Cinemas chineses arrecadam mais de 6,7 mil milhões de yuan em receitas

Os cinemas chineses arrecadaram mais de 6,7 mil milhões de yuan durante o período de férias de sete dias do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas.

Este valor representa um aumento de 11,89%, face ao período equivalente no ano passado. Mais de 129 milhões de pessoas foram ao cinema, durante as férias, que calharam entre 21 e 27 de janeiro, este ano.

Foi o primeiro Ano Novo Lunar celebrado na China desde que o país desmantelou a política de ‘zero casos’ de covid-19, que vigorou nos últimos três anos. Durante todo o mês de janeiro, o crescimento homólogo fixou-se em 209,88%. No primeiro mês do ano, a bilheteira ascendeu a 7.915 milhões de yuan.

No primeiro dia do Ano Novo Lunar, que se celebrou a 22 de janeiro, abriram 11.544 cinemas em todo o país, atingindo cerca de 98% da capacidade, face ao período equivalente no ano passado, segundo dados citados pelo portal de notícias económicas Yicai.

Mais de 99% da bilheteira foi registada por filmes chineses, seis dos quais foram lançados esta semana, como a aguardada sequela de “A Terra Errante”, que registou receitas de 2.164 milhões de yuan, ou o mais recente filme do aclamado realizador chinês Zhang Yimou, “Full River Red”, que totalizou 2.606 milhões de yuan.

O domínio dos títulos nacionais coincide com a falta de concorrência com as produções norte-americanas, muitas banidas, nos últimos anos, até que “Avatar: O Caminho da Água” rompeu com esta prática, em dezembro passado. Pequim limita o número de filmes estrangeiros exibidos nos cinemas chineses através de um sistema de quotas que permite apenas 34 produções por ano.

31 Jan 2023

Congresso Nacional Indiano encerrou em Caxemira marcha de 3.500 quilómetros

O partido da oposição Congresso Nacional Indiano (CNI) terminou ontem uma marcha de 3.500 quilómetros para exigir unidade no país, concluindo na região de Caxemira um percurso que durava há cinco meses.

Entre medidas de segurança inéditas e uma forte nevasca que caiu sobre Srinagar, o dirigente do CNI Rahul Gandhi encerrou a marcha – que realizou com outros políticos e simpatizantes – num comício em que compareceu com o tradicional ‘Pheran’, traje tradicional desta região de maioria muçulmana no norte do país.

Rahul Gandhi é neto da ex-primeira-ministra indiana Indira Gandhi e filho do ex-primeiro-ministro Rajiv Gandhi com a antiga presidente do Congresso Nacional Indiano Sonia Gandhi.

“A marcha não foi organizada por mim ou pelo Congresso, mas sim contra a ideologia que está a destruir os alicerces do país”, alertou Gandhi no seu discurso.

Rahul Gandhi estabeleceu alianças com as demais formações da oposição para derrotar o partido governante Bharatiya Janata (BJP), liderado pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, a quem Rahul Gandhi acusa de prejudicar os valores democráticos da Índia.

“Esta marcha terá um impacto real na política indiana”, disse Rahul Gandhi, acompanhado pelos líderes dos dois principais partidos regionais da Caxemira, a Conferência Nacional (NC) e o Partido Democrático do Povo (PDP).

O início da marcha aconteceu em 07 de setembro, em Sriperumbudur, a cidade mais ao sul do país onde Rajiv Gandhi foi assassinado durante um comício em 1971.

Rahul Gandhi percorreu a Índia a pé de sul a norte, numa tentativa de aproximar-se dos protestos do líder antiguerra “Mahatma” Gandhi antes da independência da Índia.

A marcha atraiu grandes multidões por onde passou e terá elevado a popularidade de Rahul Gandhi, de acordo com a opinião do académico Haamid Mehmood, em declarações à agência de notícias EFE.

No entanto, outros analistas duvidam do real impacto da caminhada, suspeitando que se trate de um estratagema eleitoral antes do sufrágio geral do próximo ano, já que começou quando o partido perdia força, após a saída de alguns dos seus membros mais destacados.

Essa é a visão predominante na Caxemira, onde muitos veem com receio esta reaproximação de Rahul Gandhi à região, que perdeu o seu estatuto de autonomia em 2019 por uma medida imposta pelo governo central do BJP, mas que também sofreu por décadas com o governo do CNI.

Devido a vários fracassos eleitorais, somado à renúncia de alguns membros importantes, como o veterano político Ghulam Nabi Azad, integrante do CNI durante mais de cinco décadas, levou o INC a encerrar mais de duas décadas de liderança da dinastia Nehru-Gandhi no partido, nomeando para o cargo Mallikarjun Kharge em outubro de 2022.

No entanto, o regresso de vários antigos membros à formação desde o início da marcha parece ter “dado um impulso ao partido”, disse à EFE o responsável do INC na Caxemira, G.A. Mir.

31 Jan 2023

Xinjiang | Investimento de mais de 12 mil milhões de dólares em estradas

A Região Autónoma Uigur de Xinjiang, noroeste da China, planeia investir 83,2 mil milhões de yuans na construção de estradas em 2023, indica o Diário do Povo. O investimento será alocado para 66 projectos de construção de estradas, dos quais 22 serão concluídos este ano, disse Li Xuedong, vice-director do departamento.

Nos últimos anos, Xinjiang tem assistido a um desenvolvimento robusto dos transportes. “Apenas em 2022, Xinjiang gastou mais de 74,8 mil milhões de yuans na construção de estradas, um recorde desde 2018”, disse Li.

A extensão total das vias rápidas em Xinjiang atingiu 11 mil km. Todos os lugares de nível da sub-região e quase 90 por cento dos lugares do nível distrital estão acessíveis por este tipo de estradas.

Em Junho do ano passado, ficou operacional uma nova estrada que atravessa o deserto de Taklimakan.
Localizada na sub-região autónoma mongol de Bayingolin, no sul de Xinjiang, a estrada que liga o distrito de Yuli e o distrito de Qiemo é a terceira através do deserto de Taklimakan, o segundo maior deserto de areia movediça do mundo.

31 Jan 2023

Ano Novo Lunar | Pequim assegura que não houve nova vaga de covid-19

O período de festividades na entrada no Ano do Coelho decorreu de acordo com as previsões, não tendo sido registado o aparecimento de novas variantes do coronavírus, nem o aumento significativo de casos

 

O Centro de Controlo de Doenças da China (CDC) disse ontem que a vaga de casos de covid-19 no país “não registou uma subida significativa” durante as férias do Ano Novo Lunar, terminadas no sábado.

