Jogos Olímpicos de Inverno | Todos contra o boicote

O Governo chinês alertou ontem Washington para que não boicote os Jogos Olímpicos de Inverno 2022, em Pequim, depois de o executivo de Joe Biden ter revelado que está a considerar uma abordagem conjunta com aliados. O boicote surge como uma possibilidade, face aos abusos contra minorias étnicas de origem muçulmana em Xinjiang, no extremo noroeste da China.

Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China rejeitou as acusações e alertou sobre uma “resposta robusta da China” a um potencial boicote aos jogos. “A politização do desporto vai prejudicar o espírito da Carta Olímpica e os interesses dos atletas de todos os países”, disse o porta-voz, Zhao Lijian. “A comunidade internacional, incluindo o Comité Olímpico dos Estados Unidos, não o aceitará”, apontou.

O Departamento de Estado dos EUA sugeriu que um boicote olímpico está entre as possibilidades, mas um alto funcionário disse mais tarde que não foi ainda discutido. O Comité Olímpico Internacional e o Comité Olímpico e Paraolímpico dos EUA já disseram que se opõem a boicotes. A oposição foi reiterada por Susanne Lyons, presidente do conselho de diretores do Comité Olímpico e Paraolímpico dos EUA. “Nós opomo-nos a boicotes de atletas, porque eles mostraram ter um impacto negativo sobre os atletas, embora não tratassem de forma eficaz as questões globais”, disse Lyons.

O Comité não deseja “minimizar as graves questões de Direitos Humanos que estão a acontecer na China”, mas acredita que diplomatas e oficiais do comércio e outros governantes estão mais bem equipados para lidar com estas preocupações.

O secretário de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse na quarta-feira que a Casa Branca não está a planear um boicote aos jogos de 2022. “Não discutimos, e não estamos a discutir, qualquer boicote conjunto com aliados e parceiros”, esclareceu.

9 Abr 2021

Xi Jinping | Crescimento da China é uma oportunidade para a UE

O Presidente chinês e a chanceler alemã tiveram a primeira conversa telefónica deste ano. Angela Merkel garante que a estratégia europeia, em relação à China, é autónoma

 

“O desenvolvimento da China é uma oportunidade para a União Europeia”, disse o presidente Xi Jinping na quarta-feira, exortando a União Europeia (UE) a “realizar julgamentos dignos de forma independente e alcançar de facto a autonomia estratégica”. Numa conversa telefónica com a chanceler alemã Angela Merkel, Xi disse que a China espera que a Alemanha e a UE realizem esforços conjuntos com a China para proteger e promover o desenvolvimento saudável e estável de sua cooperação, trazendo assim mais certeza e estabilidade a um mundo volátil.

Foi a primeira vez que Xi conversou por telefone com Merkel neste ano. No ano passado, os dois líderes realizaram quatro conversas telefónicas para trocar impressões sobre as relações bilaterais e a cooperação entre a China e a União Europeia.

Eliminar distrações

Observando que a sua comunicação no ano passado desempenhou um papel importante para o desenvolvimento das relações China-Alemanha e China-UE, Xi afirmou que o aumento da cooperação China-Alemanha e China-UE deverá alcançar resultados importantes.

Xi disse que “para encarar as novas oportunidades e desafios enfrentados pela relação China-UE, é essencial manter a direção geral das relações China-UE numa perspectiva estratégica, respeito uns pelos outros e eliminar distrações”.

“A China está pronta para trabalhar com a UE para garantir o sucesso de uma série de agendas políticas significativas para a próxima etapa por meio de consultas, aprofundar e expandir a cooperação prática em toda a linha e fortalecer a comunicação sobre as mudanças climáticas e outras questões de governação global para praticar em conjunto o multilateralismo”.

O presidente chinês disse ainda que a cooperação prática entre a China e a Alemanha tem alcançado progresso apesar da pandemia da Covid-19 e outros factores, e, por cinco anos consecutivos, a China tem sido o maior parceiro comercial da Alemanha.

Partilhar, partilhar sempre

Xi encorajou os dois países a promoverem a cooperação bilateral sob o princípio do respeito mútuo e benefício mútuo para injectar confiança e ímpeto para a cooperação China-UE e a recuperação econômica mundial.
“A China está disposta a partilhar as oportunidades criadas pela nova ronda de abertura com empresas da Alemanha e de outros lugares”, disse Xi, acrescentando que “a China espera que a Alemanha permaneça aberta e ofereça mais conveniência para expandir a cooperação mutuamente benéfica entre suas empresas”.

O presidente chinês também pediu que as duas nações promovam intercâmbios em áreas como ciência e tecnologia, educação, cultura e desporto, aproveitando as oportunidades apresentadas pelo 50º aniversário das relações diplomáticas entre a China e a Alemanha e os Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing no próximo ano.

Merkel: Europa autónoma

Por seu lado, Merkel disse que a UE aderiu a uma política externa autónoma. “A cooperação Alemanha-China e UE-China é cada vez mais necessária hoje para lidar com os desafios que o mundo enfrenta”, acrescentou.

“Reforçar o diálogo e a cooperação entre a UE e a China não apenas está de acordo com os interesses de ambas as nações, mas irá também beneficiar o mundo”, afirmou a chanceler, reforçando que a Alemanha está disposta a desempenhar um papel activo.

Merkel acrescentou ainda que “a Alemanha trabalhará com a China de modo a preparar a nova ronda de consultas intergovernamentais China-Alemanha e retomar o intercâmbio de pessoal o mais rápido possível”.

Mais tarde, a porta-voz do governo alemão Ulrike Demmer disse que Merkel e Xi tinham discutido os esforços internacionais para produzir e distribuir vacinas COVID-19, aprofundar a cooperação económica e as medidas para proteger o clima e a biodiversidade.

Demmer disse que os líderes concordaram em aprofundar os laços bilaterais nas consultas governamentais sino-alemãs planeadas para finais de Abril. “A Chanceler salientou a importância do diálogo sobre toda a gama de laços, incluindo questões sobre as quais existem opiniões diferentes”, disse Demmer, sem dar pormenores sobre as áreas em que a Alemanha e a China diferem.

9 Abr 2021

Covid-19 | China com 24 casos em 24 horas, 11 de contágio local

A China detectou 24 casos de covid-19, nas últimas 24 horas, incluindo 11 de contágio local, na província de Yunnan, no sudoeste do país, anunciaram as autoridades de saúde chinesas.

Yunnan somou 76 casos, desde a semana passada, todos na cidade de Ruili, que faz fronteira com o Myanmar (antiga Birmânia). As autoridades isolaram Ruili e iniciaram uma campanha de testes e vacinação de toda a população – cerca de 300 mil habitantes.

Os restantes 13 casos foram diagnosticados em viajantes provenientes do estrangeiro na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Jiangsu (leste), Mongólia Interior (norte) e Shaanxi (noroeste).

A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 263, incluindo dois em estado grave. Desde o início da pandemia da covid-19, o país registou 90.365 casos da doença e 4.636 mortos.

8 Abr 2021

China exige que os EUA cessem todas as sanções ilegais contra o Irão

Um enviado chinês exigiu na terça-feira que os Estados Unidos cessem todas as sanções ilegais contra o Irão e sua “jurisdição extensiva” contra terceiros e indivíduos, após as negociações do acordo nuclear com o Irão terem sido retomadas em Viena.

