Lançado site sobre Biblioteca Central de Macau

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntrou em funcionamento esta semana uma página electrónica sobre a futura Biblioteca Central de Macau. De acordo com o Instituto Cultural (IC), a ideia é permitir aos residentes ficarem a conhecer melhor o projecto pensado para o edifício do antigo tribunal. Uma visita ao site permite perceber quais são os planos do Governo para o local, e que tipo de estruturas e serviços terá. Incluem-se ainda informações sobre a revitalização de edifícios antigos, actividades promocionais e a publicação de notícias.

O IC promete ir actualizando os conteúdos de acordo com o ponto da situação do projecto, de modo a facilitar aos residentes a obtenção das informações mais recentes sobre a futura biblioteca.

O edifício do antigo tribunal, na Avenida da Praia Grande, foi construído em 1951. Começou por albergar as Repartições do Governo de Macau, tendo sido depois utilizado por vários serviços públicos e, mais tarde, como tribunal judicial de base. Ao abrigo da Lei de Salvaguarda do Património Cultural, o imóvel está classificado como edifício de interesse arquitectónico.

O projecto da construção da Biblioteca Central de Macau no edifício do antigo tribunal foi retomado depois de Alexis Tam ter passado a ser secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. A ideia foi recebida por certos sectores com algum cepticismo, com vários deputados a criticarem a localização e a oportunidade do investimento no imóvel.

4 Mai 2017

Segurança alimentar | Primeira acção de formação com técnicos de Portugal

O acordo foi assinado no ano passado e, agora, chegou a altura de começar a aplicá-lo. Há técnicos da ASAE em Macau para partilharem a experiência portuguesa na matéria

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] primeira acção de formação em segurança alimentar com técnicos portugueses começou esta semana em Macau e vai prolongar-se por três semanas, disse o inspector-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) de Portugal.

Pedro Portugal Gaspar falava no final da primeira reunião de trabalho entre a ASAE e o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), durante a qual foram debatidos a comunicação de informações ao nível da segurança alimentar, técnicas de análise de produtos alimentares e formação.

“Esta é a primeira operacionalização de formação em segurança alimentar” do protocolo, assinado em Outubro passado, entre a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, e o Ministério da Economia português.

Esta primeira acção de formação aborda “matérias semelhantes para garantir a segurança alimentar”, ao nível de mercados e restaurantes, disse. Estas acções de formação – que, nesta primeira edição, abrangem cerca de 20 pessoas –, deverão realizar-se todos os anos.

Pedro Portugal Gaspar acrescentou que o objectivo da reunião foi também perspectivar “o desenvolvimento de acções futuras” e de intercâmbio bilateral entre o IACM e a ASAE, em Portugal ou em Macau, mas sobretudo na área virtual em plataformas de comércio electrónico.

“Há um desafio grande, desde o estabelecimento de regras para a colocação de produtos em determinadas plataformas, e depois a monitorização”, disse o responsável português, sublinhando a importância, em termos de segurança alimentar, de “alargar para a quantidade, sem nunca deixar de garantir a qualidade”.

A vertente do comércio digital vai exigir o estabelecimento de estratégias e mecanismo a aprofundar depois de um estudo, acrescentou. A importância destas plataformas electrónicas vai implicar estudos para estabelecer estratégias e mecanismos de comunicação de informações e técnicas de análise de produtos alimentares, colocando o foco “na autenticidade alimentar como um dos grandes desafios num espaço global”, disse.

A ASAE assume, neste momento, a presidência das inspecções económicas e alimentares no quadro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), “que pode ter algum intercâmbio com o Fórum Macau”, sendo a RAEM “plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa”, afirmou.

O inspector-geral da ASAE destacou a posição da agência portuguesa, enquanto membro da EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar), para veicular boas práticas e canais de informações em situações que possam pôr em causa a segurança alimentar.

Boas, mas para melhorar

Pedro Portugal Gaspar considerou “muito positivas” as práticas de segurança e higiene alimentar em Macau. Por seu turno, José Tavares, presidente do Conselho de Administração do IACM, considerou que os problemas registados na área da segurança alimentar em Macau “são esporádicos”.

O responsável de Macau destacou que, no primeiro encontro com a ASAE, tentou identificar-se quais as principais áreas de intervenção – técnicas laboratoriais, amostras, formação e troca de informações – a desenvolver primeiro.

“De 2015 até agora, fizemos um curso de formação para cerca de 400 pessoas na área de restauração para a aquisição de novos conhecimentos sobre tratamento alimentar, desde a aquisição, ao armazenamento e confecção. Os problemas que têm aparecido são esporádicos”, sublinhou.

“Temos duas inspecções por ano, por restaurante. E os restaurantes que não satisfazerem as nossas exigências terão mais inspecções por ano”, garantiu, mas “mais de 99 por cento dos casos satisfazem” as exigências.

O responsável do IACM salientou ainda a necessidade de regulamentar a aquisição de alimentos online para garantir a segurança alimentar em Macau.

4 Mai 2017

Museu de Arte de Macau muda de director

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Museu de Arte de Macau tem um novo director. Chan Hou Seng, que ocupava o cargo há quase nove anos, deixou de liderar a instituição sob a alçada do Instituto Cultural. Mais desenvolvimentos na edição do Hoje Macau da próxima quinta-feira.

2 Mai 2017

Caso do bebé abandonado no lixo gera reacções

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] edição desta semana do programa Macau Fórum, da TDM, abordou o recente caso de um bebé encontrado no lixo, na zona da Areia Preta. Os pais, trabalhadores não residentes, são suspeitos de serem responsáveis pelo abandono do recém-nascido e já foram detidos.

Lai Chon In, subdirecta do Centro do Bom Pastor, considerou que o caso está relacionado com a falta de apoio e prevenção de casos junto dos trabalhadores não residentes (TNR). Uma vez que os apoios a estas comunidades são dispersos, Lai Chon In sugeriu a criação de um grupo organizado para lidar com estes casos.

Erik, representante dos empregados de nacionalidade indonésia, revelou que, em dez anos, recebeu 19 pedidos de apoio em casos de gravidez. Já Ao Ieong Keong, presidente da União de Empregadores dos Serviços Domésticos de Macau, disse que o ano passado recebeu sete pedidos de ajuda na gravidez por parte de empregadas domésticas.

Ao Ieong Keong sugeriu que o Governo estude a possibilidade das empregadas domésticas ficarem a residir apenas na casa dos patrões, como já acontece em Hong Kong, de forma a reduzir o risco de gravidezes indesejadas.

Esta ideia não foi, contudo, bem acolhida. Lai Choi In afastou esta possibilidade por considerar que as vidas dos TNR serão afectadas pela mudança, enquanto Paul Pun, secretário-geral da Caritas, disse que cabe ao Governo melhorar os trabalhos de apoio. Só no ano passado, a Caritas Macau ajudou 17 mil TNR, afirmou Paul Pun.

2 Mai 2017

Governo só licenciou 20 por cento dos elevadores

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação Choi In Tong Sam organizou recentemente um seminário sobre a segurança e o licenciamento dos elevadores nos edifícios. Segundo um comunicado, a deputada Ella Lei, que é também subdirectora desta associação, apontou que, nos últimos anos, têm ocorrido vários incidentes com elevadores, pelo que é necessário garantir a segurança pública.

Chio Lan Ieng, membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Norte, adiantou ainda que, em Macau, existem cerca de seis mil elevadores, mas as autoridades só terão emitido certificado a 1200, segundo dados oficiais de Junho de 2016. Perante estas informações, Chio Lan Ieng defende que o Governo deve dar maior atenção à eficácia das instruções para elevadores.

