Incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro destruiu 20 milhões de peças

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que foi consumido por um incêndio na noite de domingo, tinha um dos maiores acervos histórico e científico do país, com cerca de 20 milhões de peças. A instituição, criada há 200 anos, foi fundada por D. João VI, rei de Portugal, e era o mais antigo e um dos mais importantes museus do Brasil.

Entre as peças do acervo estavam a colecção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador D.Pedro I, e o mais antigo fóssil humano encontrado no Brasil, baptizado de “Luzia”, com cerca de 11.000 anos.

O Museu Nacional do Rio de Janeiro era o maior museu de História Natural e Antropologia da América Latina e o edifício tinha sido residência da família Real e Imperial brasileira. Entre os milhões de peças que retratavam os 200 anos de história brasileira estavam igualmente um diário da Imperatriz Leopoldina e um trono do Reino de Daomé, dado em 1811 ao príncipe regente D. João VI.

Nas colecções de Etnologia estavam expostos objectos que mostravam a riqueza da cultura indígena, cultura afro-brasileira, culturas do Pacífico. Segundo a edição brasileira do El País, o acervo tinha ainda o maior e mais importante acervo indígena e uma das bibliotecas de antropologia mais ricas do Brasil.

A instituição, ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), era alvo de cortes orçamentários há pelo menos três anos. Os alunos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da universidade chegaram mesmo a criar ‘memes’ (imagens ou vídeos que se espalham de forma viral) em que mostravam fósseis à espera de verba, ironizando os cortes.

Em 2015, o museu chegou a ficar fechado por dez dias após uma greve de funcionários da limpeza, que reclamavam salários atrasados. Nas redes sociais, investigadores, alunos e professores brasileiros partilham depoimentos, lamentando o ocorrido e atribuindo a tragédia aos cortes orçamentais dos últimos anos.

O vice-director do Museu Nacional considerou o incêndio uma “catástrofe insuportável”. “O arquivo de 200 anos virou pó. (…) São 200 anos de memória, ciência, cultura e educação, tudo transformado em fumo por falta de suporte e consciência da classe política brasileira”, afirmou o responsável, sublinhando: “O meu sentimento é de imensa raiva por tudo o que lutamos e que foi perdido na vala comum”.

Segundo disse, no aniversário de 200 anos da instituição nenhum ministro de Estado aceitou participar da comemoração: “É uma pequena mostra do descaso”, sublinhou. O responsável adiantou ainda que a instituição estava prestes a fechar uma negociação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) que incluía um projecto de prevenção de incêndios.

Antes destas declarações, o Ministério da Educação brasileiro já tinha lamentado as consequências do incêndio no Museu Nacional, sublinhando que serão feitos todos os esforços para auxiliar a Universidade Federal do Rio de Janeiro, que geria o museu, a recuperar o património histórico. O presidente do Brasil, Michel Temer, reagiu, em comunicado, considerando a perda “incalculável”.

4 Set 2018

IC | Obra de Wu Li lembrada com exposição no Museu de Arte de Macau

“Para além da paisagem: exposição comemorativa do 300º aniversário da morte de Wu Li” é o nome da iniciativa do Instituto Cultural para recordar a carreira e o trabalho multifacetado do homem que também foi artista, poeta e missionário jesuíta, falecido em 1718

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]a sexta-feira abre ao público, no Museu de Arte de Macau (MAM), a mais recente iniciativa do Instituto Cultural (IC) para recorda a obra deixada por Wu Li, que chegou a Macau em 1680 e produziu obras na área da poesia e pintura, além de ter sido missionário jesuíta.

A exposição, intitulada “Para além da paisagem: exposição comemorativa do 300º aniversário da morte de Wu Li”, apresenta um total de 84 obras de caligrafia e pintura “de períodos diferentes de Wu Li”, bem como de “alguns dos seus mentores e amigos”, aponta um comunicado do IC.

Esta é “a primeira exposição a solo de grande escala de Wu Li e quase metade das peças são apresentadas publicamente pela primeira vez, sendo uma mostra panorâmica das realizações culturais e artísticas de Wu Li”. O objectivo da iniciativa, de acordo com o IC, é fazer com que o público “e os visitantes possam apreciar um belo conjunto de algumas das melhores pinturas da dinastia Qing e experienciar o encanto da fascinante cultura chinesa”.

O trabalho desenvolvido por Wu Li foi também recordado num documentário produzido por James Jacinto e Silvie Lai em 2015, com o nome “As crónicas de Wu Li no Colégio de São Paulo”, que recriou o ambiente vivido em Macau no século XVII e que teve o monumento Ruínas de São Paulo como pano de fundo.

Da China para Macau

Nascido em 1632 e natural de Changshu, na província de Jiangsu, Wu Li ganhou à nascença o nome Qili e “nome de estilo Yushan”. “Devido à existência de um poço muito profundo (mo jing) de Yan Zi onde Wu Li vivia, Wu Li ganhou o epíteto de ‘Mo Jing Dao Ren’ (Taoista do Poço Profundo)”, explica o IC.

Durante o período Kangxi, Wu Li veio a Macau com Philippus Couplet, um jesuíta belga, e residiu no Colégio de S. Paulo onde estudou latim e teologia, e depois regressou a Jiangsu. Em 1682, ingressou na ordem dos jesuítas como frade. Foi ordenado padre em Nanjing em 1688 e começou a pregar na zona de Xangai, onde faleceu.

O comunicado do IC aponta que a criação de Wu Li se manifestou em várias facetas, como poesia, prosa, música além de outras formas de arte. Além disso, “as suas obras combinavam os pontos fortes das várias escolas e subordinavam-se sobretudo a temas da natureza, sendo particularmente conhecido pelas suas obras em pintura de paisagem”.

Wu Li foi também “um dos ‘Seis Mestres de Qing’, juntamente com Wang Shimin, Wang Jian, Wang Yuanqi, Wang Hui e Yun Shouping, tendo uma influência profunda na história da arte chinesa e no desenvolvimento do Catolicismo na China”.

4 Set 2018

Macau vai organizar Festival Internacional de Artes que inclui Dia de Portugal

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau vai organizar o Festival Internacional de Artes em 2019 que vai integrar outros eventos já existentes no território, entre os quais as festividades do Dia de Portugal, anunciou hoje à lusa o Instituto Cultural (IC) de Macau.

Algumas concessionárias do jogo no território já foram contactadas pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, a fim de “organizar e convidar artistas de todo o mundo para realizarem exposições de artes visuais contemporâneas” nos seus ‘resorts’ integrados, explicou à Lusa o IC.

A 16.ª edição do Festival Juvenil Internacional de Dança, a 30.ª Festival de Artes de Macau e as comemorações do dia de Portugal vão ser alguns dos eventos que vão ser integrados no festival, que promete impulsionar “o turismo através da cultura permitindo aos turistas experimentarem mais projetos culturais ricos em Macau”, afirmou o IC.

A data deste evento internacional ainda não foi anunciada mas terá a “duração de quatro meses e um programa abrangente”, declarou Alexis Tam, em comunicado, após a 10.ª reunião dos Ministros da Cultura da China, Japão e Coreia do Sul, realizada na quinta-feira na cidade de Harbin, capital da província de Heilongjiang, China.

Nesta ocasião, o responsável pela cultura do território teve um encontro bilateral com o ministro da Cultura da China, Luo Shugang, para desenvolver, entre outras, a promoção do intercâmbio entre o Interior da China e Macau e a cooperação cultural entre a China e os Países de língua Portuguesa, já que o território é “o ponto onde as culturas oriental e ocidental se encontram e integram”.

