Exposição | “Open Future” marca celebração dos 15 anos da Creative Macau

 

A Creative Macau vai comemorar 15 anos de existência com “Open Future”, uma exposição colectiva onde vão ser apresentadas obras em diferentes meios realizadas pelos seus associados. A mostra conta com 24 artistas locais e vai estar patente entre 28 de Agosto e 22 de Setembro

 

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m futuro em aberto e promissor, é o que a responsável pela Creative Macau, Lúcia Lemos, espera para a entidade que dirige e que celebra, por esta altura, uma data digna de ser assinalada. Esta abertura ao provir é o tema da exposição “Open Future” que assinala os 15 anos da associação que se dedica à divulgação dos artistas locais.
“Vamos fazer os 15 anos e agora a questão que se coloca é o que é que há mais para fazer?” refere Lúcia Lemos ao HM . O futuro está em aberto e não vai ser parado, garante. “Estamos abertos para fazer mais coisas novas” acrescenta, apesar de, para já, ainda não haver planos definidos e que possam ser divulgados. “Precisamos de nos reorganizar, temos projectos pensados mas ainda estão muito no mundo das ideias. Continuamos a fazer o que temos feito, que é a divulgação dos criativos locais”, comenta.
Para já, o foco está na exposição que celebra mais um aniversário da Creative Macau onde vão estar expostos o trabalho de 24 artistas locais.
Dadas as limitações de espaço cada criador pode apresentar uma obra ou duas, se foram de pequena dimensão. “Se houver pessoas que tragam dois trabalhos pequenos que possam ser contabilizados como um na ocupação de espaço também o podem fazer”, especifica.
A maioria dos artistas já expôs naquele espaço. Ainda assim em “Open Future” vão acontecer três estreias: Luna Cheong, Cai Guo Jie e Vincent Cheang.

Liberdade geral

As categorias são livres e a exposição vai ter de tudo, até porque, “não fazia sentido limitar a abrangência dos trabalhos criativos numa altura como é a comemoração de um aniversário”, aponta Lúcia Lemos.
Vão estar patentes trabalhos de fotografia, pintura, gravura, instalação etc. “O objectivo foi apelar à participação de todos sem qualquer impedimento, nem nas técnicas, nem nas categorias”, sublinha a responsável.
Lúcia Lemos explica que “a ideia é cada um dos participantes poder submeter o trabalho que entender, dentro da sua área de conforto ou pode mesmo experimentar outra abordagem e aproveitar este evento para apresentar novas experiências”. Para a também artista, esta abertura é especialmente útil para aqueles artistas que desenvolvem trabalhos profissionalmente em determinada área e aproveitam esta ocasião para “se atreverem a tentar coisas novas”. O resultado é a apresentação de um conjunto de trabalhos “interessantes e que trazem algumas surpresas”, referiu.
O painel de criativos que vão participar na “Open Future” integra a própria Lúcia Lemos com a apresentação de uma gravura, Alexandre Marreiros, Francisco Ricarte, António Mil-Homens, Gordon Zheng, Luna Cheong, Arlinda Frota, Kay Zhang, m.chow, Benjamin Hodges, Lai Sio Kit, Mavin Zin, Cai Guo Jie, Lampo Leong, Noah Ng, Cristina Vinhas, Laura Che, Ricardo Meireles, Duarte Esmeriz, Li Li, Tong Chong, Fernando Simões, Lo Yuen Yi, e Vincent Cheang.

Balanço excelente

Dos 15 anos de trabalho da Creative, Lúcia Lemos faz um balanço muito positivo, e mesmo “excelente”. “Temos conseguido fazer aquilo a que nos propusemos e encorajado os criativos que estão em início de carreira”, diz.
Ao mesmo tempo, a entidade tem promovido a partilha de conhecimento com a realização de formações artísticas, tanto técnicas como teóricas que são conduzidas por profissionais de renome. “Não se tratam de formações iniciais, mas sim de acções que exigem um conhecimento mais avançado. Tudo para contribuir para o crescimento dos criativos locais”, aponta Lúcia Lemos.
O leque de acção da Creative também se tem vindo a alargar. Além dos trabalhos expositivos a associação tem dirigido o seu foco ao cinema, especialmente de animação, refere Lúcia Lemos.
A Creative Macau conta com cerca de 500 membros neste momento e continua a receber inscrições. “Todos os anos recebemos pessoas novas, não são às centenas nem às dezenas, mas todos os anos temos novos membros”, remata a satisfeita.

17 Ago 2018

Teatro | Comuna de Pedra estreia em Setembro “The World and I” 

“The World and I” é a performance que conta com a participação de pessoas com necessidades especiais. O projecto com a chancela da companhia Comuna de Pedra marca o início de uma nova componente de educação artística. Jenny Mok acredita que este é o primeiro passo de um longo caminho em que a arte ajuda pessoas com deficiências a desenvolver competências

 

[dropcap style≠’circle’]“T[/dropcap]he World and I” é a última produção da companhia de teatro Comuna de Pedra que vai estar em cena nos próximos dias 8 e 9 de Setembro. A encenação do grupo dirigido por Jenny Mok resulta do trabalho do projecto artístico comunitário em que a companhia participa.

“The World and I” traz ao público o mundo das pessoas portadoras de deficiência, desde a sua concepção. “A performance nasceu de um trabalho conjunto entre oito actores com necessidades especiais e a equipa da Comuna de Pedra. Ao contrário das peças tradicionais, não pedíamos para fazer determinada coisa, dizer um texto ou fazer um gesto, pensávamos em conjunto as histórias que queríamos contar e a forma como o fazer. O produto final tem a suma das contribuições de todos”, esclarece ao HM Jenny Mok, directora da companhia.

O resultado é um conjunto de histórias sobre o mundo de quem as protagoniza, contadas e interpretadas artisticamente. “São a forma como estas pessoas constroem o seu mundo, como o veem e as suas experiências. Tentámos encontrar uma forma poética e teatral para as expressar”, aponta a responsável.

Fim maior

O projecto insere-se numa ambição maior por parte de Mok e da Comuna de Pedra: a introdução da educação artística nos programas de desenvolvimento das pessoas com necessidades especiais. A intervenção junto desta população não é nova para Jenny Mok. “Tenho trabalhado muito com pessoas com necessidades especiais que na sua maioria são estudantes do ensino secundário. Já o faço há cerca de oito anos”, refere.

Além da apresentação cultural, a Comuna de Pedra tem trilhado caminho em termos de educação artística para os mais novos. “Há três anos decidimos que iríamos desenvolver a componente artística do trabalho junto de deficientes,” revela.

Para concretizar a ideia juntaram-se a uma ONG local que há mais de 20 anos intervém nesta área da acção social. A organização, inicialmente criada por pais de crianças com necessidades especiais, tem vindo a desenvolver-se e autonomizar-se, conta a coreógrafa. Actualmente, esta ONG é responsável por cinco instituições de apoio social no território, cada uma dirigida a uma deficiência específica.

Quando se deu o primeiro encontro entre Jenny Mok e os responsáveis pela ONG, a instituição mostrou interesse em desenvolver uma componente ligada às artes. A razão, aponta Mok, é a escassez de ofertas neste sector que integrem pessoas com algum tipo de deficiência ou que as tenham como público alvo.

“Parece que a formação dirigida a pessoas com necessidades especiais tem de ter um objectivo funcional na sociedade, e a arte não é considerada desta forma”, lamenta a directora da Comuna de Pedra. “Daí o investimento em educação artística para este tipo de população ser muito reduzido”, acrescenta.

Para Jenny Mok, “a arte pode efectivamente ajudar nos processos terapêuticos das pessoas com deficiências”. Actividades de expressão artística, como o teatro, podem desenvolver competências sociais e ajudar na promoção da expressão oral e física.

Obstáculos ultrapassados

Apesar das resistências, Jenny Mok não desistiu do projecto. “Acreditamos que é uma área muito importante e que deve ser uma das opções disponíveis para este tipo de população”, aponta. Prova disso foi o caminho que levou ao projecto “The World and I”. Os participantes estiveram muito envolvidos num processo que, por vezes, é lento. Segundo Mok, “este tipo de actividade e de inter-acção não é uma coisa a que estejam habituados”, explica. “Não estão habituados a ensaiar, a criar ou  a expressar-se artisticamente”, diz.

Por outro lado, é também um trabalho que exige disciplina o que muitas vezes é mais difícil de encaixar quando se trata com pessoas com determinado tipo de deficiência. Mas, ao mesmo tempo, é um processo “maravilhoso”, aponta a responsável. “Para já, temos oito participantes, mas queremos ter muitos mais. Este foi um projecto com recursos muito limitados mas queremos alargar a todos os que possam estar interessados”, aponta.