Diplomatas seniores da China, França, Alemanha, Rússia, Grã-Bretanha e Irão reuniram no Grand Hotel Wien. No topo da agenda está o levantamento das sanções contra o Irão e as medidas de implementação nuclear.

A reunião da Comissão Conjunta do Plano de Ação Abrangente Conjunto (JCPOA, na sigla inglesa), conhecida como acordo nuclear com o Irão, atraiu a atenção do público, já que representantes dos Estados Unidos estão em Viena para salvar o acordo.

“Os EUA devem suspender todas as sanções ilegais contra Teerão, e o lado iraniano deverá retomar o cumprimento total do acordo nuclear de 2015 com base nisso”, disse Wang Qun, enviado chinês às Nações Unidas e outras organizações internacionais em Viena, após a reunião.

Wang disse que a retirada dos EUA do tratado e sua pressão contra o Irão “é a raiz da situação actual. Portanto, o retorno antecipado dos EUA ao acordo é a chave para resolver o problema”.

“O pedido justificado da parte lesada deve ser confirmado e satisfeito primeiro (…) Os EUA devem suspender todas as sanções contra Teerão e, com base nisso, o Irão poderá retomar total conformidade com o acordo nuclear”, disse Wang num comunicado.

O representante chinês enfatizou que a China se opõe firmemente a quaisquer sanções unilaterais ilegais impostas pelos EUA e salvaguardará os seus direitos e interesses legítimos.

Wang acrescentou que a China apoia os esforços da Comissão Conjunta na criação de dois grupos de especialistas, um sobre o levantamento de sanções e questões nucleares e o outro sobre o “contacto próximo” com os EUA, esperando que os dois grupos possam alcançar progressos o mais rápido possível.

“A China continua a apoiar inabalavelmente o JCPOA e espera que todas as partes possam aprimorar seu sentido de urgência, aproveitar as oportunidades actuais e colocar o JCPOA de volta por meio de negociações justas e razoáveis”, observou Wang.

Wang garantiu ainda que a China está disposta a trabalhar com todas as partes para continuar a avançar na solução política da questão nuclear do Irão e a empenhar-se para restaurar a implementação total do acordo de 2015 o mais rapidamente possível.

8 Abr 2021

Xinjiang | Dois ex-funcionários condenados à pena de morte

A China condenou ontem à pena de morte um ex-funcionário da educação e um ex-funcionário da justiça na região de Xinjiang, noroeste do país, com pena suspensa de dois anos, por acusações que incluem separatismo e corrupção. Sattar Sawut, ex-funcionário da educação, e Shirzat Bawudun, ex-funcionário da justiça, são os mais recentes casos dos muitos burocratas de Xinjiang, quase todos membros da minoria étnica de origem muçulmana uigur, que foram condenados por porem em perigo a segurança nacional.

As detenções fazem parte de uma campanha contra o que Pequim designa de “funcionários de duas caras”, que procuram minar o domínio chinês na região a partir de dentro do sistema político. Estas sentenças geralmente são comutadas para prisão perpétua, após dois anos de bom comportamento.

Os dois homens declararam-se culpados e nenhum dos dois apelou da sentença, disse Wang Langtao, vice-presidente do tribunal popular regional de Xinjiang, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. Sattar Sawut foi detido em 2018 e não se sabe quando foi a detenção de Shirzat Bawudun.

O tribunal disse na terça-feira que Sattar Sawut, o ex-chefe do Departamento regional de educação “incorporou separatismo étnico, violência, terrorismo e conteúdo de extremismo religioso em livros didáticos em línguas minoritárias”. “Sattar Sawut aproveitou a compilação e publicação de livros de idiomas étnicos para escolas primárias e secundárias para dividir o país, a partir de 2002”, afirmou Wang, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. O réu “instruiu outros a escolher várias pessoas com pensamentos separatistas para se juntarem à sua equipa responsável pela compilação de livros”, acrescentou.

Wang disse que Shirzat Bawudun, ex-chefe do Departamento de justiça regional de Xinjiang, foi condenado por “dividir o país, ter conspirado com o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental e oferecido ajuda a separatistas e extremistas religiosos, e colaborado com separatistas e forças estrangeiras”.

O Movimento Islâmico do Turquestão Oriental é listado como um grupo terrorista pelas Nações Unidas. Shirzat Bawudun reuniu com representantes do Movimento e encorajou outros a juntarem-se ao grupo, disse Wang. Também “realizou actividades religiosas ilegais no casamento da sua filha” e aceitou subornos no valor de 11,12 milhões de yuans, disse Wang.

O tribunal disse que os livros didáticos aprovados por Sattar Sawut foram usados durante 13 anos, trazendo “graves consequências” para a região. As edições de 2003 e 2009 dos livros continham 84 passagens pregando separatismo étnico, violência, terrorismo e extremismo religioso e que várias pessoas se inspiraram nos livros para participar de um motim antigovernamental sangrento na capital regional Urumqi em 2009.

Sattar Sawut também abusou das suas posições oficiais para aceitar subornos no valor de 15,05 milhões de yuans, disse o tribunal.

Terrorismo | A luta continua

Pequim disse na terça-feira que a Região Autónoma Uigure de Xinjiang ainda enfrenta ameaças de terrorismo e extremismo, apesar de nenhum ataque terrorista ter ocorrido nos últimos quatro anos. Questionado pela CGTN se as actividades actuais em Xinjiang ainda são de “contra-terrorismo” e “desradicalização”, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, respondeu afirmativamente. “Mesmo que Xinjiang não tenha registado um único ataque terrorista nos últimos quatro anos, a região continua a enfrentar ameaças e desafios de terrorismo e extremismo”, disse Zhao. “É necessário que Xinjiang continue a trabalhar contra o terrorismo e a radicalização com base na lei”, sublinhou.

8 Abr 2021

Mar do sul da China | Filipinas devem parar com alegações, diz MNE chinês

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China instou as Filipinas a pararem com “alegações infundadas sobre a questão do Mar do Sul da China”.

O Secretário de Defesa das Filipinas, Delfin Lorenzana, exortou os navios chineses, que ainda estão nos arredores do recife de Niu’e, a partirem. O MNE filipino também declarou que, com base na arbitragem do Mar do Sul da China e na sua sentença, “as Filipinas negam que o recife de Niu’e e as suas águas adjacentes sejam locais de pesca tradicionais para os pescadores chineses”.

Em resposta, o porta-voz Zhao Lijian disse que “o Recife de Niu’e faz parte das Ilhas Nansha da China e tradicionalmente oferece abrigo contra o vento aos barcos de pesca chineses. Portanto, é normal que os navios de pesca chineses se refugiem perto do recife devido às condições adversas do mar”.

Zhao considerou que a sentença do Tribunal Arbitral do Mar do Sul da China é “ilegal e inválida”. “A China não a aceita ou reconhece e opõe-se firmemente a quaisquer reivindicações e acções nela baseadas. A soberania, direitos e interesses chineses no Mar da China do Sul estão em conformidade com o direito internacional”.

Para Zhao, “as Filipinas tentaram recorrer a uma decisão ilegal e inválida para negar tal soberania e direitos no Mar do Sul da China, violando a Carta das Nações Unidas e a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS)”. “Esperamos que as Filipinas tenham uma visão objectiva e correcta e parem imediatamente com as alegações sem fundamento para evitar impactos negativos nas relações bilaterais e na paz e estabilidade no Mar do Sul da China”, advertiu Zhao.

