Brasil | Visita a Pequim resultou em mais de 4,2 mil milhões de euros em créditos

O Governo brasileiro anunciou que a missão oficial à China resultou em 24,6 mil milhões de reais (4,2 mil milhões de euros) em créditos, incluindo recursos destinados a obras de infra-estrutura

 

Segundo o comunicado emitido pelo Governo brasileiro, o vice-Presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, encontrou-se na sexta-feira com o Presidente da China, Xi Jinping, encerrando a visita oficial de quatro dias à China.

“Concluímos esta missão à China com resultados muito satisfatórios. Garantimos mais de 24,6 mil milhões de reais em financiamentos para projectos diversos no Brasil, com foco significativo na reconstrução do Rio Grande do Sul”, afirmou Alckmin.

Na sua passagem pelo país asiático, o vice-Presidente brasileiro reforçou o compromisso do país com o desenvolvimento sustentável e a preservação do ambiente, realçando que o Brasil é um país estável, com uma economia em expansão e que, recentemente, aprovou reformas como a tributária, que facilitam ainda mais os investimentos no país.

Ao receber Alckmin no Palácio do Povo, Xi Jinping destacou que “China e Brasil são parceiros e irmãos que avançam juntos com a mesma vontade e aspiração”, refere-se no comunicado. O Presidente chinês afirmou que “as relações China-Brasil transcendem o escopo bilateral e servem como paradigma para promover a união, cooperação dos países em desenvolvimento, e a paz e a estabilidade do mundo”.

Sobre os recursos anunciados, o Brasil destacou um memorando de entendimento assinado entre o Ministério das Finanças e o Banco Asiático de Investimentos e Infra-estrutura (AIIB), no valor de até 5 mil milhões de reais (877 milhões de euros), para apoio de emergência ao estado brasileiro Rio Grande do Sul, atingido por fortes chuvas e que deverá iniciar um amplo processo de reconstrução.

Outros 4 mil milhões de reais (702 milhões de reais) em crédito serão concedidos pelo Banco de Desenvolvimento da China (CDB) para o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) do país sul-americano, para projectos na área das infra-estruturas, incluindo relacionados com as mudanças do clima e a economia verde.

O CBD e BNDES acordaram também um crédito de 3,6 mil milhões de reais (632 milhões de euros) para acções de investimento do BNDES. Fechando a lista de novos investimentos, BNDES e AIIB assinaram uma carta de intenção para negociação de uma nova linha de crédito, no valor de 1,3 mil milhões de reais (228 milhões de euros).

Já o Banco de Exportação e Importação da China (Eximbank) e o Banco do Brasil assinaram um acordo de empréstimo de 2,5 mil milhões de reais (439 milhões de euros) para facilitar o comércio e a cooperação bilateral.

O Banco do Brasil assinou um acordo com o CDB para uma linha de crédito de 2,5 mil milhões de reais (439 milhões de euros), que deve permitir o aprofundamento da cooperação pragmática entre Brasil e China. Durante a missão brasileira à China, foi formalizado ainda um financiamento de 5,7 mil milhões de reais (mil milhões de euros) do New Development Bank (NDB), o banco do Brics, para a reconstrução do Rio Grande do Sul.

Relações seculares

O Governo brasileiro acrescentou que a missão liderada por Alckmin regressa ao país com um acordo para venda de 120 mil toneladas de café brasileiro, o equivalente a 500 milhões de dólares (463 milhões de euros), para a rede de cafés chinesa Luckin Coffee.

A Sinovac, fabricante de medicamentos que produziu a vacina Coronavac, deverá investir 500 milhões de reais (87,7 milhões de euros) para desenvolver, em conjunto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vacinas no país sul-americano.

Os dois países celebram este ano 200 anos de relações diplomáticas. De acordo com dados oficiais, a China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2008.

O mercado chinês foi destino de 30 por cento das exportações brasileiras em 2023, atingindo 104 mil milhões de dólares (95,5 mil milhões de euros), sobretudo graças a produtos alimentares e matérias-primas. A China, por seu turno, mantém investimentos no Brasil que rondam os 40 mil milhões de dólares (36,8 mil milhões de euros), que nos últimos anos se têm centrado sobretudo na área energética.

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