Cabo Verde recebe 31.200 doses da vacina pela Covax nos próximos dias

Cabo Verde deverá receber este mês 31.200 doses da vacina contra a covid-19 pelo mecanismo Covax e espera 300.000 doses fornecidas pela China, para acelerar o processo de vacinação, disse à Lusa o ministro da Saúde.
“Tudo indica que até finais deste mês, início do próximo essa quantidade chegará a Cabo Verde. Faltam receber 80.000 [pelo mecanismo Covax], neste momento está prevista a chegada de 31.200 doses”, disse o ministro da Saúde de Cabo Verde, em declarações à Lusa.

Cabo Verde já tinha recebido 24.000 doses da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca em 12 de Março e 5.850 da Pfizer dois dias depois, no âmbito do mecanismo Covax, iniciativa fundada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa garantir uma vacinação equitativa contra o novo coronavírus.

Através do mecanismo Covax, Cabo Verde tem atribuídas mais 80.000 doses de vacinas da AstraZeneca. Em 14 de Maio, Cabo Verde recebeu de Portugal uma doação de 24.000 doses de vacinas também da AstraZeneca, pelo que a garantia de entrega nos próximos dias de mais 31.200 doses é um “bom sinal”, segundo o ministro da Saúde.

Acrescentou que Cabo Verde já aplicou desde 19 de Março, quando arrancou o plano de vacinação contra a covid-19 no arquipélago, aproximadamente 20.000 doses de vacinas, num processo que deverá acelerar a partir do próximo mês, com o aumento da disponibilidade de vacinas no país. “A previsão é que durante todo o mês de Junho possamos ter mais vacinas e acelerar todo esse processo de vacinação e atingir a meta de 70 por cento [da população elegível] até final do ano”, explicou Arlindo do Rosário.

A grande remessa

Avançou ainda que está em negociação a entrega de 300.000 doses de uma das vacinas chinesas contra a covid-19, das quais 50.000 serão doadas pelo Governo da China. “É um processo que está a decorrer, está a seguir os seus trâmites normais. Nós apontamos no mais breve possível que possamos ter essa vacina também aqui em Cabo Verde”, disse.

Cabo Verde registava na quinta-feira 2.512 casos activos de covid-19, com um acumulado de 28.898 infectados, 26.116 recuperados e 253 mortes por complicações associadas à doença desde 19 de Março de 2020.

24 Mai 2021

Gansu | Intempérie durante corrida de montanha faz 21 mortos

Vinte e uma pessoas morreram devido ao mau tempo no noroeste da China que vitimou participantes de uma corrida de montanha de 100 quilómetros, num novo balanço divulgado ontem pelas autoridades locais

 

O mau tempo extremo, com queda de granizo, chuva gelada e vento forte, fez 21 mortos ao atingir uma área onde decorria uma corrida, na reserva natural da Floresta de Pedra do Rio Amarelo, perto da cidade de Baiyin, na província de Gansu. No total, a prova contou com 172 participantes.

Entre as vítimas estavam duas figuras da maratona nacional chinesa, Liang Jing e Huang Guanjun, segundo os meios de comunicação locais, que citam o treinador do primeiro, Wei Pulong, e um amigo do segundo, que disse ter a confirmação da morte de Huang por parte dos organizadores do evento.

Liang tinha ganhado várias multimaratonas na China nos últimos anos. Huang, que era surdo e mudo, vencera a maratona masculina para deficientes auditivos nos Jogos Paraolímpicos Nacionais de 2019 em Tianjin.
Oito participantes foram transportados para o hospital com ferimentos menores, adiantou o autarca de Baiyin, Zhang Xuchen.

A agência de notícias oficial chinesa, a Xinhua, noticiou que alguns dos participantes foram encontrados com sinais de hipotermia.

“Por volta do meio-dia, a secção de alta altitude da prova (…) foi subitamente afectada por condições meteorológicas desastrosas. Em pouco tempo, pedras de granizo e chuva gelada caíram subitamente nesta área, e houve ventos fortes. A temperatura caiu acentuadamente”, descreveu Zhang Xuchen.

Pouco depois de receberem pedidos de ajuda, os organizadores da maratona enviaram uma equipa de salvamento que conseguiu salvar 18 participantes, segundo o presidente da câmara. Contudo, as condições meteorológicas pioraram e a corrida foi cancelada, enquanto as autoridades locais enviavam mais ajuda para o local, acrescentou.

“Este incidente é um incidente de segurança pública causado por alterações súbitas do tempo numa área local”, concluiu.

Na primeira pessoa

No total, mais de 700 socorristas foram mobilizados para procurar os desaparecidos. “Todo o meu corpo estava encharcado, incluindo os meus sapatos e meias. Não me conseguia levantar e ficar direito por causa do vento, tinha muito medo de ser levado pelo vento. O frio tornou-se cada vez mais insuportável”, disse um sobrevivente aos meios de comunicação locais. “Ao descer a montanha, já estava a sentir sintomas de hipotermia”, sublinhou.

As temperaturas caíram mais durante a noite, tornando o salvamento e a busca ainda mais difícil, de acordo com a Xinhua. A Floresta de Pedra do Rio Amarelo é uma reserva natural famosa pelas suas formações rochosas de quatro mil milhões de anos, que são frequentemente utilizadas como cenário de filmes e programas de televisão na China.

24 Mai 2021

Índia ameaçada por outro ciclone após tempestade Tauktae fazer 110 mortos

Um ciclone está a formar-se na baía de Bengala, no leste da Índia, alertaram hoje meteorologistas indianos, depois da passagem pelo país da tempestade tropical Tauktae, que deixou pelo menos 110 mortos.

De acordo com o departamento meteorológico da Índia, a zona de depressão deve formar-se no sábado na costa leste da Índia. É “muito provável” que o sistema gradualmente se transforme numa tempestade ciclónica que poderá atingir os estados de Bengala Ocidental e Odisha por volta de 26 de maio.

O ciclone Tauktae atingiu fortemente os estados costeiros do oeste da Índia na segunda-feira, num momento em que o país está a enfrentar uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus de grandes proporções desde o final de março.

Mesmo antes de o sistema de furacões atingir a costa do Estado de Gujarat, rajadas de até 185 quilómetros por hora e chuvas torrenciais mataram cerca de 20 pessoas no oeste e no sul da Índia. Só neste estado registaram-se pelo menos 53 mortos, disseram autoridades na noite de quarta-feira.

Mas o número de mortos pode aumentar, de acordo com a imprensa local, que relatou a morte de cerca de 80 pessoas em desabamentos de casas e paredes.

A marinha indiana encontrou 37 corpos após o naufrágio de um navio de apoio a instalações petrolíferas e 40 pessoas ainda estão desaparecidas.

O navio, que naufragou ao largo de Mumbai, capital do Estado de Maharashtra, tinha 273 pessoas a bordo e ficou à deriva devido aos fortes ventos que se abateram na costa ocidental da Índia.

Em maio do ano passado, mais de 110 pessoas morreram depois de o ciclone Amphan ter devastado o leste da Índia e Bangladesh na baía de Bengala.

Especialistas dizem que o Mar da Arábia, onde Tauktae teve a sua origem, está a proporcionar ciclones mais fortes do que no passado, devido ao aquecimento global. “O Mar da Arábia é uma das bacias de aquecimento mais rápido entre os oceanos do mundo”, disse à AFP Roxy Mathew Koll, do Instituto Indiano de Meteorologia Tropical.

