Hoje Macau China / ÁsiaComércio livre | UE e Filipinas vão retomar negociações para acordo O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., e a líder da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, anunciaram ontem, em Manila, a retoma das negociações para um acordo de comércio livre, após oito anos sem progresso. “Especialistas do governo filipino irão trabalhar com a Comissão Europeia para alcançar um acordo bilateral de livre comércio”, anunciou Marcos, numa declaração lida após a reunião com Von der Leyen, sem direito a perguntas por parte da imprensa. Esta é a primeira vez que um líder da CE visita as Filipinas e Von der Leyen sublinhou que a UE é o quarto maior parceiro comercial das Filipinas e o principal investidor estrangeiro, pelo que manifestou a necessidade de reforçar as relações comerciais, já que “muito mais” pode ser feito. O comércio bilateral entre as Filipinas e a UE atingiu 18,4 mil milhões de euros em 2022. “As equipas vão trabalhar desde já para criar as condições para a retoma das negociações. Um acordo [de comércio livre] tem um enorme potencial para ambos, tanto em termos de crescimento como de emprego”, sublinhou a dirigente. As Filipinas e a UE realizaram negociações para um acordo de comércio livre pela última vez em 2015, um ano antes do início do mandato presidencial de Rodrigo Duterte, que deu prioridade às relações económicas com a China. Von der Leyen lembrou “o custo da dependência económica”, numa referência indirecta à China, e indicou que um acordo pode ajudar a “diversificar as cadeias de abastecimento” e contribuir para modernizar ambas as economias graças à cooperação tecnológica.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Ursula von der Leyen inicia visita com encontro com Marcos A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, iniciou ontem uma visita oficial de dois dias às Filipinas com um encontro com o líder do país, Ferdinand Marcos Jr., no palácio presidencial em Manila Esta é a primeira vez que um líder da Comissão Europeia (CE) visita as Filipinas, e Ursula von der Leyen espera “dar um novo impulso às relações bilaterais entre a UE [União Europeia] e as Filipinas” e abordar questões como o comércio, a transição energética e digital e a segurança, de acordo com uma declaração da União Europeia. No encontro com Marcos Jr., a líder europeia pretende falar sobre comércio e investimentos, entre outros assuntos. A reunião deverá abordar a manutenção de benefícios comerciais especiais, atribuídos pela UE às Filipinas desde 2014, que expiram em Dezembro e cuja continuidade depende do respeito por convenções internacionais sobre direitos humanos e laborais e pela protecção ambiental. Em Fevereiro, um grupo de deputados europeus disse que Manila teria melhores hipóteses de manter os benefícios, incluindo tarifas reduzidas para uma vasta gama de produtos, se libertasse a líder da oposição e ex-senadora Leila de Lima. De Lima, a crítica mais contundente do ex-presidente Rodrigo Duterte, foi detida em 2017 por acusações relacionadas com droga que a ex-senadora disse terem sido fabricadas pelo governo de Duterte para a impedir de investigar assassínios extrajudiciais. A morte de mais de seis mil pessoas no âmbito da campanha antidroga, desencadearam uma investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre possíveis crimes contra a humanidade. Em resposta, Duterte retirou as Filipinas do TPI em 2018. Sinais positivos Em Fevereiro, a deputada Hannah Neumann, que liderou uma delegação europeia numa visita às Filipinas, disse numa conferência que as condições no que toca aos direitos humanos sob o Governo de Marcos eram “melhores do que sob o presidente Duterte”. “Há muitos anúncios que podem realmente melhorar as coisas se forem implementados”, acrescentou. Questionada se a eventual libertação de Leila de Lima e o regresso ao TPI aumentaria as possibilidades de as Filipinas continuarem a desfrutar dos benefícios comerciais da UE, Neumann disse que seria “um forte sinal da direcção o país quer seguir”. Von der Leyen vai participar também num encontro com empresários organizado pela Câmara de Comércio UE-Filipinas e pelo Clube de Negócios de Makati, o distrito financeiro da capital, Manila. A visita de Von der Leyen surge após um convite de Marcos, feito quando os dois líderes se reuniram em Dezembro, em Bruxelas, numa cimeira entre a UE e a Associação das Nações do Sudeste Asiático, e ocorre no 60º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a UE e as Filipinas.
Hoje Macau China / ÁsiaBiden planeia restrição a investimentos em tecnologia crítica na China O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, planeia assinar até meados de Agosto uma ordem executiva para limitar investimentos de empresas norte-americanas na China envolvendo tecnologia crítica, avançou ontem a agência Bloomberg. A ordem executiva, que irá visar semicondutores, inteligência artificial e computação quântica, não vai afectar nenhum investimento existente e apenas pretende proibir certas transações. Novos investimentos nesta área terão de ser aprovados pela Casa Branca. A ordem executiva deve ser emitida na segunda semana de Agosto, depois de ter sido adiada por várias vezes, segundo a agência Bloomberg, que cita fontes próximas do processo. As restrições só entrarão em vigor no próximo ano. O desígnio exacto da medida será definido após um período de comentários, para que as partes interessadas possam avaliar a versão final. O embaixador da China em Washington disse, no início deste mês, que Pequim iria retaliar caso os Estados Unidos impusessem novos limites nas exportações de tecnologia ou nos fluxos de capital. O conselheiro de segurança nacional norte-americano, Jake Sullivan, discutiu publicamente o conceito pela primeira vez em Julho de 2021. Membros democratas e republicanos do Congresso norte-americano também demonstraram interesse em legislar sobre o assunto, embora um projecto de lei não tenha ainda chegado à mesa de Biden. O Senado norte-americano (câmara alta) aprovou recentemente uma emenda ao projecto de lei de política de Defesa Nacional que exige que as empresas notifiquem a administração norte-americana sobre certos investimentos na China e em outros países, embora os investimentos não estejam sujeitos a revisão ou possível proibição. Abaixo de zero As relações entre a China e os Estados Unidos atingiram o ponto mais baixo em mais de 30 anos, abaladas por uma prolongada guerra comercial e tecnológica, por disputas em torno do estatuto de Taiwan e Hong Kong, da soberania do Mar do Sul da China ou devido às denúncias de abusos dos Direitos Humanos no país asiático. O Departamento do Comércio dos Estados Unidos colocou, nos últimos anos, dezenas de empresas chinesas na sua “lista negra”, incluindo a gigante das telecomunicações Huawei. As empresas passaram assim a estar impedidas de fazer negócios com empresas norte-americanas sem licença prévia. No ano passado, os Estados Unidos proibiram ainda às empresas do seu país e a todos os países de exportarem para a China certos semicondutores fabricados com quaisquer produtos norte-americanos. Washington conseguiu também convencer os Países Baixos e o Japão a restringirem o fornecimento de tecnologia para o país asiático.
