China envia esta semana primeiros astronautas para a sua nova estação espacial

A China planeia enviar na quinta-feira os três primeiros membros de uma tripulação para a nova estação espacial construída pelo país, revelou hoje a agência espacial chinesa.

Dois dos astronautas participaram em missões anteriores, enquanto o terceiro vai para o espaço pela primeira vez, revelou aos jornalistas o diretor assistente da Agência Espacial Tripulada da China, Ji Qiming, no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste da China.

A secção principal da estação Tianhe, ou Harmonia Celestial, foi lançada em órbita em 29 de abril.

Os três homens que vão partir para a estação espacial na quinta-feira planeiam permanecer por um período de três meses, para realizarem caminhadas no espaço, trabalho de manutenção e experiências científicas.

Os astronautas vão viajar na nave Shenzhou-12, lançada pelo foguete Longa Marcha-2F Y12.

Trata-se da terceira de 11 missões planeadas até ao final do próximo ano pela China, para construir e manter a estação espacial e enviar tripulantes e suprimentos. Os outros dois módulos da estação devem ser lançados no próximo ano.

Trata-se da primeira missão chinesa tripulada em cinco anos. A China enviou 11 astronautas para o espaço desde que se tornou o terceiro país a fazê-lo, em 2003.

Todos eles eram pilotos do Exército de Libertação Popular, o braço militar do Partido Comunista Chinês.

Embora a primeira tripulação do Tianhe seja toda masculina, as mulheres vão integrar futuras tripulações, disseram as autoridades.

O Tianhe baseia-se na experiência adquirida pela China ao operar duas estações espaciais experimentais no início do seu programa espacial.

Astronautas chineses passaram 33 dias na segunda das estações anteriores, realizaram uma caminhada no espaço e deram aulas de ciência que foram transmitidas para estudantes de todo o país.

A China pousou uma sonda, a Tianwen-1, em Marte, no mês passado, que transportava um ‘rover’, um veículo de exploração espacial.

Nos últimos anos, a China também trouxe de volta amostras lunares, as primeiras do programa espacial de qualquer país desde os anos 1970, e pousou uma sonda e um ‘rover’ no lado oculto da lua.

Pequim não participa da Estação Espacial Internacional, em grande parte devido às preocupações dos EUA com a opacidade do programa chinês e às suas relações com as Forças Armadas.

Espera-se que missões científicas estrangeiras e possivelmente astronautas estrangeiros visitem a estação chinesa no futuro. Depois de concluído, o Tianhe vai permitir estadias de até seis meses, semelhante à muito maior Estação Espacial Internacional.

A estação chinesa deverá ter uma durabilidade de 15 anos, enquanto a Estação Espacial Internacional está a chegar ao fim do seu período útil.

16 Jun 2021

Junta militar do Myanmar critica posição de países do G7 contra golpe de Estado

A junta militar de Myanmar (antiga Birmânia) criticou a posição dos países do G7 contra o golpe militar, qualificando-a de “parcial” e assegurou que “se baseia em informações fabricadas”, noticiou hoje a imprensa oficial.

Os líderes políticos do G7, reunidos em Londres, no domingo, “condenaram veementemente” a tomada do poder pelo exército birmanês e a subsequente violência das forças de segurança contra a população civil, e apelaram para a “libertação imediata” de todos os detidos, incluindo a líder deposta, Aung San Suu Kyi.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros birmanês, por seu lado, afirmou que “os desenvolvimentos políticos internos (…) baseiam-se em “informação fabricada e tendenciosa de fontes não verificadas”, noticiou o diário pró-governamental The Global New Light of Myanmar.

A junta militar afirmou que “é errado” falar de um golpe de Estado militar quando o exército “assumiu responsabilidades estatais” através de um mecanismo que consta da Constituição de 2008.

“O Exército e quem aplica a lei desempenham as funções estritamente dentro do quadro legislativo e regulamentos existentes. Em ocasiões em que o uso da força é necessário, as forças de segurança exercem uma utilização de máxima contenção para garantir a segurança pública”, observaram.

Mais de quatro meses após a revolta que pôs fim à jovem democracia em Myanmar, o exército não conseguiu tomar o controlo de todo o país, apesar da repressão contra a oposição ao domínio militar.

As forças de segurança dispararam a matar sobre manifestantes pacíficos que exigiam a restauração da democracia e a libertação dos líderes eleitos.

Pelo menos 864 pessoas foram mortas na violência desencadeada pelas forças de segurança, de acordo com os dados da Associação para a Assistência aos Presos Políticos.

Alguns dos manifestantes decidiram pegar em armas contra o exército, cansados do pouco progresso dos protestos pacíficos.

O exército birmanês justificou o golpe com uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro, que o partido liderado por Suu Kyi venceu, tal como em 2015. Observadores internacionais consideraram o escrutínio legítimo.

16 Jun 2021

Covid-19 | China soma 21 novos casos, todos oriundos do exterior

A Comissão de Saúde da China anunciou hoje que foram diagnosticados 21 casos do novo coronavírus, nas últimas 24 horas, todos oriundos do exterior.

As autoridades não relataram nenhum novo caso local na província de Guangdong, que registou um surto que resultou em mais de uma centena de infeções desde 21 de maio.

Os 21 casos foram detetados em viajantes oriundos do exterior na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Sichuan (centro), Jiangsu (leste) e Guangdong (sudeste).

