Álbum “Mariza” entre os dez melhores de 2018 para a revista britânica Songlines

[dropcap]O[/dropcap] álbum homónimo de Mariza, produzido por Javier Limón, editado em maio último, foi considerado pela revista britânica Songlines um dos dez melhores de 2018, divulgou a publicação. Sobre o álbum, escreve a revista que com o tema “Triguierinha”, que fala de “um amor alegre”, e com o qual abre o CD, Mariza “coloca de lado quaisquer preconceitos de que o fado é sempre melancólico”.

A revista destaca o “maravilhoso” tema “Quem, me Dera”, de autoria do angolano Matias Damásio, “Oração”, a estreia de Mariza como autora, e a interpretação, com Maria da Fé, de “Fado Errado”, que “dá um toque pessoal muito especial ao álbum”.

Mariza começou a cantar fado, regularmente, na casa de fados de Maria da Fé e do poeta José Luís Gordo, Senhor Vinho, no bairro lisboeta de Madragoa. O single “Quem Me Dera” contabiliza mais de 12 milhões de visualizações na plataforma ‘youtube’, segundo dados da sua promotora.

A Songlines refere ainda “a transparência e delicadeza da produção [do espanhol] Javier Limón”, que tinha produzido já o álbum “Terra” (2008). Mariza encontra-se em digressão europeia a apresentar este novo CD, tendo actuado em Alemanha, Espanha, Inglaterra, França e Suíça, terminando no próximo sábado, no Pavilhão Multiusos, em Guimarães, no Minho, cuja lotação “está já esgotada”, segundo a promotora Ruela Music.

Não é a primeira vez que um álbum de Mariza recebe esta distinção. Já em 2015, “Mundo” foi também incluído na lista dos dez melhores álbuns, da qual fez igualmente parte “Herança”, de Lura.

Com “Mariza” constituem a lista dos dez melhores álbuns de 2018, “Maghreb United”, de AMMAR 808, “Joys Abound”, de Anandi Bhattacharya, “Remain in Light”, de Angélique Kidjo, “Soar”, de Catrin Finch & Seckou Keita, “Wolastoqiyik Lintuwakonawa “, de Jeremy Dutcher, “Melodic Circles: Urban Classical Music from Iran”, de Mehdi Rostami & Adib Rostami, “El Mito de la Pérgola”, de Pascuala Ilabaca y su Fauna, o álbum homónimo do projeto Small Island Big Song, e “Yiddish Glory: Lost Songs of World War II”, coletânea que inclui vários artistas.

Mariza foi distinguida este ano com o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura, atribuído pelos governos de Lisboa e Madrid.

12 Dez 2018

LMA recebe “Sunday Show” no sábado | “As pessoas ficaram muito curiosas”

No próximo sábado, o Live Music Association recebe “Sunday Love”, um espectáculo de cabaret que tem celebrado o burlesco nos últimos 20 anos e que encerra um ciclo em Macau. Em jeito de festa de encerramento do show, membros da comunidade juntam-se aos artistas no palco da Coronel Mesquita

 

[dropcap]“S[/dropcap]unday Love” é o cabaret que tem dado vida ao burlesco em Portugal e levado ao palco performances artísticas há quase 20 anos. Quis o destino que Macau fosse o cenário final deste espectáculo, mais precisamente o Live Music Association (LMA). O momento está marcado para o próximo sábado, dia 15, pelas 22h.

“O lema deste espectáculo foi sempre o de convidar artistas para desenvolverem qualquer coisa a partir de um tema que lhes é dado”, começa por contar a directora artística e mestre de cerimónias, Mónica Coteriano, ao HM. Se no início os participantes eram essencialmente artistas, em pouco tempo o palco servia a todos os interessados. “À medida que se foi desenvolvendo, várias pessoas foram aderindo, sendo que havia interessados em participar que não era eram necessariamente artistas. Eram pessoas que iam ver o espetáculo e que depois vinham ter connosco a perguntar se no próximo podiam participar”, explica a responsável.

É com este espírito que “Sunday Love” é apresentado em Macau. No palco do LMA serão representadas “peças” preparadas por quem cá mora. “O desafio foi lançado à comunidade local – portugueses, macaenses, chineses, brasileiros, todos – que aderiu com uma panóplia de ideias”. Em suma, “o que aconteceu em Macau foi espectacular, até porque dado o tema, e tendo em conta o conceito de cabaret, as pessoas ficaram muito curiosas. A intenção é que cada um faça o que lhe der a real gana”, refere a Mónica Coteriano.

O resultado será um cabaret, para adultos, que conta com vários géneros artísticos e, acima de tudo, com muito boa disposição e surpresas várias.

Ainda assim, é um espectáculo estruturado em que “as apresentações se sucedem e são diferentes entre si”. Neste sentido, o público não sabe o que vai ver a seguir, o que o torna mais apelativo, considera a directora artística.

A juntar-se aos protagonistas locais, vem de Portugal o actor Gonçalo Ferreira de Almeida, a actriz Inês Nogueira e o maquilhador Jorge Bragada.

Final feliz

O “Sunday Love” nasceu em Portugal, no Bairro Alto pelas mãos do colectivo “Bomba Suicida”, em 2001. Mónica Coteriano faz parte do núcleo duro que, na altura, criou este cabaret que se foi desenvolvendo, sempre com o mesmo conceito. Mas, quase 20 anos decorridos, chegou a hora de dar lugar a outros projectos. Depois de um espectáculo no passado mês de Setembro em Portugal, e com a directora artística também responsável pela associação local “10 Marias”, “fazia sentido fazer o enterro em Macau”, referiu.
Paralelemente, o formato cabaret está a regressar em força, ocupando lugar de destaque em cartazes um pouco por todo o mundo e Mónica Coteriano acredita que Macau tem a atmosfera necessária para receber este tipo de expressão artística.

“O preconceito relativamente a este género de espectáculo já foi deixado de lado, ou pelo menos quero acreditar nisso”. Prova disso é a procura de bilhetes que tem sido, “felizmente, bastante grande”, comenta a directora artística do evento.

“Sunday Love” é um espectáculo para maiores de 18 anos apoiado pela Casa de Portugal e a Fundação Oriente. A responsável deixa ainda o alerta: “costumamos ser pontuais, e pedimos às pessoas para estarem no LMA às 22h”.

O que está para vir

Mónica Coteriano está à frente da associação “10 Marias”, uma entidade que se dedica à concepção e apresentação de espectáculo multidisciplinares.

Em mãos está agora um projecto que inclui Tó Trips dos Dead Combo, duas actrizes e uma videografa e que traz “a história dos navegadores que vinham para Macau, vista sob a perspectiva das mulheres que encontravam nos locais por onde passavam, e que eram as suas amantes”.

“Outra característica deste espectáculo em construção é a presença do maquilhador em palco que que vai transformando as participantes consoante vão mudando de país a que pertencem”, revela Mónica Coteriano.

12 Dez 2018

Macau tem 19 restaurantes com estrelas Michelin

[dropcap]M[/dropcap]acau tem a partir de hoje 19 restaurantes galardoados com estrelas atribuídas pelo Guia Michelin Hong Kong Macau, que apresentou a 11.ª edição no território. Ao todo, o Guia contempla 82 restaurantes com estrelas Michelin, 63 dos quais em Hong Kong. No ano passado, Macau tinha 18.

“A gastronomia destas regiões são das mais ricas do mundo”, com uma diversidade que vai desde os traços “britânicos, portugueses, indianos, italianos” e cantoneses, disse o director internacional dos Guias Michelin, Gwendal Poullennec, durante a conferência de apresentação do Guia Michelin Hong Kong Macau 2019.

Nesta nova selecção para Macau, os restaurantes Robuchon au Dôme e The Eight, ambos no hotel-casino Grand Lisboa, mantêm as três estrelas Michelin, já o restaurante Jade Dragon, que tinha duas estrelas no ano passado, passa agora a apresentar três.

O novo restaurante Alain Ducasse at Morpheus, do ‘chef’ de renome internacional, com mais de 20 restaurantes espalhados pelo mundo arrecadou, na estreia em Macau, duas estrelas Michelin. Os restaurantes Feng Wei Ju, Golden Flower, Mizumi e The Tasting Room, continuam com duas estrelas.

Como no ano passado, Macau tem ainda 11 restaurantes com uma estrela Michelin: King, Lei Heen, 8 1/2 Otto e Mezzo-Bombana, Pearl Dragon, Shinji by Kanesaka, The Golden Peacock, The Kitchen, Tim’s Kitchen, Wing Lei, Ying e Zi Yat Heen.

Na distinção “Bib Gourmand”, conferida aos restaurantes que oferecem menus de três pratos por menos de 400 patacas, surge um restaurante de comida portuguesa, O Castiço, entre os nove estabelecimentos indicados em Macau.

11 Dez 2018

UM discute 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

[dropcap]A[/dropcap] Faculdade de Direito da Universidade de Macau organiza esta quinta-feira um workshop sobre os 70 anos da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Participam nesta conferência os docentes da faculdade Paulo Canelas de Castro, Vera Lúcia Raposo, Luís Pessanha e Sten Verhoeven.

