Culpa do sistema João Luz - 5 Nov 2019 [dropcap]Q[/dropcap]uando se procura um culpado sem rosto para um problema, com graus diversos de variações de especificidade, o “sistema” é aquele vilão apetecível desde tempos imemoriais. Se a equipa de futebol não vence, culpa-se o sistema, que pode significar uma rede de influências e poderes, ou desculpa para uma época desportiva miserável. A economia anda pelas ruas da amarga, culpa-se o sistema. Apesar do panorama de vilania nessa badalhoquice geral que é a macro-economia, por vezes o sistema é o bode expiatório para a preguiça e a auto-vitimização. Depois existem os sistemas especiais de corrida das RAEs, que são uma espécie de unicórnio enraçado de jumento em termos de direito internacional. Pequim está a puxar o músculo da primeira premissa do princípio “Um País, Dois Sistemas”, referindo que a primeira parte se sobrepõe e deve ser prioridade em relação à segunda. No fundo, tenta acabar com os protestos em Hong Kong agravando a razão pela qual eles começaram. Falar em prioridade da unificação do país e da subordinação ao poder central, ao mesmo tempo que se fala do elevado grau de autonomia representa uma ginástica mental digna de medalha de ouro nas Olimpíadas Orwellianas. Como dizer que é preciso dar prioridade ao minchi em prol da descida do colesterol. Além disso, Pequim quer reforçar o seu papel na escolha dos governantes de Macau e Hong Kong, terminando, finalmente, a influência desmedida e maquiavélica de Fornos de Algodres nas regiões administrativas especiais. Como em tudo, a culpa é do sistema.
GP | Sophia Flörsch regressa com apoios de Macau Sérgio Fonseca - 5 Nov 2019 [dropcap]E[/dropcap]m meados de Outubro, cerca de 585 mil patacas separavam Sophia Flörsch de um regresso ao Circuito da Guia, como a própria explicou ao HM. Porém, graças ao apoio de empresas da RAEM, a jovem de Munique, que saiu miraculosamente ilesa após o aparatoso acidente na Curva Lisboa na edição passada da prova, viu concretizar-se o seu objectivo de voltar ao “Grande Prémio de Macau de F3 – Taça do Mundo de F3 da FIA” este ano. Sophia Flörsch segurou a última vaga disponível na equipa HWA Racelab, com quem testou um dia em Valência no mês passado. Numa época em que os pilotos de Macau lamentam a falta de apoio por parte das empresas do território, a participação da piloto germânica só foi possível porque três entidades locais – MGM Casinos, Theodore Racing e IXO Models – decidiram apoiar o seu regresso. “Acredito que todo o Macau está contente em ver a rápida recuperação e o regresso da Sophia ao Circuito da Guia”, declarou o director-executivo da MGM China Holdings Limited, Grant Bowie, em comunicado. “A MGM está entusiasmada em apoiar jovens talentos com alto potencial a brilhar e a perseguir os seus sonhos, e a Sophia deu-nos a melhor das razões para nos aventurar-mos na Fórmula 3 pela primeira vez.” Seguindo as pisadas do seu pai, que no tempo da administração portuguesa foi um dos grandes impulsionadores do Grande Prémio, Teddy Yip Jr, através da sua Theodore Racing também decidiu apadrinhar este aclamado regresso. O sobrinho do empresário Stanley Ho volta a estar em força este ano no Grande Prémio, apoiando o esforço de três carros da favorita equipa Prema na prova de Fórmula 3. Bernard, Jean e Eric Peres, da IXO Models, uma marca que tem uma ligação forte ao evento, também se juntaram à iniciativa, partilhando o seu entusiasmo: “Depois do dramático acidente do ano passado, a Sophia provou ser uma lutadora e uma piloto corajosa, e estamos contentes em tê-la vinculada à nossa marca. Esperamos que este seja o começo de um relacionamento gratificante e compensador. Temos a certeza de que nossa marca estará bem representada.” Ambições limitadas Numa grelha de partida que terá trinta pilotos à partida, Flörsch não entra em falsas euforias no que respeita às suas ambições desportivas na prova, até porque este ano disputou o Campeonato Europeu de Fórmula Regional, a competição criada pela federação internacional que se posiciona entre a F4 e a F3. O Grande Prémio será a sua primeira prova ao volante do novo Fórmula 3 da FIA. “Tentei tudo, nos últimos doze meses, para estar o melhor preparada possível, mas preciso de ser realista”, disse a alemã de 18 anos que recentemente completou a maratona de Berlim. “É um carro novo, não tenho muita prática e há muitas variáveis.” Contudo, Flörsch admite que “vou dar o meu melhor. É isso que eu devo a todos os que me apoiaram. Na altura e agora”, salientando a Embaixadora da Boa Vontade do Turismo de Macau que “é por isso que estou muito agradecida ao meus novos patrocinadores: MGM Casinos, Theodore Racing e IXO Models. Sem eles, o meu sonho não se tornaria realidade”. Entretanto, a FIA comunicou que a lista de participantes na prova ficou completa com as confirmações das participações de Flörsch, do holandês Richard Verschoor, do indiano Arjun Maini, do dinamarquês Frederik Vesti, do inglês Enaam Ahmed e dos italianos Leonardo Pulcini e Alessio Lorandi.
GP | Sophia Flörsch regressa com apoios de Macau Sérgio Fonseca - 5 Nov 2019 [dropcap]E[/dropcap]m meados de Outubro, cerca de 585 mil patacas separavam Sophia Flörsch de um regresso ao Circuito da Guia, como a própria explicou ao HM. Porém, graças ao apoio de empresas da RAEM, a jovem de Munique, que saiu miraculosamente ilesa após o aparatoso acidente na Curva Lisboa na edição passada da prova, viu concretizar-se o seu objectivo de voltar ao “Grande Prémio de Macau de F3 – Taça do Mundo de F3 da FIA” este ano. Sophia Flörsch segurou a última vaga disponível na equipa HWA Racelab, com quem testou um dia em Valência no mês passado. Numa época em que os pilotos de Macau lamentam a falta de apoio por parte das empresas do território, a participação da piloto germânica só foi possível porque três entidades locais – MGM Casinos, Theodore Racing e IXO Models – decidiram apoiar o seu regresso. “Acredito que todo o Macau está contente em ver a rápida recuperação e o regresso da Sophia ao Circuito da Guia”, declarou o director-executivo da MGM China Holdings Limited, Grant Bowie, em comunicado. “A MGM está entusiasmada em apoiar jovens talentos com alto potencial a brilhar e a perseguir os seus sonhos, e a Sophia deu-nos a melhor das razões para nos aventurar-mos na Fórmula 3 pela primeira vez.” Seguindo as pisadas do seu pai, que no tempo da administração portuguesa foi um dos grandes impulsionadores do Grande Prémio, Teddy Yip Jr, através da sua Theodore Racing também decidiu apadrinhar este aclamado regresso. O sobrinho do empresário Stanley Ho volta a estar em força este ano no Grande Prémio, apoiando o esforço de três carros da favorita equipa Prema na prova de Fórmula 3. Bernard, Jean e Eric Peres, da IXO Models, uma marca que tem uma ligação forte ao evento, também se juntaram à iniciativa, partilhando o seu entusiasmo: “Depois do dramático acidente do ano passado, a Sophia provou ser uma lutadora e uma piloto corajosa, e estamos contentes em tê-la vinculada à nossa marca. Esperamos que este seja o começo de um relacionamento gratificante e compensador. Temos a certeza de que nossa marca estará bem representada.” Ambições limitadas Numa grelha de partida que terá trinta pilotos à partida, Flörsch não entra em falsas euforias no que respeita às suas ambições desportivas na prova, até porque este ano disputou o Campeonato Europeu de Fórmula Regional, a competição criada pela federação internacional que se posiciona entre a F4 e a F3. O Grande Prémio será a sua primeira prova ao volante do novo Fórmula 3 da FIA. “Tentei tudo, nos últimos doze meses, para estar o melhor preparada possível, mas preciso de ser realista”, disse a alemã de 18 anos que recentemente completou a maratona de Berlim. “É um carro novo, não tenho muita prática e há muitas variáveis.” Contudo, Flörsch admite que “vou dar o meu melhor. É isso que eu devo a todos os que me apoiaram. Na altura e agora”, salientando a Embaixadora da Boa Vontade do Turismo de Macau que “é por isso que estou muito agradecida ao meus novos patrocinadores: MGM Casinos, Theodore Racing e IXO Models. Sem eles, o meu sonho não se tornaria realidade”. Entretanto, a FIA comunicou que a lista de participantes na prova ficou completa com as confirmações das participações de Flörsch, do holandês Richard Verschoor, do indiano Arjun Maini, do dinamarquês Frederik Vesti, do inglês Enaam Ahmed e dos italianos Leonardo Pulcini e Alessio Lorandi.