Segundo o mesmo comunicado, os trabalhadores do sector falam de dificuldades e burocracias no processo de fiscalização dos elevadores. Foi referido que os procedimentos para entrega dos relatórios às autoridades são “complicados e incertos”. Há ainda relatos de que os departamentos públicos não seguem as novas instruções de igual forma.

Os trabalhadores defendem, por isso, a criação de um grupo por parte do Governo encarregue exclusivamente da fiscalização dos elevadores, para a criação de novas instruções e critérios. Vários cidadãos presentes no seminário falaram da ocorrência de avarias constantes nos elevadores dos seus prédios, tendo exortado a criação urgente do grupo de fiscalização.

2 Mai 2017

Saúde pública | Venda de aves vivas proibida desde ontem

O Governo proibiu a venda de aves vivas, depois de, em Dezembro passado, ter sido registado um caso de infecção humana de gripe aviária. A decisão não é consensual. A Administração não descarta ajudar financeiramente aqueles que ficaram sem negócio

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] proibição de venda entrou ontem em vigor, com o fim de “todas as actividades de transacções comerciais e venda a retalho de aves vivas destinadas ao consumo humano”, anunciou José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).

Há muito que a proibição da venda de aves vivas era discutida, por motivos de saúde pública, mas o Governo tinha vindo a adiar a medida, contestada pela população e pelos vendedores.

“[Queremos] evitar qualquer instabilidade na nossa sociedade e proteger a saúde da população. A situação tornou-se cada vez mais crítica. A solução mais eficaz é o corte da cadeia de transmissão, para evitar um surto”, disse Ung Sao Hong, do conselho de administração do IACM.

O responsável lembrou que, entre Dezembro do ano passado e Fevereiro deste ano, foram registados três casos. Os últimos cinco casos em que o vírus de subtipo H7 foi detectado em Macau resultaram no abate de cerca de 62 mil aves.

As autoridades de Macau registaram um caso de infecção humana e outro importado, numa mulher contagiada na China, que se deslocou depois à cidade. Habitualmente, após cada caso, a venda de aves vivas era suspensa temporariamente. Depois do último caso não foi retomada.

Futuro em discussão

O Governo vai compensar os cerca de 250 trabalhadores do sector de venda de aves de capoeira pelas perdas nos mais de 80 dias em que a venda esteve suspensa, mas ainda não foi acordada uma solução para o futuro.

Por aquele período, cada trabalhador vai receber 200 patacas por dia, o que totaliza um gasto de cerca de 4,3 milhões de patacas.

Os vendedores vão ser ainda compensados pelas aves abatidas nos últimos três casos, no valor de 1,8 milhões de patacas.

No próximo dia 15, o Governo vai voltar a encontrar-se com o sector, com quem já se reuniu duas vezes. “Temos uma proposta, mas queremos ouvir as deles”, disse José Tavares, sem adiantar que tipo de proposta está em cima da mesa.

Um comunicado do IACM indicava que o Governo vai reunir-se com os representantes “para encontrar um plano razoável de subsídio e assistência”.

O presidente do IACM afirmou que os vendedores têm insistido sempre na continuação da venda de aves vivas, garantindo não terem condições para substituir a sua venda pela de aves refrigeradas.

Representantes da Associação dos Negociadores de Aves Domésticas estiveram na sede do IACM para manifestarem a sua oposição à medida.

Em Junho passado, um estudo indicou que quatro em cada dez residentes de Macau se opunham à substituição de aves vivas por refrigeradas.

O inquérito, destinado a avaliar a reacção do público à medida que o Governo aplicou agora, concluiu que 42,2 por cento dos 1026 inquiridos eram contra ou absolutamente contra a medida, 24,2 por cento exprimiram concordância ou absoluta concordância, e 33,3 por cento afirmaram serem indiferentes ao assunto.

Em Janeiro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou estar em alerta perante a propagação de surtos de gripe das aves, com casos reportados em cerca de 40 países desde Setembro passado.

2 Mai 2017

Receitas dos casinos aumentam 16,3 por cento em Abril

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s casinos fecharam Abril com receitas de 20.162 milhões de patacas, um aumento de 16,3 por cento face ao período homólogo do ano passado.  Segundo os dados publicados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), os casinos registaram, no acumulado de Janeiro a Abril, receitas de 83.640 milhões de patacas, mais 13,8 por cento face aos primeiros quatro meses de 2016.

Abril marcou o nono mês consecutivo de subida das receitas da indústria do jogo. As receitas iniciaram, em Junho de 2014, uma curva descendente, terminada em Agosto último, mês que colocou então termo a 26 meses consecutivos de quedas anuais homólogas.

Apesar da recuperação encetada, as receitas dos casinos caíram pelo terceiro ano consecutivo em 2016, registando uma queda de 3,3 por cento que se seguiu à diminuição de 34,3 por cento em 2015 e de 2,6 por cento em 2014.

Arrastada pelo desempenho do sector do jogo, a economia de Macau contraiu-se em 2016 pelo terceiro ano consecutivo e o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 2,1 por cento em termos reais, com a recuperação da indústria a ser insuficiente para permitir uma retoma. Este resultado representou uma significativa melhoria depois da quebra de 21,5 por cento em 2015.

2 Mai 2017

1º Maio | Investidores do Pearl Horizon dominaram protestos

Com pouca adesão, a habitual manifestação do Dia do Trabalhador acabou por ter como protagonista a União dos Proprietários do Pearl Horizon. Os investidores não põem de parte a realização de uma conferência de imprensa em Taiwan ou na China

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]enos associações, mais participantes. É esta a visão da Polícia de Segurança Pública (PSP) sobre a manifestação do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, ocorrida ontem a partir das 15 horas, onde a União Geral dos Proprietários do Pearl Horizon foi protagonista.

A PSP fala de um total de 2600 pessoas nas ruas, número mais elevado em relação ao ano passado, sendo que 250 polícias estiveram a acompanhar o percurso.

Ainda assim, apenas três associações participaram, incluindo seis residentes. Um número bem mais baixo do que as 14 associações que se inscreveram o ano passado para participar no protesto. Segundo a PSP, todos os grupos se dirigiram à sede do Governo, enquanto que um outro conjunto de manifestantes apenas entregou uma carta dirigida ao Gabinete de Ligação do Governo Central.

Os lesados do caso Pearl Horizon acabaram por dominar o protesto. Kou Meng Pok, presidente da associação, disse ao HM que voltaram às ruas para pedir as casas que compraram em regime de pré-venda à Polytec, e para garantir que o Chefe do Executivo, Chui Sai On, cumpre a sua promessa.

“O nosso slogan é simples. Se pagamos as prestações ou compramos as fracções, estas têm de ser garantidas”, apontou. “Temos receio que, daqui a um tempo, o Chefe do Executivo se esqueça disso, por isso viemos aqui recordá-lo e pedir que o Governo nos devolva as fracções”, acrescentou o porta-voz.

Kou Meng Pok voltou a frisar a sua intenção de candidatar-se a um assento de deputado na Assembleia Legislativa (AL), ideia que já tinha anunciado numa sessão de esclarecimento da Comissão dos Assuntos Eleitorais da AL (CAEAL). Contudo, afirmou estar ainda a analisar os pormenores da candidatura, pelo que ainda não deu qualquer passo nesse sentido.