“A actual vaga na China está a chegar ao fim”, afirmou o CDC, na última edição da revista semanal. A agência explicou que “não foram encontradas novas variantes” do coronavírus e o pico da actual vaga “foi atingido no final de Dezembro passado”. Até ao final de Janeiro, “o número de novos casos diários caiu” e a “pressão hospitalar reduziu-se”, indicou a mesma fonte.

O número diário de óbitos nos hospitais causados pela doença atingiu o pico a 4 de Janeiro, quando 4.273 pessoas morreram, de acordo com o CDC.

Face ao descontentamento popular e à queda dos dados económicos, as autoridades chinesas optaram por um desmantelamento acelerado da estratégia ‘zero covid’, que vigorou no país ao longo de quase três anos e incluía o isolamento de todos os casos positivos e contactos próximos, bloqueio de cidades inteiras durante semanas ou meses, a realização constante de testes em massa e o encerramento das fronteiras.

Pior já passou

A súbita retirada das restrições, no início de Dezembro, sem estratégias de mitigação, resultou numa vaga de infecções que inundou o sistema hospitalar e os crematórios do país.

O CDC apontou que o pico de pacientes em estado grave foi registado no dia 5 de Janeiro, quando atingiu os 128 mil.
O número de visitas hospitalares por motivos de febre “caiu mais de 90 por cento”, a partir do final de Dezembro, acrescentou.

Os especialistas chineses alertaram para uma possível propagação do vírus durante as férias do Ano Novo Lunar, entre 21 e 27 deste mês. Durante este período, centenas de milhões de chineses regressaram às respectivas terras natais.

As autoridades de saúde pediram às zonas rurais que se preparassem para a propagação do vírus localmente, onde os recursos dos cuidados de saúde são escassos.

A empresa britânica de análise de dados de saúde Airfinity estimou que o número de mortes diárias durante aquele período terá chegado a cerca de 36 mil por dia. De acordo com os dados oficiais, 6.364 pessoas morreram em hospitais devido à doença, entre 20 e 26 de Janeiro.

31 Jan 2023

Covid-19 | Registadas 6.364 mortes numa semana

A China anunciou ontem que registou 6.364 mortes por covid-19 entre 20 e 26 de Janeiro. As autoridades afirmaram que 289 mortes foram causadas diretamente pela covid-19 e que nos restantes 6.075 óbitos outras condições subjacentes também desempenharam um papel.

O número de mortes durante o período de sete dias representa uma queda de quase 50 por cento em relação aos sete dias anteriores, quando foram registados 12.658 óbitos.

A última actualização das autoridades reporta a quase 216.000 hospitalizados par covid-19 a nível nacional a 26 de Janeiro, dos quais cerca de 1.894 se encontravam em estado grave.

Durante a semana de feriados foram registadas 308 milhões de viagens, mais 23,1 por cento do que no mesmo período em 2022, quando os limites de mobilidade estavam em vigor durante a política “zero covid”.

Após quase três anos de duras restrições, confinamentos e encerramentos fronteiriços quase totais que acabaram por se materializar em protestos em várias partes do país, a China começou a desmantelar a política de “zero covid” no início de Dezembro.

30 Jan 2023

China | Condenados ataques terroristas e pedida contenção a Israel

A China condenou ontem “ataques terroristas contra civis” em Jerusalém Oriental e manifestou oposição ao “uso excessivo da força”, ao mesmo tempo que apelava à contenção “de todos os lados e particularmente de Israel”.

“A prioridade é evitar que a situação se agrave”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado, acrescentando que todas as partes devem mostrar “calma e contenção para evitar que a situação fique fora de controlo”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros expressou “tristeza” pelas recentes “baixas civis” devido à escalada da tensão na região e observou que o conflito israelo-palestiniano “se perpetua porque a solução de dois Estados não foi alcançada e ao povo palestiniano foi negada durante muito tempo a legítima aspiração de estabelecer um Estado independente”.

Pequim apelou também a “acções urgentes para criar condições para o reinício das conversações israelo-palestinianas” e assegurou que a China “continuará a trabalhar para uma solução abrangente, justa e duradoura para a questão palestiniana”.

Debaixo de fogo

Jerusalém Oriental ocupada está em alerta máximo depois de ter sido alvo de dois ataques com tiros nos últimos dias, que causaram sete mortos e cinco feridos.

Na quinta-feira, nove palestinianos foram mortos a tiro pelas forças israelitas durante os confrontos que eclodiram durante uma operação israelita no campo de refugiados de Jenin, um foco do movimento das milícias palestinianas na Cisjordânia.

30 Jan 2023

Myanmar | Produção de ópio aumenta quase 90% em 2022

A produção de ópio em Myanmar (antiga Birmânia) cresceu 88 por cento em 2022, um aumento recorde explicado pela crise económica desde o golpe de Estado da junta militar em 2021, segundo um relatório das Nações Unidas.

Os autores do estudo divulgado ontem estimam que a produção de ópio atingiu 790 toneladas no ano passado, contra as 420 toneladas de 2021 e quase o dobro da produção em 2020, quando atingiu o valor mais baixo desde que os relatórios começaram a ser realizados, com apenas 400 toneladas.

“Agricultores em áreas remotas e propensas ao conflito tiveram pouca escolha senão voltar ao ópio. (…) Os agricultores vêem o ópio como uma garantia de rendimento sobre outras culturas”, disse Jeremy Douglas, representante do Sudeste Asiático e do Pacífico do Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime, durante uma apresentação em Banguecoque, na Tailândia.

“O ópio representa uma oportunidade de emprego”, acrescentou Douglas, que associou o aumento da produção à queda do investimento estrangeiro desde o golpe de Estado e à crise económica, reforçada pela pandemia de covid-19 e pela elevada inflação no país.

Os esforços para erradicar as plantações também parecem ter diminuído, com as autoridades a eliminarem menos 70 por cento a colheita do que no ano anterior. Douglas reconheceu que a corrupção das autoridades “aumenta as rodas do comércio do ópio”, mas evitou críticas directas à junta militar, dizendo que o comércio ocorre em territórios controlados pela junta ou por diferentes grupos étnicos e que “todos ganham dinheiro” com o negócio.

O representante da ONU indicou que estes dados são preocupantes para a região porque significam um aumento na oferta de heroína. “Se a tendência continuar, terá um impacto significativo nas sociedades”, alertou.

