Nova City | Shun Tak acusada de não entregar direito de administração 

Fong Ka Leong, ex-secretário geral da associação de condóminos do edifício Nova City, na Taipa, acusa a empresa proprietária, a Shun Tak Holdings, de, em dez anos, nunca ter transferido o direito de administração para os moradores, o que faz com que estes não consigam resolver os problemas inerentes ao complexo habitacional

 

A Shun Tak Holdings, empresa promotora dos blocos de apartamentos Nova City, na Taipa, é acusada pelos condóminos de, ao fim de dez anos, ainda não ter transferido os direitos de administração do prédio, o que tem causado dificuldades aos moradores na resolução dos problemas do condomínio.

Em comunicado, Fong Ka Leong, ex-secretário geral da associação de condóminos Administração Integral da Nova City, disse que em 2010 foram eleitos os membros desta entidade, mas a Shun Tak continuava a exercer os direitos de administração, não tendo assinado o contrato com os moradores.

Mesmo com uma acção em tribunal ganha em 2014, a empresa continuou a “ignorar” esta decisão judicial e não contactou os moradores no tempo previsto, acusou o responsável.

O facto de este direito de administração não ter sido transferido tem causado problemas financeiros na gestão do condomínio. “Em 2006, no início da ocupação das casas, a Shun Tak atribuiu à empresa Watt Hung Chow a auditoria das contas. No entanto, dois anos depois, os condóminos sabiam que a pessoa responsável pela auditoria das contas eram alguém ligado ao grupo [Shun Tak], pelo que foi pedido um auditor independente, a fim de garantir a equidade”, pode ler-se no comunicado.

Em 2010, ambas as partes concordaram que a empresa HMV & Associates – Certified Public Accountants ficaria responsável pela auditoria. No entanto, os condóminos tiveram conhecimento, apenas em 2013, que esta empresa já não exercia estas funções e que, neste período de tempo, não havia qualquer fiscalização das contas do complexo habitacional Nova City.

“Fomos recebendo os relatórios de auditoria nos primeiros dois anos, mas depois a Shun Tak Holdings foi adiando a sua entrega por diversos motivos. Só então é que um membro da associação de condóminos soube que a auditora deixou de exercer funções em 2013 porque não conseguiu obter os cadernos de contabilidade junto da Shun Tak Holdings”, explicou Fong Ka Leong no mesmo comunicado.

Governo ao barulho

O responsável adiantou que já apresentou queixa da situação, por diversas vezes, nos serviços públicos, mas o problema continua sem solução. Fong Ka Leong apela, por isso, ao Governo para que reveja a legislação em vigor no sentido de reforçar a regulação das empresas de administração. Isto porque responsáveis do Instituto da Habitação já declararam que os direitos dos condóminos previstos na lei são limitados e que o regime das empresas de administração de condomínios não é perfeito.

Fong Ka Leong acredita que a arbitragem poderia ser um meio eficaz para a resolução deste tipo de problemas, defendendo que a lei da protecção dos direitos e interesses do consumidor também poderia abranger estes casos.

14 Fev 2022

Economia | Ho Iat Seng apela à união para “ataque” a ano difícil

Cada vez mais modernos, belos, felizes, seguros e harmoniosos. É esta a visão para Macau do Chefe do Executivo, que pede união para concretizar os objectivos propostos. Ho prometeu ainda apoios às Pequenas e Médias Empresas

 

Apesar de um ano que se espera difícil, Ho Iat Seng prometeu um Executivo a trabalhar para diversificar a economia e apoiar as Pequenas e Médias Empresas. A mensagem foi deixada durante um discurso na Associação Comercial de Macau, na quinta-feira à noite, em que o líder da RAEM disse estar a trabalhar para “construir uma Macau moderna, bela, feliz, segura e harmoniosa”.

Segundo o Chefe do Executivo, o ano que agora começou traz “novos desafios”, e vai ficar marcado novamente por “grandes incertezas”, que justificou com a “epidemia” e a “recuperação económica mundial”. Por isso, Ho Iat Seng avisou que “Macau continuará a enfrentar uma conjuntura de desenvolvimento instável e volátil”.

Neste contexto, o dirigente defendeu que para superar a crise é preciso haver um espírito de união, e que a população tem de se mobilizar à volta do objectivo comum. “Devemos manter firme a nossa confiança e forte a nossa perseverança, trabalhar unidos e de mãos dadas, aproveitar as oportunidades, enfrentar os desafios e criar em conjunto um novo cenário para o desenvolvimento de Macau”, avisou.

Sobre as medidas com vista à recuperação económica, e numa altura em que o desemprego na RAEM atinge níveis sem paralelo desde a crise mundial de 2008, Ho insistiu, como em outras ocasiões, no facto de a recuperação económica estar dependente do cumprimento das medidas de “prevenção e controlo da pandemia”. Porém, o dirigente da RAEM prometeu “fomentar um melhor ambiente de negócios, apoiar com precisão e de forma mais aprofundada as pequenas e médias empresas, impulsionar a inovação científica e tecnológica, criar um novo regime de introdução de quadros qualificados e fortalecer constantemente as dinâmicas do desenvolvimento da RAEM”.

Acordar para a realidade

No discurso junto da influente associação de empresários, Ho Iat Seng abordou ainda o encontro de Dezembro com Xi Jinping. Segundo o relato do Chefe do Executivo, o líder máximo do país considera que a pandemia ensinou uma lição valiosa aos residentes.

“Em Dezembro do ano passado, por ocasião da minha deslocação a Pequim para apresentação do relatório anual de trabalho, o Presidente Xi Jinping afirmou que esta epidemia permitiu a todos os sectores da sociedade de Macau conhecer melhor os problemas existentes na estrutura económica, obrigando também a uma profunda reflexão sobre a direcção do desenvolvimento de Macau”, recordou Ho.

O Governo da RAEM saiu ainda de Pequim com a garantia do apoio das autoridades centrais para a “promoção da diversificação adequada da sua economia”.

Quanto ao balanço sobre 2021, Ho Iat Seng congratulou-se por ter mantido a sociedade “harmoniosa e estável”, por ter respondido “de forma eficaz ao impacto causado pelos vários casos importados” de covid-19, e por ter impulsionado o “desenvolvimento crescente da economia”.

14 Fev 2022

Talento | Song Pek Kei quer ajustes para alunos em Portugal não perderem bolsas

Numa altura em que a pandemia de covid-19 continua a afectar os residentes que optam por estudar no estrangeiro, Song Pek Kei quer que o Governo permita aos bolsistas que estão em Portugal regressarem a Macau para além dos três anos estipulados, sem prejuízo de perderem os apoios a que têm direito

 

Song Pek Kei mostra-se preocupada com o efeito que a pandemia de covid-19 está a ter sobre os residentes de Macau que optaram por estudar no estrangeiro e defende que o Governo seja mais flexível acerca da janela temporal estabelecida para os alunos bolseiros que estão a frequentar o ensino superior em Portugal, voltarem a Macau.

Em causa, apontou a deputada, está o facto de o regime do “programa de concessão de apoio financeiro para a frequência de cursos pós-graduados nos institutos superiores de Portugal” estabelecer um máximo de três anos para que os beneficiários voltem a Macau, sob pena de serem obrigados a devolver os subsídios anuais a que têm direito. Ou seja, 58.000 patacas anuais para os cursos de mestrado e 80.000 patacas para os cursos de doutoramento.

“Devido à pandemia, o ambiente de estudo fora de Macau mudou e muitos estudantes não podem regressar do estrangeiro para servir os interesses de Macau”, começou por dizer Song Pek através de uma interpelação escrita.

“Durante este período, as autoridades não ajustaram as respectivas especificações e alguns alunos já manifestaram a intenção de requerer a prorrogação do prazo para cinco anos para regressar a Macau e continuarem a estudar em Portugal. No entanto, tendo em conta que o programa de concessão de apoio financeiro (…) tem uma duração máxima de três anos e os alunos não podem regressar a Macau dentro desse prazo, os serviços competentes solicitaram a devolução da bolsa de estudo no espaço de um mês”, acrescentou.

A deputada, dado que a situação pode vir a ter um “grande impacto” no sistema de formação de quadros qualificados de Macau e na “confiança e vontade” de os alunos prosseguirem os seus estudos, sugere que o Governo classifique estes casos como “excepcionais” à luz do regime de apoios e possibilite que os residentes não se vejam obrigados a interromper o plano de estudos.

Efeitos colaterais

No contexto da necessidade de formação de quadros qualificados de Macau, Song Pek Kei considera que a forma como o regime de atribuição de bolsas funciona, nomeadamente as “limitações” estabelecidas para voltar ao território, estão a contribuir para hipotecar, tanto o desenvolvimento de talentos no estrangeiro, como o regresso desses mesmos talentos a Macau.

Além disso, a deputada alerta ainda para o facto de a zona de cooperação entre Macau e Guangdong em Hengqin poder vir a aumentar a competitividade regional, deixando o território ainda mais desfalcado em termos de talento.

“O desenvolvimento de Macau chegou a um ponto de inflexão. Limitar o desenvolvimento da educação dos alunos, é limitar a formação de quadros qualificados e enfraquecer a capacidade de formação de talentos. A zona de cooperação aprofundada (…) irá atrair muitos quadros qualificados para Macau e aumentar a concorrência regional. De que forma é que as autoridades vão equilibrar as bolsas de estudo, subsídios e o regresso de talentos, tendo em conta o objectivo de elevar as qualificações dos residentes e promover o regresso de quadros qualificados?”, questionou.

14 Fev 2022

Beijing 2022 | Ricardo Brancal e José Cabeça fazem história para Portugal no esqui

Com um 37.ª lugar na prova de slalom gigante, o estreante Ricardo Brancal obteve a melhor classificação de Portugal na modalidade. Na sexta-feira, José Cabeça classificou-se no 88º lugar da prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo, tornando-se assim também no melhor português nesta vertente

 

O esquiador português Ricardo Brancal estreou-se ontem nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 com o 37.ª lugar na prova de slalom gigante, a 28,05 segundos do vencedor, o suíço Marco Odermatt. Dois dias antes, também José Cabeça fez história para Portugal ao classificar-se no 88.º lugar da prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo, já que os dois atletas alcançaram os melhores resultados de sempre para o país nas respectivas modalidades.

Na sua primeira participação olímpica, na pista Ice River, em Yangqiing, Ricardo Brancal, de 25 anos e natural da Covilhã, conseguiu o objectivo de melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse em PeyongChang 2018 na disciplina.

Numa prova em que 40 dos 86 atletas não terminaram, Ricardo Brancal foi 46.º na primeira manga, com um tempo de 1.16,83 minutos, e foi mais lento e cauteloso na segunda descida, adiada devido à queda de neve, que fez em 1.20,57, somando 2.37,40 no conjunto das duas contagens.

A competição de esqui alpino foi arrebatada pelo líder do ‘ranking’ mundial, o suíço Marco Odermatt, que conquistou o primeiro título olímpico, seguido de perto pelo esloveno Zan Kranjec, medalha de prata, e o actual campeão do mundo, o francês Mathieu Faivre, que ganhou o bronze.

Ricardo Brancal, que antes da partida para Pequim considerava um ‘top 50’ um excelente resultado, tendo em conta o nível competitivo, e ambicionava superar o melhor lugar de Arthur Hanse, 38.º no slalom e 66.º no slalom gigante em PeyongChang 2018, considerou que podia ter feito ainda melhor, mas salientou ser “um resultado muito bom para Portugal”.

“O meu objectivo era terminar. Fisicamente, senti-me muito bem, seguro, sólido. Podia ter tirado três ou quatro segundos em cada manga, mas corria o risco de sair [de pista] e nos Jogos Olímpicos o que conta é ver a bandeira no resultado”, disse, no final da prova, Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa.

O esquiador, que tem preferência pelo slalom, competição marcada para quarta-feira, afirmou que, tendo em conta ter conseguido um 37.º lugar, “talvez arrisque um pouco mais” na disciplina em que se sente mais confortável.

O chefe de missão, Pedro Farromba, salientou que “nunca antes um português tinha feito um resultado destes”, destacando que Vanina Oliveira, José Cabeça e Ricardo Brancal cumpriram o objectivo da comitiva de melhorar as classificações das anteriores edições, e afirmou-se “muito satisfeito” e com a obrigação de cumprir uma promessa.

“Agora, vamos desfrutar deste resultado antes do slalom. Tinha dito ao Ricardo que se ele melhorasse a classificação de Portugal, eu rapava a cabeça com uma lâmina… Vou ter de o fazer”, gracejou o também presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, Pedro Farromba.

Cabeça fria

O português José Cabeça terminou na sexta-feira a prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo em Pequim 2022 na 88.ª posição e tornou-se o melhor representante luso na disciplina nos Jogos Olímpicos.

O atleta, natural de Évora, de 25 anos, terminou a competição, realizada no Centro Nacional de Cross-Country, na zona de Zhangjiakou, em 49.12,0 minutos, ou seja, a cerca de 11 minutos e 17 segundos do vencedor, o finlandês Livo Niskanen, entre 99 participantes.

O atleta finlandês juntou à medalha de bronze obtida nos 30 km no esquiatlo o título nos 15 km estilo clássico, depois de ter vencido o ouro em Sochi 2014 na velocidade por equipas e em PeyongChang 2018 ter subido ao lugar mais alto do pódio nos 50 km estilo clássico.

O russo Alexander Bolshunov, medalha de ouro nos 30 km de esquiatlo, venceu a prata nos 15 km na prova de ‘cross-country’ e o norueguês Johannes Hoesflot Klaebo, campeão olímpico na velocidade também em Pequim2022, foi terceiro. O três vezes campeão olímpico na disciplina, o suíço Dario Cologna, terminou na 44.ª posição.

Na sua primeira experiência olímpica, José Cabeça, que começou a esquiar apenas há dois anos com o intuito de chegar aos Jogos Olímpicos, tinha como objectivo alcançar a melhor classificação de sempre de um português na disciplina, meta conseguida em Pequim 2022 pelo também triatleta, que almeja ser o primeiro atleta luso a marcar presença nas edições de Inverno e de Verão.

