Timor-Leste registou quase 100 casos de covid-19 nas últimas 24 horas

Timor-Leste registou nas últimas 24 horas um total de 99 casos de infeções com o SARS-CoV-2, a maior parte dos quais nas duas maiores cidades do país, Díli e Baucau, informou ontem o Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC).

Em comunicado o CIGC explica que 58 dos casos se registaram em Díli, com 34 em Baucau, dois cada em Ainaro e Ermera e um cada em Aileu, Viqueque e Oecusse. No mesmo período registou-se um total de 76 casos recuperados, com o total de ativos a ser agora de 1073 e o total de infeções registadas desde o início da pandemia a ultrapassar pela primeira vez os 2.000 (para 2.048).

O CIGC explica que os casos incluem cinco pessoas com sintomas da covid-19, sendo que o total de positivos representam 10,33% do total de 958 testes realizados pelo Laboratório Nacional. Há agora casos reportados de infeção com o SARS-CoV-2 nos 12 municípios e no enclave de Oecusse-Ambeno.

O comunicado do CIGC confirma que a incidência em Díli nos últimos sete dias foi de 27,3 por 100 mil habitantes, acima dos 22,5 registados na vizinha Indonésia. Actualmente há 20 casos moderados e dois graves no centro de isolamento de Vera Cruz, em Díli.

As autoridades timorenses antecipam um aumento significativo de casos de covid-19 nas próximas semanas, incluindo mais hospitalizações e potenciais óbitos, com transmissão comunitária em Díli e cada vez menos respeito pelas medidas preventivas.

A previsão é feita num relatório de análise epidemiológica à situação da covid-19, a que a Lusa teve acesso, e que confirma a progressão da curva epidémica, com o número total de casos a crescer significativamente em abril.

“A subida acentuada na curva mostra que o número total de casos está a aumentar rapidamente, à medida que a transmissão continua dentro da comunidade”, refere-se no relatório.

“Se o crescimento de casos diários continuar ao ritmo atual antecipamos cerca de 2.000 novos casos diagnosticados nas próximas duas semanas, associado ao aumento das hospitalizações e mortes”, prevê-se no documento.

28 Abr 2021

Covid-19 | “Dilúvio” de doentes esgota camas em hospitais de Goa e desespera famílias

Por Paula Telo Alves, da Agência Lusa

O médico de Goa Oscar Rebello alertou ontem que a situação da covid-19 naquele estado indiano “é terrível”, com camas a faltar nos hospitais, por causa do “dilúvio de doentes” nesta segunda vaga da pandemia. “Em setembro, na primeira vaga, os casos aumentavam mais devagar, mas desta vez é um completo dilúvio”, disse à Lusa o médico do Hospital Healthway, em Goa Velha, em Pangim, capital daquele estado indiano.

O médico, que fala português fluentemente, intercalado com algumas palavras em inglês, trata doentes com covid-19 há mais de um ano, e garante que a situação atual é a pior desde o início da pandemia.

“É terrível, é um desastre”, disse à Lusa. “Antes, tínhamos tempo para assistir os doentes, organizar o oxigénio e o remdesivir [anti-viral para tratar a doença], mas desta vez é um dilúvio, uma trovoada”, lamentou.

Apesar de “para já” não faltar oxigénio em Goa, como acontece noutros estados indianos, a afluência de doentes aos hospitais, “públicos e privados”, excede largamente as camas disponíveis, segundo o médico.

“Os doentes estão como sardinhas”, contou à Lusa. “Há gente em macas e cadeiras porque não têm cama”, denunciou.

“É horrível, não podemos manejar. Estamos completamente cansados, deprimidos, esgotados”, admitiu.

O médico, nascido em 1952, disse estar particularmente chocado com a letalidade da doença entre os jovens.

“Desta vez, jovens de 30, 35 anos, que não têm nada – não há diabetes, não fumam – estão a morrer. É uma tragédia enorme”, lamentou.

O desespero dos doentes e famílias está a levar muitos a recorrer às redes sociais, noticiou na segunda-feira o jornal local Herald, e há mesmo quem peça ajuda à Igreja, num estado onde cerca de um quarto da população é católica, disse à Lusa o padre Noel da Costa.

“Nós também recebemos chamadas e dizemos às pessoas que têm de contactar um médico, mas eles respondem: ‘Padre, todos os hospitais estão cheios, não há vagas, o que podemos fazer?'”, contou à Lusa o prelado.

“Estão tão desesperados que ligam a toda a gente para ver se conseguem ajuda de alguém”, explicou.

A Igreja tem apelado às pessoas “para ficarem em casa, porque a situação é muito má”, disse o padre.

“Não há vagas nos hospitais, as pessoas estão a morrer em Goa, milhares estão a ser infetados”, lamentou. “Nós também nos sentimos impotentes”, admitiu.

Na semana passada, o presidente da Conferência Episcopal Católica da Índia pediu aos bispos para realizarem um dia de oração a 07 de maio, “procurando intervenção divina para salvar o país da pandemia”, segundo a agência católica Union of Catholic Asian News.

Em Goa, a maioria das igrejas “estão fechadas”, com os serviços religiosos a serem transmitidos pelas redes sociais, mas isso não vai impedir a iniciativa, disse o padre Noel da Costa.

“Estamos a usar as redes sociais para avisar cada família, individualmente, através do Whatsaap, para rezarem”, contou.

Goa, que faz fronteira com dois dos estados mais afetados do país, Maharashtra e Karnataka, registou na segunda-feira um novo recorde de casos desde o início da pandemia, com 2.321 novas infeções, além de 38 mortes provocadas pela doença.

A situação já levou o ministro da Saúde daquele estado, Rane Vishwajit, a pedir medidas mais drásticas ao Governo.

“Chegou a altura de Goa ter um confinamento completo pelo menos durante um mês, não podemos dar-nos ao luxo de perder mais vidas”, escreveu o ministro na segunda-feira, na rede social Twitter, adiantando que apelaria ao chefe do Governo, Pramod Sawant, para decretar a medida.

O responsável do executivo recusou no entanto o confinamento, segundo os jornais locais, mas para o médico Oscar Rebello, é urgente impor restrições para “quebrar a cadeia de transmissão”.

“Esses casamentos, festivais religiosos, casinos… Com certeza que o vírus se vai espalhar. Por isso, sim, sou a favor de um ‘lockdown’ [confinamento] parcial, pelo menos durante 15 dias”, afirmou.

Com 1,5 milhões de habitantes, Goa tem “alta positividade neste momento”, disse à Lusa o professor de Física e Biologia Gautam Menon, que trabalha em modelos matemáticos de previsão da doença para vários Governos de estados indianos.

Para o professor da Universidade Ashoka, “é provável” que o surto em Goa esteja relacionado com a presença da variante indiana, predominante no estado vizinho de Maharashtra, um dos mais afetados.

Com uma população de 1,3 mil milhões de habitantes, a Índia está a braços com um surto devastador, com recordes de mortes e contágios durante cinco dias consecutivos, o que já levou vários países a oferecerem ajuda ao gigante asiático.

A segunda vaga atingiu o país após uma redução drástica das infeções durante vários meses, o que levou muitos a especular sobre a possível imunidade da população à doença.

“Na vida, a gente paga sempre a arrogância”, apontou Oscar Rebello. “Nunca se devia ser arrogante em relação ao vírus, é preciso continuar humilde”, defendeu o médico.

28 Abr 2021

Filipinas celebram 500 anos da morte de Magalhães, mas também a sua herança

As Filipinas estão a celebrar 500 anos da vitória do herói nativo Lapu Lapu contra Fernão de Magalhães, que morreu em 27 de Abril de 1521 em Mactan, mas também o legado que deixou no país. Se por um lado, as Filipinas glorificam a vitória de Lapu Lapu e a expulsão dos invasores estrangeiros, celebram também algo que foi trazido por Fernão de Magalhães: o cristianismo.