De acordo com a directora da companhia este é apenas o início de um longo caminho que pretende desenvolver. O objectivo é que o projecto se estenda e venha a ser permanente.

16 Ago 2018

“O Caderno Negro” seleccionado para Festival de Cinema de Toronto

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] longa-metragem “O Caderno Negro”, uma co-produção luso-francesa realizada por Valeria Sarmiento e produzida por Paulo Branco, vai ser apresentada em estreia mundial na secção de cinema internacional contemporâneo do Festival de Toronto (Canadá).

O filme da realizadora chilena é inspirado na obra “Livro Negro de Padre Dinis”, de Camilo Castelo Branco, com argumento de Carlos Saboga, e foi um dos 48 seleccionados deste ano para a secção “World Contemporary Cinema”, no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF, na sigla inglesa), que decorre entre 6 e 16 de Setembro.

Em comunicado, o festival afirma que o programa deste ano apresenta filmes “luminosos” de 30 países – com uma forte presença da América Latina e da Europa de Leste – contando histórias de identidade, descrevendo dinâmicas familiares e fazendo declarações políticas ousadas.

“Cada filme do ‘Contemporary World Cinema’ oferece um instantâneo do mundo e mostra a importância de uma produção global atraente”, disse Kerri Craddock, directora de programação do TIFF, acrescentando que “juntos, os filmes expõem a verdade, abrem fronteiras e cativam o público com as suas histórias profundas e fortalecedoras.”

“O Caderno Negro” também irá participar na edição deste ano do Festival San Sebastián, em Espanha, que terá lugar entre 21 e 29 de Setembro, onde concorre ao grande prémio.

Paixão fatal

O filme conta a história de um casal que, em pleno século XVIII, viaja de Roma a Paris, de Lisboa a Londres, e de Parma a Veneza, fazendo do espectador testemunha de “tenebrosas intrigas no Vaticano, a angústia de uma paixão fatal, um funesto duelo, a galanteria na corte de Versalhes, as convulsões da Revolução Francesa e a ascensão do general Bonaparte”, segundo a sinopse do filme.

A coprodução é assinada pela Leopardo Filmes e pela Alfama Films, em associação com a francesa CB Partners e APM Produções.

Em Toronto vai também estar o filme “Diamantino”, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, que terá a sua estreia norte-americana, ao encerrar o programa da secção “Midnight Madness”.

A organização do TIFF destaca que várias das “impressionantes” 27 estreias mundiais do programa são de veteranos do TIFF, como é o caso de “Belmonte”, do uruguaio Federico Veiroj, “The Other Story”, do israelita Avi Nesher, “Stupid Young Heart”, da realizadora finlandesa nomeada para Óscar Selma Vilhunen, “Quién te Cantará”, do espanhol Carlos Vermut, e “Look at Me”, do realizador Nejib Belkadhi, da Tunísia.

O programa também destaca selecções de filmes que já cativaram audiências em todo o mundo este ano, como “I Do Not Care If We Go Down In History As Barbarians”, do realizador romeno Radu Jude, “Birds of Passage”, pela dupla de realizadores colombianos Cristina Gallego e Ciro Guerra, e ainda “Border”, do iraniano Ali Abbasi.

16 Ago 2018

Música | Aretha Fraknlin gravemente doente em Detroit

A cantora norte-americana Aretha Franklin, autora de canções como “Respect” e “I Say a Little Prayer”, está gravemente doente, anunciou ontem o jornalista Roger Friedman, um amigo da família, no seu site.

A cantora, de 76 anos, está “gravemente doente em Detroit e a sua família pede ao público que reze por ela e que respeite a sua privacidade”, escreveu o repórter.
“Por enquanto, Aretha está a pedir às pessoas na sua cidade natal de Detroit para rezarem por ela”, disse o jornalista, acrescentando que a sua família pediu para que não fossem divulgadas mais informações sobre o seu estado de saúde.

As reacções à notícia do agravemento do estado de saúde da cantora, diagnosticada com cancro em 2010, multiplicam-se, desde o ‘rapper’ americano Missy Elliott ao cantor britânico Boy George, que desejaram uma rápida recuperação a uma das maiores estrelas da música norte-americana.

Reacções solidárias

“Rezo pela ‘Rainha do Soul’, escreveu Mariah Carey no Twitter, uma das cantoras que, como Beyonce, Alicia Keys ou Mary J. Blige, foram inspiradas por Aretha Franklin.

A artista, segundo a agência AFP, foi diagnosticada com cancro em 2010 e cantou pela última vez em Novembro do ano passado, para a Elton John AIDS Foundation, tendo feito o seu último concerto em Filadélfia, no Estado da Pensilvânia, em Agosto desse ano.

Durante a sua longa carreira, a cantora ganhou 18 prémios Grammy, os mais prestigiados prémios musicais, tendo sido a primeira mulher a ser admitida no “Rock and Roll Hall of Fame”, o panteão americano do rock, em 1987.
Os seus principais ‘hits’ incluem “You make me feel like a natural woman”, “Day Dreaming”, “Jump to It”, “Freeway of Love” ou “A Rose Is Still A Rose”.

Em 2005, recebeu do então Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a Medalha da Liberdade, o mais alto galardão para um civil nos Estados Unidos.
Em Janeiro de 2009, cantou na posse do presidente Barack Obama, o primeiro presidente afro-americano na história dos Estados Unidos, depois de cantar para a posse do ex-presidente democrata Bill Clinton, em 1993.

14 Ago 2018

Óbito | Morreu guitarrista Phil Mendrix aos 70 anos

[dropcap]O[/dropcap] guitarrista Filipe Mendes, conhecido como Phil Mendrix, morreu ontem, aos 70 anos, em Lisboa, vítima de doença prolongada, disse à agência Lusa fonte próxima da família.

O corpo do músico que foi considerado um dos melhores guitarristas portugueses de sempre vai estar em câmara ardente, a partir das 15h de hoje, na capela de Santa Maria no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Às 14h de amanhã naquela capela haverá missa de corpo presente, realizando-se o funeral às 15h para o cemitério dos Prazeres, também em Lisboa.

Nascido em Lisboa, em 10 de Novembro de 1947, Filipe Mendes começou a estudar piano com sete anos. Em 1971, aperfeiçoou os conhecimentos de guitarra eléctrica num curso na Chicago School of Music.

Em 1964, estreou-se como profissional na rádio e televisão, tendo actuado no Festival Yé-Yé e no Teatro Monumental, em Lisboa.

O músico foi líder dos Chinchilas, que formou aos 16 anos com Vítor Mamede, José Machado, Mário Piçarra e Fernando, uma formação pioneira do designado como rock psicadélico português que inicialmente se chamavam Monstros.

Fortemente influenciada pela música dos Cream e de Jimi Hendrix – sobrenome que esteve na origem nome profissional que o músico acabaria, mais tarde, por adoptar já que era conhecido como o “Jimi Hendrix português” devido aos seus solos de guitarra, a banda gravou o primeiro disco em 1967.

Quatro anos depois, a formação que teve origem no Porto actuou no primeiro festival de Vilar de Mouros. Nesse ano sai o único ‘single’ editado pelos Chinchilas, com os temas “Barbarela” e “D. João”, em 1971, ano em que o grupo acabaria por se dissolver, segundo a “Enciclopédia da Música Ligeira”, editada pelo Círculo de Leitores e dirigida por Luís Pinheiro de Almeida e João Pinheiro de Almeida.

Filipe Alberto do Paço de Oliveira Mendes nasceu em Lisboa, em 10 de Novembro de 1947, e atravessou as várias décadas do rock português em múltiplos projectos e palcos da música.

14 Ago 2018

Cristais | ‘Workshop’ amanhã no Yoga Loft

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]espaço Yoga Loft acolhe amanhã, entre as 18h30 e as 21h30, um ‘workshop’ sobre a técnica do uso de cristais. Da composição, às propriedades, até às aplicações metafísicas que podem ter, o ‘workshop’ vai ensinar também como devem ser limpas, tratadas e até combinadas, explicou ao HM Rita Gonçalves, responsável pelo Yoga Loft. “O uso de cristais é bastante normal para os chineses, particularmente inserido no contexto do ‘feng shui’, mas para nós é um mundo mais exótico, por isso quis trazer a Helena Brandão [que vai conduzir o ‘workshop’]para entrarmos e percebermos esse universo de uma perspectiva mais ocidental”, indicou Rita Gonçalves. A iniciativa tem uma lotação limitada a um máximo de dez pessoas, estando preenchidas mais de metade das vagas. O ‘workshop’ custa 750 patacas.