Antes de José Cabeça, participaram na competição de esqui de fundo, nos 15 km estilo clássico, Danny Silva, 94.º classificado em Turim 2006 e 95.º em Vancouver 2010, no estilo livre, enquanto Kequyen Lam, nascido em Macau, ficou no 113.º lugar em PyeongChang 2018, no estilo livre.

Em declarações à agência Lusa, o eborense sublinhou “a dureza” da prova e os efeitos “da altitude”, mas disse ter “evoluído tecnicamente” ao longo do percurso e salientou ter ficado “à frente de atletas que fazem isto quase desde que nasceram”.

“Cheguei muito exausto, porque a prova foi muito dura, mas acho que foi algo brilhante. Estou orgulhoso do trabalho que temos feito. Conseguimos em dois meses o que alguns não fazem em dois anos. Se em dois meses fiz isto, imagino o que posso fazer em quatro anos”, realçou o atleta olímpico, referindo-se aos dois meses de treino presencial com o treinador, o norueguês Ragnar Bragvin Andresen, com quem começou a ter contacto em Maio, via ‘online’.

José Cabeça vincou que conseguir a qualificação para Pequim 2022 “já era incrível” e o pensamento está nos próximos Jogos Olímpicos de Inverno, a realizar em 2026 nas cidades de Milão e de Cortina d’Ampezzo, nos quais tem a ambição de se apresentar como “um atleta competitivo”.

 

Doping | Tribunal Arbitral do Desporto recebe recursos por Valieva

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) confirmou ter recebido os recursos do Comité Olímpico Internacional (COI) e da Agência Russa Antidopagem (RUSADA) sobre o levantamento da suspensão da patinadora russa Kamila Valieva. Valieva, de 15 anos, testou positivo a 25 de Dezembro de 2021, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas essa decisão foi mais tarde levantada.

Durante os Jogos Olímpicos de Inverno, integrou a equipa russa que conquistou a medalha de ouro na prova por equipas da patinagem artística, tendo chamado a atenção ao executar um inédito salto quádruplo.

A cerimónia de entrega de medalhas não se realizou, com o TAS a confirmar agora ter recebido os dois recursos, nomeando em breve um painel de arbitragem para decidir sobre o caso durante Pequim 2022, ainda que não anuncie qualquer data para revelar a decisão.

Entretanto, a RUSADA decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno da jovem, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.

Patinagem | Nathan Chen conquista ouro e impede “tri” de Yuzuru Hanyu

O norte-americano Nathan Chen sagrou-se na passada quinta-feira campeão olímpico de patinagem artística nos Jogos Pequim2022, numa prova em que japonês Yuzuru Hanyu falhou o objectivo de se tornar o primeiro patinador a conseguir três títulos consecutivos desde 1928.

Desta feita, Chen, de 22 anos, redimiu-se do quinto lugar alcançado nos Jogos Pyeongchang 2018, e partilhou o pódio com os japoneses Yuma Kagiyama e Shoma Uno, medalhas de prata e bronze, respectivamente. Yuzuru Hanyu, que sonhava igualar o feito do patinador sueco Gillis Grafstrom, que em 1928 conseguiu o terceiro título olímpico consecutivo, ficou em quinto lugar.

Na pista de Yanging, o austríaco Johannes Strolz, de 29 anos, sagrou-se campeão olímpico de combinado de esqui alpino, repetindo o feito alcançado pelo pai, Hubert, nos Jogos Calgary1988, e sucedendo ao compatriota Marcel Hirscher, recordista de vitórias em provas da Taça do Mundo.

Strolz, que aos 29 anos somava apenas um triunfo em taças do Mundo, partilhou o pódio com o norueguês Aleksander Aamodt Klide (prata) e com o canadiano James Crawford (bronze).

Nos 10 quilómetros de estilo clássico do esqui de fundo, a norueguesa Therese Johaug conquistou o ouro, que juntou ao conquistado na prova de esquiatlo, e aumentou para cinco a sua contagem de medalhas olímpicas.

Jaqueline Mourão, que na terça-feira se tornou a brasileira com mais participações em Jogos Olímpicos, com oito presenças, terminou a prova no 82.º lugar.

Aos 46 anos, Jaqueline Mourão soma três participações em Jogos de Verão, em provas de ciclismo de cross-country, e cinco em Jogos de Inverno.

Velocidade | Nils van der Poel de ouro e com recorde mundial nos 10.000 metros

O patinador de velocidade sueco Nils van der Poel melhorou na sexta-feira o seu próprio recorde mundial dos 10.000 metros, alcançando o ouro nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, cinco dias depois de ter estabelecido também o recorde olímpico nos 5.000 metros.

Depois de em Dezembro passado ter conseguido a melhor marca mundial dos 5.000 metros, o sueco, de 22 anos, estabeleceu há poucos dias o máximo olímpico da distância, e hoje melhorou a marca mundial dos 10.000, que lhe pertencia desde Fevereiro do ano passado.

Nils van der Poel patinou em 12.30,74 minutos, marca que retirou mais dois segundos ao anterior máximo (12.32,95) e deixou o holandês Patrick Roest a 13,85 segundos e o italiano Davide Ghiotto a 15,24, com as medalhas de prata e bronze, respectivamente. O canadiano Ted-Jan Bloemen, que defendia o título olímpico, foi sexto, a 30,65 segundos do sueco.

Nos 1.000 metros de patinagem em pista curta, a holandesa Suzanne Schulting alcançou o ouro, pouco depois de ter estabelecido novo recorde mundial nos quartos de final (1.26,514 minutos).

Na final, a holandesa cronometrou 1.28,391, impondo-se à sul-coreana Choi Minjeong, que foi prata, e à belga Hanna Desmet, medalha de bronze. A italiana Arianna Fontana, que na segunda-feira consolidou o estatuto de patinadora de velocidade mais medalhada nas provas de pista curta em Jogos Olímpicos de Inverno, ao revalidar o título de campeã dos 500 metros e somar o 10.º ‘metal’, foi desqualificada.

No biatlo, a norueguesa Marte Olsbu Roiseland alcançou a sua terceira medalha nos Jogos Pequim 2022, ao conquistar o ouro na prova de sprint de 7,5 quilómetros. Isto, depois de conquistar o ouro na prova de estafeta mista e o bronze na distância de 15 quilómetros.

Agenda para hoje

Bobsled (a partir das 09h30) – Medalhas
Combinado Nórdico (14h00)
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (11h00)
Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10)
Patinagem Artística (09h15) – Medalhas
Saltos de Esqui (a partir das 18h00) – Medalhas
Snowboard (a partir das 9h30)

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

14 Fev 2022

Quarentenas | Aumento de número de hotéis em estudo 

O Governo pretende aumentar o número de hotéis disponíveis para a realização de quarentenas numa altura em que há relatos de falta de vagas. Hotel Tesouro ainda tem quartos disponíveis, mas há estudantes de Macau em Hong Kong sem conseguirem regressar ao território por não terem vaga para a quarentena obrigatória

 

O Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus pretende encontrar mais hotéis para a realização de quarentenas no território, numa altura em que surgem testemunhos da falta de vagas para quem viaja para Macau. Na conferência de imprensa de ontem, Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro, adiantou que está a ser feito um levantamento da situação, mas que, a curto prazo, será difícil disponibilizar mais quartos.

“A Direcção dos Serviços de Turismo está a tentar encontrar mais hotéis para a observação médica, mas os hotéis têm de cumprir determinadas exigências dos Serviços de Saúde de Macau. Num curto período de tempo não podemos aumentar muito o número de quartos”, disse. A mesma responsável adiantou que o Hotel Tesouro ainda tem quartos disponíveis.

Actualmente, existe um grupo de estudantes de Macau em Hong Kong que não consegue regressar ao território por não encontrar uma vaga para a realização da quarentena. Até ao momento, o Governo recebeu 11 pedidos de consulta, sendo que ainda não há uma data de regresso para estes alunos.

Passe em estudo

Os responsáveis do Centro de Coordenação foram também ontem questionados sobre a possibilidade de Macau aderir ao passe de vacinação, tal como acontece em Hong Kong. Isto porque, a partir do dia 24 deste mês, será obrigatória a vacinação em Hong Kong para a entrada em alguns locais.

“Não descartamos a hipótese quando a situação pandémica em Macau for grave. Temos vindo a estudar [a medida] e quando tivermos um calendário vamos divulgar [as informações] o mais rapidamente possível”, disse Leong Iek Hou.

Relativamente às viagens de funcionários públicos nos feriados do ano novo chinês, os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) vão proceder a uma contagem daqueles que saíram. Leong Iek Hou referiu que foram poucos os que viajaram e fez um apelo para que “os empregadores ou chefes [de departamentos de serviços públicos] cumpram o dever de conhecer o historial de viagem e contactos dos trabalhadores, devendo prestar especial atenção aos trabalhadores que viajaram no período do ano novo chinês”, tendo em conta a “nova vaga pandémica em cidades da China e em Hong Kong”.

Outra das medidas anunciadas, prende-se com o facto de, desde ontem, ser decretada uma quarentena obrigatória de 14 dias para quem tenha estado em alguns locais da China, como é o caso do Grupo 2 da Aldeia de Xiyuanzi, na Vila de Chengjiao do Condado de Suizhong, em Huludao, cidade da província de Liaoning. Também desde ontem, estão canceladas as medidas preventivas para viajantes de zonas de cidades chinesas como Tianjin, Xangai ou Pequim, entre outras.

Covid-19 | Residente vindo da Turquia testa positivo ao fim de três dias

Um residente de Macau de 55 anos proveniente da Turquia, via Emirados Árabes Unidos e Singapura teve um resultado “positivo fraco” à covid-19 na passada terça-feira, ou seja, três dias depois de chegar ao território, no sábado. Um novo teste realizado na quarta-feira acusou negativo, tendo sido classificado como um “caso importado de infecção assintomática”. Até testar positivo, o paciente esteve durante três dias no Hotel Tesouro, designado para a observação médica, onde testou negativo por mais duas vezes. Após o resultado positivo, foi transportado de ambulância para o Centro Clínico de Saúde Pública em Coloane. O paciente, que se encontra inoculado contra a covid-19 com três doses da vacina da BioNTech, nunca apresentou qualquer sintoma relacionado com a doença e negou qualquer historial de infecção.

11 Fev 2022

MGM China | Receitas líquidas subiram para 1,2 mil milhões dólares de HK

A melhoria não significa que a concessionária consiga apresentar resultados positivos, depois das perdas de 5,2 mil milhões de dólares de Hong Kong no ano passado

 

As receitas líquidas da MGM China subiram para os 1,2 mil milhões de dólares de Hong Kong no ano passado. Os resultados da concessionária foram apresentados ontem, num comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong. As receitas líquidas são o total do montante gerado pelo negócio, ao qual são subtraídos custos com devoluções, reembolsos, descontos, entre outros.

O número representa um aumento das receitas líquidas de 84 por cento face a 2020, o primeiro ano da pandemia, em que este valor se tinha fixado em 656,7 milhões de dólares de Hong Kong. Em 2020, a MGM China tinha registado perdas de 5,2 mil milhões de dólares para os accionistas, um indicador que ontem ainda não foi revelado. Tal só deverá acontecer com a publicação do relatório anual.

Na apresentação dos resultados, William Hornbuckle, presidente da MGM International, empresa-mãe da MGM China, mostrou-se animado com as perspectivas para o futuro. “Apesar de o ambiente operacional continuar a ser cortante a devido a factores variados como as restrições de viagem e as mudanças estruturais no segmento VIP, a MGM China alcançou um recorde de 14 por cento de quota do mercado”, afirmou Hornbuckle.

Por outro lado, o responsável destacou o processo de atribuição das concessões, depois das alterações à lei do jogo terem sido aprovadas, na especialidade, na Assembleia Legislativa. “É importante destacar, que os desenvolvimentos construtivos à volta do processo da renovação das concessões servem para reafirmar a nossa confiança no Governo e na capacidade de conduzir o processo de forma justa”, vincou.

Mais do mesmo

Quanto ao presente ano, o director das operações da MGM China, Hubert Wang, admitiu esperar uma recuperação lenta, devido à política de controlo da covid-19 no Interior. De acordo com as explicações avançadas aos analistas, enquanto as restrições não forem levantadas é difícil ver as receitas do jogo a subirem para níveis próximos daqueles registados antes da pandemia.

Hubert Wang abordou igualmente a campanha contra os junkets promovida pelo Governo de Macau, com as detenções de Alvin Chau, dono da Suncity, e Levo Chan, principal accionista da Tak Chun.

Segundo Wang, o cenário representa uma oportunidade, uma vez que os jogadores podem ser absorvidos pelas concessionárias, e tornarem-se em jogadores do segmento premium de massas.

“Por agora, acho que todos os junkets que operavam no modelo tradicional deixaram de existir em Macau. Por isso, os jogadores e agentes que trabalhavam com os junket estão à procura de um lugar no mercado para se estabelecerem”, explicou Wang.

Estes jogadores são assim uma das apostas para a MGM China. “A nossa prioridade é o mercado de massas, porque sabemos que é o futuro do jogo em Macau. A nossa segunda prioridade passa por absorver tanto quanto possível esses jogadores e transformá-los em clientes do mercado de massas”, acrescentou.

11 Fev 2022

Autocarros | População baixou nota da avaliação das empresas

Apesar da descida da nota das empresas, o director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego considera que o Governo está satisfeito com as prestações de Transmac e TCM

 

O facto de o Governo ter passado a ouvir mais as opiniões da população sobre o serviço de autocarros levou a uma redução das avaliações das operadoras. De acordo com os dados apresentados ontem, no final do Conselho Consultivo do Trânsito, quando as opiniões da população só contavam 10 por cento para a nota final, as classificações de Transmac e TCM eram ambas de nível “B”, numa escala que tem como nota máxima o A.

Com as opiniões a contribuírem para 40 por cento, desde o primeiro semestre do ano passado, a nota de Transmac caiu para B menos, e a da TCM para C mais.

A redução das avaliações, mostra que antes das mudanças de critérios havia um desfasamento entre as avaliações do Governo e da população. Contudo, Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, recusou fazer comparações. “Eu até acho que houve uma melhoria no serviço. Mas, como mudámos os critérios de avaliação acho que é difícil fazer uma comparação directa”, afirmou Lam, que tinha ao seu lado representantes das duas empresas.

