Andreia Sofia Silva EventosPintura | Anabela Canas expõe novas obras em Almada “É a primeira vez que trabalho a partir da memória de Macau” Pintora, ex-residente de Macau e habitual colaboradora do HM, Anabela Canas regressa às exposições, desta vez para participar num programa de eventos que celebra Fernão Mendes Pinto, o Oriente e Macau. “Da viagem que achasse, antes que chegasse a ela” vai estar patente, a partir de amanhã, no Centro Cultural Fernão Mendes Pinto, em Almada, Portugal Como descreve estas obras que apresenta nesta mostra? São novos trabalhos ou faz uma retrospectiva do seu percurso artístico? O conjunto de pinturas que vou expor é novo e feito especialmente para esta programação de eventos que tem como tema “Almada na Rota do Oriente – Macau”. Nunca faço retrospectivas do meu trabalho, pelo menos por agora. A minha mente não me dá descanso e pede sempre um percurso de passos em frente. Cada nova oportunidade alimenta esse meu desejo e serve-me de estímulo. Estes trabalhos foram feitos a partir de um certo conceito de viagem, com ligação às viagens de Fernão Mendes Pinto, de quem tinha precisamente, um pouco antes, adquirido [a obra] Peregrinação. E, também pelas diferenças que há na interpretação da obra, da veracidade ou fantasia com que as narrativas correspondem a uma vivência directa ou de ouvir contar, por parte de Mendes Pinto, foi-me surgindo a ideia de quanto na nossa memória é refeito e deformado pelo tempo, tornando os lugares por onde passamos ou que sonhámos conhecer, pouco objectivos e sintetizados em paradigmas isolados de um contexto. Esta é a primeira vez que trabalho a partir da memória de Macau e das pequenas viagens sem sair do lugar, e de algumas viagens pela China. Por outro lado, sendo este evento dedicado aos poetas de Macau, evocados num poema de Jorge Arrimar, integrei também a pintura: “Deste interior não sai ninguém”, pela feliz coincidência de ter chegado de Macau e posteriormente de Dakar. [Esta] é também uma outra viagem ao interior, do espaço do corpo, da casa e da poesia, dedicado a Camilo Pessanha, e que fiz para a celebração em Macau, dos 150 anos do poeta, numa iniciativa do Carlos Morais José e do jornal Hoje Macau. Que grandes mensagens ou ideias pretende transmitir a quem vê os seus trabalhos? Na verdade, não tenho a pretensão de transmitir grandes mensagens, ou grandes ideias. Centro-me muitas vezes em coisas pequeninas, mas que me parecem ter algum grau de empatia com as pequenas coisas que fazem a mundividência de outras pessoas. Sensações que o mundo visível provoca e que nos deixam, mesmo sem um discurso verbal sobre isso, situados num determinado modo de sentir a existência, por exemplo. Porque de fragmentos de tempo, muito circunscritos, no nosso dia, acontece-nos mergulhar numa ilusão de lucidez, da qual se pode extrapolar para uma dimensão filosófica, por exemplo. Por outro lado, gosto de encontrar nas coisas anódinas a vocação para a metáfora. Portanto todo este universo que me interessa, da luz, da permanência do rio, da impermanência, que é um outro lado das coisas, da finitude e do seu contrário, pode ser muito pequenino, ou muito cósmico, que são duas vertentes igualmente abismais para a contemplação. Nos últimos meses tem-se debruçado sobre a escrita de crónicas, exercício que faz nas páginas do HM, juntamente com ilustrações da sua autoria. Trata-se de um exercício que complementa a sua prática como pintora? Escrevo as crónicas semanais desde 2015. Nestes anos mais recentes não tenho conseguido manter essa regularidade dos primeiros anos, porque o tempo é sempre menos do que preciso para tudo o que me inunda. Escrevo desde criança e sem objectivos a mais do que a necessidade de diálogo interior, que as palavras, porque económicas e imediatas, sempre me trouxeram. Essa necessidade que também tenho de produzir imagens, e outras coisas como objectos, são parte de um todo, que eu sou, com uma certa dose de compulsão, em que é necessária a produção, e toda ela produz reflexão e mais palavras, e é uma espécie de válvula que é necessária. Ter sempre uma saída para o que me inunda a cabeça. E que é excessivo para ficar retido dentro dela. Viveu em Macau. Que memórias guarda do seu percurso artístico no território e do panorama das artes na altura? Vivi 11 anos em Macau e tenho a memória grata das oportunidades que tive, de ir desenvolvendo os primeiros passos no meu ofício, o que se devia a uma escala que permitia, mesmo a uma pessoa um pouco tímida e insegura, como eu era, uma maior proximidade com instituições e pessoas. Das quais este ofício depende para a normal visibilidade. Por outro lado, sempre tive que conciliar a pintura com o ensino e isso nunca foi fácil. Mas o panorama artístico não tinha o dinamismo que tem hoje. De que forma é que a sua vivência em Macau lhe moldou, ou mudou, a prática da pintura e da criatividade em termos gerais? Qualquer detalhe ínfimo, sabemos, pode alterar todo o curso de uma existência e nós não o conseguimos muitas vezes determinar. Por outro lado, também não sabemos quem seríamos se não fossemos este produto de tantas pequenas ou grandes escolhas. Macau foi a grande viagem que fiz, não só pela distância e pela diferença, mas também porque foi um relativo corte ao meio na minha existência de jovem adulta. Mudei-me para Macau, fantasiei muito, antes de ir, tal como me deixei impregnar de um paradigma de “oriente”, pela proximidade com a grande China enigmática e antiga. E esse paradigma, das viagens feitas e daquelas em maior quantidade, sem sair da minha janela em Macau, até hoje alimentam os meus devaneios “poéticos”, ao ponto de a eles ter voltado como temas a trabalhar para esta exposição. Por isso, tal como acredito que Macau me mudou e acrescentou, como a qualquer pessoa que tenha o privilégio de ver a vida por um ângulo diferente, também acredito que algumas das ideias estruturantes que passam no meu trabalho, não têm a ver com nenhum lugar em particular. Programa preenchido “Almada na Rota do Oriente” tem levado à cidade portuguesa, desde Outubro do ano passado, um conjunto de eventos e actividades que celebram as viagens de Fernão Mendes Pinto contadas na sua “Peregrinação”, onde Macau surge representado. Esta quinta-feira, além da inauguração da exposição de Anabela Canas, irá decorrer também a sessão de leituras “Tributo aos Poetas de Macau: doze (re)cantos do poema”, baseada num poema de Jorge Arrimar, também ele ex-residente em Macau, escritor e poeta. Nesta sessão participam ainda António Fragoso e Joaquim Ng Pereira, declamador de poesia em patuá, docente deste dialecto e responsável pela Oficina de Patuá Macaísta do Centro Científico e Cultural de Macau.
Hoje Macau EventosCinema | “Oppenheimer” é o grande vencedor dos Óscares 2024 “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, arrebatou sete óscares em 13 nomeações, nas categorias mais relevantes: melhor filme, melhor realização, melhores actores principal e secundário. “Pobres Criaturas” colecionou quatro estatuetas, com destaque para o óscar de melhor actriz para Emma Stone Depois da primeira nomeação para melhor realizador com “Dunkirk”, Christopher Nolan teve a sua noite na 96.ª edição dos Óscares que se realizou na madrugada de domingo para segunda-feira, no Dolby Theatre, em Los Angeles. “Oppenheimer” foi o grande vencedor da noite, arrecadando sete óscares em 13 nomeações nas principais categorias. Nolan levou para casa o óscar de melhor realizador, melhor filme, Cillian Murphy venceu o óscar para melhor actor principal e Robert Downey Jr. Melhor actor secundário. “Oppenheimer” venceu ainda nas categorias de melhor montagem, melhor fotografia e melhor banda sonora. Na categoria de melhor filme, a película baseada na vida do “pai da bomba atómica”, o físico teórico J. Robert Oppenheimer, competia com “American Fiction”, “Anatomia de uma queda”, “Barbie”, “Os excluídos”, “Assassinos da lua das flores”, “Maestro”, “Vidas passadas”, “Pobres criaturas” e “Zona de interesse”. A coroação de “Oppenheimer” como melhor filme foi anunciada de uma forma pouco ortodoxa por Al Pacino, que nem apresentou a lista dos nomeados, limitando-se a abrir rapidamente o envelope e a dizer: “os meus olhos veem ‘Oppenheimer’”. O anúncio algo precipitado do vencedor apanhou a audiência de surpresa, e a própria realização da noite dos óscares não estava preparada para focar os vencedores. Os sete óscares colocam “Oppenheimer” ao nível do palmarés de “O Bom Pastor” (1944), “Os Melhores Anos das Nossas Vidas” (1946), “Eva” (1950), “A Ponte do Rio Kwai” (1957), “Lawrence da Arábia” (1962), “Patton” (1970), “A Golpada” (1973), “África Minha” (1985), “Danças com Lobos” (1990), “A Lista de Schindler” (1993), “A Paixão de Shakespeare” (1998) e o vencedor do ano passado, “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo” (2022). Os campeões continuam a ser “Ben-Hur” (1959), “Titanic” (1997) e “O Senhor dos Anéis – O Regresso do Rei” (2003), todos com 11 estatuetas, mais uma do que “West Side Story” (“Amor Sem Barreiras”, 1961). No polo oposto, os grandes derrotados da noite foram as plataformas de streaming da Apple e Netflix, nomeadamente com o filme de Martin Scorsese “Assassinos da Lua das Flores”, com Leonardo DiCaprio e Robert De Niro, que não ganhou nenhum óscar. No total, as produções da Apple e Netflix receberam 32 nomeações, mas apenas conseguiram o prémio de melhor curta-metragem com “A Incrível História de Henry Sugar”, de Wes Anderson. Apesar de apenas ter vencido quatro óscares em 11 nomeações, “Pobres Criaturas” valeu a Emma Stone o óscar de melhor actriz, distinção que repetiu depois de ganhar a mesma categoria em 2017 pelo papel no musical “La La Land”. Stone conseguiu contornar algum favoritismo de Lily Gladstone e a sua poderosa interpretação em “Assassinos da lua das flores”, que poderia simbolizar o primeiro óscar atribuído a uma actriz nativo-americana. Por sua vez, Da’Vine Joy Randolph venceu o óscar de melhor actriz secundária pelo desempenho em “Os Excluídos”. Com Da’Vine Joy Randolph competiam Emily Blunt “Oppenheimer”, Danielle Brooks em “A Cor Púrpura”, America Ferrera em “Barbie” e Jodie Foster em “Nyad”. Os discursos Um dos discursos da noite foi protagonizado pelo vencedor estreante Christopher Nolan, que fez alusão à história da sétima arte, depois de receber a estatueta das mãos de Steven Spielberg. “À Academia, só dizer que os filmes têm pouco mais de 100 anos. Imaginem estar há 100 anos na pintura ou no teatro. Não sabemos para onde vai esta incrível jornada a partir daqui. Mas saber que pensam que sou uma parte significativa disso significa muito para mim.” Antes da categoria de melhor realizador, foram anunciados os óscares de representação. Ao sexto filme com Nolan na realização, e na sua primeira nomeação, o irlandês Cillian Murphy recebeu das mãos de Paul Giamatti a estatueta para melhor actor. Murphy agradeceu à dupla pela “jornada” e a toda a equipa, terminando a recordar o tema do filme: “Fizemos um filme sobre o homem que criou a bomba atómica. E para o bem ou para o mal, todos nós vivemos no mundo de Oppenheimer. Portanto, realmente gostaria de dedicar este prémio a todos os pacifistas.” Outra das ovações da noite no Dolby Theatre foi para Robert Downey Jr, que aos 58 anos venceu o primeiro óscar, enquanto melhor actor secundário, pela sua interpretação de Lewis Strauss, culminando um percurso pessoal enquanto “bad boy” de Hollywood depois de décadas de dependência de drogas, até ao topo da indústria. “Gostaria de agradecer à minha infância terrível e à Academia, por esta