Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping inaugura megaporto no Peru Construído pela China, o porto de Chancay, a norte de Lima, vai ser inaugurado na quinta-feira pelo Presidente chinês, Xi Jinping, ilustrando a importância da infraestrutura nos planos de Pequim para a América Latina. Com o custo de construção estimado em 3,5 mil milhões de dólares, o porto visa servir como centro logístico fundamental na região e um ponto de ligação crucial entre a América do Sul e o Indo-Pacífico. A infraestrutura é de especial interesse para o Brasil, que pode assim obter acesso ao oceano Pacífico. O projecto Rotas de Integração da América do Sul, iniciativa do governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, para ligar o Brasil aos principais centros de comércio e desenvolvimento da região, inclui duas rotas com destino ao porto de Chancay. “Esta integração sul-americana que estamos a planear foi pensada tendo em conta mudanças económicas e estruturais dos últimos 24 anos. No passado, exportávamos mais para a Argentina, Estados Unidos e Europa. Isso mudou: a China é agora o nosso principal parceiro”, justificou o secretário de coordenação institucional do Ministério do Planeamento brasileiro, João Villaverde. Em 2023, as exportações do Brasil para a China superaram os 104 mil milhões de dólares (98 mil milhões de euros), o maior valor de sempre vendido pelo Brasil para um só país. O mercado chinês absorve já 30% das vendas brasileiras para o exterior. Para os Estados Unidos, que veem com apreensão a crescente influência da China na América Latina, o porto é visto como peça fundamental no tabuleiro económico e geopolítico da região. “Esperem até que o porto de Chancay, no Peru, seja ligado ao Brasil. Isso vai servir de alerta para todos”, disse Erik Bethel, antigo representante dos EUA no Banco Mundial, durante uma conferência em Miami sobre segurança no hemisfério ocidental. “Se não estão a acompanhar, procurem no Google. É um grande problema”, vincou. Na última década, o país asiático construiu de raiz ou comprou participações maioritárias numa vasta rede de portos fundamentais para o comércio mundial, desde o Pireu, na Grécia, a Gwadar, no Paquistão. Segundo o grupo de reflexão Council on Foreign Relations, as empresas estatais chinesas detêm participações em cerca de 100 portos em 64 países, em todos os oceanos e continentes, excepto na Antártida. A própria China alberga oito dos dez maiores portos de contentores do mundo. Durante o mesmo período, o país asiático modernizou as forças navais e tem agora a maior marinha do planeta. Com quase 18 metros de profundidade, o terminal de águas profundas do porto de Chancay pode acolher os maiores navios porta-contentores do mundo, capazes de transportar até 24.000 contentores. Segundo a Cosco Shipping Ports, a estatal chinesa que detém 60% do porto, a infraestrutura vai reduzir para já o custo do transporte de e para Peru, Chile, Colômbia e Equador, que vão deixar de ter de utilizar portos no México e nos EUA para o comércio com a Ásia. A instalação “vai permitir à China posicionar-se nesta parte do mundo”, explicou Oscar Vidarte, professor de relações internacionais na Universidade Católica do Peru, citado pela agência de notícias France-Presse. APEC | Xi Jinping no Peru O Presidente chinês, Xi Jinping, partiu ontem para o Peru para participar na cimeira do fórum de Cooperação Económica Ásia – Pacífico (APEC), embora antes faça uma visita às Canárias, onde tem previsto fazer escala. No Peru, Xi vai participar na cimeira da APEC, que representa mais de um terço da população mundial, quase 54% do produto interno bruto (PIB) mundial e 44% do comércio mundial. À margem da cimeira, Xi poderá encontrar-se com o Presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, e com os primeiros-ministros do Japão e da Coreia do Sul. Realiza também uma visita de Estado ao Peru, durante a qual vai assinar o protocolo para otimizar o Acordo de Comércio Livre com este país. Depois da APEC, Xi parte para o Rio de Janeiro para participar na 19.ª Cimeira de Líderes do G20, de 17 a 21 deste mês, e efetuar uma visita de Estado ao Brasil. A imprensa chinesa referiu esta semana que a digressão demonstra “a procura de solidariedade da China com o Sul Global” e “as certezas” e estabilidade que Pequim proporciona numa altura em que “o mundo enfrenta desafios complexos, incluindo conflitos geopolíticos, crises económicas e incertezas”.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte ratifica acordo de defesa com Rússia A Coreia do Norte ratificou um acordo histórico de defesa com a Rússia, selando a aproximação no contexto da guerra de Moscovo na Ucrânia, informou ontem a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA. O acordo “foi ratificado sob a forma de um decreto” assinado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, na segunda-feira, disse a KCNA. O Presidente russo, Vladimir Putin, também assinou o tratado de defesa mútua, anunciou o Kremlin no fim de semana. Concluído durante a visita de Putin a Pyongyang, em Junho, o tratado entre os dois países prevê uma “assistência militar imediata” recíproca em caso de ataque a um dos dois. De acordo com Kiev, cerca de 11 mil soldados norte-coreanos já foram destacados para a Rússia e começaram a combater os ucranianos em território russo, na região de Kursk, uma pequena parte da qual está ocupada pelas forças ucranianas desde uma ofensiva lançada em Agosto. Até à data, o Kremlin tem evitado questões sobre a presença de reforços norte-coreanos. Cooperação estreita O acordo formaliza meses de aprofundamento da cooperação em matéria de segurança entre os dois países, que foram aliados durante a Guerra Fria. “Pyongyang e Moscovo vão reivindicar a legitimidade do destacamento do exército norte-coreano na Rússia e afirmar que esta acção é justificada pelo tratado ratificado entre as duas partes”, antecipou Hong Min, do Instituto para a Unificação Nacional, sediado na Coreia do Sul, “mesmo que o tratado não anule as resoluções da ONU que proíbem essa cooperação”. De acordo com o especialista, a ratificação do tratado abre a perspectiva de “destacamentos adicionais e potencialmente maiores” de soldados norte-coreanos na Rússia. Moscovo e Pyongyang tornaram-se consideravelmente mais próximos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022. O acordo também obriga os dois países a cooperar a nível internacional para se oporem às sanções ocidentais e coordenarem posições na ONU. A ministra dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Choe Son-hui, afirmou, durante uma visita recente a Moscovo, que Pyongyang ia “apoiar firmemente os camaradas russos até ao dia da vitória”, descrevendo a ofensiva contra a Ucrânia como uma “luta sagrada”.
