Hoje Macau EventosAssociação Sílaba cria novo projecto literário para promover português Um novo projecto literário, a ser lançado no Dia da Criança, quer incentivar a leitura em português em Macau e vai chegar ainda este ano aos países lusófonos, disse à Lusa a responsável pela iniciativa. O “Dinis Caixapiz”, o mais recente projecto da Sílaba – Associação Educativa e Literária, contempla a assinatura trimestral de uma caixa com um livro infantil, uma versão do áudio dessa história e uma revista infantojuvenil. “A melhor maneira de [as crianças] terem acesso a livros é receberem-nos em casa e conseguirem preparar a sua minibiblioteca. Além disso, as crianças nunca recebem correio em nome delas. Achei divertido criar uma caixa que seria entregue em nome do assinante, em vez de em nome dos pais”, explicou à Lusa a presidente da associação, Susana Diniz. À caixa de correio vai chegar uma embalagem que permite às crianças ir “além da experiência tradicional de leitura”, lê-se ainda num comunicado da associação. Esta caixa, além de poder ser recortada, é composta por elementos históricos e culturais “distintivos de Macau, referentes à presença portuguesa no território durante os últimos cinco séculos”. “Permitindo a sua reutilização, alertando para o excesso de lixo produzido nos dias de hoje, estes elementos têm diferentes funções utilitárias para os jovens, estimulando, de igual forma, um momento em família através da exploração de técnicas artísticas no âmbito das manualidades”, afirma-se ainda na nota. O “Dinis Caixapiz” vai ser lançado a 1 de Junho nas instalações do Instituto Português do Oriente, integrado nas comemorações de Junho – Mês de Portugal em Macau, e dirige-se a crianças falantes de português, com idades entre os 5 e os 12 anos, a escolas bilingues no território e professores de português como língua materna e ou de língua estrangeira. “Falamos de um território especial, onde a língua portuguesa é cada vez mais promovida e procurada por parte de pais para os seus filhos, mas encontram grandes dificuldades na sua compreensão, interpretação e possível desenvolvimento”, indicou Susana Diniz. Neste sentido, a responsável acredita que “todos os projectos de promoção da língua portuguesa são importantes para o desenvolvimento da língua e da cultura e para ajudar as crianças, neste caso, a olharem para a língua portuguesa como uma coisa divertida e que lhes permite criar outras coisas”. Ainda este ano, assegurou a presidente da Sílaba, “haverá uma versão digital para os países de língua portuguesa”. A assinatura anual do “Dinis Caixapiz” compreende quatro volumes e custa 1.752 patacas, sendo que um único exemplar pode ser adquirido por 488 patacas.
Andreia Sofia Silva EventosEscultura | Ren Zhe apresenta “Lendas da Cavalaria” em Macau O MGM apresenta durante um ano a exposição do conhecido escultor chinês Ren Zhe inspirada nas personagens dos romances sobre artes marciais de Jin Yong, ou ainda na cultura Jianghu, que remete para os antigos forasteiros que viviam no país. As mostras, apresentadas no MGM Cotai e na Barra, intitulam-se “MGM X Ren Zhen – Exposição de Vendas de ‘Lendas da Cavalaria'” e “Exposição de Trajes e Armas de Jin Yong Wuxia Drama” Já foi inaugurada na Galeria M Art, no MGM Cotai, a exposição do escultor chinês Ren Zhe, intitulada “MGM X Ren Zhe – Exposição de Vendas de Lendas de Cavalaria”, que mostrará ao público, incluindo coleccionadores, ao longo de um ano, 20 esculturas. Segundo um comunicado do MGM, podem ser vistas e adquiridas “as primeiras esculturas oficialmente autorizadas, em todo o mundo, de personagens clássicas dos romances de artes marciais de Jin Yong”, bem como esculturas da série “Warriors” [Guerreiros], criada pelo próprio artista. Apresentam-se, assim, as personagens clássicas dos romances de Jin Yong, nomeadamente “Os Heróis da Águia”, “Os Heróis do Condor”, “A Espada do Céu” e o “Sabre do Dragão” ou “A Raposa Voadora da Montanha Nevada”. Incluem-se ainda esculturas como “Qi Gu”, “Jing Ling” e “Shen Se”. “Lendas de Cavalaria apresenta peças distintas e históricas dos vários corpos de trabalho do artista”, retratando a cultura Jianghu (江). Jianghu é um termo que remete para um período histórico na China em que os forasteiros que viviam no país se uniam numa espécie de irmandade, ganhando a vida através dos trabalhos manuais que executavam. Muitos deles eram, além de artesãos, mendigos, ladrões ou mesmo artistas marciais, pertencendo às camadas mais baixas da sociedade. A cultura Jianghu inspirou muitos romances e filmes sobre artes marciais, numa influência que se nota até aos dias de hoje nas muitas publicações ao dispor no mercado. Foi este universo que Ren Zhe transportou para as suas peças. Jin Yong, nascido em Zhejiang em 1924 e falecido em Hong Kong em 2018, foi um conhecido escritor chinês “wuxia”, cujas obras abordaram precisamente o mundo das artes marciais e cavalaria na antiga China, pautado pela cultura “Jianghu”. De frisar que “wuxia” é o nome dado a um género literário chinês muito próprio, onde impera o universo da fantasia, artes marciais e antigos guerreiros. Vestuário na Barra Na zona da Barra apresenta-se, em simultâneo, a “Exposição de Trajes e Armas de Jin Yong Wuxia Drama”, com ligação ao universo das obras do escritor chinês. Ambas as exposições são descritas como sendo “vibrantes”, conectando “o espaço de exposições do MGM ao bairro da Barra com o tema unificador dos ‘heróis de Jianghu'”. As mostras incluem ainda manuscritos e outros artigos de arte desenhados por Ren, incluindo a colecção “ARTI-DIVINE”, uma série de produtos decorativos e “RE-DIVINE”, uma colecção de vestuário neo-chinês. A MGM diz ser “a primeira empresa que, em todo o mundo, promove a apresentação da decoração e vestuário neo-chinês de Ren Zhe, que reinterpreta os elementos culturais tradicionais chineses através de um artesanato contemporâneo requintado”. Tratam-se de duas exposições que revelam “o espírito de cavalheirismo e coragem dos heróis clássicos”, em que “todos os coleccionadores e aficcionados de arte mais exigentes podem participar neste encontro [em torno] de ‘Jianghu'”, onde o “heroísmo” é protagonista. Nascido em 1983, Ren Zhe formou-se na Academia de Artes e Design da Universidade de Tsinghua, uma das mais conceituadas do país, sendo reconhecido pelo trabalho que combina a cultura tradicional chinesa com técnicas contemporâneas ocidentais. A sua filosofia de trabalho e espírito artístico consistem na canalização “de uma presença externa formidável, desencadeando o ímpeto de uma energia impetuosa”. O artista pretende ainda “gravar imagens exteriores baseadas no carácter intrínseco” ou ainda “encarnar [nas obras que cria] o essencial do espírito”, através de uma criação que vem do interior. Uma das últimas grandes exposições de Ren Zhe aconteceu em 2019, no Templo Imperial Ancestral de Pequim, junto à Cidade Proibida, intitulada “Qi — Ren Zhe Sculpture Exhibition” [Qi – Exposição de Escultura de Ren Zhen], que “causou sensação no mundo da arte”. Com esta mostra, o artista chinês tornou-se no primeiro artista contemporâneo a expor neste espaço histórico da capital chinesa. O trabalho de Ren Zhe tem também muita procura em leilões por parte de coleccionadores de arte, descreve a MGM.