A palestra acontece no âmbito da cátedra Jean Monnet da UM, intitulada “A lei da União Europeia no contexto global”.

O aniversário da Declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) celebrou-se este domingo, 9 de Dezembro. António Guterres, secretário-geral da ONU, destacou nesse mesmo dia a necessidade de uma assinatura “sem demoras” da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio pelos países que ainda não o fizeram, um total de 45 Estados. Trata-se do primeiro tratado assinado após a implementação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

11 Dez 2018

IFFAM | “Wonderland” é a primeira longa-metragem de Wang Chao Koi

A secção “Industry Hub” da 3ª Edição do Festival Internacional de Cinema de Macau seleccionou 14 projectos para serem apresentados às produtoras e distribuidoras internacionais que marcam presença no evento. De Macau foram escolhidos os filmes “Lost Paradise” de Tracy Choi e “Wonderland” de Wang Chao Koi. Além dos três prémios monetários a ser atribuídos por esta secção, este ano há mais uma recompensa dedicada ao filme que melhor retrate o espírito de Macau

 

Jogo de sonho

[dropcap]W[/dropcap]ang Chao Koi está agora a preparar a sua primeira longa metragem “Wonderland”, um projecto seleccionado para apresentação na secção internacional dedicada à indústria no Festival Internacional de Cinema de Macau.

O título do filme foi inspirado num website – wonderful world – que contém os dados das pessoas com dívidas nos casinos, começa por contar Wang Chao Koi ao HM.

A partir daqui, estava dado o mote para “Wonderland”, uma película que pretende levar ao grande ecrã, não só a temática do jogo e a ambição a ele associada, como a questão da emigração, das pessoas que vêm do interior da China para Macau para trabalhar como recrutadores de jogadores e que trocam a vida com a família pela busca desenfreada de dinheiro. “O protagonista da história, Huei, é um agente de apostas da China que tem como emprego angariar jogadores. É um emigrante. Entretanto, um dos seus clientes perde muito dinheiro e acaba por fugir para a sua terra natal. Huei vai atrás dele e confronta-se com o lugar que deixou 20 anos antes, quando decidiu ir à procura de uma forma de ganhar rapidamente dinheiro. Este confronto, levanta a questão da felicidade e onde é que ela se pode encontrar”, refere Wang.

Bons passos

Para o jovem realizador, Macau está no bom caminho quando se fala de cinema e de desenvolvimento de uma indústria local. “Quando comecei a fazer filmes, há 12 anos, não conseguia sequer arranjar material para filmar no território. Tinha que ir a Hong Kong. Agora isso já não acontece, já e mais fácil fazer filmes cá”, refere. No entanto ainda há um caminho a percorrer no sentido de divulgar e apoiar o cinema local, acrescenta.

Por outro lado, “há uns anos, quando as pessoas falavam de filmes chineses falavam de cinema do interior da China, de Hong Kong, de Taiwan e mesmo de Singapura ou da Malásia, não se falava sequer de Macau. Mas agora, cada vez mais, Macau começa a ser reconhecido neste sentido”, sublinha, destacando o papel do festival para o efeito.

11 Dez 2018

IFFAM | “Lost Paradise”, de Tracy Choi, aborda assédio sexual

A secção “Industry Hub” da 3ª Edição do Festival Internacional de Cinema de Macau seleccionou 14 projectos para serem apresentados às produtoras e distribuidoras internacionais que marcam presença no evento. De Macau foram escolhidos os filmes “Lost Paradise” de Tracy Choi e “Wonderland” de Wang Chao Koi. Além dos três prémios monetários a ser atribuídos por esta secção, este ano há mais uma recompensa dedicada ao filme que melhor retrate o espírito de Macau

A redenção

[dropcap]O[/dropcap] assédio sexual é o tema central de “Lost Paradise”, a terceira longa metragem da realizadora local Tracy Choi. De acordo com a cineasta o objectivo “não é abordar o acto de assédio em si ou fazer uma perseguição a quem o faz”, mas antes trazer ao ecrã “a forma como as vítimas sobrevivem após terem sido sujeitas a assédio ou mesmo a violação”.

A escolha do tema deve-se a uma razão pessoal. “Tenho uma amiga que já foi violada e sinto-me responsável por não ter evitado a situação”, conta a realizadora ao HM. “Não éramos muito próximas, mas na noite em que foi violada eu estive com ela. Saímos para nos divertir. No final da noite fui-me embora e ela ficou com outras pessoas. Sinto-me sempre muito culpada por a ter deixado sozinha e não ter ficado com ela naquela noite”, explica.

No entanto, o período subsequente também não foi fácil para a vítima. “As pessoas sentem-se envergonhadas, tendem a não falar e a viver mais isoladas”, acrescenta Choi, salientando que é um filme de redenção e alerta para esta problemática.

Festival promissor

Acerca do festival de cinema que decorre em Macau até o dia 14, a cineasta confessa que, ao contrário do que se esperava depois de uma primeira edição marcada por muitos percalços, o evento tem tido um desenvolvimento assinalável.

Por outro lado, o destaque dado aos filmes locais é cada vez mais evidente. “Recordo que na primeira edição, e mesmo no ano passado, os filmes de Macau eram projectados em horários menos nobres, em que as pessoas normalmente não tinham disponibilidade para ir ver. Este ano não é assim, os filmes locais estão agendados para a noite e esta é também uma forma de promover o cinema que por cá se faz”, aponta.

Também na secção da indústria, o cinema local tem vindo a ser aceite, sendo que “no primeiro ano não foi seleccionado nenhum projecto de Macau, no ano passado já houve a presença de um e este ano estão dois realizadores a apresentar os filmes para financiamento e distribuição”, sublinha com entusiasmo.
Recorde-se que a primeira longa metragem de Tracy Choi, “Sisterhood”, foi a vencedora do prémio do júri na edição de estreia do maior evento local dedicado à sétima arte.

11 Dez 2018

Casa Garden recebe a partir de quinta-feira exposição de aguarelas

Três visões artísticas diferentes juntas no mesmo espaço. “Estilos Distintos” é o nome da exposição que reúne trabalhos em aguarela de três artistas de Macau: Lai Ieng, Sio In Leong e Lei Vai Wa. A mostra abre ao público na Casa Garden, na quinta-feira às 18h30

[dropcap]A[/dropcap] aguarela volta a ganhar protagonismo na Casa Garden numa mostra, que congrega um trio de artistas de Macau, com o título “Estilos Distintos”. A exposição, apresentada na quinta-feira às 18h30, junta trabalhos de Lai Ieng, Sio In Leong e Lei Vai Wa.

O conjunto de quadros que forma esta exposição colectiva aborda diferentes temas, padrões e cores, daí o título. O ponto comum mais evidente é a excelência e mestria técnicos que transporta para as telas os talentos e visões dos três artistas.

Lai Ieng, um dos nomes da mostra que abre portas na quinta-feira na Casa Garden, estudou pintura de aguarela na Associação de Artistas de Macau desde 1970, com Lok Cheong, um pioneiro local deste tipo de pintura. Lai já exibiu as suas obras em Pequim, Portugal, Hong Kong, Taiwan e nos Estados Unidos e foi seleccionado por quatro vezes para a Mostra de Artistas de Hong Kong, Macau e Taiwan, integrada na Exposição de Belas Artes da China. Em 2008, apresentou-se a solo, em Macau, com a exposição “Aquarelas de Lai Ieng”. Em 2009, um trabalho seu foi seleccionado como uma das dez melhores obras da Exposição Anual de Artes Visuais de Macau.

Sio In Leong, outra visão desta exposição, é um dos nomes da aguarela local. Estudou pintura com Tam Chi Seng, um mestre pioneiro de Macau, e tornou-se membro da Associação de Artistas de Macau em 1978. Com uma técnica predominantemente realista, participou em todas as exposições dos membros da Sociedade de Artistas de Macau, da 1ª à 4ª Exposição de Arte Bienal de Macau, na Exposição Colectiva de Artistas de Macau, e na Bienal de Artes Visuais de Macau.

Em 1992 e 2010, respectivamente, expôs a solo com “Registo de Uma Vida”. Em 2014, fez nova exposição individual, “Sentir o Tibete – Aguarelas de Sio In Leong”. Em 1985, ganhou o Prémio de Excelência na Exposição de Jovens Artistas de Macau.

As influências

Outro dos nomes que expõe em “Estilos Distintos” é Lei Vai Wa, artista especializado em pintura a óleo e guache. Em meados de 2015, recebeu o título de “Artista com Virtude e Excelente Aptidão” que distingue aqueles que tiveram contribuições de vulto para a causa das artes. Como artista sénior, Lei é agora conselheiro de arte da Associação Internacional de Artistas da China, vice-presidente da Associação de Cultura e Arte de Macau, vice-director geral da Sociedade Internacional de Pintura a Óleo de Macau, chefe do comité de supervisão da Academia de Caligrafia de Macau e director da Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau.

