Covid-19 | Estados Unidos exigem teste a quem viaja de Macau

Além dos Estados Unidos, também a Itália passou a exigir a realização de testes a pessoas oriundas da RAEM. Quem viaja para Portugal pode estar mais descansado, uma vez que o país afasta a possibilidade de implementar restrições para quem vem da China

 

Desde ontem, quem entrar nos Estados Unidos vindo de Macau está obrigado a apresentar resultado negativo de um teste de ácido nucleico realizado nas 48 horas anteriores. A possibilidade de implementação desta exigência tinha sido adiantada na terça-feira e foi confirmada ontem, pelo Centro de Controlo de Prevenção e Controlo de Doenças norte-americano (CDC em inglês).

“O CDC anuncia esta medida para reduzir o ritmo da propagação de covid-19 nos Estados Unidos face ao aumento dos casos de covid-19 na República Popular da China, dada a falta de dados epidemiológicos e de sequência genómica viral adequados e transparentes”, foi justificado, numa nota de imprensa publicada ontem. “Estes dados são essenciais para acompanhar o surgimento de novos casos e reduzir as hipóteses de entrada de novas variantes com efeitos preocupantes”, foi acrescentado.

A mesma nota de imprensa admite ainda a hipótese de serem tomadas medidas mais restritivas: “O CDC vai continuar a acompanhar a situação e ajustar a abordagem, quando considerado necessário”, foi informado.
Além de um teste negativo, as autoridades norte-americanas aceitam também um certificado de recuperação, para quem tiver estado infectado nos 10 dias anteriores à viagem.

A exigência aplica-se a qualquer pessoa, independentemente da nacionalidade, que tenha estado em Macau, Hong Kong ou no Interior da China mais de dois dias nos 10 dias anteriores à viagem. Na medida também não é considerada a vacinação, ou seja, é aplicada mesmo se o viajante tiver levado quatro doses.

Tendências sazonais

Além dos Estados Unidos, foram impostas medidas restritivas para passageiros vindos da China em mais países. O Japão foi um dos primeiros países a seguir esta direcção, quando decidiu restringir os aeroportos de destino para voos provenientes do Interior, Macau e Hong Kong.

Em Itália a medida de testagem também foi implementada, primeiro na região da Lombardia, depois em todo o país, após terem sido detectados 97 casos positivos entre os 212 passageiros em dois voos provenientes do Interior da China. Os dados foram fornecidos por Guido Bertolaso, conselheiro regional da Lombardia, de acordo com a Sky News.

Um dos países que admite não adoptar qualquer medida, para já, é Portugal. Numa resposta escrita à emissora TSF, o ministério da Saúde apontou que as autoridades portuguesas estão a “acompanhar a situação epidemiológica em articulação com os parceiros europeus e organismos internacionais, nomeadamente no âmbito da actividade do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças”.

Contudo, Portugal não prevê “alterações nos procedimentos” ou a adopção de “medidas adicionais”, mantendo-se em curso “a vigilância genómica do SARS-CoV-2 através do Laboratório Nacional de Referência”.

30 Dez 2022

Hotéis | Taxa de ocupação média em Novembro foi de 39%

A taxa de ocupação média dos quartos de hotel de Macau durante o mês de Novembro foi de 38,7 por cento, menos 7,8 pontos percentuais, em termos anuais, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).
A taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos hotéis de 3 estrelas e a dos hotéis de 5 estrelas decresceram 14 e 8,6 por cento, respectivamente.

No mês em análise os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 409.000 indivíduos, menos 17,2 por cento, em termos anuais. Realça-se que o número de hóspedes do Interior da China (323.000) e o de hóspedes locais (61.000) baixaram 19,8 e 2,6 por cento, respectivamente. O período médio de permanência dos hóspedes manteve-se em 1,7 noites.

No período de Janeiro a Novembro a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros foi de 38 por cento, menos 11,6 pontos percentuais, relativamente ao mesmo período do ano anterior. Ao longo dos primeiros 11 meses de 2022, os hotéis de Macau hospedaram 4.658.000 indivíduos, menos 22 por cento, face ao mesmo período de 2021.

Durante o mês de Novembro o número de visitantes que participaram em excursões locais foi de 2.400, mais 29,9 por cento, face ao mês homólogo de 2021, enquanto o número de residentes de Macau que adquiriram nas agências de viagens serviços para viajar ao exterior (tais como, serviços de transportes, de alojamento, de visitas aos pontos turísticos, etc.) correspondeu a 5.600, mais 17,6 por cento.

Entre Janeiro a Novembro deste ano, o número de visitantes que participaram em excursões locais equivaleu a 29.000, menos 21,4 por cento, face ao mesmo período de 2021 e o número de residentes de Macau que adquiriram nas agências de viagens serviços para viajarem ao exterior fixou-se em 40.000, menos 71,1 por cento.

30 Dez 2022

Hotelaria | Estudo destaca papel para a saúde no início da pandemia

Segundo um artigo publicado na revista Desenvolvimento Económico, o sector da hotelaria de Macau está demasiado dependente das receitas do jogo. Porém, esse aspecto acabou por contribuir para amortecer o impacto da crise no primeiro ano da pandemia

 

Ao contribuir para as políticas de controlo da covid-19, a hotelaria assumiu em Macau o papel de primeira linha na defesa contra a propagação do vírus. É esta a conclusão de um estudo publicado na revista Desenvolvimento Económico, com o título “Análises de Gestão de Crises na Indústria Hoteleira: o caso de Macau”, assinado pelas académicas Cvetanka Ristova Maglovska e Tanja Angelkova Petkova, da Universidade de Stip, na Macedónia.

O estudo visa o período de 2020, com o surgimento do primeiro caso de covid-19 em Macau, antes de a indústria do jogo ter sentido o impacto mais forte da pandemia, não só com as medidas de restrição de circulação, mas também com a campanha contra o jogo lançada pelas autoridades do Interior da China. Por isso, e antes dos impactos mais graves se terem feito sentir, é concluído que as receitas dos casinos foram importantes para que numa primeira fase o Governo mantivesse o esforço no combate à pandemia.

“A indústria hoteleira fez esforços distintos em conformidade com os poderes e políticas governamentais. Esta pode ser caracterizada como uma abordagem racional, até porque não havia verdadeiramente a possibilidade de gerar receitas de outras forma durante uma situação de isolamento”, apontam as autoras. “Mas, de forma positiva, esta postura levou a que os hotéis actuassem como ‘a primeira linha de defesa’ contra a transmissão de covid-19, ao mesmo tempo que arrecadavam impostos para ajudar uma economia em dificuldades, com o dinheiro proveniente do jogo”, é acrescentado.

A importância do jogo

Além de abordar o papel dos hotéis durante a pandemia, o estudo avalia também a dependência do turismo face à indústria do jogo.

Em relação a esta aspecto, Cvetanka Ristova Maglovska e Tanja Angelkova Petkova concluem que efectivamente existe dependência, mas que o território também não apresenta actualmente capacidade para grandes alternativas.

Neste cenário, é apontado que sem a dependência, mesmo que excessiva, a situação económica tinha sido muito pior. “A questão que se coloca é: será a indústria hoteleira de Macau excessivamente dependente das receitas do jogo e terá isso gerado consequências mais devastadoras para outras áreas do sector da hotelaria?”, colocam como hipótese as investigadores.

A resposta é negativa, pelo menos quanto à segunda parte da pergunta: “Se não fossem as receitas dos impostos do jogo, e tendo em conta que as principais fontes de receitas do Governo e das outras áreas do sector da hotelaria sofreram muito durante a pandemia, o impacto para o sector teria sido muito mais devastador”, admitem.

Ainda assim, o estudo indica que a dependência da hotelaria face ao jogo é excessiva e que deixa todo o sector numa situação “muito vulnerável”.

