Wynn | Macau volta a receber anúncio dos “50 Melhores Restaurantes da Ásia”

Macau vai acolher, pelo segundo ano consecutivo, o anúncio dos “50 Melhores Restaurantes da Ásia em 2019”, em 25 de Março próximo, foi ontem anunciado.

[dropcap]E[/dropcap]m paralelo, vão decorrer também as “50 Melhores Conversas” (“50 Best Talks”), que vão ter como pano de fundo as tendências actuais no mundo gastronómico, em que vários ‘chefs’ vão partilhar histórias e novas tendências.

No dia 25, vai também haver uma palestra sobre “Ingredientes Vitais”, em que se discute a sustentabilidade e o consumo excessivo dos alimentos, pode ler-se na página oficial do evento “50 Melhores Restaurantes da Ásia em 2019”.

Macau é “um destino gastronómico em rápida evolução (…) com uma variedade de mercados, experiências culinárias únicas e atracções culturais”, aponta-se na mesma nota.

Em declarações à operadora de jogo Wynn, que vai acolher o evento, a directora dos Serviços de Turismo de Macau, Maria Helena de Senna Fernandes, enalteceu a transformação do território “num centro mundial de turismo e lazer” em que a gastronomia é um dos melhores valores.

Macau entrou para a Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) na área da Gastronomia em 31 de Outubro de 2017, tornando-se na terceira cidade na China, a seguir a Chengdu e Shunde, a conquistar tal feito.

Após o reconhecimento, foi lançado no início de 2018 o “Ano da Gastronomia de Macau”, uma iniciativa inserida num plano a quatro anos para “forjar uma Cidade Criativa”, à boleia da designação recém-atribuída.

Em Fevereiro deste ano, 24 restaurantes de Macau foram premiados pelo Guia de Viagens da Forbes 2019, que atribuiu a pontuação máxima de cinco estrelas a 16 destes espaços nos ‘resorts integrados’.

7 Mar 2019

Concurso | Abertas inscrições para jovens músicos

[dropcap]A[/dropcap]s inscrições para o 37.° Concurso para Jovens Músicos de Macau estão abertas até ao próximo dia 10 através do registo online. Esta forma de inscrição pretende facilitar o processo aos interessados, sendo que a entrega de documentos e o pagamento de 100 patacas que vão confirmar o registo podem ser efectuados mais tarde. Os candidatos podem também preparar os documentos necessários e dirigir-se ao Edifício do Instituto Cultural onde serão apoiados pelos funcionários do IC na realização da inscrição.

 

 

7 Mar 2019

Curtas de animação| IC promove apresentações internacionais

[dropcap]O[/dropcap]Instituto Cultural (IC) vai promover a exibição de cinco curtas metragens de animação subsidiadas pelo organismo em 2016 dentro do programa de apoio aos criativos locais. A apresentações vão ter lugar em Macau, na China Continental, em Hong Kong, Portugal e na Grécia. “The Lighthouse”, de Lei Pui Weng, “Starry Sky”, de Ku Pou Cheng, “Father’s Lunch”, de Pun Lap Fung, “Pundusina”, de Lou Ka Choi, e “Dinzong”, de Cheong Chi Pan, foram os filmes considerados “excelentes” e seleccionados para estas mostras.

“The Lighthouse” foi finalista do 24.º Festival IFVA de Hong Kong, no Festival de Animação de Lisboa 2019 em Portugal e Athens Animfest 2019 na Grécia. “Father’s Lunch” vai participar no 15.º Festival Internacional de Cinema de Animação da China. “Pundusina”, uma obra de animação que retrata o quotidiano, será transmitida nas plataformas de partilha de vídeos e apresentada no programa de televisão Bom Dia, Macau. “Dinzong”, uma animação digital e “Starry Sky” uma animação com um estilo semelhante aos livros ilustrados, assinalam um avanço na cena da animação local vão ser apresentadas na “Exposição de Multimédia, Animação e Banda desenhada de CMM” organizada pela Associação de Arte da Animação e Banda Desenhada de Macau, a ter lugar no Centro de Arte Contemporânea – Oficinas Navais N.º 2, de 11 a 18 de Maio. Este último evento vai contar com a participação dos realizadores.

Os cinco realizadores das animações vão ainda participar no “Moving Image Programme: Independently Yours” um evento anual de exibição de produções independentes organizado pelo Hong Kong Arts Centre, que terá lugar no dia 2 de Abril.

7 Mar 2019

Sombras Chinesas | Criada a primeira Associação de Teatro em Macau

A primeira Associação de Teatro de Sombras Chinesas em Macau foi criada no passado mês de Janeiro. A iniciativa é de António Inácio que pretende, desta forma, levar esta arte aos países de língua portuguesa e ao mundo

[dropcap]A[dropcap]Associação de Teatro de Sombras Chinesas de Macau foi fundada no passado mês de Janeiro para colmatar a ausência de uma entidade que se dedicasse à investigação e desenvolvimento de actividades a partir desta forma de arte.

Para António Inácio, presidente da associação, a criação de um grupo que represente o teatro de sombras chinesas “é um dever” e vem na sequência de uma promessa feita a si próprio há 21 anos, depois de um encontro em Pequim com o responsável de uma trupe da capital. “Foi nessa altura que também entrei em contacto pela primeira vez com as marionetas e com esta arte”, apontou ao HM.

No entanto, o projecto não avançou na altura porque as facilidades de comunicação “não eram as que existem hoje em dia”, afirmou.

No ano passado, 21 anos depois do primeiro contacto, António Inácio regressou a Pequim e aproveitou o momento para marcar novo encontro com o responsável “que é também herdeiro da quinta geração da arte de teatro de sombras da China”. “O destino permitiu que nos encontrássemos apesar de se ter passado tanto tempo, e este foi o primeiro passo para formar a associação em Macau”.

Necessidades quase esquecidas

A existência desta entidade em Macau era uma necessidade: “o teatro de sombras chinesas foi reconhecido pela UNESCO em 2011 como património mundial imaterial da humanidade e numa altura em que a China está a avançar com a política ‘Uma faixa, uma rota’, é importante que Macau assuma uma posição em que possa servir de plataforma de divulgação desta arte do espectáculo”.

António Inácio recorda ainda que o teatro de sombras acompanhou a antiga rota da seda tendo por esse meio chegado ao Médio Oriente, à Turquia, à Grécia e mesmo a França. “Foi esta rota que acabou por levar as máscaras e os espetáculos para vários países”, aponta.

Através da política “uma faixa uma rota” o responsável quer “devolver esta tradição à própria rota da seda e alargar os destinos da divulgação, primeiro pelos países de língua portuguesa e depois pelo mundo inteiro”.

Na agenda

Para já, a associação recentemente criada ainda se está a organizar e a promover contactos com companhias ligadas a esta área tanto na China continental como noutras regiões.

Entretanto, é necessário constituir um grupo local, e para a formação de actores, músicos e técnicos António Inácio conta com a possibilidade de intercâmbio com várias regiões da China para que os interessados de Macau possam vir a ser formados.

A transmissão de conhecimentos pode ainda passar pela aprendizagem com os “grandes mestres” chineses. “Há muitos mestres de marionetas chinesas que se encontram isolados em várias partes do país e são estas pessoas que também queremos chamar para virem ensinar os de cá”, aponta.

Promover palestras e oficinas para aprender a representação e confecção de marionetas, e criar um museu de teatro de sombras no território são metas que a associação também quer atingir. “Há um museu em Nanjin que já mostrou interesse em transferir peças para Macau. Agora é necessário ter pessoas interessadas e os devidos apoios”, sublinhou.

“Queremos ainda realizar o primeiro festival internacional do teatro de sombras em Macau ainda este ano, se possível”, avança. Contudo a missão apresenta-se algo utópica até porque o objectivo seria “reunir 20 grupos chineses e 20 grupos estrangeiros”. Os contactos já estão em andamento nomeadamente com países com tradição em teatro de sombras como a Indonésia, a Malásia, Singapura, Tailândia e Camboja.

Modernizar para atrair

António Inácio considera ainda que há dificuldades a ultrapassar nomeadamente para atrair pessoas que se dediquem ao ofício. “O teatro de sombras não é uma coisa moderna e está a deixar de atrair jovens. Os interessados são normalmente idosos ou crianças, salvo raras excepções”. Para colmatar esta dificuldade é necessário atrair jovens e assegurar que esta possa ser uma carreira reconhecida.