Hoje Macau China / ÁsiaBaku | Guterres pede tributação da aviação e transporte marítimo O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou ontem em Baku a novos impostos sobre o transporte marítimo e de aviação para ajudar os países pobres a financiar a transição climática. “Os poluidores devem pagar”, disse Guterres no seu discurso de abertura da COP29, que se concentrou em grande parte nos problemas de financiamento que o mundo em desenvolvimento enfrenta na sua transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis, quando são também os países pobres que menos contribuem para o aquecimento global. António Guterres, que colocou a crise climática no centro das suas preocupações desde o seu primeiro mandato, recorreu mais uma vez à retórica alarmista para sublinhar a urgência de tomar decisões: “Vamos ouvir o tiquetaque do relógio. Estamos em contagem decrescente para limitar o aumento das temperaturas para 1,5 graus e o tempo não está do nosso lado”. Lembrou que o mundo já atingiu o seu recorde de dia mais quente, também o seu mês mais quente “e este vai ser certamente o ano mais quente”, disse, recorrendo a um inquérito da Universidade de Oxford e do PNUD (Organização das Nações Unidas). “Os ricos causam o problema e os pobres pagam o preço mais alto”, sublinhou, referindo-se a um relatório da Oxfam segundo o qual “os bilionários mais ricos emitem mais carbono em uma hora e meia do que uma pessoa média emite em toda a sua vida”. Guterres recordou também os problemas que os países pobres enfrentam para conceber uma adaptação às energias limpas. “A diferença entre as necessidades de adaptação e as finanças pode atingir 359 mil milhões em 2030”, e isto significa que os países em desenvolvimento terão de alocar um mínimo de 40 mil milhões anuais de 2025 com esse objectivo, o que não conseguirão fazer sozinhos. O financiamento climático não é caridade”, frisou. António Guterres não apontou o dedo a nenhum governo, mas lançou um dardo aos países ou políticos que se agarram aos combustíveis fósseis “A revolução da energia limpa está aqui. Não há nenhum grupo, nenhuma empresa, nenhum governo que a possa travar”, referiu, lembrando que o mundo inteiro está a assistir a “uma aula magistral de destruição climática. Nenhum país está seguro”, disse. Ausências de peso A 29.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29) arrancou na segunda-feira em Baku, no Azerbaijão, e vai decorrer até dia 22. Nem o Presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, nem o seu sucessor, o republicano Donald Trump, vão participar na reunião de Baku, ausências a que se juntam as do chefe do Kremlin, Vladimir Putin, do chinês Xi Jinping, e do brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. O Presidente francês, Emmanuel Macron, também recusou o convite bem como o chanceler alemão, Olaf Scholz, e a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen. Na segunda-feira, primeiro dia da cimeira do clima, os países adoptaram as novas regras da ONU para o controverso mercado dos créditos de carbono, um passo fundamental para ajudar os países a cumprir as obrigações climáticas.
Hoje Macau EventosMafra | VIII Festival de Música decorre até final do mês A Fundação Jorge Álvares (FJA) volta a apoiar a realização de mais uma edição do Festival de Música de Mafra Filipe de Sousa. A oitava edição decorre até final do mês e tem um programa de espectáculos de música clássica, que inclui, este sábado, o evento “Centenários de Joly Braga Santos e Gabriel Fauré”, na Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, na Ericeira. Este espectáculo conta com o Trio Parnasse. Nascido em 1924 e falecido em 1988, José Manuel Joly Braga Santos foi um compositor de música erudita e maestro português, enquanto Gabriel Fauré foi um compositor e organista francês nascido em finais do século XIX. No dia 23 de Novembro é a vez de decorrer o concerto “Grande Mestre e Convidado”, com João Elias e Jean Louis Steuerman ao piano. Este evento decorre em Mafra no Torreão Sul do Real Edifício. Também aqui decorre o concerto de encerramento, a 30 de Novembro, com Adriano Jordão ao piano e Pavel Gomzikov no violoncelo. Segundo uma nota da FJA, este festival homenageia Filipe de Sousa, “uma das mais prestigiadas figuras da musicologia portuguesa” e benemérito da FJA. “Numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Mafra e da Fundação Jorge Álvares, sob a direcção artística de Adriano Jordão, o festival deste ano presta também tributo à artista Teresa Berganza, com seis concertos ao piano e uma programação de excelência”, descreve-se ainda.
Hoje Macau EventosLivro sobre história do karting em Macau já se encontra à venda Já está disponível na Livraria Portuguesa e em outros espaços o livro “História do Karting em Macau”, da autoria de Pedro Dá Mesquita e Carlos Barreto, recentemente lançado no Museu do Grande Prémio. Esta é uma edição da Praia Grande Edições com o patrocínio do Galaxy Entertainment Group. Trata-se de uma edição trilingue e é o resultado de um trabalho de pesquisa iniciado em 2008, “através da recolha de documentos antigos, histórias e imagens” junto de praticantes e dirigentes ligados à modalidade, “desde as suas humildes origens até aos dias de hoje, ao longo de décadas de tremendas mudanças nas infraestruturas, tecnologia, segurança e comunicações”, disse Carlos Barreto na apresentação do livro. A primeira prova de Karting em Macau realizou-se no já longínquo ano de 1965 e teve como principal impulsionador Teddy Yip, empresário também ligado à organização das primeiras edições do Grande Prémio de Macau. Ao longo dos anos, o kartódromo do território acolheu importantes nomes da modalidade, como o actual tri-campeão mundial de Fórmula 1, Max Verstappen, aqui tendo iniciado também carreiras de sucesso no desporto automóvel pilotos locais como André Couto e Charles Leong Hong Chio, vencedores dos Grandes Prémios de Macau de Fórmula 3, em 2000, e de Fórmula 4, em 2020 e 2021, respectivamente. Um percurso na escrita “Quando fui desafiado a escrever este livro, estava longe de imaginar quão interessante seria esta viagem que estamos agora em condições de partilhar com os leitores”, confessou Pedro Dá Mesquita, co-autor do projecto. “Espero que o prazer que tive em escrevê-lo seja o mesmo que terá quem o leia”. Daniel Tam Ka Keong, um dos pilotos e instrutores de karting presentes na cerimónia de lançamento do livro, convidou os amantes da modalidade a “explorarem a apaixonante evolução do karting em Macau através desta cativante narrativa da sua história”. A Praia Grande Edições surge associada a este projecto “por se inscrever na sua vocação editorial, intimamente ligada a temas relacionados com a história de Macau, neste caso na sua vertente desportiva”, explicou Ricardo Pinto, administrador da empresa. O livro tem 276 páginas, 33 das quais com imagens que ilustram a evolução da modalidade ao longo dos últimos 60 anos.
