Miss Birmânia junta-se à guerrilha para lutar contra ditadura militar

Uma ‘miss’ e modelo birmanesa publicou uma fotografia no Facebook com uma espingarda de assalto, na selva, afirmando que está a fazer a “revolução”, quando muitos jovens se unem a grupos armados para fazerem frente à Junta Militar.

A fotografia da modelo Htar Htet Htet, de 30 anos, vencedora do concurso Miss Birmânia 2013, foi publicada hoje, o dia que assinala os 100 dias após o golpe de Estado militar de 01 de fevereiro.

“Hoje faz 100 dias que perdemos tudo. Porque vim para território ‘revolucionário’? Já cá estou há um mês e 11 dias”, escreveu Htar Htet Htet na mensagem que publicou na rede social Facebook.

“Eu não faço política, mas derrotando a ditadura eu faço a ‘revolução'”, acrescenta a birmanesa.

No passado dia 01 de maio, Htar Htet Htet publicou na rede social uma fotografia do filme “Libertarias” (1996), do realizador espanhol Vicente Aranda, em que as atrizes Ana Belén, Victoria Abril e Adriadna Gil interpretam milicianas anarquistas durante a Guerra Civil de Espanha (1936-1939).

Calcula-se que centenas de jovens estão atualmente a receber treino militar junto de grupos de guerrilha das várias minorias étnicas dos Estados de Karen (leste) e Kachin (norte), cansados dos efeitos quase nulos dos protestos pacíficos contra a Junta Militar do Myanmar (antiga Birmânia).

Os jovens mostram-se dispostos a organizar a luta armada contra a ditadura militar integrados em grupos na selva, mas muitos dizem estar dispostos a regressar às cidades para formarem organizações de guerrilha urbana.

Outras figuras públicas da Birmânia já se uniram aos movimentos de desobediência civil como o ator e modelo Paing Takhon, que permanece detido desde o mês de abril, acusado de incitar à violência por mostrar publicamente apoio aos protestos contra o golpe de Estado.

Hoje, segundo a imprensa local, controlada pelo Exército, as forças de segurança prenderam 39 pessoas supostamente envolvidas em ataques ou dispostas a integrar grupos rebeldes para receberem treino militar.

Estas detenções começaram no dia 17 de abril em Rangum durante uma rusga à casa de um opositor ao golpe de Estado onde as autoridades no poder dizem ter encontrado munições, detonadores e mechas para explosivos, escreve o jornal The Global New Light of Myanmar que agora é controlado pelos militares.

De acordo com a notícia, a polícia relaciona as detenções com a série de ataques com explosivos ocorridos na antiga capital do país contra edifícios governamentais, apesar de os atentados não terem sido reivindicados.

Outras operações levaram à prisão um total de 39 pessoas supostamente relacionadas com ataques e “ações suspeitas” como a vontade de se unirem às guerrilhas étnicas que operam sobretudo no leste da Birmânia.

Pelo menos 783 pessoas morreram desde o golpe de Estado devido à brutal repressão da polícia e dos militares durante as manifestações, em todo o país.

Segundo a Associação de Auxílio aos Presos Políticos, além do balanço de mortos, divulgou o número de presos políticos que ascende a cinco mil detidos de forma arbitrária.

O Exército da Birmânia justificou o golpe de Estado com a alegada fraude eleitoral de novembro de 2020.

Nas legislativas o Liga Nacional para a Democracia, da Nobel da Paz Aung Sang Suu Kyi, venceu as eleições, como em 2015, em resultados validados pelos observadores internacionais.

13 Mai 2021

China merece um lugar na cobertura mediática internacional, diz MNE

A China, a segunda maior economia do mundo, o maior país em desenvolvimento com 1,4 mil milhões de habitantes, quase um quinto do total mundial, com uma civilização ininterrupta de 5.000 anos, é merecedora de um lugar na cobertura mediática internacional – disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Hua Chunying proferiu estas afirmações na terça-feira, em conferência de imprensa, quando solicitada a comentar uma recente reportagem da media americana que refere que a China está a criar uma alternativa à media noticiosa global, dominada por veículos como a BBC e CNN, e inserindo dinheiro, poder e a perspectiva chinesa em quase todos os países do mundo.

“O mundo é um lugar diverso. No sector da media, em vez de haver apenas a CNN e BBC, os países deveriam ter suas próprias vozes”, disse Hua.

Devido à diferença nos sistemas, os meios de comunicação em diferentes países operam de maneiras diferentes. Ao avaliar se uma organização de media é profissional, o mais importante a referir é se ela segue a ética do jornalismo, a objectividade e justiça nas suas reportagens, acrescentou.

“Eu observei que o Comité de Relações Exteriores do Senado dos EUA aprovou a Lei de Competição Estratégica de 2021, que autoriza a alocação de 300 milhões de dólares para cada ano fiscal para ‘conter a influência maligna do Partido Comunista Chinês globalmente'”, disse Hua, enfatizando que a imprensa chinesa faz a cobertura de forma objectiva e nunca inventa ou dissemina desinformação visando outros países.

Hua disse que a Agência de Notícias Xinhua é uma agência de renome mundial com quase 90 anos de história. Seguindo as regras habituais de operação, fornece serviço de notícias confiável e profissional a usuários globais. A cooperação com outras agências de notícias não é diferente da AP, Reuters, AFP, Kyodo, entre outras.

“Ninguém pode privar a media chinesa como a Xinhua do seu direito de intercâmbio e cooperação só porque é da China, um país socialista. Acusar a Xinhua de se envolver em intercâmbios e cooperação com outras agências apenas com base nisso consiste num viés ideológico e discriminação política “, disse.

Direitos protegidos

Hua observou que é uma completa distorção dos factos acusar a China de suprimir a media estrangeira e negar vistos a jornalistas norte-americanos.

A porta-voz disse que, “após o surto de Covid-19, fizemos o que pudemos para superar as dificuldades e ajudar os correspondentes americanos na China e as suas famílias retidas no exterior a regressar à China. Mesmo que os EUA se recusem a conceder a prorrogação de visto a jornalistas chineses, nós oferecemos apoio e assistência aos jornalistas americanos que trabalham na China, como a todos os jornalistas estrangeiros. As suas reportagens aqui não foram afectadas”.

Ao abusar da hegemonia do discurso, os EUA lançaram um ataque de desinformação à China sob o pretexto da liberdade de imprensa. Nesse sentido, os EUA estão a ideologia substituir os princípios de objectividade e autenticidade, justificando a manipulação política com a repressão da imprensa chinesa através da difamação, disse Hua.

“Face a mentiras e rumores difamatórios, é natural que façamos com que nossa própria voz seja ouvida”, disse Hua, acrescentando que a China explicou a verdade e os factos sobre muitas questões importantes, incluindo a Covid-19, para assegurar uma narrativa objectiva e directa na memória da humanidade. “A isso chamamos de atitude responsável de um país responsável”, disse Hua.

13 Mai 2021

Covid-19 | Timor-Leste com mais 133 casos e aumento na incidência

As autoridades timorenses anunciaram hoje novos 133 novos casos de infeção com a covid-19, com quase o mesmo número de casos recuperados nas últimas horas, com a maioria das infeções a serem detetadas em Díli.

Rui Araújo, coordenador da ‘task-force’ para a prevenção e mitigação da covid-19 do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC) explicou em conferência de imprensa online que, além de 117 casos em Díli, registaram-se 10 casos em Ermera, quatro em Baucau e um cada em Covalima e Manufahi.

Atualmente Timor-Leste tem 1.727 casos ativos e 3.626 casos acumulados desde o início da pandemia.

Hoje, os casos positivos em Díli corresponderam a mais de 12% dos 966 testes realizados na capital. Doze dos casos positivos registados hoje tinham sintomas da covid-19.

Os dados fizeram aumentar a taxa de incidência para 9,1/100 mil habitantes em Timor-Leste e 31,1 por 100 mil habitantes em Díli.

Rui Araújo disse que a estimativa de casos positivos na região de Díli é “atualmente de 35 mil pessoas” com uma taxa de prevalência entre os 9,9 e os 12% e uma taxa de incidência que foi em média de 27,8 por 100 mil habitantes nos primeiros nove dias do mês de maio.

Isso implica, disse, hipoteticamente, que se as autoridades conseguissem realizar 10 mil testes por dia poderia haver novas 1.300 a 1.500 infeções diárias registadas.

