Rei da Tailândia volta ao país para celebrar aniversário da sua dinastia

[dropcap]O[/dropcap] rei Maha Vajiralongkorn da Tailândia voltou ontem ao país vindo da Alemanha, onde vive grande parte do tempo, para o aniversário do início da sua dinastia, a Chakri. Esta é a primeira visita do rei desde que foi imposto o estado de emergência no país para conter a epidemia do novo coronavírus a 26 de março.

O monarca chegou acompanhado da rainha Suthida e já esteve com o primeiro-ministro, Prayut Chan-ocha, e o chefe das Forças Armadas, Apirat Kongsompong, numa cerimónia na qual entregou doações de material de saúde para fazer frente ao vírus.

“Esta pandemia não é culpa de ninguém. O governo deve resolver o problema, entendendo as suas causas. É necessário estabelecer um sistema e comunicá-lo às pessoas para que o entendam bem”, disse Vajiralongkorn na cerimónia, cujas imagens foram transmitidas pela televisão.

Durante o dia, prestou homenagem ao seu pai, o rei Bhumibol Adulyadej, que morreu em 2016, e a Rama I, fundador da dinastia Chakri, que começou em 1782 e da qual Vajiralongkorn é o décimo monarca.

A chegada do rei da Alemanha coincide com a decisão do governo de estender até 18 de abril a proibição de aterragem de qualquer avião comercial vindo do estrangeiro para evitar os contágios. Vajiralongkorn, 67 anos, foi coroado o ano passado.

Há duas semanas, milhares de internautas tailandeses protestaram contra o rei na rede social Twitter devido ao seu papel ausente durante a pandemia, um desafio sem precedentes à dura lei de lesa majestade da Tailândia, que castiga com até 15 anos de prisão as críticas ao monarca.

Ao contrário de outros reis, Vajiralongkorn não fez qualquer declaração pública sobre a crise do novo coronavírus, que na Tailândia infectou 2.200 pessoas e matou 26.

7 Abr 2020

Covid-19 | China diz ter menos de 1.300 infectados no país

[dropcap]A[/dropcap] China afirmou hoje que o número de infectados da covid-19 é de 1.299, a primeira vez desde Janeiro que baixa da barreira dos 1.300. A Comissão Nacional de Saúde da China disse que nas últimas 24 horas foram registados 39 novos casos na China continental. Destes, 38 são provenientes do exterior, os chamados casos importados. O único caso de contágio local diagnosticado foi registado na província de Guangdong, vizinha da cidade de Macau.

De acordo com a mesma fonte, o número de pacientes que superam a doença e recebem alta diariamente excede os novos infectados. Nas últimas 24 horas, 114 pacientes receberam alta, em comparação com as 39 novas infecções detectadas. A China relatou ainda uma única morte, no período em análise. Trata-se de um paciente em Wuhan, cidade onde o surto começou.

Assim, o número total de infectados diagnosticados na China desde o início da pandemia é de 81.708, dos quais 3.331 pessoas morreram e, até ao momento, 77.078 pessoas tiveram alta após a superarem a doença.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 68 mil. Dos casos de infecção, mais de 283 mil são considerados curados.

6 Abr 2020

Covid-19 | Pequim anuncia três mortes e 25 casos de infecção “importada”

[dropcap]A[/dropcap] Comissão Nacional de Saúde da República Popular da China comunicou hoje que, no sábado, a pandemia do novo coronavírus matou três pessoas no país tendo detectado 30 casos de infecção, 25 dos quais em pessoas que chegaram do exterior. Pequim criou a designação “casos importados” para se referir às pessoas que entram no país já contagiadas pela covid-19.

De acordo com a última comunicação do regime chinês, os cinco casos de contágio a nível local registaram-se na província de Cantão, no sul do país, e as três mortes ocorreram na província de Hubei, onde se registou o foco da pandemia. No dia anterior, a República Popular da China contabilizou 19 casos de contágio, a nível nacional, sendo que 18 eram “casos importados”.

Na sexta-feira, Pequim anunciou ter detectado 29 casos “chegados do exterior” e 35 na quinta-feira e quarta-feira passadas. De acordo com o organismo oficial, até à meia-noite de sábado, registaram-se 11 novos casos procedentes do estrangeiro enquanto 213 doentes receberam alta e 36 deixaram de ser considerados pacientes em situação considerada grave.

A Comissão Nacional de Saúde indicou também que o total de “casos importados” registados na República Popular da China é de 913 tendo 216 doentes deste grupo recebido alta hospitalar. De acordo com os dados divulgados pelo Governo de Pequim, o número de casos confirmados é atualmente de 81.669, mas “77.964 já receberam alta”.

Até hoje a República Popular da China afirma que morreram da pandemia 3.329 pessoas no país, desde o final do ano passado. Permanecem activos 1.376 casos, 295 dos quais em estado grave e 17.436 estão em situação de observação médica.

A última comunicação oficial indica ainda que “não se registou nenhum caso novo” em Hubei, apesar da morte das três pessoas na cidade de Wuhan, a capital da província. No que diz respeito aos casos assintomáticos detectaram-se 47 novos casos, 16 dos quais referenciados pelas autoridades como “tendo chegado do estrangeiro”. No total, há 1.024 casos de infecções assintomáticas, 224 das quais “importadas”.

No passado dia 12 de março o regime de Pequim declarou que “o pico da transmissão” tinha chegado ao fim e, por isso, prevê levantar na próxima quarta-feira a quarentena que foi imposta na cidade Wuhan onde começou o surto de covid-19.

5 Abr 2020

Covid-19 | Contágio acelera em Tóquio apesar do apelo para ficar em casa

[dropcap]O[/dropcap] governo de Tóquio anunciou hoje 143 novos casos de infecção pelo novo coronavírus, um recorde diário que eleva o total na região para mais de 1.000, apesar do apelo à população para que fique em casa.

A região metropolitana de Tóquio, a populosa e movimentada capital do Japão, regista 1.034 casos confirmados do novo coronavírus, o que faz dela o foco do surto no país, onde ao todo foram registados 3.743 casos, segundo dados oficiais reunidos pela televisão NHK.

O número de novos casos diários em Tóquio ultrapassou pela primeira vez os 100 no sábado, culminando uma semana de crescimento sustentado, o que levou as autoridades a repetir o apelo aos cidadãos para trabalharem em casa, evitarem concentrações e abdicarem de todas as deslocações não-essenciais.

Ao mesmo tempo, o número de doentes de covid-19 com sintomas graves ultrapassou o número de camas hospitalares disponíveis na capital, levando a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, a anunciar hoje a preparação de novos espaços, como centros de saúde ou hotéis, para receberem doentes.

O Governo central tem manifestado disponibilidade para declarar o estado de emergência, mas aponta-o como medida de último recurso e, até agora, as autoridades têm-se limitado a apelar aos cidadãos para evitarem o contacto com outros e às empresas para aplicarem o teletrabalho.

Em todo o país, as instalações públicas estão encerradas desde março e até meados de abril, assim como as escolas, fechadas desde fevereiro.

Na sexta-feira entrou também em vigor a proibição de entrada no país a viajantes provenientes de 73 países e a imposição de quarentena de 14 dias a todos os outros viajantes.

O Japão regista até ao momento quase 3.000 casos de infecção e 69 mortes, segundo números da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O novo coronavírus, que provoca a covid-19, já infectou cerca de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, mais de 63 mil das quais morreram.