Em Taiwan ou na China

Do lado de quem investiu, a esperança é pouca face às recentes iniciativas dos deputados para resolver o problema do Pearl Horizon. “Não percebemos o que é que esses deputados vão fazer em relação ao nosso caso. Falou-se muito na intenção legislativa [da lei de terras], e apoiamos. Mas não sabemos o que está a acontecer”, disse Kou Meng Pok.

Por sua vez, Hong Cheng Tun, um participante, mostrou-se agradecido em relação à proposta que juntou 20 deputados. “A nossa esperança depende dos deputados, mas queremos que o Chefe do Executivo cumpra a sua promessa”, reiterou.

A União dos Proprietários do Pearl Horizon promete não ficar por aqui no que diz respeito à luta. “Se calhar vamos fazer uma conferência de imprensa em Taiwan ou Pequim. Vamos fazer tudo para melhorar a nossa situação”, referiu Hong Cheng Tun.

Grupos como a Associação dos Filhos Maiores e a Associação da Força dos Operários de Macau também estiveram nas ruas, mas contavam-se pelos dedos das mãos o número de participantes. A associação Poder do Povo chegou a anunciar a sua participação, mas cancelou-a posteriormente.

2 Mai 2017

1º de Maio | Protestos acontecem com algumas baixas

Os protestos deste ano do Dia do Trabalhador vão ter uma menor participação, pelo menos no que toca às organizações que chamam a população à rua. De fora ficam a ATFPM e a Juventude Dinâmica, que são presença habitual todos os anos. A associação Poder do Povo e os deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San vão estar presentes

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] realização dos habituais protestos do 1.º de Maio, que se celebra na próxima segunda-feira, conta este ano com uma diminuição de participações. Só a associação Poder do Povo garantiu, até agora, que vai sair à ruas e explicou o que reivindica.

Segundo o que o HM conseguiu apurar, ficam de fora muitas associações que todos os anos são presença habitual. É o caso da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), presidida pelo também deputado José Pereira Coutinho.

“Temos actividades desportivas e culturais este ano. Todos os anos temos as nossas actividades do 1.º de Maio, na área desportiva, que engloba futebol, corrida, ténis de mesa. Temos o jantar comemorativo do 1.º de Maio, em que participam mais de mil pessoas”, resumiu.

Para o responsável, “o Dia do Trabalhador é todos os dias, e podemo-nos manifestar, não tem de ser só no 1º de Maio”. O presidente da ATFPM garante que uma menor participação de associações não tem está relacionada com o acto eleitoral agendado para Setembro.

“Não tem nada quer ver com o facto de ser ano de eleições. Se todos se manifestarem no dia 1 de Maio, o impacto será menor. Se me manifestar num dia em que mais ninguém se manifesta, o impacto será maior”, defendeu.

Por sua vez, Lei Kuok Keong, coordenador da Juventude Dinâmica de Macau, entende que, por ser ano de eleições legislativas, é mais difícil realizar um protesto.

“Este é o ano de eleições e a situação política fica complicada”, defendeu. “Muitos membros da nossa associação não estão em Macau e o Governo não dá importância às queixas que são feitas nos protestos, então decidimos que não vamos fazer uma manifestação este ano”, disse ao HM.

Scott Chiang, presidente da Associação Novo Macau (ANM), mostrou-se surpreendido quando foi contactado pelo HM sobre este assunto. “Estamos ligados à Juventude Dinâmica e gostaríamos de os apoiar, mas não tenho informações sobre pedidos de protestos que estejam pendentes.”

“Provavelmente [não vão haver protestos na segunda-feira] porque, à semelhança do ano passado, já deveriam ter anunciado a lista dos participantes”, acrescentou o presidente da ANM.

Poder na rua

A associação Poder do Povo foi a única que, até ao momento, deixou a sua posição sobre a matéria bem vincada. “No ano passado, houve 14 grupos que realizaram o protesto e, como este ano não vejo nenhum grupo a fazer isso, decidi que vamos fazer a manifestação”, disse Cheang Weng Fat, vice-presidente da associação.

A Poder do Povo sai à rua para pedir uma fiscalização “rigorosa” em termos de importação de trabalhadores estrangeiros, exigindo ainda o planeamento da zona A dos novos aterros. A associação vai ainda reivindicar a implementação do sufrágio universal para a eleição do Chefe do Executivo e dos deputados à Assembleia Legislativa.

Ao HM, o deputado Ng Kuok Cheong também falou da sua presença, a título individual, juntamente com o seu colega de bancada Au Kam San. “Provavelmente outras associações irão participar e vou tentar juntar-me [ao protesto]. Vou participar, com o meu colega Au Kam San, mas apoiando outros grupos”, concluiu.

Até ao fecho desta edição, a Polícia de Segurança Pública (PSP) não tinha ainda divulgado a lista dos grupos participantes e dos percursos a realizar, como é habitual. O HM contactou a PSP e foi prometida a divulgação de um comunicado, mas não foi possível obter os dados até à hora de fecho desta edição.

 

Serviços de Turismo preparam-se para enchente de visitantes

Os feriados que celebram o 1.º de Maio estão à porta e isso significa um aumento do fluxo de turistas oriundos do Interior da China. Os Serviços de Turismo de Macau reforçam os apoios prestados a quem entra no território.

A partir de amanhã e até segunda-feira, os trabalhadores da China Continental gozam um período de miniférias. Como tal, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) prepara-se para receber uma enchente de turistas chineses, tendo encetado reforços em várias frentes para lidar com o afluxo de visitantes.

As medidas incluem o reforço de fiscalização, assim como o envio de recomendações para operadores turísticos sobre os principais aspectos a ter em consideração para o período que se avizinha. Os esforços para melhor acomodar o fluxo de visitantes estendem-se até 7 de Maio.

A antecipar a chegada dos turistas durante os feriados foi elaborado um guia de estabelecimentos de restauração e bebidas, o reforço dos pontos de informações e das actividades culturais que prometem agitar a cidade.

Neste sentido, é de realçar que a página de Internet da DST disponibiliza uma tabela de preços das várias categorias de quartos de hotel e pensões de Macau. Uma das sugestões principais dos serviços turísticos é a reserva antecipada de quartos de forma a melhor planear a chegada e permanência no território.

Este período terá um reforço de fiscalização no que diz respeito à prestação ilegal de alojamento. O pessoal dos balcões de informações turísticas será alargado, assim como a Linha Aberta para o Turismo que se manterá em funcionamento 24 horas.

Aplicações turísticas

“What’s On, Macau” é a app disponibilizada aos visitantes para que os turistas conheçam o que se passa na cidade durante os feriados que estão à porta. Além de ter informações sobre os principais locais turísticos de Macau, a aplicação elenca o cardápio de festividades, eventos, espectáculos e exposições a acontecer no território. Os turistas podem também descarregar as aplicações “Experience Macau” e “Step Out, Macau” para estarem perfeitamente informados do que fazer.

Quem visitar o território poderá ainda assistir a várias iniciativas no âmbito do “Anim´Arte Nam Van”, assim como aos espectáculos nas Casas da Taipa, que decorrem até dia 7 de Maio.

1 Mai 2017

Toi San | Construção da habitação pública arranca ainda este ano

O Governo recebeu 11 propostas no âmbito do concurso público para a construção de habitação pública na zona de Toi San. O projecto foi alterado por causa da natureza do terreno. As obras arrancam no fim deste ano

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] projecto de habitação pública no Bairro de Toi San, localizado na zona norte, vai finalmente avançar. Segundo um comunicado emitido pelo Gabinete de Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI), foram entregues 11 propostas de empresas candidatas ao concurso público para a construção do edifício.

