UCCLA lança livro de 75 autores lusófonos sobre a cultura em pandemia

A União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) lançou ontem a obra “Literatura e Cultura em Tempos de Pandemia”, com textos de 75 autores lusófonos sobre a conjuntura actual por causa da covid-19, anunciou a entidade.

A obra conta com as contribuições de autores laureados com o Prémio Camões, como Manuel Alegre, Mia Couto e Germano Almeida, mas também de escritores que estão “a afirmar-se no domínio das letras”, adiantou a UCCLA em comunicado. “São cerca de 40 escritores e 35 escritoras, naturais dos países de língua oficial portuguesa, a que se juntam escritores da Galiza e Olivença/Espanha, Goa/Índia e Macau/China”, sublinhou a organização.

A obra, editada e coordenada pela UCCLA, será distribuída pela Guerra e Paz, e resulta de um desafio lançado pela organização a escritores e agentes culturais de todos os países de língua oficial portuguesa, “para elaborarem um texto (em prosa ou poesia) a propósito da pandemia que está a afetar, de forma traumatizante todo o mundo e, de modo especialmente profundo, o setor cultural”, referiu a nota.

De entre as mensagens veiculadas pelos textos, a UCCLA destacou a “de esperança na capacidade de resistência à pandemia, como faz ‘o mais velho’, o decano dos poetas – Manuel Alegre”, citando no comunicado um seu poema: “(…) fechada dentro de si mesma ainda é Lisboa/ cidade aberta/ ainda é Lisboa de Pessoa alegre e triste/ e em cada rua deserta/ ainda resiste”.

A apresentação do livro será feita hoje no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa, pelo secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho, e com um texto de investigação e contexto histórico sobre as pandemias no mundo, de Rui Lourido, o responsável pela coordenação da obra.

A cerimónia de lançamento conta também com as intervenções de Manuel Fonseca, da Guerra e Paz, e de Goreti Pina, poetisa de São Tomé e Príncipe, em representação dos 75 autores.

O livro dos escritores lusófonos, tal como o apoio à reabertura do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, são duas das iniciativas que se destacam no plano da comissão temática para a Promoção e Difusão da Língua Portuguesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), apresentado em 13 de abril por Rui Lourido, o novo coordenador daquela comissão.

O novo plano “tem iniciativas que vão de África ao Brasil, grande polo de difusão da língua portuguesa, naturalmente, pelo seu peso demográfico, mas também à Ásia, que tem na ponta do continente a China, e onde fica Macau, com mais de 500 anos de utilização e promoção da língua portuguesa”, afirmou então Rui Lourido, o novo coordenador da comissão temática da CPLP.

A comissão temática é coordenada, desde janeiro, pela UCCLA e integra 14 instituições, todas com estatuto de observadores consultivos da CPLP. A UCCLA sucedeu na coordenação da comissão à Fundação Calouste Gulbenkian. A CPLP conta com nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

7 Mai 2021

Cinema | “Uma História de 2020”, marca a estreia de Peeko Wong na animação

“Uma História de 2020” é o novo filme da cineasta Peeko Wong que, juntamente Wong Chi Kin, resolveu explorar o género de animação. Esta é uma história sobre a covid-19, mas não só, explorando também a relação entre seres humanos e os morcegos. O filme integra o programa da 13.ª edição do ciclo de cinema “O Poder da Imagem” e poderá ser visto em Junho no Centro Cultural de Macau

 

Pela primeira vez na carreira, Peeko Wong, cineasta de Macau, resolveu explorar o género de animação no seu novo filme, “Uma História de 2020”, que conta a ligação entre morcegos e seres humanos. O nome em chinês significa “A História dos Morcegos”. A história partiu de Peeko Wong, mas a aposta na animação foi uma sugestão de Wong Chi Kin, conforme contou a cineasta ao HM.

“Resolvi fazer um filme de animação porque é difícil fazer um filme com morcegos, teria de os filmar. Ao fazer um filme de animação podemos explorar a imaginação e ter efeitos especiais. No filme uso muitos efeitos com sombras, para que não se veja o rosto dos humanos, por exemplo. É uma função mágica, de certa forma, no filme. A personagem principal, um morcego, é um morcego bonito, então conseguimos dar outra perspectiva ao público, de que este animal não é o animal horrível que por norma imaginamos.”

“Uma História de 2020” não versa sobre Macau ou qualquer outra cidade em particular. “A inspiração para este projecto vem da covid-19, mas a história não fala especificamente de uma cidade, mas sim sobre os morcegos, como vivem nas florestas. Um dia há um grupo de pessoas que chega a essa floresta e o destino dos morcegos e dessas pessoas altera-se por completo”, disse Peeko Wong. O filme é um dos títulos seleccionados pelo Instituto Cultural para a 13.ª edição do ciclo de cinema “O Poder da Imagem”, e será exibido entre os dias 10 e 13 de Junho no Centro Cultural de Macau.

Desastre ambiental

Com este filme, Peeko Wong espera que o público “possa pensar mais na relação entre os animais, a natureza e os seres humanos”. “Fazer um filme de animação é diferente, e gostaria de saber como é que o público vai reagir a este género do cinema”, adiantou.

“Com este filme podemos pensar naquilo que aprendemos no ano passado. Estamos ocupados com as novas vacinas [contra a covid-19] e queremos regressar à ‘vida normal’, mas quem se preocupa com os animais e com o seu habitat natural? Quem vir o filme vai também perceber que algumas cenas se inspiram nos grandes incêndios que aconteceram na Austrália em meados do ano passado. Para mim o ano de 2020 não foi apenas um desastre para os seres humanos, mas também para o meio ambiente”, frisou a cineasta.

Para este filme, Peeko Wong dedicou grande parte da investigação à pandemia e à origem do vírus, apesar de os especialistas não terem ainda a certeza se o SARS-Cov-2 veio do consumo de carne de morcegos ou de outro animal selvagem.

“Fiquei muito curiosa sobre isso e fiz muita pesquisa. Descobri que há muitos vírus que podem ser transmitidos com o consumo de animais selvagens, e a minha pesquisa também me mostrou que estes vírus podem chegar aos humanos.”

A cineasta recorda que o consumo excessivo de carne animal por parte dos seres humanos também pode levar a este tipo de problemas. “Não são os animais que chegam às cidades, mas sim os humanos que vão buscar estes animais aos seus habitats. Então é muito fácil o contágio com estes vírus. Então pensei que se a covid-19 veio dos morcegos, como é que foi feito o contágio com os humanos? Daí ter decidido explorar o contexto de floresta no filme”, rematou.

7 Mai 2021

Exposição de Cenografia de Ren Dongsheng inaugurada amanhã

Integrada na programação do 31.º Festival de Artes de Macau (FAM), a exposição “Imagens e Espaço: Exposição de Cenografia de Ren Dongsheng” é inaugurada amanhã no Teatro MGM do MGM Cotai, abrindo portas ao público no dia seguinte. Também no sábado, a partir das 16h00, haverá lugar para uma palestra com o artista, intitulada “A Criação de um Espaço Fluido no Palco”

Através da obra patente no Teatro MGM, o cenógrafo Ren Dongsheng propõe, segundo uma nota oficial divulgada pelo Instituto Cultural (IC), uma viagem no tempo e no espaço, onde explora o design de palco com “um espírito de artesão”. As obras presentes no espaço entre os dias 8 e 18 de Maio prometem, resultado de revisões frequentes de estilo, cores e técnicas, ser “transcendentes, poéticas, vívidas e pioneiras”.

Responsável pelo design de iluminação e pela direcção artística de quase 100 produções chinesas e internacionais, Ren Dongsheng, cenógrafo de primeira classe a nível nacional, é actualmente Vice-director da Companhia de Dança Juvenil da Academia de Dança de Pequim.

Os trabalhos mais representativos do artista incluem os espectáculos de dança “Balada da Paisagem”, “Nanjing 1937” e “Huang Daopo”. As suas obras, segundo o IC, têm sido amplamente elogiadas devido ao seu “distinto estilo artístico, requintado e elegante”, com conotações profundas.

A exposição divide-se em três secções: “Dança”, “Teatro” e “O Apólogo 2047”, abarcando todas elas colecções de fotos e vídeos das suas obras. Cada uma das três secções tem uma duração de aproximadamente 30 minutos, sendo apresentada a cada meia hora.

Palestra online

No próximo sábado, dia de abertura ao público da exposição de cenografia de Ren Dongsheng, o Festival de Artes de Macau agendou ainda a palestra “A Criação de um Espaço Fluido no Palco”, onde o artista irá explorar o “mundo místico da estética do palco com o público”.

Devido à impossibilidade de o artista se deslocar a Macau, a palestra será realizada online. Todos os interessados podem fazer o registo online através do “Sistema de Inscrição em Actividades” até ao final do dia de hoje

A exposição poderá ser visitada até ao dia 18 de Maio, estando aberta entre as 15h30 e as 19h45 de segunda-feira a sexta-feira e das 11h00 às 19h45 durante o fim-de-semana. No dia 10 de Maio a exposição estará encerrada. A entrada livre.

6 Mai 2021

História | Primeiro escrito de um chinês sobre Europa e Portugal em fase de tradução

O Observatório da China associou-se à Universidade de Macau e à Academia de Ciências Sociais de Cantão para concretizar o projecto de tradução da primeira crónica escrita por um chinês sobre Portugal e a Europa, e que data de finais do século XVIII. Rui Lourido, presidente do Observatório da China, fala de um trabalho “complexo”, que já dura há oito anos

 

Está em fase de tradução, há oito anos, a primeira crónica escrita por um chinês sobre o mundo ocidental, com foco em Portugal e na Europa. A língua usada no antigo documento é o cantonense dos finais do século XVIII, o que acrescenta uma enorme complexidade ao projecto, segundo contou ao HM Rui Lourido, presidente do Observatório da China, que propôs a publicação da crónica produzida em Macau.