Hoje Macau China / ÁsiaIndústria transformadora na China contrai pelo quarto mês consecutivo A actividade da indústria transformadora da China voltou a contrair em Julho, pelo quarto mês consecutivo, apesar do fim da estratégia ‘zero covid’, de acordo com dados oficiais O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês), elaborado pelo Gabinete de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) da China, fixou-se nos 49,3 pontos em Julho, ligeiramente acima dos 49 pontos registados em Junho e mais do que o esperado pelos analistas, que previam 49,2 pontos. Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo. Julian Evans-Pritchard, analista da consultoria Capital Economics, disse que o índice reflecte “um certo alívio da pressão negativa sobre a procura doméstica”, mas não no caso das encomendas para exportação, que registaram os piores dados em seis meses. A indústria chinesa foi prejudicada pela queda na procura global, depois de os bancos centrais dos Estados Unidos, Europa e países asiáticos terem subido as taxas de juro, visando travar a inflação galopante. O NBS publicou também ontem o índice de gestores de compras para o sector não transformador, incluindo construção e serviços, que abrandou em Junho, passando de 53,2 para 51,5 pontos. O índice mantém-se em terreno positivo, embora tenha vindo a desacelerar desde Março. Estímulos a caminho O sector da construção passou de 55,7 para 51,2 pontos, enquanto o sector de serviços caiu de 52,8 para 51,5 pontos. A Capital Economics disse que o declínio na actividade de construção “sugere que os gastos com infra-estrutura, que ajudaram a compensar a fraqueza no sector imobiliário no início do ano, recuaram rapidamente em Julho, com a desaceleração da emissão de títulos [de dívida] pelos governos locais”. O PMI composto, que combina a evolução das indústrias manufactureiras e não manufactureiras, caiu de 52,3 para 51,1 pontos, o nível mais baixo de sempre se excluídos os dados registados durante a pandemia. “A recuperação económica chinesa continuou a perder força em Julho. A pressão negativa sobre a indústria aliviou um pouco, mas pesou mais a clara desaceleração da actividade da construção e o esfriamento do [sector] de serviços”, disse Evans-Pritchard. O analista acredita que as medidas de estímulo promovidas por Pequim devem inverter a tendência antes do final do ano e evitar que a China caia em recessão, mas sublinhou que as “intervenções comedidas” significam que “qualquer recuperação do crescimento provavelmente será modesta”. A economia chinesa registou um crescimento homólogo de 6,3 por cento, no segundo trimestre do ano, aquém das expectativas dos analistas, já que o efeito base de comparação, após um ano de bloqueios rigorosos, fazia prever uma taxa superior.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Banco central permite subida dos juros das obrigações do Estado O Banco do Japão decidiu que os juros das obrigações do Estado a 10 anos podem subir até 1 por cento, decisão que poderá antecipar futuros aumentos das taxas de juro de referência Os juros das obrigações do Estado japonês vão subir até 1 por cento, anunciou na sexta-feira o Banco do Japão, numa decisão que pode abrir precedentes em termos de novas subidas das taxas de juro de referência num futuro próximo. O conselho de política monetária do banco central japonês subiu a margem de flutuação das obrigações do Estado, até agora fixada em 0,5 por cento, por oito votos a favor e um contra, no final da reunião, de acordo com um comunicado. A decisão é encarada como um sinal de que o Banco do Japão (BoJ) poderá estar perto de apertar a política monetária, embora o conselho de política monetária tenha aprovado, por unanimidade, a manutenção de taxas de juro de referência negativas (-0,1 por cento). Esta revisão, que era já esperada pelo mercado financeiro, tem como objectivo mitigar os efeitos negativos das taxas ultrabaixas e evitar uma forte depreciação da moeda japonesa, o iene, face ao dólar norte-americano, como ocorreu nos últimos meses. No comunicado, o BoJ destacou as “incertezas extremamente altas” em torno da economia japonesa e da inflação, que tem atingido níveis mais elevados do que os projectados pelo banco. Preços pelos ares No passado dia 21 de Julho, o Governo japonês tinha anunciado que a inflação se fixou em 3,3 por cento em Junho, em termos homólogos, estando há mais de um ano acima da meta de 2 por cento fixada pelo banco central. A inflação japonesa tem apresentado sinais de resistência, uma vez que as empresas estão a adiar a repercussão do aumento dos custos nos preços de venda. O banco central japonês reviu em alta as projecções para o aumento do índice de preços no consumidor para o ano fiscal de 2023, de 1,8 para 2,5 por cento. Para o próximo ano fiscal, a começar em Abril de 2024, a instituição prevê uma inflação de 1,9 por cento (um décimo a menos do que na previsão anterior). “Se os movimentos ascendentes de preços continuarem, os efeitos da flexibilização monetária serão reforçados através de uma queda real nas taxas de juros, enquanto, por outro lado, limitar as taxas de juros a longo prazo pode afectar o desempenho dos mercados de títulos e a volatilidade de outros mercados financeiros “, explicou o BoJ. O banco central japonês prometeu continuar a aplicar “pacientemente” a política de estímulo à economia, respondendo ao mesmo tempo à evolução económica e à evolução dos preços, para estabilizar a inflação em torno de 2 por cento. Após o anúncio da decisão do BoJ, o principal índice, da bolsa de Tóquio, o Nikkei, que já tinha começado o dia em baixa, chegou a estar a perder 2,19 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Novo balanço eleva para 26 mortos em naufrágio Pelo menos 26 pessoas morreram na sequência do naufrágio de um pequeno barco, num lago perto de Manila, Filipinas, na quinta-feira, indicou um novo balanço das autoridades. A lotação máxima da embarcação terá sido largamente ultrapassada e os passageiros não terão usado coletes salva-vidas. As autoridades estão a investigar o acidente para apurar responsabilidades Num novo balanço, o número de mortos no naufrágio de uma pequena embarcação de passageiros em Rizal subiu para, pelo menos, 26 mortos. Ainda não se sabe quantas pessoas seguiam a bordo do M/B Princess Aya, que virou, após uma rajada repentina de vento, em Laguna de Bay, na província de Rizal, a leste de Manila, disseram as autoridades. Na sequência da rajada, os passageiros correram para um dos lados da embarcação, que se inclinou, virando pouco depois de deixar o cais, na cidade de Binangonan, de acordo com fontes da polícia e da guarda costeira. O acidente ocorreu a cerca de 46 metros da costa, referiram as autoridades numa conferência de imprensa. A polícia da província de Rizal disse ter lançado de imediato operações socorro, com a ajuda da guarda costeira e de outras autoridades locais, mas que pelo menos 26 pessoas se afogaram, sendo que 40 foram resgatadas com vida. O barco devia transportar um máximo de 42 passageiros e tripulantes, mas estava sobrecarregado, disse aos jornalistas o responsável da guarda costeira Hostillo Arturo Cornelio. “Presumimos que possa haver mais”, declarou. O porta-voz afirmou que seguiriam a bordo, pelo menos, 70 pessoas. As autoridades estão a investigar o caso para determinar a responsabilidade do capitão de um barco e do pessoal Guarda Costeira das Filipinas. Além disso, os investigadores também vão analisar informações que indicam que os passageiros não estavam a usar coletes salva-vidas, conforme exigem as normas de segurança. No limite No manifesto oficial apresentado pelo capitão do barco à unidade local da guarda costeira, apenas constavam 22 passageiros, mais dois tripulantes e o capitão, disse Balilo, citado pela imprensa local “O comandante do barco admitiu ter sobrecarregado a embarcação e não ter pedido aos passageiros para usarem coletes salva-vidas”, disse Balilo, acrescentando que havia, de facto, “excesso” de passageiros na embarcação. O barco é um meio de transporte essencial nas Filipinas, um arquipélago de mais de 7.000 ilhas, e os acidentes são frequentes, principalmente com os pequenos barcos de madeira que se deslocam entre ilhas. O trágico acidente aconteceu depois da passagem do tufão Doksuri pelo norte do arquipélago, levando à morte de, pelo menos, nove pessoas na maioria devido a aluimentos de terras, inundações e queda de árvores. Ventos violentos e chuvas torrenciais atingiram as pouco povoadas ilhas Babuyan e as províncias do norte do país.