5 Abr 2020

Novo coronavírus poderá ser transmitido pela fala e respiração, dizem cientistas norte-americanos

[dropcap]C[/dropcap]ientistas ligados ao governo norte-americano acreditam que o novo coronavírus provavelmente é transmitido pelas pessoas quando falam e respiram, uma avaliação que leva à conclusão que usar máscaras ou lenços pode minimizar a propagação.

A administração do presidente Donald Trump está prestes a mudar suas instruções oficiais para incentivar, mas eventualmente não obrigar, a população a cobrir os rostos em público, com máscaras artesanais, lenços ou trapos, por forma também a reservar as máscaras médicas aos profissionais de saúde, pois a escassez deste material assim o exige.

Em Nova Iorque, o `mayor´ pediu na quinta-feira aos residentes na cidade que cobrissem o rosto quando saíssem à rua e, hoje, quase metade dos transeuntes em Manhattan já estava a aplicar a medida sugerida, segundo a observação de jornalistas da AFP.

Em relação à Ásia, onde a utilização das máscaras cirúrgicas é regra omnipresente para a população, o atraso nos países ocidentais é entendido por alguns especialistas como uma “aberração”.

Contudo, autoridades de saúde nos Estados Unidos ou na França, assim como a Organização Mundial da Saúde (OMS), argumentaram até agora que a máscara não é necessária para pessoas saudáveis, a menos que estejam em contacto com os doentes infectados pelo vírus.

Na França, a Academia de Medicina recomendou esta sexta-feira o uso obrigatório da máscara, como uma “adição lógica às medidas de barreira”.

Na sexta-feira, nos Estados Unidos, o director do Instituto de Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, membro do grupo de trabalho da Casa Branca sobre o coronavírus e que todos os dias fala à distância com o presidente Trump, reconheceu que “o vírus pode realmente ser transmitido quando as pessoas estão apenas a conversar, e não unicamente quando espirram ou tossem”.

Esta transmissão aérea permitiria uma explicação há muito procurada para alta contagiosidade do vírus responsável pela pandemia do Covid-19, quando surgem indícios de que pessoas infectadas, mas sem sintomas, são responsáveis por cerca de 1/4 de todos os cidadãos infectados, sendo por isso responsáveis involuntariamente por grande parte dos contágios.

Vários estudos mostraram que pessoas assintomáticas infectaram pessoas próximas que com elas estiveram em igrejas, num coro, em aulas de canto ou em casas de repouso. As Academias de Ciências norte-americanas aludiram em carta dirigida hoje à Casa Branca quatro estudos que apontam a balança a favor da transmissão do vírus pelo ar expirado pelas pessoas (aerossóis no jargão científico), e não apenas pelas gotículas projetadas durante um espirro diretamente no rosto de outra pessoa ou em superfícies (onde o vírus pode sobreviver por horas ou até dias).

“A pesquisa actualmente disponível apoia a possibilidade de que o SARS-CoV-2 possa ser transmitido por aerossóis gerados diretamente pela expiração de pacientes”, escreve Harvey Fineberg, presidente do Comité de Doenças Infecciosas Emergentes.

Paralelamente, um estudo de investigadores da Universidade de Nebraska encontraram partes do código genético do vírus (RNA) no ar de salas onde os pacientes foram isolados.

Investigadores da Universidade de Hong Kong concluiram recentemente que o uso de máscaras reduz a quantidade de coronavírus exalado pelos pacientes, sendo que a experiência foi realizado com outros vírus além do SARS-CoV-2.

Também investigadores de Wuhan colheram amostras de ar de vários quartos de hospital e encontraram altas concentrações do novo coronavírus, especialmente nos banheiros e salas onde os profissionais de saúde retiravam os seus equipamentos de protecção.

À luz desses resultados, a mudança oficial da estratégia neste domínio nos Estados Unidos é iminente, segundo o vice-presidente Mike Pence, faltando conhecer a sua formulação, com Donald Trump a adiantar que acha que a medida não deve ser obrigatória.

4 Abr 2020

Covid-19 | Amanhã será dia de luto nacional na China. Macau também fará três minutos de silêncio

[dropcap]A[/dropcap] China vai fazer, no sábado, um dia de luto nacional pelos mais de 3.200 mortos devido a infecção pelo novo coronavírus no país, informou hoje o Conselho de Estado chinês.

Às 10 horas da manhã, cidadãos em toda a China devem realizar três minutos de silêncio em memória dos falecidos, enquanto alarmes antiaéreos e buzinas de carros, comboios e navios soarão como sinal de luto, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

As bandeiras vão ser colocadas a meia haste, durante o dia, em instituições oficiais e nas embaixadas e consulados chineses em todo o mundo, ao mesmo tempo que atividades recreativas públicas vão ser suspensas em toda a China.

Em Macau, o Instituto do Desporto emitiu uma nota onde dá conta do encerramento das instalações desportivas. “Para expressar as mais profundas condolências e em homenagem aos heróis que se sacrificaram na luta contra a pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus e aos compatriotas que faleceram, em respeito pelo período de luto nacional, as instalações desportivas afectas ao Instituto do Desporto encerram ao público amanhã 4 de Abril. O Instituo do Desporto pede a compreensão do público”, pode ler-se.

Além disso, foram emitidas instruções para a colocação das bandeiras nacional e da RAEM a meia haste “em todos os organismos governamentais, órgãos legislativos e judiciais, representações no exterior, escolas, bem como instalações e locais públicos, sendo que todas as actividades públicas de entretenimento e de carácter celebrativo ou festivo serão suspensas”.

Nesse sentido, “a partir das 10h00 do dia 4 de Abril, todos os residentes devem cumprir três minutos de silêncio em tributo aos heróis que sacrificaram a vida na luta contra a epidemia da pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus e aos compatriotas falecidos”.

O número total de infectados diagnosticados na China, desde o início da pandemia, é de 81.620 e o número de mortos ascendeu a 3.322. O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, entre as quais morreram mais de 51 mil. Dos casos de infecção, cerca de 190.000 são considerados curados.

3 Abr 2020

Covid-19 | Número de internados subiu mais de 40% e ultrapassou os 1.000

[dropcap]O[/dropcap] número de pessoas internadas por causa da covid-19 em Portugal ultrapassou hoje a barreira dos 1.000, aumentando mais de 40% relativamente aos dados divulgados na quarta-feira. Segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), 1.042 pessoas estão internadas, o que representa mais 316 relativamente aos dados de quarta-feira (+43,5%).

Das 1.042 pessoas internadas, 240 estão em Unidades de Cuidados Intensivos (mais 10, +4,3%). Os dados da DGS indicam que em Portugal há 209 mortes associadas à covid-19 e 9.034 pessoas infectadas. No dia em que assinala um mês desde que o primeiro caso da doença foi detetado em Portugal, o relatório da DGS indica que 68 doentes recuperaram.

Desde o dia 1 de Janeiro, registaram-se 66.895 casos suspeitos em Portugal, dos quais 4.958 aguardam resultado das análises. O boletim epidemiológico indica também que há 52.903 casos em que o resultado dos testes foi negativo.

Portugal, onde o primeiro caso foi confirmado a 02 de março e que viu hoje renovado até 17 de abril o estado de emergência, está já na terceira e mais grave fase de resposta à doença (Fase de Mitigação), ativada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.

Detetado em dezembro de 2019, na China, o novo coronavírus já infectou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 47 mil. Dos casos de infecção, cerca de 180.000 são considerados curados.

2 Abr 2020

Covid-19 | China regista dezenas de novos casos diários de infecção vindos do exterior

[dropcap]A[/dropcap] China regista dezenas de novos casos diários de contágio pelo novo coronavírus oriundos do exterior, apesar de ter interditado, no sábado passado, a entrada de estrangeiros no país. Foram detectadas 35 pessoas infectadas com a Covid-19, todas vindas do exterior, nas 24 horas até à meia-noite na China, segundo as autoridades de saúde chinesas.