Quando se fala de aguarelas no território o nome de George Chinnery (1774–1852) é uma inevitabilidade, o artista que pintou a velha Macau do século XIX com a leveza que a técnica proporciona. As telas onde o quotidiano ganhava vida, e onde as paisagens se imortalizaram, são pedaços de história que transportam para a realidade de uma Macau desaparecida. De certa forma, apesar das abordagens diferentes e contemporâneas, o trio de artistas que forma esta exposição dão um eco actual às aguarelas que pintaram a cidade no passado.

11 Dez 2018

Nicholas Cage, actor: “Queria ser o James Dean”

Nicholas Cage é o embaixador da 3ª edição do Festival Internacional de Cinema de Macau e um nome incontornável no mundo da sétima arte. Cage falou do que considera especial no cinema chinês e da sua preferência pelos filmes independentes

É conhecido por trabalhar com cineastas em início de carreira. Acha que tem a responsabilidade de ajudar a criar novas gerações de realizadores?

[dropcap]N[/dropcap]ão vejo as coisas nesses termos. Não considero que esteja, de facto, a ajudar estes realizadores. Sinto nos trabalhos que faço com novos realizadores, que se trata de um movimento comum em que, talvez eles sendo mais novos, e que cresceram a ver-me têm algo mais a descobrir em mim. Por isso é mais uma troca entre iguais em que nos ajudamos mutuamente. Mas não penso nunca: “olha ali está um jovem cineasta que vou ajudar”. São realizadores apaixonados e entusiastas e que têm uma visão, que têm um ponto de vista diferente e que me dão uma perspetiva que eu não tinha visto antes.

Já trabalhou com realizadores chineses. Que aspectos particulares destacaria no cinema da China?

Tenho trabalhado com o realizador John Woo e não sei se posso, com esta referência, dizer que se trata de expressão chinesa, mas sendo que ele é desta parte do mundo posso assumir que há um estilo e um carisma particular que se sente no cinema de cá. Isso sente-se na música, na dinâmica, na dança, e mesmo na violência. É um cinema muito poderoso. Não posso dizer que todo o cinema chinês tem este estilo, mas da minha experiência a trabalhar com John Woo e com os irmãos Pang, penso que existe em ambos um sentido de ritmo muito particular. No filme “Bangkok dangerous” com os irmãos Pang , por exemplo, quando o Danny Pang me mostrou como disparar uma arma, disse-me que tinha que o fazer num determinado ritmo. Eles vão a este nível de detalhe quase como se o disparo de uma arma tivesse que ser em sincope ou mesmo musical. Também gosto muito a emoção e da profundidade das relações que o cinema chinês aborda e que é identificada em filmes como “Raise the Red Lantern” ou “Hero” de Zhang Yimou. Há uma paixão que penso que é única a esta parte do mundo do cinema.

Houve uma altura da sua carreira em que fez uma mudança abrupta no tipo de filmes em que participou e em que passou dos filmes dramáticos para filmes de acção mais comerciais. Depois acabou por deixar este género e voltar ao drama. O que é que se passou?

Houve muita gente que se chateou comigo na altura em que passei a participar em filmes de acção e por ter deixado aqueles que tinham um espírito mais independente. A razão da mudança foi essencialmente por ser um desafio em que queria provar a mim mesmo que conseguia fazer outras coisas. Todos me diziam que não conseguia porque não tinha a aparência certa ou a condição física adequada e não tinha os músculos necessários. Fi-lo por diversão. Pensei nisso como uma experiência e um desafio. Mas as minhas raízes estão no drama e no cinema independente. Eu surgi do “Vampire´s kiss” e do “Raising Arizona”. Vim de uma série de pequenos filmes provocadores. Mas os filmes de aventura – prefiro chamar assim aos filmes de acção – foram uma oportunidade para interpretar num formato diferente. Quando se está a fazer um filme de aventura existe pouco tempo para construir o personagem e contar a história antes de dar inicio à acção. Nestes filmes o actor tem muito pouco tempo para conseguir vender o que a personagem é de facto. Este é o desafio.

Faz filmes há cerca de 40 anos. A relação entre actores e público tem mudado drasticamente com o fenómeno das redes sociais. Como é que esta transformação na relação que tem com o público?

Houve uma mudança incrível na evolução da relação entre o actor e os seus fans e com a qual nunca me senti muito familiar. Quando me confronto com uma situação que possa requerer esse contacto pergunto-me: o que faria o Prince? E isso inspira-me. Não sei se o Prince aderiria ou não às redes sociais, mas na minha imaginação não o faria por ser um artista enigmático e misterioso. No minha abordagem às redes sociais prefiro permanecer um pouco mais na idade dourada, nos anos 30 e 40, um pouco mais Prince. Prefiro não estar conectado com os fans dessa forma tão imediata porque isso rouba, a eles e a mim, a possibilidade de imaginar e de sonhar. Se estivermos lá, ligados ao nosso público, deixa de existir mistério, que é o que, de alguma forma, nos une. O contacto mediático pode funcionar para muitas estrelas. Por outro lado, penso que a cultura da fama está um pouco sem rumo. Qualquer um pode ter uma cara bonita, beber uma garrafa de tequila e fazer uma cena numa cerimónia do tapete vermelho, e com isso ter uma fama imediata. Tudo devido às redes sociais que permitem gravações que acabam por correr o mundo. Estas pessoas acabam por ser famosas, de facto, mas têm uma fama que não tem nada que ver com talento ou com o fazer qualquer esforço a desenvolver um tipo de trabalho, seja ele uma grande canção, uma grande performance ou um bom filme. Isto é um fenómeno que acontece com a transformação que se vive actualmente. É o que é. Não o julgo. Mas não quero ser, de todo, parte disso. Escolhi ser actor porque queria ser o James Dean. Nunca poderei ser o James Dean mas isso foi a minha inspiração, e não foi porque queria acompanhar o meu número de seguidores no twitter.

O que mais o interessa nas pequenas produções?

As pequenas produções acontecem muito rapidamente quando são bem feitas. Não há muito tempo e temos que saber os nossos diálogos e ter gestos bem definidos cotemos que saber o que queremos fazer com a personagem porque uma vez que entremos no set temos apenas três ou quatro semanas para trabalhar, um financiamento limitado. Não há tempo a perder. É por isso que quando faço um filme mais independente faço questão de ter uma relação muito próxima com o realizador para poder perceber exactamente o que é que ele quer. O meu trabalho enquanto actor é, em primeiro lugar e acima de tudo, facilitar a visão do realizador. Tenho que entender bem o que ele quer para que possamos estar em harmonia numa situação em que ponho no papel a minha marca única mas que está ali para servir o cineasta. Por outro lado, as pequenas produções estão a chegar cada vez mais ao público. Não nas salas de cinema, mas em casa. As pessoas vão pouco ao cinema porque é muito dispendioso quando se calcula o preço dos bilhetes para a família, das pipocas e dos doces. As pessoas começam a pensar que podem rapidamente poupar esse dinheiro e comprar um sistema de cinema ara ver em casa. Aliás a maioria dos filmes em que participei é visto em casa. Estes filmes mais pequenos acabam por estar acessíveis no sistema de aluguer de filmes que no fundo me permitido permanecer no ecrã com filmes fora do vulgar e com argumentos menos comerciais. Penso que há uma boa relação entre as pequenas produções e esta modificação na forma de ver filmes.

Gostaria de participar mais em filmes asiáticos?

Absolutamente. Quero experimentar o cinema em todos os lugares. Adoraria fazer um filme na Índia, alias já quase fiz, com o “The Darjeeling Limited”, mas não o fiz e teria sido uma experiência fascinante. Acabei de filmar “Outcast” nos arredores de Pequim e gostaria de fazer um filme no Japão e em Xangai. Penso que as nossas interpretações são influenciadas com o lugar onde que estamos. O facto de estarmos num sítio novo, com novos estímulos, com nova comida e em que podemos passar o serão com desconhecidos acaba por transformar a forma como interagimos. O contacto com uma nova cultura influencia o nosso desemprenho em frente às câmaras.

Que conselho daria aos que querem enveredar por uma carreira na sétima arte?

O meu conselho é muito simples: não deixar que outros ataquem os seus sonhos e as suas crenças. No mundo do cinema vão conhecer pessoas que vão dizer que não podem ser uma estrela ou que não podem ser um realizador. Não gosto do termo “não poder”. O que estas pessoas têm que ter em mente é que no seu caminho vão encontrar muita gente que os quer tirar de lá e que não podem ceder ou desistir. Têm que, pelo menos, dar-se um tempo. Quase não consegui ser actor de cinema e tinha um plano B que seria ser pescador. Iria pegar num barco, escrever contos e pescar. Podia ter sido um grande plano, mas o plano A, de ser actor, finalmente aconteceu. Fui rejeitado repetidamente. Ninguém queria fazer um filme comigo.

10 Dez 2018

Mia Couto prepara livro sobre a sua infância

[dropcap]O[/dropcap] escritor Mia Couto disse à agência Lusa que o seu novo livro tem como foco a infância na Beira, em Moçambique, admitindo que é uma mudança na sua escrita, como que a contrariar que só se nasce uma vez.