Hoje Macau EventosGrande Baía | Memórias em exposição de pintura na Fundação Rui Cunha He Honglang, Li Zhuchao e Fu Rao são três jovens artistas de Macau que juntaram as suas veias artísticas para uma exposição conjunta na Fundação Rui Cunha. “The First Moment of Pure Flowers Bloom” terá uma curta duração, com fim apontado para este sábado, mas será possível observar a leitura artística que estes residentes fazem do espaço inerente à Grande Baía Foi inaugurada esta terça-feira uma nova exposição de pintura na Fundação Rui Cunha (FRC). Trata-se de “The First Moment of Pure Flowers Bloom – Memories of Bay Area Cities” [O Primeiro Momento em que as Flores Puras Florescem – Memórias das Cidades da Área da Baía], dos jovens artistas He Honglang, Li Zhuchao e Fu Rao, sendo esta co-organizada pela Associação de Arte Juvenil de Macau. O público poderá, assim, ver 26 pinturas a óleo e gravuras criadas pelos três artistas que são também estudantes de mestrado da Universidade Politécnica de Macau. Nestes trabalhos expressa-se, segundo uma nota da FRC, “o estilo urbano único e a atmosfera cultural da Grande Baía através da pintura feita com devoção”. Na nota de intenções, descreve-se que o tema da exposição “simboliza a busca dos artistas pela vida e pela beleza, bem como a exploração de uma nova existência e esperança”. “Enquanto estudam em Macau, os artistas participantes vivenciam o espírito humanístico do continente e da Grande Baía com ‘coração puro’ e geram motivação e força criativa”, é ainda descrito. Forma de expressão A exposição que está patente esta semana na FRC traz obras que “não são apenas uma exploração da renovação e da esperança, mas também um olhar afectuoso sobre a passagem do tempo e a mudança da cidade”. Descreve-se ainda que através destes quadros, “o público irá vivenciar o momento puro do início da vida, e sentir o calor e a transitoriedade da memória da cidade”. Aqui, os artistas “atravessam as fronteiras de regiões e culturas para nos apresentarem cidades repletas de histórias”, nomeadamente no caso do He Honglang, que se centra “na coexistência de edifícios antigos e novos na cidade da Grande Baía e na integração da arquitectura chinesa e ocidental”. Enquanto isso, Li Zhuchao “centra-se na situação actual da indústria pesqueira de Macau”, e Fu Rao “centra-se nas cenas em movimento”. Ainda segundo o manifesto da mostra, as cidades da Grande Baía “deixaram de ser apenas espaços físicos, mas passaram a ser portadoras de memória e emoção urbana”, pois cada obra apresentada na exposição “é como uma pequena peça de um puzzle, quando juntas formam uma magnífica imagem da cidade, da memória, do tempo”. A Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau é um projecto político que visa a cooperação e integração regional entre Macau, Hong Kong e nove cidades da província de Guangdong.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Primeiro-ministro prepara reunião com Xi Jinping O Governo do Japão disse estar a preparar o primeiro encontro entre o novo primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, e o Presidente da China, Xi Jinping, possivelmente ainda esta semana. “Estamos a preparar-nos para poder realizar a reunião”, disse o porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, quando questionado durante uma conferência de imprensa sobre um potencial encontro. “Entre o Japão e a China existem muitas possibilidades e, ao mesmo tempo, muitos problemas e questões pendentes. Por isso, é importante manter diálogos e comunicações de alto nível, incluindo com chefes de Estado”, acrescentou Hayashi. De acordo com fontes governamentais citadas pela agência de notícias japonesa Kyodo e pelo diário económico Nikkei, Ishiba e Xi poderão encontrar-se já na sexta-feira. A reunião poderá realizar-se à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), a decorrer em Lima desde domingo e com a presença dos dois líderes. Hayashi indicou que tanto a cimeira da APEC como a cimeira do G20, o grupo das 20 maiores economias mundiais, no Brasil, na próxima semana, serão oportunidades para um encontro. Na sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês confirmou que Xi Jinping vai estar em Lima, entre 13 e 17 de novembro, e o Rio de Janeiro, de 17 a 21 de novembro, para participar nas duas cimeiras. Hayashi disse que o encontro com Xi viria no seguimento de uma reunião com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, à margem de uma cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que marcou a estreia diplomática de Ishiba. O porta-voz lembrou que, no encontro realizado em outubro, no Laos, Ishiba e Li concordaram que o Japão e a China “iam continuar a comunicar a vários níveis”. As relações entre Tóquio e Pequim deterioraram-se em resultado da aproximação da China à Rússia, após a invasão da Ucrânia, e na sequência da intensificação das atividades militares chinesas em torno do arquipélago japonês, em muitos casos no âmbito de manobras conjuntas com Moscovo. Em agosto, o Japão descreveu a incursão de um avião militar chinês no espaço aéreo do país, junto às ilhas Danjo, na província de Nagasaki, como uma “grave violação da soberania japonesa”. A câmara