O projecto tem vindo a ser desenvolvido com os especialistas da Academia de Ciências Sociais de Cantão e com a Universidade de Macau (UM), incluindo o apoio da Fundação Macau (FM). “Temos uma equipa de investigação composta por uma série de professores, e temos o próprio Yao Jingming [da UM] a levar este projecto para a frente.

Há oito anos que tentamos encontrar apoios e temos vindo a estudar a crónica. A FM dá o seu apoio, mas é necessária uma equipa de investigação, uma vez que se trata de um trabalho histórico demorado.”

O objectivo é publicar a crónica em livro e também online, em três línguas, incluindo o português e o inglês, uma vez que apenas foi publicada na China no início do século XIX, no idioma original.

Em Macau

A crónica nasce “de uma história interessantíssima”, conforme contou Rui Lourido. “Trata-se de um chinês que naufraga nos mares da China, junto ao Japão, e é salvo por uma embarcação portuguesa. Ele aproveita e vem de viagem até ao Ocidente e descreve todo o trajecto.”

Segue-se um período de 15 anos de vivência na Europa, incluindo a presença em Portugal. No texto, é feita a descrição “dos usos, costumes, fortalezas, cidades” que visita e, aquando do regresso, o autor da crónica fica em Macau. Acaba por ficar cego e é no território que dita tudo aquilo que viu “a um amigo mandarim”.

“É esse o escrito que vem a ser publicado já depois da sua morte. Mas trata-se de uma escrita em chinês dos finais do século XVIII, e estamos com algumas dificuldades na localização dos topónimos”, descreveu Rui Lourido.

Por fases

Outro projecto em desenvolvimento pelo Observatório da China é a grande biblioteca digital Macau-China, que já conta com mais de 200 mil páginas gratuitas disponíveis com todas as obras publicadas sobre Macau e China entre os séculos XVI e XIX. “Há textos em português e o projecto é apoiado pela FM. Tem uma série de fases e vai-se desenvolvendo”, disse Rui Lourido. Actualmente está a ser introduzida a cartografia sobre Macau e a China correspondente aos séculos XVI e XIX.

6 Mai 2021

Cinema | 13ª edição de “O Poder da Imagem” acontece no CCM em Junho

O pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) recebe, entre os dias 10 e 13 de Junho, a 13ª edição de “O Poder da Imagem”, que visa mostrar algumas das produções locais na área do cinema. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC) serão exibidos 13 filmes “que expressam as mais recentes impressões cinematográficas sobre a cidade”, e que serão projectados em seis sessões. “A edição deste ano leva o público para uma série de visões pessoais que transpõem para o grande ecrã uma diversidade de perspectivas, entre aventuras apaixonadas, comentário social e descrições de perseverança humana.”

Além das histórias experimentais e dos novos contos visuais nascidos da pandemia, dos documentários às curtas-metragens e animações, cada filme retrata uma ligação particular entre o realizador e a sua própria visão da cidade. No dia 10 de Junho, às 19h30, serão exibidos os filmes “Entre Sombras”, de Jenny Wan, “Uma História de 2020”, de Peeko Wong e Wong Chi Kin, “Pelo Menos Hoje Não”, de Io Lou Ian, e “Casa Flutuante”, de Chang Seng Pong. No dia 11 de Junho, sexta-feira, serão exibidos os filmes “O Murmúrio dos Icebergues”, de Un Sio San, “Jantar de Família”, de Cheang Ka Hou, “O Sonho do Papá”, de Ray Loi, “Lado a Lado”, de Ng Ka lon e “A Casa do Boxe”, de Chao Kin Kuan.

Na lista de filmes seleccionados incluem-se ainda “2020 visto por Man”, de Catherine Ho, “Mui”, de Wong Wen Chon, “Olhos Divinos”, de Lao Keng U, e “Quinhentas Cartas Depois”, de Lei Cheok Mei. “Macau – O Poder da Imagem” realiza-se há mais de dez anos e já promoveu a produção e exibição de mais de 130 filmes. Os bilhetes para a edição deste ano estão disponíveis para venda a partir deste domingo, dia 9, e têm o custo de 60 patacas.

5 Mai 2021

Fundação Rui Cunha | Literatura de ficção científica debatida hoje

A Fundação Rui Cunha acolhe hoje, às 18h30, uma palestra sobre a literatura de ficção científica, promovida pela Associação dos Amigos do Livro em Macau. Rui Rocha, presidente da associação, recorda o facto de este ser um género literário “quase invisível”

 

A literatura de ficção científica será o tema do debate de hoje na Fundação Rui Cunha (FRC), inserido na iniciativa “Conversas sobre o Livro” e promovido pela Associação dos Amigos do Livro em Macau, presidida por Rui Rocha. Na sessão de hoje vão estar presentes André Antunes, cientista em Geomicrobiologia e Astrobiologia, Marta Filipa Simões, cientista em Astrobiologia e Engenharia Química e Biológica, e Pedro D’Alte, professor e ensaísta de literatura.

Ao HM, Rui Rocha recordou que este género literário “é relevante na Europa e nos EUA ao nível da literatura contemporânea”. No entanto, em Macau e em Portugal, “não há uma grande tradição nesse sentido, ou, pelo menos, diria que este género é quase invisível”.

“A associação quis explorar esta área da ficção numa conversa informal, sobretudo para sensibilizar as pessoas do interesse e da importância da ficção científica. Não será propriamente uma palestra sobre ficção científica, mas fundamentalmente uma abordagem ampla e generalista sobre o tema”, explicou ainda.

O convite a André Antunes surgiu devido ao seu trabalho na Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau, além do facto de ter ganho recentemente uma distinção pela revista científica Nature. Pedro D’Alte é professor de língua portuguesa “que tem escrito uns artigos interessantes sobre a relação entre a literatura e a ficção científica”.

“Falamos de um género literário que, de certa forma, é desprezado pelas elites culturais”, adiantou Rui Rocha. “A grande editora de livros de ficção científica era a Livros do Brasil, que terminou em 2006. A Editorial Caminho terminou em 2001, a Europa América publicou o último que publicou terá sido em 1998”, exemplificou.

Mais do que especulação

A palestra de hoje vai ainda versar sobre a escrita de ficção científica que se faz em Portugal e na China. “Vamos apresentar apenas quatro grandes autores da ficção científica chinesa contemporânea e conversar um pouco sobre isto, mas sem aprofundar, porque a literatura de ficção científica é tão imensa, sobretudo nos EUA e Inglaterra, que não dá apenas para uma sessão.”

O presidente da associação destaca ainda a intensa relação entre a ficção científica e a ciência. “O engenheiro que inventou o telemóvel diz que se inspirou no telemóvel do capitão Kirk do Star Trek. Por isso a ficção científica contribuiu para a própria ciência. Mas não foi só o caso do telemóvel. Há muitas inovações e imaginação em termos de ficção científica que são, fundo transportadas para a própria ciência.”

Além disso, a ficção científica “reflecte o impacto da ciência e tecnologia na vida humana”, daí não ser “apenas uma literatura menor de histórias especulativas”.

André Antunes assume-se como um apaixonado por este género literário e não consegue destacar apenas um autor ou livro preferidos. “Sou um leitor ávido de ficção científica. O Rui quis fazer uma actividade diferente para as pessoas que gostam de livros, com uma perspectiva mais literária, com pessoas desse meio e da ciência, para termos os dois lados da mesma moeda.”

“Há pessoas que têm a tendência a descartar a ficção científica como algo que não tem grande relevância e as coisas não são bem assim. Do ponto de vista de interacção entre ficção científica e a ciência, há um diálogo regular entre as duas áreas e não funciona só num sentido. Acontece bastante a ficção científica inspirar a ciência”, frisou o cientista da MUST.

5 Mai 2021

Mostra de xilogravuras japonesas abre no sábado na Casa Garden

Cerca de 60 obras japonesas, incluindo as “Trinta e seis vistas do monte Fuji”, as mais famosas xilogravuras de paisagens de Hokusai Katsushika, vão estar patentes ao público, a partir de sábado, em Macau, na Casa Garden.

Com o título “As impressões românticas de uma era encantadora”, a exposição apresenta a arte Ukiyo-e, xilogravuras japonesas do período Edo (1603-1867), com origem na cultura popular em Edo, a atual Tóquio, e que retratavam personagens do mundo do entretenimento, como gueixas, lutadores de sumo e atores de teatro Kabuki, indicou em comunicado a delegação em Macau da Fundação Oriente.

O Ukiyo-e tornou-se numa forma de arte muito popular no Japão e, além de retratos, começou a incluir paisagens e cenas de natureza em trabalhos que foram especialmente influentes no desenvolvimento do movimento impressionista na Europa.

Entre as obras na exposição, destaque para as “Trinta e seis vistas do monte Fuji” de Hokusai Katsushika, que inclui a gravura icónica “A Grande Onda de Kanagawa”, criada durante a década de 1820.

A mostra, patente até 12 de junho, inclui ainda obras de Kitagawa Utamaro, Utagawa Hiroshige, Toshusai Sharaku e Toyohara Kunichika.

