Hoje Macau EventosLivraria Portuguesa | Jason Wordie apresenta segunda edição de livro sobre Macau Depois de uma primeira sessão, Jason Wordie, jornalista e historiador de Hong Kong, estará hoje novamente na Livraria Portuguesa para apresentar a segunda edição do livro “Macao, People and Places, Past and Present”, lançado há 11 anos. Eis a oportunidade para rever uma obra em inglês sobre o território e partilhar experiências de leitura com o autor Jason Wordie lançou há 11 anos uma obra que explora a essência de Macau, intitulada “Macao, People and Places, Past and Present”. Agora, numa altura em que acaba de ser lançada uma segunda edição, o autor está em Macau para falar hoje do projecto na Livraria Portuguesa, a partir das 15h, depois de uma primeira sessão que decorreu ontem no mesmo local. Esta obra é descrita como um guia sobre o território, mas, ao mesmo tempo, “um trabalho académico, acompanhado de uma bibliografia exaustiva”. Todos os recantos e segredos de Macau são aqui contados em mais de 400 páginas de textos e fotos, onde, num denso livro de consulta, se incluem diversas narrativas sobre a península e ilhas, que remontam aos primórdios da chegada dos portugueses a Macau, em meados do século XVI. Segundo um artigo da Revista Macau de 2014, Jason Wordie visitou Macau pela primeira vez em 1988, tendo voltado sempre para revisitar memórias e lugares. O livro que agora ganha uma segunda edição começa nas Portas do Cerco, e segue pelos bairros, que o autor descreve como sendo “aparentemente semelhantes, mas na verdade muito diversos”. Há ainda passos dados por lugares classificados pela UNESCO, nomeadamente o Centro Histórico, ou ainda bairros que são menos explorados por turistas, nomeadamente o Fai Chi Kei, Ilha Verde ou Areia Preta. Sobre este livro, o crítico Nigel Collett escreveu que a sua leitura foi “um prazer absoluto”, tendo ficado “encantado” em todo o tempo de leitura, passando das Portas do Cerco a Coloane, devorando páginas. Nigel Collett, também ele autor, descreveu esta obra como um “livro soberbo”, com imagens do professor Anthony Headley e edição de Colin Day. Referiu ainda que “a história e as culturas chinesa e portuguesa predominam naturalmente neste livro, tal como em Macau”. “Quer se trate de igrejas, templos, fortalezas, edifícios governamentais, praças e jardins públicos, bibliotecas e a mais antiga casa de luz da costa chinesa, Jason Wordie acompanha-o a vê-los a todos”, descreveu Collett na mesma recensão crítica. Cantos da casa Logo no primeiro capítulo do livro, com o nome “Portas do Cerco – Barrier Gate, Amaral and Other ‘Border Incidents’ – and Cross-Boundary Trade”, Jason Wordie descreve como a zona norte da península era um espaço bastante longínquo em termos culturais da restante zona da cidade, onde grande parte dos macaenses e portugueses viviam. “Até meados do século XIX, grande parte da zona norte de Macau, além das zonas muralhadas, não era mais do que uma série de terrenos meio baldios, remotos, com casas isoladas e aldeias com zonas de cultivo. Desde Mong Há até à fronteira chinesa das Portas do Cerco, (…) esta zona de Macau era uma zona remonta e assombrada de vagabundos e fugitivos da cidade”, escreve Wordie. Segue-se depois o segundo capítulo dedicado à Ilha Verde e bairro de Toi San, com descrições das antigas fábricas e presença religiosa. Jason Wordie é um historiador e escritor consagrado de Hong Kong. Licenciado em História pela Universidade de Hong Kong, criou reputação na criação de percursos pedonais onde se vão contando estórias de Macau, Hong Kong e Cantão. Escreve também em jornais, nomeadamente no South China Morning Post, vivendo na zona dos Novos Territórios há mais de duas décadas.
Hoje Macau EventosVenetian | Mangal de Macau em destaque em mostra da USJ Será inaugurada este sábado a mostra “Gota a Gota”, uma exposição de fotografia sobre a biodiversidade nas zonas húmidas de Macau, nomeadamente o mangal da Taipa, numa iniciativa da Universidade de São José (USJ). As imagens podem ser vistas no Circle Hall, terceiro piso do Venetian, até ao dia 9 deste mês. A mostra é organizada pelo Instituto de Ciências e Ambiente da USJ em colaboração com o Departamento de Media, Artes e Tecnologia da mesma universidade, além de contar com o apoio do projecto “Drop by Drop”, da WASH Foundation. A mostra “destaca os esforços de colaboração do público para promover a sensibilização para os ecossistemas únicos de Macau”, descreve uma nota, sendo que estas imagens são resultado de um concurso de fotografia sobre a biodiversidade no mangal realizado entre Janeiro e Agosto. As imagens revelam “o delicado equilíbrio do ecossistema e a necessidade de o preservar”, podendo o público ver uma centena de fotografias, resultado de mais de 500 submissões. Karen Araño Tagulao, ecologista marinha e uma das académicas da USJ que se tem dedicado a estudar o ecossistema dos mangais, descreveu que este concurso de fotografia “destaca a biodiversidade escondida das zonas húmidas de Macau, ao mesmo tempo que envolve activamente a comunidade nos esforços de conservação, promovendo uma ligação significativa entre a ciência e a comunidade”. Karen Tagulao tem coordenado também o projecto “Drop by Drop”, algo que considera “fundamental para aumentar a sensibilização para o valor e a importância dos ecossistemas locais”.
Hoje Macau EventosCCM | Ópera chinesa sobe ao palco esta sexta-feira Chama-se “Yang Silang visita a mãe” e é o espectáculo de ópera chinesa que sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM), em jeito de celebração dos 25 anos da RAEM. Trata-se de uma “série de estórias embebidas em história, amor e intriga” da autoria da Companhia Nacional da Ópera de Pequim. Esta é uma “ópera de renome” que conta a história de uma família reunida em tempo de guerra. Quando Yang Yanhui (Yang Silang), o quarto filho da família Yang, é levado pelos inimigos do reino de Qidan, acaba por casar com Tiejing, a princesa do reino. Quinze anos depois, Yang Yanhui fica a saber que a sua mãe está a chegar à frente de combate. Desejoso de a ver, contará com a ajuda secreta da sua mulher para preparar o tão aguardado reencontro. No sábado decorre, a partir das 19h30, o espectáculo “Excertos de ‘A Espada do Cosmos e Reconciliação entre o General e Primeiro-Ministro”, também no grande auditório. Esta peça “retrata uma rixa entre dois blocos políticos durante a dinastia Qin e que arruína o casamento feliz de um jovem casal”. Fundada em 1955, nascida da dedicação de Mei Lanfang, a Companhia Nacional Chinesa de Ópera de Pequim é aplaudida tanto no país como no estrangeiro. Nos últimos anos Macau tem desfrutado regularmente do vasto repertório desta companhia e, desta vez, mantendo a tradição, a trupe traz-nos mais uma emocionante série de óperas clássicas que divulgam este precioso património cultural.
Hoje Macau EventosFotografia | Novo livro de Gonçalo Lobo Pinheiro lançado sábado Gonçalo Lobo Pinheiro, fotojornalista português há muito radicado em Macau, lança este sábado um novo livro de fotografia. Trata-se de “Poética Urbana”, com uma centena de imagens captadas no dia-a-dia de Macau, revelando-se o lado contemporâneo e urbano da cidade. A sessão de lançamento, que começa às 18h30, decorre na Livraria Portuguesa O fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau há 14 anos, prepara-se para lançar o seu mais recente livro, intitulado “Poética Urbana”, no próximo dia 7, sábado, pelas 18h30, na Livraria Portuguesa. Segundo um comunicado, trata-se de um livro que é resultado de um projecto iniciado há cinco anos, “três dos quais em plena pandemia”, em que o fotógrafo divagou pelas ruas de Macau e descobriu o lado mais urbano do território. “De manhã à noite, com sol ou com chuva, com mais ou menos luz, estas 100 fotografias representam a escolha final da minha visão do quotidiano contemporâneo citadino do território que me acolheu há mais de 14 anos”, disse Gonçalo Lobo Pinheiro, citado na mesma nota. Com design de Marta Gregório, a obra contém a centena de imagens que “revelam o olhar sensível e artístico do autor sobre a vida urbana do território chinês”, além de que o prefácio do livro, da autoria da reconhecida fotojornalista norte-americana Andrea Star Reese, descreve o trabalho de Gonçalo Lobo Pinheiro como “uma exploração poética do quotidiano”. “O Gonçalo Lobo Pinheiro é um homem incondicionalmente apaixonado pelas ruas que percorre e pelas pessoas que descobre. Todos os fotojornalistas contam histórias, mas alguns fotografam com uma graça lírica. Gonçalo Lobo Pinheiro é um poeta visual. Em ‘Poética Urbana’, ele leva-nos a um lugar que guarda pedaços de vidas que nos lembram de nós mesmos, de outros que vimos ou conhecemos, de sentimentos que temos, tivemos, desejamos ter ou esquecemos”, escreveu. Em simultâneo ao lançamento, será inaugurada uma exposição fotográfica com 20 imagens seleccionadas do livro, também na galeria da Livraria Portuguesa. A exposição estará patente ao público até ao dia 29 de Dezembro de 2024. Lançamento em Lisboa O fotojornalista destaca ainda que “Poética Urbana” é um livro que reúne “momentos diversos, maioritariamente vividos e captados nos bairros antigos do território, onde ainda se consegue sentir aquele pulsar especial de uma Macau que pouco ou quase nada existe, mas que, ainda assim, teima, e bem, em desaparecer por completo”. Numa altura em que a RAEM celebra 25 anos de existência, Gonçalo Lobo Pinheiro descreve que esta obra é também um sinal do seu “amor pelo território”. Após o lançamento em Macau, o livro e a exposição terão também expressão em Portugal, com um evento agendado para Fevereiro do próximo ano, na Galeria Malangatana do ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, Lisboa. “Poética Urbana” representa uma “celebração do instante capturado na rua, do quotidiano transformado em arte e do diálogo entre a fotografia e a emoção”, sendo que o seu autor convida “o público a descobrir a beleza inesperada da vida urbana através da sua lente”. Gonçalo Lobo Pinheiro tem uma carreira na área do fotojornalismo há mais de 20 anos, colaborando actualmente com a agência de notícias Lusa, tendo trabalhado inclusivamente com a imprensa desportiva portuguesa.