A Comissão Nacional de Saúde do país asiático informou ainda que morreram seis pessoas devido à infeção pelo novo coronavírus, na cidade chinesa de Wuhan, epicentro da epidemia. No mesmo dia foram detectados 20 novos casos suspeitos, também importados.

Muitos chineses radicados no exterior estão a voltar ao país, à medida que a doença se alastra pelo resto do mundo, pelo que a China passou a contar com centenas de casos importados.

A partir de sábado, o país suspendeu temporariamente a entrada de cidadãos estrangeiros, incluindo quem possui visto ou autorização de residência, como medida de prevenção contra a propagação do novo coronavírus.

As autoridades informaram que 170 pacientes receberam alta após superarem a doença e quase 1.900 pessoas que tiveram contacto próximo com os infectados estão sob observação médica. O país asiático soma 1.863 casos ativos, entre os quais 429 continuam em estado grave.

A China revelou ainda que detetou 55 novos casos assintomáticos. A Comissão Nacional de Saúde só começou na quarta-feira a divulgar o número de pessoas infectadas, mas que não têm sintomas.

A possibilidade de infectados assintomáticos poderem contagiar outras pessoas ainda não é consensual entre especialistas, mas as autoridades de saúde indicaram que eles devem passar por uma quarentena de 14 dias num local designado.

O número total de infectados diagnosticados na China, desde o início da pandemia, é de 81.589, entre os quais 3.318 morreram e 76.408 tiveram alta após superarem a doença. Desde o início do surto, em dezembro passado, 710.000 pessoas em contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica na China, entre os quais mais de 20.000 permanecem sob observação.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 905 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 46 mil. Dos casos de infecção, pelo menos 176.500 são considerados curados.

2 Abr 2020

Covid-19 | China exige documentação adicional a exportadores de equipamento médico

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês disse ontem que vai exigir documentação adicional às empresas do país para lhes permitir exportem equipamento médico, incluindo testes de detecção do novo coronavírus, máscaras, fatos de protecção ou termómetros de infravermelhos.

Numa declaração conjunta, o ministério chinês do Comércio e a Administração Geral das Alfândegas e a Administração Nacional de Produtos Médicos informaram que as empresas chinesas que exportam equipamento médico devem fornecer evidências de que os produtos são licenciados pelas autoridades do país e atendem aos padrões de qualidade dos países de destino. As alfândegas chinesas só permitirão a saída de produtos com licença atribuída pelas autoridades da saúde.

A mesma nota indica que foi tomada a decisão de “garantir a qualidade e a segurança” dos produtos, para que se “cumpram os requisitos” e os padrões dos países de destino.

A medida foi tomada dias depois de Espanha ter informado que testes de deteção rápida para a Covid-19 comprados à empresa chinesa Shenzhen Bioeasy Biotechnology eram defeituosos e que teve de devolve-los.

A empresa não estava incluída, segundo Pequim, numa lista de fornecedores autorizados entregues pela China ao Governo espanhol, embora Madrid tenha indicado que a compra foi iniciada antes de receber a referida lista.

Também a Holanda disse que mais de 600.000 máscaras importadas da China foram devolvidas depois de as autoridades locais determinarem que não eram adequadas para uso pelos profissionais de saúde.

Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, apenas 21 das 102 empresas chinesas do sector com aprovação para exportar para a União Europeia possuem licença para vender na China.

Fontes do setor citadas pelo jornal afirmam que a nova medida terá um impacto negativo nas empresas que estavam a acumular produtos para exportar para os países mais afetados pela pandemia, uma vez que a obtenção das licenças necessárias geralmente leva entre um e três anos.

O presidente da Associação de Diagnóstico In Vitro da China, Song Haibo, disse que muitas empresas com selo de aprovação para exportarem para o mercado europeu “assinaram contratos [com compradores estrangeiros], mas podem agora ser forçadas a quebrar o acordado, o que poderá levar a litígios”.

No caso espanhol, a Bioeasy prometeu substituir os testes defeituosos, que foram devolvidos por Madrid, e fazer uma nova entrega com os pedidos pendentes.

2 Abr 2020

Covid-19 | Shenzhen proíbe permanentemente a criação e consumo de animais selvagens

[dropcap]U[/dropcap]ma das mais prósperas cidades chinesas, Shenzhen, emitiu hoje a proibição mais abrangente até à data de criação e consumo de animais selvagens, num esforço para evitar um surto futuro do coronavírus.

A covid-19 foi detectada pela primeira vez na cidade de Wuhan, centro da China, em dezembro passado, entre pacientes relacionados com um mercado da cidade que vendia animais selvagens, incluindo pangolim e civeta, além de carnes mais convencionais, como frango e peixe. O consumo de animais selvagens é sobretudo popular no sul da China, onde Shenzhen está situado.

Situada na fronteira com Hong Kong, Shenzhen tornou-se num centro global para fabrico de componentes eletrónicos e sede das principais firmas tecnológicas do país. Em 2002, o surto da pneumonia atípica, ou SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), foi inicialmente disseminado por pessoas que consumiam ou criavam e vendiam animais selvagens em áreas próximas de Shenzhen.

Os regulamentos estipulados pelas autoridades da cidade proíbem permanentemente o comércio e o consumo de animais selvagens, o que vai além da proibição temporária emitida pelo Governo central, em fevereiro passado, após o início do surto.

Para além de cobras, lagartos e outros animais selvagens, a diretriz, que cita razões humanitárias, proíbe ainda o consumo de carne de cão e gato, que são há muito tempo especialidades locais.

A proibição prevê multas a partir dos 150 mil yuans, valor que aumentou consideravelmente, dependendo da quantidade de animais apreendidos.

A medida não restringe a criação de animais selvagens para fins medicinais, que tem sido criticada como cruel e perigosa para a saúde pública, embora o consumo desses animais para alimentação passe a ser proibido.

2 Abr 2020

Covid-19 | Mais de 30 mil pessoas morreram na Europa

[dropcap]A[/dropcap] pandemia de covid-19 já matou mais de 30 mil pessoas na Europa, mais de dois terços em Itália e em Espanha, segundo um balanço da AFP às 07:00, a partir de dados oficiais.

Com um total de 30.063 mortes (para 458.601 casos), a Europa é o continente mais atingido pela pandemia de covid-19. Itália (12.428 mortes) é o país europeu mais afectado, seguida pela Espanha (8.189) e pela França (3.523).

1 Abr 2020

Covid-19 | China identifica 130 novos casos assintomáticos

[dropcap]A[/dropcap] Comissão Nacional de Saúde da China anunciou hoje que identificou 130 novos casos assintomáticos, portadores do novo coronavírus, mas que não revelam nenhum sintoma da doença da covid-19. A mesma comissão informara na terça-feira que, de um total de mais de 1.500 casos assintomáticos que estão a ser isolados e monitorizados, 205 vieram do exterior.

As autoridades indicaram também que foram registados 36 novos casos confirmados da covid-19 no país continental, que exclui Macau e Hong Kong. Todos, exceto um dos novos casos, foram importados. Nas últimas 24 horas foram ainda registadas mais sete mortes.

Hoje, pela primeira vez, a China passou a contabilizar os casos assintomáticos na contagem oficial. Enquanto a proporção de pessoas que contraíram o vírus, mas permanecem assintomáticas, é atualmente desconhecida, os cientistas dizem que esses ‘portadores’ ainda podem transmitir a covid-19.

