Hoje Macau EventosADM | Segunda edição do Chá Gordo acontece este sábado A Associação dos Macaenses (ADM) volta a promover, este sábado, mais uma mostra do Chá Gordo, que terá como tema o casamento. Desta forma, os participantes poderão recordar o período das décadas de 50 e 60 quando, nas cerimónias do casamento, o copo de água era feito com um Chá Gordo. Os participantes são convidados a provar mais de 30 pratos tradicionais, incluindo os tipicamente criados para o casamento e aqueles que nunca podem faltar num Chá Gordo, tal como o arroz gordo, o chau-chau lacassá, o aspic de camarão e o bolo menino. Incluem-se ainda iguarias como Peixe Depenado (mínchi de peixe), galinha na tempo di caça e sarrabulho de galinha. Os pratos serão preparados pelos chefes Marina de Senna Fernandes, Armando Sales Richie, Florita Alves, Gito de Jesus, Joyce Barros, Ivone Nogueira, Mena Pacheco Silva, Berta Lei e Wilma Marques. A ADM irá decorar a sala da sua sede, na Rua do Campo, à maneira antiga, fazendo-se um apelo para que os participantes vistam “os melhores trajes” para que possam plenamente desfrutar da experiência. A mostra temática “Chá Gordo – O Casamento” começa às 17h30 e termina às 20h30. Os bilhetes custam entre 230 e 280 patacas para adultos e 120 patacas para crianças dos 3 aos 11 anos. Por sua vez, em Portugal, a Casa de Macau em Lisboa promove um workshop de comida macaense com Maria João dos Santos Ferreira. A partir das 16h os participantes poderão aprender a confeccionar pratos como sopa de lacassá, bacalhau macaísta, Dourado, Tchatíni com arroz branco e legumes salteados e Arroz-Doce Macaense.
Hoje Macau EventosHush 2022 | Música regressa a Hac Sá no final do mês e workshops na Barra Concertos, workshops de música e sessões comunitárias de percussão em Hac Sá, são as grandes atracções do “Concertos hush! 2022”, que regressa no fim de Outubro depois de sucessivos adiamentos devido à pandemia. Ao contrário dos tradicionais festivais de Verão, o hush! 2022 promete ser um hino à higienização O “Concertos hush! 2022” é a metáfora perfeita dos dias que correm em Macau, em oposição ao que se passa no resto do mundo. Quando se pensa em festivais de música, surgem imagens de excesso, altos decibéis até ao nascer do sol, concertos icónicos que ficam na memória para o resto da vida, consumos excessivos de tudo e mais alguma coisa, muito suor e partilha de momentos exaltados. O hush está no polo oposto das inebriantes celebrações orgiásticas dos sentidos, normalmente associados a festivais de Verão. A música irá partilhar o palco com as exigências de prevenção da pandemia, “implementadas pelos Serviços de Saúde”, e o “Instituto Cultural (IC) irá continuar a adoptar medidas adequadas na organização das actividades artísticas e culturais”. Assim sendo, todos os eventos do “Concertos hush! 2022” serão acompanhados pela constante apresentação de comprovativos “atestando que os participantes completaram o esquema de vacinação primário contra a covid-19”, incluindo duas doses da vacina inactivada ou da vacina de mRNA) há pelo menos 14 dias, ou um certificado de resultado negativo do teste de ácido nucleico emitido nos últimos 7 dias (pago por conta própria). Além disso, “todos os participantes deverão usar máscara de protecção, ser submetidos à medição da temperatura corporal, digitalizar o código QR de local e apresentar o código de saúde. Da Barra a Hac Sá No que diz respeito aos eventos, no dia 22 de Outubro terá lugar no Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas Navais N.º 2 o “Workshop de Recolha de Sons no Exterior”, dirigido pelo professor de engenharia de gravação Wan Si Lok. Entre a formação e o experimentalismo, as sessões vão permitir aos participantes “utilizar as características dos microfones e explorar sons ignorados no nosso dia-a-dia durante passeios pelos cantos da cidade, bem como os procedimentos básicos da captação de som”. O IC ressalva que para participar nesta actividade as pessoas têm de trazer “os seus próprios smartphones e computadores (de preferência Mac) com recursos de gravação de áudio”. O workshop irá durar entre as 15h e as 21h. Para o dia 29 de Outubro, também nas Oficinas Navais, está marcado o “Workshop de Montagem de Som”, ministrado pelo experiente músico local Lobo Ip que dará corpo aos sons captados uma semana antes. O artista irá guiar, entre as 19h30 e as 21h, os participantes na instrumentalização de smartphones, programas de tablet, gira-discos e misturadores, com o objectivo de transformar em música os sons anteriormente gravados. Uma espécie de aula de culinária sonora. Depois da produção de música, serão apresentados ao vivo os resultados dos “cozinhados musicais” num concerto no início de Novembro. Ainda no Centro de Arte Contemporânea nas Oficinas Navais, no dia 30 de Outubro, terá lugar o “Workshop de Música Soul”, sob a batuta do músico Addison Wong. O evento será uma introdução ao soul, ou como descreve o IC “um género musical positivo”, que irá culminar com uma oportunidade para os participantes improvisarem um pouco. Importa referir que a música soul, uma manifestação afro-americana, serviu de veículo e escape na luta da comunidade afro-americana por igualdade e direitos civis. Roda de tambores No dia 5 de Novembro, o público será brindado com um banquete de ritmos no concerto “Piquenique com Música de Percussão”, num local que o IC designa como “Espaço Verde de Lazer Provisório de Hac Sá”. O evento dirigido pela Associação de Percussão de Macau parte da ideia de que tudo pode servir de instrumento de percussão. O desafio irá passar pela transformação de utensílios e objectos tipicamente usados em piqueniques para fazer música. No fim-de-semana de 12 e 13 de Novembro, na Quinta Urbana em Coloane, será organizado o “Acampamento de Músicas do Mundo”. Durante dois dias e uma noite, a Associação de Música Étnica Rítmica de Macau “levará os participantes a experimentar a alegria do ritmo da natureza, a explorar a conexão entre o ambiente ao ar livre e a música, a improvisar usando diferentes instrumentos rítmicos, tais como asalato, didjeridu, djembê, cajón, maraca e hang”. Os membros da associação vão prendar os campistas à hora de almoço do último dia com um concerto. Os participantes devem ser maiores de 18 anos e será dada prioridade a quem tenha “estudado instrumentos musicais, que tenha conhecimento preliminar sobre música e bom sentido de ritmo”, indica o IC.
Hoje Macau EventosTelevisão | Morreu Angela Lansbury protagonista da série “Crime, Disse Ela”, aos 96 anos A actriz britânica Angela Lansbury, protagonista da série emblemática “Murder, She Wrote” (“Crime, Disse Ela”), e de filmes como “Gaslight” ou “The Picture of Dorian Gray”, morreu esta terça-feira aos 96 anos, em Los Angeles. A morte da actriz ocorre a poucos dias de completar 97 anos, lembrou a sua família num comunicado divulgado pela revista People. Embora Angela Lansbury tenha ficado conhecida no pequeno ecrã por interpretar a romancista Jessica Fletcher na série “Crime, Disse Ela”, a actriz foi nomeada por três vezes para os Óscares, por papéis secundários no “Gaslight (1945)”, “The Picture of Dorian Gray” (1946) ou “The Manchurian Candidate (1962)”. Em 2013, foi distinguida com Óscar honorário pela Academia de Hollywood. Lansbury conquistou cinco Tony Awards pelas suas performances na Broadway e um prémio pela sua carreira. “Crime, Disse Ela” permaneceu no topo das audiências durante 11 anos, até que a CBS, à procura de um público mais jovem para a noite de domingo, mudou a série para um horário menos favorável a meio da semana. Lansbury protestou vigorosamente sem sucesso e, como esperado, a audiência baixou e a série acabou por ser cancelada. Como recompensa, a CBS contratou filmes de duas horas do “Crime, Disse Ela” e outros especiais protagonizados por Lansbury. Esta série, juntamente com outros trabalhos para a televisão renderam a Lansbury 18 indicações para Emmy, mas nunca ganhou nenhum.