João Santos Filipe Eventos MancheteMês de Portugal | Exposições, teatro e música animam celebrações. Regressa recepção à comunidade Ao longo de 30 dias, cerca de 27 actividades vão assinalar o dia e o mês de Portugal na RAEM, que este ano distingue igualmente outras efemérides como o 500.º aniversário do nascimento do escritor Luís Vaz de Camões, os 50 anos da Revolução do 25 de Abril ou o 25.º aniversário da transferência de soberania de Macau O regresso da recepção à comunidade portuguesa na Bela Vista é um dos destaques das celebrações de Junho Mês de Portugal. No ano em que as celebrações vão também assinalar outras efemérides, como o 500.º aniversário do nascimento do escritor Luís Vaz de Camões, os 50 anos da Revolução do 25 de Abril ou o 25.º aniversário da transferência de Macau, a residência consular volta a abrir as portas para a comunidade, o que acontece pela primeira vez desde a pandemia da covid-19. “A recepção do 10 de Junho volta ao seu lugar natural e, como sempre, independentemente do envio de convites, que já está a ser feito, é também aberta a todos os portugueses, desde que tenham documento de identidade portuguesa”, afirmou o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, durante a conferência de apresentação do mês de Portugal. “Todos são bem-vindos, sem qualquer outra formalidade”, acrescentou. A recepção incluiu não só os discursos oficiais, tanto dos representantes de Portugal, e também da RAEM, como a oferta de comida e bebida. O programa com as festividades foi apresentado ontem e conta com 27 actividades, entre exposições, lançamento de livros, ‘workshops’, seminários e até um arraial, que envolve 16 associações locais. O Arraial de Santo António vai ter lugar na Escola Portuguesa de Macau e disponibiliza concertos, comes e bebes, karaoke e jogos. No dia 15 de Junho, há um concerto de música popular portuguesa a cargo de Tomás de Ramos de Deus, Miguel Andrade, Paulo Pereira, Ari Calangi, João Rato e David Rato. No dia seguinte, a animação fica a cargo do coro da Casa de Portugal, há um espectáculo de Robertos de Sérgio Rolo, e os intérpretes do dia anterior voltam a tocar. Viagem aérea Outro dos destaques do programa, passa por uma exposição sobre a primeira viagem aérea entre Portugal e Macau, uma vez que também se assinala o centenário desta aventura épica. A exposição vai ser inaugurada a 20 de Junho e manter-se-á no local até ao dia 30. Com a inauguração é realizada igualmente uma conferência sobre a viagem de Sarmento de Beires, Brito Pais e Manuel Gouveia, que começou em Vila Nova de Milfontes, concelho de Odemira, a 7 de Abril de 1924. O evento vai contar com a presença do director do Museu do Ar da Força Aérea Portuguesa, Carlos Mouta Raposo, e com o presidente da Câmara Municipal de Odemira, Hélder Guerreiro. No dia seguinte, a 21 de Junho, uma conferência semelhante vai ser realizada no Club Lusitano, em Hong Kong, onde a viagem praticamente terminou, devido a uma aterragem forçada, que aconteceu a 20 de Junho de 1924. Roteiro da Gastronomia Para os apreciadores de gastronomia, o mês de Portugal oferece igualmente a possibilidade de experimentar vários restaurantes com comida portuguesa na RAEM a preço de saldos. A iniciativa Roteiro Gastronómico – Comer e Beber à Portuguesa vai ser realizada pelo segundo ano consecutivo, e os interessados vão poder usufruir de um desconto de 10 por cento nos restaurantes que aderirem à actividade. Ontem, a lista ainda estava a ser ultimada, mas o objectivo da organização passa por conseguir apresentar uma lista com 20 espaços diferentes, o que seria o dobro face ao ano passado. Além dos descontos imediatos, os participantes do Roteiro da Gastronomia podem ainda habilitar-se a participar num sorteio que vai atribuir vales para refeições grátis para duas pessoas. Por sua vez, a Casa de Portugal em Macau vai colocar na varanda da sede “um Camões de grande tamanho”, uma instalação da artista portuguesa Elisa Vilaça, de acordo com a presidente da associação, Maria Amélia António. Neste momento, ainda está a ser equacionada a possibilidade de em certos momentos haver música ao vivo com a instalação. O tempo das crianças A pensar nos mais novos também estão programadas várias actividades. No dia 1 de Junho, vai ser exibida a peça de teatro “Era Uma Vez (Outra Vez)”, a cargo da companhia ETCetera Teatro. A peça aproveita o imaginário dos irmãos Grimm e explora a relação entre dois irmãos que estão de férias numa aldeia sem acesso às novas tecnologias. Nos dias 8,9,15 e 16 de Junho vão ser realizados workshops para pais e filhos de construção de brinquedos em madeira, na Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal de Macau. As inscrições têm de ser feitas junto da Casa de Portugal, até 6 de Junho, e estão abertas a crianças com idades entre os 5 e 10 anos. Atrair novos públicos Sobre a realização do mês de Portugal, Alexandre Leitão destacou a necessidade de ser criado um programa cada vez mais apelativo, que tenha capacidade para mobilizar não só a comunidade, mas todas as comunidades em Macau. O cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong indicou também que o futuro passa por disponibilizar diferentes actividades pelas quais as diferentes comunidades considerem que vale a pena pagar. “Verificamos que muitas vezes os jovens saem da Escola Portuguesa de Macau e de outras instituições onde se ensina a língua portuguesa a falar muito bem português, mas não conhecem a cultura, literatura, música e outros aspectos culturais ligados a Portugal e à lusofonia”, afirmou. “Queremos promover uma literacia cultural, se assim quisermos dizer, que a prazo crie um público que procura, que está disposto a pagar […] É importante [criar o público] porque é muito simpático ter um apoio forte do Governo da RAEM, ter uma boa disponibilidade do Governo de Hong Kong que nos foi sinalizada há pouco tempo, ter um instituto cultural com o qual temos uma boa relação, mas estas coisas um dia podem mudar, por diversíssimas razões. E o que é sustentável é haver um gosto e um público vasto pela música, pelas artes plásticas, pelo teatro e pela dança de expressão portuguesa e com isso vir a vontade de consumir e a disponibilidade para pagar um bilhete”, justificou. Apesar da apresentação do programa ter acontecido ontem, este não está totalmente finalizado e, nos próximos dias, podem ser apresentadas mais actividades, como uma feira do livro. Em aberto Quando questionado ontem com a possibilidade de membros do Governo se deslocarem a Macau para participarem nas celebrações do 10 de Junho, Alexandre Leitão explicou aguarda uma decisão do Conselho de Ministros. De acordo com o cônsul, a representação de Portugal em Macau mostrou interesse em receber a visita de membros do Governo, mas a decisão depende de Lisboa. Também durante o mês de Junho, Macau deve receber a visita do secretário de Estado das Comunidades, José Cesário. CALENDÁRIO DE EVENTOS 1 de Junho 15h00 Teatro Infantil: Era uma Vez (outra vez) Local: IPOR 16h00 Lançamento de Produto Literário para Crianças: ‘DinisCaixapiz’; Local: IPOR 17h00 Inauguração da Exposição de Fotografia: Para os olhos dos jovens (de espírito) – Francisco Ricarte; Local: Galeria Inferior da Casa Garden, exibição até 30 de Junho Todo o Dia: Instalação – Luís de Camões 500 anos do Nascimento Local: Varanda da sede da CPM 2 de Junho 10h30 Workshop Fotografia por Francisco Ricarte 15h00 Workshop Fotografia por Francisco Ricarte 4 de Junho 18h30 Exposição de Fotografias e Lançamento de Livro “Macau Patterns”; Local Fundação Rui Cunha 6 de Junho 18h30 Exposição Individual de Diogo Muñoz – MACAU FOREVER; Local Albergue SCM Galeria 2 7 de Junho 18h30 Lançamento do livro “Vulgaridades Chinesas” (IIM); Local Auditório Dr. Stanley Ho, Consulado de Portugal 20h00 Concerto Sino- Português Capitão Fausto x David Huang; Local MGM COTAI 8 de Junho 15h00 Seminário Sobre os Projectos de Alta Tecnologia em Portugal e Macau; Local Restaurante Plaza, 1.º Andar, Salão Lótus 15h00-17h00 Workshop Construção de Brinquedos em Madeira – Daniel Garfo; Local Escola de Artes e Ofícios Casa de Portugal 17h00 Exposição de Fotografia A Presença de Matriz Portuguesa em Macau – Halftone; Local Galeria de Exposições do Bela Vista 9 de Junho 10h30-13h00 Workshop Construção de Brinquedos em Madeira – Daniel Garfo; Local Escola de Artes e Ofícios Casa de Portugal 10 de Junho 09h00 Hastear da Bandeira; Local Consulado de Portugal 10h00 Romagem à Gruta e Camões; Local Jardim de Camões 18h00 Recepção à Comunidade; Local Bela Vista 12 de Junho 18h30 Festa Gastronómica Portuguesa; Local Baccara Room, Sofitel 13 de Junho 18h30 Inauguração da Exposição das Sardinhas – Arraial de Santo António; Local Casa de Vidro 14 de Junho 18h30 Exposição Made with love by Vista Alegre BORDALLO PINHEIRO; Local Galeria Amagao Artyzen Grand Lapa Macau 15 de Junho 15h00-17h00 Workshop Construção de Brinquedos em Madeira – Daniel Garfo; Local Escola de Artes e Ofícios Casa de Portugal 18h30 Arraial de Santo António; Local Escola Portuguesa de Macau 16 de Junho 10h30-13h00 Workshop Construção de Brinquedos em Madeira – Daniel Garfo; Local Escola de Artes e Ofícios Casa de Portugal 14h30 Arraial de Santo António; Local Escola Portuguesa de Macau 17 de Junho 18h30 Apresentação da Edição e Exposição 10.6 Víctor Marreiros; Local Clube Militar 18 de Junho 18h30 Desafios Orientais Exposição de Pintura em Porcelana – Rui Calado; Galeria da Fundação Rui Cunha 20 de Junho 15h00 Conferência Centenário da Viagem Aérea Portugal-Macau; Local Auditório Dr. Stanley Ho, Consulado de Portugal 21 de Junho 18h30 Conferência Centenário da Viagem Aérea Portugal-Macau; Local Club Lusitano Hong Kong 24 de Junho 18h30 Palestra – 500 Anos da Língua de Camões e a Evolução Cultural de Portugal em Macau; Local Auditório Dr. Stanley Ho, Consulado de Portugal 25 de Junho 18h30 Palestra – Seminário Oportunidades de Comércio e Negócios em Portugal da Associação Comercial de Macau; Local Associação Comercial de Macau 27 de Junho 18h30 Clube de Leitura; Local IPOR Biblioteca Camilo Pessanha 28 de Junho Extensão do Indie Lisboa; Local Cinemateca Paixão 29 de Junho Extensão do Indie Lisboa; Local Cinemateca Paixão 30 de Junho Extensão do Indie Lisboa; Local Cinemateca Paixão