30 Dez 2022

Covid-19 | Associações dizem que abertura é necessária para Macau

Associações profissionais de Macau ouvidas pelas Lusa vêem com bons olhos o cancelamento das restrições anti-covid no território e preparam-se para um “futuro mais brilhante”.

Macau, que à semelhança do interior da China seguia a política ‘zero covid’, apostando em testagens em massa, confinamentos de zonas de risco e quarentenas, anunciou recentemente o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, após quase três anos das rigorosas restrições.

A abertura “é um sinal muito bom”, começou por dizer à Lusa o presidente da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau.

“Mas ainda temos de esperar e observar a situação da pandemia e do vírus”, ressalvou Chan Chak Mo, acreditando que, “em algumas semanas, já terá tudo passado”. “Por isso, penso que é importante para nós estarmos preparados para a chegada dos visitantes, especialmente durante o Ano Novo Chinês”, disse.

Pelo menos um sexto da população local, perto de 110 mil pessoas, e um quarto do pessoal de saúde estava infectado com covid-19 na sexta-feira, de acordo com declarações da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, que estimou recentemente que, com o actual surto de covid-19, “a população infectada possa chegar a ser entre 50 por cento a 80 por cento”.

Para Chan Chak Mo, o cancelamento das restrições era inevitável, já que diz respeito a “uma política nacional” que Macau “segue à risca”. “Acho que não poderíamos agir de outra forma”, salientou. “Pode ser um pouco duro entretanto, mas vamos ultrapassar (…) É um curto período que temos de suportar para um futuro melhor e mais brilhante para toda a economia”, disse o responsável, referindo que, também no interior na China se está “a sofrer bastante”.

Em perda

Também a presidente da Associação Novo Macau pelos Direitos dos Trabalhadores de Jogo admite ser “muito a favor” da decisão do Governo de Ho Iat Seng.

“Enquanto cidade turística”, referiu Cloee Chao, Macau tem vivido “num estado de confusão nos últimos três anos”.
“Incluindo eu que, enquanto trabalhadora de um casino, apesar de ter mantido o meu emprego nos últimos anos, muitas vezes fomos forçados a aceitar licenças sem vencimento devido à política anti-pandémica, e cortes nos nossos salários”, explicou.

Desde o início da pandemia, as operadoras de jogo em Macau têm acumulado prejuízos sem precedentes devido à queda do número de visitantes, sobretudo da China, e, nestes quase três anos de restrições anti-covid, o sector do jogo (lotarias e outros jogos de aposta) perdeu 21.100 trabalhadores, de acordo com dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos.

“No meu local de trabalho dizíamos a brincar que, antes da abertura, não tínhamos clientes e depois da abertura não temos colegas”, salientou Cloee Chao, referindo, porém, que este momento em Macau faz parte de “um processo” para a região voltar à normalidade.

Sistema sobrecarregado

Desde que teve início o mais recente surto, o número de consultas médicas no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), o hospital público de Macau, aumentou quatro vezes, de acordo com um comunicado divulgado na segunda-feira pelas autoridades de Saúde locais.

As urgências do CHCSJ recebem 400 ambulâncias por dia, “quatro vezes mais do que antes da epidemia”, referiu ainda a nota do Governo, realçando que, “actualmente [no início da semana], mais de 30 por cento do pessoal do hospital está infectado”, sendo que “os recursos humanos são relativamente insuficientes”.

O rápido aumento dos casos de covid-19, nos últimos dias, levou, além disso muitas instituições, empresas e espaços comerciais a suspender ou a reduzir a actividade.

O sistema de saúde está “um pouco sobrecarregado” e o Governo não esperava que a doença “se espalhasse tão rápido”, apontou Cloee Chao que, “depois de tudo”, espera que Macau volte a “integrar-se no mundo”. “A indústria do jogo é a indústria principal em Macau, e vemos que Singapura, Malásia e outros lugares com casinos já abriram há algum tempo e que os clientes que vinham originalmente para Macau foram para esses sítios. Esperamos trazer de volta esses clientes”, concluiu.

29 Dez 2022

Covid-19 | Cuidados hospitalares reajustados para aumentar camas

Com as urgências a rebentar pelas costuras face ao volume de infecções, foram suspensos serviços médicos não urgentes ou não essenciais para dar prioridade ao tratamento de doentes com covid-19. As enfermarias do São Januário contam agora com 300 camas. Um responsável das urgências sublinha que as chances de reinfecção são muito baixas entre três a seis meses depois da recuperação

 

Com as mortes relacionadas com covid-19 a chegar às 32, ontem foram declaradas mais duas mortes, duas mulheres de 91 e 94 anos, sem vacina, e depois de na terça-feira à noite ter sido anunciado o maior número de óbitos de pessoas infectadas (sete), e com as urgências hospitalares à beira do colapso, os Serviços de Saúde anunciaram a reorganização de recursos de forma a dar prioridade ao tratamento de doentes com covid-19.

“O número de doentes com necessidade de internamento continua a aumentar, daí que os Serviços de Saúde (SSM) procederam de forma uniformizada, à mobilização dos profissionais de saúde, de modo a melhorar a assistência médica aos infectados pelo novo tipo de coronavírus”, anunciaram as autoridades, sublinhando que a optimização gradual tem como objectivo aliviar as necessidades de internamento.

No Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) foram criadas mais enfermarias de isolamento, através da junção de alguns serviços com menor taxa de ocupação de doentes internados. A medida permitiu aumentar para 300 as camas de isolamento no hospital público, e para 700 no cômputo geral.

Também foi ajustado o tempo de internamento de doentes que apresentam quadro clínico estável no hospital e o reencaminhamento para Centro de Tratamento Comunitário no Dome ou hotéis de tratamento em isolamento. Desta forma, as autoridades aumentaram o número de camas para casos mais graves. Só na terça-feira, mais de 80 doentes tiveram alta hospitalar ou foram transferidos do CHCSJ. Além disso, foi suspensa a vacinação no hospital público e o espaço de consulta externa de 24 horas foi transformado numa “área de transição dos doentes da urgência, onde estão disponíveis 40 camas provisórias”.

Mão para a obra

Em relação à afectação de pessoal e instalações, os SSM suspenderam “serviços médicos não urgentes ou não essenciais”, e alocaram “recursos médicos para dar prioridade ao salvamento de doentes com covid-19”.
Cerca de 80 médicos especialistas de diversos serviços clínicos foram organizados para coordenar enfermarias de isolamento, enquanto que perto de 60 médicos residentes e médicos dos centros de saúde foram enviados para os Serviços de Urgência e o Centro de Tratamento Comunitário.

Os SSM dão conta ainda da contratação temporária de 13 enfermeiros aposentados, 38 médicos do internato e 23 enfermeiros estagiários para prestar apoio ao Serviço de Urgência e no Centro de Tratamento Comunitário no Dome. Importa também salientar que 86 alunos do Instituto de Enfermagem Kiang Wu reforçaram o sistema de saúde local.

Recobro e prudência

Ontem, no programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau, o director substituto do Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Chang Tam Fei, apaziguou as preocupações de ouvintes que temiam voltar a ser infectados com covid-19. Chang Tam Fei afirmou que as probabilidades de reinfecção no período entre três e seis meses depois da recuperação são muito baixas, em especial para indivíduos com sistemas imunológicos fortes.

Porém, o responsável sublinhou que pessoas com sistemas imunológicos mais debilitados devem tomar precauções uma vez que têm mais chances de voltar a apanhar covid-19.

