Estados Unidos enviam mais importante representante a Taiwan desde 1979

[dropcap]O[/dropcap] secretário de Saúde dos Estados Unidos, Alex Azar, deverá visitar Taiwan nos próximos dias, na mais importante deslocação de membros do Governo norte-americano desde a ruptura formal das relações diplomáticas entre Washington e Taipé, em 1979.

Em comunicado de quarta-feira, o Instituto Americano em Taiwan, que opera como embaixada de facto de Washington na ilha, disse que a “visita histórica de Azar reforçará a parceria com Taiwan e aumentará a cooperação para combater a pandemia global de covid-19”, segundo a agência Associated Press (AP).

Azar deverá ser o primeiro membro do Governo dos Estados Unidos (EUA) a visitar Taiwan em seis anos. Em 2014, a visita da então responsável da Agência de Proteção do Meio Ambiente norte-americana, Gina McCarthy, provocou o protesto da China, que acusou os EUA de trair o compromisso de manter apenas relações não oficiais com Taipé.

“Taipé tem sido um modelo de transparência e cooperação na saúde global durante a pandemia da covid-19”, disse Azar, citado no comunicado do Instituto Americano em Taiwan.

“Esta viagem representa uma oportunidade para reforçar a nossa cooperação económica e de saúde pública com Taiwan, especialmente quando os Estados Unidos e outros países trabalham para reforçar e diversificar as fontes de produtos médicos cruciais”.

O anúncio da visita surge numa altura de escalada de tensões entre os Estados Unidos e a China, que defende que Taiwan faz parte do seu território.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Taiwan, formalmente chamada República da China, tornou-se, entretanto, numa democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação pela força.

Como consequência da pressão chinesa, que critica qualquer relação oficial entre países estrangeiros e Taipé, menos de duas dezenas de países mantêm relações diplomáticas com Taiwan.

Os Estados Unidos são o maior apoiante militar da ilha contra as ameaças chinesas, defendendo a participação de Taiwan em reuniões de organizações internacionais.

Por insistência da China, Taiwan foi barrada da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) e perdeu o estatuto de observadora na Assembleia Mundial da Saúde, que se realiza anualmente.

5 Ago 2020

Imprensa oficial chinesa acusa Estados Unidos de quererem roubar TikTok

[dropcap]U[/dropcap]m jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC) acusou hoje os Estados Unidos de “abusarem do seu poder” para “roubarem” o TikTok, ao forçarem a venda da aplicação de vídeos detida pela empresa chinesa ByteDance. “As regras de Washington são o vale tudo”, acusou o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão oficial do PCC.

“Os EUA, como um país poderoso, não apenas fazem as regras, mas também intencionalmente adotam medidas arbitrárias que violam as regras”, acrescentou. “Os outros países podem apenas manter as regras em mente e aceitar essas infrações”.

O debate sobre o futuro do TikTok, propriedade da empresa de tecnologia ByteDance, que tem sede em Pequim, surgiu no fim de semana quando o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou proibir a aplicação de operar nos Estados Unidos.

Membros do Congresso norte-americano têm expressado preocupação de que o TikTok possa representar uma ameaça à segurança nacional, caso o Governo chinês aceda aos dados de utilizadores norte-americanos.

O TikTok, no entanto, lembrou que armazena os dados recolhidos fora da China e que resistiria a qualquer tentativa de Pequim de aceder a informações.

Na segunda-feira, Trump disse que estaria aberto a permitir que uma empresa norte-americana comprasse o TikTok, embora com a ressalva de que qualquer acordo teria que incluir uma “quantidade substancial de dinheiro” destinada ao Tesouro norte-americano. A Microsoft, que tem sede no Estado norte-americano de Washington, emergiu como potencial compradora.

Vários órgãos de comunicação ou redes sociais norte-americanas, incluindo o Facebook, Twitter ou Instagram, ou o motor de busca Google, estão banidos da rede chinesa, a maior do mundo, com mais de 710 milhões de utilizadores.

O Global Times garante, no entanto, que a política dos EUA face ao TikTok “não é recíproca”, alegando que a “China oferece condições sob as quais as empresas de tecnologia dos EUA podem operar no mercado chinês”, na condição de respeitarem as leis e regulamentos da China.

“A proibição do TikTok pelos EUA é uma ordem executiva arbitrária. [Washington] recusou-se a oferecer condições para o TikTok continuar a operar nos EUA”, lembrou o Global Times. O jornal estatal China Daily considerou uma possível venda da aplicação como uma tática de “destruir e agarrar”, orquestrada pelo Governo dos EUA.

“O assédio moral do Governo norte-americano às empresas de tecnologia chinesas decorre de os dados serem a nova fonte de riqueza e o de querer tudo, na sua visão da ‘América Primeiro'”, escreveu o China Daily, em editorial.

Num memorando interno enviado aos funcionários na segunda-feira, o CEO e fundador da ByteDance, Zhang Yiming, reconheceu que “os últimos meses constituíram um período de desafios para todos”.

“Iniciamos discussões preliminares com uma empresa de tecnologia para ajudar a abrir caminho à continuação do TikTok nos EUA”, escreveu Zhang.

O jornal Guangming Daily lembrou que o debate sobre o TikTok é “emblemático do tipo de experiência” que pode aguardar outras empresas chinesas que planeiam expandir-se para além da China continental. “Para quem é que o TikTok está a dançar”, questionou o jornal, em editorial.

5 Ago 2020

França suspende acordo de extradição com Hong Kong seguindo decisão de outros países

[dropcap]O[/dropcap] Governo francês anunciou hoje que não vai ratificar o acordo de extradição com Hong Kong, devido à imposição, pela China, da controversa lei de segurança na antiga colónia britânica, seguindo uma decisão tomada já por outros países.

“À luz dos últimos desenvolvimentos, a França não procederá à ratificação do acordo de extradição assinado a 04 de maio de 2017 entre a França e a Região Administrativa Especial de Hong Kong”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

Na passada sexta-feira, pelas mesmas razões, a Alemanha tomou idêntica posição, ao suspender o tratado de extradição com Hong Kong, depois de, em julho, Austrália, Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia e Reino Unido também terem feito o mesmo.

“Tendo em conta os atuais acontecimentos, decidimos suspender o acordo de extradição com Hong Kong”, referiu então o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Keiko Maas, num comunicado.

Maas acrescentou como motivo para a decisão o adiamento das eleições legislativas em Hong Kong, justificado pelas autoridades devido à pandemia de covid-19, no final de um mês marcado pela desqualificação de candidatos do movimento pró-democracia, no que o ministro alemão disse constituir “um novo atentado aos direitos dos cidadãos” do território semi-autónomo.

No final de junho, após uma vaga de manifestações pelas liberdades fundamentais em Hong Kong, a China aprovou a lei de segurança nacional, contrariando o estipulado no estatuto de região autónoma definido no acordo de retrocessão da antiga colónia britânica, em 1997. A nova lei prevê, entre outras medidas, punições a activistas pelo separatismo, terroristas, a actos de subversão e a ingerências estrangeiras.