Rapariga com tatuagem de Pégaso Gisela Casimiro - 5 Nov 2019 [dropcap]E[/dropcap]ra sexta-feira. Ela tinha o rosto coberto e, depois de o destapar e lhe dar um beijo, voltou a cobri-lo. As tias e outras pessoas formaram um círculo e, de mãos dadas, começaram a cantar. Eu não percebia bem o que elas diziam, porém a música era tão bela e triste, o ar tão pesado que, minutos depois, me fez romper num pranto desesperado. Não era a única. Quando quis despedir-me, aproximei-me do caixão e destapei-lhe o rosto. Parecia uma versão um pouco acinzentada de si mesma. A maquilhagem utilizada para disfarçar as marcas da violência que sofrera não era suficiente. O piercing no nariz ainda lá estava e o pescoço coberto, mas eu só soube a razão um mês depois. Pedi-lhe desculpa por tudo aquilo mas também pela pena que involuntariamente sentia de mim mesma agora, uma semana antes do meu aniversário, aquele que eu nunca esqueceria. Disse-lhe adeus, baixinho, e encostei os lábios à testa dela para dar um beijo à rapariga com a tatuagem de Pégaso. Fui invadida pelo gelo que é já não termos o coração a bater. Ela estava da temperatura mais baixa que eu alguma vez tinha sentido. E foi como se me abandonasse o espírito, e repente pensei que ia desmaiar, tal era a forma desvairada (tão diferente da minha voz de sempre) como eu gritava, chorava e dizia o quão fria ela estava. Como se mais ninguém soubesse. Eu nunca tinha tocado numa pessoa que não estivesse viva. Nos filmes e na televisão nunca vemos alguém estranhar essa temperatura oposta à nossa. Era a segunda pessoa morta que eu via, mas a primeira em quem eu tinha tocado. Já não sei quem me segurou; estava histérica e não percebia como é que a rapariga de antes fora capaz de fazê-lo com tanta serenidade. Consegui controlar-me algum tempo depois, apenas o suficiente para voltar para junto dela e dar-lhe o beijo de despedida que interrompera. Sábado. Mais um funeral em dia solarengo e quente. Comecei a achar que fazia sempre sol nos funerais, mas claro que isso não fazia sentido. Nem parecia que estávamos em Outubro. Foi tudo muito difícil, desde o percurso da igreja para o cemitério ao baixar do caixão e atirar dos primeiros bocados de terra (ouviram-se choros e lamentos reforçados, nesse momento), até ao olhar em volta, para aquela massa enorme de gente, e pensar “Será que ele está aqui?” Ele, o autor de tudo aquilo, sobre quem cedo pensei que precisaria de perdão. No dia seguinte, domingo, como habitualmente passei as duas últimas horas de trabalho sozinha e, entre a falta de chamadas e a visão da sua cadeira vazia, tão perto da minha e mais vazia do que as outras, dei por mim a vaguear pela sala, até encontrar um saco cinzento, dos que usávamos para guardar os headsets e, dentro dele, entre várias outras coisas, o seu caderno actual. Foi uma descoberta assombrosa. Um caderno A5, azul, pautado, com argolas brancas, perfeitamente comum, que eu guardaria durante muitos anos, como se pudesse trazê-la de volta. Todos os tínhamos; eram uma das nossas ferramentas de trabalho mais importantes, onde registávamos o nome da pessoa com quem estávamos a falar, fosse cliente, colega de loja ou motorista, o número da loja e o número do processo em questão, um procedimento que parece obsoleto, volvidos doze anos. O caderno começava a nove de Setembro e terminava a vinte e três de Outubro de dois mil e sete. Começava com uma Fátima e acabava com uma Ana. E entre uma e outra houvera Rosas, Danielas, Verónicas, Josés, Mafaldas, Paulas, Carlos, Pedros, Sandras, Cristinas, Jorges, Tiagos, Margaridas, Salomés, Brigites, Marcos, Ruis, Olgas, Cátias, Ricardos, Elsas, Joanas, Adílias, Martas, Dulces e tantos outros nomes, de inúmeros sítios do país. Havia um post-it amarelo com o nome e o número de telemóvel do nosso chefe. As datas apareciam a vermelho e marcador amarelo fluorescente. Tudo o resto fora escrito a azul e, antes de cada nome, alternadamente, um traço ou uma bolinha, a vermelho. Metade do caderno estava preenchida, a outra metade em branco. Alguns rabiscos, uma ou duas notas não relacionadas com o trabalho, o seu nome e alcunha escritos em vários sítios, com uma daquelas canetas de bico fino, verde escuro. Um bloco de apenas três post-its, com o rebordo pintado a verde, na folha do dia 23 de Outubro – sem nada escrito. Nada mais seria escrito. Eis o caderno da Vânia, que sabia dançar, que fumava, que devorava Pringles e adorava Skittles embora afirmasse, com toda a certeza, que os de Inglaterra sabiam muito, muito melhor. Compreendo. Afinal, a vida também sabia melhor quando ela estava por perto. A filha herdou dela a beleza e, com um pouco de sorte, a todos nós terá calhado alguma da sua força. Ouço “Visions” de Stevie Wonder repetidas vezes. Olho as fotos cúmplices que já conheço de cor. De algum modo, sinto que são as mais belas. Passou metade da pena de prisão. Passou muita coisa, excepto a memória de alguém que conheci apenas durante meio ano. Bolas, que belo meio ano.