Hoje Macau EventosPatuá | Antigo crioulo de Macau sobrevive em grupo de teatro que recusa contos de fadas Proibido nas escolas pela administração portuguesa e confinado às casas macaenses, o patuá, crioulo de Macau, sobrevive hoje no palco, pelas mãos dos Dóçi Papiaçam. Contam histórias de escárnio, para fazer rir, e recusam contos de fadas. Ainda José Carion Jr. era um miúdo, e o avô, vizinho no Largo da Companhia, centro de Macau, assomava à porta e gritava: “Vôs hóji ui-di janota, undi tá vai? Iou pensâ qui vôs tá vai caçâ a-mui” – numa tradução livre: “Estás muito janota, onde é que vais? Acho que vais à procura de namoradas”. O patuá, crioulo de Macau, era então língua corrente na casa dos Carion, como acontecia, aliás, no lar de muitas famílias macaenses, nome dado a esta comunidade euro-asiática, com raízes em Macau, sendo a maioria dos membros lusodescendentes. “O meu avô falava português, mas comunicava muitas vezes em patuá”, conta José, que veste uma ‘t-shirt’ da Liga dos Combatentes e tem ao pescoço um fio com uma “moeda comemorativa dos Descobrimentos”, comprada e mandada cortar em Lisboa, no Castelo de São Jorge. Ao lado, estão sentados o neto Hélio e a filha Paula. No caso desta família, o patuá era utilizado também pela avó de José, chinesa que não falava português e que no crioulo encontrava manifestações da língua materna – ‘a-mui’, por exemplo, significa ‘menina’ em cantonês. O patuá, estabelecido ao longo dos últimos 400 anos em Macau e derivado sobretudo da língua portuguesa – embora com outras influências, incluindo o concanim (Índia) ou o malaio – entrou em declínio devido à obrigação de aprendizagem do português nas escolas do território. “Houve a adoção do português padrão como meio de comunicação entre as províncias ultramarinas. Nas escolas, proibia-se o patuá, porque era sinónimo de falar mal português, e isto pegou, ninguém gostaria de ser sujeito à chacota, estávamos num mundo em que falar bem português era sinal de estatuto”, lembra à Lusa Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses. O patuá foi sobrevivendo entre quatro paredes e ainda hoje se fala à mesa dos Carion. Mas mais por casmurrice, confessam. Outras línguas cruzam os dias desta família: português, cantonês e inglês. Agora é a vez de Paula Carion ‘botâ faladura’ (fazer uso da palavra): “Tento falar às vezes com o meu filho. Somos uma das famílias que tenta preservar o patuá, utilizando-o diariamente”, diz. O único lugar onde esta língua suplanta todas as outras é mesmo no palco. Paula e José fazem parte do grupo de teatro Dóçi Papiaçam di Macau (doce linguajar de Macau), que através da sátira conta histórias da terra. Os Dóçi nasceram em 1993, ano da morte do poeta e acérrimo defensor do patuá José dos Santos Ferreira. Senna Fernandes, hoje à frente do projeto, integrou o grupo desde o primeiro momento, quando subiu ao palco “Olâ Pisidénte” (Ver o Presidente), onde apresentaram a Mário Soares, de visita a Macau, as preocupações da comunidade macaense. Passaram 31 anos, a maioria dos quais, 25, já após a criação da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), na sequência da transferência de administração do território para a China, em 1999. “Com a RAEM, a língua fixou-se no palco, pelo facto de não ser utilizada como meio de comunicação normal”, nota Senna Fernandes, admitindo não saber quantas pessoas falam o crioulo, que atravessa atualmente um “estado mais dormente”. O dramaturgo lembra as conquistas: as peças dos Dóçi começaram a integrar o cartaz do Festival de Artes de Macau em 1997 e, passados dez anos, subiram ao grande auditório do Centro Cultural, “de onde nunca mais saíram”. Em 2021, o teatro em patuá foi classificado património cultural imaterial pela China. E “o teatro não significa nada sem a língua”, diz, considerando esta uma homenagem ao próprio crioulo. Mas o grupo foi apanhado de surpresa quando, este ano, pela primeira vez, as autoridades locais pediram o guião da peça antes desta estrear, dando a justificação, conta Senna Fernandes, de que é necessário para fazer a classificação etária do espetáculo. “A alma do patuá é a capacidade de fazer rir”, frisa o macaense sobre o trabalho dos Dóçi que, ao longo dos anos, tocaram em temas como o sistema eleitoral – não existe sufrágio direto em Macau – ou a política restritiva durante a pandemia da covid-19. Senna Fernandes espera que esta “não seja uma forma desvirtuada de exercer qualquer tipo de pressão”: “A partir do momento que começam a tirar isto ou aquilo, acabou. O que seria? Um teatro de contos de fadas? É o que se pretende? Pelo amor de Deus, eu não estaria aí para isto”, garante. Já quanto ao futuro lugar do patuá, o macaense diz que não tem pretensões de fazer ressuscitar esta “estranha e bonita língua”. Antes fazê-la renascer e ser encarada pela juventude como “uma nova língua” a aprender, “despida do contexto sociocultural do passado”, ainda que parte inalienável da identidade macaense. “É uma língua suscetível de abarcar a realidade moderna, (…) em que não existe uma lógica só de uma língua, mas uma lógica linguística que abarca outros elementos linguísticos. Isto tem muito a ver com os crioulos”, reflete. Paula Carion admite que a produção de manuais e até a criação de cursos, nos níveis secundário ou superior, poderiam ser apostas locais. “Iou já falâ, governo têm qui apoiâ. Nôm têm apoio, patuá já morê [“Já disse, o governo deve apoiar. Sem apoio, o patuá morre]”, sugere José. Paula responde que “apoio tamêm nôm sâm somente sapeca [não é apenas dinheiro]”, mas que são precisas mais pessoas a aprenderem a língua. Há que trazer as novas gerações para o palco, todos concordam. Os Dóçi contaram este ano com novas apostas jovens e, além disso, também um teatro para crianças nasceu pelas mãos do encenador macaense Delfino Gabriel. E Hélio, com quatro anos, mostra que o patuá pode mesmo ser para todos, ao cantar parte de uma música dos Dóçi, que também têm um coro: ‘”Sino-sino lôgo rapicâ/ Sâm Natal, Sâm Natal, Sâm Natal (Os sinos tocam/ É Natal, É Natal, É Natal).
Hoje Macau EventosNova edição do “Salão de Outono” decorre a partir de dia 14 O “AFA Salão de Outono 2024” abre portas no próximo dia 14 de Dezembro, revelando uma série de obras de arte seleccionadas de artistas locais. A exposição ficará patente no The Parisian, sendo que no dia 14 serão também anunciados os vencedores do “Prémio de Arte da Fundação Oriente”. Há 15 anos que a AFA – Art for All Society organiza o “Salão de Outono”, que tem como objectivos “criar uma plataforma entre os artistas de Macau e o público”, tendo sido recebidas mais de 250 submissões de peças individuais ou conjuntos de obras. Assim, com o apoio da Fundação Oriente e Sands China, esta edição do “Salão de Outuno” apresenta trabalhos de 113 artistas que irão exibir mais de 200 peças ou conjuntos, “mais do dobro em relação ao número das edições anteriores”. Participam artistas como Carlos Sena Caires, também académico da Universidade de São José; David Luke Hartung; o arquitecto e fotógrafo Francisco Ricarte; Gui Jesus Carvalho; Lúcia Lemos, ex-directora da Creative Macau, Nyoman Suarnata, Yolanda Kog, Allen Wong, Wong Hio Chit, Si Tou Chak Sam, Nuno Calçada Bastos, António dos Santos Duarte Mil-Homens ou Joey Ho, entre tantos outros nomes bem conhecidos do mundo das artes locais. Estes trabalhos são expostos em oito salas, representando-se diferentes meios artísticos, como a pintura a óleo, a aguarela, a pintura a tinta, a cerâmica e a escultura. Algumas salas apresentarão trabalhos em formato digital, como a fotografia, a modelação 3D, o vídeo ou a instalação, sendo que haverá salas com maior foco no estilo “Pop Art” e ilustrações digitais da autoria de artistas mais jovens, “dando-se início a um diálogo artístico entre gerações”. Prémios e convidados Destaque para o facto de, na lista dos artistas presentes, alguns deles terem sido convidados pela AFA para expor, nomeadamente Lok Kei, o arquitecto Carlos Marreiros; Ung Vai Meng, antigo presidente do Instituto Cultural; o designer Víctor Marreiros e ainda a escultora Cristina Rocha Leiria, conhecida pelo seu trabalho na estátua do Centro Ecuménico Kun Iam. No que diz respeito ao “Prémio de Arte da Fundação Oriente”, no valor de 50 mil patacas, é aberto a artistas de qualquer nacionalidade com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos. O vencedor irá beneficiar de uma residência artística a realizar em Portugal durante um mês, “permitindo ao beneficiário criar, trocar ideias ou receber formação em instituições de arte públicas ou privadas”. O vencedor do “Prémio de Arte da Fundação Oriente” do ano passado, o artista Wong Sio Heng, será apresentado no “Salão de Outono” deste ano na “Exposição em Exposição”.