14 Ago 2018

Cinema | João Salaviza e Renée Nader Messora vencem melhor filme em Lima

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]filme “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, venceu o prémio de melhor obra de ficção do Festival de Cinema de Lima, no Peru, anunciou a organização. O filme, que já havia recebido o prémio especial do júri da secção ‘Un Certain Regard’ no Festival de Cannes, ganhou ainda a distinção por melhor fotografia.

O 22.º Festival de Cinema de Lima contou ainda com a presença de outro português – o produtor Paulo Branco – enquanto homenageado.

A produtora portuguesa Karõ Filmes realçou, em comunicado, que “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos irá ser exibido em dezenas de festivais internacionais nos próximos meses” e tem estreia comercial em Portugal, França e Brasil prevista para o primeiro trimestre do próximo ano.

O filme foi rodado durante nove meses, em 16mm, sem equipa, na aldeia Pedra Branca, no estado de Tocantins, no Brasil. “Não há espíritos ou cobras esta noite e a floresta em redor da aldeia está sossegada. Ihjãc, de 15 anos, tem pesadelos desde que perdeu o pai. É um Krahô indígena do norte do Brasil. Ihjãc caminha pela escuridão, o seu corpo suado move-se com receio. Um cântico distante atravessa as palmeiras. A voz de seu pai chama por ele através da cascata: é hora de organizar o festim funerário para que o espírito possa partir para a aldeia dos mortos. O luto deve cessar”, pode ler-se na sinopse disponibilizada pelo festival de Cannes.

O texto acrescenta: “Negando o seu dever e para poder escapar ao processo crucial de se tornar um xamã, Ihjãc foge para a cidade. Longe do seu povo e da sua cultura, enfrenta a realidade de ser um indígena no Brasil contemporâneo”.

“Chuva é cantoria na aldeia dos mortos” foi produzido por Ricardo Alves Jr. e Thiago Macêdo Correia, da produtora Entre Filmes, sediada em Minas Gerais, em coprodução com a portuguesa Karõ Filmes e com a Material Bruto, de São Paulo.

14 Ago 2018

Música | Hedy Kou lança “My Little Songs” na Fundação Rui Cunha

Hedy Kou é uma jovem estudante de sociologia que não se deixou levar por uma infância complicada. É também a artista local que dá voz ao primeiro álbum de música pop para crianças produzido no território. “My Little Songs” é baseado na vida da cantora e pretende transmitir esperança aos mais novos

 

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]edy Kou lançar o mini álbum “My Little Songs” no próximo dia 18, na Fundação Rui Cunha, às 15h30. “My Little Songs” é o primeiro disco de pop produzido em Macau que tem como público alvo as crianças e que tem como ponto de partida a vida pessoal da cantora que lhe dá voz.
“Hedy Kow é a nova estrela de Macau”, começa por dizer a sua agente, Josie Ho, ao HM. Estudante de sociologia, Hedy é um exemplo para os mais novos, destaca.
“Cresceu com os pais separados e com uma mãe que tinha problemas com drogas”, conta a representante. Com este contexto familiar, a artista tinha tudo para desmoralizar, mas não o fez. “Desde pequena que o seu desempenho escolar não fica abaixo da excelência”, conta.
Paralelamente à vida académica, Hedy Kou tem vindo a desenvolver talentos na área da dança, representação e agora da música.

Carreira diversa

Em 2017, quando passou a ser agenciada, começou a carreira como actriz e chegou mesmo a ter um filme baseado na sua vida. “É um pequeno filme, chamado ‘Choices of Life’ e que trata da sua história”, diz Josie Ho. A película tem como fio condutor uma mensagem de resistência a obstáculos e aborda a questão das drogas, dado o ambiente em que Hedy Kou cresceu. “O que tinha tudo para ser um drama acabou por ser uma história muito positiva, tanto da sua vida como do que tem para dizer aos outros”, comenta Ho.
O filme teve “muito sucesso e acabou por se tornar viral no mundo digital devido à mensagem positiva que transportava e à forma como conseguia chegar aos alunos das escolas locais”, apontou.

Do cinema à música

Depois do filme surgiu o desafio para gravar um disco. “Hedy recebeu um convite da editora para ensaiar durante um ano e se preparar na área do canto”, conta a agente. Quando interrogada sobre o que há de especial no disco, Josie Ho realça o género, “uma espécie de música pop infantil”. “Por outro lado, Hedy consegue cativar os mais pequenos com a sua cara doce”, destaca a agente.
O álbum é composto por cinco temas que abordam “tópicos como a amizade, a demonstração de amor e paixão pela vida e a coragem necessária quando se passam dificuldades”, explica Ho.
Dois dos temas contam com a colaboração de crianças. No que toca ao design do álbum, foi feito a pensar num livro de música de modo a ter uma componente pedagógica. Apesar de ser dirigidos aos mais pequenos, as canções “são adequados para todas as idades”, remata.

14 Ago 2018

Óbito | Morreu o Nobel da Literatura V.S. Naipaul

O Prémio Nóbel da Literatura, V.S. Naipaul morreu ontem com 85 anos. O aclamado escritor de ascendência indiana deixou a sua marca na literatura internacional, apesar das muitas posições polémicas que defendeu e que lhe valeram acusações de racismo e sexismo

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]escritor V.S. Naipaul, prémio Nobel da Literatura em 2001, morreu ontem com 85 anos na sua casa em Londres, anunciou a família.
A mulher de Vidiadhar Surajprasad Naipaul, Nadira Naipaul, anunciou que o escritor “morreu rodeado por aqueles que amava, depois de ter vivido uma vida recheada de criatividade e propósito”.
Naipaul foi agraciado com o Nobel da Literatura em 2001 por ter “uma narrativa perceptiva unida e um escrutínio incorruptível em trabalhos que nos obrigam a reparar na presença de histórias reprimidas”.
Com uma carreira que abarcou meio século, o escritor viajou, numa descrição do próprio citada pela Associated Press (AP), como um “colonial descalço” da rural ilha de Trinidad (Trindade e Tobago) para a classe alta inglesa, conquistou os mais cobiçados prémios literários e um título de nobreza (foi ordenado cavaleiro), e foi elogiado como um dos maiores escritores ingleses do século XX.
Entre as suas obras mais aclamadas estão os romances, traduzidos em português, “A Curva do Rio” ou “Uma Casa para Mr. Biswas”, sendo ainda autor de “Uma Vida pela Metade”, “Num Estado Livre”, “A Máscara de África” ou “Para Além da Crença”, entre dezenas de outros.
A sua obra explorava o colonialismo e a descolonização, o exílio e as lutas do homem comum num mundo em desenvolvimento – temas que ecoam as suas origens e a sua trajectória.

Escritor polémico

Apesar de a sua escrita ser amplamente elogiada pela compaixão em relação aos mais pobres e aos deslocados, Naipaul ofendeu muitas pessoas com o seu comportamento arrogante e piadas sobre antigos súbditos do império britânico.
A AP recorda quando apelidou a Índia de “sociedade de escravos”, gracejou que África não tem futuro e explicou que as mulheres indianas usam um ponto vermelho na testa para dizer: “a minha cabeça é vazia”.
Em 1989 Naipaul riu-se da ‘fatwa’ (decreto religioso islâmico) contra Salman Rushdie, também escritor britânico, também de ascendência indiana, dizendo que era “uma forma extrema de crítica literária”.
Outro caribenho laureado com o Nobel da Literatura, Derek Walcott, criticou que a prosa de V. S. Naipaul ficava manchada pela sua “repulsão em relação aos negros”.
O escritor de Trinidad C.L.R. James disse-o de outra forma, escrevendo que os pontos de vista de Naipaul reflectiam simplesmente “o que os brancos queriam dizer, mas não se atreviam”.