Luís Gomes, do Departamento do Ensino Não Superior da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) também participou no programa radiofónico e salientou o aumento dos postos de consultas externas comunitários para um total de 17. Desde o dia de Natal, cerca de 3.000 pessoas recorreram às tendas estabelecidas nos bairros da região para procurar tratamento médico e fármacos. No dia mais movimentado dos últimos três, Luís Gomes revela que mais de 3.800 pessoas recorreram aos postos comunitários, onde também se disponibiliza apoio a quem não consegue marcar uma consulta médica.

Fármacos | Associações contra corrida a medicamentos

A Associação Chinesa dos Profissionais de Medicina de Macau e a Sociedade Farmacêutica de Macau apelaram à população para que evite a corrida a marcas específicas de medicamentos antifebris. O apelo foi feito através do jornal Ou Mun, depois de se ter verificado uma elevada procura por algumas marcas como Panadol. Segundo o comunicado das associações, Paracetamol e Ibuprofen são as substâncias activas mais populares para tratar de febres, por isso, desde que sejam utilizadas nos medicamentos que se pretende comprar, o nome da marca não tem relevância. No caso de comprarem comprimidos à base de Paracetamol e Ibuprofen e ainda assim terem dúvidas, as associações sugerem aos cidadãos que consultem as opiniões de médicos ou farmacêuticos.

FSS | Pandemia prolonga prazo de pagamento

Devido ao impacto da onda de infecções de covid-19, o Fundo de Segurança Social (FSS) prolongou o prazo para o pagamento de várias obrigações para 28 de Fevereiro de 2023. Segundo a nota de imprensa do FSS, os pagamentos que podem ser atrasados implicam as contribuições dos trabalhadores permanentes do quarto trimestre de 2022, a taxa de contratação de trabalhadores não residentes, as contribuições de trabalhadores eventuais, bem como as contribuições do quarto trimestre de 2022 do regime facultativo. Face ao elevado número de casos de covid-19, o FSS deixou ainda um apelo para se reduzir a aglomeração nos serviços. “O FSS apela aos residentes para utilizarem mais os meios electrónicos para consultar, requerer e tratar dos serviços do FSS, de modo a reduzir a aglomeração de pessoas”, pode ler-se na nota de imprensa.

Autocarros | Pedida compreensão face a escassez

Wong Man Pan, Membro do Conselho Consultivo do Trânsito, pediu comprensão aos residentes face ao surto de covid-19 que afecta todo o território, e que por isso também os autocarros estão a viajar com menor frequência. Em causa, está o elevado número de infectados entre os motoristas das empresas de transportes. De acordo com o jornal do Cidadão, Wong Man Pan sugeriu ainda que as empresas de autocarros evitem algumas paragens para que se mantenham todos os percursos essenciais. Ao mesmo tempo, Wong defendeu ainda o reforço dos trabalhos de desinfecção no interior dos autocarros para garantir a saúde de motoristas e passageiros.

29 Dez 2022

DSEDJ | Assegurado apoio a estudantes com exames de acesso à universidade

Apesar de o regresso às aulas ter sido adiado para 9 de Janeiro, está assegurado o apoio e acesso às escolas de alunos do ensino secundário complementar para se prepararem para os exames de acesso ao ensino superior, inclusive para candidaturas a universidades portuguesas. A garantia foi dada ontem por Luís Gomes, do Departamento de Ensino Não-Superior da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ).

O responsável indicou ontem no programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau que a decisão de adiar o regresso das aulas está relacionada com a pandemia. “Não queremos iniciar as aulas neste período de pico de epidemia. Muitos docentes e alunos estão a recuperar depois de terem sido infectados, e a decisão foi tomada para proteger a saúde dos docentes e alunos”, afirmou o responsável.

Luís Gomes disse ainda que a DSEDJ deu indicação às escolas para apoiarem alunos de outros anos de escolaridade, além dos que se preparam para os exames de admissão à universidade, e do ensino especial, assim como os encarregados de educação.

29 Dez 2022

Retalho | Governo garante abastecimento de alimentos

O Conselho de Consumidores (CC) e a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) asseguram que os supermercados do território têm abastecimento suficiente de bens de primeira necessidade, tal como cereais e óleos, além de que está “assegurada a estabilidade dos preços”.

Segundo uma nota de imprensa, é referido, após visitas e contactos a supermercados, que “as mercadorias actualmente disponíveis são suficientes”, sendo que os produtos mais procurados são “bebidas de electrólitos e pastilhas para a garganta”, cujo fornecimento será reforçado “o mais rápido possível”.

Sobre a quantidade de cereais e óleos, o Governo garante que até ao mês de Dezembro existem no mercado 1,20 milhões de quilos de arroz, 500 mil litros de óleo alimentar e 1,45 milhões de quilos de massa, “sendo uma quantidade suficiente para o consumo de cerca de um mês”.

“Por outro lado, em relação aos alimentos enlatados e outros artigos de uso doméstico, tanto o seu estoque, como o seu abastecimento, mantém-se suficiente e estável”, é ainda dito.
Além disto, a DSEDT apelou ao sector do retalho para “aumentar a importação dos produtos, a fim de satisfazer as necessidades dos residentes”.

29 Dez 2022

Ano Novo Chinês | Visitantes do Interior querem “inundar” Macau

Horas depois de serem levantadas as restrições de viagem no Interior, os turistas inundaram o portal de pesquisa Ctrip.com e Macau foi o destino mais procurado. No entanto, a enchente de turistas pode não se verificar, devido à falta de capacidade no Interior para lidar com a emissão de vistos

 

Macau é o destino mais procurado pelos turistas do Interior que querem passar o ano Novo Chinês fora de casa. A informação foi divulgada pela plataforma de viagens Ctrip.com, a partir das pesquisas feitas no portal da empresa chinesa.

A grande procura por Macau surgiu depois de a Comissão Nacional de Saúde do Interior anunciar, a 26 de Dezembro, o cancelamento das medidas de quarentena para quem viesse do estrangeiro.

Segundo a informação da Ctrip.com, logo após o anúncio do fim das restrições, o volume de pesquisas sobre os destinos mais populares cresceu dez vezes face ao período homólogo. No caso da procura de voos e hotéis, os números atingiram, numa questão de horas, o pico dos últimos três anos.

No ranking das pesquisas, e de acordo com os dados citados pelo jornal China Daily, Macau foi o destino mais pesquisado, seguido por Hong Kong, Japão, Tailândia, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Malásia, Austrália e Reino Unido.

Além das pesquisas por destinos, a procura de excursões no exterior para o Ano Novo Chinês também aumentou seis vezes no motor de buscas da plataforma de viagens.

Peso da realidade

Apesar dos sinais positivos, a recuperação do turismo em Macau deve demorar mais tempo do que o previsto, devido à emissão de vistos pelas autoridades do Interior, que tem várias limitações.

Mesmo com a pesquisa de excursões de Ano Novo Chinês a aumentar seis vezes face ao ano passado, os governantes do Interior definiram como prioridade a atribuição de vistos de saída para comerciantes, estudantes e pessoas que se querem deslocar para visitar familiares.

Segundo um responsável da Ctrip, citado pelo jornal China Daily, nesta fase, os serviços da China simplesmente não têm capacidade para lidarem com tantos vistos, devido à onda de covid-19, que está a paralisar a sociedade.

O responsável, que não foi identificado, afirmou que de acordo com os dados da empresa, desde 7 de Dezembro, os pedidos de vistos para visitas ao estrangeiro aumentaram doze vezes em termos anuais. Singapura, Japão, Coreia, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália são os países mais procurados.

Os dados da Ctrip.com mostram ainda que apesar de o número de viagens ao estrangeiro ter vindo a descer, os visitantes gastam cada vez mais.

