Hoje Macau China / ÁsiaJulgamento em Timor-Leste de ex-padre volta a ser adiado devido a problemas técnicos O julgamento do ex-padre acusado de abuso de crianças em Timor-Leste foi hoje novamente adiado, marcado agora para Julho, devido a problemas técnicos no sistema de videoconferência que estava a ser usado para a ligação ao Tribunal de Oecusse. “O pedido de adiamento veio da defesa, mas o Ministério Público também concordou porque o sistema de videoconferência estava com problemas devido à qualidade da internet e do som”, disse à Lusa o oficial de justiça do Tribunal de Oecusse. “A defesa [que estava em Díli] não conseguia ouvir bem o depoimento da vítima e por isso pediu o adiamento. O coletivo de juízes decidiu adiar o caso para 05 de julho, mas já com audiência presencial”, referiu. O sistema de videoconferência começou a ser usado na quarta-feira para o depoimento do arguido, que falou a partir do Tribunal de Recurso, em Díli, tendo ficado já marcado por alguns problemas técnicos. Richard Daschbach prestou declarações durante cerca de três horas, durante a tarde, na sala principal do Tribunal de Recurso, depois de problemas técnicos terem impedido o depoimento previsto durante a manhã. O recurso à videoconferência foi necessário depois do arguido e da defesa não terem viajado para Oecusse a tempo das audiências marcadas, com advogados de Daschbach a criticarem as regras em vigor no enclave que obrigam a quarentena de 14 dias mesmo a quem apresente testes negativos à covid-19. Procuradores, juízes e as representantes das vítimas viajaram para o enclave cumprindo as regras em vigor. Maria Agnes Berre, da JU,S Jurídico Social, a organização que representa as alegadas vítimas, lamentou um novo adiamento. “Os representantes das vítimas não estão satisfeitos com mais um adiamento. Sempre a pedido do arguido. Mais uma vez demonstra-se a posição inferior e discriminatória das vítimas”, afirmou à Lusa. “Nunca existirá justiça real em Timor-Leste quando não houver uma reforma séria de como as mulheres vítimas são tratadas por todos no sistema judiciário”, sustentou. Richard Daschbach, 84 anos, está a ser julgado pelos crimes de abuso de menores, pornografia infantil e violência doméstica alegadamente cometidos durante anos no orfanato Topu Honis, em Oecusse. Daschbach foi expulso da congregação da Sociedade do Verbo Divino (SVD) em Timor-Leste e do sacerdócio pelo Vaticano pelo “cometido e admitido abuso de menores”, com a decisão a basear-se numa detalhada investigação, incluindo a sua confissão oral e escrita. Sucessivos adiamentos desde o inicio do julgamento, em fevereiro, implicam que até agora ainda só foi possível ouvir a declaração inicial do arguido.
Hoje Macau China / ÁsiaRelator da ONU alerta para risco de “mortes em massa” em Myanmar O relator especial da ONU para os direitos humanos em Myanmar, Tom Andrews, avisou ontem que a fome e as doenças podem causar “mortes em massa”, como consequência dos combates no leste do país. No estado de Kayah (leste), perto da fronteira com a Tailândia, os combates intensificaram-se nas últimas semanas, com os habitantes a acusarem o exército – afecto à junta militar que tomou o poder num golpe de estado em 1 de Fevereiro – de disparar projécteis de artilharia usando os que caíram perto de aldeias. O escritório da ONU em Myanmar informou na terça-feira que cerca de 100.000 pessoas foram deslocadas por causa destes combates, alertando para a “necessidade urgente” de comida, água e abrigo, já que as restrições de movimento impostas pelas forças de segurança atrasam a entrega de ajuda humanitária. “Os ataques brutais e indiscriminados da junta ameaçam a vida de vários milhares de homens, mulheres e crianças no estado de Kayah. Muitos foram forçados a fugir para as florestas vizinhas, sem comida, água ou abrigo”, escreveu Tom Andrews na sua conta da rede social Twitter, referindo-se a “mortes em massa devido à fome e doenças”. Myanmar está em crise e a sua economia paralisou, especialmente por causa da brutal repressão militar sobre os manifestantes que protestam regularmente contra o golpe militar. Nas últimas semanas, os confrontos eclodiram em várias partes do país, com os habitantes a formar as suas próprias “forças de defesa”, principalmente em bairros particularmente atingidos pela repressão militar. A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) empreendeu esforços diplomáticos para tentar resolver a crise, mas as lutas internas na organização não avançaram. Do lado da China, tradicional aliada dos generais birmaneses, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, reiterou, na terça-feira, que a política de Pequim em relação ao país vizinho “não será afectada pelas mudanças na situação interna e externa de Myanmar”. “A China apoiou, apoia e apoiará Myanmar para escolher um caminho de desenvolvimento que seja adequado”, acrescentou Wang durante uma reunião em Chongqing com o ministro dos Negócios Estrangeiros birmanês nomeado pela junta, U Wunna Maung Lwin.