Hoje Macau EventosFAM | Bailado, ópera, música e teatro em destaque no próximo fim-de-semana O cartaz do Festival de Artes de Macau prossegue no próximo fim-de-semana com espectáculos para todos os gostos, desde o ballet da ópera de Lyon “A Bella Adormecida”, coreografado pelo espanhol Marcos Morau, ao concerto de Frances Yip com a Orquestra Chinesa de Macau A 34.ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM) continua este fim-de-semana a presentear os espectadores locais com uma mescla de espectáculos de bailado, música, teatro ou ópera. Destaque para o bailado “A Bela Adormecida”, com o grupo de Ballet da Ópera de Lyon, que decorre na sexta-feira e sábado às 20h e domingo às 15h no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM). Este é, segundo o programa do FAM, um “bailado clássico transformado em conto contemporâneo” graças à coreografia do espanhol Marcos Morau. Trata-se de uma nova abordagem à “icónica partitura de Tchaikovsky transportada para o nosso tempo”, com um “poderoso elenco que irrompe através da aparente simplicidade do cenário”. “A Bela Adormecida” é descrito como “um incontornável conto de fadas”, sendo que a leitura do grupo de Ballet da Ópera de Lyon recorre a uma “paleta de mecanismos teatrais para criar um universo meticuloso, povoado por figuras misteriosas e imagens etéreas”. Marcos Morau decidiu trazer uma história bem conhecida do público em geral para os tempos actuais, questionando “o que iria a princesa Aurora sentir se acordasse do seu longo sono no mundo actual”. O Ballet da Ópera de Lyon regressa a Macau 19 anos depois, trazendo a produção de um coreógrafo que se tem distinguido no mundo da coreografia e do espectáculo com vários prémios, o que lhe valeu colaborações com diversas companhias. Também este fim-de-semana, acontece outra apresentação por uma associação local, desta feita a Associação de Arte Teatral Dirks. Trata-se de “Anamnese n.º: XXXX”, que sobe ao palco do Estúdio II do CCM na sexta-feira, às 19h45, sábado, às 14h45 e 19h45, e domingo às 14h45. Com encenação, tradução e adaptação de Ip Ka Man, esta peça é uma adaptação de “Equus”, do dramaturgo britânico Peter Shaffer. Segundo a organização do FAM, este espectáculo traz “uma pujante interpretação contemporânea desta história patológica inspirada em acontecimentos reais”. A história centra-se no dia-a-dia de uma pequena vila onde as pessoas vivem vidas rotineiras. Contudo, uma certa noite, essa rotina aborrecida é alterada graças a um acidente que vitima um rapaz tímido e obediente que ataca seis cavalos, deixando-os cegos. A comunidade não perdoa o acto selvagem do rapaz, encaminhando-o para uma consulta de psiquiatria antes de ser julgado em tribunal. Porém, no decorrer da terapia, o médico percebe que o jovem tem uma fixação por cavalos, levando-o a questionar o que pode ser, de facto, ser considerado normal. O lugar da música No sábado, o FAM acontece também na sala de espectáculos do Londoner Theatre com o concerto de Frances Yip com a Orquestra Chinesa de Macau, às 20h. Conhecida por ser a “Rainha da Canção”, Frances Yip, natural de Hong Kong, é uma conhecida voz da música pop que sobe ao palco neste concerto com uma roupagem musical mais clássica. Desde os anos 80 que Frances Yip se tornou conhecida no panorama musical graças à interpretação do tema “The Bund”. “Poderosa, mas terna, a sua voz é um deleite para quem a ouve”, descreve a organização do FAM, sendo que ao longo de mais de 50 anos “inúmeras das suas canções em cantonense tornaram-se bastante conhecidas”, ao ponto de fazerem parte das bandas sonoras de muitas das telenovelas produzidas em Hong Kong nos anos 80 e 90. Neste espectáculo integrado no FAM Frances Yip apresenta “o seu melhor repertório”, tendo como maestro Chew Hee Chiat e Bo Luk como convidado especial. Outro destaque do FAM para este final de semana, é uma peça de teatro que traz uma nova visão do clássico “Mcbeth”, de William Shakeaspeare. “Macbettu”, da autoria do Teatro Sardenha, apresenta-se este sábado e domingo às 19h45 no pequeno auditório do CCM. Com encenação e cenografia do italiano Alessandro Serra, “Macbettu” é feito com um elenco completamente masculino, apresentando “uma história de ambição e traição”. O público poderá ver “um espectáculo de imagens, sons e gestos hipnotizantes”, que leva os espectadores ao passado. Com “Macbettu”, revisitam-se “arquétipos clássicos através de rituais ancestrais, um conflito de personagens contra as forças primordiais da natureza”. “Um espaço vazio é esparsamente povoado por rochas, poeira, ferro e sangue, cruzado pela fisicalidade marcial dos actores. O cenário sombrio delineia locais e evoca presenças numa peça que consagrou o trabalho de Serra na cena internacional”, refere ainda a organização. O FAM sai também das principais salas de espectáculo locais para se apresentar nos bairros comunitários. “Disse Ela”, da companhia Chan Meng, apresenta-se este sábado e domingo, às 20h, no Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCMM), no bairro de São Lázaro. Este espectáculo remete para a história do próprio local onde se apresenta, pois o albergue foi, outrora, um abrigo para os pobres, tendo sido conhecido como “Casa dos Avós” após a II Guerra Mundial, tendo acolhido mais de 100 idosas. No pátio situado no meio dos dois edifícios antigos apresenta-se “Disse Ela”, em que uma senhora “dança graciosamente sob as árvores, como se quisesse contar algo e partilhar o que lhe vai na mente”. Esta é uma produção de dança teatral com ligação ao ambiente que rodeia o próprio espectáculo, e que aborda “o tema da individualidade feminina, funde o movimento com canções de ópera cantonense e integra elementos musicais chineses e ocidentais”. Na Casa do Mandarim tem lugar o espectáculo de ópera chinesa Kunqu “As Cadeiras”, da Companhia de Ópera Kunqu de Xangai. As apresentações acontecem este sábado e domingo às 17h. A dramaturgia original deste espectáculo é da autoria de Eugène Ionesco, apresentado em 1952, com o texto a ser adaptado por Yu Xiating. “As Cadeiras” trata-se de um “espectáculo minimalista que nos leva a reflectir sobre o sentido da vida, o amor, solidão e o mundo que nos rodeia”, fazendo uma fusão entre o teatro e uma das mais antigas formas de ópera chinesa, o Kunqu, com origem na dinastia Yuan e que combina gestos, poesia, canto e dança. A história acontece numa ilha deserta onde se encontra um casal de velhos que coloca cadeiras prontas para acolher uma série de convidados invisíveis. São eles “amigos de longa data e os primeiros amores, as suas crianças e o próprio imperador”. Surge depois um último convidado que revela ao casal que tudo aquilo não passa de uma ilusão, e que “as suas vidas foram apenas um sonho absurdo”. “As Cadeiras” tem estado em digressão mundial, tendo estreado no Japão e passado por salas de espectáculo na China, Rússia e Albânia.
Hoje Macau EventosBroadway | Teatro “Varinha Mágica Musical III” a 8 de Junho O Teatro Broadway, no empreendimento Broadway Macau, no Cotai, acolhe a 8 de Junho, às 16h, o espectáculo de teatro musical “Varinha Mágica Musical III – Jornada das Cordas para o Oeste”, protagonizado pela Orquestra Chinesa de Macau. O espectáculo, segundo uma nota do Instituto Cultural (IC) integra elementos de música chinesa e teatro e é constituído por um coro acompanhado de instrumentos de cordas friccionadas, uma das quatro principais categorias instrumentais da orquestra chinesa. Assim, convida-se “espectadores de diferentes faixas etárias a apreciar o charme de música chinesa de forma divertida e vívida”. O espectáculo “Varinha Mágica Musical” é um teatro musical para famílias “muito bem acolhido pelo público”, descreve o IC, sendo que nesta apresentação em Macau o maestro será Dedric Wong, maestro residente da companhia de música Ding Yi de Singapura. Sam Lau, famoso actor de teatro musical cantonense de Hong Kong, irá também participar no espectáculo como co-realizador, argumentista e actor, bem como o grupo “Water Singers” e a actriz Lei Sam I. Com o tribunal Kaifeng da dinastia Song como pano de fundo, os espectadores irão testemunhar, ao ritmo da música, a história do juiz Bao, famoso na história da China, que “com a sua inteligência extraordinária defendeu a justiça em julgamentos empolgantes”. Promete-se, assim, a apresentação de um “espectáculo fascinante com várias peças musicais de diferentes estilos”, com o objectivo de “aprofundar os conhecimentos do público sobre os instrumentos de cordas friccionadas e de levar tanto pais como filhos a desfrutarem de uma viagem fantástica e lúdica de música de cordas”. Os bilhetes já estão à venda e custam entre 150 e 200 patacas. O espectáculo é destinado a público com idade igual ou superior a três anos e tem uma duração de cerca de uma hora, sem intervalo.
Hoje Macau EventosConcerto | “Chuva de Pétalas” no CCM em Junho Está marcado para os dias 8 e 9 de Junho o espectáculo “Chuva de Pétalas, Uma Reimaginação Orquestral: Criação Híbrida da Princesa Floral”, integrado na temporada de concertos da Orquestra de Macau (OM). O evento acontece a partir das 20h no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM). Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), apresenta-se “música orquestral de grande escala” com adaptação da obra “Princesa Floral”, da autoria do dramaturgo Tong Tik-sang. “Esta grande composição orquestral constitui uma integração interdisciplinar da ópera cantonense e da música ocidental”, descreve ainda o IC, sendo que, durante o espectáculo, serão exibidos excertos reeditados do filme “Princesa Floral”, com Yam Kim-fai e Pak Suet-sin como protagonistas. Assim sendo, apresenta-se ao público “o clássico intemporal de ópera cantonense de uma forma criativa e inovadora”. Coube a Lee Che-yi, compositor e harpista de Taiwan, realizar o alinhamento orquestral de “Chuva de Pétalas”, sendo também o maestro do concerto interpretado pela OM. Os bilhetes para este espectáculo já estão à venda e custam entre 150 e 300 patacas.
Hoje Macau EventosFotografia | Associação propõe abordagem ao retrato em concurso É hoje lançada oficialmente a quinta edição do concurso fotográfico anual da “Somos – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” que, desta vez, tem o retrato como tema principal. A ideia é que os candidatos apresentem imagens de pessoas que fazem parte da ideia de lusofonia Uma associação de Macau lança hoje um concurso de fotografia dirigido às comunidades lusófonas que propõe uma abordagem ao retrato, com foco na “herança identitária e cultural”, disse à Lusa a presidente da Somos – ACLP. “Em cada rosto, um legado colectivo” é o tema da 5.ª edição do concurso fotográfico da Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos – ACLP). A proposta para este ano vai, pela primeira vez, para a fotografia de retrato, com destaque para a “herança identitária e cultural” do universo de países ou regiões onde se fala português, explicou à Lusa Marta Pereira. “Não é só o retrato em si, gostaríamos que as fotografias fossem além dos próprios rostos e identificassem os elementos que compõem a comunidade lusófona”, indicou. A organização desafia ainda os concorrentes a evidenciarem “os elementos distintivos que vão além dos limites geográficos e são comuns e transversais a todo o universo lusófono”, lê-se num comunicado da Somos – ACLP. “Simultaneamente, devem ser reflectidos os elementos intergeracionais, o legado cultural, herdado e mantido pelas comunidades lusófonas, cativados em aspectos do quotidiano, tradições e costumes, ou mesmo características físicas”, afirma-se na nota. O concurso destina-se “a todos os cidadãos dos países e regiões da lusofonia ou residentes de Macau” com trabalhos realizados em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Goa, Damão e Diu. Júri lusófono Às três imagens vencedoras vão ser atribuídos prémios no valor de dez mil patacas, cinco mil patacas e 3.500 patacas, prevendo-se ainda a atribuição de menções honrosas. A avaliação dos trabalhos cabe a um júri de seis profissionais da fotografia, presidido pelo fotojornalista português radicado em Macau Gonçalo Lobo Pinheiro e que conta ainda com Osvaldo Silva (Angola), Maria João Gala, António Azevedo (Portugal), Paulo Salgado (Brasil) e Alan Leon (Macau). As imagens vão integrar uma exposição da associação, em Setembro, em Macau, com curadoria de Francisco Ricarte, e que vai incluir outras fotografias seleccionadas pelo júri “pela sua relevância ou valor para o tema do concurso fotográfico e para o propósito da Somos – ACLP, de projectar a dimensão cultural da lusofonia, assim como o papel de Macau enquanto plataforma que une a China e os países ou regiões de língua portuguesa”, ainda de acordo com a associação. Para “assinalar o sucesso” da iniciativa fotográfica anual, a Somos – ACLP vai ainda editar um catálogo de fotografia que reúne as melhores imagens dos últimos cinco anos”, refere-se no comunicado. A inscrição no concurso fotográfico é gratuita e pode ser efetuada através do formulário que se encontra no ‘site’ da associação (www.somosportugues.com) entre 20 de Maio e 20 de Junho.