baixa da Dieta (parlamento) do Japão reelegeu na segunda-feira Shigeru Ishiba como primeiro-ministro, por uma maioria simples, depois de a coligação no poder ter perdido a maioria absoluta nas últimas eleições. Ishiba lidera o primeiro governo minoritário do Japão em cerca de três décadas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Primeiro robô humanóide eléctrico dá passos decisivos O primeiro robô humanoide elétrico do mundo, “Tiangong”, passou a ser de código aberto na segunda-feira, uma medida que deverá facilitar o desenvolvimento secundário de robôs humanóides e acelerar a sua integração na vida humana. Desenvolvido pelo Centro de Inovação em Robótica de Inteligência Artificial Incorporada, com sede em Pequim, o Tiangong é considerado o primeiro robô humanóide de tamanho normal movido exclusivamente a energia eléctrica. A utilização de “Tiangong” como plataforma de base fará avançar o desenvolvimento secundário da robótica incorporada e a exploração de várias áreas de ponta, como a mecânica corporal e a inteligência incorporada, disse Xiong Youjun, director-geral do centro. “A plataforma mãe ‘Tiangong’ foi submetida a testes e validação extensivos. Depois de ter sido aberta, outras empresas e instituições de investigação podem utilizá-la diretamente, o que encurta o ciclo de desenvolvimento da indústria e reduz os custos de investigação e desenvolvimento, segundo Liu Yizhang, um gestor responsável pela Tiangong do centro. O projecto de código aberto abrange duas versões do robô humanóide – “Tiangong 1.0 LITE” e “Tiangong Pro”, com desenvolvimento de software e documentos de design estrutural já disponíveis para investigadores e colaboradores, disse Liu. Até ao final do ano, o centro planeia lançar outros projectos estruturais de código aberto, arquitetura de software e sistemas eléctricos, de acordo com Liu. O “Tiangong” tem uma velocidade média de 10 quilómetros por hora e uma velocidade máxima de 12 quilómetros por hora, sendo líder na sua categoria. Pode deslocar-se suavemente em diversos terrenos, como declives, escadas, relva, gravilha e areia. Alguns representantes da Universidade de Pequim, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, da UBTECH e da Universidade de Jianghan afirmaram acreditar que o projecto de código aberto pode impulsionar o desenvolvimento da cadeia de fornecimento de robótica humanoide. Liu explicou que muitos componentes principais são desenvolvidos de forma independente por empresas, mas os padrões de desempenho permanecem inconsistentes. O código aberto do robô permitirá o desenvolvimento numa plataforma unificada. Desde o seu lançamento oficial em abril de 2024, o Tiangong já foi aplicado em vários cenários, incluindo tarefas de recolha e colocação em armazéns e patrulhas para centrais eléctricas. A indústria foi identificada pelo Ministério da Indústria e das Tecnologias da Informação como uma nova fronteira para a concorrência tecnológica e um motor fundamental do crescimento económico. Anteriormente, o National Local Joint Humanoid Robot Innovation Center, sediado em Xangai, também revelou o seu robô humanóide de utilização geral e de código aberto, Qinglong. O Qinglong mede 185 cm de altura e pesa 80 kg, segundo a empresa.
Hoje Macau China / ÁsiaChina considera terrorismo “inimigo público da humanidade” A China afirmou que o terrorismo “é o inimigo público da humanidade” e que a prevenção de atentados “é responsabilidade comum da comunidade internacional”, após um atentado suicida matar pelo menos 24 pessoas no oeste do Paquistão. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian disse em conferência de imprensa que a China “vai continuar a apoiar o Paquistão nas operações antiterroristas e a proteger resolutamente a segurança dos cidadãos, projectos e instituições chinesas no estrangeiro”, que foram alvo de ataques terroristas anteriormente no Paquistão, embora desta vez não tenham sido registadas vítimas chinesas. Lin afirmou que “qualquer tentativa de minar a confiança mútua entre a China e o Paquistão e a cooperação entre os dois países não será bem-sucedida”. “A China vai continuar a apoiar o desenvolvimento económico e social do Paquistão e a melhoria dos meios de subsistência das pessoas”, acrescentou. A explosão na estação de comboios de Quetta, na província do Balochistão, ocorreu quando os soldados de infantaria do exército paquistanês regressavam de um curso de formação. O Exército de Libertação do Baluchistão (BLA), um grupo nacionalista baluchês que luta contra Islamabade por um Baluchistão independente, reivindicou a autoria do atentado numa declaração nas redes sociais, afirmando que o alvo era o pessoal do exército na estação. Pequim, que mantém laços estreitos com Islamabade, comprometeu-se a investir 64 mil milhões de dólares em projetos de infraestruturas no Paquistão no âmbito do Corredor Económico China-Paquistão (CPEC), que liga a Ásia Central e do Sul à China. Milhares de chineses estão a trabalhar em projetos relacionados com aquela iniciativa. Dois cidadãos chineses foram mortos num ataque, no mês passado. Em março, cinco engenheiros chineses e um motorista paquistanês morreram num atentado suicida.