Andreia Sofia Silva EventosZine Photo | Penúltimo número com homenagem a um avião O número 11 da Zine Photo, publicação de fotografia de autoria de João Miguel Barros, faz uma homenagem ao Pipeta Saratoga, um pequeno avião de apenas seis lugares propriedade de um amigo. O curador, fotógrafo e advogado pretende abrir a Ochre Space, uma galeria de fotografia em Lisboa, na Primavera do próximo ano Está quase a fechar-se o capítulo da Zine Photo, um projecto editorial de fotografia com apenas 12 números lançado pelo fotógrafo, curador e advogado João Miguel Barros. A 11ª edição acaba de sair e tem como título “Saratoga”, sendo uma homenagem ao avião Pipeta Saratoga, que era de um amigo de João Miguel Barros. “Este número tem como foco uma situação muito concreta. Tenho um amigo que tinha um avião, com um único motor e apenas seis lugares, que estava em Tires [zona de Sintra]. Ele convidou-me algumas vezes para dar uns passeios. Ele tinha o avião há várias décadas e todos os fins-de-semana tratava dele com grande zelo e carinho.” “O meu amigo é médico, mas também piloto, e andava de avião aos fins-de-semana. Era quase como um filho para ele”, lembrou o autor do projecto. De máquina fotográfica em punho, João Miguel Barros fez a última viagem no Pipeta Saratoga antes de este ser vendido, devido à partida do seu proprietário foi para Itália. “Esta zine acaba por ser um tributo a isso. As fotos têm como base o avião propriamente dito e essas duas viagens. Tentei, acima de tudo, levar para a história o meu olhar. Penso que as pessoas já identificam o meu tipo de fotografia como sendo um pouco diferente. Quis fugir ao lado turístico de uma pessoa que vai andar de avião e faz fotografias. Gosto das imagens e acho que acabou por ser um número bem conseguido”, adiantou ao HM. Todas as Zine Photo contém dentro de si “histórias muito simples”, que “não têm nada de transcendente ou de revelador”. “Esta revista é quase uma homenagem a um filho que se vai embora. Para mim também foi uma experiência interessante, pois embora esteja habituado a andar de avião, sempre andei em aviões comerciais, com outro tipo de segurança. Às vezes sentimos uma certa fragilidade do que é a nossa vida quando andamos num avião daqueles.” Depois das revistas, os livros João Miguel Barros não quer ficar por aqui no que diz respeito à fotografia e aos projectos artísticos. Em Dezembro, sairá a 12ª edição da Zine e depois o autor pondera começar a editar livros de fotografia “com histórias mais consistentes e desenvolvidas”. Ao mesmo tempo, a Ochre Space, uma galeria de fotografia, livraria e espaço de investigação, situada em Lisboa, deverá abrir portas na Primavera do próximo ano. “É muito difícil, e às vezes as pessoas não compreendem o esforço que é preciso fazer para conjugar várias dimensões e facetas no mundo da fotografia. Além de ter o lado artístico, como produtor artístico e fazendo fotografia, faço curadoria do trabalho de outras pessoas.” Com tantas facetas profissionais dentro de si, João Miguel Barros confessa sentir, por vezes, um certo conflito interior, por “tentar fazer muita coisa com papéis tão distintos”. “Continuo a achar que tenho pouco tempo para o muito que quero fazer e tenho uma ambição enorme para valorizar a fotografia. Não quero abdicar de nenhuma destas componentes”, rematou.
João Luz EventosCinemateca Paixão | Do neo-realismo italiano à homenagem de Burton a Ed Wood Na sexta-feira arranca na Cinemateca Paixão o ciclo “Pessoas comuns com histórias extraordinárias”, composto por uma selecção de filmes com narrativas centradas num protagonista. Na sessão de abertura é exibido o clássico “Ladrões de Bicicletas”. Fora do ciclo, como não poderia deixar de ser, é exibido um documentário recente sobre a vida e obra de David Bowie As noites de bom cinema na Cinemateca Paixão prosseguem com a exibição de mais um ciclo heterogéneo de obras das mais variadas proveniências e estilos. “Pessoas comuns com histórias extraordinárias” arranca na sexta-feira com o clássico do neo-realismo italiano “Ladrões de Bicicletas”, do mestre Vittorio De Sica, um dos mais influentes cineastas da história da sétima arte. Seguindo a premissa que dá mote ao ciclo, a vida do personagem imortalizado por Lamberto Maggiorani traça uma desesperada crónica da Itália do pós-guerra e da crise que varreu a devastada Europa. “Ladrões de Bicicletas” retrata as dificuldades de um pai de família desempregado a quem é roubada a bicicleta, um bem essencial na busca de trabalho e um pretexto para explorar a relação com o filho. O clássico do neo-realismo italiano é exibido na sexta-feira às 19h e terá uma sessão adicional a 25 de Outubro, terça-feira, às 21h30. No sábado é apresentada uma sessão dupla. Às 19h, o ecrã da Cinemateca Paixão acolhe, “Xiao Wu” a obra filmada em 16mm por realizador chinês Jia Zhangke, um dos nomes cimeiros da chamada sexta geração de cineastas chineses. Neste caso, o anti-herói, Xiao Wu, é um carteirista de uma pequena e pobre vila da província que descontente com o rumo que a sua vida toma entra em conflito com as suas próprias decisões a sua pobre família. Nutrindo um ódio profundo e desdém das suas raízes rurais e humildes, Wu acaba por ser preso no meio da rua, perante o olhar inquisitório dos transeuntes. “Xiao Wu” volta a ser exibido a 21 de Outubro, sexta-feira, às 19h30. O outro filme da sessão do próximo sábado é “Peppermint Candy”, que passa no ecrã na Travessa da Paixão às 21h, da autoria do sul-coreano Lee Chang-dong. “Peppermint Candy” volta a ser exibido a 19 de Outubro, às 19h, e a 25 de Outubro à mesma hora. Portas e travessas O segundo par de filmes do ciclo de cinema tem como protagonista o optimismo desenfreado de homens que lutam contra todas as expectativas. O primeiro é o já clássico de Tim Burton “Ed Wood”, protagonizado por Johnny Deep e com Martin Landau a encarnar o imortal actor Bela Lugosi. Apesar de não ser considerado um ponto alto da carreira de Tim Burton, para os amantes do cinema série-b, “Ed Wood” é uma pérola de ternura, baseada na vida de um dos piores realizadores da história do cinema. Os baixos orçamentos e entusiasmo que torna a pior das performances num acto mágico tornam os filmes de Ed Wood em clássicos do terror, ficção científica e sexploitation. O biopic de Tim Burton é exibido no dia 20 de Outubro, às 19h30, e no dia 27 de Outubro às 19h. Outro dínamo de ternura é “Eddie the Eagle”, que não é propriamente um grande filme e que será apresentado no dia 23 de Outubro, às 16h30. Realizado pelo britânico Dexter Fletcher, o filme é baseado na vida Michael Edwards, um homem que sonha chegar à equipa olímpica inglesa de salto de ski, mas que acumula falhanços bombásticos. Apesar da sua aparência física não se aproximar do protótipo do atleta olímpico, com barriga pouco aerodinâmica e óculos com elevada graduação, Eddie The Eagle, como ficou conhecido na vida real, foi um fenómeno de popularidade. Ásia na tela No dia 19 de Outubro, de hoje a uma semana, a Cinemateca Paixão exibe às 19h30 “The Great Buddha+”, uma comédia negra da autoria do realizador de Taiwan Huang Hsin-yao. A narrativa tem como epicentro um segurança nocturno de uma fábrica de estátuas de Buda e as tropelias em que se envolve com um amigo que tem a estranha obsessão de coleccionar material reciclável. A vida da inusitada dupla entre em rebuliço quando se emaranham numa teia de segredos sombrios ao descobrirem uma colecção de vídeos comprometedores que documentam a promiscuidade do dono da fábrica. “The Great Buddha+” volta a ser apresentado no dia 22 de Outubro, sábado, às 19h. Na segunda sessão do dia 19 de Outubro, às 21h30, é exibido “Red Sorghum”, o filme de estreia do aclamado realizador chinês Zhang Yimou, que, entre muitos poucos de destaque na filmografia, realizou filmes como “To Live”, “Hero” e “The Flowers of War”. Com a segunda guerra Sino-Japonesa como pano de fundo, a acção do filme desenrola-se numa aldeia rural da província de Shandong, narrada do ponto de vista do neto da protagonista, que recorda a vida da avó que na juventude foi vendida pela família para um casamento arranjado com um velho dono de uma destilaria de baiju. “Red Sorghum” volta ao ecrã da cinemateca no dia 27 de Outubro, às 21h30. Finalmente, para completar o ciclo “Pessoas comuns com histórias extraordinárias” a cinemateca apresenta “Cageman”, um filme do realizador de Hong Kong Jacob Cheung. O filme que retrata a vida de moradores em “apartamentos gaiola” é exibido a 23 de Outubro, às 18h30, e no dia 28 às 19h30. Homem das estrelas Fora do ciclo, mas digno de menção para amantes da música de David Bowie, importa referir a exibição do mais recente documentário sobre a vida e obra do artista britânico “Moonage Daydream”, realizado por Brett Morgen. O filme será exibido ao longo do mês, com a primeira sessão marcada para amanhã às 21h, voltando ao ecrã da Travessa da Paixão a 18 de Outubro (19h30), 22 de Outubro (21h), 26, 29 e 30 de Outubro (sempre 19h30). Segundo a sinopse, “Moonage Daydream” retrata a vida e génio de David Bowie, “um dos mais prolíferos e influentes artistas dos nossos tempos”. “Contando através de um caleidoscópio de imagens nunca antes vistas, performances ao vivo e música, Brett Morgen explora a viagem espiritual, musical e criativa de David Bowie”. O documentário que estreou no passado mês de Setembro nos Estados Unidos é imperdível para qualquer fã de Bowie que se preze. O bilhete para todas as sessões mencionadas custa 60 patacas.
Hoje Macau EventosFRC | Exposição de Emílio Cervantes Júnior para ver a partir de quarta-feira A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta, a partir de quarta-feira, a exposição de pintura “Inspiração – Paisagens Antigas de Macau”, do falecido artista nascido no México e radicado em Macau, Emílio Cervantes Júnior. A curadoria da mostra está a cargo de Joana Cervantes Nogueira. Podem ser vistas 33 obras a óleo, aguarela, guache e tinta-da-china que revelam imagens de Macau, das suas ruas, edifícios, barco e pessoas, pintadas ao longo de 17 anos. Emílio Cervantes Júnior nasceu a 9 de Julho de 1931 no México, mas veio viver para Macau com cinco anos de idade, com os pais, tendo ficado no território até ao fim da sua vida. O artista fez carreira militar, tendo estacionado no Quartel General em Macau até a sua reforma. Mas era um homem de interesses variados, dedicando-se igualmente ao desporto local e à música. Pertenceu à orquestra da Tuna Negro-Rubro, do Dr. Pedro José Lobo, onde tocava clarinete, saxofone, banjo, viola e outros instrumentos. As obras vão estar expostas na Galeria da FRC até ao dia 29 de Outubro de 2022. Na quarta-feira, a inauguração tem lugar às 18h30.
