Hoje Macau China / ÁsiaPolícia de Hong Kong detém seis pessoas por sedição A polícia de segurança nacional de Hong Kong usou uma lei de sedição da era colonial para prender ontem seis pessoas, por suspeita de causarem distúrbios em audiências judiciais entre dezembro e janeiro. Os suspeitos – quatro homens e duas mulheres, com idades entre os 32 e 67 anos – foram presos, sob suspeita de cometerem um “ato ou atos com intenção sediciosa” (de motim ou rebelião). Os atos “afetaram gravemente a dignidade jurisdicional e as operações judiciais”, segundo um comunicado do Governo. A polícia não deu detalhes sobre o que os suspeitos fizeram. A lei da era colonial permaneceu adormecida até recentemente, quando foi usada para prender e processar vários apoiantes e ativistas pró-democracia. Em março, um DJ de rádio e ativista pró-democracia tornou-se na primeira pessoa na cidade a ser condenada por sedição, desde o retorno do território à soberania da China, em 1997. As seis pessoas detidas hoje podem ser condenadas até dois anos de prisão. Os suspeitos foram detidos para interrogatório.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Xangai vai permitir que pais acompanhem crianças em isolamento Numa altura em que vários bairros da capital financeira da China se encontram com medidas rigorosas de confinamento, as autoridades locais decidiram autorizar que as crianças diagnosticadas com covid-19 estejam com os pais, quando se tinha avançado com a separação de famílias Xangai vai permitir que os pais acompanhem os filhos que testem positivo para a covid-19, retrocedendo com a controversa medida que previa a separação e isolamento das crianças. Um membro da Comissão de Saúde de Xangai disse ontem que os pais “compreendem totalmente os riscos para a saúde”, e, ao assinarem um acordo, vão poder acompanhar os seus filhos em instalações designadas pelo Governo para isolamento de infectados pela covid-19. No entanto, os pais devem usar máscara, comer separadamente, evitar partilhar objectos pessoais e “seguir rigorosamente” todos os aspectos do sistema de gestão, disse Wu Ganyu, em conferência de imprensa. As notícias de que os pais estavam a ser separados dos seus filhos infectados provocaram fortes críticas nas redes sociais chinesas. Xangai permanece sob bloqueio completo para combater o mais recente surto na China. As autoridades dizem que vão decidir sobre outras medidas depois de analisar os resultados dos testes feitos a mais de 25 milhões de moradores da cidade. A cidade relatou 17.077 novos casos nas últimas 24 horas, entre os quais apenas 311 têm sintomas para a doença. É exigido que todos os casos positivos, incluindo assintomáticos, sejam mantidos em locais designados para observação, juntamente com os seus contactos próximos. 90 mil casos Os dados mais recentes elevam o total de casos em Xangai para cerca de 90.000 desde que a mais recente vaga de infecções começou, no mês passado. Nenhuma morte foi atribuída ao surto, causado pela variante Ómicron. Enquanto a taxa de vacinação da China ascende a cerca de 90 por cento, as suas vacinas, produzidas internamente, são consideradas menos eficazes do que as vacinas de tecnologia RNA mensageiro, como as produzidas pela Pfizer-BioNTech e Moderna, que são usadas no exterior. As taxas de vacinação entre os idosos também são muito mais baixas do que na população em geral, com apenas cerca de metade das pessoas com mais de 80 anos totalmente vacinadas. Pequim também está a apertar as medidas restritivas, depois de 11 casos terem sido detectados na capital chinesa, nos últimos dias. As autoridades encerraram um centro comercial e de escritórios no movimentado distrito de Wangjing e estão a exigir que quem viaja para a cidade apresente um teste para a covid-19 realizado 72 horas antes. A China diz que vai aderir à sua política de ‘tolerância zero’ ao vírus, que implica bloqueios, testes em massa e isolamento obrigatório de todos os casos positivos e contactos próximos, apesar dos crescentes custos económicos e sociais.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Número dois de Carrie Lam demite-se O número dois do governo de Hong Kong, John Lee, demitiu-se do cargo, quando falta cerca de um mês para as eleições para a chefia do Executivo, anunciaram ontem as autoridades locais. A actual líder do território, Carrie Lam, recebeu a carta de demissão do secretário-chefe de Hong Kong e já a submeteu ao Governo Central, de acordo com um comunicado divulgado pelo Governo da região. A imprensa local tem avançado que Lee, responsável pela tutela da segurança durante os protestos de 2019, deverá entrar na corrida para Chefe do Executivo de Hong Kong. O jornal South China Morning Post indicou que Pequim já terá dado o aval a Lee. O diário escreveu que o número dois de Carrie Lam é o único candidato a líder do Executivo a ter o apoio do Governo Central chinês. Lam anunciou, na segunda-feira, que não se candidata a um segundo mandato nas eleições marcadas para 8 de Maio. Hong Kong tinha inicialmente marcado a eleição do Chefe do Executivo para 27 de Março, mas a data foi adiada por seis semanas, numa altura em que a cidade vivia a pior vaga da covid-19 desde o início da pandemia. Carrie Lam disse que realizar as eleições, na data originalmente prevista, ia criar “riscos para a saúde pública”.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Imagens do massacre de Bucha “são perturbadoras”, diz China O representante da China na ONU, Zhang Jun, disse numa reunião do Conselho de Segurança que as imagens do massacre de Bucha são “profundamente perturbadoras”, mas acrescentou que “qualquer acusação deve ser baseada em factos”. “As circunstâncias relevantes e as causas específicas devem ser verificadas e estabelecidas. (…) Até que todo o contexto fique claro, todas as partes devem agir com moderação e evitar acusações infundadas”, disse, na terça-feira, o diplomata. “As questões humanitárias não devem ser politizadas. As necessidades humanitárias da Ucrânia e países vizinhos são enormes”, sublinhou, acrescentando que “a China apoia todas as iniciativas e medidas destinadas a aliviar a crise humanitária”. O diplomata chinês pediu aos Estados Unidos, à NATO e à UE a “entrarem em diálogos abrangentes” com a Rússia para “enfrentar os diferendos acumulados ao longo dos anos”. Zhang Jun também sublinhou que “os países em desenvolvimento não são partes do conflito”, e, portanto, “não devem (…) arcar com as consequências dos conflitos geopolíticos e da competição entre grandes potências”. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu ao homólogo chinês, Wang Yi, que Pequim continue a desempenhar um papel importante na obtenção de um cessar-fogo com a Rússia, noticiou, na terça-feira, a imprensa estatal chinesa. Na semana passada, numa cimeira por videoconferência, a UE pediu à China que abandonasse “a equidistância” perante a guerra na Ucrânia e usasse a sua influência sobre a Rússia para impedir a agressão. Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia. Por um lado, defendeu que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem ser respeitadas – um princípio de longa data da política externa chinesa e que pressupõe uma postura contra qualquer invasão -, mas, ao mesmo tempo, opôs-se às sanções impostas contra a Rússia e apontou a expansão da NATO para o leste da Europa como a raiz do problema. A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, e feriu 2.195, entre os quais 266 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior. A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos. Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaEstados Unidos aprovam nova venda de armamento a Taiwan Os Estados Unidos aprovaram a venda a Taiwan de equipamento militar e serviços de treino, no valor de 95 milhões de dólares, para a manutenção do sistema de defesa aérea Patriot. “Esta venda vai ajudar a manter a densidade dos mísseis do destinatário (Taiwan) e garantir que está pronto para operações aéreas”, indicou, em comunicado, na terça-feira, a Agência para a Cooperação em Segurança e Defesa, uma entidade do Departamento de Defesa dos EUA. O Pentágono disse que o equipamento e o treino fornecidos actuariam como “impedimento às ameaças regionais e para fortalecer as capacidades de defesa” da ilha. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan saudou o anúncio e enfatizou, numa declaração separada, que a venda vai permitir que o território se proteja contra a “contínua expansão militar e as provocações de Pequim”. A ilha de “Taiwan deve demonstrar plenamente firme determinação de se defender”, observou o Ministério. “O nosso governo vai continuar a reforçar os sistemas de defesa e capacidades de combate assimétricas”, acrescentou. A transação deve ser finalizada dentro de um mês, disse o Ministério de Taiwan. Uma venda semelhante já tinha sido aprovada em fevereiro, também para o fornecimento de equipamento e serviços a Taiwan, no valor de 100 milhões de dólares, para sistemas de defesa aérea e antimísseis. Trata-se da terceira venda aprovada pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, desde que assumiu o poder, em janeiro de 2020.