5 Mai 2021

Faculdade de Letras de Lisboa recebe 14.000 volumes de Biblioteca Ultramarina

A biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) vai receber mais de 14.000 volumes da Biblioteca Ultramarina, do ex-Banco Nacional Ultramarino (BNU), anunciou a Caixa Geral de Depósitos (CGD).

A integração da antiga biblioteca e de dois acervos particulares – do ex-ministro das Colónias e ex-presidente do BNU Francisco Vieira Machado (1898-1972) e de António Liz Dias, que dirigiu a delegação do Fundo de Fomento de Exportação em Madrid e foi adido comercial da embaixada de Portugal, entre outras funções – inserem-se num acordo de “transferência imediata” assinado entre a CGD e a FLUL.

Os dois acervos privados são constituídos por “obras de referência de temas generalistas com cerca de 8.000 livros”.

Segundo a CGD, a Biblioteca Ultramarina faz parte do “acervo documental e bibliográfico da Caixa desde 2001”, quando se deu a fusão, por incorporação, do Banco Nacional Ultramarino com a CGD.

Esta biblioteca já funcionava na década de 1960, e iniciou a sua atividade como Centro Bibliográfico do Serviço Social, tendo a sua criação como biblioteca, para os empregados do banco, acontecido em 1962, explicou à agência Lusa a mesma fonte.

Trata-se de uma biblioteca especializada, “constituída por cerca de 14.000 obras de dimensão histórico-patrimonial, com assuntos de grande diversidade como a história e a cultura”.

A biblioteca inclui ainda volumes sobre a “expansão marítima de Portugal e relações com núcleos de informação que abrangem países como Angola, Moçambique, Brasil, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Índia, Timor e o território de Macau, bem como relatos de viagens, estudos etnológicos, missões religiosas nos territórios africanos e orientais e a atividade do BNU, desde a segunda metade do século XIX nas antigas colónias” portuguesas.

Adicionalmente, a Biblioteca Ultramarina inclui coleções de Boletins de Estudos Económicos e do Boletim Geral do Ultramar, e ainda obras sobre “literatura, política, história bancária e económica, ciências agrárias, direito, biologia, antropologia, etnologia, religião, entre muitos outros”.

As obras mencionadas foram publicadas entre os começos do século XIX e a segunda metade do século XX, sublinhou a mesma fonte, citando como balizas cronológicas 1834 e 1997.

O acervo da ex-Biblioteca Ultramarina “é muito procurado pela comunidade científica, professores, estudantes, investigadores de mestrado e doutoramento e estudantes estrangeiros”, dada “a riqueza [informativa] que encerra” e “é frequentemente mencionada por utilizadores e investigadores no âmbito” do seu trabalho.

Para facilitar o seu acesso, a CGD decidiu entregá-lo à biblioteca da FLUL, “por depósito” e “através da celebração de um contrato, passando a gestão da Biblioteca Ultramarina a ser feita pela biblioteca da FLUL, que se encarregará de “todas as necessidades inerentes ao seu tratamento e acesso por parte da comunidade científica”.

A Biblioteca da FLUL integra um acervo de cerca de 700.000 volumes impressos, reunindo nas suas coleções um fundo documental, bibliográfico e arquivístico, composto por mais de 50.000 documentos, dedicado às temáticas ultramarinas, particularmente relevante para os Estudos Africanos, agora aumentado com a transferência da Biblioteca Ultramarina.

5 Mai 2021

Julião Sarmento, artista plástico, faleceu hoje aos 72 anos vítima de cancro

Morreu hoje em Lisboa, aos 72 anos, vítima de cancro, Julião Sarmento, um dos mais reputados e conhecidos artistas plásticos portugueses. Autor de uma obra multifacetada, Julião Sarmento representou Portugal na Bienal de Arte de Veneza em 1997 e foi alvo de uma exposição pela Tate Modern, em Londres, em 2011.

A Galeria Cristina Guerra divulgou um comunicado, no qual confirmou a morte do artista, “com enorme tristeza”, apontando-o como uma “figura central da arte portuguesa desde os anos 1970”. Julião Sarmento “foi o primeiro artista da sua geração a alcançar um amplo reconhecimento internacional, expondo em inúmeros museus e eventos de prestígio”, e “afirmou-se como um dos grandes interpretes e pensadores no contexto da arte, e a sua vida e obra reflectem uma dedicação total ao meio artístico e à arte contemporânea”, sublinha a galeria.

No seu trabalho, combinava vários suportes, desde a pintura, a fotografia, o desenho, o vídeo, o som e a performance. A galeria acrescenta ainda que o desaparecimento do artista, nascido em Lisboa a 4 de Novembro de 1948, “deixa uma enorme dor e vazio” no meio cultural.

Várias vezes distinguido, Julião Sarmento recebeu a Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada em 1994, a Medalha de Prata de Mérito Municipal, de Sintra, em 1997, o Prémio Universidade de Coimbra, em 2009, bem como o prémio de Artes Plásticas da Associação Internacional de Críticos de Arte – Secção Portuguesa, em 2012, e o Prémio de Artes Casino da Póvoa, em 2013.

As lembranças

O Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte de Julião Sarmento, considerando-o “um dos mais talentosos” artistas portugueses das últimas décadas, tendo enaltecido a “modernidade provocante” das suas obras e a sua “presença ímpar” neste tempo.

Numa mensagem publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa apresentou “sentidas condolências” à família de Julião Sarmento, que descreve como “um dos mais talentosos, produtivos e generosos artistas portugueses das últimas décadas”.

Marcelo referiu também que, “vindo da Escola de Belas-Artes, Julião Sarmento trabalhou na Secretaria de Estado da Cultura logo após a Revolução, contribuindo para a reconfiguração das práticas artísticas em Portugal, e foi um dos nomes escolhidos por Ernesto de Sousa para uma exposição que fez época, a Alternativa Zero, em 1977”.

“Por essa altura, já usava os mais diversos registos, sobretudo a pintura, o desenho e o vídeo, e já estava atentíssimo ao contemporâneo, a correntes, conceitos, cruzamentos, modos de produção e difusão. Nas décadas seguintes, tornar-se-ia o mais internacional dos artistas portugueses”, lê-se na mensagem.

Já o primeiro-ministro português, António Costa, lamentou “profundamente” a morte de Julião Sarmento, considerando que deu um importante contributo para a internacionalização da arte portuguesa e que fez parte de uma geração que renovou a prática artística na década de 80.

“Fazendo parte de uma geração cosmopolita que renovou a prática artística nos anos 1980, Sarmento deu um importante contributo para a internacionalização da arte portuguesa. As mais sentidas condolências à sua família e amigos”, escreveu António Costa na sua conta pessoal na rede social Twitter.

4 Mai 2021

Fotografias de João Miguel Barros conquistam prémio do Instituto Cultural

“Brumas de Macau”, um conjunto de quatro imagens já publicadas na revista “Zine Photo 4” venceram a categoria “Prémio de Obras Especiais” do concurso promovido pelo Instituto Cultural (IC), ligado à “Exposição Colectiva das Artes Visuais de Macau”. Além deste grupo de imagens, foi também seleccionado pelo IC um outro conjunto de quatro imagens, intitulado “Akuapen”, mas que acabou por não conquistar qualquer prémio.

João Miguel Barros disse ao HM que participou nesta iniciativa “sem grandes expectativas”, por considerar que “a fotografia ainda não está suficientemente valorizada como uma categoria artística em exposições genericamente designadas de ‘Artes Visuais’”.

Com um “pequeno valor monetário”, o prémio é valorizado pelo advogado e fotógrafo “porque se trata de um reconhecimento de terceiras pessoas do trabalho que vou fazendo como criador”. “Tem sido essa a minha postura em relação a todos os prémios que tenho recebido ao longo destes últimos três ou quatro anos, de maior e assumida produção artística”.

Nesta categoria de “Prémios de Obras Especiais” foram também escolhidos trabalhos como “Fora do Mundo”, de Lam Sio Hong, ou “Paisagens Diminuídas”, de Kun Wang Tou, entre outros.

Os prémios foram entregues na última quinta-feira, tendo sido distinguidos pelo IC um total de 79 dos 300 projectos apresentados a concurso. Estes cobrem “uma ampla variedade de meios de expressão artística, que vão da pintura, fotografia, gravura, cerâmica, escultura, instalação, vídeo ou criações em interdisciplinaridade”. Algo que mostra “a diversidade e a criatividade do meio artístico local”.

Até Junho

A obra “Animus”, de Lo Hio Ieong, arrecadou o Grande Prémio do Júri, enquanto que “Impressões”, de Sit Ka Kit conquistou o “Prémio Jovem Artista”. “Animus” foi também um dos dez vencedores do “Prémio para Obras Excepcionais”, incluindo o trabalho “SEM TÍTULO #03”, de Ricardo Filipe dos Santos Meireles, entre outros.

A “Exposição Colectiva de Artes Visuais de Macau” pode ser vista até ao dia 13 de Junho no Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas Navais N.º 1 e no Antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino.

Segundo o IC, o objectivo desta mostra é revelar ao grande público o trabalho desenvolvido por artistas locais tendo vindo, nos últimos anos, a promover “a criação de artes visuais locais e a identificação de talentos”. Para o IC, esta mostra tornou-se “num evento cultural icónico no sector das artes visuais e numa plataforma para os artistas de Macau mostrarem o seu talento e criatividade”.