Hoje Macau China / ÁsiaChina cada vez mais potência global, mas ainda em desenvolvimento Quem aterra no aeroporto de Pudong (Xangai) e apanha o comboio de levitação magnética que em oito minutos percorre 30 quilómetros até ao centro da capital económica da China, dificilmente acreditará estar num país em desenvolvimento, classificação que inclui a Somália Nos centros de Pequim, Shenzhen ou Cantão, artérias de oito ou mais faixas, que atravessam densas malhas de arranha-céus, enchem-se de automóveis com matrícula verde, a marca que distingue os eléctricos dos carros de combustão interna, ilustrando o domínio da China em importantes indústrias do futuro. Nos centros comerciais, as principais marcas de luxo internacionais competem pela atenção da maior classe média do mundo. Recentemente contratado pelo Beijing Guoan, a principal equipa da capital chinesa, o futebolista luso-angolano Fábio Abreu, confessa-se ainda impressionado com o “muito desenvolvido e organizado” que é o seu país de acolhimento. “Na primeira mensagem que escrevi à minha mulher, após chegar a Pequim, disse-lhe que tudo o que há na Europa se encontra aqui e, por vezes, ainda mais e melhor”, explicou à agência Lusa. Oficialmente um país em desenvolvimento, a China tem a mesma classificação que, por exemplo, a Albânia ou Timor-Leste: é a “única superpotência híbrida”, onde coexistem características de países ricos e pobres, apontam analistas. Isto, numa altura em que os Estados Unidos tentam retirar ao país o estatuto de economia em desenvolvimento, que garante tratamento preferencial. “Ao avaliar a China, é importante reconhecer a sua situação única: um país que combina características dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, com influência global”, escreveu a revista Foreign Policy. “É a única superpotência híbrida do mundo”. Simon Lester, director associado do Centro Herbert A Stiefel de Estudos de Política Comercial, do Instituto Cato, em Washington, defendeu que “talvez seja necessário encontrar algum tipo de categoria intermédia” para o país. “Isto exigiria que a China assuma mais compromissos e não beneficie de todas as regras preferenciais, que foram criadas para os países em desenvolvimento. Talvez possa usufruir de apenas alguns benefícios e só em determinados sectores”, explicou. De um país pobre e isolado, a China converteu-se, em 40 anos, na segunda maior economia mundial, projectando hoje a sua influência no exterior, através de iniciativas como o gigantesco projeto de infra-estruturas ‘Faixa e Rota’, a internacionalização da sua moeda ou a mediação de conflitos além-fronteiras. No ano passado, o país, que opera já a maior marinha do mundo, apresentou o seu terceiro porta-aviões. O objectivo é ser a potência dominante na Ásia Pacífico, retirando primazia aos Estados Unidos. O outro lado da moeda Mas a China continua a exibir traços de um país em desenvolvimento: o país sofre de poluição generalizada; e no Índice de Desenvolvimento Humano – que se concentra na qualidade da saúde e educação –, surge em 79º lugar, abaixo do Sri Lanka e Irão. Com cerca de 1.400 milhões de habitantes, a China é o segundo país mais populoso do mundo, ultrapassado apenas pela Índia. Apesar de ter ascendido a segunda maior economia mundial, o PIB (produto interno bruto) ‘per capita’ da China é, assim, metade do de Portugal. Enquanto 2 por cento da população portuguesa vive abaixo do limiar da pobreza de 6,20 euros por dia, esta categoria abrange 25 por cento dos chineses. O Comité de Relações Externas do Senado dos Estados Unidos aprovou, no mês passado, um projecto de lei bipartidário que visa retirar à China o estatuto de “país em desenvolvimento”. A decisão surge após legislação semelhante ter sido aprovada pela Câmara dos Representantes. Um porta-voz do Governo chinês reagiu assim: “Os EUA não querem classificar a China como ‘país desenvolvido’ por apreciação ou reconhecimento pelos sucessos de desenvolvimento da China. O verdadeiro motivo é impedir o desenvolvimento da China”. Em causa estão benefícios em tratados internacionais em vigor, que visam apoiar os países mais pobres. As nações em desenvolvimento estão, por exemplo, sujeitas a menos restrições na luta contra as alterações climáticas, enquanto as suas exportações para os países ricos beneficiam de taxas aduaneiras baixas. Ao abrigo do estatuto de país em desenvolvimento, a China continua, também, a obter empréstimos com taxas preferenciais de organizações internacionais, como o Banco Mundial. “Em suma, a China caminha, fala e age como um país desenvolvido, mas continua a beneficiar de provisões e tratamento diferenciado que visam ajudar os países pobres”, descreveu Brett D. Schaefer, pesquisador no grupo de reflexão conservador Margaret Thatcher Center. “Tudo se resume a isto: a segunda maior economia do mundo está a beneficiar de condições especiais em acordos e organizações internacionais, destinadas a ajudar as nações pobres”, acrescentou. “Isto não é equitativo. É, francamente, injusto”.
Hoje Macau China / ÁsiaRádio pública de Hong Kong suspende programa dedicado aos direitos LGBTQ+ Um programa dedicado à igualdade de direitos para as pessoas LGBTQ+, transmitido durante 17 anos pela rádio pública de Hong Kong, terminou hoje com a direção a citar “uma mudança de programação” como a razão para a sua retirada. O programa “Somos Uma Só Família” era transmitido desde 2006 pela RTHK (Radio Television Hong Kong, financiada pelo governo. Um dos apresentadores do programa, Brian Leung, disse à AFP que estava “psicologicamente preparado” para a retirada do programa, mas sublinhou que não tinha recebido uma explicação satisfatória numa reunião com a direção da RTHK no início de julho. “Para uma plataforma tradicional como a RTHK, este programa era mais ou menos como andar na corda bamba”, disse Brian Leung, numa entrevista algumas horas antes da emissão final. Misturando debates, notícias e entrevistas com convidados, o programa, que passava durante duas horas todos os domingos à meia-noite, era uma das poucas plataformas de defesa dos direitos dos homossexuais em Hong Kong. Um episódio sobre o ´bullying´ entre adolescentes em escolas secundárias ganhou um Prémio para os Direitos Humanos na Imprensa em 2010, enquanto outros episódios incluíram debates sobre a cultura ´drag´ e a discriminação contra pessoas transgénero. A RTHK disse à AFP que muda de programação regularmente, e não comenta questões editoriais internas. De acordo com uma sondagem realizada em 2023, 60% dos habitantes de Hong Kong, região administrativa especial chinesa vizinha de Macau, são a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, contra 38% uma década antes.