“Estamos satisfeitos com a avaliação. Sabemos que há sempre espaço para melhorar. Também temos de ter em conta que a população tende sempre a ser mais exigente”, apontou o director da DSAT. “Nós vamos acompanhar essas exigências, mas os nossos dados mostram que os tempos de espera pelos autocarros foram reduzidos. E as companhias de autocarros merecem esse elogio”, completou.

A avaliação apresentada ontem só reflecte os dados para o primeiro semestre de 2021. Os da segunda metade do ano ainda não estão disponíveis.

Fazer mais com menos

Segundo os dados apresentados, no ano passado, a Transmac e a TCM receberam 688,2 milhões de patacas e 694,4 milhões de patacas, respectivamente, entre subsídios do governo e receitas com a venda de bilhetes.

Para os cofres do RAEM, os apoios representaram uma despesa de cerca de 1,1 mil milhões de patacas e Lam Hin San mostrou-se satisfeito com por ter havido uma redução do financiamento com dinheiro da RAEM às empresas de autocarros. “Com os novos contratos com as companhias de autocarros que entraram em vigor no ano passado o financiamento do Governo foi de 1,1 mil milhões de patacas, ou seja, os novos contratos permitiram poupar 30 milhões de patacas”, afirmou Lam. “E mesmo os 1,1 mil milhões são o montante orçamentado, o que significa que não foi todo gasto”, congratulou-se.

No ano passado, houve ainda um aumento do número de passageiros para 193 milhões, no que representou uma subida de 16 por cento face a 2020, quando tinham sido registados 166 milhões de passageiros.

Outra subida assinalável, aconteceu ao nível dos acidentes imputáveis às companhias de autocarros. No ano passado, houve um total de 544 acidentes, um valor que subiu um terço, face a 2020, quando tinham sido registados 409 acidentes.

Cadeira-de-rodas e passadeiras

O Governo está a estudar limitar a velocidade das cadeiras-de-rodas a 6 quilómetros por hora. A notícia foi avançada ontem Lam Hin San, mas a medida ainda está a ser estudada. Por outro lado, o Governo tem planos de criar mais passadeiras diagonais, que permitam atravessar cruzamentos de forma diagonal, nomeadamente no cruzamento da Avenida do Coronel Mesquita com a Rua de Silva Mendes.

11 Fev 2022

Eleições legislativas | PS vence no círculo da China com 29% dos votos

Ao reunir 29,87 por cento do total dos 4.202 votos recolhidos nos postos consulares da China, o PS foi o partido mais votado, ao contrário do que aconteceu em 2019. PSD reuniu 25,56 por cento dos votos e em terceiro lugar ficou o Chega. Contagem de votos no estrangeiro envolta em polémica após PSD estar contra a validação de votos sem cópia do documento de identificação. Consulado em Macau diz estar a par da situação e de ter difundido “devidamente” todas as orientações

 

O Partido Socialista (PS) foi o mais votado no círculo da China, a contar para as eleições legislativas portuguesas para a Assembleia da República que decorreram no dia 30 de Janeiro.

Segundo os dados oficiais divulgados ontem, de um universo de 4.202 votos, o PS mereceu a confiança de 1.255 eleitores, ou seja, de 29,87 por cento dos inscritos nos postos consulares da República Popular da China, onde se insere Macau. Com 25,56 por cento dos votos (1.704), o Partido Social Democrata (PSD) foi o segundo mais votado no círculo da China.

Os resultados apurados ontem traduzem uma inversão no sentido de voto registado nas legislativas de 2019, quando o PSD foi o partido mais votado com 32,89 por cento dos votos (1.138) e o PS ficou no segundo lugar com 17,28 por cento dos votos (598).

Voltando a 2022, o terceiro lugar foi garantido pelo Chega, que mereceu a confiança de 7,64 por cento dos votantes (321), uma subida de relevo, dado que em 2019 o partido recebeu 26 votos e ocupava a 14.ª posição. Na quarta posição ficou o Pessoas Animais e Natureza (PAN) com 6,35 por cento dos votos (267), seguindo-se o PCP-PEV (3,21 por cento), Iniciativa Liberal (3,12 por cento), o Nós Cidadãos (2,97 por cento), o Livre (2,69 por cento) e o Bloco de Esquerda (2,48 por cento). Já o CDS-PP, obteve 1,36 por cento dos votos, tendo passado de quarta força mais votada no círculo da China para a 12ª.

Quanto à taxa de abstenção registada no Círculo da China, esta foi de 93,4 por cento, dado que votaram apenas 4.202 eleitores de um total de 63.700 inscritos. Houve ainda 210 votos em branco e 76 votos nulos.

Contas feitas junto dos restantes círculos fora da Europa, foram eleitos os deputados Maló de Abreu (PSD) e Augusto Santos Silva (PS). De referir, que na votação geral do círculo fora da Europa o PSD foi o partido mais votado com 37,46 por cento dos votos (24.143), seguido do PS, que recolheu 29,76 por cento dos votos (19.181). Pelo círculo da Europa foram eleitos os deputados Paulo Pisco (PS) e Maria Ester Vargas (PSD).

Vale ou não vale?

Ainda a contagem dos votos dos emigrantes nas legislativas não tinha começado e já despontava a polémica em torno da validação ou não dos boletins que não estavam acompanhados de cópia do documento de identificação do eleitor, como exige a lei. Em causa está uma reclamação apresentada pelo PSD na passada à Comissão Nacional de Eleições (CNE) contra a validação dos votos que não estavam acompanhados do respectivo comprovativo de identificação.

Por seu turno, segunda a agência Lusa o PS acusou o PSD de “oferecer um espetáculo degradante” ao tentar invalidar os votos sem cópia do cartão de cidadão (CC), quando todos os partidos, incluindo o próprio PSD, decidiram, em reunião com a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), que seriam validados todos os votos, mesmo que viessem sem cópia do CC.

A cabeça de lista do PSD no círculo da Europa, Maria Ester Vargas, disse que o partido esteve desde o início da contagem de votos da emigração, a apelar às mesas que não juntassem nas urnas os boletins de voto que não tinham cópia do cartão de cidadão do eleitor e os deixassem de lado para serem “analisados posteriormente”.

Os votos recolhidos em pelo menos 21 das mais de 100 mesas que estiveram desde terça-feira a contar os votos dos emigrantes foram anulados na sequência do protesto do PSD, acusou na quarta-feira o deputado socialista, Paulo Pisco.

Contactado pelo HM, o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong garantiu estar a par da situação, frisando que a competência legal para a resolução do assunto pertence à CNE. Além disso, a representação consular em Macau assegurou ainda ter recebido, antes das eleições, “instruções e orientações” para garantir que os eleitores fizessem acompanhar o seu voto de uma cópia do cartão de cidadão. “Recebemos instruções e orientações que foram devidamente difundidas”, pode ler-se na resposta enviada ao HM.

O resultado definitivo da contagem dos votos dos emigrantes nas legislativas pode ser conhecido apenas na próxima terça-feira, caso algum partido recorra dos números apurados. Cenário esse, muito provável já que, segundo a Lusa, o PS tenciona recorrer, junto do Tribunal Constitucional.

11 Fev 2022

Pequim 2022 | Lindsey Jacobellis conquista ouro que lhe fugiu há 16 anos

Após ter falhado por pouco o título olímpico em Turim 2006, a norte-americana Lindsey Jacobellis conquistou, em Pequim, a medalha de ouro no snowboard cross 16 anos depois. “Se tivesse conquistado o título [em 2006], provavelmente teria deixado de competir”, confessou após a vitória. Dupla alemã Tobias Wendl e Tobias Arlt vencem no luge e sagram-se tricampeões olímpicos. Eslováquia estreia-se nas medalhas com vitória no esqui alpino

 

Com Lusa

A norte-americana Lindsey Jacobellis, de 36 anos, sagrou-se campeã olímpica na modalidade de snowboard cross, nos Jogos Olímpicos Pequim 2022, 16 anos depois de uma queda lhe ter “roubado” o lugar mais alto do pódio em Turim.

Nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, Lindsey Jacobellis, uma das grandes estrelas da modalidade, parecia ter tudo para alcançar o ouro na prova de snowboard cross, que se estreava no programa olímpico. No entanto uma queda no penúltimo salto deixou-a “apenas” com a prata.

Na quarta-feira, a pista de Zhangjiakou, na China, foi o palco da consagração da norte-americana, que partilhou o pódio com a francesa Chloe Trespeuch e a canadiana Meryeta O’Dine, medalhas de prata e bronze, respectivamente.

Desde a prata em Turim, aos 20 anos, no que era o seu único pódio olímpico até hoje, Lindsey Jacobellis foi somando sucessos, incluindo cinco títulos e 31 vitórias em provas da Taça do Mundo.

Na sua quinta participação em Jogos Olímpicos de Inverno, a atleta do Connecticut admitiu, depois do triunfo, que se tivesse conquistado o ouro há 16 anos, muito provavelmente, já não estaria a competir ao mais alto nível.

“Se tivesse conquistado o título [em 2006], provavelmente teria deixado de competir. Naquela altura, já não estava a divertir-me, havia muita pressão sobre os meus ombros, para me tornar a ‘menina de ouro’ e para uma jovem atleta é muito difícil lidar com isso”, explicou.

Em 2006, tudo foi fácil para Jacobellis, e até duas das principais adversárias deram uma ajuda ao caírem durante a final, quando no penúltimo salto uma espécie de comemoração antecipada a fez perder o equilíbrio, falhar a aterragem e ser ultrapassada pela suíça Tanja Frieden, que se sagrou campeã.

Na altura, a norte-americana justificou o gesto como “uma manobra necessária para recuperar o equilíbrio devido ao vento”, mas, mais tarde, acabou por contar outra versão.

“Deixei-me levar pelo momento. Nem sequer pensei duas vezes, estava a divertir-me e é isso que o snowboard deve ser. Estava na frente, quis partilhar o meu entusiasmo com o público, fiz asneira, acontece!”, reconheceu.

Não há duas sem três

Sem dar margem à concorrência ao longos dos anos, os alemães Tobias Wendl e Tobias Arlt conquistaram o tricampeonato Olímpico nas duplas de luge, ao arrecadarem o ouro nos Jogos de Inverno Pequim 2022, na quarta-feira. Isto, depois de a dupla ter vencido em Sochi 2014 e PyeongChang 2018. Toni Eggert e Sascha Benecken, também da Alemanha, ficaram com a prata, ao passo que os austríacos Thomas Steu e Lorenz Koller arrecadaram o bronze.

A vitória histórica foi garantida após Wendl e Arlt terem percorrido as duas descidas da estância de gelo de Yanqing com um tempo total de 1min56s554, ou seja, 0s099 à frente de seus compatriotas Eggert e Benecken, quatro vezes campeões mundiais e actuais detentores do título.

A conquista é histórica pois é primeira vez que a mesma dupla consegue ganhar consecutivamente por três ocasiões um evento dos Jogos Olímpicos de Inverno. De frisar ainda que Arlt e Wendl, nascidos com duas semanas de diferença entre si, competem juntos desde os 13 anos de idade.

“É difícil explicar o que estou a sentir neste momento, é simplesmente incrível. Mal podemos acreditar, é um sonho. Tivemos uma temporada complicada e um início difícil aqui. Neste momento, é inacreditável,” disse Arlt ao Olympic Channel.

“Precisamos de alguns dias para nos acalmar e reflectirmos sobre o que conseguimos alcançar”, acrescentou.

Wendl e Arlt começaram a confirmar o favoritismo desde o início da prova, terminando a primeira descida com 58s255, que se assumiu como novo recorde da pista em Yanqing. A diferença para os compatriotas Eggert e Benecken foi pequena (58s300), com os austríacos Steu e Koller a ficarem na terceira posição (58s426). No entanto, na segunda e decisiva descida, as posições mantiveram-se inalteradas, consagrando Wendl e Arlt como tricampeões olímpicos.

Com um total de cinco medalhas obtidas, três nas duplas do luge e mais duas nas estafetas por equipas, a dupla alemã entra também para a história dos Jogos Olímpicos de Inverno, como aquela que mais ouros conquistou na modalidade.

Estreia de ouro

A Eslováquia conquistou a sua primeira medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, após Petra Vlhová, de 26 anos, ter vencido a medalha de ouro na modalidade de esqui alpino. Líder do ranking mundial ao longo da temporada, Petra Vlhová começou por executar uma primeira descida abaixo do esperado, mas acabou por não ceder à pressão na segunda tentativa, onde retirou 80 centésimos ao tempo estabelecido inicialmente (52s89). A austríaca Katharina Liensberger assegurou a medalha de prata, e a suíça Wendy Holdener conquistou o bronze.

“Dei tudo o que tinha e no final das contas sou campeã Olímpica”, comemorou Vlhová. “É difícil dizer o que significa para mim agora. Sonhei toda a minha vida em ganhar os Jogos Olímpicos”, confessou ao Olympic Channel.

Vlhová chegou a Pequim na sua melhor forma, naquela que foi a sua participação Olímpica e após ter alcançado como melhor resultado um quinto lugar em PyeongChang 2018. Nos últimos quatro anos a atleta conquistou quatro títulos nas competições da Taça do Mundo e cinco medalhas em Mundiais. “Nesta temporada conseguiu ser fui muito forte e hoje dei tudo”, acrescentou a campeã.

Patinadora russa Valieva testou positivo em Dezembro a substância proibida – ‘media’

A patinadora olímpica russa Kamila Valieva testou positivo para um medicamento cardíaco proibido, antes da chegada aos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, noticiaram vários meios de comunicação russos, segundo a agência Lusa.

A confirmar-se, fica em risco a medalha de ouro da equipa russa de patinagem artística que a jovem, de 15 anos, ajudou a conquistar na segunda-feira, na prova de estilo livre de equipas.

A substância detectada, segundo a imprensa russa, é um medicamento utilizado para tratar problemas cardíacos que não contribui para melhorar o desempenho desportivo. O teste foi alegadamente realizado em Dezembro.

A imprensa acrescentou que, devido ao teste positivo, a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno decidiu suspender a cerimónia de entrega das medalhas do torneio de patinagem artística por equipas.

À espera de confirmação

Enquanto os treinadores e a federação russa recusaram adiantar quaisquer comentários, o Ministério do Desporto russo considerou prematuro denunciar um caso de “doping” antes de uma confirmação oficial.