4 Mai 2021

FAM | Dream Theatre conta histórias de Coloane este fim-de-semana 

Arrancou na passada sexta-feira a 31.ª edição do Festival de Artes de Macau depois de uma pausa forçada devido à covid-19. Para este fim-de-semana estão agendados os espectáculos “O Jogo Coloane”, da companhia Dream Theatre Association, e “Vejo-te Através de Memórias”, um espectáculo que mistura teatro e documentário da autoria da Associação de Workshops de Arte Experimental Soda-City

 

Um pedaço da história de Coloane volta a contar-se no próximo sábado e domingo, entre os dias 8 e 9, pela mão da companhia teatral Dream Theatre Association, depois da estreia que acontece no último fim-de-semana. O ponto de encontro far-se-á no Largo Tam Kong Miu, em Coloane, onde o público poderá assistir a “uma visita guiada ao local que apresenta a história humanista de Coloane e procura chamar a atenção para a importância da história local, da cultura e da conservação”, descreve o Instituto Cultural (IC) em comunicado.

O espectáculo, que acontece apenas em cantonense e sem legendas, “combina viagens no tempo com subidas e descidas à montanha”, levando o público “a seguir os artistas pelas ruelas de Coloane”. “O Jogo Coloane” inclui, além das visitas guiadas, teatro, dança e exposições, o que irá permitir aos participantes “experimentar a prosperidade das épocas passadas na parte oeste de Coloane e perceber a dinâmica da altura”.

Desta forma, as histórias de locais emblemáticos da ilha de Coloane como o Pátio dos Velhos, a Rua dos Negociantes ou a povoação de Lai Chi Vun, lugar que outrora foi um importante centro de construção de juncos de madeira, poderão ser contadas através de diversas formas de expressão artística. Em Lai Chi Vun, o público “poderá experienciar o espírito de entreajuda das pessoas e a prosperidade e declínio da indústria de construção naval”, descreve o IC.

Esta não é a primeira vez que a companhia Dream Theatre Association recorre à antiga indústria de construção naval de Macau para construir um espectáculo, sendo esta uma aposta feita desde 2016. Na 29.ª edição do FAM a Dream Theater Association apresentou “Pôr-do-Sol nos Estaleiros”, por exemplo. Para o espectáculo da edição deste ano, a dramaturgia e encenação estão a cargo de Perry Fok e Jason Mok, enquanto que Tam Kam Chun é o responsável pela consultoria história e de construção naval.

Do Patane

Para este fim-de-semana o cartaz do FAM preenche-se também com “Vejo-te através de memórias”, um espectáculo da autoria da Associação de Workshops de Arte Experimental Soda-City que se apresenta até esta quinta-feira e depois novamente no fim-de-semana, de sábado a segunda-feira (8 a 10 de Maio). A ideia por detrás deste espectáculo é revelar “histórias desconhecidas sobre o antigo distrito do Patane”, na península de Macau.

As histórias começam a contar-se na intersecção do Largo do Pagode do Patane e Pátio do Alfinete, terminando no jardim Luís de Camões. Segundo o IC, a ideia é abrir “um álbum de família” e desfolhar as páginas “dos registos locais do Patane – o local onde os portugueses desembarcaram” quando chegaram a Macau pela primeira vez.

“É aqui que se encontra o templo mais antigo de Macau, as indústrias em declínio gradual e as pequenas lojas características”, aponta o IC, em comunicado. Este teatro documentário “traça memórias, relembra a nossa antiga identidade e revela-nos a paisagem original da cidade”. No espectáculo, “os artistas guiarão o público num mergulho no passado e no presente do Patane, que está intimamente ligado ao mar”. A direcção do espectáculo está a cargo de Lei Ioi Chon e Kuok Soi Peng, sendo interpretado por Kuok Soi Peng, Ku Man Ian e Ho Chi Fong.

4 Mai 2021

Lançado hoje livro sobre os seis primeiros reitores do Liceu de Macau

“Seis reitores do Liceu de Macau” é o nome do novo livro de António Aresta que conta a história das primeiras personalidades que dirigiram o Liceu de Macau desde a fundação, em 1894, até às primeiras décadas do século XX, desde Manuel da Silva Mendes a José Gomes da Silva. António Aresta está a trabalhar num segundo volume com as biografias de mais dez reitores

 

É apresentado hoje, na Escola Portuguesa de Macau (EPM), pelas 18h30, o novo livro de António Aresta, intitulado “Seis reitores do Liceu de Macau”. Editado pela Livros do Oriente, de Rogério Beltrão Coelho, e prefaciado por Cecília Jorge, antiga aluna do Liceu de Macau. A obra traça as biografias dos primeiros seis reitores que comandaram os destinos de uma importante instituição para o território, a par do Seminário e da Escola Comercial.

“Essas três escolas tiveram sempre reitores que foram pessoas interventivas, polémicas, cultas, que motivaram alunos e mexeram com a sociedade. Daí que estes seis reitores sejam representativos destas mudanças todas”, começou por dizer ao HM António Aresta.

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Fundado em 1894, o Liceu de Macau a liderança na reitoria foi inaugurada por José Gomes da Silva, militar e médico, seguindo-se Manuel da Silva Mendes, Carlos Borges Delgado e os macaenses Énio da Conceição Ramalho e António Maria da Conceição. A obra termina no período em que Túlio Lopes Tomás esteve no cargo.

“Estes seis reitores simbolizam seis pontos de vista, seis personalidades que, de alguma maneira, foram uma espécie de mentes brilhantes”, disse o autor ao HM. “O Liceu teve cerca de 30 reitores e alguns deles estiveram no cargo apenas um mês, como foi o caso de Camilo Pessanha. Mas estes seis, cada um a seu modo, tiveram o seu cosmos”, adiantou.

António Aresta destaca a figura de Manuel da Silva Mendes, até porque é autor de uma antologia sobre a obra deste grande divulgador da cultura, filosofia e religião chinesas. “Escolheria o Manuel da Silva Mendes por ter tido mais impacto na vida cultural de Macau”, frisou o autor, apesar de considerar que “cada um deles carregou muita coisa atrás de si”.

“O primeiro reitor, José Gomes da Silva, que era médico e militar, também foi uma pessoa muito importante. Publicou vários livros sobre saúde, epidemias, relatórios de viagens… era uma pessoa que tinha um envolvimento com a imprensa. O Carlos Borges Delgado também publicou dois livros em Macau. Estamos, portanto, a falar de pessoas de cultura, de intervenção através dos jornais e dos livros”, frisou António Aresta.

Fracas instalações

Apesar da importância do Liceu de Macau para várias gerações, António Aresta destaca o facto de a escola sempre ter funcionado em instalações com parcas condições. Entre 1894 e 1900 o Liceu funcionou no Convento de Santo Agostinho, e posteriormente num prédio alugado na Calçada do Governador (1900-1917). Segue-se o Hotel Boa Vista (1917-1924) e o antigo asilo de órfãos do Tap Siac (1924-1958).

“As instalações do Liceu sempre foram fracas, provisórias, a cair de podres”, disse António Aresta, que justifica esta situação com a falta de investimento por parte da, então, metrópole, Lisboa. “Houve sempre falta de dinheiro e de recursos, mas também havia muitas invejas, quezílias e problemas. O Liceu nunca foi investido da dignidade que deveria ter. Abriu portas em 1894, com 57 alunos, o número possível. Teve mais alunos, depois menos, períodos em que teve mais professores do que alunos, até conseguir fixar-se e singrar.” Os alunos eram, sobretudo, filhos de funcionários públicos portugueses que estavam de serviço em Macau ou macaenses.

António Aresta agradece os contributos de Rogério Beltrão Coelho e de Cecília Jorge para esta obra, lamentando a falta de apoios institucionais. “É uma aventura editar livros desta natureza sem apoios. É preciso ter coragem. É também necessário continuar a fazer estudos desta natureza, com mais apoios às edições. Reconheço que deveria haver apoio institucional para este tipo de projectos.”

Assumindo trabalhar de forma voluntária, António Aresta está a trabalhar no segundo volume, que irá conter as biografias de mais dez reitores do Liceu. No entanto, o autor não tem ainda prevista uma data de lançamento. No prefácio, Cecília Jorge destaca o facto de António Aresta ser “um investigador da História de Macau e, como pedagogo, preocupa-se em dá-la a conhecer já que, como Homem da Filosofia, tem como a própria palavra implica amor pelo conhecimento”.

“Seis reitores do Liceu de Macau” será lançado em Lisboa em Setembro, e vai estar à venda na livraria da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa. Em Macau, estará disponível na Feira do Livro da EPM, que encerra hoje. A apresentação da obra estará a cargo de Manuel Machado, presidente da direcção da EPM.

30 Abr 2021

31.º Festival de Artes de Macau arranca amanhã depois de pausa de um ano

Vinte programas de teatro, dança, música e artes visuais integram o programa do 31.º Festival de Artes de Macau (FAM), que arranca amanhã, depois de uma pausa de um ano, devido à pandemia da covid-19. Com o tema “Reiniciar” e até 29 de Maio, o festival também vai apresentar cerca de 100 actuações e actividades do Festival Extra, uma extensão da iniciativa principal, através do qual se procura levar a arte à comunidade, dividindo-se em 18 atividades em 24 sessões.

Para o Instituto Cultural (IC), que organiza o evento, o objectivo do FAM é “construir uma plataforma de intercâmbio artístico internacional e para os artistas locais apresentarem as suas obras, oferecendo uma variedade de programas locais e estrangeiros”.

No entanto, o actual momento pandémico obrigou a organização a “privilegiar as produções do interior da China e de Macau”, disse a presidente do IC, Mok Ian Ian, em Março, na apresentação da 31.ª edição do FAM.