Hoje Macau China / ÁsiaLucros das principais empresas chinesas caem 16,8% no primeiro semestre Os lucros das principais empresas industriais da China contraíram 16,8 por cento, em termos homólogos, no primeiro semestre do ano, para 3,39 mil milhões de yuans, indicam dados oficiais divulgados ontem. Este índice registou, no entanto, uma queda ainda maior, de 18,8 por cento, se for contabilizada apenas a média relativa aos primeiros cinco meses de 2023, já que o declínio dos lucros foi menos acentuado em Junho. No mês passado, os lucros das principais empresas industriais da China caíram 8,3 por cento, em termos homólogos, de acordo com os dados publicados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) chinês. “Face à contínua recuperação da economia este ano e ao efeito de várias políticas, a produção industrial registou uma constante recuperação e os lucros das empresas têm melhorado”, disse um analista do GNE Sun Xiao, em comunicado. Na elaboração desta estatística, o gabinete apenas teve em conta as empresas industriais com um volume de negócios anual superior a 20 milhões de yuan (2,5 milhões de euros). A recuperação da economia perdeu força no segundo trimestre do ano, face à queda das vendas no sector imobiliário, contracção das exportações e enfraquecimento do consumo interno. A débil procura resultou na estagnação da inflação, enquanto a queda dos preços ao produtor acelerou. Ajuda a caminho Esta semana, o Partido Comunista Chinês (PCC) sinalizou mais apoio ao sector imobiliário e comprometeu-se a impulsionar o consumo e resolver o excesso de endividamento dos governos locais. Durante um encontro conduzido pelo secretário-geral do PCC e Presidente do país, Xi Jinping, o Politburo do Partido reconheceu “dificuldades no actual funcionamento” da economia. Na semana passada, as autoridades chinesas anunciaram que o produto interno bruto (PIB) registou um crescimento homólogo de 6,3 por cento, no segundo trimestre do ano, aquém das expectativas dos analistas, já que o efeito base de comparação, após um ano de bloqueios rigorosos, fazia prever uma taxa superior. Face ao primeiro trimestre do ano, a economia cresceu apenas 0,8 por cento, sugerindo um abrandamento na recuperação, depois de Pequim ter abolido a política ‘zero covid’, em vigor durante a pandemia.
Hoje Macau China / ÁsiaSeis mortos nas Filipinas à passagem do tufão Doksuri a perder força a caminho do sudeste da China Pelo menos seis pessoas morreram nas Filipinas, na sequência da passagem do tufão Doksuri, que se dirige para o sudeste chinês e está a perder intensidade, indicam dados oficiais divulgados hoje. Ventos violentos e chuvas torrenciais atingiram as pouco povoadas ilhas Babuyan e as províncias do norte do país, provocando inundações e aluimentos de terras. Uma mãe e três filhos morreram, na quarta-feira, num aluimento de terras, que atingiu a casa que habitavam em Buguias, na província montanhosa de Benguet, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) o responsável local pela gestão de catástrofes, Satur Payangdo. Cinco pessoas que também se encontravam na mesma casa foram resgatadas. Em Ramon, na província de Isabela, uma vendedora de pão morreu na sequência da queda de um coqueiro, referiu à AFP a responsável provincial pela gestão de catástrofes, Constante Foroda. Também um jovem de 16 anos morreu em casa, quando esta foi arrastada por um aluimento de terras em Baguio, nas montanhas do norte das Filipinas, referiu à AFP um funcionário local. Classificado como um super tufão, quando atravessou o oceano Pacífico, na terça-feira, o Doksuri perdeu a força ao aproximar-se das Filipinas. As previsões apontam para que a tempestade continue a perder intensidade antes de atingir o sudeste da China, na sexta-feira. O tufão estava “a afastar-se lentamente da ilha de Dalupiri”, na ponta norte da principal ilha filipina de Luzon, e a dirigir-se para o mar, notou a agência meteorológica filipina numa atualização na quarta-feira. Pelo menos 12 mil pessoas foram retiradas de casa na província de Cagayan, incluindo 431 nas ilhas Babuyan, na sequência de alertas de marés de tempestades de três metros de altura, disse à AFP Ruelie Rapsing, responsável provincial de gestão de catástrofes. Foram também registadas inundações nos municípios costeiros de Lallo, Pamplona e Claveria. A costa sudeste de Taiwan foi atingida por fortes ondas, na quarta-feira, e o gabinete central de meteorologia emitiu avisos e alertas de chuva forte. Em Macau, o sinal 1 de tempestade continua em vigor, esperando-se que assim permaneça até ao início da madrugada, de acordo com o ‘site’ da Direção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos.A possibilidade de vir a ser içado o sinal 3 de tempestade, na manhã desta sexta-feira, 28, varia entre “baixa a moderada”.
Hoje Macau China / ÁsiaVolkswagen investe 630 milhões de euros na fabricante chinesa de elétricos Xpeng A fabricante automóvel alemã Volkswagen vai adquirir uma participação de 4,99% da marca chinesa Xpeng, por 630 milhões de euros, visando o desenvolvimento conjunto de veículos elétricos, anunciaram hoje as empresas. A Volkswagen e a Xpeng querem “forjar uma aliança estratégica de longo prazo e mutuamente benéfica”, disse a fabricante chinesa, num comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong, onde está cotada. O documento indicou que as marcas vão desenvolver em conjunto dois modelos elétricos para o mercado chinês, que devem começar a ser produzidos em 2026. “Isto vai permitir que o Grupo Volkswagen expanda a sua posição na China, explore novos segmentos de clientes e traga novos veículos elétricos inteligentes e totalmente conectados para o mercado mais rapidamente”, explicou o chefe da empresa alemã na China, Ralf Brandstätter, através da rede social LinkedIn. O presidente e diretor executivo da Xpeng, He Xiaopeng, afirmou que as duas empresas “vão juntar forças altamente complementares”. “Vamos partilhar tecnologias no setor dos veículos inteligentes e capacidades de ‘design’ e engenharia de classe mundial e aprender um com o outro”, disse. As ações da Xpeng, considerada uma das principais rivais da Tesla na China, dispararam quase 33% na bolsa de valores de Hong Kong, durante a sessão da manhã. O jornal de Hong Kong South China Morning Post indicou ainda que a Audi, uma das marcas do Grupo Volkswagen, também assinou um acordo para formalizar a aliança com a fabricante chinesa SAIC, com vista a aumentar o portefólio elétrico no segmento topo de gama. Estes acordos “sublinham a urgência” do conglomerado alemão em melhorar os resultados na China, onde tem sido “eclipsado” por empresas emergentes locais, como a NIO, BYD ou Xpeng, no segmento elétrico, no qual a Volkswagen registou uma queda nas vendas no primeiro semestre, apesar do mercado ter crescido 25%, escreveu o SCMP. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros elétricos, mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas. Estimativas do banco de investimento UBS, até 2030, indicam que três em cada cinco veículos novos vendidos na China vão ser movidos a eletricidade, em vez de combustíveis fósseis.