8 Abr 2021

Plásticas | Actriz chinesa sofre de necrose nasal

Após uma actriz chinesa ter exposto a sua cirurgia plástica falhada, que lhe provocou uma necrose no nariz, a autoridade médica decidiu suspender o médico da prática durante seis meses e o hospital foi multado em 49.000 yuans. A actriz Gao Liu escreveu na sua conta no Weibo que foi operada num hospital de cirurgia plástica em Guangzhou, capital da província de Guangdong. No entanto, a cirurgia não teve sucesso e ela sofreu repetidas infecções, bem como necrose nasal. “Mais tarde descobri que o hospital de cirurgia plástica não estava qualificado para realizar a cirurgia ao nariz”, escreveu Gao.

A experiência de Gao desencadeou uma ampla discussão sobre a segurança da cirurgia plástica na internet chinesa. O departamento de saúde local respondeu após dois dias e declarou que tinham iniciado uma investigação sobre o assunto.

Agora a Comissão Municipal de Saúde de Guangzhou publicou uma declaração, afirmando que o médico que realizou a cirurgia para Gao não tinha a qualificação correcta para realizar cirurgia estética de forma independente, pelo que será suspenso da prática durante seis meses. O hospital também foi punido por permitir que o médico não qualificado realizasse a cirurgia, em violação do Regulamento de Tratamento de Beleza Médica.

Alguns cidadãos chineses ficaram insatisfeitos com estas punições, considerando que a pena é demasiado leve para avisar eficazmente a indústria da cirurgia plástica e evitar que casos semelhantes voltem a acontecer. Lu Xiaoquan, uma advogada de direitos das mulheres baseada em Pequim, também entende que a pena é leve considerando a perda da actriz, quer financeira, física ou mental. “O caso demonstra que o regulamento para a indústria da beleza médica deve continuar a ser alterado de acordo com a situação actual e as sugestões do público”, disse a advogada.

A indústria da cirurgia estética na China tem vindo a expandir-se. A Associação Chinesa de Plásticas e Estética previu que o mercado de cirurgia plástica deverá atingir 300 mil milhões de yuans até 2022, com a forte procura a impulsionar o rápido desenvolvimento de produtos e indústrias, informou a Televisão Central da China.

7 Abr 2021

Vacinas | Cidade na China pede desculpa por aviso controverso

Uma cidade do sul da China cancelou o seu controverso aviso de vacinação COVID-19 na quarta-feira, que alegava “colocar na lista negra” a população local não vacinada e proibi-la de apanhar transportes públicos e entrar em locais públicos, tais como restaurantes e supermercados. Numa declaração divulgada online, as autoridades da cidade de Wancheng, província de Hainão, no sul da China, disseram que cancelariam todas as penalidades possíveis que o aviso mencionava. “Pedimos sinceras desculpas pela forma imprópria como mobilizámos a vacinação”, lê-se na declaração.

Os residentes de Wancheng confirmaram que o governo local havia retirado o aviso. “Os avisos foram recentemente afixados em comunidades residenciais, mas eu não os vi hoje”, disse um proprietário de uma loja local. Outro residente, que recebeu a vacinação na semana passada, disse que não havia funcionários do governo que o obrigassem a fazê-lo. “A decisão de ser vacinado foi minha”, disse.

O aviso provocou um debate acalorado nos meios de comunicação social chineses, com alguns cidadãos a criticarem a indelicadeza e o abuso de poder de alguns governos regionais no lançamento da vacina. Mas outros disseram que era aceitável que os funcionários de base utilizassem alguns “meios especiais” para persuadir as pessoas a serem vacinadas, o que é uma das coisas mais urgentes na China neste momento. “Ser vacinado e proteger-se do coronavírus é bom para todos nós”, escreveu um utilizador do Weibo na quinta-feira. “Acho que não há nada de errado em o governo fazer isto”.

Actualmente, na China, os cidadãos recebem a vacina COVID-19 numa base voluntária e gratuita. O pessoal médico nos locais de inoculação informa as pessoas sobre a vacina, e não a dá àqueles que têm condições de saúde que não são adequadas para a vacinação.

A China só tem uma taxa de vacinação de 4%, disse recentemente o principal conselheiro médico da China, Zhong Nanshan, apelando para que as pessoas sejam vacinadas. “Só a vacina nos pode proporcionar uma melhor protecção”, observou Zhong.

7 Abr 2021

Forças chinesas respondem a presença militar americana junto à sua costa

China e Estados Unidos enviaram, nos últimos dias, porta-aviões para águas disputadas nos mares do Leste e do Sul da China, numa altura de renovadas tensões entre os países da região e Pequim. No domingo, um grupo ofensivo de porta-aviões dos EUA, liderado pelo USS Theodore Roosevelt, entrou no Mar do Sul da China pelo Estreito de Malaca, segundo a unidade de análise Sondagem da Situação Estratégica do Mar do Sul da China, que tem base em Pequim. A mesma fonte disse que o destruidor de mísseis teleguiados USS Mustin também está a operar no Mar do Leste da China e se aproximou do rio Yangtsé, no leste chinês, no sábado.

A China estava ontem também a realizar exercícios navais com porta-aviões, perto de Taiwan, visando “salvaguardar a soberania chinesa”. A Marinha chinesa disse que os exercícios que envolvem o Liaoning, um dos seus dois porta-aviões, são rotineiros e agendados anualmente. No sábado, o Liaoning passou pelo Estreito de Miyako, no sudoeste do Japão, dias depois de o ministério da Defesa da China ter instado o Japão a “parar todos os movimentos provocativos” nas contestadas Ilhas Diaoyu, no Mar do Leste da China.

Analistas consideram que a presença naval no Indo-Pacífico destaca o risco de conflito militar entre China e Estados Unidos, à medida que Pequim afirma as suas reivindicações marítimas na região e Washington concentra a sua estratégia de Defesa na contenção da China.

Na última semana, a China e as Filipinas, país tradicionalmente aliado dos EUA, enfrentaram renovadas tensões, provocadas pela presença de navios chineses no Recife Whitsun, no Mar do Sul da China. Na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros das Filipinas disse que as alegações da China, de que os barcos estavam no recife para se protegerem do mau tempo, são “falsidades gritantes” e “claramente [uma] narrativa falsa das reivindicações expansivas e ilegítimas da China no Mar Ocidental das Filipinas”.

Manila também rejeitou a afirmação de Pequim de que o recife nas disputadas Ilhas Spratly é uma área de pesca tradicional chinesa e novamente exigiu que os barcos deixassem a área da sua zona económica exclusiva.

Os EUA, o Japão e a Indonésia também aumentaram a pressão sobre a China, na semana passada. O Japão expressou preocupação com a nova lei para a guarda costeira da China, que permite que a sua força quase militar use armas contra navios estrangeiros, em águas reivindicadas pela China, e com o aumento da presença da guarda costeira da China em águas próximas às ilhas contestadas.

China adverte Japão

Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, advertiu ontem o Japão para que não se coligue com os Estados Unidos contra a China, nas vésperas de uma cimeira entre Washington e Tóquio. Wang disse ao homólogo japonês, Toshimitsu Motegi, numa conversa por telefone, que os dois países devem garantir que as relações bilaterais “não se envolvem no chamado confronto entre os grandes poderes”, segundo o comunicado do ministério chinês.

