Andreia Sofia Silva EventosArt Basel Hong Kong | “Wave”, de Ai Weiwei, presente no evento deste ano A edição deste ano da feira Art Basel, que acontece em Hong Kong entre os dias 29 e 31 de Março, vai contar com a presença da galeria londrina Lisson Gallery, que representa o artista chinês e dissidente político Ai Weiwei. Graças a esta parceria, o público poderá ver de perto o trabalho “Wave”, de 2015 [dropcap]H[/dropcap]á cerca de um ano, Ai Weiwei, artista que também é dissidente do regime comunista chinês, mostrava uma nova instalação em Hong Kong, intitulada “Refutation”, um retrato artístico do drama dos inúmeros refugiados que continuam a chegar às portas da Europa em embarcações precárias. Desta vez, o artista radicado na Alemanha,estará representado na Art Basel em Hong Kong, que acontece entre os dias 29 e 31 de Março. A obra “Wave”, datada de 2015, estará presente no Centro de Convenções e Exposições de Hong Kong trazido pela galeria londrina Lisson Gallery. A escultura, que mostra uma onda feita de porcelana, foi feita em parceria com artesãos de Jingdezhen, o mais importante centro de produção de porcelana da China. O artista foi buscar inspiração para a obra em termos de uso de materiais a peças produzidas no período da dinastia Song, sendo que a imagem da onda é também inspirada na pintura em madeira “Under de Wave off Kanagawa (The Great Wave)”, de Katsushika Hokusai, artista japonês que viveu entre os anos de 1769 e 1849. “Wave” faz igualmente referências ao pintor chinês Ma Yuan. A primeira vez que Ai Weiwei expôs em Hong Kong foi em 2015. Em entrevista concedida à revista Time Out, o ano passado, revelou a sua paixão pelo território. “Adoro Hong Kong. Adoro esta cidade, onde as pessoas têm força nos seus corações e clamam por liberdade e independência. Estas são as qualidades mais importantes para qualquer sociedade. Sinto-me sempre confortável sempre que tenho uma oportunidade de mostrar o meu trabalho aqui.” Além do trabalho de Ai Weiwei, a mesma galeria de arte traz a Hong Kong trabalhos de artistas como Djurberg & Berg, Tony Cragg, Ryan Gander, Rodney Graham, Carmen Herrera e Anish Kapoor, entre outros. Filmes em agenda Além da exposição de peças artísticas de centenas de galerias de todo o mundo, o programa deste ano da Art Basel também inclui a exibição de três documentários de Liu Xiaodong que, além da sua imersão no cinema, é também um artista representado pela Lisson Gallery. “On the Other Riverbanks in Berlin” é o mais recente filme do artista chinês contemporâneo, realizado na capital alemã o ano passado, que faz em Hong Kong estreia em toda a Ásia. “Dong”, filme Jia Zhangke de 2006, é outra das películas exibidas durante a Art Basel. Na tela, surge o próprio artista a pintar um grupo de trabalhadores a desconstruir uma cidade perto da barragem das Três Gargantas, na China, bem como um grupo de prostitutas em Banguecoque. “Hometown Boy”, de 2011 será também exibido e conta todo o percurso de Liu Xiaodong, que saiu de casa dos pais aos 17 anos e voltou 30 anos depois para pintar a sua família, amigos e a terra natal já totalmente transformada.
Hoje Macau EventosGastronomia | Chef Antonieta Manhão prepara Chá Gordo no St.Regis [dropcap]A[/dropcap] chefe de cozinha macaense Antonieta Manhão, também conhecida como “Chef Neta”, vai estar responsável pela preparação do tradicional Chá Gordo no St.Regis, localizado no Cotai, até ao próximo dia 16 de Abril. Este é o segundo ano em que a unidade hoteleira organiza este menu especial. O público poderá usufruir do Chá Gordo todos os sábados entre as 15h e 17h30, a um custo de 148 patacas por refeição, incluindo chá e café. A direcção do St.Regis considera que Antonieta Manhão levou “o seu conhecimento e paixão pela autêntica cozinha macaense e incorporou tudo isso no menu do Chá Gordo, que contém mais de 30 pratos”. A “Chef Neta” defendeu que “Macau tem uma reputação mundial pela sua comida, e o Chá Gordo é uma das raras tradições de que nos deveríamos orgulhar”. “O Chá Gordo representa uma das partes mais importantes do património gastronómico de Macau, e considero uma honra poder partilhar esta tradição com a comunidade, e fazer a minha parte para a manter viva”, acrescentou. No menu do Chá Gordo do St.Regis constam pratos como apabicos, chilicote e pãozinhos recheados. Nas sobremesas, há a possibilidade de experimentar pudim molotof, bagi, bolo de chocolate, ladu e as bebidas xarope de figo e xarope de agrião.
Hoje Macau EventosWorld Press Photo | Fotojornalista português Mário Cruz nomeado com imagem do rio Pasing, em Manila [dropcap]O[/dropcap] fotojornalista português Mário Cruz é um dos nomeados na categoria Ambiente do World Press Photo 2019, com uma imagem do rio Pasig em Manila, nas Filipinas, anunciou ontem a organização do prémio internacional. Os nomeados foram anunciados no sítio ‘online’ do galardão dedicado ao fotojornalismo, que é atribuído desde 1955, premiando as imagens mais marcantes recolhidas no ano anterior em várias categorias. “Living Among What’s Left Behind” (“Viver entre o que foi deixado para trás”, na tradução do inglês) é o título da imagem captada por Mário Cruz, que é fotojornalista da agência Lusa, mas desenvolveu este projecto a título pessoal sobre comunidades de Manila que vivem sem saneamento, junto ao rio, rodeadas de lixo. A imagem mostra uma criança que recolhe materiais recicláveis deitada num colchão, rodeado de lixo, que flutua no rio Pasig, que já foi declarado biologicamente morto na década de 1990. Os nomeados anunciados nas várias categorias são todos premiados e estão integrados na exposição itinerante do galardão, mas só em Abril o júri irá divulgar a fotografia do ano e as várias classificações nas respetivas categorias. Este ano, o júri da 62.ª edição avaliou 78.801 imagens captadas por 4.738 fotógrafos que concorreram ao prémio. Em 2016, o fotojornalista Mário Cruz conquistou o primeiro lugar na categoria Temas Contemporâneos, com um trabalho sobre a escravatura de crianças – dos meninos Talibés – no Senegal (“Talibés – Modern Days Slaves”), que deu origem a um livro, depois de publicado na Newsweek, e que constituiu um alerta global. No Senegal, foram distribuídos panfletos com fotografias feitas por si, tendo sido resgatadas centenas de crianças. O anúncio de hoje inclui os nomeados para o World Press Photo do Ano, e para os novos prémios que foram criados: o World Photo do Ano, o World Press Photo Interactive e o World Press Photo Vídeo ‘online’. De acordo com a página do concurso na Internet, os seis nomeados para o World Press Photo 2019 são Brent Stirton, Catalina Martin-Chico, Chris McGrath, John Moore, Marco Gualazzini e Mohammed Badra. Os três nomeados para a World Press Photo História do Ano são Lorenzo Tugnoli, Marco Gualazzini, Pieter Ten Hoopen, enquanto nos Temas Contemporâneos estão, em fotos individuais, Diana Markosian, Enayat Asadi, Mary Calvert e, nas histórias, Catalina Martin-Chico, Olivia Harris e Philip Montgomery. Na categoria Ambiente, além de Mário Cruz, nas fotos individuais, estão ainda nomeados Brent Stirton, e, nas histórias, Marco Gualazzini, Nadia Cohen e Thomas P. Peschak. Na categoria Notícias Gerais estão nomeados, nas fotos individuais, Brendan Smialowsky, Chris McGrath, e Daniele Volpe Volpe, enquanto, na mesma categoria, nas histórias, foram selecionados dois trabalhos de John Vessels e Lorenzo Tugnoli. Alejandro Cegarra, Sara Blesner e Yael Marinez estão nomeados na categoria de trabalhos de Longo Termo, enquanto na categoria Natureza, foram nomeados, nos trabalhos individuais, Angel Fitor, Bence Máté, Jasper Doest e, nas histórias, Brent Sirton, Ingo Arnedt e Jasper Doest. Na categoria de Retrato estão, nos trabalhos individuais, Alyona Kochetkova, Finbarr O´Reilly e Heba Khamis, enquanto nas histórias surgem Jessica Dimmock e Luisa Dorr. Em Desporto, estão nomeados, nos trabalhos individuais, David Gray, John T. Pedersen, Terrell Groggins e, nas histórias, surgem Eliz Ozturk Ozgoncu, Forough Alaei e Machael Henke. Nas Spot News estão nomeados Ezra Akayan, John Moore, Pedro Pardo, Andrew Quilty, Mohammed Badra e Pieter Ten Hoopen. Quanto aos novos prémios, no World Press Photo Interactive do Ano são finalistas “Flint is a Place” (produzido pela Screen), “Notes from Aleppo” (Paradox) e “The Last Generation” (Frontline e The Ground Truth Project). Quanto ao novo World Press Photo Vídeo ‘online’ do ano, estão nomeados “In teh Absence” (Field of Vision), “The legacy of ‘Zero Tolerance’ Policy” (Univision News Digital). Estes nomeados estão distribuídos em categorias de interactividade, trabalhos de longa e curta duração, estando nomeados, nos de curta duração, “Ghadeer” (produção Chiara Avesani/Matteo Delbá) e “I just simply did what he wanted” (The New York Times).