As autoridades de saúde também informaram hoje sobre a deteção de 36 novas infeções assintomáticas, todas importadas, embora Pequim não as inclua como casos confirmados, a menos que manifestem sintomas.

A Comissão Nacional de Saúde detalhou que, até à última meia-noite local, 17 pacientes tiveram alta, após superarem com sucesso a doença. O número total de infetados ativos na China continental fixou-se assim em 487, entre os quais 14 encontram-se em estado grave.

Desde o início da pandemia, 91.492 pessoas ficaram infetadas na China, tendo morrido 4.636 doentes.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.813.994 mortos no mundo, resultantes de mais de 176,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

16 Jun 2021

Morreu investidor que ficou conhecido como “Primeiro Accionista da China”

Um antigo operário fabril que ficou conhecido como o “Primeiro Accionista da China”, depois de acumular uma fortuna a negociar nos incipientes mercados financeiros do país a partir da década de 1980, morreu no domingo, segundo a imprensa local.

Yang Huaiding morreu com 71 anos, segundo o jornal estatal Securities Times e outras publicações da área financeira, que citaram uma declaração da sua família.

Yang pediu demissão do armazém de uma fábrica em Xangai, a “capital” económica do país, em 1988, e usou as suas poupanças de 20.000 yuan para comprar e vender obrigações emitidas pelo Estado chinês, depois de o Partido Comunista ter permitido a transferência de propriedade, como parte das reformas económicas orientadas para o mercado.

Yang tornou-se conhecido publicamente depois de pedir à polícia que o protegesse enquanto carregava caixas de dinheiro e títulos entre províncias. Foi então apelidado de “Yang Milhão”, depois de ganhar um milhão de yuans (165.000 euros, na época), no espaço de um ano.

No início da década de 1990, Yang aumentou a sua fortuna ao negociar nas recém-abertas bolsas chinesas. A imprensa escreveu que o último grande feito de Yang foi em 2008, quando previu correctamente a queda dos preços das acções, que gerou a crise financeira global.

Yang tornou-se a primeira pessoa na China a contratar um guarda-costas e um advogado particular e a processar uma companhia de valores mobiliários, de acordo com o Securities Times.

O mesmo jornal escreveu que Yang foi o primeiro particular a actuar como consultor de bancos e autoridades fiscais. “Como uma das testemunhas da ‘era do despertar’ do mercado de valores mobiliários da China, a sua morte é lamentável”, descreveu o jornal.

16 Jun 2021

Termina primeira sessão do julgamento de Aung San Suu Kyi

A primeira sessão do julgamento da líder birmanesa Aung San Suu Kyi chegou ao fim no Tribunal de Naypidaw, a capital administrativa do país, noticiou a estação Channel News Asia.

Se for considerada culpada, a líder da Liga Nacional para a Democracia, detida desde o golpe de Estado de 01 de fevereiro, enfrenta uma pena de 10 a 15 anos de prisão e proibição de se candidatar nas eleições que a Junta Militar prometeu organizar, ainda sem data marcada.

Aung San Suu Kyi, 75 anos, além do processo sobre divulgação e venda de documentos secretos, enfrenta um outro processo por violação das normas contra a propagação do novo coronavírus, importação de aparelhos de comunicações (rádios telefone) e violação da lei das Telecomunicações.

A sessão do julgamento está encerrada, mas fontes judiciais ligadas à líder deposta disseram à Associated Press que os procuradores ainda não acabaram de expor o caso que começou hoje a ser julgado.

A organização não-governamental Human Rights Watch considera “pouco provável” que o julgamento Aung San Suu Kyi seja justo e pede a libertação imediata da líder birmanesa deposta.

Phil Robertson, subdiretor da Human Rights Watch (HRW) para a Ásia criticou através de um comunicado que as restrições impostas fazem com que Aung San Suu Kyi seja impedida de aceder aos advogados num tribunal controlado pela Junta Militar.

“É pouco provável que tenha um julgamento justo”, disse Robertson.

“As acusações contra Aung San Suu Kyi são falsas e têm motivação política com vista a anular os resultados eleitorais alcançados em novembro de 2020 impedindo-a de se apresentar outra vez. Todas as acusações deveriam ser retiradas”, afirmou acrescentando que a dirigente política deve ser libertada “imediatamente e incondicionalmente”.

Além de Aung San Suu Kyi, 75 anos, vão também ser julgados o ex-presidente da Birmânia, Win Myin, e o ex-governador da capital, Myo Aung.

15 Jun 2021

Sobe para 25 o número de mortos em explosão de conduta de gás na China

O número de mortos na sequência de explosão de uma conduta de gás num bairro residencial na província de Hubei, no centro da China, subiu para 25, continuando a decorrer os trabalhos de resgate. Segundo o canal oficial daquela região, o número de vítimas mortais subiu para 25, mais do dobro do número divulgado anteriormente.

Vários prédios ficaram danificados e cerca de 100 pessoas feridas após a explosão que destruiu um prédio de dois andares e um mercado movimentado na cidade de Shiyan, província de Hubei. A explosão atingiu comerciantes e moradores e para o local foram destacados dois mil elementos das equipas de resgate, que evacuaram cerca de 900 pessoas de edifícios vizinhos que começaram a desabar, explicou a autarquia.

O prédio onde ocorreu a explosão era uma antiga fábrica de chassis de automóveis e diversos sobreviventes relataram que houve uma suspeita de fuga de gás quando a empresa mudou de instalações no ano passado. “Em março, funcionários da empresa de fornecimento de gás vieram e perguntaram-me se sentia cheiro de gás”, destacou um dos sobreviventes a um órgão de comunicação local.