ordem”, começou por dizer, provocando o riso dos colegas. “Gostaria de agradecer à minha veterinária – quero dizer, à minha esposa, Susan Downey, que está ali. Encontrou em mim um animal de estimação resgatado e amou-me de volta à vida. É por isso que estou aqui”, acrescentou. O actor não esqueceu Nolan e a produtora Emma Thomas, dizendo que “precisava deste trabalho mais do que ele precisava de mim”. Robert Downey Jr teve como colegas nomeados na mesma categoria Sterling K Brown, por “American fiction”, Robert De Niro, por “Assassinos da lua das flores”, Ryan Gosling, por “Barbie”, e Mark Ruffalo, por “Pobres Criaturas”. Outras bombas O filme “20 days in Mariupol”, do jornalista ucraniano Mstyslav Chernov, sobre o cerco à cidade ucraniana durante a invasão militar russa, venceu o óscar de melhor documentário. “Sou o único realizador aqui que gostaria de nunca ter feito este filme”, disse Mstyslav Chernov ao receber a estatueta, afirmando que preferia que a Rússia nunca tivesse invadido a Ucrânia e ocupado as suas cidades, e que nunca tivesse feito reféns civis e militares. “Mas não posso alterar a História nem o passado”, prosseguiu Chernov. “Todos juntos, porém, podemos fazer com que a História tome o rumo devido e que a verdade perdure”. O jornalista e realizador apelou ainda a que os habitantes de Mariupol jamais sejam esquecidos. E concluiu: “O cinema cria memória e a memória faz a História”. O óscar de melhor documentário é o primeiro conquistado por um cineasta ucraniano e é também o primeiro a distinguir o trabalho de uma agência de notícias, no caso a Associated Press, que soma 178 anos de história. “20 Days in Mariupol” competia com “Bobi Wine: The People’s President”, “The Eternal Memory”, “Four Daughters” e “To Kill a Tiger”. Na categoria de melhor filme estrangeiro, a academia distinguiu “A zona de interesse”, do realizador britânico Jonathan Glazer, que alertou para os riscos da desumanização, num discurso em que lembrou as vítimas da guerra entre Israel e o Hamas. “A zona de interesse”, inspirado no romance homónimo do escritor britânico Martin Amis, aborda o Holocausto através da banalidade da vida quotidiana da família de Rudolf Höss, o comandante de Auschwitz durante a II Guerra Mundial, sem esconder os sons que vêm do campo de extermínio nazi, mesmo ao lado. O realizador dedicou o Óscar a Alexandria, uma mulher de 90 anos que tinha feito parte da resistência polaca à ocupação nazi, que conheceu durante as filmagens. Alexandria tinha 12 anos, quando aderiu à resistência. Glazer lembrou a sua coragem. “A zona de interesse”, uma produção independente britânica, competia com “Eu, Capitão”, de Matteo Garrone, de Itália, “Dias perfeitos”, do realizador alemão Wim Wenders, candidato pelo Japão, “A sociedade da neve”, de J. A. Bayona, de Espanha, e “A sala de professores”, de İlker Çatak, da Alemanha. Protestos na carpete vermelha A cerimónia arrancou com algum atraso devido a protestos de manifestantes pró-palestinianos que receberam as estrelas de Hollywood nomeadas para os Óscares gritando “ganhem vergonha”, para recriminar a realização da 96.ª edição dos prémios enquanto contínua o conflito em Gaza. Ovações, cânticos de “vergonha” e cartazes a pedir o “fim da ajuda a Israel” ou “Palestina livre” foram ouvidos e vistos à entrada do Dolby Theatre, no Passeio da Fama de Hollywood, a poucas horas do início da 96.ª edição dos prémios da Academia. O acesso à entrada do Dolby Theatre é protegido por dezenas de polícias e seguranças, mas os manifestantes são autorizados a aproximarem-se das vedações, pelo que tanto actores como realizadores conseguem ouvir os protestos. Uma fonte avançou ao Deadline que o acesso chegou a estar fechado e ‘centenas de pessoas estão presas’ no trânsito sem conseguir chegar, optando por se deslocar a pé a distância que faltava. Margot Robbie foi uma das que chegou em cima da hora. Vários outros manifestantes, hasteando bandeiras palestinianas, percorreram as ruas próximas do local onde decorre a cerimónia.
Hoje Macau Eventos“Miminhos da Di” de Timor-Leste para aprender e brincar em português Um alfabeto corporal, cores que fugiram para as ruas de Díli, contar os números até 10 e canções são alguns do “Miminhos da Di”, um canal de YouTube, feito em Timor-Leste, para aprender e brincar em língua portuguesa. A ideia foi criada por Diana Abrantes, educadora de infância, e Nuno Murinelo, produtor de conteúdos audiovisuais, dois portugueses a residir em Díli, Timor-Leste, depois de perceberem a ausência de conteúdos em língua portuguesa de Portugal para as crianças. “A ideia foi recente. Eu tentava procurar conteúdos na Internet para mostrar aos meus filhos e também para mostrar em contexto de sala aula com os meus meninos e só encontrava em outras línguas ou então em brasileiro e nada em português de Portugal e estava sempre a dizer o mesmo”, explicou Diana Abrantes. É quando Nuno Murinelo desafia e insiste com Diana Abrantes para começarem a produzir os conteúdos. Se, numa primeira fase, Diana Abrantes achou que não conseguia fazer, porque tinha vergonha, numa segunda resolveu aceitar o desafio e tentar. “Gostei muito de fazer e correu bem e comecei a ganhar aquele gosto de começar a escrever ou fazer o plano do tema que queria tratar e depois falar com o Nuno e discutirmos as ideias até ao plano final do vídeo. Quando via o vídeo final, aquilo era maravilhoso, ou seja, ficava deslumbrada como as crianças e foi assim”, disse Diana Abrantes, a principal protagonista dos vídeos. Além de divertir as crianças e os pais, os “Miminhos da Di” pretende igualmente ser uma “ferramenta útil de trabalho para professores e educadores”. Diana Abrantes já utilizou alguns “Miminhos da Di” em contexto de sala de aula e o feedback “foi muito positivo”. A educadora de infância explicou que muitos daqueles vídeos são depois vistos em família e visionados pelos irmãos mais novos, os primos, os vizinhos, ajudando as crianças a adquirir vocabulário em português. “Ter um canal educativo em português de Portugal vai ser uma mais-valia para as crianças, não só em Timor-Leste, mas para os portugueses e crianças e pais e professores e educadores que estão pelos espalhados pelo mundo”, afirmou. O canal de YouTube já tem milhares de visualizações e seguidores, o que apanhou Diana e Nuno de “surpresa”. “Não estávamos rigorosamente nada à espera deste impacto. Nós tivemos um impacto demasiado grande para o que estávamos à espera. Temos dois meses e meio de canal. Há, portanto, uma média muito simpática para quem estava a pensar que ia fazer só uma coisa para, não era para brincar, mas descomprometida, quanto mais não seja”, afirmou Nuno Murinelo. Com mais de 20 vídeos já divulgados, o canal de YouTube “Miminhos da Di” é feito apenas por Diana e Nuno, que assumiram como primeiro compromisso fazer pelo menos um vídeo por semana para não perder o contacto com os seguidores e que estão abertos a parcerias e mais sugestões.
Andreia Sofia Silva EventosCCCM | Lançada obra “Olhar Macau pelos Livros” Para descobrir um território basta, muitas vezes, abrir a página de um livro. Foi a pensar nisto que Jorge Tavares da Silva e Carmen Amado Mendes avançaram para a coordenação da obra “Olhar Macau pelos Livros”, convidando diversos autores, nomeadamente Celina Veiga de Oliveira ou o antigo Governador Garcia Leandro para escreverem sobre obras que nos revelam Macau. O livro foi lançado este sábado no Centro Científico e Cultural de Macau Depois da experiência editorial de “Olhar a China pelos Livros”, eis que volta a ser lançada uma edição que permite conhecer melhor Macau através de diversas obras e autores, seja na poesia, romance ou história. “Olhar Macau pelos Livros” é coordenado pelo académico Jorge Tavares da Silva, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior, e Carmen Amado Mendes, presidente do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM). Esta entidade acolheu, no sábado, o lançamento da obra, que conta ainda com apoios na edição da Universidade de Macau e Fundação Casa de Macau, integrando-se na colecção “Língua e Cultura”. Na apresentação, Jorge Tavares da Silva descreveu o projecto como sendo “um trabalho colectivo que nasce de uma ideia inicial”, que é convidar outros a escrever sobre livros que revelem pedaços de um território tão particular. “Temos, desta vez, mais de 16 autores que enriqueceram [a obra] com os seus pontos de vista e o objectivo é o mesmo do início. Quando se entra no mundo da China e de Macau há muitas formas de se entrar nele: pode ser o acaso, alguém que encontra um trabalho, o entusiasmo de procurar, ou então de uma forma muito simples, através dos livros, que foi a forma como eu me iniciei na China. Tive curiosidade por esses livros que nos trazem mundos que vamos descobrindo, e foi assim que me entusiasmei pelos assuntos da China. Sou apaixonado por livros, e eles trazem-nos formas de olhar, interpretações, visões, experiências de outras épocas e tempos. Há um paralelismo entre aquilo que os livros nos dão e o que vamos descobrindo”, descreveu o co-coordenador. Com autores como Celina Veiga de Oliveira, historiadora, o poeta e académico Yao Jingming, ou o advogado Miguel de Senna Fernandes, “Olhar Macau pelos Livros” tem “excelentes textos, diferenciados, enriquecedores”. Esta é, também, uma obra “que nos serve para incitar à leitura, porque muitos leitores provavelmente não conhecem alguns dos autores e, assim, passam a conhecer”, adiantou Jorge Tavares da Silva. De Deolinda a Pessanha Naquele que pretende ser um “exercício de observação, reflexão e análise” sobre a forma como se escreve ou conta o território, encontram-se textos do antigo Governador de Macau Garcia Leandro, que decidiu debruçar-se sobre o autor Rodrigo Leal de Carvalho e as obras “Ao Serviço de Sua Majestade” e “Requiem por Irina Ostrakoff”. Joaquim Ng Pereira, grande dinamizador do patuá em Portugal, e declamador de poesia neste dialecto macaense, optou por escrever sobre a análise feita por Roberto Carneiro, ex-dirigente da Fundação da Escola Portuguesa de Macau, e outros autores, que em 2019 lançaram a obra “O Macaense – Identidade, Cultura e Quotidiano”. Mas em “Olhar Macau pelos Livros” existem também os romancistas e poetas mais ligados a Macau, como é o caso de Henrique de Senna Fernandes, cuja obra “Nam Van – Contos de Macau” é analisada por Ana Cristina Alves, coordenadora do programa educativo do CCCM. Não falta também a análise ao livro “Os Dores”, que tão bem descreve a Macau antiga, no conflito entre as zonas cristã e chinesa da cidade, da autoria de Senna Fernandes. Este texto é da autoria da também escritora Maria Helena do Carmo. Rita Assis Ferreira, advogada, escreve ainda sobre “Amor e Dedinhos de Pé”, outra obra bem conhecida do autor macaense. Francisco José Leandro, académico da área da ciência política e relações internacionais, optou por olhar à lupa a obra “Cheong Sam – A Cabaia”, da reputada escritora macaense Deolinda da Conceição. Finalmente, não falta o nome de Camilo Pessanha, nome maior da poesia simbolista portuguesa, que viveu em Macau grande parte da sua vida e que está sepultado no cemitério de S. Miguel Arcanjo. “Camilo Pessanha num Quarteto” é o título do contributo de Yao Feng, pseudónimo literário do académico Yao Jingming, ligado à UM. Numa vertente mais académica, destaque ainda para a análise, da parte de Leonor Diaz de Seabra, da última obra de António Manuel Hespanha, “Filhos da Terra”, que olha, precisamente, para as comunidades de lusodescendentes espalhadas pela Ásia, fruto da expansão marítima portuguesa.