Na manga, estão ainda algumas inovações a serem feitas aos conteúdos. Às histórias clássicas que normalmente servem de suporte ao teatro de sombras chinesas, podem ser acrescentados outros argumentos, como a “história do Titanic, que é muito conhecida e mais internacional”. A nível técnico o responsável quer integrar as novas tecnologias, principalmente na área da iluminação.

 

7 Mar 2019

Óbito | Keith Flint, vocalista dos The Prodigy, encontrado morto

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] vocalista da banda britânica The Prodigy Keith Flint morreu, aos 49 anos, segundo confirmação da polícia do Essex citada pela imprensa do Reino Unido na noite de segunda-feira. Flint foi encontrado inconsciente em casa, sem que a sua morte esteja a ser tratada como suspeita, referiu um porta-voz da polícia.

Keith Flint era uma das vozes dos The Prodigy, a par de Maxim Reality, e rosto principal do trio que se completava com o compositor Liam Howlett, adquirindo maior dimensão e protagonismo aquando do lançamento do disco “The Fat of the Land”, do qual foi extraído o ‘single’ “Firestarter”, cujo vídeo o tinha como figura central.

A banda, que passou Hong Kong na edição de 2017 do Clockenflap, estava neste momento a promover o disco “No Tourists”, lançado em Novembro, tendo agendada uma digressão pelos Estados Unidos em Maio, para além de múltiplas participações em festivais de Verão também já marcadas.

Criados em 1990 no Essex por Howlett, os Prodigy tornaram-se um fenómeno global com o lançamento do terceiro disco, “The Fat of the Land”, em 1997, que vendeu mais de dez milhões de cópias em todo o mundo, causando impacto com temas como “Smack My Bitch Up” ou “Breathe”.

6 Mar 2019

Fotografia | “Primeiras impressões de Macau” de Christophe Charpenel, a partir de amanhã na FRC

Christophe Charpenel é um fotógrafo francês com carreira reconhecida na área da fotografia de concertos e músicos de jazz que se aventurou numa residência artística de uma semana no território para capturar as primeiras impressões de Macau. O resultado vai estar exposto na Fundação Rui Cunha a partir de sexta-feira

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] fotógrafo Christophe Charpenel é o autor da exposição que vai estar patente a partir de sexta-feira na Fundação Rui Cunha. Conhecido pelo trabalho que tem desenvolvido a fotografar concertos e músicos, essencialmente na área do jazz, o fotógrafo francês aventurou-se em Macau e pela primeira vez, a descobrir “novas” imagens, revela o gestor de Assuntos Culturais da Alliance Française ao HM, Sa Ng.

Tudo começou em Xangai num encontro casual com responsáveis da Alliance Française, num festival de jazz, e em que Christophe Charpenel revelou que queria tentar “outros caminhos na fotografia”, além da música. Acabou por ser desafiado a visitar Macau durante uma semana e recolher as imagens inspiradas pelo território.

Depois de um dia a passear acompanhado, o fotógrafo pôs mãos à obra e o primeiro dia “oficial do projecto coincidiu com a abertura da Ponte HKZM o que acabou por ser interessante”, revela Sa Ng.

Imagens do desconhecido

As 24 imagens que integram a exposição mostram o percurso que levou o fotógrafo a descobrir Macau, enquanto “vagueava pela cidade, sozinho e livremente”, acrescentou o gestor de Assuntos Culturais da Alliance Française.

Mas o destaque deste trabalho vai para a humanidade que o conhecido fotógrafo de música quis captar. “Não é uma trabalho feito para registar a grandiosidade de algumas zonas de Macau, como por exemplo, dos casinos. Ele foi à procura da faceta humana”, aponta o mesmo responsável.

Fotógrafo do som

Christophe Charpenel é conhecido como “fotógrafo de música”, sendo também um apaixonado pelo jazz. Ao longo da sua carreira tem acompanhado vários artistas durante os seus processos criativos testemunhando ensaios, momentos de improvisação e concertos. Também músico, as suas imagens conseguem por em comunicação o som e a fotografia, talvez por “conseguir identificar momentos sonoros apenas acessíveis a quem tem estas ligações de forma muito vincada”, aponta a organização na apresentação do evento. “As suas fotos reflectem uma música interior e isto é o que é verdadeiramente único sobre o seu trabalho”, acrescenta a mesma fonte.

Charpenel nasceu em Lyon (França), durante a infância e adolescência, e influenciado por sua mãe e avô começou a dedicar-se à música, ao desenho e à fotografia. Em 1975, desenvolveu uma paixão pelo rock, tendo tocado baixo, teclas e guitarra. Foi em 1997 que o jazz apareceu e que se começou a dedicar ao género ainda enquanto intérprete. Pouco tempo depois, em 2000 começou a capturar as primeiras imagens de músicos de jazz num concerto na Opéra de Lyon, actividade que nunca mais abandonou e que o fez destacar-se no panorama internacional da fotografia ligada à música.

6 Mar 2019

Livros | Mais 44 editores em Macau em 2018

[dropcap]A[/dropcap]o longo do ano passado, 44 editores apresentaram novos pedidos de adesão ao sistema de ISBN, elevando o total para 954. Trata-se de um número 15,3 vezes superior ao número de editores registado em 2000 (62), aquando da criação da Agência do ISBN de Macau, subordinada ao Departamento de Gestão de Bibliotecas Públicas do Instituto Cultural (IC).

Segundo o relatório sobre o estado da publicação livreira em Macau (2018), divulgado ontem, entre os 954 editores figuram um departamento do Governo, três escolas, dez organizações comerciais, 13 organizações não-governamentais, 16 indivíduos e um grupo especial. “Os dados demonstram um desenvolvimento estável do sector da edição livreira na RAEM, à medida que a consciência da exigência de pedido de ISBN dos editores tem aumentado”, realça o IC no mesmo comunicado. “A uniformização internacional da edição livreira tem potenciado, em grande medida, a capacidade de introduzir livros de Macau no mercado internacional”, acrescenta.

Ao longo do ano passado, foi programada a publicação de 601 títulos de livros, ou seja, menos 36 do que em 2017, e foram entregues 495 publicações à Biblioteca Central, destinadas a integrar o seu acervo.

5 Mar 2019

Hong Kong | Pós Punk dos The Underground Youth, hoje no MOM

[dropcap]O[/dropcap]s britânicos The Underground Youth vão apresentar o último trabalho “Montage Images of Lust & Fear”, que tem lançamento agendado para este mês, hoje no MOM Live House, em Hong Kong pelas 19h30.

A banda é conhecida por ter desenvolvido uma sonoridade que vai além dos sons mais psicadélicos e sombrios que marcam a sua origem, rumo a um estilo mais associado ao pós punk espelhado neste nono disco.

Já se passaram 10 anos desde que Craig Dyer intitulou o seu projecto pessoal de The Underground Youth, e começou a lançar as primeiras gravações psicadélicas gratuitamente on-line. Após a produção de “Morally Barren” e “Voltage” em 2009 e de “Mademoiselle” e “Sadovaya” em 2010, a banda começou a ser notada e a reunir uma vasta legião de fãs.

O quinto álbum “Delirium” foi lançado em 2011 e seria o primeiro lançamento da editora independente, Fuzz Club Records.

A banda tem passado por uma série de transformações ao longo dos anos, tendo mudado de Manchester para Berlim em 2016. Actualmente é constituída por Craig na voz e guitarra, Olya Dyer na bateria, Max James no baixo e Leonard Kaage na guitarra.

5 Mar 2019

Festival da Canção | Suspensa venda de bilhetes por suspeitas de irregularidades

[dropcap]A[/dropcap] emissora de radiodifusão estatal israelita Kan suspendeu a venda de entradas para o festival Eurovisão, iniciada na sexta-feira, depois de suspeitas de “irregularidades”, informou ontem a empresa pública.

Na origem da suspensão está, segundo a Kan, o facto de muitos dos bilhetes para os melhores lugares terem ido parar às mãos de personalidades famosas da televisão e do mundo desportivo em vez de terem sido distribuídos entre o público em geral.

As entradas foram postas à venda na sexta-feira em exclusivo no portal digital Leaan, a quem Kan ordenou que pare as vendas até averiguar o que se passou e solucionar as irregularidades.

A televisão israelita admitiu que houve tentativas de interferir no processo de venda e que 300 dos melhores lugares, avaliados em milhões de euros, foram vendidos a personagens famosas do mundo do desporto e da televisão, incluindo dois dos anfitriões da gala, “em completa contradição com as instruções do Conselho de Directores da Kan”.