“A posição da Federação Russa é a luta constante e consistente contra qualquer tipo de violação das regras desportivas e da ética olímpica”, afirmou.

A lendária treinadora Tatiana Tarasova recusou-se a acreditar que Valieva esteja envolvida num caso de doping: “Não acredito nisso. Não. Não acredito nesta loucura. Não pode ser. Ela é uma jovem (…) fantástica e uma atleta fantástica. Kamila não tomou nada”.

Neste momento, a Rússia tem 11 medalhas na tabela geral dos Jogos Olímpicos de Inverno: duas de ouro, três de prata e seis de bronze.

Valieva, campeã europeia, fez manchetes em todo o mundo quando realizou na capital chinesa pela primeira vez na história um salto quádruplo.

Os atletas russos estão em Pequim a competir como “Comité Olímpico Russo”, depois de o país ter sido banido devido a um enorme esquema de ‘doping’ patrocinado pelo Estado nos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi (Rússia) de 2014.

Portugal | José Cabeça estreia-se hoje no esqui de fundo

O português José Cabeça entra hoje em competição nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 nos 15 Km clássicos no esqui de fundo, naquela que é a sua estreia olímpica. Após Vanina Oliveira se ter estreado nos Jogos Olímpicos de Inverno na segunda-feira, com um 43.º lugar no slalom gigante e de não ter terminado a prova de slalom dois dias depois após falhar uma porta, o chefe da missão portuguesa em Pequim disse que a comitiva estava “triste”, mas focada na participação de hoje no esqui. “É um desporto difícil, que tem destas coisas. Quando se erra, já não dá para recuperar nada. Agora, vamos focar-nos no Zé Cabeça”, referiu o chefe de missão, em declarações à agência Lusa. A competição de 15 Km clássicos no esqui de fundo está agendada para as 15h00.

Agenda para hoje

Biatlo (17h00) – Medalhas
Bobsled (a partir das 14h10)
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (11h00) – Medalhas
Esqui Cross-Country (15h00) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10)
Patinagem de Velocidade (16h00) – Medalhas
Patinagem de Velocidade em Pista Curta (a partir das 19h00) – Medalhas
Saltos de Esqui (17h45 e 19h00)
Skeleton (a partir das 9h30) – Medalhas
Snowboard (a partir das 9h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

11 Fev 2022

Pandemia | Preocupação com saúde mental dos trabalhadores

O Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais, Sheng Kung Hui, diz que os pedidos de apoio psicológico relacionados com questões financeiras aumentaram 10 por cento em relação ao período antes da pandemia. Insónias, ansiedade e depressão são os principais sintomas apontados. FSS diz que entre Janeiro e Outubro do ano passado, 22 desempregados receberam subsídios para obter formação profissional

 

O Chefe do Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais Sheng Kung Hui de Macau, Ip Kam Po, está preocupado com os efeitos que a pandemia está a ter nos trabalhadores das empresas locais, sugerindo que as entidades patronais prestem mais atenção à saúde mental e física dos colaboradores.

Além disso, o responsável pela associação ligada à igreja anglicana, espera que as empresas do território se mostrem mais disponíveis para cooperar com os serviços sociais locais, com o objectivo de “organizar actividades que apoiem de forma relevante os funcionários”.

De acordo com o jornal Ou Mun, Ip Kam Po justificou a tomada de posição com o facto de o volume de pedidos de ajuda recebidos pela associação que chefia ter aumentado em cerca de 10 por cento relativamente ao período antes da pandemia. O responsável revelou ainda que a maioria das sessões de apoio visaram atender preocupações económicas e o pagamento de dívidas e que os trabalhadores apresentaram sintomas como insónias, ansiedade e depressão.

Dirigindo-se ao Governo, Ip Kam Po espera que as autoridades lancem medidas de apoio dirigidas às empresas e a pensar na saúde mental e física dos trabalhadores. Já da parte da associação Sheng Kung Hui, revelou, será feito um estudo para avaliar a condição dos colaboradores do território nesses parâmetros e divulgado um vídeo de sensibilização. Desde que começou a prestar serviços de apoio a funcionários das empresas de Macau em 2010, o organismo já acolheu mais de 130 mil pessoas, dos quais 90 por cento eram trabalhadores locais.

E quem não trabalha?

Noutro espectro do mercado laboral, neste caso referente ao universo de desempregados que tem vindo a aumentar a reboque da pandemia, o Fundo de Segurança Social (FSS) revelou em resposta a uma interpelação do deputado Lei Chan U que entre Janeiro e Outubro do ano passado, houve um total de 22 casos subsidiados sob o enquadramento do “Regulamento dos Incentivos e Formação aos Desempregados”.

O apoio, que se traduz num montante de subsídios concedidos no valor de 157 mil patacas, revela “um aumento” em relação a 2020. Em termos totais, o saldo de dotação específica do “Regulamento dos Incentivos e Formação aos Desempregados” que está ainda a ser gerido pelo FSS, é de cerca de 103 milhões de patacas, revela ainda o organismo.

No que diz respeito à revisão do plano de apoio aos desempregados, o FSS diz apenas que a viabilidade de uma eventual alteração à lei e à sua operabilidade está a ser coordenada em conjunto com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL).

10 Fev 2022

Orquestra | IC envia 22 trabalhadores para a nova sociedade

A Sociedade Orquestra de Macau conta desde o início do mês com 22 trabalhadores do Instituto Cultural, que vão permanecer na empresa pública durante um ano

 

O Instituto Cultural (IC) nomeou 22 trabalhadores para serem enviados em comissão de serviço para a recém-criada Sociedade Orquestra de Macau. O anúncio foi publicado ontem através de um despacho em Boletim Oficial, assinado pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U.

“São nomeados os 22 trabalhadores do Instituto Cultural, constantes da tabela em anexo para exercer funções, em comissão eventual de serviço, na Sociedade Orquestra de Macau, Limitada, pelo período de um ano, a partir de 1 de Fevereiro de 2022”, pode ler-se no texto do despacho.

O HM contactou o IC, para perceber as funções desempenhadas por estes trabalhadores e tentar perceber a razão de não terem sido despedidos e contratados pela nova orquestra, como aconteceu com os músicos, mas até ao fecho da edição não recebeu qualquer resposta.

Segundo o anúncio publicado ontem no Boletim Oficial, os trabalhadores vão manter os respectivos salários e benefícios com o IC a assumir as despesas: “A remuneração mensal de cada um dos trabalhadores referidos […] é a correspondente à dos cargos de origem no Instituto Cultural, a quem caberá suportar as respectivas remunerações e os encargos com os descontos […] para efeitos de assistência na doença, aposentação e sobrevivência ou previdência, na parte respeitante à entidade patronal”, é referido. O despacho apresenta também os nomes dos trabalhadores afectados com a mudança.

Processo polémico

O processo da extinção da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau e a transferência dos respectivos músicos para uma empresa com capitais públicos tem sido marcado por várias polémicas.

A medida serviu como pretexto para despedir o maestro chinês Lu Jia, que em declarações à TDM, admitiu ter ficado a saber do despedimento através de amigos, ainda antes de ter havido qualquer comunicação oficial.

Além disso, aos trabalhadores não-residentes foi igualmente feito um ultimato: ou assinavam um documento com a transferência para a nova empresa ou tinham de deixar o território. Os documentos da transferência foram assinados sem que houvesse informações sobre os salários nem outros direitos laborais. Ao longo das reuniões para explicar as mudanças, os músicos não-residentes saíram sempre com mais dúvidas do que respostas.

Quanto aos músicos residentes, o IC garantiu que foram despedidos, com direito a receberem as respectivas compensações, mas que seriam contratados pela nova empresa.

Durante o processo turbulento com as orquestras, houve ainda tempo para uma troca na presidência no Instituto Cultural com a saída de Mok Ian Ian e a promoção da vice-presidente Deland Leong Wai Man.

A troca nunca foi explicada oficialmente, e Elsie Ao Ieong U também não prestou declarações durante a tomada de posse de Deland Leong. No entanto, a relação entre Mok Ian Ian e a secretária Elsie Ao Ieong U nunca foi fácil. Mok tinha sido uma escolha de Alexis Tam, antecessor de Elsie, e o facto terá pesado sempre na relação entre as duas.

10 Fev 2022

Canídromo | Francisco Manhão destaca oportunidade para desenvolver desporto

O ex-presidente da Associação de Veteranos de Futebol defende que o Canídromo deve ser aproveitado para lançar um novo centro desportivo que permita ao desporto de Macau internacionalizar-se e finalmente obter resultados

 

Francisco Manhão, ex-presidente da Associação de Veteranos de Futebol, apelou ao Governo para assumir as rédeas do desporto local e criar um projecto de internacionalização com resultados desportivos. Para este fim, Manhão considera que o Canídromo é fundamental e que deve ser dotado de instalações para as diferentes modalidades.

Anteriormente, o Governo tinha anunciado que pretendia utilizar o Canídromo para desenvolver espaços para as escolas. Contudo, o projecto foi abortado, numa decisão elogiada por Manhão. “Fiquei satisfeito com a decisão do Governo de manter o Canídromo. Para mim, estamos a falar do espaço desportivo mais importante de Macau e também aquele que é o mais antigo e tradicional”, reconheceu, em entrevista ao HM.

“O Canídromo é uma oportunidade para Macau desenvolver o desporto, através da criação de infra-estruturas para finalmente se conseguir competir a nível internacional. Ainda há tempos ouvi o Presidente Xi, num discurso, a dizer que o desporto tem de ser uma aposta”, afirmou Manhão. “E como é que se pode desenvolver o desporto? De certeza que não chega apenas recuperar o campo, o balneário e as bancadas. É preciso mais”, vincou.

Para Manhão, o projecto deve passar pela aposta na construção de campos para modalidades como voleibol, andebol, fustal, além do futebol de onze, assim como num centro médico feito a pensar nos atletas, com piscina para tratar lesões. “É muito importante que os atletas tenham um espaço para poderem recuperar e receber todos os cuidados necessários”, justificou.

Para expandir

Além das instalações desportivas, o ex-presidente da associação defendeu a construção de alojamentos para os atletas, à semelhança do que aconteceu com o centro de alto rendimento, no Cotai.

Questionado sobre se os dois projectos não seriam redundantes, Manhão recusou o cenário por considerar que as novas instalações não resolveram o problema da falta de espaços para as diferentes modalidades.

Quanto à gestão do projecto, o macaense considerou que o Instituto do Desporto deveria entregar a gestão às diferentes associações, que tratariam dos pedidos para a utilização das instalações. “O Instituto do Desporto ficava com o papel de supervisão, mas como eles têm tantas tarefas, e recebem tantos pedidos, era mais fácil para todos se fossem as associações a gerirem os pedidos para os seus membros. Haveria menos burocracia e seria mais eficaz”, indicou.

Cultura de exigência

Sobre o desporto local, Francisco Manhão defendeu que é essencial uma maior intervenção do Governo para criar uma cultura de exigência de resultados, que não existe actualmente.

“Não temos desporto com qualidade. Há cinquenta anos que oiço que não há problema face à ausência de resultados porque se está a ganhar experiência. É uma resposta que não resolve nada”, sublinhou. “É um discurso que impede que se evolua e que faz com que Macau nunca tenha capacidade para competir internacionalmente”, acrescentou.

Por isso, Manhão considera que tem de ser o Governo a apostar num novo modelo de desenvolvimento, criar o estatuto de atleta de alta competição, com carreiras atractivas, e enviar os jovens e técnicos para o exterior, onde podem ser formados com os melhores profissionais. “Se olharmos para Hong Kong, vemos que o que conseguiram alcançar a nível internacional, e ganham medalhas em competições a nível mundial, tudo isso se deve a muito trabalho e à aposta no desporto. Temos de seguir o exemplo”, apontou.

O ex-presidente da Associação de Veteranos de Futebol disse ainda que podem ser feitas parecerias para formação de técnicos e atletas com os países mais desenvolvidos. “Se pensarmos no futebol, Alemanha, Inglaterra ou Portugal são boas hipótese. Se quisermos ver o caso do voleibol, a China é um bom destino para se aprender”, afirmou.

Claro para Francisco Manhão, é que o projecto do Canídromo tem de ser central para o desporto em Macau poder dar um salto qualitativo e poder chegar a um nível que seja efectivamente internacional.

10 Fev 2022

DSAL | Coutinho vai levar despedimento de 521 trabalhadores à AL

No seguimento de não ter sido recebido pela DSAL após sucessivas tentativas, José Pereira Coutinho vai levar o caso dos 512 trabalhadores despedidos de uma obra no Cotai, à Assembleia Legislativa. Para o deputado, a situação é demonstrativa da falta de “transparência” e “responsabilidade” das entidades oficiais. Trabalhadores afectados continuam desempregados

 

O deputado José Pereira Coutinho vai levar à Assembleia Legislativa (AL), o caso dos 512 trabalhadores despedidos de uma obra no Cotai, que se manifestaram a 27 de Janeiro à porta da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) para apresentar queixa. Contactado pelo HM, o deputado apontou não haver outra saída possível para a situação, dado que, desde o dia em compareceu à porta da DSAL e acabou por não ser recebido pelos responsáveis, procurou agendar novos encontros com o organismo, acabando por ver todos eles recusados.

“No dia seguinte [à concentração] fiz outro pedido e também foi negado. Até hoje estou à espera que façam alguma coisa e, perante isto, não tenho outra solução senão levar o assunto à AL. Os dirigentes da DSAL não se atreveram até hoje a encontrar-se com um deputado. Isto só demonstra opacidade, falta de transparência, de coragem e de responsabilidade por parte das entidades oficiais”, começou por dizer.

“Ainda ontem estive reunido com representantes dos trabalhadores despedidos. Estamos a recolher muita informação e eu estou, entretanto, a preparar um documento para enviar ao Governo e estamos a ver ainda qual será a melhor modalidade [interpelação escrita ou oral] para fazer face ao carácter urgente desta matéria. Desde que acompanhámos os trabalhadores à DSAL verificámos que, de facto, há um problema grave relacionado com as autorizações dos trabalhadores não residentes [TNR] e que tem prejudicado gravemente os trabalhadores locais, na medida em que uma grande parte são trabalhadores jovens”, acrescentou.