Hoje Macau China / ÁsiaEmpresa de aeronaves comerciais consegue 70 encomendas na Expo Aeroespacial de Zhuhai A Commercial Aircraft Corporation of China (COMAC), produtora do avião a jacto regional ARJ21, anunciou na terça-feira que o modelo tem um novo nome: C909. O fabricante assegurou 70 encomendas do modelo à Hainan Airlines e à Colorful Guizhou Airlines no dia de abertura da 15ª Exposição Aeroespacial Internacional da China em Zhuhai, na província de Guangdong, no sul da China. À medida que os aviões de grande porte passam da fase de investigação e desenvolvimento para a fase de industrialização, um número crescente de aviões comerciais produzidos internamente tem entrado em funcionamento. A unificação dos nomes dos produtos aeronáuticos da COMAC ajudará a moldar a imagem dos produtos serializados e aumentará ainda mais o reconhecimento do produto e a influência da marca, disse a COMAC. Actualmente, a COMAC tem os modelos C919 e C929, e o avião de passageiros de fuselagem larga C929 tem uma capacidade prevista de 280 lugares e um alcance de 12.000 quilómetros. Os trabalhos de concepção preliminar estão em curso. A COMAC disse que um total de 150 aeronaves C909 foram entregues desde a sua estreia comercial em 2016, transportando com segurança mais de 17 milhões de passageiros. O C909 oferece uma variedade de configurações de cabina, incluindo cabinas de duas classes com 78 lugares, uma configuração de 90 lugares totalmente económica e configurações económicas de alta densidade com 95 ou 97 lugares. Com fortes capacidades de descolagem e aterragem em aeroportos com pistas curtas e estreitas, a capacidade da aeronave para suportar ventos cruzados torna-a altamente adaptável aos ambientes operacionais nas fronteiras da China, Sudeste Asiático, África e outras regiões ultramarinas, disse a COMAC. Além disso, o avião C909 pode utilizar combustível de aviação sustentável misturado até 50% em voos comerciais para satisfazer as diversas necessidades dos clientes. Relativamente às novas encomendas, a Hainan Airlines fez uma encomenda confirmada de 40 C909s. A Colorful Guizhou Airlines fez uma encomenda de 30 aviões C909, dos quais 20 são encomendas confirmadas e 10 são encomendas com intenção. “Este nome realça o forte enfoque da COMAC nos aviões regionais domésticos e significa a sua crescente atenção a este segmento”, disse Lin Zhijie, um analista de mercado independente. De acordo com Lin, o novo nome ressalta o compromisso da COMAC em desenvolver uma gama de modelos de aeronaves em série e sinaliza planos para expandir ainda mais a série 9×9. “A verdadeira competição na indústria aeronáutica está na gama de modelos”, observou Lin, acrescentando que os fabricantes estão a trabalhar no sentido de satisfazer toda a gama de necessidades dos clientes através da oferta de diversos modelos. No atual Zhuhai Airshow, a COMAC levou sete aeronaves para a exposição e associou-se a mais de 50 empresas nacionais e internacionais para criar o primeiro pavilhão da indústria de aeronaves comerciais do país.
Hoje Macau SociedadeTufão | IC e DSAMA lançam alertas de prevenção O Instituto Cultural (IC) lançou ontem um apelo aos responsáveis de todos os edifícios patrimoniais, especialmente dos localizados nas zonas baixas, para tomarem medidas de protecção que salvaguardem o património contra o vento e inundações. O alerta foi lançado numa altura em que vigorava o sinal 1 de tufão e quando as autoridades apontavam a possibilidade “moderada a relativamente alta” de içar hoje o sinal 3. Entretanto, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) dirigiu um apelo para uma maior atenção e prevenção por parte dos profissionais do sector marítimo, incluindo as embarcações de pesca e pontes-cais do Porto Interior. “Os itinerários do transporte marítimo de passageiros serão suspensos tendo em conta a deterioração das condições no mar, pelo que os cidadãos e turistas devem fazer as devidas preparações para evitar que a sua viagem seja afectada”, indicou a DSAMA. O Porto Interior tem actualmente mais de 60 embarcações de pesca e mais de 20 embarcações de obras, sendo sugerido que se tomem “medidas de protecção o mais cedo possível”, tendo em conta que “as condições meteorológicas de Macau vão piorar de forma faseada”.
Hoje Macau SociedadeGuia | IAM promete mais atenção após árvore atingir mulher O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) afirma estar “muito atento ao incidente da queda de uma árvore na Colina da Guia” que ocorreu na segunda-feira, e deixou uma mulher ferida, embora a gravidade dos ferimentos não seja conhecida. Na mensagem é indicado que o IAM terá enviado os “devidos sentimentos” à mulher, não foi feita uma actualização do estado de saúde. “De acordo com a avaliação preliminar, o acidente deveu-se à corrosão causada pela podridão radicular, que resultou na instabilidade e, consequentemente, na queda da árvore”, foi explicado. “O pessoal do IAM também realizou inspecções às árvores à volta no local do acidente e não foram encontradas, por enquanto, quaisquer anomalias”, foi acrescentado. A árvore tinha nove metros e de acordo com o IAM a última inspecção às árvores da zona tinha sido feita “meados de Agosto deste ano”. “O IAM irá acompanhar de perto o incidente e reforçará a inspecção das árvores com riscos”, foi prometido.
Hoje Macau Manchete SociedadeZhuhai | 35 mortos e 43 feridos em atropelamento propositado Vários praticantes de desporto foram atropelados na segunda-feira à noite, em Zhuhai por um automóvel conduzido por um homem insatisfeito com um processo de divórcio. Após o silêncio inicial das autoridades, foram confirmadas 35 vítimas mortais e 43 feridos. O suspeito estava ontem em coma depois de ter tentado o suicídio Um carro atropelou dezenas de pessoas em Zhuhai, a cerca de 10 quilómetros da fronteira com Macau, num ataque intencional. À hora de fecho desta edição, as autoridades davam conta de 35 vítimas mortais e 43 feridos. A tragédia aconteceu na noite de segunda-feira, pelas 19h48, e as autoridades começaram por confirmar que “vários peões” foram atingidos, sem concretizar o número de feridos ou mencionar a existência de vítimas mortais. Passadas cerca de 24 horas do ataque, a polícia de Zhuhai confirmou o pior, revelou o número de mortos e feridos, e que o possível motivo teria sido o suspeito ter ficado transtornado com uma decisão judicial relativa à separação de bens num processo de divórcio. Depois dos atropelamentos, o condutor pôr-se em fuga e antes de ser detido pela polícia terá tentado suicidar-se com golpes de arma branca no pescoço e noutras partes do corpo. Até ontem à noite, as últimas informações oficiais indicavam que o suspeito estaria em coma. Morte nas redes sociais Nos vídeos captados no Centro Desportivo Xiangzhou, onde estavam concentradas várias pessoas a fazer exercício físico, vê-se a viatura a acelerar contra a multidão, sem que se vislumbre uma tentativa de travar para evitar os atropelamentos. Ao mesmo tempo, é possível observar peões a tentarem fugir à frente do veículo, face à iminência do embate. As imagens recolhidas durante o ataque também mostram grupos de pessoas feridas no chão, ao mesmo tempo que outros usam o telemóvel, alegadamente para contactar as autoridades e as equipas de emergência. É também visto um homem a tentar a reanimação cardiorrespiratória de uma das vítimas. Porém, as pesquisas sobre o incidente nas redes sociais chinesas foram fortemente censuradas, com quase todo o conteúdo partilhado a ser removido. Uma pesquisa na rede social Weibo sobre o centro desportivo dava ontem apenas alguns resultados. De acordo com o portal HK01, órgão de comunicação social de Hong Kong, num dos vídeos publicados nas redes sociais ouve-se quem está a gravar gritar “morreram muitas pessoas”. A mesma fonte apresenta também depoimentos de testemunhas que estavam no local, que afirmaram que o condutor terá circulado na pista de corrida várias vezes para tentar atingir mais pessoas. O presidente Xi Jinping reagiu à tragédia categorizando o incidente como sendo de uma “natureza extremamente vil”. “É necessário envidar todos os esforços para tratar os feridos e confortar e cuidar das vítimas e das suas famílias. Os assassinos devem ser severamente punidos de acordo com a lei. Todas as regiões e serviços competentes devem aprender profundamente as lições desta tragédia, tirar conclusões, e reforçar a prevenção e o controlo das fontes de risco”, acrescentou o presidente chinês.