Fontes próxima dos anfitriões disseram que estes consideram não ter feito nada errado, tendo pago o preço completo pelas entradas.

Tudo a limpo

Por seu lado, fonte do portal digital Leaan indicou que apenas seguiu as instruções que recebeu de Kan para reservar vários lugares para os seus convidados e assegurou que a venda de entradas foi feita de acordo com as instruções da televisão e na presença dos seus representantes.

As entradas foram postas à venda com preços entre 75 e 500 euros e em duas horas esgotaram-se todos os bilhetes para a final, que decorrerá em Telavive em 18 de Maio.

Ainda há entradas disponíveis para as semifinais dos dias 14 e 16 de Maio e para os ensaios.

Televive acolhe este ano o Festival Eurovisão 2019 depois de a edição passada, que decorreu em Lisboa, ter sido ganha pelo tema “Toy”, da cantora israelita Neta Barzilai.

Portugal estará representado no concurso musical por Conan Osíris, com a canção “Telemóveis”, depois de ter vencido a final da 53ª edição do Festival da Canção, realizada no sábado em Portimão, no Algarve.

5 Mar 2019

Cartoon | Rodrigo de Matos em exposição internacional sobre o Brexit

Amanhã é inaugurada, na cidade alemã de Schwaebisch Hall, uma exposição colectiva de cartoons sobre o Brexit que conta com um trabalho de Rodrigo de Matos. O artista, radicado em Macau, viu um dos seus cartoons ser seleccionado num universo de mais mil obras

[dropcap]U[/dropcap]m cartoon de Rodrigo de Matos foi escolhido para integrar uma exposição itinerante, que vai percorrer a Alemanha ao longo do ano, que tem como tema a saída do Reino Unido da União Europeia. Organizada pela Union of World Cartoonists, em cooperação com o Goethe Institut, a exposição é inaugurada amanhã em Schwaebisch Hall onde vai ficar patente até 31 de Abril. De seguida, segue em digressão por Munique, Mannheim, Hamburgo, Duesseldorf, Dresden, Bremen, Bona e Berlim.

Dos trabalhos submetidos por Rodrigo de Matos, o júri escolheu um publicado no semanário Expresso em que o cartoonista retrata o buraco que Theresa May tem cavado ao longo do processo de desvinculação da União Europeia, depois do referendo de 23 de Junho de 2016. A organização recebeu “mais de 1000 submissões, 631 das quais entregues por 231 artistas oriundos de 58 países”. Deste universo foram escolhidos para as exposições 49 cartoons, de autoria de 31 artistas residentes em 20 países. “A qualidade geral dos cartoons não ajudou à decisão do júri, principalmente tendo em conta que escolher todos não era opção”, revela em comunicado Guido Kühn, um dos organizadores da exposição e representante alemão da Union of World Cartoonists.

Numa altura em que os média se multiplicam em diversos formatos e em que memes se tornam virais apesar do conteúdo, Rodrigo de Matos considera que “estas iniciativas são cada vez mais importantes”. “Os jornais em papel têm cada vez menos leitura. Assim sendo, exposições e edições de catálogos, por exemplo, permitem o acesso do público a informação a que, normalmente, não acederiam”, comenta o cartoonista. Rodrigo de Matos encara este tipo de iniciativas como uma “possibilidade destes trabalhos estarem expostos, publicados online, e chegarem a uma geração nova que, se calhar, nunca abriu um jornal”.

Liberdade de traço

O Brexit tem sido um tema incontornável no mundo noticioso e do comentário político, muita tinta fez correr e continua a encher infinitas páginas com oceanos de palavras nem sempre esclarecedoras. Trocado por miúdos, é um assunto perfeito para ser alvo da comédia mordaz dos cartoonistas.

“O cartoon é muito importante na veiculação de informação, com pouco ou nenhum texto, de mensagens muito complexas e pontos de vista pertinentes que se conseguem apreender com um simples olhar.” É assim que Rodrigo de Matos descreve o papel do cartoon no actual panorama informativo e num contexto de permanente convulsão.

A acutilância e acidez que caracterizam o cartoon, permite que, por vezes, se diga aquilo que todos pensam, mas que não ousam expressar. Além de ter a capacidade para consolidar numa tira assuntos altamente complexos. “Essa é a força do cartoon num mundo de recepção de informação tão instantânea, como acontece hoje em dia”, teoriza o cartoonista.

Radicado em Macau, Rodrigo de Matos feito premiado em 2014 com o Grand Prix do Festival Press Cartoon Europe.

5 Mar 2019

Cinema | Filme chinês “Last Sunrise”, de Wen Ren, vence grande prémio do Fantasporto

[dropcap]A[/dropcap] longa-metragem “Last Sunrise”, a primeira do realizador chinês Wen Ren e em antestreia mundial no Fantasporto’2019, venceu a 39.ª edição daquele festival de cinema, que premiou ainda filmes da Índia, Coreia, Austrália, Hungria e Filipinas, foi hoje anunciado.

Segundo a organização, o filme vencedor do grande prémio da edição deste ano do festival, “Last Sunrise”, é “um dos primeiros filmes de ficção científica produzidos na China, com grandes interpretações e efeitos especiais”, no qual “o astrónomo Sun Yang e a sua jovem assistente Chen Mu descobrem um mundo gelado onde projetam o futuro da humanidade depois de o sol desaparecer”.

Em comunicado, o Fantasporto – Festival Internacional de Cinema do Porto informou que o prémio destinado à melhor realização foi para o cineasta britânico Julian Richards, “pelo conjunto de dois filmes que apresentou nesta secção” (“Reborn” e “Daddy’s Girl”), num “facto inédito” no festival, onde “nunca antes um realizador teve dois filmes a concurso, ambos em antestreia internacional”.

A somar

O prémio especial do júri da secção oficial de cinema fantástico foi para “In Fabric”, do realizador britânico Peter Strickland (de “Berberian Sound Studio”, premiado no Fantasporto 2012), pelo seu “alto nível de originalidade”, tendo ainda sido atribuído nesta secção uma menção especial ao filme americano “The Fare”, de D. C. Hamilton.

O prémio para o melhor argumento foi para Rodrigo Aragão, argumentista e realizador do filme brasileiro “A Mata Negra”, e o prémio para melhor actor foi entregue a Christopher Rygh, pelo seu desempenho no filme “The Head Hunter”, uma produção norte-americana “que conta com uma forte componente lusa” e que venceu também o prémio para melhor filme na secção de cinema português.

Já a australiana Georgia Chara foi considerada a melhor actriz pela sua actuação em “Living Space”, do seu compatriota Steven Spiel, o filme húngaro “His Master’s Voice”, de György Pálfy, obteve o prémio destinado à melhor fotografia e efeitos visuais e o prémio para a melhor curta-metragem fantástica foi para o filme israelita “My First Time”, de Asaf Livni.

A 39.ª edição do Fantasporto terminou ontem.

4 Mar 2019

Música | Conan Osíris vence Festival da Canção

“Telemóveis” de Conan Osíris venceu a final do Festival da Canção e segue rumo a Telavive onde vai representar Portugal em Maio. O tema arrecadou nota máxima do público e de todas as regiões do país à excepção do Algarve

[dropcap]O[/dropcap] artista Conan Osíris, com a canção “Telemóveis”, vai representar Portugal no Festival Eurovisão 2019, em Maio, em Israel, depois de Sábado ter vencido a final da 53ª edição do Festival da Canção, realizada em Portimão, no Algarve.

A vitória de Conan Osíris, que vai ser o representante português na cidade israelita de Telavive, em Maio, mereceu a pontuação máxima (12 pontos) do público e de todas as regiões do país (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Açores, Madeira e Algarve) excepto do Algarve, que lhe deu a segunda pontuação mais alta (10 pontos).

Perante um pavilhão Portimão Arena praticamente esgotado com cerca de 3.500 espectadores, e com uma votação on-line do público e de um júri composto por personalidades da música e da televisão em sete regiões do país, NBC ficou na segunda posição, enquanto Matai acabou na terceira.

A música “Telemóveis” de Conan Osíris sucede a “O Jardim”, interpretada por Cláudia Pascoal e composta por Isaura, a representante portuguesa no Festival Eurovisão da Canção em 2018, que decorreu pela primeira vez em Portugal, em Lisboa, depois de o tema “Amar pelos dois”, interpretado por Salvador Sobral e composto por Luísa Sobral, ter vencido no ano anterior, em Kiev.