Hoje Macau EventosCinemateca Paixão | Abertas candidaturas para exibição de filmes locais [dropcap]E[/dropcap]stão abertas as candidaturas a cineastas locais para apresentação de trabalhos produzidos desde 2017, na Cinemateca Paixão nas rúbricas “Poder do Cinema Independente Local” e “Panorama do Cinema de Macau 2019”. De acordo com um comunicado, as candidaturas estão abertas, até 8 de Março, a longas metragens, documentários e cinema de animação. A exibição dos filmes vencedores vai abrilhantar o cartaz de um festival que vai decorrer entre 18 Maio e 1 de Junho. As últimas duas edições de “Panorama do Cinema de Macau” contaram com “numerosas e notáveis produções locais, de longas a curtas metragens, que assim foram trazidas ao público de Macau”, refere a organização. Albert Chu, Director Artístico da Cinemateca, salienta, que “este ano será a terceira edição do ‘Panorama do Cinema de Macau’”, o que representa um sucesso, e que “graças à sessão ‘Poder do Cinema Independente Local’, o público poderá ter um conhecimento mais profundo” do que se faz em cinema em Macau. O objectivo da iniciativa é “encorajar os cineastas independentes locais a apresentar os seus trabalhos”.
Sofia Margarida Mota EventosArquitectura | Miles Glendinning na FRC para discutir habitação em massa O arquitecto e professor da Universidade de Edimburgo, Miles Glendinning, vai estar na Fundação Rui Cunha na segunda-feira para apresentar uma palestra sobre a história e a actualidade da habitação em massa. Entretanto, ao HM Sérgio Spencer, membro da associação Docomomo, que promove o evento, salienta a importância do conceito em cidades como Macau [dropcap]O[/dropcap] Centro Docomomo Macau apresenta, na próxima segunda-feira, a palestra “Habitação em Massa: Arquitectura Moderna e o Poder do Estado, uma história Global” proferida por Miles Glendinning, arquitecto e professor na Universidade de Edimburgo. O evento tem lugar na Fundação Rui Cunha pelas 18h30. Miles Glendinning tem desenvolvido essencialmente trabalho de investigação na área de novos paradigmas da construção de habitação em massa, muito presentes “nas zonas dos novos territórios das cidades chinesas”, bem como em Macau e Hong Kong, explica Sérgio Spencer, arquitecto e membro da Docomomo. A questão da construção de habitação em massa não é recente, aliás “teve início no séc. XX, altura em que havia grandes necessidades, principalmente nos períodos a seguir às grandes guerras”, esclarece Sérgio Spencer. A razão prendia-se com a necessidade “de produzir de forma prática e eficaz, grandes quantidades de habitações”. O arquitecto admite ainda que este tipo de edificação pode ser encontrado em períodos anteriores, “dentro dos chamados processos de industrialização da sociedade onde também, através de grandes empresas, não através do Estado, se desenvolviam planos de urbanização em grande escala”. O objectivo sempre foi colmatar “as necessidades emergentes determinadas por acontecimentos que vão marcando os tempos e que se vão repetindo”. Desafio de qualidade Actualmente, o arquitecto considera que a necessidade de desenvolver habitação em massa está muito associada a movimentos migratórios. “Há uns anos que se tem registado esta migração massiva dos meios rurais para as cidades e a densificação do tecido urbano pelo que existe esta necessidade de, em territórios que são densos, continuar a introduzir qualidade e vida”, afirma. Por outro lado, o membro da Docomomo entende que existem várias escalas de intervenção quando se fala de habitação em massa, que não dizem apenas respeito à construção de casas com áreas reduzidas para dar resposta “à necessidade do indivíduo em ter um espaço qualificado para habitar”. “Se no mesmo espaço construirmos 50 moradias, provavelmente é capaz de densificar a ocupação do terreno de tal maneira que não sobram espaços verdes”, conta. Como tal, a estratégia do movimento moderno passa por evitar esta situação através da “chamada construção vertical em que há uma densificação em torre o que permite libertar o espaço do solo para providenciar espaços verdes”, esclarece. De acordo com o arquitecto, importa desmistificar a ideia feita de que a construção em altura seja negativa para a gestão do território. Isto porque, desta forma é possível “libertar espaço de solo para outro tipo de actividades, nomeadamente para espaços verdes”. Preservação local No que diz respeito a Macau, “um dos territórios mais densos do mundo”, o arquitecto sublinha que não vê com aversão a preferência pela construção vertical, “mas há que ter atenção à relação com o tecido urbano envolvente”. Nomeadamente, os desafios nascidos das características dos terrenos, como por exemplos as colinas, que têm sido o mote para uma discussão “latente”, assim como as questões dos espaços verdes”. No fundo, o essencial é que Macau não perca a sua identidade que, considera, tem conseguido manter. “Acho que a alma de Macau é muito visível mesmo com a transformação que tem sofrido. Vai sempre mantendo subliminarmente aquilo que são os seus pontos, as suas âncoras culturais, de cultura própria, de uma individualidade própria que distingue o território de outras cidades circundantes, tanto na China como Hong Kong.”, remata.
Hoje Macau Eventos MancheteSJM realça “génio criativo” de Lagerfeld no Hotel Lisboa Palace [dropcap]A[/dropcap] Sociedade Jogos de Macau (SJM) manifestou ontem “profunda tristeza” pela morte do estilista Lagerfeld, realçando o “génio criativo” do criador alemão, que concebeu o Grande Lisboa Palácio, hotel de luxo com inauguração prevista para segundo semestre deste ano. Em nota, a SJM oferece “sentidas condolências à família e amigos” de Karl Lagerfeld, que morreu ontem, em Paris, com 85 anos. “Os nossos pensamentos estão com ele e com todos aqueles no mundo da moda que o consideravam uma inspiração”, refere-se na comunicação da SJM, controlada por Stanley Ho e família, que está a construir o Grande Lisboa Palácio. A SJM vincou que “foi uma grande honra trabalhar com Lagerfeld” e revelou que está ansiosa “para completar o Hotel Karl Lagerfeld, parte do Grande Lisboa Palácio, em Macau, como um legado do seu génio criativo”. Karl Lagerfeld fez uma parceria com a SJM para construir o hotel de 20 andares, com 270 quartos e suítes, parte integrante do Grande Lisboa Palácio, que passará a ter cerca de 2.000 quartos, no Palazzo Versace Macau e no Hotel Karl Lagerfeld. “Estou muito feliz e orgulhoso por trabalhar num projecto tão grande: um hotel inteiro projectado por mim. É a primeira vez para mim! Eu acho que a ideia é óptima!”, disse Lagerfeld, na altura do anúncio da parceria com a SJM. O presidente do conselho de administração da SJM, Ambrose So, demonstrou também “o entusiasmo por colaborar com Karl Lagerfeld, um designer talentoso e visionário”, acrescentando que “esta parceria demonstra ainda mais o intercâmbio cultural sino-ocidental, que tem uma longa tradição em Macau”. O Hotel Karl Lagerfeld foi desenvolvido pela sua própria marca, Karl Lagerfeld Greater China, e chegou a ter a inauguração prevista para 2017, ano em que desenhou duas suites do Hotel de Crillon, em Paris. No ano seguinte, o ícone do mundo da moda concebeu um hotel de seis estrelas e 290 quartos em Macau.
Hoje Macau EventosLuís Quintais vence prémio principal do Correntes d’Escritas 2019 [dropcap]O[/dropcap] escritor português Luís Quintais, com o livro “A Noite Imóvel”, venceu ontem o Prémio Literário Casino da Póvoa 2019, atribuído no âmbito do encontro literário Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim, Portugal, anunciou a organização. O júri do concurso decidiu distinguir a obra de poesia deste autor, de 50 anos, nascido em Angola, “pela qualidade da escrita, a coerência das propostas e a exemplaridade dos conceitos”, atribuindo-lhe o prémio, no valor de 20 mil euros. Luís Quintais, escritor, professor e antropólogo, sucede assim ao autor colombiano Juan Gabriel Vásquez, que em 2018 venceu, na categoria de prosa, o galardão máximo do Correntes d’Escritas, encontro de escritores de expressão ibérica.