Segundo explicou, tem havido um aumento constante no número de casos sintomáticos como percentagem de todos os casos positivos detetados – que passou de 7 para 12% entre abril e maio – e no número de hospitalizados, que quase triplicou.

No que se refere à hospitalização, Araújo disse que o número total tem aumentado, com um aumento significativo de mulheres grávidas infetadas.

“Em termos gerais, os casos que demonstram sintomas respiratórios têm vindo a aumentar com alguma gravidade, mas nestas duas últimas semanas, não muitos em situação crítica”, disse.

“Hoje por exemplo temos um caso a utilizador ventilador em Vera Cruz, um exemplo da continua gravidade de casos que podem surgir”, referiu.

O responsável timorense explicou que desde 01 de abril até agora, um total de 209 pessoas foi autorizada a fazer o confinamento terapêutico em casa, dos quais 70 casos já tiveram alta.

Rui Araújo disse que o CIGC está a trabalhar para poder começar a utilizar um novo mecanismo online para registo de pessoas que pretendem sair da cerca sanitária de Díli, e que atualmente estão a fazer os pedidos presencialmente, com grandes aglomerações diárias.

“Isso é um risco para a saúde pública e tem-se insistido na dispersão de aglomerações dessas. A população reage de forma negativa ao esforço de dispersão. Estamos a trabalhar nesse mecanismo online e a fazer preparativos para o começar a utilizar”, disse.

Timor-Leste está a viver atualmente o pior momento desde o início da pandemia. Hoje, o Governo timorense deliberou manter o confinamento obrigatório em Díli durante mais 14 dias, até ao final de maio, renovando a cerca sanitária na capital e nos municípios de Baucau e Covalima, as regiões com mais casos ativos da covid-19.

As cercas sanitárias em Baucau, Covalima e Díli mantém-se por mais 14 dias, não tendo sido renovadas, por outro lado, as que vigoram até 16 de maio em Ainaro, Ermera, Lautém, Liquiça, Manufahi e Viqueque.

12 Mai 2021

Covid-19 | Malásia decreta restrições para travar nova vaga da pandemia

As autoridades malaias decretaram hoje restrições à circulação no país e limitaram as atividades sociais, medidas que deverão estar em vigor até 7 de Junho, para tentar travar uma nova vaga da pandemia da covid-19.

As medidas, anunciadas em comunicado pelo primeiro-ministro malaio, Muhyiddin Yassin, incluem o fecho das salas de restaurantes ao público e a proibição de grandes eventos sociais, passando as viagens entre distritos e estados a ser limitadas apenas a quem se desloque por motivos de trabalho ou de saúde.

As restrições foram aprovadas na véspera da celebração do Aid al-Fitr, quando os muçulmanos regressam a casa, no final do Ramadão.

O chefe do Governo malaio justificou as medidas com a pressão no sistema de saúde, devido ao aumento de casos da covid-19 e à presença no país da variante no novo coronavírus detetada na Índia.

Esta é a terceira vez que a Malásia impõe restrições devido à covid-19, embora menos severas do que as aprovadas no ano passado e nos meses de janeiro e fevereiro.

O país, um dos mais afetados pela pandemia no Sudeste Asiático, registou mais de 444 mil infeções e 1.700 mortes desde o início da pandemia.

A crise sanitária afetou particularmente os migrantes, incluindo trabalhadores nas fábricas do maior fabricante mundial de luvas de látex, a empresa Top Globe, que em novembro último foi obrigada a encerrar 28 fábricas na Malásia, devido a um surto de covid-19.

Com 32 milhões de habitantes, o país vacinou apenas um milhão de pessoas, o que representa cerca de 3% da população.

12 Mai 2021

China | Crescimento populacional quase nulo nos últimos 10 anos

A queda da taxa de natalidade e a consequente diminuição da população activa surgem como novos obstáculos a ultrapassar para dar seguimento ao crescimento económico e à estabilidade social do país

 

A população da China praticamente parou de crescer, à medida que menos casais têm filhos, segundo dados do Governo chinês difundidos ontem, indicando uma inversão da pirâmide demográfica que pode ter implicações para o país. A população aumentou em 72 milhões de pessoas, nos últimos 10 anos, para 1.411 milhões, em 2020, segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) da China. O crescimento médio anual fixou-se em 0,53 por cento, em termos homólogos, uma queda de 0,04 por cento, em relação à década anterior.

A China praticou um rígido controlo de natalidade, entre 1980 e 2016, em nome da preservação de recursos escassos para a sua economia em expansão. A queda na taxa de natalidade é vista agora, no entanto, como grande ameaça ao progresso económico e à estabilidade social no país.

A política de filho único foi abolida em 2016, mas os casais permanecem reticentes em ter mais filhos, face aos elevados custos de vida e discriminação das empresas contra as mães. “A mão de obra ainda é abundante”, disse o director das estatísticas chinesas, Ning Jizhe, em conferência de imprensa.

A percentagem de crianças na população aumentou ligeiramente, em comparação com 2010, mas a percentagem de população acima dos 60 anos aumentou mais rápido. O grupo de pessoas em idade activa, entre os 15 e os 59 anos, encolheu para 894 milhões, uma queda de cerca de 5 por cento em relação ao pico de 2011.

As mudanças nos limites de natalidade e outras políticas “promoveram uma recuperação da natalidade”, disse Ning. No entanto, a mesma fonte disse que nasceram 12 milhões de bebés, no ano passado, uma queda de 18 por cento, em relação a 2019, quando nasceram 14,6 milhões.

A China, juntamente com a Tailândia e alguns outros países asiáticos em desenvolvimento, enfrenta o risco de envelhecer antes de enriquecer. Alguns especialistas consideram que o país asiático enfrenta uma “bomba-relógio demográfica”.

Preocupações activas

Reflectindo a sensibilidade da questão, o gabinete de estatísticas da China tomou a decisão invulgar, no mês passado, de reagir a uma notícia do jornal The Financial Times, que avançou que o último censo tinha revelado um declínio demográfico.

“Estamos mais preocupados com o rápido declínio da população em idade activa”, disse Lu Jiehua, professor de estudos populacionais da Universidade de Pequim. A população em idade activa cairá de três quartos do total, em 2011 para pouco mais da metade, em 2050, de acordo com Lu.

“Se a população envelhecer, vai ser impossível resolver o problema através da imigração”, disse Lu.
Os casais que desejam um filho enfrentam grandes desafios. Muitos dividem apartamentos com os pais em cidades densamente povoadas no litoral do país. Os cuidados infantis são caros e a licença de maternidade curta. A maioria das mães solteiras está excluída do seguro médico e dos pagamentos da previdência social. Algumas mulheres temem que o parto possa prejudicar as suas carreiras.

Não estamos sós

Japão, Alemanha e alguns outros países ricos enfrentam o mesmo desafio de sustentar populações envelhecidas com menos trabalhadores, mas podem recorrer ao investimento em fábricas, tecnologia e activos estrangeiros.
Em contraste, a China continua a ser um país de rendimento média, com agricultura e manufactura intensivas em mão-de-obra.

O declínio da população em idade activa “vai pôr um limite no crescimento económico potencial da China”, disse Yue Su, da Economist Intelligence Unit, num relatório. Trata-se de um “incentivo poderoso para introduzir reformas que aumentem a produtividade”. O Fundo Monetário Internacional prevê um crescimento económico de 8,4 por cento para este ano, após uma recuperação da pandemia do novo coronavírus.

O Partido Comunista Chinês estipulou como meta dobrar o PIB (Produto Interno Bruto), por pessoa, até 2035, face aos níveis de 2020, o que exigiria um crescimento económico anual de cerca de 4,7 por cento. A política de filho único, imposta através de ameaças de multas ou perda de emprego, levou a abusos, incluindo abortos forçados.

A preferência por filhos homens levou os casais a abortar meninas, gerando um desequilíbrio entre o número de homens e mulheres, o que poderá alimentar a tensão social. Os dados agora revelados mostram que a China tem 105,7 homens e meninos para cada 100 mulheres e meninas, ou cerca de 33 milhões a mais de pessoas do sexo masculino.

Índia a crescer

Alguns investigadores dizem que a população da China já está em queda. Yi Fuxian, cientista em obstetrícia e ginecologia da University of Wisconsin-Madison, diz que a população começou a cair em 2018. No seu livro “Big Country With An Empty Nest”, argumentou contra a política de “um só filho”.