Pelo caminho

“A dois” (composta e interpretada por Calema), “Mar Doce” (Mariana Bragada), “Perfeito” (composta por Tiago Machado e interpretada por Matay), “Pugna” (Surma), “Igual a ti” (NBC), “Mundo a mudar” (Frankie Chavez/Madrepaz), “Telemóveis” (Conan Osíris) e “Inércia” (D’Alva/Ana Cláudia) subiram ao palco por esta ordem, depois de terem conseguido a qualificação para a decisão final nas duas eliminatórias que se realizaram nas semanas anteriores.

Matay, Madrepaz e Conan Osíris foram os mais aplaudidos pelo público presente no Portimão Arena, que durante toda a noite animou a festa e não deixou de apoiar os artistas candidatos a estar em Telavive, no festival da Eurovisão.

No espetáculo houve ainda tempo para recordar alguns artistas que se celebrizaram em outras edições do Festival da Canção, como Armando Gama, Anabela ou Vânia Fernandes, que tocaram as suas músicas participantes no Festival da Canção e exibiram novos e modernos arranjos, da autoria de Nuno Gonçalves, da banda Gift.

As vencedoras da edição anterior, Cláudia Pascoal e Isaura, também acturam perante os espectadores que assistiram ao espetáculo no Portimão Arena, que teve apresentação de Filomena Cautela, Inês Lopes Gonçalves e Vasco Palmeirim, sempre com notas de humor a marcar a suas intervenções.

Comité de Solidariedade com Palestina apela a Conan Osíris para não ir a Telavive

O Comité de Solidariedade com a Palestina, o SOS Racismo e as Panteras Rosa apelaram ontem a Conan Osíris para não ir a Telavive representar Portugal no Festival Eurovisão da Canção em solidariedade com artistas palestinianos.

Numa carta enviada ao vencedor da última edição do Festival da Canção, aquelas organizações referem que “a escassos minutos de onde terá lugar o Festival, Israel mantém um cerco ilegal a 1,8 milhões de palestinianos em Gaza, negando-lhes os direitos mais básicos.”

As três organizações acrescentam que “também a escassos minutos de Telavive, 2,7 milhões de palestinianos da Cisjordânia vivem aprisionados por um muro de apartheid ilegal”.

“Israel continua a expandir a sua colonização na Cisjordânia, com o intuito de expulsar mais famílias palestinianas, entregando assim as terras e casas confiscadas a colonos israelitas”, acrescentam.

As três organizações signatárias do apelo juntam-se ao movimento internacional de BDS – Boicote, Desinvestimento, Sanções – que denuncia o uso da cultura por Israel como instrumento de propaganda para branquear a sua imagem.

Por outro lado, este movimento usa o BDS como meio não-violento de pressionar Israel a respeitar os direitos humanos da população palestiniana.

Deixa o glamour

São já muitos de artistas de todo o mundo que recusaram actuar em Israel enquanto o país insistir na “colonização” e no “apartheid”, lembra o movimento BDS.

“Reconhecemos que não é uma decisão fácil, de largar o ‘glitz’ e glamour da Eurovisão, mas a custo de quê? O apelo ao boicote dos artistas palestinianos, brutalizados durante décadas pelo Estado de Israel, foi seguido por centenas de artistas internacionais e portugueses, de Roger Waters aos Wolf Alice. Eles percebem que a sua arte tem o poder de ajudar a mudar a situação na Palestina, mostrando a Israel que esta ocupação tem um custo”, lembra Shahd Wadi, porta-voz do Comité de Solidariedade com a Palestina.

E acrescenta que “Israel está a usar a Eurovisão para branquear a opressão do povo palestiniano”, pelo que esta “é uma oportunidade para que Conan Osiris encontre um lugar nos livros de história, juntando o seu a outros nomes ilustres nesta campanha”.

O movimento de boicote ao Festival da Eurovisão em Telavive lembra ainda que dois dias depois da vitória da canção israelita no Festival da Eurovisão 2018, Israel “massacrou 62 palestinianos em Gaza, incluindo seis crianças”.

E que nessa mesma noite, Netta Barzilai, a intérprete da canção vencedora da Eurovisão, realizou um concerto de comemoração em Telavive considerando que os israelitas tinham “motivos para estar felizes”.

4 Mar 2019

Moda | Paulo de Senna Fernandes vence concurso internacional

[dropcap]O[/dropcap]macaense Paulo de Senna Fernandes foi ontem distinguido com “Gold Prizes” do concurso internacional IDA Annual Award 2019, prémio norte-americano que vai na 12.ª edição. O designer local, em comunicado, congratulou-se com a honra da distinção obtida. “Sinto orgulho de ter competido num concurso de alto nível, houve mais de 10000 participantes neste concurso”, pode-se ler no comunicado. Paulo de Senna Fernandes refere ainda que os membros do júri acharam o seu vestido “um dos mais belos”. “Sempre quis competir todos anos pelo reconhecimento internacional, pois devo mostrar que em Macau existe talentos, sendo a minha obrigação levar o nome “RAEM” a todo o mundo”, comenta o premiado. O designer macaense participou na competição com um vestido azul, subordinado ao tema “Sereia”.

 

 

 

1 Mar 2019

Música | Orquestra de Macau apresenta “Azzolini e Lu Jia” a 15 de Março

[dropcap]A[/dropcap]Orquestra de Macau (OM) apresenta o concerto “Azzolini e Lu Jia” no dia 15 de Março (sexta-feira), pelas 20h horas, na Igreja de S. Domingos. A entrada é livre e os bilhetes distribuídos uma hora antes da actuação.

Sob a batuta do Director Musical Lu Jia, a Orquestra irá colaborar com o famoso fagotista Sergio Azzolini para apresentar dois concertos para fagote, de A. Vivaldi e C. Stamitz, tocando a OM na segunda parte a Sinfonia N.º 4 “Italiana” de Mendelssohn, a fim de imprimir o sabor europeu do período romântico. Nascido em Bolzano (Itália), em 1967, Sergio Azzolini é conhecido pelo seu extraordinário talento e desempenho de instrumentos clássicos, especialmente os utilizados na música barroca, sendo reconhecido como uma autoridade na interpretação dos trabalhos de Vivaldi na execução do fagote.

Além disso, a OM organiza uma masterclass no dia 13 de Março, na qual o fagotista Azzolini irá orientar os participantes sobre técnicas de fagote em actuações a solo ou com ensemble de sopros, sendo esta aberta a observadores.

1 Mar 2019

Cinema | Galaxy apresenta ciclo com filmes que marcaram os Óscares

Até ao dia 6 de Março, quarta-feira, as salas UA Galaxy Cinemas oferecem aos cinéfilos a possibilidade de assistirem a alguns dos filmes que marcaram a edição deste ano dos óscares

[dropcap]E[/dropcap] os óscares vão para… o Galaxy. O complexo UA Galaxy Cinemas está a passar um ciclo com filmes que foram distinguidos pela Academia dos Óscares na edição deste ano dos mais populares prémios da sétima arte. O ciclo já está em andamento e decorre até ao dia 6 de Março, com uma selecção de dez películas que marcaram as nomeações para as principais categorias dos prémios.

Entre os filmes escolhidos este ano vão ser exibidos: “Assim Nasce Uma Estrela”, “Green Book – Um Guia Para a Vida”, “The Incredibles 2: Os Super-Heróis”, “Ralph Breaks the Internet: Wreck It Ralph 2”, “Homem-Aranha: No Universo Aranha”, “A Favorita” e “Vice”.

O conjunto de filmes selecionados pretende ser acessível a todas as idades e gostos, obedecendo ao género de filme e às nomeações recebidas.

 

Por categorias

Os filmes estão a ser exibidos numa sala, portanto, cada dia será dedicado a uma das películas que foram distinguidas no Teatro Dolby. Hoje será exibido “Assim Nasce Uma Estrela”, protagonizado, escrito e realizado por Bradley Cooper e abrilhantado por Lady Gaga, arrebatou o galardão de melhor canção original.

O fim-de-semana tem uma programação dedicada à família, com a exibição de três películas de animação. Neste capítulo, destaque para “Homem-Aranha: No Universo Aranha”, dirigido por uma tripla de realizadores, Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman, que ganhou o óscar para melhor filme de animação.

Durante sábado e domingo, haverá ainda tempo para os outros nomeados vencidos “The Incredibles 2: Os Super-Heróis” e “Ralph Breaks the Internet: Wreck it Ralph 2”.

Na segunda-feira será a vez de “Vice”, película que venceu apenas na categoria de melhor maquilhagem, apesar das oito nomeações que averbou.

