FAM | Exposição fotográfica de Baptiste Rabichon inaugurada na sexta-feira

Até 27 de Junho, a Galeria do Tap Siac irá acolher a exposição fotográfica “Um Quarto com Vista”, do artista contemporâneo francês Baptiste Rabichon. Ao todo serão expostas 41 obras, que prometem servir de ensaio aos limites do analógico e do digital, com um cunho simultaneamente “realista” e “alucinatório”

 

Integrada na programação do 31.º Festival de Artes de Macau (FAM), a exposição “Um Quarto com Vista” da autoria do fotógrafo contemporâneo francês Baptiste Rabichon abre portas ao público a partir da próxima sexta-feira na Galeria do Tap Siac. A mostra pode ser vista até vista até 27 de Junho, gratuitamente.

Partindo em busca de explorar a utilização de novas e velhas técnicas fotográficas na criação do seu trabalho, em “Um Quarto com Vista”, Baptiste Rabichon propõe-se a apresentar, de acordo com um comunicado oficial, “um contexto realista, alucinatório e incrível” que pretende abrir portas para os visitantes procurarem também eles novas possibilidades no universo da criação artística e que algumas barreiras da fotografia sejam quebradas.

Na exposição será possível contactar com 41 peças e trabalhos fotográficos contemporâneos divididos em cinco séries: “Álbuns”, “Camisas do Pai”, “Árvores dos Jardins de Lodi”, “Varandas” e “Desenhos de Manhattan”. Todas elas, resultantes do jogo experimental do artista que, de um ponto de vista realista, combina elementos convencionais e inovadores, misturando fotografia analógica, imagens digitais e a projecção de objectos do quotidiano, para criar sensações e impressões, a partir de imagens, onde transparece a ideia da reconciliação e união entre seres vivos, objectos, plantas e jogos de luz e sombras.

“A exposição irá apresentar as expressões contemporâneas da fotografia e convidar os visitantes a explorar outras possibilidades na criação artística, uma autêntica festa de gastronomia molecular aos olhos do círculo fotográfico, dos aficcionados da arte e do público em geral de Macau”, pode ler-se na nota de imprensa divulgada pelo Instituto Cultural (IC) sobre a exposição.

Em ascensão

Nascido em Paris no ano de 1987, Baptiste Rabichon tem vindo a ganhar destaque através da participação em inúmeras exposições, não só em França, mas também na China.

Estudou em várias escolas de arte francesas e formou-se no Le Fresnoy – Studio National des Arts Contemporains em 2017, tendo ganho a Residência BMW e o prémio Moly-Sabata/Salon de Montrouge em 2017 e 2018, respectivamente, e foi seleccionado como artista residente da Cité internationale des arts em 2019 e 2020.

A exposição “Um Quarto com Vista – Exposição de Fotografia de Baptiste Rabichon” pode ser visitada na Galeria Tap Siac até 27 de Junho, entre as 10h00 e as 19h00 diariamente, incluindo dias feriados. A entrada é livre, sendo que todos os visitantes devem cumprir as medidas de controlo epidémico, como a apresentação do código de saúde e a utilização de máscaras faciais.

Recorde-se que, depois de um ano de interregno devido à pandemia, O Festival de Artes de Macau está de volta entre 30 de Abril e 29 de Maio, e propõe-se, sob o tema “Reiniciar”, a levar aos mais diversos palcos e espaços da cidade, mais de 100 actuações e actividades, onde não faltam espectáculos de teatro, dança, música, artes visuais, ópera cantonense e ainda workshops e exibições de fotografia e cenografia.

14 Abr 2021

Clube de Jazz de Macau promove dois eventos este mês 

“Jazz on the Rocks” é o nome do evento que acontece esta quinta-feira no restaurante Vic’s, na Doca dos Pescadores. Para este espectáculo o Clube de Jazz de Macau convidou músicos locais e as cantoras Annie e Winnie. Mas o clube celebra ainda, no dia 30 deste mês, o Dia Internacional do Jazz com um grande espectáculo protagonizado pelos The Bridge e Tomos Griffiths Big Band

 

O Clube de Jazz de Macau regressa em força este mês com dois eventos que prometem mostrar o que de melhor o território tem ao nível de músicos. A primeira iniciativa, “Jazz on the Rocks” acontece já esta quinta-feira, dia 16, no restaurante Vic’s, no hotel Rocks, na Doca dos Pescadores. Entre as 19h e as 23h, os amantes deste género musical poderão ouvir os acordes de músicos como José Chan e Andrew, bem como as vozes de Annie e Winnie.

Miguel Khan, vice-presidente do Clube de Jazz de Macau, disse ao HM que um dos objectivos é a aposta em mais parcerias com restaurantes e espaços hoteleiros.

“A ideia é promover o jazz e os músicos locais, e não só. Queremos começar a fazer mais eventos em espaços de restauração e ao ar livre que permitam que mais pessoas possam ir aos nossos eventos sem que sejam dentro de quatro paredes. Estamos a tentar promover os espaços abertos em Macau.”

Dia 30 de Abril o Clube de Jazz de Macau celebra o Dia Internacional do Jazz com uma festa no Four Seasons que, além de alguns músicos locais que habitualmente enchem os palcos, como é o caso dos The Bridge, traz uma novidade: a Thomas Griffiths Big Band. Thomas Griffiths trabalhou no Venetian, na área do entretenimento, durante alguns anos e sempre esteve ligado às sonoridades da Broadway. Só depois decidiu formar a sua própria banda, tendo misturado essas músicas com a sonoridade do jazz. O público poderá também assistir à actuação de músicos de Zhuhai, além de estar prevista a realização de uma jam session.

“Com a quantidade de músicos que teremos naquela noite queremos que vão para o palco e que participem numa jam session mais prolongada”, adiantou Miguel Khan, que disse esperar que estes dois espectáculos sejam “uma lufada de ar fresco”.

“De certeza que o Thomas [Griffiths] vai trazer uma animação diferente até pela sua presença em palco e também pelas músicas que canta. Vamos ouvir um estilo diferente do jazz, será uma coisa mais vocal, cantada, e não apenas um jazz mais instrumental”, adiantou.

Novas parcerias

Miguel Khan adiantou que, nos últimos tempos, o Clube de Jazz de Macau tem tido mais actividade e também mais procura. Permanece o problema da falta de uma sede, mas a entidade prefere apostar primeiro na fidelização de um público e de sócios com a realização de mais eventos.

“Queremos ver como o público reage aos nossos eventos. Sabemos a realidade de Macau, já tentamos lançar o clube e sabemos das dificuldades para arranjar uma sede. Mas queremos ter argumentos para pedir esse espaço e precisamos muito da assistência, para mostrar que [as pessoas] verdadeiramente querem de novo o clube de jazz. Se não conseguirmos apoio do Governo vamos ver se temos algum patrocinador.”

O facto de a pandemia ter praticamente fechado Macau ao exterior levou os espaços de restauração e hoteleiros a procurarem parcerias para a realização de eventos. “É difícil promover a música se estamos sempre fechados dentro de quatro paredes, para atrairmos também potenciais novos sócios. Precisamos de espaços abertos e maiores e os hotéis têm tido essa necessidade de atrair os locais e oferecer coisas diferentes, e vimos aí uma oportunidade de parceria. Tentamos trazer alguma novidade e reinventarmos os eventos de jazz”, rematou o vice-presidente do clube.

13 Abr 2021

Português | Teresinha Gabriel lança livro didático para crianças

Confrontada com o problema do envio de materiais educativos para Macau, Teresinha Gabriel decidiu lançar um livro de actividades voltado para o ensino do português aos mais pequenos. Uma ferramenta que junta gramática à capacidade de lidar com emoções

 

A ideia de criar um livro de actividades para apoiar a aprendizagem da língua portuguesa surgiu a Teresinha Gabriel de forma espontânea, depois de procurar materiais educativos para a filha que começou o ano lectivo na primária.

“Houve o problema do envio para Macau e daí surgiu a ideia em meados de Dezembro: porque não fazer um livro adaptado às necessidades dela? Assim também posso contribuir um pouco para as crianças de famílias de língua materna chinesa”, contou ao HM.

A autora do livro explicou que contacta com pais que enfrentam dificuldades em dar acompanhamento ao estudo das crianças por não dominarem a língua portuguesa. A partir daí, decidiu também incluir um livro em anexo como auxílio, com as soluções e os enunciados em chinês tradicional. “Há uma interacção mútua de acompanhamento e não deixar as crianças se calhar nos centros de explicações ou outras actividades, porque há pais que querem [apoiar] os filhos e não têm ajuda nesse aspecto”, explicou Teresinha Gabriel.

O objectivo da autora é que o livro “não seja temporário” e que “depois de ser feito possa ser revisto e fique como uma recordação para a criança”. Além de poder ser usado em diferentes contextos. “Faz parte do meu projecto este livro poder ser útil para alguns cursos de curta duração com crianças em workshops que têm contacto com a língua portuguesa. Mesmo que não estejam a estudar português no dia a dia, se têm contacto durante um curso de Verão ou workshop esse livro poderá ser útil. Porque tem os exercícios básicos para o primeiro ano”, explicou. O livro, lançado pela autora através da página da rede social de Facebook “Delora Sinha”, passa a estar disponível para distribuição na próxima semana.