Hoje Macau EventosNova obra quer contribuir para estudos sobre mulher na literatura em Macau e Timor-Leste O investigador Pedro D’Alte, que apresenta hoje uma obra sobre a representação da mulher na literatura em português em Macau e Timor-Leste, espera que esta possa servir de base para futuros estudos sobre o tema. “Imagótipos femininos nas literaturas em português a Oriente”, um projecto da Casa de Portugal em Macau, apresentado por ocasião do Dia Internacional da Mulher, reúne material resultante de um pós-doutoramento em Estudos Portugueses concluído pelo investigador na Universidade Aberta. A colectânea pretende “tornar explícitas” representações associadas à mulher nas obras literárias em português a Oriente ou que falam sobre o Oriente, com Macau e Timor-Leste a partilharem “toda a atenção”, explica o investigador à Lusa. Outro dos objectivos, observa Pedro D’Alte, passa por inspirar novas pesquisas na área. “No caso de autores de Macau, estamos a falar de perspectivas que, não sendo inaugurais, têm vindo a ganhar maior fulgor, e falo dos estudos associados ao universo feminino e que nas sociedades patriarcais não têm tido muita visibilidade (…). A grande contribuição deste livro é permitir que outras pessoas que se interessam por esses estudos tenham aqui uma primeira base de estudo para eventualmente lançar outros estudos”, explica. Em relação a Timor-Leste, D’Alte nota que alguns dos artigos são “pioneiros e efectivamente os primeiros” a abordar a obra do timorense Luís Cardoso, vencedor do prémio de literatura lusófona Oceanos 2021, “mas que infelizmente ainda não recebe a atenção da crítica literária que merecia”. No que toca à representação da mulher na literatura em português nestes dois territórios, o investigador considera “evidentes as coordenadas patriarcais que tentam limitar logo desde o nascimento os papéis sociais da mulher”. Refere que é um universo onde “imperam grandes restrições”, em geral estipuladas pelo homem, e que, mesmo quando a mulher tem alguma liberdade, “outras mulheres eventualmente já forjadas nesta sociedade também limitam toda a acção femina”. Apesar de tudo, disse o autor, nas literaturas mais recentes em Timor-Leste, começam “a existir disrupções”. E aqui, D’Alte regressa a Luís Cardoso, com obra literária onde “objectos ou relações padronizadas são completamente obliteradas”. “Isto é feito propositadamente de forma a que se perceba um certo feminismo, de forma a que se perceba que é possível à mulher ter outras funções autónomas do homem”, diz. Escassez de contributos Já na literatura em Macau, não é tão visível essa autonomia em relação à figura masculina. Neste sentido, o investigador chama à atenção que, no território chinês, “as grandes sumas ficcionais” em língua portuguesa “não são tão actuais”, com edições a completarem agora cerca de 30 ou 40 anos, havendo, por isso, “um certo desfasamento temporal”. “Existem mulheres como Maria Ondina Braga, Deolinda da Conceição, Fernanda Dias, que vão dando contributos no feminino para que a literatura se renove. Agora efectivamente, dentro do universo produzido, nota-se uma escassez e, pior, nota-se um decréscimo em relação àquilo que se produzia e ao que se faz hoje. Temos todos de estar um pouco preocupados”, concretiza. Pedro D´Alte, professor na Escola Portuguesa de Macau e docente na Universidade Politécnica local, vive no território há seis anos. Natural do Porto, o autor já leccionou em Portugal, Timor-Leste e Angola. Pouco português Pedro D’Alte disse à Lusa que a falta de literatura infantojuvenil “que seja marcante” em português, em Macau e Timor-Leste, tem implicações na criação de leitores e na produção local de obras nesta língua. A questão da literatura em Macau e Timor-Leste, onde o português é língua oficial, “é sempre complexa”, diz. “[Macau e Timor-Leste] não têm, por exemplo, uma literatura para a infância que seja marcante, temos um conjunto de crianças em idade escolar que têm que ler outros livros que não são produzidos localmente”, afirma à Lusa. No caso de Timor-Leste, observa o investigador, o problema não é exclusivo do português, existindo narrativas tradicionais que depois “são relativamente adaptadas para um público mais jovem”. “Temos agora outros livros que foram lançados mais recentemente, mas no seu total, penso que numa dezena conseguimos referir todos os livros que têm Timor como pano de fundo associados a um universo infantojuvenil”, analisa. Em Macau, D’Alte fala de uma situação semelhante, com poucos autores a produzirem em língua portuguesa, o que torna difícil “a emergência de um público leitor em português utilizando ou recorrendo a uma literatura local”. “Depois, efectivamente, estamos dependentes do que estas zonas consigam fazer pelo ensino do português e das culturas, porque, só quando tivermos pessoas capazes de usufruir de objectos literários é que podemos perspectivar ter produtores de literatura em português”, nota.
João Luz Eventos MancheteRota das Letras | Festival arranca com mostra de fotografia sobre Li Bai Começa hoje a 13.ª edição do festival literário Rota das Letras, que terá como epicentro a Casa Garden e como pilares temáticos os mestres da poesia Camões e Li Bai. É inaugurada amanhã a exposição de fotografia “Li Bai: A Peregrinação de um Nómada Imortal”, da autoria do fotógrafo Xu Peiwu As deambulações do incontornável poeta chinês Li Bai são um dos destaques do arranque da 13.ª edição do festival literário Rota das Letras, que começa hoje e irá marcar a agenda cultural da cidade até ao dia 17 de Março. A mostra fotográfica “Li Bai: A Peregrinação de um Nómada Imortal”, que reúne trabalhos de Xu Peiwu, é inaugurada hoje às 17h30 na Casa Garden. A curadoria da exposição está a cargo de João Miguel Barros e iiOn Ho, que dirige a galeia Art on Space em Foshan. A organização do festival revela que, por motivos de espaço, o escopo da exposição será reduzido face ao volume de trabalhos exibidos normalmente noutros lugares, mas ainda assim demonstra a grandiosidade do épico trabalho fotográfico. Além das imagens que evocam as deambulações do poeta por uma China perdida, o público poderá apreciar as fotografias de Xu Peiwu ao som da sinfonia “Das Lied von der Erde” composta por Gustav Mahler. A escolha da “banda sonora” não é aleatória, uma vez que o compositor austríaco confessou a influência de Li Bai na altura em que escrevia a sinfonia. O interesse do fotógrafo começou há 40 anos, quando comprou o livro “Li Bai: poetry and its inner image”, do acadêmico japonês Matsuura Jiuyou. Desde então, a poesia e a imagem do poeta errante tornaram-se uma obsessão para Xu Peiwu, levando o fotógrafo a tentar retratar os caminhos do poeta, começando pelo serpentear do Rio Yangtze (que quase atravessa toda a China). A lente de Xu Peiwu começou a captar imagens que trouxeram uma reprodução vívida das paisagens retratadas pelo poeta, indica a organização da mostra. Caminho milenares Mais de mil anos depois da épica jornada de Li Bai, Xu Peiwu levou uma década a percorrer os mesmos caminhos. São imagens “de uma enorme beleza e densidade, que nos permitem contemplar uma China despida e cativante”, afirma João Miguel Barros, curador da exposição. Movido pela inspiração, o fotógrafo chinês fez-se à estrada em Fevereiro de 2013 numa jornada que só acabaria 10 anos depois, depois de um extenso itinerário que o levaria a Chengdu, Hangzhong, Xi’An, a cidade ancestral de Gaochang no Deserto do Taclamacã (actual Xinjiang), Luoyang, Jining, Qufu, Najin, Yangzhou, Xinchang, Jingzhou, passando também pela ravina Wu atravessada pelo Yangzte. Munido com uma máquina fotográfica de formato médio de fabrico suíço, o autor captou as paisagens que inspiraram o romantismo do poeta, “deambulando por vastas e dispersas regiões da China, em fotografias de enorme beleza e densidade, imagens que nos oferecem a possibilidade de contemplar uma China nua e cativante, que preservou em grande parte a dinâmica e o progresso da civilização”. Nascido em 1963, em Chaozhou, na província de Guangdong, Xu Peiwu começou a tirar fotografias em Guangzhou em 1990. Ao longo de 20 anos, concluiu trabalhos fotográficos da série “City 3: 20 Years Changing History of Zhujiang New Town, Nansha New Town, Guangzhou City Images”. As deambulações em busca de Li Bai foram publicadas recentemente em livro, editado em chinês e inglês. Durante a sessão inaugural, será apresentado o livro ‘Li Bai – A Via do Imortal’, de António Izidro, editado pela Livros do Meio.