Hoje Macau EventosTeatro D. Pedro V | Concerto com Zé Eduardo em quadra natalícia O músico português Zé Eduardo, profundamente ligado ao jazz, será a figura de destaque numa série de espectáculos apresentados pelo Teatro D. Pedro V nos dias 21, 22, 24 e 25 de Dezembro, juntamente com o grupo “Jazz Mission Big Band”. A iniciativa é organizada pelo Instituto Cultural O natal celebra-se este ano no Teatro D. Pedro V com a série de espectáculos intitulada “Jazz Up para o Natal no Teatro Dom Pedro V”, que decorrem nos dias 21, 22, 24 e 25 de Dezembro. Os protagonistas destes espectáculos são o músico Zé Eduardo, uma das maiores referências do jazz português, e o grupo “Jazz Mission Big Band”. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), que promove os eventos, o público poderá desfrutar de noites que combinam “jazz, gastronomia e cultura portuguesa”, celebrando “o Natal no teatro e tendo uma experiência em ambiente cultural, artístico e festivo”. Tanto Zé Eduardo como o grupo “Jazz Mission Big Band” irão partilhar o palco com as cantoras Marta Garrett e Sofia Rodrigues, apresentando-se “uma série de peças clássicas de jazz e canções de Natal”. O grupo é composto por “grandes artistas de jazz de Portugal e outros países europeus”, apresentando-se, nestes concertos, o “vigor majestoso da banda e o arranjo único das peças de Zé Eduardo”. Senhor professor O instrumentista e compositor Zé Eduardo é conhecido pela sua dedicação e pelo seu notável contributo para a educação e promoção da música jazz, tanto em Portugal como em Macau, onde tem colaborado com associações e grupos locais nos últimos anos. O IC descreve que o artista orientou muitos dos principais músicos de jazz europeus, incluindo o premiado saxofonista Perico Sambeat, o qual também fará parte deste concerto. Zé Eduardo possui fortes laços com Macau, tendo participado no primeiro Festival Internacional de Jazz de Macau em 1979. Desde então, tem-se deslocado frequentemente a Macau para realizar iniciativas de promoção e educação na área do jazz, formando muitos músicos. Os concertos no Teatro D. Pedro V serão ainda complementados por actuações das cantoras locais Amanda e Elisa Chan, bem como os instrumentistas Lam Chak Seng, Chan Hon Chong e Gregory Wong. “Para além de evidenciar o elo cultural profundo entre Macau e os Países de Língua Portuguesa, este concerto propõe também mostrar os resultados do contributo de longo prazo de Zé Eduardo para a promoção do desenvolvimento da música jazz em Macau”, descreve a mesma nota. Além da música, haverá lugar à promoção e descoberta da gastronomia portuguesa, pois antes de cada concerto, nas arcadas do teatro, será realizada uma recepção por um chefe de cozinha local especializado em gastronomia portuguesa, podendo o público, mediante apresentação de bilhete, saborear vários petiscos e bebidas tradicionais de Portugal e de Natal neste edifício neoclássico classificado Património Mundial. Os bilhetes para esta série de concertos estão à venda desde ontem e custam 250 patacas.
Andreia Sofia Silva EventosPraça do CCM oferece espectáculos gratuitos este fim-de-semana A praça do Centro Cultural de Macau (CCM) será palco, este fim-de-semana, de uma série de espectáculos ao ar livre, totalmente gratuitos. A iniciativa chama-se “Clássicos reimaginados: Harmonias da Hora Dourada” e conta com o apoio da Sands China. Segundo uma nota da operadora de jogo, esta iniciativa conta com actuações ao vivo do grupo “Janoska Ensemble”, Niu Niu e Gordon Lee, além de uma masterclass especial do Janoska Ensemble. Os concertos integram-se no Programa de Artes Performativas da Sands China em celebração do 75.º aniversário da fundação da República Popular da China, do 25.º aniversário do regresso de Macau à pátria e da designação de Macau como Cidade Cultural da Ásia Oriental 2025. Este sábado terá lugar, a partir das 17h, o “Concerto dos 10 anos do Janoska Ensemble”, grupo com músicos de jazz que anda em digressão com o seu novo álbum, intitulado “The Four Seasons”. Destaque ainda para a realização de uma masterclass com este grupo no domingo, no mesmo local, a partir das 16h. Os “Janoska Ensemble” descrevem-se como um “conjunto que transporta a improvisação na música clássica para o século XXI”, proporcionando “uma viagem emocionante e aventureira às últimas fronteiras onde nenhum músico foi antes”. Este grupo apresenta uma espécie de fusão de vários estilos musicais, ultrapassando “todas as fronteiras com a sua linguagem musical poliglota”. Os “Janoska Ensemble” estrearam-se com o disco “Janoska Style”, em 2016, tendo lançado, há cinco anos, “Revolution”, que ganhou um Disco de Ouro. Em 2022, surgiu o terceiro trabalho de originais, “The Big B’s”. “Resumir em poucas palavras a qualidade especial dos arranjos de Janoska não é tarefa fácil: são incursões paralelas no território clássico e em domínios distantes do repertório musical, onde os músicos exercem a sua criatividade espontânea para criar música de primeira classe, inovadora e emocionante que vive e respira”, descreve-se no website oficial do grupo. Os “Janoska Ensemble” são compostos por três irmãos de Bratislava – Ondrej e Roman Janoska nos violinos e František Janoska ao piano – juntamente com o cunhado Julius Darvas, nascido em Konstanz, no contrabaixo. Niu Niu Vs Gordon Lee Esta série de espectáculos inclui ainda o “Concerto de Harmónica de Gordon Lee” e o “Recital de Piano ‘Lifetime’ de Niu Niu”, ambos a partir das 17h30. No caso de Gordon Lee, o músico é considerado como um dos importantes harmonicistas do mundo, tendo ganho, em 2017, o Festival Mundial de Harmónica de 2017, que é a competição de grau mais elevado para este tipo de instrumento. Gordon foi convidado a actuar no Carnegie Hall em Nova Iorque, no Muth Concert Hall em Viena, no Esplanade em Singapura, no International Harmonica Festival em Seul e no World Harmonica Festival em Trossingen na Alemanha. O seu repertório inclui o Concerto para Harmónica de Spivakovsky, o Prelúdio e Dança para Harmónica e Orquestra de Farnon, Toledo para Harmónica e Orquestra de Moody, entre outros. Nascido e criado em Hong Kong, Gordon formou-se na Universidade de Educação de Hong Kong, além de ter estudado Harmónica Cromática com o solista de Harmónica Cromática Franz Chmel de Viena, Sigmund Groven da Noruega. O músico estudou também Harmónica Diatónica com Howard Levy, vencedor de dois Grammys, de Nova Iorque. Em Hong Kong, estudou técnicas de execução com o solista de sheng Cheng Tak-wai. No caso de Niu Niu, nome artístico de Zhang Shengliang, é já um famoso pianista com apenas 27 anos. Nasceu em Xiamen, China, numa família de músicos, tendo começado a estudar piano com o pai. Estreou-se em recitais de piano com apenas seis anos de idade, tocando uma Sonata de Mozart e um Étude de Chopin. Aos oito anos, Niu Niu foi o aluno mais jovem de sempre a matricular-se na escola primária afiliada do Conservatório de Música de Xangai.
Hoje Macau EventosKa-Hó | Exposição “Riding On Dreams” a partir de domingo Será inaugurada no próximo domingo, dia 1, a exposição “Riding On Dreams” na galeria Hold On to Hope, da autoria da artista local Ada Zhang. A galeria, que é um projecto de cariz social da responsabilidade da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), acolhe esta mostra até ao dia 5 de Janeiro. Segundo uma nota de imprensa, esta exposição “apresenta uma colecção cativante de pinturas a óleo e aquarelas que celebra as paisagens encantadoras de Macau”, na qual a artista “convida os espectadores a mergulharem na beleza única desta cidade vibrante, tal como é expressa através das suas obras evocativas”. A ARTM convida o público a deslocarem-se à pitoresca aldeia de Ka-Hó para descobrir, nestas obras, “a essência sonhadora de Macau”, para que “cada pintura o transporte para as suas cenas pitorescas”. Ada Zhang é natural da província de Sichuan e especializou-se em aguarela, pintura a óleo, desenho e esboço. É directora da Associação de Artistas Contemporâneos de Aguarela de Macau e membro da Associação de Artes de Macau, da Associação de Arte Juvenil de Macau, da Associação de Pintura de Macau e da Associação de Calígrafos e Pintores Chineses “Yü Ün” de Macau. Os seus trabalhos ganharam o Prémio de Excelência do Concurso de Desenho Cheng Yang Bazhai em 2021 e foram seleccionados para a Bienal de Aguarela da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau de 2021.