Convento de Santa Cruz e Capelas dos Passos da Via-Sacra reabrem ao público Michel Reis - 5 Nov 2019 [dropcap]F[/dropcap]oi inaugurada, no passado dia 19 de Julho, a obra de “Requalificação e valorização da Mata Nacional do Bussaco – Recuperação do Convento de Santa Cruz e Capelas dos Passos da Via-Sacra”, um investimento global de cerca de um milhão de euros. A empreitada, adjudicada a uma empresa especializada na reabilitação, conservação e restauro do património construído, englobou trabalhos de conservação e restauro em fachadas, paredes e tetos interiores, recuperação de vãos interiores e exteriores, recuperação de coberturas e intervenções pontuais de correcção em drenagem de águas pluviais e em pavimentos. Toda a empreitada, iniciada em Março de 2018, obedeceu aos projectos aprovados pela Direcção Regional da Cultura do Centro. O investimento foi em parte suportado por fundos comunitários (Programa Centro 2020) e pela Câmara Municipal da Mealhada. A inauguração contou com a presença da ex-Secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira, do Presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro, que sublinhou que a reabilitação e preservação da Mata Nacional do Bussaco será sempre uma prioridade para a Autarquia, adiantando que as próximas áreas a intervencionar serão as garagens do Palace Hotel, o chalet de Santa Teresa e a igreja do Convento de Santa Cruz, e ainda do Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, que destacou o “valor ímpar do Bussaco como um todo, absolutamente distinto no país e no mundo” e enalteceu “o projecto que tem vindo a ser realizado com a colaboração de muitas entidades públicas e privadas”. Os imóveis reabilitados são património do Estado, encontrando-se os mesmos afectos à Fundação Mata do Bussaco há cerca de 10 anos, por via do usufruto constituído por força do Decreto-Lei n.º 120/2009, de 19 de Maio. Contudo, para que as obras avançassem de facto – algo comummente aceite por todos como urgente há vários anos -, teve a Câmara da Mealhada de se substituir ao papel do próprio Estado. Classificado em finais de 2017 “finalmente” como Monumento Nacional, já que apenas ostentava a categoria de Imóvel de Interesse Público desde 1943, o conjunto monumental do Bussaco é formado pelo Palace Hotel do Buçaco – instalado em 1917 num pavilhão de caça dos últimos reis de Portugal – pelo Convento, as ermidas, as capelas e os Passos que compõem a Via-Sacra, a Cerca com as Portas, o Museu Militar e o monumento comemorativo da Batalha do Buçaco. Esta decisão, assim como a requalificação mencionada, reforça o processo de candidatura deste importante conjunto monumental a Património Mundial da UNESCO, apresentada em 2017. O Convento de Santa Cruz do Bussaco, construído entre 1628 e 1630 e ligado à prática eremítica dos Carmelitas Descalços e à acção reformadora (1562) de Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz, estimulou a criação de um dos mais originais Desertos da Ordem. A sua história inicia-se em 1628, quando o bispo de Coimbra D. João Manuel doa aos carmelitas da província portuguesa a mata do Bussaco para a construção do convento e retiro dos religiosos da Ordem. No apelo constante à solidão e ao afastamento do mundo, o Convento seria então o palco de uma experiência profunda de contemplação, oração e penitência. A partir da acção enérgica de frei Tomás de S. Cirilo, frei João Baptista e Alberto da Virgem, o essencial da construção da complexa estrutura conventual decorreu até 1639, altura em que foi sagrada a igreja dedicada a Santa Cruz. Aqui, aliou-se o sentido simbólico da planta centralizada à prática pouco comum da colocação do templo no meio dos espaços de circulação associados às estruturas claustrais, estabelecendo-se assim a aproximação ao arquétipo do Templo de Salomão, primeiro espaço verdadeiramente sagrado da Cidade Santa. No Convento do Bussaco, o discurso iconográfico do espaço, das formas, dos materiais e das técnicas vai ao encontro de uma espiritualidade que se constrói pela fé e pobreza. O emprego das cortiças e da técnica dos embrechados, de grande originalidade pelos materiais utilizados e pela perfeita integração na arquitectura bem como no enquadramento de natureza em que se insere, os conteúdos da azulejaria do séc. XVII, inspirados em tecidos orientais com motivos de animais e ramagens, de grande riqueza cromática e decorativa, conservados no seu local de origem, ou a força da imaginária religiosa reforçam esse sentido de uma exemplaridade cristã vivida no isolamento. O Convento de Santa Cruz do Bussaco tinha outra dimensão que respondia às necessidades da vida conventual mas, apesar dos rigores de um quotidiano de silêncio e penitência, não deixou de ter um papel fundamental no acolhimento ao cenário de guerra da Batalha do Bussaco (1810) ou atrair um constante fluxo de religiosos que, em regime temporário ou perpétuo, escolhiam este local. Procurado e beneficiado por algumas das mais prestigiadas entidades eclesiásticas dos séculos XVII e XVIII, como D. Manuel de Saldanha, Reitor da Universidade, ou D. João de Melo, bispo de Coimbra, o Convento de Santa Cruz prosperou até 1834, data em que a extinção das Ordens Religiosas ditou o seu abandono. No contexto da Guerra Peninsular, em 1810, as suas instalações serviram de hospedagem a Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington, que comandou as forças anglo-portuguesas contra as do general francês André Massena na Batalha do Bussaco. A partir de 1888, contudo, um novo impulso construtivo traria ao Bussaco o Palace-Hotel que, se implicou a destruição das estruturas conventuais anexas à igreja, ao corredor e pátios que hoje testemunham a existência do Convento, permitiu a sua inclusão num Bussaco romântico que permanece como um dos locais patrimonialmente mais ricos na sua diversidade compositiva. A Igreja é localizada no centro do Convento simbolizando o Templo de Salomão que também se situava no centro da cidade de Jerusalém; a Via Sacra é uma verdadeira encenação dos locais por onde Cristo passou desde o Horto, local onde foi condenado, até ao Túmulo; os Passos são explicados através de inscrições descritivas dos mesmos e do seu percurso dentro da cidade de Jerusalém, que estão colocadas nas capelas e em locais específicos (escadaria, arcos, caminhos) do itinerário da Via Sacra dentro da Mata. As ocorrências epigráficas assumem aqui um papel de extrema importância contribuindo para a leitura iconográfica da imaginária das capelas e indicando ao caminhante as várias etapas a percorrer na Via Sacra.
O rei do catete Paulo José Miranda - 5 Nov 2019 [dropcap]H[/dropcap]á pessoas que vivem como se fossem animais com sorte, como se fossem animais habitando um lugar onde não falta nem comida, nem fêmeas, e onde não há predadores, transformando-as assim em pessoas felizes. Aparecem no mundo, inexplicavelmente não pedindo nada, tendo muito pouco e sendo servidos generosamente pela vida. Na verdade, e para sermos rigorosos com o mistério, deve haver tanto de natural quanto de sabedoria. No Rio encontrei algumas destas pessoas. Airton era um mulato vistoso, de 37 anos, com um quarto nos fundos de uma casa no bairro do Catete por onde passava muita garota, “o matadouro”, como dizia aos amigos. Passava algumas noites da semana no barzinho do Garibau, jogando sinuca. E entre uma e outra tacada bebia uma geladinha e botava discurso. Todo o mundo gostava do Airton. Papo fácil, generoso na atenção, pagava cerveja ou pinga a amigos, moderadamente, que não era trouxa, e arrasava as coxas das mulheres. Desde muito cedo que as mulheres gostavam de se deitar com ele, e assim foi levando a vida como Deus mandou, e Martinho da Vila cantou num samba. Se medíssemos a sua vida pelo que tinha, era quase um miserável. Mas se a medíssemos pela sua alegria, era um rei. Tinha feito mais estudos, à noite, que a maioria das pessoas da sua condição, e ostentava isso com algum orgulho. Virou-se para mim e disse: “E boto estórias num caderninho feito Machado de Assis, que vivia bem perto daqui, portuga.” Ia levando a vida, entre a oficina de bate-chapas, um ou outro livro que lia, as estórias que escrevia e as mulatas, que eram a sua perdição, e ele também a perdição delas. Vivia esperando fim de semana e Carnaval. “Como papai noel vive para a dia 25 de Dezembro, aqui o Airton vive para Carnaval.” E, no Rio, este festival tem muito mais dias que noutros lugares. Nessa altura, quase não dormia. Valia tudo para não fraquejar. Todo o tipo de estimulantes estavam valendo. “Cara, você me pergunta o que é o Carnaval para mim? Carnaval é o melhor da vida, quando o melhor do paraíso se junta com o melhor do inferno: vida sem trabalhar, calor, cerveja e muita sacanagem. Tem coisa melhor?” Um amigo dele tinha vivido uns tempos em Portugal e veio de lá muito decepcionado com o país. “Aquilo é frio que só pinguim aguenta, mulher é tudo fresca e nenhuma samba. Que adianta que não tem violência. Nem violência nem alegria. Não há cidade como o Rio! É a cidade maravilhosa. Bandido tem em todo o lado. Agora mulata assim, bundona, gostosa, sambando feito diabo em feriado de Deus, não tem em mais lado nenhum.” Esta convicção de Airton justificava a vida no Rio e desculpava o despautério de violência que grassava a cidade. “Me diga onde não tem violência! O próprio nascimento dá-se com a agressão do filho à sua mãe, cara. A verdade é que nossa vida está presa por um fio invisível. Nascimento e morte é um mistério. Minha mãe morreu bem jovem, de cancro, sem alegria, sem marido, só comigo do seu lado, que nada podia fazer. Pobre ou rica, morreria na mesma. Enquanto cá esteve é que tinha de fazer com que a sua vida tivesse valido a pena! Adianta viver com medo? Enquanto cá andamos temos o dever de procurar alegria. E se não há alegria, temos de inventar. Portuga, há lugar mais alegre que bunda de mulata sambando?” Encaçapava a bola 8, sorria e pedia mais uma geladinha ao Garibau. “Esta noite ainda vou escrever estória.” Juntava as bolas na mesa de bilhar, ia junto à mesa encher o copo e percebia-se que a vida não tinha mistério. Airton não era o rei da selva, era o rei do Catete.