Hoje Macau SociedadeBurla | Jovem perde 273 mil patacas Uma jovem não residente apresentou queixa junto das autoridades, depois de alegadamente ter perdido 273 mil patacas, devido a uma burla em que os alegados criminosos se fizeram passar por empregados da aplicação de pagamentos móveis Alipay. De acordo com o relato apresentado pelas autoridades, o caso aconteceu na tarde de segunda-feira, quando a jovem recebeu uma chamada telefónica em que foi informada que tinha de actualizar os dados pessoais no Alipay, devido a novos termos do contrato. Os burlões também enviaram uma hiperligação à jovem para que inserisse os seus dados e transferisse 245 mil yuan, como parte de um “fundo de protecção de utilização do serviço”. Após fazer a transferência, a jovem apercebeu-se que não fazia sentido pagar por um fundo de protecção, pelo que apresentou queixa junto das autoridades, que ainda estão a investigar o caso. Phishing | Mensagens resultam em burlas de 48.700 patacas Dois idosos em Macau foram burlados em cerca de 48,700 patacas, depois de terem sido enganados por mensagens de phishing. Os casos foram divulgados ontem pela Polícia Judiciária (PJ). O phishing é uma técnica de burla, em que os burlões fazem sites online ou mensagens a simularem serem sites autênticos, para obterem os dados dos utilizadores e poderem aceder às contas, de forma a movimentarem o dinheiro das vítimas. O primeiro caso aconteceu a 7 de Novembro. O idoso seguiu as instruções contidas na mensagem, e acabou burlado. Também a outra vítima, foi enganada num esquema semelhante, mas a 11 de Novembro. As perdas totais foram de 48,700 patacas.
Hoje Macau SociedadeIPOR | Docentes de português debatem impacto da IA no ensino em Macau Macau será palco de uma conferência que promete reunir docentes de língua portuguesa da região do Sudeste Asiático para debater o impacto da inteligência artificial no ensino. A nona edição do Encontro de Pontos de Rede de Ensino de Português Língua Estrangeira está agendada para os dias 22 e 23 de Novembro. Docentes e investigadores do Brasil, Portugal e do Sudeste Asiático vão debater, entre 22 e 23 de Novembro, em Macau, o impacto da inteligência artificial (IA) no ensino do português como língua estrangeira. O nono Encontro de Pontos de Rede de Ensino de Português Língua Estrangeira da Ásia vai ter como tema “o desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação”, incluindo na área da IA, disse o Instituto Português do Oriente (IPOR). O promotor da iniciativa sublinhou que os avanços tecnológicos “proporcionam novas possibilidades para o ensino de línguas”, mas podem ter influência na educação e no desenvolvimento linguístico dos estudantes. O IPOR referiu, em comunicado enviado à Lusa, que o encontro vai abrir com uma intervenção de António Branco, investigador da Universidade de Lisboa, sobre a “preparação tecnológica da língua portuguesa para a era digital”. O tema da palestra é “Como será aprender a ‘escrever e ler’ na era da IA generativa? E ensinar?”. Segue-se a palestra de João Laurentino Neves, ex-director do IPOR e actual director-executivo do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, que vai abordar o tema “Tecnologias da língua e língua de tecnologias – O IILP na era dos conteúdos e dos dados”. Tânia Ribeiro Marques, docente da Universidade de São José (USJ), vai ainda falar sobre a “IA na criação de materiais de avaliação”. Também da USJ, Camila Macedo aborda a temática “Projecto Conexões Culturais: diminuindo distâncias entre Brasil e Macau por meio da tecnologia”. Os dois dias de palestra vão reunir docentes e investigadores de instituições de ensino superior de Portugal, China, Coreia do Sul, Japão, Malásia e Brasil, assim como da rede de ensino de português na Indonésia, no Vietname, na Índia e na Tailândia. O objectivo é “partir de experiências concretas nos diferentes contextos presentes para a reflexão sobre abordagens ao ensino da língua e da cultura, favorecendo a partilha de materiais e o desenvolvimento de projectos conjuntos”, referiu na mesma nota. Mais fundo O encontro pode ainda servir para “aprofundar o trabalho de investigação que se vem fazendo a nível internacional em várias áreas ligadas à língua portuguesa e às culturas dos países e regiões de língua oficial portuguesa”. Pretende também reforçar o papel da RAEM no ensino e investigação sobre a língua portuguesa, indicou o IPOR. O encontro é apoiado pela Fundação Macau, a empresa Sociedade de Turismo e Diversões de Macau e o Instituto Internacional da Língua Portuguesa, cujo director executivo, João Neves, estará presente. Também vai marcar presença em Macau, Florbela Paraíba, que tomou posse em Julho como presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, sob a tutela do Ministério dos Negócios de Portugal.