20 Mai 2021

Ásia regressa a confinamentos com aumento de novos casos de covid-19

Uma nova vaga da pandemia de covid-19 está a obrigar partes da Ásia a introduzir intensivas medidas de confinamento, perante o aumento de número de contágios e de mortes.

A escassa população da Mongólia viu o número de mortos subir de 15 para 239, enquanto Taiwan, que foi considerado um caso de sucesso na luta contra o novo coronavírus, registou mais de 1.200 casos desde a semana passada e colocou mais de 600.000 pessoas em isolamento por duas semanas.

Hong Kong e Singapura adiaram pela segunda vez a possibilidade de retomar viagens entre si sem quarentena, após um surto de origem incerta em Singapura.

A China, que praticamente tinha eliminado os casos de infeções, viu novos casos de covid-19, aparentemente devidos ao contacto com pessoas que chegam do exterior. A situação está a prejudicar os esforços para o regresso ao normal da vida social e económica na Ásia, especialmente em escolas e setores como o turismo, que depende do contacto pessoal.

Em Taiwan, o aumento de novos casos de contágio está a ser impulsionado pela variante mais facilmente transmissível identificada pela primeira vez no Reino Unido, de acordo com Chen Chien-jen, epidemiologista e ex-vice-Presidente da ilha, que liderou a muito elogiada resposta à pandemia no ano passado.

Em Wanhua, normalmente uma área movimentada de Taiwan com barracas de comida, lojas e locais de entretenimento, o mercado noturno de Huaxi e o templo budista Longshan estão encerrados.

A ilha fechou todas as escolas e as restrições foram ampliadas a todo o território: restaurantes, ginásios e outros locais públicos foram encerrados e reuniões de mais de cinco pessoas em ambientes fechados e mais de 10 pessoas ao ar livre foram proibidas.

A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, procurou tranquilizar as pessoas que procuravam voltar a circular livremente, mas foram confrontadas com novas medidas de confinamento. “Continuaremos a fortalecer a nossa capacidade médica”, disse Tsai, acrescentando que as vacinas devem chegar em breve.

A Malásia impôs inesperadamente um confinamento de um mês, até 07 de junho, depois de as autoridades terem registado aumentos acentuados no número de novas contaminações e o aparecimento de novas variantes do vírus.

Este é o segundo confinamento geral em pouco mais de um ano e ocorre depois de os casos terem quadruplicado desde janeiro no país, sendo agora mais de 485.000, incluindo 2.040 mortes.

As viagens entre os estados da Malásia, bem como as atividades sociais, estão proibidas, as escolas estão fechadas e os restaurantes podem fornecer apenas serviço de entrega, quando os hospitais estão quase a esgotar a sua capacidade de atender mais doentes com covid-19.

Singapura impôs severas medidas de distanciamento social até 13 de junho, restringindo as reuniões públicas a duas pessoas e proibindo o serviço de jantar em restaurantes, depois de um significativo aumento no número de novas infeções com o novo coronavírus.

As escolas voltaram ao regime de ensino à distância, após os alunos de várias instituições de ensino terem sido contaminados.

Hong Kong respondeu a novos surtos aumentando a exigência de quarentena de 14 para 21 dias para viajantes não vacinados que chegam de países de “alto risco”, incluindo Singapura, Malásia e Japão, bem como da Argentina, Itália, Holanda e Quénia.

A China montou postos de controle em aeroportos e estações ferroviárias na província de Liaoning, onde novos casos foram registados esta semana.

Os viajantes devem ter prova de um recente teste de vírus negativo e os testes em massa foram exigidos em Yingkou, uma cidade portuária com conexões marítimas para mais de 40 países.

A Tailândia registou 35 mortes na terça-feira e 29 ontem, os mais elevados números desde o início da crise sanitária, elevando o número total de óbitos para 678.

Nas Filipinas, o Presidente Rodrigo Duterte suavizou as medidas de combate à pandemia, procurando combater a crise económica e a fome, mas continua a impedir reuniões públicas, numa época de festividades religiosas no país.

As infeções de covid-19 nas Filipinas aumentaram em março para os piores níveis da Ásia, ultrapassando 10.000 novos casos por dia e levando Duterte a impor confinamento em Manila, em abril.

O secretário de Saúde filipino, Francisco Duque, disse que a retoma parcial das atividades económicas, o aumento do não cumprimento das restrições e o rastreio inadequado das pessoas expostas ao vírus combinaram-se para desencadear o aumento acentuado das infeções.

20 Mai 2021

Covid-19 | Voos para a China aceitam certificado de vacinação como alternativa ao teste IgG

A companhia aérea Beijing Capital Airlines, que opera o voo entre Portugal e China, anunciou ontem que passa a permitir aos passageiros que apresentem um certificado de vacinação, como alternativa ao teste de anticorpos IgG.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a companhia esclarece que passa, desde ontem, a permitir que os passageiros que viajam para a China apresentem o certificado de vacinação ou o certificado negativo IgG. Para além de um daqueles dois certificados, o passageiro deve apresentar os resultados negativos dos testes de ácido nucleico PCR e de anticorpos IgM.

A companhia aérea chinesa opera atualmente uma ligação entre Lisboa e Xi’an, cidade no centro da China, com a frequência de um voo por semana.

Os certificados devem ser emitidos por um laboratório de análises português até 48 horas antes da partida, lê-se na mesma nota. Fonte da companhia aérea esclareceu à Lusa que qualquer vacina contra a covid-19 serve para o efeito.

As autoridades chinesas reduziram as ligações aéreas com o exterior, no final de março do ano passado, à medida que o novo coronavírus se alastrou pelo mundo.

A Beijing Capital Airlines retomou, no final de agosto passado, o voo entre Portugal e a China. O país, onde a covid-19 surgiu em dezembro, foi o primeiro a conter o surto, pelo que passou a temer uma ressurgência devido aos casos oriundos do exterior, sobretudo chineses que tentam regressar ao país.

20 Mai 2021

Hidrogénio verde | Portugal quer cooperar com a China

O Secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, disse que Portugal quer cooperar com a China no hidrogénio verde, avançou a Embaixada chinesa em Lisboa. Segundo um comunicado, João Galamba disse que Portugal gostaria de receber mais investimento chinês e alargar a cooperação com a China no sector da energia aos veículos eléctricos e ao hidrogénio verde.

O dirigente falava durante uma videoconferência com o novo Embaixador da China em Portugal, Zhao Bentang, na semana passada. O diplomata disse que a China está disposta a trabalhar com Portugal para reforçar a cooperação na área das energias renováveis. Zhao Bentang sublinhou ainda que a cooperação bilateral tem beneficiado não apenas os dois países, “mas tem também dado frutos” em outros mercados como a América Latina e a África.

Portugal pode atingir a neutralidade carbónica antes de 2050, segundo um estudo, em que se preconiza um investimento inicial recuperável a longo prazo. No estudo, elaborado pela consultora McKinsey&Company, defende-se que Portugal precisa de estimular a adopção de veículos eléctricos e o desenvolvimento de novas cadeias de valor, incluindo o hidrogénio verde.

A REN, gestora das redes energéticas em Portugal, anunciou na sexta-feira que prevê investir 40 milhões de euros até 2024 para a compatibilização da rede de gás com a injecção de hidrogénio, que faz parte da estratégia nacional de acelerar a transição energética.