Andreia Sofia Silva EventosKa-Hó | Exposição de Chen Xiaofeng no espaço “Hold on Hope Project” “Gems on Paper – The World Beyond Exlibris” é o nome da exposição da artista Chen Xiaofeng que abre ao público este domingo no espaço “Hold on Hope Project”, na vila de Ka-Hó. Nesta mostra revelam-se 38 obras que giram em torno da ideia das emoções criadas pelos livros e do conceito de exlibris”, ou seja, vinhetas coladas em livros “Exlibris”, termo latino que significa uma vinheta ou sinal decorativo usados pelos bibliófilos ou escritores nas obras que possuem e escrevem, dá o mote à nova exposição acolhida pela galeria do espaço “Hold on Hope Project”, gerido pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM) na vila de Ka-Hó, em Coloane. A mostra, que é inaugurada no próximo domingo, às 16h, intitula-se “Gems on Paper – The World Beyond Exlibris” e revela trabalhos da artista Chen Xiaofeng. “Exlibris” é um termo clássico, que data do período do Renascimento, precisamente quando a edição de livros se começou a generalizar. Neste caso, a artista decidiu trabalhar em torno da criatividade que estas vinhetas e sinais criativos usados em livros contêm para realizar 38 obras, incluindo também algumas pequenas pinturas. O trabalho de Chen Xiaofeng é marcado pelo uso de diferentes tons de cinzento juntamente com cores quentes e frias, o que permite criar nos quadros “um caleidoscópio de emoções que mostra a força e a beleza das nossas vidas”. Uma vez que o cinzento “não é preto nem branco, descrevem a ambiguidade dos sentimentos que não se conseguem descrever com palavras, o que encaixa bem nas emoções ilusórias no amor”. Pensamentos e sentimentos Exemplo do trabalho de Chen Xiaofeng em torno das emoções humanas é a obra “Ladies in Jade”, onde a artista ilustra os livros como sendo figuras humanas. Neste caso, parte-se da ideia de que, em tempos antigos, as pessoas acreditavam que o conhecimento oriundo da leitura de livros poderia trazer riqueza e amor. Hoje em dia o acto de leitura “alterou-se para uma acção iniciada por cada pessoa”, ou seja, “o acto de se apaixonar pelo seu livro”. Isto porque “o acto de escolher um livro, nos dias de hoje, é como escolher uma árvore na floresta”. Os leitores “conseguem ler o mundo num livro, encontrar uma e outra alma, apreciar diferentes emoções, apreciar a diferença na vida”. Neste caso, os exlibris “reflectem a emoção exacta nos nossos corações e a busca por um novo mundo”. Destaque ainda para as obras “Show Time”, “Mask” ou “Sprout” que são “figurativas e abstractas, reflectindo os pensamentos de Chen Xiaofeng sobre diferentes conteúdos de livros”.
Hoje Macau EventosHumarish Club | Exposição de arte contemporânea decorre até Novembro A galeria de arte Humarish Club, situada no empreendimento Lisboeta Macau, inaugurou na última sexta-feira uma mostra de arte contemporânea, intitulada “Blind Love” com cinco artistas internacionais: Adam Handler, Ito Aya, Javier Martins, Jun Oson e Lin Yen Liang. O projecto acontece em parceria com a consultora local Pat Culture and Art “BlindLove” é o nome da mais recente mostra disponível na galeria de arte Humarish Club, no Lisboeta Macau. Inaugu- rada na última sexta-feira, e patente até ao dia 15 de Novembro, a exposição traz apenas cinco nomes de artistas internacionais. São eles, Adam Handler, Ito Aya, Javier Martin, Jun Oson e Lin Yen Liang. Esta iniciativa cultural nasce de uma parceria com a consul- tora de arte de Macau Pat Culture and Art. Pretende-se também, com esta mostra, “fazer com que o público perceba a importância do amor na vida através de obras de arte que expressam aideia de que o amor empodera e que não temos mais de ter medo de nada que aconteça à nossa volta” Sob a temática do amor cego, os artistas são convidados a expressarem, através da arte, os piores momentos vividos durante a pandemia, com as restrições de viagens, o isolamento e as fases de contágio. Pretende-se também, “fazer com que o público perceba a importância do amor na vida através de obras de arte que expressam a ideia de que o amor empodera e que não temos mais de ter medo de nada que aconteça à nossa volta”, lê-se numa nota de imprensa. Todos os artistas fazem a sua estreia em Macau. No caso de Adam Handler, a sua peça “Ghost Abduction in a Lost Flower Garden” foi leiloada na Sotheby’s por 441 mil dólares de Hong Kong. O artista nova-iorquino já expôs por todo o mundo passando pelos EUA, Europa, Ásia, África e região do Médio Oriente, sendo conhecido pelo seu trabalho cheio de cores mescladas com imagens saídas de sonhos e uma pinta de humor negro. “O seu estilo criativo questiona as noções e assumpções das pessoas sobre o mundo real que existe à sua volta, redesenhando as possibilidades sobre os sistemas estéticos”, lê-se ainda na mesma nota. Quatro identidades A mostra de arte contemporânea conta também com Ito Aya, que foi artista residente na galeria da Royal Siberian Academy, em Dublin, Irlanda, no ano de 2018. Natural do Japão, a artista já foi premiada e expôs colecti- vamente em mostras como “VOCA 2010”, patente no Ueno Royal Museum”, em Tóquio, e “RESONANCE”, no Suntory Museum, em Osaka. Destaque ainda para a exposição “Really Realistic Reality”, que pôde ser vista no Museu de Arte Moderna em Wakayama, no ano de 2015. Nascido em 1985 em Espanha, Javier Martin é o senhor que se segue nesta exposição. O pintor começou a dar as primeiras pinceladas aos sete anos, sendo que, aos oito, inaugurou a sua primeira exposição. O primeiro prémio sobre o seu trabalho chegaria aos nove anos. Durante mais de uma década, Javier Martin trabalhou na série de pinturas intitulada “Blindness”, uma das mais icónicas da sua carreira. Em 2012, o artista espanhol inaugurou a sua primeira exposição na Ásia, no espaço M50 Art Zone. Em 2016, apresentou o trabalho “Lies and Light” numa exposição individual na Art Basel de Hong Kong. “Blind Love” conta com mais um artista japonês na lista. Desta feita é Jun Oson, que é também ilustrador e bastante conhecido pelo seu trabalho feito com cartoons, onde os traços a negrito e com cores festivas atraem tanto crianças como adultos. Jun Oson também já expôs um pouco por todo o mundo, em países e regiões como o Reino Unido, França, Espanha e Hong Kong. Sob a temática do amor cego, os artistas são convidados a expressarem, através da arte, os piores momentos vividos durante a pandemia, com as restrições de viagens, o isolamento e as fases de contágio. Natural de Taiwan, Lin Yen Liang encerra o grupo de cinco artistas escolhidos para esta exposição. O seu trabalho foca-se nas pinturas em três dimensões e na escultura, sendo que o autor explora muito os retratos de crianças e animais, expondo as suas personalidades. Em 2006 o artista fundou a sua própria marca, “BaNAna”, que, em 2012, se transformou na marca de ilustração “BaNAna Lin”.
Hoje Macau EventosFotografia | Revista da Halftone volta a sair este sábado Será lançado este sábado, às 18h30, na Livraria Portuguesa, o terceiro número da revista de fotografia da Halftone – Associação Fotográfica de Macau. Esta edição conta com trabalhos fotográficos de José Sales Marques, Pedro Benjamim, Stefan Nunes, António Bessa Almeida e Nuno Veloso, prestando ainda homenagem a Frank Lei, falecido em Maio deste ano. O editorial desta edição intitula-se “Uma espécie de magia”, sendo as fotografias publicadas um retrato do sentimento “muitas vezes contraditório” do amor que se tem por Macau, ainda que haja “aspectos que se odeiam e outros que se gostam demasiado”. Recorde-se que este é um projecto que visa dar a conhecer trabalhos de fotografia de fotógrafos amadores, sendo a revista publicada a cada três meses e com edições limitadas de 300 exemplares cada. A revista é editada com a orientação do Grupo Editorial da Halftone composto por António Duarte Mil-Homens, João Palla Martins, João M. Rato e Sara Augusto.