No mesmo dia, a chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, nomeada por Pequim, anunciou o adiamento das eleições que deveriam permitir, em setembro, renovar o Conselho Legislativo. A decisão avivou os protestos do movimento pró-democracia, que acusou Carrie Lam de instrumentalizar a pandemia para se proteger de uma derrota nas urnas.

4 Ago 2020

UE pede que decisão de adiar eleições em Hong Kong seja reconsiderada

[dropcap]O[/dropcap] chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, lamentou hoje o adiamento das eleições legislativas em Hong Kong e a desqualificação dos candidatos da oposição, e “convidou” as autoridades do território a “reconsiderarem” estas decisões.

“O adiamento em um ano proposto para as eleições para o Conselho Legislativo através do uso de poderes de emergência atrasaria a renovação do seu mandato democrático e poria em causa o exercício dos direitos e liberdades democráticas garantidos pela Lei fundamental de Hong Kong”, disse Borrell, em comunicado.

Josep Borrell acrescentou que “a desqualificação dos candidatos pró-democracia, incluindo legisladores em funções anteriormente eleitos democraticamente pelo povo de Hong Kong, também mina a reputação internacional de Hong Kong como uma sociedade livre e aberta”.

O chefe da diplomacia europeia considera “essencial” que as eleições para o Conselho Legislativo se realizem “num ambiente propício ao exercício dos direitos e liberdades democráticas, tal como consagrado na Lei de Hong Kong”, disse. “A UE apela às autoridades de Hong Kong para que reconsiderem estas decisões”, salientou Borrell.

Em 31 de Julho, a chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou o adiamento das eleições legislativas previstas para setembro devido ao aumento de casos de novo coronavírus. A decisão foi precedida pela invalidação da candidatura de 12 ativistas pró-democracia nestas eleições.

No final de Junho, após uma vaga de manifestações pelas liberdades fundamentais em Hong Kong, a China aprovou a lei de segurança nacional, contrariando o estipulado no estatuto de região autónoma definido no acordo de retrocessão da antiga colónia britânica, em 1997.

A nova lei prevê, entre outras medidas, punições a activistas pelo separatismo, terroristas, a actos de subversão e a ingerências estrangeiras.

No mesmo dia, a chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, nomeada por Pequim, anunciou o adiamento das eleições que deveriam permitir, em setembro, renovar o Conselho Legislativo. A decisão avivou os protestos do movimento pró-democracia, que acusou Carrie Lam de instrumentalizar a pandemia para se proteger de uma derrota nas urnas.

4 Ago 2020

Justiça | Agricultores do Camboja despejados processam grupo Mitr Phol

Um tribunal civil tailandês aceitou na última sexta-feira julgar um caso que opõe 700 famílias de agricultores do Camboja ao maior produtor de açúcar da Ásia, o grupo tailandês Mitr Phol. Em causa estão concessões de terrenos do Governo cambojano à empresa que retiraram casas e terras a muitas famílias

 

[dropcap]O[/dropcap] grupo tailandês Mitr Phol Co. Ltd, o maior produtor de açúcar na Ásia e terceiro a nível mundial, está a ser processado por um grupo de 700 agricultores do Camboja por ter forçado despejos e destruído plantações para ocupar a terra concedida pelo Governo cambojano. Os terrenos foram concessionados a uma subsidiária do grupo, sediada no Camboja, para ali nascerem novas plantações de açúcar em prol do desenvolvimento económico. Porém, a chegada da indústria, paradoxalmente, deixou sem rendimentos centenas de famílias.

A Amnistia Internacional (AI) tornou-se assistente no processo civil colectivo, que corre no Tribunal Civil de Banguecoque, que opõe os agricultores ao grupo empresarial.

Os autores do processo são dois cidadãos do Camboja, residentes no distrito de Samrong na província de Meanchey, que representam um grupo de mais de 700 famílias que viviam e cultivavam as terras na área concessionada à Angkor Co. Ltd, subsidiária do grupo Mitr Phol Co. Ltd. Os agricultores acusam a companhia de ser responsável “por abusos de direitos humanos e pelas perdas económicas que sofreram”, explica a AI numa nota divulgada na última sexta-feira. “

Segundo o Código do Processo Civil em vigor na Tailândia, processos civis colectivos são permitidos, mas o tribunal de primeira instância rejeitou este estatuto pedido pelos requerentes com base numa série de “considerações técnicas”, incluindo o não domínio do tailandês por parte dos agricultores, a falta de capacidade para compreender as regras do tribunal, entre outras.

No entanto, a AI, enquanto parte assistente no processo, recorreu da decisão, alegando que as questões relacionadas com a nacionalidade, a língua ou as origens sociais “são formas de discriminação proibidas segundo a lei internacional dos direitos humanos, e não podem ser usadas para negar o acesso à justiça”.

A AI diz estar perante “um caso significativo do ponto de vista empresarial, em termos regionais, e também ao nível dos direitos humanos, porque pode abrir um importante precedente ao reconhecer a responsabilidade transfronteiriça em relação a abusos de direitos humanos levados a cabo por grupos empresariais do sudeste asiático”.

Neste sentido, “a submissão [do caso] por parte da AI visa dar assistência ao tribunal em termos dos princípios legais internacionais e padrões, incluindo as obrigações da Tailândia relativamente ao direito à mediação, acesso à justiça e à não discriminação no contexto dos abusos de direitos humanos cometidos por empresas transnacionais”.

Um comunicado da organização não governamental (ONG) do Fórum Ásia para os Direitos Humanos e Desenvolvimento adianta que a aceitação do recurso para julgar o caso de forma colectiva “permite às famílias agirem como grupo, garantindo o acesso à justiça e prevenindo o trabalho e custos de centenas de processos individuais”.

Várias ONG também reagiram a este processo, tal como a Inclusive Development International. Natalie Bugalski, directora do departamento jurídico da ONG, disse que “a importância deste precedente legal não pode ser subestimada. Este é um caso de David e Golias que vai redefinir o acesso à justiça por parte de vítimas de abusos corporativos em todo o sudeste asiático e não só”.

Hoy Mai, representante do grupo de agricultores de Oddar Meanchey, disse estar “muito feliz com o resultado”. “Espero que tenhamos justiça no futuro. Vamos continuar a lutar até ao fim”. Smin Tit, outro representante das famílias afectadas aplaudiu “a decisão do tribunal da Tailândia de apoiar a população de Oddar Meanchey no Camboja ao decidir julgar o processo como um caso colectivo. Espero que as vítimas tenham justiça. Tendo em conta os resultados, é uma nova esperança para que a nossa batalha siga em frente”, frisou.

Sem casa em 2008

Os despejos ocorreram em Setembro de 2008 e desde então que os agricultores clamam por justiça, sem quaisquer resultados. “Os despejos ocorreram depois do Governo cambojano ter garantido três ‘concessões económicas de terrenos’ – acordos de empréstimo de terreno a longo prazo para o desenvolvimento económico – a empresas ligadas ao produtor de açúcar tailandês Mitr Phol Co. Ltd. para uma plantação de açúcar na província de Oddar Meanchey, no Camboja, em Janeiro de 2008”, lê-se no comunicado da AI.