27 Jan 2023

Hong Kong | Julgamento de português acusado de sedição adiado

A primeira sessão do julgamento de um cidadão português de 40 anos, acusado do crime de sedição em Hong Kong, foi ontem adiada para 9 de Março, avançou a imprensa da região administrativa especial chinesa.

Segundo o Immedia HK, um juiz do tribunal do distrito de West Kowloon, Peter Law Tak-chuen, concordou com o Ministério Público, que pediu mais tempo para transferir o caso para um outro tribunal de Hong Kong.

O suspeito, detido desde o final de Outubro, voltou a não pedir fiança e irá continuar a aguardar julgamento na prisão, avançou o portal de notícias de língua chinesa. O homem, professor no Royal College of Music no Reino Unido, já tinha visto o mesmo tribunal negar-lhe fiança por duas vezes, primeiro a 4 de Novembro e depois a 11 de Novembro.

Segundo a imprensa da região chinesa, o português não esteve presente na sessão de 11 de Novembro, dispensou o advogado de defesa e disse ao tribunal não precisar de um advogado oficioso.

O juiz Peter Law é um dos juízes nomeados pelo governo de Hong Kong para lidar com casos ligados à lei de segurança nacional promulgada em 2020. No entanto, o cidadão português foi acusado ao abrigo de uma outra lei, da era colonial britânica.

As autoridades de Hong Kong acusam o homem de “trazer ódio e desprezo” e “estimular o descontentamento” contra o governo, promover a “desobediência” civil e “incitar à violência” através de publicações em redes sociais feitas entre 9 de Outubro e 1 de Novembro.

Em resposta enviada à Lusa a 04 de Novembro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português disse ter “conhecimento da detenção de um cidadão portador de passaporte português em Hong Kong”.

“De momento, o MNE, através do consulado-geral de Portugal em Macau, está a diligenciar junto das autoridades de Hong Kong para apurar mais elementos sobre este caso, bem como informar em conformidade a família, da qual foi recebido contacto”, referiram as autoridades portuguesas.

27 Jan 2023

Espaço | Novas fotos do rover lunar divulgadas com bênçãos de Ano Novo

A Administração Espacial Nacional da China (CNSA, sigla em inglês) divulgou no passado sábado um grupo de novas fotos do rover lunar do país, o Yutu-2, juntamente com os seus bons votos para todo o povo chinês antes do Ano Novo Chinês, o Ano do Coelho.

As fotos mostraram a marca da roda deixada pelo rover, algumas rochas e uma pequena cratera de impacto na superfície lunar, indica o Diário do Povo.

Yutu, ou Coelho de Jade, é conhecido como o animal de estimação da Deusa Lunar Chang’e na mitologia chinesa. A ligação comum do coelho com o único satélite natural da Terra levou a China a nomear seu primeiro rover lunar como “Yutu”.

Em 2019, a China enviou outro visitante coelho para a Lua. O rover Yutu-2 e o pousador Chang’e-4, ambos parte da sonda Chang’e-4, pousaram suavemente no lado escuro da Lua pela primeira vez na história da humanidade.

O rover Yutu-2 e o pousador Chang’e-4 acordaram do seu modo dormente a 15 de Janeiro e 16 de Janeiro, respectivamente, inaugurando seu 51.º dia lunar de trabalho.

Um dia lunar é igual a 14 dias na Terra, e uma noite lunar tem a mesma duração. A sonda lunar muda para o modo dormente durante a noite lunar devido à falta de energia solar.

Até agora, o Yutu-2 já trabalhou mais de quatro anos, percorreu quase 1,5 mil metros no total e enviou mais de 940,1 gigabytes (GB) de dados científicos.

27 Jan 2023

Lula da Silva quer acelerar acordos com UE e China

O Presidente do Brasil disse quarta-feira que a conclusão da negociação do acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul é uma prioridade e sinalizou disponibilidade do bloco em debater e firmar um eventual acordo de livre comércio com a China.

“É urgente e necessário que o Mercosul [bloco formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai] faça um acordo final com a União Europeia. Vamos intensificar nossas discussões com a União Europeia para assinar esse acordo e para que possamos discutir imediatamente um possível acordo entre a China e o Mercosul”, disse Lula da Silva durante uma visita ao Uruguai.

O chefe de Estado brasileiro disse que o seu país estaria disposto a conversar com o país asiático sobre essa iniciativa promovida pelo Uruguai, e que tem gerado posições divergentes entre os países do Mercosul com clara oposição da Argentina.

Em declarações ao lado do Presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, o Presidente brasileiro defendeu a posição do Uruguai em promover esse possível acordo com os chineses e disse que é uma reivindicação mais que justa a intenção uruguaia de defender a sua economia e seu povo.

“Os pleitos do Presidente Lacalle são mais do que justos. Primeiro porque o papel de um Presidente é defender os interesses do seu país. Segundo, que é justo querer produzir e vender mais”, afirmou Luiz Inácio Lula da Silva.

União latina

O Presidente brasileiro destacou que o seu país concorda com as ideias de inovação e abertura do Mercosul apresentadas pelo governante uruguaio, razão pela qual também se referiu ao Acordo de Livre Comércio entre a UE e aquele bloco, pois, na sua opinião, “é necessário renovar o que precisa ser renovado”.

Já o Presidente uruguaio expressou na mesma conferência de imprensa a sua satisfação com o apoio do Brasil à melhoria do Mercosul e insistiu na necessidade do seu país se abrir ao mundo.

“Tentar fazer com todo o Mercosul, basicamente. Acho que entendo perfeitamente que o Uruguai está com as suas negociações e não tem nenhum impedimento em informar o que vem fazendo e negociando”, afirmou Lacalle Pou.

Os chefes de Estado informaram que Brasil e Uruguai vão criar equipas técnicas para ver o que querem e precisam na relação com a China.

Além do Mercosul, os dois líderes discutiram questões de infraestrutura como a hidrovia Laguna Merín e Los Patos localizada entre a região do sul do Brasil e o nordeste do Uruguai, além da ponte binacional na cidade de Rio Branco e um aeroporto binacional em Rivera.

27 Jan 2023

CELAC | Xi Jinping discursa por vídeo na Cimeira de Estados Latino-Americanos e Caribenhos

Num discurso por vídeo-conferência, o Presidente chinês reiterou a posição da China de cooperação com os países Latino-Americanos e Caribenhos na construção de uma nova era com mais inovação, abertura e benefícios para o povo

 

A 7.ª Cimeira da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) foi realizada esta terça-feira na capital da Argentina, Buenos Aires. A convite do Presidente Alberto Fernández, da Argentina, e também presidente rotativo da CELAC, o Presidente chinês, Xi Jinping, fez um discurso via vídeo.