Hoje Macau EventosTeatro | CCM apresenta “Escrito na Água”, de Stan Lai, em Novembro O Centro Cultural de Macau acolhe, em Novembro, a peça do conhecido encenador de Taiwan, Stan Lai, “Escrito na Água”. Entre os dias 25 e 26 de Novembro o público poderá ver um dos maiores exemplos do chamado teatro de vanguarda, com uma história sobre a busca da felicidade Novembro é o mês de Macau receber a peça “Escrito na Água”, do conhecido encenador de Taiwan Stan Lai. O espectáculo que acontece nos dias 25 e 26 de Novembro no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) conta a história de um homem que regressa a casa após um período de estudos no estrangeiro. Na esperança de iluminar algumas almas sombrias, inscreve-se num curso de “Felicidade”, mas depressa se desilude com a sede de lucro de um sócio ganancioso. A peça inspira-se nas ideias do escritor francês, e também monge budista, Matthieu Ricard, autor de “O Livro da Felicidade”. “Escrito na Água” estreou há alguns anos no rescaldo da devastadora crise financeira do subprime 2008. O Instituto Cultural (IC) salienta o regresso de Stan Lai ao CCM após a apresentação de dois espectáculos da sua autoria, “Um Amor Secreto no Paraíso” e “A Aldeia”, descrito como sendo uma peça “épica”. Longa carreira Nascido nos EUA, Stan Lai iniciou a carreira criativa em Taiwan, e depressa os seus trabalhos subiram aos palcos na China, chegando depois tanto à diáspora chinesa como ao público ocidental. Ao longo de mais de 30 anos, o encenador tem criado inúmeras peças, muitas das quais foram reconhecidas por uma extensa lista de prémios e distinções. Nascido em 1954 em Washington, onde o pai trabalhava na embaixada da República Popular da China, Stan Lai voltou para Taiwan com a mãe em 1966. Na Universidade Católica de Fu Jen o encenador estudou literatura inglesa, tendo-se formado em 1976. Dois anos depois casou, tendo regressado aos EUA. Em 1983, Stan Lai doutorou-se em arte dramática na reputada Universidade de Berkeley, na Califórnia. De frisar, que a segunda sessão de “Escrito na Água” contará ainda com uma tertúlia, realizada antes do espectáculo, onde serão partilhadas algumas ideias sobre o extenso trabalho de Stan Lai. A sessão é aberta ao público e apresentada em mandarim e cantonense. As duas sessões do espectáculo são em mandarim, mas terão legendas em inglês e cantonense. Os bilhetes estão à venda desde o dia 25 de Setembro.
Hoje Macau EventosGastronomia | Aulas com chefes macaenses até Abril Começaram ontem, e decorrem até Abril, as “Aulas com mestres sobre a herança cultural da cozinha macaense”, um projecto promovido pelo Governo, nomeadamente pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), em parceria com a Wynn e o Instituto de Formação Turística (IFT). Ontem, na primeira aula, foram ensinadas as receitas de galinha africana e minchi, um dos pratos mais conhecidos da comida macaense. Estas aulas são levadas a cabo por chefes de cozinha macaense estando previstas sete demonstrações destinadas aos profissionais da área da restauração e estudantes locais. As aulas decorrem na Wynn Macau e no Centro de Actividades do Ensino Técnico-Profissional, em Seac Pai Van, da DSEDJ.
Andreia Sofia Silva EventosColoane | Pinturas invadem vila, num diário pictórico feito por um artista anónimo Entre 1 e 7 de Outubro, a vila de Coloane terá espalhado nas ruas uma série de quadros de um artista anónimo. Sem inauguração oficial, sem explicação, sem artista, “See her around Coloane” é um diário de imagens de uma personagem por várias cidades e que culmina na ilha Apenas arte. Sem artista, sem pessoalizar, sem inauguração oficial ou clandestina, sem fitas cortadas ou coroas de flores, as ruas da vila de Coloane serão ocupadas por uma série de quadros que retratam o diário de uma mulher, cujo nome poderia ser traduzido como “Pequena Escuridão”. Os quadros vão estar expostos na rua entre amanhã e sexta-feira, dia 7 de Outubro. O HM falou com o artista que não se quis identificar, mas que revelou que este será o primeiro episódio de um projecto para continuar. “Ao longo deste mês desenhei algo bastante diferente do que estou habituado. A minha inspiração foi o tempo desta altura, o Outono e a tranquilidade. Quis fazer algo mais leve e casual”, contou o artista. Todos os trabalhos têm como epicentro uma mulher, a “Pequena Escuridão”, que após viajar por inúmeras cidades acaba por chegar a Coloane. Ao longo das ruas da vila, apenas um quadro sustentado por tripé funciona como uma publicação numa rede social, com o desenho a substituir a tradicional selfie, e a caminhada a equivaler ao scroll down numa aplicação para telemóvel. Em vez do ecrã de um aparelho eléctrico, a vida da personagem central da não-exposição decorre na via pública. Atrás da cortina “Não tenho expectativas em relação a este projecto, não meti o meu nome no poster”, indicou o artista, afastando o protagonismo naturalmente decorrente da identificação. “Em situações anteriores, o público poderia associar os trabalhos à minha pessoa, quis evitar isso. Quem sabe quem eu sou, pronto, que saiba. Mas pode ser que quem não saiba se interrogue sobre como foram ali parar estas pinturas. O artista desapareceu. Quero deixar essa parte identitária à imaginação do público”, contou. Resta a interacção entre os transeuntes e as obras, sem inauguração, sem presenças oficiais, sem hora para começar ou acabar. O artista revelou ao HM que em trabalhos anteriores é recorrente o encontro entre a arte e a vida, a sua vida. “Frequentemente, a criação artística parte de uma ideia grande. Desta vez limitei-me a reproduzir representações de momentos, como um diário em imagens. Não quis desenhar coisas relacionadas comigo. Sou um homem e criei uma mulher que conta histórias através de imagens.” Nas antípodas das grandiloquentes elaborações sobre objectos artísticos, “See her around Coloane” é uma brisa, um convide a um passeio relaxado pela vila, um hino à casualidade.
Andreia Sofia Silva EventosLivro | Relatos e cartoons sobre grandes cantores apresentado hoje José Manuel Simões escreveu durante anos sobre músicos e música e, desta vez, resolveu lançar um livro sobre nomes bem conhecidos como Cesária Évora, Céline Dion, Arnaldo Antunes ou Adolfo Luxúria Canibal, entre outros. A obra, intitulada “IE!! Na intimidade com as estrelas da música”, é baseada em crónicas jornalísticas, inclui cartoons de Rodrigo de Matos Cesária Évora, a grande diva da música de Cabo Verde, actuava descalça em palco e era conhecida por beber e fumar muito. Um dia, nos bastidores do Coliseu do Porto, antes de actuar, despejou uma garrafa de aguardente velha, que fez acompanhar com café e cerveja. Na hora de pedir a segunda garrafa, deixou o jornalista que a observava atónito: como é que ela ia cantar depois de beber tanto álcool? José Manuel Simões era esse jornalista e acabou por perguntar: “Dona Cesária, não me oferece um copinho?”. “Estabeleceu-se ali uma relação que foi até ao fim da vida dela”, recordou, ao HM, o então jornalista, hoje académico da Universidade de São José e autor do livro de crónicas “IE!! Na intimidade com as estrelas da música”. A obra, que conta com textos sobre músicos portugueses e internacionais bem conhecidos de todos, baseia-se em crónicas jornalísticas do mesmo autor e inclui cartoons de Rodrigo de Matos. A apresentação acontece hoje no bar Roadhouse, a partir das 17h30, com moderação do jornalista José Carlos Matias, mas a obra será também apresentada no Porto, em Portugal, em Dezembro. José Manuel Simões espera ainda editar um segundo volume do livro. As crónicas de música de José Manuel Simões foram publicadas na imprensa portuguesa entre os anos 90 e 2000, nomeadamente no Jornal de Notícias e Correio da Manhã. Nelas se revelam pormenores curiosos, interessantes ou engraçados sobre a relação que o autor foi estabelecendo com muitos dos músicos que entrevistou, e que deram origem a este livro. “Entre 2018 e 2019 comecei a compor [as crónicas] quase como um exercício de memória e um lugar de afecto”, disse o autor ao HM. “Tinha saudades das minhas relações com os músicos e com a música, pois Macau não é propriamente um lugar de música, muito menos de pop rock. As crónicas têm um aspecto insólito, que são as particularidades das relações que fui construindo ao longo dos anos. Como jornalista, quando entrevistamos a mesma pessoa várias vezes criamos laços. Conto histórias a que assisti, nos bastidores, essas intimidades fazem parte do livro”, descreveu ainda. O livro, editado pela Media XXI, retrata pedaços das vidas de músicos como os brasileiros Arnaldo Antunes, Ana Carolina e Daniela Mercury, ou ainda Debby Harry, vocalista dos Blondie, ou Ben Harper, entre outros. Numa nota, José Manuel Simões acrescenta que “alguns dos episódios aqui revelados baseiam-se nessas crónicas que davam a conhecer aos fãs, sempre ávidos de saber algo mais sobre quem admiram, momentos inesquecíveis que tive a felicidade de viver e que hoje, volvidas duas décadas, estão aqui expostos”. José Manuel Simões, que escreveu as biografias de Cesária Évora e Júlio Iglésias, contou ainda uma história particular que viveu com o músico espanhol, ainda que não esteja retratado em “Na intimidade com as estrelas”. “É um cantor que não aprecio particularmente, mas estive na casa dele em Miami, em Madrid, conheci o pai dele, a família. Ele não gostou do livro e disse que não me autorizava a publicá-lo, mas eu fi-lo na mesma. Perdi uma fonte e um amigo, mas achei que era do interesse público [contar a história].” O traço de Rodrigo Rodrigo de Matos foi desafiado a criar desenhos de personalidades bem conhecidas do mundo da música e não hesitou. “Tentei fazer caricaturas mais ou menos originais baseando-me nas coisas escritas nas crónicas. O desafio passou por fazer isso de forma pertinente e engraçada ao mesmo tempo. Já conhecia os artistas e alguns eram-me mais próximos. Mas tentei fazer o trabalho sempre da mesma forma.” O cartoonista confessou que fazer o desenho de Céline Dion revelou-se mais difícil. “As crónicas variam um pouco em termos de capacidade de visualização de uma cena. A de Celine Dion era bastante introspectiva e baseava-se numa relação pessoal que ele escreveu com ela, e não teve nenhum episódio muito rocambolesco. Tive uma certa dificuldade nesse desenho.” Acima de tudo, Rodrigo de Matos quis que o seu trabalho “fosse ilustrativo dos próprios textos, mas sem ser algo redundante”. “Isso consegue-se com uma introdução humorística, de um determinado aspecto do texto, sem fazer o retrato literal de uma cena”, acrescentou.