Hoje Macau China / ÁsiaCarrie Lam anuncia que não se candidata ao cargo de Chefe do Executivo A líder de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou esta segunda-feira que não se vai recandidatar a um segundo mandato nas eleições para o cargo de Chefe do Executivo, marcadas para Maio. “Irei completar o meu mandato de cinco anos como Chefe do Executivo no dia 30 de Junho deste ano e também encerrarei os meus 42 anos de serviço público”, disse Lam, em conferência de imprensa. A líder de Hong Kong afirmou que já tinha partilhado a decisão com o Governo Central, em Pequim, em 2021, tendo sido recebida com “respeito e compreensão”. A imprensa de Hong Kong avançou que o número dois de Lam, John Lee, o responsável pela tutela da segurança durante os protestos de 2019, deverá entrar na corrida para ser o próximo Chefe do Executivo. As eleições estavam inicialmente agendadas para o dia 27 de Março, mas a votação foi adiada por um período de seis semanas, até 8 de Maio, numa altura em que a região vive a pior vaga da pandemia. Carrie Lam disse que realizar as eleições como originalmente programadas ia criar “riscos para a saúde pública”, apesar da votação envolver apenas um comité de 1.462 pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaKiev pede à China que desempenhe papel importante nas negociações para a paz O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu ao homólogo chinês, Wang Yi, que Pequim continue a desempenhar um papel importante na obtenção de um cessar-fogo com a Rússia, noticiou hoje a imprensa estatal chinesa. O diálogo entre os dois diplomatas, realizado por telefone, ocorreu três dias depois de a China e a União Europeia (UE) terem realizado uma cimeira, por videoconferência. Bruxelas pediu a Pequim que abandonasse a sua “equidistância” perante a guerra na Ucrânia e que usasse a sua influência sobre a Rússia para impedir a agressão. “A única coisa que a China quer é paz na Ucrânia”, assegurou Wang Yi a Kuleba, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. Wang disse que a China espera que as negociações continuem até que um acordo de cessar-fogo seja alcançado. Segundo a Xinhua, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano atualizou Wang sobre a situação no país e disse que Kiev deseja manter a comunicação com Pequim. Kuleba espera que a China continue a desempenhar um papel importante na obtenção de um cessar-fogo. A China é um “grande país, que desempenha um papel fundamental e ativo em salvaguardar a paz”, disse Kuleba, citado pela Xinhua. O ministro afirmou que Kiev quer encontrar uma solução duradoura através do diálogo com a Rússia. Wang insistiu na posição chinesa de promover o diálogo e as negociações para a paz. “A China não tem interesse geopolítico na crise ucraniana nem observará à distância, sem fazer nada, mas também não vai atirar gasolina para o fogo. O que queremos é paz”, afirmou. Segundo o ministro chinês, o conflito acabará por terminar e o importante vai ser preservar a segurança duradoura na Europa, o que exigirá “uma estrutura de segurança europeia equilibrada, eficaz e sustentável”, construída através de um “diálogo equitativo”. Wang também agradeceu os esforços das autoridades ucranianas na retirada de cidadãos chineses do país e disse esperar que medidas eficazes continuem a ser tomadas para garantir a segurança dos chineses que permaneceram na Ucrânia. Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia. Por um lado, defendeu que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem ser respeitadas – um princípio de longa data da política externa chinesa e que pressupõe uma postura contra qualquer invasão -, mas ao mesmo tempo opôs-se às sanções impostas contra a Rússia e apontou a expansão da NATO para o leste da Europa como a raiz do problema. Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, esteve na China para uma reunião especial sobre o Afeganistão. Lavrov reuniu-se com Wang Yi e ambos afirmaram que nem a guerra nem as sanções mudarão a “parceria estratégica” entre os dois países. A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior. A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos. Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Banco Mundial prevê desaceleração nas economias da região Ásia-Pacífico O Banco Mundial cortou hoje a sua previsão de crescimento económico para a região da Ásia-Pacífico, incluindo a China – motor de crescimento da região -, face à invasão da Ucrânia e outras adversidades. No relatório “Atualização Económica da Ásia-Pacífico na Primavera de 2022”, o banco internacional, com sede em Washington, estimou que o crescimento da região, em 2022, vai atingir 5%, abaixo da previsão de 5,4% divulgada em outubro passado. No pior cenário, o Banco Mundial prevê que o crescimento desacelere para 4%. A economia da China deve crescer 5% este ano, abaixo da estimativa anterior de 5,4%, disse o Banco Mundial. A atualização reflete o impacto na região da invasão da Ucrânia pela Rússia, especialmente para países que importam produtos energéticos. O aumento dos preços do petróleo e do gás e outras matérias–primas pesam no poder de compra das famílias e sobrecarregam as empresas e governos, que enfrentam já níveis de endividamento excepcionalmente altos, devido à pandemia, segundo o relatório. A revisão também levou em consideração o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e a desaceleração do crescimento na China. A economia já em desaceleração do país asiático pode vacilar, à medida que novos surtos de covid-19 levaram a medidas de confinamento, como as que estão em vigor em Xangai, a ‘capital’ financeira do país. “Esses choques provavelmente ampliarão as dificuldades existentes pós–covid-19”, disse o relatório. Os oito milhões de famílias cujos membros voltaram à pobreza durante a pandemia “vão ver os seus rendimentos reais encolher ainda mais à medida que os preços sobem”. Choques contínuos nas cadeias de fornecimento continuam a prejudicar os fabricantes e a causar inflação, disse o Banco Mundial. “Numa altura em que as economias da região Ásia-Pacífico estavam a recuperar do choque induzido pela pandemia, a guerra na Ucrânia está a pesar no impulso do crescimento”, disse Manuela Ferro, vice-presidente do Banco Mundial para o Leste da Ásia e Pacífico. “Os fundamentos sólidos e as políticas sólidas da região devem ajudar a enfrentar essas tempestades”, ressalvou a portuguesa.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | China reconhece Governo talibãs mediante “condições certas” Depois de uma reunião em Tuxi, Wang Yi, ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, disse que a China irá reconhecer o Governo dos talibãs, no Afeganistão, “quando estiverem reunidas as condições certas”, defendendo que o país não deve ser afastado da diplomacia mundial O Governo chinês disse na sexta-feira que o reconhecimento dos talibãs como Governo legítimo do Afeganistão vai ser feito “quando estiveram reunidas as condições certas”, sinalizando assim um futuro apoio aos fundamentalistas islâmicos, que assumiram o poder em Agosto passado. A posição de Pequim foi transmitida num comunicado do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, emitido após uma reunião de dois dias entre representantes do Afeganistão, China, Rússia, Paquistão, Irão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão, em Tunxi, no centro da China. Wang Yi disse que o Afeganistão não deve ser excluído da comunidade internacional e não se deve tornar um Estado falhado. “O Afeganistão sofre com a guerra há muitos anos e não acompanhou o desenvolvimento mundial. Esta situação não