A abertura “Cobra Branca” está a cargo do Estúdio de Teatro Lin Zhaohua, de Pequim, com um espectáculo que redesenha os personagens “do popular conto chinês ‘A Lenda da Cobra Branca’ de forma artística e imaginativa, combinando teatro, música, dança e arte multimédia”, indicou o IC.

O espectáculo de encerramento “Tirando Licença” é uma produção adaptada da peça homónima do dramaturgo norte-americano Nagle Jackson, apresentada pelo Teatro Nacional da China e encenada por Wang Xiaoying, e conta “a história de um experiente actor, outrora aclamado pelas interpretações do Rei Lear, que se aproxima do fim da sua vida, vagueando frequentemente entre o mundo real e o delírio, a fim de testemunhar com o público a fragilidade e a eternidade da vida”.

Prata da casa

O programa inclui o Teatro de Ópera Huangmei da província chinesa de Anhui (leste), que apresenta uma nova produção da peça clássica “O Sonho da Câmara Vermelha”, representada “pela nova geração de actores (…), transmitindo tradição e inovação”. A ópera Huangmei faz parte do Património Cultural Intangível Nacional chinês.

Do Grupo de Dança e Teatro Jin Xing de Xangai, “uma das principais companhias de dança moderna da China”, às crianças da Escola de Teatro do Conservatório de Macau e jovens alunos do curso de Representação de Ópera Cantonense, a fusão das artes que integram o festival oferece ainda ao público espetáculos como “a singular produção de teatro em patuá”, uma língua crioula de base portuguesa, pela mão do grupo de Teatro Dóci Papiaaçám di Macau.

Plataforma de desenvolvimento profissional de vários grupos artísticos locais, o FAM apresenta, entre outros, a Dança do Dragão Embriagado, pelo grupo Four Dimension Spatial na forma de um teatro de dança que alia uma actividade tradicional do festival à dança contemporânea, enquanto o teatro documentário “Vejo-te através de Memórias da Associação de Workshops de Arte Experimental Soda-City” explora o passado e o presente deste bairro intimamente ligado ao mar, passando também em revista as transformações da cidade. A maioria das actividades do FAM, que conta um orçamento de 21 milhões de patacas, são gratuitas.

29 Abr 2021

IPM | Lançado 2º volume da revista Orientes do Português

Editado pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM) e pela Universidade do Porto (U.Porto), o segundo volume da revista académica em português, Orientes do Português, já se encontra disponível online (http://orientes-do-portugues.ipm.edu.mo).

A versão digital da revista pode ser obtida gratuitamente por especialistas, académicos, docentes, alunos da China e dos países lusófonos e demais interessados. Este volume é composto por artigos de investigadores de instituições como a Universidade do Porto, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, a Universidade Sun Yat-Sem, o IPM e a Universidade de Oxford.

Segundo o IPM, este volume é uma edição especial que presta uma homenagem ao Professor João Malaca Casteleiro (1936-2020), uma das ilustres figuras da linguística portuguesa. O Professor Malaca foi membro da Academia das Ciências de Lisboa e Director do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (ICLP) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Assumiu também o cargo de conselheiro académico do IPM, tenho mantido uma longa colaboração académica com o Instituto.

29 Abr 2021

Museus | Actividades e workshops em 14 espaços a partir de 9 de Maio

Ao todo, 14 museus de Macau promovem a partir de 9 de Maio o chamado “Carnaval do Dia Internacional dos Museus de Macau”. Do programa fazem parte uma série de actividades de participação gratuita que incluem workshops, palestras, jogos e visitas guiadas. A iniciativa está orçamentada em 250 mil patacas

 

O ponto de encontro está marcado para o dia 9 de Maio, no Centro de Ciências de Macau. A propósito da celebração do Dia Internacional dos Museus a 18 de Maio, e depois do interregno do ano passado devido à pandemia, 14 museus de Macau vão voltar a participar no “Carnaval do Dia dos Museus de Macau”, ao organizar uma série de actividades, que incluem workshops de pintura de azulejos, experiências fotográficas e uma palestra com o vice-curador do Museu de Guangdong, Chen Shaofeng.

Para Sam Hou In, Chefe do Departamento de museus do Instituto Cultural (IC), para além de estimular o sector museológico, fortemente afectado pela pandemia, o objectivo da edição deste ano, orçamentada em 250 mil patacas, passa por acolher o mesmo número de visitantes de 2019.

“O orçamento da edição deste ano é de 250 mil patacas e prevemos que cerca de 1.000 pessoas participem na iniciativa. Mesmo com a situação estável da pandemia em Macau, esperamos mais ou menos o mesmo número de pessoas de 2019”, partilhou ontem Sam Hou In, por ocasião da conferência de imprensa de apresentação do evento.

No dia do Carnaval propriamente dito, ou seja, no próximo domingo, serão vários os museus que irão, desde logo, marcar presença no Centro de Convenções do Museu de Ciências de Macau, através de iniciativas disponíveis gratuitamente ao público como as “Visitas de Experiências Tácteis”, “Experiência Fotográfica 3D”, workshop de Pintura de Azulejos, workshop de caixas de música e uma visita guiada encenada, sob o tema do mar profundo.

Além disso, o vice-curador do Museu de Guangdong, Chen Shaofeng, apresentará uma palestra intitulada “Museus em Tempo de Pandemia”. A mostra conta ainda com a participação, através de stands no local, do Museu de Guangdong, Guangzhou e Shenzhen e ainda do Departamento de Lazer e Serviços Culturais do Governo de Hong Kong.

Ao longo do mês de Maio, os museus participantes realizarão ainda outras actividades comemorativas. Exemplo disso, é o Dia aberto do Salão de Exposição de Relíquias Culturais e o workshop de enfeites de vime, que terão lugar no dia 16 de Maio na Galeria de Arquivo Histórico de Tung Sin Ton. Nos dias 15 e 16 de Maio, também o Museu Marítimo irá acolher actividades como uma exposição fotográfica sobre o Delta do Rio das Pérolas ou o controlo de barcos por controle remoto. Já no dia 22 de Maio, o Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania promove uma palestra com Noah Ng, Fong Chao, curador da exposição “Deambulações pela Paisagem: Colecção do Museu de Arte de Macau”.

Acelerar com prudência

O Museu do Grande Prémio de Macau irá também fazer parte da iniciativa, sendo que no dia do Carnaval serão realizados, sob a sua alçada, workshops de pintura de modelos de carros de corrida em gesso e de criação de porta-chaves com base em motas de corrida. Cada workshop terá quatro sessões, decorrendo entre as 14h e as 17h.

Questionada sobre se está a ser ponderado um alargamento do número de visitantes diários permitidos no espaço que reabriu ao público, de forma experimental, a 2 de Abril, Vivian Lei, Chefe substituta do Departamento do Produto Turístico e Eventos da DST, apontou que esse é o objectivo, mas que para já as medidas de prevenção da pandemia não o permitem.

“Por enquanto, não temos margem para aumentar o número limite de visitantes, mas vamos gradualmente aumentá-lo de acordo com o desenvolvimento da situação da pandemia”, afirmou ontem à margem da apresentação da iniciativa.

29 Abr 2021

Contos originais de autoras de oito países lusófonos celebram Dia da Língua Portuguesa

Um livro infantil com 16 contos originais de autoras de oito países lusófonos vai ser editado em Moçambique para celebrar o Dia Mundial da Língua Portuguesa, em 5 de Maio.

Intitulada “Contar Histórias com a Avó ao Colo”, a obra remete para ditados e expressões populares e para o conhecimento passado de geração em geração, e conta com a participação de Lurdes Breda (Portugal), Mariana Lanelli (Brasil), Maria Celestina Fernandes (Angola), Natacha Magalhães (Cabo Verde), Kátia Casimiro (Guiné-Bissau), Angelina Neves (Moçambique), Olinda Beja (São Tomé e Príncipe) e Maria do Céu Lopes da Silva (Timor-Leste).

Depois da edição, em 2020, de “100 Papas na Língua”, da autoria de Lurdes Breda, a opção este ano passou por alargar o novo livro à cultura de outros países lusófonos e às suas expressões populares.

Em declarações à agência Lusa, Lurdes Breda contou que a ideia foi a de que, “através de textos originais, com algum humor, se pudesse passar para as gerações mais novas coisas enraizadas na cultura de cada um dos países, sob o abraço da língua portuguesa que tem estas especificidades todas que as crianças nem fazem ideia”.

“Com estes textos queremos dar a conhecer um bocadinho da cultura e das raízes culturais de cada um dos países. Temos uma série de usos e costumes completamente antagónicos e diferentes”, acrescentou.

O livro reúne autoras de todos os estados-membros da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), à exceção da Guiné Equatorial: “Na Guiné Equatorial, nós não temos qualquer ligação, nem ao nível da língua, é um bocado estranho. Tentámos, mas aí não conseguimos chegar”, observou a escritora de livros infantis, residente em Montemor-o-Velho, distrito de Coimbra.

O livro possui uma imagem “maternal e feminina”, devido a todos os textos serem escritos por mulheres, embora Lurdes Breda recuse que se trate de um “projeto feminista”.

Com edição da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa e do Camões – Centro Cultural em Maputo, “Contar histórias com a avó ao colo” tem coordenação editorial de Teresa Noronha, enquanto a ilustração e design editorial são da autoria de Tânia Clímaco.

À Lusa, a ilustradora de Torres Vedras revelou ter sido a primeira vez que fez um trabalho para escritores de fora de Portugal: “Todos falamos a língua portuguesa. No entanto, são países muito diferentes, de culturas diferentes, de cores diferentes e de realidades completamente diferentes”, notou Tânia Clímaco.