Durante a reunião ministerial, que contou com a presença dos ministros da China, Japão e Coreia do Sul, Alexis Tam e do secretário para os Assuntos Internos de Hong Kong foram ainda definidos “projetos de cooperação como o Festival de Artes da China, Japão e Coreia do Sul, o Fórum de Educação Artística e Cultural da China, Japão e Coreia do Sul”, entre outros, de acordo com o comunicado divulgado pelas autoridades do território.

4 Set 2018

Paul McCartney acredita ter visto Deus quando estava sob o efeito de drogas psicadélicas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ex-Beatle Paul McCartney afirmou numa entrevista a um jornal britânico publicada hoje que acredita ter visto Deus numa ocasião em que estava sob o efeito de substâncias psicadélicas.

Na entrevista ao The Sunday Times, o músico, de 76 anos, relatou que na altura se sentiu “humilde” perante tal experiência.

“Era enorme. Uma parede imensa da qual eu não conseguia ver o topo e eu estava no fundo. Qualquer outra pessoa diria que era apenas a droga, a alucinação, mas nós sentimos que tínhamos visto uma coisa superior”, disse Paul McCartney.

Nos últimos anos dos Beatles, a música do emblemático quarteto de Liverpool foi fortemente influenciada pelo uso de drogas psicadélicas.

Na mesma entrevista, McCartney afirmou acreditar que os seus familiares mais próximos que já morreram, incluindo a sua mulher Linda, continuam a olhar por ele.

McCartney está atualmente a promover um novo álbum com músicas inéditas, intitulado “Egypt Station” e com data de lançamento a 07 de setembro, e uma tournée para 2019 já com várias datas para os Estados Unidos e para a Europa.

Os Beatles terminaram em 1970, deixaram mais de uma dezena de álbuns, e só dois músicos da formação ainda estão vivos, Paul McCartney e Ringo Starr.

3 Set 2018

Tenor português Luís Gomes vence dois prémios no concurso Operalia

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tenor português Luís Gomes venceu na categoria de zarzuela e recebeu o prémio do público para melhor voz masculina, no concurso internacional de canto lírico Operalia, que decorreu no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa.

“Luís Gomes vence o Prémio zarzuela (‘ex-aequo’ com Pavel Petrov) e o prémio do público para melhor voz masculina”, anunciou a organização, em comunicado.

Emily D’Angelo, representante do Canadá/Itália, e o bielorrusso Pavel Petrov são os vencedores do prémio do Operalia 2018, concurso internacional de canto lírico fundado por Plácido Domingo, que se realizou este ano pela primeira vez em Portugal. D’Angelo venceu ainda o prémio do público para melhor voz feminina, o prémio zarzuela e o prémio Birgit Nilsson.

O tenor português Luís Gomes estudou no Conservatório Nacional de Lisboa, na Escola Superior de Música de Lisboa e na Guildhall School of Music and Drama em Londres, onde se licenciou em Canto e fez mestrado em Ópera.

Passou pela Royal Opera House e, em junho, estreou-se no palco do Teatro Nacional de São Carlos, em “La Traviata”, com um papel que vai voltar a interpretar em outubro no Coliseu do Porto.

Além de Luís Gomes, na final de Ópera estavam qualificados Migran Agadzhanyan (Rússia), Rihab Chaieb (Canadá), Emily D’Angelo (Canadá/Itália), Samantha Hankey (EUA), Johannes Kammler (Alemanha), Long Long (China), Pavel Petrov (Bielorússia), Sean Michael Plumb (EUA), Simon Shibambu (África do Sul), Marina Viotti (Suíça/França) e Arseny Yakovlev (Rússia).

Na final de Zarzuela estiveram Emily D’Angelo, Luís Gomes, Pavel Petrov, Josy Santos (Brasil) e Vanessa Vasquez (Colômbia/EUA).

O Concurso Mundial de Ópera Operalia, que já vai na 26.ª edição, é uma iniciativa criada pelo tenor e maestro espanhol Plácido Domingo, atual diretor-geral da Ópera de Los Angeles (Califórnia).

O júri do concurso integra, sobretudo, diretores-gerais de teatros de ópera internacionais, entre os quais Patrick Dickie (diretor artístico do S. Carlos), Anthony Freud (da Ópera Lírica de Chicago), Joan Marabosch (do Teatro Real de Madrid) e a soprano Marta Domingo, mulher de Plácido Domingo.

A primeira edição do Operalia realizou-se em 1993, em Paris, tendo já acontecido em cidades como Tóquio, Hamburgo, Budapeste, Milão, Moscovo, Pequim, Verona, Los Angeles, Cidade do México, Londres, Madrid e Guadalajara.

3 Set 2018

Fogo de Artifício | Equipas do Japão e da Bélgica concorrem no sábado

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]26º Festival Internacional de Fogo de Artifício arrancou no passado dia 1 e continua no próximo sábado, dia 8, com a participação das equipas do Japão e da Bélgica. Para o dia 15 de Setembro está agendada a actuação da equipa portuguesa e francesa, sendo que as equipas da Alemanha e Áustria actuam no sábado seguinte, dia 24 e as equipas da China e Itália competem no dia 1 de Outubro. No largo da Torre de Macau decorrem duas actuações por noite, marcadas às 21h e 21h40, cada um com 18 minutos de duração.

De acordo com um comunicado oficial, “as cinco noites de espectáculo de fogo-de-artifício decorrem sob os temas ‘Harmonia das Cores Mágicas’, ‘A Fantasia do Fogo-de-Artifício’, ‘Sonoridades do Céu’, ‘Uma Noite Cintilante de Luar de Outono’ e ‘Celebração do Dia Nacional com Fogo-de-Artifício’”. Este ano, as dez equipas que participam no festival “possuem uma rica experiência na realização de grandes exibições pirotécnicas multimédia, algumas produziram espectáculos pirotécnicos para grandes celebrações nacionais de diferentes países, e foram premiadas em vários concursos internacionais de fogo-de-artifício, prometendo espectáculos memoráveis para os residentes e visitantes”.

De Portugal chega o Grupo Luso Pirotecnia, que venceu concursos de fogo-de-artifício no Canadá, República Checa, Estados Unidos, França e Alemanha, e que produziu o espectáculo pirotécnico do Campeonato do Mundo da FIFA de Sub-20 de 2011, em Bogotá, na Colômbia.

À margem do festival, decorre, em parceria com a União Geral das Associações dos Moradores de Macau, o arraial do fogo de artifício, “com gastronomia, espectáculos e jogos, enriquecendo a atmosfera das noites de exibições pirotécnicas”. O arraial está aberto ao público desde o dia 1 de Setembro.

3 Set 2018

Ano Novo Chinês | Instituto Cultural publica livro de António Pedro Pires

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto Cultural (IC) anunciou a publicação de um livro de António Pedro Pires sobre as festividades Ano Novo Chinês, festividade chinesa responsável pela maior movimentação de pessoas todos os anos para o encontro com as suas famílias. De acordo com o IC, o ‘Livro Festividade do Ano Novo Lunar em Macau’ foca-se em três temas principais: calendário lunar, celebração do Ano Novo Lunar e culinária. “O autor analisa a marcha da humanidade desde a tomada de consciência do tempo e da sua medição até à invenção do calendário e ao aparecimento dos relógios”, pode ler-se num comunicado oficial. António Pedro Pires procura explicar o papel que as religiões chinesas (taoismo, budismo, confucionismo e culto dos antepassados) têm nos rituais que antecedem a festa. Por fim, “a veneração dos antepassados”, através da culinária e da “preparação do jantar-reunião de família” é também retratado nesta publicação.