se pode prolongar” Para o governante chinês, o governo interino do Afeganistão mostrou uma “atitude positiva” em relação a outras nações, mas os seus países vizinhos esperam mais progressos no combate ao terrorismo, na reconciliação entre grupos étnicos, e na constituição de um governo inclusivo que proteja os direitos das mulheres e das crianças. “Resolver estes problemas requer esforços incessantes. Acreditamos que o reconhecimento diplomático do governo afegão virá quando estiverem reunidas as condições certas”, frisou Wang. “Esperamos que o governo interino afegão continue a dar passos sólidos e a fazer esforços concretos nessa direcção certa”, acrescentou. Pequim ainda não reconheceu oficialmente os talibãs, mas foi uma das primeiras nações a estabelecer contactos com os fundamentalistas, após a retirada das tropas norte-americanas e internacionais. As autoridades chinesas descreveram o grupo como uma importante força militar e política no Afeganistão. A reunião de dois dias em Tunxi, na província oriental de Anhui, foi realizada num período em que Pequim tenta reforçar a sua influência na região, face a renovadas tensões com vários países ocidentais. Ucrânia em Tuxi A invasão da Ucrânia pela Rússia colocou os laços de Pequim com Moscovo sob escrutínio. Wang Yi manteve conversas bilaterais com autoridades de outros países em Anhui nos últimos dois dias, durante as quais mencionou a crise na Ucrânia e alertou para um efeito de repercussão das sanções contra a Rússia. Numa reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão, Amir Khan Muttaqi, na quinta-feira, Wang Yi disse que a guerra na Ucrânia não significa que as necessidades do Afeganistão devem ser ignoradas. Muttaqi disse que nenhuma força estrangeira vai ter permissão para ocupar o Afeganistão e usar o Afeganistão para se opor a outras nações. “Os Estados Unidos prejudicaram a soberania política e económica do Afeganistão durante muito tempo e destruíram instalações, durante a sua retirada apressada, fazendo com que o Afeganistão (enfrente hoje grandes dificuldades)”, disse Muttaqi, citado num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Uma declaração conjunta dos ministros dos Negócios Estrangeiros da China, Irão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão, após o encontro de dois dias, apelou aos “países principais responsáveis pela situação atual no Afeganistão” que cumpram os seus compromissos sobre a recuperação económica e o futuro desenvolvimento da nação devastada pela guerra. A mesma nota apontou que o fornecimento de ajuda humanitária não deve ser politizado, mas também pediu ao Afeganistão que tome medidas mais visíveis para cortar laços com todo o tipo de forças terroristas.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping promete apoio ao Afeganistão em conferência regional O Presidente chinês, Xi Jinping, assinalou ontem um forte apoio ao Afeganistão, numa conferência regional. Xi Jinping partilhou uma mensagem num encontro entre representantes do Afeganistão, China, Rússia, Paquistão, Irão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão, que está a decorrer em Tunxi, no centro da China, e que destaca as aspirações de Pequim de desempenhar um papel de liderança no Afeganistão, após a retirada das forças dos Estados Unidos. Um “Afeganistão pacífico, estável, desenvolvido e próspero” é o que os afegãos aspiram e o que “serve os interesses comuns dos países da região e da comunidade internacional”, disse o chefe de Estado chinês. “A China sempre respeitou a soberania, a independência e a integridade territorial do Afeganistão, e está comprometida em apoiar o desenvolvimento pacífico e estável” do país da Ásia Central, acrescentou. O líder chinês não deu detalhes, embora a China já tenha enviado ajuda de emergência para o Afeganistão. Empresas chinesas estão também a estudar a possibilidade de minerarem cobre no país. Reunião em Tunxi Enviados especiais para o Afeganistão da China, Estados Unidos e Rússia, também estão reunidos, num grupo separado, em Tunxi. Embora não tenha reconhecido o governo talibã, a China agiu rapidamente para fortalecer os seus laços com o grupo islâmico. Um mês antes de os Talibã assumirem o poder, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, recebeu uma delegação de alto nível do grupo, na cidade portuária de Tianjin. Wang Yi referiu-se aos Talibã como uma força importante para a paz e reconstrução no Afeganistão. Na semana passada, o ministro chinês também fez uma paragem surpresa em Cabul, para se encontrar com líderes Talibã, mesmo quando a comunidade internacional criticou a promessa quebrada pelo grupo, um dia antes, de abrir as escolas do ensino básico para meninas. A China teme que o Afeganistão se torne numa base para separatistas e extremistas uigures.
Hoje Macau China / ÁsiaChina reforça presença em África nas áreas da defesa e segurança, defende analista O militar e investigador Luís Bernardino afirmou ontem que a China está a aumentar a sua presença na defesa e segurança em África, com “uma estratégia muito mais activa e dinâmica”, actuando a nível bilateral, mas também das organizações. “Há uma combinação de factores que nos levam a considerar que há uma estratégia mais activa para a presença chinesa em África na área da segurança e da defesa”, disse Luís Bernardino na 2.ª sessão das Conferências de Primavera 2022, promovida pelo Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), evento dedicado à China, que decorre presencialmente e via ‘online’. Esta estratégia que se desenvolve a nível bilateral e multilateral, ou seja, através de parcerias com os países, mas também “de uma maior intervenção ao nível das organizações, “nomeadamente dos Fóruns de Segurança da União Africana” e também da “presença em missões das Nações Unidas com maior visibilidade e maior impacto” nos países de África, na opinião do investigador do Centro de Estudos Internacionais (CEI) do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa já está a produzir os seus efeitos. Deste modo, “é uma estratégia de baixo custo, baixo risco e alto rendimento, mas num quadro maior, com outras dinâmicas e outras dimensões, projetando aquilo que são os interesses chineses em África e como actor global”, reforçou. Aposta no Jibuti Luis Bernardino recordou que “em termos de segurança, a primeira base militar fora do espaço chinês com alguma relevância global foi [criada] no Jibuti”, mas hoje essa base “tem uma dinâmica crescente significativa e é a partir daí que se projecta o poder e influência [da China] para todo o resto do continente africano”. Para o especialista em defesa, há um factor determinante para esta “mudança significativa”, é que os interesses económicos chineses, “essencialmente ligados à exploração dos minérios no continente africano”, cuja segurança era feita através dos países africanos onde estavam instalados “começou a correr mal, isto é, começaram a acontecer raptos e incidentes”. “Começamos a ver uma presença maior militar chinesa, não só em termos da defesa dos interesses chineses, actuando muito à força de ‘companhias privadas’, porque são patrocinadas pela China, e inclusivamente grande parte dos militares que participam nestas empresas são das forças Armadas chinesas, que passaram à reserva, – porque [o país] tem reservas na ordem dos 10 a 12 milhões de militares – e que são destacados para estas operações, nomeadamente no continente africano”, acrescentou. Através destas empresas de segurança, a China garante não só a segurança das suas explorações dos recursos no continente africano, mas também consegue “incrementar uma economia de Defesa”.