Como o surto doméstico na China a diminuir significativamente, alguns especialistas questionaram se a dificuldade em identificar casos assintomáticos poderia levar ao ressurgimento de infeções.

A China, onde o vírus foi detectado pela primeira vez em dezembro, registou um total de 81.554 casos e 3.312 mortes desde o início do surto. O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 850 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 42 mil. Dos casos de infecção, pelo menos mais de 170 mil são considerados curados.

1 Abr 2020

Covid-19 | Portugal com 160 mortes e mais de 7.400 infectados

[dropcap]P[/dropcap]ortugal regista hoje 160 mortes associadas à covid-19, mais 20 do que na segunda-feira, e 7.443 infectados (mais 1.035), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

O relatório da situação epidemiológica em Portugal, com dados atualizados até às 24:00 de segunda-feira, indica que a região Norte é a que regista o maior número de mortes (83), seguida da região Centro (40), da região de Lisboa e Vale do Tejo (35) e do Algarve, que hoje regista dois mortos.

Relativamente a segunda-feira, em que se registavam 140 mortes, hoje observou-se um aumento de 14,1% (mais 20). De acordo com dados da DGS, há 7.443 casos confirmados, mais 1.035 (um aumento de 16,1%) face a segunda-feira.

Das 140 mortes registadas, 97 tinham mais de 80 anos, 38 tinham idades entre os 70 e os 79 anos, 17 entre os 60 e os 69 anos, seis entre os 50 e os 59 anos e dois óbitos entre os 40 aos 49 anos.

Das 7.443 pessoas infectadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a grande maioria (5.837) está a recuperar em casa, 627 (mais 56, +9,8%) estão internadas, 188 (mais 24, +14,6%) dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos.

Os dados da DGS, que se referem a 75% dos casos confirmados, precisam que Lisboa é o concelho que regista o maior número de casos de infeção pelo coronavírus SARSCov2 (505), seguida do Porto (462 casos), Vila Nova de Gaia (338), Gondomar (298), Maia (293), Matosinhos (273), Braga (220), Valongo (210), Sintra (167) e Ovar (159).

Desde o dia 1 de Janeiro, registaram-se 52.086 casos suspeitos, dos quais 4.610 aguardam resultado das análises. O boletim epidemiológico indica também que há 40.033 casos em que o resultado dos testes foi negativo e que 43 doentes recuperaram.

A região Norte continua a registar o maior número de infeções, totalizando 4.452, seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo, com 1.799 casos, da região Centro (911), do Algarve (137) e do Alentejo, que hoje apresenta 50 casos.

Há ainda 48 pessoas infectadas com covid-19 nos Açores e 46 na Madeira. A DGS regista ainda 19.260 contactos em vigilância pelas autoridades (mais 7.778).

A faixa etária mais afetada é a dos 40 aos 49 anos (1.383), seguida dos 50 aos 59 anos (1.346), dos 30 aos 39 anos (1.115) e dos 60 aos 69 anos (1.028).

Há ainda 94 casos de crianças com idades até aos nove anos, 184 de jovens com idades entre os 10 e os 19 anos e 755 com idades entre os 20 e os 29 anos.

Os dados indicam também que há 758 casos de pessoas com idades entre os 70 e os 79 anos e 780 com mais de 80 anos.

Segundo o relatório da DGS, 134 casos resultam da importação do vírus de Espanha, 98 de França, 49 do Reino Unido, 28 de Itália, 32 da Suíça, 38 dos Emirados Árabes Unidos, 18 de Andorra, 14 da Austrália, 11 do Brasil, 11 Países Baixos, oito da Bélgica, sete da Alemanha, sete da Argentina, seis dos EUA, quatro da Áustria, quatro em Cabo Verde e quatro no Canadá.

O boletim dá ainda conta de três casos importados da Índia e outros três de Israel e dois casos do Egito, dois da Irlanda, dois da Jamaica e outros dois da Tailândia.

Foram ainda importados um caso da Áustria/Alemanha, Chile, Cuba, Dinamarca, Indonésia, Irão, Luxemburgo, Malta, Maldivas, Noruega, Paquistão, Polónia, Qatar, República Checa, Venezuela, Ucrânia e Suécia.

Segundo a DGS, 62% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 50% febre, 34% dores musculares, 29% cefaleias, 24% fraqueza generalizada e 19% dificuldade respiratória. Esta informação refere-se a 76% dos casos.

31 Mar 2020

Covid-19 | China regista 48 novos casos de infecção vindos do exterior

[dropcap]A[/dropcap] China continuou a registar dezenas de novos casos de contágio pelo novo coronavírus oriundos do exterior, apesar de ter interditado, no sábado passado, a entrada de estrangeiros no país. Foram detectadas no país 48 pessoas infectadas com a covid-19, todas vindas do exterior, até à meia-noite na China, segundo as autoridades de saúde chinesas.

A Comissão Nacional de Saúde da China informou ainda que morreu uma pessoa devido à infeção pelo novo coronavírus, na cidade chinesa de Wuhan, epicentro da epidemia. Wuhan conta com 528 pacientes em estado grave, a maioria a nível nacional. O número total de infectados diagnosticados na China, desde o início da pandemia, é de 81.518, entre os quais 3.305 morreram e 76.052 tiveram alta após superarem a doença. O número de pacientes infectados fixou-se assim nos 2.161.

Quando a doença começou a atingir o resto do mundo, muitos chineses regressaram ao país, que passou assim a registar centenas de casos oriundos do exterior. A partir de sábado, a China suspendeu temporariamente a entrada no país de cidadãos estrangeiros, incluindo quem possui visto ou autorização de residência, como medida de prevenção contra a propagação do novo coronavírus.

Desde o início do surto, em dezembro passado, 704.190 pessoas em contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica na China, incluindo 19.853 ainda sob observação, de acordo com dados oficiais. Para impedir uma segunda vaga de contágios no país, o Governo chinês impôs uma quarentena rigorosa de 14 dias em centros designados pelas autoridades a quem entrar na China.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil. Dos casos de infecção, pelo menos 148.500 são considerados curados.

31 Mar 2020

Covid-19 | Pequim qualifica críticas de França sobre ajuda como “cínicas”

A secretária de Estado francesa para os Assuntos Europeus classificou as acções chinesas de apoio a vários países como encenações com vista a promover a imagem do país. Pequim diz que as fábricas continuam a produzir materiais hospitalares sem parar, para dar resposta aos muitos pedidos que chegam de todo lado, inclusive da França, que encomendou “mais de mil milhões de máscaras” e que este esforço deve ser enaltecido e não denegrido

 

[dropcap]A[/dropcap] China considerou ontem “cínicas” as declarações da secretária de Estado francesa para os Assuntos Europeus, Amélie de Montchalin, que acusou Pequim de estar “a instrumentalizar” a ajuda chinesa que dá a outros países contra a pandemia de covid-19.

A pandemia está, em termos gerais, suprimida no território chinês, com apenas um ou nenhum novo caso de origem local anunciados nos últimos dias.

Nas últimas semanas, o Governo chinês ofereceu máscaras, roupas de protecção e luvas a países atingidos pela covid-19, além de enviar especialistas médicos, principalmente para a Itália.

“Às vezes é mais fácil fazer propaganda, [passar] imagens bonitas e instrumentalizar o que está a acontecer”, disse Amélie de Montchalin no domingo, no programa “Questions politiques”, da France Inter, do jornal Le Monde e da France Télévisions.

“Estou a falar sobre a China e sobre a Rússia, que encenam as coisas”, disse, sem, no entanto, dar exemplos concretos.