Compreender emoções

Teresinha Gabriel juntou a sua experiência no design de tatuagens e a colaboração dos desenhos das filhas, à pesquisa de exercícios mais básicos de que as crianças precisam, para lançar o projecto. Além de conhecimentos sobre o “eu próprio”, os gostos da criança e a sua família, o livro inclui, por exemplo, conteúdo relativo ao alfabeto, às vogais e aos ditongos. No entanto, também inclui actividades ligadas a vocabulário novo, caligramas e não fica esquecida a importância de lidar com as emoções.

“Acho que as emoções são um tema que nem todas as famílias abordam com as crianças, porque não têm tempo e [talvez seja] um tema muito sensível. Mas acho que é bom desde criança terem conhecimento, compreenderem e saberem lidar com essas emoções”, analisou a autora.

12 Abr 2021

FRC | Conferência analisa elementos escritos na cidade

A Fundação Rui Cunha (FRC) e a Associação dos Amigos do Livro de Macau realizam hoje, pelas 18:30, na Galeria da FRC, uma conferência intitulada “A Paisagem Linguística da Cidade”. A iniciativa conta com Rui Rocha, presidente da Associação dos Amigos do Livros de Macau, como orador.

“A paisagem linguística é um tópico relativamente novo da sociolinguística que tem como objectivo fazer uma análise daquilo que se vê escrito na cidade”, explicou Rui Rocha ao HM. O presidente da associação vai apresentar vários aspectos da escrita da cidade. “Um deles que é bastante interessante, é precisamente agarrar nas placas das ruas que têm em regra duas formulações diferentes, a portuguesa e a chinesa, que na maior parte das vezes não é coincidente”, descreveu.

Exemplo disso é a Rua do Campo, assim chamada pelos portugueses porque era um espaço de campo entre o Quartel de São Francisco e a parte nordeste da Fortaleza do Monte, com hortas. Já a expressão chinesa remete para o fim ou extremidade de água, por se tratar de uma zona com um lençol de água.

Outras questões abordadas hoje por Rui Rocha têm uma vertente mais política. Em causa está “o problema da forma como se escreve – algumas vezes bastante mal – a língua portuguesa”, e também das línguas inglesa e chinesa. “Nunca houve uma política linguística para Macau”, observou.

Ao falar sobre a cidade, o orador espera “estimular as pessoas a tentar compreender o que foi a cidade, ou que é a cidade ainda, através da sua escrita”.

A sessão, integrada no programa comemorativo do 9.º aniversário da Fundação Rui Cunha, será realizada em língua portuguesa e tem interpretação simultânea para cantonês. Na sua página electrónica, a FRC observa que a paisagem linguística de qualquer cidade “nos revela muito” sobre a cultura e a história das pessoas, bem como o valor simbólico atribuído ao estatuto e função das línguas nesse espaço.

12 Abr 2021

Fotografia | Exposição “Sombras” inaugurada na próxima semana na Casa Garden

A Casa Garden abre portas na próxima semana para a exposição “Sombras”, com 49 fotografias de Vera Paz. A mostra apresenta sequências narrativas com imagens captadas em Macau e diversos locais de Portugal ao longo de vários anos, através de telemóvel

 

Foi com recurso à câmara de um Iphone8 que Vera Paz captou as imagens da sua sombra que compõem agora a exposição “Sombras”. A inauguração da exposição decorre na quinta-feira da próxima semana, na Casa Garden, pelas 18h30.

O ensaio fotográfico da autoria de Vera Paz apresenta 49 fotografias sobre Kline e uma caixa de luz em plexiglass, e foi criado a partir do registo de 500 fotografias capturadas entre 2017 e 2020, através de telemóvel. “Nesta fase da minha vida e ao fim destes anos de repente comecei a olhar e percebi que tinha mais de 500 imagens de sombras. E pensei: porque não fazer um exercício ou ensaio sobre estas figuras? Sobre estas sombras projectadas que narram um percurso e uma existência de mim? No fundo é uma auto-representação”, descreveu.

“A exposição reflecte a memória de um tempo e do seu devir, ao longo dos anos, em sequências narrativas onde a figura humana se materializa em sombras projectadas”, comunicou a associação cultural d’As Entranhas, que organiza a exposição.

Vera Paz, que é actriz, começou a tirar as fotografias pelo seu gosto por sombras. “Sempre gostei de tirar fotografias mas não tenho conhecimentos técnicos. E hoje em dia os telemóveis são um recurso, quase uma extensão de nós próprios”, observou. Num tempo marcado pelo “ruído” e “caras”, as sombras interrompem essa sensação. “Aquela imagem que fica ali é como se fosse o negativo daquele tempo. (…) E para mim as sombras são sempre muito silenciosas”, notou.

Estado de alma

As fotografias foram tiradas em Macau e em diversas cidades e vilas de Portugal, e o contexto torna-se visível no resultado final. De acordo com a autora, as fotografias de Portugal são mais luminosas e as texturas também marcam pela diferença. “São universos diferentes, são estados de alma diferentes”, disse a artista.

A nota d’As Entranhas, da qual Vera Paz é directora artística, descreve ainda que se trata de uma cartografia de lugares “desenhados” através das sombras no exterior, nos espaços públicos das cidades e também das sombras em espaços interiores e privados. “O contorno da luz, do traço instantâneo da silhueta na sua repetição e diferença, marca a presença ausente de um tempo habitado”, pode ler-se. Esta não é a primeira exposição de fotografia de Vera Paz. Em 2018 realizou uma mostra sobre noivas de São Lázaro que abrangia também outras vertentes, como o audiovisual. A exposição fica patente ao público de 15 de Abril a 15 de Maio e é de entrada livre.

9 Abr 2021

Cinema | Fundação Rui Cunha exibe filmes sobre Macau até final do ano 

A Associação dos Amigos do Livro de Macau associou-se à Fundação Rui Cunha para a organização do ciclo “Macau no Cinema”. A ideia é mostrar a visão de vários cineastas sobre o território, com filmes antigos e outros actuais. A primeira película exibida foi “Amor e Dedinhos de Pé”, baseada no romance de Henrique de Senna Fernandes

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe, até final do ano, o ciclo “Macau no Cinema”, uma mostra de filmes antigos e actuais que foram feitos no território ou que retratam Macau. “Amor e Dedinhos de Pé”, uma adaptação do realizador português Luís Filipe Rocha do romance do escritor macaense Henrique de Senna Fernandes, teve honras de inauguração, mas haverá muito mais para ver até final do ano.

Esta é uma colaboração da FRC com a Associação dos Amigos do Livro de Macau. Shee Va, médico e membro desta associação, escolheu grande parte dos filmes, além de ser o mentor da iniciativa.

Em relação à escolha de “Amor e Dedinhos de Pé”, trata-se de “um filme importante para Macau e o romance também”. “Ambos falam de uma Macau que já não existe. Foi nessa base que resolvemos abrir o ciclo de cinema com uma história de Henrique de Senna Fernandes, e vamos também encerrar este ciclo com ‘A Trança Feiticeira’”, explicou Shee Va ao HM.

O próximo filme, a ser exibido no dia 13, será “Diago”, de Chi Zhang, um filme de 2010. Mas haverá também lugar à exibição de clássicos, como é o caso de “Macao”, filme a preto e branco de 1952, realizado por Joseph Von Stenberg e Nicholas Ray. O ciclo conta também com a exibição de “Casino Tycoon”, de 1992, do realizador de Hong Kong Wong Jing. “Trata-se de um filme muito importante, porque retrata Stanley Ho no seu início, quando ele veio para Macau e começa o seu trajecto no casino.”

Juntar comunidades

A primeira sessão do ciclo “Macau no Cinema” correu tão bem que foram organizadas duas sessões. “Tivemos chineses, portugueses e macaenses na primeira sessão. Achei muito interessante por ser um filme que chamou a atenção das principais comunidades de Macau. A nossa ideia é trazer e juntar as comunidades para podermos criar uma maior interacção.”

Além disso, Shee Va confessa que o objectivo é mostrar o território além da sua característica mais conhecida: os casinos. “A ideia de fazer este ciclo de cinema é chamar a atenção para Macau. Porque é que Macau é tão interessante para os cineastas e para podermos pensar numa Macau que não é só o jogo.”

8 Abr 2021

Fotografia | Taipa Village acolhe exposição “Trapped x Escape”

Entre 14 de Abril e 2 de Julho, o Taipa Village Art Space vai receber a exposição “Trapped x Escape – An Eternal Theme”, da autoria das cineastas locais Tracy Choi e Simmy Cheong. Para Choi a mostra aborda “um novo conceito”, que possibilita ao público fabricar as suas próprias histórias a partir de fotografias narrativas. Subjacente está a temática de estar “encurralado”

 

A partir de 14 Abril, o Taipa Village Art Space acolhe a exposição fotográfica “Trapped x Escape – An Eternal Theme: Narrative Stills by Tracy Choi & Simmy Cheong”, da autoria das duas cineastas locais e que parte em busca de explorar, de forma interactiva, as temáticas da fuga e sentimento de estar encurralado.