 

 

3 Set 2018

Gastronomia | Henrique Sá Pessoa traz “Chiado” a Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]restaurante Chiado de Macau, uma parceria entre a Sands Cotai Central e o ‘chef’ Henrique Sá Pessoa, deverá abrir até Outubro, disse à agência Lusa o português, que quer fazer do espaço a maior referência da cozinha lusa no território. “Se tudo correr bem deverá ser inaugurado em Setembro, Outubro”, adiantou à Lusa o proprietário do restaurante Alma, premiado com uma estrela Michelin, que se lança em Macau no seu primeiro projecto internacional.

A ideia passa por criar “um restaurante que consiga respeitar a herança” lusa no território e “afirmar-se em Macau como a maior referência da cozinha portuguesa”, que “às vezes é tão mal representada lá fora”, critica o ‘chef’.
Henrique Sá Pessoa explica que o conceito do novo espaço em Macau pretende“representar o moderno da cozinha portuguesa actual”. O restaurante, que terá sala com uma capacidade máxima de cerca de 100 lugares, “não será um restaurante demasiado elaborado, mas também não vai ser tradicional”, garantindo “um serviço elegante e cuidado”.

O ‘chef’ português, que abriu recentemente mais um espaço, o segundo Tapisco, agora no Porto, depois do Atelier, Alma e Cais da Pedra, todos em Lisboa, diz que um dos desafios passa agora por gerir todos os projectos. “É para isso que serve uma equipa, é por isso que está em Macau desde Abril uma pessoa de confiança a trabalhar no projecto”, argumenta.

O restaurante “pode ter ‘nuances’ que introduzam a cozinha asiática, como o gengibre, erva príncipe ou lima, mas será decididamente 100 por cento português”, assegura. O leitão, o bacalhau e o atum “são apenas alguns dos exemplos de alguns dos clássicos” que vão servir de inspiração ao novo restaurante: “na prática, vamos ter um ‘best of’ dos meus pratos”, revela o ‘chef’.

3 Set 2018

Residência artística | Sandy Leong, artista de Macau, expõe em Berlim

Ilustradora e artista visual, Sandy Leong participa numa residência artística, em Berlim, na Takt Academy. A artista de Macau apresentou um projecto de fotografia que aborda a percepção que os mais novos têm quando visitam o memorial do Holocausto. A exposição foi inaugurada na passada terça-feira

 

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]mais um passo na carreira da jovem Sandy Leong, nascida em Macau e que tem feito percurso artístico na Europa para onde foi estudar. Inaugurou na passada terça-feira, e prolonga-se durante este mês, a residência artística da Takt Academy, em Berlim, onde estão expostos os trabalhos de Sandy Leong em parceria com criações de outros artistas.

Numa palestra proferida a 28 de Agosto, e que serviu de introdução à exposição que integra a residência artística, Sandy Leong abordou os trabalhos que tem desenvolvido nos últimos anos. Para a residência artística em Berlim, decidiu estender a investigação de um projecto de fotografia intitulado “I was playing in the memorial”, que aborda “as crianças turistas que brincam no Memorial do Holocausto”, localizado na capital alemã.

“Através dos olhares inocentes das crianças, questionei como um indivíduo pode envolver-se na história pública. Como adultos, que mensagem e atitude podemos passar para as próximas gerações sobre este lado mais negro da história?”, questionou a artista.

Experiência europeia

Depois de estudar em Pequim e Hong Kong, Sandy Leong decidiu, o ano passado, ingressar no Royal College of Art, em Londres, para fazer um mestrado em comunicação visual. De acordo com a biografia da artista publicada pelos organizadores do evento, Sandy Leong “tem explorado estudos sobre a sua história pessoal e memórias colectivas”.

“Depois de encontrar, por acaso, uma foto da sua avó com a sua mãe, começou a traçar as histórias pessoais das mulheres da família. Ao fazer isso, compreendeu que as suas histórias pessoais tinham algo de relevante para traçar um quadro mais alargado das histórias do seu país, onde se inclui a migração chinesa e a Revolução Cultural. Estes aspectos inspiraram-na a fazer uma série de trabalhos que reflectem as relações da sua família ao longo de várias gerações”, lê-se.

Outro dos projectos em que Sandy Leong está a trabalhar é a recolha de histórias de imigrantes, para retratar aquilo por que passaram as mulheres dessas famílias. O resultado desse trabalho de pesquisa e de investigação deverá ser exposto em Londres, no próximo ano, e talvez em Macau, como contou a autora numa entrevista recente.

3 Set 2018

Cinemateca Portuguesa quer classificar alguns filmes portugueses como tesouros nacionais

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]lguns filmes do cinema português deverão ser classificados como tesouros nacionais, segundo um processo que, “apesar de parecer óbvio, é altamente pioneiro”, revelou à agência Lusa o diretor da Cinemateca Portuguesa, José Manuel Costa.

Esta é uma das iniciativas que a Cinemateca Portuguesa quer concretizar nos próximos meses para assinalar, no âmbito de um programa alargado, os 70 anos da sua fundação, desde que foi publicada em lei em 1948.

Em entrevista à agência Lusa, a propósito da celebração da efeméride, José Manuel Costa afirmou que a Cinemateca Portuguesa vai iniciar “progressivamente uma série de processos de classificação” para que as matrizes de determinados filmes ganhem o estatuto de “obra cultural de interesse nacional”, que sejam tesouro nacional.

“A classificação tem um impacto simbólico e um impacto prático e implica uma responsabilidade acrescida do Estado”, disse o diretor, sublinhando que está em causa um “testemunho absolutamente precioso e inestimável sobre a história e a vivência do século XX”.

O processo de classificação começará com um conjunto de filmes da época do cinema mudo e do período de obras fixadas em nitrato, até 1950. Atualmente, no que toca a património ligado ao cinema português, apenas está classificado, como um todo, o património da Tobis.

A celebração dos 70 anos da fundação da Cinemateca Portuguesa decorrerá entre setembro deste ano e junho de 2019. O sinal de partida é dado no próximo dia 29, com o lançamento do primeiro volume “de uma obra imensa, gigantesca”, de textos de João Bénard da Costa, cinéfilo e antigo diretor do organismo.

A 16 de novembro, haverá “uma jornada especial de homenagem ao cinema português”, com uma sessão ininterrupta de quatro horas em que serão exibidas “bobinas, fragmentos de filmes de todos os géneros e de todas as épocas do cinema português.

Ainda em novembro decorrerá um colóquio internacional, e um ciclo intitulado “70 anos 70 filmes”, com obras que fizeram parte da história da Cinemateca e outras que fazem um retrato do que é hoje o cinema contemporâneo.

À boleia dos 70 anos, a Cinemateca irá mostrar, em dezembro e em janeiro, toda a obra cinematográfica de Manoel de Oliveira, quando passam 110 anos do aniversário do nascimento do realizador.

Estão previstas várias edições literárias, como um livro de conversas com Luís Miguel Cintra, outro sobre o percurso histórico da Cinemateca e um inédito sobre a história do cinema, direcionado para crianças, em articulação com a Cinemateca Júnior.

Segundo José Manuel Costa, ligado à Cinemateca desde 1975 e diretor desde 2014, será ainda impulsionado um projeto sobre a memória oral, para deixar registado, em imagem e em som, intervenções de pessoas de “toda a atividade do cinema em Portugal”.