Andreia Sofia Silva EventosExposição | Celebrar 60 anos de relações diplomáticas sino-francesas Foi inaugurada ontem a Exposição de Arte Sino-Francesa que conta com obras de pintura, vídeo, instalação ou fotografia de cinco artistas. A ideia é promover os 60 anos de relações diplomáticas entre a República Popular da China e França através da exibição de trabalhos de Francisco Ricarte, João Miguel Barros ou Alice Kok A China e França passaram a ter relações diplomáticas há 60 anos e, para recordar esta efeméride, pode ser vista desde ontem uma mpstra no Museu de Arte Contemporânea do Centro de Artes e Design da Universidade de Macau (UM). A Exposição de Arte Sino-Francesa é organizada também pela associação “Art Beyond Walls”, a Fusion e a Câmara de Comércio França-Macau, contando com trabalhos de cinco artistas com ligações a Macau, China e França. São eles João Miguel Barros, fotógrafo e curador; Cecília Ho, artista e curadora desta mostra; Alice Kok, co-fundadora da AFA – Art for All Society, artista e também curadora; Lampo Leong e Francisco Ricarte, arquitecto de formação e fotógrafo. Segundo um comunicado, esta iniciativa, ligada ao Festival French-May, visa “explorar e reinventar a fusão das duas culturas”, chinesa e francesa e “absorver a essência das duas civilizações”. Desta forma, podem ver-se “obras dinâmicas e intrigantes” à conta de inspirações baseadas “na sociedade, estilo de vida, tradições, património e conceitos históricos e filosóficos”. A exposição pode ser visitada até 31 deste mês. Mundo de possibilidades Cecília Ho, há muito ligada ao panorama artístico do território através da organização de eventos e curadoria, traz a esta mostra uma colecção de desenhos intitulada “Space of Possibility” [Espaço de Possibilidade]. “Com uma perspectiva artística, reinvento um novo espaço com a história, filosofia, literatura, arquitectura e cultura da China e França”, aponta Cecília Ho na descrição que faz sobre as suas obras. Existe, nestas obras, referências a Laozi, que discute “o Daoísmo e Descartes”, ou “Victor Hugo que partilha as emoções com Su Shi quando visita a campa da sua filha”. É também criada uma relação entre Li QingZhao e Louise Ackermann “na partilha do seu sofrimento” conjunto, imaginando-se também uma união entre o Arco do Triunfo e Buda, a Torre Eiffel e a Grande Muralha da China, ou a Catedral de Notre Dame e o Templo do Céu, em Pequim. Trata-se de uma série de trabalhos onde “não há restrições de tempo, distância, lugar, formato, razões, religião e conceitos”, tratando-se de um espaço artístico “em que tudo é possível”. No caso de João Miguel Barros faz-se a referência a “As Flores do Mal”, livro do autor francês Charles Baudelaire, na colecção de fotografias “L’Invitation Au Voyage / Invitation To The Voyage” [Convite à Viagem]. A apresentação é feita através de imagens focadas no momento de aterragem de aviões. Trata-se de uma “alegoria que simboliza o pensamento livre, um atributo para qualquer forma de manifestação cultural”. São imagens que fazem “a alegoria da viagem, porque a cultura apenas encontra expressão quando viaja e é bem-vinda”. Descreve ainda Barros que “um pensamento que não viaja, que fica estagnado, é um pensamento que não tem poder, estando condenado a morrer devido à falta de reconhecimento”. A inspiração em Baudelaire surgiu por se tratar “de um dos maiores poetas românticos franceses do século XIX”, sendo que o poema escolhido pelo fotógrafo faz parte da obra “As Flores do Mal”, publicada em 1857. “Baudelaire foi um pioneiro num tempo antes do surgimento dos aviões. Mas, antes e depois dele, houve muitos artistas e pensadores-livres que, de diferentes formas e até aos dias de hoje, aproveitaram as asas do vento para viajar para leste. Macau sempre foi um céu de segurança e hospitalidade, e aqui estamos nós hoje, em 2024, a celebrar”, descreveu ainda. Símbolos humanos Alice Kok apresenta a instalação “Artificial Subcounscious” [Subconsciente Artificial], enquanto Francisco Ricarte traz a esta mostra “The Hand Series” [Séries das Mãos]. Descreve o autor que a mão sempre foi um símbolo da “existência humana e de criatividade”. “Quando uma mão, e o braço, se movem para um certo ponto ou para apanhar algo que está perto, pode simbolizar também a procura de algo diferente ou que está fora do nosso elemento. Isso tem como significado a representação da intenção de usar ou misturar certos objectos, culturas, formas de expressão ou influências, no meio de tantas expressões”, apontou ainda. Por sua vez, Lampo Leong apresenta “InkScape”, um conjunto de pinturas que “incorpora a estrutura geométrica ocidental com as tradições de caligrafia do Oriente para atingir a sensibilidade da arte pós-moderna e, ao mesmo tempo, uma qualidade atmosférica etérea e as forças dinâmicas da energia da vida”.
Hoje Macau EventosFotografia | Roberto Badaraco protagoniza exposição sobre natureza de Macau O fotógrafo macaense Roberto Badaraco é o autor da próxima exposição de fotografia patente no Auditório do Carmo, junto às Casas Museu da Taipa, com organização do Instituto Internacional de Macau (IIM). Trata-se da mostra “Natureza de Macau: Aves e Flores”, que será inaugurada no dia 5 de Junho a partir das 18h30. Conhecido por “Bobby”, Roberto Badaraco é, desde a infância, um entusiasta da fotografia. Depois de se reformar da Polícia Judiciária, após uma carreira de mais de 30 anos, o macaense passou a dedicar-se quase inteiramente às imagens, nomeadamente fotografias sobre a natureza. Segundo o IIM, “as flores e os pequenos insectos constituem o seu especial interesse”, sendo que “de há uma década para cá as aves têm também atraído a sua atenção”. Roberto Badaraco tem partilhado muito do seu trabalho nas redes sociais, destacando que prefere fazer fotografia para os mais próximos. O seu trabalho já foi exposto em diversos locais, nomeadamente durante o Encontro dos Macaenses em 2016, também numa iniciativa do IIM. Esta nova exposição “pretende não só promover esta arte, na pessoa e na obra de um natural da terra, como também divulgar a rica variedade de aves que existe em Macau, de um conjunto de mais de 400 espécies, bem como as suas características distintas da natureza”. A Fundação Macau apoia financeiramente esta iniciativa, sendo que o trabalho de identificação das espécies de aves presentes nas fotografias expostas teve o apoio do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). A exposição estará patente até ao dia 14 de Junho deste ano.
Hoje Macau EventosExposição em Lisboa mostra porcelanas criadas por Ai Weiwei A porcelana, “o mais antigo produto artificial” do homem e que ‘sobrevive’ ao plástico, é o material de quase todas as obras do artista chinês Ai Weiwei que compõem uma exposição em Lisboa, que abriu ontem. Intitulada “Paradigm”, a mostra vai poder ser visitada na Galeria São Roque, até 31 de Julho, e é constituída por 17 obras inspiradas na liberdade de expressão e criadas pelo artista e activista chinês, residente no concelho alentejano de Montemor-o-Novo (Évora), nos últimos anos. Trata-se sobretudo de trabalhos em porcelana, mas a exposição integra também uma nova série de retratos com peças de LEGO, que o artista começou a usar em 2014, quando trabalhou com um material associado ao lúdico para produzir retratos de presos políticos. Em entrevista à agência Lusa, Mário Roque, proprietário da Galeria São Roque, explicou que Ai Weiwei “é um grande coleccionador de cerâmicas, já o seu pai era”, o poeta Ai Qing (1910-1996), possuindo peças desde “a dinastia Song”, que governou a China no período de 960 a 1279. O artista interessou-se mais por esta arte e tornou-se “um grande ceramista, domina perfeitamente a cerâmica”, frisou o mesmo responsável. “Neste momento, tem interpretações dessas porcelanas feitas agora, já com um carácter completamente diferente, porque há sempre uma irreverência [no seu trabalho], mas poderiam ser perfeitamente [peças] do século XVI ou XVII, mas feitas por ele”, realçou Mário Roque. Já Ai Weiwei, em declarações aos jornalistas esta semana, numa visita promovida à sua residência no Alentejo, disse interessar-se muito “pelo que aconteceu no passado” e destacou que “a porcelana é o mais antigo produto humano”. Trata-se de “um produto artificial que atingiu uma qualidade muito elevada desde tempos muito antigos, talvez desde o tempo das cavernas, e, até hoje, ainda usamos porcelana. É claro que muitas são substituídas por plástico, mas, ainda assim, a porcelana detém uma qualidade muito especial” e está presente em muitas casas, argumentou. Fusões e antiguidades Destacando que a porcelana chinesa sempre teve uma qualidade muito elevada, o artista corroborou que esta mostra em Lisboa, “uma das mais pequenas exposições de sempre”, partiu do seu “interesse antigo por antiguidades” e do “laço de confiança” que criou com Marco Roque, cuja galeria visitou. “É muito irónico fazermos uma exposição de porcelanas numa galeria de antiguidades”, considerou. Mário Roque confirmou à Lusa que a exposição “começou quase como uma brincadeira”, mas enquadra-se no foco da galeria, cujas iniciativas “têm sempre a ver com os Descobrimentos e a fusão entre os objectos de arte portugueses e desses países”. Os portugueses foram “os primeiros importadores” de porcelana oriunda da China e, graças a isso, provocaram “uma revolução nas cerâmicas europeias”, disse. Até então, estas eram “sempre policromadas”, mas “Portugal trouxe o branco e o azul da China”, levando a faiança portuguesa a ser “comprada e divulgada por toda a Europa e pelo mundo”. E o azul-cobalto até serviu para os azulejos portugueses, “um objecto icónico”, pelo que é clara a fusão de culturas, frisou Mário Roque. Nascido em Pequim, na China, em 1957, Ai Weiwei tem desenvolvido o seu trabalho em instalação escultórica, cinema, fotografia, cerâmica, pintura, escrita e já expôs em instituições e bienais em todo o mundo.