Hoje Macau China / ÁsiaPrejuízos de companhia aérea chinesa Air China aumentam face à pandemia Os prejuízos da companhia aérea de bandeira da China, a Air China, aumentaram 15,5%, em termos homólogos, em 2021, fixando-se no equivalente a 2.346 milhões de euros, devido às restrições de viagens causadas pela pandemia. Na declaração de resultados, enviada hoje à Bolsa de Valores de Hong Kong, a empresa assegurou que a sua situação não é única, já que a pandemia fez com que as “companhias aéreas de todo o mundo estejam a sofrer dificuldades operacionais”. No entanto, em 2019, o último ano antes da pandemia, o lucro líquido da empresa já tinha caído 12,7%, em termos homólogos, devido à crescente concorrência que enfrenta nas suas rotas com a Europa e a América do Norte. Em 2021, o volume de negócios total do grupo subiu 7,2%, para 74.532 milhões de yuans, embora se deva recordar que, no ano anterior, caiu 49%. A Air China transportou mais de 69 milhões de passageiros no ano passado, 0,5% a mais face a 2020, mas ainda quase 40% a menos do que no último exercício antes da pandemia. O decréscimo significativo advém principalmente das rotas internacionais. Em 2021, a AirChina transportou apenas cerca de 301.000 passageiros a partir de e para a China. Isto representa uma redução de 86,6%, em termos homólogos, e de 98,2%, se comparado com os dados de 2019. Os viajantes no continente chinês representaram 98,5% do total e, ao contrário dos viajantes internacionais, aumentaram 3,3%, em termos homólogos, em 2021. A China mantém as suas fronteiras praticamente fechadas há dois anos, período em que limitou o tráfego aéreo internacional a aproximadamente 2% do que era antes da pandemia, o que resultou num aumento significativo nos preços dos bilhetes, que agora podem custar até onze vezes mais. Mas o segmento de transporte de carga da Air China foi reforçado. Em 2021, a faturação aumentou 29,9%, em termos homólogos, para 11.113 milhões de yuans. Face a 2019, o aumento foi de quase 94%. As despesas operacionais da companhia aérea cresceram 12,3%, para 95.465 milhões de yuans, principalmente devido à subida dos custos de combustível.
Hoje Macau China / ÁsiaLi Keqiang felicita António Costa pela tomada de posse do novo Governo em Portugal O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, felicitou esta quinta-feira o homólogo português, António Costa, pela tomada de posse do novo Governo de Portugal, numa conversa por telefone, segundo um comunicado difundido pela embaixada da China em Lisboa. Na sua mensagem de felicitações, Li Keqiang disse que, nos últimos anos, devido aos “esforços conjuntos” de ambas as partes, a “cooperação pragmática” entre Portugal e a China em “vários domínios” alcançou novos resultados. “Um novo capítulo foi escrito na amizade tradicional entre os dois países”, afirmou Li, segundo a nota da embaixada. O primeiro-ministro chinês apontou que, como “parceiros de confiança e membros responsáveis” da comunidade internacional, China e Portugal devem consolidar ainda mais a confiança mútua, expandir a cooperação, promover o desenvolvimento da parceria estratégica abrangente China – Portugal e China – União Europeia, e contribuir ativamente para o bem-estar comum da China e Portugal. O XXIII Governo Constitucional foi empossado, na quarta-feira, no Palácio Nacional da Ajuda. Numa outra nota, o embaixador chinês em Lisboa, Zhao Bentang, disse que a China “espera trabalhar com o novo Governo português para consolidar ainda mais a confiança política mútua, enriquecer a parceria estratégica abrangente entre os dois países, fortalecer a cooperação mutuamente benéfica e impulsionar um novo e maior desenvolvimento das relações bilaterais”. As declarações foram proferidas durante um seminário virtual, intitulado “Plano de Recuperação de Portugal e Oportunidades de Negócio”, para as empresas chinesas, que contou com a participação de representantes do Governo português, empresas e académicos dos dois países. “Não só a China e Portugal têm conceitos de desenvolvimento altamente compatíveis, mas também enfrentam as tarefas comuns de combater a epidemia, estabilizar a economia, salvaguardar os meios de subsistência dos povos e transformar e melhorar a estrutura económica”, disse Zhao Bentang.