Hong Kong | Duzentos detidos após confrontos de sábado Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]C[/dropcap]erca de 200 pessoas foram detidas em Hong Kong na sequência de tumultos e de confrontos com polícias no sábado, durante os quais foram destruídos vários órgãos de comunicação oficiais, incluindo a sede da agência chinesa Xinhua (ver texto secundário), informou a polícia. Segundo as autoridades, os detidos são acusados de manifestação ilegal, posse de armas ofensivas, danos criminais e uso de cobertura facial durante as concentrações de protesto. Além disso, o Departamento de Combate ao Crime Organizado e Tríades (máfias locais) deteve quatro homens e uma mulher por posse de armas, informou a polícia domingo em comunicado, no qual assinala que também apreenderam 188 cocktails Molotov, “numerosos” bastões extensíveis e ‘spray’ de gás pimenta. A polícia local diz ainda que implantou veículos especializados para a gestão de multidões, como camiões equipados com jactos de água, e usou gás lacrimogéneo e balas de borracha, entre outros, para impedir os actos dos manifestantes. Hong Kong registou no sábado um dos seus dias mais violentos, com confrontos entre polícia de choque e grupos de manifestantes, alguns dos quais também causaram destruição em lojas e organizações, como a sede no território da agência de notícias estatal chinesa Xinhua. Tudo começou com uma manifestação no Parque Vitória, no centro da cidade, que a polícia não havia autorizado, mas que os 128 candidatos pró-democracia às eleições distritais, que se realizam no final de Novembro, tentaram transformar em comícios. Mais de mil activistas concentraram-se no parque, grande parte deles usando máscaras, desafiando a proibição de cobrir o rosto em manifestações decretada pelo governo local. Os polícias antimotim alertaram que o uso de máscaras violava a lei e que a concentração não era autorizada, mas os manifestantes permaneceram no local, após o que a polícia usou gás lacrimogéneo para os dispersar. Ajuntamentos Após a acção policial no parque, grupos de manifestantes foram para a área central, que abriga a sede do Governo, do parlamento e da polícia, para onde, duas horas depois, estavam convocadas outras duas manifestações autorizadas. Aos que estavam reunidos no parque juntaram-se milhares de pessoas, mas a polícia começou a bloquear as avenidas que até ao centro e tiveram início confrontos entre os manifestantes e os agentes. A polícia usou veículos com canhões de água, enquanto os manifestantes arremessaram cocktails Molotov, garrafas e pedras da calçada contra os agentes. A polícia anunciou de seguida, invocando leis coloniais de ordem pública e mediante a “violência” exercida pelos manifestantes, que as duas manifestações autorizadas na área central tinham sido proibidas. A partir desse momento, os confrontos generalizaram-se e um grande número de polícias foi destacado para várias zonas da cidade, onde ocorreram lançamentos de gás lacrimogéneo. Grupos de manifestantes ergueram barricadas e fogueiras em algumas avenidas para impedir a passagem da polícia e também causaram danos a vários edifícios de organismos relacionados com a China continental. O Governo de Hong Kong informou domingo que a chefe do executivo local, Carrie Lam, reunir-se-á em Pequim esta quarta-feira com o vice-primeiro-ministro chinês Han Zheng. Será a primeira reunião oficial desde o início dos protestos em Hong Kong entre Lam e Han, o líder chinês responsável pelos assuntos de ex-colónia britânica.
Hong Kong | Duzentos detidos após confrontos de sábado Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]C[/dropcap]erca de 200 pessoas foram detidas em Hong Kong na sequência de tumultos e de confrontos com polícias no sábado, durante os quais foram destruídos vários órgãos de comunicação oficiais, incluindo a sede da agência chinesa Xinhua (ver texto secundário), informou a polícia. Segundo as autoridades, os detidos são acusados de manifestação ilegal, posse de armas ofensivas, danos criminais e uso de cobertura facial durante as concentrações de protesto. Além disso, o Departamento de Combate ao Crime Organizado e Tríades (máfias locais) deteve quatro homens e uma mulher por posse de armas, informou a polícia domingo em comunicado, no qual assinala que também apreenderam 188 cocktails Molotov, “numerosos” bastões extensíveis e ‘spray’ de gás pimenta. A polícia local diz ainda que implantou veículos especializados para a gestão de multidões, como camiões equipados com jactos de água, e usou gás lacrimogéneo e balas de borracha, entre outros, para impedir os actos dos manifestantes. Hong Kong registou no sábado um dos seus dias mais violentos, com confrontos entre polícia de choque e grupos de manifestantes, alguns dos quais também causaram destruição em lojas e organizações, como a sede no território da agência de notícias estatal chinesa Xinhua. Tudo começou com uma manifestação no Parque Vitória, no centro da cidade, que a polícia não havia autorizado, mas que os 128 candidatos pró-democracia às eleições distritais, que se realizam no final de Novembro, tentaram transformar em comícios. Mais de mil activistas concentraram-se no parque, grande parte deles usando máscaras, desafiando a proibição de cobrir o rosto em manifestações decretada pelo governo local. Os polícias antimotim alertaram que o uso de máscaras violava a lei e que a concentração não era autorizada, mas os manifestantes permaneceram no local, após o que a polícia usou gás lacrimogéneo para os dispersar. Ajuntamentos Após a acção policial no parque, grupos de manifestantes foram para a área central, que abriga a sede do Governo, do parlamento e da polícia, para onde, duas horas depois, estavam convocadas outras duas manifestações autorizadas. Aos que estavam reunidos no parque juntaram-se milhares de pessoas, mas a polícia começou a bloquear as avenidas que até ao centro e tiveram início confrontos entre os manifestantes e os agentes. A polícia usou veículos com canhões de água, enquanto os manifestantes arremessaram cocktails Molotov, garrafas e pedras da calçada contra os agentes. A polícia anunciou de seguida, invocando leis coloniais de ordem pública e mediante a “violência” exercida pelos manifestantes, que as duas manifestações autorizadas na área central tinham sido proibidas. A partir desse momento, os confrontos generalizaram-se e um grande número de polícias foi destacado para várias zonas da cidade, onde ocorreram lançamentos de gás lacrimogéneo. Grupos de manifestantes ergueram barricadas e fogueiras em algumas avenidas para impedir a passagem da polícia e também causaram danos a vários edifícios de organismos relacionados com a China continental. O Governo de Hong Kong informou domingo que a chefe do executivo local, Carrie Lam, reunir-se-á em Pequim esta quarta-feira com o vice-primeiro-ministro chinês Han Zheng. Será a primeira reunião oficial desde o início dos protestos em Hong Kong entre Lam e Han, o líder chinês responsável pelos assuntos de ex-colónia britânica.