João Luz EventosCCCM | Conferências da Primavera arrancam amanhã O Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa, vai organizar entre amanhã e o dia 20 de Março as Conferências da Primavera. História, cultura, leis, geopolítica e lançamento de livros com foco na China e Macau serão os pratos fortes de 11 dias repletos de actividade As Conferências da Primavera estão de regresso ao Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) a partir de amanhã, com actividades que se estendem até 20 de Março com dezenas de palestras e discussões sobre os mais variados temas, mas com um pé no Oriente e outro na Rua da Junqueira em Lisboa. Porém, hoje, às 16h horas de Lisboa, realiza-se a sessão de abertura das Conferências da Primavera, conduzida pela presidente do CCCM, Carmen Amado Mendes, Madalena Alves, presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia e Elvira Fortunato, Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Uma hora depois é inaugurada a exposição “Lendas e Tradições do Oriente”, que reúne trabalhos de tapeçaria de Maria do Rosário Cameira, com apresentação de Ana Cristina Alves e Pedro Pires. Mas as conferências propriamente ditas arrancam amanhã com quatro painéis de discussão centrados em temas históricos e jurídicos. O primeiro painel, moderado por Alfredo Gomes Dias, do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, tem hora marcada para as 09h30 (hora de Lisboa) e terá intervenções de Roderich Ptak sobre o papel do vinho na Rota da Seda Marítima, enquanto o também académico Jin Guoping irá apresentar estórias de uma terra em Fujian chamada Aomen (Macau em mandarim). O primeiro painel encerra com uma discussão centrada na obra do pintor Fausto Sampaio, conduzida por Maria Ferreira, da Universidade de Coimbra. Às 11h, com moderação de Isabel Murta Pina, começa o segundo painel dedicado a temas históricos, a começar com a apresentação “Piratas nos Mares de Macau: Práticas e Redes Sociais”, conduzido por Alfredo Gomes Dias. Paulo Teodoro de Matos irá apresentar o estudo “Escravatura em Macau nos Séculos XVIII-XIX: uma Abordagem Quantitativa”, enquanto Luís Cabral de Oliveira tem como tema “Macau e Goa entre Papéis Jurídicos e Administrativos: o Contributo dos Testamentos e dos Inventários do Juízo dos Defuntos e Ausentes”. O segundo painel do dia contará ainda com o contributo da historiadora Célia Reis que irá falar sobre a presença portuguesa no Oriente, com especial foco no consulado em Cantão. Na parte da tarde, os temas abordados serão o sistema jurídico de Macau, a organização territorial e administrativa, o papel de Hengqin no desenvolvimento da região. Questões de humanidades O segundo dia de conferências irá trazer para primeiro plano os temas da língua, cultura e identidade. Os primeiros dois painéis de sábado, que vão contar com a moderação de Ana Cristina Alves, vão incidir sobre “O Papel da Tradução nas Interações Sino-Portuguesas em Macau”, apresentado pelo académico da Universidade de Macau Lu Chunhui. O académico Rogério Puga irá apresentar “(Auto)biografar Identidade(s) Macaense(s) e a Diáspora: The Wind Amongst the Ruins (1993)”, de Edith Jorge Martini, enquanto Cristina Zhou irá revelar as “Silhuetas de Macau no Mito de Camões”. A partir das 16h15 de sábado, será dado ênfase ao patuá, com Joaquim Pereira a declarar poesia e uma performance musical interpretada por Carlos Piteira e Jaime Mota. O dia encerra com o lançamento do livro “Olhar Macau pelos Livros”, de autoria de Jorge Tavares da Silva. Na segunda-feira, 11 de Março, as históricas interações sino-europeias vão estar em cima de mesa, com discussões sobre aprendizagem linguística e o papel de missionários no intercâmbio cultural. Na parte da tarde, a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” será o tema principal. Na terça-feira, a literatura e tradução serão os temas dos painéis da manhã moderados por Wang Suoying e Ana Cristina Alves. Song Lin irá apresentar “Palavras e Expressões Chinesas com Carga Cultural: Apresentação, Categorização e Tradução”, enquanto a apresentação de Sara Costa tem como título “As Oito Elegias Chinesas Compiladas por Long-Fong-Kong: Análise da Tradução do Chinês para o Português Feita por Camilo Pessanha”. Páginas lançadas ao alvo Ao longo dos 11 dias de actividades estão marcados alguns lançamentos de livros. Na terça-feira, às 17h30 de Lisboa, será apresentado o livro “The China Race”, de autoria de Wang Fei-ling, apresentado pelo professor da Universidade de Lisboa Luís Cunha. Na quarta-feira, 13 de Março, será a vez do livro “Textos Clássicos Sobre Pintura Chinesa (Séculos VI-XVIII)”, apresentado pelo tradutor Paulo Maia e Carmo e o editor Carlos Morais José, obra com a chancela da editora Grão-Falar. No dia seguinte, às 18h de Lisboa, será a vez do lançamento do livro “As Leis da Guerra – Sun Bin”, também editado pela Grão-Falar, cuja apresentação estará a cargo de Carlos Morais José e Luís Bernardino. Na sexta-feira, dia 15 de Março, os temas em discussão vão ser a “Evolução do Estatuto das Mulheres na China: Papel dos Intelectuais e Emergência do Feminismo”, a influência revolucionária na ópera chinesa, e as relações internacionais e será ainda organizada uma mesa redonda sobre a cooperação ibero-asiática. A quinta-feira, 14 de Março, será ainda lançado o livro “Xiconomics: What China’s Dual Circulation Strategy Means for Global Business”, da autoria de Andrew Cainey e Christiane Prange. A apresentação estará a cargo de Wang Fei-ling.
Hoje Macau EventosDesfile de Macau regressa com artistas lusófonos após quatro anos de interregno Artistas de Portugal, Brasil e Moçambique vão participar no Desfile Internacional de Macau, que regressa às ruas da cidade no dia 24 de Março, após um interregno de quatro anos devido à pandemia, foi ontem anunciado. Numa conferência de imprensa, o Instituto Cultural (IC) revelou que a edição deste ano vai contar com a malabarista portuguesa Dulce Duca, a artista de circo brasileira Odília Nunes e o grupo Marionetas Gigantes de Moçambique. A presidente do Instituto Cultural, Deland Leong Wai Man, disse que o desfile terá cerca de 1.800 artistas, entre os quais 15 e 20 grupos vindos do exterior, nomeadamente da Itália, Espanha, Noruega, Reino Unido, França, Togo, China continental e Hong Kong. O evento deverá contar ainda com 64 grupos locais, entre os quais vários de matriz lusófona, como a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau, a Associação de Danças e Cantares Portuguesa ‘Macau no Coração’, a Casa de Portugal em Macau e a Casa do Brasil em Macau. O desfile faz parte das celebrações do 25.º aniversário da transferência de administração da região de Portugal para a China. O evento começa nas Ruínas de São Paulo e, ao longo de quatro horas, irá passar por vários edifícios do Centro Histórico de Macau, considerado Património Mundial pela UNESCO em 2005, incluindo a Igreja de São Domingos e o Largo do Senado. Para aquecer Antes do desfile, entre 17 e 23 de Março, os grupos irão participar numa série de actividades de rua e de arte na comunidade. O orçamento para este ano é de cerca de 7 milhões de patacas, menos de um terço do que na última edição em 2019 (23,3 milhões de patacas). Esta “redução significativa” deve-se à colaboração com as seis concessionárias de casinos, revelou Deland Leong Wai Man à Lusa. O orçamento inclui um subsídio entre 10 mil e 120 mil patacas para cada grupo, que poderá ainda receber oito prémios atribuídos pela organização, entre os quais melhor interpretação e melhor design. O IC decidiu mudar o desfile do final do ano, período que “tem muitas actividades culturais”, para a Primavera, uma época em que “há menos eventos de grande escala”, disse Leong Wai Man. “Queremos fazer esta experiência, organizar um evento de grande escala na Primavera”, disse a presidente do instituto. Leong demonstrou ainda confiança que o desfile possa atrair mais visitantes a Macau, numa estação baixa para o turismo da região, e lembrou que o evento irá ser transmitido em directo em várias televisões locais e do exterior.
João Luz EventosHong Kong | Jungle Island Music Festival anima Lantau entre 15 e 17 de Março Uma dezena de bandas e cerca de 50 djs vão animar a ilha de Lantau durante três dias, entre 15 e 17 de Março. Música, workshops, activismo, design e gastronomia são os elementos no festival independente Jungle Island Music Festival, que irá decorrer na pacata zona do sul da ilha em Tai Long Wan Três dias e duas noites de folia estão no horizonte próximo da agenda cultural independente de Hong Kong. Entre os dias 15 e 17 de Março, de sexta-feira a domingo, a zona de Tai Long Wan, no sul da ilha de Lantau, será o epicentro do Jungle Island Music Festival. A recatada baía onde o festival vai decorrer e a lotação máxima de 1.000 lugares são garantes de um ambiente familiar e descontraído, como dita o ambiente selvagem da ilha. O festival independente tem um cartaz repleto de artistas e bandas de Hong Kong, no total 60 artistas entre bandas e djs, workshops, um mercado de design, ofertas gastronómicas e activismo. Os festivaleiros podem esperar actuações enérgicas dos Shumking Mansion, as batidas contagiantes da dj Mengzy, assim como um alinhamento repleto de estrelas locais de drum and bass e garage, bandas de rock, ritmos de afrobeat e toda uma constelação de sonoridades electrónicas, divididos por dois palcos. Um dos destaques do cartaz são os The Afroseas, um duo de afrobeat sediado em Hong Kong constituído por Trisyo e Supa Massie, oriundos do Ruanda e Serra Leoa, respectivamente. Depois de lançarem o seu single de estreia em 2021, “Ayee”, a dupla de compositores, rappers e produtores ganharam relevo na cena underground de dança de Hong Kong, com a sedutora fusão de sons típicos da África ocidental com funk, jazz e soul. Entre os mais veteranos do alinhamento do Jungle Island Music Festival, o dj AKW é um dos nomes mais influentes do techno da região vizinha. Fundador do movimento de breakbeat da década de 1990 em Hong Kong, AKW fundou a PUSH, que organiza eventos de techno e house desde 2009 em Hong Kong e a Omni Events. Os sets de AKW costumam combinar elementos de electro e techno pesado e minimal. Acampar e activar Entre os destaques da organização figuram o colectivo underground This is Bunker, os Get Groovy Asia e os organizadores de festas do circuito lgbt de Hong Kong Haus of Circuit, e os novatos do punk rock Whitt’s End. Numa abordagem mais sombria, o quarteto Warrior Monk não esconde as influências de Porcupine Tree, Joy Division, The Killers e Disclosure na sua paleta sonora. Mas muito além da música, a organização do evento promete a imersão na natureza com várias opções de acampamento. Os festivaleiros podem levar a sua própria tenda ou alugar equipamentos de glamping (conceito que mistura glam e camping, que significa elevar uns pontos acima o nível de conforto dos campistas). A organização frisa que o evento é aberto à entrada de animais de estimação, com o festivaleiro a ter de desembolsar 100 dólares de Hong Kong (HKD) adicionais. Os bilhetes para um dia custam entre 790 e 890 HKD, passe para dois dias custa 1.090 HKD e o ingresso para os três dias custa 1.280 HKD. Crianças com menos de 13 anos de idade não pagam bilhete.