As obras têm arranque previsto até ao final do ano, após um longo período de suspensão do projecto. O GDI explica que o plano de concepção do edifício teve de ser alterado devido à natureza do terreno onde vai ser construído.

“Na sequência de nova prospecção geotécnica e avaliação realizadas por uma terceira entidade em 2015, decidiu-se pela alteração do projecto, com a não construção da cave, de forma a avançar de novo com a empreitada de construção de habitação pública na Rua de Toi San”, lê-se no comunicado. O parque de estacionamento, que terá capacidade para 220 lugares, e que iria ser construído na zona da cave, será transferido para o pódio do prédio.

O futuro edifício de habitação pública em Toi San servirá, sobretudo, para providenciar “habitação social a idosos, equipamentos sociais e parque de estacionamento público”, aponta o comunicado. Com um total de 34 pisos, o edifício terá 510 apartamentos, sendo que 230 fracções terão a tipologia T1, enquanto as restantes serão construídas segundo um “modelo aberto”.

Prazos para cumprir

No comunicado, o GDI afirma querer cumprir o calendário de cerca de três anos para a finalização da empreitada, uma vez que as previsões iniciais apontavam para a inauguração do edifício em 2013.

“Foram estabelecidas metas obrigatórias de execução, com o objectivo de garantir o andamento dos trabalhos, sendo que o prazo máximo para conclusão do suporte periférico e melhoramento de solos é de 400 dias”, lê-se no comunicado.

Quanto aos prazos para a conclusão dos trabalhos de “betonagem das fundações por estacas até à laje do pavimento e da estrutura do pavimento até à estrutura da laje de cobertura são de 334 e 316 dias de trabalho”.

Após um longo período de espera, o Governo conseguiu cumprir o calendário a que se propôs para a abertura deste concurso público. Isto porque, no ano passado, numa resposta a uma interpelação escrita do deputado Chan Meng Kam, o Gabinete de Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) garantiu que as obras começariam no final do terceiro trimestre deste ano.

1 Mai 2017

Mak Soi Kun pede solução para edifício Sin Fong Garden

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Sin Fong Garden é um problema sem resolução à vista. Nesse sentido, Mak Soi Kun pede ao Governo uma resposta sobre os trabalhos de reconstrução do prédio em questão. O deputado recorda que o incidente que houve com pilares danificados ocorreu há já mais de quatro anos, deixando aproximadamente 200 proprietários lesados à espera de resolução para o problema.

O prédio foi evacuado em 2012 por se encontrar em risco de derrocada, tendo sido muito discutida a questão dos meios de financiamento da reconstrução do imóvel. Foram abertos concursos públicos para o efeito mas, devido a processos a correr em tribunal, os trabalhos foram interrompidos. O deputado recordou que, no momento, em que foram pedidas as licenças de obras, o Executivo parou a reconstrução para se procederem à recolha de provas por razões processuais. O deputado considera que esta questão já deveria estar resolvida.

Mak Soi Kun mostra-se ainda preocupado com os proprietários lesados, em particular os idosos que, até hoje, vivem fora da sua casa.

Outra preocupação prende-se com a aproximação das épocas das chuvas e tufões. O estado da construção, neste contexto meteorológico, é um foco de inquietação para o deputado, uma vez que pode representar perigo para a segurança pública.

Nesse sentido, Mak Soi Kun interpela o Governo a agir com celeridade, a avançar com um calendário para demolição e posterior reconstrução do Sin Fong Garden, de forma a garantir que não ocorram incidentes, e a acudir à situação complicada vivida pelos proprietários.

1 Mai 2017

Concertação Social | Exigida maior representatividade do mercado laboral

A composição do Conselho Permanente de Concertação Social não é alterada desde 1987. Nas vésperas da celebração de mais um Dia do Trabalhador, algumas vozes defendem uma maior representatividade de sectores como o jogo ou a Função Pública, sem esquecer os trabalhadores não residentes

 

[dropcap style≠’circle’]“C[/dropcap]hoi Kam Fu nunca trabalhou no sector do jogo.” A frase de Cloee Chao, presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, espelha bem algumas das opiniões sobre o funcionamento do Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS). Choi Kam Fu é um dos dois representantes do sector laboral neste órgão, sendo director-geral da Associação Geral dos Funcionários das Empresas de Jogo.

“Ele não tem a sua própria experiência e sempre ouviu os casos das outras pessoas”, acrescentou Cloee Chao ao HM. “O CPCS pode ter mais representantes que trabalham realmente nos casinos ou nas associações ligadas ao sector”, disse ainda.

Por ocasião do 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, que se celebra na próxima segunda-feira, há quem defenda que o CPCS precisa de uma alteração profunda na sua composição, que vá muito mais além do equilíbrio numérico existente entre patrões e empregados. Faltam acção e decisões concretas, e é também preciso levar pessoas novas que representem as mudanças ocorridas no tecido laboral e económico.

No que diz respeito ao jogo, Cloee Chao alerta para os direitos que continuam a não ser garantidos. “Este é um sector importante para a economia, mas os benefícios ainda são bastante reduzidos se compararmos com a Função Pública.”

“Há casos de trabalhadores despedidos e há uma lista negra nos casinos, pois quando um trabalhador é despedido é difícil arranjar trabalho ou então não vai além do período de experiência”, apontou. Além disso, “há algumas garantias na lei laboral, mas são apenas sugestões e não são obrigatórias”.

José Pereira Coutinho, na qualidade de presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), defende que os funcionários públicos devem estar representados, mas não só.

“Há falta de representatividade das forças laborais, e falo de áreas como a construção civil, o jogo, a Função Pública. Não há ninguém a falar da Função Pública no CPCS”, defendeu ao HM. “Na ausência de uma lei sindical e de negociação colectiva, isso é ainda mais grave”, acrescentou.

“O CPCS, tendo como base a Associação Geral dos Operários de Macau [a AGOM, representada por Lei Chan U], peca por deficiência de representação e de opiniões. A ATFPM tem dois deputados na AL [Pereira Coutinho e Leong Veng Chai] e não tem voz no CPCS, sendo que as nossas opiniões são distintas da maioria das opiniões da FAOM. É altura de o Governo rever toda a estrutura e aumentar a representatividade do CPCS”, apontou Coutinho.

Patrões do passado

Um dos representantes do patronato é, a par de António Chui Yuk Lam, Wang Sai Man, director-geral da Associação de Comerciantes Têxtil de Macau. Para o economista Albano Martins, este é um exemplo flagrante da necessidade de uma mudança.

“A indústria têxtil não tem qualquer representatividade. Os têxteis eram a indústria mais forte, representavam 85 por cento da exportação, mas hoje praticamente não existem. Haverá outros sectores da entidade patronal que poderiam estar representados”, observa.

Albano Martins defende a permanência da AGOM, por ser “uma associação muito forte”, mas aponta que é “preciso encontrar uma organização mais representativa em relação ao jogo”. Quanto à construção civil, não precisa de uma representação especial, frisa o economista. “Com [as obras] dos casinos a terminar, a construção civil vai perdendo cada vez mais trabalhadores, e vai tornar-se um sector que só é importante no imobiliário, mas não na construção em si.”

“Eu desagregaria um pouco mais, mas não se pode ir mais longe, para não distorcer o equilíbrio. Em Portugal temos um representante de cada associação, e aqui poderia fazer-se assim. [Poderia introduzir-se no CPCS] três ou quatro representações mas, do lado dos trabalhadores, teria de haver também as associações mais representativas”, defendeu.