Hoje Macau EventosTim Ip convidado para dar palestra sobre estética em Macau Tim Ip, director de arte de teatro e cinema conhecido internacionalmente, é o nome convidado pelo Instituto Cultural (IC) para dar uma palestra sobre estética no próximo dia 20 de Maio a partir das 19h30 no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM). O evento, intitulado “Palestra sobre Estética – Três Modelos de Futuro”, integra-se no leque de actividades do “Mês de Promoção Cultural”. Na sessão, Tim Ip, que é também designer de moda, irá partilhar “a estética oriental com o público”, descreve o IC, em comunicado. Tim Yip tem vindo a explorar e desconstruir o conceito estético do “Novo Orientalismo”, interpretando a cultura antiga como um meio de inspirar o futuro. Ao longo dos anos, tem organizado exposições individuais e palestras em diferentes regiões. As suas criações abrangem áreas tão diversificadas como o cinema, o teatro, a arte contemporânea e a literatura, tendo passado pela China, Áustria, França, Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Japão e Israel. Na palestra, o professor Yip irá apresentar, através dos “Três Modelos de Futuro”, obras artísticas suas de diferentes fases e multidimensões, bem como o contexto de desenvolvimento da criação artística e a extensão do seu pensamento. Prémios no cinema Tim Yip já foi bastante premiado pelo trabalho desenvolvido na área do cinema, tendo ganho um óscar para “Melhor Direcção de Arte” pelo filme “Crouching Tiger, Hidden Dragon”, tendo obtido também o prémio da Academia Britânica de Cinema e Televisão para Melhor Design de Guarda-roupa. Desta forma, tornou-se no primeiro artista chinês a obter estas distinções. O artista participou ainda em outras produções cinematográficas como artista de arte, coordenador do guarda-roupa ou director artístico, nomeadamente “A Better Tomorrow”, “Rouge”, “Red Cliff”, “The Banquet” e “FengShen Trilogy”, tendo conquistado vários prémios internacionais. As inscrições para a palestra arrancaram na terça-feira, podendo ser feitas através da plataforma da Conta Única. A língua utilizada na palestra será o cantonense, existindo tradução em simultâneo para português. As inscrições terminam amanhã.
Hoje Macau EventosFRC | Académico de HK apresenta estudos sobre os primeiros mapas chineses “Mapeando a China e Mapeando o Mundo” é o nome da palestra que acontece hoje na Fundação Rui Cunha, a partir das 19h, e que conta com a presença de Marco Caboara, professor de cartografia da Universidade de Ciências e Tecnologia de Hong Kong. O autor irá falar dos primeiros mapas ocidentais da China e dos estudos que tem desenvolvido nessa área Decorre hoje, na Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 19h, a palestra “Mapping China and Mapping the World”, com a presença do académico Marco Caboara, professor de História da Cartografia e da Ciência na Universidade de Ciências e Tecnologia de Hong Kong (HKUST). Esta conferência integra-se no “Ciclo de Palestras Públicas de História e Património”, que fazem parte da agenda habitual da FRC e que acontecem em parceria com o Departamento de História e Património da Universidade de São José. Marco Caboara, que até muito recentemente foi curador da colecção de mapas ocidentais antigos da China na biblioteca da HKUST, vai falar sobre a influência mútua dos mapas europeus e ocidentais na criação dos primeiros mapas europeus da China e dos primeiros mapas chineses do Mundo. O foco de a palestra será o mapa de Mateus Ricci de 1602, sendo que o autor irá também falar do seu mais recente livro, intitulado “Regnum Chinae: The Printed Western Maps of China to 1735” [Regnum Chinae: Os Mapas Ocidentais Impressos da China até 1735], uma edição da Brill. Além disso, a conferência irá ainda abordar os estudos mais recentes deste autor, incluídos na obra “Remapping the World from East Asia: Towards a Global History of the ‘Ricci Maps’”, publicado pela University of Hawaii Press em Fevereiro deste ano. Origens italianas Segundo um comunicado da FRC, Marco Caboara é natural de Génova, Itália, um lugar “onde a prisão que viu Marco Pólo escrever o seu ‘Il Milione’ fica a uma curta caminhada da casa de Cristóvão Colombo”. Trata-se, portanto, de origens ligadas a figuras pioneiras na descoberta do mundo e que contribuíram para o seu mapeamento, o que incentivou o académico a seguir essa área de estudos. Marco Caboara “cultivou desde cedo um interesse por viagens e, especialmente, pela relação entre a Europa e a China”, refere a sua biografia, tendo estudado História, Linguística e Chinês na Scuola Normale Superiore de Pisa, na Universidade de Pequim e na City University de Hong Kong. Além disso, fez o doutoramento na Universidade de Washington, Seattle, com um estudo sobre as características linguísticas dos manuscritos clássicos de bambu chineses. Recentemente, concluiu a cartobibliografia abrangente dos mapas ocidentais da China de 1580 a 1735, publicada pela Brill, e está agora a trabalhar com manuscritos chineses e mapas impressos produzidos durante o mesmo período.
Hoje Macau EventosMuseus de Macau celebram Dia Internacional com visitas, exposições e workshops O Dia Internacional dos Museus celebra-se este sábado e, a pensar na efeméride, 22 museus locais irão lançar uma série de actividades comemorativas a fim de chamar a atenção da população para a área da museologia, história e exposições. A edição deste ano tem como tema “Museus para a Educação e a Investigação”, esperando-se, neste contexto, a realização de eventos que pretendem “realçar a essência cultural de Macau”, além de promover “um ambiente intensamente cultural e festivo para as comunidades”, destaca o Instituto Cultural (IC), em comunicado. Assim, sob a égide do departamento dos museus do IC, realiza-se este domingo e no dia 26 de Maio o “Workshop de fotografia dedicado ao tema da gastronomia de Macau” no Museu Memorial de Xian Xinghai, com um máximo de dez participantes. No sábado irá realizar-se uma visita guiada ao núcleo arqueológico da praia de Hac-Sá, em Coloane, bem como um workshop para famílias no Museu da História da Taipa e Coloane, aberto à participação de cinco núcleos familiares. No sábado, 25 de Maio, realiza-se o “Workshop de marcadores de livros em vitral” no Museu Memorial de Xian Xinghai, para um máximo de oito famílias. Também no sábado, acontece uma série de visitas guiadas ao Museu de Macau, mas apenas em mandarim e cantonense. Podem participar 20 pessoas por cada visita. No mesmo dia, mas no Museu de Arte de Macau (MAM), tem lugar a visita guiada pelo curador da exposição “Foco: Integração artística entre a China e o Ocidente nos séculos XVIII-XIX”, para um máximo de 30 participantes. Recordar Chinnery Tendo em conta que este ano se celebram os 250 anos do nascimento daquele que é considerado o grande pintor de Macau, George Chinnery, o programa de celebração do Dia Internacional dos Museus traz, este sábado, a actividade “Passeando pelas ruas de Macau nas pinturas de George Chinnery”, cujo ponto de encontro será nas Ruínas de São Paulo e Igreja de São Domingos. Irão decorrer três sessões com 20 pessoas cada uma. No dia 25 de Maio realiza-se a actividade, exclusiva para o programa de adesão “amigos do MAM”, “Passeando no MAM”, com duas sessões com 30 participantes cada uma. No domingo, 26, acontece a palestra “Olhar o mundo a partir do Delta do Rio das Pérolas: Reinterpretando o pinto China Trade de Cantão, Lam Qua, da Dinastia Qing”. O evento vai realizar-se no auditório do MAM e pode acolher até 100 pessoas. Ainda no sábado, há também actividades disponíveis no Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, como uma visita guiada a todo o conteúdo do museu para um máximo de 20 pessoas. Por sua vez, no domingo, na Academia Jao Tsung-I, realiza-se o “Domingo de Arte em Família: Academia Jao Tsung-I”, com duas sessões de produção artística para seis pares de pais e filhos. No Museu Marítimo está patente, até Novembro, a mostra “Relação entre Macau e Ostras – Vida Costeira e Ecologia”, sendo que este fim-de-semana acontece um jogo interactivo com o público e ainda o workshop “Criar peças de decoração com conchas de janelas chinesas ‘Capiz'”. Esta quinta-feira, acontecem no Museu das Comunicações dos CTT diversos seminários, sendo inaugurada, no mesmo dia, a exposição temporária “Dragão presente nos selos postais”. No caso do Museu do Grande Prémio, que apresenta um leque de eventos variados este mês, tem lugar, sábado, uma sessão de modelagem de balões de carros de corrida. As participações fazem-se por ordem de chegada. No Centro de Ciência, entre os dias 26 de Maio e 31 de Outubro, decorre a exposição, que inclui experiências digitais, intitulada “Descoberta do Salão do Cultivo Mental”. Muitas das inscrições decorrem na plataforma da “Conta Única de Macau”, podendo também ocorrer nos próprios museus.