28 Dez 2022

Protecção de dados | Empresa multada por violar lei

A empresa Tecnologia de Informação de Zhuque Macau Limitada foi multada em 40 mil patacas pelo Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP), devido a acções de telemarketing sem o consentimento dos visados. A informação foi revelada ontem, através da publicação pelo GPDP de um anúncio de “censura pública”. A empresa em questão é detida pelo casal Liu Yuan e Lin Yong Hong, ambos com morada em Zhongshan, no Interior.

Segundo a informação publicada, entre as 40 mil patacas de multa, 30 mil foram justificadas pelo facto da empresa ter realizado telemarketing sem consentimento do titular dos dados, de quem alegadamente terá partido a queixa para este processo.

Como durante o telefonema com o queixoso a empresa também “não forneceu as respectivas informações do tratamento, nem assegurou o seu conhecimento por parte do titular dos dados” foi alvo de outra multa de 5 mil patacas. A esta juntou-se ainda outra multa de mais 5 mil patacas, pelo facto de não ter parado com as campanha de publicidade, mesmo depois de o visado ter pedido para o fazerem.

Além das multas que totalizam 40 mil patacas, foi aplicada à Tecnologia de Informação de Zhuque Macau Limitada a pena acessória de “proibição temporária ou definitiva do tratamento, o bloqueio, o apagamento ou a destruição total ou parcial dos dados”.

28 Dez 2022

Óbito | Morreu José Pedro Sacco, jornalista da TDM Rádio Macau

Morreu hoje, aos 62 anos de idade, o jornalista e editor da TDM Rádio Macau José Pedro Sacco. Este era um dos trabalhadores mais antigos da empresa, onde começou a trabalhar como repórter em 1984, ainda no período da Administração portuguesa.

José Pedro Sacco nasceu a 14 de Dezembro de 1960. Tanto a TDM como a direcção da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau já emitiram notas de pesar pelo falecimento do jornalista, tendo transmitido as “mais sentidas condolências” a familiares, amigos e camaradas de profissão.

28 Dez 2022

Hong Kong | Ligações de ferry com aeroporto retomadas sexta-feira

A partir desta sexta-feira, as ligações de ferry entre o terminal marítimo do Pac On e o Aeroporto de Hong Kong vão ser retomadas, ainda que, numa primeira fase, se realize apenas uma viagem por dia. As autoridades locais eliminaram o código vermelho para viajantes do exterior e as viagens dos autocarros dourados estão também de regresso

 

É mais um passo para o regresso do turismo e da normalidade. A TDM Canal Macau noticiou que a partir desta sexta-feira, 30, serão retomadas as viagens de ferry entre o terminal marítimo da Taipa e o Sky Pier do Aeroporto Internacional de Hong Kong. No entanto, numa primeira fase, será realizada apenas uma viagem por dia, às sextas-feiras e domingos, com saída da Taipa às 14h30 e partida de Hong Kong às 9h45. Os trabalhos de limpeza e desinfecção no interior dos barcos já começaram.

Os chamados autocarros dourados, que fazem a ligação com Hong Kong pela ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, também voltaram a funcionar, tendo sido aliviadas as anteriores restrições de acesso que apenas permitiam declarações de teste de ácido nucleico passadas em Macau, Hong Kong ou China. Segundo a TDM Canal Macau, são agora aceites declarações passadas pelas autoridades de saúde de qualquer região ou país.

Abaixo o código

Entretanto, desde a meia-noite da passada quinta-feira, deixou de estar em vigor o código de saúde vermelho para quem viaja do exterior, colocando-se, assim, um ponto final na obrigatoriedade de isolamento, passando a cor do código para amarelo, o que significa que a pessoa pode sair de casa, entrar em determinados locais e trabalhar mediante autorização. Quem viaja de Hong Kong, Taiwan ou de países estrangeiros também deixa de ser obrigado a realizar um teste de ácido no terceiro dia a contar do dia seguinte à entrada no território.

A nova medida mantém a disposição de apresentação de teste de ácido nucleico, com prazo de 72 horas, após a data de amostragem, antes de iniciar a viagem em avião, barco ou veículo com destino a Macau, acrescentou a nota do Centro de coordenação e de contingência do novo tipo de coronavírus.

Depois de entrar no território, é atribuído o código de saúde “amarelo”, devendo a pessoa “efectuar diariamente o teste rápido de antigénio (…) durante cinco dias consecutivos a partir do dia seguinte à entrada em Macau”. Após o carregamento do resultado negativo na plataforma para teste rápido de antigénio no quinto dia, o código de saúde passa a “verde”, ou seja, sem qualquer restrição de movimentos.

Se, naquele período, for obtido um teste rápido com resultado positivo, o código de saúde passará a “vermelho” e só aí “será aplicada a medida de isolamento domiciliário para pessoas infectadas”. Após a entrada em Macau, “as pessoas podem sair” do território “a qualquer momento” para Hong Kong, Taiwan e países estrangeiros, mas até à meia-noite do nono dia é proibida a entrada na China.

28 Dez 2022

Comércio electrónico | Governo e Douyin tentam seduzir PME locais

O Centro de Convenções e Exposições da Doca dos Pescadores de Macau foi ontem palco de uma sessão esclarecimento sobre aquisições globais na plataforma de comércio electrónico Douyin.

O evento, organizado em conjunto pela Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) e o Douyin Group, contou com a participação do responsável por aquisições globais da Douyin que “apresentou as mais recentes políticas de atracção de investimentos às empresas locais, tendo também realizado in loco intercâmbio e negociações com as empresas de Macau”, indicou ontem o Governo.

A DSEDT acrescenta que a campanha de procura de investimento da empresa chinesa pode “trazer novas oportunidades às empresas de Macau para explorarem o mercado do comércio electrónico transfronteiriço”, assim como ajudar a “romper os limites do desenvolvimento dos seus negócios, abastecendo produtos, na qualidade de fornecedores, às lojas operadas pelos próprios empresários instaladas na plataforma Douyin”.

Foi também indicado que o novo canal de transmissão ao vivo para vendas online pode ser uma alternativa de negócio para que as empresas locais vendam produtos no Interior da China, “aproveitando a vantagem do enorme tráfego de utilizadores da plataforma Douyin”.

A DSEDT refere que o objectivo da iniciativa é “construir uma ponte de ligação entre as PME locais e o Grupo Douyin, apoiando ainda mais as PME de Macau na exploração de canais de venda online, bem como optimizar o ambiente de comércio electrónico para o desenvolvimento das empresas”.

28 Dez 2022

Turismo internacional | Pedidas explicações sobre nova abordagem ao jogo

Lei Chan U considera que os números do jogo revelam uma grande diferença entre o objectivo de internacionalizar o turismo da RAEM e a realidade do quotidiano. O deputado quer que o Governo explique a nova estratégia e quais vão ser as fontes de visitantes internacionais

 

O deputado Lei Chan U está preocupado com a nova estratégia para o jogo que passa pela atracção de turistas internacionais. Numa interpelação escrita, o legislador pede mais esclarecimentos sobre as metas a atingir e quais vão ser os principais mercados em que Macau vai “apostar” para ter mais turistas internacionais.

Como deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau, Lei Chan U apoia o novo caminho do Governo, porém, avisa que os dados dos últimos anos são desajustados face ao que se pretende seja a realidade para os próximos anos.

“No passado, a indústria do turismo de Macau estava demasiado dependente dos turistas da Grande China, e em especial do Interior. Havia poucos turistas estrangeiros e as receitas brutas do jogo geradas por estes eram muito reduzidas”, afirma o deputado. “Segundo os dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, em 2019 apenas 3,58 por cento do total das receitas brutas do jogo foi gerado por turistas estrangeiros. Este é um dado que está totalmente desenquadrado com o desenvolvimento de Macau como centro mundial de turismo e lazer”, alertou.