O Presidente Xi observou que os países da América Latina e Caribe (ALC) são membros importantes do mundo em desenvolvimento e tomam parte activa na governação global, com contribuições importantes. A CELAC transformou-se numa força motriz indispensável por detrás da cooperação global Sul-Sul. A CELAC tem desempenhado um papel importante na salvaguarda da paz regional, na promoção do desenvolvimento comum e no avanço da integração regional.

Xi, citado pelo Diário do Povo, enfatizou que a China sempre apoiou o processo de integração regional da América Latina e do Caribe.

“Valorizamos muito nossas relações com a CELAC e tomamos a CELAC como nosso parceiro-chave para reforçar a solidariedade entre os países em desenvolvimento e promover a cooperação Sul-Sul. É por isso que a China tem trabalhado com os países da ALC para fortalecer firmemente o Fórum China-CELAC e levar o relacionamento China-LAC a uma nova era caracterizada pela igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e benefícios para o povo”, indicou.

Novos desafios

Xi apontou que cada vez mais países da região se têm engajado na cooperação de alta qualidade com a China no âmbito da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, apoiado e participado da Iniciativa de Desenvolvimento Global e da Iniciativa de Segurança Global, e estão a trabalhar com a China na construção de uma comunidade China-CELAC com um futuro compartilhado.

O líder chinês enfatizou que o mundo atravessa um novo período de turbulência e transformação. “Só podemos enfrentar os desafios e superar este período difícil através de uma maior solidariedade e de uma cooperação mais estreita”, manifestou.

Xi acrescentou que a China está pronta para continuar a trabalhar com os países da ALC para se ajudarem mutuamente e fazer progressos conjuntos e defender “a paz, o desenvolvimento, a equidade, a justiça, a democracia e a liberdade” – os valores comuns da humanidade.

A China está pronta para dar as mãos aos países da ALC para promover a paz e o desenvolvimento do mundo, construir uma comunidade com um futuro comum para a humanidade e abrir um futuro ainda mais brilhante para o mundo, anunciou Xi.

27 Jan 2023

CELAC | Xi Jinping apoia a integração da América Latina na cimeira

O Presidente chinês expressou ontem o apoio do país à integração regional da América Latina e do Caribe, no âmbito da VII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CELAC, realizada em Buenos Aires.

“A China atribui grande importância ao desenvolvimento das relações com a CELAC [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos], que considera um parceiro importante para consolidar a unidade entre os países em desenvolvimento e promover a cooperação Sul – Sul”, afirmou Xi Jinping, numa mensagem gravada dirigida aos países membros.

O líder chinês observou que a China trabalhou activamente com a região para promover uma “nova era” nas relações entre os dois lados, caracterizada por “igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e bem-estar dos povos”.

“Um número crescente de países da América Latina e Caribe (ALC) estabeleceu ou restabeleceu relações diplomáticas com a China e está a trabalhar em conjunto com a China na construção da comunidade China – ALC com um futuro partilhado”, afirmou Xi Jinping.

O Presidente chinês também saudou a “construção conjunta” da iniciativa ‘uma faixa, uma rota’, o projecto internacional de infra-estruturas lançado por Pequim, e a participação da região na Iniciativa de Desenvolvimento Global e na Iniciativa para a Segurança Global, ambos promovidos pelo governo chinês.

Os países latino-americanos e caribenhos “são uma parte importante do mundo em desenvolvimento” e são “participantes activos na governação dos assuntos globais”, algo necessário num mundo que entrou num “novo período de turbulências e transformações”, apontou Xi.

“Estamos dispostos a manter a solidariedade com os países da região e a avançar juntos, valorizando os valores comuns da humanidade de paz, desenvolvimento, equidade, justiça, democracia e liberdade, e promover o desenvolvimento dos mercados mundiais”, afirmou.

26 Jan 2023

Zâmbia | FMI confiante que credores internacionais cheguem a acordo

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse na terça-feira em Lusaca estar “confiante” que possa ser alcançado um acordo entre a Zâmbia e os seus credores, incluindo a China.

Em 2020, a Zâmbia, um dos maiores produtores mundiais de cobre, foi o primeiro país africano a entrar em incumprimento no pagamento da sua dívida externa – estimada em 17,3 mil milhões de dólares – desde o início da pandemia de covid-19.

“Estou confiante de que os credores chegarão a um acordo” com o país, disse Georgieva numa conferência de imprensa em Lusaca, no decorrer de uma visita à Zâmbia. “Ficou claro para mim durante esta visita que a Zâmbia está a fazer o que deve, por isso encorajo fortemente os credores a seguir em frente”, acrescentou.

Washington fez pressões para obter da parte dos credores, particularmente da China, “a redução da dívida da Zâmbia”, disse na segunda-feira a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, também em Lusaca no decurso da visita que está a efetuar a vários países africanos.

A Zâmbia melhorou as relações com os seus credores internacionais desde a eleição em 2021 do Presidente Hakainde Hichilema, um antigo empresário, que prometeu erradicar a corrupção e ressuscitar a economia.

A dívida explodiu sob a Presidência de Edgar Lungu, que fez empréstimos maciços para financiar uma série de projectos de infraestrutura durante os seus seis anos na chefia do Estado.

26 Jan 2023

Nigéria | Investimento de 1,3 mil milhões em porto financiado pela China

O investimento chinês no continente africano continua em alta com apoios financeiros em projectos de desenvolvimento de infra-estruturas

 

O Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, anunciou na terça-feira a abertura de um porto marítimo em Lagos, um investimento de 1,5 mil milhões de dólares, financiado pela China, que ajudará ao crescimento da economia do país.

O Porto Lekki Deep Sea é um dos maiores da África Ocidental e criará centenas de milhares de empregos, além de aliviar o congestionamento de cargas que custa milhares de milhões de dólares em receitas anuais ao país, disse o governador de Lagos, Babajide Sanwo-Olu, na segunda-feira.

O porto, cujo terminal de contentores terá capacidade para movimentar pelo menos 2,5 milhões de unidades padrão de 20 pés por ano, será operado e gerido por uma ‘joint-venture’ (sociedade em parceria) criada entre o Governo nigeriano, o estado de Lagos, o Tolaram Group, com sede em Singapura, e a estatal China Harbor Engineering Company, em que as duas empresas estrangeiras têm uma participação maioritária de 75 por cento.