Andreia Sofia Silva Eventos“Little Black Note” | Primeiro livro de Vicky Lo traz mensagens inspiradoras “Little Black Note” é o nome do primeiro livro de Vicky Lo, residente de Macau, que apresenta aos leitores 22 mensagens inspiradoras divididas em cinco capítulos, complementadas com ilustrações. A ideia é “incentivar a auto-reflexão dos leitores”. A obra está à venda na Livraria Portuguesa, Pin-to Livros ou Amazon Vicky Lo é residente de Macau e acaba de se estrear nas lides editoriais. Com a chancela da Ipsis Verbis, o livro “Little Black Note” contém 22 mensagens inspiradoras para quem as lê e procura um caminho novo para os desafios do dia-a-dia. A obra está à venda online na plataforma Amazon, mas também em suporte físico na Livraria Portuguesa e Pin-to Livros. A obra, escrita em inglês, é o reflexo dos 15 anos da carreira de Vicky Lo, mas também um reflexo das suas “origens humildes”, contou ao HM. “A noção de ‘pequeno’ [do livro] simboliza algo modesto e despretensioso, mas capaz de causar impacto. O aspecto ‘negro’ [também do livro] deriva da crença de que a vida não é composta apenas por momentos claros e agradáveis, sendo uma mistura de alegria e tristeza, semelhante a uma tapeçaria tecida com diversos fios”, frisou. A autora destaca o “design minimalista e ilustrações que podem não estar em conformidade com a estética convencional”, mas que são “profundamente pessoais”. O termo “nota” presente no título do livro significa que “o conteúdo foi criado a partir de reflexões pessoais destinadas a elevar ou a provocar o pensamento, não só para mim, mas para todos os que as possam encontrar”. Uma surpresa desde o início “Little Black Note”, lançado em Abril, nem sequer era um objectivo inicial para Vicky Lo, tendo começado por ser “um projecto pessoal para captar inspirações fugazes”. A autora começou a escrever em 2018, nomeadamente “pequenas reflexões” espontâneas “que se foram acumulando, formando-se uma colecção significativa”. Em 2019, surgiu a ideia de editar um livro apenas para os amigos. “De entre um vasto leque de ideias, seleccionei 30 frases, colaborando com um designer criativo e uma gráfica para criar um pequeno lote de livros. O feedback encorajador que recebi foi catalisador para uma publicação mais alargada. O livro não é mais do que um compêndio de conselhos práticos e reflexões que pretendem ser do agrado dos leitores”, adiantou a autora. Vicky Lo entende que lançar uma obra sobre experiências no local do trabalho, ou com frases relacionadas com a área de desenvolvimento pessoal, acaba por estar “em sintonia com o espírito actual”, tendo em conta que “as pessoas procuram activamente crescer e ter um maior significado nas suas vidas profissionais”. A autora defende que “se nota bastante um desejo de orientação e de conhecimentos que possam conduzir à realização e ao sucesso”. Desta forma, “Little Black Note” tenta “colmatar esta lacuna, oferecendo diversas perspectivas e estratégias baseadas em experiências da vida real”. Abrir este livro realça também “a importância de abraçar a mudança, explorar novos caminhos e compreender que a procura de melhorias é uma viagem contínua”. “O meu objectivo é incentivar os leitores a considerarem abordagens alternativas e a verem o valor de cada experiência, seja ela convencional ou não”, rematou.
Hoje Macau EventosFRC | Seminário sobre filantropia empresarial amanhã Decorre amanhã, na Fundação Rui Cunha (FRC), entre as 18h30 e as 20h, um seminário sobre filantropia empresarial organizado em parceria com a Faculdade de Direito e Gestão da Universidade de São José (USJ), o Instituto Ricci de Macau e a revista Macau Business. Cabe ao director do Instituto Ricci, Stephan Rothlin, a apresentação do evento, cujos oradores são os vencedores do Primeiro Prémio Deignan para o Empreendedorismo Responsável (DARE) 2022-2023 e personalidades como Loh Seow Yuen, directora-geral da empresa de recursos humanos MSS Recruitment, Rui Pedro Cunha, director-geral da C&C Lawyers, e José Carlos Matias, jornalista e director da revista Macau Business. O seminário será moderado por Jenny Phillips, directora da Faculdade de Direito e Gestão da USJ. Segundo um comunicado da organização do evento, os oradores irão “partilhar os valores associados às organizações que lideram e com os quais orientam as suas acções filantrópicas”. Pretende-se ainda, com o fórum, “responder como as capacidades em termos de gestão e know-how [conhecimento] podem ser cruciais para ajudar indivíduos e grupos quando enfrentam crises graves”. A edição deste ano dos prémios DARE arranca oficialmente a 20 de Maio. Este é um concurso destinado às pequenas e médias empresas de Macau e Hong Kong que tem por objectivo “promover práticas empresariais responsáveis e sustentáveis e documentar a forma como os valores fundamentais confuccionistas e cristãos podem ser desenvolvidos no meio de um mercado extremamente competitivo”. O evento é coorganizado pelo Instituto Ricci de Macau, a USJ e a Wofoo Social Enterprises.
Hoje Macau EventosSuíça venceu 68.º Festival Eurovisão da Canção A Suíça venceu ontem o 68.º Festival Eurovisão da Canção, que decorreu em Malmö, na Suécia, com o tema “The Code”, numa cerimónia com vaias à representante de Israel e apelos à paz. Esta foi a terceira vitória do país que recebeu 365 pontos dos júris internacionais e 226 do público. Portugal, que esteve representado por Iolanda, com a canção “Grito”, ficou em 10.º lugar, com 152 pontos (139 dos júris internacionais e 13 do voto do público). O ‘top3’ da 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção fica completo com a Croácia, representada por Baby Lasagna, com o tema “Rim Tim Tagi Dim”, que conseguiu 547 pontos (210 dos júris e 337 do público), e a Ucrânia, representada por Alyona Alyona e Jerri Heil, com 453 pontos (146 dos júris e 307 do público). A Ucrânia foi o segundo país mais votado pelo público, sendo superado apenas por Israel, que obteve 323 pontos do público, aos quais se juntaram 52 pontos dos júris internacionais. Israel recebeu pontos de Malta (três), Noruega (oito), Alemanha (oito), Geórgia (quatro), Moldávia (três), Estónia (cinco), França (três), Bélgica (cinco), Letónia (dois), Chipre (oito) e Lituânia (quatro). Israel vaiado Durante a actuação da representante israelita, Eden Golan, ouviram-se vaias e assobios dentro da Malmö Arena. Além disso, de acordo com jornalistas presentes na arena, Eden Golan também foi vaiada durante o desfile das bandeiras, no início da cerimónia, algo que não foi perceptível na emissão televisiva. Também a porta-voz de Israel que anunciou a pontuação dada pelo júri daquele país às canções em competição foi vaiada pelo público presente na Malmö Arena. Enquanto a final do Festival Eurovisão da Canção decorria, milhares de pessoas protestavam do lado de fora da Malmö Arena contra a participação de Israel no concurso. A 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção fica marcada pelo conflito israelo-palestiniano, que dura há décadas. Na final, a representante portuguesa apresentou-se no desfile das bandeiras com um vestido de uma marca palestiniana, que já tinha usado no domingo, no desfile na passadeira turquesa (onde desfilam os representantes de todos os países, marcando assim o início dos espectáculos ao vivo do concurso). Na mesma ocasião, Iolanda tinha as unhas pintadas com o padrão do ‘keffiyeh’, um lenço que é símbolo da resistência palestiniana. Na final do concurso, Iolanda voltou a apresentar-se com as unhas pintadas com o padrão do ‘keffiyeh’. Em palco, quando terminou a actuação, a cantora portuguesa disse que “a paz vai prevalecer”. Já porta-voz de Portugal nas votações, a cantora Mimicat, foi das poucas que aproveitou o tempo que esteve no ar para deixar uma mensagem de paz. Mas Iolanda não foi a única que terminou a actuação na final com apelos à paz. Bambie Thung, a representante da Irlanda, gritou que “o amor irá sempre triunfar sobre o ódio”, antes de abandonar o palco. “Unidos pela música pelo amor e a paz”, foi a frase com que o cantor francês Slimane terminou a sua atuação. Este ano o concurso começou com 37 países, e 25 chegaram à final. Deveriam ter sido 26, mas o representante dos Países Baixos, Joost Klein, foi desqualificado pela organização, devido a um incidente durante a segunda semifinal do concurso. Além da Suíça, Croácia, Ucrânia Israel e Portugal, participaram na final do 68.º Festival Eurovisão da Canção: Suécia, Alemanha, Luxemburgo, Lituânia, Espanha, Estónia, Irlanda, Letónia, Grécia, Reino Unido, Noruega, Itália, Sérvia, Finlândia, Arménia, Chipre, Eslovénia, Geórgia, França e Áustria.