Hoje Macau EventosOktoberfest | Regresso ao MGM em Outubro O Oktoberfest Macau vai regressar no próximo mês, com um novo conceito “Cheers, Macau!”, de acordo com a MGM China, que vai decorrer no MGM Theater no Cotai. Entre 20 e 30 de Outubro, vão ser várias as noites que visam celebrar os 11 anos de vida do evento, e que contam com a participação de artistas como a banda Tarzan, Liu Wenjun ou Fu Xinyao. Também as bandas locais, Amulets e Gimme 5 vão subir ao palco para entreter os espectadores. As sessões nocturnas decorrem todos os dias entre as 18h e a meia noite, com os preços de entrada a serem de 180 patacas. Em relação às sessões de almoço, feitas a pensar nas famílias, estão agendadas para 22, 23, 29 e 30 de Outubro, com um preço de entrada de 180 patacas. No caso de reservas de mesa, o consumo mínimo é de 250 patacas por participante.
João Santos Filipe EventosExposição | Papa Osmubal e Leong Fei In na Creative Macau Com inauguração marcada para 7 de Outubro, a exposição Esconde-Esconde vai mostrar até 29 do mesmo mês os trabalhos em papel recortado de Leong Fei In e Papa Osmubal. Em tempos de incerteza, a guerra na Ucrânia e a ansiedade quotidiana foram os temas de partida para os artistas locais Intitulada “Esconde-Esconde: trabalhos artísticos em papel recortado”, o Centro Creative Macau recebe a partir de 7 de Outubro, e até dia 29 do mesmo mês, as obras dos artistas Papa Osmubal e Leong Fei In. Com trabalhos em papel recortado figurativo, o Centro Creative Macau apresenta uma “arte popular” que tem sido utilizada ao longo dos anos para transmitir de geração em geração histórias, lendas, fábulas e mitos. Nos trabalhos em exposição, Papa Osmubal explora o conceito de História como uma realidade eternamente “desfeita/inacabada”, um “jogo de escondidas, um enigma” e uma “razão mendigando palavras audíveis”. A inspiração para a abordagem surgiu com a invasão da Ucrânia pela Rússia, em Fevereiro deste ano, e o impacto da guerra na Europa. Através de várias figuras de papel recortado, marcadas por traços opostos, com algumas figuras mais populares, outras impopulares, célebres ou infames, pacíficas ou brutais, Papa Osmubal pretende mostrar que não é possível encontrar uma razão para explicar o que leva a humanidade, em diferentes períodos, a construir e desconstruir a sua própria História. “A História está sempre em falta, implorando para ser completada, não interessa a grandeza dos homens, da notoriedade ou das grandes quantidades de riqueza, a História vai permanecer ‘desfeita/inacabada’”, argumenta o artista. “A História é complexa, um jogo de escondidas, um enigma, a razão mendigando palavras audíveis”, acrescenta. Fonte catártica Por sua vez, Leong Fei In centra o seu trabalho em papel no “desenho de linhas em grelha”. Esta foi a forma que a artista encontrou para lidar com o stress e a ansiedade de um ambiente mediático que muitas vezes foca a atenção nos eventos mais negativos. “Intermináveis notícias negativas são actualizadas diariamente, especialmente nos anos mais recentes. Gerir a tensão e a ansiedade tornou-se a minha rotina”, confessa Leong. “Encontrei uma fórmula de redução do sentimento de mal-estar, medo, ou pânico através de uma tarefa repetitiva. Em criança contava para acalmar a minha ansiedade, hoje desenho linhas em grelha, com regras simples e potencialmente infinitas a proporcionarem-me sentimentos de calma e prazer”, justificou. “O impulso deste projecto de desenhar linhas em grelha, vem de um lugar profundamente pessoal: um lugar de mal-estar emocional e psicológico que pela repetição, teve um efeito restaurador e terapêutico”, reconhece. As obras de Leong vão ser assim apresentadas com base em três elementos-chave: as linhas em grelha como a representação do papel, o corte do papel como o acto de destruir e criar, simultaneamente e, finalmente, a dobra do papel, que transforma a superfície de duas dimensões num objecto tridimensional. Dois artistas, duas histórias Papa Osmubal, cujo nome é Oscar Munoz Balajadia Jr., é um poeta-artista residente em Macau, que tem focado o seu trabalho na caligrafia ocidental e na produção de textos modernos e clássicos. Também é professor. Em 2017, foi o vencedor do Prémio Nacional das Filipinas, na categoria de Língua, com o livro Raízes de Capapanga. Expôs individualmente pela primeira vez em 2016, num evento intitulado “Voz no Papel”, organizado pela Fundação Rui Cunha. Mais recentemente participou nas exposições colectivas “Destrancar essa Porta” e “0 Zero and Sine Die”, no âmbito do 17.º e 19.º aniversário do Centro das Indústrias Criativas – Creative Macau. Leong Fei In nasceu em 1981 e é uma artista plástica. Licenciou-se em 2016 na Escola Superior de Artes de Camberwell e obteve um Mestrado em Artes Visuais, na especialidade Artes do Livro pela Universidade de Artes de Londres. Trabalha gravura, livro, escultura e instalação em papel. As suas exposições individuais incluem “Cordão Isolador” (Pequim, 2020), “Yuan Belo” (Duo-Exposição, Pequim, 2019), “O Peso do Contexto” (Macau, 2018), Entre (Quioto, 2017) e “Em Condições” (Londres, 2016).
Hoje Macau EventosIIM | Rika Naito e António Aresta ganham Prémio Identidade A professora Linda Rika Naito e a professor António Aresta foram distinguidos pelo Instituto Internacional de Macau (IIM) com o Prémio Identidade, edição de 2022. O anúncio foi feito ontem “após deliberação unânime” do júri constituído pelos órgãos sociais do IIM. Esta é a primeira vez que o IIM atribui o prémio a uma individualidade de nacionalidade estrangeira. Rika Naito lecciona Estudos sobre Macau nas universidades japonesas de Keio, Sophia e também em Tóquio. Estudou língua portuguesa em Leiria e Aveiro, tendo completado a licenciatura em Língua Portuguesa na Universidade de Sophia. Em 2009, obteve Mestrado pela Universidade Aberta de Tóquio, com a tese “transformação da etnicidade macaense após a transferência de poderes”. Publicou ainda vários livros em japonês sobre a Cultura, Gastronomia e Literatura Macaenses. Em 2016, ganhou o 19º. Prémio literário Rodrigues, o Intérprete, conferido pela Embaixada de Portugal no Japão. Por sua vez, António Manuel Borges Aresta é licenciado e mestre em Filosofia pela Faculdade de Letras do Porto, onde também concluiu a parte curricular do doutoramento em Filosofia. Foi professor de Filosofia em Portugal, Macau e Moçambique. Dedica-se a investigar a história cultural de Macau e a história da filosofia, tendo vários livros publicados em prol da memória de Macau no Oriente. O Prémio Identidade, instituído em 2002, destina-se a distinguir personalidades, individuais e colectivas, que, nos campos da Cultura em geral, nas Artes, no Pensamento, na Antropologia, nas Ciências Jurídicas e na Educação e Ensino “tenham contribuído relevantemente para a substanciação dos factores da identidade de Macau”.
Hoje Macau EventosGastronomia | Livro com receitas da diáspora chega em Outubro Tiago Martins, franco-português, lança em Outubro o livro “L’Histoire du Portugal dans mon assiette” que inclui mais de 60 receitas portuguesas e factos histórico-culturais sobre o país. A cultura e a história de Macau estão presentes na conta de Instagram de Tiago Martins O livro “L’histoire du Portugal dans mon assiette” chega em Outubro às livrarias em França, com mais de 60 receitas e factos históricos sobre a gastronomia portuguesa compilados por Tiago Martins, um franco-português que faz sensação nas redes sociais. “Já no Instagram eu falava de gastronomia e de história de Portugal. Com a pandemia e a popularidade crescente da minha conta, conheci pessoas, conheci a editora Cadamoste e começaram a surgir algumas ideias, resolvemos então escrever este livro há dois anos. Houve muita pesquisa, fui muito a Portugal, do Norte ao Sul, fui a restaurantes, mas o mais difícil foi coordenar os mais de 60 ‘chefs’ que estão no livro”, disse Tiago Martins em declarações à Lusa. Na conta “Portuguese Facts”, na rede social Instagram, Macau surge explicado num vídeo de um minuto que destaca as especificidades culturais do território, como é o caso da presença da toponímia em português, das Ruínas de São Paulo ou da Calçada Portuguesa. Destaque ainda para uma publicação onde Tiago Martins fala de alguns dos mais importantes monumentos do território, como é o caso da Fortaleza do Monte ou a zona do Leal Senado, entre outros. De frisar ainda, uma outra publicação sobre o bairro português de Malaca, na Malásia. Tiago Martins nasceu em França, mas os pais são da aldeia da Barrenta, perto de Leiria, tendo tido sempre um interesse pela história e geografia de Portugal. A conta de Instagram foi crescendo, tendo agora mais de 14 mil seguidores. Sem formação em cozinha, este franco-português recorreu então a ‘chefs’ em Portugal e fora do país para reunir cerca de 60 receitas de pratos tradicionais portugueses. “Eu sei cozinhar, mas eu não tenho legitimidade para escrever uma receita. O que eu queria era um livro colaborativo, gosto muito dessa ideia por sermos uma diáspora solidária. Assim, cada receita tem um chefe diferente porque cada um tem uma ideia diferente da cozinha portuguesa”, explicou. Pratos globais Assim, no livro “L’histoire du Portugal dans mon assiette”, ou “a História de Portugal no meu prato”, pode-se encontrar a receita de orelha de porco com ovos ou polvo à lagareiro acompanhado por húmus, pratos tradicionais, muitas vezes reinventados por ‘chefs’ com origens portugueses em França, Suíça, Alemanha, Angola, Macau, Áustria, Canadá, Estados Unidos da América, entre outros. Mas Tiago Martins lembra que este é mais do que um livro de receitas portuguesas em francês. “O livro não tem só receitas. Tem também anedotas históricas e curiosidades, alguns pratos mais estranhos. Mas falo também dos produtos portugueses, da fruta portuguesa, como o ananás dos Açores, e também dos vinhos espirituosos”, explicou. Assim, todos os pratos são acompanhados de factos históricos e das suas origens como a sopa do vidreiro, da Marinha Grande, ou a chanfana. Tiago Martins também incluiu episódios das suas viagens sempre que se deparou com lendas que dão vida a estes pratos típicos. O jovem franco-português não gosta só de escrever sobre a gastronomia, gosta também de a provar e tem os seus pratos preferidos. “É um prato preferido de muita gente, mas adoro bacalhau à Brás. Adoro quando os ovos não estão muito cozidos. Mas também adoro o bacalhau à Gomes de Sá, mas esse não me atrevo a cozinhar porque o da minha mãe é muito bom. No livro, temos uma receita do bacalhau à Gomes de Sá de um ‘chef’ alemão, que é muito diferente, mas a essência está lá”, indicou. O livro estará nas livrarias francesas a partir de 13 de Outubro, com uma tiragem de 4.000 exemplares, e Tiago Martins tem já pedidos de outros pontos do mundo, como Estados Unidos, para uma tradução em inglês, pensando também na possibilidade de traduzir o livro para português.