Com operações em países como a Tailândia, China, Austrália, Laos e Camboja, o grupo Mitr Phol teve ajuda de forças policiais e militares para expulsar os agricultores das suas terras. “Depois destas concessões de terrenos, os agricultores alegam que a polícia do Camboja, os militares e outros destruíram as suas plantações e centenas de casas foram deitadas abaixo a fim de limpar a terra para fazer as plantações de açúcar. As organizações que dão apoio aos agricultores alegam que os trabalhadores da Angkor Sugar Co. Ltd. também participou nestes despejos forçados”, escreve a AI.

A organização internacional adianta também que o antigo relator especial das Nações Unidas no Camboja “reportou que a Angkor Sugar, juntamente com outras empresas, contratou forças militares para ‘ajudar a fazer queimadas e terraplanagens na aldeia’”. Tal fez com que “muitas famílias tenham ficado em circunstâncias terríveis, muitas delas em situação de sem-abrigo devido aos despejos”.

Além disso, a AI alerta para o facto de, na última década, “as autoridades do cambojanas terem prendido muitos membros da comunidade que protestaram contra os despejos, tendo continuado a usar os terrenos confiscados”.

Violações em causa

O processo de concessão dos terrenos foi investigado, em 2015, pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos da Tailândia. Segundo a nota da AI, a comissão concluiu que “a gestão dos terrenos no âmbito da concessão atribuída à Mitr Phol Sugar Company Limited causou efeitos adversos e violações de direitos humanos à população do Camboja, [incluindo] despejos forçados das aldeias onde [os agricultores] viveram durante um longo período de tempo”.

A investigação considerou ainda que “a Mitr Phol Sugar Company Limited tem responsabilidade directa porque tem negócios [que] beneficiam da concessão do terreno”. A Comissão Nacional dos Direitos Humanos da Tailândia deixou ainda uma série de recomendações, como a atribuição de medicamentos e compensações pelos estragos causados às populações de várias aldeias da província de Oddar Meanchey.

Este processo pode também constituir um teste à responsabilidade corporativa do grupo Mitr Phol, que tem no portfólio de clientes as maiores empresas do ramo alimentar do mundo, como a Nestlé, Coca-Cola, Pepsi, entre outras.

A Coca-Cola chegou a investigar alegações contra a empresa tailandesa, mas nada foi feito relativamente às responsabilidades perante as vítimas. Em 2018, a Coca-Cola informou a ONG Inclusive Development International que já não mantinha relação comercial com o grupo Mitr Phol, mas nunca reportou publicamente o fim da ligação.

Citada por um comunicado da Human Rights Watch, Rattanamanee Polkla, advogada tailandesa da área dos direitos humanos, disse que “este caso constitui um verdadeiro teste para o sistema judicial da Tailândia, independentemente de ser um caso doméstico ou para aqueles que necessitam de compensações em casos transfronteiriços. É uma oportunidade para a Tailândia mostrar à população e à comunidade internacional que vai defender os direitos humanos, a dignidade e a procura por melhores práticas corporativas”, rematou.

4 Ago 2020

Diplomatas chineses e australianos discutem no Twitter sobre Mar do Sul da China

[dropcap]D[/dropcap]iplomatas chineses e australianos envolveram-se numa discussão no Twitter sobre as movimentações de Pequim no Mar do Sul da China, após Camberra ter apoiado a posição dos Estados Unidos sobre as reivindicações territoriais chinesas.

A Austrália requisitou recentemente um memorando nas Nações Unidas que aponte que as reivindicações “não têm base legal”, envolvendo-se assim numa controvérsia que atraiu reações fortes de Pequim.

O alto comissário australiano nas Nações Unidas Barry O’Farrell escreveu, na quinta-feira, na rede social Twitter, que disse ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia que as medidas da China são “desestabilizadoras e suscetíveis de provocar uma escalada”. Em resposta, o embaixador chinês Sun Weidong acusou O’Farrell de “desconsiderar os factos”. “É evidente quem salvaguarda a paz e a estabilidade e quem desestabiliza e provoca escaladas na região”, acusou.

O’Farrell reagiu ao apontar que a China devia seguir uma decisão do tribunal internacional de Haia, que remonta a 2016, e que rejeitou a maioria das reivindicações de Pequim. A China denunciou a decisão como “ilegal” e não vinculativa.

Os comentários de O’Farrell atraíram elogios dos internautas da Índia, onde o público e os políticos têm apelado a uma linha mais dura nas relações com a China, após um confronto sangrento ao longo da fronteira disputada entre os dois países.

A China disse hoje que bombardeiros de longo alcance estiveram entre as aeronaves que participaram de exercícios aéreos recentes sobre o Mar do Sul da China, face às crescentes tensões entre Washington e Pequim em torno daquela rota marítima estratégica.

Os exercícios incluíram partidas e aterragens noturnas e simularam ataques de longo alcance, disse o porta-voz do ministério da Defesa chinês, Ren Guoqiang. Entre os aviões constaram os bombardeiros H-6G e H-6K, versões atualizadas de aeronaves há muito usadas nas forças armadas da China, disse Ren.

Os exercícios foram agendados anteriormente e visam aumentar as habilidades dos pilotos para operar sob todas as condições, independentemente do clima ou da hora do dia. Ren não detalhou se foram usadas bombas reais.

A China construiu pistas de aterragem em muitas das ilhas no Mar do Sul da China, incluindo ilhas artificiais sobre recifes de coral. Os navios chineses, incluindo dois porta-aviões do país, realizam operações frequentes na área, às vezes para monitorar e, ocasionalmente, assediar navios de outros países.

Pequim reivindica como sua a maioria do Mar do Sul da China, apesar dos protestos do Vietname, Filipinas, Malásia e Brunei. Este mar estratégico, por onde transitam anualmente cerca de 5.000 mil milhões de dólares de mercadorias, tem vastas reservas de gás e petróleo.

As tensões recorrentes entre países com fronteiras com o mar do sul da China são consideradas como uma fonte potencial de conflito na Ásia.

3 Ago 2020

Actividade industrial da China cresce em Julho ao ritmo mais rápido em quase 10 anos

[dropcap]A[/dropcap] actividade industrial da China cresceu em Julho ao ritmo mais rápido em quase uma década, segundo o índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor manufatureiro, publicado hoje pela revista económica Caixin. O PMI de Julho atingiu os 52,8 pontos, o máximo desde Janeiro de 2011, e já depois de ter subido aos 51,2 pontos, no mês passado.

Uma leitura acima dos 50 pontos indica crescimento da atividade do setor, enquanto uma leitura abaixo indica contração. Na sexta-feira, o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) informou que o PMI oficial do sector manufactureiro fixou-se nos 51,1 pontos, em Julho, no quinto mês consecutivo de crescimento.

“No geral, os surtos em algumas regiões não prejudicaram a tendência positiva no setor manufatureiro, que continuou a recuperar, apesar das medidas adoptadas para controlar a epidemia”, disse Wang Zhe, economista da Caixin.