Hoje Macau China / ÁsiaEuropa vista como contrabalanço pela China ao poder dos Estados Unidos A China continua a ver a Europa como peça-chave para contrabalançar o poder hegemónico dos Estados Unidos, observam analistas, apesar de a União Europeia ter reavaliado a sua relação com Pequim nos últimos anos A Europa continua a ser para Pequim um ponto de equilíbrio no sensível xadrez geopolítico e no braço-de-ferro com os Estados Unidos. A China ocupa um lugar importante na agenda da visita do Presidente norte-americano Joe Biden à Europa, esta semana, à medida que a principal potência emergente assume uma relevância crescente nos assuntos internacionais. Shen Dingli, director do Instituto de Estudos Internacionais na Universidade Fudan, em Xangai, nota que Pequim continua a ver a “UE como um provável contrabalançar da hegemonia dos Estados Unidos”. Numa altura em que Biden se tenta reaproximar dos aliados, após o antecessor, Donald Trump, ter abalado as relações transatlânticas, e assumir uma política comum para a China, diferentes interesses económicos e estratégicos continuam a dificultar um consenso entre ambos os lados. “Não existe um consenso para uma abordagem comum transatlântica para a China”, admite à agência Lusa o embaixador de Portugal em Pequim, José Augusto Duarte. “Esse consenso tem que ser construído e trabalhado com a própria China” e depende também “da reacção que a China tem e como trabalha, cria as explicações, as seguranças, junto dos outros, para que haja respostas diferentes”, resume. Nos últimos meses, a relação entre China e União Europeia deteriorou-se, depois de os dois lados imporem sanções um ao outro. Entre os visados pelas sanções retaliatórias da China estão cinco membros do Parlamento Europeu – Reinhard Butikofer, Michael Gahler, Raphael Glucksmann, Ilhan Kyuchyuk e Miriam Lexmann. A decisão chinesa colocou em risco o Acordo Global de Investimento entre os dois lados. O acordo precisa da aprovação dos eurodeputados para entrar em vigor. O Parlamento Europeu decidiu congelar a ratificação do acordo, entretanto, e anunciou que não prosseguirá com este até que a China levante as sanções. A outra balança À semelhança dos Estados Unidos, a União Europeia reclama uma relação mais igualitária e recíproca em termos de comércio e investimento com a China e espera que o país asiático tenha mais respeito pela democracia e direitos humanos. “Convém trabalhar seriamente nisso, para encontrar os equilíbrios necessários e para que haja um sentimento de reciprocidade e igualdade de tratamento entre todos os povos”, afirmou José Augusto Duarte. A nível de Defesa, vários países europeus, incluindo França e Alemanha, estão agora também mais dispostos a enviar navios da Marinha até ao mar do Sul da China para reforçar a mensagem dos EUA sobre a liberdade de navegação na região. “Para a China, o conceito de uma política independente de defesa europeia é, geralmente, considerado adequado, na sua noção preferida de um mundo multipolar, ao invés de unipolar e dominado pelos Estados Unidos”, aponta também à Lusa Shen Dingli. Apesar de, no contexto da NATO, EUA e Europa executarem operações militares conjuntas no exterior, uma política de segurança e defesa europeia independente “não seria necessariamente igual à dos Estados Unidos, especialmente se os norte-americanos divergirem significativamente da norma do direito internacional, como foi o caso da Guerra do Iraque”, argumenta. Biden viaja primeiro para o Reino Unido para uma cimeira entre os líderes do G7 e, em seguida, para Bruxelas, para a cimeira da OTAN e um encontro com os chefes da União Europeia.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Província de Guangdong detecta oito casos locais A província de Guangdong detectou oito casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. Guangdong detectou mais de cem infecções locais desde 21 de Maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província. A China registou ainda 8 casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias de Sichuan (centro), Fujian (leste) e Guangdong (sudeste). A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 413, entre os quais dez em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.316 casos da doença e 4.636 mortos. A pandemia de provocou, pelo menos, 3.739.777 mortos no mundo, resultantes de mais de 173,5 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Iniciada vacinação em massa com AstraZeneca A Tailândia iniciou ontem uma campanha de vacinação em massa para a população em geral com a vacina AstraZeneca, numa altura de desconfiança crescente na gestão do Governo devido à lentidão do processo. O primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-ocha, exortou o público a ser paciente, dizendo ser normal que a escassa oferta não pudesse satisfazer rapidamente a elevada procura de vacinas. “As vacinas serão distribuídas gradualmente ao longo do mês, de acordo com o nível de risco, índice populacional e possíveis novos surtos”, disse, durante a cerimónia de abertura da campanha. As autoridades criaram vários centros de inoculação em Banguecoque, o epicentro do actual ressurgimento de casos de covid-19 no país, e darão prioridade à vacinação dos idosos e das pessoas com doenças crónicas. Contudo, outras províncias do país e alguns hospitais da capital anunciaram anteriormente o atraso do início da campanha devido a dúvidas sobre a recepção de doses suficientes. A estratégia da Tailândia, que já vacinou 1,3 milhões de pessoas com o regime completo, baseia-se principalmente na produção doméstica de 61 milhões de doses da Oxford-AstraZeneca por um laboratório de propriedade do rei tailandês, Vajiralongkorn. O país é actualmente um dos países da região do Sudeste Asiático que tem administrado menos doses à população. Enquanto os residentes da capital começam a receber a vacina, a vacinação já está bem encaminhada entre a população da ilha turística de Phuket, onde esperam alcançar a imunidade do grupo até 1 de Julho, data prevista para a reabertura da ilha ao turismo estrangeiro. As autoridades tailandesas tencionam levantar quase todas as restrições aos turistas estrangeiros já vacinados que viajam para a ilha a partir do próximo mês, onde devem permanecer pelo menos 14 dias antes de se mudarem para outra região tailandesa. Este plano piloto, que poderá ser alargado no futuro à ilha de Samui.
Hoje Macau China / ÁsiaProvíncia de Guangdong detecta 19 casos locais de covid-19 A província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou 19 casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. Guangdong detectou mais de cem infecções locais desde 21 de Maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província. A China registou ainda 14 casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias da Mongólia Interior (norte), Guangdong (sudeste), Fujian (leste), Jiangsu (leste), Sichuan (centro) e Yunnan (sudoeste). A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 409, entre os quais dez em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.300 casos da doença e 4.636 mortos. A pandemia de provocou, pelo menos, 3.731.297 mortos no mundo, resultantes de mais de 173,2 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | China recebe ministros do sudeste asiático com covid-19 na agenda A China vai receber, esta semana, os ministros dos Negócios Estrangeiros de dez países do sudeste asiático, numa altura de competição por influência regional com os Estados Unidos. A criação do passaporte de vacina está na agenda, assim como a busca pela normalidade regional pós-pandemia A imprensa oficial chinesa informou que a reunião de hoje na cidade de Chongqing, no sudoeste da China, vai abranger questões como o restabelecimento do turismo e outras trocas económicas afectadas pela pandemia da covid-19 e esforços coordenados no combate à pandemia. Também vai ser abordada a criação de um passaporte de vacina para permitir viagens mais livres entre os países. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, deve reunir separadamente com cada um dos seus homólogos à margem da conferência. Pequim está a construir influência entre os 10 países que compõem a Associação das Nações do Sudeste Asiático, apesar dos atritos com alguns deles sobre reivindicações territoriais no Mar do Sul da China. As Filipinas reclamaram repetidamente a presença de barcos chineses ancorados num recife que reclama como seu e a Malásia protestou na semana passada contra a intrusão de 16 aeronaves militares chinesas no seu espaço aéreo, designando o incidente de “séria ameaça à soberania nacional e à segurança do tráfego aéreo”. O peso económico e diplomático chinês ajudou a superar tais preocupações, no entanto, enquanto o bloco não conseguiu formar uma posição unificada, face à oposição dos aliados chineses, sobretudo o Camboja. “Nas últimas três décadas, a cooperação China – ASEAN cresceu fortemente, tornando-se o exemplo mais bem-sucedido e dinâmico de cooperação na região da Ásia – Pacífico”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, no domingo, ao anunciar a reunião. “O facto de os dois lados concordarem em realizar uma reunião, cara a cara, entre os ministros dos Negócios Estrangeiros, e apesar da situação sombria da covid-19 em curso, reflecte como os países atribuem grande importância e mantêm grandes expectativas para as relações China – ASEAN sob as novas circunstâncias”, descreveu. Mares agitados Os EUA, que mantêm presença naval activa no Mar do Sul da China e fortes relações com a região, expressaram preocupação com a presença crescente da China, particularmente o seu impacto sobre a segurança e a influência política de Pequim sobre democracias frágeis. Durante uma reunião com o primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, na semana passada, a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, apontou a construção de novas instalações na Base Naval de Ream pela China e exortou a liderança do Camboja a manter uma política externa independente e equilibrada, “no melhor interesse do povo cambojano”. A China, porém, considera a presença naval dos EUA a maior ameaça à segurança na região, particularmente a sua insistência em navegar perto do território chinês, no que Washington denomina de operações de liberdade de navegação. Pequim também se opõe fortemente ao reforço das relações entre os EUA e Taiwan, a ilha autónoma reivindicada pela China. Washington enviou uma forte mensagem de apoio no domingo, quando três senadores voaram para Taipé, num avião de transporte da Força Aérea, para anunciar que os EUA vão fornecer a Taiwan 750.000 doses da vacina contra a covid-19, depois de a ilha ter reclamado que a China está a atrapalhar os seus esforços para garantir vacinas.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Cantão impõe novos limites à circulação de pessoas Os residentes de Cantão, no sudeste da China, não vão poder sair da cidade, a menos que demonstrem que é absolutamente necessário fazê-lo, após dezenas de casos de covid-19 terem sido detectados em diferentes distritos nas últimas duas semanas. Quem tiver permissão para sair da cidade deve apresentar teste negativo para o vírus realizado nas últimas 48 horas, de acordo com as normas que entraram hoje em vigor. A mesma regra aplica-se a qualquer pessoa que pretenda sair da província de Guangdong. A cidade também está a restringir refeições em ambientes fechados, a conduzir testes em massa e a colocar em isolamento domiciliário residentes em bairros de alto risco. Pelo menos dois bairros da cidade de 18 milhões de habitantes foram colocados sob quarentena de facto. A variante que causou o surto de Cantão – a variante delta identificada pela primeira vez na Índia – é supostamente mais infecciosa porque aqueles que a têm demoram mais para exibir os sintomas, enquanto carregam mais partículas do vírus. Cantão detectou quatro casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China, elevando o total recente para mais de 100 desde 21 de Maio.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Província de Guangdong detecta sete casos locais em 24 horas A província chinesa de Guangdong detectou sete casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. Guangdong detetou dezenas de infeções locais desde 21 de maio passado, situação que levou as autoridades locais a impor, esta semana, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19, e a isolar bairros inteiros em Cantão. Pelo menos 180 mil pessoas estão em isolamento domiciliário em Cantão, de acordo com o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças. A China registou ainda 23 casos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste), Pequim (norte) e Tianjin (norte) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Yunnan (sudoeste), Jiangsu (leste), Zhejiang (sudeste), Fujian (sudeste), Sichuan (centro) e Shaanxi (centro). As autoridades sanitárias também indicaram terem detetado 18 infeções assintomáticas, três por contágio local em Guangdong e as restantes importadas, embora Pequim não as inclua como casos confirmados, a menos que manifestem sintomas. A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos ativos é de 392, entre os quais dez em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.248 casos e 4.636 mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaDo vinho à cortiça, empresários chineses apostam em produtos típicos de Portugal Reportagem de João Pimenta, da agência Lusa Em Pequim ou Xangai, do vinho da Madeira à cortiça, pequenos e médios empresários chineses estão a apostar em produtos típicos portugueses, atestando a crescente sofisticação e cosmopolitismo da emergente classe média urbana da China. No complexo de torres envidraçadas Chaowai SOHO, situado no distrito financeiro da capital chinesa, a recentemente inaugurada Madeira Home (“Casa da Madeira”, em português), ostenta milhares de garrafas de vinho da Madeira, algumas datadas de finais do século XIX. “Estávamos em busca de algo perdurável e que pudesse até ser herdado pela próxima geração”, explica à agência Lusa a dona do estabelecimento, Zhang Ruoxi. Zhang, que gere há dez anos anos, em conjunto com o pai, uma empresa de importação de vinho, tinha “dificuldade” em promover produtos devido às suas “características homogéneas”, com “sabores e vinícolas com identidades semelhantes”. No vinho Madeira, porém, encontrou a “exclusividade” de um “sabor e legado únicos”: a “longevidade” da produção vinícola, com garrafas armazenadas há mais de cem anos, aliada ao espírito de “aventura e exploração” da Era dos Descobrimentos portuguesa. “O vinho passa de geração em geração: tem um caráter familiar”, explica. “Isso é algo que valorizamos muito”. Retratos de navegadores portugueses, incluindo Vasco da Gama e João Gonçalves Zarco, o primeiro administrador do arquipélago da Madeira, e painéis de azulejos importados de Portugal, atribuem genuinidade ao estabelecimento. Embora apenas cerca de 3% da população chinesa beba regularmente vinho, a China é já o quinto maior mercado do mundo, devido à sua dimensão populacional – 1,4 mil milhões de habitantes. “As pessoas estão cada vez mais interessadas em experimentar novos tipos de vinho. Em Pequim ou Xangai, todas as noites os jovens saem para beber um copo”, observa Zhang. No espaço de uma década, a China construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, mais de oitenta aeroportos ou dezenas de cidades de raiz, alargando a classe média chinesa em centenas de milhões de pessoas. O país asiático tornou-se o maior emissor de turistas e o maior mercado para marcas de luxo do mundo. As duas realidades confundem-se: os cerca de 170 milhões de chineses que viajaram para o exterior, em 2019, representaram mais de um terço de todas as vendas globais de bens de luxo, segundo analistas. Em Xangai, Li Shuhua inaugurou, no ano passado, uma loja dedicada exclusivamente a produtos em cortiça importada de Portugal, após quase 20 anos a trabalhar com aquela matéria-prima como material complementar no calçado ou canas de pesca. “Um material tão bom era usado apenas como complemento, foi então que pensamos: por que não utilizá-lo como material principal”, conta à agência Lusa. A marca, designada Kaoge, uma conversão fonética para chinês da palavra inglesa cork (“cortiça”, em português), fabrica e comercializa sapatos, carteiras, bolsas, malas ou chapéus em cortiça. Huang Xiaomian, o designer da marca, aponta a cortiça como paradigma da economia circular, numa altura em que o ambiente ocupa um lugar cada vez mais importante para os governos e consumidores. “Se não nos importamos com o meio ambiente hoje, estamos a degradar o ambiente para os nossos filhos”, aponta. “Tudo é um ciclo”. O designer chinês refere uma “consciencialização cada vez maior sobre a importância da sustentabilidade na indústria têxtil chinesa”, onde “novos regulamentos estão a ditar a transição para material renovável”. As trocas comerciais entre a China e Portugal aumentaram 4,82% em 2020, em relação ao ano anterior, segundo dados das alfândegas chinesas. Pequim importou mais 19,6%, ou o equivalente a 2,3 mil milhões de euros, face a 2019.