Da Índia para o mundo

Vidiadhar Surajprasad Naipaul – Vidia, para os que o conheciam de perto – nasceu a 17 de Agosto de 1932, na ilha de Trinidad, descendente de indianos empobrecidos embarcados para as Índias Ocidentais como trabalhadores em regime de semi-escravatura.
O seu pai era um aspirante a romancista autodidacta cujas ambições foram destruídas por falta de oportunidades. O filho estava determinado a deixar a sua terra natal o mais cedo possível, e anos mais tarde referiu-se repetidamente ao lugar onde nasceu como pouco mais do que uma plantação.
Em 1950, Naipaul ganhou uma das poucas bolsas de estudo do Governo para estudar em Inglaterra e deixou para trás a sua família para iniciar estudos de Literatura Inglesa na University College, Oxford.
Foi lá que conheceu a sua primeira mulher, Patricia Hale, com quem casou em 1955.
Depois de se diplomar, Naipaul passou por um período de dificuldades financeiras e apesar da sua educação em Oxford, viu-se rodeado por um ambiente hostil e xenófobo em Londres, tendo escrito numa carta à sua mulher: “esta gente quer quebrar-me o espírito… querem que saiba qual é o meu lugar”.
A estreia literária aconteceu em 1957, com o livro “The Mystic Masseur”, um livro com humor sobre a vida das pessoas pobres de um gueto em Trinidad.
Em 1959 conquistou o Somerset Maugham Award com a colecção de contos “Miguel Street” e em 1961 publicou aquele que a crítica considerou uma obra-prima, “Uma Casa para Mr. Biswas”, e que prestou tributo ao seu pai, contando a história de um homem com uma vida restringida pelos limites de uma sociedade colonial.
Seguiram-se outros prémios, o título de nobreza de Cavaleiro em 1990 e o Prémio Nobel da Literatura em 2001.
A AP recorda que à medida que crescia o seu prestígio literário crescia também a sua reputação de homem difícil com personalidade irascível, sendo descrito como um homem reservado que não tinha muitos amigos.
Um dos poucos, o escritor norte-americano Paul Theroux, e de quem acabaria por se afastar, tendo o americano em 1998 descrito Naipaul numa biografia como “racista, sexista, que fazia birras terríveis e batia em mulheres”.
Apesar de ter ignorado o livro de Theroux, acabaria por autorizar em 2008 uma outra biografia onde admitia alguns dos factos relatados pelo americano e confessava que acreditava que a sua confissão de recorrer a prostitutas tinha contribuído para a morte da sua primeira mulher, que morreu de cancro de mama em 1996.
Dois meses depois da morte de Patricia Hale casou com a sua segunda mulher, Nadira Alvi, depois Nadira Naipaul, uma colunista paquistanesa.

13 Ago 2018

Filme “A Land Imagined” de Yeo Siew Hua vence Leopardo de Ouro em Locarno

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] filme “A Land Imagined”, de Yeo Siew Hua, venceu hoje o Leopardo de Ouro no Festival de Cinema de Locarno, tornando-se no primeiro filme de Singapura a concorrer e a conquistar o certame.

Numa edição em que Portugal teve direito a destaque na secção “First Look” (“Primeiro olhar”), mas em que nenhuma produção portuguesa coube no palmarés, o prémio especial do júri foi para “M”, de Yolande Zauberman, enquanto a melhor realização foi atribuída à chilena Dominga Sotomayor por “Tarde para morir joven”.

O prémio para melhor atriz foi dado a Andra Guti, por “Alice T”, de Radu Muntean, e o melhor ator foi Ki Joobong, em “Hotel by the River”, de Hong Sangsoo, tendo sido atribuída uma menção especial a “Ray & Liz”, de Richard Bilingham.

Na secção “Signs of Life” (“Sinais de Vida”), o vencedor, anunciado já na sexta-feira, foi “The Fragile House”, de Lin Zi.

O prémio do público distinguiu “BlacKkKlansman”, de Spike Lee.

A edição deste ano de Locarno foi a última sob direção de Carlo Chatrian, que viaja até Berlim para assumir o festival de cinema da capital alemã.

O festival de Locarno contou com os filmes portugueses “3 anos depois”, de Marco Amaral, e “Sobre tudo sobre nada”, de Dídio Pestana, em competição.

“3 anos depois”, curta-metragem de Marco Amaral, competiu na secção “Pardi di domani”, enquanto a longa-metragem “Sobre tudo sobre nada”, primeira obra de Dídio Pestana, foi apresentada na secção “Signs of Life”.

O festival contou ainda com duas coproduções portuguesas: “Grbavica”, do catalão Manel Raga Raga (Portugal/Bósnia Herzegovina/Espanha), na secção “Pardi di domani”, e “Como Fernando Pessoa salvou Portugal” (Portugal/França/ Bélgica), do realizador norte-americano Eugène Green e com elenco português, no programa “Signs of life”.

Nesta 71.ª edição do festival de Locarno, que decorreu desde 01 de agosto, o cinema português esteve em foco no programa “First Look”, no qual foram exibidos vários filmes portugueses em fase de pós-produção para uma audiência composta apenas por profissionais, entre programadores, exibidores, distribuidores e produtores.

Nesta categoria, o documentário português “Campo”, de Tiago Hespanha, venceu o principal prémio, no valor de 65 mil euros em serviços de pós-produção.

Já “Viveiro”, de Pedro Filipe Marques, produzido por Luis Urbano e Sandro Aguilar, de O Som e a Fúria, recebeu os prémios de serviços de publicidade, no valor de 5.600 euros, e de design do cartaz internacional do filme, avaliado em 5.000 euros.

Em fevereiro, quando o festival anunciou a escolha de Portugal para este programa, a diretora artística adjunta de Locarno, Nadia Dresti, afirmou que “o cinema português tem sido sempre aclamado pela excelência artística por parte da crítica, mas ao mesmo tempo tem cativado os distribuidores e os principais festivais internacionais”.

12 Ago 2018

Óscares | Criada nova categoria para premiar “filmes populares”

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou mudanças na atribuição dos Óscares, entre as quais a criação de uma nova categoria para premiar “filmes populares” e uma redução do tempo de transmissão da cerimónia.
Na terça-feira à noite, o Conselho de Governadores da academia reelegeu o cineasta e director de fotografia John Bailey como presidente e aprovou algumas alterações ao formato da cerimónia, anunciadas através da rede social Twitter. A principal mudança prende-se com a criação de uma nova categoria para premiar “filmes populares” (vulgarmente designados por ‘blockbusters’). Os critérios para esta nova categoria ainda estão por anunciar, de acordo com uma carta enviada pela academia aos seus membros, citada pela imprensa especializada. Outra alteração é a do tempo de duração de apresentação da cerimónia, com a academia a planear uma transmissão de três horas “mais acessível” para espectadores de todo o mundo.
“Para honrar as 24 categorias, apresentaremos algumas categorias seleccionadas ao vivo, no Dolby Theatre, durante os intervalos comerciais (categorias por determinar). Os momentos da vitória serão editados e apresentados mais tarde durante a transmissão”, lê-se na carta.
A terceira grande mudança refere-se a 2020 e tem que ver com a data de transmissão da cerimónia, que será antecipada. Assim, a 92.ª edição dos Óscares será transmitida no dia 9 de Fevereiro, mantendo-se inalterada a data prevista para a cerimónia de 2019: 24 de Fevereiro. O Conselho de Governadores justifica estas alterações com a necessidade de corresponder às sugestões apresentadas pelos membros, no sentido de “manter a relevância dos Óscares e da academia num mundo em mudança”.
A cerimónia deste ano, que distinguiu com o Óscar de melhor filme “A forma da água”, de Guillermo del Toro, foi a menos vista de sempre

10 Ago 2018

Música | Festival traz David Byrne e Interpol a Hong Kong

 

O cartaz do Festival Clockenflap 2018, que se realiza entre 9 e 11 de Novembro, já tem nomes para aguçar o apetite de música ao vivo dos festivaleiros da região. Para já, as grandes estrelas são David Byrne, o eterno vocalista dos seminais Talking Heads e os Interpol que se estreiam em Hong Kong. Os bilhetes já estão à venda

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]três meses do fim-de-semana mais aguardado para os amantes da música ao vivo de Macau, Hong Kong e arredores, são conhecidos os primeiros nomes do cartaz do Clockenflap 2018 que se realiza, novamente no Harbourfront em Central, entre os dias 9 e 11 de Novembro.
O nome cimeiro e incontornável entre as primeiras revelações do cartaz deste ano é David Byrne, lendário vocalista dos Talking Heads que marcou um dos mais coloridos capítulos do rock alternativo das décadas de 1970 e 1980. O concerto de Byrne está marcado para 10 de Novembro, um sábado.
Formados em 1975, os Talking Heads foram uma banda com uma sonoridade difícil de catalogar, algures entre a new wave, o post-punk, o funk e aquilo se viria a chamar de world music. Nascidos em plena ebulição do punk nova-iorquino, a banda de Byrne contou com a mágica produção de Brian Eno nalguns dos seus mais icónicos registos, tais como “More Songs About Buildings and Food” (1978), “Fear of Music” (1979), e “Remain in Light” (1980). Mais tarde, Byrne avançou para uma carreira a solo, que chega agora a Hong Kong para promover “American Utopia”, o seu primeiro disco a solo dos últimos 14 anos.
Outro dos destaques deste ano do Clockenflap é a estreia dos Interpol em Hong Kong, no primeiro dia do festival. Os nova-iorquinos trazem na bagagem o seu sexto disco de originais, intitulado “Marauder”, mas com certeza haverá ainda no público muita vontade para ouvir os clássicos do álbum de estreia “Turn on the Bright Lights”.
Formados em Nova Iorque em 1997, os Interpol são reconhecidos como uma das bandas que trouxe de volta para os escaparates o post-punk, ao ponto de lhes valer comparações aos Joy Division.
“São uma das bandas que mantém um número considerável de fãs em Hong Kong, apesar de nunca terem tocado na cidade até agora. Estamos muito felizes por podermos contar com os Interpol no cartaz deste ano, algo que prosseguíamos há algum tempo”, comenta Justin Sweeting, director musical do Clockenflap ao jornal South China Morning Post.