Maria João Ferreira lança livro “Macau: Turismo e Identidade” Andreia Sofia Silva - 5 Nov 2019 [dropcap]C[/dropcap]hama-se “Macau: Turismo e Identidade” e é o novo livro de Maria João Ferreira, macaense, doutorada na área do turismo. A obra foi recentemente apresentada em Lisboa e é fruto da tese de doutoramento defendida em 2016, com o título “A gastronomia macaense no turismo cultural de Macau”, no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (UL). “O livro nasce quatro anos depois porque ainda não tinha surgido a oportunidade nem a urgência”, disse a autora ao HM. “O meu objectivo sempre foi pesquisar a gastronomia macaense até porque sou nascida e criada em Macau”, adiantou a autora, que trabalhou como bibliotecária durante 40 anos até decidir continuar os estudos académicos. Na sua tese de doutoramento, Maria João Ferreira realizou um estudo cujas conclusões se prendem com a falta de uma estratégia de marketing efectiva para a culinária macaense. “Existe um longo caminho a percorrer até que a gastronomia macaense possa efectivamente contribuir para o turismo cultural de Macau, apesar de estar fortemente implantada no seio das famílias macaenses”, aponta Maria João Ferreira. “Os restaurantes visitados durante a observação directa não demonstraram muito empenho na sua confecção e divulgação. A dificuldade e a incerteza do retorno do investimento a fazer inibe-os de se aplicarem. Os entrevistados demonstraram alguma esperança na capacidade da gastronomia macaense se firmar, enquanto reconhecem haver pouco apoio governamental e pouco estímulo à restauração”, pode ler-se ainda na tese. “Motivo de orgulho” Questionada sobre o rumo que a gastronomia macaense deve tomar, e tendo em conta as conclusões da sua tese de doutoramento, Maria João Ferreira optou por deixar a resposta para as autoridades de Macau. “Há conclusões e recomendações de um estudo encomendado à PATA – Pacific Asia Travel Association sobre essa matéria. É dar tempo ou tempo”, disse apenas. Depois da publicação do trabalho académico, Macau foi nomeada, em 2017, como Cidade Criativa da UNESCO na área da gastronomia, distinção que dá um “duplo orgulho” à autora. Maria João Ferreira também pouco adiantou sobre o caminho que a cultura macaense deverá percorrer no contexto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. “O papel assumido pelo turismo na Grande Baía é uma questão que terá de colocar a quem de direito. A cultura macaense irá manter-se enquanto houver macaenses, e enquanto houver macaenses haverá Macau”, rematou.
Barcelona | “Sea of Mirrors” em competição no Festival de Cinema Asiático Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]O[/dropcap] filme “Sea of Mirrors”, de Thomas Lim, vai estar em competição na sétima edição do Festival de Cinema Asiático de Barcelona, que decorre entre os dias 7 e 10 de Novembro. As nomeações são para melhor produção, melhor realização e melhor argumento. Citado por um comunicado, Thomas Lim adiantou que “estar em competição significa que os esforços e o trabalho árduo de ‘Sea of Mirrors’ compensou. Tendo em conta os resultados, este é um grande encorajamento para a equipa. Estou confiante no meu trabalho e este é um grande elogio para a equipa”. “Sea of Mirrors” foi totalmente filmado em Macau, contando com actores locais, como é o caso de Sally Victoria Benson, entre outros. Thomas Lim reside em Los Angeles, Estados Unidos, e recorda que este foi o primeiro filme realizado por ele em Hollywood, o que lhe deu pujança para o acesso ao mercado internacional do cinema. O mesmo comunicado dá conta que, actualmente, Thomas Lim está a trabalhar num conjunto de 14 filmes e séries televisivas em Los Angeles para uma produtora de Hong Kong. Contudo, a ideia de produzir mais filmes em Macau e levá-los aos mercados internacionais está sempre presente. “Sea of Mirrors” foi filmado a seguir a “Roulette City”, que estreou em Macau em Maio de 2018. Thomas Lim assume ter vontade de realizar um terceiro filme no território, que considera o ponto de origem de todo o seu trabalho como realizador. Este filme será como “uma carta de amor à cidade que o adoptou como um dos seus cineastas”, a fim de completar uma espécie de “Trilogia de Macau”. Esse projecto deverá começar a dar os primeiros passos em 2020 ou 2021, aponta a mesma nota oficial.
Barcelona | “Sea of Mirrors” em competição no Festival de Cinema Asiático Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]O[/dropcap] filme “Sea of Mirrors”, de Thomas Lim, vai estar em competição na sétima edição do Festival de Cinema Asiático de Barcelona, que decorre entre os dias 7 e 10 de Novembro. As nomeações são para melhor produção, melhor realização e melhor argumento. Citado por um comunicado, Thomas Lim adiantou que “estar em competição significa que os esforços e o trabalho árduo de ‘Sea of Mirrors’ compensou. Tendo em conta os resultados, este é um grande encorajamento para a equipa. Estou confiante no meu trabalho e este é um grande elogio para a equipa”. “Sea of Mirrors” foi totalmente filmado em Macau, contando com actores locais, como é o caso de Sally Victoria Benson, entre outros. Thomas Lim reside em Los Angeles, Estados Unidos, e recorda que este foi o primeiro filme realizado por ele em Hollywood, o que lhe deu pujança para o acesso ao mercado internacional do cinema. O mesmo comunicado dá conta que, actualmente, Thomas Lim está a trabalhar num conjunto de 14 filmes e séries televisivas em Los Angeles para uma produtora de Hong Kong. Contudo, a ideia de produzir mais filmes em Macau e levá-los aos mercados internacionais está sempre presente. “Sea of Mirrors” foi filmado a seguir a “Roulette City”, que estreou em Macau em Maio de 2018. Thomas Lim assume ter vontade de realizar um terceiro filme no território, que considera o ponto de origem de todo o seu trabalho como realizador. Este filme será como “uma carta de amor à cidade que o adoptou como um dos seus cineastas”, a fim de completar uma espécie de “Trilogia de Macau”. Esse projecto deverá começar a dar os primeiros passos em 2020 ou 2021, aponta a mesma nota oficial.
Alliance Française de Macau | Festival de música barroca arranca sábado Hoje Macau - 5 Nov 2019 Entre 9 e 14 de Novembro a Alliance Française de Macau promove concertos de música barroca em mais uma edição do festival que anualmente acontece no território. O tema deste ano é “Connecting Worlds” e pretende também celebrar o 70.º aniversário da implantação da República Popular da China e os 20 anos da transição de Macau [dropcap]C[/dropcap]elebrar a história com música clássica. É isto que propõe a Alliance Française de Macau com a quinta edição do Festival de Música Barroca, que acontece entre sábado, 9 de Novembro, e o dia 14. De acordo com uma nota oficial, o instituto que se dedica ao ensino da língua francesa no território, e em várias cidades do mundo, recorda que “o ano de 2019 é mais do que simbólico para Macau”, uma vez que “se trata de um ano de celebrações, com o 70.º aniversário da implantação da República Popular da China e os 20 anos da transferência de soberania de Macau”. Neste sentido, o tema do festival deste ano é “Connecting Worlds” (conectando mundos) e apresenta, já este sábado, o espectáculo “As Quatro Estações”, conduzido pelo maestro Lio Kuokman. O concerto mistura as composições de António Vivaldi com o tango de Astor Piazzolla, “sublinhadas nas diferenças culturais entre a Europa Mediterrânica e o coração do sul da América”. Além da presença do maestro Lio Kuokman, o espectáculo conta ainda com a presença dos violinistas Yoo Jin Wang, Quan Yuan, Melody Wang e Amelia Chan e de Laurent Perrin no violoncelo. O concerto acontece no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) no sábado às 20h00. No dia seguinte, a 10 de Novembro, o Clube Militar de Macau recebe um quarteto de cordas que se propõe tocar temas de vários compositores do barroco. O segundo concerto ‘De Portugal para França’ reúne, portanto, um quarteto de cordas de Macau em parceria com músicos da Orquestra de Macau. “O programa é uma jornada pela música do período renascentista português, através da Era Barroca em Espanha, chegando ao período barroco francês com a música de François Couperin.” Actuam no Clube Militar, domingo, às 18h00, os músicos Jia Lu, no violoncelo, Vit Polasek e Melody Wang, no violino, e Fan Xiao, na viola. Recital no seminário O cartaz do quinto Festival de Música Barroca de Macau encerra-se nos dias 13 e 14 de Novembro com um recital de órgao protagonizado por Vincent Thévenaz no Seminário de S.José. Conforme aponta a Alliance Francaise de Macau, “os concertos de órgão têm sido uns dos mais populares do festival”, tendo sido convidado Thénevaz, organista da Catedral de São Pedro, em Genebra, musicólogo e músico de jazz. Para a organização, “estes dois programas espelham o progresso dos primeiros dois concertos, que começam com a música do período do Renascimento, seguindo-se o período Barroco até ao concerto final. Ambos contêm compositores de França e Portugal e será ainda feito um concerto improvisado ao estilo barroco.” Desta forma, “este trabalho em três movimentos contém temas de França, Portugal e China”. O concerto no Seminário de S.José tem entrada livre, estando limitado à ordem de chegada do público. O início está marcado para as 19h30.