“A Favorita” vai estar em destaque na terça-feira, dia 5, nomeado para nove categorias, mas que também apenas conseguiu arrebatar uma estatueta para Olivia Colman, como melhor actriz.

Finalmente, e para fechar com chave de ouro, será exibido na quarta-feira um filme que já havia brilhado no Festival Internacional de Cinema de Macau: “Green Book – Um Guia Para a Vida”. A película de Peter Farrelly foi um dos grandes vencedores dos Óscares 2019, ao conquistar as estatuetas para melhor filme, melhor actor secundário para a interpretação de Mahershala Ali e melhor argumento.

1 Mar 2019

Armando Teixeira, músico | “O que gosto mesmo é de misturar o experimental com a canção”

Armando Teixeira, conhecido como mentor dos Balla, está de regresso a Macau para um concerto que marca a estreia ao vivo do projecto Modular Extravaganza, hoje, no LMA, pelas 21h30. Ao HM o artista falou do trabalho musical que fez para o filme que estreia em Agosto acerca da vida de António Variações e das surpresas que encontrou no território

[dropcap]E[/dropcap]steve cá há dois anos, e na altura disse que uma das suas curiosidades era perceber o que Macau tinha de particular para que vários músicos portugueses a abordassem nas suas canções. O que levou de Macau?

Levei a vontade de voltar. Fiquei com a sensação que não vi nada e que deveria ter estado mais tempo, deveria ter conhecido mais. É impossível conhecer Macau numa semana, num mês e se calhar nem numa vida. Depois de cá ter estado, passado um tempo, deu um documentário na RTP sobre Macau e foi giro rever as coisas que tinha visto aqui. Não do ponto de vista mais turístico, mas é fascinante ver como as pessoas andam na rua, ver os espaços que de dia não existem e à noite aparecem, como os restaurantes. A forma como as pessoas vivem é de facto o que mais curiosidade me desperta. Outra coisa que me surpreende, é ver como os portugueses vivem em Macau e a maneira como sinto que Macau está ainda tão ligado a Portugal. Sem ser no sentido colonialista, dá-nos um certo orgulho pensar que no outro lado do mundo Portugal tem presença. Quando somos um país pequeno na Europa, sentir a presença de Portugal nestas ruas é bom. Parece que é pouquinho, não é? Mas aquilo que mais me marcou foi encontrar aqui os vestígios de Portugal. Pode parecer redutor para aquilo que é a China ou que é Macau, mas para mim é isto.

O que vamos ver neste concerto de amanhã?

A ideia deste concerto surgiu depois da viagem marcada para Macau. Eu e o Duarte [Cabaça], que toca comigo nos Balla e nos Knock Knock, marcámos a viagem para vir passear e concretizar a tal vontade de voltar. Depois fomos convidados para dar este concerto e foi uma oportunidade de aproveitar a nossa vinda. Ainda por cima trata-se de um projecto muito diferente. É um projecto também com o Duarte, uma coisa instrumental, mais electrónica. Vamos fazer uma coisa como nunca fizemos antes.

É a estreia deste projecto?

Sim, costumamos tocar com sintetizadores e bateria e neste caso vai ser um sistema modular, uma caixa com sons. É uma coisa que nunca fizemos ao vivo.

O concerto faz parte do evento que assinala o 33º aniversário da RUC, uma rádio universitária, independente e que vai marcando a divulgação musical nas esferas mais alternativas. Como vê o papel da rádio em geral para divulgar a música que se vai fazendo?

Quando se fala de rádio, fico com a ideia de que a preocupação comercial para subsistir e fazer dinheiro é o que mais importa. Parece ser mais importante do que divulgar música. Já não existe essa coisa de conhecer a música pela rádio. A rádio agora não tem programas de autor, a rádio agora são playlists que se repetem ad eternum. Ainda há pequenas estações com programas de autor, mas que no fundo não têm repercussão para as pessoas. A rádio está com o seu papel um pouco apagado no que respeita à divulgação de música, por culpa própria. Está mais interessada em entretenimento e em dar o que as pessoas querem ouvir sem pensar.

Já mencionou noutras alturas o fascínio que tem pelo oriente e pela música que por aqui se faz. Que tipo de sonoridades deste lado do mundo o fascinam?

Quando estivemos cá há dois anos, uma das coisas que assisti e que me marcou foi uma ópera chinesa. Penso que não seria uma ópera muito elaborada e deu-me a ideia que era quase como as casas de fado em que as pessoas vão para ali e cantam. Não sei se é assim que se passa mas foi essa a sensação que me deu. A ópera chinesa soa de uma maneira tão estranha que quase me parece música improvisada e isto fascina-me bastante, até porque não conheço. Também não é coisa para ouvir em casa. Penso que é para se ir a um sítio e ouvir ao vivo. Pelo que pude assistir, havia uma espécie de ordem pela qual entram os instrumentos e um respeito muito grande por todos os instrumentos. A precursão impressionou-me.

É conhecida a sua colaboração com os Bizarra Locomotiva e os Da Waesel, além dos Balla e dos Knock Knock. São projectos muitos diferentes entre si.

Knock Knock é um projecto mais de experimentação, mais electrónico e sem limites. felizmente ainda se pode fazer isso. Não é para tocar em grandes palcos  mas é uma coisa que me dá muito gosto por causa da experimentação. Mas muita dessa experimentação normalmente levo para os Balla que tem mais canções mas também têm esse lado experimental que quero manter. Acabo por alimentar os Balla com estes projectos paralelos que vou tendo. O que gosto mesmo é de misturar o experimental com a canção, isso é o que me dá mais gozo. O resultado já não é de certeza pop, da maneira como o pop é visto actualmente. Há uns anos, nos anos 80 quando era miúdo e ouvia música, os Orchestral Manoeuvres in the Dark ou os Depeche Mode achavam-se, eles próprios, experimentais. Eram bandas electro-pop, experimentais e faziam canções. Agora quem faz canções é pop, é a Lady Gaga. É completamente diferente, não há a pop que existia há uns anos.

 

Como vê o panorama actual da música portuguesa?

Isso está óptimo. Sempre a crescer, com coisas novas todos os dias. Mas não é fácil para os mais novos. Eu já tenho uma carreira, e as coisas vão andando naturalmente. Mas os miúdos mais novos não sei como conseguem subsistir com a música porque os discos não vendem e as pessoas também estão cada vez mais habituadas  a não pagar ou a pagar pouco por concertos. Chega a uma altura em que a arte tem que ser financiada. Se as pessoas sacam indiscriminadamente discos na internet não se paga nada ao artista. O nosso mercado é muito pequeno e não se consegue viver de concertos. Por outro lado, os grandes sucessos comerciais acabam por estar no you tube e estar associados a subgéneros como o kizomba, por exemplo. Era uma coisa que nós pensaríamos que seria considerada marginal e que nem passa nas rádios, o que é engraçado, mas depois acaba por ser aquilo que tem mais visibilidade.

 

Também faz música para filmes. Como é esse processo? 

Bem, prefiro falar do último trabalho que fiz e que tem que ver com um filme especial. Já fiz música para filmes dentro do conceito normal, mas neste caso não foi nada disso. É música para o filme sobre a vida do António Variações. A história passa-se antes do António Variações ter sucesso em que já tinha bandas de garagem e nós, eu com os Balla, estivemos a refazer essas canções, a recriar uma banda. Há documentos e gravações dessas músicas que são muito diferentes dos originais e daquilo que conhecemos agora como sendo original. Nós pegámos nesse som e fizemos a música do António Variações como nunca foi ouvida por ninguém. Até há um inédito de um ensaio. Também há músicas como o tema “Perdi a memória”, “A canção do engate” e “Toma o comprimido” que são tudo temas que já estavam feitos antes. Este trabalho foi uma espécie de arqueologia. Fomos pegar nessas gravações e inventar uma banda que tivesse a sonoridade que eles tinham na altura. O nosso trabalho é completamente fiel aos originais. Tudo o que temos é documentado. Há mesmo exemplos em que as músicas não estavam acabadas, em que faltavam partes e nós fomos buscar as novas versões e adaptámos o som ou fizemos coisas que achámos que tinham que ver com aquele som. Quando me convidaram para fazer este trabalho pensei que era para fazer uma visão minha daquela música, mas não era nada disso. Foi até mais interessante do que isso. Foi recriar uma sonoridade que nunca existiu mas que foi esboçada por ele. Os músicos tocavam mal e nós tínhamos que tocar aquilo bem. Foi muito bom e já está feito. Por outro lado são temas que antecederam o famoso concerto no Trumps que deu origem à entrega de cassetes ao Júlio Isidro e que depois resultaram no sucesso do António Variações. Vamos, depois da estreia do filme, em Agosto, começar com concertos que pretendem recriar esse momento no Trumps. Vamos recriar o espectáculo com o cantor que faz de António Variações no filme e que canta bem, vamos ter figurinos e tudo.