Andreia Sofia Silva EventosMímica | Festival no CCM e Jardim Luís de Camões no fim-de-semana Decorre este fim-de-semana a terceira edição do Festival Internacional de Mímica de Macau, organizado pelo Teatro CANU, e que terá sessões no Centro Cultural de Macau e também ao ar livre no Jardim Luís de Camões. O evento conta com a participação de artistas locais e internacionais, peritos na arte de fazer rir, sonhar e pensar Acontece este sábado e domingo a terceira edição do Festival Internacional de Mímica de Macau (MIMF), um evento organizado pelo Teatro CANU, e que este ano tem como mote “Viver a vida através dos olhos de um palhaço, e com sentido de humor”. Não surpreende, assim, que uma das secções do evento seja “Clown’s Dream” e outra “Humor Clashing”, sendo que os espectáculos, de curta duração, decorrem na Box I do Centro Cultural de Macau (CCM). Assim, no sábado e domingo, a partir das 19h45, pode ver-se a actuação “Vitamin”, com Carlo Jacucci, de Itália. Segundo a organização, este espectáculo é “uma viagem deliciosa pelos momentos peculiares da vida, onde o quotidiano se torna extraordinário” e onde “uma lagarta luta para se libertar da sua caixa, um guru tropeça na sabedoria que nunca leu e um corredor de maratona desvia-se hilariantemente da rota, transformando-se em roubo”. Aqui, Carlo Jacucci, o único actor, “dá vida a estas personagens inesperadas, transformando lutas simples em beleza cheia de riso”. Segue-se “idio2 Play”, com a dupla de performers japoneses Kosube Abe e Hiroyoshi Hisatomi. Em dez minutos estes irão recorrer a chapéus e outros adereços para combinar “movimentos hábeis e uma improvisação leve e bem-humorada”. O “Dio2” é um duo de entretenimento japonês, apostando em magia, comédia e acrobacias, num estilo “ligeiramente absurdo, mas conscientemente único”. Ainda nesta secção do festival destaque para o espectáculo de 30 minutos protagonizado por Gregg Goldston, “The Magic of Mime”. Este “é um espectáculo cativante de habilidade física, misturando comédia e drama para criar um mundo invisível encantador”. Gregg apresenta “um chapéu mágico”, encaminhando o público em “batalhas que transformam de forma surreal a realidade em fantasia, numa luta sincera entre o desejo de amizades e o medo de as perseguir”. Gregg Goldston é um mimo de renome mundial, realizador e educador de mímica de Los Angeles, tendo começado a trabalhar nesta área depois de ver a actuação do mestre Marcel Marceau. Em várias tournées americanas de Marceau nos anos 2000, Gregg serviu como assistente do actor, tendo depois começado a desempenhar papéis mais importantes. Gregg Goldston, visto como alguém que está a ajudar a desenvolver a primeira geração de mimos americanos, irá dar um workshop integrado neste festival. Sonhos dos palhaços Se em “Humor Clashing” as actuações começam no final do dia, na secção “Clown’s Dream” o riso e a fantasia prometem prolongar-se pela noite dentro, a partir das 21h30. Apresenta-se, com actores japoneses e o Teatro CANU, o espectáculo “The Eyes of Odin”. “Na mitologia nórdica, Odin, o rei dos deuses, enviava os seus corvos para voar até ao mundo dos humanos e observar tudo o que acontece. Desta vez, inesperadamente, um deles perdeu-se no nosso mundo – um lugar cheio de risos e mistérios insolúveis: ouviu um prisioneiro obcecado com a liberdade; testemunhou um professor apaixonadamente dedicado à musculação durante uma aula de ginástica; e encontrou uma lontra marinha numa fonte termal, tão apaixonada por se encharcar que nem os deslizamentos de terras e as tempestades ao nível de um tufão a conseguiram afastar”, descreve-se, sobre o espectáculo. Esta actuação é “um poema visual que combina actuações de palhaços, mímica, teatro físico e música ao vivo”, com momentos poéticos dentro do absurdo, colocando questões silenciosas e guiando o público a seguir os passos do corvo para um reino indefinível”. Destaque ainda para outras actuações, como “ZEROKO Play”, com o grupo Zeroko, composto por Masahi Kadoya e Keisuke Hamaguchi. Fica a garantia de “palhaçadas, objectos e humor para uma diversão interactiva”. Das 12h às 18h, tanto no sábado como no domingo, é a vez do Jardim Luís de Camões receber actividades diversas como sessões de pintura facial para crianças ou actuações musicais, como é o caso do Dj Burnie, natural de Macau. Também nestas ruas haverá lugar à mímica e ao divertimento. Esta secção do festival intitula-se “WOW! Outdoor Performance Festival”. Fonte de inspiração O Festival Internacional de Mímica de Macau nasce das experiências teatrais de Lai Nei Chan, fundadora e directora desta iniciativa, que estudou em Londres. “Uma vez, assisti a uma actuação de palhaços no Festival Internacional de Mímica de Londres, onde dois palhaços fizeram um espectáculo que me comoveu pelo seu poder sem palavras e impacto emocional, despertando o meu amor pela mímica. Descobri que esta forma não-verbal de actuação não exigia qualquer preparação e permitia uma imersão pura na experiência teatral, livre de pensamentos excessivos. Esta constatação alimentou o meu desejo de criar um festival internacional de mímica em Macau, permitindo ao público local experimentar as alegrias únicas desta forma de arte”, confessou.
Hoje Macau EventosCPLP | Festival de cinema arranca em Díli com “Grand Tour” de Miguel Gomes O Festival de Cinema da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa começou ontem em Díli com a estreia do filme do realizador português Miguel Gomes “Grand Tour”, prémio de melhor realização no Festival de Cinema de Cannes. “O festival tenciona trazer também para Timor-Leste cinema em língua portuguesa”, afirmou à Lusa a embaixadora de Portugal em Díli, Manuela Bairos, momentos antes do início do festival. Segundo a diplomata, a CPLP tem países “com grande tradição de cinema”, dando como exemplo o Brasil, mas também o novo cinema angolano. “Queremos que isso seja um começo para talvez no próximo ano se faça um festival de maior ambição” e, disse, dar a conhecer a Timor-Leste que “há cinema em língua portuguesa”. O festival começou no Cineplex, em Díli, com o “Grand Tour” de Miguel Gomes, que ganhou em Maio o prémio de melhor realização do Festival de Cinema de Cannes, em França. No sábado, será projectado o “Central Brasil”, um clássico do cinema brasileiro. Timor-Leste estará presente no dia 3 de Dezembro com a projecção, no Arquivo e Museu da Resistência, de um documentário e entrevista com Nino Konis Santana, que comandou a guerrilha timorense entre 1993 e 1998. O festival, que inclui também a projecção de curtas-metragens e outros filmes de realizadores da CPLP, termina em 12 de Dezembro. “Esta é uma forma de também diversificarmos a nossa oferta cultural. Há coisas que são mais clássicas, mas o cinema também merece ser impulsionado e o cinema destes países é muito o cinema de arte, são filmes muito bem trabalhados”, acrescentou Manuela Bairos.
Hoje Macau EventosGaleria Tap Seac | Nova exposição inaugura sexta-feira Será inaugurada amanhã a “Exposição Anual das Artes Visuais de Macau 2024 – Categoria Meios de Expressão Ocidental”, na Galeria Tap Seac. A mostra contou com a participação de um total de 181 criativos, tendo sido recolhidas 178 peças ou conjuntos de obras com uma variedade de meios de expressão ocidental, incluindo desenho, aguarela, pintura a óleo, gravura, escultura, cerâmica, bem como fotografia, vídeo, técnica mista e arte de instalação, apresentadas em formato bidimensional, tridimensional e multimédia. A selecção final apresenta 45 peças ou conjuntos de obras, que, segundo uma nota do Instituto Cultural, “são impressionantes e ricas em temas, demonstrando as capacidades artísticas e a criatividade desinibida dos artistas locais”. A “Exposição Anual das Artes Visuais de Macau” tem como objectivo incentivar “a inovação”, servindo também para “apresentar obras de arte contemporânea com o espírito dos tempos, a fim de mostrar o mais recente desenvolvimento das artes visuais em Macau”. A chamada de trabalhos e processo de escolha decorreram em Julho deste ano, tendo sido convidados para o júri cinco especialistas e académicos da área das artes visuais do Interior da China e de Singapura. Os 45 trabalhos apresentados nesta mostra incluem os dez vencedores do “Prémio para Obras Excepcionais”. A mostra pode ser vista até ao dia 29 de Dezembro. Haverá visitas guiadas aos sábados, domingos e feriados, bem como nos dias 23, 26 e 27 de Dezembro, em cantonense, pelas 15h, e em mandarim pelas 16h15.