“O cristianismo é o mais importante. Ele trouxe o cristianismo para as Filipinas”, explicou à Lusa o cônsul honorário de Portugal em Cebu, Samuel Chioson, sobre as comemorações da chegada do cristianismo ao país, levado pelo navegador português Fernão de Magalhães, que aportou em Cebu em Março de 1521. “Por isso também celebramos a sua chegada, que trouxe a nossa fé”, frisou, não fossem as Filipinas o maior país católico asiático.

Contudo, a tónica das celebrações de ontem foi mesmo a vitória de Lapu Lapu contra Fernão de Magalhães. “Magalhães implorou ao povo de Mactan que se rendesse, apenas para receber uma resposta de que, se os espanhóis tivessem lanças, os guerreiros de Mactan tinham lanças com pontas endurecidos no fogo”, lembrou o Comité Nacional do Cinquentenário, da República das Filipinas.

“Devido à maré baixa, os barcos de Magalhães não conseguiram chegar à costa, forçando-os a caminhar em águas profundas. Ali, os guerreiros de Mactan atacaram os inimigos. Assustados com a súbita carga, os espanhóis entraram em pânico e começaram a disparar as suas armas e bestas, mas estavam demasiado longe para bombardear a costa. Em vez disso, os guerreiros Mactan regaram estes estrangeiros com flechas venenosas, e uma delas atingiu Magalhães na sua perna, caindo de cara para baixo”, acrescentaram.

A celebração nacional teve início às 08h no Santuário da Liberdade, na cidade de Lapu-Lapu, mas não só: um pouco por todo o país, em praças públicas, parques, edifícios e escolas, à mesma hora, realizaram-se cerimónias de hasteamento simultâneo da bandeira.

Meio milénio

Após as suas declarações seguiu-se um desfile militar em honra de Lapu Lapu e uma breve encenação da Batalha de Mactan. Apesar da ênfase na vitória de Lapu Lapu, as Filipinas celebram também a primeira circum-navegação do planeta e o que isso significou para a humanidade e para a ciência, apontou o Comité Nacional do Cinquentenário.

“Neste 2021, comemoraremos a parte filipina na realização da ciência e da humanidade na circum-navegação do planeta pela primeira vez. No centro desta comemoração está o 500.º aniversário da Vitória em Mactan, a 27 de Abril de 2021″, indicaram.

28 Abr 2021

China | Li Keqiang exige combate à corrupção e falsificações

O primeiro-ministro chinês Li Keqiang disse que o governo deveria praticar autodisciplina no desempenho das suas funções, de modo a garantir que os objectivos e tarefas estabelecidos este ano para o desenvolvimento económico e social do país sejam completados a tempo.

“As políticas e medidas de redução de impostos e taxas deveriam ser postas em prática a fim de revigorar as entidades do mercado”, afirmou. “Embora as políticas financeiras que beneficiam as empresas devam ser implementadas de forma direccionada e eficaz, a supervisão financeira deve ser intensificada para investigar rigorosamente os problemas de corrupção escondidos nos riscos financeiros”, afirmou Li.

Li apelou ao reforço da supervisão do investimento em áreas relativas à subsistência das pessoas, tais como emprego, educação, medicina e cuidados a idosos. “Qualquer retenção, desvio ou reclamação falsa de tal investimento deve ser investigada e punida”, afirmou.

O primeiro-ministro salientou que o governo deve realmente apertar o cinto e cortar honestamente os gastos em itens não essenciais e não obrigatórios, para que o dinheiro poupado possa ser utilizado para as pessoas.

Li disse ainda que “as reformas para delegar poder, racionalizar a administração e optimizar os serviços governamentais devem ser mais bem executadas para melhor estimular a vitalidade do mercado e a criatividade social” e instou esforços para regular o poder executivo na fonte, a fim de “erradicar ainda mais a corrupção e levar a cabo a supervisão de uma forma justa”.

“As áreas relativas à vida das pessoas e à segurança pública devem ser alvo de supervisão e actividades ilegais, como a produção e venda de bens falsificados ou de qualidade inferior, devem ser rigorosamente regulamentadas com pesadas sanções”, afirmou Li.

Cinema na mira

Nesta linha, mais de 30 mil ligações na internet, que infringiram os direitos de autor de filmes, foram eliminadas numa campanha recente, com o encerramento de 45 portais, disseram as autoridades na segunda-feira.

A campanha de dois meses, levada a cabo conjuntamente pela Administração Nacional de Direitos de Autor, a Administração Cinematográfica da China e o Ministério da Segurança Pública, visava proteger os direitos de autor de filmes durante a época do Festival da Primavera – a época de bilheteira mais lucrativa do mercado cinematográfico chinês.

Durante a campanha, as agências governamentais listaram sete filmes como os seus principais alvos, visitando os cinemas 11.800 vezes e inspeccionando as aplicações dos smartphones 2.682 vezes, disseram as autoridades num comunicado.

Em Março, 18 pessoas foram descobertas em Yibin, no sudoeste da província de Sichuan, que tinham gravado e copiado ilegalmente vários filmes e depois vendido no mercado, tendo os suspeitos sido apanhados pela polícia local.

“Vamos intensificar os esforços contra as violações dos direitos de autor dos filmes desde o início, tais como as cópias nas salas de cinema, e também lutar mais fortemente contra aqueles que as espalham online”, disseram as autoridades.

“Instaremos também as plataformas da Internet a assumirem mais responsabilidades de supervisão, ajudando o país a criar um melhor ambiente para proteger os direitos de autor”, acrescentaram.

28 Abr 2021

Guilin | Xi Jinping defende ecologia do rio Li

Xi Jinping, secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC), inspecionou no domingo a Região Autónoma da etnia Zhuang de Guangxi, no sul da China. De manhã, Xi foi para Caiwan, uma aldeia no condado de Quanzhou, na cidade de Guilin e visitou um parque memorial dedicado à Batalha do rio Xiang durante a Longa Marcha na década de 1930.

O presidente chinês foi em seguida para a aldeia de Maozhushan, onde inspeccionou o progresso na promoção da vitalização rural. À tarde, Xi visitou um trecho do rio Li, onde se inteirou dos esforços locais para a conservação ecológica do rio. Referindo o curso de água como um “tesouro único” desse tipo na China e no mundo, Xi disse que o seu ambiente ecológico “nunca deve ser danificado”.

Numa doca no rio, em Guilin, Xi ouviu relatórios feitos por autoridades locais sobre a protecção do meio ambiente no vale do rio e os esforços contra pedreiras e mineração ilegal de areia. “A pior parte são as pedreiras”, disse Xi, acrescentando que, “se uma montanha for vítima de tais atividades, estará perdida para sempre”.

“Se mais actividades de mineração ilegal de areia e pedreiras ocorrerem, as partes relevantes devem ser responsabilizadas e os perpetradores devem ser investigados por responsabilidade criminal de acordo com a lei”, destacou Xi.

26 Abr 2021

Ministério da Segurança chinês divulga regulamentos contra-espionagem

O Ministério da Segurança do Estado da China emitiu na segunda-feira regulamentos sobre o trabalho de segurança contra-espionagem, que entram em vigor após a promulgação. Segundo o ministério, “as agências de espionagem e inteligência e as forças hostis intensificaram a infiltração na China, e alargaram as suas tácticas de roubo de segredos de várias formas e em mais campos, o que constitui uma séria ameaça à segurança nacional e aos interesses da China”.