“As políticas económica, social, educacional, tecnológica, de Defesa e externa da China são construídas com base em números errados”, disse Yi. Reguladores chineses falam em aumentar a idade oficial de reforma para os 55 anos, para aumentar o número de trabalhadores. Os dados mais recentes colocam a China mais perto de ser ultrapassada pela Índia como o país mais populoso do mundo, o que deve acontecer até 2025.

A população da Índia no ano passado foi estimada pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU em 1.380 milhões. A agência afirma que a Índia deve crescer 0,9 por cento ao ano até 2025.

12 Mai 2021

Xinjiang | Embaixador nos EUA considera “genocídio uma mentira absoluta”

Qualquer tentativa externa de desestabilizar Xinjiang, por uma força estrangeira intervencionista, nunca será consentida, explica embaixador chinês nos EUA

 

“A China não consentirá com nenhuma tentativa externa de desestabilizar Xinjiang, ou mesmo de fragmentar a China e impedir a revitalização da nação chinesa”, disse o embaixador chinês, Cui Tiankai. Durante a reunião online “Xinjiang é uma Terra Maravilhosa”, organizada pela embaixada e pelo governo da Região Autónoma Uigur de Xinjiang, Cui afirmou que os assuntos de Xinjiang são assuntos internos da China e que, os 1,4 mil milhões de chineses de vários grupos étnicos não permitirão que nenhuma força intervencionista impeça o desenvolvimento da China.

“Nos Estados Unidos e em outros países ocidentais, as mentiras sobre Xinjiang ainda prevalecem. Calúnias sistémicas e sanções unilaterais contra a China são frequentes”, disse o embaixador, “mas tais mentiras não suportam o escrutínio dos factos”, acrescentou. “O chamado ‘genocídio’ é apenas uma mentira absoluta”, assinalou Cui, citando números da população uigur em Xinjiang, que dobrou de 5,55 milhões para mais de 12 milhões nos últimos 40 anos.

Descrevendo o “trabalho forçado” como “sem fundamento”, Cui enfatizou que “os trabalhadores em Xinjiang escolhem os seus empregos, incluindo os da indústria de colheita de algodão, por sua própria vontade. Eles assinam contratos de trabalho de forma livre e igualitária, seus direitos e interesses estão bem protegidos e recebem remuneração integral”.

“Se ganhar a vida decentemente é ‘trabalho forçado’, então eles deveriam merecer apenas a ”pobreza forçada’ e o ”desemprego forçado”?” indagou o embaixador. “Suscitando preocupações com os direitos humanos de Xinjiang, pretendem usar Xinjiang para conter a China”, disse o embaixador, convidando esses países ocidentais a ouvir o que dizem os 25 milhões de habitantes de Xinjiang de variados grupos étnicos e os 1,4 mil milhões de chineses, e “falar a verdade partindo da falsidade, e o certo partindo do errado”.

Shohrat Zakir, presidente do governo regional, afirmou que Xinjiang gasta mais de 70% de seus gastos anuais com o orçamento público geral para proteger e melhorar a subsistência de todos os seus grupos étnicos.
“Não houve nenhum ataque terrorista violento em Xinjiang por mais de quatro anos”, destacou Zakir, acrescentando que a região obteve conquistas sem precedentes no desenvolvimento económico e social e na subsistência da população.

“As pessoas de todos os grupos étnicos em Xinjiang são inabaláveis na sua determinação de salvaguardar a unidade e a segurança nacionais, assim como a solidariedade étnica e a prosperidade e estabilidade do país”, afirmou.

10 Mai 2021

Taiwan | Pequim protesta por participação em organizações internacionais

A embaixada da China em França apresentou um “vivo protesto” e expressou “firme oposição” após o Senado francês ter aprovado na quinta-feira uma resolução favorável à participação de Taiwan em algumas organizações internacionais.

A resolução, aprovada largamente pelo Senado, é favorável, entre outros, à participação de Taiwan nos trabalhos da Assembleia Mundial da Saúde, da organização Mundial de Saúde (OMS), da Organização Internacional de Aviação Civil (OIAC), da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas e ainda da Interpol.

“[A resolução é] manifestamente uma violação ao princípio de uma só China e constitui uma flagrante ingerência nos assuntos internos da China”, lê-se numa declaração publicada no portal da missão diplomática chinesa em Paris. Invocando o “respeito pela soberania nacional e a integridade territorial da China”, Pequim exorta a França a “tratar com prudência e judiciosamente os assuntos relativos a Taiwan”.

“A unicidade da China […] não pode ser desafiada nem desprezada”, acrescenta o documento, defendendo que apenas os Estados soberanos podem tornar-se membros das organizações incluídas na resolução aprovada pelo Senado francês e nas restantes.

“Taiwan, enquanto província da China, não tem o direito de aderir. […] O respeito pelo princípio de uma só China constitui a base política das relações sino-francesas e também um compromisso solene assumido por todos os sucessivos governos franceses perante a China desde o estabelecimento das relações diplomáticas sino-francesas em 1964”, realça-se no comunicado.

Ao votar a resolução, a maioria dos senadores destacou a importância da participação de Taiwan no trabalho da OMS no contexto da pandemia covid-19. No entanto, a embaixada chinesa em Paris argumenta que existem canais de comunicação entre “o governo central chinês” e “a região de Taiwan”, bem como entre as autoridades de Taipé e a OMS.

“A alegação de que a ausência de Taiwan da OMS criará uma ‘brecha’ no sistema de saúde pública global não tem sustentação. Este é um truque político das autoridades taiwanesas, que usam a epidemia para defender a ‘independência de Taiwan’”, termina o documento.

10 Mai 2021

ONU | António Guterres quer cooperação reforçada com a China

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, expressou ao Presidente Xi Jinping o desejo de uma cooperação reforçada com a China, incluindo nas Alterações Climáticas e Direitos Humanos.

António Guterres e Xi Jinping conversaram, por videoconferência, a propósito do 100º aniversário do Partido Comunista Chinês e do 50º aniversário da resolução 2758 da Assembleia Geral sobre a restauração dos direitos legais da República Popular da China nas Nações Unidas, que se assinalam este ano.

Numa nota publicada pelo gabinete do secretário geral da ONU, a organização dá conta de que o Guterres “expressou o seu apreço pelo apoio chinês às Nações Unidas e ao multilateralismo”, bem como o “desejo de uma cooperação reforçada entre as Nações Unidas e a República Popular da China em todos os pilares do trabalho da Organização – Paz e Segurança, Desenvolvimento Sustentável, incluindo Alterações Climáticas e Biodiversidade, e Direitos Humanos”.

António Guterres destacou também o compromisso da ONU com o sucesso do programa Covax – liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus parceiros internacionais, para o desenvolvimento conjunto de ferramentas de combate ao coronavírus – “com uma rede de distribuição equitativa”.

Na conversa com Xi Jinping, o secretário-geral da ONU manifestou ainda o seu compromisso em garantir o sucesso da conferência da Biodiversidade COP15, na cidade chinesa de Kunming, e da COP26 do Clima, em Glasgow, na Escócia, por meio da mobilização da comunidade internacional, no sentido de limitar a subida da temperatura global em 1,5 graus Celsius e alcançar a neutralidade carbónica a nível global em meados do século XXI.

10 Mai 2021

Covid-19 | Timor-Leste regista 116 novos casos, a maioria em Díli

Timor-Leste registou hoje 116 novos casos de infeção com a SARS-CoV-2, dos quais 11% com sintomas das covid-19, com a maioria a ocorrer na capital, Díli, onde a incidência é mais do triplo do resto do país.

Rui Araújo, coordenação da ‘task-force’ para a prevenção e mitigação da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), explicou que se registaram 98 novos casos em Díli, 17 em Baucau e um em Covalima.

Nas últimas 24 horas, houve ainda 81 casos recuperados pelo que o total de ativos é de 1.540 e o total de casos acumulados aumentou para 3.227.

Os novos casos detetados em Díli correspondem a 7,8% dos 1.256 testes realizados pelo Laboratório Nacional, enquanto os registados fora da capital correspondem a 4,3 dos 374 testes realizados.

A taxa de incidência nacional é de 7,8/100 mil habitantes e a de Díli é de 25,7/100 mil habitantes.

Rui Araújo voltou a repetir os apelos à população que sinta sintomas que contacte o número de emergência da covid-19, 119, admitindo à Lusa que há uma crescente preocupação de que as pessoas não estejam a acorrer a serviços de saúde, por medo de serem identificados como positivos e isolados.