Wang acrescentou que Pequim “espera que o Japão, como país independente, olhe para o desenvolvimento da China de forma objectiva e racional, em vez de ser enganado por alguns países que têm uma visão tendenciosa contra a China”. “O desenvolvimento da China não apenas permitiu ao povo chinês viver uma vida melhor, como contribuiu positivamente para a promoção da estabilidade e prosperidade regional”, referiu Wang.

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, viaja para Washington, para se encontrar com o Presidente, Joe Biden, a 16 de abril, na primeira cimeira presencial do líder dos EUA, desde que assumiu o cargo em janeiro. Biden, em contraste com Donald Trump, enfatizou a reconstrução dos laços com aliados europeus e asiáticos.

7 Abr 2021

Timor-Leste/Cheias | José Ramos-Horta pede tréguas políticas para responder a desastre natural

O ex-Presidente da República timorense José Ramos-Horta pediu hoje “tréguas” políticas, para que todos concentrem os seus esforços no apoio às populações e na resposta aos efeitos do mau tempo, que causaram pelo menos 34 mortos no país.

“Peço aos apoiantes partidários para observarem tréguas, engavetem as suas críticas por algum tempo. A pandemia e este desastre natural deveriam convidar todos para juntos fazermos face a este flagelo gémeo”, escreveu numa mensagem na sua página no Facebook.

“Quem governa que se concentre na governação. Quem não tem responsabilidades governativas que apoie a sua maneira ou procure apoiar, complementar as ações do Governo”, frisou.

José Ramos-Horta explicou que ele próprio tem andado a comprar bens alimentares em lojas locais para entregar em vários pontos da cidade, aleatoriamente, notando as muitas carências que se vivem.

“Depois do primeiro dia da catástrofe não partilhei mais fotos e comentários. Decidi fazer coisas pequenas com os meios limitados e pessoais que disponho. Conduzindo o jeep Willys acompanhado apenas de uma pessoa fui visitando algumas ordens religiosas, ao acaso, sem aviso prévio, levando as sacas de comidas que comprei nas lojas locais”, explica.

“Visitei inúmeros locais. Sempre de máscara. Mas máscaras não são muito visíveis estes dias. Não fiz fotos. Vi com meus olhos as condições em que vivem muitos jovens estudantes. Outros o terão feito”, refere.

O mau tempo e as cheias que assolaram Timor-Leste, especialmente no domingo, causaram pelo menos 34 mortos, segundo um balanço provisório, com milhares de deslocados e sérios danos materiais ainda por contabilizar.

6 Abr 2021

Myanmar | Aung San Suu Kyi “aparenta estar de boa saúde”, diz advogado

A líder do governo de Myanmar derrubado a 01 de fevereiro por uma junta militar, detida desde então, “aparenta estar de boa saúde” apesar das semanas em detenção, indicou o advogado da Nobel da Paz de 1991.

As palavras de Min Min Soe, que indicou ter falado por videoconferência com Aung San Suu Kyi a partir de uma esquadra da polícia da capital birmanesa, Naypyidaw, surgem no mesmo dia em que se intensificam as pressões internacionais contra a junta militar, no dia da reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU.

Suu Kyi, 75 anos, que enfrenta várias acusações da junta militar, entre elas a de corrupção, ainda não obteve autorização para se encontrar com os seus advogados e a entrevista à distância com Min Min Soe decorreu na presença de guardas e policiais.

Segundo os advogados, Suu Kyi questionou a legalidade da vigilância. A ex-primeira-ministra civil birmanesa tem uma nova audiência em tribunal na próxima quinta-feira que, segundo outro dos advogados de defesa, “deverá ser breve e dedicada a questões administrativas”.

Na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, começou ontem uma reunião de urgência, à porta fechada, do Conselho de Segurança da ONU, convocada pelo Reino Unido.

“A reunião vai incidir, imperativamente, sobre a forma como cortar os meios financeiros à junta (…) e entregar os responsáveis pelas atrocidades ao Tribunal Penal Internacional”, escreveu na rede social Twitter o relator especial da ONU para Myanmar, Tom Andrews, lembrando a existência de divisões entre os membros do Conselho de Segurança.

Enquanto os Estados Unidos e o Reino Unido anunciaram uma nova série de sanções, e o Japão cortou a ajuda ao desenvolvimento, a China e a Rússia recusam-se a condenar oficialmente o golpe.

As divergências existentes têm permitido à junta militar birmanesa continuar a repressão, com a Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP) em Myanmar, a dar conta de que mais oito pessoas foram mortas terça-feira a tiro pelas forças de segurança.

A crise político-militar em Myanmar (antiga Birmânia), com a forte repressão do novo poder sobre as manifestações centram a reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU, que começa com um ‘briefing’ sobre a situação no país, feito pela enviada especial da ONU, Christine Burgener.

Para já, ainda não há nenhuma certeza de que o Conselho de Segurança das Nações Unidas possa chegar a um acordo sobre uma nova declaração, no final da reunião, sendo para tal necessária unanimidade dos membros, incluindo a China e a Rússia, apesar de o Kremlin ter desaprovado, segunda-feira, a repressão sangrenta contra as manifestações pró-democracia em Myanmar, revelando-se preocupado com o crescente número de mortes de civis.

1 Abr 2021

China | Confinamento em localidade vizinha de Myanmar

As autoridades chinesas decretaram o confinamento durante uma semana da localidade de Ruili, na fronteira com Myanmar, após um surto em que foram identificados seis contágios locais de covid-19 e três assintomáticos.

Segundo o diário digital Shine, dos seis casos confirmados, cinco são referentes a cidadãos chineses e o restante a um birmanês, tendo ainda sido diagnosticados três casos assintomáticos, que a China não inclui na contagem diária, provenientes do país vizinho. Desde 27 de Março que as autoridades chinesas não anunciavam casos de contágio local.

Os habitantes da cidade de Ruili, situada na província de Yunnan, deverão permanecer em casa durante uma semana, tendo as autoridades anunciado que vão realizar testes gratuitos à população, de 210.000 pessoas.

As autoridades decretaram o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais, exceto os de produtos alimentares e as farmácias, autorizando apenas uma pessoa de cada agregado familiar a sair de casa para efetuar as compras necessárias. O posto fronteiriço de Jiegao, que une os dois países, foi fechado até novo aviso.

1 Abr 2021

Corrupção | Irmãos Li fazem sensação na Internet

Três irmãos basicamente dominavam a distribuição de energia na cidade de Harbin. E só a davam a quem lhes pagava. A história mexeu com as redes sociais

Os funcionários condenados por corrupção na província de Heilongjiang, no Nordeste da China, tornaram-se numa sensação na internet devido à extensão da sua riqueza, incluindo mais de 100 carros de luxo e fundos equivalentes a 3 mil milhões de yuans.

Li Wei, antigo director adjunto da Harbin Electric Power Bureau, uma subsidiária da State Grid Corporation da China, e os seus dois irmãos mais novos foram acusados. Um dos irmãos estava encarregado de projectos de energia eléctrica em Harbin, capital de Heilongjiang, e o outro dirigia várias empresas de instalações eléctricas. Em conjunto, controlavam 77 por cento do sistema de energia eléctrica local.