A REN tem como principal acionista a eléctrica estatal chinesa State Grid of China, com 25 por cento do capital social. Outro grupo estatal chinês, a China Three Gorges Corporation, é o maior accionista da elétrica portuguesa EDP – Energias de Portugal, com uma participação de 19,03 per cento.

No Brasil, as duas empresas construíram em conjunto os projetos hidroeléctricos de Santo Antônio do Jari, de Cachoeira Caldeirão e de São Manuel e 11 parque eólicos.

20 Mai 2021

Nuclear | Críticas americanas, cooperação com Moscovo

O embaixador americano na Conferência sobre o Desarmamento acusou a China de se opor a uma negociação bilateral para reduzir o arsenal nuclear dos dois países e expressou esperança de que Pequim mude de atitude. “Até agora, Pequim não quis ter discussões significativas, semelhantes às que temos com a Rússia, e esperamos sinceramente que isso mude”, afirmou Robert Wood, em Genebra.

Organizações internacionais estimam que a China tem mais de 300 ogivas nucleares, número superior ao da França ou do Reino Unido, mas bem abaixo das 5.800 ainda activas nos Estados Unidos e das mais de 6.300 na Rússia.

O diplomata mencionou o “crescimento dramático do arsenal atómico chinês” e afirmou que os Estados Unidos vão continuar a procurar dialogar com a China em “doutrinas nucleares, acordos de notificação de lançamento de mísseis e melhores canais de comunicação de crises”.

Moscovo e Washington concordaram este ano em prorrogar o novo acordo de controlo de armas START por mais cinco anos. O tratado é o último acordo remanescente que limita as armas nucleares dos EUA e da Rússia, depois de ter sido assinado, em 2010, pelo Presidente norte-americano, Barack Obama, e pelo Presidente russo, Dmitri Medvedev, para limitar cada país a instalar um máximo de 1.550 ogivas nucleares e restringir a 800 o número de aviões bombardeiros com capacidade de lançar mísseis nucleares.

Ano de cooperar

Entretanto, Moscovo e Pequim iniciaram ontem um projecto de cooperação energética nuclear. “O início do projecto de cooperação energética nuclear China-Rússia promoverá a actualização dos laços bilaterais”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês nesta terça-feira. O presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente russo, Vladimir Putin, testemunharam conjuntamente a cerimónia de abertura do projecto por videoconferência na quarta-feira.

O porta-voz Zhao Lijian disse que “este ano marca o 20º aniversário da assinatura do Tratado China-Rússia de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável, e o evento de quarta-feira será o primeiro intercâmbio online bilateral entre o presidente Xi e o presidente Putin este ano, o que é de grande importância para liderar a parceria estratégica abrangente China-Rússia de coordenação para uma nova era e para manter um alto nível de desenvolvimento”.
Zhao disse que a energia nuclear é uma área tradicional de “cooperação prioritária” entre os dois países, e que se desenvolveu rapidamente nos últimos anos, atraindo muita atenção dos dois chefes de Estado.

Observando que a energia nuclear é “limpa e eficiente”, Zhao disse ainda que as emissões de dióxido de carbono serão reduzidas, reflectindo a firme determinação da China em alcançar o objetivo de “pico de carbono” e “neutralidade de carbono” e demonstrando “o seu forte senso de responsabilidade como um grande país”.

20 Mai 2021

Pelo menos 33 mortos e 89 desaparecidos após passagem de ciclone na Índia

Pelo menos 33 pessoas morreram e outras 89 continuam desaparecidas após a passagem do ciclone Tauktae na Índia, informaram hoje as autoridades locais. Na terça-feira, sete mortes foram registadas, elevando o número de mortos para 33, a maioria destas vítimas do desabamento de casas ou paredes, segundo o chefe do governo de Gujarat, Vijay Rupani.

Oitenta e nove pessoas ainda estão desaparecidas e outras centenas de milhares estavam hoje sem energia no oeste da Índia, aumentando o sofrimento de uma nação fortemente atingida pela covid-19. Os navios da Marinha resgataram mais de 600 pessoas de plataformas de petróleo atingidas pelo mar agitado e as operações de salvamento foram particularmente perigosas, disse hoje o Ministério da Defesa indiano.

Por outro lado, aviões e helicópteros ainda procuram 89 tripulantes desaparecidos após o naufrágio do seu navio. O barco tinha 273 pessoas a bordo e ficou à deriva devido aos fortes ventos que se abateram na costa ocidental da Índia.

O ciclone Tauktae, que obrigou a retirar mais de 200.000 pessoas de zonas de risco, tocou terra na segunda-feira em Gujarat com rajadas de até 185 km/hora, segundo o departamento meteorológico indiano.

A tempestade tropical, a mais forte a afetar a região em décadas, fez vítimas nos Estados de Kerala, Goa, Maharashtra e Gujarat. O nível do mar subiu três metros ao longo da costa, informaram as autoridades meteorológicas da cidade costeira de Diu, com ventos de 133km/h.

O ciclone atingiu a Índia numa altura em que o país enfrenta uma segunda vaga da pandemia de covid-19 que está a levar ao colapso do sistema de saúde, com oxigénio e medicamentos em falta.

A costa ocidental da Índia é muitas vezes assolada por ciclones devastadores, mas a mudança dos padrões climáticos fez com que estes se tornassem mais intensos, em vez de mais frequentes.

Em maio de 2020, também durante a pandemia de covid-19, uma centena de pessoas morreu devido ao ciclone Amphan, a tempestade mais poderosa que atingiu o leste da Índia em mais de uma década, que devastou a região e deixou milhões sem energia.

Com uma população de 1,3 mil milhões de habitantes, a Índia registou 4.529 óbitos pela covid-19 nas últimas 24 horas, um novo recorde, além de 267.334 novos casos, ultrapassando os 25,4 milhões de casos e registando 283,2 mortes desde o início da pandemia.

19 Mai 2021

Covid-19 | China com 14 novas infecções em 24 horas, todos oriundos do exterior

A China detectou 14 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, que provoca a covid-19, nas últimas 24 horas, todas oriundas do estrangeiro, anunciaram hoje as autoridades de saúde do país.

Os casos foram diagnosticados em viajantes, provenientes do estrangeiro, na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Jiangsu (leste), Hubei (centro) e Shaanxi (centro). A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 296, entre os quais três em estado grave.

Desde o início da pandemia da covid-19, o país registou 90.908 casos da doença e 4.636 mortos. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.391.849 mortos no mundo, resultantes de mais de 163,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

19 Mai 2021

Arranha-céus em Shenzhen evacuado e isolado após oscilação levar à fuga de pessoas

A oscilação de um arranha-céu na cidade de Shenzhen, sudeste da China, levou esta terça-feira à fuga de centenas de pessoas, revelam vídeos difundidos nas redes sociais chinesas e que estão a ser analisados pelas autoridades.

O Gabinete de Gestão de Emergências de Shenzhen está a avaliar as filmagens, que mostram centenas de pessoas a fugir, assustadas, face à oscilação do SEG Plaza, um edifício com 355 metros de altura. A mesma fonte excluiu a ocorrência de um terramoto em Shenzhen ou nas áreas vizinhas.

O incidente ocorreu ao início da tarde na China. O vídeo esteve entre os mais vistos no Weibo, uma rede social chinesa semelhante ao Twitter. O edifício foi evacuado e encerrado temporariamente. Os bombeiros e a polícia estão a examinar o caso.