“Os regulamentos são formulados para garantir o cumprimento de deveres específicos de várias autoridades e entidades na prevenção de actividades de espionagem e para reforçar a capacidade da sociedade, especialmente em áreas nucleares, em garantir a segurança do Estado”, disse um funcionário ministerial.

O documento refere que os órgãos do Partido e do Estado, grupos sociais, empresas e instituições públicas devem assumir a responsabilidade principal pela prevenção de actividades de espionagem dentro das unidades. Os departamentos encarregados de indústrias específicas devem supervisionar e gerir os trabalhos de contra-espionagem dentro das indústrias correspondentes, e os órgãos de segurança do Estado devem orientar e supervisionar as actividades de contra-espionagem, de acordo com os regulamentos.

Assim, os órgãos de segurança do Estado podem orientar os trabalhos de anti-espionagem de várias maneiras, incluindo a oferta de material publicitário, a emissão de directrizes e a prestação de formação, diz o documento, acrescentando que os órgãos de segurança do Estado devem instar as unidades com problemas na implementação das responsabilidades anti-espionagem a rectificá-las.

Ao oferecer orientação anti-espionagem e inspeccionar o trabalho anti-espionagem, os órgãos de segurança do Estado devem respeitar estritamente a autoridade e procedimentos estatutários, respeitar e proteger os direitos humanos e proteger os direitos e interesses legítimos dos cidadãos e organizações.

O documento insta os órgãos de segurança do Estado a manterem confidenciais os segredos de Estado, de trabalho e de negócios, bem como a privacidade pessoal e as informações pessoais adquiridas aquando da realização de orientações e inspecções.

26 Abr 2021

Hong Kong | Gabinete de Ligação contra presidente da Ordem dos Advogados

O Gabinete de Ligação (GL) do Governo Popular Central em Hong Kong instou a Ordem dos Advogados local a pôr termo ao mandato de Paul Harris, presidente da associação, que classifica de ” do político anti-China, uma vez que este último defendeu e glorificou a violência”. O GL advertiu a associação para não caminhar mais no caminho da politização para não correr o risco de cair num “abismo”.

Numa forte declaração formulada no domingo, um porta-voz do GL em Hong Kong salientou que a Ordem dos Advogados de Hong Kong é um grupo profissional cujo presidente deveria seguir o princípio dos ‘Hong Kong governado por patriotas’ e advertiu que se a associação continuasse a ser liderada por uma figura política estrangeira sem integridade profissional, estaria a pisar “um caminho sem retorno”.

Segundo o porta-voz do GL, Harris terá espalhado recentemente “rumores sobre os casos tratados por um tribunal em Hong Kong, apresentando desculpas para os infractores da lei, difamando os responsáveis pela aplicação da lei e pressionando o pessoal judicial, o que provocou indignação na sociedade de Hong Kong, especialmente no sector jurídico em Hong Kong”.

Harris, que defendeu algumas figuras anti-governamentais, incluindo o magnata dos meios de comunicação social de Hong Kong Jimmy Lai, afirmou que eles estavam “a proteger a liberdade” em Hong Kong, de acordo com reportagens dos meios de comunicação social em Fevereiro.

“Ao tomar o sistema judicial britânico como modelo e o governo do Reino Unido ter recentemente implementado a alteração da lei no sentido de reforçar a autoridade policial na gestão dos protestos, incluindo sentenciar os manifestantes que danificam estruturas monumentais até 10 anos de prisão, porque não criticou Harris aqueles que restringem os direitos dos protestos pacíficos’ no Reino Unido?”, perguntou o porta-voz.

“Desde que Harris se tornou o presidente da associação, fez constantemente comentários impróprios, ameaçando alterar a lei de segurança nacional de Hong Kong e desafiando a autoridade do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular, colocando em confronto o Estado de direito e a ordem constitucional de Hong Kong”, referiu o GL. “Como membro dos Democratas Liberais, Harris serve os interesses do partido político britânico, e como fundador do Hong Kong Human Rights Monitor, recebeu doações da organização não governamental norte-americana National Endowment for Democracy, noticiada anteriormente pelos meios de comunicação social”, acrescentou.

“Como pode Harris, como figura política anti-China, intimamente ligada a países estrangeiros, levar a cabo princípios na declaração da associação, incluindo a salvaguarda do Estado de direito em Hong Kong, a Lei Básica e ‘um país, dois sistemas’? Se continuar a ser presidente, será definitivamente a maior ironia para a associação”, concluiu o porta-voz.

26 Abr 2021

Hong Kong e Singapura abrem ‘bolha’ de viagem a partir de 26 de Maio

Hong Kong e Singapura vão abrir uma ‘bolha’ de viagem a partir de 26 de Maio, permitindo que os seus habitantes se desloquem entre as duas cidades sem se submeterem à quarentena obrigatória para combater a covid-19. “Os dois governos chegaram a um consenso”, anunciou hoje o secretário para o Comércio e Desenvolvimento Económico de Hong Kong, Edward Yau, em comunicado.

Os dois territórios tinham anunciado anteriormente condições especiais de viagem, em novembro último, mas os planos acabaram por não se concretizar, depois de Hong Kong ter registado um aumento de infecções.

Os viajantes de Hong Kong terão de estar vacinados duas semanas antes da partida para Singapura, uma exigência que não se aplica no sentido inverso. Além disso, terão de ter passado os 14 dias anteriores numa das duas cidades, sendo obrigados a instalar a aplicação de rastreio de covid-19 do destino.

Ao abrigo do acordo, a bolha de viagem será suspensa caso a média de casos locais sem identificação da origem ultrapasse os cinco, nos sete dias anteriores.

26 Abr 2021

II Guerra | Escravas sexuais recusam decisão favorável a Japão

Associações sul-coreanas defensoras dos direitos de mulheres “escravas sexuais” das tropas invasoras do Japão durante a 2ª Guerra Mundial vão recorrer de uma decisão judicial recusando uma indemnização do governo japonês. Em sentido contrário a anterior decisão judicial relativa a um outro grupo de vítimas – conhecidas pelo eufemismo “mulheres de conforto” – esta semana o juiz Min Seong-cheol, do Tribunal Distrital Central de Seul, recusou um pedido de indemnização ao Governo do Japão, alegando que este dispõe de imunidade estatal.

Em reacção, o Conselho Sul-Coreano para a Justiça e Memória das Questões de Escravidão Sexual Militar do Japão, associação defensora das vítimas, emitiu uma declaração denunciando veementemente o tribunal por rejeitar o processo iniciado por 20 queixosas, incluindo vítimas sobreviventes, algumas das quais assistiram à leitura da sentença.

“Condenamos veementemente a decisão anti-direitos humanos, anti-paz e anti-histórica de Min, que será lembrada como uma grande nódoa na história mundial dos direitos humanos, bem como na história sul-coreana”, disse o grupo baseado em Seul, citado pela agência Yonhap. “A fim de restaurar os direitos humanos e a honra das vítimas, manteremos contactos com as vítimas e suas famílias para apresentarmos um recurso” da decisão judicial, disse a organização.

De acordo com a Amnistia Internacional, até 200.000 meninas e mulheres, grande parte delas coreanas, foram forçadas a trabalhar em bordéis administrados pelos militares japoneses antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

No caso agora indeferido, 20 queixosas exigiam que o Governo japonês pagasse um total de 3 mil milhões de won (2,7 milhões de dólares) pelos crimes a que foram sujeitas há cerca de 70 anos. Em janeiro, um outro juiz do mesmo tribunal tinha decidido a favor de um outro grupo de mulheres, num pedido de indemnização no valor de 100 milhões de won (cerca de 85 mil euros) para cada queixosa, rejeitando o argumento de imunidade do Estado, por considerar que os direitos humanos se sobrepõem à mesma.