Hoje Macau SociedadeHengqin | Novo centro de saúde inaugurado Foi inaugurado na segunda-feira o Posto de Saúde do Novo Bairro de Macau na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. Segundo uma nota dos Serviços de Saúde (SS), o novo centro de saúde recebeu 125 residentes de Macau logo no primeiro dia para consultas e cuidados de enfermagem, entre outros serviços. Os SS declaram que “o primeiro dia do funcionamento correu bem”. Este novo espaço tem uma área de mil metros quadrados e está equipado com salas de consulta, farmácia, sala de amamentação e sala polivalente, entre outras instalações. Caso um doente necessite de um acompanhamento médico mais especializado, será encaminhado para o Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) ou para o Hospital Macau Union. Além disso, em caso de emergência médica, o doente será transferido para a filial de Hengqin do Hospital n.º 1 da Universidade de Medicina de Guangzhou na Zona de Cooperação Aprofundada para tratamento. O horário de funcionamento do Posto de Saúde é de segunda a quinta-feira, das 9h às 13h e das 14h30 às 17h45, sendo que, à sexta-feira, o horário é das 9h às 13h e das 14h30 às 17h30. Os feriados são iguais aos de Macau.
Hoje Macau Manchete PolíticaImprensa | Governo afirma ter “salvaguardado sempre” a liberdade O Governo de Macau garantiu à Lusa que “salvaguardou sempre a liberdade de imprensa” e o direito à informação, após a Associação de Jornalistas de Macau ter denunciado a “grave deterioração” da liberdade de imprensa no território Na quinta-feira, a Associação dos Jornalistas de Macau pediu às autoridades para porem termo às “excessivas restrições” impostas aos trabalhadores dos meios de comunicação social, nomeadamente o acesso a conferências de imprensa, assim como pressões políticas para remover artigos publicados. O Gabinete de Comunicação Social (GCS) afirmou, numa resposta enviada na segunda-feira ao fim do dia à Lusa, que “salvaguardou sempre a liberdade de imprensa de acordo com a lei, (…) protegendo o direito à informação”, incluindo o direito de reportagem, de cobertura noticiosa e de acesso às informações. O GCS indicou que tem “crescido a procura das coberturas noticiosas pelos órgãos de comunicação social exteriores em Macau”, pelo que tem dado prioridade aos meios de comunicação social “de televisão e de rádio, às publicações com maior periodicidade e às agências noticiosas”, o que descreveu como “uma prática internacional comum”. Acrescentou que “grande parte das conferências de imprensa oficiais são transmitidas em directo, pelo que os OCS [órgãos de comunicação social] podem obter as informações através desse meio”. Ordens de grandeza No comunicado da semana passada, a Associação de Jornalistas de Macau afirmou que “um número crescente de actividades recentes promovidas por departamentos do Governo impediu o direito a informar de uma série de ‘media’, através da utilização de um sistema de registo de presenças ou ao convidar apenas um grupo de meios seleccionados para os eventos que organizaram”. Acções que “são claramente contrárias à ‘liberdade de acesso às fontes de informação’ dos jornalistas, um direito consagrado na Lei de Imprensa de Macau”, sublinhou. A prática, cada vez mais comum, “não tem precedentes desde a transferência de soberania de Macau” de Portugal para a China, em 1999, indicou. Além disso, apesar da justificação do GCS de que existe grande procura para cobrir conferências de imprensa do Governo, a associação havia denunciado que em alguns destes eventos os jornalistas participantes não foram mais de 10. A AJM indica ainda que o Governo tem recursos que permitem realizar conferências em salas com maior capacidade. No final de Outubro, o deputado à Assembleia Legislativa Ron Lam U Tou já tinha criticado a imposição de “restrições desnecessárias e pouco razoáveis” à participação dos meios de comunicação social em conferências e de imprensa e eventos governamentais.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | PM confirmado no cargo pelo parlamento A câmara baixa da Dieta (parlamento) do Japão reelegeu ontem Shigeru Ishiba como primeiro-ministro, pela maioria simples da coligação no poder e depois de ter perdido a maioria absoluta nas últimas eleições. Ishiba obteve 221 votos de um total de 465 na câmara baixa na segunda volta da votação contra Yoshihiko Noda, o principal líder da oposição, que obteve 160 votos. O actual líder japonês vai chefiar um Governo numa posição muito mais fraca do que a que detinha antes das últimas eleições, quando o Partido Democrático Liberal Democrático (PDL) de Ishiba e o Komeito (budista) detinham a maioria absoluta. Ishiba vai liderar o primeiro governo minoritário do Japão em cerca de três décadas e, também pela primeira vez em 30 anos, foram necessárias duas voltas de votação na câmara baixa para eleger o primeiro-ministro. A fase política invulgar e incerta em que o Japão está a entrar, depois de o PDL, que tem governado praticamente sem interrupções desde 1955, ter sofrido um choque eleitoral nas eleições antecipadas do dia 27, convocadas por Ishiba, depois de ter ganhado as primárias partidárias. O político, de 67 anos, assumiu as rédeas de um PDL mergulhado numa profunda crise de liderança, desde a saída do histórico Shinzo Abe, em 2020, e sucessivos escândalos, o último dos quais de corrupção, uma das razões do castigo dos eleitores. As promessas de reformismo e honestidade, e a equipa governamental de que se rodeou no início de Outubro – repleta de figuras veteranas e de continuidade – não foram suficientes para reconquistar a confiança dos eleitores, e o PDL obteve o pior resultado nas últimas eleições desde a última vez que perdeu o poder, em 2009.