O SEG Plaza é o 104.º edifício mais alto da China e o 212.º mais alto do mundo. A densa malha de arranha-céus de Shenzhen, uma das mais prósperas cidades da Ásia, é símbolo do “milagre económico” que transformou a China nos últimos 40 anos.

19 Mai 2021

Médio Oriente | China exorta EUA a desempenharem papel diplomático construtivo

O recente pedido da China, Noruega e Tunísia para que o Conselho de Segurança da ONU emitisse uma declaração e um pedido de cessação das hostilidades foi negado pelos Estados Unidos que se opuseram à resolução

 

A China renovou ontem os apelos para que os Estados Unidos desempenhem um papel construtivo no conflito em Gaza e parem de bloquear os esforços das Nações Unidas para exigir o fim do derramamento de sangue.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijian disse que a China, que assume actualmente a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, pediu um cessar-fogo e a prestação de assistência humanitária, entre outras propostas, mas que a obstrução por “um país”, impediu o conselho de se expressar.

“Pedimos aos Estados Unidos que assumam a sua responsabilidade e uma posição imparcial para apoiar o Conselho, desempenhar um papel na redução das tensões e reconstruir a confiança para uma solução política”, disse Zhao, em conferência de imprensa.

A China “condena veementemente” a violência contra civis e pede o fim dos ataques aéreos, ataques terrestres, com foguetes e “outras acções que agravam a situação”, disse Zhao.

Israel deve “exercer contenção, cumprir efectivamente com as resoluções relevantes das Nações Unidas, parar de demolir as casas do povo palestiniano, parar de expulsar o povo palestiniano e parar de expandir o seu programa de anexações, parar as ameaças de violência e provocações contra muçulmanos e manter e respeitar o ‘status quo’ histórico de Jerusalém como um local sagrado religioso”, disse Zhao. Os pedidos para que o governo de Joe Biden tome uma posição mais activa sobre a violência estão a aumentar.

Alta tensão

Os Estados Unidos, o aliado mais próximo de Israel, bloquearam os esforços da China, Noruega e Tunísia para fazer com que o Conselho de Segurança emitisse uma declaração, incluindo um pedido de cessação das hostilidades.

A China há muito se retrata como um forte apoiante da causa palestiniana, enquanto constrói laços políticos, económicos e militares com Israel. Os actuais combates são considerados os mais graves desde 2014.

Os combates começaram em 10 de Maio, após semanas de tensões entre israelitas e palestinianos em Jerusalém Oriental, que culminaram com confrontos na Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar sagrado do islão junto ao local mais sagrado do judaísmo.

Ao lançamento maciço de ‘rockets’ por grupos armados em Gaza em direcção a Israel opõe-se o bombardeamento sistemático por forças israelitas contra a Faixa de Gaza. O conflito israelo-palestiniano remonta à fundação do Estado de Israel, cuja independência foi proclamada em 14 de Maio de 1948.

18 Mai 2021

Covid-19 | Índia com menos de 300 mil casos pela primeira vez em 25 dias

A Índia registou 281.386 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, ficando abaixo dos 300 mil diários pela primeira vez em 25 dias, mas contabilizou novamente mais de quatro mil mortos num dia, foi hoje anunciado.

O segundo país mais afetado no mundo em número de casos, depois dos Estados Unidos, já acumulou quase 25 milhões de infeções desde o início da pandemia (24.965.463), de acordo com dados do Ministério da Saúde indiano.

A Índia registou um declínio gradual dos casos, depois de ter atingido números de mais de 400 mil contágios, há duas semanas, no âmbito de uma segunda vaga da pandemia com um impacto sem precedentes no sistema de saúde, com falta de oxigénio e de camas.

Nas últimas 24 horas, o país registou 4.106 mortos, com o total de óbitos desde o início da pandemia a ascender agora a 274.390.

Especialistas alertaram que os números oficiais poderão estar subavaliados, devido à falta de testes e à crescente propagação do novo coronavírus nas zonas rurais, onde a cobertura sanitária é menor.

Nova Deli, uma das cidades mais duramente atingidas pela crise, que sobrecarregou hospitais e crematórios, prolongou por uma semana o confinamento de quase 20 milhões de habitantes, enquanto o estado oriental de Bengala impôs, no domingo, uma série de restrições devido ao aumento de casos na região.

A campanha de vacinação está a decorrer de forma lenta, com vários estados a criticarem as limitações no fornecimento das vacinas, apesar de o Governo ter aberto a 01 de maio o programa a todos os cidadãos com mais de 18 anos de idade.

A Índia só conseguiu completar a vacinação de pouco mais de 3% da população (cerca de 40 milhões de pessoas), apesar da intenção anunciada de vacinar 300 milhões de pessoas até julho.

O total de vacinas administradas ronda os 182,9 milhões, de acordo com os dados atualizados diariamente pelo Ministério da Saúde indiano.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.371.695 mortos no mundo, resultantes de mais de 162,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

17 Mai 2021

Myanmar | Papa apela à paz e ao fim da violência

O Papa Francisco celebrou ontem uma missa especial sobre Myanmar (antiga Birmânia), em que reiterou os apelos à paz e ao fim da violência ao quarto mês da sangrenta repressão da Junta Militar contra civis.

A missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em que estavam presentes poucas centenas de fiéis, na maioria estudantes e religiosos birmaneses, decorreu depois de vários apelos à paz feitos nos últimos meses por Francisco, que visitou a Birmânia em Novembro de 2017, sendo esta viagem a primeira visita papal a uma nação predominantemente budista.

Na homilia, o sumo pontífice argentino evitou denunciar abertamente o regime militar birmanês que derrubou, a 1 de Fevereiro, o Governo eleito de Aung San Suu Kyi e, em vez disso, pediu aos fiéis para que sejam “firmes na verdade”, exortando-os a não perder a esperança.

“Queridos irmãos e irmãs, nestes dias em que vosso amado país, Birmânia, conhece a violência, o conflito e a repressão, perguntemos a nós mesmos: o que somos chamados a manter? Em primeiro lugar, a manter a fé”, afirmou.

Francisco apelou também à unidade, considerando a divisão entre as comunidades e os povos uma “doença mortal”.
“Sei que algumas situações políticas e sociais são maiores do que nós. Mas o compromisso com a paz e com a fraternidade vem sempre de baixo: cada pessoa, nas pequenas coisas, pode fazer a sua parte. No meio da guerra, da violência e do ódio, a fidelidade ao Evangelho e o ser pacificador exigem empenho, também através de opções sociais e políticas, mesmo com risco de vida”, realçou.

17 Mai 2021

Covid-19 | Índia com mais de quatro mil mortos nas últimas 24 horas

A Índia registou 4.077 mortes devido à covid-19 e 311.170 infeções nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde indiano. Desde o início da pandemia o país já registou 270.284 mortes e mais de 25 milhões de casos.

A Índia é o segundo país do mundo que registou mais infeções, apenas atrás dos Estados Unidos. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.359.726 mortos no mundo, resultantes de mais de 161,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

16 Mai 2021

Jerusalém | Pequim expressa preocupação com escalada da violência

A China expressou ontem “profunda preocupação” com a escalada militar entre Israel e grupos islâmicos armados na Faixa de Gaza, e pediu à ONU que reafirme o apoio a uma solução de dois Estados.

“A China expressa a sua profunda preocupação com a situação em curso entre Israel e os palestinianos”, disse a porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, pedindo à ONU que “tome medidas” para acabar com os confrontos.