Hoje Macau China / ÁsiaIlhas Salomão anunciam acordo de segurança com a China As Ilhas Salomão anunciaram esta quinta-feira que vão assinar um acordo de segurança com Pequim, suscitando preocupação entre os seus aliados ocidentais, que temem que o tratado abra caminho para uma presença militar chinesa no sul do Pacífico. “As autoridades das Ilhas Salomão e da República Popular da China rubricaram hoje os elementos de um quadro para a cooperação bilateral entre os dois países no âmbito da segurança”, disse o gabinete do primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, em comunicado. O esboço do acordo bilateral, que foi tornado público, na semana passada, prevê presença militar chinesa nas Ilhas Salomão, inclusive através de visitas de navios de guerra, para “realizar reabastecimento logístico e escalas”. Sob este pacto, a polícia armada chinesa pode ser mobilizada a pedido das Ilhas Salomão para garantir a manutenção da “ordem social”. As “forças chinesas” também vão ser autorizadas a proteger a “segurança do pessoal chinês” e os “principais projetos” no arquipélago. Sem o consentimento escrito da outra parte, nenhuma das partes está autorizada a tornar públicas as missões decididas no âmbito do acordo. O chefe de operações conjuntas da Austrália, o tenente-general Greg Bilton, disse hoje que o pacto, que ainda não foi assinado, levaria a uma mudança nas intervenções do seu país no Pacífico. Os Estados Unidos e a Austrália há muito que expressam preocupação com a possibilidade de a China construir uma base naval no Pacífico Sul, o que permitiria projetar a sua marinha muito além das suas fronteiras. Qualquer presença militar chinesa poderia forçar Camberra e Washington a alterar a sua postura militar na região. Sogavare disse, na terça-feira, que “não tem intenção (…) de pedir à China que construa uma base militar” no arquipélago. “Somos sensíveis à infeliz perceção de muitos líderes, de que a segurança da região está a ser ameaçada pela presença da China”, apontou o primeiro-ministro. “Isso é um absurdo total. Acho muito insultuoso (…) ser rotulado como incapaz de administrar os nossos assuntos soberanos”, afirmou. Poucas horas antes do anúncio do pacto de segurança, o Presidente dos Estados Federados da Micronésia, David Panuelo, apelou a Sogavare que reconsidere o acordo. Panuelo expressou “profundas preocupações de segurança”, citando o aumento das tensões entre Pequim e Washington. “O meu medo é que nós, as Ilhas do Pacífico, nos tornemos o epicentro de um futuro conflito entre estas grandes potências”, afirmou. Ele pediu ao líder das Ilhas Salomão que considere as consequências a longo prazo “para toda a região do Pacífico, e mesmo para o mundo inteiro”, da assinatura do pacto. As Ilhas Salomão, onde vivem cerca de 700.000 pessoas, romperam, em 2019, os laços diplomáticos com Taiwan, passando a reconhecer Pequim como o único governo legítimo de toda a China. A decisão contribuiu para tumultos em novembro. A polícia australiana está na capital do país, Honiara, para ajudar a manter a paz, sob um tratado de segurança bilateral estabelecido em 2017. Este tratado fornece uma base legal para o rápido destacamento da polícia australiana, tropas e civis, no caso de um grande desafio à segurança do país. A Austrália liderou uma força constituída por polícias e tropas das Ilhas do Pacífico, sob a Missão de Assistência Regional às Ilhas Salomão, entre 2003 e 2017.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim vai manter posição sobre conflito na Ucrânia, diz analista Pequim não vai alinhar em sanções contra Moscovo ou opor-se abertamente ao conflito na Ucrânia, apesar da eventual pressão das autoridades europeias nesse sentido durante a cimeira União Europeia–China, na sexta-feira, disse à Lusa um analista chinês. Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia. Por um lado, defendeu que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem ser respeitadas – um princípio de longa data da política externa chinesa e que pressupõe uma postura contra qualquer invasão -, mas ao mesmo tempo opôs-se às sanções impostas contra a Rússia e apontou a expansão da NATO para o leste da Europa como a raiz do problema. Gao Zhikai, que serviu como intérprete do antigo líder chinês Deng Xiaoping e é atualmente um dos mais conhecidos comentadores da televisão chinesa, disse à Lusa que “não é realista” esperar que Pequim prejudique os laços comerciais com Moscovo. “A China é um grande comprador do petróleo e gás russos. Existem oleodutos para o petróleo e para o gás. Os dois países partilham uma fronteira comum com mais de 4.000 quilómetros, e o intercâmbio humano é muito dinâmico”, descreveu. Segundo o embaixador da UE na China, Nicolas Chapuis, a questão da invasão Ucrânia pela Rússia deve pesar fortemente sobre a cimeira, que se vai realizar por videoconferência. O foco “em primeiro lugar” dos europeus vai ser reunir o “máximo de apoio possível da China”, para “ajudar a Europa a parar com a guerra na Ucrânia”, declarou Chapuis há duas semanas, salientando: “Nesta guerra, não pode haver a chamada neutralidade”. O comércio entre a China e a Rússia subiu 35,9%, em 2021, em termos homólogos, para um valor recorde de 146,9 mil milhões de dólares (cerca de 132 mil milhões de euros), segundo dados da Administração Geral das Alfândegas da China. Para o analista chinês, Pequim está do “lado certo da História”, ao “encorajar as negociações, em vez de estimular uma guerra mais prolongada na Ucrânia”. “As sanções não funcionarão”, previu. “Certamente, vão ser muito dolorosas para a Rússia, mas não vão encurralar a Rússia ao ponto de a subordinar à Europa ou aos Estados Unidos”, disse, adiantando que “apenas tornarão a Rússia mais resiliente e mais resoluta na luta por qualquer propósito que tenha estabelecido”. Gao sugeriu antes que as preocupações de segurança da Rússia sejam consideradas. “Não vai haver paz duradoura na Europa, enquanto a Rússia for excluída”, disse. “Como é possível haver paz, estabilidade e crescimento na Europa, sem contar com o maior país do mundo, que tem um dos maiores arsenais nucleares, situado ali ao lado”, questionou. Outro ponto-chave da cimeira é o Acordo Compreensivo de Investimento (CAI) UE–China, cuja ratificação pelo Parlamento Europeu ficou ‘congelada’, depois de Pequim ter imposto sanções retaliatórias contra eurodeputados. Pequim avançou com sanções depois de a UE, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos terem imposto sanções coordenadas contra as autoridades chinesas por abusos dos Direitos Humanos na região de Xinjiang, no extremo oeste do país. As tensões agravaram-se depois de a Lituânia ter aprovado a abertura de um escritório de representação de Taiwan, território que Pequim considera como uma província sua. A decisão da Lituânia é vista por Pequim como uma provocação, principalmente porque esta representação é designada ‘Escritório de Representação de Taiwan’, ao invés de Taipé, o nome da capital da ilha, pressupondo o reconhecimento de Taiwan como entidade política soberana. “Isto acontece porque há certos membros do Parlamento Europeu que realmente se envolveram em atividades que são percebidas, do ponto de vista chinês, como interferência e violação do princípio ‘Uma só China’”, explicou Gao. O reconhecimento daquele princípio é visto por Pequim como uma garantia de que Taiwan é parte do seu território. “Se esse princípio é violado, a China não tem outra escolha senão retaliar”, apontou.