A Nigéria é a maior economia da África, mas o crescimento está estagnado há muitos anos por causa de infraestruturas precárias e má gestão. Embora tenha seis grandes portos marítimos, mais de 80 por cento das importações do país são movimentadas por apenas dois dos portos de Lagos, onde o congestionamento levou a uma enorme perda de receitas, já que as cargas são muitas vezes desviadas para outras nações da África Ocidental.

As autoridades do país dizem que o novo porto marítimo profundo na zona leste de Lagos desviará o tráfego dos portos congestionados e aumentará os ganhos, com benefícios económicos esperados de mais de 360 mil milhões de dólares para a economia nigeriana.

Mas alguns especialistas argumentam que trará uma “diferença mínima” se os obstáculos existentes não forem ultrapassados, incluindo a garantia de conexões entre portos e áreas interiores.

“Há uma rede ferroviária pobre e com pouco investimento e as estradas não estão em boas condições”, afirmou Ayotunde Abiodun, analista económico da empresa SBM Intelligence, com sede em Lagos.

Catapulta económica

O porto começa a operar com a chegada do primeiro navio comercial, no domingo, e o governador de Lagos disse que os barcos que atracam no porto “podem ter até quatro vezes o tamanho dos navios que actualmente atracam nos portos de Tin Can e Apapa”, os outros dois portos em Lagos.

O projecto impulsionará o desenvolvimento económico não apenas de Lagos, mas de todo o país, de acordo com Cui Jianchun, embaixador chinês na Nigéria.

“Este é (o) motor da economia não apenas para (o) governo de Lagos, mas também para a República Federal da Nigéria”, disse Jianchun. “Isso é capital de investimento. Não é um empréstimo”, frisou o diplomata. O porto tem um “potencial imenso” para a economia da Nigéria, que luta contra uma taxa de desemprego de 33 por cento e uma economia em crise, disse Abiodun.

26 Jan 2023

Covid-19 | Coreia do Norte ordena confinamento em Pyongyang por cinco dias

As autoridades norte-coreanas ordenaram um confinamento de cinco dias a partir de hoje em Pyongyang, após o aumento das infeções de uma doença respiratória não especificada, divulgou hoje o meio de comunicação especializado NK News.

A decisão determinou que os cidadãos devem permanecer nas suas casas até ao próximo domingo e ainda enviar às autoridades a temperatura corporal várias vezes ao dia, de acordo com o NK News, que teve acesso à comunicação oficial do Governo norte-coreano.

As autoridades norte-coreanas indicaram que tais medidas foram tomadas devido ao “aumento” de casos de doenças respiratórias, como o resfriado comum, embora não tenham mencionado a covid-19.

No momento, não se sabe se há outras áreas do país sujeitas ao confinamento, que é semelhante a outro que ocorreu em maio de 2022, quando o regime reconheceu a propagação do SARS-CoV-2 no país.

A Coreia do Norte anunciou em agosto passado que havia erradicado completamente o vírus do seu território, uma afirmação que foi colocada em dúvida por muitos especialistas devido às condições do sistema de saúde do país e pela falta de vacinas e testes, entre outros fatores.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, declarou a “vitória” sobre a covid-19 e ordenou o levantamento das medidas de restrição mais graves, apenas três meses depois de o país ter detetado oficialmente o seu primeiro caso do novo coronavírus.

O regime disse que, naquele período, cerca de 4,7 milhões de pessoas – ou 20% da população do país – tiveram a doença e que mais de 20 morreram, dados que não se encaixam na evolução da pandemia em outros países e que leva os especialistas a pensar que muitos dos casos contabilizados como suspeitos poderiam ser de febre tifoide.

Da mesma forma, na segunda-feira, a televisão estatal norte-coreana transmitiu um documentário exaltando a forma como foi tratada a covid-19 no país, um “evento sem precedentes” que levou o país a um encerramento total das suas fronteiras.

25 Jan 2023

Covid-19 | Hong Kong cancela quarentenas para infectados a partir de 30 de Janeiro

O Governo de Hong Kong anunciou hoje que, a partir de 30 de Janeiro, os infectados com covid-19 não são mais obrigados a cumprir quarentena, pondo fim a uma medida em vigor há quase três anos. Actualmente, quem tem covid-19 é obrigado a estar isolado cinco dias em casa ou instalações designadas pelo Executivo.

“O Governo adoptará um sistema de gestão que permite aos cidadãos tomar a decisão e assumir as suas próprias responsabilidades”, disse aos deputados do território o chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

O líder da região administrativa chinesa destacou que a decisão “baseia-se na ciência e na avaliação de riscos”, acrescentando ainda que esta “é uma fase necessária para todos os países a caminho da normalidade”.

Lee citou a “alta taxa de vacinação” em Hong Kong como um dos fatores responsáveis pela decisão e observou que a situação epidémica na cidade “não piorou” desde a reabertura, este mês, da fronteira terrestre com a China continental.

Hong Kong anunciou, em Dezembro, o fim da quarentena de três dias para quem chegasse do estrangeiro, três meses depois das quarentenas em hotel deixarem de ser obrigatórias. A observação médica numa unidade hoteleira chegou a ser de 21 dias. Atualmente, continua em vigor a obrigatoriedade do uso de máscara em todos os locais públicos.

Hong Kong, que aplicou rigorosas restrições contra a covid-19 – embora mais relaxadas que o interior da China e Macau – registou até ao momento 2,84 milhões de casos e 12.965 mortes, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.

19 Jan 2023

Relações Moscovo-Pequim “atravessam o melhor momento da história”, diz MNE russo

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, disse ontem que as relações de Moscovo com a China atravessam “o melhor momento da sua história”, apesar de alegadas tentativas do ocidente em distanciar os dois países.

“Perguntam-nos se temos provas de que o ocidente tenta de alguma forma gerar discórdias nas nossas relações. Não é sequer necessário procurar essas provas porque são de acesso livre”, afirmou o chefe da diplomacia russa no decurso da sua conferência de início do ano onde efetuou um balanço do ano findo e assinalou os objetivos para 2023.

Lavrov proclamou que estão votadas ao fracasso as aspirações do ocidente de vencer a Rússia na Ucrânia e, em consequência, “permitir” que Moscovo se torne num aliado na sua luta contra a China. “As nossas relações com a República Popular da China atravessam o melhor momento da sua história”, disse.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo recordou que os presidentes da Rússia e da China, Vladimir Putin e Xi Jinping, assinalaram os termos desta relação em fevereiro de 2022, quanto o líder russo visitou o seu vizinho asiático.

“Recordam como em dado momento os nossos amigos chineses descreveram esta relação, ao indicaram que não é uma aliança, não é uma união, mas em muitos sentidos é muito mais que uma união”, disse.