A China, que neste mês detém a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, disse ontem que estava pronta uma declaração conjunta a pedir o fim dos confrontos.

No entanto, alguns países estão “a bloquear” o texto, criticou a porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, à imprensa, sem especificar as nações.

Em duas reuniões do Conselho de Segurança nesta semana, os Estados Unidos opuseram-se à adopção de uma declaração conjunta, considerando-a “contraproducente” nesta fase, disseram diplomatas. Outra reunião de emergência do Conselho de Segurança está marcada para sexta-feira.

A porta-voz da diplomacia chinesa também pediu à ONU que estabeleça o “firme apoio” à solução de dois Estados para encerrar o conflito israelo-palestiniano.

Hostilidades em alta

Israel e os palestinianos estão envolvidos numa das maiores escaladas de violência dos últimos anos naquela região.
Os confrontos intensificaram-se esta semana com milhares de foguetes a serem lançados contra Israel pelo movimento islâmico Hamas. O exército israelita retaliou com ataques à Faixa de Gaza.

O movimento islâmico Hamas deu ontem conta de mais 16 mortos nos ataques israelitas à Faixa de Gaza, que controla, o que faz aumentar para 83 o total de palestinianos mortos desde o início das hostilidades, na segunda-feira.

Além de um total de 83 mortos, incluindo 17 crianças, 487 pessoas ficaram feridas, indicou o Hamas, após uma nova noite de ataques aéreos de Israel no enclave e de disparo de ‘rockets’ a partir de Gaza em direcção ao território israelita. Esta foi a terceira noite de hostilidades entre Israel e grupos armados palestinianos em Gaza.

As salvas de ‘rockets’ contra território israelita levaram ao desvio de todos os voos em direcção ao aeroporto internacional Ben Gurion de Telavive. A luta entre Israel e o Hamas iniciou-se na segunda-feira após semanas de tensões israelo-palestinianas em Jerusalém Oriental, que culminaram com confrontos na Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado do islão, junto ao local mais sagrado do judaísmo, nesta zona da cidade ilegalmente ocupada e anexada pelo Estado hebreu, de acordo com a lei internacional.

Desde segunda-feira, o exército israelita indicou ter realizado 600 bombardeamentos na Faixa de Gaza, território exíguo sob bloqueio israelita há mais de uma década e onde vivem cerca de dois milhões de palestinianos.

As milícias do Hamas e da Jihad Islâmica dispararam cerca de 1.600 ‘rockets’ contra território israelita, que mataram sete pessoas, incluindo uma criança e um soldado, e deixaram feridas centenas.

14 Mai 2021

Miss Birmânia junta-se à guerrilha para lutar contra ditadura militar

Uma ‘miss’ e modelo birmanesa publicou uma fotografia no Facebook com uma espingarda de assalto, na selva, afirmando que está a fazer a “revolução”, quando muitos jovens se unem a grupos armados para fazerem frente à Junta Militar.

A fotografia da modelo Htar Htet Htet, de 30 anos, vencedora do concurso Miss Birmânia 2013, foi publicada hoje, o dia que assinala os 100 dias após o golpe de Estado militar de 01 de fevereiro.

“Hoje faz 100 dias que perdemos tudo. Porque vim para território ‘revolucionário’? Já cá estou há um mês e 11 dias”, escreveu Htar Htet Htet na mensagem que publicou na rede social Facebook.

“Eu não faço política, mas derrotando a ditadura eu faço a ‘revolução'”, acrescenta a birmanesa.

No passado dia 01 de maio, Htar Htet Htet publicou na rede social uma fotografia do filme “Libertarias” (1996), do realizador espanhol Vicente Aranda, em que as atrizes Ana Belén, Victoria Abril e Adriadna Gil interpretam milicianas anarquistas durante a Guerra Civil de Espanha (1936-1939).

Calcula-se que centenas de jovens estão atualmente a receber treino militar junto de grupos de guerrilha das várias minorias étnicas dos Estados de Karen (leste) e Kachin (norte), cansados dos efeitos quase nulos dos protestos pacíficos contra a Junta Militar do Myanmar (antiga Birmânia).

Os jovens mostram-se dispostos a organizar a luta armada contra a ditadura militar integrados em grupos na selva, mas muitos dizem estar dispostos a regressar às cidades para formarem organizações de guerrilha urbana.

Outras figuras públicas da Birmânia já se uniram aos movimentos de desobediência civil como o ator e modelo Paing Takhon, que permanece detido desde o mês de abril, acusado de incitar à violência por mostrar publicamente apoio aos protestos contra o golpe de Estado.

Hoje, segundo a imprensa local, controlada pelo Exército, as forças de segurança prenderam 39 pessoas supostamente envolvidas em ataques ou dispostas a integrar grupos rebeldes para receberem treino militar.

Estas detenções começaram no dia 17 de abril em Rangum durante uma rusga à casa de um opositor ao golpe de Estado onde as autoridades no poder dizem ter encontrado munições, detonadores e mechas para explosivos, escreve o jornal The Global New Light of Myanmar que agora é controlado pelos militares.

De acordo com a notícia, a polícia relaciona as detenções com a série de ataques com explosivos ocorridos na antiga capital do país contra edifícios governamentais, apesar de os atentados não terem sido reivindicados.

Outras operações levaram à prisão um total de 39 pessoas supostamente relacionadas com ataques e “ações suspeitas” como a vontade de se unirem às guerrilhas étnicas que operam sobretudo no leste da Birmânia.

Pelo menos 783 pessoas morreram desde o golpe de Estado devido à brutal repressão da polícia e dos militares durante as manifestações, em todo o país.

Segundo a Associação de Auxílio aos Presos Políticos, além do balanço de mortos, divulgou o número de presos políticos que ascende a cinco mil detidos de forma arbitrária.

O Exército da Birmânia justificou o golpe de Estado com a alegada fraude eleitoral de novembro de 2020.

Nas legislativas o Liga Nacional para a Democracia, da Nobel da Paz Aung Sang Suu Kyi, venceu as eleições, como em 2015, em resultados validados pelos observadores internacionais.

13 Mai 2021

China merece um lugar na cobertura mediática internacional, diz MNE

A China, a segunda maior economia do mundo, o maior país em desenvolvimento com 1,4 mil milhões de habitantes, quase um quinto do total mundial, com uma civilização ininterrupta de 5.000 anos, é merecedora de um lugar na cobertura mediática internacional – disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Hua Chunying proferiu estas afirmações na terça-feira, em conferência de imprensa, quando solicitada a comentar uma recente reportagem da media americana que refere que a China está a criar uma alternativa à media noticiosa global, dominada por veículos como a BBC e CNN, e inserindo dinheiro, poder e a perspectiva chinesa em quase todos os países do mundo.

“O mundo é um lugar diverso. No sector da media, em vez de haver apenas a CNN e BBC, os países deveriam ter suas próprias vozes”, disse Hua.

Devido à diferença nos sistemas, os meios de comunicação em diferentes países operam de maneiras diferentes. Ao avaliar se uma organização de media é profissional, o mais importante a referir é se ela segue a ética do jornalismo, a objectividade e justiça nas suas reportagens, acrescentou.

“Eu observei que o Comité de Relações Exteriores do Senado dos EUA aprovou a Lei de Competição Estratégica de 2021, que autoriza a alocação de 300 milhões de dólares para cada ano fiscal para ‘conter a influência maligna do Partido Comunista Chinês globalmente'”, disse Hua, enfatizando que a imprensa chinesa faz a cobertura de forma objectiva e nunca inventa ou dissemina desinformação visando outros países.