Na página da Cinemateca, onde já é possível visionar alguns filmes dos arquivos do Museu do Cinema, serão disponibilizadas digitalizações de jornais de atualidades (1953-1970), os filmes informativos que eram exibidos antes das sessões de cinema durante o Estado Novo.

Com o mandato de direção, de cinco anos, a terminar em 2019, José Manuel Costa quer ainda celebrar os 70 anos da Cinemateca com uma nova iniciativa de “Dia aberto” a visitas guiadas, e com a constituição, há muito anunciada, da Associação dos Amigos da Cinemateca.

Esta será a primeira vez que a Cinemateca celebra a data da sua fundação, enquanto entidade pensada para criar uma coleção fílmica e documental e preservá-la. Até aqui, era assinalada habitualmente a abertura oficial da Cinemateca ao público, com sessões de cinema iniciadas a 29 de setembro de 1958.

“Significa que todas as atividades internas da Cinemateca já existiam há uma década. Uma cinemateca não são só sessões de cinema”, disse José Manuel Costa.

2 Set 2018

Dezenas de artistas e personalidades despediram-se de Aretha Franklin

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]olíticos, artistas, pastores e dezenas de fãs despediram-se na sexta-feira da cantora norte-americana Aretha Franklin, a “rainha da soul”, na cerimónia fúnebre, em Detroit, que fechou uma semana de homenagens.

A cerimónia decorreu na igreja batista Greater Grace Temple, com capacidade para cerca de quatro mil pessoas, que assistiram a discursos e atuações emocionadas de mais de vinte artistas e personalidades.

Presentes estiveram o antigo presidente Bill Clinton, a ex-candidata presidencial Hillart Clinton, o reverendo Jesse Jackson, o cantor Stevie Wonder, as cantoras Ariana Grande, Gradys Knight e Jennifer Hudson.

Foram ainda lidas mensagens dos antigos presidentes George W. Bush e Barak Obama.

No exterior da igreja onde decorreu a cerimónia estiveram estacionados dezenas de carros Cadillac cor-de-rosa, ao longo de doze quilómetros, nas ruas de Detroit.

Durante a semana, centenas de admiradores fizeram filas no Museu de História Afro-Americana Charles H. Wright, em Detroit, onde teve lugar o velório de Aretha Franklin.

A “Rainha da Soul” Aretha Franklin, que morreu a 16 de agosto aos 76 anos, teve uma vida preenchida por êxitos musicais, desde o momento em que pegou na canção “Respect” de Otis Redding e a transformou em algo diferente.

Ao todo, foram 18 Grammys e mais de 75 milhões de discos vendidos ao longo de uma carreira em que se tornou na primeira mulher a entrar para o Rock and Roll Hall of Fame, em 1987.

Aretha Louise Franklin nasceu em 25 de março de 1942 em Memphis, no Estado norte-americano do Tennessee – onde esteve sediada a editora Stax, que editou Otis Redding -, mas cresceu em Detroit, a outra principal cidade do soul norte-americano e lar da editora Motown. Filha do reverendo C.L. Franklin, viu o pai marchar com Martin Luther King e cantou, em 1968, no funeral deste último.

Com múltiplas canções nas listas das mais vendidas e ouvidas, incluindo no começo do século XXI, Aretha Franklin cantou pelo mundo fora e nas tomadas de posse dos presidentes Bill Clinton e Barack Obama, tendo sido condecorada pelo outro ocupante do cargo entre os dois democratas, George W. Bush.

Relutante com jornalistas e receosa de aviões (um artigo de 2011 no New York Times indicava que a cantora não punha pé no ar desde 1983), Aretha Franklin teve quatro filhos e, em 2017, anunciou que se ia retirar do mundo da música para dedicar mais tempo aos netos.

2 Set 2018

Novo romance de Haruki Murakami nas novidades da ‘rentrée’ editorial da Leya, em Portugal

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro volume do novo romance de Haruki Murakami, “A morte do comendador”, que deverá chegar às livrarias em Novembro, em Portugal, é um dos grandes destaques editoriais do grupo Leya até ao final do ano.

A Casa das Letras vai editar “A morte do comendador”, em dois volumes, o primeiro romance longo que o autor publica, depois de “A peregrinação do rapaz sem cor”, que chegou às livrarias japonesas em abril de 2013 e foi lançado em Portugal no ano seguinte pela Casa das Letras.

O novo trabalho do aspirante ao Prémio Nobel da Literatura é o seu 14.º romance e chega depois de, em 2015, ter publicado “Homens e Mulheres”, uma coleção de seis relatos curtos, um inédito e cinco previamente publicados numa revista literária.

O segundo volume deste novo livro do escritor japonês, que saiu no Japão em fevereiro do ano passado, será publicado em Portugal pela Casa das Letras na primavera do próximo ano.

Outra novidade do grupo é o primeiro policial de Francisco Moita Flores, que até ao momento só tem escrito romances históricos, com o título “O mistério do caso de Campolide”, e a estreia na ficção do ex-presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim, com um romance intitulado “Diz não!”, ambos em outubro.

Na não-ficção, e ainda em outubro, o destaque da Leya vai para o ensaio “Continente Dividido”, editado pela D. Quixote, segunda parte da enciclopédia do século XX, escrita pelo historiador britânico, Ian Kershaw, que anteriormente lançou “À Beira do Abismo”.

Um livro sobre a história da espionagem – “O mundo secreto” -, escrito pelo autor de “O arquivo Mitrokhin”, Christopher Andrew (D.Quixote Ensaio), e um outro sobre “O Terceiro Reich em 100 Objetos” (Casa das Letras), da autoria de Roger Moorhouse, são outras das novidades na não-ficção, que contará também com o lançamento em simultâneo em Portugal e nos Estados Unidos do mais recente livro do filósofo e economista político Francis Fukuyama, “Identidade”.

Já em setembro, a área da não-ficção fica marcada pela publicação, na D. Quixote, do ensaio “Grande Estratégia”, de John Lewis Gaddis, “A Monarquia Constitucional dos Braganças em Portugal e no Brasil (1822-1910)”, coordenado por Rui Ramos, José Murillo de Carvalho e Isabel Corrêa da Silva (Dom Quixote ensaio) e “Donald Trump: o Método no Caos”, de Tiago Moreira de Sá e Diana Soller, todos na chancela Dom Quixote ensaio.

2 Set 2018

Português procura últimos vestígios de Lenine na Alemanha

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] projeto “Lenin is still around”, uma pesquisa iniciada em 2014 e que junta já 25 monumentos, pretende reunir todas as marcas que ainda existem na Alemanha ligadas ao líder comunista russo.

A ideia surgiu a Carlos Gomes com uma excursão a Wünsdorf, no leste da Alemanha, a 05 de outubro de 2014, quando viu uma estátua de Lenine.

Carlos Gomes ficou surpreendido porque pensou que na Alemanha “já não existiam monumentos dedicados a Lenine”, pelo que começou a investigar e descobriu que “não havia nenhuma lista atualizada”.

“O que no início pensei que ia ser simples, acabou por revelar-se mais complexo. Há estátuas do Lenine que ainda estão abandonadas em antigos complexos militares soviéticos na Alemanha de Leste. Outras que estão listadas, mas desapareceram, foram retiradas sem que as autoridades soubessem. E há também estátuas que foram repostas em espaços públicos por pessoas ou agrupamentos civis sem que as autoridades competentes soubessem”, conta Carlos Gomes, diretor do projeto de investigação “Lenin is still around” (“Lenine ainda está por aí”).

No total, já reuniu na página oficial do projeto 25 monumentos dedicados exclusivamente a Lenine, encontrados em 19 localidades do leste da Alemanha.