Os irmãos Li eram suspeitos de um total de 24 delitos, incluindo ferimentos intencionais, transacções forçadas, e um ajuntamento para se envolverem em promiscuidade sexual. Li Wei e o seu irmão Li Tong foram ambos condenados à morte com uma pena suspensa de dois anos.

As ofensas dos três irmãos vieram a lume num programa que a emissora estatal CCTV transmitiu na segunda-feira, que cobre a campanha do governo chinês contra a corrupção. O programa revelou as vidas pródigas dos irmãos Li, incluindo a grande quantidade de antiguidades encontradas nas suas casas e carros de luxo, incluindo um Rolls-Royce, Bentley e Chrysler Hunter de edição limitada encontrados nos seus estacionamentos com um valor estimado de quase 100 milhões de yuan. Os irmãos Li também possuíam um total de 69 propriedades.

A riqueza dos irmãos e o seu consumo conspícuo espantou a internet chinesa. Na plataforma Sina Weibo, um hashtag “funcionários corruptos descobertos a ter centenas de carros de luxo como um autoshow” teve 60 milhões de vistas e 18.000 comentários.

“Pensava já saber o quão ricos os funcionários corruptos podem ser, mas estava claramente enganado”, lê-se num comentário de um utilizador do Weibo. A polícia descobriu que os irmãos Li dirigiam projectos ilegais de subcontratação no valor de mais de 3,16 mil milhões de yuan.

De acordo com a investigação, Li Wei geralmente atribuía os projectos de fornecimento de energia ao seu irmão Li Tong, antigo director-geral da Harbin Electric Power Industrial Group Corporation, que mais tarde os subcontrataria ao seu irmão Li Jian. Com poder a nível governamental e projectos a nível empresarial, os três irmãos formaram um “império electrónico” em Harbin.

“As empresas que quisessem electricidade tinham de passar primeiro pelos irmãos Li. Se se candidatassem à electricidade da forma normal, esta não seria fornecida, mas poderiam pedir directamente aos irmãos Li o fornecimento de energia”, disse uma vítima no programa de televisão, acrescentando que as pessoas também seriam espancadas e expulsas da cidade se não cumprissem as ordens.

Os relatórios mostraram que os irmãos também tinham tomado drogas e violado uma rapariga com menos de 14 anos. Subornaram também a polícia para que lhes fosse aplicada uma pena menor de 5.000 yuan.

Li Wei era trabalhador numa empresa de instalação de energia eléctrica em Harbin na sua juventude e chegou ao cargo de assistente do director-geral do Harbin Electric Power Bureau em 2010, antes de subir ainda mais na hierarquia da empresa.

1 Abr 2021

Xinjiang | Organizações locais respondem às sanções e boicotes ocidentais

Federações de sindicatos e outras rejeitam a existência de trabalho forçado e referem extensa mecanização. Além de acusarem os EUA de não respeitarem dos direitos dos trabalhadores

 

Várias associações industriais, incluindo sindicatos, a federação de mulheres e a associação do algodão na Região Autónoma de Xinjiang Uygur do Noroeste da China emitiram declarações condenando o boicote ocidental contra o algodão made-in-Xinjiang, por “fabricar mentiras de trabalho forçado e manchar a situação dos direitos humanos locais”.

A federação de sindicatos de Xinjiang disse que forças anti-China, lideradas pelos EUA, inventaram mentiras ao afirmar que “a China forçou centenas de milhares de trabalhadores de minorias étnicas em Xinjiang a colher algodão à mão através de projectos de alívio da pobreza”, o que “pôs completamente a nu as suas intenções sinistras de interferir nos assuntos internos da China e minar a segurança e estabilidade na região sob o pretexto dos direitos humanos”. “Os recentes anúncios de várias empresas estrangeiras de têxteis e vestuário, incluindo a H&M, de que deixariam de usar algodão de Xinjiang e apelariam a um boicote ao produto irritaram o povo chinês”, disse a associação do algodão de Xinjiang.

Porta aberta

A associação disse que “saúda as empresas estrangeiras a visitarem Xinjiang para analisarem o desenvolvimento da indústria do algodão na região, e tomarem decisões comerciais baseadas em factos objectivos”. “A porta para Xinjiang está sempre aberta”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, a 24 de Março. “Saudamos qualquer estrangeiro imparcial a visitar Xinjiang, mas opomo-nos firmemente a qualquer ‘investigação’ que presuma culpa, e opomo-nos a qualquer pessoa que utilize isto como uma manobra política para pressionar a China”, disse. As declarações de Hua surgiram depois da MNE australiana Marise Payne e a MNE da Nova Zelândia Nanaia Mahuta, numa declaração conjunta a 23 de Março, terem apelado à China para que conceda um acesso significativo e sem restrições a Xinjiang para peritos da ONU e outros observadores independentes.

Como principal área produtora de algodão na China, a taxa de colheita mecanizada de algodão na região atingiu 75,5%, e no norte de Xinjiang chega a 95%, revelou a federação de sindicatos. A produção anual de algodão de Xinjiang é de cerca de 5 milhões de toneladas, representando mais de 80 por cento da produção de algodão da China. Mais de metade de todos os agricultores da região planta algodão, que se tornou a sua principal fonte de rendimento, disse a associação do algodão. A melhoria da capacidade de produção em Xinjiang tem impulsionado o desenvolvimento da indústria têxtil local. Cerca de 600.000 pessoas estão agora empregadas na indústria do algodão.

Mulheres de toda a China

Por seu lado, a federação de mulheres referiu que “o progresso e desenvolvimento da indústria do algodão é o resultado do trabalho árduo das pessoas de todos os grupos étnicos em Xinjiang, que são também os maiores beneficiários da indústria do algodão”. A federação disse ainda que “a indústria do algodão fornece uma plataforma para o intercâmbio e integração entre mulheres de Xinjiang e de outras partes da China. Todos os anos, muitas colhedoras de algodão de outras províncias, incluindo Gansu, Sichuan, Henan e Jiangsu, vão a Xinjiang. “As mulheres comem e vivem juntas, aprendem umas com as outras, forjam amizades profundas e promovem a unidade nacional”.

“Mulheres de todos os grupos étnicos em Xinjiang participam no trabalho e emprego por sua própria vontade. Assinam contratos de trabalho de acordo com a lei, e gozam do direito de serem pagas pelo trabalho, descanso e férias. Os direitos e interesses legítimos das mulheres durante a gravidez, parto e amamentação são também protegidos por lei”, disse a federação.

“Respeitamos e protegemos plenamente o direito dos trabalhadores de minorias étnicas a utilizarem as suas próprias línguas faladas e escritas. Os trabalhadores podem escolher livremente a língua a utilizar para a comunicação”, disse uma federação sindical. A federação de sindicatos afirma respeitar plenamente “os costumes e hábitos dos empregados de todas as nacionalidades, e fornece refeições muçulmanas aos seus membros”. Além disso, “criámos estações de serviço jurídico e grupos de advogados voluntários para salvaguardar os direitos e interesses dos trabalhadores, e fornecemos serviços gratuitos de consulta jurídica e aconselhamento psicológico aos trabalhadores de todos os grupos étnicos”, disse a federação.