Hoje Macau EventosMarcelo agradece a Joana Vasconcelos por “enriquecer o país” O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu ontem, “em nome de Portugal”, a Joana Vasconcelos por mais “um testemunho que enriquece” o país, durante a inauguração da nova exposição da artista plástica, no Museu de Serralves, no Porto [dropcap]O[/dropcap] chefe de Estado falava durante uma conferência de imprensa após uma visita ao trabalho “I’m Your Mirror”, tendo começado o discurso por recordar uma visita ao Luxemburgo com a artista, onde se apercebeu da “dimensão” de Joana Vasconcelos. “Havia uma dimensão que ultrapassava Portugal e que fazia Portugal ser maior por ser universal. Essa é a dimensão que ela alcançou, naturalmente, com tudo aquilo que faz, como se não desse trabalho, como se não implicasse talento. Faz com uma naturalidade como quem respira. Era esse cruzamento entre internacional e universal que a tornavam única”, elogiou. Nessa altura deu consigo a “pensar no que os outros pensavam de Joana [Vasconcelos] quando ela começou o seu caminho” e a classificavam como “original, egocêntrica e atrevida a mais”, um “fenómeno mais conjuntural do que estrutural” e que “teria dificuldade em recriar-se ao longo do tempo”. Porém, agora, há que “reconhecer que ela foi do melhor que Portugal pôde apresentar em muitas circunstâncias, para os outros e para si próprio”, acrescentando ainda que “também foi do melhor que outros puderam encontrar para além de Portugal, na obra de Joana [Vasconcelos]”. “Não sou capaz de dizer mais sobre a extensão do capítulo que um dia a história escreverá sobre ela. Mas sou capaz, como Presidente da República, de agradecer em nome de Portugal. Porque não sei se ela entrará, à medida do que me parece justo que lhe seja reconhecido, na história universal, nas áreas que resultaram do seu talento. Mas na história de Portugal, do Portugal contemporâneo, ela já entrou”, apontou. Peças novas Na conferência de imprensa estiveram também presentes o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, a presidente do conselho de administração de Serralves, Ana Pinho, e a ministra da Cultura, Graça Fonseca, que agradeceu à artista por obrigar os portugueses a “olhar ao espelho” e ver quem são “como povo”. A exposição inclui obras realizadas de 1997 até à actualidade, reunindo alguns dos trabalhos mais distintos e emblemáticos da artista. Apresentada como a primeira mostra individual de um artista português no Museu Guggenheim em Bilbau, Espanha, onde recebeu mais de 640 mil visitantes, “I’m Your Mirror” integra mais de 30 obras de Joana Vasconcelos, 14 das quais novas. Entre as peças novas apresentadas em Espanha e agora em Serralves conta-se uma máscara veneziana com 2,5 toneladas, feita com 231 molduras de duplo espelho, e um anel solitário, de três toneladas, com 112 jantes de carro e 1.324 copos de cristal. Para Bilbau, Joana Vasconcelos levou também algumas das suas peças mais icónicas, como “A Noiva”, um candelabro feito com tampões, “Marilyn”, um par de sapatos de salto alto feito com panelas, e “Pop Galo”, um gigantesco Galo de Barcelos em azulejo e luzes LED.
Hoje Macau EventosMorreu o estilista Karl Lagerfeld [dropcap]O[/dropcap] estilista alemão de alta-costura Karl Lagerfeld, director artístico da Chanel e ícone da indústria da moda, morreu aos 85 anos, disse hoje uma fonte da marca francesa Chanel. Lagerfeld, reconhecido instantaneamente por seus fatos pretos, o cabelo branco penteado com um rabo de cavalo e pelos seus óculos escuros, era famoso pela associação à casa de moda Chanel, mas também produzia colecções para a Fendi, do grupo LVMH, além de manter a marca com o seu nome. A revista online francesa de celebridades Purepeople disse que Lagerfeld morreu esta manhã após ter sido levado para um hospital em Neuilly-sur-Seine, província próxima a Paris, na noite de segunda-feira. Nenhum porta-voz da Chanel esteve disponível para comentários à agência Reuters.
Hoje Macau EventosExposição de fotografia lusófona inaugurada a 1 de Março [dropcap]A[/dropcap]“Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” (Somos – ACLP) inaugura, no dia 1 de Março (sexta-feira), a exposição “Somos Imagens da Lusofonia 2018 – Raízes Lusófonas: Veículos de Comunicação”. A mostra integra as fotografias vencedoras do concurso lançado pela associação em Dezembro de 2018, assim como as menções honrosas e outras imagens que o júri considerou relevantes por promoverem a comunicação em língua portuguesa e a disseminação das tradições e costumes lusófonos. A cerimónia de inauguração tem início pelas 18h30, no Albergue da Santa Casa da Misericórdia. Os três primeiros prémios do 1º concurso fotográfico dedicado à lusofonia promovido pela “Somos – ACLP” foram atribuídos, respectivamente, a Carlos José Pimentel (Portugal), a Jorge Miguel do Rosário Santos Cruz (Portugal) e a António Alves Tedim (Portugal). Por sua vez, John Lino de Melo (Goa), Niklas Kristofer Stephan (Brasil) e Luís Miguel Silva (Portugal) foram distinguidos com menções honrosas. Aberto a todos O concurso fotográfico esteve aberto a todos os cidadãos dos países e regiões da Lusofonia e residentes de Macau, com fotografias tiradas em qualquer um destes locais: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste ou Goa, Damão e Diu. O painel do júri foi composto por Gonçalo Lobo Pinheiro (presidente do júri e representante da Somos – ACLP), Lim Choi, Paulo Cordeiro, Rodrigo Cabrita e Rui Caria. De acordo com o presidente do júri, além da “proximidade” com o tema do concurso, “os critérios de avaliação basearam-se essencialmente na técnica e qualidade da imagem, com algum pendor, é óbvio, para o olhar e sensibilidade de cada um”. Relativamente à adesão, Gonçalo Lobo Pinheiro considerou-a “positiva”, tendo em conta o facto de ter sido a edição inaugural do concurso. “A ideia é apostar num melhor marketing e promoção na próxima edição. Julgo que a tendência é de crescimento”, referiu, deixando ainda palavras de incentivo a todos os amantes da fotografia: “Fotografem sempre que possam. Procurem novas realidades, novas abordagens, novas tendências. Vejam o trabalho de outros fotógrafos e desfrutem a fotografia”. A exposição “Somos Imagens da Lusofonia 2018 – Raízes Lusófonas: Veículos de Comunicação”, com curadoria do fotógrafo António Mil-Homens, pode ser visitada a partir de 1 de Março até dia 15 do mesmo mês. No dia da abertura, segue-se à cerimónia oficial a festa de inauguração, com DJ set, até às 22 horas.
João Luz EventosTEDx Senado Square | Palestras para inspirar Macau No dia 3 de Março realiza-se o TEDx Senado Square com o tema “Ondulação”. O cartaz do evento agrega um conjunto de nove palestras divididas por temas tão variados como a arquitectura, filosofia, música electrónica e a tecnologia [dropcap]A[/dropcap]ideia do TEDx é espalhar ideias pelos quatro cantos do mundo. É ao que se propõe a organização do TEDx Senado Square, que se realiza no próximo dia 3 de Março, a partir das 10h, no Teatro D. Pedro V. O tema do evento é “Ondulação”, e segundo a curadora, Venus Loi, encaixa no conceito de reverberação de ideias. “Quando pensámos em Ondulação tentámos encontrar oradores que possam ter impacto na sociedade com pequenas acções”, conta. O objectivo é inspirar o público a dar pequenos passos, todos os dias, de forma a ter impacto. As nove palestras agendadas para o evento são subordinadas aos mais variados temas. “Queríamos ter uma grande diversidade de tópicos, não apenas focar-nos na arte e inovação”, revela Venus Loi. Lin Hsiangchun promete guiar a audiência numa viagem pelos bairros que compõem o habitat natural das várias comunidades de Macau, assim como por locais na natureza, sempre pela perspectiva de uma criança. Com mestrado em língua e literatura chinesa, a colunista e mãe a tempo inteiro, é uma das palestrantes do dia. Num tom totalmente diferente, Kwong Chun Man sobe ao palco do Teatro D. Pedro V com o intuito de espicaçar o intelecto do público. A tirar doutoramento na prestigiada Universidade de Oxford, a sua palestra tem como foco a paixão que devota à filosofia. Autor de dois livros, um deles premiado com o Hong Kong Golden Book Awards 2017, Chun Man é um dos fundadores do grupo “Corrup the Youth”. Além disso, Kwong Chun Man é um comunicador nato, como atesta a sua participação em 48 episódios do programa de televisão “Philosophy Night” emitido pela RTHK. Para a curadora do evento, esta é uma das palestras que expectativas levanta. “Ele fala da importância da filosofia nos dias de hoje com sentido de humor. Cativa os mais jovens e inspira-os para uma área essencial da educação de”, explica. Sonhos eléctricos Numa perspectiva completamente diferente, Tamara Solski junta-se ao grupo de palestrantes do TEDx Senado Square para debater as possibilidades trazidas por abordagens integradas da cidade à luz dos princípios da sustentabilidade. A arquitecta oferece ao ciclo de palestras um vislumbre do futuro e a paixão pela gestão dos espaços públicos, com destaque para a interconectividade das redes urbanas e das pessoas como factor-chave para a regeneração das cidades. A conectividade é também ponto fulcral na apresentação de Anna Choi, que tem como título “Porque a conectividade é a chave para uma transformação digital de sucesso”. O currículo desta palestrante encaixa como uma luva em algumas das ambições políticas de Macau. Com experiência em inovação digital em cidades inteligentes e na gestão de infra-estruturas, Choi trabalha como directora do sector da digitalização da Schindler, tendo a seu cargo a supervisão das estratégias de digitalização em 16 mercados do eixo da Ásia-Pacífico. A oradora sobe ao palco do Teatro D. Pedro V com a meta de partilhar a paixão pelas transformações tecnológicas e inspirar pessoas, das mais diversas origens, a entrar na indústria tecnológica. Por último, e noutra acepção completamente diferente, o cartaz do TEDx Senado Square apresenta “Vamos falar de música electrónica”, a cargo do músico local Burnie. O DJ e produtor musical lançou, desde 2013, quatro EPs através das editoras britânicas Slime, Tumble Audio e Downplay. Estas são as conversas que marcam o TEDx Senado Square. Os bilhetes para o evento custam 299 patacas.