Hua disse que a Agência de Notícias Xinhua é uma agência de renome mundial com quase 90 anos de história. Seguindo as regras habituais de operação, fornece serviço de notícias confiável e profissional a usuários globais. A cooperação com outras agências de notícias não é diferente da AP, Reuters, AFP, Kyodo, entre outras.

“Ninguém pode privar a media chinesa como a Xinhua do seu direito de intercâmbio e cooperação só porque é da China, um país socialista. Acusar a Xinhua de se envolver em intercâmbios e cooperação com outras agências apenas com base nisso consiste num viés ideológico e discriminação política “, disse.

Direitos protegidos

Hua observou que é uma completa distorção dos factos acusar a China de suprimir a media estrangeira e negar vistos a jornalistas norte-americanos.

A porta-voz disse que, “após o surto de Covid-19, fizemos o que pudemos para superar as dificuldades e ajudar os correspondentes americanos na China e as suas famílias retidas no exterior a regressar à China. Mesmo que os EUA se recusem a conceder a prorrogação de visto a jornalistas chineses, nós oferecemos apoio e assistência aos jornalistas americanos que trabalham na China, como a todos os jornalistas estrangeiros. As suas reportagens aqui não foram afectadas”.

Ao abusar da hegemonia do discurso, os EUA lançaram um ataque de desinformação à China sob o pretexto da liberdade de imprensa. Nesse sentido, os EUA estão a ideologia substituir os princípios de objectividade e autenticidade, justificando a manipulação política com a repressão da imprensa chinesa através da difamação, disse Hua.

“Face a mentiras e rumores difamatórios, é natural que façamos com que nossa própria voz seja ouvida”, disse Hua, acrescentando que a China explicou a verdade e os factos sobre muitas questões importantes, incluindo a Covid-19, para assegurar uma narrativa objectiva e directa na memória da humanidade. “A isso chamamos de atitude responsável de um país responsável”, disse Hua.

13 Mai 2021

Covid-19 | Timor-Leste com mais 133 casos e aumento na incidência

As autoridades timorenses anunciaram hoje novos 133 novos casos de infeção com a covid-19, com quase o mesmo número de casos recuperados nas últimas horas, com a maioria das infeções a serem detetadas em Díli.

Rui Araújo, coordenador da ‘task-force’ para a prevenção e mitigação da covid-19 do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC) explicou em conferência de imprensa online que, além de 117 casos em Díli, registaram-se 10 casos em Ermera, quatro em Baucau e um cada em Covalima e Manufahi.

Atualmente Timor-Leste tem 1.727 casos ativos e 3.626 casos acumulados desde o início da pandemia.

Hoje, os casos positivos em Díli corresponderam a mais de 12% dos 966 testes realizados na capital. Doze dos casos positivos registados hoje tinham sintomas da covid-19.

Os dados fizeram aumentar a taxa de incidência para 9,1/100 mil habitantes em Timor-Leste e 31,1 por 100 mil habitantes em Díli.

Rui Araújo disse que a estimativa de casos positivos na região de Díli é “atualmente de 35 mil pessoas” com uma taxa de prevalência entre os 9,9 e os 12% e uma taxa de incidência que foi em média de 27,8 por 100 mil habitantes nos primeiros nove dias do mês de maio.

Isso implica, disse, hipoteticamente, que se as autoridades conseguissem realizar 10 mil testes por dia poderia haver novas 1.300 a 1.500 infeções diárias registadas.

Segundo explicou, tem havido um aumento constante no número de casos sintomáticos como percentagem de todos os casos positivos detetados – que passou de 7 para 12% entre abril e maio – e no número de hospitalizados, que quase triplicou.

No que se refere à hospitalização, Araújo disse que o número total tem aumentado, com um aumento significativo de mulheres grávidas infetadas.

“Em termos gerais, os casos que demonstram sintomas respiratórios têm vindo a aumentar com alguma gravidade, mas nestas duas últimas semanas, não muitos em situação crítica”, disse.

“Hoje por exemplo temos um caso a utilizador ventilador em Vera Cruz, um exemplo da continua gravidade de casos que podem surgir”, referiu.

O responsável timorense explicou que desde 01 de abril até agora, um total de 209 pessoas foi autorizada a fazer o confinamento terapêutico em casa, dos quais 70 casos já tiveram alta.

Rui Araújo disse que o CIGC está a trabalhar para poder começar a utilizar um novo mecanismo online para registo de pessoas que pretendem sair da cerca sanitária de Díli, e que atualmente estão a fazer os pedidos presencialmente, com grandes aglomerações diárias.

“Isso é um risco para a saúde pública e tem-se insistido na dispersão de aglomerações dessas. A população reage de forma negativa ao esforço de dispersão. Estamos a trabalhar nesse mecanismo online e a fazer preparativos para o começar a utilizar”, disse.

Timor-Leste está a viver atualmente o pior momento desde o início da pandemia. Hoje, o Governo timorense deliberou manter o confinamento obrigatório em Díli durante mais 14 dias, até ao final de maio, renovando a cerca sanitária na capital e nos municípios de Baucau e Covalima, as regiões com mais casos ativos da covid-19.

As cercas sanitárias em Baucau, Covalima e Díli mantém-se por mais 14 dias, não tendo sido renovadas, por outro lado, as que vigoram até 16 de maio em Ainaro, Ermera, Lautém, Liquiça, Manufahi e Viqueque.

12 Mai 2021

Covid-19 | Malásia decreta restrições para travar nova vaga da pandemia

As autoridades malaias decretaram hoje restrições à circulação no país e limitaram as atividades sociais, medidas que deverão estar em vigor até 7 de Junho, para tentar travar uma nova vaga da pandemia da covid-19.

As medidas, anunciadas em comunicado pelo primeiro-ministro malaio, Muhyiddin Yassin, incluem o fecho das salas de restaurantes ao público e a proibição de grandes eventos sociais, passando as viagens entre distritos e estados a ser limitadas apenas a quem se desloque por motivos de trabalho ou de saúde.

As restrições foram aprovadas na véspera da celebração do Aid al-Fitr, quando os muçulmanos regressam a casa, no final do Ramadão.

O chefe do Governo malaio justificou as medidas com a pressão no sistema de saúde, devido ao aumento de casos da covid-19 e à presença no país da variante no novo coronavírus detetada na Índia.

Esta é a terceira vez que a Malásia impõe restrições devido à covid-19, embora menos severas do que as aprovadas no ano passado e nos meses de janeiro e fevereiro.

O país, um dos mais afetados pela pandemia no Sudeste Asiático, registou mais de 444 mil infeções e 1.700 mortes desde o início da pandemia.

A crise sanitária afetou particularmente os migrantes, incluindo trabalhadores nas fábricas do maior fabricante mundial de luvas de látex, a empresa Top Globe, que em novembro último foi obrigada a encerrar 28 fábricas na Malásia, devido a um surto de covid-19.

Com 32 milhões de habitantes, o país vacinou apenas um milhão de pessoas, o que representa cerca de 3% da população.