Na China, estes acidentes são relativamente comuns e são geralmente atribuídos à fraca adesão às normas de segurança e manutenção deficiente. Este incidente aconteceu um dia depois da morte de oito pessoas, após um produto tóxico ter sido derramado numa fábrica de produtos químicos em Guiyang, no sudoeste da China.

Entre os piores acidentes, registou-se uma explosão em 2015 num armazém químico na cidade portuária de Tianjin que matou 173 pessoas, a maioria das quais bombeiros e agentes da polícia. A explosão foi atribuída à construção ilegal e ao armazenamento de materiais inflamáveis.

15 Jun 2021

Hong Kong | Director do Gabinete de Ligação explica avanço de “um país, dois sistemas”

Luo Huining, director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central em Hong Kong (RAEHK), enfatizou neste sábado a liderança do Partido Comunista da China (PCC) no avanço da causa de “um país, dois sistemas”. “O PCC introduziu, avançou e defendeu a causa de ‘um país, dois sistemas'”, disse Luo num discurso no fórum “PCC e ‘um país, dois sistemas'”, realizado na RAEHK para marcar o 100º aniversário da fundação do Partido.

“Progresso constante foi feito na prática de ‘um país, dois sistemas’ em Hong Kong sob a liderança do PCC desde o retorno de Hong Kong à pátria”, prosseguiu Luo. “A base constitucional de ‘um país, dois sistemas’ foi ainda mais consolidada quando as autoridades centrais fizeram cinco interpretações da Lei Básica da RAEHK, promulgaram a lei de segurança nacional na RAEHK e melhoraram o sistema eleitoral de Hong Kong”, disse Luo.

Segundo Luo, graças ao apoio da parte continental, a economia de Hong Kong resistiu a duas crises financeiras e a dois grandes surtos de epidemia. “Hong Kong foi incentivado a aproveitar ao máximo suas vantagens, aprimorar os intercâmbios e a cooperação com a parte continental. Aqueles que ainda falam mal de Hong Kong e alegam a ‘morte dos dois sistemas’ serão provados categoricamente errados pela história”, afirmou.

“Equívocos e distorções também surgiram no processo como resultado da propaganda das forças anti-China”, disse Luo, observando que as acções decisivas das autoridades centrais consertaram as coisas e ajudaram Hong Kong a voltar do caos à ordem. “Um país” é a pré-condição e a base de “dois sistemas”, concluiu.

Os fatos continuarão a provar que defender a liderança do PCC é na verdade defender “um país, dois sistemas” e a ordem constitucional da RAEHK conforme estipulado pela Constituição nacional e a Lei Básica da RAEHK, e salvaguardar o futuro brilhante de Hong Kong e o bem-estar fundamental do povo de Hong Kong, disse Luo.

Mais de 650 pessoas de vários sectores em Hong Kong participaram no evento, incluindo Tung Chee-hwa e Leung Chun-ying, vice-presidentes do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, bem como a Chefe do Executivo da RAEHK, Carrie Lam.

15 Jun 2021

China regista mais 23 casos de covid-19, quatro de contágio local em Guangdong

A China registou 23 infectados com o novo coronavírus nas últimas 24 horas, quatro deles de contágio local na província de Guangdong, anunciaram hoje as autoridades.

Guangdong detetou mais de 100 infeções locais desde 21 de Maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.797.342 mortos no mundo, resultantes de mais de 175,5 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

14 Jun 2021

China aprova lei para retaliar sanções estrangeiras

O órgão máximo legislativo da China aprovou hoje uma lei que visa conter sanções estrangeiras, para “salvaguardar a soberania, a dignidade e os interesses fundamentais” do país, informou a imprensa oficial.

A legislação foi aprovada na sessão de encerramento do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN), mas os detalhes não foram ainda divulgados.

A lei prevê fornecer ao país uma base legal para retaliar sanções como as recentemente impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia, devido a abusos dos Direitos Humanos de minorias étnicas de origem muçulmana em Xinjiang.

“Alguns países ocidentais, devido à manipulação e preconceito político, usaram recentemente vários pretextos, incluindo questões relacionadas com Xinjiang e Hong Kong, para caluniar e suprimir a China, especialmente através das chamadas ‘sanções’ contra órgãos, organizações e funcionários do Estado”, apontou numa declaração a Comissão de Assuntos Jurídicos do Comité Permanente da APN.

A nota indicou que “como essas sanções violam o direito internacional e interferem nos assuntos internos” do país, a China “considera necessário formular uma lei especial para se opor às sanções estrangeiras”.

Este instrumento legal fornecerá “forte apoio jurídico e uma garantia para as contramedidas legais da China contra medidas discriminatórias estrangeiras”, acrescentou o comunicado.

De acordo com a instrução do plenário da APN, realizado em março passado, a intenção é “atualizar os seus instrumentos jurídicos para fazer face aos desafios e proteger-se dos riscos”, com o objetivo de se “opor às sanções internacionais, à ingerência e à jurisdição de longo alcance”.

Na preparação do texto, o corpo legislativo levou em consideração as recomendações de diversos sectores e analisou legislações internacionais e de outros países, segundo a imprensa local.

Algumas empresas estrangeiras no país expressaram preocupação com o impacto potencial desta lei nos seus negócios na China.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Wang Wenbin disse que a aprovação do novo texto legal mostra a “determinação da China em proteger a sua soberania e interesses fundamentais” e “não afectará as suas relações com outros países”.