“Os níveis de oferta e procura melhoraram, com os indicadores a manter a dinâmica. No entanto, precisamos de continuar a prestar atenção à vulnerabilidade no mercado de trabalho e à procura externa”, disse.

Segundo a consultora britânica Capital Economics, o PMI oficial, divulgado na sexta-feira, “apontou já para uma forte recuperação, no início do terceiro trimestre, mas o índice da Caixin, publicado hoje, é ainda mais optimista e indica que a taxa de expansão da indústria, no mês passado, foi a mais forte em quase uma década”.

“Os dados da pesquisa são consistentes com a nossa opinião de que as políticas de estímulo abriram caminho a um período de crescimento acima da tendência na indústria e na construção”, diz o economista Julian Evans-Pritchard, da Capital Economics, num relatório.

O analista acrescentou que “no curto prazo, isto deve ajudar a compensar a contínua fraqueza no consumo e nos serviços, permitindo que a economia como um todo retorne à normalidade de ‘antes da guerra’ [contra a epidemia]”.

O país onde a pandemia do novo coronavírus começou, em Dezembro, foi também o primeiro a repor a normalidade, a partir de março, depois de o Partido Comunista Chinês ter declarado vitória sobre a doença.

A indústria e outras actividades estão a regressar aos níveis anteriores à pandemia, mas a procura externa, no entanto, permanece moderada, à medida que a pandemia do novo coronavírus atingiu os mercados de exportação da China.

Os consumidores chineses, que perderam rendimentos, estão também relutantes em realizar grandes compras. Nos primeiros seis meses do ano a economia chinesa contraiu 1,6%.

3 Ago 2020

Covid-19 | China detecta 43 casos nas últimas 24 horas

[dropcap]A[/dropcap] China registou 43 novos casos confirmados de coronavírus no domingo, 28 dos quais contágios locais na região oeste de Xinjiang, onde um surto surgiu há três semanas, informou hoje a Comissão Nacional de Saúde.

Todos os casos em Xinjiang ocorreram por contágio local, tal como outros oito, em Liaoning, na província nordeste da China, o outro surto ativo no país. O país identificou ainda sete casos entre viajantes oriundos do exterior.

As autoridades de saúde detalharam que, até à meia-noite local, 10 pacientes receberam alta, pelo que o número total de casos ativos na China continental se fixou em 781, entre os quais 35 permanecem em estado grave. A Comissão não anunciou novas mortes por covid-19, mantendo-se o total desde o início da pandemia em 4.634, entre as 84.428 pessoas infectadas oficialmente diagnosticadas na China.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 685 mil mortos e infectou mais de 18 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

3 Ago 2020

Tufão obriga retirada de populações nas áreas costeiras do leste da China

[dropcap]A[/dropcap]s áreas costeiras mais vulneráveis no leste da China estão a deslocar as populações, face à chegada de um tufão, numa altura em que parte do país ainda está a recuperar das inundações do mês passado. O centro do tufão Hagupit registava rajadas de até 90 quilómetros por hora esta manhã e seguia para noroeste a 25 quilómetros por hora.

O Centro Meteorológico Nacional da China indicou que o Hagupit deve chegar hoje às províncias de Zhejiang e Fujian, na costa leste da China. Xangai, a “capital” financeira do país asiático, deverá também ser afectada.

Em Fujian, a pesca costeira foi suspensa e os locais turísticos encerrados, assim como as obras de construção. Os barcos de pesca foram obrigados a evitar os mares afetados pelo tufão.

A temporada de tufões este ano tem sido relativamente branda na China, até agora, embora as inundações ocorridas no mês passado, ao longo dos principais sistemas fluviais do país, tenham causado mais de uma centena de mortos e forçado à retirada de cerca de dois milhões de pessoas.

Os mais altos níveis de precipitação no país em meio século causaram ainda prejuízos directos superiores a 49 mil milhões de yuan.

3 Ago 2020

Covid-19 | Filipinas anunciam novo confinamento rigoroso em Manila após recorde diário de casos

[dropcap]O[/dropcap] Governo Filipino anunciou hoje que Manila e as províncias que rodeiam a capital do país vão regressar ao confinamento rigoroso, tendo em conta o aumento dos contágios da covid-19, que agora ultrapassam os 100.000 no país.

As Filipinas acrescentaram no domingo mais de 5.000 novos casos, um recorde diário, e acumularam um total de 103.000 infeções, incluindo mais de 2.000 mortes, um dos saldos mais elevados do Sudeste Asiático.

Manila e as províncias de Bulacan, Cavite, Laguna e Rizal regressarão terça-feira ao confinamento até 18 de agosto, depois de 80 das associações médicas do país, representando milhares de médicos e enfermeiros, terem assinado no sábado uma declaração conjunta apelando a uma nova abordagem à covid-19, uma vez que após cinco meses os hospitais estão superlotados e o pessoal médico exausto.

“Compreendo perfeitamente porque é que os nossos trabalhadores da saúde estão a pedir uma pausa. Estão na linha da frente há meses e estão exaustos”, disse o Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte.

Apesar de ter imposto um dos confinamentos mais longos e rigorosos do mundo – cinco meses na capital – as Filipinas são o único país da região que ainda não quebrou a curva de infeção, que tem vindo a aumentar constantemente desde março, devido a deficiências nos testes e no rastreio de contactos.

A fase de confinamento aprovada para a capital e arredores – onde se concentra 67% da atividade industrial do país – restringe completamente a circulação, os transportes públicos são suspensos e apenas um membro de cada família é autorizado a sair e comprar artigos essenciais, pelo que os estabelecimentos que tinham voltado a funcionar a 30% da sua capacidade em junho, tais como lojas, cabeleireiros e restaurantes, serão novamente encerrados.

3 Ago 2020

Covid-19 | China detecta 49 casos nas últimas 24 horas, 33 são contágios locais

[dropcap]A[/dropcap] China registou 49 novos casos confirmados de coronavírus no sábado, 33 deles contágios locais na região oeste de Xinjiang e na província nordeste de Liaoning, informou hoje a Comissão Nacional de Saúde. Os números das últimas 24 horas dados representam um aumento de quatro casos em relação a sexta-feira, mas bem abaixo daqueles registados nos três dias anteriores, sempre acima de 100 contágios diários.

Entre os 33 contágios locais, 30 foram detetados em Xinjiang e três em Liaoning. Dois dos casos importados foram identificados em Cantão, na província de Guangdong, vizinha de Macau.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 680 mil mortos e infetou mais de 17,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Casos aumentam na Índia

No que diz respeito à Índia, o número total de infectados no país já é superior a 1,75 milhões após outro pico de contágios de 54.735 registados nas últimas 24 horas, anunciados hoje pelas autoridades de saúde. O Ministério da Saúde também registou 853 mortes num só dia, totalizando 37.364 desde o início da pandemia. Somente o mês de julho foi responsável por mais de 1,1 milhão de casos na Índia.