Hoje Macau EventosFRC | Mostra que celebra aniversário d’O Clarim inaugurada hoje A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta a partir de hoje, às 18:30, a Exposição Itinerante “Uma Ponte de Diálogo: 75.º Aniversário d’O Clarim”, na continuação da mostra principal que decorreu em Outubro e Novembro de 2023, no Centro Diocesano de Macau. “O Jornal O Clarim concebeu um conjunto de painéis expositivos móveis, apresentando a história da impressão e a história dos meios de comunicação no território, bem como alguns conhecimentos de introdução à profissão jornalística. O objectivo é passar o testemunho ao público e à próxima geração, preservando a sua missão como ponte de informação e de formação, de diálogo entre a Igreja e os fiéis, bem como entre a Igreja e a sociedade”, aponta a FRC. Além da exposição, O Clarim realizará ainda uma série de palestras. Na próxima quinta-feira, às 18:30, tem lugar a Palestra “Fotojornalismo: Experiência na Cobertura de Eventos da Igreja”, com o orador convidado, Oswald Vas. Na quinta-feira seguinte, dia 14 de Março também às 18:30, será a vez da Palestra “Liberdade na Imprensa Religiosa”, com o orador José Miguel Encarnação. Ambas serão moderadas por Jasmin Yiu e apresentadas em língua inglesa. A mostra vai estar patente ao público na FRC até ao dia 16 de Março.
João Luz Eventos MancheteWorkshop leva crianças a encontrar estética de George Chinnery O espaço zero do Museu de Arte de Macau vai acolher uma série de workshops para crianças dedicados à pintura e desenho, com particular incidência em correntes artísticas dos séculos XVIII e XIX. As inscrições para as oficinas, que decorrem entre a partir Abril, abriram ontem Estão abertas entre hoje e o dia 15 de Março inscrições para a “Arte Sem Fronteiras – Oficina para Crianças”, que vão decorrer entre Abril e Junho no espaço zero do Museu de Arte de Macau (MAM). As oficinas serão divididas por faixas etárias, dos quatro anos aos 16, com um workshop pelo meio para pais e filhos. A participação é exclusiva a membros dos Amigos do MAM, cuja inscrição é gratuita e dá direito a descontos na loja do museu e nos eventos organizados pelo MAM. Ainda assim, o preço para participar nas actividades da “Arte Sem Fronteiras – Oficina para Crianças” é de 240 patacas. Uma das oficinas tem como objectivo explorar a técnica e estética de George Chinnery. “Na pegada de George Chinnery – Workshop Criativa de Arte Para Crianças” levará os participantes a “apreciar as obras de arte na exposição Foco, que oferece um relance de Macau e regiões vizinhas no século XIX, assim como da vida e práticas criativas de Chinnery com os seus amigos em Macau.” Com base na obra de Chinnery, os participantes serão desafiados a “aplicar a sua criatividade explorando vários meios, tais como o esboço e a aguarela”. Este workshop terá três turmas para crianças com idades entre os cinco e os sete anos, um deles será ministrado em inglês, nos dias 13 de Abril e 1 de Junho, em três períodos que começam às 09h30 (para a turma em inglês), às 14h30 e 16h30. Cada classe tem uma duração de uma hora e meia. Nos dias 14 de Abril e 2 de Junho será a vez de as oficinas serem ministradas a crianças entre os oito e 10 anos de idade, divididas em duas turmas com a actividade e iniciar-se às 11h30, também com um dos workshops a ser conduzido em inglês. Todas estas oficinas de pintura têm um limite de participação de 20 vagas. Arte em família A actividade “Criar com Arte – Workshop para Pais e Filhos”, dedicada a crianças com idades compreendidas entre os quatro e seis anos, será conduzida apenas em cantonense. Estas oficinas estão marcadas para os dias 14 de Abril e 2 de Junho, entre as 09h30 e as 11h, e estão limitadas a 12 pares. No âmbito deste workshop o MAM destaca a importância de dar espaço à imaginação dos mais novos. “Através da apreciação artística e sessões de criação dirigidas a diversos temas, as crianças e os pais podem aprender sobre as artes plásticas, experimentar com vários materiais e descobrir diferentes técnicas criativas. Liberte a criatividade das crianças em jogos em que se divertirão com os seus pais através da arte, aumentando a interacção e comunicação entre eles”, é indicado. Finalmente, a actividade “Personagens Anime Divertidos – Workshop Criativa para Jovens”, para jovens entre 11 e 16 anos de idade, será realizada nos dias 14 de Abril e 19 de Maio no Quadrado de Arte no Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, entre 11h30 e as 13h30. A oficina será conduzida em cantonense e está limitada à participação de 12 jovens. O MAM indica que este workshop “conduzirá os participantes na exploração do festim visual criado por artistas chineses e ocidentais nos séculos XVIII e XIX usando técnicas de desenho de personagens anime para compreender melhor as técnicas de pintura daquele tempo assim como o estilo de vida de Macau e regiões vizinhas”. Os jovens serão desafiados a criar “figuras usando técnicas de criação de divertidos personagens anime transferindo-os para cenas antigas e reinterpretando as obras expostas nas suas recriações”.
João Luz EventosMGM Theater | Ekin Cheng ao vivo no dia 30 de Março Para celebrar o fim-de-semana da Páscoa, a MGM apresenta Ekin Cheng em concerto no próximo dia 30 de Março. O actor e cantor de Hong Kong terá assim o primeiro concerto do ano em Macau, onde não vão faltar clássicos do cantopop e uma produção visual extravagante “Para acrescentar às celebrações do fim-de-semana da Páscoa, a MGM apresenta uma surpresa especial para residentes locais e turistas do exterior. A 30 de Março, a MGM em colaboração com Ekin Cheng, o multifacetado talento de cinema, televisão e música, apresenta o espectáculo ‘Together with Ekin Cheng’”. O concerto da estrela de Hong Kong está marcado para as 20h no MGM Theater, e organização promete um espectáculo electrizante e um reportório icónico, combinado com a “produção extravagante de iluminação do MGM Theater, que irá sem dúvida evocar memórias nostálgicas nos fãs”. Será também o primeiro concerto de 2024 do galã da TVB. Os bilhetes já estão à venda e custam entre 588 e 1.688 patacas. Seguindo uma longa linhagem de actores que rentabilizam a popularidade conseguida em novelas e filmes, Ekin Cheng lançou o primeiro disco em 1992, “Don’t Cry”. Ekin Cheng alcançou um sucesso notável na indústria musical com canções como “Young & Dangerous”, “Why you, not me?”, “The Storm Riders” e “The Legend of Speed”. “Estas canções não só foram muito apreciadas pelos fãs e ouvintes, como também se entraram na memória colectiva de uma geração. O estilo vocal único de Ekin e a sua presença carismática em palco têm a capacidade de tocar profundamente o público, deixando uma impressão nostálgica duradoura” indica a organização do concerto. Um currículo imenso Um dos marcos da carreira de Ekin Cheng foi a participação nos filmes da popular série cinematográfica “Young and Dangerous”, que conta as desventuras de um grupo de jovens membros de tríades de Hong Kong. Apesar das críticas apontadas desde o primeiro filme, em particular acusações de glorificação do crime organizado, “Young and Dangerous” tornou-se num fenómeno de popularidade que levou à produção de seis sequelas e vários filmes paralelos à série. Começava assim a colaboração com o realizador Andrew Lau, com Ekin Cheng a protagonizar filmes como “The Storm Riders”, “Women From Mars” e “The Avenging Fist”. Entre a vasta filmografia do actor e cantor, destaque para a participação em inúmeras bandas sonoras de filmes que protagonizou.
João Luz Eventos“Quero Ser uma Cadeira de Plástico” em exibição no Cinema Emperor O novo filme do realizador de Macau Mike Ao Ieong “Quero Ser uma Cadeira de Plástico” vai estar em exibição no Cinema Emperor de hoje a domingo. A sessão de hoje já está esgotada, mas para as sessões de amanhã e domingo ainda há bilhetes. As exibições de sábado e domingo estão marcadas para 15h30 e 17h40 e os bilhetes custam 115 patacas e têm legendas em inglês e chinês. “Quero Ser uma Cadeira de Plástico” tem como tema central o problema da habitação em Macau, o carácter transitório de andar constantemente com a casa às costas em busca de um novo poiso, quase sempre exíguo. A narrativa tem como epicentro a vida conturbada de Ming, que não consegue ultrapassar o facto de ter de partilhar espaço com o novo e sinistro namorado da sua irmã e a testemunhar as relações sexuais do casal. Confrontado com a necessidade de encontrar uma nova casa, e com um segredo inesperado a vir à tona, Ming conhece uma agente imobiliária que o ajuda a encontrar um novo lar. Ainda assim, a perseguição do namorado da irmã continua. A sinopse explica melhor o título do filme de Mike Ao Ieong. “As pessoas costumam dizer que querem muito reencarnar num ser humano numa nova vida. Mas Ming gostaria de voltar como uma cadeira vermelha de plástico”, uma existência preferível à vida de infortúnios que leva. Produção acidentada “Quero Ser uma Cadeira de Plástico” estreou no Festival de Cinema Taipei Golden Horse, depois de anos de pára-arranca da produção, afectada pela pandemia. Em entrevista ao semanário Plataforma, Mike Ao Ieong conta o processo, desde a candidatura ao Programa de Apoio à Produção Cinematográfica de Longas Metragens de 2018, que foi anunciado no final de 2019, pouco antes da estreia da pandemia, até chegar à fase de edição e pós-produção. “A pandemia começou no início de 2020, e naquela época, temíamos nunca conseguir produzir o filme. Em 2021, a pandemia estabilizou e então pensei que se não fizéssemos o filme naquela altura, não saberia quando o poderíamos fazer. Naquela época, o actor de Hong Kong, Wong Hin Yan, que interpreta o protagonista “Meng”, veio a Macau e ainda teve de ficar 14 dias em quarentena, mas pelo menos conseguimos reunir-nos e filmar”, conta. A produção durou 19 dias. Mike Ao Ieong, que conjuga o amor pela fotografia ao cinema, licenciou-se na Escola de Comunicação Visual da Universidade de Ciência e Tecnologia de Yunlin, em Taiwan. Com o filme produzido na China continental “Blue Amber”, ganhou o prémio de melhor cinematografia para Novos Talentos da Ásia, na edição de 2018 do Festival de Cinema de Xangai. É também um dos realizadores de ‘Estórias de Macau 2 – Amor na Cidade’, que foi a primeira longa-metragem de produção inteiramente local. No currículo conta também com experiências a leccionar produção de vídeo no Departamento de Comunicação da Universidade de Macau.