Na base do projecto, explicou Tracy Choi ao HM, estão cerca de 20 imagens inspiradas no universo da ficção científica e que colocam uma mulher no centro da acção e, cuja ordem pela qual estão expostas, pode ser alterada pelos visitantes, com objectivo de criar novas histórias.

“Normalmente o nosso trabalho é filmar obras de ficção mas, desta vez, quisemos tentar algo novo, que não dependa só de nós. A partir de algumas imagens estáticas narrativas, o público pode interagir com o nosso trabalho, de forma a organizar a história da maneira que entender. O lugar onde estão as fotografias pode ser alterado pelos visitantes e, por isso, a forma como a história é contada não é apenas decidida por nós, mas também pelo público”, apontou Choi.

Sobre a forma como nasceu a ideia, Tracy Choi admite que a exposição tem um “cunho pessoal muito forte”, até porque acaba, de certa forma, por materializar, não só a colaboração de mais de 10 anos que vem mantendo com Simmy Cheong, com quem trabalhou, por exemplo, no galardoado “Sisterhood”, mas também a capacidade de desenvolver um “entendimento tácito” entre as duas.

“Trabalhamos juntas há mais de 10 anos e, às vezes, nem precisamos de dizer nada por termos desenvolvido um entendimento tácito. No entanto, por haver tanto entendimento tácito, as ideias são tão consistentes que acabam por criar restrições. Esperamos com esta exposição regressar ao ponto de partida e contar uma história simples, a partir de imagens estáticas. Além disso, apesar de a forma não ser um elemento maior que a essência do conteúdo, a forma acaba por ser, algumas vezes, a própria essência. Como é que a mesma história pode variar nas suas diferentes formas?”, questiona Choi, numa nota oficial da exposição divulgada pela Associação Cultural da Vila da Taipa.

Em busca de saídas

Mostrando-se “satisfeita” por ter a oportunidade de “trabalhar num novo conceito de exposição”, ao lado Simmy Cheong, Tracy Choi sublinha ainda que foi difícil escapar à tentação de voltar a abordar o sentimento de estar encurralado, muito presente na sua obra.

“O tema subjacente à história patente nas fotografias é o conceito de estar encurralado e de querer fugir. Acho que pelo facto de a maioria dos meus filmes estar relacionado com estes tópicos e com problemáticas no feminino, estes foram naturalmente também os temas escolhidos para esta exposição. Em traços gerais, podemos ver a história de uma mulher, ou rapariga, que está de alguma forma encurralada ou aprisionada de alguma e que quer fugir dessa situação”, contou Tracy Choi ao HM.

A exposição “Trapped x Escape – An Eternal Theme: Narrative Stills by Tracy Choi & Simmy Cheong pode ser vista entre 14 de Abril e 2 de Julho no Taipa Village Art Space.

7 Abr 2021

Museu do Grande Prémio | USJ faz impressão 3D de carros de competição

A Universidade de São José está a desenvolver um projecto de impressão em três dimensões de carros de competição para o Museu do Grande Prémio. Ao HM, Gerald Estadieu, coordenador de investigação do departamento de design da instituição de ensino, diz que a colaboração é inovadora pela forma criativa como é usada a tecnologia

 

Aberto recentemente, o Museu do Grande Prémio conta com um projecto inovador desenvolvido pela Universidade de São José (USJ), que mistura design com técnicas de impressão em três dimensões. O motor é a criatividade. Ao HM, o docente e coordenador de investigação do departamento de design da USJ, Gerald Estadieu, explicou detalhes de um projecto que ainda não está concluído e que arrancou “há uns meses”.

“Estamos a imprimir, com recurso à impressão 3D, modelos de escala reduzida, de um metro, de alguns carros, para que o público possa vê-los de outra perspectiva. Produzimos também um vídeo a mostrar como foram produzidos estes modelos e que está a ser exibido no museu. Pediram-nos para digitalizar três carros de diferentes períodos, de 1967, 1990 e 2012.”

Estes modelos não foram a primeira escolha da USJ. “Cada carro é composto por cerca de 50 peças diferentes. A partir daí foi um trabalho artístico mais comum, com recurso a pintura e acabamentos para ocultar imperfeições e através da criação do ambiente à volta dos carros. Desenhamos também uma mesa e o texto que está no fundo, por exemplo”, acrescentou.

Esta não é a primeira vez que a USJ colabora num projecto desta natureza, uma vez que há dois anos foi desenvolvida uma parceria com o Museu de Arte de Macau e Museu Britânico. “Era uma exposição do Museu Britânico sobre pinturas renascentistas italianas e convidaram-nos para fazer uma área experimental onde, com base nas obras, criámos um objecto físico capaz de oferecer uma nova dimensão à pintura. Estamos a falar de obras de arte muito valiosas e frágeis em que não se pode tocar. Mas, neste caso, foi possível tocar no objecto que criámos, criando uma perspectiva única, particularmente para as pessoas portadoras de deficiências visuais.”

Apesar de a tecnologia não ser uma novidade em Macau, esta é das poucas vezes que a impressão em 3D é usada para fins criativos. “Algumas universidades têm impressoras 3D, mas são normalmente usadas para fins de engenharia. Não são como nós, que tentamos abrir o laboratório a todos os que estejam interessados.”

“Gostaria de dizer que este projecto não é inovador”, adiantou o docente. “Normalmente as impressoras 3D são utilizadas para gerar peças em projectos de engenharia e aqui procuramos utilizar mais em áreas como o design, arquitectura, fashion design e outros projectos. Queremos mesmo utilizar esta tecnologia como ferramenta útil na criação de projectos artísticos inovadores. E nesse sentido sim, somos os únicos em Macau e os primeiros a ter esse tipo de experiência em Macau. Esperamos mais.”

O Minchee Lab

Gerald Estadieu tem colaborado com a associação BABEL no programa “Arte na Escola”, através do workshop “Já imaginaste imprimir o teu próprio rosto?”, que tem a última sessão hoje, 1 de Abril. Mas outro dos projectos no qual tem estado envolvido é no Minchee Lab, “uma espécie de laboratório virtual que pretende ser base para a realização de workshops à distância”.

Esta é a primeira iniciativa do género em Macau e não está mais desenvolvida devido à falta de fundos. “A ideia era criar um fab lab fora da universidade, aberto ao público. Mas, infelizmente, nunca conseguimos, até agora, fundos adequados e recursos humanos para o gerir de forma permanente. Por isso, nunca tivemos oportunidade de montar este projecto fora da USJ.”

Ainda assim, o Minchee Lab tem estado activo. “Fazemos workshops, como por exemplo o que aconteceu no Museu de Ciência e no Museu de Arte de Macau. Temos conseguido concretizar aquilo que pretendemos em diversos espaços sempre que precisamos. Desta vez, fizemos na Escola Portuguesa de Macau [com o programa Arte na Escola].”

1 Abr 2021

Gastronomia | Livro sobre legado macaense publicado em chinês

O livro “Macaense Cuisine – Origins and Evolution”, de António Pacheco Jorge da Silva, foi traduzido para chinês. De acordo com uma publicação do Instituto Internacional de Macau (IIM) no Facebook, o lançamento decorre na próxima terça-feira, pelas 16h30, no pavilhão polidesportivo do Tap Siac.

O livro foi publicado inicialmente pelo IIM e teve duas edições em inglês: uma em 2016 e outra em 2019. Nesse ano, foi distinguido com o prémio “Gourmand World Cookbook”, durante o evento da Feira Internacional do Livro em Macau. Foi agora traduzido com o apoio da Fundação Macau. O IIM aponta que esta edição foi publicada pelo Jornal Ou Mun “com a intenção de o fazer chegar à vasta comunidade de matriz chinesa em Macau”.

A obra descreve as origens e a história da cozinha macaense, nomeadamente o que ficou das receitas e memórias das famílias macaenses que marcaram o antes e o depois da Segunda Guerra Mundial, um momento que marcou a emigração de macaenses.

O lançamento, inserido no programa da Feira de Livros da Primavera, é aberto ao público. Será apresentado em cantonense pelo secretário-geral do IIM, Rufino Ramos, e pelo tradutor do livro, o professor Ieong Chi Chau. 


31 Mar 2021

Teatro | Espectáculo infantil apresenta imaginação como ferramenta de luto

Entre sexta-feira e domingo, o Centro Cultural de Macau exibe a peça de teatro infantil “Até à Lua”, que retrata a história de uma rapariga que aprende a lidar com a perda de um familiar

 

O Teatro de Artes Infantil de Xangai, em colaboração com a companhia espanhola Voilá Producciones, trazem este fim-de-semana ao palco do auditório pequeno do Centro Cultural de Macau (CCM) um conto que tem como protagonista uma rapariga que encontra na imaginação um mecanismo para lidar com as suas emoções. “Até à Lua” é um espectáculo dirigido a crianças e às suas famílias.

A história foca-se em Tara, que passa as férias de Verão na quinta do avô e tem o sonho de um dia se tornar astronauta, com base nas histórias que um familiar lhe conta. “Até ao triste dia em que ele subitamente desaparece e a aventura começa. Acompanhada por um bando de gansos simpáticos, a menina decide voar até à Lua para se reencontrar com o querido avô”, descreve o CCM em comunicado.