“É preocupante. Estamos a recolher os dados todos, mas particularmente nos serviços de emergência temos registado um número decrescente de pessoas que recorrem a esse serviço de emergência. E vemos também nas últimas semanas, alguma resistência de pessoas que depois de serem detetadas com covid-19 rejeitam ser isoladas”, referiu.

Ainda que do ponto de vista legal haja a “obrigatoriedade do isolamento terapêutico”, Rui Araújo admite que é necessário “ajustar as decisões no terreno às condições reais”, procurando convencer as pessoas “de que é para o benefício delas próprias estarem isoladas”.

Questionado sobre o equilíbrio necessário entre medidas de saúde pública e de apoio à população afetada pelo confinamento e pela cerca, Rui Araújo disse que “ambas devem trabalhar em paralelo”.

“Neste momento há desequilíbrio na aplicação dessas medidas [socio-económicas] e em sede própria o Governo terá de avaliar a situação real. As recomendações técnicas, avançadas pelo CIGC prevêem também intervenções socio-económicas para facilitar a implementação das medidas de saúde publica”, considerou.

“As medidas de saúde publica normalmente têm de ser reforçadas com medidas socio-económicas para facilitar a adesão da população”, considerou.

Rui Araújo considerou ainda lamentável que algumas pessoas se tenham manifestado de forma mais intimidatória e até violenta perante funcionários de saúde no terreno, notando que a ampla maioria da população compreende a necessidade de medidas.

“Compreende-se a reação de algumas pessoas, mas verdade seja dita, não é a reação da maioria. A maioria sente que realmente este surto está a afetar as condições pessoais e socio-económicas de toda a sociedade e sente a necessidade de colaborar”, afirmou.

9 Mai 2021

Maior parte do foguetão chinês desintegra-se no regresso à Terra

Um importante segmento do foguetão chinesa desintegrou-se hoje ao reentrar na atmosfera terrestre e caiu no oceano Índico, perto das Maldivas, anunciou a agência espacial da China.

“De acordo com o percurso e análise, pelas 10:24 de 09 de maio de 2021, o primeiro andar do foguetão Longa Marcha 5B reentrou na atmosfera”, declarou o Gabinete de Engenharia Espacial Tripulada chinês, em comunicado.

As coordenadas fornecidas pelas autoridades chinesas apontam para um local próximo das ilhas Maldivas, no oceano Índico, a sul da Índia.

O tamanho do objeto, de cerca de 30 metros e entre 17 e 21 toneladas, e a velocidade a que viajava, perto de 28 mil quilómetros por hora, levaram à ativação das mais importantes agências de monitorização espacial do mundo, como o Pentágono ou o Serviço de Vigilância e Acompanhamento Espacial da UE (EUSST).

Na sexta-feira, Pequim tinha classificado como “extremamente fraco” o risco de danos na superfície terrestre devido à entrada descontrolada na atmosfera do foguetão.

Na semana passada, a China lançou, recorrendo ao foguetão Longa Marcha 5B, o módulo Tianhe, ou Harmonia Celestial, para a primeira estação espacial permanente, que visa hospedar astronautas a longo prazo.

“A probabilidade de causar danos às atividades aéreas ou no solo é extremamente fraca”, disse à imprensa um porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin.

“Devido à composição técnica deste foguete, a maioria dos componentes será incinerado e destruído ao entrarem na atmosfera”, acrescentou.

O lançamento da semana passada foi o primeiro de 11 missões necessárias para construir e abastecer a futura estação espacial chinesa e enviar uma tripulação de três pessoas até ao final do próximo ano.

Pelo menos 12 astronautas estão a treinar para viver na estação, incluindo veteranos de missões anteriores. A primeira missão tripulada, a Shenzhou-12, está prevista para junho.

Quando concluída, no final de 2022, a Estação Espacial Chinesa deverá pesar cerca de 66 toneladas, consideravelmente menor do que a Estação Espacial Internacional, que pesará cerca de 450 toneladas e para a qual o primeiro módulo foi lançado em 1998.

9 Mai 2021

Myanmar | Junta militar suspende mais de 1.600 trabalhadores do sector educativo

A junta militar birmanesa suspendeu pelo menos 1.683 professores e outros trabalhadores do sector educativo que estão em greve para apoiar o movimento de desobediência civil contra o golpe de Estado de 1 de fevereiro.

Os funcionários suspensos incluem 392 da Universidade de Artes e Ciências de Mandalay, 339 da Universidade de Rangum, 149 da Universidade de Línguas Estrangeiras de Mandalay e 60 da Universidade Tecnológica de Myitkyina, entre outros, segundo informação publicada hoje pelo Irrawaddy, citado pela agência Efe.

Professores e trabalhadores de outros setores uniram-se ao movimento de desobediência civil iniciado por pessoal do sector de saúde contra os militares que em fevereiro passado acabaram com um período democrático de dez anos em Myanmar (antiga Birmânia).

“Aconteça o que acontecer, continuaremos a participar no movimento de desobediência civil até ao fim. Temos que resistir porque não podemos deixar as gerações futuras sob um regime militar”, disse um professor da Universidade de Rangum em greve, que foi acusado de incitamento pela junta.

Além de greves, os birmaneses responderam com protestos diários ao levantamento liderado pelo general Min Aung Hlaing contra o governo de Aung San Suu Kyi, que se encontra detida e enfrenta várias acusações, incluindo a de traição.

A violenta repressão das manifestações provocou a morte de pelo menos 774 civis, incluindo mais de 40 menores e mantém detidas mais de 3.700 pessoas.

Os militares justificaram o golpe de Estado com uma alegada fraude nas eleições de novembro passado, nas quais o partido de Suu Kyi venceu destacado, como já tinha acontecido em 2015, com o aval de observadores internacionais.

Suu Kyi, que já esteve 15 anos em prisão domiciliária durante a anterior junta militar (1988-2011), governou com muitas limitações, já que os militares tinham amplos poderes, ocupando 25 por cento do parlamento e os ministérios da Defesa, Interior e Fronteiras.

9 Mai 2021

Diplomacia | China suspende acordo económico com Austrália

As relações entre a China e a Austrália continuam trajectória descendente. Em resposta à revogação de Camberra, em Abril, de um acordo sobre a “Nova rota da Seda”, Pequim anuncia agora a suspensão de todas as actividades relacionadas com o “Diálogo económico estratégico sino-australiano” firmado entre as duas nações

 

A China anunciou ontem a suspensão um pacto de cooperação económica com a Austrália, depois de Camberra ter anunciado, no mês passado, a intenção de revogar um acordo relativo à iniciativa chinesa da “Nova rota da seda”.

Esta atitude da Austrália “visa perturbar as trocas e a cooperação normais com a China, numa mentalidade de ‘guerra fria’ e de discriminação ideológica”, acusou a agência de planeamento chinesa, em comunicado.
Pequim decidiu suspender indefinidamente o “Diálogo económico estratégico sino-australiano” e “todas as actividades” relacionadas, acrescentou.

Desde 2018 que as tensões entre os dois países se têm agravado, devido a divergências sobre um crescente número de temas, da tecnologia das redes móveis de 5G a acusações de espionagem, Hong Kong ou ainda a origem do novo coronavírus SARS-CoV-2, responsável pela covid-19.

Neste contexto de tensão, o Governo australiano anunciou, no mês passado, que ia rescindir um acordo assinado pelo estado de Victoria (sudeste da Austrália) para se juntar à “Nova rota da seda”.

Lançado em 2013 por iniciativa do Presidente chinês, Xi Jinping, o projecto visa melhorar os laços comerciais entre Ásia, Europa e África, através da construção de portos, ferrovias, aeroportos ou parques industriais.
Pequim tinha então denunciado uma “medida pouco razoável e provocatória” tomada por Camberra.

Maus indícios

As relações entre Pequim e Camberra têm sido particularmente tensas desde que o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison pediu, no ano passado, uma investigação internacional sobre as origens da covid-19.

A China, o primeiro país afectado pela pandemia, considerou este pedido como hostil e politicamente motivado.
Como resultado, Pequim tomou, no ano passado, uma série de medidas de retaliação económica contra mais de uma dúzia de produtos australianos, incluindo cevada, carne de vaca e vinho.

Por seu lado, Camberra aprovou, também em 2020, novas leis que lhe permitem cancelar qualquer acordo entre representantes de um estado australiano e países terceiros que seja considerado como uma ameaça ao interesse nacional. De acordo com a Constituição australiana, o Governo federal é responsável pelos Negócios Estrangeiros e pela Defesa e os estados e territórios por áreas como Saúde e Educação.