Hoje Macau China / ÁsiaGuangdong detecta 15 casos locais de covid-19 A província de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou 15 casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. Guangdong detectou dezenas de infeções locais desde 21 de maio passado, situação que levou as autoridades locais a impor, na segunda-feira, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19. A China registou ainda nove casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Fujian (sudeste) e Sichuan (centro). As autoridades sanitárias também indicaram terem detectado 18 novas infeções assintomáticas, cinco por contágio local em Guangdong e as restantes importadas, embora Pequim não as inclua como casos confirmados, a menos que manifestem sintomas. A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 364, entre os quais sete em estado grave.
Hoje Macau China / ÁsiaPortuguês surpreendido no epicentro de surto de covid-19 na província chinesa de Guangdong Sem aviso prévio, o português Alexandre Castro ficou impedido de sair de casa, por tempo indeterminado, na cidade de Cantão, sudeste da China, experimentando a contundência das autoridades chinesas na supressão do novo coronavírus. “No sábado, íamos a sair do edifício e já não conseguimos”, descreveu Castro à agência Lusa. “As ruas em torno do bairro foram cercadas, com cordão policial, e uma barreira foi colocada à porta do prédio”, disse. Alexandre Castro, treinador de futebol radicado há dois anos em Cantão, cidade com 15 milhões de pessoas, foi apanhado no epicentro do surto que resultou em dezenas de infeções locais desde 21 de Maio. O súbito aumento de casos na capital da província de Guangdong abalou as autoridades chinesas, que pensavam que tinham a doença sob controlo. O bairro onde o português vive – Zhonghai Huawan Yihao – foi dos primeiros a ser isolado, após terem sido detetados vários casos entre os moradores. O condomínio é composto por mais de vinte torres, servindo de residência a milhares de famílias. Na semana passada, após terem sido detectados os primeiros casos no bairro, todos os moradores foram testados. No sábado, as autoridades procederam a isolar o quarteirão, impedindo saídas. Pelo menos cinco estações de metro próximas da área foram encerradas, segundo o português. A nível provincial, as autoridades impuseram na segunda-feira restrições à saída de pessoas de Guangdong, passando a exigir um teste realizado nas 72 horas anteriores. O fornecimento de mantimentos para o bairro de Alexandre, situado no sul de Cantão, continua a ser uma incógnita. “Fomos informados que íamos receber mantimentos, mas até agora nada”, resumiu. Desde Março de 2019, quando o Partido Comunista Chinês declarou vitória sobre a doença, as autoridades têm actuado rapidamente para impedir que novos surtos se alastrem, colocando sob quarentena bairros ou cidades inteiras, enquanto testam massivamente a população local assim que os primeiros casos são diagnosticados. O relato de Alexandre ilustra a eficácia do sistema chinês em lidar com a doença, mas também o seu lado mais sombrio: o vírus foi mantido sob controle, mas apenas devido ao poder do regime de ditar mudanças colossais, enquanto dispõe de um amplo aparelho de vigilância. Praticamente todas as pessoas que vivem na China são hoje obrigadas a usar um aplicativo no telemóvel que regista em detalhe onde o usuário esteve. O aplicativo é exigido à entrada de edifícios de escritórios, centros comerciais ou supermercados. Comités de Prevenção da Epidemia foram oficialmente criados em todos os bairros, ilustrando a mobilização nacional, depois de o Presidente chinês, Xi Jinping, ter designado o combate ao vírus como uma “guerra popular”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina detecta primeiro caso mundial de gripe aviária H10N3 em humanos Um homem no leste da China contraiu o que pode ser o primeiro caso humano da estirpe H10N3 da gripe das aves, mas o risco de contágio em larga escala é baixo, afirmou esta terça-feira o Governo. O homem, de 41 anos, na província de Jiangsu, noroeste de Xangai, foi hospitalizado em finais de abril e encontra-se estável, anunciou a Comissão Nacional de Saúde no seu ‘site’ na internet. Mais nenhum caso humano de H10N3 foi reportado em lugar algum, segundo a mesma fonte. “Esta infeção é uma transmissão acidental entre espécies”, de acordo com o comunicado publicado, no qual se refere: “O risco de transmissão em larga escala é baixo”. O paciente melhorou até alcançar os requisitos para lhe ser dada alta, acrescentou a comissão. As autoridades acompanharam todos os contactos e não encontraram “anomalias”. De acordo com os peritos trata-se de um caso isolado. Este vírus não tem capacidade para infetar de forma efectiva os humanos. A comissão apelou aos cidadãos para evitarem o contacto com aves mortas no dia a dia e a não se aproximarem sequer dos animais vivos, bem como a cuidarem da higiene alimentar e a recorrerem ao médico se tiverem sintomas de febre ou problemas respiratórios.