 

Alguma novidade em termos de projectos?

Estamos a terminar o novo disco dos Balla. Felizmente aquilo que faço com os Balla e com os Knock Knock preenche-me completamente. Dizia há uns anos , quando estava nos Bizarra Locomotiva ou nos Da Waesel que queria uma banda para envelhecer e que me permitisse ir mudando. Os Balla são essa banda. É uma banda com a qual posso ir envelhecendo no sentido de me ir adaptando conforme o meu estado de espírito  e a maneira como vejo a música. Não queria estar associado a  um estilo especifico que me obrigasse a estar a vida toda a fazer aquilo. Os Bizarra Locomotiva estão a fazer a mesma coisa há quase 30 anos. Não é uma coisa que queira para mim.

 

 

 

 

1 Mar 2019

Kraftwerk regressam a Hong Kong, em Abril, para concerto 3-D

[dropcap style≠‘circle’]T[/dropcap]alvez se contem pelos dedos de uma mão bandas que abriram tantas portas para o futuro da música como os Kraftwerk. Goste-se deles ou não. Quase a celebrar meio século de carreira, a banda que nasceu em Dusseldorf, na Alemanha, volta a Hong Kong para apresentar o seu renovado espectáculo 3-D. O concerto está marcado para as 20h do dia 29 de Abril, no espaço KITEC em Kowloon Bay. Os fãs da banda podem esperar uma fusão de música com um exuberante show visual, que passou por alguns dos espaços artísticos mais prestigiados do mundo, como o MoMA em Nova Iorque, o Walt Disney Concert Hall em Los Angeles, a Fundação Louis Vuitton em Paris e o Tate Modern em Londres.

Desde a sua fundação, os Kraftwerk exerceram uma profunda influência em inúmeros e díspares géneros musicais, como o post-punk, o hip hop, techno, obviamente o synthpop e tudo o que é música electrónica.

Ao longo do tempo, e sem surpresas, a banda tem sofrido baixas na formação, com a saída de muitos membros. No entanto, Ralf Hütter, um dos fundadores, mantém-se no activo nos sintentizadores, apesar de já ter 72 anos.

Ao longo da carreira, a banda alemã recebeu várias distinções, onde se destacam o Grammy Lifetime Achievement Award, atribuído em 2014.

 

Homens e máquinas

Com uma dezena de discos em quase 50 anos, a banda alemã é responsável por alguns marcos musicais incontornáveis da segunda metade do século XX. “The Man-Machine” é um desses registos. O sétimo disco de estúdio dos Kraftwerk, editado em Maio de 1978 pela Capitol Records, atingiu um sucesso comercial até à altura não alcançado pela banda. O facto da sonoridade do disco apostar menos em arranjos minimalistas e incluir ritmos mais dançáveis pode ter contribuído para a visibilidade que obteve. O disco tem duas das músicas mais conhecidas da discografia da banda alemã: “The Model” e “The Robots”.

Mas para chegarem a “The Man-Machine” primeiro tiveram de viajar pela “Autobahn”, o registo em que os Kraftwerk cimentaram a sonoridade electrónica construída em loops que se repetem, crescem e se multiplicam como vias sonoras.

O disco, inspirado no sistema de autoestradas alemãs, tenta replicar musicalmente a experiência de guiar numa autoestrada, com paisagens a passar num flash pelas janelas, a velocidade e a serenidade concentrada essencial a uma viagem segura, assim como a quebra da monotonia quando se liga o rádio.

“Autobahn” quebra um pouco com a tendência minimalista, aproximando a sonoridade da banda do electro-pop.

Estes dois registos, além do último disco lançado pela banda, “Tour de France”, devem marcar o alinhamento do concerto em Hong Kong. Os bilhetes já estão à venda e custam entre 680 e 880 dólares de Hong Kong.

28 Fev 2019

MUST organiza festival de cinema dedicado a realizadores estreantes franceses

Entre os dias 18 e 21 de Março, a MUST organiza e recebe o European First Film Festival. O evento resulta de uma mostra itinerante de películas que concorreram ao Festival “Premiers Plans” de Angers, na França, e é uma montra de realizadores franceses que se estreiam em longas-metragens

 

 

“O festival pretende celebrar novos realizadores”, revela Sa Ng, director dos assuntos culturais da Alliance Française de Macau, um dos parceiros do European First Film Festival. Entre os dias 18 e 21 de Março, a MUST organiza e recebe o evento, que leva ao ecrã obras de realizadores que se aventuram pela primeira vez no formato de longa-metragem. A mostra em Macau resulta do Festival “Premiers Plans”, que decorreu em Angers, França, entre os dias 25 de Janeiro e 3 de Fevereiro. No final da competição e da entrega de prémios às melhores primeiras películas francesas, o evento parte em digressão pelo mundo, com particular ênfase na Ásia.

“Este ano, vamos ter dois realizadores na tour asiática, acompanhados pelo director do festival, Xavier Masse. Antes de chegarem a Macau passaram pelo Vietname, Camboja e Sri Lanka”, conta Sa Ng.

A edição local traz dois realizadores premiados em Angers para exibir as suas obras na MUST. Além disso, estão programadas sessões de perguntas e respostas, palestras e uma master-class sobre fotografia. Além disso, será realizada uma curta-metragem, com a colaboração dos alunos da MUST, para ser exibida em França.

 

Vacas e cozinha

A cerimónia de abertura tem como momento alto a exibição de “Petit Paysan”, um drama de 2017, realizado por Hubert Charuel, que foi apresentado em Festival de Cannes durante a Semana da Crítica Internacional. A sessão está marcada para as 19h no dia 18 de Março no Hall D do edifício da MUST.

A narrativa tem como protagonista Pierre, um agricultor de 35 anos que passa a gerir a quinta dos pais, dedicando-se 24 horas por dia a tratar de vacas. A devoção que dedica aos animais é posta à prova quando a manada é afectada por uma epidemia, algo que deixa Pierre terrivelmente ansioso. Mesmo com as garantias da irmã, Pascale, que é veterinária, Pierre não sossega. Os receios do jovem agricultor revelam-se certeiros, quando uma vaca adoece o que implica a morte de toda a manada por razões de segurança alimentar por possível contágio. A partir desse momento, a vida de Pierre é dominada pela necessidade de salvar todos os animais.

O outro dia aberto ao público, 23 de Março, tem como prato principal a exibição do filme “La cuisine des justes”, realizado por Emmanuel Morice e Nicola Thomä. No final do filme, os dois realizadores, na companhia do também cineasta Hubert Charuel, dirigem uma palestra com o tema “Como fazer o teu primeiro filme”.

 

Macau em francês

Apesar de ser organizado pela MUST, a Alliance Française, parceira do festival, tem experiência em promover e planear eventos que celebram a cultura francesa em Macau. O director dos assuntos culturais, Sa Ng, destaca o fenómeno surpreendente de proximidade. “Acho fascinante que a comunidade local, em particular a asiática, assuma um estereótipo muito positivo sobre o cinema francês, que tem uma abordagem, normalmente, muito “indie” e “artística”. Nesse aspecto, Ng salienta a boa adesão das sessões organizadas na Cinemateca Paixão, ainda para mais face ao facto de que “o cinema francês não é muito mainstream”.

Ainda assim, Sa Ng entende que não existem por cá muitos eventos que proporcionem hipóteses de experimentar a sétima arte francesa. “A interacção entre o público de Macau e o cinema francês está mesmo no início”, comenta.

27 Fev 2019

Galaxy | Exposição sobre Grace Kelly a partir de 15 de Maio

[dropcap]O[/dropcap]Galaxy vai acolher, a partir de 15 de Maio, a exposição “Grace Kelly, de Hollywood para o Mónaco”, numa galeria especialmente concebida para o efeito. O anúncio foi feito ontem em comunicado pelo grupo, liderado pelo magnata Lui Che Woo, após a assinatura, na sexta-feira, de um memorando de entendimento com o Grimaldi Forum Monaco.