2 Ago 2020

Covid-19 | China detecta mais de 100 casos pelo terceiro dia consecutivo

[dropcap]A[/dropcap] China identificou, nas últimas 24 horas, 127 casos de covid-19, o terceiro dia consecutivo com mais de 100 casos, a grande maioria em Xinjiang, no noroeste do país, informou hoje a Comissão Nacional de Saúde. A região autónoma de Xinjiang contou 112 novos casos. Na província de Liaoning, no nordeste da China, foram diagnosticados mais 11. Todos estes casos ocorreram por contágio local.

O país detectou ainda quatro casos entre viajantes oriundos do exterior, os chamados casos “importados”. O número representa uma tendência crescente nos últimos dias: 105 casos na quarta-feira, 101 na terça-feira e 68 na segunda-feira. A mesma fonte detalhou que, até à meia-noite, 17 pacientes receberam alta e oito deram entrada em estado grave.

O número total de casos activos na China continental fixou-se em 684, entre os quais 41 estão em estado grave. A Comissão não anunciou novas mortes por covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634, entre um total de 84.292 pacientes diagnosticados oficialmente na China desde o início da pandemia. Mais de 78.974 superaram a doença e receberam alta.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 667 mil mortos e infectou mais de 17 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

31 Jul 2020

Morreu o antigo Presidente de Taiwan, o “senhor Democracia” Lee Teng-hui

[dropcap]O[/dropcap] antigo Presidente de Taiwan Lee Teng-hui, também conhecido como o “senhor Democracia” devido ao papel que desempenhou na transição política do país após uma ditadura nacionalista, morreu esta quinta-feira aos 97 anos, divulgou uma fonte hospitalar.

Reconhecido como um dos “arquitectos” da transformação de Taiwan num país livre e moderno após várias décadas de ditadura, Lee Teng-hui foi responsável pela realização das primeiras eleições directas nesta ilha, que a China continua a considerar uma província rebelde, tendo assumido a Presidência taiwanesa entre 1988 e 2000.

Segundo informou o hospital geral dos veteranos de Taipé, o antigo Presidente, que estava internado desde fevereiro, morreu na sequência de infeções, problemas cardíacos e da falência de órgãos vitais.

Lee Teng-hui morreu “por um choque septicémico e uma falência de vários órgãos, apesar dos esforços da equipa médica para o reanimar”, disse o vice-presidente da unidade hospitalar, em declarações aos jornalistas.

Lee Teng-hui tornou-se numa figura de destaque do movimento que defende o reconhecimento da ilha de Taiwan como um Estado soberano na cena internacional.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Taiwan, formalmente chamada República da China, tornou-se, entretanto, numa democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação pela força.

Como consequência da pressão chinesa, menos de duas dezenas de países mantêm relações diplomáticas com Taipé.

31 Jul 2020

Relações China-Reino Unido “envenenadas” por Hong Kong, diz embaixador chinês

[dropcap]O[/dropcap] embaixador da China em Londres classificou como “tendenciosa” uma reportagem da BBC sobre os direitos humanos dos muçulmanos uigures, na província de Xinjiang, e afirmou que o dossiê de Hong Kong está a “envenenar” as relações bilaterais.

Liu Xiaoming apresentou uma série de vídeos aos jornalistas com o objectivo de enfatizar que as acções da China nessa província são destinadas a combater o terrorismo e as imagens granuladas incluíam cenas sangrentas como consequência dos ataques.

Os vídeos pretendiam contrariar uma recente entrevista da BBC, na qual o apresentador Andrew Marr desafiou o diplomata a explicar as imagens de ‘drones’ [aparelhos aéreos não tripulados] que aparentemente mostravam prisioneiros uigures sob custódia e transferidos por comboio pelas autoridades chinesas. Liu negou que os uigures estivessem maltratados e publicou capturas de ecrã que desafiavam, entre outras coisas, se os prisioneiros estavam ajoelhados ou sentados no chão.

Ele descreveu as “chamadas vítimas” de violações de direitos humanos como separatistas ou “actores treinados por forças anti China nos Estados Unidos (EUA) e noutros países ocidentais”.

Liu acrescentou que as disputas sobre direitos humanos, a imposição da nova lei de segurança nacional em Hong Kong e a decisão do Reino Unido de proibir a gigante chinesa de tecnologia Huawei de participar na construção da nova rede telefónica de alta velocidade “envenenaram seriamente a atmosfera” das relações entre a China e o Reino Unido.

As tensões crescentes acontecem ao mesmo tempo em que o Presidente norte-americano, Donald Trump, e a sua administração empurram Washington e Pequim para uma nova era ascendente de confronto.

“A China e o Reino Unido deveriam ter capacidade e sabedoria suficiente para lidar e gerir estas diferenças, em vez de permitir que forças anti China e os guerreiros da Guerra Fria sequestrem o relacionamento Reino Unido-China”, continuou o diplomata.

Momento crítico

Nas últimas semanas, a Grã-Bretanha suspendeu um tratado de extradição com Hong Kong e ofereceu refúgio a milhões de cidadãos elegíveis desse território que se sentem ameaçados pelo crescente aperto de Pequim.

Liu reiterou que o Reino Unido devia parar de se intrometer em Hong Kong. “A China respeita a soberania do Reino Unido e nunca interferiu nos assuntos internos do Reino Unido. É importante que o Reino Unido faça o mesmo – ou seja, respeite a soberania da China e pare de interferir nos assuntos de Hong Kong, que são assuntos internos da China, para evitar mais danos no relacionamento entre o Reino Unido e a China”, sublinhou.

Liu vincou ainda que o Reino Unido e os seus cidadãos precisavam de pensar independentemente dos sinais agressivos vindos do Governo de Trump e disse que a Grã-Bretanha estava num “momento histórico crítico” sobre como quer tratar a China.

“É nossa esperança que o Reino Unido resista à pressão e à coerção de um certo país e forneça um ambiente aberto, transparente, justo e não discriminatório para o investimento chinês, de forma a recuperar a confiança das empresas chinesas no Reino Unido”, finalizou.

31 Jul 2020

Hong Kong | Doze candidatos pró-democracia impedidos de concorrer às eleições

[dropcap]D[/dropcap]oze candidatos pró-democracia de Hong Kong, entre os quais Joshua Wong, foram desqualificados para concorrer às eleições de setembro, indicou hoje o Executivo do território. “O Governo defende a decisão (…) de invalidar as 12 candidaturas às eleições do Conselho Legislativo”, anunciou o governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong através de um comunicado.

Os partidos pró-democracia em Hong Kong realizaram em Julho primárias para nomearem os seus candidatos para as eleições parlamentares previstas para Setembro, apesar dos avisos das autoridades de que corriam o risco de violar a nova lei de segurança. A votação, que contou com a participação de 600 mil pessoas, foi considerada ilegal pelas autoridades da República Popular da China.

Na lista dos candidatos impedidos de concorrer figuram alguns destacados líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong, como o secretário-geral da extinta organização política Demosisto, Joshua Wong e o deputado e líder do Partido Cívico, Alvin Yeung.