7 Mai 2021

Covid-19 | Senadores brasileiros temem que ataque de Bolsonaro à China afecte vacinação

A comissão criada pelo Senado brasileiro para investigar a gestão do Governo na pandemia manifestou temor de que as insinuações contra a China feitas na quarta-feira pelo Presidente, Jair Bolsonaro, prejudiquem a aquisição de vacinas.

O temor foi manifestado durante a sessão de quarta-feira da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada pelo Senado brasileiro para identificar possíveis falhas e omissões do Governo de Bolsonaro no combate ao novo coronavírus no Brasil, um dos países mais afectados em todo o mundo e que totaliza 414.399 mortos e 14,9 milhões de infecções.

Numa cerimónia pública na quarta-feira, em Brasília, Bolsonaro, sem citar explicitamente a China, insinuou que o novo coronavírus pode ter sido criado em laboratório para uma “guerra química”.

Os legisladores avaliaram que as declarações do líder da extrema-direita brasileira possam incomodar o país asiático e prejudicar a importação de matéria-prima necessária à fabricação no Brasil da vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, a mais utilizada até agora na campanha brasileira de imunização contra a doença.

“Acredito que a nossa situação de dependência de consumíveis (chineses) irá piorar com essa afirmação”, disse o presidente da CPI, senador Omar Aziz.

“Ele (Bolsonaro) chama de guerra química e nós estamos nas mãos dos chineses para importar o princípio activo da vacina. Não produzimos esse princípio activo no nosso país e não o produziremos tão rapidamente. Dependemos da Índia para alguns consumíveis e da China para outros. Este não é o momento para incomodar ninguém”, acrescentou Aziz.

Da boca para fora

Nas suas polémicas declarações, o chefe de Estado frisou que o SARS-CoV-2 é um vírus novo e que ninguém sabe se nasceu em laboratório.

“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu porque um ser humano ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos a enfrentar uma nova guerra?”, declarou Bolsonaro​​​​​​​.

Tais afirmações contradizem os estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), que descartam que o vírus tenha sido fabricado em laboratório.

7 Mai 2021

Covid-19 | China salienta apoio à Índia, após publicação polémica em conta oficial

A comparação entre imagens de um lançamento espacial chinês e uma fogueira de cremação de vítimas da covid-19 indianas não caiu bem em alguns sectores das redes sociais. No entanto, Pequim, através do seu embaixador na Índia, já veio pôr água na fervura, destacando o apoio que a China tem continuamente prestado ao lado indiano no combate à pandemia

 

As autoridades chinesas salientaram nos últimos dias o apoio prestado à Índia no combate à nova vaga da pandemia de covid-19, depois de uma publicação polémica sobre a mesma numa conta oficial do Partido Comunista Chinês (PCC) na rede social Weibo.

A publicação, na conta da Comissão Central Política e de Assuntos Jurídicos do PCC na rede social Weibo (semelhante ao Twitter), consistia numa comparação entre duas imagens – um lançamento espacial chinês, ao lado de uma fogueira de cremação de vítimas de covid-19 na Índia – ambas com a legenda depreciativa “a China a acender um fogo versus a Índia a acender um fogo”.

De acordo com o site da cadeia de televisão australiano ABC, a publicação foi removida depois de alguns utilizadores da rede social se terem queixado do teor inapropriado, face à grave situação vivida na Índia.

Por seu lado, o embaixador da China na Índia, Sun Weidong, disse a órgãos de comunicação social estatais chineses que Pequim enviou mais de cinco mil ventiladores e 21.569 geradores de oxigénio ao longo dos últimos meses.

“Tanto quanto sei, as empresas chinesas estão a acelerar a produção de pelo menos 40 mil geradores de oxigénio, em encomendas feitas pelo lado indiano, e estão a trabalhar incessantemente para as entregar o quanto antes”, disse o diplomata.

“Muitas empresas e organizações privadas chinesas estão a usar os próprios canais para providenciar” diferentes tipos de auxílio à Índia, adiantou.

Tensões acumuladas

As tensões entre os dois países mais populosos do mundo aumentaram no ano passado por causa da disputa fronteiriça nos Himalaias.

A ABC indicou que utilizadores da rede social chinesa reagiram de forma negativa à publicação e questionaram a forma como é gerida a conta oficial em causa. Contudo, alguns utilizadores também apoiaram a publicação no Weibo, criticando algumas posições assumidas no passado pela Índia em relação à China.

6 Mai 2021

Covid-19 | Supremo exige ao Governo indiano plano para fornecimento de oxigénio

O Supremo Tribunal indiano ordenou esta quarta-feira ao Governo que apresente um plano para atender às necessidades diárias de oxigénio dos hospitais de Nova Deli, sobrelotados devido a uma vaga devastadora da pandemia de covid-19. O Supremo Tribunal decidiu também contra a punição imediata de funcionários pela falha no fornecimento de oxigénio nas últimas duas semanas em hospitais sobrelotados.

“Em última análise, colocar funcionários na prisão ou prendê-los por desacato não trará oxigénio. Diga-nos os passos para que isso seja resolvido”, disse o juiz Justice Chandrachud durante a audiência.

O juiz suspendeu o aviso de desacato emitido por um tribunal superior de Nova Deli por desafiar a sua ordem de fornecimento de oxigénio adequado a mais de 40 hospitais de Nova Deli. Os funcionários do Governo considerados culpados poderiam ter enfrentado seis meses de prisão ou multa.

Na terça-feira, o Tribunal Superior de Nova Deli, que convocou dois funcionários do Ministério do Interior indiano para uma audiência hoje, disse que a triste realidade é que os hospitais estão a reduzir o número de camas e a pedir aos pacientes que procurem outros locais para tratamento.

O tribunal está a ouvir petições apresentadas por vários hospitais e lares de idosos que lutam contra o fornecimento irregular de oxigénio.

Raghav Chaddha, porta-voz do Partido Aam Aadmi, que governa Nova Deli, disse que os hospitais estavam a receber apenas 40% das suas necessidades de 700 toneladas métricas por meio do Governo Federal, e o governo local estava a organizar suprimentos adicionais para atender ao défice.

A última vaga de infeções por covid-19 levou o sistema de saúde da Índia ao limite, com pessoas implorando por botijas de oxigénio e camas de hospital nas redes sociais e canais de notícias.

Corpos amontoam-se em crematórios e nos cemitérios os parentes esperam horas para os últimos ritos.

Com 382.315 novos casos de covid-19 confirmados ontem, o número infecções da Índia aumentou para mais de 20,6 milhões desde o início da pandemia. O Ministério da Saúde indiano também divulgou 3.780 mortes nas últimas 24 horas, elevando o total para 226.188. Os especialistas acreditam que ambos os números estão subestimados.

As autoridades estão a lutar para adicionar mais camas, enviando oxigénio de um canto do país para outro e a aumentar a produção dos poucos medicamentos eficazes contra a covid-19. Rahul Gandhi, líder do partido de oposição Congresso, disse esta semana que “um confinamento é agora a única opção por causa de uma total falta de estratégia por parte do Governo indiano”.

O Governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, tem sido relutante em impor um confinamento nacional por medo das consequências económicas. Modi disse no mês passado que este deveria ser o último recurso, mas quase uma dúzia de Estados impôs restrições por conta própria.

Os esforços para aumentar a campanha de vacinação são dificultados pela escassez de doses. A Índia, um país com 1,4 mil milhões de pessoas, administrou até agora 160 milhões de doses.

6 Mai 2021

Língua portuguesa teve papel importante na união dos timorenses, defende Xanana Gusmão

O grupo intergovernamental de 20 países frágeis em conflito e pós conflito g7+ associou-se às comemorações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se assinalou ontem, com Xanana Gusmão a destacar o seu papel na “união dos timorenses”.

Numa mensagem gravada, o ex-Presidente de Timor-Leste e considerado pessoa eminente do g7+, referiu que “a língua portuguesa foi e tem sido uma língua de comunicação, cultura e, acima de tudo, de liberdade”. “Foi um pilar na união dos timorenses e no reforço da nossa entidade nos tempos difíceis da resistência e hoje em dia na construção da paz”, prosseguiu o líder histórico timorense.

Xanana Gusmão recordou os “tempos actuais, muito mais difíceis, em que a humanidade enfrenta a tragédia da calamidade da covid-19” para enviar “um abraço fraterno e amigo a todos os falantes da língua portuguesa e a todos aqueles que utilizam esta língua para promover o diálogo, a cooperação e a fraternidade entre povos”.