Com o objectivo muito longe de ser alcançado, o deputado quer saber como é que vai ser implementado o novo plano entre as companhias de aviação, as concessionárias do jogo e o Governo para o aumento do número de turistas internacionais. Esta é uma das alterações esperadas pelo Governo, com as novas concessões do jogo, que entram em vigor no próximo ano.

“Com o Interior a levantar praticamente todas as restrições, a abertura dos mercados internacionais está à porta e é necessário acelerar a formulação dos planos para desenvolver as futuras fontes de turistas. Quais são os países a que as autoridades e as concessionárias do jogo vão dar prioridade neste novo plano?”, questiona Lei Chan U. “E já há algum plano provisório?”, acrescenta.

Na interpelação, Lei Chan U aborda igualmente o plano quinquenal da RAEM, que tinha como meta a concretização do Centro Mundial de Turismo e Lazer até meados da próxima década. O deputado quer saber se com as políticas de controlo da pandemia, e de encerramento das fronteiras, este objectivo ainda pode ser concretizado.

“Com o impacto do novo coronavírus durante estes três anos, será que as autoridades ainda têm confiança de que o objectivo pode ser alcançado de acordo com o calendário inicial?”, perguntou. “Qual vai ser o padrão ou os indicadores que as autoridades vão utilizar no futuro para julgar se Macau conseguiu, ou não, transformar-se num Centro Mundial de Turismo e Lazer?”, questionou.

28 Dez 2022

CCAC | IC e Obras Públicas acusados de falhas de supervisão

O Comissariado contra a Corrupção considera que o Instituto Cultural e as Obras Públicas falharam na protecção do Restaurante Lok Kok, um dos edifícios mais emblemáticos da Rua Cinco de Outubro. Apesar de o imóvel ter sido demolido, concluiu-se que os actuais mecanismos de supervisão respondem às necessidades

 

O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) considera que o Instituto Cultural (IC) e a anterior Direcção de Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) falharam nas suas obrigações ao permitirem que a fachada do Restaurante Lok Kok fosse demolida de forma ilegal. A conclusão faz parte de um relatório do CCAC, apresentado na semana passada, que apesar de apontar várias “falhas”, nega a existência de crimes e considera que os mecanismos de supervisão actuais respondem às necessidades.

Segundo o comunicado do CCAC, desde 1991 que “todos” os proprietários do imóvel falharam no cumprimento dos “deveres atribuídos pela legislação de salvaguarda do património cultural”. Terá sido por este motivo que o emblemático edifício da Rua Cinco de Outubro ficou numa “situação grave” e num “mau estado de conservação”, ficando praticamente abandonado. Umas das consequências foi a destruição da fachada, em 2014, que as autoridades entendem ter acontecido de uma forma que não foi natural e ilegal.

O “desaparecimento” da fachada foi especialmente importante, porque serviu para justificar a perda do valor arquitectónico do edifício e a demolição completa.

Ao mesmo tempo que os proprietários negligenciavam o imóvel, o mesmo acontecia com o IC, que segundo o CCAC, em vez de instaurar um processo para proteger o edifício, manteve uma postura passiva.

“Não se viu que o mesmo serviço (IC) tenha cumprido, de forma independente e autónoma, o disposto no regime jurídico de salvaguarda do património cultural vigente da altura, não tendo o mesmo instaurado, de forma independente, um processo relativo à protecção e preservação do Restaurante Lok Kok”, acusou o CCAC. “Este comportamento passivo da altura coloca indubitavelmente em causa o nível de empenho e a rigorosidade do cumprimento do regime jurídico de salvaguarda do património cultural por parte daquele serviço”, acrescentou no relatório.

A investigação concluiu também que com a actual lei de Salvaguarda do Património Cultural, o IC devia ter imposto imediatamente uma sanção administrativa ao proprietário, devido à não conservação do edifício. Entretanto, o processo prescreveu.

Tudo mal, tudo legal

Apesar de criticar o IC, o CCAC nega que tenha existido qualquer crime no processo de demolição do que restava do edifício, após a queda da fachada. Segundo a lei de salvaguarda do património, qualquer “demolição de edifícios de interesse arquitectónico deve ser precedida de um trâmite conhecido como ‘trilogia’ de procedimento”. Esta trilogia inclui o parecer do IC, a auscultação do Conselho do Património Cultural e despacho do Chefe do Executivo.

No entanto, este procedimento não foi seguido no âmbito das obras de demolição. E bem, para o CCAC, uma vez que do edifício já tinha sido arrancada a fachada, o elemento com maior valor digno de protecção:

“Uma vez que foi reconhecido que as obras de demolição e remoção solicitadas pelo proprietário envolviam apenas os restantes componentes residuais após o desabamento total da fachada, considerou-se não ser necessário iniciar o referido procedimento de ‘trilogia’”, foi explicado. “O CCAC considera que é compreensível a referida decisão do IC e que não se verificou qualquer ilegalidade ou irregularidade administrativa no processo acima referido”, foi apontado.

Também a DSSOPT é alvo de críticas: “Após a entrada em vigor da nova Lei de Salvaguarda do Património Cultural, não se verificou que os serviços de obras públicas tivessem cumprido efectivamente os seus poderes específicos e o poder sancionatório administrativo inerentes à demolição ilegal do bem imóvel classificado do Restaurante Lok Kok, nem que tivessem cumprido o dever de denúncia”, foi apontado pelo CCAC.

O organismo liderado por Chan Tsz King entende assim que “no trabalho de salvaguarda do património cultural do Restaurante Lok Kok, a então DSSOPT actuou de forma relativamente passiva e negativa quanto à implementação da nova Lei de Salvaguarda do Património Cultural”.

Recorde-se que dois dos últimos dirigentes da DSSOPT, Jaime Carion e Li Canfeng, estão actualmente a ser julgados num mega processo de corrupção que envolve vários empresários ligados à construção civil.

28 Dez 2022

Doente gástrico morre nas urgências após um dia sem tratamento

Na segunda-feira, uma ouvinte do Fórum Macau, do canal chinês da TDM, revelou um caso chocante que terá resultado na morte do seu marido. “O meu marido morreu, o seu corpo está no Centro Hospitalar Conde de São Januário”, começou desta forma o relato da residente.

A mulher afirmou que devido a intensas dores de barriga, ao final da manhã de quinta-feira, dia 22 de Dezembro, ligou para a linha de emergências médicas 999. Do outro lado da linha foi informada de que devido à escassez de ambulâncias disponíveis, o tempo de espera poderia ascender às duas ou três horas e que o melhor seria ligar directamente aos bombeiros. De novo foi-lhe indicado o mesmo tempo de espera.

Como o estado clínico do marido parecia agravar-se, a residente recorreu à Rádio Taxi e 15 minutos depois chegava ao Hospital São Januário, cerca do meio-dia. Passadas cinco horas de espera, foi indicado que o paciente precisava fazer análises ao sangue. Por volta das 18h, cansada após seis horas de espera, a mulher deixou o seu contacto telefónico e foi para casa, enquanto o marido aguardava os resultados das análises e subsequente tratamento.

A mulher, que indicou sofrer de hipertensão arterial, ficou à espera de uma chamada que nunca chegou. No dia seguinte, ao meio-dia, ou seja, 24 horas depois da chegada do marido ao hospital público, deslocou-se ao hospital.

“Entre o meio-dia de quinta-feira e as 15h do dia seguinte, o meu marido não recebeu qualquer tratamento médico, queixava-se de dores fortes e dizia que estava a morrer”, avançou a ouvinte do Fórum Macau.

Depois de perguntar porque o seu marido foi deixado ao abandono durante um dia inteiro, apenas com uma colheita de sangue para análises e sem receber os resultados, uma enfermeira revelou à residente que o marido sofria de uma inflamação na zona abdominal.