Um artigo na revista do CCM explica que o espectáculo “surge da necessidade de expor o mundo adulto através dos olhos de uma criança”, em que se apresenta o contraste do mundo real e a fantasia. O espetáculo é apresentado em mandarim, com legendas em chinês e inglês. Estão agendados seis espetáculos para o fim-de-semana, de aproximadamente 50 minutos. Na sexta-feira decorre às 19h30, enquanto no sábado e no domingo a peça pode ser vista às 11h e às 14h45. No sábado é apresentado ainda um espetáculo adicional às 19h30.

Pensamento independente

A versão original espanhola de “Até à Lua” chegou a palcos espalhados pelo mundo, numa digressão que levou a personagem Tara ao Festival Off de Avignon e à cidade de Buenos Aires.

O espectáculo foi, entretanto, adaptado pelo Teatro de Arte Infantil de Xangai. Ligada ao Instituto de Acção Social na China, a companhia dedica-se a espectáculos para jovens até aos 16 anos e tem como objectivo “estimular a curiosidade das crianças, alargando os limites da imaginação, cultivando mentes e talentos para que explorem o mundo de forma independente”, indica o CCM.

A encenação está a cargo de Cynthia Miranda, dirigindo o elenco que “dá forma a uma história mágica plena de ternura, fantasia e espantosos efeitos de palco”. O elenco conta com Wang Junhao a assumir o papel de Tara, e inclui animação e vídeo mapping de Daniel Garcia.

31 Mar 2021

História | Premiado livro que “reescreve” guerra da resistência contra a agressão japonesa

O livro “Guerra de Resistência das Pessoas de Macau”, publicado pelo Instituto Politécnico de Macau, foi premiado pelo Ministério da Educação da China. O IPM assume que a obra “reescreve” algumas posições históricas já conhecidas sobre este conflito, reafirmando, por exemplo, que a neutralidade de Macau na Guerra da Resistência contra a Agressão Japonesa era uma posição do Governo português e não da sociedade

 

O Centro de Estudos das Culturas Sino-Ocidentais do Instituto Politécnico de Macau (IPM) acaba de ver uma publicação sua reconhecida pelo Ministério da Educação chinês. Trata-se do livro “Guerra de Resistência das Pessoas de Macau”, que venceu o “Prémio de Leitura Popular” durante os trabalhos de avaliação para a 8.ª Edição dos Prémios de Excelência na Investigação Científica da Escola Superior (Ciências Humanas e Sociais) organizados pelo Ministério da Educação da China.

O livro foi compilado pelo director da Escola Superior de Ciências Humanas e Sociais do IPM, Lam Fat Iam, reunindo trabalhos dos investigadores do Centro de Estudos das Culturas Sino-Ocidentais, Jiang Chun, Wang Xi, Wan Hok Kun, entre outros.

Para a edição deste livro foi feita uma colaboração com órgãos de comunicação social locais, tais como o jornal Macao Daily, Lotus TV, MASTV e outros, que disponibilizaram álbuns de fotografias e outros documentos históricos.

Em comunicado, o IPM descreve que, “com base nos dados comprovados, o livro reescrever a história da Guerra da Resistência contra a Agressão Japonesa das gentes de Macau”. Um dos novos argumentos apresentados prende-se com a neutralidade do território neste conflito.

“De acordo com os estudos históricos tradicionais, Macau [era] considerado um território ‘neutro’ durante a Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa. Contudo, este livro indica que a posição ‘neutra’ era do Governo Português mas não era a posição da sociedade de Macau.”

Esta acreditava que “o povo chinês resistia à invasão japonesa a um preço elevado” e “nunca se deixou neutralizar”, acrescenta o comunicado.

O livro faz também outra abordagem à ideia de que “as forças japonesas não ocuparam Macau” e que o território “não resistiu ao Japão”. Na obra, “os compatriotas de Macau tiveram uma participação importante, através da propaganda, do auxílio, da prestação de socorros na linha da frente e do alistamento nas forças armadas, pelo que o povo chinês nunca esteve ausente dos movimentos anti-japoneses e sacrificou a sua vida e a sua sociedade”.

Um projecto desde 2014

Desde 2014 que o Centro de Estudos das Culturas Sino-Ocidentais do IPM tem vindo a realizar o estudo sobre a história da guerra em Macau. Desde então que o IPM já efectuou uma compilação de publicações chinesas divulgadas durante a Guerra da Resistência contra a Agressão Japonesa, bem como uma história oral de dezenas de idosos de Macau sobre a sua própria experiência naquela época.

Foram também elaborados mapas e sumários de Macau na época do conflito, além de terem sido recolhidas referências concretas como o “Catálogo de Documentos e Relíquias Culturais sobre a Guerra da Resistência contra a Agressão Japonesa”, ou o “Sumário de Macau na Época de Guerra da Resistência”.

O Prémio de Excelência na Investigação Científica da Escola Superior (Ciências Humanas e Sociais) do Ministério da Educação da China, ao qual o IPM se candidatou, foi criado em 1995 e é atribuído de três em três anos. Até à presente data, foram organizadas 8 edições com um total de 5667 obras.

30 Mar 2021

Vendidos mais de metade dos bilhetes para a próxima edição do FAM

Os bilhetes para a 31ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM) foram colocados à venda no domingo e, até às 19h desse dia, foram vendidos 63 por cento de todos os ingressos disponíveis, num total de 4.700. Aliás, entre as propostas do cartaz deste ano, 34 espectáculos já estão esgotados.

Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), “A Grande Abertura Cobra Branca” e o “Tirando Licença” foram “muito procurados pelo público”, tendo esgotado bilhetes para “Guia da Propriedade na Casa de Lou Kau” e algumas sessões de “O Jogo Coloane”, “Pequeno Escape”, “Vejo-te através de Memórias” e “Dança do Dragão Embriagado”.

Além disso, os espectáculos “O Sonho da Câmara Vermelha”, “Duo de Dança” e “Patrám pa unga Dia (Patrão por um Dia)” também se revelaram “muito populares”.

“A Grande Abertura Cobra Branca”, apresentado pelo Estúdio de Teatro Lin Zhaohua, de Pequim, redesenha os personagens do popular conto chinês “A Lenda da Cobra Branca” de forma artística e imaginativa, combinando teatro, música, dança e arte multimédia. O Teatro de Ópera Huangmei de Anhui apresenta uma nova produção da peça clássica “O Sonho da Câmara Vermelha”. Nos anos 90 do século passado, com Yu Qiuyu e Chen Xiting como o núcleo da equipa criativa, a ópera foi protagonizada por Ma Lan, entre outros artistas, que inovaram os clássicos sob uma nova perspectiva. No palco do FAM, a peça será representada pela nova geração de actores da ópera de Huangmei, transmitindo tradição e inovação.

Artistas de Macau em palco

O concerto “Diálogo entre o Oriente e o Ocidente”, protagonizado pela Orquestra Chinesa de Macau, apresenta um intercâmbio cultural através dae um trio musical que tocam diferentes instrumentos chineses e ocidentais, incluindo o sheng de Weng Zhenfa e a flauta de Weng Sibei, sem esquecer o violoncelista Mo Mo. Para comemorar o 230º aniversário da morte de Mozart, no concerto “Uma Digressão Europeia com Mozart”, a Orquestra de Macau apresentará três das suas sinfonias, Paris, Linz e Praga.

O cartaz do FAM apresenta também espectáculos produzidos por companhias de Macau. Baseado no trabalho original “O Prazer do Fracasso”, da companhia suíça Theatre HORA, “A Tarefa Interminável da Luxúria pelo Fracasso”, apresentada pela associação Comuna de Pedra, é um trabalho de improvisação, oferecendo uma experiência de teatro inédito e inovador.

“Dança do Dragão Embriagado”, apresentada pelo grupo Four Dimension Spatial na forma de um teatro de dança, integra a dança do dragão embriagado, que é uma actividade tradicional do festival, com dança contemporânea. Em “Duo de Dança”, a dançarina de Macau Kam Hiu Lam colaborou com a coreógrafa de Taiwan Chou Shu-Yi e o coreógrafo de Pequim Wang Yuanqing, apresentando dois trabalhos com estilos muito diferentes.

30 Mar 2021

Cinemateca Paixão | Ambiente serve de mote a novo ciclo de cinema

A Cinemateca Paixão apresenta, em Abril, um novo ciclo de cinema dedicado às questões ambientais. A iniciativa “Uma mostra cinematográfica global do ambiente e crise da sustentabilidade” apresenta 26 obras, entre curtas e longas-metragens, bem como documentários e filmes de animação. Em simultâneo, está patente, até 11 de Junho, a exposição “Mulheres nos cinemas – O mundo Extraordinário das Cineastas”

 

A programação de Abril da Cinemateca Paixão tem como destaque um novo festival de cinema, intitulado “Uma mostra cinematográfica global do ambiente e crise da sustentabilidade”. Tal como o nome indica, o ciclo está centrado em temas relativos ao meio ambiente, alterações climáticas e o desenvolvimento sustentável do planeta, apresentando um total de 26 produções cinematográficas que chamam a atenção para estas questões.