Hoje Macau EventosJoão Pedro Rodrigues filma o que lhe apetece e desta vez é um conto de fadas queer Por Sílvia Borges da Silva, da agência Lusa O realizador João Pedro Rodrigues estreia na próxima quinta-feira, em Portugal, o filme “Fogo-Fátuo”, que é “declaradamente uma comédia”, um conto de fadas queer no qual entram ainda incêndios, alterações climáticas, monarquia e colonialismos. “Fogo-Fátuo” chega aos cinemas portugueses depois de ter aberto a Quinzena dos Realizadores, em Cannes, de já ter tido estreia em salas francesas e de estar a fazer um intenso e elogiado percurso por outros festivais. João Pedro Rodrigues, nascido em Lisboa em 1966, já não assinava uma longa-metragem em nome próprio desde 2016, ano em que venceu o prémio de melhor realização com “O Ornitólogo”, no Festival de Locarno. Assinou algumas ‘curtas’ e fez o documentário “Onde fica esta rua?”, com o realizador, produtor e companheiro João Rui Guerra da Mata, também já exibido este ano em festivais. A fazer filmes desde finais dos anos 1990, João Pedro Rodrigues entrou agora, pela primeira vez, no registo de comédia com esta longa-metragem, que o próprio descreve como uma “fantasia musical”, sobre um jovem príncipe que quer ajudar o país a livrar-se do flagelo dos incêndios e que acaba por se apaixonar por um bombeiro. A relação entre aqueles dois homens “é o que mantém o filme de pé, mas também é uma história de amor entre um príncipe e um bombeiro e, além disso, acho que só pode ser tratado de uma forma cómica, em particular em Portugal. O tom da comédia está certo para isto. É um bocadinho conto de fadas”, afirmou o realizador, em entrevista à agência Lusa. “Fogo-Fátuo”, protagonizado por Mauro Costa e André Cabral, “é uma comédia muito da palavra, do diálogo e da escrita”, que faz rir e pensar sobre a relação de Portugal com o passado monárquico, colonialista, sobre preconceitos, homossexualidade, sobre a incúria dos incêndios florestais, sobre a realidade das alterações climáticas. “Eu não sou muito programático. A minha aproximação à minha criação no cinema não é teórica. Eu vou contando as histórias que têm a ver comigo no momento em que eu as quero contar e que me estão próximas. Sempre fiz os filmes que queria fazer. Felizmente vivemos num país onde existe liberdade e nunca tive nenhuma condicionante”, explicou o realizador. João Pedro Rodrigues lembra que não se desvia do que lhe é essencial: “O que sinto que estou a fazer nos meus filmes é o meu ponto de vista perante o mundo, mas eu não o tenho de explicar. Faço os meus filmes para os outros e para que sejam vistos, mas depois cada um tem liberdade de fazer o que quiser”. O realizador de “Odete” (2005), “Morrer como um homem” (2009) e “A última vez que vi Macau” (2012), correalizado com João Rui Guerra da Mata, admite que, ainda assim, quer libertar-se do que já fez. “Por isso é que se calhar os meus filmes são tão diferentes uns dos outros. Eu não quero sentir-me confortável num estilo ou numa maneira de fazer os filmes. Eu quero sempre questionar-me”, sublinhou. João Pedro Rodrigues tem andado quase sempre em viagem, a divulgar e a falar sobre “Fogo-Fátuo” com diferentes públicos, enquanto planeia o próximo projeto, em montagem financeira, intitulado “O Sorriso de Afonso”. “Vou fazer um filme que se passa durante o 25 de Abril [de 1974]. É a história de um adolescente que descobre a sexualidade nesse período revolucionário. (…) Eu acho que temos uma dificuldade em falar do nosso passado presente e discute-se pouco. Na ficção temos dificuldade em voltar ao nosso passado recente. A mim apetece-me falar sobre isso”, disse. E justifica as escolhas para o próximo filme: “Logo após o 25 de Abril, há um grupo de trabalho homossexual que escreveu um manifesto publicado no Diário de Lisboa, para defender os direitos do homossexuais, e veio o Galvão de Melo [militar que pertenceu à Junta de Salvação Nacional, de onde viria a ser excluído no final de setembro de 1974] à televisão dizer que a revolução não foi feita para prostitutas e homossexuais. Se pensarmos, a homossexualidade só foi legalizada nos anos 1980. A revolução é liberdade, mas a liberdade não era para todos”. Depois de um problema com o produtor do filme anterior, “Ornitólogo”, que está ainda a decorrer em tribunal, João Pedro Rodrigues passou a assumir também o papel de coprodutor das suas obras e não descarta qualquer convite para, por exemplo, trabalhar diretamente para ‘streaming’. “Não digo ‘não’ a nada, a mim interessa-me a variedade e a diversidade. Depende do grau de liberdade que eu pudesse ter. Uma das coisas que fazem com que o cinema português seja reconhecido lá fora é precisamente a sua diferença, são universos particulares. Os filmes não se parecem com outros filmes. E é isso que interessa às pessoas”, sublinhou.
Andreia Sofia Silva EventosCasa Garden | Exposição “Desenhar Macau” inaugurada amanhã “Desenhar Macau”, com pinturas, desenhos e gravuras de Catarina Cottinelli da Costa, é inaugurada amanhã, na Casa Garden, depois do adiamento provocado pelo surto pandémico. Os trabalhos reflectem um período de quatro anos de Macau e diferentes fases, marcadas pelas saudades das viagens e da família e o olhar atento aos diversos espaços urbanos e arquitectónicos Integrada no programa oficial de celebração do 10 de Junho, a mostra “Desenhar Macau”, com desenhos, gravuras e pinturas de Catarina Cottinelli da Costa, estava na gaveta devido ao último surto epidémico. A inauguração da exposição acontece amanhã, às 17h30, na Casa Garden. Ao HM, a artista e docente, com formação em arquitectura, explicou o significado dos trabalhos que reflectem as vivências e percepções de quatro anos de vida em Macau. “Tendo em conta a minha cultura ligada à arquitectura, tenho sempre uma tendência para olhar e registar as coisas de um modo diferente. Uma vez que Macau tem uma cultura bastante diferente daquela em que estava inserida, tive muita curiosidade em conhecer muitos sítios. Macau reflecte situações especiais, não tinha nenhuma experiência no Oriente e foi interessante para mim contactar com as pessoas e também com as vivências e arquitecturas dos espaços.” O foco de “Desenhar Macau” é esse mesmo, o reflexo de espaços icónicos de Macau, tal como o jardim de Lou Lim Ieok. “Foi como fazer um desenho mental, um conhecimento mental desses espaços ligados à urbanidade e às pessoas. Fui um pouco atrás dos meus interesses de momento.” Catarina Cottinelli da Costa descreve a exposição como sendo composta por várias fases, algumas delas ligadas aos sentimentos de saudade da família, de isolamento ou de ausência. É aqui que se podem ver retratos de família pintados a óleo ou pinturas de locais exóticos, como Goa ou Tailândia, feitas a partir de fotografias. “Há um aspecto mais sentimental da exposição que tem a ver com o facto de não poder voltar a casa devido à pandemia. Há uma parte em que explorei o retrato a óleo com pinturas dos membros mais importantes da minha família. Depois tentei ocupar o tempo desenhando e fazendo aguarelas a partir de fotografias. Mas o foco da mostra é Macau, os seus espaços e vivências, e tudo o que fiz desde que vim para cá”, frisou a artista. Novos mundos criativos Catarina Cottinelli da Costa lamenta que Madalena Fonseca, pintora e anterior monitora na Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau, não possa estar presente. “Investi numa área que desconhecia, que é a pintura, graças à Madalena Fonseca. Foi minha monitora e foi com ela que aprendi uma série de coisas, nomeadamente na gravura, com vários tipos de técnicas, que vão estar expressas na exposição”, adiantou. “Desenhar Macau” é a primeira exposição individual de Catarina Cottinelli da Costa, após duas participações em mostras colectivas, e acontece por incentivo de outras pessoas que foram tendo conhecimento do seu trabalho. “É com muito agrado que posso fazer a exposição ainda este ano. Foi a Ana Paula Cleto [delegada da Fundação Oriente em Macau] que me fez este convite e se mostrou sempre muito interessada para que acontecesse ainda em 2022”, adiantou. A mostra pode ser vista até ao dia 21 de Outubro.