“Visitei a minha cidade, no princípio deste ano, de uma maneira que reencontrei os lugares de infância e tive tempo, que é uma coisa que deixamos de ter num certo período da vida. Não só revisitei, fui de maneira a ser ocupado por esse espaço, por essas vozes e isso foi muito importante para mim, percebi que estava tudo vivo, esse passado não tinha passado”, justificou Mia Couto.

Na calha está o novo livro do escritor moçambicano que tem como foco a sua infância e, neste sentido, admitiu que quando visitou a Beira, uma vez que vive em Maputo, ia com vontade de se “deixar ser assaltado por esse sentimento” de reviver o passado e o tempo da sua juventude.

“Para dizer a verdade acho que precisava disso, desse regresso, precisava de me sentir, como se a ideia de que nascemos num só momento tivesse que ser contrariada e eu precisasse de continuar a nascer e aquele é o melhor lugar”, confidenciou à agência Lusa, ao mesmo tempo em que admitiu que “há uma mudança na escrita” no próximo livro.

“Há uma mudança sim, porque também me interessa. Se eu sinto que estou a escrever a mesma coisa e da mesma maneira não me interessa mais escrever, eu quero batalhar contra mim mesmo, contra aquilo que me parece que já está estabelecido, uma zona de conforto que me apetece desafiar, não me apetece mais escrever se não me surpreender”, admitiu.

O novo livro que tem em mãos terá “uma escrita fragmentada a partir de papéis e de documentos e de registos escritos” que permitem ao autor “fazer uma visita ao que são até mais os esquecimentos do que as memórias, é uma espécie de invenção de esquecimentos a partir do que outros dizem que foi” esse passado,

“Principalmente os meus próprios irmãos que me contam histórias de família como se eu nunca estivesse lá, como se fosse uma ausência, uma distração e isso para mim é muito bom, porque estou a visitar o meu próprio tempo, a minha própria infância, como se a sentisse ao mesmo tempo familiar e estranha”, revelou.

Apesar do foco ser a sua infância, Mia Couto avisou que o livro não é sobre ele ou sobre a sua família, porque não deseja falar disso, mas interessa-lhe “muito falar desse tempo, porque é um tempo que é importante não esquecer e esses aparentes esquecimentos e esse registo de uma memória que nunca quer ser verdadeira, servem para relembrar um tempo que foi um tempo que tem ensinamentos, que não se podem esquecer”.

Mia Couto falava à agência Lusa, depois de ter participado numa das conversas literárias, programada pelo Festival Tinto no Branco, que decorreu em Viseu e que contou com mais de 30 convidados, e onde partilhou o palco com o seu primo Tito Couto com quem falou de si, da família e da escrita.

Um momento que “correu bem, foi caloroso”, mas que Mia Couto confessou que, esta dimensão, com centenas de pessoas e a falar em cima de um palco, “passa a ser mais uma coisa facilmente convertida num espetáculo” do que uma conversa sobre escrita.

“Talvez o lugar do escritor e da escrita seja numa coisa mais pequena, mais familiar, numa sala onde se possa olhar as pessoas nos olhos e conversar como se conversa na vida real”, admitiu o escritor que reconheceu que não é uma opinião com base nas suas idiossincrasias, mas porque entende que “a escrita é uma coisa mais familiar, mais próxima, mais íntima”.

10 Dez 2018

Exposição “Arte de Ilustração: Amesterdão x Macau” inaugurada hoje na FRC

[dropcap]C[/dropcap]hama-se “Arte de Ilustração: Amesterdão x Macau” e é hoje inaugurada, por volta das 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC). Promovida pela Associação YunYi and Cultural Communication, a mostra reúne trabalhos de 20 ilustradores de Macau e da Holanda, que já tiveram expostos em Barcelona.

Na FRC o público poderá ver 40 obras de sete artistas holandeses, bem como obras de artistas de Macau tal como Sandy Ieong, Joana Borges, Rui Abreu ou Bruno Kuan, entre outros.

De acordo com um comunicado da FRC, a exposição “tem como objectivo de criar uma rede entre a comunidade de artistas conhecidos e emergentes, proporcionando-lhes uma plataforma de intercâmbio sobre novos desenvolvimentos no seu campo de trabalho e promover uns aos outros”.
A exposição ficará patente na FRC até 5 de Janeiro de 2019.

10 Dez 2018

IFFAM | Os dez filmes imprescindíveis

A 3ª edição do Festival Internacional de Cinema de Macau acaba esta sexta-feira. A organização seleccionou dez filmes a não perder, distribuídos por entre as várias categorias da programação

 

Green Book, de Peter Farrelly

[dropcap]E[/dropcap]m primeiro lugar, o destaque vai para “Green Book”, o filme de abertura do evento, que é apresentado já amanhã, às 20h30 no Centro Cultural de Macau. Realizado por Peter Farrelly e protagonizado por Viggo Mortensen, Mahershala Ali e Linda Cardellini “Green Book” traz ao ecrã a história de Frank Vallelonga conhecido por “Tony Lip” e do pianista de renome internacional Don Shirley. Quando Tony Lip (Viggo Mortensen), um segurança ítalo-americano, é contratado como motorista do Dr. Don Shirley (Mahershala Ali), para uma digressão pelo sul dos Estados Unidos, os dois servem-se de um guia para encontrar os locais que acolhem em segurança afro-americanos. Com o decorrer da viagem e confrontados com vários perigos e ameaças, apesar de oriundos de mundos diferentes, Lip e Shirley acabam por se aliar para superar as adversidades.

Shadow, de Zhang Yimou

Em segundo lugar a organização destaca o filme de encerramento, a última produção do realizador chinês Zhang Yimou, “Shadow”. Depois de ter passado por Veneza, Toronto e Londres, e de ter sido galardoado com o “Golden Horse” para a melhor realização, o drama histórico do também realizador de “To Live”, aparece como um “must see”.

rotagonizado por Deng Chao e Sun Li, o filme é uma reinterpretação do argumento original de Zhu Sujin, de “Three Kingdoms”. Deng Chao interpreta os papéis de Ziyu e Jingzhou. O primeiro é um heróico comandante, enquanto o segundo a sua “sombra” que aparece em tempos de guerra. A sombra gradualmente quer tomar o lugar do comandante e conseguir a sua liberdade, mas apaixona-se pela sua esposa, Xiao’ai interpretada por Sun Li.

Hotel Império, de Ivo Ferreira

Em terceiro lugar o festival destaca o filme do português Ivo Ferreira “Hotel Império”

Mandy, de Panos Cosmatos

Já a película de terror protagonizada por Nicholas Cage é a quarta grande recomendação da 3ª edição do maior evento dedicado ao cinema no território. Além de Cage, o filme realizado por Panos Cosmatos, conta ainda nos principais papéis com Andrea Riseborough e Linus Roache. Nas montanhas do noroeste americano, nos anos de 1980, Red Miller (Nicolas Cage) e Mandy Bloom (Andrea Riseborough) são um casal apaixonado que vive pacificamente numa cabana. Tudo parece correr bem até que o líder de um culto sádico, Jeremiah Sand, se apaixona por Mandy acabando ordenar o seu rapto. Quando a tenta seduzir é rejeitado e assassina Bloom. Com a perda do amor de uma vida, Red é catapultado para uma viagem fantasmagórica numa caça ao assassino e aos membros do culto que dirige. Mandy é exibido sábado, às 21h na Torre de Macau.

In Fabric, de Peter Strickland

O quinto lugar entre os filmes a não perder vai para o filme britânico “In Fabric” de Peter Strickland a ser exibido dia 11, às 21h15 na Cinemateca Paixão. A película traz a história de uma empregada bancária de meia idade que vê a sua vida transformada depois de comprar um vestido vermelho. Mas a peça de roupa parece estar amaldiçoada. O elenco de “In Fabric” conta com Gwendoline Christie, Marianne Jean-Baptiste, Hayley Squires e Leo Bill.

Roma, de Alfonso Cuaron

Um dos filmes que está a causar furor no panorama cinematográfico internacional e que é a oitava recomendação do festival é a co-produção dos Estados Unidos e do México, “Roma” de Alfonso Cuaron. Roma é o nome do bairro dos patrões de uma empregada doméstica, na Cidade do México, que acaba por se tornar a responsável pelas quatro crianças daquela família quando o pai parte em viaja por tempo indeterminado. “Roma” é apresentado a 10 de Dezembro na Torre de Macau às 15h e conta, nos principais papéis, com Abhimanyu Dassani e Radhika Madan.

The man who feels no pain, de Vasan Bala

Na oitava posição está o filme em competição “The man who feels no pain” de Vasan Bala . A película indiana conta a história de um jovem que sofre de uma doença rara que o impossibilita de sentir qualquer dor, o que representa uma ameaça para a própria vida. O filme pode ser visto a 11 de Dezembro, às 10h no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Macau.