A China foi acusada por alguns críticos de querer tirar proveito da ajuda que fornece, particularmente aos países europeus, para exaltar o seu modelo político.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China respondeu, entretanto, sublinhando que o país não percebe a razão das críticas.

“Ouvi, várias vezes, ocidentais mencionarem a palavra ‘propaganda’ em relação à China. Gostaria de lhes perguntar: exactamente a que é que se estão a referir?”, questionou o porta-voz do ministério, Hua Chunying.

“O que é que querem? Que a China fique de braços cruzados face a esta grave epidemia que está a afectar os outros países? Que se mantenha indiferente?”, referiu numa conferência de imprensa, ontem realizada.

Os funcionários das fábricas chinesas de máscaras e de outros materiais de proteção estão actualmente a trabalhar em pleno para responder aos pedidos de países onde esses equipamentos estão em falta.

“Os esforços [desses trabalhadores] devem ser respeitados e não denegridos”, disse Hua Chunying.
A própria França encomendou “mais de mil milhões de máscaras”, sobretudo à China, segundo o ministro da Saúde, Olivier Véran.

“Gostava de perguntar às pessoas que fazem comentários cínicos o que é que estão a fazer contra a pandemia?”, afirmou ainda Hua, acrescentando que a China espera que a pessoa em causa ofereça, por palavras e acções, benefícios à cooperação internacional (contra a covid-19)”.

Com defeito

A França ofereceu, em Fevereiro, à China várias toneladas de equipamentos médicos, incluindo fatos de protecção, máscaras, luvas e desinfectantes.

Entretanto, a embaixada chinesa em Haia garantiu ontem que “não há qualquer consideração geopolítica” no seu apoio a outros países para combater o coronavírus e enfatizou que é “normal que alguns problemas surjam”, como aconteceu com o lote de 600.000 máscaras defeituosas recebidas para a Holanda.

O embaixador, Xu Hong, afirmou, em comunicado ontem divulgado, só ter tido conhecimento pela comunicação social do problema com “algumas máscaras compradas” à China pelo Governo holandês e assegurou que tem estado a acompanhar de perto a investigação nos Países Baixos, esperando que “este incidente isolado” não afecte a cooperação entre os dois países.

Metade de um lote de 1,3 milhões de máscaras usadas por profissionais de saúde para tratar doentes críticos infectados com a covid-19 foram consideradas defeituosas, colocando em risco médicos e enfermeiros.

A maioria deste material não se encaixa bem no rosto ou tem membranas – os filtros que devem travar as partículas virais – que não funcionam corretamente.

Segundo o Ministério da Saúde, o lote foi entregue com urgência pela China, já que o país estava, na semana passada, em estado de “grande escassez” relativamente a este tipo de material.

Todas as máscaras defeituosas distribuídas pelos hospitais já foram recuperadas, garantiu o ministério.
Xu Hong não confirmou a qualidade defeituosa das máscaras compradas pelo Governo holandês a um fabricante chinês autorizado, mas oferece ajuda das autoridades de Pequim na investigação e pediu para que estes problemas sejam “resolvidos objectivamente”, sublinhando que “não devem ser politizados”.

Trágicos números

“O vírus não conhece fronteiras e só fortalecendo a solidariedade e a assistência mútua é que a comunidade internacional conseguirá vencer a batalha contra a pandemia”, lembrou Xu Hong.

“A China continuará a apoiar plenamente os esforços holandeses para combater a pandemia e a trabalhar em conjunto para derrotar o novo coronavírus, que é o inimigo comum”, acrescentou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil. Dos casos de infecção, pelo menos 142.300 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 396 mil infectados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista actualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.779 mortos em 97.689 casos confirmados até domingo.

31 Mar 2020

Economia | China prepara estímulo, enquanto zona Euro tem recessão no horizonte

Além da crise de saúde pública, a pandemia do novo coronavírus lançou a economia global num novo precipício. Enquanto a China se prepara para apresentar um plano de estímulos económicos, um pouco à semelhança dos Estados Unidos, a Europa actua de forma descoordenada com cada país a procurar mitigar a crise à sua maneira. O FMI já prevê um cenário de recessão semelhante à crise de 2009

 

[dropcap]A[/dropcap]s repercussões da pandemia que varre o mundo inteiro vão muito além da trágica situação de saúde pública. Além de deixar a descoberto muitos dos pontos fracos de instituições e governos, terá consequências económicas que já se começam a vislumbrar.

O Governo Central da República Popular da China comprometeu-se com medidas que deixam antever que Pequim se prepara para lançar um pacote de estímulos económicos de larga escala, para contrariar o impacto económico da pandemia.

Assim sendo, Pequim deverá aumentar o défice orçamental e colocar à venda dívida soberana, o que permite aos governos locais vender obrigações de financiamento de infra-estruturas. De acordo com a Xinhua, na semana passada o Politburo do Partido Comunista Chinês reuniu e aprovou as medidas com o objectivo de estabilizar a economia.

A agência oficial chinesa não deu mais detalhes quanto a possíveis estímulos fiscais. Importa recordar que a China ainda não divulgou o orçamento para 2020 devido à crise pandémica que forçou ao adiamento das anuais reuniões políticas e parlamentares de Pequim e que o défice orçamental não excede os 3 por cento há mais de uma década.

A capacidade produtiva da China tem sido fortemente afectada neste trimestre pelo encerramento de fábricas e paralisia de transportes. Além disso, com o mercado global também a sofrer com a pandemia, a procura externa de produtos chineses caiu igualmente.

De acordo com a Xinhua, o relatório da reunião do Politburo acrescentou que “o desenvolvimento económico, especialmente o retorno das cadeias de abastecimento, enfrentam novos desafios à medida que os casos de infecções importadas aumentam”. Com a economia global paralisada, Pequim vira-se para dentro. “São precisas fortes medidas macro-económicas para reduzir o impacto e expandir a procura doméstica”, projecta o relatório.

Outro ponto fundamental foi a manutenção dos objectivos de crescimento económico, que já eram algo contidos, para a “construção de uma sociedade moderadamente próspera” em 2020.

Num comunicado diferente, também divulgado na sexta-feira passada, o Banco Popular da China apelou a uma melhor coordenação das políticas macro-económicas, ao mesmo tempo que sublinhou que irá garantir a liquidez necessária para ajudar a economia real e evitar riscos de inflação.

Mundo parado

A consultora Oxford Economics divulgou ontem um relatório onde estima que a economia da zona Euro vai enfrentar uma recessão de 2,2 por cento enquanto a economia mundial vai estagnar este ano devido à pandemia da covid-19.

“A pandemia do novo coronavírus vai infligir uma profunda recessão na economia mundial, e em muitas das principais economias, durante a primeira metade deste ano”, lê-se numa nota enviada aos investidores, e que a agência Lusa cita, na qual se prevê que a zona euro caia 2,2 por cento, os Estados Unidos 0,2 por cento e a China cresça apenas 1 por cento.

No relatório, que já vai na segunda actualização devido à progressão da pandemia, os analistas desta consultora britânica escrevem que “para o conjunto do ano o crescimento global deve descer para zero” e acrescentam que “no primeiro trimestre, a economia mundial deve contrair-se a um ritmo mais rápido do que durante a crise financeira de 2009, caindo cerca de 2 por cento e sendo provável uma nova queda de 0,4 por cento no segundo trimestre”.

A estagnação prevista para o total do ano na economia mundial “marca o segundo valor mais baixo dos últimos 50 anos, só superado pela severidade da crise financeira de 2009”, apontam os analistas, que lembram que a previsão anterior à pandemia, para o crescimento mundial, era de 2,5 por cento.