A organização de defesa das vítimas afirma que o país ficou “chocado e decepcionado” com as diferentes decisões judiciais e prometeu continuar a bater-se para que o governo japonês reconheça os crimes e compense as vítimas.

O recuo face à decisão de Janeiro foi notado pela Amnistia Internacional, que lamentou o “questionamento” de “uma vitória histórica para as sobreviventes, na sequência de uma espera excessivamente longa”. “Mais de 70 anos passaram desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e não podemos exagerar a urgência de o governo japonês parar de privar esses sobreviventes dos seus direitos à reparação total e de fornecer uma compensação adequada durante as suas vidas”, afirmou Arnold Fang, da Amnistia. Apenas quatro das 10 sobreviventes que entraram com este caso em 2016 ainda estão vivas, de acordo com a organização defensora dos direitos humanos.

Após a decisão de janeiro, o próprio presidente sul-coreano, Moon Jae-in, afirmou estar “honestamente confuso”, dado que o princípio da imunidade estatal tem prevalecido nesta e noutras decisões. O mesmo princípio é usado, nomeadamente, pelos Estados Unidos para garantir que os seus militares em missão no estrangeiro não possam ser alvo de acusações criminais.

26 Abr 2021

Hong Kong | Explosivos condenam activista pró-independência a 12 anos

Um tribunal de Hong Kong condenou na sexta-feira um membro da Frente Nacional de Hong Kong, uma organização que defende a “independência de Hong Kong”, a 12 anos de prisão por estar na posse de explosivos. Louis Lo Yat-sun foi condenado pelo Supremo Tribunal da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) por posse ilegal de explosivos com a intenção de pôr em perigo vidas ou bens.

O homem foi preso em Julho de 2019, juntamente com duas outras pessoas, com armas e produtos químicos perigosos, incluindo 1,5 kg de TATP, cocktails Molotov, facas longas e ácidos, que foram apreendidos num armazém que alugou dentro de um edifício de Tsuen Wan.

O Juiz Andrew Chan Hing-wai disse que Lo provou ser o cabecilha do caso e pretende subverter o governo da RAEHK e pregar “a independência de Hong Kong”.

A polícia congratulou-se com a sentença, esperando que envie uma mensagem clara ao público de que a violência não pode ser aceite ou tolerada. Especialistas disseram que a TATP é ainda mais perigosa do que a conhecida bomba TNT, sendo assim utilizada por terroristas de todo o mundo para causar pesadas baixas. A Frente Nacional de Hong Kong foi dissolvida em 2020 antes da lei de segurança nacional na RAEHK ter entrado em vigor.

Jornalista também condenada

Entretanto, uma jornalista de Hong Kong foi condenada a pagar multas de 6.000 dólares de Hong Kong por aceder a dados oficiais para um documentário sobre agressões a manifestantes nos protestos pró-democracia de 2019, tendo o tribunal considerado que o fez fora do permitido na lei. A repórter Bao Choy Yuk-ling, de 37 anos, produtora independente da estação pública de televisão RTHK, foi considerada culpada de duas acusações de declarações falsas para obter os dados do proprietário de um veículo, através da base de dados oficial do governo, tendo sido condenada.

De acordo com o tribunal, tais informações só podem ser pedidas por razões relacionadas com o trânsito, a compra de veículos ou motivos legais, apesar de no passado os jornalistas de Hong Kong terem acedido a este tipo de dados governamentais para realizarem trabalhos de investigação, sem enfrentarem acusações.

No pedido de informação online, a jornalista assinalou que utilizaria a informação para “outros assuntos relacionados com o trânsito e o transporte”, num formulário que não oferece uma opção para investigação jornalística. Choy declarou-se inocente em relação às acusações, pelas quais arriscava até seis meses de prisão, acabando por ser condenada a pagar duas multas de 3.000 dólares de Hong Kong.

26 Abr 2021

RAEHK e RAEM reunidas com vice-primeiro-ministro chinês

O vice-primeiro-ministro chinês, Han Zheng, reuniu-se na tarde de quinta-feira com a chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK), Carrie Lam, e com o chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Ho Iat Seng, em Cantão. Lam e Ho viajaram até Cantão, capital da província de Guangdong, para assistir a uma reunião para o desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Han elogiou o trabalho das duas regiões administrativas especiais.

Han pediu que a RAEHK intensifique a legislação local relacionada com a reforma eleitoral e garanta que as eleições locais em 2021 e 2022 sejam organizadas adequadamente e também pediu que a RAEM faça os máximos esforços para organizar a eleição de sua sétima Assembleia Legislativa.

“Ambas as regiões administrativas especiais devem priorizar a prevenção e o controle da COVID-19 durante a reactivação das suas economias e melhorar as condições de vida da sua população”, disse Han, acrescentando que o governo central continuará a oferecer o seu “pleno apoio como sempre”.

O vice-primeiro-ministro pediu esforços conjuntos para desenvolver a área da Grande Baía e manter a prosperidade e estabilidade de longo prazo da RAEHK e RAEM, impulsionando assim a prática sustentada e bem-sucedida de “um país, dois sistemas”.

26 Abr 2021

Clima | Xi Jinping pede respeito por “responsabilidade diferenciada”

O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu que o combate às alterações climáticas deve seguir os princípios do “multilateralismo e do direito internacional” e que os países devem assumir “responsabilidades diferenciadas” conforme a sua prosperidade económica. Intervindo na cimeira climática de líderes promovida pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, Xi Jinping afirmou que a China quer “trabalhar em conjunto com a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos”.

Afirmou que o seu país está “comprometido com o multilateralismo” e defende que o trabalho de combate às alterações climáticas se deve basear “no direito internacional” e a colaboração entre os países ser feita no âmbito das Nações Unidas, seguindo a sua convenção-quadro para as alterações climáticas e o Acordo de Paris dela decorrente, bem como os objectivos de desenvolvimento sustentável definidos para 2030.

Manifestou também o compromisso chinês com o princípio de “responsabilidade comum, mas diferenciada, com reconhecimento pleno da contribuição dos países em desenvolvimento, respeitando as suas dificuldades e preocupações específicas”.

Os países desenvolvidos devem “aumentar as suas ambições climáticas e ajudar os países em desenvolvimento a acelerar as suas transições” para modelos económicos que não estejam assentes na exploração de combustíveis fósseis, acrescentou.

Recordou que a China se comprometeu a começar a reduzir as suas emissões de gases de efeito de estufa ainda durante esta década e que pretende atingir a neutralidade carbónica antes de 2050, “num espaço de tempo muito mais reduzido do que conseguiria a maior parte dos países desenvolvidos”.

Para isso, nos planos quinquenais que orientam a governação do país, estão previstas medidas como a limitação do consumo de carvão para produção de energia. Xi Jinping afirmou que “proteger o ambiente é proteger e aumentar a produtividade”.

26 Abr 2021

MNE | Wang Yi avisa EUA sobre diferentes conceitos de democracia

Na noite de 23 de Abril o conselheiro de Estado e Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, realizou uma videoconferência com o Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos. Wang disse que foi traçada a direcção geral para desenvolver laços entre os dois países. No entanto, “a política dos EUA em relação à China ainda não superou seu mal-entendido sobre a China, e o país não encontrou o caminho certo para lidar com a China”, referiu Wang Yi.

O MNE chinês apresentou cinco sugestões aos Estados Unidos sobre como tratar as relações China-EUA de uma perspectiva estratégica. Em primeiro lugar, os Estados Unidos devem compreender e encarar o desenvolvimento da China de forma objectiva e racional. Em segundo lugar, os Estados Unidos devem trabalhar com a China num novo caminho de coexistência pacífica e cooperação de benefício mútuo. Em terceiro lugar, os Estados Unidos devem respeitar e tolerar o caminho e o sistema que a China escolheu de forma independente. Em quarto lugar, os Estados Unidos devem praticar o multilateralismo no verdadeiro sentido da palavra. Em quinto lugar, os Estados Unidos não devem interferir nos assuntos internos da China.