White Blood, de Barbara Sarasola-Day

Segue-se “White Blood”, o filme argentino que também integra a secção de competição e traz o drama de Martina e Manuel, dois traficantes de droga entre a Bolívia e a Argentina. Manuel morre, vítima de overdose provocada pelas cápsulas ingeridas e Martina só pode recorrer ao pai que nunca conheceu para a ajudar. “White Blood” tem projecção marcada pera o dia 11 às 21h45 no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Macau.

10 Dez 2018

“A Drowning Man” vence melhor filme do festival Sound&Image de Macau

[dropcap]A[/dropcap] curta-metragem “A Drowning Man”, do realizador dinamarquês-palestiniano Mahdi Fleifel, conquistou o prémio de melhor filme da 9.ª edição do festival internacional Sound&Image Challenge, foi ontem anunciado no teatro D. Pedro V, em Macau.

Nas palavras do grande júri, “Drowning Man” é um “retrato oportuno e intemporal do desespero e isolamento sem esperança num país estranho”, uma “pequena obra-prima” que se destaca da “recente onda de curtas-metragens sobre refugiados”. O filme esteve em competição no festival de Cannes, no ano passado.

Já “Silent Campine”, do belga Steffen Geypen, venceu o prémio de “melhor ficção” ao levar o “espetador a um mundo obscuro desprovido de valores e regras”. O júri descreveu a ‘curta’ como uma “representação poderosa de um complicado relacionamento entre pai e filho”.

Um dos grandes vencedores da noite foi o jovem de Macau Kin Kuan Lam, ao arrecadar três prémios com “Illegalist”: melhor realizador, melhor filme local e identidade cultural de Macau.

O melhor documentário foi atribuído ao brasileiro Rodrigo Meireles, com “Anderson”, um homem de meia-idade com paralisia cerebral. Anderson aceitou ser filmado “se o documentário não fosse um drama”, lê-se na sinopse.

Na categoria de animação, destacou-se o alemão Malte Stein, que recebeu o galardão com surpresa. “Flood”, simultaneamente “explicável e inexplicável”, conquistou o júri com a sua “visão criativa singular que se desenrola num fundo sinistro e apocalíptico”.

Também de Macau, Sam Lam e Tiago Lei venceram o prémio Volume, que distingue o melhor vídeo musical.

A menção honrosa foi para o realizador de Macau Chao Ut Ieng, com “Livestreaming”, e a escolha do público recaiu sobre “Who am I”, uma co-produção Macau/Filipinas, de Mark Aguillon. O realizador frisou o baixo orçamento da ficção e disse esperar regressar para o ano.

O festival de curtas-metragens, que arrancou com o documentário “A vida aqui, está vista?”, do português Filipe Carvalho, Expandido”, terminou ontem, com uma cerimónia no teatro D. Pedro V. Organizado pela Creative Macau, espaço cultural que celebrou este ano o 15.º aniversário, o festival recebeu na nona edição mais de 4.000 candidaturas.

10 Dez 2018

“Hotel Império” | A cidade imaginária de Ivo Ferreira em destaque no MIFF

“Hotel Império” não é um filme sobre uma Macau real, mas sim o resultado da percepção do realizador, Ivo Ferreira, acerca da cidade onde vive há mais de 20 anos. Esta é premissa deixada pelo cineasta ao HM acerca da película que está entre os dez filmes recomendados pela 3a edição do Festival Internacional de Cinema de Macau. “Hotel Império” é apresentado dia 11 de Dezembro, às 21h30 na Torre de Macau

[dropcap]D[/dropcap]epois da estreia mundial no Festival de Cinema de Pingyao, em Outubro, e de ter sido apontado como um filme “excepcional que dá uma visão única de Macau” pelo director artístico do Festival Internacional de Cinema de Macau, Mike Goodridge, “Hotel Império” de Ivo Ferreira está em destaque no programa da 3.ª edição do maior evento local dedicado à sétima arte a decorrer a partir de amanhã, até dia 14, e que tem projecção marcada para a próxima terça-feira, na Torre de Macau, pelas 21h30.

O filme é uma produção portuguesa e chinesa que traz ao grande ecrã “a cidade e as relações que nela se estabelecem”, começa por dizer Ivo Ferreira ao HM.

Mas não se trata de uma Macau comum e capaz de ser identificada por todos, é antes um território que aparece como resultado de uma interpretação imaginária que o realizador foi construindo. “É uma visão, uma espécie de ideia possível de Macau. Eu não sei o que é Macau, não sei quem são as pessoas. Tenho apenas ideias sobre isso”, aponta.

Em “Hotel Império”, a cidade é “uma espécie de colecção destas ideias que tenho desde os 18 anos, altura em que cheguei cá pela primeira vez”, refere. Duas décadas a viver em Macau permitiram a Ivo Ferreira assistir às transformações do território, e como tal, o filme apresenta também “a forma como o olhar foi mudando ao longo dos anos. É um mundo inventado, uma Macau fora do tempo ancorada em ideias dos anos 90 e em ideias de futuro”.

“[Macau] Tem uma atmosfera muito especial e apesar de tudo há uma espécie de fragrância a melancolia que será, talvez, uma coisa deixada pelos portugueses e que às vezes parece contaminar os espaços.”

IVO FERREIRA REALIZADOR

IDENTIFICAÇÕES DE LADO

O objectivo do realizador em “Hotel Império” não é uma aproximação do real até porque as pessoas que vivem em Macau não vão, na sua grande parte, identificar-se com o que poderão ver, considera. O que Ivo Ferreira pretende é que o público se “entretenha, em vez de ir à pro- cura dos pontos de contacto com a realidade, ou que tente procurar uma pureza dessa Macau que cada um pensa que conhece”, aponta.

De acordo com o realizador português, o cinema não é para ser feito como retrato da verdade, “e mal do cinema se fosse”, até porque “para esse efeito existem géneros muito específicos como o documentário ou determinadas ficções”, aponta.

“‘Hotel Império’ retrata uma Macau que se desenha muito na possibilidade ou da impossibilidade das personagens que habitam aquele espaço e das suas relações”, sublinha Ivo Ferreira.

PALCO DE POUCO CINEMA

Imaginado ou real, o território é um espaço apelativo para fazer cinema. “Tem uma atmosfera muito especial e apesar e tudo há uma espécie de fragrância a melancolia que será, talvez, uma coisa deixada pelos portugueses e que às vezes parece contaminar os espaços”, diz o realizador.

No entanto, não é fácil fazer filmes por cá, e talvez por isso as películas que têm o território como pano de fundo ainda sejam poucas. “A quantidade de vezes que Macau aparece em filmes é irrisória se com- pararmos com outras cidades como Hong Kong, com Lisboa ou com Pequim”, sendo que esta ausência da sétima arte “não é por acaso, com certeza”, aponta.

As dificuldades em produzir cinema no território sentem-se em vários aspectos, e reflectem que Macau é “uma cidade pouco habituada a ser filmada”, o que se vê “nas questões ligadas a autorizações de filmagens com as questões que têm que ver com o próprio tráfego da cidade, por exemplo”, lamenta o realizador.

Mas as circunstâncias podem mudar e o Festival Internacional de Cinema, que teve início em 2016, pode representar uma alavanca nesse sentido. “Aliás, Macau começa a ser falada por causa do festival a já está no mapa da sétima arte. Trata-se de um marco importantíssimo para a imagem do território no exterior e para os realizadores locais”, sublinha.

Por outro lado, a promoção do cinema feito localmente “é uma forma de dar uma imagem da cida- de que vai para além do jogo e dos casinos. Uma imagem que esteja mais ligada à identidade do lugar e que passa pela cultura”, acrescenta Ivo Ferreira.

Não menos importante é o contributo que este tipo de eventos pode trazer para a formação dos próprios residentes, sendo que “contribui para a sua formação intelectual e estabelece um maior contacto com o que se passa no resto do mundo e até dentro do próprio território”, remata.

10 Dez 2018

Exposição de Ung Vai Meng inaugura na próxima quarta-feira no Albergue

[dropcap]U[/dropcap]ng Vai Meng está de regresso às exposições individuais. “Vestígios de Linhas”, que abre na próxima quarta-feira, pelas 18h30, no Albergue SCM, surge integrada nas celebrações do 19.º aniversário da RAEM.

No total, são 29 obras organizadas em cinco séries temáticas – “Instantes”, “Santos”, “Anjos”, “Ópera Chinesa” e “Esboços” –, explorando “uma linguagem, onde a pintura tradicional chinesa se cruza com o desenho a carvão”, diz um comunicado divulgado ontem pelo Albergue SCM. A mostra, comissariada pelo arquitecto Carlos Marreiros, vai estar patente ao público até 13 de Fevereiro. Com entrada livre, pode ser visitada de terça a domingo entre as 12h e as 20h.

Nascido em Macau, onde estudou desenho e aguarela, Ung Vai Meng realizou uma vasta gama de exposições individuais em Macau, Hong Kong, na China e na Europa, tendo vencido inúmeros prémios em competições de arte e design em Macau e no exterior. Ung Vai Meng, que foi presidente do Instituto Cultural, é actualmente professor convidado e mentor de doutoramento da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau.