Apesar do panorama sombrio para a primeira metade do ano, esta consultora estima que a recuperação económica seja “muito forte, segundo a experiência histórica”, antevendo que uma forte recuperação da actividade económica no final do ano. “A perspectiva de evolução a curto prazo é extremamente desafiante, mas a actividade vai recuperar depois das medidas de distanciamento social” e beneficiando também com a combinação dos estímulos monetários e orçamentais e da despesa discricionária”, lê-se no documento, que antecipa um crescimento de 5,3 por cento da economia mundial no último trimestre deste ano e uma média de 4,4 por cento em 2021.

As previsões, alertam, são particularmente incertas neste período, mas os analistas apontam ainda que num cenário de agravamento da pandemia, imposição de mais restrições sociais e mais stress nos mercados financeiros, a economia mundial poderia ter um crescimento negativo de 1,3 por cento, com a zona Euro a cair 3,2 por cento, os EUA 2,6 por cento e até a China poderia ver o PIB retrair 0,9 por cento.

Recordar 2009

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que “já está claro” que a economia mundial entrou “numa recessão, igual ou pior que a de 2009” devido à pandemia de covid-19. “Já está claro que estamos numa recessão igual ou pior que a de 2009”, afirmou Georgieva, numa conferência de imprensa por vídeo na sede da instituição financeira internacional, para avaliar o impacto económico da expansão global do coronavírus.

A líder do FMI disse esperar uma recuperação em 2021 desde que os governos adoptem medidas adequadas e “coordenadas”.

Mais de 80 países solicitaram já assistência financeira à instituição, segundo Georgieva. “Exortamos os países a intensificarem agressivamente as medidas de confinamento”, afirmou. “Podemos reduzir a duração desta crise”, acrescentou.

Georgieva também se congratulou com a aprovação de um pacote de apoio à economia norte-americana num montante de cerca de 2 milhões de milhões de dólares, sublinhando a necessidade de atenuar o impacto da pandemia na maior economia do mundo, obrigada a suspender a sua actividade como aconteceu em muitos outros países. “É importante para o povo norte-americano. É também importante para o resto do mundo, dada a importância dos Estados Unidos”, considerou.

A título de exemplo

A economista chefe da OCDE, Laurence Boone, considerou ontem “pertinente” a emissão de dívida comum na zona Euro alertando que falta coordenação entre os planos dos vários estados membros que estão a agir de forma unilateral. Em entrevista à publicação francesa Les Echos, Boone explica que “é pertinente a ideia sobre instrumentos comuns capazes de financiar – de forma solidária – os gastos de saúde ou relacionados com a gestão por causa do coronavírus”.

Trata-se de um mecanismo “importante porque na União Europeia fazem-se poucas transferências numa altura em que o vírus afecta todos sendo que os países não têm todos os mesmos meios de enfrentar” o problema, assinalou a responsável da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).

Para Laurence Boone, os países da União Europeia podem vir a utilizar o mecanismo sobretudo porque o Banco Central Europeu (BCE) já “cumpriu a sua parte” oferecendo condições de financiamento o que, afirmou, “tranquilizou” os mercados permitindo absorver as novas emissões de dívida que se prevêem.

A economista francesa sublinha que a disparidade entre os planos apresentados pelos vários países europeus faz com que seja complicado fazer uma avaliação. “Outro exemplo da falta de coordenação na Europa relaciona-se com as ideias sobre as paralisações laborais (a tempo parcial), mas ninguém o está a fazer da mesma forma fazendo com que as empresas estejam a tomar medidas diferentes nos vários países”, acrescentou.

Em termos gerais, Boone insiste que a “evidente falta de coordenação na gestão da crise” tem de ser corrigida.

31 Mar 2020

Covid-19 | Itália com mais 1.648 casos e 812 mortes, ritmo dos contágios em baixa

[dropcap]A[/dropcap] Itália registou nas últimas 24 horas 1.648 novos casos de infecção pelo novo coronavírus e 812 mortes adicionais, números que traduzem uma clara redução dos contágios, segundo dados divulgados hoje pela Protecção Civil.

O aumento de casos de infecção de domingo para hoje, 1.648, representa menos de metade do aumento dos dias anteriores, tendo passado de 8,3% de novos casos em média nos últimos quatro dias para 4% nas últimas 24 horas, segundo as autoridades. O número de novos casos é por outro lado quatro vezes mais baixo que há 15 dias.

Desde que foi detectado o primeiro caso em Itália, a 20 de fevereiro, 101.739 pessoa foram infectadas pelo vírus que provoca a covid-19. Desse total, 11.591 morreram, 14.620 já recuperaram da doença e 75.528 permanecem infectadas.

A maioria dos infectados, 58%, recupera isolada em casa, apresentando sintomas ligeiros ou mesmo ausência de sintomas, e cerca de 4.000 estão internadas em unidades de cuidados intensivos. Outro sinal positivo, apontam, é o aumento do número de pessoas consideradas curadas em todo o país, 1.590 de domingo para hoje, número que nunca foi tão alto num só balanço diário.

“Podemos esperar atingir o pico em sete ou 10 dias e, depois, razoavelmente, uma descida do contágio”, estimou o vice-ministro da Saúde, Pierpaolo Sileri. As autoridades destacam também que, pela primeira vez desde o início da pandemia em Itália, o número de novos casos na Lombardia (norte), a região mais atingida do país, baixou de 25.392 no domingo para 25.006 hoje.

“Na Lombardia observamos uma diminuição do número de casos, mas sobretudo pressão nas urgências e na atividade das ambulâncias. Nestes últimos quatro dias mudou muita coisa. É o sinal de que o enorme esforço que estamos afazer está a funcionar”, disse por seu lado Giulio Gallera, o ministro da Saúde da região lombarda.

O continente europeu, com mais de 396 mil infectados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista actualmente o maior número de casos de infeção pelo novo coronavírus, com Itália, Espanha e França como países mais afectados.

31 Mar 2020

Covid-19 | Quase 34 mil mortos e mais de 715 mil infectados em todo o mundo

[dropcap]A[/dropcap] pandemia de covid-19 matou pelo menos 33.568 pessoas no mundo inteiro desde que a doença surgiu em Dezembro na China, segundo um balanço da AFP às 08:00 desta segunda-feira, a partir de dados oficiais.

De acordo com a agência de notícias francesa, já foram diagnosticados pelo menos 715.204 casos de infecção pelo novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, e a pandemia espalhou-se por 183 países ou territórios.

A Itália continua a ser o país mais afetado em número de mortes (10.779), seguido da China (3.304 mortes), o foco inicial do contágio. Os Estados Unidos registam 143.025 casos e 2.514 mortes.

A AFP alerta que o número de casos diagnosticados reflete apenas uma fração do número real de infecções, já que um grande número de países está agora a testar apenas os casos que requerem atendimento hospitalar.

30 Mar 2020

Covid-19 | Mais de mil mortes no estado de Nova Iorque, há nove dias eram 35

[dropcap]O[/dropcap] estado norte-americano de Nova Iorque superou no domingo as mil mortes de infectados com a covid-19, um mês após se detetar o primeiro caso e quando há nove dias se registavam apenas 35 mortos. Só a cidade de Nova Iorque informou na noite de domingo que o número subira para os 776 mortos. O surto da covid-19 espalhou-se por Nova Iorque a uma velocidade assustadora.