12 Mai 2021

China | Crescimento populacional quase nulo nos últimos 10 anos

A queda da taxa de natalidade e a consequente diminuição da população activa surgem como novos obstáculos a ultrapassar para dar seguimento ao crescimento económico e à estabilidade social do país

 

A população da China praticamente parou de crescer, à medida que menos casais têm filhos, segundo dados do Governo chinês difundidos ontem, indicando uma inversão da pirâmide demográfica que pode ter implicações para o país. A população aumentou em 72 milhões de pessoas, nos últimos 10 anos, para 1.411 milhões, em 2020, segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) da China. O crescimento médio anual fixou-se em 0,53 por cento, em termos homólogos, uma queda de 0,04 por cento, em relação à década anterior.

A China praticou um rígido controlo de natalidade, entre 1980 e 2016, em nome da preservação de recursos escassos para a sua economia em expansão. A queda na taxa de natalidade é vista agora, no entanto, como grande ameaça ao progresso económico e à estabilidade social no país.

A política de filho único foi abolida em 2016, mas os casais permanecem reticentes em ter mais filhos, face aos elevados custos de vida e discriminação das empresas contra as mães. “A mão de obra ainda é abundante”, disse o director das estatísticas chinesas, Ning Jizhe, em conferência de imprensa.

A percentagem de crianças na população aumentou ligeiramente, em comparação com 2010, mas a percentagem de população acima dos 60 anos aumentou mais rápido. O grupo de pessoas em idade activa, entre os 15 e os 59 anos, encolheu para 894 milhões, uma queda de cerca de 5 por cento em relação ao pico de 2011.

As mudanças nos limites de natalidade e outras políticas “promoveram uma recuperação da natalidade”, disse Ning. No entanto, a mesma fonte disse que nasceram 12 milhões de bebés, no ano passado, uma queda de 18 por cento, em relação a 2019, quando nasceram 14,6 milhões.

A China, juntamente com a Tailândia e alguns outros países asiáticos em desenvolvimento, enfrenta o risco de envelhecer antes de enriquecer. Alguns especialistas consideram que o país asiático enfrenta uma “bomba-relógio demográfica”.

Preocupações activas

Reflectindo a sensibilidade da questão, o gabinete de estatísticas da China tomou a decisão invulgar, no mês passado, de reagir a uma notícia do jornal The Financial Times, que avançou que o último censo tinha revelado um declínio demográfico.

“Estamos mais preocupados com o rápido declínio da população em idade activa”, disse Lu Jiehua, professor de estudos populacionais da Universidade de Pequim. A população em idade activa cairá de três quartos do total, em 2011 para pouco mais da metade, em 2050, de acordo com Lu.

“Se a população envelhecer, vai ser impossível resolver o problema através da imigração”, disse Lu.
Os casais que desejam um filho enfrentam grandes desafios. Muitos dividem apartamentos com os pais em cidades densamente povoadas no litoral do país. Os cuidados infantis são caros e a licença de maternidade curta. A maioria das mães solteiras está excluída do seguro médico e dos pagamentos da previdência social. Algumas mulheres temem que o parto possa prejudicar as suas carreiras.

Não estamos sós

Japão, Alemanha e alguns outros países ricos enfrentam o mesmo desafio de sustentar populações envelhecidas com menos trabalhadores, mas podem recorrer ao investimento em fábricas, tecnologia e activos estrangeiros.
Em contraste, a China continua a ser um país de rendimento média, com agricultura e manufactura intensivas em mão-de-obra.

O declínio da população em idade activa “vai pôr um limite no crescimento económico potencial da China”, disse Yue Su, da Economist Intelligence Unit, num relatório. Trata-se de um “incentivo poderoso para introduzir reformas que aumentem a produtividade”. O Fundo Monetário Internacional prevê um crescimento económico de 8,4 por cento para este ano, após uma recuperação da pandemia do novo coronavírus.

O Partido Comunista Chinês estipulou como meta dobrar o PIB (Produto Interno Bruto), por pessoa, até 2035, face aos níveis de 2020, o que exigiria um crescimento económico anual de cerca de 4,7 por cento. A política de filho único, imposta através de ameaças de multas ou perda de emprego, levou a abusos, incluindo abortos forçados.

A preferência por filhos homens levou os casais a abortar meninas, gerando um desequilíbrio entre o número de homens e mulheres, o que poderá alimentar a tensão social. Os dados agora revelados mostram que a China tem 105,7 homens e meninos para cada 100 mulheres e meninas, ou cerca de 33 milhões a mais de pessoas do sexo masculino.

Índia a crescer

Alguns investigadores dizem que a população da China já está em queda. Yi Fuxian, cientista em obstetrícia e ginecologia da University of Wisconsin-Madison, diz que a população começou a cair em 2018. No seu livro “Big Country With An Empty Nest”, argumentou contra a política de “um só filho”.

“As políticas económica, social, educacional, tecnológica, de Defesa e externa da China são construídas com base em números errados”, disse Yi. Reguladores chineses falam em aumentar a idade oficial de reforma para os 55 anos, para aumentar o número de trabalhadores. Os dados mais recentes colocam a China mais perto de ser ultrapassada pela Índia como o país mais populoso do mundo, o que deve acontecer até 2025.

A população da Índia no ano passado foi estimada pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU em 1.380 milhões. A agência afirma que a Índia deve crescer 0,9 por cento ao ano até 2025.

12 Mai 2021

Xinjiang | Embaixador nos EUA considera “genocídio uma mentira absoluta”

Qualquer tentativa externa de desestabilizar Xinjiang, por uma força estrangeira intervencionista, nunca será consentida, explica embaixador chinês nos EUA

 

“A China não consentirá com nenhuma tentativa externa de desestabilizar Xinjiang, ou mesmo de fragmentar a China e impedir a revitalização da nação chinesa”, disse o embaixador chinês, Cui Tiankai. Durante a reunião online “Xinjiang é uma Terra Maravilhosa”, organizada pela embaixada e pelo governo da Região Autónoma Uigur de Xinjiang, Cui afirmou que os assuntos de Xinjiang são assuntos internos da China e que, os 1,4 mil milhões de chineses de vários grupos étnicos não permitirão que nenhuma força intervencionista impeça o desenvolvimento da China.

“Nos Estados Unidos e em outros países ocidentais, as mentiras sobre Xinjiang ainda prevalecem. Calúnias sistémicas e sanções unilaterais contra a China são frequentes”, disse o embaixador, “mas tais mentiras não suportam o escrutínio dos factos”, acrescentou. “O chamado ‘genocídio’ é apenas uma mentira absoluta”, assinalou Cui, citando números da população uigur em Xinjiang, que dobrou de 5,55 milhões para mais de 12 milhões nos últimos 40 anos.

Descrevendo o “trabalho forçado” como “sem fundamento”, Cui enfatizou que “os trabalhadores em Xinjiang escolhem os seus empregos, incluindo os da indústria de colheita de algodão, por sua própria vontade. Eles assinam contratos de trabalho de forma livre e igualitária, seus direitos e interesses estão bem protegidos e recebem remuneração integral”.

“Se ganhar a vida decentemente é ‘trabalho forçado’, então eles deveriam merecer apenas a ”pobreza forçada’ e o ”desemprego forçado”?” indagou o embaixador. “Suscitando preocupações com os direitos humanos de Xinjiang, pretendem usar Xinjiang para conter a China”, disse o embaixador, convidando esses países ocidentais a ouvir o que dizem os 25 milhões de habitantes de Xinjiang de variados grupos étnicos e os 1,4 mil milhões de chineses, e “falar a verdade partindo da falsidade, e o certo partindo do errado”.