7 Dez 2018

Artista polaco vence Trienal de Gravura de Macau

[dropcap]A[/dropcap]obra “Habitable structure”, da autoria do artista polaco Lukasz Koniuszy, venceu o prémio de ouro da terceira Trienal de Gravura de Macau, organizada pela Instituto Cultural (IC). A prata e o bronze foram atribuídos, respectivamente, às obras “The remains of the painful thing 6” e “The way of harvester No. 2”, ambas da autoria de artistas tailandeses (Warranutchai Kajaree e Rattana Sudjarit).

O anúncio foi feito ontem pelo IC em comunicado, dando conta de que foram ainda atribuídas sete menções honrosas a Alberto Balletti (Itália), Bianca Cork (Reino Unido), Chalita Tantiwitkosol (Tailândia), Cao Jianhong, Li Can e Zuo Wei (China) e a Lee Wen-Jye de Taiwan.

Na mesma nota, o IC destaca a enorme adesão à Trienal de Gravura de Macau, dado que foram recebidos 1097 trabalhos da autoria de 720 artistas oriundos de um total de 39 países e territórios. Um número recorde desde que a iniciativa foi lançada em 2012.

As 175 obras premiadas e finalistas vão ser exibidas a partir do próximo dia 28, e até 17 de Março, no Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas Navais N.º 1, na Galeria Tap Seac, na Galeria de Exposições Temporárias do IACM, bem como na Galeria de Exposições e Casa Nostalgia das Casas da Taipa.

7 Dez 2018

Festival Fringe regressa em Janeiro com um total de 18 propostas

O Fringe está de regresso. O cartaz do festival, que vai decorrer entre 11 e 27 de Janeiro, contempla 18 propostas pensadas para “quebrar as barreiras e as convenções e a redescobrir o excepcional da vida quotidiana”

 

[dropcap]É[/dropcap]com “Sigma”, uma produção do grupo Gandini Juggling (Reino Unido), que combina ritmos, padrões e cores exuberantes num cenário de espelhos, celebrando o diálogo entre os mundos do malabarismo, da música e da dança clássica indiana que vai abrir o XVIII Festival Fringe, cujo cartaz foi ontem apresentado.

Subordinada ao tema “Extra. Ordinário”, a iniciativa, organizada pelo Instituto Cultural (IC), pretende levar o público a “quebrar as barreiras e as convenções e a redescobrir o excepcional da vida quotidiana” através de um total de 18 propostas, a terem lugar entre 11 e 27 de Janeiro.

É também do Reino Unido que chega “Wet Sounds”, um concerto subaquático “sem precedentes”, apresentado por Joel Cahen que vai transformar uma piscina comum num espaço para música, bem como “The Icebook”, o “primeiro livro pop do mundo em vídeo ‘mapping’, dos artistas britânicos Davy e Kristin McGuire. Já com a marca dos Estados Unidos surge “Transmissão Silenciosa”, pela mão da artista Morgan O’Hara, conhecida pelo desenho ao vivo “Live Transmissions”, que vai juntar-se à Associação de Desenvolvimento Comunitário para explorar o significado do desaparecimento e da incompletude da vida. “Peixe-dourado” titula a peça da Four Dimension Spatial de Macau e da Companhia de Dança Moderna de Changde (China), que se propõe a revelar memórias ocultas de tabus emocionais sob a lógica do sonho.

Desenhos que soam

O Conjunto de Música Urbana Interactiva, por seu turno, vai apresentar uma instalação com desenhos de diferentes instrumentos musicais que podem ser tocados. “É uma instalação interactiva baseada nas formas de arte de rua. Basicamente, é uma parede de seis por três metros com desenhos de instrumentos que ao serem tocados vão dar som”, explicou o português João Oliveira, sem esconder a expectativa de ver a reacção do público.

“Hei-de vir todos os dias para filmar, porque, para mim, o que tem piada é isso mesmo, não haver distanciação entre os artistas e quem observa. Na realidade, o público é o artista, eles é que vão fazer algo”, sublinhou. João Oliveira explicou ainda que estarão patentes instrumentos distintos, desde chineses a indianos, ou mesmo da música electrónica, como sintetizadores. Em paralelo, vão ter lugar pequenas performances com o objectivo de explicar um pouco o conceito a quem passar pela Praça de Jorge Álvares.

O programa tem, de resto, uma forte componente local, como “Pequeno Escape”, que revela histórias de vida entre os corredores de um supermercado, da autoria de Lei Sam I, bem como “Sê Meu Velho Amigo”, produzido pela companhia local Dream Theater Association, em que, por via de objectos de estimação, velhos amigos contam histórias pessoais, lembrando a Macau do antigamente. Destaque também para “Flash Mob – Phubber Drama”, de Cherrie Leong, que reflecte sobre a sociedade actual, centrada no mundo dos “phubbers”, ou seja, dos que ignoram alguém por estar constantemente fixado no telemóvel ou para “Sonia”, escrita pelo dramaturgo local Ma Wai In e encenada por Ku Ieng Un, em que o público vai ser convidado a ouvir uma história que, dando vida a personagens não-humanas, reproduz a realidade.

A oferta inclui ainda espectáculos transdisciplinares e fruto de colaborações inter-regionais, como “Horizonte Corporal”, da Companhia de Dança Amálgama (Portugal), Dancecology (Taiwan) e Stella e Artistas de Macau, que apresentará uma nova perspectiva que permitirá ver Macau de um outro ângulo, através das linhas da paisagem com a extensão dos corpos.

O Fringe contempla ainda espectáculos para públicos de diferentes idades, tais como “Magia de Luz e Sombra”, apresentado pelo mimo francês Edi Rudo e pelo CANU Theatre, os quais irão criar um mundo teatral absurdo, usando luzes e sombras com as mãos; e o concerto “Era uma vez a cantar em Português”, da Casa de Portugal em Macau, que apresenta clássicos da Disney e canções tradicionais infantis portuguesas.

O XVIII Festival Fringe, com um orçamento de três milhões de patacas, oferece 18 programas, duas exposições e instalações, sete ‘workshops’ e três palestras temáticas, num total de mais de 100 sessões ao longo de 17 dias.

7 Dez 2018

Conan Osiris, D.A.M.A, Surma e Lura entre os compositores do Festival da Canção 2019

[dropcap]C[/dropcap]onan Osiris, D.A.M.A, Surma, Miguel Guedes, Flak, D’Alva, Lura e Calema estão entre os artistas e bandas convidados pela RTP para comporem temas para ao Festival da Canção 2019, anunciou hoje a estação pública.

Num comunicado hoje divulgado, a RTP divulga os nomes “dos 16 responsáveis pela composição das canções concorrentes” ao Festival da Canção 2019, cujas semifinais decorrem a 16 e 23 de Fevereiro, nas instalações da estação em Lisboa, e a final a 2 de Março, em local a anunciar.

Dos 16 compositores a concurso, 14 foram convidados pela RTP, “uma vez mais tendo em conta a representação da diversidade de géneros musicais que tem sido aplicada desde que foi posta em prática uma remodelação do formato após um ano de pausa verificado em 2016”.

“Os dois restantes concorrentes chegaram de dois concursos promovidos pela Antena 1, um deles através do programa ‘Masterclass’ e aberto a quem não tenha até aqui música editada, o outro através de um concurso de livre submissão pública”, lê-se no comunicado.

A RTP convidou os seguintes músicos e bandas: André Tentúgal, Calema, Conan Osíris, D’Alva, D.A.M.A., Flak, Frankie Chavez, Lura, Miguel Guedes, NBC, Rui Maia, São Pedro, Surma e Tiago Machado.

Mariana Bragada e Filipe Keil foram escolhidos por concurso, respetivamente através do programa ‘masterclasses’ e do concurso de livre submissão pública.

A música “O Jardim”, interpretada por Cláudia Pascoal e composta por Isaura, venceu este ano o Festival da Canção, cuja final decorreu em Guimarães.

Cláudia Pascoal e Isaura representaram Portugal no Festival Eurovisão da Canção, que decorreu pela primeira vez em Portugal, em Lisboa, na sequência de o país se ter sagrado vencedor em 2017, em Kiev com o tema “Amar pelos dois”, interpretado por Salvador Sobral e composto por Luísa Sobral.

A edição deste ano do Festival da Canção da RTP, cujo modelo foi renovado em 2016, ficou marcada por duas polémicas: um erro na contagem dos votos na primeira semifinal, que acabou por retirar da corrida a canção “Eu te Amo”, composta por Mallu Magalhães, entrando o tema de Jorge Palma; e a suspeita de plágio da música “Canção do fim”, composta e interpretada por Diogo Piçarra, uma das escolhidas na segunda semifinal, que acabou por levar o músico a desistir da competição, dando lugar ao tema de Aline Frazão.

A RTP “oportunamente divulgará quais serão os títulos das canções e os respectivos intérpretes” a concurso em 2019.