Um dos filmes exibidos no âmbito deste festival será “Spread Your Wings”, de Christian Moullec, activista dos direitos dos animais e meteorologista. Para esta produção, Moullec baseou-se em eventos e personagens verídicos ao longo de mais de 20 anos de experiência, revelando o seu conhecimento enquanto guia para a migração dos gansos selvagens.

Outro destaque do cartaz é “Omelia Contadina”, um documentário do artista francês JR e da realizadora Alice Rohrwacher que regista o processo funerário da agricultura tradicional realizado por um grupo de agricultores, com o intuito de questionar o impacto da urbanização sobre as tradições rurais. O filme ganhou projecção internacional e foi exibido no ano passado em alguns festivais de cinema europeus.

“Chicken of the Dead” é o nome de uma outra curta-metragem que integra este programa. O filme “tenta apresentar uma reflexão sobre o impacto da avicultura no ambiente social”.

Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), “o conjunto de trabalhos seleccionados não só permitem ao público local apreciar filmes sobre temas ambientais de elevada qualidade provenientes de todo o mundo, como ainda suscitar a sua preocupação sobre a protecção ambiental”.

Além do ciclo de cinema, os interessados poderão visitar, até 11 de Junho, a exposição “Mulheres nos cinemas – o mundo extraordinário dos cineastas”, patente no terceiro piso do edifício da Cinemateca, na Travessa da Paixão. A mostra “retrata a evolução do papel das figuras femininas, tornando-se cada vez mais importante no sector cinematográfico ao longo do último século”.

8 mil visitantes desde Setembro

A Cinemateca Paixão reabriu portas em Setembro do ano passado com uma nova empresa responsável pela gestão do espaço. Desde então, a cinemateca foi visitada por cerca de oito mil pessoas, com a taxa de venda de bilhetes se situa nos 70 por cento, adianta o IC. É intenção da entidade liderada por Mok Ian Ian é “educar e expandir o nicho de apreciadores de cinema através da exibição de filmes artísticos e independentes ou géneros cinematográficos com menos contacto com o público em geral”.

Além dos filmes e do espaço dedicado às exposições, a Cinemateca Paixão tem ainda o projecto de visitas guiadas intitulado “Um Passeio pela Cinemateca Paixão”, destinado a escolas e associações.

Além da apresentação feita por um guia especializado sobre a origem e a história do cinema, o funcionamento de uma sala de cinema e a evolução do sector, ainda são exibidos vídeos de curta duração localmente produzidos, com o objectivo de consolidar os conhecimentos dos visitantes sobre o sector da projecção cinematográfica de Macau e sobre a própria Cinemateca Paixão. Segundo o IC, “a iniciativa tem tido ampla adesão de escolas e associações desde o seu lançamento”.

29 Mar 2021

Gastronomia | Chefes macaenses participam em acção de promoção em Hangzhou

Antonieta Manhão e Rita Cabral, chefes de gastronomia macaense, participam em acções de promoção em Hangzhou, China, até ao dia 11 de Abril, no âmbito da iniciativa “Sabores de Macau – Promoção de Gastronomia”, promovida pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST) em parceria com a Confraria da Gastronomia Macaense.

A acção de promoção decorre no Grand Café do Hotel Grand Hyatt Hangzhou, onde as duas chefes ensinam as características da gastronomia macaense a chefes de Hangzhou e a preparar, em conjunto, pratos macaenses para o jantar buffet da promoção. Segundo um comunicado da DST, Antonieta Manhão e Rita Cabral “têm não só transmitido aos chefes de Hangzhou as técnicas culinárias, que aprenderam de geração em geração, como também partilhado a forma como introduziram elementos inovadores nas técnicas culinárias tradicionais”.

Os pratos que têm sido confeccionados nesta iniciativa são tarde de sardinha, capa de caranguejo recheado, tostinha de queijo, salada de camarão, caldo verde, capela, galinha à Macau, arroz de pato, camarão com rabanete curry, serradura, gelatina agar-agar de xarope de figo e pastéis de nata.

Relatório à UNESCO este ano

Com esta acção de promoção, a DST “espera que os visitantes de Hangzhou e do Interior da China possam conhecer as tradições gastronómicas macaenses, as técnicas culinárias inovadoras e a cultura gastronómica de Macau, reflectindo os elementos de relevo desenvolvidos por Macau enquanto Cidade Criativa da Gastronomia – transmissão, inovação e intercâmbio”.

Sobre a distinção que Macau possui na qualidade de Cidade Criativa da Gastronomia da UNESCO, a DST adianta que vai apresentar “este ano o primeiro relatório de trabalho de quatro anos enquanto Cidade Criativa de Gastronomia”. “Tendo em conta que o Governo adoptou uma série de medidas eficazes de prevenção contra pandemia e a segurança alimentar destinadas ao sector da restauração, também será proposta a inclusão desta matéria no relatório”, lê-se no mesmo comunicado.

28 Mar 2021

Macau com apenas um restaurante entre os 50 melhores da Ásia

Macau tem apenas um restaurante na lista dos 50 melhores asiáticos de 2021, numa lista liderada pelo “The Chairman”, de Hong Kong, de acordo com a classificação “Os 50 Melhores Restaurantes da Ásia”, divulgada ontem. O restaurante “Wing Lei Palace”, situado no casino Wynn Palace, na capital mundial do jogo, obteve o 50.º lugar, depois de ter figurado em 22.º no ano passado.

Em 2020, Macau contava com mais um restaurante na lista dos 50 melhores da Ásia, o “Sichuan Moon” (23.º), também naquele casino da operadora Wynn, tendo descido este ano para o 95.º lugar. Na lista alargada aos cem melhores restaurantes asiáticos entram ainda mais três estabelecimentos de Macau: “The Eight” (68.º) e “Robuchon au Dôme” (88.º), ambos no hotel-casino Grand Lisboa, além do “Jade Dragon” (100.º), no Hotel Parisian.

Hong Kong é a cidade asiática com mais restaurantes entre os 50 melhores, 11 no total, incluindo o primeiro lugar. Seguem-se Singapura e Tóquio, com sete cada, e Banguecoque, com seis.

26 Mar 2021

Fotografia | Antiga Leprosaria acolhe exposição “Light of Hope”

A casa da antiga leprosaria de Ká-Hó transformada recentemente em galeria de arte recebe a partir de amanhã a exposição fotográfica “Light of Hope”. Ao todo, será possível apreciar uma selecção de 45 trabalhos, cuja curadoria ficou a cargo de Alice Kok. Segundo a artista, para além de explorar novas visões do local que é visto por muitos como “o fim de Macau”, o objectivo da iniciativa passa por angariar fundos para a ARTM

 

A galeria de arte operada pela Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM) numa das casas da antiga leprosaria da Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó acolhe a partir de amanhã, a exposição fotográfica “Light of Hope”. A iniciativa, que reúne 45 trabalhos, resulta de uma selecção a cargo de Alice Kok, feita a partir de um total de 180 obras enviadas por entusiastas da fotografia.

“Queria combinar a ideia de organizar uma iniciativa que permitisse a todos os fotógrafos enviar boas imagens de Ká-Hó e, simultaneamente, fazer uma exposição de fotografia destinada a angariar fundos para a ARTM. Ao todo, recebemos mais de 180 fotografias enviadas por 36 fotógrafos. Como a galeria é pequena por estar albergada numa pequena casa, fizemos uma selecção de apenas 45 trabalhos”, explicou a curadora da exposição ao HM.

Questionada sobre a existência de um tema inerente a todas as fotografias que serviu de base da selecção feita, Alice Kok aponta que a ideia passa sobretudo por compreender “o que é que estes entusiastas da fotografia vêem quando vêm aqui a Ká-Hó”, até porque se trata de um lugar posto à margem e praticamente destinado a acolher o que a cidade não quer.

Segundo a curadora, o próprio facto de Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó ter uma história “muito especial” por ter acolhido noutros tempos uma leprosaria e de, nas suas redondezas existir um farol que marca, para muitos “o fim de Macau”, contribui para o sentimento de partir em busca de esperança, mesmo nos lugares mais remotos.

“Todo o local corresponde à própria ideia de ser posto à margem e Ká-Hó é lugar mais longínquo de Macau, em Macau. Além da vila, há um sítio a que as pessoas chama ‘o fim de Macau’, que alberga um farol. Acho este ponto muito interessante. O que é possível encontrar no fim de Macau? O próprio nome da exposição “Lights of Hope”, traduz o sentimento de encontrar alguma esperança, mesmo que estejamos no lugar onde Macau acaba”, acrescentou.

Recorde-se que, desde o dia 19 de Dezembro de 2020, através do projecto “Hold On To Hope”, a ARTM reabriu duas casas da antiga leprosaria de Ká-Hó, para albergar uma galeria de arte e uma cafetaria operada por pacientes em reabilitação. O objectivo passa por permitir aos pacientes da associação o desempenho de funções que facilitem a sua reintegração futura no mercado de trabalho.

Ajudar a ajudar

Apesar de todas as fotografias enviadas serem de “grande qualidade”, Alice Kok sublinhou ainda que a selecção foi feita tendo por base, não só a sua composição, cores e atributos técnicos, mas também “a forma com as fotografias funcionam em conjunto”. Além disso, por não haver restrições a nível temporal, foram aceites todas as fotografias de Ká-Hó, independentemente do ano em que foram captadas.