Outros nomes

A respeitar o habitual ecletismo no cartaz, a 11ª edição do Clockenflap tem música para todos os gostos. Aos grandes nomes acima mencionados junta-se Khalid, um dos nomes mais quentes do R&B da actualidade e que também marca a sua estreia em Hong Kong no último dia do festival.
No plano da música electrónica, destaque para inovador Caribou e para um pioneiro do drum n’ bass: Roni Size. O Dj e produtor de Bristol, que tem uma carreira discográfica que ultrapassa as duas décadas, promete fazer abanar os corpos dos festivaleiros no último dia do Clockenflap.
Entre os primeiros nomes oficializados, é inevitável o destaque para Wolf Alice, para os britânicos The Vaccines que regressam a Hong Kong quatro anos depois. Um dos concertos mais aguardados entre as bandas que podem ser consideradas menos conhecidas será protagonizado por um grupo de Brooklyn que une na perfeição o indie rock e a nova vaga de psicadelismo: Sunflower Bean. Imagine, se conseguir, Black Sabbath a acasalar com um disco de The Smiths.
Nesta primeira vaga de anúncios, destaque também para a dupla do Mali Amadou & Mariam e para o hip hop cheio de groove the Rhye,
Enquanto não são revelados mais bandas do cartaz do Clockenflap 2018, os bilhetes já se encontram à venda. Quem se quiser antecipar e comprar os bilhetes até dia 21 de Agosto goza de um desconto. Os passes para três dias custam 1410 dólares de Hong Kong, enquanto o bilhete para um dia único é 810 dólares de Hong Kong

10 Ago 2018

Dança | Festival de música electrónica esta noite no LMA

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Outlook Festival, evento dedicado à música electrónica vai ter a sua primeira edição em Macau. O evento é esta noite, no Live Music Association (LMA) e tem início marcado para as 21h estendendo-se pela noite dentro. O cartaz é composto pelos Calculon ( Shoot / Rubik / San Diego ), Saiyan, Lobo e Zuju.
O Outlook Festival é uma iniciativa que reúne um grupo de pessoas que se têm dedicado à divulgação da música electrónica, há mais de 20 anos, revelou Vincent Cheang, gerente do LMA, ao HM. O evento em Macau traz ao território a organização que se tem dedicado à produção de festas essencialmente em Hong Kong. “Deslocaram-se ao território para “escolher os djs mais experientes”, disse o responsável.
Os DJs que vão dar música ao evento já marcaram presença no LMA separadamente. Desta vez vão juntar-se para dar corpo a esta edição do Outlook.
Em linha com o que o LMA tem vindo a habituar o seu público, esta não vai ser uma iniciativa que se possa de rotular de comercial. “É música de dança electrónica, mas ainda assim alternativa”, explicou Cheang.
As influências são múltiplas nos sons que são vão ouvir esta noite no LMA mas uma coisa é certa: “não são o tipo de Djs que estamos habituados a ouvir”, sublinhou.
Em suma, do concerto desta sexta feira podemos esperar um mistura de sons para quem queira passar a noite a dançar, frisou. Neste caso estamos a falar de pessoas que gostam de música de dança e que podem estar mais abertas à cena alternativa dentro deste género”, apontou Vincent Cheang.
Já amanhã, o mesmo espaço recebe Elbis Rever, uma banda que nasceu em 2017 e que tem marcado presença em muitos dos mais importantes festivais na Europa. O concerto começa às 22h

10 Ago 2018

“Lisboa na Rua” celebra 70 anos do Hot Clube com concertos ao ar livre

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]edição deste ano do “Lisboa na Rua” vai celebrar os 70 anos do Hot Clube, com música jazz ao ar livre, mas também haverá concertos de música clássica, cinema, dança e teatro, anunciou a autarquia.
A iniciativa da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), da Câmara Municipal de Lisboa, traz uma programação diversificada e de entrada gratuita, sempre em espaços públicos ao ar livre, a partir de dia 23 de Agosto.
Este ano, o festival coincide com os 70 anos do Hot Clube de Portugal (HCP), um dos mais antigos clubes de jazz em actividade na Europa. Para assinalar a efeméride, o “Lisboa na Rua” vai promover quatro concertos aos sábados, ao final da tarde, em quatro grandes jardins da cidade.
Os concertos ao ar livre não se esgotam no jazz, e o “Lisboa na Rua” vai fazer regressar o Coro e a Orquestra Gulbenkian ao Vale do Silêncio, a 8 de Setembro, para ouvir bandas sonoras de filmes, votadas pelo público, como é o caso de “2001: Odisseia no Espaço”, “O Clube dos Poetas Mortos” ou “West Side Story”.
Outro dos destaques, entre os dias 28 de Agosto e 2 de Setembro, é o ilusionismo, com o Festival Internacional de Magia de Rua que vai levar a diversos locais da cidade 15 mágicos, de nove países, para apresentarem “alguns dos melhores números da Arte Mágica”, segundo a EGEAC.
No Palácio Pimenta do Museu de Lisboa, a encenadora e realizadora brasileira Christiane Jatahy, a Artista na Cidade de 2018, junta-se ao “Lisboa na Rua” para apresentar um projecto sobre refugiados e migrantes, contado na primeira pessoa, intitulado “Moving People”.
A meio de Setembro regressam as propostas habituais, que já “conquistaram públicos fiéis”, como as sessões de cinema ao ar livre do CineCidade, a arte sonora do “Lisboa Soa”, que nesta edição tem a água como elemento comum, e as noites “Sou do Fado”, este ano na praça do Município.
O público é também convidado a “Dançar a Cidade” e da descobrir Lisboa através do olhar arquitectónico da Open House Lisboa, acrescenta a autarquia.
O “Lisboa na Rua” termina no dia 30 de Setembro – coincidindo com a data do fim da Expo’98, há 20 anos – com o concerto “Venham mais Vinte”, da Orquestra Metropolitana de Lisboa e Mário Laginha, especialmente concebido para esta ocasião, que terá lugar, a partir das 19h, na Altice Arena

10 Ago 2018

Albergue SCM | “O Homem e o Arquitecto” homenageia Vicente Bravo

O Albergue SCM vai prestar homenagem a Vicente Bravo, com uma iniciativa intitulada “O Homem e o Arquitecto”. O evento, em português e em chinês, tem lugar pelas 15 horas. A apresentação vai ficar a cargo de Carlos Marreiros, Adalberto Tenreiro, Cheang Kun Wai, Fernando Botelho, Jay Ho Pui Kei, José Maneiras, José Silveirinha, Maria José Freitas e Nuno Soares. Vicente Bravo, que viveu cerca de três décadas em Macau, morreu a 28 de Julho em Portugal, aos 71 anos. A entrada é livre, mas devido a limitações de espaço, a organização recomenda aos interessados que realizem a pré-inscrição para garantir a participação no seminário.