Hoje Macau EventosCantopop | Joey Yung em Julho para nova temporada de concertos Um dos grandes nomes do género cantopop de Hong Kong, Joey Yung, estará em Macau a partir de 13 de Julho para uma temporada de espectáculos intitulada “Joey Yung Eternity Live in Macau 2024”, a acontecer no Centro de Eventos do Studio City no Cotai. Os concertos, que decorrem durante seis fins-de-semana, inserem-se na segunda edição da iniciativa “Melco Residency Concerts” Nascida em 1980, em Hong Kong, Joey Yung tornou-se num dos grandes nomes do género cantopop feito na região vizinha. A cantora prepara-se agora para vir a Macau para dar uma série de concertos promovidos pela Melco Crown, integrados na segunda temporada da iniciativa “Melco Residency Concerts”. Assim, a tournée “Joey Yung Eternity Live in Macau 2024” irá acontecer durante seis fins-de-semana seguidos a partir de 13 de Julho no Centro de Eventos do Studio City, no Cotai. Os primeiros bilhetes com ofertas promocionais começam a vender-se entre amanhã e o dia 20. Joey Yung é apelidada de “diva maravilhosa do cantopop”, tendo já actuado, no ano passado, em Macau, também no âmbito do programa “Macau Residency Concerts”, cujos bilhetes esgotaram rapidamente. Segundo um comunicado da operadora de jogo, a cantora “assistiu a muitos concertos em todo o mundo como inspiração para se preparar para esta edição limitada” de espectáculos, trazendo aos palcos de Macau as canções que têm trazido sucesso à sua carreira. Espera-se um espectáculo de entretenimento em torno do conceito de eternidade e das ideias da busca pelos sonhos e beleza das coisas. A rainha das baladas românticas de cantopop costuma actuar com roupas “lindas e elegantes” revelando “habilidades de actuação” que fizeram dela uma cantora aclamada pelos fãs. Uma das suas baladas de sucesso, “Little”, costuma ser tocada ao piano “para surpreender os fãs”. Citada pela mesma nota, a artista disse estar “entusiasmada” por actuar novamente em Macau um ano depois. “No ano passado fiquei muito comovida com o amor e paixão demonstrados pelos meus fãs. Mal posso esperar para regressar em Julho deste ano para a nova temporada da série de concertos da ‘Melco Residency’, pois terei a oportunidade de criar novas experiências com os concertos em torno do conceito de ‘Eternidade'”. Para a artista, a tournée vai servir para partilhar o seu “belo mundo musical, cheio de sonhos, com o público”. Mais em 2025 Citado pelo mesmo comunicado, Kevin Benning, director-geral do Studio City, disse que será realizado um novo ciclo de concertos da “Melco Residency” em 2025, proporcionando-se, assim, “uma gama mais abrangente de ofertas inovadoras de entretenimento e experiências hoteleiras de topo”. Fica a promessa de que o Studio City irá continuar a “enriquecer o portfólio de entretenimento com novas e surpreendentes atracções a serem reveladas em breve”. Quanto à presença da artista de Hong Kong, Kevin Benning frisou que a introdução, no território, de tournées de espectáculos tem sido bem-sucedida no território. “Estamos satisfeitos por poder receber novamente a diva da pop Joey Yung no Centro de Eventos do Studio City para encerrar em grande a segunda temporada da ‘Melco Residency Concert Series'”, declarou.
Hoje Macau EventosFRC acolhe este sábado recital com estudantes da UPM A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe este sábado, a partir das 17h, o evento “Recital Conjunto de Estudantes de Música da UPM [Universidade Politécnica de Macau]”, integrado na série de concertos musicais “Os Sons da Praia Grande”, co-organizado pela Associação Vocal de Macau. O programa contará com a presença da mezzo-soprano Xiangbing Liu, que venceu a medalha de ouro no “Concurso Vocal de Estudantes Modelo da China” por três anos consecutivos, e ainda a medalha de prata no “Concurso Vocal Profissional de Hong Kong” em 2023. A ela se juntarão as sopranos Changkun Lei, Shuangrong Wu, e Shuting Xiong, todas a frequentar o segundo ano do curso de Música da UPM, sob orientação das professoras Wang Xiao e Mai Jiali. O acompanhamento será da responsabilidade da pianista May Poon, professora da UPM e pianista convidada da Orquestra de Macau. Esta foi uma “Jovem Artista Steinway” galardoada pela prestigiada competição internacional do famoso fabricante “Steinway & Sons”. Além da extensa lista de participação em competições, festivais e recitais a nível mundial, a pianista é também requisitada com frequência como júri de performances e competições a nível regional. Destaque aos clássicos A música seleccionada para a sessão inclui peças clássicas de compositores como o austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, o francês Georges Bizet, os alemães Robert Schumann e Richard Strauss, os italianos Francesco Paolo Tosti e Pietro Mascagni, o coreano Yoon Hakjun, e os chineses Wang Long e Gao Weijie, além de canções folclóricas da Mongólia Interior. “Bel Canto” é um termo italiano criado no século XVIII e que representa “a expressão máxima da voz humana”, tendo inspirado a série de iniciativas que a FRC tem desenvolvido nos últimos anos na área da música clássica. “Bel Canto” é “uma técnica vocal que enfatiza a beleza do som e a capacidade técnica do artista, em vez da expressão dramática ou da emoção romântica, sendo ainda hoje ensinada em moldes semelhantes aos do passado”.
Hoje Macau EventosMAM | Obras dos séculos XVIII a XIX reveladas em nova exposição O Museu de Arte de Macau acolhe, a partir desta sexta-feira, uma nova exposição que remete para a recriação das cidades que compõem a Grande Baía por artistas que viveram nos séculos XVIII e XIX. Um dos artistas em destaque é George Chinnery, cujo 250º aniversário do seu nascimento se celebra este ano É inaugurada esta sexta-feira uma nova exposição no Museu de Arte de Macau (MAM) que apresenta a forma como artistas chineses e estrangeiros dos séculos XVIII a XIX retrataram não só Macau, como também os restantes territórios de Guangdong, no que hoje chamamos a Grande Baía. A mostra intitula-se “Integração Artística entre a China e Ocidente nos Séculos XVIII-XIX” e é não só organizada pelo MAM como pelo Museu de Guangdong (Museu Luxun de Cantão), além de contar com o apoio do Museu de Arte de Hong Kong. Segundo um comunicado do IC, esta mostra apresenta três perspectivas distintas, em termos de estilos técnicas e materiais de pintura, revelando um “diálogo visual e a integração entre a China e o Ocidente, promovidos por artistas locais e estrangeiros na região do Delta do Rio das Pérolas, durante os séculos XVIII e XIX”. A iniciativa, integrada no programa da 34.ª edição do Festival de Artes de Macau, é tida como a “maior exposição de pintura histórica, com exportação de peças, jamais realizada em Macau”, estando disponíveis para admirar mais de 300 peças ou conjuntos de pinturas do MAM e do Museu de Macau, além de obras dos espaços museológicos de Guangdong e Hong Kong. Assim, o MAM pretende apresentar ao público local “um panorama completo da origem e do desenvolvimento da pintura exportada” sobre os territórios, além de “realçar o espírito inclusivo e exploratório dos artistas de Guangdong, Macau e Hong Kong no âmbito do processo de globalização do comércio que teve lugar há dois séculos”. Parabéns a Chinnery Um dos artistas em destaque na mostra, tendo em conta “o número especialmente numeroso de obras”, é George Chinnery, cujo 250.º aniversário de nascimento se celebra este ano. Incluem-se, assim, “uma série de quadros valiosos que serão expostos pela primeira vez no território, proporcionando uma reflexão abrangente sobre a importante influência de Chinnery no sul da China no século XIX”, além de se realçar “o papel de Macau como ponto de encontro entre as culturas chinesa e ocidental”. Nesta exposição, as obras revelam inúmeros temas “como plantas, barcos, paisagens, retratos e pintura de género”, podendo o público observar “o diálogo criado entre as técnicas da pintura chinesa e ocidental”. Dá-se, assim, a conhecer “várias formas de expressão artística, incluindo óleo, aguarela, guache, esboço e gravura, proporcionando uma visão panorâmica da integração e adaptação de materiais de pintura então usados”. Workshops para todos Além da exposição propriamente dita, o público poderá ter um contacto mais próximo com as obras graças às visitas guiadas, realizadas em cantonense, todos os sábados, domingos e feriados às 15h a partir do dia 18 de Maio. Irão ainda realizar-se “visitas guiadas especiais”, palestras, workshops e concertos, sem esquecer as “visitas artísticas” dedicadas à obra de George Chinnery. Estas visitas, intituladas “Passeando pelas Ruas de Macau nas Pinturas de Chinnery” e “Passeando no Museu de Arte de Macau” focam-se nos vestígios de George Chinnery em Macau, proporcionando possibilidades de interpretação do seu estilo de pintura, bem como das obras de arte exportadas da China nos séculos XVIII e XIX. A exposição pode ser vista no MAM até aos dias 11 de Agosto no piso 4, enquanto no piso 3 a mostra fica disponível até 15 de Setembro.
Hoje Macau EventosIIM | Concurso de fotografia com candidaturas até Setembro O Instituto Internacional de Macau (IIM) aceita candidaturas, até 27 de Setembro, para a nova edição do concurso de fotografia “À Descoberta de Macau e Hengqin”. Trata-se de uma iniciativa conjunta do IIM em parceria com a Associação de Fotografia Digital de Macau (AFDM), o Clube de Leo Macau Central (MACC) e Associação dos Embaixadores do Património de Macau (MHAA), sem esquecer a Halftone – Associação de Fotografia de Macau, a Associação dos Jovens Macaenses (AJM) e a Language Exchange and Culture Promotion (LECPA), sendo financiada pela Fundação Macau. O objectivo principal deste concurso é “reforçar o sentimento de pertença, e promover um conceito de identidade radicado nos valores culturais e históricos de Macau”, destinando-se ainda a “estimular o conhecimento dos participantes, especialmente os jovens, sobre as riquezas do património cultural, construído ou não, de Macau, e das tradições, incluindo as atracções da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”. Podem participar neste concurso residentes e não residentes, podendo estes retratar diversos aspectos de Macau, desde monumentos históricos, edificações ou manifestações de natureza cultural conforme a lista do património imaterial. As imagens podem versar ainda sobre hábitos, costumes e crenças, eventos turísticos e festividades populares, tradicionais e religiosas das culturas chinesa, portuguesa e macaense, assim como eventos de cariz internacional. O concurso pretende ainda dar destaque à criatividade digital, focando-se no período entre Outubro de 2023 e Setembro de 2024. Os prémios variam entre as 2 e 5 mil patacas para os três primeiros classificados, incluindo 500 patacas para as menções honrosas. Haverá ainda um “Prémio Especial” para o melhor trabalho apresentado por um sócio da Associação de Fotografia Digital de Macau, no valor de 1000 patacas. Após os prémios serem tornados públicos, o IIM vai organizar uma exposição com as imagens vencedoras.