Em 22 de março, a União Europeia impôs sanções contra as autoridades chinesas por supostas violações dos Direitos Humanos na região de Xinjiang. Foram as primeiras sanções impostas por Bruxelas ao país asiático em mais de 30 anos.

10 Jun 2021

Covid-19 | Província de Guangdong detecta seis casos locais

A província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou seis casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China.

Guangdong detetou mais de cem infeções locais desde 21 de maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província.

A China registou ainda quinze casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Shaanxi (centro), Zhejiang (leste), Sichuan (centro) e Yunnan (sul).

A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos ativos é de 416, entre os quais doze em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.337 casos da doença e 4.636 mortos.

10 Jun 2021

Julgamento em Timor-Leste de ex-padre volta a ser adiado devido a problemas técnicos

O julgamento do ex-padre acusado de abuso de crianças em Timor-Leste foi hoje novamente adiado, marcado agora para Julho, devido a problemas técnicos no sistema de videoconferência que estava a ser usado para a ligação ao Tribunal de Oecusse.

“O pedido de adiamento veio da defesa, mas o Ministério Público também concordou porque o sistema de videoconferência estava com problemas devido à qualidade da internet e do som”, disse à Lusa o oficial de justiça do Tribunal de Oecusse.

“A defesa [que estava em Díli] não conseguia ouvir bem o depoimento da vítima e por isso pediu o adiamento. O coletivo de juízes decidiu adiar o caso para 05 de julho, mas já com audiência presencial”, referiu.

O sistema de videoconferência começou a ser usado na quarta-feira para o depoimento do arguido, que falou a partir do Tribunal de Recurso, em Díli, tendo ficado já marcado por alguns problemas técnicos.

Richard Daschbach prestou declarações durante cerca de três horas, durante a tarde, na sala principal do Tribunal de Recurso, depois de problemas técnicos terem impedido o depoimento previsto durante a manhã.

O recurso à videoconferência foi necessário depois do arguido e da defesa não terem viajado para Oecusse a tempo das audiências marcadas, com advogados de Daschbach a criticarem as regras em vigor no enclave que obrigam a quarentena de 14 dias mesmo a quem apresente testes negativos à covid-19.

Procuradores, juízes e as representantes das vítimas viajaram para o enclave cumprindo as regras em vigor.

Maria Agnes Berre, da JU,S Jurídico Social, a organização que representa as alegadas vítimas, lamentou um novo adiamento.

“Os representantes das vítimas não estão satisfeitos com mais um adiamento. Sempre a pedido do arguido. Mais uma vez demonstra-se a posição inferior e discriminatória das vítimas”, afirmou à Lusa.

“Nunca existirá justiça real em Timor-Leste quando não houver uma reforma séria de como as mulheres vítimas são tratadas por todos no sistema judiciário”, sustentou.

Richard Daschbach, 84 anos, está a ser julgado pelos crimes de abuso de menores, pornografia infantil e violência doméstica alegadamente cometidos durante anos no orfanato Topu Honis, em Oecusse.

Daschbach foi expulso da congregação da Sociedade do Verbo Divino (SVD) em Timor-Leste e do sacerdócio pelo Vaticano pelo “cometido e admitido abuso de menores”, com a decisão a basear-se numa detalhada investigação, incluindo a sua confissão oral e escrita.

Sucessivos adiamentos desde o inicio do julgamento, em fevereiro, implicam que até agora ainda só foi possível ouvir a declaração inicial do arguido.

10 Jun 2021

Relator da ONU alerta para risco de “mortes em massa” em Myanmar

O relator especial da ONU para os direitos humanos em Myanmar, Tom Andrews, avisou ontem que a fome e as doenças podem causar “mortes em massa”, como consequência dos combates no leste do país.

No estado de Kayah (leste), perto da fronteira com a Tailândia, os combates intensificaram-se nas últimas semanas, com os habitantes a acusarem o exército – afecto à junta militar que tomou o poder num golpe de estado em 1 de Fevereiro – de disparar projécteis de artilharia usando os que caíram perto de aldeias.

O escritório da ONU em Myanmar informou na terça-feira que cerca de 100.000 pessoas foram deslocadas por causa destes combates, alertando para a “necessidade urgente” de comida, água e abrigo, já que as restrições de movimento impostas pelas forças de segurança atrasam a entrega de ajuda humanitária.

“Os ataques brutais e indiscriminados da junta ameaçam a vida de vários milhares de homens, mulheres e crianças no estado de Kayah. Muitos foram forçados a fugir para as florestas vizinhas, sem comida, água ou abrigo”, escreveu Tom Andrews na sua conta da rede social Twitter, referindo-se a “mortes em massa devido à fome e doenças”.
Myanmar está em crise e a sua economia paralisou, especialmente por causa da brutal repressão militar sobre os manifestantes que protestam regularmente contra o golpe militar.

Nas últimas semanas, os confrontos eclodiram em várias partes do país, com os habitantes a formar as suas próprias “forças de defesa”, principalmente em bairros particularmente atingidos pela repressão militar.

A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) empreendeu esforços diplomáticos para tentar resolver a crise, mas as lutas internas na organização não avançaram.

Do lado da China, tradicional aliada dos generais birmaneses, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, reiterou, na terça-feira, que a política de Pequim em relação ao país vizinho “não será afectada pelas mudanças na situação interna e externa de Myanmar”.