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Secretária norte-americana quer visitar China este Verão A secretária de Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, disse na terça-feira que pretende visitar a China neste Verão e garantiu que seu país precisa de fazer negócios com o gigante asiático. “Precisamos de fazer negócios com a China e onde quer que possamos (…), mas ao mesmo tempo precisamos de nos proteger”, disse Raimondo durante uma conversa no Wilson Center, em Washington. Raimondo deu como exemplo a incursão da cadeia norte-americana de cafetarias Starbucks no mercado chinês e uma estratégia do Departamento do Comércio para promover a exportação de produtos de beleza e de saúde para a China. “Não existe qualquer risco para a segurança nacional e criam postos de trabalho nos EUA”, afirmou. Ao mesmo tempo, a directora da pasta do comércio esclareceu que o seu Governo está a manter os “olhos abertos” sobre possíveis ameaças do Governo chinês à concorrência estratégica. “Estamos a trabalhar para identificar que tecnologia (…) a China precisa para melhorar as suas capacidades militares, e estamos a ver como impedir, juntamente com os nossos aliados, a sua capacidade de a obter”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaDelegação chinesa em Pyongyang para celebrar fim da Guerra da Coreia Uma delegação chinesa deslocou-se ontem à Coreia do Norte, para participar nas comemorações do 70.º aniversário do fim da Guerra da Coreia (1950-53), visando restaurar o intercâmbio entre os dois países aliados. O grupo é chefiado por Li Hongzhong, vice-presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional e membro do Politburo do Partido Comunista Chinês. A Coreia do Norte, que lançou uma tentativa de conquistar a Coreia do Sul, considera a assinatura do armistício um reconhecimento de vitória. O conflito envolveu forças da recém-criada República Popular da China, auxiliada pela força aérea russa, enquanto a Coreia do Sul, os Estados Unidos e tropas de vários países, sob a direcção da ONU, lutaram para repelir a invasão. A fronteira entre as Coreias continua a ser das mais tensas do mundo. Li Hongzhong carece do estatuto que transmitiria uma expressão completa de apoio chinês à Coreia do Norte, numa altura ambígua nas relações. A China foi convidada a enviar uma “delegação de alto nível” para participar das actividades comemorativas na Coreia do Norte, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, em conferência de imprensa. “Acreditamos que a visita vai ser propícia para promover o desenvolvimento sólido e estável das relações [bilaterais], contribuir para a paz e estabilidade regional e criar condições para uma solução política da questão da península [coreana]”, acrescentou. A porta-voz lembrou que a China e a Coreia do Norte são “vizinhos amigáveis, ligados por montanhas e rios”. Foguetes na festa Alguns especialistas disseram que a Coreia do Norte pode intensificar os testes com mísseis balísticos por volta do aniversário do armistício, que se celebra hoje. A China aderiu às sanções impostas pelas ONU contra a Coreia do Norte, devido ao programa de desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos, mas continua a ser o aliado económico e político mais importante de Pyongyang. A Coreia do Norte testou o primeiro míssil balístico intercontinental em três meses na semana passada. O regime ameaçou com “consequências chocantes”, contra o que chamou de actividade provocadora de reconhecimento dos Estados Unidos perto do país. As visitas oficiais entre os dois países foram interrompidas quando a Coreia do Norte, cada vez mais isolada e empobrecida, fechou as suas fronteiras para impedir a propagação da covid-19. Mais de dois milhões de soldados chineses lutaram na Guerra da Coreia, conhecida na China como a “Guerra para Resistir à Agressão dos EUA e Ajudar a Coreia”. Segundo dados de Pequim, 197.600 soldados chineses morreram no conflito.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Ministério recusa comentar afastamento de Qin Gang A diplomacia chinesa recusou comentar o afastamento de Qin Gang do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros. Além disso, o ministério apagou ontem do portal várias referências ao ex-ministro, que foi afastado do cargo na terça-feira e permanece desaparecido de cerimónias públicas há um mês “Sobre este assunto, a agência [noticiosa oficial] Xinhua já publicou informações. Podem consultá-las”, respondeu a porta-voz do ministério, Mao Ning, referindo-se ao despacho publicado pela imprensa estatal, na terça-feira. A Xinhua citou um comunicado do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, de apenas uma frase, a informar sobre a substituição de Qin pelo antecessor Wang Yi. O comunicado não apresenta nenhuma razão para a substituição ou desaparecimento de Qin Gang. Não é ainda claro se Wang Yi, que desempenhou as funções de ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2013 e 2022, vai ocupar o cargo interinamente, até que um funcionário mais novo seja designado. Depois de desaparecer da vida pública, e de ter sido demitido, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang desapareceu também do website do ministério, com todas as referências e informações a seu respeito a serem apagadas. O portal exibia, até ontem, várias ligações com informação sobre a actividade diplomática de Qin, entretanto apagadas. Na secção “Actividades dos líderes do Ministério”, agora coberta por notícias sobre o trabalho dos vice-ministros Ma Zhaoxu e Deng Li, as menções a Qin Gang também desapareceram. No motor de busca interno do site, uma pesquisa pelo nome “Qin Gang” também não apresenta resultados. Passagem breve Qin foi demitido na terça-feira e substituído pelo antecessor Wang Yi, anunciou o Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional. No portal do Ministério, mantêm-se os registos sobre a actuação de Wang, durante o primeiro mandato como ministro dos Negócios Estrangeiros, entre 2013 e 2022, o que sugere não ser prática comum retirar da página conteúdos relacionados com ex-governantes. Qin Gang não aparece em público desde 25 de Junho, dia em que se reuniu em Pequim com responsáveis do Sri Lanka, da Rússia e do Vietname, e, desde então, tem estado ausente de vários eventos diplomáticos, suscitando variadas especulações sobre o seu paradeiro e sobre a sua situação. Com 57 anos, Qin Gang foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros em Dezembro passado. Anteriormente, tinha sido embaixador em Washington e é fluente em inglês. A nomeação ocorreu na altura em que Pequim terminou a política ‘zero covid’, que manteve as fronteiras do país encerradas durante quase três anos. Além de receber dignitários estrangeiros em Pequim, incluindo o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, Qin Gang efectuou deslocações à Europa, a África e à Ásia Central.