Hoje Macau EventosIC | Trocas de livros nos dias 9 e 10 de Março A Biblioteca Pública do Instituto Cultural (IC) vai realizar, pela primeira, a actividade “Trocar um Livro por Outro” nos dias 9 e 10 de Março (sábado e domingo). No primeiro dia, a troca de livros está marcada para a área de lazer do Edifício Lok Yeung Fa Yuen no Fai Chi Kei e no dia seguinte no Jardim do Mercado de Iao Hon, entre as 12h e as 18h. O IC refere que a actividade tem como objectivo estimular a promoção de leitura nos bairros comunitários e promover o conceito de “incorporar a leitura na vida quotidiana, esperando aumentar a circulação de recursos de leitura na comunidade”. Os interessados devem respeitar algumas regras. “Cada residente poderá trocar no máximo de 20 livros durante o evento. Não podem ser trocados revistas, panfletos, livros publicados há 10 anos ou mais, guias para entrar numa escola de grau superior, livros didácticos, catálogos de eventos, livros de pano infantis, anuários publicados não localmente, livros jurídicos, guias de exames, livros de ciência e engenharia publicados há mais de cinco anos, livros informáticos editados há mais de três anos, guias turísticos editados há mais de dois anos, publicações periódicas com conteúdo pornográfico e/ou violento, publicações religiosas, livros sem licença de publicação ou com infracções ao Direito de Autor, livros danificados ou sujos, colecções e páginas incompletas, livros rasgados e livros com mais de cinco exemplares”. A troca de livros deve ser proporcional, ou seja, quem levar três livros que respeitem as regras, poderá levar para casa três livros.
Hoje Macau EventosFRC | Sábado repartido entre o Bel Canto e o Jazz A Praia Grande vai estar animada este sábado com a apresentação de dois concertos bem distintos na Fundação Rui Cunha (FRC). À tarde, pelas 17:00, vai ter lugar o “Recital de Voz das Alunas de Mars Lei”. Mais tarde, pelas 21:00, o jazz toma conta da galeria com o habitual concerto mensal “Saturday Night Jazz”. No período da tarde, o Bel Canto estará a cargo das sopranos Rainny Yan e Puey Zhu, que têm estudado com o professor de canto musical Mars Lei. As duas sopranos, acompanhadas ao piano por Joyce Shen e Miriam Zheng, interpretarão peças para arte vocal e excertos de óperas, todas executadas nas línguas originais, dos compositores clássicos Gabriel Fauré, Vincenzo Bellini, Wolfgang Amadeus Mozart, Richard Strauss, Franz Lehár, Roger Quilter, Georges Bizet, Giacomo Puccini, Giuseppe Verdi e Johann Strauss Jr, indica o comunicado de imprensa da FRC. Com o cair da noite, Eva Tana, uma das vozes locais mais activas na divulgação do Jazz no território, sobe ao palco da galeria para o primeiro concerto de 2024, com a Orquestra de Jazz de Macau. Eva Tana é uma cantora de Jazz nascida e criada em Macau, especializada em música brasileira e Bossa Nova, que também toca guitarra acústica e compõe temas originais, com álbuns gravados e disponíveis no mercado discográfico da especialidade. Estudou música em Portugal e é amiga da MJPA, com quem toca frequentemente em concertos e festivais da região, indica a FRC. A Orquestra de Jazz de Macau (MJO) é a outra convidada de honra deste concerto, agora recém-renovada e sob a direcção do Mestre em Música Jazz e saxofonista Gregory Wong. O programa deste sábado conta com a co-organização da Associação Vocal de Macau (MVA) e da Associação de Promoção de Jazz de Macau (MJPA). A entrada é gratuita.
João Luz EventosConcerto | Cigarettes After Sex regressam a Hong Kong em Janeiro A relação amorosa entre a banda Cigarettes After Sex e Hong Kong vai conhecer um novo episódio no início do próximo ano. A banda de El Paso, Texas, anunciou ontem uma tour mundial que depois de Lisboa passará por Hong Kong a 9 de Janeiro. Um dia antes divulgar as datas dos concertos vindouros, a banda anunciou o lançamento do seu terceiro álbum “X’s” Um ano e meio depois do último concerto em Hong Kong, os Cigarettes After Sex vão regressar à região vizinha na tour que irá mostrar ao mundo o novo disco da banda texana. O concerto está marcado para o dia 9 de Janeiro no Hall 5 do Asia World-Expo mas os bilhetes ainda não estão à venda. Mas se o passado servir de referência, os ingressos vão desaparecer rapidamente depois de serem colocados à venda. A boa nova para os muitos fãs da banda surgiu nas redes sociais. “Estamos absolutamente entusiasmados em anunciar que a tour do disco “X’s” arranca a 31 de Agosto. Podem inscrever-se para aceder antecipadamente aos ingressos, com o período de pré-venda a começar a 5 de Março e a venda normal a começar a 8 de Março. Os bilhetes para os concertos na Ásia vão ser postos à venda brevemente. Serão anunciados mais concertos na América do Sul, Médio Oriente e Ásia. Como muito amor e carinho, mal podemos esperar por ver-vos brevemente”, refere a banda na publicação que anuncia as datas da tour. A última data antes de Hong Kong, para já, é Lisboa com um concerto marcado para o dia 21 de Novembro no Altice Arena. Depois de Hong Kong, a banda segue para Kuala Lumpur para actuar no dia 11 de Janeiro, seguindo-se Manila, Jacarta e Banguecoque nos dias 14, 17 e 21 de Janeiro, respectivamente. A última vez que a banda de Greg Gonzalez, Jacob Tomsky e Randall Miller actuou na RAEHK foi no dia 10 de Julho do ano passado, num concerto com lotação esgotada no Star Hall do Kowloon Bay International Exhibition and Trade Center, e antes disso em 2018 no alinhamento do Clockenflap Festival. À terceira é de vez Os dias que correm são excitantes para os fãs dos Cigarettes After Sex. Não só a banda voltará à estrada, como trará na bagagem um novo disco. “X’s”, o terceiro álbum da discografia de Gonzalez e companhia, será lançado no dia 12 de Julho. Para antecipar o novo disco, os Cigarettes After Sex adiantaram o single “Tejano Blue”, que indica que a sonoridade da banda mantém-se firme em territórios de melodias suaves, guitarras oníricas depositadas em cima de uma batida leve. Minimalismo à moda dos Cigarettes After Sex, carregado de reverb. Mais uma vez, o Greg Gonzalez revela a influência dos seminais Cocteau Twins no estilo musical que transpira do novo single, e de toda a discografia da banda (assim como as óbvias influências de Mazzystar). Mas também foi buscar inspiração nas influências latinas que absorveu ao crescer em El Paso, principalmente a Selena a rainha da cumbia texana, uma mistura de música tradicional colombiana com laivos de “old americana”.
João Luz Eventos MancheteCasa Garden acolhe Rota das Letras entre os dias 8 e 17 de Março O Festival Literário de Macau Rota das Letras vai regressar à programação cultural da região durante Primavera, depois da mudança forcada para o Outono durante os anos da pandemia. Entre os dias 8 e 17 de Março, a Casa Garden vai acolher a 13.ª edição do festival que irá celebrar a obra poética de Li Bai e de Luís de Camões. Entre os convidados, o chinês Dong Xi, vencedor do 11.º Prémio Mao Dun de Literatura, e o norte-americano Chang-era Lee, finalista do Prémio Pulitzer, são os nomes mais marcantes. Num evento com espaço também para a evocação dos 50 Anos do 25 de Abril, o escritor e jornalista João Céu e Silva, o artista Fido Nesti e a guitarrista Marta Pereira da Costa estão entre os representantes do mundo lusófono. “Sempre entendemos que é em Março que faz mais sentido a realização do Festival Literário de Macau, por ser uma época do ano com menor sobrecarga de eventos. Daí que, à primeira oportunidade, e depois de várias edições realizadas nos meses de Outubro e Novembro, por força da pandemia, tenhamos decidido fazê-lo regressar à sua data original”, diz Ricardo Pinto, director do Rota das Letras. Cinco meses após a última edição, o festival volta a celebrar os 500 anos do nascimento de Luís de Camões. Desta feita, a Casa Garden, com a gruta do poeta bem próxima, vai receber a visita de Kenneth David Jackson, professor da Universidade de Yale e autor de vários estudos camonianos. O ilustrador brasileiro Fido Nesti evocará também a obra de Camões, através da sua adaptação d’ Os Lusíadas para crianças. Lugar à poesia Além do épico poeta português, a 13.ª edição do Rota das Letras terá como destaque outro nome grande da poesia universal na abertura do evento. A vida e a obra de Li Bai são o tema de uma exposição de fotografia de Xu Peiwu, artista chinês que ao longo da última década percorreu os mesmos caminhos por onde andou o poeta há́ mais de mil anos, registando as paisagens que o inspiraram na sua errância por vastas e dispersas regiões da China. São imagens “de uma enorme beleza e densidade, que nos permitem contemplar uma China despida e cativante”, afirma João Miguel Barros, curador da exposição. Na sessão inaugural, a editora Livros do Meio, de Carlos Morais José, fará nova apresentação do livro ‘Li Bai – A Via do Imortal’, de António Izidro. A evocação do 50.º aniversário da Revolução do 25 de Abril será também evocada nos primeiros dias do festival. João Céu e Silva apresenta ao público de Macau a sua obra ‘O General que começou o 25 de Abril dois meses antes dos Capitães’ – a história nunca contada de como o General António Spínola fez cair o regime.