Hoje Macau EventosObras candidatas ao Sovereign Portuguese Art Prize expostas em Lisboa Uma exposição com obras de 33 artistas plásticos residentes em Portugal seleccionadas para o prémio de arte Sovereign Portuguese Art Prize 2024, no valor de 25 mil euros, foi inaugurada ontem na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. Trata-se da terceira edição deste prémio anual, que é atribuído pela Associação SAF, filial portuguesa da Sovereign Art Foundation, criada em 2003 em Hong Kong para promover, apoiar e reconhecer a arte contemporânea e incentivar a produção artística, bem como financiar programas para crianças desfavorecidas em Portugal, explicou Howard Bilton, fundador e presidente da Sovereign Art Foundation (SAF), numa apresentação à imprensa. Natural de Yorkshire e advogado fiscal de formação, Howard Bilton viveu 28 anos em Hong Kong, onde decidiu que queria “transformar o que era um passatempo de coleccionador de arte numa actividade de caridade”. “Por isso, criámos o conceito de prémios de arte, e a minha motivação para o fazer foi sempre, antes de mais, caritativa. Queria angariar fundos para ajudar crianças desfavorecidas, crianças com dificuldades de aprendizagem, com dificuldades comportamentais, que tenham sido vítimas de abusos físicos, mentais, sexuais, seja o que for, porque a arte é uma terapia muito poderosa para crianças nessas condições”, afirmou. Foi assim que surgiu o conceito do prémio de arte, que traz consigo um “produto secundário muito agradável” que é o facto de ajudar os artistas e impulsionar as suas carreiras, numa espécie de troca recíproca: “Os artistas ajudam-nos a angariar dinheiro e nós ajudamo-los com o seu perfil”. Portugal é o terceiro terreno geográfico onde está a ser aplicado este modelo, que já tem 20 anos na Ásia e vai na 4.ª edição em África, explicou o responsável. Até Dezembro Até ao dia 14 de dezembro, vão estar expostas obras dos 33 artistas finalistas, nomeados por profissionais independentes de arte, com o objectivo de lhes dar maior visibilidade pública, exposição no mercado da arte e um maior número de seguidores internacionais. Pintura, colagens, escultura, fotografia e instalações compõem o conjunto artístico exposto, da autoria de nomes como Jorge Queiroz, vencedor da primeira edição do prémio, Rogério da Silva, Rodrigo Oliveira, Pedro Barateiro, ±maismenos± (Miguel Januário), José Pedro Cortes, Conceição Abreu, Ana Pais Oliveira, Jaime Silva e Isabel Sabino. As obras finalistas são escolhidas por “nomeadores independentes”, seleccionados pelos promotores do prémio, ou seja, “pessoas que são especialistas em arte, mas que não têm um interesse comercial nas artes”. “Fazemo-lo desta forma porque, se abordarmos as galerias, elas nomeiam obviamente os seus próprios artistas”, explicou, acrescentando que procura que a escolha dos nomeadores recaia sobre directores e conservadores dos museus, críticos de arte, jornalistas e especialistas em arte, “que terão uma visão ligeiramente diferente”. Durante a mostra, realiza-se também uma venda das obras seleccionadas, com o objectivo de angariar um montante significativo tanto para os artistas, como para causas de solidariedade social. Em paralelo, decorre uma mostra dedicada aos 30 finalistas da edição deste ano do prémio para estudantes, que visa reconhecer e premiar talentosos alunos do ensino secundário em Portugal, com um valor monetário de 500 euros para o estudante e 1.500 euros para a escola. Está previsto também para ambos os concursos um prémio do público, apurado a partir de todos os visitantes que queiram votar numa das obras, o que pode ser feito ‘online’ ou através da leitura de um QR Code.
Hoje Macau EventosOficinas Navais | IA é protagonista em mostra de Cai Guo-Qiang Chama-se “cAI™: Soul Scan” e é a exposição do artista Cai Guo-Qiang patente nas Oficinas Navais nº 1, na Barra. Aqui, a inteligência artificial é a protagonista deste projecto artístico feito a partir do modelo de IA com o nome “cAI™”. São 20 peças criadas através de IA, que revelam a crescente presença da tecnologia no panorama artístico Cai Guo-Qiang, artista natural de Quangzhou, província de Fujian, e residente em Nova Iorque desde os anos 90, acaba de revelar em Macau um conjunto de peças que mostram como a tecnologia, nomeadamente a inteligência artificial (IA), estão cada vez mais de mãos dadas com a arte e produção artística. A exposição “cAI ™: Soul Scan” pode ser vista na galeria das Oficinas Navais nº 1, na zona da Barra, até 1 de Junho do próximo ano, sendo um projecto apoiado pelo MGM. Segundo um comunicado, o cAI™ é um modelo de IA desenvolvido por Cai Guo-Qiang desde 2017 no seu estúdio. Pronuncia-se AI Cai e está ligado às áreas da filosofia e metodologia artística, “aprendendo profundamente com obras de arte, arquivos e áreas de interesse de Cai [o artista], como a cosmologia ou o mundo invisível”. Estes trabalhos foram criados exclusivamente para Macau tendo por base “a profunda aprendizagem [por parte do artista] da rica história e cultura” do território. A mostra começa por uma introdução gerada pelo cAI™, seguindo-se a apresentação de pintura, em dois espaços com instalações interactivas. Citado por um comunicado do MGM, Cai Guo-Qiang explicou que a ideia é tentar “interagir com a geração mais jovem, com um conteúdo e perspectivas orientadas para o futuro que se irão conectar ao passado e presente, e também com o velho e o jovem”. Acima de tudo, para o artista já é difícil “comunicar de formas tradicionais em lugares tradicionais”. “Através da interação e participação do público, a exposição pretende convidar residentes e turistas a juntarem-se ao artista na exploração e interligação entre a IA e espiritualidade”, em que, “os participantes irão desbloquear e experimentar as possibilidades de uma dimensão alternativa”. O modelo cAI™ é também um “pintor de pólvora”, que apresenta as suas obras nesta exposição, um “mestre de fogo de artifício” e um “adivinho”, sendo que o público irá interagir com estas duas vertentes do modelo de IA. O cAI™ faz referência a “figuras históricas e contemporâneas que Cai Guo-Qiang admira, desenvolvendo mais de dez ‘personas’ diferentes, como Einstein, Nietzsche, Ptolomeu, um poeta chamado Vale, um louco chamado Psychic e até uma persona chamada Storm com tendências bipolares”. Essencialmente, o artista chinês visa, através da sua criação, criar um cenário movido a IA em que “estas diferentes personas se debatem entre si, formando uma comunidade livre e independente, impedindo que o cAI™ se torne demasiado semelhante ao Cai [o artista], como se tivesse apenas uma única persona”. Outras obras Esta não é a primeira vez que o artista chinês apresenta projectos artísticos com este modelo desenvolvido em IA. Em Dezembro do ano passado o cAI™ colaborou na obra “Mirage”, de Cai Guo-Qiang, presente no Museu de Arte Contemporânea de Quanzhou (QMoCA). Ainda este ano, mas em Agosto, o cAI™ gerou uma animação digital para “ressuscitar” os fogos de artifício diurnos não realizados de Cai Guo-Qiang para a “Ressurreição dos Jogos Olímpicos de Paris: Uma proposta para os Jogos Olímpicos de Paris de 2024”. O resultado foi um vídeo lançado como uma obra de arte digital. Em Novembro o cAI™ actuou como directora visual e de cenografia da exposição Cartier organizada e comissariada pelo Museu de Xangai, concluindo o design sob a orientação de Cai e da sua equipa. A mesma nota descreve que o cAI™ “não é apenas uma obra de arte de Cai, mas também o seu parceiro de diálogo e colaboração”, sendo que, no futuro, “poderá até criar arte por si só”. O artista chinês desenvolveu o “cAI™ Lab”, uma divisão central do estúdio do artista que usa este modelo “como uma plataforma para explorar aplicações pioneiras e originais de tecnologia de ponta nos campos criativos”. Cai Guo-Qiang já realizou mais de 650 exposições e projectos em cinco continentes, incluindo 120 mostras a título individual, sendo que as suas maiores exposições passaram por espaços como o Metropolitan Museum of Art in New York, em 2006, ou uma mostra retrospectiva no Solomon R. Guggenheim Museum, também em Nova Iorque, apresentada dois anos depois.