9 Ago 2018

Teatro | Companhia da Chanca em Macau para o Encontro de Marionetas que se realiza em Setembro

É já no próximo mês que arranca mais um Encontro de Marionetas. De Portugal chega a Companhia da Chanca com “Sítio”, uma peça de teatro, sem falas, que narra a vida de uma aldeia no interior do país

 

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]com “Sítio” que a Companhia da Chanca vai fazer a sua estreia em Macau no âmbito do Encontro de Marionetas no próximo mês. O espectáculo de teatro físico aborda a desertificação do interior do país, um problema que não se cinge apenas a Portugal.
Com dois actores em palco, mas sem uma única palavra durante 55 minutos, o espectáculo gira em torno de “um casal de idosos que mora numa aldeia isolada de Portugal que recebe um cartão a anunciar o nascimento do neto, algo que vai alterar a sua vida quotidiana rotinas diárias”, explicou ao HM o actor e co-fundador da Companhia da Chanca, André Louro, desvendando mais pormenores sobre a narrativa. “O casal resolve fazer uma encomenda, com brinquedos para o neto, com a história a passar também pela viagem epopeica até ao posto de correios mais próximo”, complementou.
“Sítio” é “um pouco o reflexo da nossa visão da aldeia”, sublinhou o artista que, a par da mulher, Catarina Santana, trocou Lisboa pelo interior de Portugal, fixando-se em Chanca, concelho de Penela, no distrito de Coimbra.
A receptividade ao espectáculo – em que são utilizadas máscaras larvares para representar o tema dos idosos – “tem sido muito engraçada”, realçou André Louro. “Até já tivemos pessoas a chorar no final. É muito interessante ver como as pessoas conseguem entrar neste universo”. “Sendo um espectáculo sem palavras, muitas vezes, os códigos são diferentes para cada um que acaba por reagir e interpretar à sua maneira”, observou.
Durante o Encontro de Marionetas, a Companhia de Chanca vai realizar dois espectáculos: um no Teatro D. Pedro V, no dia 9 de Setembro, segundo o programa provisório, e outro na Escola Portuguesa de Macau.
A experiência de ter crianças ou adolescentes como audiência também se tem revelado muito positiva: “A interpretação das crianças leva-as a zonas incríveis. Não que a história que constroem seja muito diferente do que pretendemos contar, mas a imaginação delas vai muito longe”.
A particularidade de ser um espectáculo sem falas também permite alcançar públicos de diferentes culturas, dado que “o ‘handicap’ da língua não existe”. “Claro que hoje em dia temos muitos espectáculos legendados, mas não deixa de ser uma barreira à compreensão, porque em vez de estarmos a olhar para os actores estamos a olhar para um texto, muitas vezes fora do palco ou fora de visão”, sublinhou André Louro.

Silêncio em tour

A vinda a Macau será, aliás, a segunda experiência fora de Portugal da companhia de teatro profissional, fundada em 2015, após a do Brasil, prevista para o final do mês. “É emocionante. Claro que estamos muito curiosos sobre como vai ser fazer isto noutras partes do mundo, em saber o que é que o público vai perceber e retirar do espectáculo”, realçou.
Sobre as expectativas relativamente ao espectador chinês, André Louro afirmou que lhe desperta “muita curiosidade”. “Não sabemos mesmo [o que esperar]. Eu estive apenas uma vez em Macau, com um espectáculo de dança e a reacção foi muito boa”, afirmou, referindo-se à coreografia “Nortada”, da Companhia de Olga Roriz, em que foi assistente da direcção artística, espectáculo que integrou o Festival de Artes em 2012.
O Encontro de Marionetas, organizado pela Casa de Portugal, arranca a 8 de Setembro. Segundo o programa provisório, o Encontro de Marionetas abre com espectáculos de marionetas com o grupo de Hong Kong HK Puppet and Shadow Art Center e com os tradicionais Robertos, com o artista local Sérgio Rolo, no Jardim Lou Lim Ieoc. Depois de “Sítio” da Companhia da Chanca, no dia seguinte, no Teatro D. Pedro V, segue-se o espectáculo “O Circo”, de Elisa Vilaça, no dia 15, no Conservatório, estando previstas duas sessões para bebés e crianças. Entre 16 e 22 de Setembro vai ter lugar uma exposição interactiva de histórias contadas e recontadas por Elisa Vilaça, com dias dedicados a escolas e outros ao público em geral.

9 Ago 2018

Cinema | Robert Redford confirma fim de carreira como actor

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]actor norte-americano Robert Redford confirmou que o filme “The old man & the gun”, de David Lowery, será o último da sua carreira de actor.
Numa entrevista à revista Entertainment Weekly, Robert Redford – que no dia 18 completa 82 anos – diz que o filme, que se deverá estrear em Novembro em Portugal, será o último da sua carreira de actor. “Para mim é o fim da representação. Depois sigo para a reforma. Ando nisto desde os 21 anos. Já chega”, afirma o protagonista de “Os Homens do Presidente”.
As palavras do actor confirmam aquilo que já havia dito em 2016, quando, numa conversa com o neto Dylan Redford, afirmou que, terminados os projectos de “Nós, ao anoitecer” e “The old man & the gun”, seria o ponto final da carreira como actor: “Quando estiverem prontos, vou dizer ‘adeus a tudo isso’ e concentrar-me na realização”.
Em “The old man & the gun”, Robert Redford desempenha a personagem de Forrest Tucker, um ladrão de bancos especialista em fugas da prisão, já com 60 anos no mundo do crime.
“Ele roubou 17 bancos, foi apanhado 17 vezes e foi para a cadeia por 17 ocasiões. Mas também fugiu 17 vezes”, afirmou o actor sobre o criminoso que morreu em 2004. “Interrogo-me se ele não queria, de facto, ser apanhado para viver o que realmente lhe dava gozo na vida, que era escapar”, frisou o actor, que também produz o filme.
Sissy Spacek, Danny Glover, Casey Affleck e Tom Waits constam do elenco de “The old man & the gun”.
Questionado sobre se vai também por fim à carreira de realizador, Robert Redford limitou-se a referir à Entertainment Weekly: “Vamos ver”.
Fundador do festival Sundance, Robert Redford venceu um Óscar de Melhor Realizador com “Gente Vulgar” (1980), tendo sido nomeado para a mesma categoria com “Quiz show” (1994). Sem qualquer Óscar como actor, Robert Redford – que começou a carreira de actor na década de 1960 – foi nomeado uma vez para a estatueta mais famosa de Hollywood, em 1973, pelo desempenho em “A golpada” em que contracenou com Paul Newman.

8 Ago 2018

Exposição | Pintura chinesa e caligrafia patente na Fundação Oriente

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Associação de Pintura e Caligrafia Macau Oriente inaugura no próximo dia 22 “A segunda exposição de associados”. O evento terá lugar na galeria da Fundação Oriente às 18h30.
Esta é a segunda iniciativa do género desenvolvida pela associação e tem como objectivo a “promoção do intercâmbio entre a cultura chinesa e portuguesa”, revelou o responsável pela entidade, André António, ao HM.
Este ano o certame oferece algumas novidades e conta com um espaço dedicado a uma exposição internacional que exibe trabalhos de autores japoneses.
A exposição está dividida em três partes. Num primeiro momento “A segunda exposição de associados” apresenta um conjunto de trabalhos feito pelos membros da entidade que se expressam através de pinturas a óleo, aguarelas tradicionais chinesas e alguns trabalhos de caligrafia.
Num segundo momento, a mostra foca-se mais especificamente no trabalho do mestre local, Lam Iok Fai.
Por fim, vai estar patente uma exposição colectiva internacional em que a Associação de Pintura e Caligrafia Macau Oriente “convida amigos de vários países entre os quais Portugal”. Este ano, e para alargar o espectro do tipo de pinturas, foram também convidados artistas das Filipinas, Índia e Japão. No entanto, e dada a falta de tempo para concluir trabalhos, apenas os artistas japoneses vão marcar presença. “Os artistas da Índia e das Filipinas não tinham tempo para terminar as suas obras”, explicou André António. Nesta parte, a caligrafia fica de lado e vão ser expostas pinturas a óleo e aguarelas.

Dois em um

No total estão prontas a ser exibidas mais de 100 obras. Devido à falta de espaço, a exposição vai ser alterada cerca de duas semanas após a sua inauguração. “Estamos a pensar em mudar a exposição depois de decorridos 15 dias da sua abertura porque não conseguimos colocar todos os trabalhos de uma vez e assim as pessoas podem ver duas exposições numa só iniciativa”, explicou André António. “Primeiro colocamos uma parte das obras e depois mudamos para mostrar as que restarem. Num mês as pessoas podem ver duas exposições”.
A Associação de Pintura e Caligrafia Macau Oriente foi constituída há oito anos, mas só teve a sua primeira exposição no ano passado na galeria da Fundação Rui Cunha.
A ideia de constituir esta entidade partiu do próprio Mestre Lam Iok Fai que “é muito conhecido em Macau como artista” apontou André António. “Na década de 80 o Governo da altura chegou a comprar obras do artista que fazem actualmente parte do espólio do Museu de Macau”, acrescentou.
Da associação fazem parte elementos portugueses, macaenses e chineses num total de 30 membros. “Não precisamos de muitos mais também porque queremos ter artistas de qualidade”, disse.
Segundo o responsável, a arte tradicional chinesa, tanto na área da pintura como da caligrafia, é alvo de cada vez mais interesse e muito procurada por parte do público, especialmente do continente.
Os trabalhos dos artistas associados são particularmente procurados por apresentarem particularidades que dizem respeito ao próprio território. “Misturamos algumas técnicas e conceitos ocidentais nas obras que fazemos, o que lhes confere características especiais”, explicou. “É um trabalho ligeiramente diferente do tradicional, também por ser feito em Macau”, acrescentou André António numa referência à mistura cultural que caracteriza o território.