“Acabam de vetar o meu nome para as eleições do Conselho Legislativo apesar de ser o vencedor das primárias (…) Pequim está a levar a cabo a maior repressão contra as eleições na cidade ao desqualificar desta forma quase todos os candidatos pró-democratas”, afirmou Wong através de uma mensagem difundida pela rede social Twitter após ter sido conhecida a decisão.

De acordo com o Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, a medida sobre estes doze candidatos foi tomada porque “não apresentaram devidamente assinada a declaração em que se comprometem a proteger a Lei Básica e a jurar lealdade à República Popular da China”.

A autoridade eleitoral considera que aqueles que defendem a independência de Hong Kong, que pedem a outros países para intervir nos assuntos locais ou se neguem a aceitar que a região é território sob soberania de Pequim e se oponham à Lei de Segurança Nacional “não podem proteger a Lei Básica de forma honesta”.

Após os resultados alcançados nas eleições locais de novembro de 2019, a oposição democrata esperava conseguir a maioria nas próximas eleições legislativas de Setembro.

Para a Comissão Eleitoral ​​​​​​​outro dos motivos para a desqualificação foi a rejeição por alguns candidatos ao Conselho Legislativo de propostas de lei, nomeações, e orçamentos no sentido de “obrigarem o Executivo a aceitar certas exigências políticas”. Perante as críticas sobre a desqualificação, o Executivo local diz que “não se trata de nenhum tipo de censura política, restrição, liberdade de expressão ou direito de concorrer às eleições”.

As eleições estão agendadas para o dia 6 de Setembro mas nas últimas horas têm surgido notícias na imprensa local que indicam que o governo está a ponderar adiar a votação para 2012 por causa da “nova vaga” da pandemia de SARS CoV-2 que se regista na antiga colónia britânica.

30 Jul 2020

Universidade de Hong Kong expulsa Benny Tai, figura do movimento Occupy Central, e provoca indignação

[dropcap]A[/dropcap] demissão do professor universitário e figura proeminente do movimento pró-democracia de Hong Kong Benny Tai, conhecida ontem, está a provocar indignação contra as pressões de Pequim na antiga colónia britânica.

O professor de direito, de 56 anos, disse que foi afastado por uma comissão disciplinar da Universidade de Hong Kong (HKU), depois de já ter sido preso, no ano passado, por participar nos protestos pela defesa de direitos, liberdades e garantias.

O Gabinete de Ligação, que representa o governo central da República Popular da China em Hong Kong, saudou o afastamento do professor e disse hoje através de um comunicado que Benny Tai “é uma pessoa maléfica”.

A demissão do académico provocou consternação e indignação entre os ativistas da região administrativa especial, marcada por meses de contestação sem precedentes contra Pequim, que impôs recentemente a nova lei de segurança nacional que fere os direitos, liberdades de garantias em Hong Kong.

“Benny Tai é um mártir da desobediência civil”, afirmou Joseph Chan, professor de ciências políticas da Universidade de Hong Kong através de uma mensagem no Facebook. “A universidade de Hong Kong está a sacrificar a própria reputação e fica impedida de ‘levantar a cabeça’ perante a comunidade académica mundial” acrescentou Chan considerando a demissão de Benny Tai “uma grande mancha” na história da instituição.

Sophie Richardson, da secção China da organização não-governamental Human Rights Watch, disse que as universidades de todo o mundo devem rever as relações com a Universidade de Hong Kong. “Chegou a altura para que sejam levantadas vozes contra o escândalo”, disse Richardson numa mensagem dirigida aos universitários.

“Pequim começou agora a atacar as liberdades académicas de Hong Kong”, disse Joshua Wong, figura do movimento de contestação estudantil contra Pequim.

Benny Tai apelou ontem, através da plataforma digital Facebook, para que a chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong impedisse o processo de demissão. “Carrie Lam não pode alhear-se das responsabilidades que tem na erosão das liberdades académicas em Hong Kong”, escreveu Benny Tai acusando Pequim de pressão direta na decisão da universidade.

Tai é uma figura popular do campo pró-democrata em Hong Kong, defensor da não-violência e fortemente criticado pelas autoridades. A Universidade de Hong Kong, por seu turno, ainda não explicou os motivos que provocaram a expulsão de Benny Tia nem responde às perguntas dos jornalistas. Benny Tai foi um dos fundadores do movimento “Occupy Central”, em 2013.

Em 2019, Tai foi condenado a 16 meses de prisão por “responsabilidade e envolvimento” nos movimentos de contestação.

Recentemente o professor de Direito esteve envolvido na organização das primárias que escolheram os candidatos pró-democracia para as eleições de setembro em Hong Kong. Mais de 600 mil pessoas participaram na votação considerada ilegal pelo Executivo local tendo o Gabinete de Ligação acusado “o ‘gang’ de Benny Tai de tentar provocar uma revolução”.

30 Jul 2020

Vaticano e diocese de Hong Kong alvo de alegados ataques informáticos

[dropcap]O[/dropcap] Vaticano e a diocese de Hong Kong têm sido alvo de supostos ataques de piratas informáticos antes das negociações sobre as relações entre a Santa Sé e a China, revelou ontem a organização não-governamental Recorded Future. De acordo com aquela organização não-governamental norte-americana os alegados ataques informáticos estão a ser levados a cabo, alegadamente, pelo grupo “RedDelta” e começaram no passado mês de Maio.

Anteriormente, uma notícia publicada no jornal New York Times referia que a vigilância e os ataques informáticos contra o Vaticano têm como objetivo as negociações que estão marcadas para setembro. O Vaticano ainda não comentou mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim negou qualquer tipo de envolvimento considerando o relatório da Recorded Future “especulativo”.

Segundo a organização Recorded Future, a Missão Hong Kong/China (Hong Kong Study Mission to China), a entidade que faz a ligação entre o Vaticano e Pequim, assim como o Instituto para as Missões foram alvo de ataques cibernéticos.

“A intrusão suspeita sobre o Vaticano permite ao grupo ‘RedDelta’ penetrar nas informações sobre as posições da Santa Sé antes da nova ronda negocial de setembro”, refere o relatório da Recorded Future.

O mesmo documento acrescenta que os ataques informáticos também obtêm “informações importantes” sobre as entidades católicas na Região Administrativa Especial de Hong Kong assim como vigia os grupos pró-democratas da antiga colónia britânica.

Ainda segundo o relatório, os “ataques” prolongaram-se pelo menos até 21 de junho e houve mesmo uma tentativa de obtenção ilegal de documentos da Secretaria de Estado do Vaticano nos contactos estabelecidos com Hong Kong.

Os 12 milhões de católicos chineses dividem-se entre os que pertencem à Associação Patriótica dos Católicos Chineses, fora da autoridade do Vaticano, e os grupos clandestinos da igreja leal ao Papa. Os sacerdotes na clandestinidade assim como os fiéis são frequentemente alvo de perseguições e prisões na República Popular da China.

Em 2018, foi alcançado o princípio de um acordo, sem precedentes, entre a Santa Sé e Pequim sobre a designação de bispos, nomeadamente de sete bispos que não eram reconhecidos pelo Vaticano, um assunto de conflito entre os dois Estados.