O chefe da diplomacia russa assinalou que “as estratégias aprovadas pelos Estados Unidos, as doutrinas de segurança e as declarações conjuntas da NATO e da UE mencionam quer a Rússia quer a China”.

“Um pequeno detalhe: a nós consideram-nos uma ameaça imediata que é necessário acabar de imediato, enquanto consideram a China um desafio a longo prazo, o mais importante e grave, de caráter sistémico”, acrescentou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo assinalou que os Estados Unidos “não conseguem apenas com as suas próprias forças” impor o objetivo de dominação global e a contenção da Rússia e da China, “e por isso o que agora fazem é uma mobilização parcial, ou mesmo total, do ocidente”.

“É mais uma confirmação de que compreendem estar a perder as suas forças para enfrentar a tendência objetiva e histórica da emergência de um mundo multipolar”, argumentou.

Por esse motivo, adiantou que o ocidente continuará a procurar situações destinadas a irritar Pequim.

“A China compreende perfeitamente a doutrina ocidental de ‘primeiro a Rússia e depois a China’ e sabe que não é uma invenção”, disse, após recordar que no ocidente “já marcaram as suas posições em relação a Taiwan, totalmente inaceitáveis para a China e para o direito internacional”.

Lavrov indicou que o ocidente “procura novas possibilidades concretas para “irritar” a China também no Tibete, em Xinjiang, em Hong Kong, e por isso a China percebe que continuar a fazer parte do sistema ocidental, depender totalmente do ocidente, representa riscos muito graves”.

Em simultâneo, e no decurso da conferência de imprensa anual, Lavrov também sublinhou que as relações entre a Rússia e os países da América Latina estão no auge e que Moscovo valoriza a história bilateral com muitos Estados e a sua solidariedade em iniciativas internacionais.

“As relações com a América Latina estão no auge. Criámos mecanismos de coordenação de orientações”, disse Lavrov, numa referência particular à interação no formato Rússia-CELAC, a comunidade de Estados latino-americanos e caribenhos.

Nesse sentido, acrescentou que representantes de Moscovo e de quatro países desta comunidade se reuniram por diversas ocasiões no passado, apesar de o surto da pandemia de covid-19 ter prejudicado esse fluxo.

“Renovaremos em breve essa cooperação”, prometeu. O chefe da diplomacia russa sublinhou ainda que na região latino-americana existem países com que a Rússia coopera “há muito tempo”.

Em particular, destacou os laços com Cuba, Venezuela e Nicarágua, e acrescentou que Moscovo valoriza as relações bilaterais com esses e outros países e a sua solidariedade nos fóruns internacionais.

“Argentina, México, Bolívia, Peru… estamos interessados em cooperar”, prosseguiu o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, ao destacar que as exportações para a América Latina aumentaram 10% em 2022.

19 Jan 2023

Justiça japonesa confirma absolvição de antigos executivos da operadora da central de Fukushima

Um tribunal japonês confirmou hoje a absolvição, decidida em 2019, de três antigos executivos da operadora da central de Fukushima, na acusação de negligência no acidente nuclear, na sequência do tsunami de março de 2011.

A decisão foi anunciada fora do Supremo Tribunal de Tóquio por ativistas e apoiantes dos deslocados pela catástrofe no nordeste do Japão, o pior acidente nuclear civil desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. O tribunal de recurso recusou confirmar a decisão imediatamente, uma vez que a audiência ainda estava a decorrer.

Em setembro de 2019, o Tribunal Distrital de Tóquio absolveu o antigo presidente do conselho de administração da Tepco Tsunehisa Katsumata, de 82 anos, e os antigos vice-presidentes Sakae Muto (72) e Ichiro Takekuro (76), acusados de negligência no acidente nuclear.

De acordo com os queixosos, que recorreram da decisão, os administradores da Tepco deviam ter parado o funcionamento da central Fukushima Daiichi muito antes do desastre de 2011, com base na informação de que o risco de um tsunami ia exceder a capacidade de resistência.

Os três ex-funcionários da Tepco, os únicos indivíduos a enfrentarem acusações criminais relacionadas com a catástrofe, podiam ser condenados a cinco anos de prisão.

O caso foi construído a partir da morte de 44 doentes num hospital localizado a poucos quilómetros da fábrica durante a evacuação de emergência das instalações, em condições extremas, a 11 de março de 2011, depois do tsunami causado por um sismo de magnitude 9.

Enquanto o sismo e o tsunami causaram 18.500 vítimas, entre mortos e desaparecidos, o desastre nuclear em si não causou quaisquer baixas imediatas.

No entanto, foi indiretamente responsável por vários milhares de “mortes relacionadas”, que as autoridades japonesas reconheceram como causadas pela deterioração das condições de vida das muitas pessoas retiradas da região.

Os três antigos executivos da Tepco e um quarto antigo funcionário foram também condenados, no verão passado, numa ação separada lançada pelos acionistas do grupo, a pagar indemnizações de 13,3 mil milhões de ienes (95 mil milhões de euros, ao câmbio atual).

Este montante está muito além dos meios pessoais, mas o tribunal explicou ser correspondente ao que a Tepco pagou em custos de desmantelamento da central, descontaminação do solo e armazenamento de resíduos radioativos e detritos, bem como em indemnizações a pagar aos habitantes afetados pelo acidente nuclear.

18 Jan 2023

Moody’s diz que abrandamento da economia chinesa seria punitivo para mercados emergentes

A agência de notação Moody’s prevê que a economia chinesa se fortaleça este ano e em 2024, mas antecipa que a médio prazo “as perspectivas de crescimento deverão continuar a abrandar devido a fatores estruturais”, impactando mercados emergentes.

“A médio e longo prazo, no entanto, as perspectivas de crescimento da China deverão continuar a abrandar devido a fatores estruturais como a população envelhecida e a redução da produtividade. Neste cenário, haveria consequências negativas para outros mercados emergentes além da Ásia e Pacífico”, refere a Moody’s num relatório ontem divulgado.

O documento regista que a relação comercial da China com vários destes mercados tem passado pela compra de matérias-primas e pela venda destas processadas, exportando os produtos finais para o resto do mundo.

A América Latina exporta para a China, principalmente, soja, cobre e petróleo, a Rússia e a Arábia Saudita petróleo e petroquímicos e a África do Sul pedras preciosas e metais.

“A China ultrapassou os Estados Unidos da América como principal parceiro económico de Brasil, Chile, Peru e Uruguai, mas esta relação também destaca as vulnerabilidades destas economias a um abrandamento estrutural com centro na China”, refere o documento.