Hoje Macau China / ÁsiaAutoridades de Guangdong detectam 11 casos locais de covid-19 A província de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou 11 casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. Guangdong detetou dezenas de infeções locais desde 21 de maio passado, situação que levou as autoridades locais a impor, na segunda-feira, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19. A China registou ainda 12 casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Jiangsu (sudeste) e Sichuan (centro). As autoridades sanitárias também indicaram terem detetado 15 novas infeções assintomáticas, duas por contágio local em Guangdong e as restantes importadas, embora Pequim não as inclua como casos confirmados, a menos que manifestem sintomas. A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 337, entre os quais seis em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.122 casos da doença e 4.636 mortos. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.543.125 mortos no mundo, resultantes de mais de 170,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaChina aumenta para três limite de filhos por casal A China decidiu hoje aumentar de dois para três o limite de filhos por casal, quando se adivinha uma crise demográfica no país, como resultado da política de filho único, que vigorou até 2016. Três semanas após serem conhecidos os resultados do último censo demográfico, que se realiza a cada dez anos e que revelou forte desaceleração no crescimento populacional, a liderança chinesa decidiu flexibilizar a sua política de controlo da natalidade, mas mantendo um limite: não mais do que três filhos por casal. “Em resposta ao envelhecimento da população (…) um casal passa a poder ter três filhos”, avançou a agência noticiosa oficial Xinhua, que citou as conclusões de uma reunião entre os membros permanentes do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês liderada pelo Presidente Xi Jinping. A política vem acompanhada de “medidas de apoio” às famílias, acrescentou a Xinhua, sem avançar detalhes. No início de maio, os resultados do censo realizado em 2020 revelaram um envelhecimento mais rápido do que o esperado da população chinesa. A população aumentou em 72 milhões de pessoas nos últimos 10 anos, para 1.411 milhões, segundo os dados oficiais. O crescimento médio anual fixou-se em 0,53%, em termos homólogos, uma queda de 0,04%, em relação à década anterior. No ano passado, marcado pela epidemia da covid-19, o número de nascimentos caiu para 12 milhões, face a 14,65 milhões, em 2019, quando a taxa de natalidade (10,48 por 1.000) foi já a menor desde a fundação da República Popular da China, em 1949. A China praticou um rígido controlo de natalidade, entre 1980 e 2016, em nome da preservação de recursos escassos para a sua economia em expansão. A queda na taxa de natalidade é vista agora, no entanto, como grande ameaça ao progresso económico e à estabilidade social no país asiático. A política de filho único foi abolida em 2016, mas os casais permanecem reticentes em ter mais filhos, face aos elevados custos de vida e discriminação das empresas contra as mães. No outro extremo da pirâmide etária, a China tinha mais de 264 milhões de pessoas com 60 anos ou mais no ano passado. Aquela faixa etária passou a representar 18,7% do total da população, um aumento de 5,44%, em relação ao censo de 2010. Em contrapartida, a população em idade ativa (15 a 59 anos) representa agora 63,35% do total, uma queda de 6,79%. Em março passado, a Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China, votou um plano para aumentar gradualmente a idade de reforma ao longo dos próximos cinco anos. Os detalhes desta política não foram divulgados. Especialistas alertaram o país contra um desenvolvimento ao estilo japonês ou sul-coreano, com um declínio da população e um excesso de idosos em relação aos jovens e trabalhadores. A China poderá ser ultrapassada nos próximos anos pela Índia como o país mais populoso do mundo, segundo estimativas das Nações Unidas. Pequim previu que a sua curva de crescimento populacional atingirá o pico em 2027. A população chinesa começará então a diminuir para atingir 1,32 mil milhões de habitantes em 2050. A China, juntamente com a Tailândia e outros países asiáticos em desenvolvimento, enfrenta o risco de envelhecer antes de enriquecer. Alguns especialistas consideram que o país asiático enfrenta uma “bomba-relógio demográfica”. Refletindo a sensibilidade da questão, o gabinete de estatísticas da China tomou a decisão invulgar, no mês passado, de reagir a uma notícia do jornal The Financial Times, que avançou que o último censo tinha revelado um declínio demográfico. Os casais que desejam um filho enfrentam grandes desafios. Muitos dividem apartamentos com os pais em cidades densamente povoadas no litoral do país. Os cuidados infantis são caros e a licença de maternidade curta. A maioria das mães solteiras está excluída do seguro médico e dos pagamentos da previdência social. Algumas mulheres temem mesmo que o parto possa prejudicar as suas carreiras. Japão, Alemanha e alguns outros países ricos enfrentam o mesmo desafio de sustentar populações envelhecidas com menos trabalhadores, mas podem recorrer ao investimento em fábricas, tecnologia e ativos estrangeiros. Em contraste, a China continua a ser um país de rendimento médio, com agricultura e manufactura intensivas em mão-de-obra.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Índia ultrapassa os 28 milhões de casos desde o início da pandemia A Índia ultrapassou hoje 28 milhões de casos da covid-19 desde o início da pandemia, embora nas últimas 24 horas o país tenha registado o menor número de infeções dos últimos 50 dias. Nas últimas 24 horas, o Ministério da Saúde indiano identificou 152.734 casos, um número muito distante dos mais de 400.000 por dia registados no início de maio. No total, o país contabiliza 28.047.534 casos desde o início da pandemia. A Índia é o segundo país do mundo com mais casos acumulados desde o início da pandemia, superado apenas pelos Estados Unidos com 33,2 milhões. Nas últimas 24 horas o país registou 3.128 mortes, totalizando agora 329.100, atrás apenas dos Estados Unidos e do Brasil. A campanha de vacinação é vista como o melhor recurso contra a pandemia, e a Índia já administrou 213 milhões de doses, um número ainda insuficiente para os seus 1.350 milhões de habitantes.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Província de Guangdong detecta 20 casos locais A província de Guangdong detectou 20 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, informou hoje a Comissão Nacional de Saúde da China. O país registou ainda sete casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Fujian (sudeste) e Henan (centro). As autoridades sanitárias também informaram sobre a deteção de 19 novas infeções assintomáticas (três por contágio local em Guangdong e as restantes importadas), embora Pequim não as inclua como casos confirmados, a menos que manifestem sintomas. A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 328, entre os quais seis em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.099 casos da doença e 4.636 mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Golpe militar deixa Myanmar desprotegida para nova vaga de contágios O golpe militar e os protestos nos últimos meses deixaram Myanmar, antiga Birmânia, que conta com um sistema sanitário precário, ainda mais desprotegida face uma terceira vaga de covid-19 que está a chegar ao continente. Fontes da Cruz Vermelha disseram à agência de notícias Efe que existe o perigo de que a terceira vaga da pandemia de covid-19, que está a afectar muitos países asiáticos, principalmente pela chamada variante indiana do coronavírus, chegue a Myanmar sem ser detectada. Os profissionais de saúde foram os primeiros a aderir ao movimento de desobediência civil contra o golpe do passado dia 1 de Fevereiro e muitos deles estão detidos e acusados pela junta militar, o que diminuiu a capacidade do sistema sanitário, já por si debilitado. A Cruz Vermelha disse ainda que, actualmente, o país carece de um sistema sistemático de testes ao SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, a