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca Paixão | Realizador Lou Yi-an fala sobre filme nomeado para Óscares “Goddamned Asura” volta a ser exibido este domingo, às 17h, na Cinemateca Paixão, mas desta vez acompanhado por uma sessão de conversa com o realizador de Taiwan, Lou Yi-an. O filme está nomeado para a edição dos Óscares do próximo ano na categoria de Melhor Filme Estrangeiro Quem dominar o mandarim e for amante do cinema de Taiwan tem, este domingo, a possibilidade de saber todos os segredos e detalhes da produção do filme “Goddamned Asura”, do realizador Lou Yi-an. O filme tem vindo a ser exibido na Cinemateca Paixão, mas a sessão de domingo faz-se acompanhar de uma conversa com o realizador, também transmitida via Zoom. O filme, que conta com a participação dos actores Morning Mo, Peijia Huang e Joseph Huang, faz parte da lista dos nomeados para a 95.ª edição dos Óscares, que acontece a 12 de Março do próximo ano, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Tal não significa que o filme seja uma estreia em matéria de prémios, uma vez que já foi distinguido no Festival de Cinema de Taipei deste ano como tendo a melhor banda sonora, melhor argumento e melhor actriz secundária de entre os filmes concorrentes. No ano passado, a obra de Lou Yi-an foi ainda distinguida nas categorias de melhor actriz secundária no “Taipei Golden Horse Film Festival and Awards”. Olhar sobre a tragédia A história de “Goddamned Asura”, escrita em parceria com Singing Chen, centra-se em Jan-Wen, que na noite em que celebra o seu 18.º aniversário se envolve, por razões misteriosas, num tiroteio num mercado nocturno. Este incidente marcará para sempre a vida da sua família e amigos, além do trágico impacto provocado nas próprias vítimas e nos familiares dos falecidos. Mas o argumento não deixa de lado a possibilidade de analisar os comportamentos e as escolhas que as vítimas tiveram no exacto momento do incidente. Se tivessem sido diferentes, a tragédia teria a mesma percepção? Lou Yi-an é formado pelo departamento de comunicação da Universidade Católica Fu Jen, tendo trabalhado, nos últimos anos, na produção de filmes e documentários, assumindo os papéis de realizador, produtor e argumentista. Grande parte das suas películas centram-se no tema de experiências de vida reais vividas pelas classes média e baixa da sociedade, incluindo imigrantes. As histórias misturam frequentemente narrativas distintas com traços de humor negro.
Hoje Macau EventosFotografia | Gonçalo Lobo Pinheiro expõe no Brasil O fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau há mais de 12 anos, volta a estar presente no Paraty em Foco – Festival Internacional de Fotografia de Paraty (PEF 2022) cuja 18.ª edição arrancou ontem. Depois de se ter estreado em 2019 na exposição principal com a fotografia “Hope and belief” que retrata Ratna Khaleesy, uma imigrante indonésia residente em Macau, desta vez Gonçalo Lobo Pinheiro apresenta-se com duas fotografias inserido na mostra colectiva “Fotografia Arte Plural” promovida pela Icon Artes Galeria e com curadoria de Angela Magalhães e Nadja Peregrino, que estará patente no anexo do Sandi Hotel, no Largo do Rosário, em pleno centro histórico de Paraty até domingo. Segundo o director de arte Paulo Salgado e as curadoras Angela Magalhães e Nadja Peregrino, responsáveis pela mostra, o público do Paraty Em Foco “poderá apreciar ali processos criativos fecundos que espelham o vigor da fotografia contemporânea”. “A ressignificação de imagens apropriadas; a dinâmica do movimento em formas abstractas; a presença do corpo feminino como afirmação de múltiplas subjectividades; a inter-relação entre fotografia e texto e a linguagem videográfica como lugar de uma perspectiva multimédia”, pode ler-se no manifesto da exposição, publicado no site oficial do festival. O fotojornalista disse estar satisfeito com o regresso. “É com muito agrado que volto a um lugar que muito me diz, não só do ponto de vista profissional, mas também familiar. Apesar desta vez não poder estar presente fisicamente, espero que o festival seja um enorme sucesso e que a mostra ‘Fotografia Arte Plural’ agrade todos os visitantes do certame.” Gonçalo Lobo Pinheiro é o único fotógrafo estrangeiro escolhido para a mostra, sendo representado no mercado brasileiro pela Icon Artes Galeria.
Hoje Macau EventosPátio da Eterna Felicidade | Exposição sobre arquitectura tradicional de Lingnan Desde segunda-feira que é possível visitar, no número dez do Pátio da Eterna Felicidade, a exposição “A Memória dos Tijolos Cinzentos – Exposição de Arquitectura Tradicional de Lingnan”, organizada pelo Instituto Cultural (IC). Esta mostra tem como objectivo “promover a arquitectura tradicional de Lingnan e sensibilizar o público para a arquitectura histórica”, sendo que o complexo do Pátio da Eterna Felicidade “é um dos poucos sítios arquitectónicos de Lingnan em Macau”. Segundo o IC, este tipo de arquitectura nasceu da necessidade de “melhorar a qualidade de vida” tendo em conta as condições metereológicas da região de Lingnan. Neste sentido, os seus habitantes “conceberam e construíram edifícios à prova de calor, chuva, humidade e vento, com base na sua sabedoria acumulada após anos da prática e experimentação”. Desta forma, “a arquitectura de Lingnan não só possui um elevado valor prático e apelo visual, como também ostenta um estilo único”. A exposição está aberta ao público diariamente das 10h às 19h, incluindo nos dias feriados. A entrada é gratuita.
Andreia Sofia Silva EventosMaxim Bessmertny, realizador: “Macau é uma óptima cidade para filmar” “The Violin Case”, actualmente em fase de produção, é a primeira longa-metragem do realizador Maxim Bessmertny. Em entrevista, Maxim confessa ter arriscado muito numa história “complexa”, que conta com 18 personagens que vagueiam entre temáticas como a identidade ou a obsessão. A perda de um violino é apenas um ponto de partida para um filme feito sem subsídios Como tem sido o processo de filmagens desta longa-metragem? Temos 42 zonas de filmagem por toda a cidade. É melhor não revelar quais são para termos algum elemento de surpresa. Mas tem sido um processo muito organizado, porque temos uma boa equipa e produtora. Filmar durante a noite, em Macau, é mais fácil. Macau é uma óptima cidade para filmar cinema. Devia haver cinco filmes por mês a serem feitos aqui. Qual a ligação entre a escolha das zonas de filmagem e o argumento do filme? O que pretendeu puxar para o filme daquilo que Macau tem? Nem penso em zonas de filmagem quando estou a escrever um guião ou a desenvolver a história. Penso no tema, na situação e na emoção, e às vezes surge um argumento. Na realidade, o ponto principal da história passou-se em Hong Kong, mas isso não interessa, pois numa ficção não quer dizer que não possa acontecer em Macau. Como sou de Macau é natural que, quando escreva, pense em ruas ou zonas do território. É sempre com um argumento em mente primeiro. Fale-me um pouco desta história, que nasce de um episódio ocorrido com o seu pai [Konstantin Bessmertny]. Esse é só o incidente principal que deu gás ao resto da história. Na realidade, o filme é sobre muitas coisas, artistas, o tema da obsessão, identidade, a crise de um artista e a relação entre pessoas, sobre a confiança. Temos muitos personagens, cerca de 18, e todos fazem parte de uma história que se passa numa noite e numa manhã em Macau. Como escritor, pego nas minhas experiências, mas depois gosto de ficcionar as coisas também, porque isto não é um documentário. Dessa forma podem-se recriar algumas situações. Quais as suas grandes influências quando escreve uma história? A sua família vem da Rússia, mora em Macau há muitos anos. Este duplo universo influencia-o na hora de fazer cinema? As primeiras memórias de criança dizem respeito ao período em que já estou a chegar a Macau. Venho da China, de comboio, e de repente estou numa cidade já a começar a falar inglês e português. Mas tendo o background de fora de Macau, isso deu-me uma mistura de culturas, entre o Ocidente e o Oriente, e sempre me ajudou a conectar com as pessoas. É isso que me influencia muito, a facilidade de comunicarmos aqui, mesmo não falando uma língua. O meu chinês não é perfeito, mas já chega para comunicar. Estudei na Escola Portuguesa de Macau, um dos actores principais do filme [Kelsey Wilhelm] é meu amigo de infância e é muito engraçado trabalharmos juntos agora, 20 anos depois de nos conhecermos. Também tenho músicos a trabalhar no filme. [The Violin Case] tem o sentimento de uma cidade pequena, onde todos se conhecem e depois aparecem no filme. É um pouco isso, o sentido de comunidade. Isso inspirou-se muito para esta história, [tal como] os filmes de comunidades pequenas, como é o caso de muitos filmes italianos ou do cinema americano dos anos 70, onde persiste sempre o sentido de uma cidade pequena, onde várias coisas podem acontecer. Isso inspira-me sempre na escrita de um guião. O “The Violin Case” é a sua primeira longa-metragem como realizador e, logo por aí, marca uma diferença em relação a trabalhos anteriores. Há uma série de novos elementos no filme? São vários temas novos. Sendo uma longa-metragem estou a arriscar muito mais na história, tenho mais personagens, os temas são mais