Segundo Pereira Coutinho, a maioria das centenas de trabalhadores afectados tem “cerca de 40 anos, famílias para sustentar, filhos menores e rendas para pagar” e, desde que foram despedidos, ainda não encontraram emprego.

Neste contexto, o deputado considera que a DSAL “não está a desempenhar o papel que lhe compete”, dado que estão a decorrer obras de grande envergadura como a fase 4 do Galaxy ou a construção do Complexo Hospitalar das Ilhas, onde os responsáveis “não se estão a esforçar por contratar trabalhadores locais”.

“A DSAL (…) não está a desempenhar o papel que lhe compete, nomeadamente de investigar estaleiro por estaleiro, porque é que, por exemplo, nas fundações, pinturas, trabalhos de arrematação do cimento ou no emadeiramento não se contratam trabalhadores locais?”, questionou.

Pactos comprometedores

Apesar de não estar ainda certo em que formato é que o assunto será levado à AL, Coutinho defende que o Executivo deve ser mais “exigente” em relação às autorizações concedidas aos trabalhadores não residentes (TNR), já que existem “ainda” 170 mil TNR no mercado de trabalho. Caso contrário, estará a pactuar com os interesses das construtoras e não com o bem-estar dos trabalhadores locais.

“Na área da construção civil, o Governo pactua com as grandes construtoras que receberam de bandeja as grandes obras públicas e (…) [podendo] é evidente que optam pelos TNR que não têm qualquer direito ou regalia e, ao mínimo passo em falso, são enviados imediatamente para o local de origem”, partilhou.

Em termos de medidas de apoio, Pereira Coutinho reiterou que o Governo deveria atribuir cheques pecuniários destinados às “classes mais vulneráveis” e defendeu o aumento do prazo de atribuição e do montante do subsidio de desemprego, respectivamente de três para seis meses, e de 4.500 para as 6.000 patacas.

10 Fev 2022

Beijing 2022 | Nathan Chen encanta na patinagem. Eileen Gu conquista ouro inédito para a China

O norte-americano Nathan Chen bateu o record de pontuação alguma vez alcançado na patinagem artística (programa curto) numa performance sem erros e é favorito para o programa longo de hoje. Nascida nos EUA, Eileen Gu ofereceu à China o seu primeiro ouro no big air do esqui estilo livre, garantindo estar a viver “o melhor momento” da vida, depois de ter optado por competir pelo país. Itália surpreende no curling após bater a Noruega na final de duplas mistas

 

Ainda em busca de conquistar a sua primeira medalha olímpica individual, o norte-americano Nathan Chen bateu na terça-feira o recorde de pontuação alguma alcançado na patinagem artística (programa curto) durante uma apresentação isenta de erros. O tricampeão mundial obteve por parte do júri uma pontuação de113.97, superando assim a melhor marca anterior, alcançada pelo japonês Hanyu Yuzuru (111.82).

Ao alcançar o feito, Chen parece ter enterrado definitivamente os fantasmas que o assombraram em PyeongChang 2018, quando cometeu diversos erros no programa curto e acabou por se classificar no 17º lugar. Contudo, após a performance, o atleta de 22 assume-se agora como um dos favoritos para o programa longo a ser disputado hoje e que definirá, em conjunto com os resultados do programa curto, os vencedores das medalhas.

“Diria que esta performance esteve perto do meu melhor. Claro que há sempre algo a melhorar (…) mas no geral estou feliz”, disse Chen, ao Olympic Channel.

Por seu turno, o actual bicampeão Olímpico, Hanyu Yuzuro (Japão) terminou o programa curto no 8º lugar após algumas hesitações, colocando-se numa posição difícil para revalidar uma vez mais o título de campeão olímpico. Contudo, sobre o adversário, Nathan Chen mostra-se cauteloso.

“Não é possível descartar nenhum atleta deste gabarito. A competição não é composta apenas por um programa. O que aconteceu no programa curto não é indicativo do que vai acontecer no programa longo”, acrescentou. “Tenho mais uma oportunidade (…) e muito tempo de música para executar muitos saltos, e aí posso dar o meu melhor”, afirmou por sua vez o japonês sobre a chance de dar a volta por cima no programa longo.

Para a história

Contudo, o grande momento do quarto dia de competição dos Jogos Olímpicos de Inverno foi assinado por Eileen Gu, de 18 anos, que conquistou na terça-feira para a República Popular da China, uma inédita a medalha de ouro no big air do esqui estilo livre. Isto, após a atleta que nasceu em São Francisco e cresceu nos Estados Unidos, ter optado por representar a China nos Jogos Olímpicos de Pequim.

“Foi o melhor momento da minha vida. O momento mais feliz de toda a minha vida. Nem posso acreditar no que acabou de acontecer”, disse Eileen Gu emocionada segundo o Diário de Notícias, citando o Olympic Channel. Antes da sua participação nos Jogos Olímpicos, e devido ao contexto geopolítico, a atleta disse também que um dos seus grandes objectivos passava por “inspirar milhões de jovens” na China, terra onde nasceu a mãe, e “ajudar a promover o desporto” que ama.

A decisão do ouro ficou para a última ronda de saltos, com uma disputa acesa entre Eileen Gu, Tess Ledeux (França) e Mathilde Gremaud (Suiça). A chinesa foi a primeira a saltar e não vacilou, tendo executado uma rotação de 1620 graus (quatro voltas e meia) numa manobra inédita que a colocou de imediato na liderança (188,25 pontos) e transferiu uma enorme pressão às adversárias. A suíça falhou o último salto e a francesa não foi capaz de superar a sua performance anterior, consagrando assim a vitória de Eileen Gu. A prata acabou por ir para Tess Ledeux (187.50) e o bronze para Mathilde Gremaud (182.50).

De frisar ainda que Eileen chegou a representar os Estados Unidos em 2017 e 2018, mas ao aperceber não existiam grandes figuras no esqui da China, decidiu optar pela nacionalidade do país, muito devido ao facto de a sua mãe ser chinesa, da convivência que teve com a avó e das várias visitas que fez à China.

Questionada sobre a tópico da nacionalidade durante a sua participação nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude de Lausanne 2020, Eileen Gu desvalorizou qualquer polémica. “Quando estou na China, sou chinesa. Quando estou nos EUA, sou americana”, disse ao Olympic Channel.

Ouro sobre azul

No campo das surpresas, destaque para a vitória da Itália nas duplas mistas do curling. A dupla composta por Stefania Constantini e Amos Mosaner conquistou a medalha de ouro após bater a favorita Noruega, na final, por 8-5. Já a medalha de bronze foi para a Suécia, após bater o Reino Unido por 9-3 no “Cubo de Gelo”.

A campanha da equipa italiana na competição foi uma das mais inesperadas e empolgantes da história do curling nos Jogos Olímpicos. Com um quinto lugar no Mundial de 2021 como melhor resultado alcançado anteriormente, não era esperada sequer uma entrada no pódio olímpico, especialmente diante de conjuntos experientes como o Canadá, a Suécia, a Suíça e o Reino Unido.

“Este é um momento importante. Conseguimos ganhar uma medalha de ouro e isso é incrível. Mas acima de tudo, alcançámos 11 vitórias e nenhuma derrota, essa é a coisa mais linda”, disse Mosaner ao Olympic Channel.

Já Stefania Constantini espera que os italianos comecem a interessar-se mais pelo curling depois do resultado alcançado. “Muitos italianos (…) estão orgulhosos de nós. Conseguimos sentir todo o apoio deles”, afirmou a jogadora.

Snowboard | Max Parrot de ouro após vencer cancro

O canadiano Max Parrot venceu a medalha de ouro na modalidade de snowboard slopestyle nos Jogos Olímpicos de Inverno, que chegou a Pequim três anos após ter sido diagnosticado com um cancro, mais precisamente um linfoma de Hodgkin, que acabaria por superar em 2019.

“Sou hoje muito mais forte mentalmente. Passar por 12 sessões de quimioterapia em seis meses dá muita força”, garantiu Parrot ao Olympic Chanel, após a conquista da medalha de ouro na passada segunda-feira, onde obteve uma pontuação de 90.96.

A luta contra a doença começou em Dezembro de 2018, pouco tempo depois altura de o atleta ter vencido a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pyeongchang.

“Há exactamente três anos, nesta data em particular, estava deitado na cama do hospital a passar por 12 tratamentos de quimioterapia. Já não tinha músculos, já não tinha energia. Quis desistir por vezes, porque era tão difícil chegar à manhã seguinte. Estar aqui, três anos depois, e ganhar o ouro é uma loucura total”, disse em declarações ao Olympic Chanel citadas pelo jornal Expresso.

A completar o pódio da final de snowboard slopestyle ficaram Su Yiming (China), que fez a sua estreia olímpica e obteve uma pontuação de 88.70 e Mark McMorris (Canadá) que alcançou uma pontuação de 88.53, numa disputa que ficou marcada pelo equilíbrio.

Portugal | Vanina Oliveira falha porta e não termina prova de slalom

A esquiadora portuguesa Vanina Oliveira falhou ontem uma porta no início da segunda manga e não terminou a prova de slalom nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, depois de ter sido 46.ª na primeira descida, entre 88 participantes.

Na disciplina em que se sente mais confortável, Vanina Guerillot Oliveira, de 19 anos, partiu para Pequim com o objectivo de ficar entre as 30 primeiras no slalom, mas o erro logo à saída da segunda manga na pista Ice River, em Yangqiing, gorou as expectativas da atleta lusa.

A eslovaca Petra Vlhová, número um do ´ranking` mundial e vice-campeã do mundo, conquistou o ouro olímpico, com um tempo de 1.44.98, depois de ter sido oitava na primeira descida e ter sido a melhor na segunda descida. Katharina Liensberger, austríaca, campeã do mundo, terminou em segundo e a suíça Wendy Holdener, prata em PeyongChang2018, conseguiu o bronze.

O chefe de missão, Pedro Farromba, sublinhou as condições da pista, “com a neve muito rija”, que atirou 38 atletas para fora de prova, e acentuou a frustração de Vanina Oliveira, após “uma boa primeira manga” que antevia cumprir “o que estava definido”.

“Estamos tristes. Esta era a prova onde ela é mais forte. A Vanina teve azar, acontece. É sempre frustrante. Ela está muito triste e desiludida, porque é muito tempo de treino e de trabalho para, num momento, não correr bem”, disse Pedro Farromba, em declarações à agência Lusa.

O responsável realçou que o esqui alpino tem a particularidade de não permitir recuperar quando se comete um erro e salientou o foco na comitiva já na próxima prova, os 15 Km clássicos no esqui de fundo de José Cabeça, na sexta-feira.

 

Agenda para hoje

Bobsled (a partir das 14h55)
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (10h15 e 14h15) – Medalhas
Esqui Cross-Country (15h00) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (a partir das 19h00) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10)
Luge (21h30) – Medalhas
Patinagem Artística (9h30) – Medalhas
Patinagem de Velocidade (20h00) – Medalhas
Saltos de Esqui (18h00)
Skeleton (9h30 e 11h00)
Snowboard (a partir das 9h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

10 Fev 2022

Estudo | Proposta maior cooperação entre farmácias e turismo 

Um estudo dos investigadores Glenn Mccartney, Carolina Ung e José Ferreira Pinto defende que a abertura gradual de fronteiras do território poderia ser feita mediante uma maior cooperação entre o sector do turismo e as farmácias locais para a vacinação e testagem de visitantes

 

Macau deveria abrir gradualmente as suas fronteiras mediante a adopção de uma maior cooperação entre as farmácias locais e o sector do turismo, para que os turistas pudessem testar-se ou vacinar-se e visitar o território de forma segura, à semelhança do que acontece noutros países.

Esta é a conclusão principal deixada pelo estudo “Living with covid-19 and Sustaining a Tourism Recovery—Adopting a Front-Line Collaborative Response between the Tourism Industry and Community Pharmacists” [Viver com a covid-19 e manter a recuperação do turismo – A adopção de uma colaboração na linha da frente entre a indústria do turismo e os farmacêuticos locais”, desenvolvido pelos investigadores Glenn McCartney, Carolina Ung e José Ferreira Pinto, da Universidade de Macau (UM).

“Sugerimos uma nova posição para uma estratégia de recuperação da pandemia em Macau, que poderia ocorrer de forma mais segura através de uma parceria colaborativa com uma rede de farmácias na cidade, bem como com a comunidade e websites de turismo mais populares”, pode ler-se.

Os autores defendem ainda que existe “uma grande necessidade de gestão e partilha de conhecimento entre sectores”, uma vez que, devido ao programa de distribuição de máscaras, entre outras medidas, “os farmacêuticos licenciados já estão registados na base de dados das autoridades de saúde de Macau, o que promove uma rápida proximidade”.

Desta forma, “com Macau a olhar para uma fase de desenvolvimento em termos de visitantes, o aproveitamento de uma contínua colaboração e criação de uma rede de farmácias comunitárias com o sector do turismo poderia reforçar a compreensão sobre a crise do sector e a comunicação”.

Glenn McCartney, José Ferreira Pinto e Carolina Ung fala mesmo do exemplo da Região Autónoma da Madeira, em Portugal, que exige que os turistas façam um teste de despistagem à covid-19 em farmácias comunitárias aderentes à campanha de testagem em curso.

Os quatro C’s

Para a realização deste estudo, os autores falaram com farmacêuticos, empresários do sector do turismo e outros profissionais, que responderam a questionários específicos. Foi depois desenvolvido um quadro conceptual baseado em “Quatro C’s”, ou seja, na comunicação, cooperação, coordenação e colaboração entre o sector farmacêutico e do turismo.

“Com base nas nossas hipóteses, as respostas às entrevistas com empresários do turismo e das farmácias comunitárias confirmam a adequação deste quadro e a importância de uma colaboração interdisciplinar entre as farmácias comunitárias para desenhar um caminho sustentável para a recuperação da covid-19”, lê-se no estudo.

Relativamente aos empresários do turismo, estes sugeriram “a cooperação com os serviços de farmácias comunitárias em matéria de vacinação e testagem”, sendo que uma das opiniões se refere à possibilidade de o território tornar-se, a curto prazo, “num destino em matéria de vacinação, com a melhor opção em termos de vacinas”.