Actualmente, o CPCS garante a igualdade em termos numéricos. O Governo está representado por dois membros (directores dos Serviços para os Assuntos Laborais e dos Serviços de Economia), tendo sido a única alteração feita à composição do CPCS, em 1999.

Tanto o patronato, como os trabalhadores têm uma comissão executiva com três membros. Estas comissões executivas são representadas por apenas dois membros cada.

Todos os membros da comissão executiva de trabalhadores pertencem à Federação das Associações dos Operários de Macau (onde se inclui a AGOM). Estes têm ainda ligações com outras associações do sector do jogo ou da construção.

Sim aos não residentes

Uma grande fatia da força trabalhadora, os não residentes, não está representada no CPCS. Dados estatísticos de Março deste ano apontam para a existência de mais de 170 mil trabalhadores não residentes (TNR), que trabalham sobretudo na construção civil, sector hoteleiro e como empregados domésticos.

Albano Martins concorda que o CPCS deveria olhar para os TNR, mas fala da dificuldade do processo. “É muito difícil isso acontecer. Se acontecesse, dificilmente não haveria represálias contra esses trabalhadores. As associações devem deixar de ser xenófobas e absorver as preocupações das classes trabalhadoras que não são residentes. O problema é que, em Macau, acha-se que só se devem defender os direitos dos trabalhadores locais, mas não são estes que criam riqueza”, aponta.

O economista garante ainda que a lei não está a ser cumprida quando se verifica que os TNR ganham muito menos do que os trabalhadores de Macau.

“Não deveria ser permitido que um TNR entre no mercado só para fazer baixar os salários. As empresas funcionam com trabalhadores competentes e não com pessoas que são empregadas pela força da sua cor e etnia. O CPCS deveria representar todos os trabalhadores sem fazer essa distinção. Claro que o Governo tem uma política clara, e eu concordo, desde que não haja residentes com as mesmas qualificações”, disse ainda.

Adeus ao CPCS

O jurista António Katchi vai mais longe ao classificar o CPCS como um meio para o Governo “sacudir a água do capote” em relação à tomada de decisões.

“Perante as reivindicações dos trabalhadores, mesmo quando estas são amplamente partilhadas na sociedade – como acontece, por exemplo, com a reivindicação do aumento da duração da licença de paternidade –, o Governo vai protelando o mais possível qualquer iniciativa legislativa destinada a satisfazê-las, alegando a falta de consenso social e, mais concretamente, a falta de consenso no CPSC.”

Para Katchi, “a falta de consenso no CPCS significa simplesmente isto: o patronato é contra, logo o Governo, inteiramente identificado com os interesses da classe capitalista, também só pode ser contra, mesmo que ostente uma postura neutral”.

Dessa forma, o jurista avança com uma espécie de ultimato que a classe laboral deveria adoptar. “A única resposta que os trabalhadores podem dar com alguma garantia de êxito, ainda que parcial, é a luta de classes, que pode tomar diversas formas, incluindo manifestações e greves. As associações representativas dos trabalhadores deveriam mesmo abandonar o CPCS.”

Governo deve liderar

Outra crítica apontada ao CPCS prende-se com a demora na chegada a um consenso e na tomada de decisões. A contribuição das empresas para o Fundo de Segurança Social foi disso exemplo, uma vez que a ausência de consenso, ao fim de vários anos de reunião, levou o Governo a fixar a contribuição em 90 patacas mensais.

Albano Martins fala, portanto, de uma falta de eficiência deste órgão, afirmando que o Executivo deve decidir quando surgem impasses.

“O CPCS não pode levar anos a discutir o salário mínimo, porque essa é a função do Governo, que deve ouvir o CPCS e decidir. Não havendo um compromisso, o Governo tem de fazer política económica e impor. A lei sindical deveria ser discutida e decidida [dentro desse sistema], em vez de estar a ser avançada a proposta por deputados sem o apoio da Assembleia Legislativa. O Governo aí teria uma função de apoiar, porque está na Lei Básica.”

“A eficiência de um organismo não se vê pelo número de reuniões que faz, mas pelo número de decisões que toma. O Governo tem de assumir o ónus de ser Governo”, acrescentou o economista.

27 Abr 2017

Pereira Coutinho pede indemnizações para clientes da CTM

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho entregou uma interpelação escrita ao Governo onde pede que sejam atribuídas indemnizações aos clientes da CTM que foram afectados pelo apagão da fibra óptica, ocorrido a 18 de Abril.

“Que medidas vão ser implementadas pelo Governo para que a CTM indemnize os utentes que foram afectados com estas falhas?”, questiona o membro da Assembleia Legislativa, que pede também medidas sancionatórias para a concessionária.

“Quais serão as consequências sancionatórias a aplicar face às consecutivas falhas dos serviços da CTM, para evitar falhas semelhantes às ocorridas?”, inquiriu.

Coutinho alerta para o facto da população já não confiar no serviço prestado pela empresa. “Em todos os anteriores falhanços a CTM prometeu sempre tomar as devidas providências para evitar a sua recorrência. Contudo, os cidadãos não confiam em falsas promessas, pois [a empresa] alega culpa dos fornecedores de software para livrar-se das responsabilidades como gestor dessas infra-estruturas”, escreve o deputado.

O membro do hemiciclo defende ainda que as falhas sucessivas nos serviços “prejudicam gravemente a actividade económica, sobretudo das pequenas e médias empresas”, rematou.

27 Abr 2017

Renovação urbana | Kaifong querem que Governo acelere o passo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) não está satisfeita com o ritmo do trabalho do Conselho para a Renovação Urbana. Para o subdirector do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, Chan Ka Leong, se não se agir rapidamente, o problema será cada vez mais difícil de resolver, atendendo a que, com o passar do tempo, vai aumentando o número de prédios antigos no território.

Em declarações citadas pelo Jornal do Cidadão, o responsável recordou que o principal entrave à reconstrução de edifícios degradados tem que ver com o facto de se exigir luz verde de todos os proprietários. Como muitas fracções são arrendadas e os senhorios não residem em Macau, é também complicado entrar em contacto com a totalidade dos donos das fracções.

Assim sendo, Chan Ka Leong entende que só há uma solução: diminuir a percentagem de proprietários cujo aval é necessário para se fazerem obras nos prédios. Só assim será possível, para o membro da UGAMM, começar a resolver os dilemas das zonas antigas de Macau. O responsável elege a zona do Iao Hon como aquela onde a intervenção é mais urgente.

Em relação à percentagem de proprietários sugerida pelo Conselho para a Renovação Urbana – 90 por cento –, Chan Ka Leong considera que é elevada, entendendo que ainda há margem para uma redução.

O subdirector do Centro da Política da Sabedoria Colectiva apela também ao Executivo que avance com a legislação necessária o mais depressa possível, atendendo a que o processo de reconstrução de edifícios é lento.

27 Abr 2017

Jogo | Lucros da Wynn Macau subiram 26,5 por cento no primeiro trimestre

Steve Wynn está satisfeito com o negócio da China. Os lucros da Wynn Macau subiram consideravelmente nos primeiros três meses do ano. O investimento no Cotai valeu a pena

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s lucros da operadora de jogo Wynn Macau subiram 26,5 por cento para 103,6 milhões de dólares norte-americanos no primeiro trimestre de 2017, comparativamente a igual período de 2016, foi ontem anunciado. De acordo com um comunicado à bolsa de Hong Kong, nos primeiros três meses de 2016, a Wynn Macau registou lucros de 81,9 milhões de dólares.