Para Wang, “o futuro das relações China-EUA depende da aceitação da ascensão pacífica da China por parte dos Estados Unidos e do reconhecimento de que o povo chinês tem o direito de lutar uma vida melhor”. Frisando que “a democracia não é a Coca-Cola, que promete o mesmo sabor em todo o mundo”, Wang disse que os Estados Unidos devem respeitar o caminho e o sistema escolhidos independentemente pela China.

Relativamente a Taiwan, Wang enfatizou que jogar a “carta de Taiwan” é “brincar com fogo”, exortando os Estados Unidos a cumprir estritamente o princípio de uma só China e honrar seus compromissos sob os três Comunicados Conjuntos Sino-EUA.

Wang descreveu o “genocídio” e os “trabalhos forçados” em Xinjiang como mentiras inventadas por motivos políticos. Em resposta aos mais recentes desenvolvimentos em Hong Kong, ele disse que os EUA devem respeitar os esforços do governo chinês para implementar o princípio de “um país, dois sistemas”. “A China nunca se envolve em coerção e opõe à coerção de outros países”, acrescentou Wang.

Richard Haass, presidente do Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos, foi o anfitrião da videoconferência, que reuniu quase 500 participantes nos Estados Unidos.

26 Abr 2021

Clima | Xi Jinping pede respeito por multilateralismo e “responsabilidade diferenciada”

O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu ontem que o combate às alterações climáticas deve seguir os princípios do “multilateralismo e do direito internacional” e que os países devem assumir “responsabilidades diferenciadas” conforme a sua prosperidade económica.

Intervindo na cimeira climática de líderes promovida pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, Xi Jinping afirmou que a China quer “trabalhar em conjunto com a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos”.

O líder chinês afirmou que o seu país está “comprometido com o multilateralismo” e defende que o trabalho de combate às alterações climáticas se deve basear “no direito internacional” e a colaboração entre os países ser feita no âmbito das Nações Unidas, seguindo a sua convenção-quadro para as alterações climáticas e o Acordo de Paris dela decorrente, bem como os objectivos de desenvolvimento sustentável definidos para 2030.

Manifestou também o compromisso chinês para com o princípio de “responsabilidade comum, mas diferenciada, com reconhecimento pleno da contribuição dos países em desenvolvimento, respeitando as suas dificuldades e preocupações específicas”.

Os países desenvolvidos devem “aumentar as suas ambições climáticas e ajudar os países em desenvolvimento a acelerar as suas transições” para modelos económicos que não estejam assentes na exploração de combustíveis fósseis, acrescentou.

Xi recordou que a China se comprometeu a começar a reduzir as emissões de gases de efeito de estufa ainda durante esta década e que pretende atingir a neutralidade carbónica antes de 2050, “num espaço de tempo muito mais reduzido do que conseguiria a maior parte dos países desenvolvidos”.

23 Abr 2021

Japão | Aumento radical de meta de redução de CO2 até 2030

O Japão aumentou o objectivo de redução das suas emissões de CO2 de 26 por cento para 46 por cento até 2030 em relação aos níveis de 2013, anunciou ontem o primeiro-ministro, Yoshihide Suga. “Queremos baixar as nossas emissões de gás com efeito de estufa para 46 por cento no ano fiscal de 2030 (que se inicia a 1 de Abril), por comparação com o ano fiscal 2013”, declarou Suga numa reunião.

O anúncio da terceira economia mundial ocorre pouco antes do início da cimeira virtual mundial sobre o clima organizada pelos Estados Unidos, que devem apresentar também um objectivo mais ambicioso em relação à redução das suas emissões de gás com efeito de estufa. O Japão era em 2019 o quinto país entre os maiores emissores de CO2 no mundo, atrás da China, Estados Unidos, Índia e Rússia, segundo a plataforma ‘online’ Global CO2 Atlas.

O arquipélago nipónico continua muito dependente de energias fósseis (gás natural que importa liquefeito e carvão, nomeadamente), especialmente porque limita muito o recurso à energia nuclear desde a catástrofe de Fukushima em 2011. Suga anunciou no ano passado a meta de alcançar a neutralidade de carbono no Japão até 2050, alinhando-se com o calendário da União Europeia, mas ainda não pormenorizou vários passos importantes para o conseguir.

Na quarta-feira, a União Europeia prometeu uma redução de pelo menos 55 por cento das suas emissões de gases com efeito estufa até 2030 em comparação com 1990.

23 Abr 2021

Covid-19 | País administrou cerca de 200 milhões de doses de vacinas

Milhões de injecções estão a ser diariamente administradas em todo o país. Apesar de um início de vacinação lento, a China estima ter cerca de 560 milhões de pessoas vacinadas até meados de Junho

 

Cerca de 200 milhões de doses da vacina para a covid-19 foram administradas até à data na China, com ênfase em funcionários da saúde, estudantes e pessoas que vivem em áreas fronteiriças, disseram ontem as autoridades.

A China está a aumentar os esforços de vacinação, após um início lento, que se deveu em parte à eliminação de surtos domésticos do novo coronavírus. Apenas dois casos locais foram registados na terça-feira, ambos na cidade de Ruili, que faz fronteira com o Myanmar (antiga Birmânia). Nas últimas 24 horas reportadas, seis novos casos foram diagnosticados, todos oriundos do exterior.

A China aprovou cinco vacinas desenvolvidas internamente e exportou milhões de doses, embora alguns cientistas acreditem que estas têm menos eficácia do que as da Pfizer, Moderna e AstraZeneca. As vacinas chinesas têm um intervalo de eficácia entre 50,7 por cento e 79,3 por cento, com base em dados das empresas, o que é inferior aos níveis produzidos pelos seus pares estrangeiros.

A grande maioria das vacinas administradas na China requer duas doses, enquanto um número menor de vacinas que requerem apenas uma dose ou três doses também estão disponíveis. As autoridades não detalharam quantas pessoas estão agora vacinadas com todas as doses necessárias.

“Os esforços de vacinação em áreas-chave e grupos populacionais chave estão a progredir sem problemas, no geral”, disse Cui Gang, funcionário do Centro de Controlo de Doenças, em conferência de imprensa. Cerca de 80 por cento dos funcionários de saúde do país já recebeu pelo menos uma dose da vacina, disse Cui.

Sob controlo

Cidades em toda a China têm relatado escassez, com algumas pessoas a dizerem que não conseguiram uma consulta para receber a segunda dose, disse o porta-voz da Comissão Nacional de Saúde, Mi Feng. As autoridades de saúde reconheceram as dificuldades e afirmaram que os governos locais devem garantir que a segunda injecção das vacinas de duas doses é fornecida com um intervalo máximo de oito semanas.

A China está a aplicar milhões de injecções por dia e a sua meta é vacinar 560 milhões dos 1,4 mil milhões de habitantes do país, até meados de Junho. A China tem controlado o vírus por meio de controlos rigorosos nas fronteiras e bloqueios rápidos sempre que surgem novos surtos.

O uso de máscaras em ambientes internos permanece quase universal e as aplicações de rastreamento de saúde devem ser mostradas na maioria das lojas, escritórios e edifícios públicos.

23 Abr 2021

Xangai | Tesla pede desculpa após críticas da imprensa estatal

A fabricante norte-americana de automóveis Tesla pediu ontem desculpa, após ter sido criticada pela imprensa estatal da China devido ao alegado mau serviço prestado aos seus clientes no país asiático. A presença da Tesla no salão automóvel de Xangai, a “capital” económica da China, foi esta semana ofuscada por manifestantes que alegavam que os veículos da Tesla têm “travões com defeito”.