8 Ago 2018

Morreu Joël Robuchon, o ‘chef’ com mais estrelas Michelin

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]francês Joël Robuchon, o ‘chef’ com mais estrelas do guia Michelin no mundo, morreu ontem em Genebra, aos 73 anos, vítima de cancro, anunciaram ontem os serviços de assessoria do cozinheiro. Robuchon, que contava com 32 estrelas Michelin, tinha sido operado no ano passado a um tumor no pâncreas.
O Guia Michelin de 2014 deu a classificação máxima ao “Robuchon ao Dôme” com a assinatura do chefe francês.
Nascido em 1945 em Poitiers (no oeste de França), Robuchon recebeu várias distinções ao longo da sua carreira, como o título de melhor cozinheiro do século por Gaul & Millau, em 1990. “O maior profissional que a cozinha francesa já teve. Um exemplo para as futuras gerações de ‘chefs'”, escreveu o chefe de cozinha do Palácio do Eliseu, Guillaume Gómez, na plataforma de microblogues Twitter.
Aos 50 anos, depois de ver o seu restaurante “Joël Robuchon” ter sido nomeado como o melhor do mundo pelo International Herald Tribune, o ‘chef’ abandonou a cozinha do seu restaurante para se dedicar à transmissão de conhecimentos, participando em vários programas de televisão.
A sua intenção de tornar a cozinha mais acessível ao grande público foi alcançada através de programas como “Bon Appétit Bien Sûr”, em 2000, em que apresentava receitas simples e baratas todas as semanas, ou através de “Planète Gourmande”, a partir de 2011.
As suas viagens pelo Japão e pelos bares de tapas em Espanha inspiraram-no para a criação de um novo conceito de restaurante, com um ambiente mais dinâmico e jovial, mas oferecendo produtos de grande qualidade, algo que se viria a materializar no “L’Atelier”, presente em vários países

7 Ago 2018

Música | Compositor grego Mikis Théodorakis hospitalizado

 

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m dos mais célebres compositores gregos, Mikis Théodorakis, de 93 anos, foi hospitalizado após um ataque cardíaco, mas a sua vida está “fora de perigo imediato”, indicou ontem a agência noticiosa grega ANA. O autor da banda sonora do filme “Zorba, o grego” (1964) “foi transferido na sexta-feira para um hospital de Atenas após uma forte dor no peito e uma anomalia cardíaca”, anunciou a agência. Os médicos declararam que o compositor está “fora de perigo imediato”, mas precisaram manter a prudência devido à sua idade, segundo a mesma fonte. Conhecido em todo o mundo por ter composto a banda sonora daquele filme baseado no romance homónimo de Nikos Kazantzakis, Théodorakis é um compositor prolífico, que além de sinfonias e oratórios marcou e renovou a música popular da Grécia. É também considerado como uma figura emblemática da vida política grega: participou na resistência contra os nazis, foi militante comunista durante a guerra civil (1946-1949) e combateu a ditadura dos coronéis (1967-1974). Manifestou-se também contra a austeridade imposta à Grécia pelos credores devido à crise financeira desencadeada em 2010. Nascido na ilha de Quios, no mar Egeu, a 29 de Julho de 1925, estudou música em Atenas e em Paris.

7 Ago 2018

Duas dezenas de galerias internacionais na Drawing Room Lisboa

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]uas dezenas de galerias e obras de artistas como Adriana Molder, Pedro Cabrita Reis, Jean Dubuffet e Hanns Schimansky constam da primeira edição do Drawing Room Lisboa, a decorrer na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Outubro, anunciou a organização.
O Drawing Room (salão de desenho) realiza-se na capital portuguesa, nos dias 10 a 14 de Outubro, depois de três edições em Madrid, com o objectivo de se afirmar como “marco da arte contemporânea”.
A directora artística da feira, a curadora Maria do Mar Fazenda, destaca a adesão de galerias portuguesas e estrangeiras à iniciativa, como “sinal da recorrência do desenho, na prática artística”, e sublinha o número de projectos a solo, produzidos especificamente para o salão, ou de pequenas mostras colectivas, que “convocam o diálogo entre artistas, cruzando gerações e carreiras estabelecidas com nomes emergentes”.
A aposta em projectos a solo e na reinvenção do desenho pelas novas gerações são aliás objectivos do certame, que, entre os cerca de 50 artistas representados, conta com Jorge Martins, Miguel Palma, Pedro A.H. Paixão, Cecília Costa, Emmanuel Lafont e José Bechara, além de Adriana Molder e Pedro Cabrita Reis.

Evento da diversidade

José Loureiro, Klaas Vanhee, Gonzalo Elvira, Hanns Schimansky, Laurina Paperina, Luís Nobre, Marcos Pires, Nuno Henrique, Paulo Lisboa, Pedro Gomes e Rui Moreira são outros artistas seleccionados para o certame que, segundo a organização, se caracteriza “tanto pela diversidade geracional como de nacionalidades”.
A direcção da Drawing Room Lisboa conta ainda com a historiadora de arte Mónica Álvarez Careaga, responsável pelo comissariado de projectos na Arco Madrid e na Swab Barcelona, entre outras grandes exposições de arte contemporânea.
A directora artística, Maria do Mar Fazenda, curadora independente e investigadora no Instituto de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa, tem trabalhado com instituições como o Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, a Fundação Carmona e Costa e o Atelier-Museu Júlio Pomar, e, entre os projectos curatoriais mais recentes, conta com exposições individuais de Miguel Ângelo Rocha e Sérgio Taborda.
Segundo a organização da Drawing Room Lisboa, o certame acompanha a tendência de feiras de arte especializadas no desenho que têm surgido nas principais capitais europeias, entre as quais a Drawing Now, em Paris, a Paper Positions, em Berlim, ou a Art on paper, em Bruxelas.
Das actividades paralelas, a desenvolver em Lisboa, constam uma exposição que dará a conhecer o núcleo de desenho da colecção de arte contemporânea da Fundação PT-Altice, com curadoria de Mónica Álvarez Careaga e Mónica Constantino, um programa de conversas sobre coleccionismo do desenho contemporâneo, e uma iniciativa intitulada “Millennium talks”, apoiada pela Fundação Millennium Bcp.
Nos três primeiros dias, de 10 a 13 de Outubro, a Drawning Room Lisboa estará aberta das 14h às 21h. No último dia, domingo, 14 de Outubro, funcionará das 12h às 18h.

7 Ago 2018

Dança | Centro de Educação Artística promove cursos de flamenco

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]esde o início do ano que começaram os primeiros cursos de dança flamenca em Macau. A iniciativa do Centro de Educação Artística Sino-elegância tem como objectivo preencher uma lacuna, uma vez que não havia no território qualquer espaço dedicado a este tipo de dança. A ideia de abrir um espaço em Macau para aulas de flamenco partiu de Graça Kong, co-fundadora do centro.
Depois de ter passado por Sevilha, há três anos, a também bailarina resolveu trazer para o território este estilo que considera “único”. Tinha de 16 anos quando se “apaixonou” pela modalidade mas não tinha onde aprender, contou ao HM. “Voltei para Macau, falei com a minha professora, Vanessa Chan, e com alguns amigos e tivemos a ideia de convidar um bailarino profissional para colaborar com o centro e leccionar cursos de dança flamenca”, explica. Como tal, o ensino do flamenco está a cargo do consultor Rico Cheung, bailarino sénior de Hong Kong Dance Company.

Mistura emocional

Para a responsável o interesse pelo flamenco é óbvio e responde a necessidades do quotidiano porque é “um meio para aliviar o stress e expressar sensações e emoções”, diz. Mas, particularmente, porque não é uma dança associada apenas a um tipo de sentimento. Para se dançar flamenco é necessário juntar a tristeza à alegria e é esta mistura que o torna “único”, acrescenta a bailarina que tem passado pela dança tradicional chinesa, pelo ballet e pela dança contemporânea.
Segundo Kok, a ambivalência de sentimentos do flamenco estará associada à sua origem cigana.
Mas, além da emoção, é ainda uma forma de “treinar a concentração e a coordenação do corpo”, explica. “A dança flamenca consiste nos diferentes ‘compás’ (estilos rítmicos), palmas ritmadas e movimentos de dança básicos”, acrescenta.
Entre o leque de movimentos usados nas coreografias não é exigido um alto nível de flexibilidade. Aliás, na opinião da bailarina o mais importante é “o nível de coordenação do corpo e o espírito, a sensação na alma”.