Hoje Macau China / ÁsiaSergei Lavrov anuncia em Pequim uma nova ordem mundial em parceria com a China O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, anunciou hoje uma ordem mundial “mais justa”, em parceria com a China, durante a sua primeira visita ao país desde a invasão da Ucrânia pela Rússia. “Estamos a viver uma fase muito séria na história das relações internacionais”, disse o chefe da diplomacia do Kremlin, no início de um encontro bilateral com o seu homólogo chinês, Wang Yi. “Estou convencido de que no final desta etapa, a situação internacional ficará muito mais clara, e que nós, juntamente com vocês e com os nossos apoiantes, caminharemos para uma ordem mundial multipolar, justa e democrática”, afirmou Lavrov. Pequim recusou-se a condenar a invasão russa da Ucrânia, desencadeada a 24 de Fevereiro, preferindo denunciar as sanções ocidentais contra a Rússia. No início de Março, Wang Yi enalteceu mesmo a amizade “sólida” entre Pequim e Moscovo e defendeu as preocupações “razoáveis” da Rússia com a sua segurança. Poucas semanas antes da guerra na Ucrânia, o Presidente russo, Vladimir Putin, foi calorosamente recebido em Pequim pelo homólogo chinês, Xi Jinping. Os dois países celebraram então uma amizade “sem limites” e denunciaram o “alargamento” da NATO. Sergei Lavrov está na China para um encontro de dois dias, dedicado não à Ucrânia, mas ao Afeganistão. O diplomata russo deve estar lado a lado com um colega norte-americano. O encontro, organizado em Tunxi, leste da China, reúne sete países vizinhos do Afeganistão. Além da Rússia e da China, vão estar representantes do Paquistão, Irão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. O chefe da diplomacia dos talibãs, Amir Khan Muttaqi, também é esperado, segundo a imprensa estatal chinesa. Em simultâneo, deve ser realizada a reunião de um “mecanismo de consulta” sobre o Afeganistão, com a participação de diplomatas da China, Rússia, Paquistão e também dos Estados Unidos, anunciou Pequim. Estas reuniões ocorrem uma semana após a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês a Cabul, pela primeira vez desde que os fundamentalistas islâmicos chegaram ao poder, em Agosto passado. A China compartilha uma pequena fronteira de 76 quilómetros com o Afeganistão. Pequim teme que o país vizinho se torne uma base de apoio para separatistas e extremistas islâmicos uigures.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China tenta reduzir impacto económico de confinamento de Xangai As autoridades de Xangai avançam com apoios fiscais, medidas de estabilização do emprego e de “optimização dos negócios” para travar efeitos negativos de um novo confinamento da cidade As autoridades de Xangai, que está sob confinamento, prometeram ontem reduzir impostos para comerciantes e manter o porto da cidade, o mais movimentado do mundo, a operar, visando limitar as interrupções na indústria e comércio. A paralisação da maioria das actividades na cidade, para conter surtos do novo coronavírus, abalou os mercados financeiros, já apreensivos com a guerra na Ucrânia, a subida das taxas de juros nos Estados Unidos, e a desaceleração da economia chinesa. O governo de Xangai anunciou cortes nos impostos, redução dos preços do aluguer de espaços comerciais e empréstimos com taxas reduzidas para as pequenas empresas. Uma declaração do Governo emitida ontem prometeu também “estabilizar os empregos” e “optimizar o ambiente de negócios”. No porto de Xangai, as operações continuaram com normalidade e os responsáveis fizeram esforços extra para garantir que os navios “possam fazer descargas normalmente”, informou a televisão estatal chinesa. O porto serve o delta do rio Yangtsé, uma das regiões industriais mais movimentadas do mundo, concentrando fabricantes de telemóveis, componentes para automóveis e outros produtos. As operações nos aeroportos e estações ferroviárias de Xangai decorriam ontem com normalidade, de acordo com o jornal The Paper. O serviço de autocarros de e para a cidade de 26 milhões de habitantes foi suspenso anteriormente. Os visitantes são obrigados a mostrar um teste negativo para a covid-19. Para o resto do mundo, o maior impacto potencial virá da queda do consumo interno na China, devido às medidas de confinamento. Difíceis previsões As previsões de crescimento económico já apontavam para um abrandamento, em relação à taxa de crescimento de 8,1 por cento alcançada no ano passado, devido a uma campanha do governo para reduzir a dívida no sector imobiliário e outros desafios não relacionados com a pandemia. A meta oficial de crescimento económico para este ano é de “cerca de 5,5 por cento”, mas os analistas dizem que vai ser difícil atingi-la. “A China é o maior consumidor de praticamente tudo”, disse Rob Carnell, economista-chefe para a Ásia do grupo de serviços financeiros ING. “Se o consumo na China abrandar devido aos surtos de covid-19, isso afectará as cadeias de fornecimento e os países da região”, explicou. Louis Kuijs, economista-chefe para a região da Ásia – Pacífico do S&P Global Ratings, disse que as autoridades chinesas estão a tentar garantir que as mercadorias chegam aos clientes e as cadeias de fornecimento são salvaguardadas. De acordo com o economista, em paralisações anteriores, as fábricas fizeram horas extra para atenderem aos pedidos. Apesar dos receios de que os bloqueios na China podem atrasar a recuperação das cadeias de fornecimento globais, “o impacto não é tão grande quanto muitos observadores externos temem”, disse Kuijs. “Essas restrições tendem a ter um impacto maior nos gastos e do lado da procura interna na China”, frisou. O impacto em Xangai deve ser “relativamente reduzido”, se a cidade contiver o seu surto, assim como fez Shenzhen, disse Carnell. Funcionários do sector financeiro podem trabalhar a partir de casa. No sector manufatureiro, as empresas puseram os operários a viver nas fábricas, num “sistema de circuito fechado”, isolando-os do contacto com o exterior. As fabricantes General Motors Co. e Volkswagen AG disseram que as suas fábricas em Xangai estão a operar normalmente. Milhares de funcionários de empresas do sector financeiro dormem nos escritórios, para evitar contacto com pessoas de fora, informou o jornal Daily Economic News. A Bolsa de Valores de Xangai está a funcionar normalmente, com uma equipa reduzida, num “escritório fechado”. A maioria dos restaurantes na cidade só tem permissão para servir os clientes através de entregas ao domicílio. Nos centros comerciais, os visitantes são obrigados a usar máscara e a registar a entrada com os seus dados pessoais, através de uma aplicação. Porto, a grande ameaça A ameaça maior para a indústria e o comércio seria uma interrupção no porto de Xangai, que movimenta 140.000 contentores de carga por dia. No ano passado, as interrupções ao longo de um mês no porto de Yantian, em Shenzhen, atrasou a descarga e saída de milhares de contentores, causando ondas de choque nas cadeias de fornecimento globais. Em Xangai, os motoristas de camião que entregam mercadorias são obrigados a apresentar um teste negativo para o vírus, realizado nas últimas 48 horas, e um “recibo de entrega” electrónico. A volatilidade registada nos mercados, no início da semana, pode ter sido uma “reacção exagerada”, que não reflecte a “verdadeira realidade da situação”, mas os investidores já estavam inquietos com a China e a economia global, disse Michael Every, do banco holandês Rabobank. “Temos vários problemas com os quais nos preocupar. Este é apenas um entre muitos”, disse Every.
Hoje Macau China / ÁsiaCathay Pacific planeia voo mais longo do mundo para ligar Hong Kong a Nova Iorque A companhia aérea Cathay Pacific planeia operar o voo de passageiros mais longo do mundo, numa rota que sobrevoará o oceano Atlântico em vez do Ártico para ligar Hong Kong a Nova Iorque e evitar a Rússia. A ligação será de “pouco menos de nove mil milhas náuticas”, mais de 16 mil quilómetros, a percorrer em cerca de 17 horas e 50 minutos, disse a companhia aérea de Hong Kong à agência de notícias France-Presse (AFP), na terça-feira. O voo será mais longo em distância, mas não em tempo, do que o voo da Singapore Airlines, entre a cidade-Estado asiática e Nova Iorque, num percurso de mais de 15 mil quilómetros em 18 horas. Muitas companhias aéreas têm cancelado voos para cidades russas ou evitado o espaço aéreo russo desde a invasão da Ucrânia. No mês passado, a Rússia também fechou o espaço aéreo a vários países europeus e a todos os voos ligados ao Reino Unido, em resposta a uma proibição semelhante imposta por estas nações. A opção transatlântica é mais favorável do que a rota habitual devido aos “fortes ventos traseiros sazonais nesta altura do ano”, justificou a companhia. Antes da pandemia da covid-19, a Cathay operava três viagens diárias de ida e volta entre as duas cidades. Os voos para Hong Kong enfrentam agora cancelamentos frequentes devido às rigorosas medidas sanitárias da cidade e à falta de passageiros. Os aviões provenientes dos Estados Unidos e de mais oito países vão poder aterrar novamente em Hong Kong, a partir de sexta-feira, graças a uma flexibilização das regras contra a covid-19. Na terça-feira à noite, a Cathay anunciou um voo direto Nova Iorque-Hong Kong, em 03 de abril.