Hoje Macau China / ÁsiaChina demite chefe da diplomacia que estava desaparecido há um mês O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, que estava desaparecido de cerimónias públicas há um mês, foi hoje demitido e substituído pelo seu antecessor, Wang Yi, divulgaram os ‘media’ estatais. A decisão terá sido adotada durante uma sessão do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, de acordo com a agência noticiosa estatal chinesa Xinhua, que acrescentou que o governador do Banco Central, Yi Gang, também foi afastado de funções, sendo substituído por Pan Gongsheng. Qin Gang não aparecia em público desde o passado dia 25 de junho, dia em que se reuniu na capital chinesa com responsáveis do Sri Lanka, Rússia e Vietname, e, desde então, tem estado ausente de vários eventos diplomáticos, suscitando variadas especulações sobre o seu paradeiro e sobre a sua situação. O Ministério dos Negócios Estrangeiros não forneceu qualquer explicação sobre a situação no seu ‘briefing’ diário de hoje. No início deste mês, a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, justificou a ausência de Qin Gang de um encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Jacarta, Indonésia, por “motivos de saúde”. Questionada novamente sobre o paradeiro do responsável, a porta-voz disse, em conferência de imprensa na segunda-feira, não ter informações sobre o assunto e negou que a ausência tivesse a ter impacto nas atividades diplomáticas do país. Qin Gang, de 57 anos, foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros em dezembro passado. Anteriormente foi embaixador em Washington e é fluente em inglês. A nomeação como ministro ocorreu na altura em que Pequim terminou a política de ‘zero covid’, que manteve as fronteiras do país encerradas durante quase três anos. Além de receber dignitários estrangeiros em Pequim, incluindo o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, Qin Gang efetuou deslocações à Europa, África e Ásia Central. Qin substituiu Wang Yi, atual diretor do Gabinete da Comissão para as Relações Externas do Partido Comunista da China (PCC) e classificado como o principal diplomata chinês, com uma agenda internacional marcada pela guerra na Ucrânia ou pela crescente rivalidade entre Pequim e Washington. Hu Xijin, influente comentador chinês e antigo editor-chefe do Global Times, jornal oficial do PCC, admitiu, num comentário difundido através da rede social Weibo, que “está toda a gente preocupada com um assunto, mas que não pode discuti-lo publicamente”. Na China, o desaparecimento de altos funcionários, celebridades e empresários é comum. Frequentemente, as autoridades anunciam mais tarde que a pessoa desaparecida está a ser investigada ou foi punida. Entre os casos mais proeminentes dos últimos anos consta o do ex-chefe chinês da Interpol Meng Hongwei, que desapareceu durante uma viagem à China, em 2018. Em 2020, foi condenado a 13 anos e meio de prisão por um tribunal chinês por receber mais de dois milhões de dólares em subornos. Em fevereiro passado, Bao Fan, o fundador de um banco de investimento, também desapareceu. Uma semana depois, a empresa admitiu “ter tido conhecimento” de que Bao estava a cooperar numa investigação. A tenista chinesa Peng Shuai também deixou de ser vista em público, em 2021, depois de acusar um antigo vice–primeiro-ministro chinês de má conduta sexual.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Japão | Pyongyang dispara mísseis antes de comemorar fim da Guerra da Coreia A Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos na madrugada de segunda para terça-feira, pouco antes de receber autoridades chinesas para as comemorações do fim dos combates entre as duas Coreias, na primeira visita estrangeira desde a pandemia. Os militares sul-coreanos referiram ter “detectado dois mísseis balísticos disparados pela Coreia do Norte de áreas próximas a Pyongyang em direcção ao mar do Leste [também conhecido como mar do Japão]”, destacou o Estado-Maior Conjunto citado pela agência de notícias sul-coreana Yonhap. Os dois mísseis percorreram cerca de 400 quilómetros antes de cair no mar, segundo o Ministério da Defesa sul-coreano, citado pela Yonhap e pela agência japonesa Kyodo. A Casa Branca condenou de imediato os novos “disparos de mísseis balísticos”. Os testes de mísseis “representam uma ameaça para os vizinhos da RPDC e para a comunidade internacional”, salientou a porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre, utilizando o nome oficial de República Popular Democrática da Coreia (RPDC) para Pyongyang. Também o Japão assinalou o primeiro lançamento norte-coreano, referindo que o projéctil caiu no mar fora da zona económica exclusiva do Japão (ZEE), de acordo com a emissora estatal NHK, que citou funcionários do governo. Pyongyang tem realizado regularmente testes de mísseis. O disparo destes dois últimos mísseis balísticos, antes do amanhecer de terça-feira, ocorre pouco antes das comemorações na Coreia do Norte do 70.º aniversário do fim dos combates na Guerra da Coreia (1950-1953).
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Ordenada retirada de milhares de pessoas face à aproximação de tufão As autoridades filipinas ordenaram ontem a retirada de milhares de pessoas à aproximação, do norte do país, do super tufão Doksuri, anunciou a agência meteorológica local. O Doksuri, com ventos de 185 quilómetros por hora (km/h), está a dirigir-se para um grupo de três ilhas escassamente povoadas ao largo da ponta norte da ilha principal de Luzon, indicou a agência. Prevê-se que atinja ou passe muito perto das ilhas Babuyan ou da província de Cagayan, no nordeste do país, hoie à tarde. A tempestade deverá estender-se a Taiwan e ao leste da China. Três das cinco ilhas Babuyan são habitadas, por cerca de 20 mil pessoas. As pessoas que vivem nas margens destas ilhas receberam ordens para abandonar as suas casas e os pescadores para retirar os seus barcos da água, disse o responsável local pela gestão de catástrofes, Charles Castillejos. “Enviámos a polícia para convencer quem se recusa a sair”, acrescentou. A agência meteorológica alertou para a possibilidade de se registarem ondas de mais de três metros junto à costa, além de chuva forte nas províncias montanhosas do norte, nos próximos dias, sendo “muito provável” a ocorrência de aluimentos de terras. As Filipinas são afectadas por uma média de 20 grandes tempestades por ano, que causam a morte de centenas de pessoas e animais e agravam a pobreza de vastas regiões. Os cientistas alertaram que estas tempestades estão a tornar-se cada vez mais fortes devido às alterações climáticas.
Hoje Macau China / ÁsiaBYD | China insta Índia a estabilizar laços após chumbo de investimento O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, instou ontem Nova Deli a estabilizar os laços bilaterais, para “benefício de ambos os lados”, após a Índia ter chumbado um investimento multimilionário da fabricante de automóveis chinesa BYD. Wang, que é director do Gabinete da Comissão para as Relações Externas do Partido Comunista da China (PCC), reuniu com Ajit Doval, conselheiro de Segurança Nacional da Índia, à margem de uma reunião entre altos funcionários do bloco de economias emergentes BRICS, em Joanesburgo. O responsável chinês pediu medidas políticas para “aumentar a confiança mútua estratégica” e “focar no consenso e na cooperação”, de acordo com um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. A forma como a China e a Índia se relacionam vai afectar directamente o respectivo desenvolvimento dos dois países e o cenário internacional, notou Wang. Acrescentou ainda que ambos os países devem aderir ao “julgamento estratégico” de que não representam uma ameaça um ao outro, mas antes oportunidades para o seu próprio crescimento. Nova Deli ainda não divulgou um comunicado sobre o encontro. De acordo com a nota divulgada pela diplomacia chinesa, Doval reconheceu que o “destino dos dois lados está intimamente ligado e é necessário reconstruir a confiança mútua estratégica e buscar o desenvolvimento comum”. “O lado indiano está disposto a trabalhar com o lado chinês para encontrar uma maneira fundamental de resolver a situação na fronteira, num espírito de compreensão e respeito mútuos”, disse Doval. Ultrapassar conflitos As relações entre os dois países vizinhos deterioraram-se, nos últimos anos, após lutas, com paus e pedras, terem despoletado, em 2020, ao longo da disputada fronteira, na região da Caxemira. Pelo menos 20 soldados indianos e quatro chineses morreram durante os confrontos. Pequim e Nova Deli mantiveram o diálogo. No início do mês, Wang reuniu com o homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar, à margem de uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, em Jacarta. A Índia recusou esta semana uma proposta da fabricante de veículos eléctricos chinesa BYD para construir uma fábrica avaliada em mil milhões de dólares, em parceria com uma empresa local, de acordo com a imprensa indiana. O governo indiano rejeitou o plano da BYD e da Megha Engineering and Infrastructures Ltd., com sede em Hyderabad, por questões de segurança nacional, segundo a mesma fonte. China e Índia são ambos membros dos BRICS, juntamente com Brasil, Rússia e África do Sul. Os conselheiros de Segurança Nacional dos países membros do bloco estiveram reunidos segunda e terça-feira em Joanesburgo. Os funcionários estão a avaliar um mecanismo de cooperação de segurança coordenado, num período de crescentes fricções geopolíticas. O bloco defende um modelo alternativo aos blocos liderados pelo Ocidente. Na segunda-feira, os conselheiros de segurança nacional da Bielorrússia, Burundi, Cuba, Egipto, Irão, Cazaquistão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos participaram de uma discussão dos “amigos dos BRICS”, sobre cibersegurança e inteligência artificial. A reunião precede uma reunião entre os líderes dos países membros, marcada para Agosto, para a qual 55 nações africanas foram convidadas, no que deverá ser uma das maiores reuniões entre líderes do Sul Global.