Outra das opiniões contidas no estudo, defende a criação de uma aplicação de telemóvel “com vários idiomas e actualizações ao minuto que providenciasse informação aos hotéis para que estes pudessem encaminhar directamente os hóspedes e viajantes internacionais para o local certo”.

Os farmacêuticos ouvidos para este trabalho “projectaram a necessidade de elevar o seu papel profissional no controlo do vírus e nas medidas de prevenção para proteger a comunidade e os turistas”.

Isto porque “alguns farmacêuticos já colaboram com o sector do turismo apenas ao nível da coordenação, mas uma formalização é exigida”. O estudo refere ainda que, em 2020, Macau possuía 296 farmácias comunitárias.

9 Fev 2022

Covid-19 | Portugal passa a reconhecer vacina da Sinopharm

À semelhança do que já acontecia noutros países da União Europeia, Portugal passou a reconhecer a vacina da Sinopharm ministrada em Macau, para efeitos de emissão do certificado digital de vacinação. Cidadãos portugueses que optaram pela vacina deixam de ter de apresentar teste negativo à covid-19 ao entrar no país e circular no espaço europeu

 

As autoridades de saúde de Portugal passaram a reconhecer, desde ontem, a vacina inactivada da Sinopharm utilizada em Macau para efeitos de emissão do Certificado Digital da União Europeia relativo à covid-19. A informação, que consta numa circular assinada pela directora Geral de Saúde, Graça Freitas, e pelo presidente do Infarmed, Rui dos Santos Ivo, foi divulgada pela secção do PS-Macau, que afirma ter tomado diligências nesse sentido junto do MNE e do Ministério da Saúde de Portugal.

“A partir de hoje [ontem], 8 de Fevereiro de 2022, os cidadãos portugueses que administraram (…) em Macau a vacina ‘SINOPHARM BIBP VERO CELL’, com a apresentação do certificado de vacinação completo emitido pelas autoridades locais, esta vacina passa a ser reconhecida em Portugal”, pode ler-se numa nota assinada secretário da secção do PS-Macau, Vitor Moutinho.

Circular sem restrições

Em declarações à TDM-Rádio Macau, Vitor Moutinho apontou a importância do reconhecimento do fármaco, dada a existência de muitos portugueses que residem, não só em Macau, mas noutras partes do mundo e que se encontram inoculados com a vacina da Sinopharm, permitindo assim evitar constrangimentos como a obrigatoriedade de apresentar testes negativos à covid-19 para entrar em Portugal ou circular livremente no espaço europeu.

“O Infarmed e a DGS perceberam finalmente que há um conjunto bastante alargado de cidadãos portugueses que vivendo em Macau ou noutras partes do mundo, como o Brasil e Angola, lhes foi administrada voluntariamente ou, por não terem opção, a vacina da Sinopharm inactivada”, começou por dizer.

“Foi uma luta que começou há mais de meio ano porque havia outros países da UE que já reconheciam a vacina da Sinopharm e Portugal ainda não o estava a fazer. Isso estava a criar um conjunto de constrangimentos aos portugueses, que optaram por essa vacina, e que para se deslocarem a Portugal tinham de cumprir um outro conjunto de requisitos que se tivessem optado por outra vacina não tinham necessidade de fazer”, acrescentou.

Desta feita, explicou também o responsável, qualquer cidadão português inoculado com a vacina da Sinopharm está agora habilitado para pedir a emissão de um certificado digital de vacinação, que permite circular livremente em Portugal e na União Europeia.

Recorde-se que antes da actualização da medida, a vacina da BioNTech era a única ministrada em Macau reconhecida pelas autoridades portuguesas.

9 Fev 2022

Anima | Dificuldades financeiras levam à suspensão de resgate de animais

Com cerca de 700 animais nos abrigos e dívidas de 2,4 milhões de patacas, a associação está a promover uma nova campanha para aumentar as doações financeiras e adopções

 

As grandes dificuldades financeiras levaram a Anima – Sociedade Protectora dos Animais de Macau a suspender praticamente o serviço de resgate de animais. Em causa, está uma redução muito significativa dos apoios recebidos nos últimos anos do sector privado, devido aos efeitos da pandemia.

Segundo a informação divulgada pela associação, no final de Janeiro havia uma dívida acumulada de 2,4 milhões de patacas, restando em caixa 70 mil patacas. “Sabemos que muitas empresas estão com dificuldades e não nos podem apoiar como acontecia antes. As empresas ainda nos apoiam, com doações e voluntários, mas há uma grande diferença”, explicou Billy Chan, presidente da Anima, ao HM. “As dificuldades das empresas prolongam-se há dois anos e é natural que quem nos apoia não o consiga fazer como no passado. E isso nota-se a nível das nossas finanças”, acrescentou.

As dívidas acumuladas estão relacionadas com a comida para os animais resgatados, despesas com veterinários e até salários dos funcionários dos abrigos.

Perante este cenário, a Anima teve de optar por suspender o serviço de resgate de animais. Segundo os dados da associação, só no ano passado foram resgatados 197 gatos, 128 cães e 41 hamsters, coelhos, chinchilas, tartarugas, pássaros, entre outros.

Contudo, o número de animais acumulados nos abrigos torna-se incomportável. “Temos 700 animais acumulados nos nossos abrigos. O número é muito superior à nossa capacidade, os abrigos estão cheios e isso consome os nossos recursos muito rapidamente, quer seja ao nível de dinheiro como de tempo”, afirmou Billy Chan. “O assunto não é novo. Mas está a ficar pior, e a redução do financiamento torna tudo mais grave”, vincou.

Nova campanha

Para tentar reduzir o número de animais nos abrigos, a Anima lançou no mês passado uma campanha para aumentar as adopções e também pedir mais financiamento junto da população.

Segundo o presidente da associação, uma das grandes prioridades é aumentar o número de adopções, para também permitir que se salvem mais animais. Quanto mais animais deixarem o abrigo, mais vagas haverá para que outros sejam resgatados.

Para Billy Chan, os primeiros resultados foram animadores: “Acho que nos primeiros dias as pessoas se têm envolvido na campanha e mostram que não querem que a Anima encerre”, reconheceu. Contudo, realçou que ainda se está muito longe de encontrar uma solução para o problema.

Quanto ao financiamento público, e através da Fundação Macau, o presidente da Anima realçou que tem sido cumprido. “Nos últimos dois anos cumpriram sempre e ajudaram-nos. Foi muito importante. Esperamos que a situação se mantenha neste ano, caso contrário os nossos problemas vão ser muito maiores”, reconheceu.

9 Fev 2022

Economia | Ella Lei pede revisão das medidas de apoio às PME

Perante o “marasmo” da economia local e as incertezas em relação ao futuro, Ella Lei quer que o Governo reveja a eficácia das medidas de apoio às PME e trabalhadores, anunciadas em Outubro e coloca em cima da mesa a criação de um novo plano de ajuda económica capaz de transmitir “confiança” ao mercado

 

Ella Lei quer saber quais estão a ser os efeitos concretos das oito medidas de apoio às pequenas e médias empresas (PME) e trabalhadores lançadas em Outubro de 2021. A deputada questiona o Governo sobre a possibilidade de rever a sua eficácia e, no limite, de implementar um novo plano de apoio económico.

Isto, numa altura em que, segundo a legisladora, se desconhece ainda o número de beneficiários das medidas e a sua situação financeira, uma vez que muitos se mostram preocupados com o facto de poderem vir a ser incapazes de pagar os empréstimos contraídos para aceder aos apoios ou de serem obrigados a fechar portas com dívidas por saldar.

“Algumas PME indicaram estar preocupadas com a sua capacidade de pagar os empréstimos e, inclusivamente, de vir a fechar portas, acumulando dívidas avultadas, devido à dificuldade em fazer negócio. Apesar de as medidas de apoio flexibilizarem as condições dos empréstimos e concederem bonificações de juros, a população espera que o Governo continue a prestar atenção e apoio aos residentes afectados”, pode ler-se numa interpelação escrita assinada pela deputada.

Recorde-se que das medidas de apoio fazem parte, entre outras, a atribuição de um apoio pecuniário de 10 mil patacas a todos os contribuintes do imposto profissional, com rendimentos obtidos em 2020 inferiores a 144 mil patacas, a bonificação de juros de créditos bancários, alterações às condições de pedido de empréstimos sem juros, o ajustamento do reembolso de empréstimos sem juros e a isenção do pagamento de rendas dos bens imóveis pertencentes ao Governo.

Plano B?

Além disso, apontou Ella Lei, o “marasmo” em que a pandemia de covid-19 mergulhou a economia de Macau tem vindo a adensar as dificuldades dos residentes, sendo isso visível no aumento da taxa de desemprego ou do número de empresas entretanto extintas.

“O impacto económico da pandemia persiste. Segundo a Direcção de Estatísticas e Censos, em Novembro de 2021, a taxa de variação das empresas dissolvidas foi de 16,9 por cento, a taxa de variação de empresas criadas caiu 27 por cento e a taxa de desemprego dos residentes locais cresceu para os 3,9 por cento”, frisou.

Por isso mesmo, a deputada pergunta se o Governo já procedeu à “análise profunda” da eficácia das medidas e se está em condições de prestar esclarecimentos sobre a situação dos beneficiários.

Adicionalmente, perante a diminuição dos rendimentos dos trabalhadores, as dificuldades sentidas pelas empresas e a instabilidade económica, Ella Lei quer saber se o Executivo pondera introduzir novos planos de apoio económico para restabelecer a confiança no mercado.

“Para além destas medidas de contingência de curto prazo, o Governo tem novas propostas para aumentar a confiança global do mercado e promover maior estabilidade ao nível do emprego?”, questionou a deputada por escrito.

9 Fev 2022

Pedro Farromba, chefe da missão portuguesa em Pequim 2022: “O grau de preparação dos nossos atletas é notável”

Traçado o objectivo de melhorar classificações de edições anteriores, o Chefe da Missão Olímpica nos Jogos Olímpicos de Pequim 2022 disse ao HM não ter dúvidas de que o grau de preparação dos atletas portugueses é “notável” e sublinha a importância da participação para o crescimento das modalidades de Inverno em Portugal. Pedro Farromba lamenta ainda as restrições impostas pela bolha olímpica mas salienta que a experiência está a ser “muito positiva”

 

Alcançado o primeiro objectivo da delegação portuguesa em Pequim, com a conquista do 43º lugar por Vanina Oliveira na prova de slalom gigante (suplantando assim o 59º alcançado por Camille Dias em Sochi 2014), o Chefe da Missão Olímpica nos Jogos Olímpicos de Pequim 2022 mostra-se confiante em relação às prestações que estão por vir em Pequim.

Ao HM, Pedro Farromba sublinhou que a evolução e a preparação, quer a nível físico, quer psicológico dos três atletas portugueses presentes em Pequim é “notável”. Até porque, acrescenta, uma qualificação para os Jogos Olímpicos “não está ao alcance de todos os atletas” e, por isso, estar no palco Olímpico é já de si “uma importante vitória” para um atleta português.

“Para se chegar a uns Jogos Olímpicos é preciso reunir um conjunto de condições de qualificação que realmente não estão ao alcance de todos os atletas. Em cada uma das modalidades aqui presentes, haveria com certeza muitos milhares de atletas que tentaram a qualificação e só algumas centenas conseguiram esse objectivo. E, portanto, é já de si uma importante vitória, um atleta português conseguir estar presente nos Jogos Olímpicos”, começou por dizer.

Recorde-se que nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, que decorrem entre 04 e 20 de Fevereiro, na China, Portugal está representando no esqui alpino por Vanina Oliveira e Ricardo Brancal e por José Cabeça, no esqui de fundo.

“Os objectivos são transversais aos três. O nosso objectivo é melhorar os resultados das últimas participações portuguesas. A Vanina já cumpriu esse objectivo e agora vamos aguardar, pois irá correr outra vez na quarta-feira [hoje]”, partilhou Pedro Farromba.

Para o responsável, que é também presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, a meta é perfeitamente alcançável dado que “o grau de evolução dos últimos tempos e o grau de preparação com que eles chegam a estas Olímpiadas é realmente notável”.

Falando mais concretamente de Vanina Oliveira e Ricardo Brancal, atletas que conhece melhor, Pedro Farromba aponta que ambos estão “muito bem” em termos físicos e psicológicos. Sobre José Cabeça, que em paralelo com esqui de fundo, tem também uma carreira desportiva no triatlo, o chefe de missão considera que está em “excelentes condições” de melhorar o 109º lugar nos 15 km de esqui de fundo alcançado em PyeongChang 2018 por Kequyen Lam, atleta nascido em Macau.

Segundo Farromba, o maior desafio está nos ombros de Ricardo Brancal, que vai tentar melhorar o 54º lugar obtido por Arthur Hanse em PyeongChang.

“As provas não são todas iguais e dependem de vários factores, mas vamos acreditar que o Ricardo vai conseguir obter uma boa classificação. O desafio é grande, mas ele está consciente disso e muito bem preparado”, apontou.

Ainda sobre a participação de Vanina Oliveira na prova de slalom gigante, o chefe de missão enalteceu aquele que foi “o melhor resultado de sempre de uma atleta portuguesa em Esqui Alpino”, numa prova realizada em condições “difíceis”. “A neve estava muito rija. Houve muitas quedas e saídas de prova”, explicou.

Bolha maldita

Há cerca de uma semana em Pequim, Pedro Farromba aponta a “experiência muito positiva” que a delegação portuguesa está a colher do evento, mas lamenta, apesar de compreender ser um mal necessário, a “bolha olímpica” a que todos os participantes estão sujeitos e que impede, entre outras, a presença de público nas competições e um maior contacto cultural.

“Se pudéssemos retirar da equação todas as questões inerentes à covid-19 teríamos uma organização perfeita e não é menos perfeita por causa do covid. É sim muito mais restritiva, ao ponto de impedir (…) que haja público nas competições ou confraternizar mais com os locais. Desde que chegámos até ao dia de hoje, vivemos numa bolha sem qualquer contacto. Mesmo nas deslocações que fazemos entre as diferentes aldeias olímpicas e até aos locais de competição, não saímos dos carros. Nem sequer os carros podem parar ou nos é permitido abrir os vidros das janelas. É realmente tudo muito restritivo, mas está a ser uma experiência muito positiva”, apontou.