O primeiro caso de infecção conhecido no estado foi descoberto a 1 de Março num profissional de saúde, que regressara recentemente do Irão. Dois dias depois, o estado anunciou o segundo caso, um advogado do subúrbio de New Rochelle.

A 10 de Março, o governador Andrew Cuomo declarou uma “área de contenção” em New Rochelle que obrigou ao fecho de escolas e espaços de culto. Nesse mesmo dia, a região metropolitana registou a sua primeira fatalidade: um homem que trabalhava em Yonkers e morava em Nova Jersey.

A 12 de Março, o estado proibiu todas as reuniões de mais de 500 pessoas e encerrou os teatros da Broadway e as arenas desportivas. O prefeito da cidade de Nova Iorque, Bill De Blasio, ordenou o fecho das escolas a 15 de Março.

Restrições mais severas ocorreram cinco dias depois, quando Cuomo ordenou que todos os trabalhadores não essenciais ficassem em casa, barrou reuniões de qualquer dimensão e instruiu qualquer pessoa no espaço público a ficar a pelo menos um metro de distância das outras pessoas.

Por essa altura, somente 35 nova-iorquinos infectados com a covid-19 tinham morrido. Ou seja, apenas nove dias antes destes últimos números.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 697 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 33.200. A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 6.528, entre 78.747 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos são o que tem maior número de infectados (mais de 124 mil). Dos casos de infecção, pelo menos 137.900 são considerados curados.

30 Mar 2020

Covid-19 | China regista 31 novos casos de infecção

[dropcap]A[/dropcap] China anunciou hoje 31 novos casos da Covid-19, quase todos oriundos do exterior, numa altura em que o país suspendeu temporariamente a entrada no país de cidadãos estrangeiros, incluindo residentes. As autoridades de saúde chinesas indicaram que 30 casos são importados, ou seja, pessoas que estão a regressar do exterior, e apenas um caso de contágio local, na província de Gansu, no noroeste da China.

A Comissão de Saúde da China indicou que, até à meia-noite na China, morreram mais quatro pessoas no país, devido à infeção pelo novo coronavírus, o que fixa em 3.304 o número de vítimas mortais.

Segundo os dados oficiais, o número de casos diagnosticados na China continental – que exclui Macau e Hong Kong -, desde o início da pandemia, é de 81.470, entre os quais 75.700 pessoas receberam alta, fixando o número de pacientes em 2.396.

Desde o início do surto, em Dezembro passado, 704.190 pessoas em contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica, incluindo 16.235 ainda sob observação, de acordo com dados oficiais.

Quando a doença começou a atingir o resto do mundo, muitos chineses regressaram ao país, que passou assim a registar centenas de casos oriundos do exterior.

A partir de sábado, a China suspendeu temporariamente a entrada no país de cidadãos estrangeiros, incluindo quem possui visto ou autorização de residência, como medida de prevenção contra a propagação do novo coronavírus.

Para impedir uma segunda vaga de contágios no país, o Governo chinês impôs ainda uma quarentena rigorosa de 14 dias a quem entrar na China.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 697 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 33.200. Dos casos de infeção, pelo menos 137.900 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

30 Mar 2020

Covid-19 | Embaixada portuguesa na China numa “corrida” para assegurar equipamento médico

[dropcap]O[/dropcap] embaixador português em Pequim admitiu estar numa “corrida contra o tempo” para garantir equipamento médico vital na luta contra a epidemia do novo coronavírus, numa altura de forte aumento da procura a nível mundial.

“Queremos lutar pelos nossos cidadãos e ter a capacidade de cumprir com a nossa obrigação. O problema é que o mundo está cá todo”, afirmou à agência Lusa José Augusto Duarte, à margem de um encontro comemorativo da doação de quase quatro milhões de euros em equipamento médico pela EDP e pela sua acionista chinesa, a estatal China Three Gorges (CTG), ao Ministério da Saúde português.

A EDP e a CTG entregaram esta manhã na embaixada portuguesa em Pequim 50 ventiladores, 200 monitores médicos e outros equipamentos, que serão agora enviados para Portugal. Lembrando que o montante oferecido “não é brincadeira”, Augusto Duarte revelou que a CTG foi a primeira empresa do país asiático a oferecer ajuda às autoridades portuguesas.

A oferta surge numa altura em que os ‘stocks’ mundiais se têm mostrado insuficientes para a elevada procura, à medida que a doença se alastra por todo o mundo, fazendo mais de 31 mil mortos e paralisando países inteiros.

A crise de saúde pública, que começou em Wuhan, no centro da China, alastrou-se, entretanto, à Europa e aos Estados Unidos, resultando numa escassez global de ventiladores ou máscaras cirúrgicas.

“Se hesitássemos cinco segundos a fechar o contrato, estes ventiladores não estariam aqui”, admitiu Zhang Dingming, vice-presidente executivo da CTG, durante a cerimónia.

A pandemia da covid-19 está também a expor as consequências da centralização das cadeias de produção globais na China, primeiro ao paralisar a indústria eletrónica ou de automóveis, devido ao encerramento de fábricas, portos e cidades inteiras no país asiático, e a seguir a demonstrar a incapacidade dos países ocidentais de se auto-abastecerem com equipamento médico crucial, à medida que a doença de alastrou além-fronteiras.

Depois de dois anos marcados pela guerra comercial e tecnológica entre Washington e Pequim, analistas prevêem que a crise de saúde acelere a dissociação entre as cadeias de distribuição globais.

José Augusto Duarte admitiu “não ter a menor dúvida de que há muita coisa que está a ser questionada e debatida”, mas ressalvou que a “meio de uma crise, não é a melhor altura para se tomarem decisões”, porque “temos tendência para ver só a parte negativa”.

“Nesta altura estamos a ver um aspeto que consideramos menos positivo, que é a concentração num país desta capacidade produtiva de determinados aparelhos que fazem falta, mas também que foi esse processo que permitiu ter produtos mais baratos e a criação de outros tipos de emprego em outras partes do mundo”, resumiu.

A televisão estatal chinesa CGTN compareceu no encontro na embaixada. As autoridades e entidades chinesas têm realizado doações de equipamento médico, quase sempre acompanhadas de cerimónias mediatizadas pelos órgãos oficiais de Pequim.

Esta semana, Josep Borrell, alto representante da União Europeia para a Política Externa fez um alerta contra a “política de generosidade” da China, que identificou como uma “luta por influência” e uma “batalha global pelo domínio da narrativa”.

“Na batalha das narrativas, temos visto também tentativas de desacreditar a União Europeia e alguns casos em que europeus foram estigmatizados como se fossem todos portadores do vírus”, disse.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 667 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 31.000. Dos casos de infecção, pelo menos 134.700 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, conta com 81.439 casos (mais de 75 mil recuperados) e regista 3.300 mortes. A China anunciou hoje 45 novos casos, dos quais 44 oriundos do exterior, e mais cinco mortes, numa altura em que o país suspendeu temporariamente a entrada no país de cidadãos estrangeiros, incluindo residentes.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 119 mortes, mais 19 do que na véspera (+19%), e registaram-se 5.962 casos de infecções confirmadas, mais 792 casos em relação a sábado (+15,3%).

29 Mar 2020

Covid-19 | Portugal com 119 mortes e mais de 5.900 infectados

[dropcap]P[/dropcap]ortugal regista hoje 119 mortes associadas à covid-19, mais 19 do que no sábado, e 5.962 infectados (mais 792), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

O relatório da situação epidemiológica em Portugal, com dados actualizados até às 24:00 de sábado, indica que a região Norte é a que regista o maior número de mortes (61), seguida das regiões do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo, com 28 cada, e do Algarve, que hoje regista dois mortos. Relativamente a sábado, em que se registavam 100 mortes, hoje observou-se um aumento de 19%. De acordo com dados da DGS, há 5.962 casos confirmados, mais 792 (um aumento de 15,3%) face a sábado.