A exibição em Macau da mostra, que detalha a vida de Grace Kelly desde actriz de Hollywood até princesa do Mónaco, surge como fruto da primeira colaboração na área da arte e cultura por parte do Galaxy. “Grace Kelly, de Hollywood para o Mónaco”, foi possível graças aos empréstimos de colecções do Palácio do Príncipe do Mónaco e estará patente ao público até 28 de Agosto.

A exposição combina duas produções anteriores: “Os anos de Grace Kelly”, criada em 2007, cuja digressão mundial elevou o perfil do Mónaco por mais de uma década, e “Príncipes e Princesas do Mónaco – Uma Dinastia Europeia”, apresentada na Cidade Proibida, em Pequim, entre Setembro e Novembro. O seu curador, Thomas Fouilleron, director dos Arquivos e da Biblioteca do Palácio do Príncipe do Mónaco, estará à frente do novo desafio, enquanto o Grimaldi Forum Monaco será responsável pelo design dos cenários e pela logística.

26 Fev 2019

Óscares | “Green Book” arrecada estatueta para melhor filme

“Green Book” de Peter Farrelly e “Roma” de Alfonso Cuarón foram os grandes vencedores da 91ª edição dos Óscares tendo cada um arrecadado três estatuetas. A interpretação da “rainha” no filme a “A Favorita” valeu a Olivia Colman o prémio para melhor actriz indo contra as expectativas que se centravam no desempenho de Glenn Close em “A mulher”. O melhor actor foi Rami Malek na interpretação de Freddie Mercury

[dropcap]A[/dropcap]maior surpresa da noite de Óscares foi a vitória de “Green Book” como melhor filme do ano, incluindo para o realizador Peter Farrelly, que “honestamente não esperava ganhar”, disse nas entrevistas de bastidores da cerimónia, em Hollywood.

“De certa forma bloqueei, como quando vejo uma partida de futebol e saio da sala se quero que a minha equipa marque”, comparou o cineasta. “Pensei em tudo menos vencer isto, e funcionou”.

As controvérsias em redor do filme, que se baseou na história verdadeira do pianista de jazz Donald Shirley, foram “desanimadoras” para os criadores, disse o produtor Jim Burke, mas não impediram a Academia de lhe atribuir três estatuetas em cinco nomeações, incluindo melhor filme, melhor argumento original e melhor actor secundário (Mahershala Ali).

A reacção nos bastidores foi de estranheza, mesmo não havendo um claro favorito nesta edição, e depois de “Roma” já ter vencido na categoria de melhor filme estrangeiro.

Apesar de Viggo Mortensen não ter ganhado a estatueta de melhor actor pelo seu papel como Tony Lip, em “Green Book”, Peter Farrelly atribuiu-lhe todo o mérito pelo Óscar de melhor filme, nos agradecimentos.

O cineasta disse nunca ter pensado na personagem interpretada por Mortensen como algo que hoje seria apoiante do Presidente Donald Trump com um boné a dizer “MAGA” (Make America Great Again” na cabeça.

“A mensagem é, falem uns com os outros e vão descobrir que têm muito em comum”, explicou Farrelly, dizendo que se trata de uma “mensagem de esperança”, e que “a única forma de resolver problemas é a falar”.

Recorde-se que “Black Panther”, “BlacKkKlansman – O infiltrado”, “Bohemian Rhapsody”, “A Favorita”, “Green Book – Um guia para a vida”, “Roma”, “Assim nasce uma estrela” e “Vice” eram os candidatos ao Óscar de melhor filme.

Outro grande vencedor da noite das estatuetas douradas foi o filme “Roma” de Alfonso Cuarón. O cineasta mexicano arrecadou o Óscar de melhor realizador e “Roma” foi também o vencedor do Óscar de melhor filme estrangeiro. A película, o primeiro filme produzido pela Netflix nomeado para os principais Óscares, já tinha ganho o Leão de Ouro do festival de Veneza, em Setembro do ano passado.

A vencedora favorita

Numa das vitórias mais inesperadas da noite, Olivia Colman ficou “sem saber o que fazer” quando recebeu o Óscar para melhor actriz pelo papel em “A Favorita”, disse à Lusa a actriz inglesa nas entrevistas dos bastidores da cerimónia.

“Não faço ideia, não consigo dizer o que estou a sentir”, afirmou a actriz, que não esperava vencer numa categoria onde também estava nomeada Glenn Close e sugerindo que, “no próximo ano, talvez consiga fazê-lo”.

Olivia Colman admitiu que ficou atrapalhada durante o discurso de aceitação do Óscar e que não percebe “como é que alguém mantém a compostura” e se lembra do que dizer, “porque é uma situação muito estranha”.

A actriz, que também protagonizou a série policial “Broadchurch”, atribuiu a vitória à qualidade do argumento.

“Sem os escritores, sem palavras, estamos apenas a tropeçar por ali”, disse à Lusa, considerando que se o argumento é bom, tem tudo o que é preciso para ter sucesso.

“A Favorita” era, a par de “Roma”, o filme mais nomeado da 91.ª edição dos prémios da Academia, com dez indicações, tendo vencido apenas nesta categoria.

O campeão

O desempenho de Rami Malek como Freddie Mercury, dos Queen, em “Bohemian Rhapsody”, foi distinguido com o Óscar de melhor actor, numa categoria onde estavam ainda nomeados Christian Bale, por “Vice”, Bradley Cooper, por “Assim nasce uma estrela”, Willem Dafoe, por “À porta da eternidade” e Viggo Mortensen, por “Green Book – Um guia para a vida”.

O prémio para melhor actriz secundária foi para Regina King, no filme “Se esta rua falasse”. “Free Solo” arrecadou o galardão de melhor documentário, “Homem-Aranha: No Universo Aranha” foi melhor filme de animação, e “Bao”, melhor curta-metragem de animação. “Black Panther” venceu na categoria de melhor cenografia e melhor guarda-roupa e “Bohemian Rhapsody” foi também premiado pela montagem, montagem de som e mistura de som. “Vice” foi o vencedor da melhor caracterização, e “O primeiro homem na Lua”, pelos melhores efeitos visuais.

Outro grande vencedor da noite das estatuetas douradas foi o filme “Roma” de Alfonso Cuarón. O cineasta mexicano arrecadou o Óscar de melhor realizador e “Roma” foi também o vencedor do Óscar de melhor filme estrangeiro

Representação lusa

O documentário “Free Solo”, de Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi, produzido pela National Geographic, conta com dois portugueses, Joana Niza Braga e Nuno Bento, na equipa de som. “Free Solo”, que se estreia a 17 de Março no National Geographic, acompanha o alpinista norte-americano Alex Honnold numa escalada de 900 metros, sem cordas ou protecções, na parede de granito El Capitan, no Parque de Yosemite (Estados Unidos). O português Nuno Bento já foi distinguido nos prémios norte-americanos Golden Reel, pelo trabalho de edição de som neste documentário e Joana Niza Braga, “foley mixer” no filme, foi distinguida no fim-de-semana passado noutros prémios específicos para montagem de som: os norte-americanos Cinema Audio Society Awards.

 

26 Fev 2019

Cinema | Filme de Jorge Jácome seleccionado para festival nos EUA

Jorge Jácome, realizador que cresceu em Macau, vai estar representado num festival nos Estados Unidos, com curta-metragem

[dropcap]O[/dropcap] filme “Past Perfect”, do realizador português Jorge Jácome, foi seleccionado para o festival New Directors/New Films, que começa em 27 de Março em Nova Iorque.

O festival, que cumprirá a 48ª. edição, é organizado pelo Museu de Arte Moderna (MoMA) e pelo cineclube do Lincoln Center e “celebra realizadores que representam a actualidade e que antecipam o futuro do cinema, artistas arrojados cujo trabalho ousa entrar por caminhos inesperados”, diz a nota de imprensa, divulgada na sexta-feira.

Este ano, o programa exibirá 24 longas-metragens e 11 curtas, entre as quais “Past Perfect”, que o realizador Jorge Jácome estreou este mês, em competição, no festival de cinema de Berlim.

“Past Perfect” deriva da peça de teatro “Antes”, de Pedro Penim, na qual Jorge Jácome tinha trabalhado a componente visual. O realizador reescreveu o texto original, adaptando-o às suas interrogações pessoais e ao contexto cinematográfico. Apesar de ter feito vários trabalhos durante o tempo em que estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema, Jorge Jácome considera-se realizador a partir de “Plutão”, curta-metragem de 2013. Depois dessa fez as curtas “A guest + a host = a Ghost” (2015), “Fieste Forever” (2017) e “Flores” (2017).