As cidades de Berlim, Halle, Fürstenberg e Wünsdorf têm mais de um monumento e de fora ficam os monumentos em museus.

“Surpreende-me muito que, num país como a Alemanha, uma estátua como a que se encontrava em Potsdam, de mais de 2,5 metros e com mais de 500 quilos, possa desaparecer sem que ninguém saiba onde está”, revela Carlos Gomes a propósito do desaparecimento do monumento de Lenine na cidade de Potsdam (a pouco mais de 20 quilómetros de Berlim), que aconteceu em 2004 e novamente em março deste ano.

O autor do projeto “Lenin is still around”, com uma página na Internet em alemão e em inglês, admite, com surpresa, que “depois de tantos anos de guerra fria, Lenine ainda continua a ser um território de batalhas simbólicas e ideológicas”.

E revela que “há muitas discussões políticas à volta do tema”, dando exemplos: “há vilas onde o presidente da câmara decide retirar o monumento a Lenine e a população protesta e recolhe assinaturas para evitar que seja retirado. Há outros sítios onde querem colocar a estátua de Lenine na lista oficial de monumentos, mas os políticos fazem tudo para evitar”.

“Na Alemanha o meu projeto tem tido uma acolhida bastante positiva. É um tema que está a renascer. Com a distância temporal, quase 25 anos passados desde a reunificação da Alemanha, já se pode falar com base científica dos monumentos da Alemanha de Leste, sem ter que tomar uma posição ideológica”, admite o também professor, que ensina alemão a estrangeiros.

A iniciativa “Lenin is still around” tem um financiamento praticamente inexistente, confessa Carlos Gomes, mas com as participações em conferências e publicações em jornais (a “Junge Welt” publicou com uma série de 12 textos da sua autoria) o projeto tem sido “praticamente autofinanciado”.

A viver em Berlim há cinco anos, Carlos Gomes admite que o tema é delicado, mas defende que “deve ser estudado de uma forma ampla, avaliando o valor artístico e histórico, sem entrar em ideologias”.

“Às vezes digo a brincar que o Lenine já é quase um ícone pop, como o Che Guevara, mais dia menos dia a Zara está a vender ‘t-shirts’ com a cara dele”, comenta Carlos Gomes, entre risos.

Neste sábado celebrou-se o 24.º aniversário da retirada do exército russo da Alemanha, que aconteceu a 31 de agosto de 1994. No entanto, o plano de retirada foi desenhado a 12 de outubro de 1990, depois do fim da Guerra Fria e da queda do muro de Berlim.

Poucos dias depois da reunificação da Alemanha, Bona (antiga capital da Alemanha) e Moscovo, assinaram um acordo sobre a limitação da permanência das tropas soviéticas até ao final de 1994, mas o prazo acabaria por ser antecipado cerca de três meses.

2 Set 2018

Chapas Sínicas expostas na Universidade de Macau

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]exposição relativa às Chapas Sínicas vai estender-se à Galeria Universitária da Universidade de Macau (UM) a partir da próxima quarta-feira, dia 5 de Setembro, prolongando-se até ao dia 31 de Outubro. Esta extensão faz parte da segunda fase da exposição, que permanece até 7 de Dezembro no Arquivo de Macau. Em simultâneo, a mostra estará também no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. De acordo com um comunicado, a exposição patente na UM contém peças documentais que estiveram presentes na primeira fase.

Na quarta-feira, dia 5, decorre uma palestra intitulada “Boya Lecture”, que conta com organização da biblioteca da UM e que está marcada para as 14h30. Esta palestra será proferida por Lau Fong, directora do Arquivo de Macau, e focar-se-á nos registos das “Chapas Sínicas” e no processo de inscrição da colecção no Registo da Memória do Mundo, explica o Instituto Cultural (IC). A palestra será em cantonense e terá entrada gratuita.

“Chapas Sínicas” é um fundo documental que inclui os registos de Macau durante a dinastia Qing. Preservado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo de Portugal, esta colecção é composta por mais de 3600 documentos, incluindo cartas oficiais escritas em chinês, as cópias traduzidas para português e outros documentos diversos.

A colecção foi intitulada “Registos Oficiais de Macau Durante a Dinastia Qing (1693-1886)”, aquando da sua nomeação para o Registo da Memória do Mundo. Procedeu-se à sua inscrição no Registo da Memória do Mundo para a Ásia-Pacífico, em 2016, e no Registo da Memória do Mundo, em 2017. Os registos reflectem as condições da sociedade, a vida das pessoas, o desenvolvimento urbano e as actividades comerciais, entre muitos outros aspectos, do quotidiano de Macau, durante a dinastia Qing.

Além disso, esta vasta documentação conta histórias que ocorreram em Macau e que são de grande relevância para melhor compreender o papel que Macau desempenhou para a China e para Portugal, assim como para as relações sino-portuguesas em diferentes momentos da história mundial.

A extensão da exposição “Chapas Sínicas – Histórias de Macau na Torre do Tombo” estará aberta ao público, diariamente, das 9h00 às 18h00 na Galeria da Universidade (E1), na Taipa. A entrada é gratuita.

31 Ago 2018

Artes plásticas | 3ª Mostra Oriente/Ocidente acontece em Setembro

A 8º edição da C.A.M. Casino Arts Metting e a 3ª Mostra de Artes Oriente Ocidente vai ter lugar no próximo dia 20 de Setembro no Casino Lisboa. Este ano, o cartaz do evento tem em destaque a mostra “Bicicletas de Macau”, um trabalho fotográfico de António Mil-Homens

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]fotógrafo local António Mil-Homens vai apresentar em Lisboa os trabalhos que constituem a colecção titulada “Bicicletas de Macau”. A exposição é inaugurada a 12 de Setembro e vai ainda integrar a mostra alargada de artes plásticas C.A.M. Casino Arts Metting, 3ª Mostra de Artes Oriente Ocidente, uma iniciativa da Plataforma UNITYGATE – Pontes interculturais Oriente Ocidente que, nesta sua 8ª edição se realiza a 20 de Setembro na Galeria do Casino Lisboa. A presença do fotógrafo vai, de acordo com um comunicado oficial, sublinhar a interdisciplinaridade do evento e contribuir para a sua internacionalização.

Cruzamentos artísticos

Segundo a organização, o C.A.M. tem como objectivo a promoção de uma “visão interdisciplinar através da promoção da arte, das relações culturais sino lusas, do incentivo a artistas emergentes” e do cruzamento artístico entre várias áreas.

Desta forma, a UNYGATE “dá continuidade ao trabalho de intercâmbio cultural que a plataforma tem vindo a desenvolver”, lê-se no comunicado da organização do evento.
Neste sentido, a UNYGATE está actualmente a receber trabalhos em várias áreas para participarem no evento e poderem ser seleccionados para o concurso que a C.A.M. vai proporcionar. Os interessados com mais de 18 anos podem enviar os seus projectos, sendo que o tema tem que estar ligado ao conceito do evento ou seja, à dicotomia oriente/ocidente.

Depois de seleccionadas, as propostas vão ser exibidas na C.A.M. onde podem ser colocadas à venda e sujeitas a concurso.

O C.A.M. inclui a atribuição de três prémios monetários de 600, 400 e 250 euros para os 1ª, 2ª e 3ª lugar respectivamente.

A curadoria do evento vai estar a cargo de Ana Catarino e Ana Battaglia Abreu.

31 Ago 2018

Joana Vicente é a directora do Festival de Cinema de Toronto

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]produtora Joana Vicente foi ontem anunciada como a nova diretora executiva do Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF, na sigla em inglês). A portuguesa fica assim corresponsável pela organização a par do director artístico Cameron Bailey.