“A China apoiou, apoia e apoiará Myanmar para escolher um caminho de desenvolvimento que seja adequado”, acrescentou Wang durante uma reunião em Chongqing com o ministro dos Negócios Estrangeiros birmanês nomeado pela junta, U Wunna Maung Lwin.

10 Jun 2021

Europa vista como contrabalanço pela China ao poder dos Estados Unidos

A China continua a ver a Europa como peça-chave para contrabalançar o poder hegemónico dos Estados Unidos, observam analistas, apesar de a União Europeia ter reavaliado a sua relação com Pequim nos últimos anos

 

A Europa continua a ser para Pequim um ponto de equilíbrio no sensível xadrez geopolítico e no braço-de-ferro com os Estados Unidos. A China ocupa um lugar importante na agenda da visita do Presidente norte-americano Joe Biden à Europa, esta semana, à medida que a principal potência emergente assume uma relevância crescente nos assuntos internacionais.

Shen Dingli, director do Instituto de Estudos Internacionais na Universidade Fudan, em Xangai, nota que Pequim continua a ver a “UE como um provável contrabalançar da hegemonia dos Estados Unidos”.

Numa altura em que Biden se tenta reaproximar dos aliados, após o antecessor, Donald Trump, ter abalado as relações transatlânticas, e assumir uma política comum para a China, diferentes interesses económicos e estratégicos continuam a dificultar um consenso entre ambos os lados.

“Não existe um consenso para uma abordagem comum transatlântica para a China”, admite à agência Lusa o embaixador de Portugal em Pequim, José Augusto Duarte. “Esse consenso tem que ser construído e trabalhado com a própria China” e depende também “da reacção que a China tem e como trabalha, cria as explicações, as seguranças, junto dos outros, para que haja respostas diferentes”, resume.

Nos últimos meses, a relação entre China e União Europeia deteriorou-se, depois de os dois lados imporem sanções um ao outro. Entre os visados pelas sanções retaliatórias da China estão cinco membros do Parlamento Europeu – Reinhard Butikofer, Michael Gahler, Raphael Glucksmann, Ilhan Kyuchyuk e Miriam Lexmann.

A decisão chinesa colocou em risco o Acordo Global de Investimento entre os dois lados. O acordo precisa da aprovação dos eurodeputados para entrar em vigor. O Parlamento Europeu decidiu congelar a ratificação do acordo, entretanto, e anunciou que não prosseguirá com este até que a China levante as sanções.

A outra balança

À semelhança dos Estados Unidos, a União Europeia reclama uma relação mais igualitária e recíproca em termos de comércio e investimento com a China e espera que o país asiático tenha mais respeito pela democracia e direitos humanos. “Convém trabalhar seriamente nisso, para encontrar os equilíbrios necessários e para que haja um sentimento de reciprocidade e igualdade de tratamento entre todos os povos”, afirmou José Augusto Duarte.

A nível de Defesa, vários países europeus, incluindo França e Alemanha, estão agora também mais dispostos a enviar navios da Marinha até ao mar do Sul da China para reforçar a mensagem dos EUA sobre a liberdade de navegação na região.

“Para a China, o conceito de uma política independente de defesa europeia é, geralmente, considerado adequado, na sua noção preferida de um mundo multipolar, ao invés de unipolar e dominado pelos Estados Unidos”, aponta também à Lusa Shen Dingli.

Apesar de, no contexto da NATO, EUA e Europa executarem operações militares conjuntas no exterior, uma política de segurança e defesa europeia independente “não seria necessariamente igual à dos Estados Unidos, especialmente se os norte-americanos divergirem significativamente da norma do direito internacional, como foi o caso da Guerra do Iraque”, argumenta.

Biden viaja primeiro para o Reino Unido para uma cimeira entre os líderes do G7 e, em seguida, para Bruxelas, para a cimeira da OTAN e um encontro com os chefes da União Europeia.

10 Jun 2021

Covid-19 | Província de Guangdong detecta oito casos locais

A província de Guangdong detectou oito casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. Guangdong detectou mais de cem infecções locais desde 21 de Maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província.

A China registou ainda 8 casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias de Sichuan (centro), Fujian (leste) e Guangdong (sudeste).

A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 413, entre os quais dez em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.316 casos da doença e 4.636 mortos.

A pandemia de provocou, pelo menos, 3.739.777 mortos no mundo, resultantes de mais de 173,5 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

9 Jun 2021

Tailândia | Iniciada vacinação em massa com AstraZeneca

A Tailândia iniciou ontem uma campanha de vacinação em massa para a população em geral com a vacina AstraZeneca, numa altura de desconfiança crescente na gestão do Governo devido à lentidão do processo.

O primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-ocha, exortou o público a ser paciente, dizendo ser normal que a escassa oferta não pudesse satisfazer rapidamente a elevada procura de vacinas. “As vacinas serão distribuídas gradualmente ao longo do mês, de acordo com o nível de risco, índice populacional e possíveis novos surtos”, disse, durante a cerimónia de abertura da campanha.

As autoridades criaram vários centros de inoculação em Banguecoque, o epicentro do actual ressurgimento de casos de covid-19 no país, e darão prioridade à vacinação dos idosos e das pessoas com doenças crónicas.
Contudo, outras províncias do país e alguns hospitais da capital anunciaram anteriormente o atraso do início da campanha devido a dúvidas sobre a recepção de doses suficientes.