Os dois projectos da Wynn em Macau – um no centro da cidade em funcionamento desde 2006 e o novo Wynn Palace, que abriu a 22 de Agosto do ano passado no Cotai – geraram receitas de 1062,8 milhões de dólares no primeiro trimestre do ano, mais 75 por cento em termos anuais. Este é o segundo trimestre completo a contar com os ganhos do novo projecto.

O hotel-casino da Wynn, na península, teve receitas líquidas de 587 milhões de dólares entre Janeiro e Março, menos 3,5 por cento do que as arrecadadas no mesmo período de 2016.

O EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) foi de 181,1 milhões de dólares, menos 5,3 por cento do que no primeiro trimestre de 2016.

A maior fatia das receitas veio do casino, 554,9 milhões de dólares (507,7 milhões de euros), menos 2,9 por cento em termos homólogos anuais. 

A importância do Cotai

O comunicado da Wynn destacou ainda os resultados do funcionamento do Wynn Palace, que arrecadou receitas líquidas de 475,8 milhões de dólares, com o EBITDA ajustado de 111,9 milhões de dólares. Destas receitas, 430 milhões de dólares vieram do novo casino.

“O negócio está bom para nós. Estamos a usufruir do ressurgimento da actividade de topo na China”, comentou o dono da operadora, Steve Wynn, em declarações a analistas.

As receitas totais dos casinos de Macau iniciaram em Junho de 2014 uma curva descendente, caindo pelo terceiro ano consecutivo em 2016. O principal motor da economia do território tem vindo a mostrar sinais de recuperação desde a segunda metade do ano passado, e Março último marcou o oitavo mês consecutivo de subida das receitas dos casinos, após 26 meses de quedas anuais homólogas.

27 Abr 2017

Governo reuniu com Macau Water para debater deterioração de canalizações em edifícios

O mau estado das canalizações dos edifícios antigos continua a ser a principal preocupação da Macao Water. Porque o problema continua a ser uma realidade, a empresa convidou especialistas para ajudarem a encontrar uma solução

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Macao Water continua preocupada com o estado das canalizações dos edifícios antigos. O problema que aparentemente tende a crescer, e sem solução à vista, levou a companhia a pedir auxilio a duas empresas especialistas: a Macau Association of Concrete Inspection, Maintenance and Waterproofing e a Macao Association of Buildings Diagnosis.

A informação foi dada ontem através de um comunicado à imprensa, depois da primeira reunião deste ano da Macao Water.

“Com o aumento do número de edifícios antigos no território, os problemas associados a infiltrações começam a surgir”, lê-se no comunicado. O problema tem diferentes origens e estão ligadas, por um lado, aos diferentes tipos de fugas de água e, por outro, ao mau estado das canalizações. De acordo com a companhia, a razão essencial que leva à deterioração dos canos está associada à má manutenção dos edifícios.

O resultado que a Macao Water afirma estar a presenciar é “o desperdício deste recurso que se manifesta na qualidade da água e na higiene ambiental”, factores que afectam a vida diária dos residentes que vivem em edifícios antigos.

Dada a gravidade da situação, a companhia considera que esta é uma matéria que deve “ser encarada de forma séria”.

Para resolver o problema, a Macao Water convidou duas empresas para que possam dar a conhecer tecnologias a serem usadas no tratamento de problemas de infiltração e os serviços disponíveis para ajudar na resolução do dilema.

Já na reunião de há um ano, a companhia manifestou preocupações idênticas, sendo que dizia, na altura, estar “muito preocupada com a situação”. A empresa garantia ter discutido soluções possíveis com os representantes do Governo presentes na reunião, nomeadamente com a directora para os Assuntos Marítimos e da Água, Susana Wong. A responsável disse que esperava que “os donos dos edifícios, as empresas gestoras dos condomínios ou os agentes registados cumprissem as suas obrigações e fizessem um trabalho melhor na manutenção das redes de água”, já que a empresa “nada podia fazer em relação às redes particulares”.

Uso moderado

Na reunião de ontem, Susana Wong fez uma apresentação das medidas que têm sido tomadas na conservação da água e que, considera, estão a surtir efeito. “Dado o aumento para fins residenciais e comerciais, consequência do desenvolvimento social e económico, o consumo de água está com níveis considerados moderados”, explicou. Entre as medidas adoptadas, os serviços salientaram o uso de dispositivos de armazenamento e poupança de água, o ajustamento de tarifários e o projecto de conservação de água.

 

 

DSAMA só recebeu dois pedidos para iates

Susana Wong, directora dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA), disse ontem, à margem da reunião com a Macao Water, que o organismo só recebeu dois pedidos de visto individual para utilização de iates desde a inauguração do percurso de embarcações entre Macau e Zhongshan. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Susana Wong disse que a pouca adesão dos turistas está relacionada com os elevados custos com o depósito e taxas a pagar à entrada na fronteira com o interior da China, bem como com as altas taxas de inspecção que têm de ser pagas na fronteira com Macau. Caso haja mais embarcações a vir para Macau, a DSAMA vai estender a zona de ancoragem até à entrada do canal de Shizimen, explicou a directora. Quanto ao terminal marítimo do Pac On, Susana Wong garantiu que pode ser utilizado a partir de segundo trimestre deste ano. No entanto, a DSAMA não tem ainda uma data concreta para o início das operações.

26 Abr 2017

Criada Associação de Estudos de Língua Portuguesa da Ásia

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi ontem oficialmente constituída, em Macau, a Associação de Estudos de Língua Portuguesa da Ásia (AELPA). A comissão instaladora é constituída por pessoas com ligações a diferentes instituições onde se ensina português: Carlos Ascenso André, director do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau, Fernanda Costa, da Universidade de Macau, e João Neves, do Instituto Português do Oriente.

A associação começou a ser pensada no início deste ano lectivo, aquando da realização de uma conferência internacional sobre o ensino de português como língua estrangeira, levada a cabo na Universidade de Macau (UM). Ao HM, Carlos Ascenso André diz que “há uma lista de 50 ou 60 pessoas que, quando a ideia foi lançada na UM, aderiram de imediato”. Serão estes os futuros sócios da AELPA, aberta a todos os professores e académicos de estudos portugueses espalhados pelo mundo.

“Pretende-se apoiar e promover todos os estudos relacionados com a língua portuguesa, as culturas de língua portuguesa na Ásia, em qualquer grau de ensino”, acrescenta Carlos Ascenso André.

Agora, é necessário entrar na “fase de regulamentação para que a associação tenha todos os instrumentos necessários”. Depois, há que “juntar os sócios, para que a comissão instaladora possa passar a pasta aos corpos gerentes previstos nos estatutos”, remata.

26 Abr 2017

SJM Holdings | Daisy Ho ocupa lugar de Rui Cunha

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] advogado Rui Cunha, um dos mais antigos colaboradores do magnata Stanley Ho, vai deixar o conselho de administração da SJM Holdings. A notícia é avançada pelo site GGRAsia, que cita um comunicado da empresa à bolsa de Hong Kong.

Na mesma informação, diz-se que o conselho de administração é favorável a que o lugar de Rui Cunha seja ocupado por Daisy Ho. Uma das filhas de Stanley Ho deverá, assim, passar a ser directora executiva da empresa. Rui Cunha não vai recandidatar-se ao cargo na reunião anual que acontecerá a 13 de Junho. A companhia justifica esta mudança com “uma alteração do seu foco de responsabilidade na sequência do crescimento e diversificação do grupo”.

O comunicado indica ainda que Ambrose So, presidente do conselho de administração, e os directores executivos Angela Leong e Timothy Fok vão recandidatar-se.