Hoje Macau EventosValter Hugo Mãe dirige colecção de poesia que chega às livrarias portuguesas esta semana [dropcap]O[/dropcap] escritor Valter Hugo Mãe vai inaugurar a colecção de poesia “Elogio da Sombra”, que quer plural, com os autores José Rui Teixeira, Isabel de Sá, Andreia C. Faria e Luís Costa. “Estamos a viver um tempo particularmente feliz na poesia portuguesa. De 2010 para cá, há um conjunto de autores e sobretudo mulheres que têm estreado e criado opulência nestes anos, que me parece poder anunciar uma das mais interessantes gerações da poesia portuguesa de sempre”, afirmou o escritor Valter Hugo Mãe em entrevista à agência Lusa, sobre a chegada às livrarias portuguesas, esta sexta-feira, da colecção que dirige. “Fascinado pela poesia” e sendo um sonho seu voltar a ser editor, Valter Hugo Mãe afirmou que não queria ficar como “passivo espectador convencional” face ao momento que se vive, e “queria muito sugerir” títulos e autores, referindo que “um editor pode ser uma companhia que motiva e proporciona possibilidades”, e é neste papel que se vê “com prazer”. Questionado sobre o nome da coleção, “Elogio da Sombra”, a primeira de poesia da Porto Editora, Hugo Mãe disse que foi uma ideia sua. “Interessa-me muito esta ideia dual, a hipótese de o poeta poder ser o ‘lado B’ das coisas, o indivíduo que presta atenção àquilo que fica obscuro. Ao mesmo tempo, a poesia é como aquele parente menos visível, menos solar, e por isso já é consciente que [nós, os poetas,] seremos menos, digamos assim”. E acrescentou: “aqueles que se preocupam com o esclarecimento das angústias, ternamente preocupados com as angústias”. Sobre a escolhas dos quatro nomes, que inclui um estreante, Luís Costa, “que não é um jovem, mas um homem de mais de 50 anos”, o responsável explicou: “Fui ao encontro daquilo que me parecia mais urgente”. “Via com muita perplexidade a Isabel de Sá sem editar há tanto tempo; foi com muita maravilha que fui assistindo à estreia da Andreia C. Faria, à sua evolução, à sua maturidade assombrosa; o José Rui Teixeira é um poeta que admiro imenso, um poeta rigoroso e que há muito devia estar protegido por uma chancela mais robusta, e o Luís Costa traduz muita coisa, escreve muito e quase obstinadamente, publica na sua página [na rede social] Facebook alguns versos [e] pensamentos”, afirmou à Lusa Valter Hugo Mãe. Os quatro títulos que vão ser editados são “Autópsia [poesia reunida]”, de José Rui Teixeira, livro que reúne os dois ciclos de seis anos de trabalho do teólogo e poeta portuense: “Diáspora” e “Antípoda”, antecedidos por cinco inéditos de “Eclipse”, de 2018. Esta antologia conta ainda com textos do escritor Rui Nunes e da poetisa espanhola Miriam Reyes. O segundo título, “O Real Arrasa Tudo”, de Isabel de Sá, poeta e artista plástica, reúne num volume 15 anos de trabalho da autora que a & etc revelou em 1979, com “EsquizoFrenia”, e que viria a ser publicada sobretudo ao longo das décadas de 1980 e 1990 por editoras como a Fenda, a Frenesi, a Rolim e a Ulmeiro, com títulos como “Desejo ou Água Leve”, “Restos de Infantas”, “Autismo”, “Em Nome do Corpo”, “Restos de Infantas”, e de quem a antiga Quasi reuniu a poesia num só volume, sob o título “Repetir o Poema” (2005). O terceiro título é “Alegria para o Fim do Mundo”, de Andreia C. Faria, que no ano passado venceu o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores para Melhor Livro de Poesia, com a obra “Tão Bela Como Qualquer Rapaz”. O quarto livro da coleção é do estreante Luís Costa, “Amar o Tempo das Grandes Maldições”, que Hugo Mãe apontou como “uma estreia madura, ponderada e de poemas ao centro absoluto da existência”. “Estes quatro livros criam um certo panorama, um certo ecletismo, dos autores mais novos aos mais velhos, de autores mais clássicos como a Isabel de Sá a autores absolutamente contemporâneos como a Andreia C. Faria, ou a estreia de obras. Estes quatros livros acabam por constituir um manifesto, dizendo que esta coleção é para isto… é para integrar os mais velhos, abrir a porta ao mais novos, para todo o tipo de estéticas, e de sensibilidades”, sentenciou Valter Hugo Mãe. Questionado sobre se há um interesse crescente pela poesia, que habitualmente é apontada pelos editores como vendendo pouco, Hugo Mãe argumentou: “Medimos as nossas paixões por sucessos puramente íntimos, somos cidadãos bem-sucedidos se tivermos o amor de duas ou três pessoas, de um filho ou de uma companheira, e a poesia, para mim, está neste reduto de intimidade e não precisa de ter a pretensão de chegar a muita gente”. A poesia, disse à Lusa Valter Hugo Mãe, “é um modo profundo, intenso, talvez mais verdadeiro de comunicar, e que sabemos vai dizer respeito a um núcleo restrito, e por isso um grande sucesso na poesia pode dizer respeito a 200 ou 300 exemplares vendidos”. A colecção, ao mesmo tempo, vem ao encontro do desejo que Hugo Mãe “tinha de voltar a editar”. “Depois de termos sido editores não conseguimos intimamente deixar de o ser”, disse Valter Hugo Mãe referindo a sua experiência na extinta Quasi Edições, referindo o interesse pela descoberta dos textos “e até na decisão da imagem do objeto, a escolha do papel a capa…”. Quanto à continuidade da coleção, vai contar, para já, com os quatro volumes da Obra Completa de Artur Cruzeiro Seixas, autor com 98 anos, artista plástico e escritor, um dos nomes centrais do surrealismo português. De acordo com o editor, prevê-se a edição de oito a dez livros por ano. Valter Hugo Mãe garantiu que “estará sempre presente” na colecção, até como tradutor, mas a sua própria poesia “passará por outros lugares”. A apresentação da colecção “Elogio da Sombra” e das suas primeiras quatro obras realiza-se no próximo dia 23, no âmbito do festival Correntes d’Escritas, que decorre na Póvoa de Varzim, ao longo da próxima semana.