6 Dez 2018

Macau Jazz Week com concertos gratuitos de 17 a 22 de Dezembro

Está aí a sétima edição do Macau Jazz Week, a semana que traz as batidas e o groove aos amantes do estilo musical. O primeiro concerto está marcado para o dia 17 de Dezembro e o cartaz encerra com uma jam session, como manda a tradição do festival. Os concertos têm entrada gratuita

 

[dropcap]A[/dropcap]s notas inaugurais vão soar pelas 20h do dia 17 de Dezembro e prometem inundar o Teatro Dom Pedro V com a languidez ritmada do swing. Vindos de Singapura, The Jeremy Monteiro Generations Band tem honras de abertura da sétima edição do Macau Jazz Week, o festival que celebra o estilo musical que nasceu nos Estados Unidos, mas que tomou o mundo de assalto. Este ano, o cartaz conta com músicos de Singapura, Taiwan, Macau e Hong Kong, que sobem ao palco do Teatro Dom Pedro V entre os dias 17 e 21 de Dezembro. O espectáculo que encerra o festival, uma jam session que reúne músicos locais e os Jazz Roaster de Hong Kong para um concerto de improviso, terá lugar na Fundação Oriente, às 16h de 22 de Dezembro.

Mas os primeiros convidados chegam de Singapura. The Jeremy Monteiro Generations Band é um conjunto liderado pelo pianista conhecido como o “Rei do Swing de Singapura”. Com uma vasta discografia, o músico tocou e gravou com lendas como Michael Brecker, Charlie Haden, Toots Thielemans, James Moody, Ernie Watts e Simon e Garfunkel.

Esta é a segunda vez que Jeremy Monteiro toca em Macau, depois de há dois anos ter tocado para o público local integrado na Asian Jazz All-Stars Power Quartet. O pianista sobe ao palco do Teatro Dom Pedro V, às 20h do dia 17 de Dezembro, acompanhado pelo saxofonista Sean Hong Wei, Ben Poh no baixo e o baterista Yap Ting Wei. A banda será acompanhada pela voz do convidado especial Louis Soliano. O cantor, conhecido como o Padrinho do Jazz de Singapura, tem uma carreira de quase 60 anos e actuou com gigantes como Stan Getz, Anita O’Day e Bud Powell.

Grandes em palco

O segundo dia, 18 de Dezembro, será marcado pela actuação do conjunto local Macau Anglican College Big Band, que se juntou a outros grupos de estudantes que formam a Macau Jazz Orchestra. O concerto está agendado para as 20h, também no Teatro Dom Pedro V.

No dia 19 de Dezembro, às 20h, o palco do Dom Pedro V será trono do “Rei da Bateria de Taiwan”, Rich Huang e o seu trio constituído pelo pianista Yu-Yin Hsu e o baixista Vincent Hsu.

Os dois dias seguintes são dedicados ao pianista Tony Abelardo, uma lenda do panorama artístico de Macau, que foi director musical do Hotel Lisboa desde 1970. Figura incontornável da primeira geração de músicos de jazz do território, Tony Abelardo foi testemunha da evolução que o estilo musical teve por cá. No dia 20, pelas 19h30 no Teatro Dom Pedro V, o músico dá uma palestra intitulada “50 anos de Jazz em Macau”.

No dia seguinte, às 20h no mesmo local, membros e estudantes da Macau Jazz Promotion Association dão um concerto de tributo ao mestre e professor Tony Abelardo.

Finalmente, no último dia do festival, e para fechar em beleza o Macau Jazz Week, a Fundação Oriente recebe às 16h uma jam session em honra do espírito livre e do improviso. A sessão de encerramento do festival fica ao encargo de músicos locais que se juntam à banda Jazz Roaster, de Hong Kong. Seguindo o espírito do jazz, todos os concertos têm entrada livre.

6 Dez 2018

Moda | Designer Winky Chan mostra nova colecção esta sexta-feira

[dropcap]A[/dropcap] Associação para o Desenvolvimento da Mulher Nova de Macau promove, esta sexta-feira, um desfile de moda da estilista Winky Chan, com o nome “Fashion Reflection”. O evento acontece no espaço Jai Alai Avenue por volta das 19h00 e vai contar com manequins de vários países, além de apresentar diferentes performances, em colaboração com a Associação da Indústria da Música de Macau.

Winky Chan estudou design de moda e gestão na Universidade de Tecnologia de Tainan, estando actualmente a fazer uma formação em design de moda e manufacturas no Centro de Produtividade e Tecnologia de Macau. A estilista, natural de Macau, trabalhou com o designer Michel Langeno Winklaarr & Allan Vos em 2015, além de ter feito roupas para a cantora de Taiwan Zooey Wonder, um projecto desenvolvido em 2017.

As roupas que Winky Chan vai apresentar nesta colecção têm o tema futurismo como pano de fundo, estabelecendo um paralelismo com a tecnologia dos tempos modernos. A estilista recorreu ao uso de materiais pouco convencionais, “mostrando um novo estilo através dos tempos”.

5 Dez 2018

Sunday Show | LMA recebe este domingo espectáculo de variedades

[dropcap]É[/dropcap] já este domingo que o espaço de concertos Live Music Association (LMA) recebe o espectáculo intitulado “Sunday Show”, promovido pela 10 Marias – Associação Cultural.

De acordo com um comunicado, o espectáculo traz para Macau um conceito que começou a ser mostrado ao público no Bairro Alto, em Lisboa, em 2002. Nessa altura as tardes iniciavam-se por volta das 17h00 “com apresentação de Madunna e/ou La Monique, que iam introduzindo outras personagens e imprimiam o ritmo do espectáculo”.

“Começava assim um show, um mundo mágico de fantasia, glitter e trash, onde semanalmente os números se sucediam para puro deleite do público. Entre o famoso ‘Repeat’, onde todos interpretavam a mesma música, outras vezes a mesma dança, as temáticas iam mudando consoante o que se presenciava na realidade da altura”, recorda a associação.

Além disso, o “burlesco, a sátira ou simplesmente o absurdo eram dissecados tanto pelos artistas como pela audiência”. O espectáculo durou mais de dez anos, “marcou uma geração” e o evento que agora acontece no LMA pretende recordar isso mesmo. Nessa época, “por enfado ou falta de outras opções”, acabou por surgir “um núcleo duro de artistas e não artistas, ao qual se iam juntando outras pessoas, com o intuito de recriarem um ambiente de cabaret puro e duro onde, durante duas horas, a audiência estava entretida”.

Este ano “surgiu a vontade de celebrar os seus quase 20 anos, tanto em Lisboa como em Macau, onde se encontram as peças chave deste show de variedades”.

A iniciativa conta com apoios financeiros do Instituto Cultural de Macau, além dos apoios logísticos da Fundação Oriente, Fundação Macau e Casa de Portugal em Macau.

5 Dez 2018

ONU | Escolhidos cartoons de Rodrigo de Matos e de Stephh para aniversário

O cartoon “Desemprego pontual”, da autoria do cartoonista Rodrigo de Matos, foi um dos 30 seleccionados pela Organização das Nações Unidas para celebrar os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem. O cartoon de Stephh, colaborador do HM, também foi escolhido

 

[dropcap]A[/dropcap] precariedade laboral dos tempos modernos é o tema principal do cartoon de Rodrigo de Matos que foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para recordar os 70 anos da assinatura da Declaração Universal dos Direitos do Homem. A efeméride comemora-se no próximo dia 10 de Dezembro com a publicação da declaração ilustrada com 30 cartoons de todo o mundo.

O cartoon ilustra o artigo 22.º da Declaração, que aponta que “toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social (…)”, tendo sido publicado no semanário português Expresso em 2011. A escolha deixou Rodrigo de Matos, residente em Macau, surpreendido.

“Não estava à espera”, contou ao HM. “Parece que eram mais de 500 cartoons, muitos deles de cartoonistas que admiro, a competir para ilustrar apenas um dos 30 artigos da Declaração”, acrescentou.

Nomes como Silvano Mello, que publica na edição brasileira da revista Courrier Internacional, ou Elena Ospina, colombiana e “artista superpremiada”, são alguns dos cartoonistas que Rodrigo de Matos mais admira e que também foram incluídos nesta selecção. O cartoonista francês Stephh, que colabora com o HM, também viu o seu trabalho ser escolhido, e que ilustra o artigo 19.º da Declaração, relativo à liberdade de expressão.

O cartoon de Rodrigo de Matos, que também colabora com os jornais locais Ponto Final e Macau Daily Times, retrata o período de crise económica que Portugal viveu quando recorreu à ajuda externa do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2011.

Cartoon de Steph

“O cartoon chama-se ‘Desemprego pontual’. Na altura falava-se em emprego precário e tinha saído uma notícia sobre pessoas que eram contratadas em regime de trabalho temporário, e que depois eram mandadas embora. Então imaginei um relógio gigante e um trabalhador sentado à sua secretária no ponteiro dos minutos, a escorregar para fora do relógio, à medida que o tempo passa e o ponteiro fica mais inclinado, para depois cair num caixote do lixo”, explicou.