Quanto a Daisy Ho, a SJM Holdings justifica a escolha como sendo uma forma de “aumentar a diversidade do conselho de administração”. A empresa considera que a filha de Stanley Ho tem “um vasto conhecimento” no que toca a “questões financeiras de empresas cotadas em bolsa, desenvolvimento de propriedades e hotéis, viagens e hospitalidade na Grande China e no Sudeste Asiático”. A empresária, filha do segundo casamento do magnata, é a responsável pelas operações financeiras da Shun Tak desde 1999.

26 Abr 2017

Quantidade de produtos terapêuticos é suficiente, dizem Serviços de Saúde

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde de Macau (SSM) garantem que o stock de produtos terapêuticos no hospital público e nos centros de saúde é suficiente. De acordo com um comunicado, o esclarecimento é feito na sequência de notícias de alguns meios de comunicação social que revelaram que há pais de crianças com dificuldade de obtenção de cremes dermatológicos e de vitaminas, alegando haver ruptura de stock nas instituições médicas públicas.

Na nota enviada à imprensa, os SSM destacam que se “prestam enorme atenção às questões relacionadas com o desenvolvimento saudável dos bebés e das crianças”. Deste modo, desde que haja indicação clínica, durante a realização das consultas externas de saúde infantil, o médico prescreve vitaminas, pomadas ou cremes hidratantes para assegurar “a obtenção de tratamento adequado de quem realmente necessita”.

Os SSM esclarecem ainda que quer no Centro Hospitalar Conde de São Januário, quer nos centros de saúde, existe um mecanismo de monitorização de stock que garante quantidades mínimas para uso de um semestre. É feita ainda uma supervisão aos fornecedores de modo a evitar problemas na entrega dos produtos em causa.

Na mesma nota, os SSM pronunciam-se sobre a venda de medicamentos através da Internet – não tem sido raro encontrar à venda, nas redes sociais, produtos que foram dados a quem tenta fazer dinheiro com eles. “Existem mecanismos que permitem aos Serviços de Saúde monitorizar periodicamente as informações que são transmitidas nas redes sociais. Caso sejam detectadas irregularidades, haverá um imediato acompanhamento e tratamento da situação”, avisa-se.

26 Abr 2017

Anuário do D. José da Costa Nunes é lançado hoje

A associação de pais do Costa Nunes apresenta hoje a terceira edição do anuário dos alunos do jardim-de-infância. Fátima Oliveira, a nova presidente da direcção, promete um trabalho de continuidade. E também atenção ao crescimento da escola, que traz alguns desafios

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ideia é criar “um repositório de recordações”, tanto para os alunos, como para os pais e familiares das crianças relativamente ao período de passagem pelo jardim-de-infância. A terceira edição do anuário do Jardim-de-infância D. José da Costa Nunes é hoje apresentada. Diz respeito aos anos lectivos de 2013/2014 e 2014/2015, e é da responsabilidade da associação de pais do estabelecimento de ensino.

Ao HM, Fátima Oliveira – que desde Janeiro passado é a presidente da associação – destaca a pertinência deste género de publicações. “O que se pretende é deixar fundamentalmente uma recordação do período de frequência do jardim-de-infância.” Numa terra com elevada mobilidade, este tipo de registo adquire maior significado.

O anuário inclui dois textos. Um deles é da autoridade de Carmo Pires, educadora com muitos anos de experiência: “Dá-nos uma perspectiva da evolução que o jardim-de-infância tem tido”. O segundo escrito é o testemunho de um antigo aluno, André Ritchie, “sobre a sua experiência enquanto criança e, mais tarde, enquanto pai, uma vez que teve lá o seu filho”. Diz a presidente da associação de pais que se trata de “um testemunho também muito interessante que nos dá uma ideia de como era antigamente o jardim-de-infância”.

Fátima Oliveira faz também uma referência especial ao facto de, a cada edição, o anuário contar com a colaboração de artistas de Macau, responsáveis pela capa. Depois de António Conceição Júnior e de Rui Rasquinho, o volume que é hoje apresentado tem a capa desenhada por Carlos Marreiros.

A cerimónia de lançamento, agendada para o final da tarde, conta com a presença de Alexis Tam. “Sendo o secretário da tutela da educação, e tendo sempre defendido o bilinguismo e mostrado grande apoio pela língua portuguesa, convidámos o secretário para deixar algumas palavras no anuário. Há um pequeno texto” de Alexis Tam, conta a presidente da associação.

“Contamos com a sua presença no sentido de reforçar a promoção da língua portuguesa, que também tentamos fazer”, acrescenta. “É o único jardim-de-infância de língua veicular portuguesa, pretende-se que se mantenha assim.”

O desafio das línguas

Na presidência da associação há pouco mais de três meses, Fátima Oliveira explica que, acima de tudo, trata-se de uma direcção de continuidade. “Faço parte da associação há três anos, fui vice-presidente, e assumi agora a presidência”, contextualiza. “Os desafios desta nova direcção são cooperar com a escola, mantermo-nos atentos e, sobretudo, lutar pela manutenção da qualidade do jardim-de-infância.”

O principal desafio para a manutenção da qualidade tem que ver com a gestão do crescimento da escola, procurada cada vez mais por famílias de língua materna chinesa, e a capacidade de resposta do jardim-de-infância a crianças que não falam português.

“A escola neste momento tem muitas crianças de língua materna chinesa e isso pode representar alguns desafios relativamente ao idioma e ao desenvolvimento do trabalho do jardim-de-infância”, observa Fátima Oliveira. “Esse, quanto a mim, será o maior desafio: garantir que a escola mantém a qualidade do ensino e que consegue lidar com o facto de ter muitas crianças que não dominam a língua portuguesa.”

De resto, a associação pretende continuar com as actividades desenvolvidas até agora, com destaque para as levadas a cabo nas férias da Páscoa e do Verão. “Consideramos essencial criar actividades para as crianças. Nesta faixa etária, dos três aos cinco anos, não existe oferta em língua portuguesa”, diz. “Temos conseguido arranjar uma ocupação, de forma divertida, com muita variedade de actividades, que permite ocupar as crianças pelo menos uma parte do dia.”

26 Abr 2017

Ho Chio Meng | Alegações finais em meados de Maio

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s alegações finais do julgamento do antigo procurador da RAEM vão acontecer em meados de Maio. De acordo com a TDM, que tem estado a acompanhar o julgamento, a data não vai ao encontro das expectativas da advogada de defesa, que se queixa de falta de tempo. Oriana Pun entrou no processo já o julgamento ia a meio, uma vez que foi substituir Leong Veng Pun, que pediu o abandono do patrocínio.

Ainda segundo a TDM, na sessão de ontem esteve em destaque o caso Ao Man Long. Uma testemunha que passou pelo Tribunal de Última Instância afirmou que Ho Chio Meng quis suspender a recuperação de 400 milhões de dólares de Hong Kong que o antigo secretário para os Transportes e Obras Públicas obteve ilicitamente. O montante encontrava-se em Inglaterra.
Apesar de o caso não constar da acusação, as afirmações da testemunha – um assessor responsável por recuperar o dinheiro em causa – deram origem a perguntas do colectivo de juízes. O valor acabaria por ser recuperado pela RAEM em 2014.
Por seu turno, Ho Chio Meng insistiu que foi graças à sua intervenção e da co-arguida Wang Xiandi que o dinheiro foi recuperado por Macau. O ex-procurador explicou que assumiu compromissos, sem concretizar a ideia, dizendo apenas que prefere não revelar quais são.