Dor e espera

O passo seguinte foi a administração de soro ao homem, cuja idade não foi revelada. Levantando a possibilidade de desidratação, a mulher afirmou que o pessoal de enfermagem teve dificuldades em encontrar uma veia para induzir o soro ao marido. “Pouco tempo depois de estar a receber soro, fui informada de que o meu marido precisava de ser submetido a cirurgia devido a uma perfuração gastrointestinal”, indicou a ouvinte.

Depois de seguir o conselho do pessoal médico para regressar a casa, por volta das 20h de sexta-feira recebeu uma chamada urgente do hospital a informar que o seu marido estava em estado crítico e a receber reanimação.

Apesar da forma como o seu marido acabaria por falecer, a mulher elogiou o esforça, dedicação e simpatia do pessoal médico.

27 Dez 2022

Covid-19 | Mais três mortes associadas à doença

O número de casos de covid-19 não pára de aumentar em Macau. Esta segunda-feira, foram detectadas mais 90 infecções e três novas mortes, número apenas ligeiramente abaixo das cinco mortes registadas em toda a China. Os óbitos em Macau dizem respeito a três idosos com um historial de doenças crónicas, um deles sem estar vacinado

 

Com o relaxamento das medidas de combate à covid-19, o número de casos tem aumentado nos últimos dias. Esta segunda-feira, o Centro de coordenação e de contingência do novo tipo de coronavírus deu conta de mais 90 casos, tendo os doentes sido encaminhados para isolamento e tratamento médico.

Destaque para o registo de três novas mortes de idosos associadas à covid-19, com as vitimas, um homem e duas mulheres, a registarem idades compreendidas entre os 60 e 94 anos. Este número é pouco inferior às cinco mortes já contabilizadas em toda a China. As primeiras duas mortes desde o começo da pandemia foram registadas na segunda-feira, enquanto ontem se somaram mais três óbitos, todos em Pequim.

No caso de Macau, os idosos tinham já um historial de doenças crónicas, sendo que dois deles estavam vacinados, com duas e três doses da vacina, enquanto um outro não possuía qualquer dose da vacina.

Entretanto, os Serviços de Saúde de Macau (SSM) decidiram suspender, a partir de hoje, todas as visitas aos doentes no serviço de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário até uma nova notificação.

Segundo uma nota de imprensa, “qualquer caso especial será tratado de acordo com as necessidades reais”, sendo que as visitas só serão autorizadas mediante “nova notificação”.

Com marcação

Uma outra nota informativa do Centro dá conta da emissão de novas recomendações, da parte dos SSM, para as instituições médicas, as quais “devem prestar atendimento aos indivíduos infectados ou suspeitos de terem contraído covid-19 e que tenham necessidades médicas urgentes ou de assistência médica”.

Assim, “as instituições médicas devem tomar as providências para encurtar o tempo de permanência dos doentes nas instituições”, devendo os doentes fazerem uma marcação, o mais previamente possível, da consulta.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, as autoridades de saúde chinesas explicaram que há limitações na metodologia dos testes rápidos, o que faz com que apareçam, nos primeiros dias de infecção, resultados como “falso negativo” ou “falso positivo”, sem que haja sintomas. No entanto, uma vez que, nos primeiros dias, é difícil detectar a presença do vírus SARS-Cov-2, as autoridades apontam que os primeiros sintomas podem começar a aparecer cerca de cinco dias após a infecção, sendo recomendada a testagem com testes rápidos.

A Comissão Nacional de Saúde da China defende que a prioridade máxima, neste momento, é que cada pessoa tenha acesso a tratamento, sendo necessária a expansão de serviços médicos e equipamentos em diversas plataformas junto da comunidade.

21 Dez 2022

Guangdong | Veículos de Macau aceites a partir de Janeiro

A partir de 1 de Janeiro, será permitida a circulação de veículos de Macau na província de Guangdong. Os condutores precisam ter “salvo-conduto e requerer uma licença provisória para conduzir no Interior. Ho Iat Seng agradeceu ao Governo Central e referiu que a medida criou “um novo espaço para os residentes de Macau viverem”

 

Ano novo, vias novas. 2023 trará a possibilidade de circulação nas estradas da província de Guangdong a veículos particulares registados em Macau. O Governo Central divulgou ontem os “procedimentos de administração da política ‘circulação de veículos de Macau em Guangdong’, que entra em vigor a partir de 1 de Janeiro. O Executivo estima que a medida seja aplicada a cerca de 80 mil veículos locais.

A política de circulação implica o cumprimento de determinados requisitos. O condutor deve ser portador de salvo-conduto para deslocação à China, o que afasta os residentes estrangeiros de Macau, o veículo tem de estar registado em Macau e é preciso requerer licença provisória do veículo para entrada e saída do Interior da China.

A Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego (DSAT) afirma que a medida promove “a facilidade de circulação de pessoas e veículos entre Guangdong e Macau” através de “uma política de plena abertura à circulação dos veículos”.

A DSAT recebe pedidos para a licença electrónica de entrada provisória, que terá prazo de validade coincidente com o do “seguro obrigatório de responsabilidade por acidente rodoviário para veículos motorizados” do Interior da China. Quem está autorizado a circular na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau já cumpre este requisito, porém a validade da licença não pode exceder um ano.

O veículo autorizado a circular em Guangdong poderá ser conduzido por duas pessoas. A travessia fronteiriça terá de ser feita através do Posto Fronteiriço de Zhuhai da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, mas o período de estadia não pode exceder 30 dias consecutivos e a permanência anual não pode ultrapassar 180 dias acumulados.

Vai formoso e seguro

Outro requisito essencial é a adesão a um plano de seguros. Nesse sentido, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) coordenou com as seguradoras locais, o lançamento de “produtos de seguros para veículos transfronteiriços de Guangdong e de Macau”. No contexto da política de “reconhecimento recíproco dos seguros equivalentes”, os efeitos dos produtos de seguros para veículos transfronteiriços de Guangdong e de Macau são idênticos aos do seguro obrigatório de responsabilidade civil para acidente de trânsito e ao seguro de responsabilidade perante terceiros no Interior da China. As autoridades acrescentam que este seguro será um produto adicional à apólice de seguro obrigatório de responsabilidade civil de automóvel de Macau.

Além disso, os veículos que preenchem os requisitos para obter a licença provisória “gozam da ‘Política sem garantias’, ou seja, não têm de prestar caução ou garantia bancária junto das autoridades alfandegárias do Interior da China; usufruem da política de ‘Reconhecimento recíproco dos seguros equivalentes dos veículos transfronteiriços’ e, quanto à passagem alfandegária, é adoptada a política ‘Partilha comum, tratamento no próprio território’.

Mil obrigados

O Chefe do Executivo, que está hoje de partida para Pequim, agradeceu vigorosamente a política de circulação viária.

“Esta política traduz a atenção e o apoio do Governo Central à RAEM, constitui uma resposta activa aos residentes de Macau, que traz maior conveniência aos residentes de Macau no Interior da China, designadamente aos que pretendem desenvolver actividades comerciais temporárias, estudar, trabalhar, viver e viajar, disponibilizando assim um novo espaço de vida, o que facilita o intercâmbio entre as cidades da zona de Grande Baía”, comentou Ho Iat Seng.

O Chefe do Executivo agradeceu ainda o forte apoio do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, dos ministérios competentes, do Comité provincial do PCC e do Governo da província de Guangdong. Ho Iat Seng salientou ainda que a política de circulação irá criar “um novo espaço para os residentes de Macau viverem”, e que “será favorável à participação de Macau na construção da zona de Grande Baía e à integração acelerada no desenvolvimento nacional”.

Assinatura em breve

A assinatura do acordo que irá estabelecer o reconhecimento mútuo de cartas de condução entre Macau e o Interior da China irá acontecer em breve, revelou ontem o director dos Serviços para os Assuntos do Tráfego, Lam Hin San.