Há retratos, paisagens, caminhos perdidos, perspectivas curiosas da antiga leprosaria e da igreja, mas acima de tudo “generosidade”, aponta Alice Kok. Até porque, para verem os seu trabalho exposto, os fotógrafos tiveram de assegurar os custos de impressão.

“O objectivo principal passa mesmo por ajudar a ARTM a angariar fundos para continuar a prestar apoio às pessoas em reabilitação e que se pretende que sejam reintegradas na sociedade”, vincou.
As obras expostas poderão ser adquiridas por 500 patacas, sendo que a totalidade das receitas reverte a favor da ARTM. A exposição “Light of Hope” pode ser visitada até ao próximo dia 24 de Abril.

26 Mar 2021

FRC | Sessão de conversa em celebração do aniversário de Béla Bartók

“Béla Bartók: O Castelo do Barba Azul”, é o tema da quarta sessão do ciclo de Conversas Ilustradas com Música da Fundação Rui Cunha (FRC). A iniciativa que comemora o 140.º aniversário do nascimento do compositor húngaro decorre hoje, pelas 18h30. Para o recordar, a galeria da FRC vai acolher uma conversa entre José Carlos Pereira e Shee Va.

“Ouviremos na íntegra a sua única ópera, “O Castelo do Barba Azul”, com libretto do seu amigo escritor, poeta, intelectual e crítico de cinema, Béla Bálazs, escrita em 1911 e revista posteriormente”, comunicou a fundação. A entrada é livre. Na nota, a FRC descreve como Béla Bartók passou de uma criança débil a um adulto pouco sociável, mas que ainda assim participou em eventos políticos revolucionários e nacionalistas da Hungria.

25 Mar 2021

Centro de Ciência | Oceanos por descobrir com a chancela do Museu de História Natural

O átrio e a Galeria 02 do Centro de Ciência de Macau recebe a partir das 15h00 de amanhã a exposição “Unseen Oceans”. A mostra, idealizada e produzida pelo Museu Americano de História Natural em colaboração com cientistas norte-americanos e britânicos, pretende apresentar ao público as mais recentes descobertas e métodos de investigação relacionados com o tema das “criaturas estranhas”, desde as águas costeiras pouco profundas até às profundezas do mar.

Segundo uma nota oficial, através de meios interactivos e multimédia, a exposição permitirá aos visitantes explorar as profundezas dos oceanos em nove áreas distintas, tais como “Viajantes Fantásticos”, “Criaturas Misteriosas”, “Encontrar Criaturas Gigantes”, “Profundezas do Mar”, “Fronteiras Invisíveis”, “Oceanos Abundantes” e “Macau de Hoje e do Passado”, onde serão exibidos mais de 30 elementos.

Para tornar a visita marcante e levar os participantes a “pensar na importância da conservação da ecologia marinha e do desenvolvimento sustentável”, a apresentação das várias facetas das profundezas do mar será feita com recurso, por exemplo, a modelos simulados de vida marinha fluorescente, a uma tela de 180 graus, uma zona de areia interactiva com topografia marinha, um teatro científico, jogos de mergulho virtual e documentários de investigação científica. A exposição “Unseen Oceans” pode ser vista no Centro de Ciência de Macau até 26 de Setembro de 2021.

25 Mar 2021

BABEL | Programa “Arte na Escola” apresenta oficinas artísticas e debates

Arranca hoje o programa educacional e artístico “Arte na Escola”, que importa o modelo que a Fundação Serralves, em Portugal, pratica com várias escolas. A associação BABEL trouxe este programa em parceria com a Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau, destinado a alunos, pais e educadores. A iniciativa começa hoje com um workshop na Casa de Portugal em Macau e inclui palestras com Guilherme D’Oliveira Martins e Álvaro Laborinho Lúcio

 

Para que serve a escola e como nos podemos servir dela? Como pensar as grandes questões do nosso mundo, como fazer usufruto da educação de que dispomos? Estas são algumas das questões às quais o programa “Arte na Escola” pretende dar resposta. Inicialmente pensado pela Fundação Serralves, em Portugal, para ser desenvolvido com as escolas, este programa foi adaptado a Macau, e mais especificamente ao universo educativo da Escola Portuguesa de Macau (EPM), pela associação BABEL e pela Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau (APEPM).

“Arte na Escola” inclui palestras sobre educação e questões de cidadania, além de workshops destinados à comunidade escolar. O primeiro acontece hoje na escola de artes e ofícios da Casa de Portugal em Macau (CPM) e intitula-se “Como nasce uma imagem?”, contando com a colaboração de Isaac Pereira. O objectivo desta iniciativa é a descoberta da fotografia analógica, numa altura em que o digital revolucionou essa área. Isaac Pereira, nascido em 1966, tem como nome artístico Ezaak Ez e formou-se em comunicação pela Universidade do Minho, e em fotografia pelo Ar.co – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa.

Ao HM, Margarida Saraiva, co-fundadora da BABEL, falou de um programa que “é particularmente desenhado para a EPM” e que traz “formas de reflexão em torno da arte”. “Formulámos os workshops em torno das questões fundamentais para os alunos da EPM, na forma como elas são identificadas pelos próprios pais”, explicou Margarida Saraiva.

“Consideramos que há uma escassez ou falta de oportunidades para as crianças conhecerem os processos artísticos contemporâneos. Este programa parte sempre de obras de arte contemporâneas e, através delas, questiona o mundo”, frisou.

Exemplo disso é o olhar sobre a obra que Barbara Kruger expôs no The Geffen Contemporary (MOCA), com o nome “Sem título (perguntas)”. A iniciativa “Quem está acima da lei?” acontece no dia 5 de Abril na EPM, entre as 10h e as 13h, estando aberta a todos os interessados e conta com a participação de Diogo Baptista, licenciado em Direito pela Universidade Católica Portuguesa.

Natália dá o mote

A 17 de Abril tem lugar, também na EPM, a oficina “O que será que nos alimenta?”, com Valentina Thayer, fundadora da Macau Moons. Esta actividade parte da prerrogativa deixada pela poetisa Natália Correia, “A poesia é para comer!”. “O que será que nos alimenta? Serão frutas e vegetais? Proteínas e fibras? Filmes e livros? Arte e poesia? Ou será tudo isso em conjunto? Seja qual for a resposta encontrada pelos estudantes durante a oficina, o certo é que talvez seja necessário equacionar de forma mais vasta a questão do alimento”, explica a brochura do evento.

Ainda na área das artes estará em destaque a obra “A Noiva”, de Joana Vasconcelos, com a oficina “Haverá algo de especial no corpo de uma mulher?”, também com Valentina Thayer. Esta oficina está agendada para 24 de Abril.

“Abecedário ou Oiradeceba?” é o nome dado à oficina que acontece entre os dias 1 e 3 de Maio e que está pensada para crianças com mais de 9 anos. Acontece na EPM entre as 15h e as 17h30 com a própria Margarida Saraiva como mentora.

“Já imaginaste imprimir o teu próprio rosto? é uma outra oficina agendada para os dias 29 e 30 de Março e também para 1 de Abril, entre as 10h e as 13h, e que terá como participante Gerald Estadieu, professor e coordenador de Investigação do departamento de design da Faculdade de Indústrias Criativas da Universidade de São José (USJ) desde 2009.

“Como se pode usar uma máscara” acontece nos dias 5 e 6 de Junho, na EPM, e é uma oficina que contará com a coordenação não só de Margarida Saraiva mas também de Elisa Vilaça, da CPM.

Questões do nosso mundo

Além do universo artístico, o programa “Arte na Escola” traz dois pensadores portugueses sobre as questões da educação e da cidadania, sem esquecer a sua vasta formação e experiência na área do Direito. São eles Álvaro Laborinho Lúcio, que fala numa palestra online na Fundação Rui Cunha dia 19 de Abril, e Guilherme D’Oliveira Martins, que fala no dia 21 de Abril. “Queríamos fazer um programa que fosse muito interdisciplinar e que abordasse a educação não só do ponto de vista prático, mas também que oferecesse algum enquadramento teórico e filosófico até, mais vasto, às questões da educação na contemporaneidade”, disse Margarida Saraiva.

A co-fundadora da BABEL pretende, com estas reflexões, “intervir e contribuir para uma transformação concreta da forma como se pensa a educação, em particular no contexto de uma comunidade específica que é aquela que existe em torno da EPM”.

“O que significa realmente ser cool?” é outra das palestras programadas e que acontece em parceria com o projecto Be Cool, da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM).

Para dia 29 de Maio está programada a palestra “I Upload, Therefore I exist” que parte da obra da artista de Macau Wong Weng Yo, exposta em 2018. A conversa terá lugar no auditório da EPM entre as 15h e as 17h e versa sobre o poder dos algoritmos e das redes sociais nos dias de hoje.

Haverá ainda lugar, entre os dias 11 e 25 de Abril, à iniciativa “A arte como desporto ou o desporto como arte?”, que tem a colaboração do Clube de Rugby de Macau.