“O comité de selecção ficou profundamente impressionado com o passado de Joana Vicente como produtora, defensora de realizadores independentes e com o seu sucesso em angariação de fundos e parcerias. O seu extenso conhecimento do panorama global cinematográfico em mudança solidificou a decisão”, disse, em comunicado, o conselho de administração do festival.

Joana Vicente era, desde Dezembro de 2009, directora executiva do Independent Filmmaker Project, a mais antiga e maior organização de cineastas independentes nos Estados Unidos, como recorda o comunicado do TIFF. “Sempre olhei para o TIFF como uma proeminente plataforma internacional para o cinema mundial, com um impacto local e global”, afirmou, citada pelo festival, Joana Vicente, antes de acrescentar que a visão artística de Carmon Bailey é “inspiradora”.

A organização do TIFF salienta que Joana Vicente “é uma figura de proa da indústria cinematográfica de Nova Iorque, tendo produzido mais de 40 filmes e fundado três empresas, incluindo a primeira produtora digital dos Estados Unidos e o primeiro estúdio de distribuição e produção em alta definição do país”.

Joana Vicente foi nomeada pela Variety como uma das 60 pessoas mais influentes em Nova Iorque e já recebeu o prémio “Made in New York”, que distingue figuras que tenham contribuído de forma significativa para o crescimento das indústrias de media e entretenimento da cidade.

Joana Vicente nasceu em Macau, estudou Filosofia em Lisboa, foi assistente de Maria de Lurdes Pintassilgo no Parlamento Europeu e trabalhou nas Nações Unidas até se decidir pela produção de cinema nos Estados Unidos em parceria com o marido, o produtor Jason Kliot. Ainda antes de atravessar o Atlântico, Joana Vicente foi assistente de produção de António-Pedro Vasconcelos e Paulo Branco e teve uma breve participação como actriz num filme de Alain Tanner.

Em Nova Iorque, onde vive há quase 30 anos, fundou com Jason Kliot a Open City Films e a HDnet Films, empresas com as quais assinaram cerca de quarenta produções cinematográficas independentes para realizadores como Brian de Palma, Alex Gibney, Steven Soderbergh, Hal Hartley, Todd Solondz e Jim Jarmuch.

Joana Vicente explicava à Lusa, em 2008, que a produção que faz “é bastante criativa”, porque o envolvimento num projecto começa quase sempre no desenvolvimento do guião, a partir de uma ideia ou de um livro. “Eu gosto imenso de produção, mas a parte que me faltava era essa parte criativa. Sobretudo quando trabalho com realizadores que não têm muita experiência dá-me imenso prazer tentar dar-lhe todos os instrumentos possíveis para que consigam realizar da melhor maneira a visão deles”, disse Joana Vicente.

A nomeação do TIFF produz efeitos no dia 1 de Novembro, perto de dois meses depois do festival deste ano, que vai contar com o filme “Diamantino”, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, em duas secções.

30 Ago 2018

Cinema | Nicolas Cage no Festival Internacional de Cinema de Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]actor Nicolas Cage foi nomeado “Embaixador de Talentos” da edição deste ano do Festival Internacional de Cinema de Macau. A notícia é avançada pelo canal de rádio da TDM, referindo-se à informação do portal Hollywood Reporter, que citava o director artístico, Mike Goodridge. Nicolas Cage deve marcar presença na cerimónia de abertura do festival, que decorre entre 8 e 14 de Dezembro, e participar numa masterclass. Já em Julho, Aaron Kwok tinha sido nomeado “Embaixador de talentos”.

30 Ago 2018

Patuá | Fundação Rui Cunha debate hoje documentação do dialecto

Mário Pinharanda Nunes, professor da Universidade de Macau, apresenta hoje, às 18h30 na Fundação Rui Cunha, a palestra “Documentar o patuá: desafios, especificidades e propósitos”. A elaboração de um projecto desta natureza depende da abertura da comunidade, aponta o académico

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]patuá, dialecto falado pela comunidade macaense, está em desuso, mas isso não significa que esteja afastado do interesse de investigadores. Exemplo disso é a palestra de hoje na Fundação Rui Cunha (FRC), protagonizada por Mário Pinharanda Nunes, professor do departamento de português da Universidade de Macau (UM). O evento está marcado para as 18h30.

O docente universitário vai falar sobre o tema “Documentar o patuá: desafios, especificidades e propósitos”, que se insere na chamada documentação linguística, focada em línguas que estão em vias de extinção ou mesmo extintas.

Neste caso, o docente contou ao HM que a ideia é promover um debate com os membros da comunidade macaense, para que se fazer um levantamento científico do patuá como língua e também como representação antropológica.

“Não há ainda conclusões, porque estas só poderão chegar se as comunidades macaenses decidirem em prol de um projecto de documentação”, apontou ao HM.

É preciso olhar não só para a comunidade macaense residente em Macau, onde ainda se domina algum patuá, apesar de não ser transmitido de geração em geração, mas ter em atenção também as comunidades macaenses que residem na diáspora. Mário Pinharanda Nunes explica que há diferenças na abordagem a uma futura documentação.

“Espero que haja uma reflexão junto dos macaenses em prol de um diálogo perante as características da comunidade, numa fase em que já não há a transmissão do crioulo de geração em geração. Há também as comunidades na diáspora, e cada uma tem as suas particularidades. Há uns que mantém uma proximidade à língua portuguesa, e outros que já estão mais próximos do inglês, todos esses factores são tidos em conta num projecto deste tipo.”

Além disso, “há questões de ortografia e vocabulário, ou se introduzimos ou modificamos o patuá para se tornar numa língua funcional para que possa ser comunicável no século XX”.

Na palestra, o professor da UM vai abordar a “relativa escassez de dados escritos e orais desta língua crioula, comparativamente com outras línguas de contacto, da variação e da mudança de categorias gramaticais e do léxico detectáveis nessas fontes, e da diversidade de práticas e atitudes linguísticas entre as suas diferentes comunidades de herança”, aponta um comunicado da FRC.

Estes são os “desafios colocados à documentação do patuá e, por outro lado, dos possíveis contributos que tal tarefa oferece à disciplina em questão, assim como às do estudo de línguas de contacto e de aquisição de língua”.

Português no Sri Lanka

Apesar de notar que, nos últimos 15 anos, a academia tem olhado para o patuá, inclusive como tema de análise em conferências internacionais, a verdade é que a eficiência desses estudos para a manutenção da língua depende da vontade da própria comunidade macaense.

“O trabalho da academia só pode ajudar à preservação do patuá se houver interesse da comunidade falante ou de herança do patuá. Sem a academia ele poderá manter-se na mesma, porque há muitas comunidades desta natureza, com a língua ameaçada, que optam por tratarem elas do assunto e fazerem iniciativas próprias. A academia apenas poderá ajudar com o know-how que este campo tem desenvolvido e que é uma forma de preservação também”, lembrou Mário Pinharanda Nunes.

A palestra de hoje na FRC vai também contar com a presença de Hugo Cardoso, que vai falar do tema “Documentação do Português na Sri Lanka: um caso de investigação multidisciplinar”. Neste caso, explica Mário Pinharanda Nunes, já existe documentação da presença do português, que está disponível num arquivo online da Universidade de Londres.

O projecto de investigação de Hugo Cardoso, professor da Universidade de Lisboa (UL), ainda está em curso e tem como “objecto central o português do Sri Lanka, uma língua crioula de base lexical portuguesa falada principalmente na província oriental do país pela comunidade Burgher”.