Hoje Macau China / ÁsiaReunião gera expectativas sobre MNE desaparecido O órgão máximo legislativo da China reuniu-se ontem para decidir sobre “nomeações oficiais”, numa altura em que o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês não é visto em público há um mês. Pequim continua sem esclarecer o paradeiro de Qin Gang, num período de frenética actividade diplomática para o país asiático. A última vez que Qin surgiu em público foi a 25 de Junho, quando esteve reunido com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Andrey Rudenko. A agência de notícias oficial Xinhua indicou, na segunda-feira à noite, que a Comissão Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN) vai também “rever emendas legislativas”. De acordo com o portal NPC Observer, que acompanha a actividade da APN, o órgão legislativo teve apenas nove reuniões fora da agenda, que é determinada com meses de antecedência, nos últimos dez anos. O encontro de ontem foi uma dessas excepções. Através da rede social Twitter, o NPC Observer destacou o curto prazo com que a reunião foi anunciada: “Com base em informações publicamente disponíveis, pode ser a primeira vez em dez anos que o conclave é convocado na véspera”. No início deste mês, a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning justificou a ausência de Qin Gang de um encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros da Associação de Nações do Sudeste Asiático, em Jacarta, por “motivos de saúde”. Questionada novamente sobre o paradeiro do responsável, Mao disse, em conferência de imprensa, na segunda-feira, não ter informações e negou que a ausência tenha tido impacto nas actividades diplomáticas do país. Manter o equilíbrio Qin, de 57 anos, foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros em Dezembro passado. Anteriormente foi embaixador em Washington e é fluente em inglês. A nomeação como ministro ocorreu na altura em que Pequim terminou a política de ‘zero covid’, que manteve as fronteiras do país encerradas durante quase três anos. A reabertura das fronteiras proporcionou uma intensa agenda diplomática, com líderes e altos funcionários de países estrangeiros a visitar a China todas as semanas. Além de receber dignitários estrangeiros em Pequim, incluindo o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, Qin visitou a Europa, a África e a Ásia Central. Qin substituiu Wang Yi, actual director do Gabinete da Comissão para as Relações Externas do Partido Comunista da China (PCC), com uma agenda internacional marcada pela guerra na Ucrânia ou pela crescente rivalidade entre Pequim e Washington. Hu Xijin, influente comentador chinês e antigo editor-chefe do Global Times, jornal oficial do PCC, admitiu, num comentário difundido através da rede social Weibo, que “está toda a gente preocupada com um assunto, mas que não pode discuti-lo publicamente”. “É preciso encontrar um equilíbrio entre manter a situação e respeitar o direito do público de se manter informado”, defendeu.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Pequim garante estar a aplicar resoluções da ONU Pequim rejeita as preocupações do G7 sobre a presença de dos navios-tanque nas águas chinesas e garante cumprir escrupulosamente as determinações das Nações Unidas A China disse ontem que implementa com rigor as resoluções da ONU, em resposta aos países que solicitaram a assistência de Pequim para impedir que a Coreia do Norte contorne sanções utilizando águas territoriais chinesas. Numa carta, endereçada a Zhang Jun, o representante de Pequim nas Nações Unidas, os países do G7 e a União Europeia (UE) levantaram preocupações sobre a “presença contínua de vários petroleiros” nas águas chinesas, que “facilitam o comércio de produtos petrolíferos sancionados” para a Coreia do Norte. A carta foi assinada pelos embaixadores na ONU da Austrália, Canadá, França, UE, Alemanha, Itália, Japão, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. Pequim disse que “implementa com rigor as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e que cumpre com seriedade as suas obrigações internacionais”. “A China exorta as partes relevantes a implementarem totalmente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre a República Popular Democrática da Coreia (nome oficial da Coreia do Norte), especialmente as disposições sobre a retoma do diálogo, o fortalecimento dos esforços diplomáticos e a promoção de um acordo político”, disse o porta-voz da missão chinesa na ONU, através da rede social Twitter. Na segunda-feira, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, referiu que a “China sempre respeitou as suas obrigações internacionais, em relação à implementação das resoluções do Conselho de Segurança”. A carta assinada pelo G7 e UE indicou que a presença e os movimentos dos navios-tanque foram observados pelo painel de especialistas das Nações Unidas que vigiam o cumprimento das sanções contra Pyongyang. Mísseis e sanções A Coreia do Norte está sujeita a sanções internacionais desde 2006. As sanções foram agravadas por três vezes, em 2017, à medida que o país testava armas atómicas e mísseis balísticos. As medidas adoptadas por unanimidade pelo Conselho de Segurança limitam as importações de petróleo do país. Desde 2017, o Conselho de Segurança não conseguiu chegar a uma posição unificada. Em Maio de 2022, China e Rússia vetaram uma resolução que impunha novas sanções contra Pyongyang. Deste então, nenhuma resolução ou declaração do Conselho foi adoptada, apesar de a Coreia do Norte ter realizado vários lançamentos de mísseis, incluindo no sábado passado. Os Estados Unidos, em particular, acusam regularmente Pequim e Moscovo de servir de “escudo” do regime norte-coreano e de encorajar novos disparos ao impedir uma resposta unida do Conselho de Segurança.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia vai continuar a fornecer cereais a África O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu ontem aos países africanos que vai continuar a fornecer cereais apesar das sanções sobre Moscovo, num artigo publicado pelo Kremlin, nas vésperas da cimeira Rússia-África, quinta e sexta-feira. “Compreendemos perfeitamente a importância da interrupção do fornecimento de insumos alimentares para o desenvolvimento socioeconómico e a estabilidade política dos Estados africanos”, escreveu o chefe de Estado russo no artigo citado pela agência espanhola de notícias, a EFE, no qual acrescenta que, por isso, a Rússia “sempre prestou grande atenção às questões referentes aos insumos de trigo, cevada, milho e outros cultivos dos países africanos”. No artigo, Putin salienta: “E fizemo-lo não só sozinhos, numa base contratual, mas também gratuitamente, em forma de ajuda humanitária, inclusivamente através do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas”. Destinatário errado No ano passado, recordou, a Rússia exportou quase 11,5 milhões de toneladas de cereais para África e só nos primeiros seis meses de 2023 já enviou quase 10 milhões de toneladas. Sobre a suspensão da Iniciativa dos Cereais do Mar Negro, que permitia a exportação