Rodrigo de Matos quis juntar a ideia da “fugacidade dos vínculos laborais que se praticam actualmente” com a noção de que “as pessoas são cada vez descartáveis nas empresas”. “Achei que esse cartoon se enquadrava bem no artigo 22.º da Declaração, que é sobre a segurança social, a que temos de recorrer quando falta o trabalho, por exemplo. Felizmente, parece que as pessoas também acharam”, apontou.

Exposição em Macau?

O Alto- Comissariado da ONU para os Direitos Humanos coloca a possibilidade dos cartoons seleccionados serem expostos em todo o mundo. Rodrigo de Matos não põe de lado a possibilidade de se vir a realizar uma iniciativa em Macau, mas prefere que as associações locais façam a proposta.

“Nada impede que alguém ou alguma instituição traga essa exposição para cá. É mais fácil que uma associação que se sinta em condições e tenha interesse nisso avance do que eu andar a bater de porta em porta. Deixo a sugestão”, frisou.

Apesar do seu cartoon ter sido seleccionado pela ONU, Rodrigo de Matos assegura que não se preocupa com um maior reconhecimento que daí possa vir.

“Prefiro acreditar que o meu trabalho é relevante pelo que possa aportar ao leitor, por retratar de certa forma o momento histórico que vivemos. Quanto a louros não é algo que me mova, até porque, sendo já cartoonista num meio de comunicação de referência no meu país, como é o Expresso, há pouco mais que possa pedir a esse nível”, apontou.

Chamada de atenção

Tratando-se de um meio de transmissão de informação, o cartoon também pode ser uma forma de chamar a atenção do leitor para a questão dos direitos humanos, defendeu Rodrigo de Matos.

“É uma linguagem que transpõe fronteiras pela sua universalidade. Passados 70 anos da apresentação da Declaração, em grande parte do mundo a maior parte dos artigos ali enunciados não passa de uma miragem. É caso para dizer aos governantes deste planeta: ‘querem que faça um desenho?’”, ironizou.

O cartoonista assegura que, independentemente dos temas que rabisca, os direitos humanos são sempre uma temática presente no seu trabalho.

“Sempre que um cartoon ataca um problema social é capaz de envolver um ou mais artigos da Declaração, como o direito à vida ou à liberdade de pensamento. São coisas que devemos desejar e lutar para que estejam disponíveis para todos os habitantes deste planeta.”

Os 30 cartoons seleccionados vão dar origem a uma exposição que decorre em simultâneo nas cidades de Genebra, Haia, Dakar e São Paulo.

5 Dez 2018

Documentário de tributo aos macaenses em competição no festival Sound&Image

[dropcap]S[/dropcap]essenta anos separam as imagens documentadas em “Caminhos Longos”, uma “história de amor e encontros” e um tributo “a todos os macaenses”, em competição no festival Sound&Image de Macau, que arranca hoje.

Com imagens de Macau, em 1957 e em 2017, o documentário, um dos 13 em competição na 9.ª edição do Sound&Image, é uma “história baseada na infância” do realizador António Lemos Ferreira, filho de pai português e mãe macaense, que voltou no ano passado à terra onde nasceu, mas onde “tudo está diferente”, declarou.

“O nome é baseado no título de um filme de longa-metragem que o meu pai fez naquela altura, em Macau, quando eu tinha quatro anos. O primeiro e único durante muito tempo filmado a oito milímetros (8mm)”, lembrou, à margem da conferência de imprensa que antecedeu a inauguração do festival, já a decorrer no teatro D. Pedro V.

Depois de anos emigrado em Moçambique e Portugal, o realizador voltou no ano passado a Macau e filmou “exactamente os mesmos sítios”, moldados pelo tempo e pelo próprio olhar. “É uma história de uma família de Macau, o encontro de várias culturas, uma história de amor, ao fim ao cabo” e é “dedicado a todos os macaenses”, descreveu.

Sem apoios ou patrocínios, o documentário foi “feito em termos familiares” e filmado entre Portugal, com a camada mais “jovem da família”, e Macau com a “mais idosa”, detalhou.

Um dia antes, é exibida a animação “Rácio entre dois volumes”, da portuguesa Catarina Sobral, um dos 84 trabalhos finalistas entre mais de quatro mil candidaturas.

Com duas personagens verdadeiramente opostas, o filme é um “retrato irónico” de “dois extremos no modo de sentir e agir perante o mundo”, disse, na mesma ocasião, a artista portuguesa, com dez livros infantis publicados em 13 línguas.

Trazer o filme a Macau é uma mistura daquilo que a própria sentiu ao visitar pela primeira vez o território: a presença portuguesa chegar tão longe e ser “tão profunda ainda”, afirmou, “é bom e simbólico”.

Portugal é um dos países com maior representação no festival, que vai apresentar também trabalhos da Bélgica, Brasil, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Irão, Malásia, República Checa, Rússia, Síria, entre outros.

O festival de curtas-metragens, que arrancou com o documentário “A vida aqui, está vista?”, do português Filipe Carvalho, termina no domingo, com a entrega dos prémios.

O grande júri será presidido por Miguel Dias, um dos directores do Festival Internacional de Curtas de Vila do Conde, pelo diretor de informação e programas dos canais portugueses da TDM, João Francisco Pinto, e pelo realizador e produtor Detsky Graffam.

4 Dez 2018

IFFAM | Projectos de Tracy Choi e Chao Koi Wang seleccionados para prémio

[dropcap]D[/dropcap]uas produções de Macau, “Lost Paradise”, da autoria de Tracy Choi e “Wonderland”, de Chao Koi Wang, fazem parte do grupo de 14 projectos cinematográficos seleccionados para o prémio Project Market, integrado na terceira edição do Festival Internacional de Cinema de Macau (IFFAM, na sigla inglesa).

De acordo com um comunicado oficial, as 14 produções, que ainda não estão finalizadas, são “promissoras”.

Este ano a organização do IFFAM decidiu atribuir quatro prémios, no valor total de 40 mil dólares americanos, ao invés dos três que foram atribuídos nos anos anteriores. Na lista constam ainda produções de Singapura, Espanha, Argentina, China, Hong Kong e Reino Unido, entre outros.

4 Dez 2018

Ópera | Joyce DiDonato no CCM a 13 de Janeiro

A cantora lírica Joyce DiDonato vai marcar o início das celebrações do 20º aniversário do Centro Cultural de Macau com um espectáculo no dia 13 de Janeiro. A artista vai marcar presença em palco vestida com criações de Vivienne Westwood e acompanhada pela orquestra Il Pomo d’Oro

 

[dropcap]A[/dropcap]s comemorações do 20º aniversário do Centro Cultural de Macau têm início no próximo mês com o concerto da americana Joyce DiDonato, uma referência no canto lírico da actualidade.

O evento está marcado para o dia 13 de Janeiro, às 20h e traz ao palco do CCM a cantora lírica, vestida com as criações da estilista Vivienne Westwood e acompanhada pela orquestra barroca Il Pomo d’Oro, dirigida por Maxim Emelyanychev.

O espectáculo integra a digressão “Em Guerra e Paz” que apresenta um concerto composto por uma série de árias em que “o timbre de DiDonato flutua entre a inocente simplicidade e a maturidade das emoções (…) e desfia uma perspectiva abrangente do Barroco através de obras do compositor inglês Henry Purcell, do génio alemão George Frideric Handel, e da criatividade italiana de Leonardo Leo”, aponta a organização em comunicado.

Reconhecimento premiado

Joyce DiDonato foi galardoada, em 2015, com o Grammy para “Best Classical Solo Album” com o disco “Joyce & Tony – Live From Wigmore Hall” e, este ano, foi a vez de receber o galardão máximo do prémio Olivier para “Outstanding Achievement in Opera”.

A artista foi ainda proclamada pela revista New Yorker como “talvez a mais potente cantora de sua geração”. Com uma voz “nada menos do que ouro de 24 quilates”, de acordo com a Times, Joyce DiDonato conhecida também pela sua originalidade enquanto performer conquistou destaque internacional com a sua participação em óperas de Handel e de Mozart, sendo ainda aclamada pelos suas interpretações de bel canto nas obras de Rossini e Donizetti.

Com uma demanda crescente a nível internacional, a cantora lírica esteve no Carnegie Hall e no London’s Barbican Centre, e foi solista convidada na BBC’s Last Night of the Proms, de acordo com a apresentação da cantora na sua página oficial.

Os trabalhos mais recentemente destacados de Joyce DiDonato incluem as interpretações com a Orquestra Filarmónica de Roterdão dirigida por Yannick Nézet-Séguin, a Filarmónica de Berlim sob a batuta de Sir Simon Rattle e com a Orquestra Sinfónica de Chicago sob o comando de Ricardo Muti.

Joyce DiDonato interpretou ainda os papéis de Sister Helen em “Dead Man Walking” no Teatro Real Madrid e no London’s Barbican Centre e de Didon em “Les Troyens” sob o comando de John Nelsons, em Estrasburgo.
Para que o público tenha oportunidade de conhecer melhor a artista, o CCM tem agendada uma tertúlia uma hora antes do início do espectáculo aberta a todos. Os bilhetes já se encontram à venda com valores entre as 180 e as 580 patacas.

4 Dez 2018