Trabalho forçado é nos EUA, afirmam

O rendimento médio anual dos trabalhadores em idade activa em Kashi é de cerca de 4.000 yuan (610,8 dólares) quando trabalham em casa, enquanto o rendimento médio anual nas empresas ultrapassa os 20.000 yuan. Os casais que trabalham em empresas podem ganhar mais de 60.000 yuan anualmente.

A federação salientou que os EUA são o país com a verdadeira questão do “trabalho forçado”. O relatório anual do governo dos EUA sobre o tráfico de pessoas reconheceu que os EUA são a fonte, o país de destino e de trânsito do tráfico humano, com graves problemas relacionados com trabalho forçado, prostituição forçada e escravidão por dívidas. Mesmo alguns funcionários dos EUA estão envolvidos no tráfico de seres humanos e no trabalho forçado.

Em Junho de 2015, a Confederação Sindical Internacional divulgou um relatório que enumerava os EUA como um dos países que violava sistematicamente os direitos dos trabalhadores.

A federação salientou que “por muito que as forças anti-China no Ocidente difamem Xinjiang, não serão capazes de impedir a sua prosperidade e desenvolvimento”. “O mercado chinês e o mercado mundial são suficientemente grandes para que o cultivo e a comercialização do algodão em Xinjiang não seja fundamentalmente afectado pelas chamadas sanções”, observou a federação. “Os trabalhadores locais nunca permitirão que a natureza perversa dos políticos ocidentais manche o algodão branco de Xinjiang”, concluiu a federação.

31 Mar 2021

APN | Governo reitera apoio à revisão de anexos da Lei Básica de Hong Kong

O Governo da RAEM manifestou “determinação no apoio” à aprovação da revisão dos anexos da Lei Básica de Hong Kong, sobre as metodologias para a escolha do Chefe do Executivo e para a constituição da Assembleia Legislativa.

A revisão foi aprovada pela Assembleia Popular Nacional. “É ainda o exercício do poder constitucional do Governo Central, uma acção objectiva de assumir a responsabilidade constitucional, em prol da manutenção da soberania, da segurança e dos benefícios do desenvolvimento nacional, assim como também da manutenção da prosperidade e estabilidade, a longo prazo, de Hong Kong”, descreve um comunicado do Gabinete de Comunicação Social.

Observando que este ano se realizam eleições para a Assembleia Legislativa na RAEM, a nota refere também que o Governo e a sociedade se vão esforçar para “garantir uma eleição segura e bem-sucedida”.

31 Mar 2021

Covid-19 | Ministro brasileiro poderá ter saído por questionar vacina chinesa

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, pediu a demissão após uma forte pressão de políticos ligados ao Presidente do país, Jair Bolsonaro, que o acusam de obstruir o acesso às vacinas contra a covid-19, divulgou a imprensa brasileira. Araújo teve um atrito directo com Yang Wanming, embaixador da China no Brasil, por comentários que questionavam a eficácia das vacinas produzidas no China.

Yang Wanming revelou que o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Li Zhanshu, e o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Arthur Lira, tinham falado sobre o “reforço da parceria no combate à pandemia e nas vacinas”. Já a 9 de março Arthur Lira tinha enviado uma carta ao governo chinês a pedir o envio de vacinas chinesas e de ingredientes activos para a produção de doses de vacinas.

Segundo a agência espanhola Efe, um dia antes, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, tinha enviado uma carta a Yang Wanming a pedir ajuda para adquirir 30 milhões de doses da vacina BBIBP-CorV, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinopharm.

Variante brasileira estudada

Entretanto, a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech Ltd está a desenvolver uma vacina para a nova variante de covid-19 encontrada no Brasil, foi ontem anunciado. Numa conferência de imprensa do Mecanismo Conjunto de Prevenção e Controlo do Conselho de Estado da China, o director-geral da Sinovac Biotech, Gao Qiang, disse que o laboratório arrancou já com a pesquisa e desenvolvimento de novas vacinas.

O responsável acrescentou que a empresa está a iniciar o estudo da variante do coronavírus SARS-CoV-2, conhecida por P1, identificada pela primeira vez no estado brasileiro do Amazonas. A quantidade de dados recolhidos em estudos clínicos no Brasil da CoronaVac, uma vacina já desenvolvida pelo Sinovac Biotech, é enorme e requer mais tempo para ser organizada e analisada, disse Gao Qiang. O investigador disse, no entanto, que a CoronaVac tem até agora dado mostras de ser eficaz contra variantes encontradas em 10 países.

O Butantan, um instituto de investigação brasileiro subordinado ao governo regional do estado de São Paulo, embala e também desenvolve a produção da CoronaVac, que é usada em 90% dos vacinados no Brasil.

Na mesma conferência de imprensa, o vice-presidente do China National Biotech Group, Zhang Yuntao, disse que os investigadores da subsidiária do laboratório estatal Sinopharm estão a testar a capacidade da vacina BBIBP-CorV para prevenir a infeção pelas variantes detetadas no Brasil e no Zimbabué. O responsável revelou que as experiências, que usam dados de testes clínicos realizados na China e no estrangeiro, já demonstraram bons resultados contra as variantes encontradas na África do Sul e no Reino Unido.

Alibaba e Tik Tok doam 100 ventiladores

O gigante chinês do comércio electrónico Alibaba e a rede social chinesa TikTok doaram ao Brasil 100 ventiladores pulmonares, necessários para tratar os pacientes com covid-19 que manifestam sintomas mais graves. A chegada dos ventiladores à capital brasileira, Brasília, para “ajudar o povo brasileiro no seu combate à pandemia”, foi anunciada pelo embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, na rede social Twitter.

Na sexta-feira, a Força Aérea alemã tinha enviado 80 ventiladores e acessórios para uso hospitalar para Manaus, capital do estado brasileiro do Amazonas, onde os hospitais estão sobrecarregados com o grande número de pacientes com covid-19. A doação atendeu ao pedido de ajuda do governo regional do Amazonas, endereçado à comunidade internacional.

O Brasil continua a ser o segundo país mais afectado pela crise sanitária provocada pela covid-19, depois dos Estados Unidos.

31 Mar 2021

EUA | Tarifas impostas à China não devem ser levantadas a curto prazo

Os Estados Unidos não estão preparados para levantar as tarifas a importações chinesas a curto prazo, mas estão abertos a negociações comerciais com Pequim, disse a nova representante para o Comércio, Katherine Tai. Na sua primeira entrevista desde que foi confirmada pelo Senado, Tai disse ao The Wall Street Journal que eliminar rapidamente essas medidas poderia prejudicar a economia, a menos que a mudança se faça de forma a permitir às empresas planear e fazer ajustamentos.

A responsável norte-americana apontou ainda razões táticas, alegando que “nenhum negociador abre mão das vantagens” tendo em vista possíveis negociações. Em Dezembro passado, antes de assumir o cargo de Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden tinha afirmado que não iria retirar no imediato as taxas alfandegárias impostas à China pelo seu antecessor, Donald Trump, mas depois da sua chegada à Casa Branca não voltou abordar o assunto em profundidade.

Durante a administração Trump, os Estados Unidos impuseram tarifas a produtos chineses no valor de 370 mil milhões de dólares anuais, tendo Pequim respondido com a adopção de medidas contra as exportações dos Estados Unidos.

As taxas alfandegárias continuam em vigor apesar de as duas partes terem chegado a acordo para pôr fim à guerra comercial e Washington vê essas medidas como uma garantia de que Pequim cumpre os compromissos assumidos, o que até agora “não fez totalmente”. Na entrevista, Tai manifestou-se disposta a negociar com a China, mas não deu detalhes sobre possíveis contactos, adiantando que serão dados “no momento oportuno”.