Shohrat Zakir, presidente do governo regional, afirmou que Xinjiang gasta mais de 70% de seus gastos anuais com o orçamento público geral para proteger e melhorar a subsistência de todos os seus grupos étnicos.
“Não houve nenhum ataque terrorista violento em Xinjiang por mais de quatro anos”, destacou Zakir, acrescentando que a região obteve conquistas sem precedentes no desenvolvimento económico e social e na subsistência da população.

“As pessoas de todos os grupos étnicos em Xinjiang são inabaláveis na sua determinação de salvaguardar a unidade e a segurança nacionais, assim como a solidariedade étnica e a prosperidade e estabilidade do país”, afirmou.

10 Mai 2021

Taiwan | Pequim protesta por participação em organizações internacionais

A embaixada da China em França apresentou um “vivo protesto” e expressou “firme oposição” após o Senado francês ter aprovado na quinta-feira uma resolução favorável à participação de Taiwan em algumas organizações internacionais.

A resolução, aprovada largamente pelo Senado, é favorável, entre outros, à participação de Taiwan nos trabalhos da Assembleia Mundial da Saúde, da organização Mundial de Saúde (OMS), da Organização Internacional de Aviação Civil (OIAC), da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas e ainda da Interpol.

“[A resolução é] manifestamente uma violação ao princípio de uma só China e constitui uma flagrante ingerência nos assuntos internos da China”, lê-se numa declaração publicada no portal da missão diplomática chinesa em Paris. Invocando o “respeito pela soberania nacional e a integridade territorial da China”, Pequim exorta a França a “tratar com prudência e judiciosamente os assuntos relativos a Taiwan”.

“A unicidade da China […] não pode ser desafiada nem desprezada”, acrescenta o documento, defendendo que apenas os Estados soberanos podem tornar-se membros das organizações incluídas na resolução aprovada pelo Senado francês e nas restantes.

“Taiwan, enquanto província da China, não tem o direito de aderir. […] O respeito pelo princípio de uma só China constitui a base política das relações sino-francesas e também um compromisso solene assumido por todos os sucessivos governos franceses perante a China desde o estabelecimento das relações diplomáticas sino-francesas em 1964”, realça-se no comunicado.

Ao votar a resolução, a maioria dos senadores destacou a importância da participação de Taiwan no trabalho da OMS no contexto da pandemia covid-19. No entanto, a embaixada chinesa em Paris argumenta que existem canais de comunicação entre “o governo central chinês” e “a região de Taiwan”, bem como entre as autoridades de Taipé e a OMS.

“A alegação de que a ausência de Taiwan da OMS criará uma ‘brecha’ no sistema de saúde pública global não tem sustentação. Este é um truque político das autoridades taiwanesas, que usam a epidemia para defender a ‘independência de Taiwan’”, termina o documento.

10 Mai 2021

ONU | António Guterres quer cooperação reforçada com a China

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, expressou ao Presidente Xi Jinping o desejo de uma cooperação reforçada com a China, incluindo nas Alterações Climáticas e Direitos Humanos.

António Guterres e Xi Jinping conversaram, por videoconferência, a propósito do 100º aniversário do Partido Comunista Chinês e do 50º aniversário da resolução 2758 da Assembleia Geral sobre a restauração dos direitos legais da República Popular da China nas Nações Unidas, que se assinalam este ano.

Numa nota publicada pelo gabinete do secretário geral da ONU, a organização dá conta de que o Guterres “expressou o seu apreço pelo apoio chinês às Nações Unidas e ao multilateralismo”, bem como o “desejo de uma cooperação reforçada entre as Nações Unidas e a República Popular da China em todos os pilares do trabalho da Organização – Paz e Segurança, Desenvolvimento Sustentável, incluindo Alterações Climáticas e Biodiversidade, e Direitos Humanos”.

António Guterres destacou também o compromisso da ONU com o sucesso do programa Covax – liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus parceiros internacionais, para o desenvolvimento conjunto de ferramentas de combate ao coronavírus – “com uma rede de distribuição equitativa”.

Na conversa com Xi Jinping, o secretário-geral da ONU manifestou ainda o seu compromisso em garantir o sucesso da conferência da Biodiversidade COP15, na cidade chinesa de Kunming, e da COP26 do Clima, em Glasgow, na Escócia, por meio da mobilização da comunidade internacional, no sentido de limitar a subida da temperatura global em 1,5 graus Celsius e alcançar a neutralidade carbónica a nível global em meados do século XXI.

10 Mai 2021

Covid-19 | Timor-Leste regista 116 novos casos, a maioria em Díli

Timor-Leste registou hoje 116 novos casos de infeção com a SARS-CoV-2, dos quais 11% com sintomas das covid-19, com a maioria a ocorrer na capital, Díli, onde a incidência é mais do triplo do resto do país.

Rui Araújo, coordenação da ‘task-force’ para a prevenção e mitigação da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), explicou que se registaram 98 novos casos em Díli, 17 em Baucau e um em Covalima.

Nas últimas 24 horas, houve ainda 81 casos recuperados pelo que o total de ativos é de 1.540 e o total de casos acumulados aumentou para 3.227.

Os novos casos detetados em Díli correspondem a 7,8% dos 1.256 testes realizados pelo Laboratório Nacional, enquanto os registados fora da capital correspondem a 4,3 dos 374 testes realizados.

A taxa de incidência nacional é de 7,8/100 mil habitantes e a de Díli é de 25,7/100 mil habitantes.

Rui Araújo voltou a repetir os apelos à população que sinta sintomas que contacte o número de emergência da covid-19, 119, admitindo à Lusa que há uma crescente preocupação de que as pessoas não estejam a acorrer a serviços de saúde, por medo de serem identificados como positivos e isolados.

“É preocupante. Estamos a recolher os dados todos, mas particularmente nos serviços de emergência temos registado um número decrescente de pessoas que recorrem a esse serviço de emergência. E vemos também nas últimas semanas, alguma resistência de pessoas que depois de serem detetadas com covid-19 rejeitam ser isoladas”, referiu.

Ainda que do ponto de vista legal haja a “obrigatoriedade do isolamento terapêutico”, Rui Araújo admite que é necessário “ajustar as decisões no terreno às condições reais”, procurando convencer as pessoas “de que é para o benefício delas próprias estarem isoladas”.

Questionado sobre o equilíbrio necessário entre medidas de saúde pública e de apoio à população afetada pelo confinamento e pela cerca, Rui Araújo disse que “ambas devem trabalhar em paralelo”.

“Neste momento há desequilíbrio na aplicação dessas medidas [socio-económicas] e em sede própria o Governo terá de avaliar a situação real. As recomendações técnicas, avançadas pelo CIGC prevêem também intervenções socio-económicas para facilitar a implementação das medidas de saúde publica”, considerou.

“As medidas de saúde publica normalmente têm de ser reforçadas com medidas socio-económicas para facilitar a adesão da população”, considerou.

Rui Araújo considerou ainda lamentável que algumas pessoas se tenham manifestado de forma mais intimidatória e até violenta perante funcionários de saúde no terreno, notando que a ampla maioria da população compreende a necessidade de medidas.

“Compreende-se a reação de algumas pessoas, mas verdade seja dita, não é a reação da maioria. A maioria sente que realmente este surto está a afetar as condições pessoais e socio-económicas de toda a sociedade e sente a necessidade de colaborar”, afirmou.

9 Mai 2021