O projeto ‘Documentação do Português de Sri Lanka’, desenvolvido no Centro de Linguística da UL, em colaboração com instituições do Sri Lanka e consultores de várias partes do mundo, é financiado pelo Endangered Languages Documentation Programme (SOAS, Reino Unido) e tem por objetivo constituir um corpus audiovisual que preserve informação não apenas sobre a língua, como também sobre a cultura e práticas sociais dos Burghers, explica a FRC.

30 Ago 2018

Jorge Forjaz lança “Genealogias de Moçambique” em Maputo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] genealogista português Jorge Forjaz lançou ontem “Genealogias de Moçambique”, uma obra que reconstrói a arvore genealógica de famílias que habitaram no território moçambicano a partir do século XVIII.

“Este livro é um contributo para que tenham noção mais exata das origens e um sentimento de pertença das pessoas com sua terra”, declarou à Lusa Jorge Forjaz, à margem da cerimónia de lançamento da obra no Camões – Centro Cultural Português de Maputo.

A obra é baseada em registos paroquiais (casamentos, batismos e óbitos), além de entrevistas e documentos encontrados no Arquivo Histórico de Moçambique.

“Deu-me muito prazer fazer esta investigação”, acrescentou o autor, destacando que foram dez anos de pesquisa, com cinco viagens pelo país mas, considera, “ainda há muito mais por ser investigado”.

O historiador moçambicano António Sopa, que fez a apresentação da obra, entende que o livro ajuda a perceber as dinâmicas da sociedade que viveu em Moçambique na segunda metade do século XVIII.

“É uma obra de referência e que é fundamentalmente baseada na sociedade que viveu aqui nesse período. Temos aqui a ideia exata da sociedade colonial desde o final do século XVIII até a independência”, concluiu António Sopa.

A obra, baseada no histórico de perto de 30 mil pessoas, está dividida em dois volumes de 900 páginas cada.

Jorge Forjaz é também autor da obra “Famílias Macaenses”, uma cronologia dos apelidos ligados a esta comunidade.

30 Ago 2018

MGM Cotai | Sam Smith ao vivo em Macau nos dias 19 e 20 de Outubro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]músico britânico Sam Smith, vencedor de prémios Grammy, vai estar em Macau nos dias 19 e 20 de Outubro para dois concertos inseridos na tour mundial “The Thrill of it All”. O concerto vai decorrer no teatro do MGM Cotai e os bilhetes estão à venda a partir de amanhã com o preço base de 688 patacas. A tour do músico inclui destinos como Singapura, Manila, Seul, Tóquio, Osaka, Xangai, Pequim e Banguecoque.

Sam Smith começou a carreira em 2012, com um enorme sucesso do single “Latch”. Dois anos depois lançou o primeiro álbum de estúdio, intitulado “In the Lonely Hour”, cuja música “Stay with me” se tornou num sucesso mundial e vendeu cerca de 14 milhões de cópias em todo o mundo.

Em 2015 Sam Smith ganhou quatro prémios Grammy e um Golden Globe e foi também distinguido em Hollywood com a música “Writing’s on the Wall”, que fez parte da banda sonora do filme 007 “Spectre”, protagonizado por Daniel Craig. Além disso, ganhou dois prémios nos Brit Awards e mais três distinções nos prémios Billboard.

Grant Bowie, CEO da MGM China, disse que a concessionária de jogo “está honrada por receber o concerto de Sam Smith pela primeira vez em Macau no novo teatro do MGM”. “Esperamos que esta seja uma nova experiência para os nossos convidados”, rematou.

29 Ago 2018

OCM | Liu Sha assume direcção artística e promete mudanças

 

Liu Sha vai assumir a direcção artística da Orquestra Chinesa de Macau. O maestro entende que é necessário os músicos mostrarem mais do que virtuosismo. É essencial que façam com que o público se sinta mais envolvido, de forma a conquistar audiências

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Orquestra Chinesa de Macau (OCM) precisa desenvolver a forma como está em palco. Esta é a proposta de Liu Sha, o novo maestro e director artístico da OCM, que defende uma mudança da atitude dos músicos durante os espectáculos. “É preciso desenvolver formas de expressão, é necessário que os músicos saibam como se expressar, mover, enquanto tocam”, disse o responsável ontem à margem da conferência de imprensa dedicada à sua apresentação.

Não está em causa a qualidade dos músicos que formam a OCM, que considerou, “são todos muito bons”. No entanto, “às vezes, ao vê-los em palco não fico satisfeito porque ‘a personagem’ está muito fechada e não se abre ao que está a tocar”, explicou o maestro, que confessou que esse é um aspecto que quer mudar.

Mas, os desafios no novo cargo em Macau são maiores e passam também pela necessidade de conquistar audiências para os concertos da OCM. “Parece que aqui o público, na sua maioria, aprecia música clássica”, algo que não acontece, de acordo com o maestro, com a música chinesa. Este é também o maior desafio do seu trabalho à frente da OCM.

Também aqui, e para fomentar a adesão do público, entra a nova postura que pretende que os músicos adoptem. “Penso que quanto mais os músicos expressarem a sua interpretação, mais conseguem transmitir ao público que os vê”, apontou.
Por outro lado, é necessário levar o trabalho da orquestra à comunidade e “criar mais proximidades”. Para isso, o novo director artístico sublinha a importância de ter em conta os mais novos, um aspecto que será tido em conta esta temporada. “Temos muitos concertos programados para crianças em que usamos música popular e em que os maestros falam para os mais novos para explicar o que se vai tocando”, exemplificou.

Novos repertórios

Para chegar a mais pessoas, os repertórios também vão sofrer alterações. “A escolha de temas não vai ser fácil, até porque a música chinesa é muito rica”, afirma. “Com músicos mais activos em palco e a suavidade dos sons acredito que os espectáculos se tornem lendários”, afirmou.

Para já, é necessário “perceber o que é que chega ao público, do que é que se gosta aqui e o que querem”. Este é o ponto de partida do trabalho que o maestro tem pela frente. “Já tenho uma série de peças seleccionadas que penso interessarem às pessoas de Macau e que as vão motivar a irem a mais concertos”, comentou.
Além do reportório de música chinesa, o maestro promete manter a “tradição” e continuar a integrar peças que juntem temas ocidentais com orientais, uma componente que faz da OCM “muito especial”, afirmou.

Aliás, é com esta mistura que a temporada 2018/2019 vai abrir. O concerto é já no próximo domingo às 20h no grande auditório do Centro Cultural de Macau, e tem como título “Vislumbres do Vento Nacional”. O espectáculo vai contar com a presença de convidados, como é o caso dos intérpretes de erhu, Yu Hongmei, vice-directora do Conservatório Central de Música, e Zhai Qinxi, professora assistente de guqin na mesma instituição.

A colaboração com músicos estrangeiros também vai continuar. Para Liu Sha esta é uma grande mais-valia, recordando, por exemplo, os concertos com intérpretes de fado. “Claro que quero continuar a fazer este tipo de espectáculo até porque estamos me Macau”, rematou.

Também programados para esta temporada estão seis ciclos de concertos: o “Ciclo Clássicos”, “Produções Especiais”, “Passeando no Jardim, Ouvindo Música”, “Museus Musicais”, “Herança Musical” e “Envolvimento da Comunidade com a Música”. Os bilhetes já estão à venda.