25 Abr 2017

25 de Abril | Data é celebrada com a realização de três jantares

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]elebrar Abril em Macau continua a ser uma realidade. A data que marca o fim do Estado Novo e o começo da democracia em Portugal é todos os anos lembrada com a realização de várias actividades, e este ano não é excepção. Grupos diferentes compostos por membros da comunidade portuguesa promovem hoje três jantares de celebração do 25 de Abril, sendo que não há o objectivo de politização desses encontros.

“Havendo três jantares, há sempre o risco de poder ser interpretado como sendo actividades divisionistas. Mas essa não é a minha leitura”, começa por dizer João Pedro Góis, organizador de um convívio na zona do NAPE.
“Há diversos grupos de pessoas que, por comodidade ou maior aproximação, acabam por organizar jantares distintos. Mas não são contrários, nem contraditórios. Todos eles têm a mesma missão, que é celebrar a liberdade. Não me parece grave haver mais do que um jantar, porque isso significa que, em diversos focos e espaços, há pessoas a celebrar esta data”, contou ao HM.

João Pedro Góis costuma organizar todos os anos um jantar via Facebook, convidando o círculo de pessoas que conhece. Ainda assim, aponta, “este jantar não é institucional, mas sim transversal, aberto a todos os que gostam da liberdade, sejam de direita, esquerda, católicos ou monárquicos”.

Também Tiago Pereira partilha do mesmo pensamento. É secretário-coordenador do Partido Socialista em Macau, mas não é nessa qualidade que ajuda a organizar o jantar que decorre hoje no Clube Militar.

“Este é um jantar informal, uma festa, no fundo. Vamos ter o convívio com música e poesia, até porque o lema do jantar é ‘traz um poema e um amigo também’”, contou ao HM.

“Queremos mesmo que seja um jantar em que esteja presente o espírito de Abril. O jantar está a ser organizado por um grupo de cidadãos de diferentes cores partidárias e que resolveram celebrar o 25 de Abril à sua maneira”, acrescentou Tiago Pereira.

A Casa de Portugal em Macau organiza o jantar habitual. Amélia António, presidente da associação, fala da importância de celebrar o 25 de Abril. “É uma data em que prestamos homenagem aos que lutaram para que o país se tornasse mais alegre e democrático. Estamos também a lembrar às nossas gerações que é preciso estar sempre atento e defender esses valores.”

Comunidade atenta

Mesmo à distância, a comunidade portuguesa em Macau nunca deixou de celebrar o 25 de Abril. António Katchi, jurista, lembra os habituais jantares e as actividades da Escola Portuguesa de Macau, a título de exemplo.

“Tem havido iniciativas importantes e, às vezes, vêm aqui personalidades a convite, ou são exibidos filmes. Penso que o facto de aqui não ser feriado diminui a presença de pessoas nessas actividades. Mas, de qualquer modo, nunca foi esquecido”, observou.

Para Amélia António, “há pessoas que se mantém indiferentes à data, mas há muita gente que reconhece a sua importância e a comemora com grande empenho”. “Graças ao 25 de Abril, toda a gente pode ter as suas opções e fazer as suas escolhas, e comemorar ou não conforme os seus sentimentos e convicções”, disse ainda a presidente da Casa de Portugal em Macau.

João Pedro Góis acredita que “a globalidade da comunidade portuguesa residente em Macau celebra esta data e considera-a importante”. Já Tiago Pereira destaca a importância do 25 de Abril ser celebrado no mundo inteiro. “Independentemente de estarmos em Macau, o 25 de Abril ganha uma importância maior visto estarmos a assistir ao crescimento do populismo e de movimento segregacionistas na Europa. Não é o caso em Portugal, mas temos visto os partidos de extrema direita a ganharem força”, concluiu.

25 Abr 2017

Ensino | Bispo de Macau passa a ser o chanceler da São José

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Bispo de Macau é, desde meados deste mês, o chanceler da Universidade de São José (USJ). Até então, o cargo era ocupado pelo magno chanceler da Universidade Católica Portuguesa, instituição com a qual a USJ tem uma estreita relação.

É norma, nas universidades de matriz católica, o chanceler ser o bispo do local onde a entidade de ensino superior está localizada. Desde 2013 que esta alteração estava a ser pensada, sendo que foi levada agora a cabo através de uma modificação dos estatutos da USJ, publicada ontem em Boletim Oficial.

Esta mudança obrigou à alteração do artigo que diz respeito à nomeação do reitor. O responsável máximo pela universidade é nomeado pelo chanceler: com esta alteração estatutária, passa a ser o Bispo de Macau o responsável pelo acto. Até agora, o Bispo de Macau era apenas auscultado em relação à escolha, tendo o mesmo papel do reitor da Universidade Católica Portuguesa, sendo a nomeação da competência do magno chanceler da Universidade Católica Portuguesa.

A USJ aproveitou as mudanças nos estatutos para introduzir algumas modificações, a maioria das quais relacionadas com o facto de ter mais do que um vice-reitor. Os estatutos publicados em 1996, altura em que foi criado o Instituto Inter-Universitário de Macau (que deu origem à Universidade de São José), faziam referência a apenas um vice-reitor.

Foi ainda alterado o artigo referente ao funcionamento do Conselho de Gestão. Nos estatutos originais, lia-se que as deliberações são tomadas por maioria, “sendo obrigatória a presença de todos os seus membros ou de quem os substitua”. Com a nova redacção, mantém-se o peso da maioria, mas passa a ser obrigatória a presença do reitor, de pelo menos um vice-reitor ou de quem os substitua. O reitor passa a ter voto de qualidade em caso de necessidade de desempate.

25 Abr 2017

Turismo | Mais de 2,5 milhões de visitantes em Março

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] número de pessoas que visitou Macau em Março deste ano aumentou 5,7 por cento em comparação com o ano passado. Os dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) indicam que o território foi visitado por mais de 2,5 milhões de pessoas, o que traduz também um aumento ligeiro de 0,2 por cento em termos mensais.

Do número total de visitantes, destaque para o aumento significativo do número de turistas (mais 13,9 por cento). Em sentido inverso estão os excursionistas, segmento em que se registou uma queda de 2,4 por cento.
Quanto à permanência, os visitantes ficaram no território por um período médio de 1,2 dias, idêntico ao registado em Março de 2016. Os turistas são os que ficam mais tempo – 2,1 dias.
No que toca à proveniência de quem veio a Macau no mês passado, houve uma subida de 11,5 por cento no mercado da China Continental. O número de visitantes com visto individual cresceu 18,4 por cento em termos anuais. Guangdong, Hunan e Fujian são as províncias de onde vem a maioria dos turistas e excursionistas.
Nota também para o crescimento dos mercados da Coreia do Sul (56,9 por cento), Japão (19,2 por cento) e Taiwan (7,5 por cento). A DSEC aponta que se verificou uma tendência contrária no número de visitantes de Hong Kong, com uma diminuição de 12,6 por cento quando comparando com igual período do ano passado.
Na lista de origens mais distantes, aumentaram os turistas dos Estados Unidos e do Canadá, sendo que diminuíram os da Austrália e do Reino Unido.
A DSEC faz ainda as contas ao primeiro trimestre deste ano: Macau recebeu já a visita de mais de 7,87 milhões de pessoas, ou seja, mais 5,6 por cento do que nos primeiros três meses de 2016. Os números demonstram que estão a diminuir as excursões e que as pessoas vêm ao território cada vez mais sem recorrerem a viagens organizadas.

25 Abr 2017