaurantes”, disse Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM). Foi ainda decretado que os serviços públicos permanecem de portas encerradas até amanhã, “à excepção dos serviços indispensáveis e urgentes”. Os funcionários públicos devem “observar o cumprimento do dever, evitando saídas e ficando em casa”.