vacinação diminuiu significativamente e a capacidade de monitorizar e rastrear infecções está reduzida. “Há um risco significativo de uma futura onda de casos que podem chegar sem serem detectados de imediato, dada a probabilidade de grande parte dos infectados não terem sintomas ou [a terem] serem leves”, disse a agência humanitária. Segundo dados do Ministério da Saúde de Myanmar, os casos acumulados desde o início da pandemia ultrapassam os 144.000, com 3.216 mortes, face a uma população de 54 milhões de pessoas. O número de testes diários caiu em Janeiro deste ano, dos cerca de 15.000 que se faziam para 1.500 a 2.000 nos dias de hoje, o que levanta a suspeita de haver muitas infecções que não estão a ser detectadas, de acordo com a Cruz Vermelha. O Governo anterior, da líder deposta Aung San Suu Kyi, recebeu 1,5 milhão de doses de vacinas de combate à covid-19 da Índia e tinha planos de encomendar outras 30 milhões, mas desde então, o país recebeu cerca de 500.000 vacinas da China. Até ao momento, apenas 1,77 milhões de habitantes, pouco mais de 3 por cento da população, foram vacinados após o início da campanha de vacinação, em Janeiro deste ano. A Cruz Vermelha disse que a morosidade no processo de vacinação é também fruto da precariedade do sistema e da falta de pessoal, em parte devido ao movimento de desobediência civil, à qual se deve somar a relutância da população em se vacinar junto dos militares. “Não tenho nenhum desejo de vacinar-me, se forem eles [os militares], que me vão aplicar. Não confio nada neles”, disse um habitante, U Maung, ao portal Myanmar Now, citado pela Efe, expressando a sua recusa em ser vacinado pela junta militar. Por conta própria O Exército para a Independência de Kachin disse à Al Jazeera que está a realizar testes e recebeu cerca de 15.000 vacinas da empresa farmacêutica chinesa Sinovac, doadas pela Cruz Vermelha da China. Entretanto, algumas minorias étnicas, que controlam os seus próprios territórios em zonas fronteiriças, estão a tomar medidas para enfrentar a pandemia, apesar das dificuldades por um conflito armado que remonta a décadas, muito antes do recente golpe. Em Myanmar, a antiga Birmânia, a Cruz Vermelha conta com cerca de 6.000 voluntários que continuam a ajudar as comunidades a combater a pandemia através de campanhas de vacinação, controle de temperatura e ajuda em isolamento de casos positivos, entre outras iniciativas. Os voluntários, que contam com a ajuda de 143 ambulâncias, prestam atendimento médico aos feridos nos protestos, nos quais os profissionais de saúde também foram vítimas de ataques das forças de segurança com, pelo menos, 11 mortos e 51 feridos, entre eles. Os manifestantes foram os mais atingidos pela violência de soldados e polícias, que mataram mais de 830 pessoas desde o golpe, segundo dados da Associação de Assistência a Presos Políticos, uma Organização Não Governamental (ONG) de activistas pró-democráticos.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Bolsonaro atrasou negociação de vacina chinesa em três meses O director do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse ontem que as negociações para a aquisição da vacina CoronaVAc, contra a covid-19, ficaram paradas no Brasil durante três meses, após o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ter declarado que não a compraria. Segundo o depoimento de Covas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado brasileiro, que investiga as ações do Governo brasileiro na pandemia de covid-19, no dia 7 de outubro de 2020 o Instituto Butantan fez uma oferta de 100 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde do Brasil. “Houve uma sinalização de que poderíamos evoluir, inclusive com a produção de uma medida provisória (…) Tudo estava indo muito bem. Tanto que em 20 de outubro, fui convidado pelo [ex] ministro [da Saúde brasileiro, Eduardo] Pazuello para uma cerimónia na qual a vacina seria anunciada”, disse Covas. “No outro dia de manhã, quando ainda haveria conversas adicionais, essas conversas adicionais não aconteceram porque o Presidente Jair Bolsonaro disse que não haveria continuação nesse processo”, acrescentou. O Butantan firmou uma parceria com o laboratório chinês Sinovac, que desenvolveu a CoronaVac, no primeiro semestre do ano passado para testar e produzir o medicamento no Brasil e, portanto, é responsável pelo contrato de venda do medicamento junto ao Governo brasileiro. Os testes e a aplicação desta vacina, porém, desencadearam várias polémicas porque Bolsonaro atacou o medicamento publicamente em mais que uma oportunidade e disse que não compraria a ‘vacina chinesa’ patrocinada pelo governador de São Paulo e seu rival político, João Dória. Ao ser questionado novamente pelos senadores sobre a alegada paralisação das negociações entre o Governo brasileiro e o Instituto Butantan para a aquisição da CoronaVac, que é responsável por 65% das imunizações realizadas no país, Covas reafirmou que não houve mais progresso nas conversações até janeiro, quando um contrato foi finalmente assinado. A declaração colocou em causa parte do depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que afirmou aos senadores da CPI, na semana passada, que as declarações de Bolsonaro eram “falas de internet” e afirmou que ele e os técnicos do Ministério da Saúde continuaram a negociar com o Instituto Butantan. A alegada recusa de comprar doses da CoronaVac tornou-se um episódio polémico na gestão da pandemia no Brasil porque Pazuelo gravou um vídeo ao lado de Bolsonaro no qual o ex-ministro da Saúde justificou a sua mudança de posição sobre este medicamento dizendo: “É simples assim. Um manda e o outro obedece”. No seu depoimento à CPI da covid-19, Covas afirmou que não houve investimento direto do Ministério da Saúde no desenvolvimento da CoronaVac. O director do Butantan também considerou que declarações ofensivas de membros do Governo brasileiro podem estar a causar atrasos recorrentes no envio de consumíveis exportados pela China para fabrico da CoronaVac e de outras vacinas no Brasil. Questionado sobre a aplicação de uma terceira dose da CoronaVac para garantir a imunização, o especialista considerou que pode ser necessária não só para a CoronaVac como para outros imunizantes usados contra a covid-19. “Isso será necessário neste momento para todas as vacinas, não só em relação à própria duração da imunidade, na minha opinião, é claro, como também em relação às variantes”, concluiu o diretor do Butantan.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Voo entre Portugal e China suspenso transporta sobretudo chineses, diz MNE O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, confirmou ontem já ter tido conhecimento da suspensão do voo direto entre Portugal e a China, adiantando que a ligação se destinava, actualmente, sobretudo a cidadãos chineses. “O voo Lisboa-Xi’an era o único voo directo actualmente em operação entre Portugal e a China e destinava-se sobretudo ao transporte de cidadãos chineses, dadas as restrições de entrada de cidadãos estrangeiros em território chinês”, afirmou Santos Silva, que esteve ontem em reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia. As autoridades chinesas anunciaram ontem a suspensão da ligação aérea entre Portugal e a China, por um período de duas semanas, após detetarem sete casos de covid-19, em 14 de Maio, num voo oriundo de Lisboa. Em comunicado difundido no seu portal oficial, a Administração de Aviação Civil da China informou que o voo entre Lisboa e a cidade chinesa de Xi’an, operado pela companhia aérea Beijing Capital Airlines, passa a estar suspenso a partir de 31 de Maio. Segundo o ministério, Santos Silva “teve conhecimento da suspensão dos voos Lisboa-Xi’an por deteção de casos positivos após uma das viagens”. No entanto, refere, “como não estão em causa cidadãos portugueses e todos os cidadãos que viajaram no voo em causa têm nacionalidade chinesa, não foi o ministério dos Negócios Estrangeiros informado em que momento é que estes passageiros testaram positivo depois de chegados a território chinês”. De acordo com as autoridades chinesas, a ligação aérea poderá ser retomada “após o período de suspensão, com a frequência de um voo por semana”.