Hoje Macau EventosMecanoo | Nuno Fontarra vem a Macau falar de arquitectura O arquitecto Nuno Fontarra, ligado ao atelier holandês Mecanoo, responsável pelo projecto da Biblioteca Central, virá a Macau, no próximo dia 17, dar uma palestra intitulada “Do conceito à construção: Decifrando o processo de design da Mecanoo”. A sessão, organizada pelo Instituto Cultural (IC), acontece a partir das 19h e visa “analisar, segundo uma perspectiva abrangente, os esforços e a criatividade necessários em todo o processo de um projecto arquitectónico, desde o conceito inicial até à execução e construção”. Segundo um comunicado do IC, a sessão irá explicar “o desenvolvimento pormenorizado e o aperfeiçoamento de todas as fases de um projecto, abordando os desafios complexos encontrados ao longo do processo da construção das obras de arquitectura de grande escala, assim como as estratégias e as soluções adoptadas”. Nuno Fontarra, arquitecto principal da equipa do projecto da Nova Biblioteca Central de Macau e sócio da Mecanoo Architecten BV, é, na empresa, responsável sobretudo por projectos de cariz municipal. Participou no desenho de projectos arquitectónicos icónicos, nomeadamente o Museu de História Natural de Abu Dhabi e o Palácio da Justiça de Córdoba em Espanha, possuindo ainda uma vasta experiência na concepção arquitectónica de projectos públicos. O arquitecto e a sua equipa já ganharam vários prémios em programas culturais e concursos tanto da Europa como da Ásia, entre os quais se destaca o projecto do Centro Cultural de Longgang em Shenzhen. No campo académico, além de ser professor na Delft University of Technology e no Piet Zwart Institute de Roterdão, Nuno Fontarra também leccionou no atelier de design da Universidade Soongsil em Seul, Coreia do Sul. As inscrições podem ser feitas na plataforma da Conta Única de Macau até ao dia 12.
Hoje Macau EventosFO | Novo concurso para bolsas nas áreas das artes e humanidades A Fundação Oriente vai abrir este ano novamente a candidatura para bolsas de curta duração para asiáticos e portugueses que desenvolvam estudos em áreas das Artes e Humanidades, disse à Lusa a delegada da instituição em Macau. A bolsa dirige-se a cidadãos asiáticos que pretendam, em 2025, realizar cursos, estágios ou visitas de estudo em Portugal, e a portugueses que queiram fazê-lo em países da Ásia. A bolsa tem uma duração de até três meses e deverá totalizar 500 euros mensais, incluindo viagem e a possibilidade de alojamento, explicou Catarina Cottinelli. O concurso, aberto entre 1 e 30 de Junho, incide sobre as “seguintes áreas prioritárias”: Antropologia, Arquitectura, Artes Plásticas, Conservação e Restauro, Design, Fotografia, História, História da Arte e Museologia, de acordo com um comunicado da Fundação Oriente (FO). A prioridade vai para propostas que possam dar origem à realização de actividades no Museu do Oriente, lê-se na nota. “A ideia da FO é o intercâmbio da apresentação de temas que possam ser do nosso interesse, que dêem origem a estudos e investigações que possam ser do interesse das várias comunidades envolvidas, na Ásia – na representação que nós temos quer em Goa, Macau e Timor – ou em Portugal, daquilo que são as propostas que vêm da Ásia para Portugal”, referiu ainda a delegada.
Hoje Macau EventosFRC | Docente de Hong Kong fala hoje sobre Macau no cinema “Imagens de Macau em Movimento: A Visão da Região Administrativa Especial no Século XXI” é o título de mais uma palestra que hoje decorre na Fundação Rui Cunha a partir das 19h. A protagonista será Stacille Ford, professora da Universidade de Hong Kong, que irá falar da representação cinematográfica sobre Macau A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 19h, a conferência “Macau’s Moving Images: Screening the SAR in the 21st Century” [Imagens de Macau em Movimento: A Visão da Região Administrativa Especial no Século XXI], com Stacilee Ford, professora assistente no departamento de História da Faculdade de Artes da Universidade de Hong Kong. Esta conferência insere-se no “Ciclo de Palestras Públicas de História e Património”, realizada entre a FRC e a Universidade de São José. A ideia é falar da forma como Macau tem sido representada nos últimos anos nas mais variadas vertentes artísticas. “Desde a viragem do século XXI, as histórias cinematográficas sobre as pessoas e lugares de Macau progrediram muito além dos habituais retratos de cariz exótico que eram usados pela Hollywood dos tempos da Guerra Fria. No entanto, imagens, temas e enredos familiares mais tradicionais continuam a passar para as telas contemporâneas”, descreve a organização, em comunicado. Assim, esta palestra aborda “o que mudou, ou não, e o que os filmes recentes nos contam sobre a história, a identidade de Macau e a importância do lugar desta Região Administrativa Especial da China, na intersecção dos fluxos transnacionais e globais”. A oradora apresentará uma selecção contextualizada de documentários e de cinema independente e comercial do início deste século, onde se incluem destacados filmes como “Adeus Macao” de Evans Chan, do ano 2000, “Sisterhood” de Tracy Choi, de 2016, “A City Called Macau” de Li Shaohong, filme de 2018, e “One More Chance” de Anthony Pun, realizado no ano passado. Estudos e livros Stacilee Ford possui relevante trabalho de investigação no programa de estudos de género da Universidade de Hong Kong, sendo historiadora cultural com pesquisa feita nas áreas de estudos transnacionais americanos, história das mulheres e de género e produção cultural interasiática. A académica reside em Hong Kong desde 1993 e tem-se dedicado ao ensino, investigação e à publicação de artigos e livros sobre mulheres e comunidades americanas em Hong Kong e Macau, sobre o cinema de Hong Kong e ainda sobre as mudanças geracionais na região da Ásia-Pacífico. O seu interesse particular tem sido a identidade cultural e as mudanças históricas articuladas no cinema, na televisão, na internet, na educação, na literatura, na gastronomia e na cultura de consumo de Hong Kong e Hollywood. É autora do livro “Troubling American Women: Narratives of Gender and Nation in Hong Kong”, publicado em 2011 pela Hong Kong University Press.
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca Paixão | Maio traz ciclo de cinema dedicado a Cheong Chi Wai O realizador de Macau Cheong Chi Wai tem direito, este mês, a um ciclo de cinema dedicado aos quatro filmes que realizou até agora. As películas podem ser vistas no próximo fim-de-semana, com duas exibições no domingo. Destaque ainda para dois filmes exibidos no âmbito do ciclo “May Charms” Um novo mês na Cinemateca Paixão arranca com o destaque dado a um realizador local. O nome escolhido é Cheong Chi Wai, cujos quatro filmes produzidos até à data serão exibidos no próximo sábado a partir das 16h e domingo a partir das 11h30 e 14h. Cheong Chi Wai, nascido em Macau, acabou por se formar em realização, com licenciatura e mestrado, na Universidade Nacional de Artes de Taipei, Taiwan. Realizou um estágio na Golden Horse Film Academy, que organiza os grandes prémios de cinema desta região, além de ter trabalhado também na academia de cinema na Bucheon International Fantastic Film Festival Film Academy, e no projecto “FIRST Training Camp”. Estreou-se em nome próprio com “Someone Who Was Lost”, filmado em Hong Kong, tendo apresentado, em 2012, “La Maison de la Memóire” [A Casa da Memória] que conta a história de um homem que está desempregado, mas que todos os dias finge que sai de casa para ir trabalhar. A mãe faz de tudo para proteger a família, enquanto o filho sonha estudar no estrangeiro. Os constrangimentos e dificuldades por que têm de passar no dia-a-dia leva-os a tentar perceber o que está nos seus corações. Um aparente final feliz acaba por mostrar que, afinal, nem tudo está resolvido. Depois desta película, Cheong Chi Wai apresentou, em 2015, “Cup Noodles”, uma história simples que gira em torno de duas raparigas, duas taças de noodles e um segredo. No ano seguinte, foi a vez de estrear “Log in Dinner”, que remete para a solidão sentida por tantos idosos que vivem sozinhos. Neste caso, é o chefe de cozinha reformado Wei que vive uma vida monótona e repetitiva, e que um dia organiza um jantar com o seu filho, nora e neto, onde a comunicação não flui. A vida ganha nova cor quando Wei descobre um canal online em que uma jovem grava o seu jantar. O filme mais recente deste realizador, “The Son”, é de 2019 e centra-se numa jovem mulher que descobre um filho que o marido teve de uma anterior relação. Charmes de Maio “May Charms” é o nome do outro ciclo de cinema que pode ser visto este mês na Cinamateca Paixão e que apresenta dois filmes: “All Shall Be Well”, realizado este ano em Hong Kong, e que será exibido na próxima sexta-feira, domingo, e depois nos dias 18 e 25. Este filme, do realizador Ray Yeung, estreou-se mundialmente na secção “Panorama” da 74.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim, tendo ganho um “Teddy Award” pelo melhor filme com a temática LGBTQ+. A película foi ainda o filme de abertura na 48.ª edição do Festival de Cinema de Hong Kong. “All Shall Be Well” gira em torno da história do casal lésbico Angie e Pat, cujo rumo da relação se altera quando Pat morre de forma súbita. “(Ab)normal Desire”, filme japonês que teve ontem a sua primeira exibição, será novamente exibido no sábado, bem como nos dias 15, 19 e 28. Esta obra é do realizador Yoshiyuki Kishi e baseia-se no romance de sucesso “Seiyoku”, de Ryo Asai. Ainda em “May Charms” será exibido “The Old Oak”, de Ken Loach, nos dias 18, 22, 26 e 29 deste mês. Este filme recebeu em Cannes a nomeação “Palma d’Ouro” em 2023, além de que Ken Loach já venceu por duas vezes esta distinção no mesmo festival de cinema. Este ciclo encerra-se com “Snow Leopard”, exibido nos dias 16, 21, 25 e 29. Este filme teve a sua estreia mundial no Festival de Cinema de Veneza, tendo sido dirigido pelo realizador tibetano Pema Tseden. Trata-se de uma história de “humanidade e espiritualidade, vida e fé”, girando em torno do tema do lugar do homem na sociedade. Clássico chinês Importa ainda mencionar, no programa deste mês da Cinemateca Paixão, da exibição de um clássico do cinema chinês restaurado. Nos dias 12, 17 e 25 de Maio será exibido “Terrorizers”, de 1986, que ganhou, no mesmo ano, a categoria de “Best Feature Film”, dos Golden Horse Awards, além de ter obtido o prémio Leopardo de Prata no Festival de Cinema de Locarno do ano seguinte. Da autoria de Edward Yang, o filme conta a história do casamento de Yu Feng e Li Zhong, construindo um contexto em torno dos sentimentos de solidão, despeito e violência na sociedade moderna.