Alliance Française de Macau | Festival de música barroca arranca sábado Hoje Macau - 5 Nov 2019 Entre 9 e 14 de Novembro a Alliance Française de Macau promove concertos de música barroca em mais uma edição do festival que anualmente acontece no território. O tema deste ano é “Connecting Worlds” e pretende também celebrar o 70.º aniversário da implantação da República Popular da China e os 20 anos da transição de Macau [dropcap]C[/dropcap]elebrar a história com música clássica. É isto que propõe a Alliance Française de Macau com a quinta edição do Festival de Música Barroca, que acontece entre sábado, 9 de Novembro, e o dia 14. De acordo com uma nota oficial, o instituto que se dedica ao ensino da língua francesa no território, e em várias cidades do mundo, recorda que “o ano de 2019 é mais do que simbólico para Macau”, uma vez que “se trata de um ano de celebrações, com o 70.º aniversário da implantação da República Popular da China e os 20 anos da transferência de soberania de Macau”. Neste sentido, o tema do festival deste ano é “Connecting Worlds” (conectando mundos) e apresenta, já este sábado, o espectáculo “As Quatro Estações”, conduzido pelo maestro Lio Kuokman. O concerto mistura as composições de António Vivaldi com o tango de Astor Piazzolla, “sublinhadas nas diferenças culturais entre a Europa Mediterrânica e o coração do sul da América”. Além da presença do maestro Lio Kuokman, o espectáculo conta ainda com a presença dos violinistas Yoo Jin Wang, Quan Yuan, Melody Wang e Amelia Chan e de Laurent Perrin no violoncelo. O concerto acontece no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) no sábado às 20h00. No dia seguinte, a 10 de Novembro, o Clube Militar de Macau recebe um quarteto de cordas que se propõe tocar temas de vários compositores do barroco. O segundo concerto ‘De Portugal para França’ reúne, portanto, um quarteto de cordas de Macau em parceria com músicos da Orquestra de Macau. “O programa é uma jornada pela música do período renascentista português, através da Era Barroca em Espanha, chegando ao período barroco francês com a música de François Couperin.” Actuam no Clube Militar, domingo, às 18h00, os músicos Jia Lu, no violoncelo, Vit Polasek e Melody Wang, no violino, e Fan Xiao, na viola. Recital no seminário O cartaz do quinto Festival de Música Barroca de Macau encerra-se nos dias 13 e 14 de Novembro com um recital de órgao protagonizado por Vincent Thévenaz no Seminário de S.José. Conforme aponta a Alliance Francaise de Macau, “os concertos de órgão têm sido uns dos mais populares do festival”, tendo sido convidado Thénevaz, organista da Catedral de São Pedro, em Genebra, musicólogo e músico de jazz. Para a organização, “estes dois programas espelham o progresso dos primeiros dois concertos, que começam com a música do período do Renascimento, seguindo-se o período Barroco até ao concerto final. Ambos contêm compositores de França e Portugal e será ainda feito um concerto improvisado ao estilo barroco.” Desta forma, “este trabalho em três movimentos contém temas de França, Portugal e China”. O concerto no Seminário de S.José tem entrada livre, estando limitado à ordem de chegada do público. O início está marcado para as 19h30.
Campismo | Simpatia dos funcionários permitiu sobrelotação do parque Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]O[/dropcap] presidente do Instituto para os Assuntos Municipais, José Tavares, admitiu que durante a semana dourada a capacidade do Parque do Campismo foi ultrapassada em cerca de 40 tendas, devido à simpatia dos funcionários do Governo no local. No entanto, o presidente do IAM garante que no futuro não vão ser permitidas no local mais de 60 tendas e se os turistas não conseguirem acampar vão ter mesmo de ir para um quarto de hotel. Durante a semana dourada, no início de Outubro, o Parque de Campismo de Coloane recebeu cerca de 100 tendas, quando a capacidade máxima actual para as três áreas de campismo é de 60. “De acordo com as fotos houve mais de cem tendas no local. E isto não deveria acontecer dado que o parque só tem capacidade para acolher cerca de 60 tendas”, reconheceu o dirigente. Ainda de acordo com o líder do IAM, nessa altura os funcionários do parque “por simpatia” permitiram que fossem montadas cerca de 40 tendas fora das zonas de campismo. A situação não vai voltar a acontecer no futuro, frisou Tavares, porque as instalações sanitárias não têm capacidade para esse número, o que poderia colocar em causa a segurança e higiene públicas naquela zona. Em declarações à margem do Bazar da Cáritas, José Tavares afirmou também que as autoridades irão prestar atenção à situação do local em causa, e que o parque de campismo de Hác Sá é apenas destinado para pessoa singular e não para excursões, tendo apenas quatro indivíduos em cada barraca.
Campismo | Simpatia dos funcionários permitiu sobrelotação do parque Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]O[/dropcap] presidente do Instituto para os Assuntos Municipais, José Tavares, admitiu que durante a semana dourada a capacidade do Parque do Campismo foi ultrapassada em cerca de 40 tendas, devido à simpatia dos funcionários do Governo no local. No entanto, o presidente do IAM garante que no futuro não vão ser permitidas no local mais de 60 tendas e se os turistas não conseguirem acampar vão ter mesmo de ir para um quarto de hotel. Durante a semana dourada, no início de Outubro, o Parque de Campismo de Coloane recebeu cerca de 100 tendas, quando a capacidade máxima actual para as três áreas de campismo é de 60. “De acordo com as fotos houve mais de cem tendas no local. E isto não deveria acontecer dado que o parque só tem capacidade para acolher cerca de 60 tendas”, reconheceu o dirigente. Ainda de acordo com o líder do IAM, nessa altura os funcionários do parque “por simpatia” permitiram que fossem montadas cerca de 40 tendas fora das zonas de campismo. A situação não vai voltar a acontecer no futuro, frisou Tavares, porque as instalações sanitárias não têm capacidade para esse número, o que poderia colocar em causa a segurança e higiene públicas naquela zona. Em declarações à margem do Bazar da Cáritas, José Tavares afirmou também que as autoridades irão prestar atenção à situação do local em causa, e que o parque de campismo de Hác Sá é apenas destinado para pessoa singular e não para excursões, tendo apenas quatro indivíduos em cada barraca.