“Tive de entrar do espírito de cada país. A primeira ilustração que fiz foi a de Portugal, estava ‘em casa’ e correu muito bem. Mas, os outros, confesso que fiz muita, mas muita pesquisa, para poder ilustrar estes textos”, adiantou.

Tânia Clímaco deu exemplos, em Angola, do tecido samakaka ou da floresta de Maiombe, em Cabinda, que “não fazia a mínima ideia se era densa ou se não era”, passando pela Cuca, figura mítica do folclore brasileiro, o “crocodilo terrível” que remeteu a ilustradora para a sua própria infância e para a série televisiva do Sítio do Pica-Pau Amarelo, as casas sagradas em Timor-Leste ou o ‘Toca-toca’, a expressão que, num dos textos da Guiné-Bissau, define um autocarro “azul e amarelo, muito específico”, existência que “desconhecia completamente”.

Se no início ficou “um bocadinho assustada” pela necessidade de “transportar os leitores para os locais” em países que não conhecia, especialmente os africanos, o resultado, alicerçado no trabalho de pesquisa, acabou por contentar as autoras dos textos.

“As ilustrações são baseadas nessas especificidades, nos pormenores de cada país. E todas viram as ilustrações e gostaram muito, tenho as cores e os ambientes de África e a minha linguagem gráfica acaba por ser uma segunda língua neste trabalho”, observou Tânia Clímaco.

Falta agora conhecer os países por si retratados no livro: “Se me convidarem, já estou num avião”, brincou.

Para além da edição do livro em suporte de papel, “Contar Histórias com a Avó ao Colo” estará igualmente disponível em suporte digital, formato de ‘e-book’, para descarregamento gratuito na página internet do instituto Camões de Maputo.

A obra contou ainda com um apoio da Rede de Bibliotecas Escolares, no que se refere à sua distribuição pelas bibliotecas das várias Escolas Portuguesas no estrangeiro e terá um vídeo oficial de suporte à sua divulgação, com testemunhos das autoras e leituras de crianças dos países envolvidos.

28 Abr 2021

Bibliotecas | Nova edição de “Os Livros e a Cidade” já disponível

A 26ª edição de “Os Livros e a Cidade” já está disponível para levantamento gratuito por parte do público. Sob o tema “Leituras Nutritivas” a obra publicada pela Biblioteca Pública de Macau começa por apresentar três escritores de renome dedicados a diferentes áreas literárias que partilham as suas experiências pessoais sobre “como descobrir um novo eu”, através da leitura e na perspectiva “dos estudos de comunicação, do crescimento espiritual e da arte da libertação”, pode ler-se num comunicado partilhado ontem pelo Instituto Cultural (IC).

Já na secção “Retrato da Biblioteca”, a nova edição conta com entrevistas realizadas a formadores de artes visuais de Macau que abordam a melhor forma de “apreciar as subtilezas dos caracteres chineses sob diferentes perspectivas e actividades”.

Destaque ainda para a secção “Fala o autor”, onde o ilustrador local Lin Ge partilha a inspiração por detrás da criação do livro de banda desenhada “Comportamentos e Actos”.

Os 3.000 exemplares da 26ª edição de “Os Livros e a Cidade” podem ser levantados gratuitamente nas bibliotecas dependentes do IC, instituições de ensino superior, Galeria Tap Siac, espaços cultirais e livrarias seleccionadas.

28 Abr 2021

Cinemateca | Programação de Maio presta homenagem a trabalhadores estrangeiros

Com o Dia Internacional do Trabalhador a dar o mote, a Cinemateca Paixão vai exibir quatro obras dedicadas aos trabalhadores migrantes que deixaram as suas casas em busca de melhores condições de vida. Desde condições de trabalho precárias à falta de compreensão entre culturas, a ideia é embarcar numa introspecção sobre o papel crucial da mão-de-obra estrangeira para o funcionamento de famílias, sociedades e, no limite, do mundo

 

É uma realidade próxima e muitas vezes esquecida. Apesar de crucial, a força de trabalho de quem vem de fora acaba por ser, na maioria das vezes, desvalorizada e assente em condições questionáveis.

Procurando abrir espaço para “mais compaixão, compreensão e respeito” para com aqueles que deixaram tudo para trabalhar num país estrangeiro, a Cinemateca Paixão exibe, a partir do próximo domingo e ao longo de Maio, quatro obras dedicadas à temática. Como pano de fundo, está a celebração do Dia Internacional do Trabalhador, que se assinala a 1 de Maio.

“Nas cidades contemporâneas um pouco por todo o mundo, existe um grupo crescente de trabalhadores estrangeiros migrantes, que deixaram as suas casas em busca de um trabalho que lhes garanta um futuro melhor para si e para as suas famílias. A confluência de culturas (…) resultante do fluxo de mão-de-obra, faz com que as nações economicamente mais poderosas se envolvam com cidadãos de outros países que procuram uma vida melhor, resultando, muitas vezes desta encruzilhada, inúmeros conflitos”, pode ler-se numa nota divulgada pela Cinemateca Paixão.

Integrado na secção “Cinema Asiático de Hoje”, o programa intitulado “Trabalho em terra estrangeira” arranca no domingo com “Sunday Beauty Queen”. A obra documental realizada por Baby Ruth Villarama tem lugar em Hong Kong e, com claras semelhanças à realidade vivida também em Macau, foca o trabalho das empregadas domésticas provenientes das Filipinas, cujo salário e carga horária colocam as suas condições laborais num lugar perto da escravatura. Isto porque, na sua grande maioria, as ajudantes domésticas vivem na casa dos empregadores e trabalham seis dias por semana, durante 24 horas por dia. Aproveitando a única folga semanal que dispõem, “Sunday Beauty Queen” acompanha a forma como cinco trabalhadoras domésticas promovem um concurso de beleza para recuperar alguma da dignidade que sentem ter perdido. A obra será exibida na Cinemateca no próximo domingo e nos dias 8 e 23 de Maio.

Dos Estados Unidos da América chega “Língua Franca”. A obra realizada por Isabel Sandoval foca a história de Olivia, uma trabalhadora filipina transgénero responsável por cuidar de uma idosa diagnosticada com demência, em Brighton Beach, Brooklyn. Sem documentos nem perspectiva de obter autorização de residência, Olivia acaba por se apaixonar pelo neto da idosa de quem trata, que, por sua vez, não sabe que Olivia é transgénero. “Língua Franca” pode ser visto na Cinemateca paixão nos dias 9, 23 e 28 de Maio.

Encruzilhada de vidas

Saltando do drama para acção, directamente dos becos de Kuala Lumpur, na Malásia, chega “Crossroads: One Two Jaga”. Realizado por Namrom, a obra explora as relações improváveis, mas fatalmente impossíveis de evitar, entre um trabalhador indonésio cuja irmã está em apuros, um trabalhador oriundo das Filipinas, também ele de mãos atadas e um polícia corrupto. “Crossroads: One Two Jaga” será exibido na Cinemateca Paixão nos dias 16, 22 e 27 de Maio.

Fruto de co-produção entre Japão, Hong Kong, Taiwan e Alemanha, “Mr. Long” conta a história de um assassino profissional de Taiwan que acaba por se fixar no Japão após uma missão falhada. Apesar do sangue frio que normalmente define a sua personalidade, Long trava amizade com a população local e monta o seu próprio negócio de comida de rua. Com o desenrolar da trama, Long acaba por ajudar um rapaz e a sua mãe toxicodependente, por quem se apaixona. “Mr. Long” pode ser visto nos dias 16 e 29 de Maio na Cinemateca Paixão.

28 Abr 2021

IPM | Série de animação de Angela Lao vence prémios internacionais

A série de filmes de animação “Andrew’s Parallel Worlds”, de Angela Lao En Yu, ex-aluna do curso de licenciatura em design da Escola Superior de Artes do Instituto Politécnico de Macau (ESA-IPM), foi recentemente premiada com vários prémios internacionais, incluindo o Prémio de Ouro de Melhor Filme de Curta-metragem da Hollywood Film Competition dos EUA (2020), o Prémio de Diamante de Melhor Filme de Curta-metragem de LA Shorts Awards dos EUA (2020), o Prémio de Melhor Animação de Longa-metragem de Accord Cine Fest da Índia (2021), o Prémio de Melhor Roteiro de Animação de Goroa Awards do Brasil (2021), o Prémio de Melhor Animação de Longa-mestragem de Global Monthly Online Film Competition do Canadá (2021), e o Prémio de Melhor Animação de Pure Magic International Film Festival dos Países Baixos (2021).

“Andrew’s Parallel Worlds”, criada por Angela Lao durante a epidemia, conta a história das viagens a diferentes lugares do Andrew e da sua rapariga de sonho, Cloudamanleia, após o reencontro, dez anos depois de Andrew e a rapariga por quem o se apaixonou à primeira vista se terem separado na cerimónia de graduação devido um vírus muito mau.

Citada por um comunicado, Angela Lao referiu que os prémios obtidos representam uma melhor oportunidade de divulgação, permitindo às obras ganharem mais espectadores. Esta pretende, no futuro, continuar a criação da série “Andrew’s Parallel Worlds” e de outros produtos relacionados.