João Luz EventosMúsica | Bonobo e John Talabot na terceira edição do Sónar Hong Kong O alinhamento do Sónar Hong Kong 2019 traz 35 actuações aos cinco palcos espalhados pelo Hong Kong Science Park, nos Novos Territórios. A terceira edição do festival está marcada para 13 de Abril e tem como principais nomes Bonobo, John Talabot e Thundercat [dropcap]A[/dropcap] festa está marcada para dia 13 de Abril no Hong Kong Science Park, nos Novos Territórios. A terceira edição do Sónar Hong Kong 2019 já tem cartaz completo, com 35 actos musicais distribuídos por cinco palcos ao longo de 15 horas (das 12h às 3h). Um dos destaques do cartaz deste ano é Bonobo, nome de palco de Simon Green, o músico britânico baseado em Los Angeles que trouxe o trip hop para o século XXI. Os ambientes tranquilos da sonoridade de Bonobo são um cozinhado que mistura o tradicional downtempo narcótico do estilo musical que nasceu em Bristol, com bandas como Massive Attack e Portishead, com fragmentos de jazz e música do mundo. Normalmente, a música de Bonobo ganha em vida em palco com uma banda. Porém, a performance do britânico no Sónar será em formato DJ set. Bonobo tem seis discos lançados pela editora de culto Ninja Tunes que agrega um conjunto de DJs e projectos como The Cinematic Orchestra, Amon Tobim e Funki Porcini. Recentemente, o britânico lançou “Ibrik”, um single repleto de tropicalismo, linha de baixo poderosa e batida contagiosa. O último registo longo da carreira de Bonobo, “Migration”, lançado em 2017, foi nomeado para melhor disco de dança e electrónica na 60ª edição dos Grammys. Batidas fortes Vindo de Barcelona, a cidade natal do Sónar, e em estreia absoluta em Hong Kong chega-nos John Talabot, o DJ que rebenta pistas de dança com a sua peculiar visão do que deve ser o house. Apesar de só ter um álbum no currículo, o espanhol não tem parado de lançar singles, remisturado outros artistas e multiplicado em colaborações várias, onde se destaca a participação em 2012 na digressão dos The xx. Caberá a Talabot encerrar o festival com um DJ set marcado para a 1 da manhã no SonarClub. Será muito difícil ficar parado ou som da electrónica progressiva do espanhol que combina elementos de deep house e synth-pop. Outro dos nomes incontornáveis do cartaz deste ano é Thundercat, um veterano que atravessa géneros musicais com toda a naturalidade. O norte-americano começou a carreira como baixista dos históricos Suicidal Tendencies, lançou quatro discos a solo e colaborou com artistas como Kendrick Lamar, Kamasi Washington, Erykah Badu e Flying Lotus. Thundercat é mais uma das estreias absolutas em Hong Kong. Com uma sonoridade tão ecléctica que se torna difícil de definir, Thundercat situa-se algures entre o funk dos anos 1970, R&B, soul, jazz e electrónica. O concerto está marcado para as 20h no palco do anfiteatro SonarVillage, e promete ser um dos concertos do ano. Outros palcos A seguir a Thundercat, o palco do SonarVillage recebe MØ, a dinamarquesa que conquistou o público de Hong Kong durante o Clockenflap 2017. Frequentemente comparada e artistas como Grimes e Twin Shadow, MØ regressa à região vizinha com dois discos na bagagem e uma fama crescente no Spotify e YouTube graças ao viciante electropop que caracteriza a sua sonoridade. O cartaz do festival tem ainda mais de três dezenas de artistas. A saber: Alexmalism, AlunaGeorge, Anja Schneider, Art Department, Benjamin Damage, CLON x NWRMNTC, Club Kowloon, DJ Mengzy, Fergus Heathcote, Finsent C, Gaika, Ghostly Park, Hong Qile, Hyph11E, Ivan Sit, JayMe, Marco Yu, Mean Gurls Club, Meuko! Meuko! featuring NAXS Corp., Mileece, Miss Yellow, Nerve x pink;money, Object Blue, Rewind, Ryan Hemsworth ft. Yurufuwa Gang, Sam Giles, Scintii, Sonia Calico, Visaal, Yiannis, Youry, Zuckermann Como é tradição, nem só de música se faz o Sónar Hong Kong. Como tal, os festivaleiros vão poder repartir a atenção por um programa dedicado à criatividade tecnológica, performances audiovisuais, palestras sobre Realidade Virtual, Inteligência Artificial e tudo o resto que anuncia o futuro. Os bilhetes já se encontram à venda e custam entre 580 e 780 dólares de Hong Kong.
Hoje Macau EventosCentro Histórico de San Diego, nos EUA, cria museu para preservar memória de pescadores portugueses [dropcap]O[/dropcap] Centro Histórico Português de San Diego, nos EUA, concebeu um projecto para transformar um barco de pesca do atum num museu dedicado a preservar a memória dos pescadores portugueses, disse à Lusa a presidente, Therese Garces. A responsável da organização, Portuguese Historical Center, na designação original em inglês, referiu que as conversações com as autoridades portuárias para avançar com o projecto vão decorrer nas próximas semanas. “Daqui a dez anos ninguém vai saber o que era um barco de pesca do atum”, afirmou a luso-americana, explicando que a comunidade portuguesa foi uma das grandes responsáveis pelo florescimento da indústria nos séculos XIX e XX e que a intenção é “manter a história” porque “foi uma parte enorme de San Diego”. O projecto tem aspectos semelhantes à conservação do “Star of India”, um navio de 1863 que é mantido pelo Museu Marítimo da cidade e é considerado o mais antigo do mundo que continua a poder navegar. Muitas das histórias dos pescadores portugueses que fizeram do sul da Califórnia a sua casa serão contadas hoje num simpósio organizado pelo Centro Histórico, sob o mote “A Pesca do Atum em San Diego: Uma Perspectiva Portuguesa”. Outrora conhecida como “A Capital Mundial do Atum”, San Diego perdeu a maior parte da indústria devido a vários factores, incluindo o reforço da regulação, o aumento do custo de vida na região e a concorrência de barcos com mão de obra estrangeira mais barata. “San Diego transformou-se numa atracção turística com muitos barcos de cruzeiro”, disse Therese Garces, apontando que no século passado existiam onze fábricas de conservas ao longo da costa. “Agora não há nenhuma”, referiu. “Ninguém quer uma fábrica mal cheirosa ao lado do Hilton”, acrescentou. No simpósio sobre “a era dourada da pesca do atum” serão contadas histórias de pescadores e empresários da indústria com foco na influência lusa, visto que “95% do que foi a pesca do atum veio dos portugueses, incluindo as técnicas para salvar os golfinhos”, destacam os promotores da iniciativa. O Centro Histórico Português espera uma audiência de 200 pessoas, composta sobretudo por norte-americanos que “querem conhecer a indústria e saber mais sobre os portugueses”, segundo a organização. Na comunidade luso-americana de San Diego já são raras as famílias com barcos de pesca, contou Therese Garces. “Tínhamos 50 famílias com barcos, agora há quatro”, revelou, sublinhando que “não é algo que se queira que os filhos continuem” porque “é uma indústria a morrer”. O simpósio e o barco-museu são duas iniciativas do Centro Histórico Português para preservar a memória, além do “Tunaman Memorial”, uma escultura em bronze que homenageia os pescadores de atum que perderam a vida no mar. “Queremos que as pessoas conheçam a história”, disse Therese Garces, e “que [esta] não seja esquecida”.
Hoje Macau EventosFilme “Synonymes” de Nadav Lapid venceu Urso de Ouro do Festival de Berlim [dropcap]O[/dropcap] filme “Synonymes”, do israelita Nadav Lapid, venceu o Urso de Ouro da 69.ª edição do Festival de Cinema de Berlim, que termina hoje. O júri, presidido pela actriz francesa Juliette Binoche, decidiu atribuir a distinção máxima do festival ao filme que conta a história de um jovem israelita que rejeita o seu país e a sua língua, para viver em Paris. O realizador afirmou ontem, ao receber o prémio em Berlim, que o filme poderá criar “um escândalo em Israel”. “Espero que as pessoas entendam que a fúria, a raiva, a hostilidade, o ódio e o desprezo só acontecem entre irmãos e irmãs, quando há um forte apego e fortes emoções”, disse o cineasta, citado pela Agência France Presse. O Prémio Especial do júri foi para “Grâce a Dieu”, do francês François Ozon, que denuncia no filme o silêncio com que a igreja católica oculta os casos de pedofilia no seu seio e baseia a história num caso real ocorrido em França. Os prémios para melhor interpretação, masculina e feminina, distinguiram dois actores do filme “Di jiu tian chang”, do chinês Xiaoshuai Wang: o chinês Wang Jingchun e a chinesa Yong Mei. No filme, sobre o impacto da política do filho único na China, Yong Mei e Wang Jingchun interpretam um casal marcado pela perda de um filho, num filme que se passa entre as décadas de 1980 e de 2010. A alemã Angela Schanelec recebeu o Urso de Prata para melhor realização por “Ich war zuhause, aber”. “Os meninos da Camorra”, de Claudio Giovannesi, baseada no livro homónimo do jornalista italiano Roberto Saviano, foi distinguido com o prémio de melhor argumento. O Urso de Ouro de melhor curta-metragem, prémio ao qual concorria “Past Perfect”, do português Jorge Jácome, foi atribuído ao filme alemão “Umbra”, de Florian Fischer e Johannes Krell. O Urso de Prata de melhor curta-metragem foi para “Blue Boy”, do argentino Manuel Abramovich. A 69.ª edição do Festival de Cinema de Berlim é a última sob direção de Dieter Kosslick, que abandona o cargo ao fim de 18 anos e a quem foi feita uma ovação no início da cerimónia de entrega dos prémios. “Past Perfect” era o único filme português na programação principal do certame. No programa paralelo do festival foram exibidos “A portuguesa”, de Rita Azevedo Gomes, e “Serpentário”, a primeira longa-metragem de Carlos Conceição. No programa paralelo Forum, no Forum Expanded, foram exibidas as produções portuguesas “Fordlandia Malaise”, de Susana Sousa Dias, e “A Story from Africa”, de Billy Woodberry. No European Film Market, um mercado de cinema e audiovisual que acontece durante o festival, foi exibida a série de televisão portuguesa “Sul”, realizada por Ivo M. Ferreira, que se estreia em Setembro na RTP. Além disso, o projecto “Aurora”, de João Vieira Torres, foi exibido no DOC Station do programa paralelo Berlinale Talents, no qual participaram também a distribuidora e programadora Susana Santos Rodrigues, o actor Mauro Soares e o realizador Gonçalo Almeida.