Carne de porco | Preços não vão baixar até ao Ano Novo Chinês Hoje Macau - 5 Nov 2019 O presidente do Instituto para os Assuntos Municipais, José Tavares, revela que o preço da carne de porco vendida em Macau subiu mais de 7 por cento desde 10 de Outubro e que o mercado não deve acalmar antes do Ano Novo Chinês. A Nam Yue adianta que a procura diminuiu à medida que o preço aumentou In Nam Ng [dropcap]D[/dropcap]epois de vários aumentos, a carne de porco começa a sair das listas de compras dos consumidores de Macau. Pelo menos, de acordo com a Agência Comercial de Géneros Alimentícios Nam Yuen. Citado pelo jornal do Cidadão, uma fonte da empresa releva que antes da inflação conduzida pela peste suína, a procura levava à importação de cerca de 400 porcos por dia. Porém, hoje em dia é muito complicado importar animais nesta ordem de grandeza, mesmo com os preços praticados, panorama ao qual o mercado de Macau se adaptou. Assim sendo, o consumo adaptou-se à subida dos preços. Desde 10 de Outubro, o preço por 60 quilos de carne de porco subiu de 3240 para 3470 patacas, um aumento de 230 patacas, ou seja, mais 7,1 por cento em menos de um mês. Em declarações ao jornal Cidadão, José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) revelou que o número actual de porcos vivos importados diariamente se situa entre os 70 e 200. José Tavares projectou ainda que a instabilidade no mercado da carne de porco se deve manter, pelo menos, até ao Ano Novo Chinês. O presidente do IAM mostrou-se ainda esperançado que a entrada em funcionamento do ponto de trânsito de porcos vivos de Doumen melhore a situação. Voz do mercado Em declarações à Rádio Macau, um talhante do Mercado Vermelho deu conta da forma como o negócio foi afectado pela inflação da carne de porco. Kuan refere que o número de clientes caiu para metade. Outro dono de talho, de apelido U, revelou à mesma fonte que num determinado dia só houve carne de porco para sete talhantes no Mercado Vermelho. Na semana passada, foi noticiado que o matadouro português Maporal fechou a venda de 100 contentores de carne de porco para Zhuhai. A importação vai custar cerca de 7,5 milhões de euros à Zhuhai Import Frozen Foodstuffs Association. O importador chinês prevê comprar um total de “entre 400 a 500 contentores”, até ao final de 2020, detalhou Marco Henriques, director comercial da Maporal. “Estamos a tentar fazer uma parceria para abranger uma área maior no Sul [da China] e ter mais relação com Macau”, explicou.
Carne de porco | Preços não vão baixar até ao Ano Novo Chinês Hoje Macau - 5 Nov 2019 O presidente do Instituto para os Assuntos Municipais, José Tavares, revela que o preço da carne de porco vendida em Macau subiu mais de 7 por cento desde 10 de Outubro e que o mercado não deve acalmar antes do Ano Novo Chinês. A Nam Yue adianta que a procura diminuiu à medida que o preço aumentou In Nam Ng [dropcap]D[/dropcap]epois de vários aumentos, a carne de porco começa a sair das listas de compras dos consumidores de Macau. Pelo menos, de acordo com a Agência Comercial de Géneros Alimentícios Nam Yuen. Citado pelo jornal do Cidadão, uma fonte da empresa releva que antes da inflação conduzida pela peste suína, a procura levava à importação de cerca de 400 porcos por dia. Porém, hoje em dia é muito complicado importar animais nesta ordem de grandeza, mesmo com os preços praticados, panorama ao qual o mercado de Macau se adaptou. Assim sendo, o consumo adaptou-se à subida dos preços. Desde 10 de Outubro, o preço por 60 quilos de carne de porco subiu de 3240 para 3470 patacas, um aumento de 230 patacas, ou seja, mais 7,1 por cento em menos de um mês. Em declarações ao jornal Cidadão, José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) revelou que o número actual de porcos vivos importados diariamente se situa entre os 70 e 200. José Tavares projectou ainda que a instabilidade no mercado da carne de porco se deve manter, pelo menos, até ao Ano Novo Chinês. O presidente do IAM mostrou-se ainda esperançado que a entrada em funcionamento do ponto de trânsito de porcos vivos de Doumen melhore a situação. Voz do mercado Em declarações à Rádio Macau, um talhante do Mercado Vermelho deu conta da forma como o negócio foi afectado pela inflação da carne de porco. Kuan refere que o número de clientes caiu para metade. Outro dono de talho, de apelido U, revelou à mesma fonte que num determinado dia só houve carne de porco para sete talhantes no Mercado Vermelho. Na semana passada, foi noticiado que o matadouro português Maporal fechou a venda de 100 contentores de carne de porco para Zhuhai. A importação vai custar cerca de 7,5 milhões de euros à Zhuhai Import Frozen Foodstuffs Association. O importador chinês prevê comprar um total de “entre 400 a 500 contentores”, até ao final de 2020, detalhou Marco Henriques, director comercial da Maporal. “Estamos a tentar fazer uma parceria para abranger uma área maior no Sul [da China] e ter mais relação com Macau”, explicou.
UM | Reitor defende cooperação com universidades lusófonas Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]O[/dropcap] reitor da Universidade de Macau (UM) defendeu que “a cooperação a longo prazo com universidades dos países de língua portuguesa é uma componente essencial da estratégia global” da instituição, citado num comunicado divulgado sexta-feira. A declaração de Yonghua Song foi realizada numa reunião com o reitor da Universidade de Lisboa, uma das instituições universitárias portuguesas visitadas na semana passada por uma delegação da UM. Durante a reunião, o reitor da Universidade de Macau afirmou ainda que a UM “atribuiu grande importância ao desenvolvimento de uma parceria estratégica” com a Universidade de Lisboa. No encontro, ambas as partes comprometeram-se em “fortalecer a cooperação” em áreas como a investigação e intercâmbio de alunos e professores. A delegação de Macau visitou ainda a Universidade de Coimbra. Na reunião com a vice-reitora da universidade portuguesa, Cristina Albuquerque “expressou o desejo de fortalecer a cooperação com a UM no que diz respeito ao intercâmbio de professores e alunos, ao lançamento de cursos conferentes de dois graus académicos e à investigação científica”, pode ler-se na mesma nota. Para além das visitas à Universidade do Porto e Universidade do Minho, a delegação da UM manteve ainda encontros com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português, com o embaixador da China em Portugal e com o chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa.
UM | Reitor defende cooperação com universidades lusófonas Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]O[/dropcap] reitor da Universidade de Macau (UM) defendeu que “a cooperação a longo prazo com universidades dos países de língua portuguesa é uma componente essencial da estratégia global” da instituição, citado num comunicado divulgado sexta-feira. A declaração de Yonghua Song foi realizada numa reunião com o reitor da Universidade de Lisboa, uma das instituições universitárias portuguesas visitadas na semana passada por uma delegação da UM. Durante a reunião, o reitor da Universidade de Macau afirmou ainda que a UM “atribuiu grande importância ao desenvolvimento de uma parceria estratégica” com a Universidade de Lisboa. No encontro, ambas as partes comprometeram-se em “fortalecer a cooperação” em áreas como a investigação e intercâmbio de alunos e professores. A delegação de Macau visitou ainda a Universidade de Coimbra. Na reunião com a vice-reitora da universidade portuguesa, Cristina Albuquerque “expressou o desejo de fortalecer a cooperação com a UM no que diz respeito ao intercâmbio de professores e alunos, ao lançamento de cursos conferentes de dois graus académicos e à investigação científica”, pode ler-se na mesma nota. Para além das visitas à Universidade do Porto e Universidade do Minho, a delegação da UM manteve ainda encontros com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português, com o embaixador da China em Portugal e com o chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa.