Hoje Macau EventosFado | Fábia Rebordão actua em Dezembro na China e no Brasil A fadista Fábia Rebordão actua no próximo mês na China, onde vai participar no Festival de Música Tradicional de Pequim, seguindo para o Brasil, para actuar na Casa de Portugal em S. Paulo, foi divulgado esta segunda-feira. Fábia Rebordão que, recentemente editou o álbum “Pontas Soltas”, actua no próximo 5 de Dezembro no grande auditório do Conservatório Nacional de Música da China, em Pequim, no âmbito das celebrações do 60.º aniversário desta instituição. As celebrações, que se iniciam no dia 4 de Dezembro, realizam-se sob o mote “Intercâmbio e Apreciação entre Culturas num Mundo Diversificado e Harmonioso”. O Festival de Música Tradicional de Pequim realiza-se desde 2009, e Fábia Rebordão será acompanhada pelos músicos Francisco Pereira, na guitarra portuguesa, e Jorge Fernando, na viola. Da China, Fábia Rebordão segue para S. Paulo, no Brasil, onde actua no dia 13 de Dezembro, no salão nobre da Casa de Portugal, acompanhada pelo pianista brasileiro João Paulo Martins, que fundou a Bachiana Filarmónica, de S. Paulo. João Carlos Martins, distinguido com vários prémios, tem uma vasta discografia dedicada a compositores clássicos, destacando-se Bach, do qual é considerado um dos seus “maiores intérpretes”, refere a promotora da artista portuguesa. O músico, de 84 anos, tem enfrentado “inúmeros desafios físicos e de saúde” que o levaram várias vezes a interromper a carreira, sofrendo de disfonia focal, resultante de uma agressão durante um assalto em 1965. Depois de ter abandonado o piano, estudou direcção de orquestra e passou a reger diferentes orquestras. Em 2019 voltou a tocar piano, graças a um dispositivo biónico desenvolvido por um designer brasileiro. Disco novo Em “Pontas Soltas”, saído em finais de Outubro último, Fábia Rebordão regista algumas parcerias brasileira, com Ney Matogrosso, na interpretação de “A nossa guerra” (Jorge Fernando), Renato Teixeira, em “Romaria” (Renato Teixeira), Zeca Baleiro, em “Fado Tropical” (Chico Buarque), e interpreta “Saudades do Brasil em Portugal”, de Vinicius de Moraes. Em declarações à agência Lusa, em vésperas da saída do álbum, Fábia Rebordão referiu-se às parcerias como “uma partilha de arte e de música”, que surgiram de “uma forma natural”, algumas em rodas de amigos. “Pontas Soltas” é o quarto álbum de Fábia Rebordão que começou a cantar aos 14 anos, e se estreou discograficamente em 2011, com “Oitava Cor”, a que se seguiu “Eu” (2016) e “Eu Sou” (2021), estabelecendo um percurso ao qual se referiu como “interessante e consistente”, reconhecendo-se como uma intérprete “impulsiva”.
Hoje Macau EventosLiteratura | Jornadas universitárias abordam clássicos chineses Decorre esta quinta-feira a 1.ª Jornada de Tradução Chinês-Português que aborda os clássicos chineses e a sua tradução. A mesa redonda “Tradução de Literatura Chinesa”, que decorre na Universidade do Minho (UM), conta com António Graça de Abreu, professor e tradutor de poesia chinesa clássica; Carlos Morais José, jornalista, director do HM e da editora Grão-Falar, um novo projecto editorial que publica clássicos chineses traduzidos em português; e ainda Samuel Pascoal, actor, professor e tradutor de literatura chinesa. Esta sessão é organizada pelo Instituto Confúcio da UM e Departamento de Estudos Asiáticos da UM. Também na quinta-feira, haverá espaço para a apresentação de obras de poetas clássicos chineses com edição da Grão-Falar, nomeadamente a obra “Li Bai – A Via do Imortal”, com tradução de António Izidro, e que foi já lançado em Macau, e “Han Shan – Poemas”, uma edição bilingue de António Graça de Abreu. Os grandes poetas Li Bai, um dos poetas mais conhecidos na China, revela-se, no livro com traduções de Izidro, através dos seus vários poemas. Li Bai foi, segundo a apresentação oficial desta obra, “um nómada, letrado da corte, prisioneiro de guerra, exilado peregrino, eremita jarro de vinho na mão, túnica bruta sobre os ombros”. Li Bai era também um “ser anómalo, considerado pelos chineses como um dos maiores poetas”. No caso de Han Shan, também existe o mistério sobre a sua figura. “O homem que um dia se chamou Han Shan, ninguém sabe quem foi. Quando alguém o via, considerava-o um doido, um pobre diabo. Vivia retirado na montanha Tiantai, sete léguas a oeste do distrito de Tangxing, num lugar chamado Han Shan (Montanha Fria), entre rochas e falésias. Daí descia frequentemente para o templo de Quoqing, ao encontro do seu amigo Shi De, encarregado da limpeza da cozinha do mosteiro que lhe guardava restos de comida em malgas feitas com cana de bambu”, escreveu Lu Qiuyin em meados do século IX. António Graça de Abreu, tradutor da sua poesia para português, descreve que este livro serve para “quem gosta de poesia e deseja abrir a mente para as mil subtilezas do budismo chan, quem procura a simples inteligência do saber encontrará em Han Shan um mestre, um confrade, um amigo”.
Andreia Sofia Silva EventosGrande Prémio | Costa Antunes recorda episódios da competição João Manuel Costa Antunes foi director dos Serviços de Turismo durante muitos anos e vai recordar esses tempos esta quinta-feira num evento no Artyzen Grand Lapa. “Grande Prémio de Macau: Para Além das Corridas” é o nome da “Conversa ao Entardecer” promovida pela Associação Internacional de Publicidade de Macau Foi em 2012 que o engenheiro João Manuel Costa Antunes deixou de dirigir os Serviços de Turismo para se tornar no coordenador a tempo inteiro do Grande Prémio de Macau (GPM). Os anos dedicados ao mundo do turismo e do desporto automóvel serão recordados esta quinta-feira no evento “Talk at Sunset” [Conversas ao Entardecer], que decorre a partir das 18h no bar Vasco do Artyzen Grand Lapa. A palestra terá como nome “Grande Prémio de Macau: Para Além das Corridas”. O evento, promovido pela Associação Internacional de Publicidade de Macau (IAA, na sigla inglesa), conta, assim, com “uma grande figura lendária de Macau, que irá partilhar as histórias e ideias” sobre o seu trabalho na organização do GPM. Segundo um comunicado da IAA, irá destacar-se “como este lendário espectáculo desportivo serve de catalisador para o desenvolvimento global de Macau e o seu impacto no panorama turístico da região”. Formado em Engenharia Civil, João Manuel Costa Antunes era estudante universitário em 1974, ano em que caiu o Estado Novo em Portugal, tendo feito parte do quadro do Ministério do Planeamento e Administração do Território, participou na criação de Gabinetes Coordenadores de Obras Municipais e Gabinetes de Apoio Técnico aos Municípios. Porém, Macau chamou-o, tendo chegado ao território ainda nos anos 80, onde começou por ser assessor do secretário-adjunto para o Ordenamento, Equipamento Físico e Infra-estruturas do Governo de Macau. Foi depois vice-presidente do Leal Senado e mais tarde assessor técnico dos Serviços de Marinha de Macau. De tudo um pouco A entrada no sector do turismo deu-se em 1987, quando fica encarregue de coordenar o projecto do World Trade Center, edifício de escritórios da autoria do arquitecto português Manuel Vicente. Foi subdirector desse empreendimento, mas em 1989 já era director dos Serviços de Turismo. João Manuel Costa Antunes esteve ainda à frente do Gabinete de Coordenação da Cerimónia de Transferência, tendo continuado a dirigir o Turismo de Macau já depois de 1999, quando Macau já era RAEM e enfrentava novos desafios e mais turistas. Manteve-se no cargo até 2012, acompanhando sempre de perto o GPM. Lugar de partilha A IAA pretende promover as “Conversas ao Entardecer” para se interligar com “todos os especialistas e líderes do sector, bem como a servir de plataforma para educar os novos talentos”. Esta iniciativa consiste numa “série de eventos regulares ao final do dia que conectam profissionais da indústria a nível global para partilharem ideias e inspirarem o público com a sua paixão e dedicação”. Em declarações à Revista Macau, João Manuel Costa Antunes recordou o período da competição do GPM nos anos 80. “Tive a grande sorte de chegar em 1983 a Macau, ano em que arranca pela primeira vez a Fórmula 3 e o Ayrton Senna ganha. Todo o ambiente me galvanizou e tornei-me espectador assíduo. Quando passei para o Turismo, tive que aprender e ir buscar pessoas que percebessem aquilo que eu desconhecia. Para pôr a estrutura a funcionar. O meu primeiro GP foi em 1988. Correu tudo muito mal. Nunca me vi tão atrapalhado como na quinta-feira antes do GP, que é quando tudo começa”, recordou.