A estratégia da Tailândia, que já vacinou 1,3 milhões de pessoas com o regime completo, baseia-se principalmente na produção doméstica de 61 milhões de doses da Oxford-AstraZeneca por um laboratório de propriedade do rei tailandês, Vajiralongkorn.

O país é actualmente um dos países da região do Sudeste Asiático que tem administrado menos doses à população.
Enquanto os residentes da capital começam a receber a vacina, a vacinação já está bem encaminhada entre a população da ilha turística de Phuket, onde esperam alcançar a imunidade do grupo até 1 de Julho, data prevista para a reabertura da ilha ao turismo estrangeiro.

As autoridades tailandesas tencionam levantar quase todas as restrições aos turistas estrangeiros já vacinados que viajam para a ilha a partir do próximo mês, onde devem permanecer pelo menos 14 dias antes de se mudarem para outra região tailandesa. Este plano piloto, que poderá ser alargado no futuro à ilha de Samui.

8 Jun 2021

Província de Guangdong detecta 19 casos locais de covid-19

A província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou 19 casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China.

Guangdong detectou mais de cem infecções locais desde 21 de Maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província.

A China registou ainda 14 casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias da Mongólia Interior (norte), Guangdong (sudeste), Fujian (leste), Jiangsu (leste), Sichuan (centro) e Yunnan (sudoeste).

A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 409, entre os quais dez em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.300 casos da doença e 4.636 mortos.

A pandemia de provocou, pelo menos, 3.731.297 mortos no mundo, resultantes de mais de 173,2 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

8 Jun 2021

MNE | China recebe ministros do sudeste asiático com covid-19 na agenda

A China vai receber, esta semana, os ministros dos Negócios Estrangeiros de dez países do sudeste asiático, numa altura de competição por influência regional com os Estados Unidos. A criação do passaporte de vacina está na agenda, assim como a busca pela normalidade regional pós-pandemia

 

A imprensa oficial chinesa informou que a reunião de hoje na cidade de Chongqing, no sudoeste da China, vai abranger questões como o restabelecimento do turismo e outras trocas económicas afectadas pela pandemia da covid-19 e esforços coordenados no combate à pandemia.

Também vai ser abordada a criação de um passaporte de vacina para permitir viagens mais livres entre os países.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, deve reunir separadamente com cada um dos seus homólogos à margem da conferência.

Pequim está a construir influência entre os 10 países que compõem a Associação das Nações do Sudeste Asiático, apesar dos atritos com alguns deles sobre reivindicações territoriais no Mar do Sul da China.

As Filipinas reclamaram repetidamente a presença de barcos chineses ancorados num recife que reclama como seu e a Malásia protestou na semana passada contra a intrusão de 16 aeronaves militares chinesas no seu espaço aéreo, designando o incidente de “séria ameaça à soberania nacional e à segurança do tráfego aéreo”.

O peso económico e diplomático chinês ajudou a superar tais preocupações, no entanto, enquanto o bloco não conseguiu formar uma posição unificada, face à oposição dos aliados chineses, sobretudo o Camboja.

“Nas últimas três décadas, a cooperação China – ASEAN cresceu fortemente, tornando-se o exemplo mais bem-sucedido e dinâmico de cooperação na região da Ásia – Pacífico”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, no domingo, ao anunciar a reunião.

“O facto de os dois lados concordarem em realizar uma reunião, cara a cara, entre os ministros dos Negócios Estrangeiros, e apesar da situação sombria da covid-19 em curso, reflecte como os países atribuem grande importância e mantêm grandes expectativas para as relações China – ASEAN sob as novas circunstâncias”, descreveu.

Mares agitados

Os EUA, que mantêm presença naval activa no Mar do Sul da China e fortes relações com a região, expressaram preocupação com a presença crescente da China, particularmente o seu impacto sobre a segurança e a influência política de Pequim sobre democracias frágeis.

Durante uma reunião com o primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, na semana passada, a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, apontou a construção de novas instalações na Base Naval de Ream pela China e exortou a liderança do Camboja a manter uma política externa independente e equilibrada, “no melhor interesse do povo cambojano”.

A China, porém, considera a presença naval dos EUA a maior ameaça à segurança na região, particularmente a sua insistência em navegar perto do território chinês, no que Washington denomina de operações de liberdade de navegação.

Pequim também se opõe fortemente ao reforço das relações entre os EUA e Taiwan, a ilha autónoma reivindicada pela China.

Washington enviou uma forte mensagem de apoio no domingo, quando três senadores voaram para Taipé, num avião de transporte da Força Aérea, para anunciar que os EUA vão fornecer a Taiwan 750.000 doses da vacina contra a covid-19, depois de a ilha ter reclamado que a China está a atrapalhar os seus esforços para garantir vacinas.

8 Jun 2021

Covid-19 | Cantão impõe novos limites à circulação de pessoas

Os residentes de Cantão, no sudeste da China, não vão poder sair da cidade, a menos que demonstrem que é absolutamente necessário fazê-lo, após dezenas de casos de covid-19 terem sido detectados em diferentes distritos nas últimas duas semanas.

Quem tiver permissão para sair da cidade deve apresentar teste negativo para o vírus realizado nas últimas 48 horas, de acordo com as normas que entraram hoje em vigor. A mesma regra aplica-se a qualquer pessoa que pretenda sair da província de Guangdong.

A cidade também está a restringir refeições em ambientes fechados, a conduzir testes em massa e a colocar em isolamento domiciliário residentes em bairros de alto risco. Pelo menos dois bairros da cidade de 18 milhões de habitantes foram colocados sob quarentena de facto.