Hoje Macau EventosUniversidade Estadual da Califórnia terá dois cursos de português [dropcap]A[/dropcap]Universidade Estadual da Califórnia, Fresno vai lançar dois cursos em Língua Portuguesa e Estudos Portugueses no próximo ano lectivo, disse à Lusa a professora Inês Lima, responsável pela criação dos novos cursos. “Estamos à espera da aprovação das disciplinas novas”, adiantou a docente, que foi contratada em 2018 para leccionar Língua e Cultura Portuguesa no Departamento de Línguas e Literaturas Modernas e Clássicas da Faculdade de Artes e Humanidades. A professora falava à margem da inauguração do novo Instituto Português Além-Fronteiras na Universidade Estadual da Califórnia, Fresno, que teve a presença de uma comitiva portuguesa liderada pelo presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro. A “minor” em Português irá focar-se na literatura e “num nível de língua portuguesa mais avançado”, enquanto a “minor” em Estudos Portugueses “será mais abrangente” e terá opções lectivas ensinadas em inglês, para que alunos de qualquer área de ensino possam “aprender sobre a cultura portuguesa e países lusófonos”. De acordo com Inês Lima, o objectivo é começar com quatro disciplinas e mais tarde, ainda sem horizonte temporal concreto, avançar para uma “Major” em Português e Estudos Portugueses. “Há de facto muito interesse”, adiantou a professora, que neste momento tem 50 alunos nas cadeiras de língua e cultura portuguesa. “Tenho alunos que estão sempre a perguntar se já vão poder escolher as novas disciplinas para Setembro e quando é que temos disponíveis cursos de nível mais avançado de língua”, revela a professora. Além dos estudantes com ascendência portuguesa, Inês Lima refere que muitos dos interessados pretendem estudar português “porque tem um ponto de contacto com as suas áreas”. É o caso dos alunos de enfermagem e de segurança pública, que querem comunicar melhor com a população luso-americana da região do vale central da Califórnia, onde há elementos da comunidade que “não falam bem inglês”. Há também alunos de Agricultura “que querem fazer um período de estudos ou mestrado em Portugal”. Inês Lima lecciona actualmente Língua Portuguesa e Culturas dos Países de Língua Portuguesa, que abrange Portugal, Brasil, Moçambique, Angola e Cabo Verde e se debruça sobre “aquilo que partilham em termos de história, em termos de património cultural, e aquilo que é específico”. As disciplinas eram leccionadas por uma professora da área de espanhol. “Agora viram que havia potencial para avançar e desenvolver os estudos portugueses”, afirmou Inês Lima. A professora, natural do Porto, estava a dar aulas na Universidade de Massachusetts, Darmouth, e trocou a Nova Inglaterra pela Califórnia devido à “possibilidade de criar os cursos” numa universidade com potencial de crescimento. As “Minor” serão leccionadas por Inês Lima e Diniz Borges, director do recém-criado Instituto Português Além-Fronteiras (Portuguese Beyond Borders Institute) na Universidade Estadual da Califórnia, Fresno, que vai iniciar um projecto de recolha das histórias orais da imigração portuguesa na região. No futuro, Inês Lima considera que “serão precisos mais professores” de português.
Hoje Macau EventosEspectáculo “The House of Dancing Water” suspenso por dois meses [dropcap]O[/dropcap]espectáculo “The House of Dancing Water” será suspenso por um período de pelo menos dois meses. A informação foi avançada na passada quarta-feira pela GGR Asia que adianta razões ligadas à necessidade de requalificação do espaço. “Para continuar a proporcionar a produção de entretenimento de classe mundial, vamos suspender temporariamente o espectáculo após as celebrações do Ano Novo Lunar e até ao final de Abril de modo a requalificar e actualizar as nossas instalações. Regressaremos para repor o melhor entretenimento ao nosso público em breve” aponta um porta-voz da Melco Resorts, citado pelo GGR Asia. O espectáculo não deverá regressar antes de 25 de Abril. “The House of Dancing Water”, encenado por Franco Dragone já foi visto por mais de cinco milhões de pessoas desde a sua estreia, sendo o evento residente que registou maior permanência no território. Segundo a mesma fonte, o director Executivo da Malco Resots, Lawrence Ho, afirmou no mês passado que o novo espectáculo promovido pela operadora, “Elektron”, seria “menos susceptível de atingir sensibilidades culturais do que outros eventos de entretenimento que têm tido lugar no território.
Sofia Margarida Mota EventosExposição | ”Little Paradise” de James Wong inaugura dia 23 na Casa Garden “Little Paradise” é o trabalho que representa as memórias de infância de James Wong e que vai estar patente na Casa Garden a partir de dia 23. Para o artista, trata-se de uma exposição singular visto ser uma homenagem aos seus pais. Esta é também uma oportunidade de ver obras que nunca foram expostos no território [dropcap]É[/dropcap]a primeira vez que as obras da exposição “Little Paradise” de James Wong vão estar patentes em Macau. A mostra vai ser inaugurada no próximo dia 23 na Casa Garden pelas 17h30. “Little Paradise” foi criada, em primeiro lugar, para ser uma homenagem do artista aos pais. “Foi para honrar os meus pais e agradecer o apoio que me deram em apostar na carreira artística que reuni estas obras”, começa por dizer Wong ao HM. “Tenho agora o meu pai doente com Alzheimer, está de cama e não sorri, e poucas vezes se lembra de quem eu sou”, acrescenta. Esta condição do pai fez com que o artista reflectisse no ciclo da própria vida através do regresso às memórias de infância. “Provavelmente quando envelhecemos acabamos por regressar ao estado de infância e é como se voltássemos a um momento em que vivíamos numa espécie de céu para pequeninos”, aponta Wong, justificando a escolha do tema da exposição. Macau perdida Além de expressar a vertente afectiva ligadas aos seus parentes, James Wong quis ainda recordar uma Macau desaparecida, até porque foi ao longo da criação de “’Little Paradise’ que a ideia de que “o território está muito diferente do que era antigamente” se acentuou. Para trazer à tona as memórias que acompanharam o seu crescimento, James Wong foi buscar uma série de imagens antigas que fazem parte das suas colecções e “de coisas velhas” que teima em guardar, e procedeu à sua recriação. A elas juntou o que a memória e a imaginação lhe ditaram. “Pensei em brinquedos que tive e que imaginei ter, cenários reais e outros que fui recriando quando me isolo do stress do dia a dia e dos problemas da condição humana. Nestes momentos vou para um canto especial do meu cérebro onde imagino vários cenários”, referiu. Casa de estreia O facto de “Little Paradise” ser exibida na Casa Garden também tem um significado especial para o artista. “Foi ali que fiz a minhas primeiras duas exposições” conta. A segunda mostra da sua carreira teve um significado especial até porque foi o momento em que recebeu a aprovação da família pela escolha da carreira artística. “Foi a primeira vez que vi a minha mãe feliz com o meu trabalho porque até essa altura ela era a única que de alguma forma apoiava o que fazia. Este foi também o momento de reconhecimento pela minha família”, revela. Trinta anos depois da estreia no espaço da Fundação do Oriente, Wong regressa com uma terceira exposição àquele local em que vai apresentar 16 peças com imagens em metal, sete esculturas, quatro pinturas e 12 gravuras. James Wong representou Macau na 57ª Bienal de Arte de Veneza em 2017. O artista, que nasceu no território em 1960, foi assistente de investigação honorário da Escola de Belas Artes Slade, do University College of London. Em 2010, recebeu o Prémio “Sovereign Asian Art”, e no mesmo ano foi reconhecido como um dos 30 artistas de topo da Ásia. Além da criação artística, Wong tem estado envolvido na área da educação e actualmente é presidente do Centro de Pesquisa de Gravura de Macau Wong Cheng sendo ainda o fundador da Trienal de Gravura de Macau.