Para todos

Estes são factores que tornam a dança flamenca adequada para todos independentemente da experiência. Aliás, aqui o menos pode ser mais. De acordo com Kong, “quem não tem qualquer formação em nenhum tipo de dança às vezes tem mais facilidade em aprender flamenco porque ainda não tem nenhum vício de movimento ou postura”, explica a bailarina.
O cursos estão abertos a todos, apenas com um único requisito de participação: os participantes precisam de ter mais de 16 anos de idade.
Os cursos do Centro de Educação Artística Sino-elegância têm a duração de dois meses e são leccionados aos sábados. A segunda edição está a decorrer neste momento e a próxima está agendada para 15 de Setembro.
Mas, como tudo, é necessário dar continuidade à formação. Aprender a dançar exige alguma constância na prática, refere Graça Kong, até porque “não se pode aprender com uma ou duas aulas”, diz.
Apesar das dificuldades iniciais que a responsável atribui à falta de conhecimento por parte da população, neste momento as aulas já têm um número de estudantes que permite a sua manutenção, estando abertas a mais participantes.

7 Ago 2018

Arte | Ai Weiwei denuncia demolição de estúdio em Pequim

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] estúdio de Ai Weiwei em Pequim foi demolido na passada sexta-feira. O artista não foi notificado pelas autoridades e divulgou as imagens através da sua conta no Instagram. Outros estúdios e galerias estão a ser informados que vão ter de sair de Caochangdi, o bairro artístico localizado na zona nordeste da capital.

Conhecido como um espaço alternativo ao conhecido bairro artístico de Pequim 798 Art District, Caochangdi, localizado na zona nordeste da capital tem sido um porto de abrigo que acolhe artistas e estudantes. Antes, uma aldeia que vivia de agricultura, actualmente Caochangdi é conhecido como um dos locais de maior dinamização artística da capital.
No entanto, na passada sexta-feira, Ai publicou na sua conta de Instagram vários vídeos e imagens que denunciavam a demolição de Zuoyou, o estúdio que mantinha em Pequim e de onde saíram algumas das suas mais conhecidas obras.
Num dos vídeos, o artista mostra escavadoras a derrubarem a fachada, as paredes e janelas de Zuoyou.
De acordo com Ai, a demolição foi feita sem que tivesse qualquer conhecimento ou notificação prévia por parte do Governo. “Hoje, começaram a demolir o meu estudio ‘Zuoyou’, em Pequim, sem me prevenir… Adeus”, refere o artista numa das publicações, citado pela publicação online “Artforum”
Depois de mostrar a destruição do estúdio, Ai publicou também algumas das obras que ali foram concebidas desde que ocupou aquele espaço há mais de 15 anos. Entre elas o artista destacou Template (Collapsed) de 2009, Tree e Yu Yi de 2015 e o protótipo da instalação dedicada aos refugiados que esteve recentemente em exposição em Hong Kong, “Law of the Journey” de 2017.

Acontecimentos repetidos
Este é o segundo estúdio do artista e dissidente destruído pelas autoridades chinesas, depois de em 2011 o seu espaço em Xangai ter tido o mesmo destino. É de salientar que o artista de 61 anos reside actualmente em Berlim.
Zuoyou, era descrito por Ai Weiwei como uma “fábrica socialista ao estilo da Alemanha de Leste”, uma vez que tinha albergado uma oficina de automóveis.

Na dissidência
O artista, que participou no projecto do Estádio Olímpico de Pequim em 2008, é conhecido por se opor ao regime. Esta oposição valeu-lhe a condenação a prisão domiciliária, na China, entre 2011 e 2015, ano em que recuperou o passaporte e se mudou para a Alemanha, onde estabeleceu um estúdio em Berlim.
O trabalho de Ai denuncia as violações dos direitos humanos em todo o mundo, a crise por detrás do êxodo, a censura e a apatia através de vários materiais e plataformas, explicou o activista na inauguração da última exposição em Santiago do Chile, em Maio passado.
Ai Weiwei teve apenas uma exposição autorizada no continente em 2015. A mostra em apreço era composta por uma instalação, exposta no 798, que reconstruía um templo em ruínas.

Agora é de vez
Não é a primeira vez que o bairro artístico corre perigo. Esteve sob ameaça de destruição ao longo de vários anos, mas em Maio de 2011 o Governo optou pela sua preservação. Na altura, já era um marco do panorama artístico e arquitectónico da capital. Preservando a estrutura de uma aldeia, Caochangdi mantinha-se um espaço conhecido pela sua singularidade e dinamismo silencioso, à margem do frenesim comercial. No entanto, estes dias estão contados.
A demolição acontece depois das autoridades de Pequim terem notificado algumas das galerias e estúdios daquele bairro da capital que Ai Weiwei também ajudou a construir. De acordo com o site “Artforum”, galerias como a De Sarthe e a X Gallery, por exemplo, foram avisadas que teriam 13 dias para se relocalizarem. Caochangdi Art District é um dos vários bairros artísticos localizados na zona norte de Pequim e que vai ser alvo de um plano de intervenção do Governo ainda desconhecido.

6 Ago 2018

Madonna lembra “lenda do fado” que foi Celeste Rodrigues

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] cantora norte-americana Madonna lembrou a “espantosa lenda do fado” que foi Celeste Rodrigues e salientou a sua sorte por a ter conhecido.

Num vídeo da fadista a cantar partilhado no Instagram oficial da cantora, Madonna escreveu: “Tão sortuda por ter conhecido e ouvido e cantado com esta espantosa Lenda do Fado! Que descanse com os anjos”.

Em dezembro, a autora de “Like a Virgin”, agora residente em Lisboa, já tinha partilhado um vídeo em que cantava “Can’t help falling in love”, de Elvis Presley, com Celeste Rodrigues.

O velório da fadista Celeste Rodrigues, que morreu na quarta-feira aos 95 anos, realiza-se hoje, a partir das 19:00, no Pátio da Galé, na Praça do Comércio, em Lisboa, disse à agência Lusa o neto, Diogo Varela Silva.

O funeral da fadista realiza-se na sexta-feira, a partir das 14:30, em direção ao cemitério dos Prazeres, onde será sepultada no panteão dos artistas, segundo a mesma fonte.

Entre as reações à sua morte, o músico Jorge Fernando afirmou que Celeste Rodrigues é uma dessas pessoas que deviam ser eternas, e mostrou-se convicto de que a fadista “continuará a viver na cabeça e no coração das pessoas”.

Camané recordou a “vivacidade incrível e contagiante” que a fadista mantinha aos 95 anos.

Luís de Castro, da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado, afirmou que a fadista era “senhora de uma voz bonita, tendo desenvolvido, ao longo de uma carreira de mais de 60 anos, as suas extraordinárias qualidades de intérprete”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, referiu a “voz única”, a alegria, a amabilidade e a forma como Celeste Rodrigues “nunca perdeu a curiosidade de conhecer um mundo em permanente mudança”.

“Celeste Rodrigues tinha de facto uma voz única, distinta da voz da sua mãe, distinta da voz da sua irmã Amália, distinta na sua independência, autonomia e sobretudo alegria”, lê-se numa mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa.

O primeiro-ministro, por seu turno, elogiou a forma “plena e livre” de estar na vida de Celeste Rodrigues, e disse esperar que a sua voz continue “a inspirar gerações”.

Numa mensagem na sua conta oficial do Twitter, António Costa referiu-se à irmã de Amália Rodrigues como “querida amiga”, recordando a sua “forma de estar no fado, plena e livre”.

O ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, em comunicado, afirmou que a fadista “inspirou gerações de artistas com o seu talento e dedicação”, e protagonizou uma “vibrante carreira”.

Celeste Rodrigues, nascida no Fundão, a 14 de março de 1923, morreu hoje, em Lisboa, e celebrizou fados como “A Lenda das Algas”, “Fado das Queixas”, “Noite de Inverno” e “Saudade vai-te embora”, tendo, ao longo de uma carreira de 73 anos, pisado os mais diferentes palcos, desde as casas de fado em Lisboa, ao antigo Casino da Urca, no Rio de Janeiro, com a irmã Amália Rodrigues, do Teatro dos Campos Elísios, em Paris, ao Concertgebouw, em Amesterdão, ou ao Queen Elizabeth Hall, em Londres, entre outros.

5 Ago 2018