Hoje Macau EventosClube Militar | Trabalho do cartoonista António exposto em Dezembro A “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” (Somos – ACLP) traz a Macau a exposição “50 Anos de Humores” em celebração dos 50 anos de carreira do prestigiado cartoonista português António. A mostra será inaugurada a 13 de Dezembro no Clube Militar, ficando patente até 2 de Janeiro do próximo ano. Segundo uma nota da Somos! – ACLP, a exposição celebra “o percurso, trabalho e dedicação de António”, e reúne muitas das obras “mais icónicas e prestigiadas do cartoonista português com uma carreira de meio século, preenchida de sucesso dentro e fora de portas.” Durante as últimas cinco décadas, os seus desenhos “satíricos vêm, com inabalável pertinência, mapeando os momentos mais bizarros e trágico-cómicos da política portuguesa e internacional, originando debates no espaço público e um reconhecimento intergeracional do seu talento.” Durante a exposição será apresentado um catálogo ao qual empresta o mesmo nome, permitindo que os visitantes levem para casa uma parte significativa da obra de António e continuem a apreciar a sua arte. A edição será trilingue, em português, chinês e inglês, sendo descrita como uma abertura da “cápsula do tempo”, pois consegue-se ter “uma lição bem-humorada e resumida da história moderna, dos seus momentos mediáticos mais marcantes e incontornáveis”, que foram “certeiramente pontuados e eternizados pelo António.” Actividades para todos Além da exposição, terão lugar uma série de actividades com o próprio António, nomeadamente a 11 de Dezembro pelas 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC): uma palestra moderada por Gilberto Lopes, jornalista e director de Informação e Programas Portugueses da TDM. Nesse dia, e também dia 12, às 10h, decorre na Universidade de São José o workshop: “Desenho Cartoon: Criação de Ideias”, com o próprio António, cujo nome é António Moreira Antunes. O cartoonista português nasceu em Vila Franca de Xira em 12 de Abril de 1953. Tem o curso de Pintura da Escola Artística António Arroio, de Lisboa, tendo-se iniciado como cartoonista em 1974 no jornal República. No final desse ano já colaborava regularmente com o semanário Expresso. António recebeu vários prémios ao longo da carreira, nomeadamente o Grande Prémio do XX International Salon of Cartoons, em Montreal, 1983; ou o Prémio Gazeta de Cartoon, em Lisboa, 1992. Realizou exposições individuais em Portugal, Macau, China Continental, França, Espanha, Brasil, Alemanha, Luxemburgo, Bélgica e Holanda. António foi ainda condecorado em 2005 pelo Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, com a Ordem do Infante Dom Henrique, no grau de Grande-Oficial.
Hoje Macau EventosFRC | ARTM expõe trabalhos do centro de Ka Hó A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h30, uma nova exposição, desta vez com trabalhos de pintura a óleo realizados pelos utentes do Centro de Serviços Integrados da Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM) localizado em Ka Hó, Coloane. A mostra intitula-se “Viagem Pessoal Profunda” e inclui trabalhos de 20 pessoas em recuperação de comportamentos de adição, com drogas ou álcool. Segundo uma nota sobre a exposição, “nos últimos anos as artes têm sido uma componente essencial no quotidiano da comunidade terapêutica da ARTM, através de diferentes actividades e técnicas, com vista a promover a cura física, mental, emocional e espiritual dos pacientes, permitindo o seu crescimento ao longo do processo individual de mudança”. O processo de reabilitação é, segundo a ARTM, “uma experiência pessoal, vivida por cada um de uma forma única”. “Não é uma corrida, onde ganha quem chega primeiro, mas sim uma viagem onde cada passo é uma vitória. É uma oportunidade de conexão entre cada um de nós e o nosso ‘Eu’ mais profundo. A reabilitação é um processo individual, mas não há recuperação sem vínculo. As relações e a aprendizagem, que advém da experiência com os outros, enriquecem o processo e reforçam a esperança de que uma vida melhor e mais feliz é possível e é alcançável”, é referido. Desde 2020 que a FRC dá apoio à realização desta iniciativa, sendo um “momento importante de celebração dos resultados alcançados por cada participante neste seu percurso de reintegração na sociedade local”. A exposição estará patente na Galeria da FRC até sábado.
Hoje Macau EventosHistória | Museu de HK inaugura exposição sobre lusodescendentes Vai ser hoje inaugurada uma exposição no Museu de História de Hong Kong que destaca o contributo da comunidade macaense no território. Ao longo do século XX a chegada dos macaenses ou lusodescendentes ao território fez-se mediante diversos contextos históricos e políticos, sobretudo a partir da constituição do território em 1841 Vai ser hoje inaugurada uma exposição sobre o “enorme contributo” dos lusodescendentes e que demonstra que a comunidade continua viva, disse à Lusa o presidente do Club Lusitano. Patrick Rozario sublinhou que os lusodescendentes são a primeira comunidade minoritária do território a merecer uma mostra permanente rotativa, no âmbito da renovação do museu, lançada em 2017, mas que sofreu atrasos devido à pandemia. “Em parte porque éramos a maior comunidade estrangeira em Hong Kong depois dos britânicos, mas penso que também demos um enorme contributo para o desenvolvimento” do território, disse o presidente da maior instituição da comunidade. Os macaenses e membros da então numerosa comunidade portuguesa em Xangai, no leste da China, começaram a chegar a Hong Kong logo depois da fundação da então colónia britânica, em 1841, sublinha o museu. A comunidade eurasiática “aproveitou o talento para as línguas e o estatuto único de ‘nem chinês nem ocidental’ para servir de ponte entre os mercadores e funcionários do governo britânico e os chineses”. Os lusodescendentes “construíram a sociedade cívica, igrejas e escolas” e destacaram-se em áreas como a impressão, a farmacêutica, o direito e o desporto, disse Patrick Rozario. Os objectos de Sales Entre os objectos da exposição, o coordenador do projecto, Francisco da Roza, destacou o casaco vermelho que o presidente do Comité Olímpico de Hong Kong, Arnaldo de Oliveira Sales, usava nas Olimpíadas de 1972, em Munique, quando conseguiu negociar com terroristas palestinianos a libertação da delegação do território, que tinha ficado encurralada durante o rapto de 11 atletas israelitas. O Departamento de Serviços Culturais e de Lazer do território disse à Lusa que a mostra ‘Estórias Lusas’ vai “apresentar as tradições e cultura distintivas” da comunidade através de programas multimédia audiovisuais e interativos e de “mais de 250 peças de famílias e organizações portuguesas”. O trabalho de recolha permitiu aos lusodescendentes trabalhar com o museu e serem eles a contar a própria história, sublinhou Patrick Rozario. Francisco da Roza deu como exemplo uma homenagem aos soldados lusodescendentes que morreram na Batalha de Hong Kong, em dezembro de 1941, quando o Japão ocupou a então colónia britânica. O declínio da comunidade começou em 1967, quando o território sentia, inclusive através de atentados bombistas, o impacto da Revolução Cultural na China, e a imigração continuou depois da crise mundial do petróleo, em 1973. O investigador nonagenário disse à Lusa que foi aos Estados Unidos e ao Canadá recolher artefactos, documentos e fotografias entre a diáspora da comunidade eurasiática. Patrick Rozario disse que a exposição pode mostrar que a comunidade, apesar de profundamente integrada, não desapareceu. “Estamos a mostrar que ainda estamos aqui hoje, ainda fazemos parte da sociedade de Hong Kong e continuaremos a contribuir”, referiu o presidente do Club Lusitano. A presença da comunidade permanece em áreas como a justiça, através de Roberto Alexandre Vieira Ribeiro, um dos três juízes permanentes do Tribunal Superior de Hong Kong, ou a educação, com a Escola Primária Po Leung Kuk Camões Tan Siu Lin. Por outro lado, disse Rozario, a mostra pode “ajudar as gerações futuras com a sua identidade”. “Muitos de nós anglicizámo-nos ao longo do tempo e perdemos a língua [portuguesa]. É importante que compreendamos quem somos e de onde viemos”, sublinhou o dirigente.
Hoje Macau EventosMostra “Palácio do Duplo Brilho” no MAM dia 28 Será inaugurada na próxima quinta-feira, 28, uma nova exposição no Museu de Arte de Macau (MAM). A mostra intitula-se “Palácio de Duplo Brilho: Exposição Especial do Museu do Palácio” e é organizada pelo Instituto Cultural (IC), Museu do Palácio de Pequim e conta com vários apoios, nomeadamente da Fundação Macau. Apresenta-se uma selecção de 130 artefactos associados ao “Palácio do Duplo Brilho” do Museu do Palácio, que está situado no canto noroeste da Cidade Proibida, tendo sido a residência do Imperador Qianlong quando este era príncipe, antes da transformação do edifício em palácio. Segundo uma nota do IC, este foi um local “acarinhado pelo imperador durante 72 anos”, sendo que o palácio “incorpora uma vasta história e cultura”. A exposição patente no MAM está dividida em quatro secções, intituladas “Nascido para Ser Imperador”, “Casamento e Família”, “Era Florescente da Governação Civil” e “Um Governo Eficaz, Uma Nação Harmoniosa”, permitindo aos visitantes “apreciar de perto o trono originalmente patente no Salão da Reverência, o salão principal do Palácio do Duplo Brilho, bem como obras de caligrafia e pinturas da autoria do Imperador Qianlong, os seus preciosos trajes e presentes trocados com a sua família real”. Com palestra Desta forma, permite-se “conhecer o quotidiano do imperador e os dias gloriosos no Palácio do Duplo Brilho”. Destaque ainda para a palestra que acompanha esta exposição, intitulada “De Palácio Auspicioso a Terra Abençoada – A Evolução Arquitectónica e Funções Diversificadas do Palácio do Duplo Brilho”, e que será proferida amanhã às 19h por Wang Hebei, Investigador Associado do Departamento de História da Corte do Museu do Palácio. Nesta conversa, que decorre no MAM e que está sujeita a inscrição na plataforma da Conta Única de Macau, será analisado “como o palácio foi transformado num espaço único para os imperadores da dinastia Qing cumprirem os seus papéis na governação e na vida familiar”. A exposição estará patente até ao dia 2 de Março de 2025.