O incidente atraiu a atenção dos visitantes, antes de os seguranças terem retirado os manifestantes. A empresa disse que uma cliente da Tesla que participou da demonstração solicitou reembolso, após um acidente em Fevereiro, alegadamente causado por uma falha nos travões.

As negociações pararam depois de a proprietária do automóvel ter recusado uma investigação de terceiros sobre o acidente para apurar se foi causado por um defeito ou por excesso de velocidade. A Tesla acrescentou que se responsabilizaria por quaisquer problemas com os seus carros, ressalvando que não se compromete com “reclamações injustificadas”.

A reacção da Tesla atraiu críticas da imprensa estatal chinesa e motivou um pedido de desculpas por parte da fabricante automóvel. “Pedimos profundas desculpas por não termos resolvido o problema com a proprietária do carro com rapidez”, escreveu a Tesla na sua conta oficial no Weibo, o equivalente ao Twitter na China.
Uma equipa foi criada para lidar com o caso e cooperar com “qualquer investigação governamental”.

Sucesso minado

A reviravolta ocorreu depois de a empresa ter sido acusada de “fugir às suas responsabilidades” sempre que era criticada, segundo um artigo da Comissão Central da China para os Assuntos Políticos e Jurídicos, a principal autoridade legal do Partido Comunista.

A popularidade da Tesla na China vem do prestígio da marca junto dos consumidores, “mas a arrogância e a falta de respeito pelo mercado e pelos consumidores da China, não pode ser a resposta a esse prestígio”, apontou.

A agência noticiosa oficial Xinhua questionou: “Quem é que dá à Tesla a confiança para não se comprometer”.
O Modelo 3 da Tesla foi o carro elétcrico mais vendido na China, em 2020, e o seu recentemente lançado veículo desportivo compacto Modelo Y também provou ser um sucesso.

As vendas da Tesla no país asiático ascenderam a 6,7 mil milhões de dólares, no ano passado, tornando a China o seu segundo maior mercado a seguir aos Estados Unidos. O escrutínio público das empresas ocidentais que atendem aos consumidores chineses não é incomum e muitas vezes é alimentado pela imprensa estatal.

Isto ocorre também numa altura em que a Tesla enfrenta concorrência crescente no emergente mercado chinês de veículos eléctricos. A ‘startup’ de veículos eléctricos chinesa NIO Inc. revelou um quarto modelo de produção, no mês passado. A Li Auto Inc. e a Xpeng Inc, duas outras ‘startups’ chinesas, também estão a introduzir novos modelos no mercado.

Uma série de manchetes negativas nas últimas semanas ameaça minar o sucesso da Tesla no país.
Alguns complexos militares em Pequim proibiram, no mês passado, os proprietários de veículos da Tesla de estacionar dentro dos seus condomínios fechados, por temerem que as câmaras dos carros possam representar uma ameaça à segurança.

22 Abr 2021

Covid-19 | Putin quer imunidade de grupo até ao Outono

O Presidente russo, Vladimir Putin, fixou ontem o objectivo de alcançar a imunidade de grupo contra a covid-19 até ao Outono e definiu como uma das maiores prioridades aumentar os rendimentos dos cidadãos.

“A vacinação tem hoje uma importância capital (…) para permitir desenvolver a imunidade de grupo até ao Outono”, disse Putin no seu discurso anual sobre o estado da Nação, no qual saudou ainda o “verdadeiro avanço” científico da Rússia ao desenvolver três vacinas contra a doença.

“Os nossos cientistas realizaram um verdadeiro avanço. A Rússia dispõe agora de três vacinas fiáveis contra a coronavírus”, disse.

Destacando a “contenção” dos seus compatriotas, que “respeitaram as medidas de precaução esgotantes” contra a covid-19, Putin pediu-lhes que se vacinem, numa altura em que a campanha de vacinação está atrasada devido à desconfiança da população.

Putin afirmou ainda que irá manter “todas as fronteiras sob controlo para atrasar a propagação do vírus”.
No mesmo discurso, Putin definiu como uma das grandes prioridades do Governo fazer crescer o rendimento dos russos, anunciando, a meses das legislativas, uma série de ajudas financeiras às famílias com crianças.

“O mais importante agora é assegurar o crescimento dos rendimentos dos cidadãos, restabelecê-los”, disse o chefe de Estado, numa altura em que o poder de compra dos russos está em queda há anos, tendo ainda sofrido os efeitos da pandemia.

Esperanças e discrepâncias

Putin prometeu ainda novas medidas para encorajar a natalidade e para aumentar a esperança de vida, reconhecendo que a pandemia exacerbou as tendências demográficas na Rússia. A Rússia registou 8.000 e 9.000 novos casos de contaminação por dia no mês de Abril, e Moscovo, a cidade mais afectada, registou cerca de 2.000 novos casos diários nos últimos dias.

Os números da mortalidade divergem segundo a fonte: o Governo reconheceu ontem 106.706 mortes, enquanto a agência de estatísticas Rosstat registou pelo menos 224.000 até ao final de Fevereiro, o que coloca a Rússia entre os países mais afectados pela pandemia no mundo.

22 Abr 2021

Seul condiciona aceitação de descarga de água radioactiva de Fukushima

A Coreia do Sul aceitará, caso sejam cumpridas algumas condições, o plano do Governo japonês para despejar gradualmente no mar águas tratadas, mas ainda radioactivas, da central nuclear destruída de Fukushima, segundo o Governo sul-coreano.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Chung Eui-yong, afirmou ontem no Parlamento que o país pode levantar as suas objecções, se forem cumpridos dos padrões da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

“Se (o Japão) seguir os processos apropriados, de acordo com os padrões da AIEA, (o Governo sul-coreano) não tem nenhuma razão particular para se opor”, disse Chung.

Para haver acordo com Seul sobre o assunto, adiantou, o Japão deve apresentar provas e informações científicas suficientes e compartilhá-las, fazer consultas com antecedência e garantir a participação da Coreia do Sul no processo de verificação de segurança da AIEA.

“Em vez de se opor ao plano (abertamente), Seul está implacável e consistentemente a solicitar ao Japão (que aceite essas três coisas, enquanto dá prioridade à saúde e segurança da população”, observou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

O Enviado Presidencial Especial dos EUA para o Clima, John Kerry, afirmou no domingo que Washington está “confiante” sobre a consulta do Japão à AIEA sobre o plano.

Desde o anúncio do plano, na semana passada, a Coreia do Sul tem sido palco de protestos de pescadores, grupos ambientalistas e outras associações cívicas, que prosseguiram nos últimos dias.

Ontem, em Yeosu, sudoeste do país, cerca de 150 navios de pesca foram mobilizados para uma manifestação marítima, cenário que se repetiu noutros pontos do país.

Aprovação internacional

A Agência Internacional de Energia Atómica, das Nações Unidas, apoiou o plano do Japão para despejar gradualmente no mar águas tratadas, considerando reunidas as necessárias condições de segurança.

“Estou confiante de que o governo [japonês] continuará a interagir com todas as partes de uma forma transparente e aberta enquanto trabalha para implementar a decisão de hoje”, disse o director-geral da AIEA, Rafael Grossi, em comunicado.

Salientado que o despejo de águas está de acordo com a prática internacional e é tecnicamente viável, a organização manifesta ainda disponibilidade para dar apoio técnico na monitorização da implementação do plano.

De acordo com a AIEA, as descargas controladas de águas radioactivas no mar são usadas de forma rotineira por operadores de centrais nucleares em todo o mundo, sob autorizações regulatórias específicas com base em avaliações de impacto ambiental e de segurança.