O responsável caracterizou a reconhecimento das habilitações para conduzir como uma medida “gémea” da política de “circulação de veículos de Macau em Guangdong”. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o director da DSAT enfatizou o papel que as duas iniciativas irão desempenhar na facilitação da vida dos residentes e na integração na Grande Baía.

21 Dez 2022

Diplomacia | Novo cônsul chega a 12 de Janeiro

O novo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, vai chegar a Macau no próximo dia 12 de Janeiro, substituindo Paulo Cunha Alves no cargo, noticiou ontem a TDM – Rádio Macau.

Natural de Coimbra, o diplomata licenciou-se em Geografia na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e começou por ser professor. Além disso, é formado em Administração Autárquica pelo Centro de Estudos e Formação Autárquica, além de possuir um mestrado em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Católica Portuguesa.

Alexandre Leitão entrou para a carreira diplomática em 1999, assumindo funções consulares em Benguela e Senegal, além de ter sido Chefe dos Assuntos do Parlamento Europeu na Representação de Portugal junto da União Europeia, em Bruxelas.

O futuro líder da representação diplomática de Portugal em Macau foi também embaixador da União Europeia em Timor-Leste. Ainda na área diplomática, Alexandre Leitão foi conselheiro do primeiro-ministro, António Costa, assessor do secretário de Estado da Administração Pública e da Modernização Administrativa. Fez ainda assessoria para o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

Além disso, um despacho publicado no Diário da República indica que Bernardo Almeida Pinho é o novo delegado de Macau da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. O delegado tem 28 anos de idade e vai substituir Carolina Lousinha.

20 Dez 2022

Covid-19 | Teste para entrar em Macau passa para 72 horas

A validade do teste de ácido nucleico para entrar em Macau passou de 24 para 72 horas. O alívio ligeiro das restrições fronteiriças foi anunciado quase em simultâneo com a notícia de mais duas mortes ligadas a infecções e do aumento diário de perto de 50 por cento dos casos confirmados

 

Há mais de um mês que quem passa a fronteira entre Macau e Zhuhai tem de apresentar resultado negativo no teste de ácido nucleico feito em menos de 24 horas, obrigação que se tornou mais complicada de cumprir com a diminuição dos postos de testagem. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou ontem que, a partir de hoje, a validade do teste passou para 72 horas, uma medida reclamada há muito tempo por vários sectores sociais, em especial os ligados ao turismo.

Além disso, as autoridades de saúde revelaram ontem que morreram no domingo mais duas pessoas infectadas com covid-19, e que foram diagnosticados 97 casos confirmados, número que representa apenas uma fracção do total de infecções no território, uma vez que o Governo deixou de anunciar os casos assintomáticos. Os 97 casos dizem respeito a doentes admitidos em tratamento médico.

Em relação aos óbitos, as autoridades de saúde indicam que ambos são homens, com 56 e 63 anos e tinham um quadro clínico com várias doenças crónicas.

O homem mais novo, de 56 anos, sofria de hipertensão arterial, cancro no esófago, epilepsia e era um doente cardíaco, e foi vacinado com três doses da vacina contra a covid-19. Depois de ter sido diagnosticado com covid-19 na terça-feira passada, no dia seguinte uma radiografia demonstrava uma pneumonia bilateral. Três dias depois entrou em hipotensão e no dia seguinte foi declarado o óbito.

A segunda casualidade diz respeito a um homem de 63 anos, que não tomou nenhuma vacina, mas que tinha um historial médico que inclui hipertensão arterial, diabetes e tuberculose. Foi diagnosticado com covid-19 no sábado, depois de ter acusado positivo num teste rápido de antigénio, e no domingo entrou em paragem cardíaca e respiratória.

Consultas e vacinas

Hoje, foram acrescentados três pontos de consulta externa comunitária na antiga Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte, na Zona de Lazer do Templo Hong Kung e no Jardim de Luís de Camões. A partir de amanhã, entra em funcionamento o ponto de consulta externa na Travessa Central da Praia Grande (perto do Hotel Emperor).

Desde ontem, é administrada, sem necessidade de marcação prévia, a vacina de mRNA para idosos e crianças entre 5 e 11 anos no Centro de Saúde de Seac Pai Van. O Governo indicou que o atendimento é feito de acordo com a ordem de chegada e mediante a distribuição de uma senha. O horário de funcionamento é entre as 08h30 e as 12h30 e no período da tarde entre as 14h45 e as 17h30.

A partir de hoje, o Pavilhão Polidesportivo Tap Seac – Pavilhão A vai passar a ter um posto de vacinação, com as marcações prévias disponíveis hoje, oferecendo a possibilidade de escolha entre Sinopharm e mRNA. O horário de funcionamento é entre as 10h e as 18h30.

20 Dez 2022

Ilha Verde | Mulher retida no Convento sem acesso a água ou comida

Uma mulher que vive no Convento da Ilha Verde queixa-se de estar retida há seis dias no interior do edifício, sem acesso a água, electricidade ou comida, e acusa a empresa Wui San de ter bloqueado uma via pública

Uma mulher que vive há vários anos no Convento da Ilha Verde está a atravessar uma situação desespero, e acusa a empresa Wui San de lhe ter cortado o acesso à água, electricidade e até a comida. A queixa chegou ao HM, através do primo da afectada, Pedro Cheong, que tentou abastecer a família, mas foi impedido pelo segurança privada contratado pela empresa.

Em causa, está o diferendo entre a empresa que afirma ser proprietária do terreno onde está situado o antigo Convento da Ilha Verde e uma ocupante de longa data do espaço em causa, Cheong Lai Veng, a mulher retida dentro do edifício.

Segundo a versão de Cheong Lai Veng, partilhada pelo primo Pedro, nesta altura ainda não houve uma ordem jurídica de despejo, pelo que os ocupantes podem permanecer temporariamente dentro do Convento.

No entanto, como a empresa defende que o diferendo está terminado, tomou medidas para bloquear o acesso ao espaço, com o envio de seguranças privados para a Travessa de Magnólia, que alegadamente impedem a passagem de todas as pessoas.

Nesta situação, a mulher não só não tem acesso à água nem à electricidade, como ficou sem abastecimento de comida. “Ela está há uma semana sem comida. Já só comia sopas de fitas, mas cortaram-lhe a água. Como é que ela agora pode comer, se não tem água e nós não podemos entregar-lhe comida?”, questiona Pedro Cheong, que partilhou a situação da prima, com o HM. “Querem que ela vá embora do edifício. Se ela ficar, não tem água porque o contador está cortado. Se sair, para ir buscar comida ou ter acesso a bens essenciais, então os seguranças privados não a deixam entrar de volta, que é o que eles querem”, revelou. “Fizeram isto de propósito. O contador está fora do edifício, e eles cortaram a água, o que faz com que ela não tenha condições para sobreviver”, acrescentou.

História antiga

Com a mulher a recusar sair, os familiares tentaram levar-lhe comida, esforços feitos pelo menos por uma irmã e pelo primo. Contudo, quando tentaram circular na Travessa da Magnólia foram impedidos por seguranças privados.

Para Pedro Cheong a situação aparenta ser ilegal, uma vez que seguranças privados não têm competências para fechar vias públicas. “É difícil acreditar que actualmente em Macau acontece uma coisa tão ilegal… E ninguém liga. Ela está quase a morrer de fome e não nos deixam entrar para lhe entregar comida”, desabafou.

Os familiares entraram mesmo em contacto com o Corpo de Polícia de Segurança Pública e com a Polícia Judiciária para apresentar queixa contra o bloqueio da via pública. Contudo, segundo Pedro Cheong as autoridades limitaram-se a responder não terem competências para agir nesta situação. “A polícia não ligou aos nossos pedidos de ajuda, porque dizem que não é da competência deles”, relatou.