Jorge Jácome apresenta, então, “Past Perfect” como “um balanço e um ponto de situação” sobre o que faz e para onde quer seguir no cinema, tendo como base essa percepção da origem da melancolia, segundo descreveu o próprio em entrevista recente à agência Lusa.

“A melancolia, para mim, é uma coisa muito mais individual e pessoal, por isso é tão difícil de explicar. E este ‘Past Perpect’ está constantemente a dizer que é difícil de explicar, de traduzir, de passar para imagens e para texto o que é este sentimento”, contou.

Entre cá e lá

Nascido em Viana do Castelo em 1988, cresceu em Macau, até à transferência para a China em 1999. De regresso a Portugal, estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema, sem ter ideias certas de que queria seguir cinema. “O que foi entusiasmante foi que na escola aprendi pela primeira vez a ver cinema e a ver filmes aos quais não tinha acesso. Aprendi mesmo tudo do zero. Não era cinéfilo antes de entrar para a escola”, recordou. Depois rumou a França, para uma pós-graduação na Le Fesnoy, na qual aprendeu a desconstruir os ensinamentos anteriores.

O festival New Directors/New Films, que abrirá com “Clemency”, de Chinonye Chukwu, vai decorrer até 7 de Abril.

25 Fev 2019

Morreu pianista Sequeira Costa aos 89 anos

[dropcap]O[/dropcap]pianista português José Carlos Sequeira Costa morreu nos Estados Unidos, onde residia, aos 89 anos, vítima de cancro, confirmou esta sexta-feira à Lusa fonte próxima da família.

O pianista actuou duas vezes em Macau, a última delas no Centro Cultural de Macau, num concerto promovido pela Casa de Portugal em Macau no âmbito das celebrações do 10 de Junho, em 2013.

Distinguido em 2004 com a Grã-Cruz da Ordem Infante D. Henrique pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, Sequeira Costa foi um dos nomes mais significativos do piano português no século XX, tendo fundado o Concurso Internacional Vianna da Motta, de quem foi aluno.

Em 1951, Sequeira Costa venceu o Grande Prémio de Paris no Concurso Internacional Marguerite Long, tendo desde então sido um dos nomes de maior projecção nos palcos internacionais. A convite de Dimitri Chostakovitch fez parte do primeiro júri do Concurso Internacional Tchaikovsky, em Moscovo, no ano de 1958. Desde 1976 era professor de piano na Universidade do Kansas, nos Estados Unidos.

Em 2004, disse à jornalista Ana Sousa Dias, em entrevista na RTP, que, por ter “abraçado inteiramente o espírito de Beethoven” ao dedicar-se à interpretação da integral das sonatas do compositor alemão, se sentia “para além da vida humana já”.

Sequeira Costa classificava Bach como o “sol de todos os compositores” e destacava Liszt como estando entre os seus criadores preferidos, por ter sido seu “avô espiritual”, ao ter ensinado Vianna da Motta.

“A chamada inspiração não existe. A inspiração é o resultado de um trabalho afincado, premeditado. Talento há, felizmente que é raro. Porque hoje em dia há milhares de pianistas, então os asiáticos estudam 25 horas por dia e não serve para nada, porque não têm o talento necessário como têm os europeus, mas isso é normalíssimo porque a nossa cultura de Beethoven, Bach, Chopin, era no centro da Europa”, disse à RTP, na altura.

22 Fev 2019

Forbes distingue 61 hotéis, spas e restaurantes de Macau

[dropcap]M[/dropcap]ais de 60 unidades hoteleiras, spas e restaurantes de Macau foram premiados pelo Guia de Viagens da Forbes 2019, que atribuiu a pontuação máxima de 5 estrelas a 35 destes espaços nos ‘resorts integrados’.

No total, a Forbes premiou 61 estabelecimentos no território, que no ano passado recebeu mais de 35 milhões de visitantes.

Em resposta à Lusa, o gabinete do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, destacou que a distinção “eleva o estatuto de Macau como centro mundial de turismo e lazer”. “É com satisfação que o Governo vê este reconhecimento, que é bem revelador da qualidade do investimento privado, do permanente esforço e procura da excelência que é colocada nos serviços prestados”, acrescentou.

Dos 22 hotéis galardoados, 12 receberam 5 estrelas, enquanto os restaurantes de Macau foram contemplados com 17 estabelecimentos de 5 estrelas, entre os 24 premiados.

As autoridades de Macau destacaram que este reconhecimento veio “na sequência da inclusão de Macau na rede de Cidades Criativas da UNESCO, no âmbito da gastronomia” que “contribui indiscutivelmente para aumentar a atractividade e a diversidade turística da cidade, sendo que o desígnio que nos foi confiado de nos afirmarmos como centro Mundial de Turismo e Lazer saiu assim reforçado”. Já na categoria de ‘spa’, a Fobres premiou 15 estabelecimentos.

Em comunicado, a Forbes destacou que “seis novos restaurantes [de Macau] conquistaram o cobiçado prémio de 5 estrelas pela primeira vez”.

O grupo hoteleiro e de jogo Wynn Resorts, que em Macau foi galardoado com 15 prémios, já reagiu afirmando estar “profundamente honrado pelo reconhecimento do Guia de Viagens da Forbes”.

O grupo liderado por Lawrence Ho, filho do magnata do jogo de Macau Stanley Ho, Melco Resorts, também com 15 prémios em Macau, destacou o facto do seu hotel Nüwa, no Resort integrado ‘City of Dreams’ ter recebido 5 estrelas em todas as categorias de prémios.

Em Dezembro do ano passado, 19 restaurantes de Macau foram galardoados com estrelas atribuídas pela edição de 2019 do Guia Michelin Hong Kong Macau, que apresentou a 11.ª edição no território.

Os restaurantes Robuchon au Dôme e The Eight, ambos no hotel-casino Grand Lisboa, mantêm as três estrelas Michelin, enquanto o restaurante Jade Dragon, que tinha duas estrelas em 2017, passa agora a apresentar três.

O novo restaurante Alain Ducasse at Morpheus, do ‘chef’ de renome internacional, com mais de 20 restaurantes espalhados pelo mundo arrecadou, na estreia em Macau, duas estrelas Michelin. Os restaurantes Feng Wei Ju, Golden Flower, Mizumi e The Tasting Room, continuam com duas estrelas.

Como em 2017, Macau tem ainda 11 restaurantes com uma estrela Michelin: King, Lei Heen, 8 1/2 Otto e Mezzo-Bombana, Pearl Dragon, Shinji by Kanesaka, The Golden Peacock, The Kitchen, Tim’s Kitchen, Wing Lei, Ying e Zi Yat Heen.

“A gastronomia destas regiões é das mais ricas do mundo”, com uma diversidade que vai desde os traços “britânicos, portugueses, indianos, italianos” e cantoneses, disse o director internacional dos Guias Michelin, Gwendal Poullennec, durante a conferência de apresentação do Guia Michelin Hong Kong Macau 2019.

22 Fev 2019

Hong Kong | Mary Corse apresenta primeira exposição individual na Ásia

[dropcap]A[/dropcap]Pace Gallery, localizada na zona de Central, em Hong Kong, recebe entre os dias 26 de Março e 11 de Maio a primeira exposição individual no continente asiático da artista norte-americana Mary Corse.

Os trabalhos da artista focam-se sobretudo nas temáticas da percepção, propriedades da luz e abstraccionismo, todas elas abordadas na pintura “de uma forma inovadora, em que a luz serve tanto de tema como de objecto artístico”, aponta um comunicado.

Mary Corse traz para Hong Kong oito obras que nunca foram expostas anteriormente, onde cores como o branco, preto e vermelho acrílico são as protagonistas.

A artista começou a carreira em 1968, permanecendo activa nos últimos 50 anos. Começou a pintar depois de perceber como as linhas brancas na Pacific Coast Highway, estrada na Califórnia que liga São Francisco a San Diego, ficavam alteradas com as luzes dos faróis. “Traduzindo esta descoberta para a sua prática artística, Mary Corse combinou pequenos pedaços de vidro com pinturas acrílicas, tendo aproveitado a refracção da luz. Desta forma, [a artista] conseguiu criar uma luz que aparece consoante a posição da pessoa que vê a obra e o movimento à volta da pintura.”

Nascida em Berkeley, Califórnia, em 1945, Mary Corse formou-se em artes no actual California Institute of Arts em 1968. Para este ano, no Verão, está também prevista a abertura de uma nova exposição no Los Angeles County Museum of Art.

22 Fev 2019