Por seu lado, o secretário-geral do g7+, Helder da Costa, referiu-se à língua como “um instrumento de promoção da paz entre os povos”. O responsável aproveitou a ocasião para recordar a poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen, publicando nas páginas da organização o poema “A paz sem vencedor e sem vencidos”.

Proclamado em 2019 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), este é o segundo ano em que se celebra o Dia Mundial da Língua Portuguesa. O programa das comemorações, coordenado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, contempla iniciativas que decorrerão em todas as regiões do mundo e abrangem as dimensões geográfica, da investigação, de tradução, da ligação a outras artes e de mobilização das populações. A agenda inclui conferências, colóquios, concertos, concursos literários e de poesia e iniciativas académicas.

6 Mai 2021

Myanmar | Cerca de 200 ONG pedem ao Conselho de Segurança da ONU embargo de armas

Cerca de 200 organizações humanitárias, incluindo a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, pediram ontem ao Conselho de Segurança da ONU para impor um embargo de armas a Myanmar (antiga Birmânia), apesar da oposição de Pequim e Moscovo. “Nenhum Governo deve vender nem que seja uma bala à Junta” Militar, que tomou o poder através de um golpe de Estado, em 1 de Fevereiro, defendeu o grupo de organizações não governamentais (ONG), em comunicado.

“A imposição de um embargo global de armas à Birmânia é a medida mínima necessária que o Conselho de Segurança deve ter como resposta à escalada da violência militar”, acrescentou o grupo. Desde Fevereiro, várias ONG têm apresentado pedidos de embargo de armas a Myanmar.

Na segunda-feira o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, afirmou à imprensa que o momento é para usar a diplomacia e para apoiar os esforços da organização regional Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para encontrar uma solução para a crise. “Não somos a favor da imposição de sanções”, sublinhou.

“A condenação da comunidade internacional não surtiu efeito. É hora de o Conselho de Segurança da ONU usar os seus poderes únicos para impor um embargo global e abrangente de armas, como forma de acabar com os inúmeros assassinatos levados a cabo pelo Exército” birmanês, refere, por seu lado, em um comunicado à imprensa o responsável da Amnistia Internacional, Lawrence Moss.

“O facto de o Conselho de Segurança da ONU não ter sequer discutido um embargo de armas contra a Junta é uma abdicação terrível das suas responsabilidades para com o povo” birmanês, acrescentou Louis Charbonneau, da Human Rights Watch.

Dois dos países com direito de veto no Conselho de Segurança – a Rússia e a China – já assumiram ser absolutamente contra a imposição de sanções a Myanmar, pelo que nenhuma resolução nesse sentido será aprovada neste organismo.

“Expressar preocupação de vez em quando sobre a repressão violenta do Exército a manifestantes pacíficos é, diplomaticamente, encolher os ombros e afastar-se” da realidade, criticou. Desde 1 de Fevereiro o Conselho de Segurança adoptou, por unanimidade, quatro declarações sobre Myanmar, cada vez menos impositivas.

Um projecto de resolução da iniciativa do Liechtenstein e apoiado pela União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Turquia, Costa Rica e Gâmbia foi apresentado à Assembleia-geral da ONU, onde está há várias semanas em discussão.

De acordo com a primeira versão deste texto, que não é vinculativo – ao contrário das resoluções do Conselho de Segurança -, mas que tem um forte significado político, a Assembleia deve apelar para “uma suspensão imediata do fornecimento, venda ou transferência direta e indireta de todas as armas, munições e outros equipamentos militares” para Myanmar.

Dois meses depois de ter sofrido um golpe de Estado, Myanmar está à beira de um colapso económico, já que grande parte das atividades económicas estão paralisadas, devido às greves dos trabalhadores que fazem parte do movimento de desobediência civil que contesta a Junta Militar.

Além da situação interna, a economia de Myanmar é cada vez mais afetada pelas reações externas à violência crescente da junta militar relativamente aos manifestantes, enfrentando uma vaga de sanções económicas de potências ocidentais como os Estados Unidos, o Reino Unido e a União Europeia.

6 Mai 2021

Filipinas | Duterte diz que a China é benfeitor do país apesar de conflito territorial

O Presidente das Filipinas apelidou a China de benfeitor do país, depois de o Ministério dos Negócios Estrangeiros ter denunciado “actos beligerantes” de navios militares chineses contra a guarda costeira filipina, no mar do Sul da China.

“Só porque temos um conflito com a China, não significa que tenhamos de ser rudes e desrespeitosos. Temos muitas coisas a agradecer à China pela ajuda no passado”, disse Rodrigo Duterte, num discurso pronunciado na segunda-feira à noite.

O Governo das Filipinas está a negociar a entrega mensal de quatro milhões de doses da vacina contra a covid-19 da Sinovac, de fabrico chinês. As declarações de Duterte surgiram depois de o Ministério dos Negócios Estrangeiros filipino ter alegado, na segunda-feira, que navios chineses efectuaram manobras de assédio contra barcos filipinos nas águas em redor do atol de Scarborough, a cerca de 198 quilómetros a oeste da costa filipina, entre 24 e 25 de Abril.

5 Mai 2021

Myanmar| Embaixador chinês adverte que violência pode levar à guerra civil

Zhang Jun, que representa a China nas Nações Unidas, voltou a apelar ao diálogo entre as principais forças do país asiático, indo ao encontro da mensagem do Conselho de Segurança da ONU para que se acabe com a violência e se dê início a conversações na antiga Birmânia

 

O embaixador da China na ONU pediu esforços diplomáticos mais fortes para resolver o conflito em Myanmar e avisou que mais violência pode levar “mesmo a uma guerra civil”.

Se a tensão aumentar “haverá mais confrontos, e com mais confrontos haverá mais violência, e com mais violência haverá mais baixas, e então poderemos ir mais longe na direcção errada”, frisou Zhang Jun, na segunda-feira.
“Pode também significar uma situação caótica em Myanmar [antiga Birmânia] e mesmo uma guerra civil”, advertiu o diplomata.

Myanmar é palco de manifestações contra a junta militar, no poder desde o golpe de 1 de Fevereiro, e confrontos entre manifestantes e forças de segurança.

Na sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU tinha apoiado os apelos das nações do Sudeste Asiático para uma cessação imediata da violência e conversações como um primeiro passo para uma solução, na sequência do golpe, que depôs a líder civil Aung San Suu Kyi e o seu partido.

O conselho voltou a exigir a restauração da democracia e a libertação de todos os detidos, incluindo Suu Kyi, e condenou o uso da violência contra manifestantes pacíficos e a morte de centenas de civis.

Zhang, que descreveu Myanmar como “um vizinho amigo”, apoiou fortemente os esforços diplomáticos da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e da enviada especial da ONU para Myanmar Christine Schraner Burgener, e manifestou a esperança de que estes produzissem resultados. Apesar de “a China não ser a favor da imposição de sanções”, disse o embaixador.

“Devíamos realmente estar a criar um ambiente mais favorável para trazer o país de volta à normalidade e encontrar uma solução política através de diálogos entre os partidos políticos relevantes dentro do quadro constitucional e legal”, salientou.

Evitar males maiores

As cinco décadas de regime militar em Myanmar levaram ao isolamento e às sanções internacionais. À medida que os generais afrouxaram o controlo e permitiram a realização de eleições que levaram Suu Kyi à liderança em 2015, a comunidade internacional respondeu com o levantamento da maioria das sanções e investimento no país.

O golpe de Fevereiro ocorreu depois das eleições de Novembro, ganhas pelo partido de Suu Kyi, mas que a junta militar considerou ilegais.

“Os partidos políticos devem ser capazes de encontrar uma solução para esta questão” das eleições, disse Zhang. É por isso que a China defende “mais esforços diplomáticos” e “está a trabalhar muito de perto com os partidos relevantes” para que se abstenham “de ir ao extremo” e tentem “encontrar uma solução com diálogo”.

Sem uma solução diplomática e com uma maior deterioração da situação “será inevitável uma catástrofe ou crise humanitária”, que é necessário evitar, afirmou.

5 Mai 2021

Covid-19 | Modi resiste à pressão para confinar Índia enquanto mortes aumentam

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pediu aos Estados que considerem o confinamento como “última opção”, enquanto o número de mortes por covid-19 aumenta e os seus aliados políticos apontam o confinamento como solução para conter o surto.