Hoje Macau EventosFRC | Venetian, turismo e mercado de jogo em debate É o maior casino do mundo e um fenómeno de popularidade entre os turistas oriundos do continente. “O Casino no Centro do Mundo: Turistas Chineses no Venetian Macau” é o nome da palestra que decorre hoje na Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 19h, e que conta com Timothy Simpson, da Universidade de Macau, autor de um livro sobre o tema A Fundação Rui Cunha (FRC) recebe hoje, a partir das 19h, a conferência intitulada “O Casino no Centro do Mundo: Turistas Chineses no Venetian Macau”, protagonizada por Timothy Simpson, da Universidade de Macau (UM). Trata-se de uma palestra inserida no Ciclo de Palestras Públicas de História e Património, que resulta de uma parceria regular entre a FRC e o Departamento de História e Património da Universidade de São José. O foco da apresentação será o mais recente livro de Timothy Simpson, “Betting on Macau: Casino Capitalism and China’s Consumer Revolution”, lançado no ano passado pela University of Minnesota Press, e que descreve a visão do autor sobre o sector do jogo, o futuro e o exemplo paradigmático do Venetian. A proposta da palestra incide na teoria de Tim Simpson sobre este território bastante singular e a abordagem do autor sobre o que se pode prever para o futuro. “O Venetian Macau Resort é um dos maiores edifícios do mundo, e talvez a atracção mais popular de Macau, visitado por mais de metade das dezenas de milhões de turistas chineses que entram na cidade todos os anos. As enormes receitas do jogo no Venetian foram cruciais para a transformação pós-colonial de Macau na meca dos casinos mais lucrativa da história global e num dos territórios mais ricos do planeta. Esta palestra vai explorar o papel do Venetian no regime de capitalismo de casino local, e o modelo pedagógico da cidade de Macau na formação de cidadãos-consumidores para a nova era de reforma económica da China”, lê-se numa nota. Na altura do lançamento, o livro mereceu uma nota de destaque do Executivo local, que o descreve como uma obra que “explora a recente transformação de Macau no local mais lucrativo do mundo para o jogo em casino e o papel formativo da cidade na metamorfose da própria China na maior sociedade de consumo do planeta”. “Betting on Macao” centra-se, assim, nos anos após a liberalização do jogo, marcados por um profundo desenvolvimento social e económico de Macau, “durante os quais a cidade se tornou um dos territórios mais ricos do mundo”. “No entanto, [o académico] situa o seu estudo da Macau contemporânea na história da cidade como território português, descrevendo o seu papel crucial na emergência do capitalismo global no século XVI”, descreve a mesma nota. Assim, “grande parte do livro analisa a nova paisagem urbana de Macau, constituída por megaresorts integrados, com ambientes temáticos fantásticos, incluindo dois dos maiores edifícios do mundo”, sendo também explorado “o papel pedagógico deste ambiente construído no desenvolvimento da indústria turística da China”. Espaço de património No caso da publicação “Progressive Geographies”, a obra de Timothy Simpson é descrita como apresentando “uma perspectiva transversal de estudos pós-coloniais e teoria social, com uma ampla visão da indústria global do jogo”, desvendando também “as várias origens do lucrativo capitalismo de casino do território”. “Por outro lado, a sua análise incisiva fornece uma visão distinta do projecto mais amplo de urbanização da China, das suas reformas económicas pós-Mao, e do aumento contínuo da cultura de consumo”, acrescenta-se. O livro de Timothy Simpson estabelece ainda uma correlação com o importante património de Macau, que transformou o território num lugar com classificação da UNESCO e visitado também por causa dos seus monumentos e cultura. “Identificada como Património Mundial da UNESCO e conhecida pela sua mistura única de arquitectura da era colonial chinesa e portuguesa, a Macau contemporânea metamorfoseou-se numa paisagem urbana surrealista e hipermoderna. Simpson situa as origens de Macau como porto comercial estratégico e a sua história subsequente a par da emergência do sistema capitalista global, traçando o fluxo maciço de investimento estrangeiro, construção e turismo nas últimas duas décadas que ajudaram a gerar a enorme riqueza do território”, descreve ainda a editora do livro. A sessão de hoje será moderada por Priscila Roberts, Professora Associada e Chefe do Departamento de História e Património da Universidade de São José.
Hoje Macau EventosJorge Arrimar vence Prémio de Literatura dstangola/Camões O escritor angolano Jorge Arrimar venceu por unanimidade o Prémio de Literatura dstangola/Camões, com “Cuéle – O pássaro troçador”, uma obra “muito bem documentada sobre uma região de Angola raramente presente” na literatura, anunciaram na quarta-feira os promotores. O prémio, promovido pelo dstgroup, em parceria com o Instituto Camões, dedicou-se nesta edição a obras de prosa, de autores angolanos, publicadas em 2022 e 2023, tendo distinguido este romance histórico, situado entre o século XIX e finais do século XX, que recria factos e pessoas do sudoeste angolano, memórias reforçadas por precários vestígios escritos ou conservadas apenas na oralidade. O júri, constituído por José Mena Abrantes, que presidiu, David Capelenguela e Amélia Dalomba, descreveu “Cuéle – O pássaro troçador” como “um fresco grandioso e muito bem documentado sobre uma região de Angola raramente presente na literatura”. “O autor tem perfeito domínio da sua expressão, tanto na escrita e na definição das diferentes personagens, como no rigor como caracteriza modos de ser, tradições e comportamentos dos vários estratos sociais, quer do lado africano, quer do lado europeu, num momento decisivo do desenvolvimento do sul de Angola, na transição do século XIX para o século XX”, justifica. Na opinião dos jurados, Jorge Arrimar concilia “com naturalidade, num estilo simples e fluido, reminiscências de figuras relevantes da época e da sua própria história familiar e factos históricos profusamente documentados, que revelam tanto o esboço de uma harmonia possível no contacto entre duas culturas diferentes como a violentação de uma pela outra na concretização da ocupação colonial”. O júri destacou ainda a qualidade de grande parte das obras apresentadas este ano a concurso, quer pelo seu domínio da língua e da escrita literária, quer pela originalidade das suas temáticas ou pela sua crítica da realidade actual, que tornaram “mais difícil a decisão final”. Entre Macau e Angola O prémio tem um valor pecuniário de 15 mil euros, que será entregue ao vencedor, na quantia correspondente em kwanzas, em Angola, em Abril. Nascido em 1953, em Angola, Jorge Arrimar iniciou os seus estudos superiores em Luanda, tendo concluído, posteriormente, em Portugal, a licenciatura em História, a pós-graduação em Ciências Documentais e o doutoramento em História Moderna, bem como, já em Espanha, o doutoramento em Ciências Documentais. Foi professor de Português e de História, nos Açores, e rumou a Macau, onde permaneceu entre 1985 e 1998, tendo exercido o cargo de director da Biblioteca Nacional/Central de Macau. O Prémio de Literatura dstangola/Camões, que distingue livros editados em poesia e prosa, de autores angolanos, tem como missão tornar-se uma referência em Angola por distinguir as obras e os autores mais prestigiados, com o máximo de rigor na escolha da obra vencedora. Ao longo destas edições já galardoou Zetho Cunha Gonçalves, em 2019, Pepetela, em 2020, Benjamim M’Bakassy, em 2021, Boaventura Cardoso, em 2022, e João Melo, no ano passado.
Hoje Macau EventosHistória | Blogue “Macau Antigo” celebra 16 anos O blogue “Macau Antigo”, criado por João Botas, jornalista e autor de livros sobre a história de Macau, comemora 16 anos de existência este mês. Assim, para comemorar esta efeméride, irão decorrer passatempos para os visitantes do site, que podem ganhar livros. Além disso, segundo uma nota de imprensa, nos próximos meses serão dadas a conhecer fotografias de Macau, “umas raras, outras inéditas, com mais de 100 anos”, de lugares como a Baía da Praia Grande, Porto Interior, “aspectos de um jardim privado chinês, que viria a ser o Jardim de Lou Lim Ieoc”, e ainda do Jardim de S. Francisco, entre outros lugares. Destaque ainda para as imagens dos aterros da zona da Praia Grande nas décadas de 20 e 30 do século passado, ou do Forte de Mong-Há. Além disso, “como este ano se celebram os 250 anos do nascimento de George Chinnery, além de que em 2025 faz 200 anos que o pintor inglês chegou a Macau, em 1825, uma terra onde viveu até à sua morte, em 1852, serão também apresentados alguns desenhos raros feitos em Macau e novas pistas sobre a data da chegada ao território, que poderá ser anterior à versão ‘oficial’ divulgada até agora”, descreve João Botas na mesma nota. Criado em 2008, o “Macau Antigo” tem vindo a consolidar-se como “o maior acervo documental online sobre a história de Macau, apresentando um novo post diariamente”. O projecto já conta com mais de seis mil publicações e um total de 2,6 milhões de habitantes. Em Abril último registou um novo recorde mensal de visualizações, cerca de 70 mil numa média diária, a rondar os 2.300. Dos 2,6 milhões de visitantes até agora, a maioria tem como origem Portugal (535 mil), EUA (448 mil), Macau (341 mil), Brasil (198 mil) e Hong Kong (147 mil).