profundos e as situações ou narrativas são mais complexas. Também estou a trabalhar com um guião em que a história começa com a minha inspiração, isto porque trabalhei com mais dois guionistas. Existe aqui muita colaboração sobre o caminho para onde vão os personagens e discussões em torno disso, sobre a melhor forma de contar esta história. Este é o grande desafio do cinema, especialmente ao fazer um primeiro filme com o apoio de pessoas que gostam de cinema e sem depender de subsídios do sector público. Foi um enorme desafio. Tive de encontrar maneiras criativas de financiar o filme com um orçamento mais pequeno. Expectativas em relação ao filme? Gostava que todos o vissem, quanto mais, melhor. O que um cineasta espera é isso, que as pessoas vejam o filme, porque é uma história que está a ser feita e que é universal, em torno do tema da identidade, das falhas de comunicação, da obsessão. Todas as pessoas podem ver. Naturalmente, o mais importante agora é conseguir terminar as filmagens e entrar na fase de pós-produção. Macau teve um boom na área do cinema. Depois da pandemia, como encara o panorama desta área? Há estagnação? Este é um projecto de arte e de paixão, e percebi que o que interessa é ter a vontade, da parte do realizador, produtor e escritor, para que o filme possa ser executado. Foi assim que descobri que há pessoas que adoram cinema e arte de tal forma que estão prontas a investir sem saber qual será o retorno. É difícil garantir grandes retornos numa primeira longa-metragem. Entendi que não interessa onde uma pessoa está, se houver vontade, um plano e uma estratégia, tudo é possível. Não temos subsídios, mas estamos a fazer uma longa-metragem, e isso deu-me muita motivação. Isso tudo para entender que o cinema é também um negócio, e temos de encontrar formatos que sejam claros, em que haja uma estratégia e futuro. Daí entender que é possível fazer cinema sem ser subsidiado. Também descobri nos castings e no trabalho com as equipas que às vezes pode haver mais dificuldades por causa da língua, por não se falar o chinês, mas há muito talento na área das filmagens. Há muito potencial e muitas pessoas que querem fazer parte de um filme. Isso mostra que é uma área na qual se deve investir. Devem abrir-se mais as portas para a China, resto da Ásia ou na Europa. É uma pena arrancar com uma indústria e depois não haver mais interesse. Para mim isto deve continuar. O violino perdido de Theo Maxim Bessmertny juntou-se a Virgínia Ho e Jorge Cordeiro Santos para escrever a história de um pintor, Theo, personagem interpretada por Kelsey Wilhelm, que perde um violino pintado num táxi. Segundo uma nota de imprensa, este é um filme que “leva o público numa odisseia de uma noite pelas ruas de Macau”, quando Theo tenta encontrar o seu violino. “The Violin Case” é, assim, “uma sátira surrealista, por vezes absurda, onde está presente o choque de diferentes culturas”. Esta é uma longa-metragem que se debruça “sobre a obsessão, o amor próprio, a identidade e a confiança entre pessoas de diferentes backgrounds”. Há seis anos, o pintor Konstantin Bessmertny, pai de Maxim, também andou em busca de uma obra de arte num táxi, episódio que inspirou esta história. “The Violin Case” conta com uma nova versão do violino perdido pintada por Konstantin Bessmertny. O filme conta com mais de 50 membros na equipa, sendo que alguns são caras bem conhecidas do panorama artístico de Macau, como é o caso de Mika Lee (Evelyn), Filipe Baptista Tou (Ah Chong) e Giulio Acconci (como ele próprio). Clara Brito, designer de moda, estreia-se na interpretação como Pauline. O filme é produzido pela empresa Tentonine Productions Limited, produtora que trabalhou com filmes como Shang-Chi and The Legend of the Ten Rings (2021).
Andreia Sofia Silva Eventos MancheteLivro | “Cultura chinesa: Uma perspectiva ocidental” apresentado em Lisboa Da autoria de Ana Cristina Alves e coordenação de Carmen Amado Mendes, “Cultura chinesa: Uma perspectiva ocidental” reúne os artigos de opinião de Ana Cristina Alves publicados no HM e no Ponto Final a partir de 2006. Em seis capítulos, explica-se ao público português diversas facetas da cultura, filosofia, política e economia chinesas Um grupo de personalidades ligadas a Macau reuniu-se na última sexta-feira na livraria Almedina, em Lisboa, para assistir ao lançamento do mais recente livro de Ana Cristina Alves, doutora em filosofia, com especialidade em filosofia e cultura chinesas, e actual directora do centro educativo do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM). “Cultura chinesa: Uma perspectiva ocidental” reúne, em seis capítulos, artigos de opinião de Ana Cristina Alves publicados na imprensa de Macau, nomeadamente nos jornais HM e Ponto Final, a partir de 2006. Carmen Amado Mendes, presidente do CCCM e coordenadora da obra, lembrou o processo de edição e revisão dos textos, iniciado em Fevereiro de 2020. “Quando assumi a presidência do CCCM ela disse-me que queria publicar [os textos], mas eu disse que o que ela tinha não era um livro, mas sim um conjunto de artigos escritos de uma forma ligeira para um público de Macau, sem contextualização. Há coisas que são óbvias para quem vive em Macau, mas não tão óbvias para quem vive em Portugal. Fizemos inúmeras revisões, acrescentamos muitas notas justificativas e referências, contextualização histórica e cultural.” Na opinião da coordenadora do livro, “faltava em Portugal uma obra dedicada à cultura chinesa que explicasse, de uma forma tão simples e objectiva, curiosidades que, muitas vezes, o leitor tem e não teria outra forma de as ver esclarecidas”. “Partimos de um período contemporâneo até às raízes históricas e mitológicas desta civilização milenar e cativante”, frisou. Sem preconceitos O livro é composto por seis capítulos e abrange áreas tão diversas do universo chinês como a economia, filosofia, política ou cultura. Ana Cristina Alves confessou que procurou sempre, no processo de escrita dos artigos, traçar “um olhar despreconceituoso sobre a China”. “Não ia honrar e louvar a cultura, mas tentei passar o olhar de uma perspectiva ocidental sem preconceitos. Aqui encontramo-nos na neutralidade. Fui aprendendo esta perspectiva de neutralidade ao longo dos anos com os próprios chineses. Tentei ver o melhor de cada civilização, mas sem nunca largar a minha perspectiva ocidental.” A obra começa pela área da filosofia, estabelecendo “comparações entre a filosofia oriental e ocidental, mas partindo da filosofia contemporânea para as raízes”. A ideia é que os leitores “ao lerem, sintam que não estão numa biblioteca, mas pensando que, quem escreveu, esteve no terreno e que, a partir das suas vivências, construiu as suas teorias filosóficas com o que viveu”. Desta forma, Ana Cristina Alves deixa claro que “o livro não pode ser considerado um livro de biblioteca, uma vez que foi um caminho existencial que foi sendo percorrido”. Constam nomes da filosofia ocidental, “mais ligados a uma tradição liberal”, como [John] Locke, Kant, Habermas e o japonês Francis Fukuyama. Neste sentido, e segundo a autora, “o pensamento ocidental contemporâneo é fundamental para fazer o balanço entre o socialismo, o nacionalismo e o espaço liberal, que é um espaço de equilíbrio, uma via do meio que o Ocidente encontra”. “O pensamento liberal permite pensar sem medo das consequências, e foi este o fio condutor que segui quando pensei na filosofia chinesa. Apresentei o melhor que pude. Na parte da filosofia política e económica também se mostrou que há um termo entre o socialismo e o nacionalismo, um espaço possível sempre de uma perspectiva ocidental”, frisou Ana Cristina Alves. O livro passa depois para a área da cultura chinesa. “Quando entramos nesse campo o fio condutor começa a ser a filosofia em geral, mas também a filosofia da linguagem, os caracteres chineses, a etimologia, e pensar no que isso nos pode trazer para compreender a cultura chinesa. Depois termina-se com filosofia e com um diálogo à maneira platónica nas considerações finais”, adiantou a autora. A apresentação esteve a cargo do jornalista António Caeiro, ex-delegado da agência Lusa em Pequim, tendo dado lugar a um debate sobre a falta de disseminação da cultura chinesa, sobretudo na área da música e cinema, em Portugal, por oposição às culturas japonesa e coreana. Para Carmen Amado Mendes, “muitos estudos têm sido feitos sobre isso e uma das grandes conclusões prende-se com a dificuldade de aprender a língua e também em termos de a língua ser considerada interessante nas músicas”. Para a presidente do CCCM, “é difícil a língua chinesa ultrapassar certas fronteiras”. Ana Cristina Alves apontou que o caminho é a aposta na educação. “[O mandarim] é uma língua radicalmente diferente [em relação ao coreano e japonês], o que resulta num grande espaço de incompreensão em relação à China. O Japão não é radicalmente neutro porque estão mais próximos do que nós, tal como os coreanos.” A autora da obra lamenta que “nunca venha ao de cima o que é a neutralidade chinesa”. “Se não partimos de um ponto neutral não conseguimos desenvolver um olhar que nos leva a compreender o outro como ele é”, frisou. No final, e perante o repto lançado por uma interveniente, ficou a promessa do CCCM vir a organizar um ciclo de cinema chinês.