29 Ago 2018

Portugal | João Louro e Tadashi Kawamata nas exposições para a ‘rentrée’ no MAAT

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m novo projecto de João Louro e outro de Tadashi Kawamata realizado em Portugal vão marcar a ‘rentrée’ de exposições no Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, indicou à Lusa fonte da entidade.

Até 17 de setembro, segundo a mesma fonte, vão continuar patentes no museu “Gary Hill – Linguistic Spill”, “Vida e trabalho: não como antes mas de novo”, de Susana Mendes Silva, e até 08 de outubro, de Ângela Ferreira, “Pan African Unity Mural”, e “Eco-Visionários: Arte, Arquitetura após o Antropoceno”.

Relativamente às novas exposições, João Louro irá apresentar, em novembro, “Linguistic Ground Zero”, no Project Room MAAT, com curadoria de David G. Torres.

O novo projeto do artista português reflete sobre um “momento histórico de inflexão, em que a arte e a sociedade parecem coincidir em relação à necessidade de acabar com tudo”, segundo um texto da programação.

A proposta, uma reprodução de “Little Boy” – a primeira bomba atómica da história – com mensagens gravadas, reúne destruição, ‘graffiti’, referências poéticas e escritos.

A mostra remete para o século XX, período que ficou partido em duas partes pelas guerras mundiais, desde a batalha de Verdun, em 1916, a maior e mais sangrenta da Grande Guerra, ao lançamento da bomba atómica sobre a cidade de Hiroshima em agosto de 1945.

Em outubro, o artista japonês Tadashi Kawamata irá apresentar “Inundação”, na Galeria Oval, com curadoria de Pedro Gadanho e Marta Jecu, que foca questões em torno do turismo e da ecologia globais, e é o resultado de um projeto realizado em Portugal.

Uma instalação imersiva convida o visitante a observar uma paisagem marítima na sequência de uma catástrofe ecológica imaginária, em que os detritos transportados pelos oceanos engoliram a civilização.

Este artista japonês, conhecido pelos seus ambientes arquitetónicos sustentáveis de grande escala, desenvolveu este projeto ao longo de um ano de pesquisa e trabalho de campo em Portugal, que culminou numa oficina com artistas e arquitetos orientado pelo coletivo arquitetónico Os Espacialistas.

Esta peça de grande escala, encomendada pelo MAAT, integra resíduos de plástico e barcos abandonados recolhidos na costa portuguesa durante as campanhas de limpeza de praias, organizadas pela organização de voluntários Brigada do Mar.

Estes elementos “compõem uma forma escultórica que sugere os aglomerados de elementos poluentes agregados pelos movimentos perpétuos dos oceanos, bem como pelo turismo global e o extremo consumo dos recursos naturais”.

Ainda para outubro está prevista a exposição de André Príncipe, “Elephant”, na sala do Cinzeiro 8, com curadoria de João Pinharanda e Ana Anacleto.

Na sua primeira exposição individual em contexto institucional, em Lisboa, André Príncipe continua a sua exploração do meio fotográfico como mecanismo de perceção, captura e construção do real, reunindo um conjunto de obras fotográficas inéditas, e uma vídeo-instalação especificamente concebida para esta exposição.

“Trabalhando a partir de seu arquivo fotográfico, o artista seleciona e edita as imagens para criar conexões dialéticas e relações de harmonia variada em busca de um significado raramente narrativo”, indica a programação.

O Artists’ Film International regressa, a partir de outubro, na Sala das Caldeiras, com curadoria de Maria do Mar Fazenda.

Iniciado pela Whitechapel Gallery em Londres, este evento resulta de uma parceria entre várias instituições internacionais que reúnem um conjunto de filmes de artistas em torno de um tema compartilhado, este ano, a verdade.

Em novembro está prevista a apresentação da exposição “Haus Wittgenstein”, na Galeria Principal do MAAT, com curadoria de Nuno Crespo.

O foco desta exposição é a história de 90 anos da casa de Wittgenstein em Viena, um projeto iniciado em 1926 e concluído em 1928, que envolve arte, arquitetura e filosofia.

“Essa confluência ocorre não apenas porque o filósofo Wittgenstein foi seu arquiteto, mas também porque a história do projeto – de sua construção e habitação – reflete uma série de conflitos que constituem um exemplo abrangente de um processo criativo que é ao mesmo tempo artístico e arquitetónico”, descreve a programação.

28 Ago 2018

Óbito | “Mestre da comédia” Neil Simon morre aos 91 anos

 

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]eil Simon, um aclamado dramaturgo norte-americano, conhecido como o mais bem-sucedido da segunda metade do século XX, morreu ontem aos 91 anos, no New York Presbyterian Hospital, vítima de pneumonia. A notícia foi dada por Bill Evans, representante e amigo de longa data de Simon.
Relembrado como “mestre da comédia de Broadway” pela agência de notícias Associated Press, Neil Simon foi um homem das artes, que dominou Broadway, a zona artística mais prestigiada de Nova Iorque, com a triologia das peças “The Odd Couple” (Um Estranho Casal, que se transformou numa série televisiva), “Barefoot in the Park” (Descalços no Parque) e “Brighton Beach”.
O jornal The New York Times escreve que o nome de Neil Simon é “sinónimo de comédia da Broadway e sucesso comercial no teatro”, que contribuiu para a redefinição do humor americano popular. Foi por todos estes aspectos que um teatro na Broadway foi intitulado com o seu nome, em 1983.
Neil Simon, nascido em 4 de Julho de 1927 em Bronx, Nova Iorque, foi reconhecido como o dramaturgo mais bem-sucedido do século XX nos Estados Unidos da América e as suas obras deixaram um cunho intemporal na cultura norte-americana. Entre a longa lista de prémios que recebeu, contam-se quatro prémios Tony, dois prémios de vida, um Pulitzer em 1991, um prémio Mark Twain e outros.
Em 1966, Neil Simon pôs em cena quatro espectáculos em simultâneo na Broadway. Entre 1965 e 1980, as peças de Neil Simon foram apresentadas mais de 9.000 vezes. Escreveu guiões para o comediante Sid Caesar, junto de Woody Allen, Mel Brooks e Carl Reiner. Depois de 20 anos de casamento e da morte da primeira mulher, em 1973, Neil Simon casou-se mais quatro vezes, duas vezes consecutivas com a mesma mulher.

28 Ago 2018

Festival de Viena | João Salaviza e de Gabriel Abrantes seleccionados

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s filmes “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, e “Diamantino”, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, foram seleccionados para o Festival Internacional de Cinema de Viena, que decorre em Outubro. Os dois filmes integram a lista da programação principal do festival, que se realiza entre 25 de Outubro a 8 de Novembro, parcialmente divulgada no ‘site’ da iniciativa. “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos” foi rodado durante nove meses, em 16mm, sem equipa, na aldeia Pedra Branca, no estado de Tocantins, no Brasil. O filme venceu este mês o prémio de melhor obra de ficção do Festival de Cinema de Lima, no Peru, e, em Maio, o prémio especial do júri da secção ‘Un Certain Regard’ no Festival de Cannes, e uma distinção por melhor fotografia.
“Chuva é cantoria na aldeia dos mortos”, que foi produzido por Ricardo Alves Jr. e Thiago Macêdo Correia, da produtora Entre Filmes, sediada em Minas Gerais, em coprodução com a portuguesa Karõ Filmes e com a Material Bruto, de São Paulo, tem estreia comercial prevista para o primeiro trimestre do próximo ano em Portugal, em França e no Brasil.
“Diamantino” conta a história de Diamantino, interpretado pelo actor Carloto Cotta, uma superestrela do futebol mundial, cuja carreira cai em desgraça.

28 Ago 2018