Das 100 mortes registadas, 70 tinham mais de 80 anos, 27 tinham idades entre os 70 e os 79 anos, 15 entre os 60 e os 69 anos e cinco entre os 50 e os 59 anos. Pela primeira vez o boletim regista mortos na faixa etária dos 40 aos 49 anos (duas mulheres).

Os dados da DGS, que se referem a 75% dos casos confirmados, precisam que Lisboa é a cidade que regista o maior número de casos de infecção pelo coronavírus SARSCov2 (594), seguida do Porto (317 casos), Vila Nova de Gaia (351), Maia (296), Matosinhos (294), Gondomar (242) e Braga (208). Desde o dia 1 de Janeiro, registaram-se 38.042 casos suspeitos, dos quais 5.508 aguardam resultado laboratorial.

O boletim epidemiológico indica também que há 26.572 casos em que o resultado dos testes foi negativo e que 43 doentes recuperaram. Das 5.962 pessoas infectadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a grande maioria (5.476) está a recuperar em casa, 486 (mais 68, +16,2%) estão internadas, 138 (mais 49, +55%) dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos.

A região Norte continua a registar o maior número de infecções, totalizando 3.550, seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo, com 1.478 casos, da região Centro (709), do Algarve (108) e do Alentejo, que hoje apresenta 41 casos. Há ainda 33 pessoas infectadas com covid-19 nos Açores, 43 na Madeira.

A DGS regista ainda 17.785 contactos em vigilância pelas autoridades (menos 2.142). A faixa etária mais afectada é a dos 40 aos 49 anos (1.146), seguida dos 50 aos 59 anos (1.084), dos 30 aos 39 anos (902) e dos 60 aos 69 anos (850).

Há ainda 64 casos de crianças com idades até aos nove anos, 138 de jovens com idades entre os 10 e os 19 anos e 588 com idades entre os 20 e os 29 anos. Os dados indicam também que há 611 casos de pessoas com idades entre os 70 e os 79 anos e 579 com mais de 80 anos.

Segundo o relatório da DGS, 124 casos resultam da importação do vírus de Espanha, 93 de França, 41 do Reino Unido, 28 de Itália, 24 da Suíça, 21 dos Emirados Árabes Unidos, 13 de Andorra, 10 do Brasil, oito Países Baixos, sete da Alemanha, seis da Bélgica, cinco da Argentina, cinco dos EUA, quatro da Áustria, quatro em Cabo Verde e quatro no Canadá.

O boletim dá ainda conta de três casos importados da Índia e outros três de Israel e dois casos do Egito, dois da Irlanda e outros dois da Jamaica. Foram ainda importados um caso da Áustria/Alemanha, Austrália, Chile, Cuba, Dinamarca, Indonésia, Irão, Luxemburgo, Malta, Maldivas, Noruega, Paquistão, Polónia, Qatar, República Checa, Tailândia, Venezuela e Ucrânia.

Segundo a DGS, 62% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 52% febre, 35% dores musculares, 29% cefaleias, 24% fraqueza generalizada e 20% dificuldade respiratória. Esta informação refere-se a 73% dos casos.

Portugal, onde o primeiro caso foi confirmado a 2 de Março e que está em estado de emergência até quinta-feira, entrou já na terceira e mais grave fase de resposta à doença (Fase de Mitigação), activada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.

29 Mar 2020

Covid-19 | Espanha regista novo recorde com 838 mortos num só dia

[dropcap]E[/dropcap]spanha registou, nas últimas 24 horas, 838 mortos com o novo coronavírus, voltando a aumentar o número de falecidos num só dia e elevando o balanço total para 6.528, de acordo com a última atualização das autoridades sanitárias. Os números do Ministério da Saúde espanhol revelam ainda um aumento de 6.549 no número de infectados, menos do que os 8.189 novos casos anunciados no sábado.

Desde o início da pandemia, o país registou um total de 78.797 casos de covid-19, dos quais 6.528 morreram e 14.709 tiveram alta e são considerados como curados. Na totalidade do país estão ou estiveram hospitalizadas 43.397 pessoas e dessas 4.907 estão ou já estiveram em unidades de cuidados intensivos.

A região com mais casos positivos de covid-19 é a de Madrid, com 22.677 infectados e 3.082 mortos, seguida pela da Catalunha (15.026 e 1.226) e a do País Basco (5.740 e 265), mas há registos de mais falecidos com a pandemia em Castela-Mancha (539) e Castela e Leão (380).

O governo espanhol aprova hoje, num Conselho de Ministros extraordinário, a paralisação de todas as atividades económicas “não essenciais”, medidas que entrarão em vigor a partir desta segunda-feira e até 09 de abril, o último dia de trabalho antes do fim de semana de Páscoa.

A decisão do Governo endurece as medidas já tomadas no quadro do “estado de emergência” que até agora permitiam que, aqueles que não estavam em teletrabalho, podiam deslocar-se até ao seu local de trabalho.

De acordo com o anúncio feito no sábado pelo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, pretende-se reduzir ainda mais a mobilidade e o risco de infeção, assim como tentar evitar o colapso nas unidades de cuidados intensivos, quando o pico de contágio chegar.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 640 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 30.000. Dos casos de infecção, pelo menos 130.600 são considerados curados.

O continente europeu, com mais de 351 mil infectados e mais de 21 mil mortos, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.023 mortos em 92.472 casos registados até sábado.

A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, enquanto os Estados Unidos são o que tem maior número de infectados (mais de 121 mil). A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, conta com 81.439 casos (mais de 75 mil recuperados) e regista 3.300 mortes. A China anunciou hoje 45 novos casos, dos quais 44 oriundos do exterior, e mais cinco mortes, numa altura em que o país suspendeu temporariamente a entrada no país de cidadãos estrangeiros, incluindo residentes.

Os países mais afectados a seguir a Itália, Espanha e China são o Irão, com 2.640 mortes reportadas (38.309 casos), a França, com 2.314 mortes (37.575 casos) e os Estados Unidos com 2.010 mortes. Na Alemanha existem mais de 50 mil pessoas infectadas e registaram-se 389 vítimas mortais. O número de mortes causadas pela covid-19 em África subiu para 117 com os casos acumulados a ultrapassarem os 3.900 em 46 países, segundo a mais recente atualização das estatísticas sobre a pandemia.

29 Mar 2020

Taiwan oferece-se para acolher jornalistas norte-americanos expulsos pela China

[dropcap]O[/dropcap]s jornalistas norte-americanos expulsos pela China serão “bem-vindos em Taiwan”, garantiu Joseph Wu, ministro dos Negócios Estrangeiros desta ilha, descrita pelas autoridades locais como “um refúgio para a liberdade de expressão” na Ásia.

“Gostaria de vos saudar e dar as boas-vindas a Taiwan, um farol de liberdade e democracia”, escreveu Wu na rede social Twitter, acrescentando que os jornalistas norte-americanos serão acolhidos em Taiwan “com sorrisos e braços abertos”.

Pequim decretou, no início de março, a expulsão de 13 jornalistas do New York Times, Washington Post e Wall Street, em mais uma escalada no clima de tensão com os Estados Unidos da América.

As autoridades chinesas avisaram ainda que os jornalistas expulsos não teriam autorização para trabalhar em Hong Kong, apesar de o território ter autonomia em matéria de emigração.

29 Mar 2020