26 Abr 2021

Óscares | “Nomadland”, de Chloé Zhao, vence na categoria de Melhor Filme

Era a primeira mulher sino-americana nomeada para um Óscar e venceu-o: a 93ª edição dos prémios da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas deu o galardão dourado para a categoria de Melhor Filme a Chloé Zhao por “Nomadland – Sobreviver na América”, que também venceu na categoria de Melhor Realização. A actriz Frances McDormand venceu o galardão de Melhor Actriz com este filme

 

 

“Nomadland – Sobreviver na América”, da cineasta sino-americana Chloé Zhao, venceu na madrugada desta segunda-feira [hora europeia] o Óscar de Melhor Filme na 93ª edição dos prémios da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas, dos Estados Unidos. Chloé era um dos nomes favoritos na corrida e também representava uma estreia no mundo de Hollywood, ao ser a primeira mulher asiática na lista dos nomeados.

O filme teve como produtores Frances McDormand, Peter Spears, Mollye Asher, Dan Janvey e a própria Chloé Zhao. Protagonizado por Frances McDormand, “Nomadland” conta a história de uma mulher que viaja pela América como nómada, vivendo numa caravana, trabalhando em empregos temporários e sobrevivendo na estrada, na sequência de uma crise económica. Embora o filme seja uma ficção, assenta em testemunhos reais de norte-americanos que vivem na estrada, sempre em trânsito, numa comunidade nómada mais envelhecida e nas margens da sociedade.

Chloé Zhao, sino-americana, foi a primeira mulher asiática nomeada para os Óscares e a segunda mulher a conquistá-lo, depois de Kathryn Bigelow, em 2020, por “Estado de Guerra”.

Para o Óscar de Melhor Filme estavam nomeados “Mank”, “Nomadland – Sobreviver na América”, “Uma miúda com potencial”, “O Pai”, “Judas and the Black Messiah”, “Minari”, “Sound of Metal” e “Os 7 de Chicago”. Nas contas para esta edição, o filme “Mank”, de David Fincher, somou dez nomeações, enquanto “Nomadland – Sobreviver na América”, de Chloé Zhao, foi indicado para sete estatuetas, entre as quais a de Melhor Realização, conquistado pela cineasta.

“Nomadland” deu também o Óscar de Melhor Actriz à sua protagonista, a actriz Frances McDormand. Este é o terceiro Óscar conseguido por Frances McDormand, em três nomeações para melhor actriz, depois de “Fargo” (1996) e “Três Cartazes à Beira da Estrada” (2018).

Ao longo da carreira, McDormand teve igualmente três nomeações para melhor actriz secundária, em “Terra Fria” (2005), “Quase Famosos” (2000) e “Mississippi em Chamas” (1988). Para o Óscar de Melhor Actriz estavam nomeadas Carey Mulligan (“Uma miúda com potencial”), Frances McDormand (“Nomadland”), Viola Davis (“Ma Rainey: A mãe dos blues”), Vanessa Kirby (“Pieces of a Woman”) e Andra Day (“The United States vs. Billie Holiday”).

“Sou afortunada”

Chloé Zhao disse que “é fabuloso ser uma mulher em 2021”, no rescaldo da vitória. “Sou extremamente afortunada por poder fazer o que gosto. Se esta vitória ajudar mais pessoas como eu a viverem os seus sonhos, sou muito agradecida por isto”.

“Um dos momentos mais felizes para mim esta noite foi quando a Frances ganhou”, contou Chloé Zhao aos jornalistas. “As pessoas podem não saber tudo o que ela fez, como produtora e como actriz, quão aberta e vulnerável foi e quanto me ajudou a fazer este filme”, afirmou. “E como ajudou os nómadas a sentirem-se confortáveis nas gravações. Ela é ‘Nomadland’”.

A história baseia-se num livro de não ficção e o filme, que contou com nómadas da vida real, provocou uma alteração de perspectivas para a própria Chloé Zhao. “Há muitas coisas que mudaram para mim. Penso que preciso de menos coisas para viver, sem dúvida”, afirmou. “Podia ter apenas algumas coisas”.

A realizadora, questionada várias vezes sobre a importância de ser a primeira asiática a vencer este Óscar e apenas a segunda mulher, depois de Kathryn Bigelow, não quis encaixar-se num formato específico. “Para os realizadores asiáticos, para todos os realizadores, temos de ser fiéis a quem somos e contar as histórias a que nos sentimos ligados”, disse. “Não devemos sentir que só há um certo tipo de histórias que temos para contar”.

Zhao também fez menção à confiança que lhe foi incutida desde criança e que lhe permitiu sonhar alto. “Tive a sorte de ter pais que sempre me disseram que quem eu sou é suficiente, e eu sou a minha arte”, disse. “Tento sempre manter-me fiel a mim mesma e rodear-me de pessoas talentosas e que me apoiam”.

O produtor Peter Spears, que partilhou o Óscar de Melhor Filme com Zhao, Frances McDormand, Mollye Asher e Dan Janvey, falou de como a pandemia alterou o curso deste projecto. “A possibilidade de terminar este filme no meio da pandemia e depois estreá-lo na pandemia foi um esforço hercúleo e algo que nunca pensámos que íamos ter de fazer”, afirmou.

“Nesse processo, parece que o momento era o certo e a história que contámos tocou as pessoas – uma história sobre comunidade e a nossa humanidade partilhada”, considerou. “Teve um significado mais profundo do que se tivesse saído antes”.

Silêncio na China

O sucesso da realizadora chinesa Chloé Zhao, na cerimónia dos Óscares, está a ser recebido com silêncio no seu país, devido a declarações feitas há oito anos. A imprensa estatal não comemorou. A televisão estatal CCTV e a agência noticiosa oficial Xinhua, os dois principais órgãos estatais, nem sequer divulgaram a vitória de Zhao.

Foi censurada uma mensagem a anunciar a conquista do prémio, pela revista de cinema Watch Movies, que tem mais de 14 milhões de seguidores na rede social Weibo, o equivalente ao Twitter na China. O ‘hashtag’ “Chloé Zhao ganha o Óscar de melhor directora” também foi censurado na plataforma, com os internautas a receber a mensagem “de acordo com as leis, regulamentos e políticas relevantes, a página não foi encontrada”.

Porém, as notícias sobre a sua vitória foram rapidamente difundidas na Internet chinesa, com internautas a celebrar a vitória de Zhao. Muitos apontaram o discurso de aceitação, no qual Zhao citou um verso de um poema escrito no século XIII que, como muitas outras crianças chinesas, Zhao memorizou quando era criança, e que se traduz assim: “As pessoas nascem boas”.

Chloé Zhao foi vítima de ataques em Março, quando ganhou um Globo de Ouro de melhor realização, devido a um comentário feito há oito anos. Numa entrevista, em 2013, a cineasta disse que, na China, “há mentiras por todo o lado”, referindo-se ao sistema político.

O comentário foi recuperado nas redes sociais chinesas, com internautas nacionalistas a acusarem Zhao de trair o seu país, acusando-a de ter “duas caras” e de ter saído da China devido à riqueza do pai, o antigo director de uma empresa estatal chinesa.

26 Abr 2021

“Nomadland”, de Chloé Zhao, com várias nomeações para os Óscares

A 93.ª edição dos Óscares, adiada de Fevereiro para este mês devido à pandemia, acontece no Dolby Theatre, com audiência, no edifício da estação de comboios Union Station, em Los Angeles (Califórnia), e noutros “locais internacionais via satélite”, como anunciou a academia norte-americana. A cerimónia decorreu na madrugada deste domingo [hora europeia].

Nas contas para esta edição, o filme “Mank”, de David Fincher, soma dez nomeações, mas o favoritismo – a avaliar pelo rol de prémios já conquistados – é apontado para “Nomadland – Sobreviver na América”, de Chloé Zhao, indicado para sete estatuetas, que, na passada sexta-feira, culminando o percurso de sucesso dos últimos meses, arrecadou quatro prémios Spirit, os chamados ‘óscares’ do cinema independente: melhor filme, melhor realização, melhor montagem e melhor fotografia.

Protagonizado por Frances McDdormand, o filme conta a história de uma mulher que viaja pela América como nómada, vivendo numa caravana, trabalhando em empregos temporários e sobrevivendo na estrada, na sequência de uma crise económica. Embora o filme seja uma ficção, assenta em testemunhos reais de norte-americanos que vivem na estrada, sempre em trânsito, numa comunidade nómada mais envelhecida e nas margens da sociedade.

Chloé Zhao, sino-americana, é a primeira mulher asiática nomeada para os Óscares, mas se vencer não deverá ser aplaudida na China. Numa entrevista em 2013, a realizadora declarou que na China “há mentiras por todo o lado”. O comentário foi recuperado recentemente nas redes sociais, com internautas nacionalistas a acusarem de traição.

O lugar de “Mank”

Quanto aos Óscares, “Mank”, produzido pela Netflix e ignorado nos Globos de Ouro, onde era o mais nomeado, está agora indicado em categorias como Melhor Filme, Realização, Direcção de Fotografia, Actor Principal (Gary Oldman) e Actriz Secundária (Amanda Seyfried). Para o Óscar de Melhor Realização, apenas David Fincher é repetente. Todos os outros estão nomeados nesta pela primeira vez: Thomas Vinterberg (“Mais uma rodada”), Lee Isaac Chung (“Minari”), Chloé Zhao (“Nomadland – Sobreviver na América”) e Emerald Fennell (“Uma miúda com potencial”).

É a primeira vez que duas mulheres competem nesta categoria. E em mais de 90 anos de história dos Óscares, apenas cinco outras mulheres estiveram indicadas e somente uma venceu o prémio de melhor realização; Kathryn Bigelow, em 2010, com “Estado de guerra”.