30 Mar 2021

ONU | Negociações para enviar representantes a Xinjiang

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, anunciou ontem o início de “sérias negociações” com a China para enviar representantes a Xinjiang.

“Sérias negociações estão em andamento entre o escritório do Alto Comissariado [para os direitos humanos] e as autoridades chinesas”, disse António Guterres, em entrevista ao canal CBC, do Canadá, acrescentando: “Espero que, em breve, cheguem a um acordo e que o Alto Comissariado para os Direitos Humanos possa visitar a China sem restrições ou limitações”.

“A China tem-me dito repetidamente que deseja que esta missão aconteça”, sublinhou Guterres, indicando que, para a ONU, o mais importante é a missão decorrer com “acesso ilimitado ao que o Alto-Comissário queira visitar”.

30 Mar 2021

Ministro da Defesa chinês lança aviso à NATO

De visita à Sérvia, Wei Fenghe deixou um aviso à NATO: se intervierem no Pacífico, a China também poderá intervir na Europa.

“Os militares chineses nunca permitirão que a história se repita na medida em que a China for capaz e determinada a defender os seus interesses nacionais”, disse o Conselheiro de Estado e Ministro da Defesa Wei Fenghe ao prestar homenagem aos mártires em Belgrado, no local da Embaixada chinesa na ex-Jugoslávia que foi bombardeada pela NATO em 1999.

“Prestar homenagem aos mártires no local da embaixada chinesa bombardeada na ex-Jugoslávia foi uma viagem especial”, salientou Wei, dizendo que os militares chineses nunca permitirão que este tipo de história se repita e que a China é plenamente capaz e determinada a defender a sua soberania nacional, segurança e interesses de desenvolvimento. Antes da visita, Wei encontrou-se com o Presidente sérvio Aleksandar Vučić.

As visitas de Wei à Hungria, Sérvia, Grécia e Macedónia do Norte, de quarta-feira até 31 de Março, decorreram no momento em que alguns membros da NATO se deslocaram para o Mar do Sul da China ou anunciaram planos para o destacamento de navios de guerra, com a desculpa das chamadas operações de Liberdade de Navegação. Estes países incluem a França, a Alemanha e o Reino Unido.

Segundo uma fonte chinesa, citada pelo Global Times, “alguns membros da NATO estão a tentar desempenhar certos papéis de segurança na região do Indo-Pacífico. A China pode responder, envolvendo-se em assuntos de segurança na Europa e permitir à NATO compreender melhor a China como um actor de segurança global”.

“Quando a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos membros da NATO chamou à China um ‘desafio’ há alguns dias, temos de recordar à NATO que ela tem uma dívida de sangue para com o povo chinês”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.

Hua disse que não deve ser esquecido que a NATO, liderada pelos EUA, bombardeou a Jugoslávia em 1999, numa grave violação das convenções internacionais e das normas básicas das relações internacionais. No processo, “mataram muitos civis inocentes, incluindo três jornalistas chineses”.

O Presidente sérvio Vučić recordou também como os países da NATO “atacaram um país soberano, sem a aprovação das Nações Unidas”, e condenou-o como um “acto horrendo de crime, e um acto de agressão”.

30 Mar 2021

Direitos humanos | Wang Yi critica conceito ocidental

Wang Yi, ministro dos Negócios Estrangeiros da China, manteve uma conversa no domingo com o seu homólogo dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Abdullah bin Zayed al-Nahyan, em Abu Dhabi. Ao abordar questões de direitos humanos, Wang Yi disse que a situação de cada país deve ser julgada por seu povo, e não pelas opiniões de outros países.

“As visões de direitos humanos de alguns países ocidentais não representam as da comunidade internacional. O mundo deve ouvir e interiorizar as opiniões dos países em desenvolvimento para que a definição dos direitos humanos seja mais abrangente, diversa e equilibrada”, disse Wang.
o MNE chinês sublinhou que “o direito à vida e ao desenvolvimento são tão importantes quanto os direitos políticos e sociais, e que a equidade e a justiça devem ser respeitadas da mesma forma que a democracia e a liberdade”.

“É normal que diferentes civilizações e tradições em diferentes fases de desenvolvimento levem a diferentes entendimentos e ênfases. É por isso que defendemos a comunicação igualitária e o aprendizado mútuo na questão dos direitos humanos”, disse Wang.

Wang reiterou ainda que a China se opõe a qualquer forma de ingerência nos assuntos internos de outros países sob o pretexto de proteger os direitos humanos e se opõe a caluniar outros países usando os direitos humanos como ferramenta política.

“Nenhum país é superior a outro neste mundo, sendo que o padrão de um único país não deve ser considerado o padrão internacional”, disse Wang, observando que seria a maior injustiça na história da humanidade se alguns países ocidentais continuassem a usar os direitos humanos como pretexto para suprimir e conter os países em desenvolvimento e privar os países não ocidentais do seu direito ao desenvolvimento.

30 Mar 2021

Vinte aviões rondaram espaço aéreo de Taiwan após acordo com EUA

Um número recorde de 20 aviões de combate chineses rondou sexta-feira o espaço aéreo de Taiwan, depois de assinado em Washington um acordo de cooperação marítima entre os Governos norte-americano e taiwanês. Segundo o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan, os aparelhos do Exército de Libertação do Povo, da República Popular da China, envolvidos nas manobras foram dez caças J-16, dois caças J-10, quatro bombardeiros H-6K, dois Y-8 anti-submarino, um KJ-500 de vigilância e um Y-8 de reconhecimento tático.  

A Força Aérea de Taiwan respondeu colocando no ar caças para seguir os movimentos dos aviões chineses, lançando alertas através da rádio e mobilizando defesas aéreas. 

Na quinta-feira, Taiwan e Estados Unidos assinaram um memorando de entendimento para criação de um Grupo de Trabalho da Guarda Costeira, na sequência da recente aprovação pela China de uma Lei da Guarda Costeira que autoriza o uso de força contra navios estrangeiros em águas em que é reclamada a soberania chinesa, como é o caso de Taiwan.

A 19 de Fevereiro, quando legisladores norte-americanos apresentaram no Senado e na Câmara dos Representantes uma proposta de lei para contrariar o uso de força pela China contra Taiwan, nove aviões chineses rondaram o espaço aéreo de Taiwan, e no dia seguinte 11.

Num debate no Parlamento taiwanês na quinta-feira, o ministro da Defesa Chiu Kuo-cheng afirmou que o desenvolvimento de capacidade balística de longo alcance se mantém uma prioridade e que o desenvolvimento, a cargo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan, “nunca parou”. Leng Chin-hsu, diretor-adjunto do Instituto, revelou que um míssil terrestre de longo alcance está em produção e outros três em desenvolvimento.

Numa inversão na tradicional política de primazia à capacidade de defesa de Taiwan face a uma possível invasão da China – que reclama a soberania do território e nunca excluiu o uso de força militar para “reunificar” a ilha – a presidente taiwanesa Tsai Ing-wen estabeleceu como prioridade o desenvolvimento de capacidade dissuasora “assimétrica”. O desenvolvimento de mísseis de longo alcance dá a Taiwan a capacidade de atingir alvos no interior da China.