João Luz Eventos MancheteCURB | Passeios nocturnos de bicicleta vão dar documentário A CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo vai organizar nos dias 8 e 9 de Março passeios nocturnos de bicicleta, uma rota citadina e outra costeira. Durante os passeios, acompanhados por comentários do arquitecto Nuno Soares, serão recolhidas imagens e sons para um documentário A CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo irá organizar nos dias 8 e 9 de Março, sexta-feira e sábado, a “On the move V: by night”, a quinta edição de passeios nocturnos de bicicleta, com dois passeios sobre rodas por noite. Na primeira edição deste ano da iniciativa sobre rodas, serão exploradas a zona do Porto Interior e o Centro Histórico de Macau. Além de proporcionar aos participantes uma perspectiva diferente e a oportunidade para explorar a cidade de noite, os passeios serão complementados com comentários, em inglês, do arquitecto e presidente da CURB Nuno Soares, que irá partilhar “tesouros escondidos, estórias esquecidas e locais secretos de Macau”. Durante os passeios, serão recolhidas imagens e sons que serão depois transformadas em vídeo-arte e documentário. O resultado será apresentado na Ponte 9 – Plataforma Criativa, na Rua das Lorchas, no dia 23 de Março às 18h30, perto da Praça de Ponte e Horta. O primeiro roteiro citadino arranca da Ponte 9 às 19h do dia 8 de Março e segue na direcção norte, passando pelo Patane rumo ao bairro San Kio, antes de regressar à Ponte 9 num passeio que deverá demorar cerca de uma hora. Depois da romaria a norte, o segundo passeio, designado como “Roteiro da Água”, começa onde a primeira rota terminou, ou seja, na Ponte 9. Por volta das 20h30 o pelotão segue para sul passando pela Praia do Manduco, Barra e Lago Sai Van, antes de regressar à Ponte 9. Mais uma vez, o passeio deverá ter a duração de uma hora. No dia seguinte, repetem-se os percursos, horários e duração. Os passeios estão limitados a 10 participantes. Dentro da razoabilidade A CURB refere que os participantes devem ter mais de 18 anos de idade e, naturalmente, saber andar de bicicleta, o resto estará a cargo da CURB. A CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo é uma instituição sem fins lucrativos estabelecida em Macau para promover a investigação, educação, produção e disseminação do conhecimento em arquitectura, urbanismo e cultura urbana. O Centro funciona como plataforma de intercâmbio entre o meio académico, sociedade civil, prática profissional e instituições governamentais, servindo os interesses da comunidade em geral através de estudos de investigação, workshops, conferências, exposições, concursos e outras iniciativas. A CURB é a organizadora da Open House Macau, a primeira na Ásia, e parceira associada da World Urban Campaign. O CURB trabalha também a nível regional – Macau, Grande Baía e China – e a nível internacional – particularmente na Ásia e nos países de língua portuguesa – levando as questões locais a uma audiência global como um think-tank para o futuro das cidades e da sua arquitectura.
Hoje Macau EventosTeatro Dom Pedro V | “Noites de Fado” regressam na sexta-feira O Instituto Cultural volta a organizar os concertos “Noites de Fado” no Teatro Dom Pedro V a partir de sexta-feira. Os espectáculos vão encher de música a histórica sala todas as sextas-férias, sábados e domingos até ao dia 24 de Março, sempre entre as 19h e as 20h, num total de 12 apresentações. Para estes concertos, foram convidados os fadistas portugueses Tiago Correia e Bárbara Santos que se apresentarão a solo e também em dueto Além disso, a partir das 18h, em jeito de preparação para os concertos, os espectadores podem saborear petiscos e bebidas típicas portuguesas e apreciar concertos de artistas locais “que interpretarão temas instrumentais de música ligeira em guitarra portuguesa, guitarra clássica, violino, piano digital, clarinete, yangqin e saxofone. Na galeria do Teatro também estará patente uma exposição sobre a história e evolução do Fado ao longo dos tempos. Os bilhetes custam 200 patacas, com direito a uma bebida. Portadores de BIR, de cartão de professor de Macau, cartão de estudante, cartão de idoso e registo de avaliação da deficiência têm um desconto de 20 por cento.
João Luz Eventos MancheteFernando Pessoa | Tradução para chinês de “Livro do Desassossego” à venda O Instituto Cultural publicou a tradução para chinês tradicional do clássico de Fernando Pessoa “Livro do Desassossego”, que esteve a cargo do veterano Zhang Weimin, que há 35 anos traduzira “Antologia de Fernando Pessoa”. A obra encontra-se à venda na livraria online do Instituto Cultural O Instituto Cultural (IC) juntou-se à Jiangsu Phoenix Literature and Art Publishing, para publicar a tradução em chinês tradicional do “Livro do Desassossego”, a colecção de manuscritos escritos pelo poeta português Fernando Pessoa sob o heterónimo Bernardo Soares. A publicação do enigmático e fragmentado livro de Pessoa é integrado na “Colecção de Literatura Chinesa e Portuguesa” e encontra-se à venda na livraria online do Instituto Cultural por 100 patacas. O IC salienta que a publicação tem como objectivo “promover o intercâmbio literário chinês e português e apresentar obras portuguesas célebres aos leitores chineses”. A versão chinesa publicada pelo IC é da responsabilidade do veterano tradutor Zhang Weimin, premiado pela Sociedade de Língua Portuguesa, que em 1988 foi o autor da edição bilingue de uma “Antologia de Fernando Pessoa”, também lançada pelo IC. A tradução para chinês da obra pessoana está intimamente ligada a Macau, com a primeira versão, incompleta, de “A Mensagem” da autoria do macaense Luís Gonzaga Gomes. A publicação da obra em chinês foi uma forma de assinalar o 24.º aniversário da morte do poeta e divulgar aos alunos do liceu onde Gonzaga Gomes era professor. A tiragem foi de quinhentos exemplares, dos quais trinta em edição de luxo. Posteriormente, por altura do quinquagésimo aniversário da morte de Fernando Pessoa, e com o patrocínio do IC, foi publicada a “Antologia Poética de Fernando Pessoa”, resultado da colaboração de Jin Guo Ping e do macaense Gonçalo Xavier (na altura estudante na Universidade de Pequim), e a versão integral de “A Mensagem” em chinês, de autoria de Jin Guo Ping. Só no mundo O “Livro do Desassossego” é uma obra fragmentada apresentada pelo autor como uma autobiografia pouco factual, e que foi deixada inacabada e sem edição. O próprio arranjo e organização do livro tem sido motivo de debate desde a primeira publicação em português, corria o ano de 1982. A componente heterodoxa de “Livro do Desassossego” permite estabelecer uma relação de intimidade com o leitor, a quem é concedida a entrada na vida do autor ao longo dos mais de quatrocentos fragmentos de prosa escritos entre 1913 e 1934, um ano antes da morte do poeta. A propósito da nova publicação em chinês tradicional, o IC descreve Fernando Pessoa como “um escritor e poeta famoso português” e sublinha o carácter multifacetado da obra. “O ‘Livro do Desassossego’ inclui uma nova apresentação dos extensos manuscritos do escritor numa rica variedade de formas e estilos, abrangendo diários, ensaios e artigos. Explorando temas que incluem filosofia, estética, psicologia e sociedade, estas obras retratam os costumes de Portugal e, particularmente, de Lisboa, em que cada secção constitui um capítulo independente transmitindo visões instigantes”, descreve o organismo liderado por Deland Leong Wai Man. A alma nas letras A tradução em chinês tradicional deste livro constitui o oitavo volume da Colecção de Literatura Chinesa e Portuguesa. “Dedicada a reunir uma série de livros sobre literatura de Macau ou relacionada com o tema, de escritores chineses e portugueses, a Colecção de Literatura Chinesa e Portuguesa pretende que tanto autores como leitores ultrapassem as barreiras linguísticas, reconhecendo a essência e os diversos estilos da criação literária chinesa e portuguesa nas obras traduzidas para a língua chinesa ou qualquer outra língua”, refere o IC. A colecção inclui obras como “100 Sonetos de Luís Vaz de Camões”, a versão em português de “Almas Transviadas”, da autoria do escritor local Tang Hio Kueng, a versão bilingue em chinês e português de “Amores do Céu e da Terra, Contos de Macau” da escritora de Macau Ling Leng, “Poemas de Du Fu” e “Contos Selecionados de Eça de Queiroz” numa edição bilingue, em português e chinês. O IC indica ainda que tem descontos especiais para grandes volumes de compras do livro. Os leitores locais podem levantar as encomendas pessoalmente em qualquer uma das 13 bibliotecas públicas do IC (na Península de Macau, na Taipa ou em Coloane), e os leitores não locais poderão solicitar a entrega das encomendas através do Serviço EMS dos Serviços de Correios e Telecomunicações de Macau.
João Luz Eventos MancheteFRC | Palestra sobre a Companhia das Índias Orientais hoje à tarde A Fundação Rui Cunha acolhe hoje, a partir das 19h, a palestra “A Companhia das Índias Orientais e a Política do Conhecimento”, apresentada por Joshua Ehrlich, professor de História da Universidade de Macau. O académico irá discutir a forma como o conhecimento foi central nos contactos entre indianos e europeus Hoje, a partir das 19h, a Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta a palestra “A Companhia das Índias Orientais e a Política do Conhecimento”, inserida no Ciclo de Palestras Públicas de História e Património. O evento resulta da parceria regular entre a FRC e o Departamento de História e Património da Universidade de São José (USJ). O orador convidado da palestra é Joshua Ehrlich, professor auxiliar de História da Universidade de Macau. O académico tem dedicado grande parte da sua carreira ao estudo do “orientalismo, do conhecimento colonial e da informação com uma nova abordagem: a história das ideias do conhecimento”, descreve a organização da conferência. “A Companhia das Índias Orientais é lembrada como a corporação mais poderosa, para não dizer notória, do mundo. Mas para muitos dos seus defensores, entre as décadas de 1770 e 1850 foi também a mais esclarecida do mundo”, informa a USJ. O académico defende que para a saúde das relações que mantinham a Companhia das Índias Orientais a partilha do conhecimento desempenhou um papel fundamental. “Ele recupera a existência de contactos entre os dirigentes e interlocutores da Companhia das Índias, indianos e europeus, sobre os usos políticos do conhecimento” e “revela que o compromisso com o conhecimento era parte integrante da ideologia da Companhia. Demonstra ainda como a Companhia invocou este compromisso em defesa da sua união cada vez mais tensa de poder comercial e político”, refere em comunicado a USJ. Não só estes agentes históricos eram “altamente articulados sobre o assunto, mas as suas ideias continuam a repercutir-se no presente. O conhecimento era uma presença constante na política da Companhia – tal como parece estar a tornar-se uma presença constante na política de hoje”. O estudo do Oriente Joshua Ehrlich é um premiado historiador do Conhecimento e do Pensamento Político, com foco na Companhia das Índias Orientais e no Império Britânico no Sul e Sudeste Asiático. Actualmente professor auxiliar na Universidade de Macau, obteve o seu Doutoramento e Mestrado pela Universidade de Harvard e bacharelato pela Universidade de Chicago. No ano passado, lançou o seu primeiro livro “The East India Company and the Politics of Knowledge”, obra com o mesmo nome que a palestra que dirige hoje na FRC, com a chancela editorial da Cambridge University Press. O académico publicou vários artigos sobre tópicos que incluem as características únicas das fronteiras e demarcações das cidades portuárias, sobre a criação, pilhagem e destruição de bibliotecas, assim como sobre a crise da reforma liberal na Índia e as origens da cultura da tipografia indiana. Joshua Ehrlich contribuiu também para publicações como “Past & Present, The Historical Journal, Modern Asian Studies” e a “Modern Intellectual History”. A palestra será apresentada em inglês, tem duração de 1 hora e a entrada é livre. A moderação estará a cargo da professora Priscilla Roberts