Hoje Macau China / ÁsiaInvestimento chinês chega a Portugal através de subsidiárias no Luxemburgo e Hong Kong O investimento direto estrangeiro feito pela China chega a Portugal sobretudo através de subsidiárias detidas no Luxemburgo e em Hong Kong, divulgou ontem o Banco de Portugal (BdP). Segundo os dados do BdP, em 2021, apenas 28% do investimento chinês em Portugal chegou diretamente da China, sem utilizar países terceiros, enquanto 41% da posição de investimento direto em Portugal era detida através do Luxemburgo, 22% através de Hong Kong, 4% através de Espanha e 5% de outros. Por setor de atividade económica, observa-se que 38% do investimento direto realizado no setor da eletricidade, gás e água provinha da China. O regulador publicou hoje novas estatísticas de posições de investimento direto por investidor final, que permite aferir a origem do investimento, isto é, “o país da contraparte final ou o investidor final e, deste modo, reconhecer em que país reside quem, em última análise, detém ou controla o investimento, usufrui do rendimento e assume o risco”. Com a atualização da metodologia, a China torna-se o 5.º país de residência dos detentores finais com maiores posições de investimento direto em Portugal, quando anteriormente – antes de considerar o investidor final – era o 9.º lugar. A China representa, assim, 6,8% do total do investimento direto estrangeiro em Portugal. Em 2021, Espanha era o país de residência dos detentores finais com maiores posições de investimento direto em Portugal. Seguiam-se Portugal, França, Reino Unido e China.
Hoje Macau China / ÁsiaUE e China de acordo sobre necessidade de regresso da paz à Europa, diz Joseph Borrell A União Europeia (UE) e a China concordam na urgência do regresso da paz ao continente europeu, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, anunciou ontem o chefe da diplomacia dos 27, Josep Borrell, em comunicado. O comunicado, divulgado após uma reunião por videoconferência entre o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da UE e o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, salientou que Borrell e Wang Yi estão de acordo acerca da “urgência do regresso da paz ao continente europeu tão depressa quanto possível”. Neste sentido, os dois representantes discutiram as negociações entre a Ucrânia e a Rússia e “a necessidade de um cessar-fogo, para a criação de corredores humanitários e prevenir os riscos de uma maior escalada” no conflito. A situação da Ucrânia está na agenda da 23.ª Cimeira UE-China, marcada para a próxima sexta-feira. A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.151 civis, incluindo 103 crianças, e feriu 1.824, entre os quais 133 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior. A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos. A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaAtlântico sul “é fundamental” na relação entre Brasil e China, mas pode ser factor de competição O professor catedrático Daniel Cardoso defendeu esta segunda-feira que o Atlântico Sul “é fundamental” nas relações entre o Brasil e a China, mas pode ser factor de competição que, com os Estados Unidos da América (EUA) pelo meio, será “perigoso”. Por vários motivos, um dos “mais relevantes” os recursos petrolíferos, mas também as trocas comerciais, o Atlântico Sul “é fundamental” na relação entre o Brasil e a China, mas também pode ser factor gerador de competição, se a China prosseguir o seu caminho para se tornar numa potência marítima, e com os EUA pelo meio será até “perigoso”, disse Daniel Cardoso. O catedrático da Universidade Autónoma de Lisboa falava na 2.ª sessão das Conferências de Primavera 2022, que decorreram na Casa de Macau, em Lisboa, em que foi orador no painel sobre “Atlântico Sul nas relações entre China e Brasil: Competição, cooperação e desafios”. “O Atlântico Sul é uma área que necessariamente é considerada estratégica pelo Brasil”, afirmou Cardoso. O Brasil “tem ambições de projectar o seu poder político, militar e económico para além do Atlântico Sul, chegando à África e à Antártica”. Por isso, esta zona é “fundamental para a política externa brasileira e também para a sua política comercial e para a sua estratégia militar”, sublinhou. Na opinião de Daniel Cardoso “há razões muito fortes para que as autoridades brasileiras considerem este espaço geopolítico muito importante”. O Brasil é já “um importante produtor e exportador de petróleo e grande parte do petróleo que extrai é desta região [Atlântico Sul], mais especificamente de uma área conhecida como o pré-sal”. Um petróleo extraído a grande profundidade que requer “sofisticação tecnológica muito grande”, e que a Petrobras, empresa brasileira de petróleo, tem vindo a conseguir através de consórcios com empresas estrangeiras, “a maioria chinesas”, realçou, salientando que a China não só investiu como também financiou estes projectos, através do seu Banco de Desenvolvimento. Cooperação e competição Nas relações entre a China e o Brasil no Atlântico Sul, o professor não tem dúvidas em afirmar que o factor mais relevante “é o petróleo”. Mas em segundo lugar, vem o comércio. “Os dados são muito significativos, 99 por cento (…) das exportações do Brasil para a China vão por mar”, referiu. Até porque além das importações de soja, a China já é também o maior importador de petróleo brasileiro. “Para enquadrarmos estes interesses da China no Atlântico Sul não se pode deixar de falar do grande projecto da Rota da Seda, que tem também uma dimensão marítima. Dos três corredores marítimos da nova Rota da Seda aquele que mais interessa ao Brasil é o que atravessa o Índico e pode ir para o Atlântico Sul, ou pode passar pelo Atlântico Norte e chegar ao país da América do Sul”, frisou. Na opinião, de Daniel Cardoso, entre o Brasil e a China, hoje “há cooperação, mas também há espaço para competição” e, essa tem sido uma tendência. “A competição pode-se materializar em primeiro lugar no que respeita à presença em África”, e em segundo lugar no que respeita á Antártica, regiões em relação aos quais os interesses dos dois países não estão alinhados, considerou. Mas, para além disso, pode nascer ainda um novo factor de competição entre o Brasil e a China. “Se a China se quer tornar numa potência marítima vai ter de apostar no seu desenvolvimento tecnológico, e o Brasil, com a larga costa que tem e com o empenho que tem na sua industrialização, este desenvolvimento tecnológico pode ser também um dos objectivos dos governos brasileiros. Por isso,(…) pode vir a haver mais competição do que propriamente cooperação entre os dois países” neste domínio, considerou Daniel Cardoso. Neste cenário, o professor realçou que é preciso não esquecer o factor Estados Unidos, que são um país “importantíssimo” naquela área, considerando o Atlântico Sul “como teoricamente a sua área de influência”. Por isso, uma forte presença chinesa no Atlântico Sul, em cooperação ou em competição com o Brasil, “vai sempre suscitar alguma atenção e cautela da administração norte-americana”, sublinhou. “O perigo é que à medida que a competição entre os EUA e China aumenta, essa competição em várias plataformas do mundo, pode ser projectada também para o Atlântico Sul”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Bloqueios na China continuam face a baixa taxa de vacinação de idosos Com apenas 20 