Depois de, no ano passado, Modi ter decretado um confinamento nacional sem aviso prévio, que espoletou uma crise humanitária com os trabalhadores migrantes a fugirem a pé para as áreas rurais, agora o primeiro-ministro indiano resiste à pressão dos seus aliados políticos e principais líderes empresariais para um novo confinamento, face ao aumento de mortes por covid-19 no país.

Apesar da resistência de Modi, até mesmo Estados governados pelo seu partido, o Bharatiya Janata, estão a ignorar os seus conselhos.

“Um dos problemas é essa falsa narrativa de que ou é um bloqueio total, o que equivale a um desastre económico, ou nenhum bloqueio, que é um desastre de saúde pública”, disse à Bloomberg Catherine Blish, especialista em doenças infecciosas e saúde pública.

“O que está a acontecer agora é um desastre económico e de saúde. Se há grandes faixas de população a adoecer, isso não é bom nem para a população, nem para a economia”, acrescentou Blish.

Na semana passada, os canais de televisão e as redes sociais na Índia foram inundados com imagens de crematórios superlotados e hospitais desesperados com a falta de oxigénio.

As mortes diárias na Índia diminuíram ligeiramente depois de atingirem um recorde de 3.689 no domingo, enquanto o número de casos diários ultrapassou os 350.000 nos últimos dias.

O Serum Institute of India, o maior fabricante mundial de vacinas, anunciou que vai entregar 220 milhões de doses aos governos federal e estaduais indianos nos próximos meses, o que poderá abranger 8% da população do país.

O Governo central liderado por Narendra Modi vai receber 110 milhões de doses de Covishield, enquanto os governos estaduais e os hospitais vão receber o restante, disse hoje o fabricante com sede em Puneem, numa publicação na rede social Twitter, sem especificar, no entanto, a data de entrega.

“O fabrico de vacinas é um processo especializado, portanto não é possível aumentar a produção de um dia para o outro”, disse o presidente executivo (CEO) da Serum, Adar Poonawalla, em comunicado.

De acordo com o responsável, produzir doses suficientes para todos os adultos na Índia “não é uma tarefa fácil”.

O país de 1,3 mil milhões de habitantes iniciou, no fim de semana, uma nova fase da campanha de vacinação para abranger todos os maiores de 18 anos, embora algumas regiões indianas tenham indicado ter falta de doses. O ritmo de vacinação tem sido lento desde o início da campanha, em janeiro, com 157 milhões de doses administradas até agora.

A Índia registou 3.417 mortos devido à covid-19 e 368.147 casos nas últimas 24 horas, anunciou o Ministério da Saúde indiano na segunda-feira. O país acumulou 218.959 óbitos e 19,9 milhões de casos desde o início da pandemia, indicou a mesma fonte.

Estes dados mostraram uma ligeira descida, pelo segundo dia consecutivo, das infeções, depois de o país ter ultrapassado, no sábado e pela primeira vez, os 400 mil casos diários. A Índia atravessa uma segunda vaga da doença, que sobrecarregou o sistema de saúde, com escassez de oxigénio e de camas em grandes cidades como Nova Deli.

É agora o segundo país do mundo com mais casos, atrás dos Estados Unidos, e o quarto com mais óbitos, depois dos EUA, do Brasil e do México.

4 Mai 2021

Cidade chinesa em alerta devido a caso positivo de covid-19 após quarentena

A cidade de Putian, no sudeste da China, está em alerta após um chinês regressado do Brasil ter resultado positivo no teste para o novo coronavírus, já depois do período obrigatório de quarentena.

Num comunicado, as autoridades de Putian, na província de Fujian, revelaram que o homem aterrou em Xangai a 5 de abril, tendo sido colocado em isolamento para um período obrigatório de quarentena.

Após 15 dias em quarentena e tendo resultado negativo nos vários testes para o novo coronavírus responsável pela covid-19, o chinês viajou de comboio para Putian, onde deveria ficar uma semana em “autogestão de saúde”.

Mas a 30 de abril o homem teve resultado positivo num teste para o SARS-Cov-2, apesar de não ter quaisquer sintomas da covid-19.

Todos os contactos próximos do paciente foram isolados e submetidos a testes para o novo coronavírus, tendo todos os resultados sido negativos. Ainda assim, 24 contactos permanecem sob observação médica. As autoridades ordenaram também a desinfeção de todos os locais onde o homem esteve.

Na semana passada, a cidade de Xangai, no leste da China, tinha registado um caso importado de covid-19, um outro cidadão chinês vindo do Brasil.

Poucos dias antes, a companhia aérea chinesa China Southern Airlines tinha deixado de transportar passageiros vindos do Brasil com destino à China, “de acordo com as necessidades de prevenção e controlo da pandemia” da covid-19.

O Brasil contabilizou 983 mortos e 24.619 infetados pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, números que elevam o total para 408.622 óbitos e 14.779.529 casos no país.

A China detectou 11 casos da covid-19 no domingo, todos oriundos do estrangeiro, anunciaram hoje as autoridades de saúde chinesas. A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos ativos é de 323, incluindo cinco em estado grave.

4 Mai 2021

Covid-19 | Presidente das Filipinas recebe primeira dose da vacina chinesa Sinopharm

O Presidente das Filipinas recebeu a primeira dose da vacina chinesa contra a covid-19, apesar de ter dito que pretendia deixar a vacina para quem mais dela precisa, quando o país enfrenta um surto da doença.

Responsáveis disseram que Rodrigo Duterte, de 76 anos, foi vacinado na segunda-feira com a Sinopharm, que no ano passado foi administrada secretamente aos membros da equipa presidencial de segurança no ano passado, ainda antes da aprovação pelas autoridades competentes das Filipinas.

Depois de ter manifestado confiança nas vacinas russas e chinesas, Duterte disse que ia renunciar, no futuro imediato, a tomar a vacina contra a covid-19 por considerar que pessoas idosas, como ele, não deviam ser prioridade.

“Sinto-me bem, tenho estado a preparar-me para esta vacinação há muito tempo”, disse, na segunda-feira, Duterte, ao receber a primeira dose.

A Sinopharm é administrada ocasionalmente nas Filipinas, onde os programas de vacinação dependem da outra vacina chinesa, a Sinovac, da russa Sputnik V e da britânica AstraZeneca.

Até 01 de maio, 1,6 milhões de filipinos tinham recebido a primeira dose, e apenas 300 mil receberam a segunda dose, de acordo com dados oficiais.

O arquipélago, com 110 milhões de habitantes, está atualmente a combater um surto que elevou o número total de casos para mais de um milhão. Mais de 17.500 pessoas morreram devido à covid-19 no país.

A desconfiança em relação às vacinas é generalizada nas Filipinas. De acordo com um estudo recente, 60% da população não quer ser vacinada contra a covid-19.

4 Mai 2021

Presidente do grupo chinês Trip.com espera “directrizes claras” sobre viagens com Presidência portuguesa da UE

Entrevista de Alexandra Luís, da agência Lusa

A presidente executiva do grupo chinês Trip.com considerou, em entrevista à Lusa, que o contributo de Portugal para o turismo, durante a presidência portuguesa da UE, passa por obter consenso “sobre diretrizes claras” para viagens entre e para Europa.

“Portugal assume a presidência da União Europeia [UE] num momento crucial para a Europa, o mundo e a indústria do turismo”, começou por dizer Jane Sun, em resposta por escrito à questão sobre o que é que Lisboa pode fazer para ajudar à recuperação do turismo entre a China e a Europa.

Atualmente, “o maior obstáculo para viajar continua a ser a pandemia”, prosseguiu a presidente executiva agência de viagens ‘online’ chinesa, fundada em 1999, cotada em Nasdaq e na bolsa de valores de Hong Kong.

“Acho que o maior apoio que Portugal”, no âmbito da presidência, “poderia dar à indústria de turismo seria expandir ainda mais a implementação da vacinação e procurar obter consenso sobre diretrizes claras para viagens internas na Europa e viagens para a Europa”, acrescentou a responsável.

Sobre quando é que espera a retoma do turismo, nomeadamente na Europa, Jane Sun salientou que, “enquanto as fronteiras internacionais permanecem praticamente fechadas a viagens, em todo o mundo os viajantes e fornecedores estão limitados aos mercados domésticos”.

No entanto, manifestou-se otimista face à progressão do plano de vacinação a nível mundial e novas medidas para tornar as viagens mais seguras.