Hoje Macau EventosRealizadora Rosa Coutinho Cabral prepara documentário sobre Natália Correia [dropcap]A[/dropcap] cineasta Rosa Coutinho Cabral, que apresentou, esta quarta-feira, o filme premiado “Coração Negro”, no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, prepara um documentário sobre Natália Correia, intitulado “A Mulher que Morreu de Pé”. Em entrevista à agência Lusa, a realizadora avançou que está a preparar o documentário “A Mulher que Morreu de Pé”, sobre Natália Correia, admitindo que este é um projecto que lhe interessa, porque Natália Correia “é conterrânea, porque é uma grande poeta e dramaturga e porque foi uma mulher de intervenção”. “Fazer cinema é um acto político”, uma dimensão que surge, naturalmente, no novo projecto que a cineasta micaelense prepara, mas também em “Coração Negro” e em todos os filmes que ainda espera fazer, admite. “A forma de fazer um filme e a forma de mostrar aquilo que se conta, como é que eu decido os planos, como é que eu os considero importantes, como é que eu os quero fazer, é, de facto, um gesto, é uma política”, afirmou. Em “Coração Negro”, de 2017, mostra a morte de uma relação, mas também “toda a solidariedade que é possível ter pelo sofrimento das pessoas”, evidenciando que, no sofrimento, “nada é linear, nada tem uma causa-efeito tão concreta e tão romanesca como são [é] normalmente apresentadas [apresentado]”. A acção desenrola-se na ilha do Pico, onde o casal, interpretado por Maria Galhardo e João Cabral, está a reconstruir uma casa, uma escolha que Rosa Coutinho Cabral diz ter sido intencional, porque “toda a morfologia do Pico, a geologia do Pico, é tão intensa e é tão particular”, que “muito rapidamente, estas características da ilha tornaram-se uma metáfora da violência interna daquele casal, da violência que aquele casal vive”. O filme arrecadou vários prémios, dos quais se destacam o de melhor realizador, no Krajina Film Festival, melhor filme no Festival ARFF – Amsterdam, e melhores actores para Maria Galhardo e João Cabral, no Best Actos Film Festival, em São Francisco. O reconhecimento internacional é “muito gratificante, depois de um esforço tão grande que foi fazer este filme, que, realmente, teve uma rodagem longa, algo atribulada, com muito pouco dinheiro”, explicou, mas lamenta que, em Portugal, o mercado seja “muito fechado e muito injusto, às vezes”. Da filmografia de Rosa Coutinho Cabral constam, também, os documentários “Pé San Ié – O Poeta de Macau”, sobre o poeta Camilo Pessanha, e “Arrivederci Macau”, sobre o arquitecto Manuel Vicente, bem como as longas-metragens “Cães sem Coleira”, “Lavado em Lágrimas” e “Serenidade”. O seu novo projecto, “A Mulher que Morreu de Pé”, leva-a, novamente, aos Açores, desta vez à sua terra natal, Ponta Delgada, onde apresenta “Coração Negro”, numa sessão inicialmente prevista para quinta-feira, mas que foi antecipada para quarta-feira, no Teatro Micaelense.
Hoje Macau EventosImprensa Nacional abre ano editorial com todos os poemas que Pessoa publicou em vida [dropcap]O[/dropcap] volume “Mensagem e Poemas Publicados em Vida”, de Fernando Pessoa, numa edição crítica do filólogo Luiz Fagundes Duarte, abre esta semana o ano editorial da Imprensa Nacional (IN). Na introdução deste volume, intitulada “O Palácio Abandonado”, Luiz Fagundes Duarte afirma que “Fernando Pessoa era um rapaz planeado. E muito produtivo”, todavia em vida “apenas trouxe a público 129” poemas. Segundo o catedrático da Universidade Nova de Lisboa, dos 129 poemas que Fernando Pessoa (1888-1935) publicou em vida, 18 “foram republicados uma ou mesmo duas vezes, em datas e contextos diferentes, o que nos dá, em termos absolutos, um total de 111 poemas”, que inclui a “Mensagem”, que só por si reedita 14 poemas publicados anteriormente. O livro “Mensagem” (1934) totaliza 44 poemas e, inicialmente, estava previsto intitular-se “Portugal”, mas “à derradeira hora [foi] rebaptizado como ‘Mensagem’”. Quanto ao título da introdução, é uma referência a uma das obras que Pessoa previu publicar, “As Septe Salas do Palácio Abandonado” que, conforme os seus projectos, “contaria entre 186 e, pelo menos, 226 poemas”. Fernando Pessoa contava 27 anos, quando projectou publicar “As Septe Salas do Palacio Abandonado”, título que o filólogo aponta como “exótico” e que “se revela muito interessante não só pela ideia que o sustenta como pelo pormenor com que foi delineado”: “um ‘palácio poético’ com sete salas, cada uma com a sua designação e com o seu mobiliário”. Luiz Fagundes Duarte anexa a esta introdução, uma edição interpretativa e articulada da lista de poemas para ‘As Septe Salas’, e da sua distribuição interna “tal como Fernando Pessoa, algures na sua juventude, as pensou, e poderá verificar se os poemas que são referenciados pelo poeta para integrarem o livro no seu conjunto, e cada uma das salas em particular, cabem ou não naquela classificação tipológica”. Olho aberto Quanto ao volume que agora se traz a público, parte de um princípio metodológico: “Uma coisa são os textos — neste caso, poemas — que Fernando Pessoa, num dado contexto histórico, social e estético, entendeu publicar com o seu nome, e outra coisa são os que não publicou”, esclarece Fagundes Duarte. Sendo que “estes últimos têm vindo a ser editados criticamente por outras pessoas, chegou agora a vez dos primeiros — os ‘Poemas Publicados em Vida’, incluindo o livro de poesia mais referenciado de Pessoa, a ‘Mensagem’, bem como os poemas alheios que de outras línguas — o inglês e o espanhol — verteu para português”, serem reunidos num título. Referindo-se à edição crítica de Pessoa, Fagundes Duarte afirma que, “aparentemente, a tarefa é coisa fácil: bastaria recolher os respetivos testemunhos impressos e organizá los por datas de publicação”, mas “filologia ‘è cosa mentale’”, argumenta, numa referência ao que escreveu sobre a pintura Leonardo Da Vinci. “O olho do filólogo tem obrigação de ver mais que o do leitor não diferenciado: deve, sempre que para tal tem materiais e utensílios — e neste caso tem nos —, evitar a tentação da imitação (ou seja, limitar se a reproduzir o que já existe) e assumir o dever da interpretação”, argumenta o investigador. “Em grande parte, os poemas que Pessoa publicou em vida dispõem de originais autógrafos, que podem e devem ser descritos e interpretados pelo filólogo com vista a que o leitor tenha uma noção, o mais possível objectiva, da história genética que de cada um se pode contar”, esclarece Luiz Fagundes Duarte.
Hoje Macau EventosPresidente da República portuguesa vai condecorar Carrilho da Graça e Souto de Moura [dropcap]O[/dropcap] Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou ontem que vai condecorar, numa cerimónia no Palácio de Belém, os arquitectos João Luís Carrilho da Graça e Eduardo Souto de Moura com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública. Marcelo Rebelo de Sousa discursou ontem no lançamento do livro “Guia de arquitectura Carrilho da Graça – projectos construídos Portugal”, cerimónia que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. “O Presidente da República limita-se a dar voz a esse clamor unânime e a simbolizá-lo 20 anos e uma centena de projectos depois do galardão atribuído pelo Presidente Jorge Sampaio, comunicando que o irá condecorar com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, tal como o fez já com Álvaro Siza Vieira, e o fará também com Eduardo Souto de Moura”, anunciou no final do seu discurso. Na opinião do Presidente da República trata-se de um “verdadeiro magistério de excelência”, adiantando que a cerimónia de condecoração acontecerá no Palácio de Belém, em Lisboa. “Porque mesmo os mais heterodoxos dos heterodoxos no estilo nunca devem deixar de ter presente o mínimo sentido de Estado que o reconhecimento nacional envolve, porque é de reconhecimento nacional que falamos ao celebrar os nossos melhores em nome de Portugal”, elogiou. Na opinião do Presidente da República, “tinha de chegar um dia em que somados quase todos os prémios possíveis, chegasse o guia da obra e a justíssima homenagem ao seu criador”. “É hoje. Hoje aqui se encontram pares na caminhada, discípulos na sabedoria, colaboradores no engenho, admiradores do homem e do seu sonho, expectantes das surpresas do futuro por viver”, enumerou.