O HM contactou o CPSP sobre a ocorrência perto do fim do horário de expediente, mas até ao fecho da edição não recebeu qualquer resposta sobre o assunto. Por sua vez, a Polícia Judiciária remeteu explicações para a sentença proferida pelos tribunais sobre o caso e a propriedade do terreno.

Deputado preocupado

Além de contactar o HM, Pedro Cheong procurou apoio junto do gabinete do deputado José Pereira Coutinho, ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública Macau (ATFPM).

“Esta senhora não tem água, electricidade nem alimentos. Está a passar fome. Cortaram uma via pública e colocaram lá um segurança privado, para ninguém passar. Como é que um privado pode fechar uma rua pública?”, questionou José Pereira Coutinho, em declarações ao HM.

“Ela tem autorização para viver lá dentro. O tribunal disse que ela pode viver ali até ser despejada. Enquanto não houver uma ordem de despejo, ela tem o direito de lá permanecer”, considerou. “É inaceitável que a senhora fique sem comida, água e electricidade. Está muito frio, e ela não tem roupa suficiente para estar sem electricidade”, frisou.

20 Dez 2022

TSI | Médicos condenados por passarem falsos recibos

O Tribunal de Segunda Instância (TSI) manteve a sentença proferida pelo Tribunal Judicial de Base (TJB) que condenou quatro médicos de medicina tradicional chinesa (MTC) a penas de prisão e ao pagamento de coimas pelo crime de falsificação de documentos. Os médicos foram condenados a nove meses de prisão por cada crime, sendo que um deles foi condenado a três anos de prisão, enquanto um outro foi condenado a dois anos e três meses de prisão por cúmulo jurídico.

Todas as penas foram suspensas na sua execução por um período de dois anos na condição de cada um pagar um montante a favor da RAEM com valores que variam entre as 10 e 20 mil patacas no prazo de um mês a partir do momento em que a sentença transitar em julgado. O caso remonta a 2014 e 2015, quando os quatro médicos passaram recibos falsos nos quais “fizeram constar datas de consulta médica e honorários desconformes com a verdade, por conta de terceiros”.

Como consequência, “fizeram com que os terceiros usassem com sucesso os referidos recibos para pedir faltas por doença às companhias a que pertenciam, bem como para solicitar cobertura das despesas médicas às companhias de seguros”. Os profissionais de saúde recorreram da sentença junto do TSI, mas este manteve a decisão do TJB.

20 Dez 2022

Tsunami | Sistema de alarme entra em vigor a 1 de Janeiro

A Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) criou o Sistema de Alarme de Tsunami, que vai entrar em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2023, de acordo com um despacho aprovado pelo Chefe do Executivo, publicado ontem no Boletim Oficial.

O novo dispositivo entrará em funcionamento com a missão de “aperfeiçoar o mecanismo de resposta a catástrofes naturais e garantir a segurança da vida e dos bens da população durante a ocorrência de calamidades”, é indicado no despacho assinado por Ho Iat Seng.

O sistema de alarme irá funcionar com três níveis de classificação: laranja, vermelho e preto de acordo com a altura das ondas de tsunami, “de maneira a reflectir o grau de risco e o seu impacto na área marítima de Macau”.

Um tsunami é um “conjunto de ondas anormais e destrutivas, geralmente provocado por um sismo de origem oceânica. Embora a possibilidade de Macau ser afectado por um tsunami seja relativamente baixa, existem ainda certos riscos, entre os quais se destaca a zona sísmica da Fossa de Manila. Se um forte sismo ocorrer nesta zona, pode provocar um tsunami no Mar do Sul da China”, explicam os SMG, acrescentando que após o sismo, as ondas podem atingir Macau entre três a quatro horas depois.

20 Dez 2022

Alibaba | Falha no servidor mandou abaixo apps e sites em Macau

O servidor em nuvem da Alibaba registou no domingo uma falha informática que resultou no “apagão” de várias aplicações e sites de Macau. A falha foi corrigida ontem de madrugada, restabelecendo o site da AMCM, da Galaxy Resorts e aplicações como mFood, do Ou Mun

 

No domingo, entre o meio-dia e a meia-noite a internet de Macau sofreu um “apagão” que inutilizou várias aplicações móveis e websites, em resultado de uma falha informática na nuvem do servidor da Alibaba, de acordo com uma mensagem da Polícia Judiciária. O Centro de Alerta e Resposta a Incidentes de Cibersegurança entrou em contacto com os operadores afectados para se inteirar e acompanhar a situação.

A falha verificada no centro de dados em Hong Kong da Alibaba afectou o site da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), da estação de televisão Macau Lotus, da Galaxy Resorts, Macau Cement Manufacturing e aplicações online muito populares como a mFood, Aomi e do jornal Ou Mun.

Segundo a empresa tecnológica, a falha ocorreu no sistema de ventilação dos servidores, que levou ao sobreaquecimento e à quebra dos serviços.

As falhas afectaram os levantamentos e transferências de criptomoedas. Segundo o South China Morning Post, o erro do sistema da unidade de computação em nuvem da Alibaba Cloud levou à suspensão de transferências e levantamentos de criptomoeda da OKX. Ontem, ao início da tarde, utilizadores da app de transferência de criptomoedas ainda se queixavam no Twitter da OKX de levantamentos pendentes.

No domingo, a empresa informava os seus clientes dos problemas verificados. “No dia 18 de Dezembro, o sistema da nossa plataforma sofreu cortes devido a um problema de hardware relacionado com o nosso fornecedor do serviço de nuvem”, pode ler-se no Twitter da OKX.

Coisas que acontecem

Clientes da Alibaba Cloud, como a OKX, revelaram no Twitter a justificação da Alibaba para o problema, que terá sido reportado inicialmente como uma “anomalia no equipamento”.

Um porta-voz da Alibaba Could respondeu em comunicado no domingo à noite afirmando que os servidores tinham voltado ao funcionamento normal. “Pedimos sinceras desculpas pelo inconveniente causado pelo incidente. Os nossos serviços estão gradualmente a voltar à normalidade. Os nossos engenheiros trabalharam arduamente com os técnicos do centro de dados que é nosso parceiro para resolver os problemas. Foram colocados em acção recursos adicionais para auxiliar os nossos clientes a minimizar o mais possível o impacto sofrido”, é referido no comunicado da Alibaba.

20 Dez 2022

Covid-19 | Onze mortos desde o início da pandemia

As autoridades anunciaram ontem a morte de mais dois doentes por covid-19, elevando para 11 o número total de óbitos causados pela doença desde o início da pandemia.

As duas mulheres, uma de 36 anos e outra de 86, sofriam de várias doenças, não estavam vacinadas contra a covid-19 e morreram no sábado, de acordo com um comunicado do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

O organismo voltou a apelar para a vacinação e para o reforço das primeiras doses, dado que a vacina contra a covid-19 pode “reduzir efectivamente o risco de infecção, doença grave ou morte”.

Nesta semana, o Governo anunciou o alívio da política chinesa de ‘zero covid”, em vigor durante quase três anos, estimando que a população infectada possa chegar aos 80 por cento.

No território foram contabilizadas 11 mortes e mais de 1.400 casos, desde o início da pandemia, em 11 de Março de 2020. Na sexta-feira e tal como na China, as autoridades indicaram que vão deixar de apresentar dados relativos aos casos assintomáticos.

O Governo começou também a distribuir gratuitamente kits anti-pandémicos à população, com anti-piréticos, medicamentos da Medicina Tradicional Chinesa, testes rápidos de antigénio e máscaras KN95.

19 Dez 2022