A variante que causou o surto de Cantão – a variante delta identificada pela primeira vez na Índia – é supostamente mais infecciosa porque aqueles que a têm demoram mais para exibir os sintomas, enquanto carregam mais partículas do vírus.

Cantão detectou quatro casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China, elevando o total recente para mais de 100 desde 21 de Maio.

7 Jun 2021

Covid-19 | Província de Guangdong detecta sete casos locais em 24 horas

A província chinesa de Guangdong detectou sete casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China.

Guangdong detetou dezenas de infeções locais desde 21 de maio passado, situação que levou as autoridades locais a impor, esta semana, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19, e a isolar bairros inteiros em Cantão.

Pelo menos 180 mil pessoas estão em isolamento domiciliário em Cantão, de acordo com o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças.

A China registou ainda 23 casos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste), Pequim (norte) e Tianjin (norte) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Yunnan (sudoeste), Jiangsu (leste), Zhejiang (sudeste), Fujian (sudeste), Sichuan (centro) e Shaanxi (centro).

As autoridades sanitárias também indicaram terem detetado 18 infeções assintomáticas, três por contágio local em Guangdong e as restantes importadas, embora Pequim não as inclua como casos confirmados, a menos que manifestem sintomas.

A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos ativos é de 392, entre os quais dez em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.248 casos e 4.636 mortos.

6 Jun 2021

Do vinho à cortiça, empresários chineses apostam em produtos típicos de Portugal

Reportagem de João Pimenta, da agência Lusa

Em Pequim ou Xangai, do vinho da Madeira à cortiça, pequenos e médios empresários chineses estão a apostar em produtos típicos portugueses, atestando a crescente sofisticação e cosmopolitismo da emergente classe média urbana da China.

No complexo de torres envidraçadas Chaowai SOHO, situado no distrito financeiro da capital chinesa, a recentemente inaugurada Madeira Home (“Casa da Madeira”, em português), ostenta milhares de garrafas de vinho da Madeira, algumas datadas de finais do século XIX.

“Estávamos em busca de algo perdurável e que pudesse até ser herdado pela próxima geração”, explica à agência Lusa a dona do estabelecimento, Zhang Ruoxi.

Zhang, que gere há dez anos anos, em conjunto com o pai, uma empresa de importação de vinho, tinha “dificuldade” em promover produtos devido às suas “características homogéneas”, com “sabores e vinícolas com identidades semelhantes”.

No vinho Madeira, porém, encontrou a “exclusividade” de um “sabor e legado únicos”: a “longevidade” da produção vinícola, com garrafas armazenadas há mais de cem anos, aliada ao espírito de “aventura e exploração” da Era dos Descobrimentos portuguesa.

“O vinho passa de geração em geração: tem um caráter familiar”, explica. “Isso é algo que valorizamos muito”.

Retratos de navegadores portugueses, incluindo Vasco da Gama e João Gonçalves Zarco, o primeiro administrador do arquipélago da Madeira, e painéis de azulejos importados de Portugal, atribuem genuinidade ao estabelecimento.

Embora apenas cerca de 3% da população chinesa beba regularmente vinho, a China é já o quinto maior mercado do mundo, devido à sua dimensão populacional – 1,4 mil milhões de habitantes.

“As pessoas estão cada vez mais interessadas em experimentar novos tipos de vinho. Em Pequim ou Xangai, todas as noites os jovens saem para beber um copo”, observa Zhang.

No espaço de uma década, a China construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, mais de oitenta aeroportos ou dezenas de cidades de raiz, alargando a classe média chinesa em centenas de milhões de pessoas.

O país asiático tornou-se o maior emissor de turistas e o maior mercado para marcas de luxo do mundo. As duas realidades confundem-se: os cerca de 170 milhões de chineses que viajaram para o exterior, em 2019, representaram mais de um terço de todas as vendas globais de bens de luxo, segundo analistas.

Em Xangai, Li Shuhua inaugurou, no ano passado, uma loja dedicada exclusivamente a produtos em cortiça importada de Portugal, após quase 20 anos a trabalhar com aquela matéria-prima como material complementar no calçado ou canas de pesca.

“Um material tão bom era usado apenas como complemento, foi então que pensamos: por que não utilizá-lo como material principal”, conta à agência Lusa.

A marca, designada Kaoge, uma conversão fonética para chinês da palavra inglesa cork (“cortiça”, em português), fabrica e comercializa sapatos, carteiras, bolsas, malas ou chapéus em cortiça.

Huang Xiaomian, o designer da marca, aponta a cortiça como paradigma da economia circular, numa altura em que o ambiente ocupa um lugar cada vez mais importante para os governos e consumidores.

“Se não nos importamos com o meio ambiente hoje, estamos a degradar o ambiente para os nossos filhos”, aponta. “Tudo é um ciclo”.

O designer chinês refere uma “consciencialização cada vez maior sobre a importância da sustentabilidade na indústria têxtil chinesa”, onde “novos regulamentos estão a ditar a transição para material renovável”.

As trocas comerciais entre a China e Portugal aumentaram 4,82% em 2020, em relação ao ano anterior, segundo dados das alfândegas chinesas. Pequim importou mais 19,6%, ou o equivalente a 2,3 mil milhões de euros, face a 2019.

6 Jun 2021

Guangdong detecta 15 casos locais de covid-19

A província de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou 15 casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China.