Por sua vez, o México, mais próximo dos EUA, apresenta “menor exposição comercial à China que os seus vizinhos regionais”.

Além disso, a Moody’s aborda o investimento estrangeiro direto, mais concentrado em algumas economias na América do Sul – como Argentina (24%), Equador (29%) ou Peru (15%) –, que assim ficam expostas a um abrandamento chinês.

Também o investimento de contratos por entidades chinesas no âmbito da Nova Rota da Seda abrandou na Ásia, ainda que tenha havido um menor abrandamento que na América Latina e na África Subsaariana.

“Vemos a iniciativa da Nova Rota da Seda como uma estratégia significativa a longo prazo em termos económicos e geopolíticos para o Governo chinês e esperamos um reinício dos investimentos diretos no exterior e na deslocalização de indústrias com excesso de capacidade, criando assim emprego para trabalhadores chineses no estrangeiro”, sublinha a Moody’s.

Entre 2014 e 2022, os investimentos acumulados referentes a esta iniciativa somaram 125 mil milhões de dólares na América Latina, com Argentina, Brasil, Chile, Equador, Peru e Venezuela a totalizarem mais de 80% do valor.

Já na África Subsaariana, o investimento no seguimento da Nova Rota da Seda foi de 123 mil milhões de dólares, destacando-se a dependência de certas economias no financiamento chinês.

18 Jan 2023

China – EUA | Anthony Blinken, chefe da diplomacia americana, visita China em Fevereiro

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visitará a China de 05 a 06 de fevereiro, para tentar aliviar as tensões entre os dois países. Blinken deverá chegar no dia 05 e também manterá conversações no dia 06 durante esta viagem destinada a tentar aliviar as tensões com o principal rival diplomático e económico dos EUA.

A viagem de Blinken – que será a primeira a este nível desde 2018 – foi anunciada em novembro pela Casa Branca, mas as datas não tinham sido ainda comunicadas oficialmente.

Durante uma conferência de imprensa diária, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, deu hoje as boas-vindas à próxima visita de Blinken à China, acrescentando que “os Estados Unidos e a China estão a tratar os pormenores da visita”.

“A China procura relações EUA-China com base nos três princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação benéfica para ambas as partes”, explicou o porta-voz, dizendo que espera que os dois países “regressem a um relacionamento saudável e estável”.

Taiwan, Coreia do Norte, Mar da China Meridional, semicondutores: eis algumas das questões que deverão constar da agenda de trabalhos. No final de dezembro, o chefe da diplomacia norte-americana disse que iria pedir a Pequim que pressionasse a Coreia do Norte a participar nas negociações.

18 Jan 2023

Polícia chinesa deteve suspeito de corrupção que passou 26 anos em fuga

A polícia chinesa deteve um ex-funcionário de uma empresa estatal de tabaco suspeito de corrupção, que estava foragido há 26 anos, informou hoje a Comissão Nacional de Supervisão, o principal braço anticorrupção do Estado chinês.

O suspeito, Wang Hanming, era gestor de vendas de uma empresa de tabaco na província de Yunnan, no sul da China, uma das principais produtoras de tabaco em folha do país.

Em 1996, “fugiu para escapar da punição”, diz uma nota publicada na conta oficial do órgão anticorrupçãoda rede social Wechat, que não forneceu mais informações sobre a natureza dos crimes alegadamente cometidos pelo ex-funcionário.

Três anos depois, a China pediu à polícia internacional Interpol que emitisse um “aviso vermelho” contra Wang. As forças de segurança encontraram recentemente “pistas importantes” de que o fugitivo estava na China, a viver sob um pseudónimo. Ele foi detido na cidade de Chengdu, sudoeste do país, disse a Comissão.

Citado pela imprensa local, o Escritório Provincial de Repatriação de Fugitivos de Yunnan disse que mantém “uma atitude de tolerância zero contra a corrupção” e que “vai trabalhar para perseguir todos os suspeitos em fuga”.

18 Jan 2023

Filipinas | Jornalista e prémio Nobel da Paz Maria Ressa absolvida de evasão fiscal

A prémio Nobel da Paz filipina Maria Ressa e a plataforma de notícias ‘online’ Rappler, que cofundou, foram hoje absolvidos de evasão fiscal. “A verdade prevaleceu”, disse Ressa, de 59 anos, à imprensa, depois de ser conhecida a decisão do tribunal de recurso de Manila.

A antiga jornalista da CNN e o Rappler foram acusados de fornecer informações falsas numa declaração fiscal, na sequência de uma venda de obrigações a investidores estrangeiros em 2015. “Estas acusações foram politicamente motivadas”, disse Ressa. “Conseguimos provar que o Rappler não fez qualquer evasão fiscal”.

Ressa, a quem foi atribuído o Nobel da Paz em 2021 juntamente com o jornalista russo Dmitry Muratov pela defesa da liberdade de expressão, enfrenta mais três processos, incluindo uma condenação por cibercrime, já em fase de recurso. Neste processo, a jornalista pode ser condenada a quase sete anos de prisão.

A jornalista, também cidadã norte-americana, tem sido uma das vozes mais críticas da política contra o tráfico de droga do ex-Presidente das Filipinas Rodrigo Duterte (2016-2022), sob a qual morreram milhares de pessoas.

Apesar da decisão, o futuro do Rappler, fundado há uma década, permanece incerto, continuando a travar uma batalha legal contra uma ordem da comissão de valores filipina.

Em junho, poucos dias antes do fim da presidência de Duterte, a comissão ordenou o encerramento da plataforma por violação das “restrições constitucionais e legais sobre a propriedade estrangeira dos meios de comunicação social”.

O Rappler, ainda a funcionar, é acusado de permitir que estrangeiros assumam o controlo do ‘site’ através da empresa-mãe Rappler Holdings.

De acordo com a Constituição, os investimentos nos meios de comunicação social são reservados aos filipinos ou entidades controladas por filipinos.

A acusação baseia-se num investimento no Rappler, em 2015, pela firma norte-americana Omidyar Network, criada pelo fundador da plataforma eBay Pierre Omidyar.

Em setembro, o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos, disse que não ia interferir em questões relacionadas com os processos de Ressa, citando a separação de poderes.

Em outubro, alguns meses depois da posse de Marcos, Maria Ressa foi condenada por difamação ‘online’.

18 Jan 2023

China regista primeiro declínio populacional em mais de meio século

A China anunciou hoje o primeiro declínio populacional em mais de meio século, numa altura em que a queda na taxa de natalidade ameaça causar uma crise demográfica no país mais populoso do mundo.

O Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês informou que o país perdeu 850 mil pessoas em 2022, numa contagem que exclui as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong e residentes estrangeiros.

A China encerrou assim o ano passado com 1.411,75 milhões de habitantes, tendo registado 9,56 milhões de nascimentos e 10,41 milhões de mortes, detalhou a mesma fonte. A sociedade chinesa continuou a ter um excedente de 33 milhões de homens no final de 2022, de acordo com o GNE.

Este número foi causado pela política de filho único, que vigorou no país entre 1980 e 2016. De acordo com dados oficiais chineses, desde 1971, os hospitais do país executaram 336 milhões de abortos e 196 milhões de esterilizações. Fruto da tradição feudal que dá preferência a filhos do sexo masculino, a maioria dos abortos ocorreu quando o feto era do sexo feminino.

Desde que abandonou a política do filho único, a China tem procurado encorajar as famílias a terem um segundo ou até terceiro filho, mas com pouco sucesso.

O maior custo de vida e com a saúde e educação das crianças e uma mudança nas atitudes culturais que privilegia famílias menores estão entre os motivos citados para o declínio nos nascimentos. Os especialistas consideram que a China vai ser ultrapassada em breve pela Índia como a nação mais populosa do planeta.

A última vez que a China registou um declínio populacional foi durante o Grande Salto em Frente, uma campanha lançada no final dos anos 1950 por Mao Zedong, para “acelerar a transição para o comunismo”, através da coletivização dos meios de produção.

O GNE informou ainda que a população chinesa em idade activa – entre os 16 e 59 anos -, ascendeu a 875,56 milhões, representando 62% da população nacional. A população com 65 anos ou mais ascendeu a 209,78 milhões, representando 14,9% do total.

O país mais populoso do planeta pode assim enfrentar uma crise demográfica, com a força de trabalho a envelhecer, uma economia em desaceleração e o primeiro declínio populacional em décadas.

As estatísticas também revelaram o aumento da urbanização num país que, até há menos de dez anos, era em grande parte rural. Ao longo de 2022, a população urbana permanente aumentou 6,46 milhões para 920,71 milhões, ou 65,22% do total, enquanto a população rural caiu 7,31 milhões.

Nenhum comentário foi feito sobre o possível efeito nos dados demográficos do fim da política de ‘zero covid’, que resultou numa vaga de casos do novo coronavírus sem precedentes no país no mês passado, causando uma crise de saúde pública. As Nações Unidas estimaram no ano passado que a população mundial atingiu oito mil milhões de habitantes em 15 de novembro e que a Índia substituirá a China como a nação mais populosa do mundo em 2023.

17 Jan 2023

Economia da China cresceu em 2022 ao segundo menor ritmo dos últimos 40 anos

O ritmo de crescimento da economia chinesa caiu para o segundo nível mais baixo em pelo menos quatro décadas, no ano passado, refletindo o impacto da política de ‘zero covid’ e uma crise no setor imobiliário.

Os dados divulgados hoje pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) sugerem, no entanto, que a atividade económica está a recuperar, depois de Pequim ter posto fim às medidas de prevenção epidémica que resultaram no bloqueio de cidades inteiras, culminando com protestos em larga escala.

A segunda maior economia do mundo cresceu 3%, em 2022, menos de metade da taxa de crescimento de 8,1%, alcançada no ano anterior.

Trata-se da taxa de crescimento económico mais baixa desde pelo menos a década de 1970. Em 2020, no início da pandemia da covid-19, o país asiático cresceu 2,4%, devido à imposição de bloqueios em várias partes do país, após o vírus ter sido detetado na cidade de Wuhan, no centro do país.

O consumo está a recuperar depois de o Partido Comunista Chinês (PCC) ter posto subitamente fim à política de ‘zero casos’ de covid-19, em dezembro passado.

No entanto, os consumidores continuam cautelosos, à medida que a China lida com uma vaga de casos sem precedentes, que causou uma crise de saúde pública no país. As autoridades dizem que o pico dessa vaga parece ter passado.

O abrandamento da economia chinesa tem forte impacto no mercado das matérias-primas, afetando países como Angola ou Brasil, ao reduzir a procura por petróleo, minério de ferro e bens agrícolas. O impacto é também sentido pelas economias mais desenvolvidas, já que a China é um dos maiores mercados do mundo para automóveis e outros bens com valor acrescentado.

Uma recuperação da economia chinesa constituiria um impulso para fornecedores globais que enfrentam um risco crescente de recessão nas economias ocidentais.

O Fundo Monetário Internacional e analistas do setor privado esperam que o crescimento melhore este ano, para cerca de 5%. Estes apontam para a debilidade no setor imobiliário da China, um importante motor económico, e a queda nas exportações, à medida que a procura por produtos chineses nos Estados Unidos e na Europa abranda, após o aumento das taxas de juros para combater altas taxas de inflação.

As vendas a retalho caíram 1,8% em dezembro, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, mas isso representou uma melhoria em relação à contração homóloga de 5,9% registada em novembro.

A produção industrial em 2022 aumentou 3,6%, em termos homólogos, sugerindo que a atividade caiu, depois de atingir 4,8%, no terceiro trimestre do ano, com a procura nos EUA e na Europa por produtos chineses a enfraquecer. Para impulsionar a economia, o PCC recuou em algumas das principais políticas financeiras e industriais.

Pequim pôs fim a uma campanha lançada contra os grandes grupos de tecnologia, que resultou em fortes quedas na cotação das empresas, incluindo do grupo de comércio eletrónico Alibaba, a empresa de jogos para computador Tencent ou o serviço de transporte compartilhado Didi.

Pequim também reduziu as restrições no acesso ao crédito pelos grandes grupos de imobiliário. Uma campanha para reduzir o nível de endividamento das empresas causou uma crise de liquidez no setor, que é um importante motor de crescimento económico no país.

No sábado passado, o Conselho de Estado chinês prometeu cortar impostos, facilitar empréstimos bancários e oferecer outros apoios aos empresários, para “promover um crescimento estável”. “A reabertura deve resultar numa explosão de crescimento no próximo ano”, disse Andrew Tilton, economista do banco de investimento Goldman Sachs, num relatório publicado na sexta-feira.

O banco norte-americano elevou a perspetiva de crescimento da economia chinesa este ano de 4,5% para 5,2%. O Banco Mundial, no entanto, reduziu este mês a perspetiva de crescimento para 4,3%, face à previsão de 5,2%, publicada em junho passado.

17 Jan 2023