João Luz EventosSands | Exposição de arte contemporânea japonesa patente até ao fim de Março Está em exibição na Sands Gallery a “Exposição de Arte Contemporânea Japonesa”, que reúne mais de 90 obras de seis artistas nipónicos. A mostra, que está patente ao público até 30 de Março, é composta por trabalhos de criadores da prestigiada galeria japonesa UG Até 30 de Março, a Sands Gallery apresenta a “Exposição de Arte Contemporânea Japonesa”, composta por mais de 90 trabalhos de seis artistas japoneses. A Sands China salienta que é a primeira vez que a sua galeria organiza uma mostra que capta “a essência da arte e cultura japonesas contemporâneas com algumas obras de arte de vanguarda em diversos suportes, oferecendo uma experiência artística enriquecedora e gratificante”. A exposição patente na Sands Gallery tem por base trabalhos de Kunihiko Nohara, Takaoki Tajima, Hiroya Yoshikawa, Nami Okada, Keitoku Toizumi e Ryosuke Kawahira, seis artistas representados prestigiada galeria japonesa UG. A galeria japonesa UG é uma das maiores casas de arte contemporânea do país, com mais de 25 anos de história, construída com base numa filosofia de descoberta e promoção de jovens artistas. Actualmente, a UG tem salas de exposição em Nova Iorque e Osaka, e duas galerias em Tóquio. O proprietário da galeria japonesa, Eiichiro Sasaki, enalteceu o espaço da concessionária e destacou o carácter lúdico que encontrou no território. “A Galeria Sands dá-me uma sensação de museu. Por isso, desta vez, a nossa missão curatorial foi conseguir distribuir estes espaços adequadamente por cabinas, permitindo que artistas com características diferentes tenham áreas de exposição independentes e exibam as suas obras de forma clara”, referiu o responsável, citado pelo comunicado da Sands China. “Macau deixou-me com a impressão de um ‘parque infantil para adultos’ no passado, e esta exposição também tem como tema ‘Aura Feliz, Sabor Feliz’, seleccionando cuidadosamente seis artistas cujas obras podem trazer uma sensação de felicidade a todos”, acrescentou Eiichiro Sasaki. Obras e criadores Os seis artistas escolhidos para esta mostra formam um leque ecléctico de estética e abordagem criativa. Kunihiko Nohara, um escultor de Hokkaido, traçou o seu percurso no mundo das artes através dos seus trabalhos esculpidos em madeira. As suas criações misturam imagens abstractas com cores vibrantes, infundindo uma essência vanguardista nas obras. “Cada escultura é um mundo próprio, com personagens emblemáticas que usam óculos subaquáticos, simbolizando os rostos enigmáticos e as imagens dos indivíduos na nossa moderna sociedade da informação”, aponta a curadoria sobre o trabalho de Kunihiko Nohara. Quanto às criações de Takaoki Tajima, a organização da mostra sublinha que as suas obras resultam do seu virtuosismo técnica e da ousadia em explorar relações entre cores. Com composições simples, mas hipnóticas, tanto em escultura como pintura, as obras de Takaoki Tajima convidam o público a mergulhar nas misteriosas expressões e movimentos dos personagens que cria. Já Hiroya Yoshikawa, um artesão que seguiu a tradição familiar, ganhou espaço no movimento artístico contemporâneo japonês misturando técnicas ancestrais com expressão criativa vanguardista. Exemplo disso mesmo são os seus requintados quimonos e obras de arte que ganham nova vida depois de serem meticulosamente pintados. Viagens nostálgicas a lugares marcados por paisagens estarrecedoras é o tipo de estética que o público poderá encontrar nas pinturas de Nami Okada. A artista usa as suas experiências, memórias e impressões para interpretar na tela paisagens com um certo encanto vintage. As obras de Keitoku Toizumi vão noutras direcção, rumo a conceitos mais surrealistas. As suas cenas elaboradas com particular atenção ao detalhe, muitas vezes com brinquedos, transportam os espectadores para um mundo onde realidade e ficção se entrelaçam. A aclamada série “Pink Army” representa o intrigante fosso entre o real e o imaginário. Para Ryosuke Kawahira a criação artística é uma forma de canalizar experiências infantis e memórias enquanto meio de expressão. Através de trabalhos em tela vibrantes, o artista transforma memórias, incluindo incidentes de infância como urinar na cama, em obras de arte cativantes. Ryosuke Kawahira ficou também conhecido por pintar retratos coloridos de roupa interior. Temporada nipónica Esta exposição faz parte de uma programação apresentada pela Sands China no “Festival Japonês da Primavera”, um evento que conta com o apoio da Prefeitura e do Governo de Quioto, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM). O festival terá uma programação onde não vão faltar concertos de “ídolos da pop japonesa, experiências culinárias e exposições de arte até ao final de Março.
João Luz Eventos MancheteHong Kong | Slowdive ao vivo no dia 14 de Março Tão depressa surgiram e também tão depressa evaporaram-se no éter da música alternativa dos anos 1990. Os Slowdive foram uma espécie de aparição que voltou a materializar-se a partir de um festival de música (o Primavera Sound de Barcelona e Porto de 2014). Uma década depois da surpreendente reunião, a banda britânica que ajudou a construir a sonoridade shoegaze chega a Hong Kong para um concerto na Runway 11 da Asia World-Expo no próximo dia 14 de Março, a partir das 19h30. O conjunto de Rachel Goswell e Neil Halstead lançou no passado mês de Setembro o seu quinto disco, “Everything Is Alive”, que mereceu aclamação crítica. Pioneiros do lado onírico do rock alternativo, que misturou dream pop de bandas como Cocteau Twins às guitarras distorcidas de ondas mais psicadélicas, os Slowdive foram companheiros de trincheiras sónicas de bandas como My Bloody Valentine, Ride, Mojave 3 (que trocou elementos com os Slowdive) e Spacemen 3. A banda formou-se em 1989, com Rachel Goswell na voz, guitarra e sintetizador, Neil Halstead voz e guitarra, Christian Savill também na guitarra, Nick Chaplin no baixo e Simon Scott na bateria. A formação inicial acabaria por lançar o primeiro disco da banda “Just for a day”, em 1991. O segundo registo, “Souvlaki”, acabaria por os catapultar para um estatuto de culto, em grande parte depois de a banda acabar. Fortemente influenciados por Joy Division e a fase de final da década de 1970 de David Bowie, em especial com o álbum “Low”, “Souvlaki” ficaria para a história da música alternativa com faixas intemporais como “Alison”, “Sing”, “Souvlaki Space Station” e a versão fantasmagórica de “Some Velvet Morning”. Dois anos depois de “Souvlaki”, e com o lançamento de mais um disco pelo caminho, os Slowdive punham termo à carreira, depois de terem ficado sem editora e de as divergências criativas sobre a sonoridades da banda terem chegado ao limite. Apenas quatro anos depois do lançamento do primeiro disco, a banda de Reading desaparecia num vapor de feedback de guitarras e vocalizações paisagísticas. Quase duas décadas depois, aceitavam o convite da organização do festival Primavera Sound para dois concertos especiais de reunião. Estas duas datas, em Barcelona e Porto, transformaram-se numa tour mundial. A partir daí, o regresso a estúdio era uma questão de tempo, que culminou no lançamento do single “Star Roving” e o quarto disco “Slowdive”. Décadas de música, concertos, avanços e recuos culminaram na mensagem deixada na página da banda: “Estamos muito felizes em anunciar que temos um concerto em Hong Kong no dia 14 de Março”. Sonhar não custa A primeira parte do espectáculo, que a organização caracteriza como um “concerto inteiro”, estará a cargo da jovem japonesa Ichiko Aoba, uma multiinstrumentista que achou a sua vocação estéctica numa interpretação do que é a folk. As suas composições acústicas, na maior parte das vezes só com voz e guitarra, são destilações dos seus sonhos. Em 2010, quando tinha apenas 19 anos, lançou o disco de estreia “Razor Girl” e desde então nunca mais parou, e já conta com nove registos na discografia. Como não poderia deixar de ser Ichiko Aoba, não esconde as suas influências e predilecção por animação e banda desenhada, importantes fontes de inspiração que culminaram com a participação na banda sonora do jogo “The Legend of Zelda: Link’s Awakening”, para a Nintendo Switch. Apesar da tenra idade, Ichiko Aoba conta com uma lista longa de colaborações artísticas, como Ryuichi Sakamoto, Cornelius e Mac DeMarco. Os bilhetes para os concertos estão à venda e custam 750 dólares de Hong Kong.
João Luz EventosIC organiza Festival de Curtas-Metragens no fim de Março O Instituto Cultural anunciou ontem que irá organizar, em conjunto com o Grupo Galaxy Entertainment, o 1.º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, que terá lugar entre 23 e 30 de Março. O evento tem um nome muito semelhante ao festival organizado pela Creative Macau, que já vai na 14.ª edição, a última realizada no passado mês de Dezembro no Teatro Capitol. O festival organizado pelo IC e a Galaxy irá incluir quatro categorias: “Curtas de Macau”, “Novas Vozes do Horizonte”, “Director em Foco” e “Exibições Especiais”. A partir de 23 de Março, várias curtas-metragens de diferentes géneros estarão em exibição na Cinemateca Paixão e nos Cinemas Galaxy. A cerimónia de encerramento e entrega de prémios terá lugar a 29 de Março, no auditório do Centro de Convenções Internacional Galaxy. Na ocasião, será entregue o Prémio Macau no âmbito da secção “Curtas de Macau” e os prémios Melhor Curta-Metragem, de Melhor Contribuição Técnica, de Melhor Realizador e de Narrativa Inovadora no âmbito da secção “Novas Vozes do Horizonte”. Os vencedores receberão uma estatueta, assim como um prémio monetário. Chamada ao mundo A primeira edição do evento será organizada por uma comissão presidida por Gaia Furrer, directora artística da secção independente “Giornate degli Autori (Venice Days)” do Festival de Cinema de Veneza. A comissão inclui ainda o curador de curtas-metragens do Festival Internacional de Cinema de Toronto Jason Anderson, a curadora e produtora de cinema do Interior da China Shen Yang, e a actriz tailandesa Aokbab Chutimon, enquanto o júri é composto por profissionais da indústria cinematográfica provenientes do Interior da China, Sudoeste Asiático, Portugal e Ocidente, indicou ontem o IC. Foram escolhidas dez obras para a categoria “Curtas de Macau”: “Before the Flight”, de Kiwi Chan; “Bubble”, de Wong Mei Ling; “Mar”, de Johnson Chan; “Walk the Same Path”, de Cheang Kun Ieong; “Till the End of the World”, de Emily Chan; “The Best Gift Ever”, de Hao Chit, “The Melancholy of Gods”, de Lei Cheok Mei; “Memória Desenterrada”, de Ho Kueng Lon; “Unsettled”, de Niko Ho, e “A Beautiful Journey: Documentary of Na Tcha Customs and Beliefs”, de Steven U. O festival irá também exibir uma selecção de curtas e longas-metragens do realizador japonês Shunji Iwai.