Para o Óscar de melhor filme estão nomeados “Mank”, “Nomadland” e “Uma miúda com potencial”, “O Pai”, “Judas and the Black Messiah”, “Minari”, “Sound of Metal” e “Os 7 de Chicago”. Para o Óscar de Melhor Actriz estão nomeadas Carey Mulligan (“Uma miúda com potencial”), Frances McDormand (“Nomadland”), Viola Davis (“Ma Rainey: A mãe dos blues”), Vanessa Kirby (“Pieces of a Woman”) e Andra Day (“The United States vs. Billie Holiday”).

Na representação masculina estão indicados Chadwick Boseman (a título póstumo por “Ma Rainey: A mãe dos blues”), Riz Ahmed (“Sound of Metal”), Anthony Hopkins (“O Pai”), Gary Oldman (“Mank”) e Steven Yeun (“Minari”).

Para Melhor Filme Internacional, foram seleccionados “Quo Vadis, Aida?” (Bósnia Herzegovina), “Mais uma rodada” (Dinamarca), “Better Days” (Hong Kong), “The Man Who Sold His Skin” (Tunísia) e “Collective” (Roménia). “Bora lá”, “Para além da lua”, “Soul – Uma aventura com alma”, “Wolfwalkers” e “Ovelha Choné: A quinta contra-ataca” competem pelo Óscar de Melhor Filme de Animação.

No anúncio dos vencedores, está confirmada a presença de nomes como os do realizador Bong Joon Ho, premiado nos Óscares em 2020 com “Parasitas”, das actrizes Laura Dern e Zendaya e dos actores Harrison Ford, Joaquin Phoenix e Brad Pitt.

26 Abr 2021

Livraria Portuguesa | Livro “Macau. Novas Leituras” apresentado amanhã

A obra “Macau.Novas Leituras”, editado pela Tinta da China em Portugal, será apresentada amanhã na Livraria Portuguesa entre as 18h30 e as 20h. A sessão será transmitida online em simultâneo em Portugal, no horário entre as 11h30 e as 13h, via Facebook. A moderação estará a cargo de Ricardo Pinto, gestor da Livraria Portuguesa, e Marta Pacheco Pinto. A sessão conta ainda com as participações de Ana Paula Laborinho, co-organizadora da obra, Inês Hugon, da Tinta da China e Gonçalo Cordeiro, outro co-organizador do livro.

Seguem-se apresentações de personalidades como Fernanda Gil Costa, Dora Nunes Gago, Maria do Carmo Piçarra e Carlos André. Serão feitas também algumas leituras de autores como Carlos Morais José, Yao Jingming e Joe Tang. “Macau. Novas Leituras” é um livro que “assinala os 20 anos da transferência da administração portuguesa de Macau para a República Popular da China, celebrados em 2019 e também eles marcando o fim do ciclo colonial português”.

Com esta edição “propõe-se uma reflexão abrangente sobre alguma da produção literária e cultural mais relevante dedicada a Macau desde a transferência, privilegiando a escrita em língua portuguesa, mas sem descurar outras vozes e tradições literárias”.

26 Abr 2021

FAM | Casa de Portugal apresenta espectáculo de marionetas em Maio

Bailarinas, palhaços e outras figuras ligadas ao mundo circense compõem o novo espectáculo de marionetas da Casa de Portugal em Macau (CPM), intitulado “O Circo”, e que se insere no cartaz do Festival das Artes de Macau. Entretanto Elisa Vilaça continua a apresentar, aos fins-de-semana, os espectáculos “O Barbeiro” e “O Arraial”, com os tradicionais Robertos portugueses

 

Elisa Vilaça, da Casa de Portugal em Macau (CPM), apresenta em Maio um novo espectáculo de marionetas que poderá ser visto na nova edição do Festival de Artes de Macau (FAM). O espectáculo intitula-se “O Circo” e destina-se a revelar o mundo circense aos mais pequenos e acontece no jardim do bairro do Iao Hon, entre os dias 14 e 16 de Maio.

“São bonecos construídos por mim, bem como todo o enredo, a selecção de músicas e do espectáculo. Tenho duas pessoas a trabalhar na ajuda da manipulação [dos bonecos], o Sérgio Feiteira e José Nyogeri. São bonecos feitos com técnicas diferentes, temos bonecos manipulados com fios, com manipulação directa, bonecos de luva. E temos um conjunto de figuras referentes ao circo”, contou ao HM.

Elisa Vilaça explicou que “O Circo” não terá um texto propriamente dito, mas também não será feito com base no improviso. A ideia é que a mensagem chegue mais facilmente a várias comunidades, falantes de várias línguas.

“As histórias são sempre criadas para cada espectáculo e as figuras são todas construídas de raiz. Não há texto, porque são espectáculos de rua e a maior parte da comunidade em Macau fala a língua chinesa e queremos criar um tipo de espectáculos que seja acessível a toda a todas as comunidades. Temos movimento e uma música de base, sempre.”

Em “O Circo” conta-se a história numa barraca “em que as cenas se vão passando sucessivamente, com malabaristas, palhaços e bailarinas, num enredo que constitui o ambiente circense”. O espectáculo é, no fundo, composto por várias sequências, de três minutos cada, em que cada uma tem uma banda sonora específica.

Os materiais reciclados

Em “O Circo”, “há sempre uma interacção com o público”, descreve Elisa Vilaça. “Temos um boneco num monociclo que desce numa plataforma, um cão que anda na estrada, que salta obstáculos e brinca com os miúdos.”

Com estes projectos de marionetas, a CPM pretende apostar também na protecção do meio ambiente. “A maior parte destes bonecos são construídos a partir de materiais reciclados, porque a preservação ambiental é também importante para nós e é uma coisa que tentamos divulgar. Temos uma bailarina feita com guarda-chuvas, outros que são feitos com restos de madeira que temos, pasta modelar. Há também um pequeno alerta na forma de construir os bonecos de reciclar materiais, que é extremamente importante”, disse Elisa Vilaça.

“A Mostra de Espectáculos ao Ar Livre” do FAM, onde se integra “O Circo”, conta também com a participação de grupos culturais locais como a Associação de Dança Ieng Chi, a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau e a Banda da Escola Secundária Hou Kong, entre outros.

Entretanto, Elisa Vilaça começou a apresentar novamente os espectáculos “O Arraial” e “O Barbeiro”, no âmbito de uma iniciativa do Instituto Cultural (IC) que visa promover espectáculos de rua ao fim-de-semana, também durante o mês de Maio, em zonas como o Porto Interior, as Casas Museu e a Feira do Carmo, na Taipa.

No caso de “O Barbeiro”, trata-se de “uma reprodução de uma das histórias mais tradicionais dos Robertos portugueses”. “Os bonecos são manipulados todos por uma única pessoa dentro de uma barraca e falam de ‘palheta’, uma técnica usada pela maioria dos roberteiros e que consiste na introdução na boca de uma pequena palheta que fica junto ao céu da boca. Quando falam, o som é mais estridente”, acrescentou. Neste projecto, Elisa Vilaça trabalha com Sérgio Rolo, marionetista também ligado à CPM.

Já “O Arraial” é uma história, também criada por Elisa Vilaça, “baseada nas festas típicas e populares portuguesas”, e que também se passa dentro de uma barraca, também com os tradicionais Robertos. “A história começa de uma forma teatral, com três pessoas que depois de entrarem na barraca se transformam em figuras pequenas. No final do espectáculo essas mesmas personagens voltam a sair da barraca em forma de actores. Não temos texto, só música”, rematou.

26 Abr 2021

Premiados docentes do Instituto Confúcio da Universidade de Aveiro

Dois docentes do Instituto Confúcio da Universidade de Aveiro, Chen Xiaoping e Kang Siyu, receberam o prémio “Professor Voluntário de Excelência 2020”, atribuído pelo Centro de Intercâmbio e Cooperação Sino-estrangeiro de Línguas, noticiou ontem a Lusa.

“O Instituto Confúcio (IC-UA) viu o seu trabalho reconhecido internacionalmente com a atribuição de mais este prémio, a poucos dias de celebrar o 6.º aniversário”, refere uma nota de imprensa da Universidade de Aveiro.

O instituto foi distinguido noutras ocasiões, nomeadamente com os prémios “Confúcio do Ano 2018”, atribuído pelo Hanban (Chengdu, 2018) e “Director do Ano”, atribuído pelo Hanban a Carlos Morais (Changsha, 2019).

Inaugurado a 23 de abril de 2015, o IC-UA vai assinalar o sexto aniversário com a plantação de uma Ginkgo biloba (árvore originária da China, considerada um fóssil vivo) e a inauguração de uma instalação artística alusiva ao aniversário, da autoria de José Oliveira.

Faz ainda parte do programa, o ciclo de conferências “Rotas a Oriente”, que acontece a 29 de Abril. Lola Xavier, do Instituto Politécnico de Macau, vai falar sobre representações literárias do quotidiano de Macau e a apresentação de Vera Borges, da Universidade de São José, vai abordar o tema “Poesia de Macau: as várias faces de uma mesma moeda?”. O ciclo de conferências conta ainda com a participação de Yao Jing Ming, da Universidade de Macau, numa apresentação intitulada “traduzindo a literária China”.

De acordo com a Lusa, as principais missões do Instituto Confúcio da Universidade de Aveiro passam por “apoiar e promover o ensino da língua e da cultura chinesas em Portugal”, reforçar a cooperação na área da educação entre a China e Portugal e desenvolver actividades de investigação “que contribuam para melhorar a compreensão mútua e a amizade entre estes dois países distantes, mas unidos por seculares relações históricas”.

23 Abr 2021