As instalações de Fukushima Daiichi geraram toneladas de água contaminada que tiveram de ser armazenadas depois de usadas para arrefecer os núcleos parcialmente derretidos de três reatores.

Desde há anos que a empresa responsável pela central, a TEPCO, utiliza um sistema para filtrar aquela água e eliminar todos os seus isótopos radioactivos com exceção do trítio.

21 Abr 2021

Trip.com sobe 4,55% na estreia na bolsa de Hong Kong

A agência de viagens virtual chinesa Trip.com encerrou ontem o dia de estreia na Bolsa de Valores de Hong Kong a subir 4,55%, para 280,2 dólares de Hong Kong por acção. O preço inicial estabelecido pela empresa para a oferta pública de acções foi de 268 dólares de Hong Kong por unidade, o que representou um desconto de 5,5 por cento em relação ao preço de encerramento na última sexta-feira no índice norte-americano Nasdaq.

Na abertura da primeira sessão em Hong Kong as acções valorizaram 4,9 por cento, anunciando uma estreia positiva para a empresa, que opera agências de viagens ‘online’ na China, como o Qunar ou o Ctrip, e outras internacionais, incluindo a Skyscanner.

Fundada em 1999, a empresa entrou no Nasdaq quatro anos depois. A CEO da Trip.com, Jane Sun, disse que as listagens em Nova Iorque e em Hong Kong reflectem melhor a sua presença e perspectivas internacionais.

A empresa torna-se, assim, a última das grandes empresas chinesas de tecnologia a procurar um segundo IPO numa praça financeira chinesa, devido aos receios de que os Estados Unidos possam excluir empresas chinesas da sua bolsa, algo que já aconteceu com alguns grupos que Washington considerou próximos do Exército chinês.

Trip.com, anteriormente conhecido como Ctrip, indicou que pretende usar 45 por cento dos recursos do seu IPO para melhorar as ofertas de viagens e a experiência do utilizador, e que gastará o mesmo valor para “melhorar a eficiência operacional”.

Os restantes 10 por cento destinam-se a outros fins, que podem incluir investimentos estratégicos, embora a empresa esclareça que, neste momento, não existem negócios em carteira para investir ou adquirir.

Custos da pandemia

Perante o impacto da pandemia da covid-19, que restringiu o turismo internacional durante quase todo o ano de 2020, a Trip.com teve um prejuízo de 3.247 milhões de yuans, em comparação com ganhos de 7.011 milhões de yuans, no ano anterior.

A empresa mostrou a sua confiança na retoma da indústria do turismo, em 2021, principalmente no mercado chinês, onde o coronavírus está sob controle há algum tempo.

20 Abr 2021

Covid-19 | Governo de Nova Deli impõe confinamento total por uma semana na cidade

As autoridades de Nova Deli vão impor um confinamento total por uma semana, a partir de hoje à noite, para evitar um colapso do setor de saúde na capital, onde os hospitais estão sobrelotados e há falta oxigénio medicinal.

“Decidimos impor um confinamento em Nova Deli das 22:00 de hoje às 06:00 da próxima segunda-feira”, disse o responsável de governo da capital, Arvind Kejriwal, numa mensagem transmitida pela televisão.

“Se não impusermos um confinamento agora, a tragédia será maior. Não podemos empurrar Deli para uma situação em que os pacientes esperam nos corredores e as pessoas morrem nas estradas”, lamentou o responsável do Governo.

Os hospitais da cidade, com cerca de 20 milhões de habitantes, estão “no limite”, disse Kejriwal, que justificou a necessidade de “medidas drásticas” para evitar “um colapso do sistema de saúde”, embora tenha anunciado que os serviços essenciais continuarão a funcionar normalmente.

A cidade, como o resto da Índia, registou um número recorde de infeções do novo coronavírus nos últimos dias, o que disparou o alarme entre as autoridades e levou o governo local a impor um confinamento no último fim de semana e encerrar restaurantes e centros comerciais.

Kejriwal lembrou que Nova Deli registou cerca de 23.500 casos nas últimas 24 horas, embora nos últimos dias as infeções tenham rondado 25.000. “Se 25 mil pacientes chegarem todos os dias, o sistema entrará em colapso: não há camas”, explicou o chefe do governo da cidade.

Segundo uma página oficial na Internet que informa sobre a disponibilidade de camas nos de cuidados intensivos, reservadas para casos mais graves que necessitam assistência respiratória, só estão livres 113 das 4.220 camas da cidade, ainda que o governo planeie abrir novas vagas nos próximos dias.

Kejriwal também apontou a falta crítica de oxigénio medicinal na capital, um problema que outras regiões do país asiático destacaram nos últimos dias.

Hoje, a Índia ultrapassou 15 milhões de infeções pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, após registar um novo máximo diário de infeções e mortes.

O país asiático está a viver uma segunda onda da pandemia e hoje registou um recorde de 273.810 casos do SARS-CoV-2 em 24 horas, de acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde indiano.

O número de mortes causadas pela covid-19 agora é de 178.769, após registar um recorde de 1.619 novas mortes em um único dia.

Segundo país mais afetado do mundo em termos absolutos, depois dos Estados Unidos (32 milhões de casos), a Índia viu os casos dispararem nas últimas semanas desde fevereiro passado.

19 Abr 2021

Myanmar | Junta militar mostra imagens de jovens torturados, diz associação

A junta militar no poder em Myanmar (antiga Birmânia) mostrou na televisão imagens de seis jovens detidos durante os protestos, alguns com sinais de terem sido torturados, afirmaram hoje organizações locais de direitos humanos.

As fotografias, tiradas após a detenção e alegadas torturas, mostram rostos ensanguentados no caso de três homens e o rosto visivelmente inchado de uma mulher. As imagens foram divulgadas no domingo à noite pela televisão Myawaddy, propriedade da junta militar.

“Encorajada pela impunidade, esta junta [militar] usa a tortura como arma política”, denunciou a Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos (AAPP) numa publicação na rede social Twitter.

Nas redes sociais, muitos utilizadores publicam as mesmas fotografias e comparam-nas com fotografias dos jovens tiradas antes da detenção, com o objetivo de reforçar as alegações de tortura.

Segundo o ativista Ro Nay San Lwin, os detidos fazem parte de um grupo de manifestantes detido entre sábado e domingo em Rangum.

“O facto de Tatmadaw [Exército] não ver nada de errado em partilhar numa televisão nacional fotografias de detidos maltratados é prova da sua crueldade e de décadas de impunidade”, disse a Network for Human Rights Documentation, a rede de organizações que investiga as violações dos direitos humanos em Myanmar desde 2014.

Pelo menos 737 pessoas morreram durante a repressão policial e militar contra os protestos contra o golpe de Estado de 01 de fevereiro, de acordo com números corroborados pela AAPP, que adverte que o número real pode ser mais elevado.

A associação também contou 3.229 pessoas detidas na sequência da revolta do exército, incluindo a líder deposta, Aung San Suu Kyi.

“A AAPP está preocupada com todos os detidos, mas especialmente com aqueles cujo paradeiro é desconhecido. Se a comunidade internacional não agir, as torturas e as mortes continuarão”, disse a associação independente, que já denunciou anteriormente outras torturas cometidas pelas forças de segurança.

Apesar da intimidação e violência exercida pelas autoridades golpistas, as manifestações continuam por todo o país.

Os manifestantes apelam aos militares para que restaurem a democracia, respeitem os resultados das eleições de novembro e libertem todos os detidos.

Os militares liderados pelo general Min Aung Hlaing Min Aung Hlaing justificam o golpe com uma alegada fraude eleitoral, depois de o partido de Suu Kyi ter vencido confortavelmente a votação, como já o tinha feito em 2015, validada por observadores internacionais.