“Como potenciar a diversidade linguística?” Está agendada para o dia 29 de Maio, no auditório da EPM, e conta com José Pascoal, autor de programas e referenciais para o ensino, avaliação e aprendizagem da língua portuguesa. Este “apresenta perspectivas teóricas e abordagens práticas a partir da sua própria experiência, capazes de abrir novos horizontes ao convívio e aprendizagem muitas vezes difícil de gerir, de alunos que não dominam a mesma língua”.

“O título do programa comunica uma ideia, que é a mais importante do programa inteiro: é preciso questionar o mundo contemporâneo”, adiantou Margarida Saraiva ao HM. “É preciso imaginarmos o que vai ser a escola [EPM] no futuro, sobretudo porque estamos num tempo em que é possível aprender tudo o que se deseje em qualquer sítio e hora. Vai ser difícil explicar aos nossos jovens o que é a escola e para que serve.”

A BABEL gostava de levar o programa “Arte na Escola” a todas as instituições de ensino em Macau, mas tal não foi ainda possível de concretizar. “Os projectos vão-se adaptando. E agora foi possível realizá-lo no contexto possível da EPM e essa é uma oportunidade que não pode ser menosprezada de maneira nenhuma.”

Num território onde “há várias culturas, que são diferentes”, Margarida Saraiva, que também faz parte da direcção da APEP, não quis desperdiçar esta oportunidade. “Quando falamos de educação falamos de valores e aí temos de escolher o que ensinar e porquê. Há várias possibilidades de posicionamento na área da educação. A nossa cultura, a portuguesa, é diferente e essa deve ser assumida e expressa”, rematou.

25 Mar 2021

“Game Changer”, obra de Banksy, atinge novo recorde em leilão com 19,4 milhões de euros

Uma obra do artista visual britânico Banksy foi ontem vendida em leilão pelo valor recorde de 19,4 milhões de euros, com a verba arrecada a ser canalizada para organizações de solidariedade e ligadas à Saúde.

A obra, que tinha um valor base de licitação de dois milhões de euros, intitula-se “Game Changer” e mostra uma criança a segurar uma pequena boneca que representa uma enfermeira com máscara e capa de super-heroína. Com a venda na leiloeira Christie’s, por 19,4 milhões de euros (16,7 milhões de libras), fixa-se um novo recorde de um leilão de uma obra de Banksy, artista de rua cuja identidade é desconhecida.

Banksy tinha oferecido esta obra, em Maio de 2020, ao hospital de Southampton, no Reino Unido, durante a primeira vaga da pandemia da covid-19, como forma de agradecimento e valorização do trabalho dos médicos e enfermeiros no acompanhamento dos doentes infectados por este coronavírus. “Obrigada por tudo o que estão a fazer. Espero que isto traga alguma luz, mesmo que seja a preto e branco”, escreveu Bansky numa nota de agradecimento juntamente com a obra de arte.

Em comunicado, Katherine Arnold, da leiloeira Christie’s, sublinha a importância do recorde do leilão, numa altura em que o Reino Unido assinala um ano desde o primeiro confinamento, e depois de “se terem perdido tantas vidas”. Banksy “é um artista extraordinário, é um barómetro do sentimento nacional”, afirmou.

Já o responsável pelo hospital de Southampton, David French, citado pela Efe, considerou que o dinheiro conseguido com o leilão é “um presente incrível”, que ajudará a promover o bem-estar dos trabalhadores perante o esforço todo realizado ao longo do último ano.

O recorde anterior de um leilão de uma obra de Bansky tinha sido atingido em outubro de 2019, quando foi vendida a obra “Devolved Parliament” – que representava o parlamento britânico ocupado por chimpanzés -, por 11,3 milhões de euros.

24 Mar 2021

FAM | Festival de Artes de Macau em Maio com mais de 100 actuações e actividades

O Festival de Artes de Macau está de volta com um total de 20 programas de teatro, dança, música e arte visuais e outros tantos workshops, exibições de filmes, exposições fotográficas e actividades. Privilegiando as produções da China e de Macau, haverá lugar para um novo espectáculo dos Dóci Papiaçám, dança contemporânea do grupo Jun Xing de Xangai e música clássica

 

Depois do interregno do ano passado motivado pela pandemia, o Festival de Artes de Macau (FAM) está de volta entre 30 de Abril e 29 de Maio, e propõe-se, sob o tema “Reiniciar”, a levar aos mais diversos palcos e espaços da cidade, mais de 100 actuações e actividades, onde não faltam espectáculos de teatro, dança, música, artes visuais, ópera cantonense e ainda workshops e exibições de fotografia e cenografia.

Com um orçamento total de 21 milhões de patacas, a presidente do Instituto Cultural (IC), Mok Ian Ian sublinhou que a edição deste ano do FAM irá privilegiar as produções locais e da China.

“Como a pandemia global não mostra sinais de abrandar, o Festival de Artes de Macau deste ano, que tem como tema ‘Reiniciar’, irá privilegiar as produções do Interior da China e de Macau, apresentando um total de 20 programas de teatro, dança, música e artes visuais, aliados ainda a workshops, visitas aos bastidores e à exibição de filmes, perfazendo um total de mais de 100 actuações e actividades do Festival Extra”, afirmou ontem a responsável durante a apresentação do 31º programa do FAM.

Segundo a responsável, a programação deste ano, para além de apresentar produções que recriam grandes clássicos de forma “inovadora”, inclui também “uma série de obras que não deixarão de impressionar o público pelo seu apelo artístico e ideias vanguardistas”, onde não faltam histórias “consagradas, estimulantes e sentimentais sobre o sentido da vida”.

Exemplo disso mesmo é o espectáculo de abertura do festival, “Cobra Branca”. Com exibições agendadas para os dias 30 de Abril e 1 de Maio, o espectáculo apresentado pelo Estúdio de Teatro Lin Zhaohua (Pequim), reinventa as personagens do conto chinês “A Lenda da Cobra Branca”, combinando teatro, música, dança e arte multimédia.

Já o espectáculo de encerramento “Tirando Licença”, apresentado pelo Teatro Nacional da China nos dias 28 e 29 de Maio, conta a história de um experiente e aclamado actor pelas suas interpretações de Rei Lear, cuja vida se está a aproximar do fim, acabando por partilhar com o público as suas divagações entre o mundo real, o delírio, a fragilidade e a eternidade da vida.

No sector da dança, o destaque vai para as obras “Flôr Silvestre” e “Tridade”, ambas da autoria do Grupo de Dança e Teatro Jin Xing (Xangai) e cujas exibições estão agendadas, respectivamente, para os dias 7 e 8 de Maio no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau.

Rir em patuá

De volta, após um ano em silêncio, está também o Grupo de Teatro Dóci Papiaçám di Macau. “Patrám pa unga Dia” (Patrão por um Dia) é a obra interpretada em patuá, da autoria de Miguel de Senna Fernandes e que consta da programação deste ano do FAM.

À margem da apresentação do programa do FAM, Senna Fernades destacou a importância que é ter a oportunidade de voltar aos palcos por parte dos grupos locais e assegura que, apesar da pandemia, não vão faltar motivos para rir.

“Esta peça era para ter como base o que tinha escrito no ano passado, mas achámos que os tempos mudaram e [por isso] arranjámos uma história completamente diferente, para ver se conseguimos fazer rir as pessoas neste contexto. Apesar de ainda andarmos de máscara, há espaço para uma boa risada”, apontou.

A história, que é de amor, conta Miguel de Senna Fernandes, anda à volta daquilo que é ser patrão por um dia, mais precisamente de “um Horácio” que, nas vésperas do seu casamento, tem de assumir o papel mais importante da empresa. “Patrám pa unga Dia” sobe ao palco do Grande Auditótio do Centro Cultural de Macau nos dias 15 e 16 de Maio.

Arte em família

A programação deste ano do FAM inclui ainda uma série de iniciativas para pais e filhos desfrutarem em conjunto. O “Jogo Coloane” da Dream Theatre Association, propõe uma visita guiada por ruelas de Coloane, relembrando a história da indústria de construção naval.

Por seu turno, a “Mostra de Espectáculos ao Ar Livre”, que terá lugar no jardim do Mercado de Iao Hon, levará à cena durante três noites consecutivas, inúmeras exibições de dança, capoeira e trechos de ópera cantonense.

Os bilhetes para todos os espectáculos da 31,ª edição do FAM podem ser adquiridos online ou por telefone a partir das 10h00 do dia 28 de Março. O sistema de reservas online estará disponível três dias antes.

24 Mar 2021

IPOR | Festival Literário para pais e filhos estreia em Abril

O Instituto Português do Oriente apresentou ontem a primeira edição do Festival Letras & Companhia, com o qual pretende promover o diálogo entre gerações, com particular foco na protecção e sustentabilidade ambiental. O objectivo da organização é tornar o evento num acontecimento anual

 

A promoção da leitura e do livro, da cultura e da educação está na base do festival literário para pais e filhos intitulado Letras & Companhia. A iniciativa organizada pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), que se realiza de 2 a 25 de Abril vai decorrer em várias escolas de Macau, e em locais como a Livraria Portuguesa, as instalações do Instituto Português do Oriente (IPOR), Casa Garden e a Galeria do Instituto para os Assuntos Municipais.