por cento da população com 80 anos ou mais a ter recebido as três doses da vacina contra a covid-19, as autoridades continuam relutantes em alterar a política de ‘zero casos’ A campanha de vacinação da China contra a covid-19 deixou metade da sua população idosa susceptível a maiores riscos de doença grave, forçando o país a manter uma política rígida de prevenção, apontam analistas. Mais de 130 milhões de chineses com 60 anos ou mais não foram vacinados, ou receberam menos de três doses, colocando-os em maior risco de desenvolver sintomas graves ou morrer, em caso de infecção, segundo um estudo da Universidade de Hong Kong (HKU). O mesmo estudo apurou que a vacina da Sinovac, desenvolvida pela China, é menos eficaz na prevenção da morte por covid-19 entre os idosos do que a inoculação com a vacina da BioNTech/Pfizer, a menos que sejam dadas três doses. A grande maioria da população chinesa foi vacinada com as inoculações da Sinovac ou Sinopharm, que também requer três doses para manter um alto nível de eficácia. O estudo da HKU, publicado na semana passada, apurou que três doses da Sinovac asseguram 98 por cento de eficácia na prevenção de doenças graves em pessoas com mais de 60 anos – uma taxa semelhante à vacina da BioNTech. Mas duas doses revelaram apenas 72 por cento e 77 por cento de eficácia, na prevenção de casos graves e morte, respectivamente. A vasta escala da população idosa susceptível de doença grave ou morte na China força as autoridades a aplicar medidas de bloqueio, para acabar com surtos que se alastraram a várias cidades. Apenas 20 por cento da população com 80 anos ou mais recebeu três doses. Por fases Xangai, a ‘capital’ económica da China, iniciou na segunda-feira um bloqueio, organizado em duas fases, e que abrangerá todos os seus 26 milhões de moradores, para combater uma vaga de casos que rapidamente se multiplicou na comunidade. Na província de Jilin, no nordeste do país, todos os seus 24 milhões de habitantes estão sob quarentena há quase um mês. Foi a primeira vez que a China restringiu uma província inteira desde o bloqueio de Hubei, cuja capital, Wuhan, foi o epicentro original do novo coronavírus. Noutras partes do país, dezenas de milhões de pessoas enfrentam medidas de confinamento, mais ou menos rígidas. Pequim aumentou os esforços para administrar uma terceira de inoculação aos idosos, no final de 2021. Falsa segurança Mas especialistas consideram que o sucesso do país em conter o vírus, em conjunto com a desconfiança da população mais velha em relação à vacina, prejudicou a campanha de inoculação. “O sucesso inicial da política de ‘zero casos’ criou uma falsa sensação de segurança entre os idosos”, escreveu Yanzhong Huang, especialista em políticas de saúde pública do Conselho de Relações Externas, um ‘think tank’ com sede em Nova Iorque. “Muitas pessoas mais velhas pensaram: ‘não há vírus, por que devemos preocupar em vacinar-nos e correr o risco de sofrer os efeitos colaterais”, acrescentou. Huang considerou que a hesitação face às vacinas é ainda mais prevalente nas áreas rurais, que são as mais vulneráveis no caso de um surto descontrolado, devido à escassez de hospitais e médicos. A taxa de vacinação na China continental é melhor do que em Hong Kong, onde 69 por cento dos residentes com 80 anos ou mais não estavam vacinados no início de Fevereiro. Desde então, a variante Ómicron dilacerou a população idosa não vacinada, deixando o território com o maior número de mortes do mundo por milhão de habitantes. A China registou mais de 65.900 caos nas últimas semanas, forçando várias cidades a implementar bloqueios localizados. Estas medidas parecem ter protegido os mais vulneráveis: o país teve apenas duas mortes por covid-19 este mês, segundo estatísticas oficiais. “Até que os custos excedam os benefícios, o Governo [chinês] não tem escolha a não ser manter a política de ‘zero casos’”, frisou Huang.
Hoje Macau China / ÁsiaLucro da Huawei aumenta 75,9% em 2021 para mais de 113 milhões de yuan A tecnológica chinesa Huawei revelou hoje que o seu lucro aumentou 75,9% no ano passado, para 113.700 milhões de yuans, face ao ano anterior. A empresa, que não está cotada em bolsa, adiantou ainda em comunicado que a faturação recuou 28,5% no ano passado, para 91.190 milhões de euros. A diretora financeira da empresa, Meng Wanzhou, afirmou na conferência virtual de apresentação dos resultados, na cidade de Shenzhen, no sul da China, onde a Huawei tem a sua sede, que, “apesar da faturação ter caído em 2021, a capacidade [da empresa] gerar lucros e gerar fluxo de caixa tem vindo a crescer”. E prosseguiu: “Agora podemos lidar com todas as incertezas que deveremos enfrentar”. No último trimestre de 2020, a Huawei saiu, pela primeira vez em seis anos, da lista das cinco maiores empresas globais que fabricam equipamentos móveis para redes de telecomunicações, nomeadamente ‘smartphones’.
Hoje Macau China / ÁsiaIdentificadas através de ADN as 132 vítimas mortais de acidente aéreo na China As 132 vítimas do acidente do voo da companhia aérea China Eastern que se despenhou há uma semana no sul da China foram identificadas através de amostras de ADN, disseram ontem as autoridades. O avião, um Boeing 737-800 que voava entre as cidades de Kunming e Cantão, despenhou-se na região de Guangxi no dia 21 de março, às 14:38 horas locais, matando todas as pessoas a bordo – 123 passageiros e nove membros da tripulação. Desde o acidente, 632 familiares dos falecidos puderam aceder ao local do acidente em grupos, e foram prestados cuidados psicológicos a quem deles precisou, de acordo com os meios de comunicação estatais. A violência do impacto e a inclinação da zona montanhosa onde o avião se despenhou dificultaram os trabalhos de busca, que até agora cobriram uma área superior a 40.000 metros quadrados, na qual foram encontrados restos mortais e partes do avião, incluindo as duas ‘caixas negras’ e um dos motores. A descoberta, entre quarta-feira e domingo, das duas ‘caixas negras’ do aparelho vai ajudar a determinar a causa do acidente do avião, que caiu verticalmente e desceu quase 8.000 metros em menos de três minutos, segundo o portal de rastreio de voos FlightRadar24. Embora a descodificação dos dados das caixas já tenha começado, os funcionários envolvidos na investigação disseram hoje que o conteúdo por si só é insuficiente para esclarecer o que aconteceu e que estão a recolher a maior quantidade possível de destroços do aparelho, assim como vídeos do momento do acidente. O avião, que estava em serviço há quase sete anos, tinha passado todas as verificações exigidas pelos regulamentos e o seu estado técnico era “normal e estável” durante a descolagem, de acordo com declarações de um representante da China Eastern, citadas pela imprensa local. O incidente de segunda-feira passada pôs fim a uma série de quase 12 anos sem acidentes aéreos graves na China, cujas autoridades anunciaram uma investigação de duas semanas “para garantir a segurança absoluta” nas operações do setor. Como dita a tradição chinesa, sete dias após um falecimento muitos cidadãos juntaram-se num dia de luto pelas vítimas do acidente no domingo, incluindo numa cerimónia com três minutos de silêncio no lugar onde decorrem as buscas. O Presidente chinês, Xi Jinping, também se juntou hoje ao luto pela queda do aparelho e prestou homenagem às vítimas.