Guangdong detectou dezenas de infeções locais desde 21 de maio passado, situação que levou as autoridades locais a impor, na segunda-feira, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19.

A China registou ainda nove casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Fujian (sudeste) e Sichuan (centro).

As autoridades sanitárias também indicaram terem detectado 18 novas infeções assintomáticas, cinco por contágio local em Guangdong e as restantes importadas, embora Pequim não as inclua como casos confirmados, a menos que manifestem sintomas.

A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 364, entre os quais sete em estado grave.

3 Jun 2021

Português surpreendido no epicentro de surto de covid-19 na província chinesa de Guangdong

Sem aviso prévio, o português Alexandre Castro ficou impedido de sair de casa, por tempo indeterminado, na cidade de Cantão, sudeste da China, experimentando a contundência das autoridades chinesas na supressão do novo coronavírus.

“No sábado, íamos a sair do edifício e já não conseguimos”, descreveu Castro à agência Lusa. “As ruas em torno do bairro foram cercadas, com cordão policial, e uma barreira foi colocada à porta do prédio”, disse.

Alexandre Castro, treinador de futebol radicado há dois anos em Cantão, cidade com 15 milhões de pessoas, foi apanhado no epicentro do surto que resultou em dezenas de infeções locais desde 21 de Maio. O súbito aumento de casos na capital da província de Guangdong abalou as autoridades chinesas, que pensavam que tinham a doença sob controlo.

O bairro onde o português vive – Zhonghai Huawan Yihao – foi dos primeiros a ser isolado, após terem sido detetados vários casos entre os moradores. O condomínio é composto por mais de vinte torres, servindo de residência a milhares de famílias.

Na semana passada, após terem sido detectados os primeiros casos no bairro, todos os moradores foram testados. No sábado, as autoridades procederam a isolar o quarteirão, impedindo saídas. Pelo menos cinco estações de metro próximas da área foram encerradas, segundo o português.

A nível provincial, as autoridades impuseram na segunda-feira restrições à saída de pessoas de Guangdong, passando a exigir um teste realizado nas 72 horas anteriores. O fornecimento de mantimentos para o bairro de Alexandre, situado no sul de Cantão, continua a ser uma incógnita. “Fomos informados que íamos receber mantimentos, mas até agora nada”, resumiu.

Desde Março de 2019, quando o Partido Comunista Chinês declarou vitória sobre a doença, as autoridades têm actuado rapidamente para impedir que novos surtos se alastrem, colocando sob quarentena bairros ou cidades inteiras, enquanto testam massivamente a população local assim que os primeiros casos são diagnosticados.

O relato de Alexandre ilustra a eficácia do sistema chinês em lidar com a doença, mas também o seu lado mais sombrio: o vírus foi mantido sob controle, mas apenas devido ao poder do regime de ditar mudanças colossais, enquanto dispõe de um amplo aparelho de vigilância.

Praticamente todas as pessoas que vivem na China são hoje obrigadas a usar um aplicativo no telemóvel que regista em detalhe onde o usuário esteve. O aplicativo é exigido à entrada de edifícios de escritórios, centros comerciais ou supermercados.

Comités de Prevenção da Epidemia foram oficialmente criados em todos os bairros, ilustrando a mobilização nacional, depois de o Presidente chinês, Xi Jinping, ter designado o combate ao vírus como uma “guerra popular”.

2 Jun 2021

China detecta primeiro caso mundial de gripe aviária H10N3 em humanos

Um homem no leste da China contraiu o que pode ser o primeiro caso humano da estirpe H10N3 da gripe das aves, mas o risco de contágio em larga escala é baixo, afirmou esta terça-feira o Governo.

O homem, de 41 anos, na província de Jiangsu, noroeste de Xangai, foi hospitalizado em finais de abril e encontra-se estável, anunciou a Comissão Nacional de Saúde no seu ‘site’ na internet.

Mais nenhum caso humano de H10N3 foi reportado em lugar algum, segundo a mesma fonte. “Esta infeção é uma transmissão acidental entre espécies”, de acordo com o comunicado publicado, no qual se refere: “O risco de transmissão em larga escala é baixo”.

O paciente melhorou até alcançar os requisitos para lhe ser dada alta, acrescentou a comissão. As autoridades acompanharam todos os contactos e não encontraram “anomalias”. De acordo com os peritos trata-se de um caso isolado. Este vírus não tem capacidade para infetar de forma efectiva os humanos.

A comissão apelou aos cidadãos para evitarem o contacto com aves mortas no dia a dia e a não se aproximarem sequer dos animais vivos, bem como a cuidarem da higiene alimentar e a recorrerem ao médico se tiverem sintomas de febre ou problemas respiratórios.

2 Jun 2021

Autoridades de Guangdong detectam 11 casos locais de covid-19

A província de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou 11 casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China.

Guangdong detetou dezenas de infeções locais desde 21 de maio passado, situação que levou as autoridades locais a impor, na segunda-feira, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19.

A China registou ainda 12 casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Jiangsu (sudeste) e Sichuan (centro).

As autoridades sanitárias também indicaram terem detetado 15 novas infeções assintomáticas, duas por contágio local em Guangdong e as restantes importadas, embora Pequim não as inclua como casos confirmados, a menos que manifestem sintomas.

A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 337, entre os quais seis em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.122 casos da doença e 4.636 mortos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.543.125 mortos no mundo, resultantes de mais de 170,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

1 Jun 2021