Muitos católicos clandestinos mostraram reservas em relação ao acordo encarado como uma cedência ao regime comunista e traindo a lealdade dos fiéis em relação ao Papa.

Pequim nega a existência de programas financiados pelo Estado que visam a vigilância informática de segredos de outros países ou instituições.

No princípio do mês, os Estados Unidos disseram que foram detetadas intrusões informáticas chinesas e acusou dois cidadãos da República Popular da China por alegadamente estarem à frente de ataques contra empresas norte-americanas e de outros países.

As autoridades judiciais dos Estados Unidos disseram também que piratas informáticos que trabalham para Pequim atacaram empresas norte-americanas que estão a desenvolver projetos científicos relacionados com vacinas contra o SARS CoV-2. A República Popular da China já respondeu que os Estados Unidos não têm provas sobre estes alegados ataques informáticos.

30 Jul 2020

Banco Mundial | Economia chinesa cresce 1,6% este ano e 7,9% em 2021

Apesar dos riscos inerentes ao desenvolvimento da crise pandémica e das tensões entre a China e os Estados Unidos, as previsões do Banco Mundial apontam para um crescimento económico no país em 2021 só ultrapassado pelos números de 2012

 

[dropcap]A[/dropcap] economia da China vai crescer 1,6 por cento este ano, a taxa mais baixa desde 1976, devido ao impacto da pandemia da covid-19, mas expandirá 7,9 por cento em 2021, segundo as projecções actualizadas do Banco Mundial (BM) ontem divulgadas.

Embora a previsão para 2020 represente a menor taxa de crescimento desde 1976, a expansão de 7,9 por cento em 2021 seria a maior desde 2012, depois de em 2011 a economia da China ter crescido 9,6 por cento.
A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto é medida em termos homólogos.

A previsão do Banco Mundial não difere muito das mais recentes estimativas feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê um avanço menor em 2020, de 1 por cento, mas maior para o ano seguinte, alcançando os 8,2 por cento.

O Banco Mundial considerou que as condições económicas “mudaram dramaticamente” desde o início da pandemia, visto que o impacto da covid-19 e as medidas adoptadas para conter o surto “provocaram um choque combinado na procura e na oferta”.

“Embora as restrições na oferta tenham diminuído, a fraca procura interna e externa continua a travar o ritmo da recuperação [económica], apesar das medidas adoptadas”, afirmou a agência.

O Banco Mundial advertiu que o crescimento dos rendimentos das famílias e a taxa de eliminação da pobreza vão desacelerar na China, prevendo-se entre 8 a 20 milhões a menos de pessoas que vão sair da pobreza extrema no país este ano.

“Embora os riscos sejam excepcionalmente altos, com boas políticas, eles podem ser parcialmente reduzidos”, explicou o director do Banco Mundial na China, Martin Raiser.

Pequim deve apostar em re-orientar a economia para um crescimento “mais inclusivo, sustentável e verde”, porque a pandemia “expôs profundamente as fraquezas económicas, sociais e ambientais” do país.

“A recuperação oferece uma oportunidade para acelerar o progresso em direção a essas metas”, disse o representante da instituição no país asiático.

Riscos e lacunas

O Banco Mundial considerou o desenvolvimento do surto da covid-19 e as tensões da China com os seus parceiros comerciais, especialmente os Estados Unidos, como os dois principais desafios para a economia chinesa.

A possibilidade de uma recessão prolongada em todo o mundo é outro risco.
A entidade pede a Pequim que mantenha as suas políticas monetárias e financeiras flexíveis para “garantir liquidez” na economia.

O economista-chefe do Banco Mundial para a China, Sebastian Eckardt, destacou a “necessidade de fechar a lacuna na segurança social do país para apoiar os trabalhadores e as famílias afectadas, além de minimizar a fraqueza persistente no consumo doméstico”.

30 Jul 2020

Hong Kong | Polícia anuncia quatro detenções ao abrigo da nova lei de segurança nacional

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong fez, esta quarta-feira, as primeiras grandes detenções sob a nova lei de segurança nacional, ao prender quatro jovens sob suspeita de incitação à secessão. Três homens e uma mulher, entre os 16 e 21 anos, foram presos em três locais, afirmou um dirigente da polícia durante uma conferência de imprensa.

A polícia disse que o grupo fez comentários nas redes sociais desde que a lei entrou em vigor que exigiam a independência de Hong Kong, um território chinês semi-autónomo.

“Eles dizem que querem estabelecer a República de Hong Kong e que lutarão sem reservas por ela. Disseram também que querem unir todos os grupos pró-independência de Hong Kong para esse propósito”, afirmou Li Kwai-wah, superintendente sénior de uma unidade recém-formada para fazer cumprir a lei de segurança nacional.

A lei, que entrou em vigor a 30 de Junho, foi imposta a Hong Kong pelo governo central de Pequim e aumentou preocupações acerca da autonomia e liberdade nesta região administrativa especial chinesa.

As detenções ocorrem no mesmo dia em que ficou conhecida a demissão do professor universitário e figura proeminente do movimento pró-democracia de Hong Kong Benny Tai, que está a provocar indignação contra as pressões de Pequim na antiga colónia britânica.

O professor de direito, de 56 anos, disse que foi afastado por uma comissão disciplinar da Universidade de Hong Kong (HKU), depois de já ter sido preso, no ano passado, por participar nos protestos pela defesa de direitos, liberdades e garantias.

30 Jul 2020

Covid-19 | China detecta mais de 100 casos pelo segundo dia consecutivo

[dropcap]A[/dropcap] China identificou nas últimas 24 horas mais de 100 casos de covid-19 pelo segundo dia consecutivo, números que não se registavam no país asiático desde Abril, informou hoje a Comissão Nacional de Saúde.

No total, o país somou 105 novos casos, na quarta-feira. A região de Xinjiang, no extremo noroeste do país, contou 96. Na província de Liaoning, no nordeste da China, foram diagnosticados mais cinco. Também em Pequim foi detetado um novo caso, pelo terceiro dia consecutivo.

Todos estes casos ocorreram por contágio local. O país detectou ainda três casos entre viajantes oriundos do exterior, os chamados casos “importados”. O número representa uma tendência crescente nos últimos dias: 101 casos terça-feira, 68 na segunda-feira e 61 no domingo.

A mesma fonte detalhou que, até à meia-noite, 13 pacientes receberam alta e oito deram entrada em estado grave. O número total de casos activos na China continental fixou-se em 574, entre os quais 33 estão em estado grave.

A Comissão não anunciou novas mortes por covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634, entre um total de 84.165 pacientes diagnosticados oficialmente na China desde o início da pandemia. Mais de 78.950 superaram a doença e receberam alta.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 660 mil mortos e infectou mais de 16,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

30 Jul 2020

China detecta 101 casos de covid-19 nas últimas 24 horas

[dropcap]A[/dropcap] China diagnosticou mais 101 casos de covid-19, nas últimas 24 horas, incluindo 89 na região de Xinjiang, oito na província de Liaoning e um em Pequim, indicaram hoje as autoridades chinesas. Os casos registados nestas três regiões são todos de transmissão local. Até domingo, a capital chinesa completou 21 dias sem registar novos casos.