Além disso, conta, para além do uso obrigatória de máscaras em todas as ocasiões, à excepção dos atletas no momento de competir, todos os participantes são sujeitos a testes PCR diários e existe uma enorme preocupação com a desinfecção e funcionamento dos espaços ao ponto de, por exemplo, no refeitório da Aldeia Olímpica só haver lugares individuais para tomar as refeições.

“Há realmente muitas restrições, mas são fruto do que estamos a viver nesta altura e, portanto, temos que conviver com elas. Claro que ajudaria sentirmos a animação do público e diria que toda a ligação cultural que podíamos ter tido num ambiente normal seria sempre muito mais interessante, mas não é possível e é o que é. As regras são iguais para todos e temos que viver como estamos”, acrescentou.

Futuro risonho

Inerente àquela que é a maior delegação de sempre de Portugal em Jogos Olímpicos de Inverno, está a importância que a visibilidade da presença lusa pode trazer em termos do desenvolvimento das modalidades de Inverno no país. Como exemplo, Pedro Farromba aponta o caso próprio José Cabeça, já que o atleta de esqui decidiu começar a prática da modalidade após assistir às olimpíadas anteriores pela televisão.

“Toda a visibilidade que nos traz esta presença é importante para conseguirmos desenvolver as modalidades. O atleta que hoje temos em esqui de fundo, o José Cabeça está aqui porque assistiu na televisão às provas das últimas olimpíadas onde estivemos com outro atleta na mesma modalidade e foi de alguma forma também isso que o inspirou a estar cá hoje e a trabalhar no sentido de se qualificar”, começou por vincar.

Além disso, acrescenta, o facto de dois dos três participantes residirem em Portugal demonstra que é possível residir no país e conseguir estar presente numa prova deste tipo.

Pedro Farromba está também confiante que a presença portuguesa será cada vez maior em futuras edições dos Jogos Olímpicos de Inverno, dado que está a ser feita uma aposta “muito grande nas modalidades de gelo” em Portugal.

“Estamos a fazer uma aposta muito grande nas modalidades de gelo em Portugal, nomeadamente no hóquei, na patinagem artística e de velocidade e também no curling e acredito sinceramente que vamos conseguir uma presença maior em próximas edições, nomeadamente juntando às modalidades de neve, que já temos, as modalidades de gelo”, referiu.

Vanina Oliveira volta a competir na amanhã, no slalom, prova em que se sente mais confortável e em que no Campeonato do Mundo de Are, na Suécia, terminou no 37.º lugar. Ricardo Brancal, entra em acção nos dias 13 (slalom gigante) e 16 (slalom) de Fevereiro. Por último, José Cabeça, entra em pista no dia 11 de Fevereiro, nos 15 Km clássicos do esqui de fundo.

Patinagem | Fontana reforça estatuto de mais medalhada em pista curta

A italiana Arianna Fontana consolidou na segunda-feira o estatuto de patinadora de velocidade mais medalhada nas provas de pista curta em Jogos Olímpicos de Inverno, ao revalidar o título de campeã dos 500 metros e somar ‘o ‘décimo metal.

Em Pequim, Arianna Fontana, que soma a sua quinta participação em Jogos Olímpicos de Inverno, arrecadou o ouro, ao impor-se à holandesa Suzanne Schulting e à canadiana Kim Boutin, medalhas de prata e bronze, respectivamente.

Na quinta-feira, a italiana, de 31 anos, tinha alcançado a prata na prova de estafetas mistas e tornou-se a atleta mais medalhada da patinagem de velocidade em pista curta dos Jogos Olímpicos, com nove pódios, superando o norte-americano Apolo Anton Ohno e o russo Victor An. Fontana, que é única patinadora e ter conquistado medalhas dos três metais, soma dois ouros, três pratas e cinco de bronzes.

Agenda para hoje

Combinado Nórdico (a partir das 15h00) – Medalhas
Curling (20h05)
Esqui Alpino (a partir das 10h15) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (a partir das 11h00) – Medalhas
Hóquei no Gelo (16h40 e 21h10)
Luge (a partir das 09h30) – Medalhas
Patinagem de Velocidade em Pista Curta (a partir das 19h00) – Medalhas
Saltos de Esqui (18h00)
Skeleton (a partir das 12h40)
Snowboard (a partir das 9h30)

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30

9 Fev 2022

Caso IPIM | Repetição do julgamento adiada para 28 de Fevereiro

Zheng Chun Mei, ex-amante de Jackson Chang, faltou ao julgamento e a sessão teve de ser adiada. Antes, houve tempo para o juiz recusar o pedido do Ministério Público de acrescentar à acusação mais um crime de abuso de poder

 

A repetição do julgamento do ex-presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), Jackson Chang, estava prevista para ontem de manhã, mas foi adiada devido à falta da arguida Zheng Chun Mei.

“Parece que a arguida foi notificada, mas está em falta. Tem de apresentar uma justificação dentro de 10 dias. Se não o fizer vai haver uma multa”, avisou o juiz, após anunciar que a sessão seria adiada.
Zheng Chun Mei terá sido notificada e recebido a carta através de correio registado, mas não compareceu no tribunal. No primeiro julgamento, tinha sido apresentada pela acusação como a ex-amante do ex-presidente do IPIM.

Face à ausência, o juiz agendou uma nova sessão para 28 de Fevereiro pelas 9h30. Segundo as indicações dadas em tribunal, na nova data vão ser ouvidas testemunhas, mesmo que Zheng Chun Mei opter por voltar a comparecer sem justificação.

Entre os arguidos, apenas Jackson Chang, que está em liberdade, esteve no tribunal, acompanhado pela mulher, como sempre aconteceu ao longo do julgamento inicial. Miguel Ian é o único que se encontra a cumprir pena de prisão, em Coloane, mas optou por não ir a tribunal, fazendo-se representar pelo advogado.

Por sua vez, Glória Batalha que tinha sido condenada a pena de prisão efectiva na primeira decisão, foi absolvida dos crimes de que estava acusada, no âmbito do recurso.

Linhas do campo

A sessão serviu também para que ficasse totalmente definido o teor do julgamento, que se vai limitar, no caso de Jackson Chang, a quatro crimes de corrupção passiva, quatro crimes de branqueamento de capitais e três de abuso de poder. No primeiro julgamento, o ex-presidente do IPIM tinha sido absolvido destes crimes e condenado a dois anos de prisão efectiva pela prática de quatro crimes de violação de segredo e três crimes de inexactidão de elementos no preenchimento da declaração de rendimentos.

O Ministério Público pretendia que Chang fosse acusado por mais um crime de abuso de poder, mas o pedido foi recusado. “O TSI foi muito claro na decisão. Temos de fazer o julgamento com base no que foi decidido pelo TSI”, justificou. “O julgamento vai seguir as ordens do TSI e não vamos acrescentar mais crimes”, esclareceu.

Não foram só os pedidos do MP a serem negados, o tribunal recusou igualmente analisar outras questões levantadas pelos advogados de defesa dos arguidos. “Só vamos seguir a decisão do TSI. O objecto do julgamento é o definido pelo TSI”, reiterou.

Entre os 26 arguidos do processo inicial, 19 tinham sido considerados culpados e sete ilibados. Segundo a primeira decisão, o casal de empresários Ng Kuok Sao e Wu Shu Hua, marido e mulher, tinham criado uma associação criminosa para vender autorizações de fixação de residência e foram condenados, respectivamente, a penas de 18 e 12 anos de prisão. Ng Kuok Sao foi julgado à revelia por estar fora de Macau, ao contrário de Wu, que compareceu no primeiro julgamento. Porém, depois da primeira decisão Wu também terá deixado a RAEM.

Secretária Irene Iu morre na prisão

No julgamento inicial, Irene Iu, ex-secretária dos empresários Ng Kuok Sao e Wu Shu Hua, tinha sido condenada com uma pena de oito anos e seis meses, pelo crime de associação criminosa e vários de falsificação de documentos. Contudo, Irene Iu faleceu em Dezembro do ano passado na prisão de Coloane.

Era a única arguida presa, além de Miguel Ian. Segundo o HM apurou, Irene Iu foi diagnosticada com um cancro, mas recusou receber tratamento, optando por morrer, apesar de lhe terem sido disponibilizados todos os cuidados. A residente local morreu aos 48 anos, e antes de ser presa tinha declarado um rendimento mensal de 7 mil patacas. No dia da condenação, deixou a sessão em lágrimas.

8 Fev 2022

Escola Internacional | Pandemia leva à saída de 20 por cento dos professores

Devido aos efeitos da pandemia, a Escola Internacional de Macau chegou a temer perder metade dos professores no final do ano lectivo, mas o número afinal vai ser menor. Neste momento, trabalha-se na contratação de novos docentes

 

Apesar de ter chegado a temer perder metade dos professores no final do ano lectivo, a Escola Internacional de Macau (TIS, em inglês) acredita ter resolvido o problema. Inicialmente, havia a expectativa de que no final do ano lectivo metade dos professores pudesse deixar Macau, muitos deles motivados pelas políticas de restrições de circulação nas fronteiras, mas o número foi reduzido e deverá rondar apenas os 20 por cento. A contratação de novos profissionais está quase terminada.

“Estávamos à espera que no final deste ano lectivo um grande número dos nossos funcionários deixasse a escola. Por isso, a questão foi sempre tratada como a nossa prioridade”, começou por explicar Howard Stribbell, director da TSI, ao HM. “Felizmente através de uma estratégia em que, por um lado, fizemos tudo para lidar com as preocupações dos nossos funcionários para o próximo ano lectivo e, por outro, apresentámos planos muito concretos, fomos capazes de minimizar as saídas”, acrescentou.

Howard Stribbell explicou igualmente que em condições normais cerca de 10 por cento dos professores deixavam a escola. Neste sentido, a saída de 20 por cento dos docentes, num contexto em que as fronteiras estão praticamente fechadas há dois anos, é encarada como um número dentro do expectável.

Além das saídas, o grande desafio é a contratação de professores, porque há poucas alternativas. A contratação de docentes no Interior é assim uma das poucas alternativas, além da contratação de residentes que estejam foram da RAEM. “Fomos capazes de recrutar e preencher 80 por cento das vagas em aberto”, admitiu Stribbell. “Agora já estamos numa fase em que se não conseguirmos preencher todas as vagas, podemos sempre ter um plano B”, considerou.

Tempos difíceis

No entanto, o arrastar da pandemia tem feito com que as instituições de ensino tenham cada vez mais dificuldades para arranjar professores. O problema estende-se a todo o sector, como reconheceu Howard Stribbell. “Não podemos deixar de agradecer ao Governo todos os esforços que tem feito para nos manter seguros, mas, neste momento, há muitas dificuldades para contratar professores. É uma dificuldade comum a todas as instituições”, apontou.

O HM sabe que, por exemplo, no caso da Escola Portuguesa de Macau também há alguma incerteza sobre a saída de professores, e que, por agora, está em cima da mesa a saída de quatro a cinco docentes. No entanto, esta não é uma situação definitiva.

Pior é a situação da Alliance Français, que desde o início do ano suspendeu todos os serviços, inclusive o ensino da língua francesa. Apesar de não ter havido um esclarecimento sobre este aspecto, o jornal Ponto Final avançou que a situação tinha sido motivada pela falta de docentes.

Lorne Schmitdt novo director

A partir do próximo ano lectivo Howard Stribbell vai ser substituído por Lorne Schmitdt no cargo de director da Escola Internacional de Macau. A notícia foi transmitida no final do mês passado, através de uma carta enviada por Stribbell, à associação de pais da Escola Internacional.

8 Fev 2022

Habitação | Sulu Sou critica falta de soluções em estudo do Governo

O vice-presidente da Associação Novo Macau diz que o estudo sobre a habitação foi publicado estrategicamente antes das férias para não ser discutido. Porém, considera também que o documento volta a não apresentar soluções

 

O ex-deputado Sulu Sou criticou o estudo sobre a habitação da Direcção dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional (DSEPR) por considerar que não apresenta soluções para os problemas do sector. A posição foi deixada através das redes sociais.

A primeira crítica do vice-presidente da Associação Novo Macau prendeu-se com a data da publicação, 31 de Janeiro, ou seja, o dia anterior às celebrações do Ano Novo Chinês, quando as famílias tradicionalmente se reúnem. No entender de Sulu Sou, a escolha da data não foi inocente e visou mesmo evitar a atenção pública: “Não é novidade para ninguém que alguns serviços públicos gostam de publicar os comunicados de imprensa ou os relatórios em alturas pouco oportunas ou mesmo antes das férias e feriados”, atirou o ex-deputado. “São truques para que a população, e os críticos, não prestem muita atenção, e para se poder dizer que se fez todo o trabalho”, acrescentou.

Além de criticar a data de publicação do estudo, Sulu Sou arrasou o conteúdo. Para o vice-presidente da Novo Macau, as conclusões nem merecem ser lidas porque são as mesmas de sempre. Por isso, Sou resumiu o trabalho de 44 páginas em duas frases: “Há muitas pessoas sem capacidade para comprar casa” e ainda “O Governo promete melhorar as políticas habitacionais”.

Por outro lado, Sulu Sou considerou que, no que diz respeito à política habitacional, não tem havido grandes mudanças, e que o Governo “fala muito” mas “faz pouco”.

No relatório, a DSEPR considerava que até 2030 a RAEM precisava de construir 3.100 habitações sociais, 23.000 habitações económicas, 10.100 habitações da classe intermédia, 3.400 habitações para idosos e que a procura no mercado privado ia atingir 25.600 fracções.

Necessidades preocupam

O documento também foi analisado Lo Choi In, deputada ligada à comunidade de Jiangmen, que se mostrou preocupada com as estimativas para as habitações para idosos. Segundo o Governo, até 2030 são necessárias 3.400 casos do género. Contudo, Lo acredita que o número pode ser superior, dado o envelhecimento da população.

A deputada alertou também o Executivo para a possibilidade de muitos idosos não conseguirem aceder a habitações sociais ou económicas, o que tenderá a fazer aumentar essa procura.

Quanto à oferta de habitação privada no mercado livre, a trabalhadora do sector bancário sublinhou a necessidade de serem tomadas medidas para que os preços fiquem controlados e sejam acessíveis à população.