“Com a contínua implementação das vacinas em todo o mundo e promissoras iniciativas globais para desenvolver protocolos e tecnologias de viagens seguras, estou otimista sobre o renascimento das viagens globais”, disse.

Em países maiores e regiões, “como a Europa, estamos a ver os mercados de viagens domésticos a recuperar”, acrescentou.

“Espero que a Europa e os EUA vejam uma recuperação no segundo semestre deste ano devido às suas fortes iniciativas de vacinação”, considerou a presidente executiva da Trip.com.

“Com Portugal atualmente na presidência da UE esperamos ver um impulso para implementar medidas que aumentem os esforços para facilitar ainda mais uma recuperação rápida na Europa”, apontou, salientado que países mais pequenos podem demorar “um pouco mais”.

A gestora referiu que “há uma enorme procura de viagens reprimida”, ou seja, “as pessoas estão ansiosas para voltar a explorar o mundo, conectar-se com novas culturas e expandir os seus horizontes”, acrescentando que, “embora a maneira como viajamos, sem dúvida, tenha mudado, o [… desejo de explorar e procurar conexão humana permanece forte”.

“Sei que falo por todos os viajantes e trabalhadores do turismo de todo o mundo quando digo que mal podemos esperar para viajar novamente, especialmente para destinos de renome mundial como Portugal”, rematou.

Antes de pandemia, Portugal recebia turistas da China e muitos portugueses viajavam para a China, nomeadamente para Macau.

Questionada sobre o papel que a Trip.com poderia ter para restabelecer esta tendência, a presidente executiva do grupo salientou que “existem fortes laços culturais e históricos entre Portugal e Macau e Portugal e a China”.

Nesse sentido, “esperamos expandir ainda mais e construir sobre esses laços à medida que as viagens globais se tornem possíveis outra vez”, disse Jane Sun.

“Construímos uma forte relação com Portugal e com VisitPortugal ao longo dos últimos cinco anos, realizando campanhas de sucesso a promover as maravilhas de Portugal aos viajantes chineses”, prosseguiu a gestora, apontando que um “sinal da continuidade da força e confiança” desta parceria é que haverá uma campanha que “vai decorrer ainda este ano para revigorar o interesse dos chineses por Portugal como destino da sua próxima viagem”.

Os turistas chineses “ainda agora começaram a conhecer a incrível beleza e experiências que os esperam em Portugal e pensamos o mesmo para os portugueses que visitam a China”, acrescentou.

De acordo com dados da Trip.com, as pesquisas e reservas de produtos de viagem com destino Macau pelos utilizadores da China continental “aumentaram significativamente no período que antecedeu o Dia de Maio, na sequência da forte recuperação das viagens domésticas”.

A região administrativa especial de Macau “sempre foi um destino bastante popular na China com a sua combinação única de uma cidade chinesa moderna com rico ambiente multicultural fortemente influenciado pelos portugueses”, sublinhou.

Com os feriados nacionais chineses, como o 1.º de Maio e o seguinte, o Festival Barco-Dragão, “os viajantes chineses estão ansiosos para visitar as principais cidades de destino com experiências culturais ricas em ofertas e cadeias de hotéis de alto nível”, disse Jane Sun.

“Podemos esperar que, à medida que mais destinos mantêm controlos de pandemia com nenhum ou poucos números de casos [de covid-19]”, permitindo a abertura a viagens, assistir-se-á a “um aumento no turismo”, com os viajantes a procurar “recuperar o tempo perdido”.

Questionada sobre a procura de viagens para a Europa por parte dos turistas chineses, a presidente executiva da agência de viagens digital sublinhou que existe vontade em viajar, depois de um longo período de restrições devido à pandemia.

“Na sequência da recuperação robusta das viagens domésticas na China, temos a expectativa de que haja uma forte procura por viagens internacionais de viajantes chineses”, considerou. A Europa, “e Portugal, sem dúvida, estão no topo das listas de muitos viajantes”, apontou a gestora.

“Vimos um grande aumento no número de viajantes chineses para a Europa e Portugal até ao início de 2020. Nos cinco anos de 2015 a 2019, o número de utilizadores que compraram produtos e serviços relacionados com viagens para a Europa através da Ctrip [grupo Trip.com] aumentou em mais de 30%” em termos anuais, referiu a responsável.

De acordo com os dados do grupo, em 2019 as reservas de bilhetes de avião para Portugal aumentaram 148% em termos anuais e as reservas de hotéis no mercado português durante o feriado do Ano Novo Lunar naquele ano cresceram 155%. “Espero que esta tendência continue assim que as viagens entre as duas nações sejam outra vez possíveis”, concluiu.

4 Mai 2021

Primeira-ministra da Nova Zelândia fala de diferenças com a China “difíceis de reconciliar”

A primeira-ministra neozelandesa Jacinda Ardern apelou à China para agir de uma forma consistente com as suas responsabilidades como potência em crescimento. Num discurso na Cimeira Empresarial da China em Auckland, na segunda-feira, Ardern sublinhou as tensões nas relações entre a China e a Nova Zelândia, dizendo que as diferenças entre os dois países estavam “a tornar-se mais difíceis de reconciliar” e que não havia “garantias” dentro da relação.

O discurso surge depois da a Nova Zelândia ter sofrido pressões de outros países devido à sua relutância em utilizar o grupo Five Eyes para criticar directamente a China em bloco. A China é o maior parceiro comercial da Nova Zelândia, sendo responsável por 29 por cento das exportações no ano passado.

A relação tem sido complicada por países com os quais a Nova Zelândia tende a alinhar, como a Austrália, que adoptou uma linha mais dura nas suas relações com a China. Como resultado, a China tem colocado tarifas e restrições às importações australianas de cevada, vinho, carne, algodão, madeira, carvão e lagostas, prejudicando essas indústrias.

“Não terá escapado à atenção de ninguém aqui que, à medida que o papel da China no mundo cresce e muda, as diferenças entre os nossos sistemas – e os interesses e valores que moldam esses sistemas – estão a tornar-se mais difíceis de reconciliar”, disse Arden.

“Esperamos que a China também aja no mundo de forma consistente com as suas responsabilidades como potência crescente, incluindo como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU”.
Ardern disse também que a relação da Nova Zelândia com a China continuava a ser “forte”. No entanto, “dadas as diferentes histórias, visões do mundo e sistemas políticos e jurídicos dos países, a Nova Zelândia e a China iriam assumir perspectivas diferentes sobre algumas questões importantes. A Nova Zelândia é uma democracia aberta, pluralista, com foco na transparência e no estado de direito”, afirmou.

“Há algumas coisas em que a China e a Nova Zelândia não concordam, não podem e não vão concordar”, disse. Contudo, “isto não precisa de fazer descarrilar a nossa relação, é simplesmente uma realidade”.
“Como potência importante, a forma como a China trata os seus parceiros é importante para nós”, disse Arden. “Continuaremos a promover as coisas em que acreditamos, e a apoiar o sistema baseado em regras que sustenta o nosso bem-estar colectivo”.

Embaixadora pede objectividade e justiça

Em resposta, a embaixadora chinesa Wu Xi apelou para que a Nova Zelândia mantenha uma posição “objectiva e justa” e não interfira nos assuntos internos da China. A embaixadora apelou aos princípios de igualdade, respeito mútuo, e confiança mútua nas relações entre estados. “Esperamos que o lado neozelandês possa manter uma posição objectiva e justa, respeitar o direito internacional, e não interferir nos assuntos internos da China, de modo a manter o bom desenvolvimento das nossas relações bilaterais”, afirmou.

“Tentativas de impor ideologia aos outros e envolver-se em políticas de grupo apenas envenenariam a cooperação internacional e empurrariam o mundo para a divisão ou mesmo para o confronto”, disse Wu. “Não podemos enfrentar desafios comuns num mundo dividido e o confronto não nos levará a lado nenhum”, concluiu.

“As questões relacionadas com Xinjiang e Hong Kong são assuntos internos da China, envolvendo a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento da China”, disse a embaixadora. Para ela, alegações de trabalhos forçados ou genocídio em Xinjiang são “mentiras totais e rumores fabricados por algumas forças anti-China sem quaisquer provas”.

“Ao defendermos os princípios de respeito mútuo, igualdade e cooperação vantajosa para ambas as partes, desfrutaremos de realizações mais sustentáveis em benefício dos nossos dois povos”, disse Wu. “A China está pronta a trabalhar com a Nova Zelândia para pressionar no sentido de um maior desenvolvimento das nossas relações”.

4 Mai 2021