Hoje Macau China / ÁsiaInterpol deteve 585 pessoas na Ásia acusadas de fraudes através da internet Cerca de 600 pessoas foram detidas numa operação contra delitos financeiros na internet, tendo sido interceptados 83 milhões de dólares de fundos ilícitos em nove países da região Ásia-Pacífico, anunciou ontem a Interpol. A operação da Polícia Criminal Internacional (Interpol), em que foram detidas 585 pessoas, resolveu 892 casos em seis meses em colaboração com funcionários policiais do Camboja, República Popular da China, Indonésia, Coreia do Sul, Filipinas, Singapura, Tailândia e Vietname. A acção policial, com nome de código HAECHI-I, concentrou-se em cinco tipos de delitos: fraudes em investimentos, branqueamento de capitais associados a jogo ilegal, extorsão sexual (chantagem contra uma pessoa com recurso a imagens de caráter sexual), rastreio e localização de identidades falsas. As operações decorreram entre Setembro de 2020 e Março de 2021, tendo a maior parte dos trabalhos sido encerrados na semana passada. Apesar de se ter concentrado na região da Ásia e do Pacífico, o carácter transfronteiriço dos delitos através da internet obrigou a investigações em todos os continentes, disse a Interpol, em comunicado. No total, foram levadas a cabo 1.400 investigações, algumas das quais ainda decorrem, e congeladas 1.600 contas bancárias em todo o mundo. “Os prevaricadores da internet tentam aproveitar o carácter sem fronteiras da rede digital para afectar vítimas em outros países ou transferir fundos ilícitos para o estrangeiro”, alertou a directora do departamento Delinquência Organizada da Interpol, Ilana de Wild. Os resultados obtidos demonstram que a delinquência financeira na rede digital é “claramente global”, acrescentou Wild, apelando à cooperação internacional no combate aos crimes. Casos práticos Entre os exemplos citados, encontra-se uma empresa sul-coreana que foi contactada em Fevereiro por alguém que se fez passar por um sócio comercial que solicitou o pagamento de uma série de facturas através da mudança de dados bancários de forma fraudulenta. A companhia acabou por transferir sete milhões de dólares ao criminoso, tendo o dinheiro sido transferido de forma rápida para contas bancárias na Indonésia e Hong Kong. Pouco depois da denúncia apresentada às autoridades, as forças policiais de Seul alertaram a unidade de delitos financeiros da Interpol, que até ao momento conseguiu interceptar e congelar metade dos fundos roubados. Outro caso de fraude envolveu um grupo de Hong Kong que coordenou a compra de uma grande quantidade de acções, provocando propositadamente uma subida repentina dos preços no mercado financeiro da RAEHK.
Andreia Sofia Silva China / Ásia MancheteChina-Portugal | Zhao Bentang, embaixador em Lisboa, fala de “questões e desafios em comum” Zhao Bentang, embaixador da China em Lisboa, falou ontem numa palestra promovida pela Universidade de Aveiro e destacou a intensa relação entre Portugal e China. O embaixador, no cargo há pouco tempo, lembrou que os dois países “enfrentam questões e desafios em comum”. Para o futuro esperam-se “resultados tangíveis” nas áreas da saúde e turismo O novo embaixador da República Popular da China (RPC) em Portugal, Zhao Bentang, fez ontem um discurso optimista sobre a relação bilateral com Portugal no programa “Conferência da Saúde e Bem-estar na Nova Rota da Seda”, que decorreu ontem na Universidade de Aveiro. Participando por videoconferência, o embaixador disse que “as duas partes enfrentam questões e desafios em comum e realizaram amplas cooperações, com resultados frutíferos”. Além disso, Zhao Bentang destacou o facto de “Portugal ser um dos países europeus mais abertos à cooperação com a China na área da medicina tradicional chinesa”. “Estamos na expectativa de envidar esforços com Portugal para promover uma interacção profunda entre a medicina tradicional chinesa e a medicina ocidental para beneficiar melhor os dois povos”, disse. O diplomata não esqueceu o facto de Portugal ter sido “um dos primeiros países europeus a assinar um documento de cooperação com a China no âmbito [da política] Uma Faixa, Uma Rota”. “A cooperação entre os dois países tem uma boa base e uma perspectiva risonha. Ao lutarem juntos contra a pandemia a China e Portugal dão um ao outro apoio e compreensão mútuos”, considerou. Esse futuro passa “pela busca de resultados tangíveis na saúde, turismo e outras áreas abordadas na conferência”, com o objectivo de obter “mais avanços na parceria estratégia global”. José Augusto Duarte, embaixador português em Pequim, também falou do bom caminho que a cooperação com a China sempre tomou, tendo em conta “a força de uma relação luso-chinesa de 500 anos marcada pela paz”. “Há um claro interesse em trabalhar com a China na resolução dos desafios que são globais e que exige uma resposta conjunta de todos nós. É o caso, por exemplo, do combate às alterações climáticas, mas também na luta contra a pandemia da covid-19. A ciência deve ocupar um lugar cimeiro e de aproximação dos povos.” Uma rota da saúde Ainda sobre a pandemia, Zhao Bentang lembrou que a covid-19 “continua activa a nível global e traz uma enorme ameaça à vida e saúde das pessoas”, gerando “um grande desafio à segurança da saúde pública a nível global e um impacto grave ao desenvolvimento socioeconómico no mundo”. O responsável, que substituiu Cai Run no cargo em Lisboa, frisou que “nenhum país poderia sobreviver sozinho à grande crise”, pelo que “a união e a cooperação é o único caminho correcto”. “Nos últimos oito anos [desde o anúncio da política Uma Faixa, Uma Rota], a China e mais de 14 países e 31 organizações internacionais, Portugal incluído, assinaram documentos de cooperação e foi promovido o desenvolvimento constante da construção