Foram ainda diagnosticados mais três casos em viajantes oriundos do exterior, os chamados casos “importados”. O número representa uma tendência crescente nos últimos dias: 68 novos casos na segunda-feira, 61 no domingo, 46 no sábado e 34 na sexta-feira.

As autoridades de saúde acrescentaram que, até à meia-noite, 10 pacientes tiveram alta, fixando o número total de casos activos no país asiático em 482, incluindo 25 em estado grave. Segundo dados oficiais, desde o início da epidemia, a China registou 84.060 infectados e 4.634 mortos devido à covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 654 mil mortos e infectou mais de 16,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

29 Jul 2020

Hong Kong | UE limita exportações à tecnologia para evitar “repressão” de Pequim

[dropcap]O[/dropcap] Conselho da União Europeia (UE) manifestou ontem “grande preocupação” sobre a nova lei da segurança nacional imposta em Hong Kong pela China e adoptou limitações à exportação de tecnologia, para evitar a “repressão e vigilância” chinesas.

“Após um debate inicial no Conselho dos Negócios Estrangeiros em 13 de julho de 2020, o Conselho adoptou ontem conclusões que exprimem uma grande preocupação sobre a legislação de segurança nacional para Hong Kong adoptadas pelo Comité Permanente do Congresso Nacional Popular da China em 30 de junho de 2020”, refere a estrutura em comunicado de imprensa.

Essas conclusões reafirmam “o apoio da UE ao elevado grau de autonomia de Hong Kong ao abrigo do princípio ‘Um país, dois sistemas’”, manifestando ainda “solidariedade com o povo de Hong Kong”, acrescenta a estrutura.

Deste “pacote coordenado em resposta à imposição da lei de segurança nacional, a ser levado a cabo a nível da UE e ou dos Estados-membros, conforme considerado apropriado”, fazem parte limitações da União às “exportações de equipamento e tecnologias sensíveis específicas para utilização final em Hong Kong, em particular quando existam motivos para suspeitar de utilização indesejável relacionada com a repressão interna, a interceção de comunicações internas ou a vigilância cibernética”, de acordo com as conclusões da reunião.

Ao mesmo tempo, o Conselho da UE decidiu “rever as implicações da lei de segurança nacional sobre o funcionamento da extradição dos Estados-membros e outros acordos relevantes com Hong Kong”, bem como “continuar a envolver e apoiar a sociedade civil” na antiga colónia britânica, nomeadamente através da “monitorização contínua dos julgamentos dos ativistas pró-democracia”.

A UE vai, ainda, “controlar o efeito extraterritorial da lei de segurança nacional” e evitar, “por enquanto, lançar quaisquer novas negociações com Hong Kong”.

Em meados de Julho, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, reunidos em Bruxelas, reiteraram a sua “preocupação” pela nova lei da segurança nacional imposta em Hong Kong pela China, admitindo recear os “riscos” na soberania da antiga colónia britânica.

Pequim impôs uma lei da segurança nacional a Hong Kong, argumentando que a legislação “não coloca em causa” a máxima “Um país, dois sistemas” por ser “apenas uma forma de aumentar a segurança” daquela região administrativa especial com uma lei que “já devia ter sido aprovada”.

O documento surgiu após repetidas advertências do poder comunista chinês contra a dissidência em Hong Kong, abalado em 2019 por sete meses de manifestações em defesa de reformas democráticas e quase sempre marcadas por confrontos com a polícia, que levaram à detenção de mais de nove mil pessoas.

Num relatório anual publicado na semana passada, a diplomacia da UE considerou que 2019 foi um ano “excepcionalmente desafiante” para Hong Kong, devido à “agitação social constante” e às situações de violência, criticando também a “deterioração” das liberdades fundamentais”.

29 Jul 2020

China suspende tratados de extradição entre Hong Kong e três países em retaliação

[dropcap]A[/dropcap] China anunciou hoje a suspensão de acordos de extradição entre Hong Kong e três países ocidentais – Canadá, Austrália e Reino Unido -, que criticaram a imposição por Pequim de uma lei de segurança nacional na região semi-autónoma.

A medida de retaliação adoptada por Pequim é sobretudo simbólica, visto que os três países já tinham suspendido unilateralmente os tratados, para protestar contra a nova legislação, em vigor desde 30 de junho passado.

“Estas decisões erróneas (…) minaram gravemente os fundamentos da cooperação judicial”, disse Wang Wenbin, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, em conferência de imprensa. “A China decidiu suspender os tratados de extradição entre Hong Kong e o Canadá, Austrália e Reino Unido, além de acordos de cooperação em justiça criminal”, afirmou.

Vários países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, pediram à China que reverta a lei de segurança nacional em Hong Kong. Esta nova legislação faz com que a oposição pró-democracia na cidade tema um sério declínio das liberdades em vigor neste território de 7,5 milhões de habitantes, retornado à China em 1997 pelo Reino Unido.

Para Pequim, esta lei é oficialmente uma forma de garantir a estabilidade, de pôr fim ao vandalismo que marcou as manifestações pró-democracia de 2019 na região, bem como de suprimir vozes que defendem a independência do território.

29 Jul 2020

Pequim critica “provocação perigosa” dos EUA após encerramento de consulados

[dropcap]A[/dropcap] China criticou hoje os Estados Unidos pelo que definiu de “provocação perigosa” que pode implicar uma “confrontação” no caso do encerramento dos consulados, mas desejou que os dois países “comuniquem de forma racional”.

No decurso de uma conversa com o seu homólogo francês Jean-Yves Le Drian, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, advertiu que as relações sino-norte-americanas se arriscam a “cair nos abismos da confrontação” e apelou à comunidade internacional para evitar “qualquer ato unilateral de hegemónico”, segundo uma transcrição fornecida pelo ministério chinês.

A China assumiu na segunda-feira o controlo do consulado dos Estados Unidos em Chengdu (sudoeste), abandonado pelos diplomatas norte-americanos, em reação ao encerramento por Washington na semana passada do consulado chinês em Houston (Texas), no rescaldo de um episódio diplomático que fez recordar o período da Guerra fria.

“Este perigoso incitamento à confrontação e à divisão por parte dos Estados Unidos é totalmente desligado da realidade, na qual os interesses da China e dos Estados Unidos estão intimamente ligados”, considerou o ministro chinês.

Os dois países devem “procurar comunicar de forma racional” e “nunca permitir que elementos anti-chineses ponham em causa as décadas de trocas e de frutuosa cooperação”, acrescentou.

Os EUA alegaram que o consulado de Houston era um ninho de espiões chineses, que tentaram roubar dados de instalações no Texas, incluindo o sistema médico do Texas A&M e o MD Anderson Cancer Center, da Universidade do Texas, em Houston. A China definiu as alegações de “calúnia maliciosa”.

29 Jul 2020