29 Mar 2021

Ásia-Pacífico | China prevê zona de livre comércio até fim de 2021

O Ministério do Comércio chinês afirmou que a ratificação do Acordo Regional de Parceria Económica com a região Ásia-Pacífico, que estabelecerá a maior zona de livre comércio do mundo, estará concluída até final de 2021. “Para a China, aderir ao RCEP (sigla em inglês do Acordo de Parceria) e fazer com que o RCEP entre em vigor o mais rápido possível abrirá ainda mais a economia chinesa ao mundo exterior e permitirá que as empresas chinesas se adaptem mais a uma concorrência de mercado mais ampla”, disse o vice-ministro Wang Shouwen.

“A entrada em vigor do RCEP é muito benéfica para o desenvolvimento da cadeia de aprovisionamento industrial regional e é propícia para a resposta da região a possíveis choques externos à cadeia industrial”, adiantou o governante chinês.

O acordo, cuja negociação foi concluída em novembro de 2020, junta a China a 15 países da região Ásia-Pacífico, incluindo Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, e ainda os 10 membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). No seu conjunto, estas economias representam cerca de um terço da população e 30 por cento da economia global.

Negociações para um acordo semelhante entre os Estados Unidos e os países Ásia-Pacífico – a Parceria Trans-Pacífico (TPP) – foram abandonadas pela Administração norte-americana em 2017. “A China assumiu a liderança na ratificação do RCEP, sublinhando a grande importância e total apoio do Governo chinês para a implementação antecipada do acordo”, disse Wang. O RCEP entrará em vigor após a ratificação por pelo menos 6 países ASEAN e 3 não-ASEAN.

29 Mar 2021

Irão e China assinam acordo de cooperação para 25 anos

O Irão e a China assinaram, em Teerão, um acordo de cooperação estratégica e comercial para 25 anos e em análise há vários anos, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano. Este “roteiro completo”, que contém “cláusulas políticas, estratégicas e económicas”, foi concluído durante a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, desde sexta-feira à noite em Teerão, acrescentou Said Khatibzadeh, em declarações à televisão estatal iraniana.

“Este documento pode ser muito eficaz para aprofundar” as relações sino-iranianas, indicou o porta-voz, ao lembrar que o projecto foi iniciado por ocasião da visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a Teerão, em Janeiro de 2016. Na altura, Xi e o homólogo iraniano Hassan Rohani decidiram reforçar os laços entre os dois países.

Teerão e Pequim comprometeram-se “a realizar negociações para a assinatura de um acordo de cooperação alargada para 25 anos” e “cooperar e desenvolver investimentos recíprocos em diferentes domínios, nomeadamente, transportes, portos, energia, indústria e serviços”, de acordo com um comunicado publicado por ocasião da visita.

“Não importa como a situação mundial mude, a vontade da China de desenvolver as relações China-Irão não mudará”, disse no sábado o Conselheiro de Estado chinês e Ministro dos Negócios Estrangeiros Wang Yi durante o seu encontro com o Presidente iraniano Hassan Rouhani.

Notando que este ano marca o 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, Wang disse que o documento de cooperação global assinado pelas duas partes no sábado irá traçar um plano global para impulsionar a parceria estratégica global China-Irão, que não só beneficiará os dois povos, mas também fará contribuições China-Irão para a manutenção da paz regional e mundial.

“A China”, referiu Wang, “apoia firmemente o Irão na defesa da sua soberania e dignidade nacional, e na salvaguarda da sua via de desenvolvimento escolhida. Não importa no passado, no presente ou no futuro, a China é coerente em opor-se às sanções unilaterais pouco razoáveis impostas ao Irão por outros países, porque estas violam o direito internacional, especialmente as baseadas em mentiras e informações falsas, que são imorais e impopulares e constituem uma afronta à consciência humana”.

“A China está pronta a trabalhar com o Irão e outros países para se oporem conjuntamente aos actos de intimidação por parte dos poderes, defender a equidade e a justiça internacionais e defender as normas básicas das relações internacionais”, disse o diplomata chinês.

Wang salientou ainda que é tempo de reflectir seriamente sobre as más consequências infligidas à região por interferências externas, e trabalhar em conjunto para explorar formas eficazes de manter a segurança e a estabilidade regionais a longo prazo.

Por seu lado, Rouhani pediu a Wang que transmitisse as suas “sinceras saudações e os seus melhores votos” ao Presidente Xi e “que todos os sectores da vida no seu país consideram a China como o parceiro mais importante do Irão”.

Recordando a “bem sucedida” visita de Xi ao Irão em 2016, Rouhani disse que “promoveu o notável desenvolvimento das relações Irão-China”. “A assinatura do documento de cooperação entre os dois países irá clarificar ainda mais o roteiro para a futura cooperação “, disse Rouhani.

“O Irão”, disse, “espera reforçar a sua cooperação com a China na luta contra a pandemia da COVID-19, aprofundar a cooperação mutuamente benéfica em vários campos, e reforçar a cooperação anti-terrorismo”.

Notando que o Irão e a China partilham as mesmas posições ou posições semelhantes sobre questões regionais e globais, o presidente iraniano disse que o Irão defende a resolução de problemas através do diálogo e espera reforçar ainda mais a sua coordenação com a China na manutenção da segurança regional.

Para Rouhani, “o Plano de Acção Global Conjunto (JCPOA) é um acordo multilateral, e os Estados Unidos não deveriam impor quaisquer condições prévias para retomar a sua implementação do acordo nuclear e deveriam tomar medidas primeiro”. “O Irão aprecia o importante papel da China na manutenção do acordo e está pronto a reforçar a sua comunicação e coordenação com a China sobre este assunto”, acrescentou.

Sobre o acordo nuclear, Wang disse que foi “uma importante e duramente conquistada conquista do multilateralismo” e que “a retirada unilateral da antiga administração dos EUA do acordo estabeleceu um mau precedente de não cumprimento dos acordos internacionais e foi condenada unanimemente pela comunidade internacional”.

“A China congratula-se com o desejo do novo governo dos EUA de regressar ao acordo”, disse Wang, acrescentando que a China “acredita que a salvaguarda do acordo significa defender o multilateralismo e a autoridade do Conselho de Segurança da ONU”.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês apelou a Washington para reflectir sobre os danos causados pela sua retirada do acordo para a paz regional e a estabilidade internacional, bem como sobre as perdas causadas aos países relevantes. “As sanções unilaterais contra o Irão e as medidas de longo prazo da jurisdição contra outros países, incluindo a China, deveriam ser levantadas o mais rapidamente possível”, afirmou.

29 Mar 2021

Covid-19 | China soma oito casos nas últimas 24 horas

A China registou oito novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, todos oriundos do exterior, anunciou hoje a Comissão de Saúde chinesa. Os casos detectados em viajantes oriundos do exterior foram registados em Xangai (leste) e nas províncias de Sichuan (centro), Tianjin (nordeste), Henan (centro), Guangdong (sudeste) e Shaanxi (centro).

As autoridades indicaram que, até à meia-noite, o número total de infectados activos na China continental se fixou em 164, incluindo um caso grave.

Desde o início da pandemia, 90.167 pessoas ficaram infectadas na China, tendo morrido 4.636 doentes. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.768.431 mortos no mundo, resultantes de mais de 126 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

28 Mar 2021