conjunta” dessa política, concluiu. Zhao Bentang defendeu que “a cooperação na área da saúde constitui uma parte importante na cooperação pragmática e diversificada no quadro de Uma Faixa, Uma Rota”. “Desde o início da pandemia da covid-19 que a cooperação internacional [neste âmbito] vem demostrando uma forte resiliência e vitalidade”. Esta política de Pequim desempenha “um papel importante no combate à pandemia, estabilização da economia e apoio ao bem-estar da população dos países”, disse o embaixador. Zhao Bentang disse mesmo que a política Uma Faixa, Uma Rota “está a tornar-se numa rota da saúde para preservar a saúde dos seres humanos e garantir o espírito de responsabilidade da parte chinesa em proteger a vida humana”. Académicos de Macau participaram O ciclo de conferências ficou também marcado pela participação de dois cientistas da Universidade de Macau que apresentaram estudos na área da saúde. San Ming Wang falou da prevenção do cancro na população da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, enquanto que Simon Lee falou da “Importância do Desenvolvimento da Cooperação com a China no Sistema de Saúde Global”. Segundo a Xinhua, tanto Zhao Bentang como José Augusto Duarte foram oradores noutro seminário, desta vez promovido pela Universidade de Coimbra, intitulado “O Futuro da Cooperação Sino-Portuguesa e Sino-Europeia”. Zhao Bentang, disse que, ao longo dos anos, a China tem defendido e promovido activamente a integração do conceito de ecologia verde na construção conjunta de Uma Faixa, Uma Rota, apontando que este desenvolvimento ambiental não é o único caminho para a transformação económica da China. José Augusto Duarte apontou que o desenvolvimento da China nos últimos anos tem sido aberto, alertando para a necessidade de Portugal, China e Europa necessitarem de fortalecer o intercâmbio e a cooperação no combate às alterações climáticas e no combate à epidemia.
Hoje Macau China / ÁsiaChina suspende voo directo a partir de Portugal após detectar casos de covid-19 a bordo As autoridades chinesas anunciaram hoje a suspensão da ligação aérea entre Portugal e a China, por um período de duas semanas, após detectarem sete casos de covid-19, em 14 de Maio, num voo oriundo de Lisboa. Em comunicado difundido no seu portal oficial, a Administração de Aviação Civil da China informou que o voo entre Lisboa e a cidade chinesa de Xi’an, operado pela companhia aérea Beijing Capital Airlines, passa a estar suspenso a partir de 31 de Maio. “Após o período de suspensão, a operação pode ser retomada, com a frequência de um voo por semana”, lê-se na mesma nota. O país, onde a covid-19 surgiu em Dezembro, foi o primeiro a conter o surto, pelo que passou a temer uma ressurgência devido aos casos oriundos do exterior, sobretudo de chineses que tentam regressar ao país. As autoridades chinesas reduziram as ligações aéreas com o exterior, no final de Março do ano passado, à medida que o novo coronavírus se alastrou pelo mundo. A Beijing Capital Airlines retomou, no final de agosto passado, o voo entre Portugal e a China.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Repressão da Junta Militar já matou pelo menos 73 menores A repressão exercida pela Junta Militar no Myanmar (antiga Birmânia) já provocou a morte de, pelo menos, 73 menores, de um total de mais de 800 óbitos, desde o golpe de estado de 01 de fevereiro. “Alguns foram mortos por tiros durante as manifestações e outros enquanto os militares revistavam as suas casas e dispararam intencionalmente contra eles. Também houve crianças que morreram enquanto brincavam na rua”, disse o Governo de Unidade Nacional (NUG, na sigla em inglês), que representa a oposição do regime militar. As vítimas são 63 rapazes, nove raparigas e um género não identificado, cujas mortes foram registadas entre 15 de fevereiro e 15 de maio, segundo o NUG, formado por ativistas e políticos eleitos durante as eleições de novembro, cujo resultado não é reconhecido pelo exército golpista. Morreu, pelo menos, uma criança em quase todas as regiões do país, sendo que Mandalay e Rangum são as cidades mais afetadas, com 17 e 13 crianças mortas, respetivamente. A UNICEF defendeu que as forças de segurança deveriam tomar “medidas urgentes para garantir a segurança das crianças presas na área, e defender o seu direito a serem protegidas”. O NUG, que foi rotulado como um grupo terrorista pela Junta Militar e que opera clandestinamente, afirmou que os seus dados ainda não documentaram relatos de “mortes de crianças durante os recentes combates violentos” em várias cidades. No dia 24 de abril, o líder da Junta Militar, Min Aung Hlaing, comprometeu-se a terminar os confrontos violentos contra civis, durante uma reunião com líderes políticos dos países que compõem a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês), do qual Myanmar é membro. No entanto, pelo menos 75 pessoas, incluindo crianças, foram mortas desde a reunião, segundo dados revelados hoje pela Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP). A violência e a intimidação das forças de segurança reduziram a participação e a intensidade dos protestos contra a junta militar, especialmente nas grandes cidades, onde as manifestações de massas deram lugar a protestos relâmpago, que não são anunciados nas redes sociais e que terminam 10 a 15 minutos depois, antes da chegada das autoridades. Nas cidades mais pequenas, contudo, os protestos continuam diariamente a rejeitar o Governo militar, exigindo a libertação de todos os detidos, incluindo a líder deposta Aung San Suu Kyi, e a restauração da democracia. O exército de Myanmar justificou o golpe de Estado com supostas fraudes eleitorais durante as legislativas de novembro de 2020 cujo resultado deu a vitória à Liga Nacional para a Democracia.