de cereais usando portos ucranianos através do Mar Negro, Putin argumenta que isso aconteceu porque “servia apenas para enriquecer as grandes empresas norte-americanas e europeias que exportavam e revendiam cereais a partir da Ucrânia”, vincando que “em quase um ano, do total de 32,8 milhões de toneladas de carga, mais de 70 por cento destinaram-se a países de alto e médio rendimento, incluindo a União Europeia, ao passo que países como a Etiópia, o Sudão e a Somália, para além do Iémen e do Afeganistão, receberam menos de 3 por cento. Para além disso, Putin sublinhou que nenhuma das exigências da Rússia relativamente ao levantamento das sanções impostas sobre as exportações russas de cereais e fertilizantes para os mercados mundiais foi cumprida, mas ainda assim assegura: “Apesar das sanções, a Rússia vai continuar a esforçar-se energicamente para enviar para África cereais, alimentos, fertilizantes e outras matérias-primas”. No artigo, o Presidente russo diz ainda que em São Petersburgo deverá ser aprovado um plano de acção sobre o Fórum da associação Rússia-África até 2026 e que serão assinados uma série de documentos bilaterais.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Terminam buscas por dezenas de desaparecidos Centenas de socorristas deram ontem por encerradas as buscas, que decorreram durante quatro dias, por dezenas de pessoas desaparecidas, depois um enorme deslizamento de terras provocado por chuvas, numa aldeia no oeste da Índia. As equipas de resgate recuperaram, nos primeiros dois dias de buscas, os corpos de 27 pessoas que morreram no deslizamento de terras, que ocorreu na quarta-feira à noite na aldeia de Irshalwadi, localizada a quase 80 quilómetros de Mumbai, a capital do estado de Maharashtra. O governo estadual e a agência nacional de socorro decidiram ontem encerrar as operações de busca, por entenderem que não há esperança de encontrar sobreviventes, quando continuam desaparecidas 78 pessoas, Deepak Avadh, responsável da força nacional de resposta a desastres. Pelo menos 17 das 48 casas da aldeia foram total ou parcialmente soterradas pelos escombros, disseram as autoridades. Entre os mortos, estão quatro crianças, segundo a agência de notícias Press Trust of India, acrescentando que 75 pessoas foram resgatadas com vida, quatro delas encontrando-se hospitalizados. Chuvas recordes de monções mataram mais de 100 pessoas no norte da Índia nas últimas três semanas, disseram as autoridades, com a força das águas a causar a queda de pontes e estradas e o colapso de casas. A Índia sofre regularmente inundações severas durante a temporada de monções, entre Junho e Setembro, que os cientistas dizem que estão a tornar-se mais erráticas por causa das mudanças climáticas, levando a deslizamentos de terra frequentes e inundações repentinas.
Hoje Macau China / ÁsiaBanguecoque | Protestos contra bloqueio na nomeação de PM Centenas de tailandeses manifestaram-se domingo em Banguecoque para protestar contra o bloqueio político que está a impedir que o vencedor das recentes eleições no país seja nomeado primeiro-ministro. A afluência ao protesto, que obrigou ao encerramento de um importante cruzamento da capital tailandesa, foi afectada pelas fortes chuvas das monções que caíram em Banguecoque. Apesar do mau tempo, centenas de pessoas contestaram o bloqueio que se verifica no Senado, que já impediu por duas vezes a nomeação de Pita Limjaroenrat para Chefe do Executivo. Pita, líder do partido Avançar, que venceu inesperadamente as eleições de 14 de Maio, viu na quarta-feira o Tribunal Constitucional suspender o seu mandato de deputado até que fique concluída uma investigação contra ele por suspeitas de irregularidades durante a campanha. Depois das duas tentativas falhadas, o Avançar aceitou dar a vez ao seu parceiro de coligação Phue Thai, que ficou em segundo lugar nas eleições, para indicar o primeiro-ministro. A candidatura de Pita foi amplamente bloqueada pelos senadores, o que resultou num impasse político. O Phue Thai, ligado ao influente clã Shinawatra, fez domingo uma segunda ronda de contactos com formações conservadoras com o objectivo de conseguir um maior apoio e alcançar a maioria simples necessária na votação agendada para a próxima quinta-feira.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Anunciados contactos com Pyongyang sobre militar norte-americano Travis King terá atravessado a fronteira com a Coreia do Norte, onde se supõe estar detido. Pyongyang mantém-se em silêncio O vice-chefe da delegação da ONU na Coreia do Sul disse ontem que foram iniciadas “conversações” com Pyongyang sobre o soldado americano Travis King, que alegadamente se encontra detido na Coreia do Norte. “Foram iniciadas conversações com o Exército Popular da Coreia através do mecanismo do acordo de armistício”, declarou o general Andrew Harrison numa conferência de imprensa, ontem, na capital da Coreia do Sul. Harrison referia-se ao acordo que pôs fim às hostilidades em 1953 na Península da Coreia. A Coreia do Norte mantém o silêncio sobre o soldado americano, Travis King, que supostamente atravessou a fronteira na passada terça-feira. As autoridades norte-americanas mostraram-se preocupadas com o bem-estar do militar e afirmaram que a Coreia do Norte tem ignorado os pedidos de informações sobre King, incluindo o local onde está detido assim como pedem detalhes sobre o estado de saúde do militar. Os analistas citados pela agência norte-americana Associated Press (AP) recordam que a Coreia do Norte costuma demorar semanas ou meses para fornecer informações significativas deste género, a fim de potenciar influência e aumentar a urgência dos esforços dos Estados Unidos para garantir a libertação. Segundo a AP, a Coreia do Norte pode tentar obter concessões de Washington, como por exemplo, fazer depender a libertação de King da redução das actividades militares dos Estados Unidos na Coreia do Sul. Os Estados Unidos e a Coreia do Sul têm aumentado o número de exercícios militares conjuntos e a aumentar o destacamento regional de meios estratégicos norte-americanos, como bombardeiros, porta-aviões e submarinos, numa demonstração de força contra a Coreia do Norte, que testou cerca de 100 mísseis desde o início de 2022. Visita de peso Entretanto, um submarino de propulsão nuclear norte-americano chegou à Coreia do Sul, no segundo destacamento de um importante activo naval norte-americano para a Península da Coreia, informaram ontem as forças armadas sul-coreanas, reforçando a demonstração de força para combater as ameaças nucleares da Coreia do Norte. O USS Annapolis chegou a um porto na ilha de Jeju cerca de uma semana depois de o USS Kentucky ter atracado no porto continental de Busan. O Kentucky foi o primeiro submarino norte-americano com armas nucleares a chegar à Coreia do Sul desde a década de 1980. A Coreia do Norte reagiu à presença dos navios com a realização de um teste de mísseis balísticos e de cruzeiro, numa aparente demonstração de que poderia efectuar ataques nucleares contra a Coreia do Sul e contra os navios de guerra norte-americanos.