João Luz EventosConcerto | Filarmónica de Hong Kong toca sinfonia de Philip Glass inspirada em Bowie A Orquestra Filarmónica de Hong Kong apresenta este fim-de-semana a sinfonia composta por Philip Glass inspirada no disco “Heroes” do imortal David Bowie. Os concertos estão marcados para o auditório do Tsuen Wan Town Hall, em Hong Kong [dropcap]A[/dropcap]vizinham-se duas noites de excelência para os amantes da música clássica, do pop-rock e da intersecção entre estes dois universos. A Orquestra Filarmónica de Hong Kong apadrinha na sexta-feira e no sábado, pelas 20h, dois concertos onde serão interpretadas composições escritas por músicos com raízes fundas no rock alternativo. Os espectáculos estão marcados para o auditório do Tsuen Wan Town Hall, nos Novos Territórios em Hong Kong. O prato principal das duas promissoras noites musicais é a apresentação da sinfonia composta por Philip Glass baseada no seminal disco “Heroes” de David Bowie, um dos registos do genial camaleão que inspirou uma trilogia de adaptações sinfónicas. Os outros registos de Bowie adaptados por Philip Glass são “Low” e, mais recentemente, “Lodger”, os três discos que compõem a Trilogia de Berlim composta por David Bowie entre 1977 e 1979. O encontro entre a pop e a música clássica tem um dos seus momentos mais altos nas adaptações que o compositor minimalista norte-americano fez dos discos de David Bowie dos finais da década de 1970. Aliás, os dois músicos foram amigos durante décadas, assim como admiradores mútuos e este fim-de-semana os amantes da música da região têm a rara oportunidade de disfrutar do fruto da sinergia entre duas das mais brilhantes mentes da música contemporânea. Peças de abertura Para aguçar o apetite dos melómanos que planeiam dirigir-se ao Tsuen Wan Town Hall, a Orquestra Filarmónica de Hong Kong tem preparados dois aperitivos imperdíveis. Em primeiro lugar, será interpretado “There Will be Blood”, composição de autoria de Jonny Greenwood, guitarrista dos Radiohead. A música faz parte da banda sonora do filme com o mesmo nome, realizado por Paul Thomas Anderson. Ainda na primeira parte do concerto, serão interpretadas mais duas composições escritas para o cinema. “Lachrimae”, uma obra com contornos atmosféricos, composta por Bryce Dessner, um dos guitarristas dos norte-americanos The National, para a banda sonora do filme “The Revenant”, realizado por Alejandro Iñárritu. Finalmente, “Three Movements”, escrito por Steve Reich para a banda sonora de “The Hunger Games” será também interpretado pela Orquestra Filarmónica de Hong Kong. Os concertos vão ser dirigidos por Andre de Ridder, um maestro de música clássica alemão que se distinguiu dos seus pares não só pelo gosto que tem pelo experimentalismo, como pelas surpreendentes colaborações artísticas que fez ao longo da carreira. O germânico conta no currículo com parcerias com bandas e artistas como These New Puritans, Uri Caine, Nico Muhly & Owen Pallett. As noites de sexta-feira e sábado avizinham-se especiais para gostos ecléticos, ou simplesmente para quem tiver curiosidade em ouvir novas roupagens estilísticas de marcos incontornáveis da pop contemporânea. Quem estiver interessado deve apressar-se a comprar os bilhetes, que custam 320 dólares de Hong Kong.
Hoje Macau EventosPintura | Exposição de Chau Hon Va a partir de dia 19 no Centro UNESCO [dropcap]”V[/dropcap]ida Própria a Passar nos Livros e na Pintura” é a exposição de Chau Hon Va, que tem inauguração marcada para o próximo dia 19 às 18h30 na sala da exposição do Centro UNESCO. A iniciativa faz parte do Projecto de Promoção de Artistas de Macau da Fundação Macau, e vai exibir 75 obras da mestre de pintura local. A par da mostra será lançada uma colectânea homónima com os trabalhos expostos. A artista terá herdado o talento para a pintura da própria família, uma vez que é neta de Chau Jim, e filha de Chau Wan, dois pintores reconhecidos em Macau. De acordo com um comunicado, “as suas obras exibem quase sempre pássaros e flores, sobretudo crisântemos”. O seu trabalho tem ainda como características a utilização de cores escuras e a exploração de contrates e de transparências, acrescenta a organização. Chau Hon Va vai ainda liderar um workshop no dia 23 às 15h, no local da exposição. Sob o tema “Andorinhas e Peixinhos” a iniciativa é dirigida a pais e crianças – entre os seis e os doze anos – e tem entrada gratuita. Além, de pintora, Chau é actualmente presidente da direcção da Associação para Investigação e Inovação da Caligrafia e Pinturas Chinesas (Macau), membro da Associação dos Calígrafos e Pintores Chineses «Yü Ün» de Macau, vice-presidente da direcção da Associação de Pintura e Caligrafia de Terceira Idade de Macau e assessora da Associação de Arte e Cultura “Wa Ha” Macau.
Sofia Margarida Mota EventosHong Kong | Festival de Cinema da União Europeia a partir de 21 de Fevereiro Hong Kong recebe de 21 de Fevereiro a 10 de Março a 10ª edição do Festival de Cinema da União Europeia. Além da apresentação de mais de 15 películas inéditas no território vizinho, está programada uma retrospectiva do cinema europeu e uma projecção especial para o Dia Internacional da Mulher. Portugal estará representado pelo filme “Mother Knows Best” de Nuno Rocha [dropcap]A[/dropcap] 10ª edição do Festival de Cinema da União Europeia (EUFF na sigla em Inglês) vai levar a Hong Kong 15 filmes inéditos na região, entre 21 de Fevereiro e 10 de Março. As sessões vão ter lugar na Broadway Cinematheque, em Kowloon, e do AMC Pacific Place, em Central. A iniciativa é promovida pelo Gabinete da União Europeia para Hong Kong e Macau em associação com os países membros da União Europeia, com a Suíça e a Broadway Cinematheque. No programa desta 10ª edição, destaque para duas projecções gratuitas de “clássicos europeus”, além da exibição de um filme, também com entrada livre, para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Outros pontos dignos de realce são a curta-metragem “EU Through the Hong Kong Looking Glass”, da autoria de nove alunos da Escola Primária Budista Chung Wah Kornhill e uma sessão de perguntas e respostas com o realizador irlandês Frank Berry. A cerimónia de abertura vai contar com a exibição do filme “Champions” de Javier Fesser, um êxito de bilheteiras em Espanha nomeado para 11 galardões dos Prémios Goya. O filme narra a história de um treinador de basquetebol, Marco, que tem uma particular apetência para cometer pequenos crimes. O personagem acaba por ser condenado a prestar serviço comunitário, pena que implica treinar uma equipa especial composta de pessoas com deficiência mental. O evento de abertura será abrilhantado por um concerto da Orquestra da Universidade Politécnica de Hong Kong. Para sublinhar a primeira década do festival, o programa inclui duas sessões especiais, de entrada gratuita, onde serão projectados “The lives of others”, filme alemão de 2016 realizado por Florian Henckel von Donnersmarck, e “Amelie”, película francesa que marcou o ano de 2001, a cargo do cineasta Jean-Pierre Jeunet. Mulheres em debate O Dia Internacional da Mulher não será esquecido pela organização do festival. Como tal, a 8 de Março vai ser exibido o documentário “#Female Pleasure”, de Barbara Miller, que conta a história de cinco mulheres oriundas de diferentes países, mas que partilham a existência limitada pelos deveres impostos por sociedades patriarcais. Depois da sessão segue-se uma conversa sobre direitos das mulheres a cargo de um painel de especialistas, entre os quais a directora de fotografia, Anne Misselwitz. O encerramento da edição de 2019 do EUFF é assinalado com o último filme do irlandês Frank Berry “Michael Inside”, de 2017. A película retrata os três meses de prisão de Michael McCrea, um jovem que vive com o avô e que, aos 18 anos é apanhado na posse de droga, crime pelo qual vem a ser condenado. Protagonizado por Dafhyd Flynn, o filme aborda a violência e intimidação que impera nos estabelecimentos prisionais. “Michael Inside” foi galardoado com o IFTA – Irish Film and Televisiona Awards para Melhor Filme e Melhor Argumento. Após a exibição, está marcada uma sessão de conversa entre o realizador e o público. Europa pelos pequenos No início de cada sessão, o EUFF vai mostrar “EU Through the Hong Kong Looking Glass”, a curta-metragem criada por nove alunos da Escola Primária Budista Chung Wah Kornhill, que venceu o Filmit 2018, concurso organizado pela Secretaria da Educação de Hong Kong. O filme retrata os países da União Europeia através de uma viagem pelas suas características gastronómicas, arquitectónicas e artísticas. Além dos destaques mencionados, a programação integra filmes de vários países europeus. De 21 de Fevereiro a 9 de Março vão passar pelos ecrãs da Broadway Cinematheque, em Kowloon, e do AMC Pacific Place “The best of all worlds” do austríaco Adrian Goiginger, o filme belga “After Love” de Joachim Lafosse, “With Us” da República Checa, realizado por Tomáš Pavlíček, o finlandês “The Eternal Road” de Antti-Jussi Annila. De França vai ser exibido “Just a bread away” de Daniel Roby e da Alemanha “3 days in Quiberon” realizado por Emily Atef. Já a Hungria estará representada com o filme de Márta Mészáros “Aurora Borealis: Northern Lights e a Itália por “Dogman” de Matteo Garrone. Antes do encerramento do evento há ainda tempo para ver “An Impossible Small Project” do holandês David Verbeek, “Breaking the Limits” do polaco Łukasz Palkowski, “Mother Knows Best” do português Nuno Rocha, “Serious Game” da sueca Pernilla August e “Eldorado”, uma abordagem ao tema dos refugiados de autoria do suíço Markus Imhoof. Os bilhetes já estão à venda.