19 Abr 2021

Clima | Xi Jinping contra projecto de taxa de carbono da UE

O Presidente chinês, Xi Jinping, criticou sexta-feira perante Emmanuel Macron e Angela Merkel as “barreiras comerciais” criadas em nome das alterações climáticas, numa altura em que uma taxa de carbono está a ser estudada pela União Europeia.

O chefe de Estado chinês, o seu homólogo francês e a chanceler alemã abordaram sexta-feira por videoconferência as alterações climáticas e a saúde, em preparação de várias reuniões internacionais importantes sobre estas questões.

A primeira será a cimeira virtual sobre o clima prevista para 22 e 23 de Abril, uma iniciativa do Presidente norte-americano, Joe Biden. Xi Jinping ainda não confirmou a sua participação. “A resposta às alterações climáticas é a causa comum da humanidade”, declarou o Presidente chinês aos seus interlocutores, segundo a televisão pública CCTV.

“Não deve tornar-se uma questão geopolítica, alvo de ataques de outros países ou um pretexto para criar barreiras comerciais”, adiantou.

Os eurodeputados abriram caminho em Março para uma taxa de carbono que penalizaria certas importações (electricidade, cimento, aço, alumínio, vidro, etc.) de países fora da União Europeia (UE) com regras ambientais menos rigorosas.

A Comissão Europeia proporá até Junho o seu texto antes de o submeter aos Estados membros. O mecanismo deverá entrar em vigor até 2023.

Promessas e desejos

Xi Jinping reiterou sexta-feira as grandes promessas da China sobre a questão: o primeiro emissor mundial de gás com efeito de estufa começará a reduzir as suas emissões de CO2 “antes de 2030” e atingirá até 2060 a “neutralidade carbónica”.

“A China fará o que diz e com o que fizer atingirá os seus objectivos”, comprometeu-se o Presidente chinês.
Xi apelou às economias desenvolvidas para “darem o exemplo sobre a redução de emissões” e “fornecerem apoio” financeiro e técnico aos países em desenvolvimento para fazerem face às alterações climáticas.

O Eliseu limitou-se a indicar que os dois dirigentes europeus “exprimiram as suas expectativas em relação à China de um objectivo mais ambicioso” de redução dos gases com efeito de estufa e “insistiram na necessidade” de Pequim reduzir o seu financiamento de grandes projectos com impacto carbónico negativo.

“Angela Merkel insistiu na relação económica euro-chinesa onde temos expectativas em termos de reciprocidade e de condições justas de concorrência”, referiu ainda a presidência francesa.

No que se refere ao tratamento dos uigures, grupo étnico predominantemente muçulmano, e à situação em Hong Kong, Paris assegurou que a França “pede sistematicamente à China para avançar” na questão dos direitos humanos e na ratificação da Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A videoconferência entres Xi, Merkel e Macron ocorreu numa altura em que o emissário norte-americano para a crise climática, John Kerry, visita a China.

Outras reuniões importantes em termos ambientais previstas para este ano são a COP15 biodiversidade (em Outubro na China) e a COP26 clima (em Novembro em Glasgow).

19 Abr 2021

Protestos na Coreia do Sul contra descarga de águas de Fukushima pelo Japão

O plano do Governo japonês para despejar gradualmente no mar águas tratadas, mas ainda radioactivas, da central nuclear destruída de Fukushima, está a gerar uma onda de protestos na Coreia do Sul.

A capital sul-coreana, Seul, foi hoje palco de diversas manifestações de rua, nomeadamente de grupos ligados ao meio ambiente e às pescas, que se concentraram em frente à embaixada japonesa, e ainda de uma coligação de 25 associações laborais e cívicas, a Ação do Povo de Seul, que criticaram também os Estados Unidos, por darem apoio ao plano japonês.

“A decisão (da descarga de águas de Fukushima) foi tomada apenas três dias antes da cimeira Estados Unidos-Japão. Portanto, pode-se especular que houve uma discussão antecipada entre os dois lados e que os Estados Unidos estão a apoiar o Japão em benefício próprio”, afirmou o grupo, citado pela agência sul-coreana Yonhap.

A Federação da Liberdade da Coreia, uma organização pública conservadora, juntou-se às críticas ao Japão ao realizar um protesto online, com a participação de diretores de capítulos regionais, apelando ao Japão para que reveja a decisão anunciada esta semana.

A descarga de águas contaminadas pelo Japão, alertou a federação, poluirá irreversivelmente o oceano e colocará um fardo fatal nas gerações futuras.

Tomada ao fim de sete anos de discussão sobre o destino a dar às águas usadas para arrefecer combustível da central nuclear, a decisão japonesa motivou protestos da China, Coreia do Sul, Taiwan, e também de associações japonesas, ambientalistas e ligadas às pescas.

Também o Ministério das Relações Exteriores sul-coreano convocou esta semana o embaixador japonês, Koichi Aiboshi, para um protesto formal, depois de Koo Yun Cheol, ministro da Coordenação de Políticas Governamentais, afirmar que Seul “se opõe firmemente” à decisão japonesa.

Na quinta-feira, a China convocou o embaixador do Japão em Pequim para protestar formalmente contra a decisão.

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, citado pela agência Kyodo, o ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros, Wu Jianghao, expressou ao embaixador japonês, Hideo Tarumi, a “forte insatisfação e oposição firme” da China ao plano para as águas de Fukushima.

Na sequência do anúncio do plano pelo Governo japonês, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, exortou o Japão a não efectuar a descarga “sem permissão” de outros países e da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), das Nações Unidas (ONU).

“A China reserva-se o direito de dar novas respostas” à decisão do Japão, disse Zhao à imprensa em Pequim, na terça-feira.

Pelo contrário, os Estados Unidos mostraram concordância com o plano japonês, considerando o processo de tomada de decisão de Tóquio “transparente”.

“Agradecemos ao Japão pelos esforços transparentes na sua decisão de descartar as águas tratadas de Fukushima Daiichi”, afirmou o secretário de Estado Antony Blinken, através da rede social Twitter, apelando a coordenação contínua do Japão com a AIEA.

A Agência Internacional de Energia Atómica, das Nações Unidas, apoiou o plano do Japão para despejar gradualmente no mar águas tratadas, considerando reunidas as necessárias condições de segurança.

“Estou confiante de que o governo [japonês] continuará a interagir com todas as partes de uma forma transparente e aberta enquanto trabalha para implementar a decisão de hoje”, disse o director-geral da AIEA, Rafael Grossi, em comunicado.

Salientado que a descarga de águas está de acordo com a prática internacional e é tecnicamente viável, a organização manifesta ainda disponibilidade para dar apoio técnico na monitorização da implementação do plano.

De acordo com a AIEA, as descargas controladas de águas radioactivas no mar são usadas de forma rotineira por operadores de centrais nucleares em todo o mundo, sob autorizações regulatórias específicas com base em avaliações de impacto ambiental e de segurança.

O Governo japonês já tinha afirmado que não era possível adiar a decisão por mais tempo, dado que a capacidade de armazenagem dos tanques de água na central, que continuam a receber líquido usado para arrefecer combustível nuclear, deverá esgotar-se em 2022, 11 anos depois de a central ter sido gravemente afectada por um terramoto e tsunami.

As instalações de Fukushima Daiichi geraram toneladas de água contaminada que tiveram de ser armazenadas depois de usadas para arrefecer os núcleos parcialmente derretidos de três reactores. Desde há anos que a empresa responsável pela central, a TEPCO, utiliza um sistema para filtrar aquela água e eliminar todos os seus isótopos radioativos com exceção do trítio.

18 Abr 2021