Para o ano de inauguração do festival, que se pretende ser anual, o tema escolhido (“De Pés na Terra, Cabeça no Ar”) recai sobre o plástico, a problemática da sua utilização na actividade humana e o impacto sobre o ambiente e ecologia mundial, de acordo com o IPOR.

Com o projecto Letras & Companhia procurou-se “a melhor maneira de formar crianças e jovens, […] numa envolvência familiar”, para além do que já é feito em contexto escolar, explicou o director do IPOR, Joaquim Coelho Ramos, em conferência de imprensa, salientando a importância da educação para a cidadania, assim como a capacidade de as crianças influenciarem os pais.

O primeiro Letras & Companhia oferece um alargado leque de iniciativas, incluindo o Mercado das Letrinhas, uma feira do livro infanto-juvenil com publicações de editoras locais e portuguesas. A feira terá lugar na Livraria Portuguesa, entre 2 e 26 de Abril, e vai disponibilizar obras em português, chinês e inglês. No dia 3 de Abril, às 11h, no mesmo local, Catarina Mesquita irá apresentar um workshop de escrita criativa para jovens, com o objectivo de incentivar hábitos de redacção e estimular a criatividade narrativa.

Também no dia 3 de Abril, sábado, mas às 17h, a Livraria Portuguesa será palco para contar histórias. A sessão de leitura, a cargo de Susana Esmeriz e Lin Hsiang chun, será realizada em português e cantonês.
Haverá também espaço para a sétima arte, com a exibição do filme “Papel de Natal”, da autoria de José Miguel Ribeiro, na Casa Garden, no dia 10 de Abril, às 17h.

Um dos eventos mais originais desafia jovens a passar uma noite em três locais onde serão narradas histórias dramatizadas e dominadas pelo fantástico, suspense e surpresa. A actividade destinada a leitores dos 8 aos 15 anos terá lugar na Livraria Portuguesa, na Biblioteca Camilo Pessanha do IPOR e na Casa Garden.

Meio ambiente e fotografia

Outro dos destaques do Letras & Companhia é uma exposição de fotografia, intitulada Living Among What’s Left Behind, de Mário Cruz, com curadoria de João Miguel Barros. A mostra, que estará patente na Galeria do IAM, no Edifício do Leal Senado, entre 18 de Abril e 2 de Maio, tem como personagem principal o rio Pasig, que atravessa o outrora centro económico de Manila. Além do retrato de pobreza e de desigualdade social, a exposição coloca a nu os problemas ambientais no coração da capital das Filipinas.

Com actividades para todos os gostos, o festival procura “promover competências de leitura e literacia nas faixas mais jovens, com recurso a dimensões comunicacionais e criativas da língua portuguesa”, segundo a organização.

Por outro lado, visa “impulsionar, junto de diferentes públicos locais, abordagens pluridisciplinares à criação cultural e artística, em particular à de matriz portuguesa e macaense”.

Finalmente, pretende-se aproximar, sobretudo os mais jovens, “das artes e da produção cultural como ferramenta para a compreensão da realidade e da comunicação com os outros”.

A Fundação Oriente, o Instituto Camões, o Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, a Casa de Portugal de Macau e a Livraria Portuguesa são parceiros do projecto “transversal e multidisciplinar, dirigido a pais, educadores, professores, crianças em idade escolar”, de forma a “mobilizar e convocar, efectivamente, todas as faixas etárias da comunidade”.

O Festival, que conta com o apoio da Fundação Macau, contempla também sessões de histórias, oficinas de arte e ambientais, um espectáculo de sombras, um debate sobre integração da protecção ambiental na educação dos jovens de Macau, um concerto da Banda da Casa de Portugal e um espectáculo de marionetas.

23 Mar 2021

Grande Prémio | Museu abre portas de forma experimental a pensar nas novas gerações

Com um custo de 479 milhões de patacas, abaixo dos 830 inicialmente orçamentados, o museu reabre de forma temporal e em moldes limitados. A directora dos Serviços de Turismo espera que o espaço sirva para promover entre os mais novos uma cultura de Grande Prémio

 

O renovado Museu do Grande Prémio abre portas esta manhã, depois de ter sido alvo de obras que tiveram um custo de 479 milhões de patacas. Entre Abril e Maio, a infra-estrutura vai estar a operar de forma experimental, e o objectivo passa por ensinar a história do evento mais icónico de Macau às novas gerações.

“Macau tem uma longa tradição do Grande Prémio e queremos continuar com esta tradição, que faz parte da cultura local. Com o museu queremos garantir que as nossas gerações futuras vão continuar a conhecer e a manter uma afinidade com o Grande Prémio”, afirmou Maria de Helena de Senna Fernandes, directora da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), em conferência de imprensa na passada sexta-feira, “Queremos continuar com este legado do Grande Prémio”, sublinhou.

A directora da DST vincou também a crescente importância do museu, que foi inaugurado em 1993, e que sofreu as primeiras obras de renovação em 2003. Os trabalhos parcialmente terminados este ano foram a segunda grande renovação. Para Helena de Senna Fernandes as últimas obras decorreram num período em que a estrutura é cada vez mais o elo de ligação entre a população e as provas, devido à profissionalização do desporto.

“Claro que Macau vai ter novos elementos turísticos, mas o Grande Prémio de Macau continua a ser um dos mais importantes. Para a nossa geração, a geração passada, as pessoas podiam ter um contacto muito próximo com o Grande Prémio”, explicou. “Mas, hoje em dia, o Grande Prémio é cada vez mais profissionalizado por isso está mais distante das pessoas. Por isso, esperamos através deste museu, estreitar a ligação do evento com a população de Macau”, frisou.

Custos reduzidos

Quando as obras de renovação foram anunciadas, em 2018, estimava-se que o custo final fosse de 830 milhões de patacas. Contudo, na sexta-feira os gastos totais apresentados foram apenas de 479 milhões de patacas, entre 390 milhões para a expansão do edifício, 69 milhões para consultadoria e supervisão dos trabalhos e sistemas de tecnologia e multimédia. Neste montante, contam-se ainda 30 milhões de patacas para estátuas de cera dos pilotos e materiais vídeo e de exposição.

Os números foram avançados por Ricky Hoi, vice-director dos Serviços de Turismo. Além disso, foi anunciado que o espaço do museu foi aumentado para os 16 mil metros quadrados, seis vezes maior que antes das obras, o que resulta numa capacidade para receber um total de 2.272 visitantes por dia. No entanto, devido à pandemia, no período experimental o museu não vai receber mais de 568 pessoas. Os visitantes têm de utilizar máscara, preencher o código de saúde e medir a temperatura à entrada.

Carros de campeões

Nesta altura as estátuas de cera dos pilotos ainda não estão disponíveis para serem vistas. Apesar disso, não faltam materiais em exibição. No que diz respeito à história da Fórmula 3, as pessoas podem ver as viaturas guiadas por pilotos que subiram à Fórmula 1, como Lewis Hamilton, Sebastian Vettel, Michael Schumacher, Lando Norris, entre outros.

Todavia, para os adeptos que gostam de acompanhar os pilotos que falam português, o carro de Ayrton Senna é uma paragem obrigatória. O tricampeão mundial de F1 é ainda imortalizado através de um mural, esculpido pelo português Alexandre Farto, conhecido por Vhils. Outros carros em destaque foram tripulados pelo herói local André Couto, e também por Pedro Lamy, António Félix da Costa.

Os quatro pisos têm ainda espaços dedicados ao Circuito da Guia, à Corrida da Guia, Grande Prémio de Motos e corrida de GT, onde está em exibição um dos carros conduzidos por Edoardo Mortara, conhecido como “Senhor Macau”.

Aposta na interactividade

Uma das novas apostas do museu é a interactividade a nível de simuladores de competição, que qualquer pessoa com bilhete pode experimentar. No entanto, a simulação não se limita a permitir conduzir na pista, os visitantes podem “estudar” conceitos de aerodinâmica, simular que são uma equipa de mecânicos a mudar os pneus dos carro e ainda ir ao pódio e segurar no troféu de vencedor.

Os mais atrevidos têm ainda uma área para fotografias onde podem guardar para a eternidade o momento em que sentem o vento a uma grande velocidade na cara.

Os bilhetes estão disponíveis em número limitado nesta primeira fase e podem ser comprados através das plataformas online. O museu fecha à terça-feira, e o preço de entrada é de 40 patacas para residentes. Os residentes com menos de 12 anos e mais de 65 anos não pagam. Quanto aos não-residentes e turistas, o preço normal é de 80 patacas, e de 40 patacas com mais de 65 anos e menos de 12.

22 Mar 2021

FRC | Eventos transmitidos em streaming são tema de debate

A Fundação Rui Cunha (FRC) recebe hoje, às 18h30, uma conferência para discutir as numerosas oportunidades trazidas pela tecnologia, no que diz respeito à transmissão em directo de eventos através de plataformas de streaming.

Em comunicado, a FRC descreve estas ferramentas como chances de modernização das empresas e de fomentar o crescimento económico. O evento será apresentado por Alan Yung, perito em conteúdo digital e desenvolvimento de negócios e conta com a participação de Florence Lei da Universidade de São José, Ken Ao da Macao Live TV, Ryo Lou da Big TV Magazine e Sophie Lei da SD Media Macao Celebrity.

19 Mar 2021