Assédio Sexual | Estudo aponta que uma em cada três trabalhadoras é vítima João Santos Filipe - 5 Nov 2019 Um inquérito realizado por Fernando Lourenço, professor do Instituto de Formação Turística, chegou à conclusão que entre 296 trabalhadoras da indústria hoteleira de Macau, 103 revelam ter sido vítimas de assédio [dropcap]U[/dropcap]ma em cada três mulheres que trabalha na indústria hoteleira diz ter sido vítima de assédio sexual. A conclusão faz parte de um estudo conduzido pelo académico Fernando Lourenço, do Instituto de Formação Turística (IFT), revelada pela Rádio Macau. De acordo com a resposta a um questionário, houve mesmo vítimas assediadas mais do que uma vez num espaço de dois anos. Porém, as respostas vão mais longe e apontam tendências sistemáticas e frequentes. Outra das revelações passa pelo facto de o fenómeno não ficar circunscrito às trabalhadoras mais jovens. “É um pouco intrigante. No início, assumi que as vítimas de assédio sexual seriam mulheres mais novas, de cargos inferiores e com baixos salários. Mas a investigação veio a mostrar que a percentagem de assédio sexual em cada sub-grupo varia de 30 a 60 por cento. Isso significa que ninguém fica de fora”, afirmou Fernando Lourenço, à Rádio Macau. Apesar de mais de um terço das trabalhadores ter sido assediada durante o expediente de trabalho, o número de pessoas que se queixa é muito mais baixo. Denúncias reduzidas Segundo as conclusões, apenas uma em cada seis vítimas apresenta queixa. E as trabalhadoras não-residentes, devido ao medo de perderem o emprego, são as menos protegidas. “A maioria das vítimas concorda que deve acusar o autor do assédio, mas ao mesmo tempo disseram-me que não apresentariam queixa. Ou seja, sabem que é correcto avançar com uma queixa, mas na realidade não o farão”, apontou o professor. As razões para temer apresentar queixas vão do medo de perder emprego à crença de que as estruturas das empresas não estejam preparadas para proteger as vítimas. “O motivo é muito comum: estabilidade laboral. Precisam de um emprego e não querem correr o risco de perdê-lo. Também há outro factor relacionado com o poder, que tem a ver com a antiguidade. ‘Ele [agressor] é gestor? Como é que posso dizer alguma coisa? Alguém vai acreditar em mim? A minha história vai ser credível?’”, relatou. Na investigação, Fernando Lourenço deparou-se mesmo com um caso de uma pessoa que foi despedida, depois de ter apresentado queixa por assédio. “Uma amiga de uma das entrevistadas contou que sofreu abusos sexuais e que tentou denunciar a situação, mas em vão. Ninguém acreditou nela e, no final, acabou mesmo por ser despedida”, relatou. Ainda de acordo com as declarações de Fernando Lourenço, um dos aspectos mais desconcertantes dos resultados apurados foi o facto de ter percebido que a maior parte dos ouvidos não conhece os seus direitos nesta matéria.
Assédio Sexual | Estudo aponta que uma em cada três trabalhadoras é vítima João Santos Filipe - 5 Nov 2019 Um inquérito realizado por Fernando Lourenço, professor do Instituto de Formação Turística, chegou à conclusão que entre 296 trabalhadoras da indústria hoteleira de Macau, 103 revelam ter sido vítimas de assédio [dropcap]U[/dropcap]ma em cada três mulheres que trabalha na indústria hoteleira diz ter sido vítima de assédio sexual. A conclusão faz parte de um estudo conduzido pelo académico Fernando Lourenço, do Instituto de Formação Turística (IFT), revelada pela Rádio Macau. De acordo com a resposta a um questionário, houve mesmo vítimas assediadas mais do que uma vez num espaço de dois anos. Porém, as respostas vão mais longe e apontam tendências sistemáticas e frequentes. Outra das revelações passa pelo facto de o fenómeno não ficar circunscrito às trabalhadoras mais jovens. “É um pouco intrigante. No início, assumi que as vítimas de assédio sexual seriam mulheres mais novas, de cargos inferiores e com baixos salários. Mas a investigação veio a mostrar que a percentagem de assédio sexual em cada sub-grupo varia de 30 a 60 por cento. Isso significa que ninguém fica de fora”, afirmou Fernando Lourenço, à Rádio Macau. Apesar de mais de um terço das trabalhadores ter sido assediada durante o expediente de trabalho, o número de pessoas que se queixa é muito mais baixo. Denúncias reduzidas Segundo as conclusões, apenas uma em cada seis vítimas apresenta queixa. E as trabalhadoras não-residentes, devido ao medo de perderem o emprego, são as menos protegidas. “A maioria das vítimas concorda que deve acusar o autor do assédio, mas ao mesmo tempo disseram-me que não apresentariam queixa. Ou seja, sabem que é correcto avançar com uma queixa, mas na realidade não o farão”, apontou o professor. As razões para temer apresentar queixas vão do medo de perder emprego à crença de que as estruturas das empresas não estejam preparadas para proteger as vítimas. “O motivo é muito comum: estabilidade laboral. Precisam de um emprego e não querem correr o risco de perdê-lo. Também há outro factor relacionado com o poder, que tem a ver com a antiguidade. ‘Ele [agressor] é gestor? Como é que posso dizer alguma coisa? Alguém vai acreditar em mim? A minha história vai ser credível?’”, relatou. Na investigação, Fernando Lourenço deparou-se mesmo com um caso de uma pessoa que foi despedida, depois de ter apresentado queixa por assédio. “Uma amiga de uma das entrevistadas contou que sofreu abusos sexuais e que tentou denunciar a situação, mas em vão. Ninguém acreditou nela e, no final, acabou mesmo por ser despedida”, relatou. Ainda de acordo com as declarações de Fernando Lourenço, um dos aspectos mais desconcertantes dos resultados apurados foi o facto de ter percebido que a maior parte dos ouvidos não conhece os seus direitos nesta matéria.
Vacinas | Deputada quer clínicas privadas a armazenar injecções Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]A[/dropcap] deputada Song Pek Kei, ligada ao empresário Chan Meng Kam e à comunidade de Fujian, quer saber se o Governo vai alterar a lei para permitir que as clínicas privadas possam armazenar e administrar vacinas. A questão faz parte de uma interpelação da legisladora que questiona também se o Executivo tem a intenção de melhorar as exigências no que concerne aos mecanismos de transporte, armazenamento e injecção. A deputada frisou ser necessário promover o desenvolvimento do sector privado e que as clínicas ficariam a ganhar se pudessem disponibilizar este serviços. “Se os hospitais e as farmácias registadas podem depositar vacinas, então os organismos de saúde privados também deveriam ter essas condições de gestão das vacinas”, sublinhou Song.
Vacinas | Deputada quer clínicas privadas a armazenar injecções Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]A[/dropcap] deputada Song Pek Kei, ligada ao empresário Chan Meng Kam e à comunidade de Fujian, quer saber se o Governo vai alterar a lei para permitir que as clínicas privadas possam armazenar e administrar vacinas. A questão faz parte de uma interpelação da legisladora que questiona também se o Executivo tem a intenção de melhorar as exigências no que concerne aos mecanismos de transporte, armazenamento e injecção. A deputada frisou ser necessário promover o desenvolvimento do sector privado e que as clínicas ficariam a ganhar se pudessem disponibilizar este serviços. “Se os hospitais e as farmácias registadas podem depositar vacinas, então os organismos de saúde privados também deveriam ter essas condições de gestão das vacinas”, sublinhou Song.
Metro ligeiro | Fumo preto avistado em estação Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]F[/dropcap]umo preto foi avistado no passado sábado na estação de Metro Ligeiro da Estrada Governador Albano de Oliveira. A notícia, é avançada pelo jornal Exmoo que refere que segundo o Corpo de Bombeiros, a evacuação não terá sido necessária devido ao facto de o fumo ter sido originado a partir da activação não voluntária de um gerador eléctrico secundário de diesel. A falha, aponta a mesma fonte, deveu-se a um erro no sistema informático do metro. Recorde-se que, apesar de ainda não existir uma data definida para o arranque das operações do Metro Ligeiro, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, garantiu que o Metro Ligeiro iria entrar em funcionamento ainda durante o mês de Novembro. “Vamos pôr o metro a funcionar seguramente em Outubro ou Novembro, na Linha da Taipa”, afirmou Rosário, na altura.