8 Fev 2022

Droga | Wong Kit Cheng preocupada com participação de jovens no tráfico

Wong Kit Cheng está preocupada com o aumento dos casos de tráfico de droga e considera haver muitos estudantes universitários seduzidos por essa via devido à instabilidade do mercado de trabalho. A deputada quer ainda que o Governo tome medidas para contrariar a tendência de consumo oculto de drogas como a marijuana

 

No seguimento da ocorrência recente de dois casos de consumo e tráfico de droga envolvendo estudantes universitários, a deputada Wong Kit Cheng mostra-se preocupada com os efeitos que a pandemia de covid-19 está a ter nos crimes relacionados com estupefacientes e pretende que o Governo tome medidas eficazes para impedir a entrada de produtos ilícitos e sensibilizar os jovens.

Isto, tendo em conta que, de acordo com os dados da Secretaria para a Segurança, entre Janeiro e Setembro do ano passado, registaram-se 64 casos de tráfico de droga, traduzindo-se num aumento de 11 casos em comparação com o período homólogo de 2020. Além disso, aponta a deputada numa interpelação escrita, os casos recentes são demonstrativos de que os crimes estão relacionados com o envio de droga através da via postal e que são os estudantes universitários interessados em obter rendimentos extra, os principais alvos das redes criminosas.

“A epidemia está a afectar bastante a economia. No passado, muitos estudantes universitários trabalhavam em part-time nos seus tempos livres, mas, como agora o mercado laboral está instável, as oportunidades de emprego em part-time para os universitários diminuíram significativamente. Portanto, alguns malfeitores aproveitam a oportunidade para seduzir, com dinheiro, adolescentes e estudantes universitários a receberem pacotes com droga, situação que não se pode menosprezar”, considera Wong Kit Cheng.

Posto isto, a deputada é da opinião de que urge ao Governo “reforçar os seus trabalhos, para combater esta prática de crime narcótico” e colaborar com os sectores da aviação e da logística para “evitar a entrada de pacotes com droga na comunidade”. “Como é que vão fazê-lo?”, questiona.

Consumo oculto

Apesar de os dados do Sistema de Registo Central dos Toxicodependentes de Macau divulgados pelo Instituto de Acção Social (IAS), apontarem para uma redução entre 10 e 20 por cento no número de pessoas registadas (92) no primeiro semestre de 2021, Wong Kit Cheng considera que o consumo oculto de droga, em particular de marijuana, é uma realidade que não pode ser ignorada. Em especial, quando se trata de um estupefaciente cujo consumo é legal em muitos países.

“Tendo em conta a legalização de drogas como a marijuana em certos países, alguns jovens deixam de ser cautelosos em relação a esta droga. Por exemplo, nos casos mencionados, os suspeitos confessaram o consumo de marijuana em casa, portanto, esta situação mostra que se os conceitos dos jovens não forem corrigidos atempadamente, as repercussões, para toda a sua vida, vão ser, possivelmente, irreversíveis”, sublinhou.

Fazendo menção ao facto de estarem actualmente identificados em Macau nove toxicodependentes com idade igual ou inferior a 21 anos que consomem marijuana, a deputada é da opinião de que o Governo deve reforçar as suas acções de divulgação, “para evitar que os adolescentes caiam na armadilha da droga devido à falta de conhecimentos”. Além disso, defende também uma a colaboração com as associações, escolas e outros organismos.

8 Fev 2022

Pequim 2022 | Austrália e Nova Zelândia vivem dia para a história com três medalhas

Apesar de pouca tradição nos desportos de Inverno, a Austrália e a Nova Zelândia tiveram um dia fulgurante em Pequim. Zoi-Sadowski-Synnott, no Snowboard, ganhou a primeira medalha de sempre para a Nova Zelândia. Jakara Anthony (ouro) no Esqui e Tess Coady (bronze) no Snowboard foram as responsáveis por colocar a Austrália em lugar de destaque no medalheiro

 

Não é fácil associar neve e gelo a nações como Austrália e Nova Zelândia. Mas a verdade é que os dois países estiveram em destaque no segundo dia de competição dos Jogos de Inverno Pequim 2022, com direito a triunfos inéditos no feminino e uma medalha de ouro para cada. Além disso, a Austrália alcançou no mesmo dia, os primeiros triunfos na modalidade de curling.

A jornada começou com um surpreendente triunfo da Nova Zelândia no Snowboard, após Zoi-Sadowski-Synnott ter conquistado o primeiro ouro Olímpico de sempre para o país, no que toca a Olimpíadas de Inverno.

A atleta neozelandesa de 20 anos selou a conquista com um desempenho imaculado na terceira e última descida na estância de Zhangjiakou, com direito a dois saltos de 1080 graus. A americana Julia Marino conquistou a medalha de prata, ao passo que o bronze foi para australiana Tess Coady.

“É surreal! Estou muito orgulhosa pelo patamar que consegui alcançar com o meu Snowboard nos últimos quatro anos e por ter a oportunidade de mostrar ao mundo o que uma neozelandesa é capaz de fazer. Espero que o meu desempenho aqui inspire as crianças do meu país”, comentou Sadowski-Synott sobre a conquista, segundo o portal oficial dos Jogos Olímpicos Pequim 2022.

Com uma pontuação de 92.88, Zoi-Sadowski-Synnott, conquistou para a Nova Zelândia o primeiro ouro do país na história dos Jogos Olímpicos de Inverno. Coincidentemente, a vitória aconteceu no mesmo dia em que se celebra a assinatura do Tratado de Waitangi (6 de Fevereiro de 1840), evento que marca a fundação do território e que é tido como o dia nacional da Nova Zelândia.

Austrália para a história

Aos 23 anos, Jakara Anthony escreveu também o seu nome na história Olímpica dos desportos de Inverno australianos, ao ganhar a prova de Esqui (estilo livre), na estância de Zhangjiakou.

O ouro conquistado no domingo por Jakara Anthony foi o primeiro alcançado em provas femininas pela Austrália e a terceira medalha de sempre conquistada pelo país em Jogos Olímpicos de Inverno, após a prata de Matt Graham em PyeongChang 2018 e de Dale Begg-Smith, campeão em Turim 2006 e Vancouver 2010.

“É uma grande honra representar a Austrália aqui em Pequim e conquistar uma medalha de ouro. Não podia pedir mais nada”, afirmou Anthony.

Recorde-se que em PyoengChang 2018, Anthony ficou a um pequeno passo do pódio, terminando na quarta posição. Desta vez, contudo, a australiana liderou as quatro as descidas da competição, tendo obtido uma nota final de 83.09.

“É difícil não pensar muito quando se está à frente. Temos de estar constantemente focados naquele momento e em conseguir dar um passo de cada vez. Estou nas nuvens. Não tenho palavras. É um sentimento incrível”, desabafou.

A americana Jaelin Kauf conquistou a prata, tendo o bronze ficado para Anastasiia Smirnova em representação do Comité Olímpico Russo (ROC), de apenas 19 anos.

Emoções ao rubro

Também no curling, a Austrália fez história no domingo, apesar de não ter conquistado um lugar nas meias finas da vertente de duplas mistas. Isto porque, de equipa estreante afastada do evento por um dos seus elementos ter testado positivo para a covid-19, a dupla Tahli Gill e Dean Hewitt foi readmitida na competição e alcançou as primeiras vitórias de sempre para a Austrália na modalidade: 9-6 diante da Suíça e 10-8 contra o Canadá.

O resultado contra os suíços ganhou contornos ainda mais dramáticos porque, horas antes da partida, o Comité Olímpico Australiano estava a planear o regresso antecipado dos atletas depois de Gill ter testado positivo para a covid-19.

Entretanto, Comité Olímpico Australiano recebeu um documento oficial das autoridades de saúde da República Popular da China a anular a exclusão e a readmitir a dupla na competição (desde que cumprissem um protocolo específico) a poucas horas do início do primeiro embate, com a Suíça.

“Recebemos uma chamada oficial e lembro-me de pensarmos: ‘Será que isto é mesmo a sério?’. Precisávamos entrar no táxi em 15 minutos”, comentou Hewitt. “Foram, literalmente, as 24 horas mais loucas da minha vida, as minhas malas ainda estão feitas. Apenas deu tempo de tirar o uniforme”, comentou Gill, atentando para um pequeno detalhe:

“Tive de remexer na roupa toda para lá e para cá e acabei, inclusivamente, por jogar apenas com uma luva, e era a errada”, contou.

Apesar dos resultados obtidos, a Austrália não avançou para as meias-finais. Itália, Grã-Bretanha e Noruega estão entre os países apurados até ao momento.

Vanina Oliveira estreia-se com 43.º lugar no Slalom gigante

Vanina Oliveira, a primeira atleta portuguesa a competir nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, terminou ontem a prova de slalom gigante no 43.º lugar, entre 82 participantes, numa competição conquistada pela sueca Sara Hector.

Na prova, que decorreu em Yangqiing, Vanina Guerillot Oliveira, de 19 anos, estreante em Jogos Olímpicos, terminou a primeira manga na 55.ª posição e melhorou o tempo na segunda descida, ficando a 21,23 segundos da vencedora, que terminou as duas mangas em 1.55,69 minutos.

Depois da líder do ‘ranking’ mundial da disciplina, que conquistou o seu primeiro título olímpico, seguiu-se no pódio a italiana Federica Brignone, também medalha de prata em PyeongChang 2018, e a campeã do mundo, a suíça Lara Gut-Behrami, que foi terceira classificada.

A bicampeã olímpica e principal favorita, a norte-americana Mikaela Shiffrin, falhou uma porta na primeira descida e ficou fora da prova.

A esquiadora portuguesa cometeu um erro na fase final da primeira manga, que a fez perder algum tempo e a afastou do ‘top 40’ que tinha como objectivo para o slalom gigante, mas assegurou a melhor classificação lusa na disciplina, superando o 59.º lugar de Camile Dias em Sochi 2014, entre 90 participantes.

Sempre a subir

O chefe de missão, Pedro Farromba, salientou a dificuldade da pista e da prova, que 33 esquiadoras não conseguiram terminar, e manifestou-se “muito satisfeito” por ter sido atingido “o primeiro objectivo” da comitiva lusa.

“Estou muito satisfeito. Houve aquele percalço na primeira manga, já na parte final. Teríamos ganho ali uns quatro ou cinco segundos, o que nos tinha permitido fazer um ‘top 40’, mas era uma prova bastante difícil, como se percebeu pelo número de atletas que caíram, incluindo algumas de topo”, frisou Pedro Farromba, em declarações à agência Lusa.

“Cumprimos o que era o nosso primeiro objectivo, melhorar o resultado da última vez no slalom gigante. Estamos muito contentes. Para o slalom, as expectativas são mais elevadas, mas a Vanina está feliz e bastante animada”, referiu Pedro Farromba.

Vanina Oliveira volta a competir na quarta-feira, no slalom, prova em que se sente mais confortável e em que no Campeonato do Mundo de Are, na Suécia, terminou no 37.º lugar.

Patinagem artística | Kamila Valieva encanta com apenas 15 anos

Com apenas 15 anos, a patinadora Kamila Kalieva, representante do Comité Olímpico Russo (ROC), estreou-se nos Jogos Olímpicos de Inverno com uma prestação memorável no evento de patinagem artística por equipas, ao ter alcançado uma pontuação de 90.15, perto de seu recorde pessoal de 90.45 conquistado em Janeiro, no decorrer dos Campeonatos da Europa. A patinadora russa, foi a única a fazer um Axel triplo, elevando os braços acima da cabeça, depois mostrou um flip triplo e um triplo Lutz ao som de “In Memoriam”.

Com esta prestação, Valieva tornou-se na quarta mulher da história da modalidade a apresentar um Axel triplo nos Jogos Olímpicos. “Estava um pouco nervosa quando comecei a competição, mas assim que entrei no gelo, patinei bem. Consegui manter o controlo sobre aquilo que tinha programado e o resultado foi o que eu queria”, afirmou Valieva após a prova.

“Estou a patinar pela minha avó que faleceu, foi esse sentimento que me tomou”, acrescentou. A segunda colocada, a japonesa Higuchi Wakaba, obteve uma pontuação de 74.73 e a canadiana Madeline Schizas surpreendeu ao alcançar a terceira posição com 69.60.

Patinagem | Van der Poel conquista ouro para a Suécia e recorde olímpico

Na prova de masculina dos 5.000 metros de patinagem de velocidade, o sueco Nils van der Poel conquistou a medalha de ouro e conseguiu um novo recorde olímpico.

Van der Poel, que já era o recordista mundial, cumpriu a prova em 06.08,84 minutos, batendo assim o recorde que estava na posse do holandês Sven Kramer, com a marca de 06.09,76, conseguidos em Pyongyang em 2018. No segundo lugar ficou o holandês Patrick Roest, que levou a medalha de prata, enquanto o norueguês Hallgeir Engebraaten ficou com o bronze.

Na competição de esquiatlo masculino, o Comité Olímpico Russo foi o grande dominador, ao garantir os dois primeiros lugares do pódio. Alexander Bolshunov foi o vencedor da competição masculina dos 30 quilómetros de esquiatlo, prova de esqui de fundo, em que os esquiadores fazem 15 quilómetros em estilo clássico e 15 em estilo livre, deixando o segundo lugar para o seu compatriota Denis Spitsov. O finlandês Iivo Niskanen fechou o pódio e ficou com a medalha de bronze.

Nota ainda para o facto de o vento forte registado no domingo ter obrigado a organização a adiar a prova masculina de downhill dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, que acabou por ser disputada ontem.

Os ‘reis’ da velocidade do esqui alpino viram o início da prova ser adiado por três vezes, enquanto a organização aguardava por uma melhoria das condições meteorológicas, mas como tal não se verificou, a prova foi adiada em definitivo para segunda-feira.

 

Agenda para hoje

Biatlo (16h30) – Medalhas
Combinado Nórdico (15h30) – Medalhas
Curling (14h05 e 20h05) – Medalhas
Esqui Alpino (11h00) – Medalhas
Esqui Cross-Country (a partir das 16h00) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (10h00) – – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10)
Luge (a partir das 09h30)
Patinagem Artística (09h15)
Patinagem de Velocidade (18h30) – Medalhas
Skeleton (a partir das 12h40)
Snowboard (a partir das 10h40)

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30

8 Fev 2022