Hoje Macau PolíticaNova lei ajuda Macau a vender dispositivos médicos aos PALOP Um novo regime pode ajudar Macau a fabricar e exportar dispositivos médicos para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), defendeu ontem a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura da região. A Assembleia Legislativa (AL) aprovou, na generalidade, novas regras para dispositivos médicos, desde pensos adesivos até máquinas de tomografia axial computadorizada, conhecidas como TAC. A proposta prevê a criação de um sistema de gestão de classificação de risco, com três classes, e a emissão de licenças para o fabrico e exportação de dispositivos médicos. A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, recordou aos deputados que as leis de Macau são escritas nas duas línguas oficiais do território: chinês e português e que, por isso, exportar dispositivos médicos “para os PALOP, é benéfico”, disse. “Se, no futuro, forem fabricados em Macau temos esta conveniência para os fabricantes”, sublinhou a responsável. Regra que dá jeito Elsie Ao Ieong U defendeu que as leis em português já ajudaram países como Portugal, Brasil e Moçambique a estarem “mais convencidos a aceitar medicina tradicional chinesa” fabricada ou exportada através de Macau. Também ontem, a AL aprovou na generalidade uma proposta de lei para encorajar a criação de fundos de investimento que possam atrair investidores do estrangeiro, incluindo dos países lusófonos. O documento cancela a taxa de fiscalização, permite aos fundos investir em imobiliário fora de Macau e elimina o número mínimo de participantes e o valor mínimo de captação para a constituição de fundos de investimento. Estas restrições já tinham sido removidas em outras jurisdições, disse o presidente da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), acrescentando que o Governo teve “em conta a prática em Singapura, Hong Kong e Portugal”. Benjamin Chan Sau San defendeu que a actual lei está desactualizada, uma vez que data de Novembro de 1999, antes da transição da administração da região de Portugal para a China. A 25 de Outubro, a presidente substituta da AMCM disse que o objectivo é “criar melhores condições” para a criação de “mais produtos de investimento que possam atrair investidores do exterior, incluindo dos países de língua portuguesa”.
Hoje Macau EventosDocumentário “Heritople” exibido segunda-feira na USJ É já na próxima segunda-feira que será exibido, a partir das 19h, o documentário “Heritople”, da autoria de António Sanmarful. Esta exibição é acompanhada de um seminário de investigação em história coordenado pela professora Priscilla Roberts. “Heritople” é um documentário trilingue, produzido pelo Instituto Internacional de Macau (IIM) e apoiado pela Fundação Macau e que inclui uma série de entrevistas a cidadãos de Macau, revelando “a importância do património cultural e as suas experiências neste território, onde se cruzam as culturas ocidental e oriental”, descreve-se numa nota sobre o evento. Assim, o realizador registou “testemunhos que nos fazem compreender a importância do legado cultural, bem como a importância de preservar e dar continuidade a esse legado”, nomeadamente a Ip Tat, presidente da Associação do Templo Na Tcha ou Harry Kwah Hou Ieong, presidente da Associação de Estudos para a Reinvenção do Património Cultural de Macau. Outras figuras entrevistadas foram Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM), Matias Lao Hon Pong, presidente da Associação dos Embaixadores do Património de Macau, Santos Pinto, proprietário do Restaurante “O Santos”, Lin Yin Cong, professora do Ensino Secundário e Fundadora da livraria Júbilo 31 livros, André Lui Chak Keong, Arquitecto e Elisabela Larrea, presidente da Associação de Investigação Cultural Macaense. Com mão do IIM “Heritople” foi uma proposta do IIM a António Sanmarful, tendo sido feito com a colaboração da Associação dos Embaixadores do Património de Macau para um projecto comunitário dedicado ao estudo do património cultural de Macau pelos jovens. Este documentário foi realizado com o objectivo de ampliar a promoção da ligação entre as pessoas e o património local, “o que será importante para uma maior compreensão do legado cultural de Macau e para a harmonia da coexistência da intersecção entre o Oriente e o Ocidente”, é revelado na mesma nota. António Sanmarful nasceu em Macau e licenciou-se em Cinema e Fotografia em Madrid, Espanha. A nível profissional, dedicou oito anos a trabalhar em publicidade, séries, cinema, videoclipes e documentários. Regressou a Macau em 2014, tendo começado como técnico de câmara, passando depois a director de fotografia. Actualmente, é freelancer.
Hoje Macau EventosArtes visuais | Bienal itinerante na China com presença portuguesa Ricardo Meireles é o único português num grupo de dez artistas que expõem na secção de Macau na Bienal de Artes Visuais de Hong Kong e Macau 2024. O espaço expositivo, intitulado “Não é Macau, mas chama-se Macau” mostra fotografia, pintura e demais artes plásticas em 30 conjuntos. Depois da estreia em Hangzhou, a mostra fará um périplo que termina em Pequim Inaugurada no passado dia 18 de Outubro, a Bienal de Artes Visuais de Hong Kong e Macau 2024 apresenta 30 trabalhos ou conjuntos de obras de dez artistas locais, que expõem na secção “Não é Macau, mas chama-se Macau”. Esta é uma iniciativa artística organizada ao mais alto nível não apenas pelo Ministério da Cultura e Turismo da China, como também pelas autoridades de Macau e Hong Kong. A mostra pode ser visitada no Museu de Arte de Gongwang, em Hangzhou, passando depois pelas cidades de Nanjing, Guangzhou, Shenzhen e Pequim até Agosto de 2025. O evento mantém-se em Hangzhou até esta sexta-feira. Desde 2008 que a Bienal se realiza, tratando-se de uma “plataforma importante de promoção do intercâmbio entre artistas do Interior da China, de Hong Kong e de Macau”, tendo-se tornado “um importante evento de intercâmbio cultural entre os três territórios”, destaca uma nota. No rol de dez artistas locais, inclui-se o português Ricardo Meireles, que apresenta fotografia, bem como Cai Guo Jie, Ieong Wan Si, Im Fong, Lam Im Peng, Lo Hio Ieng, Lou Kam Ieng, Ng Sang Kei, Sit Ka Kit e Xie Yun. Ricardo Meireles leva à China o projecto “Rua de Macau: Uma Sinfonia de Vida e Memória”, que combina vídeo e fotografia, capturando “a essência desta paisagem urbana em constante mudança”. A instalação de vídeo intitula-se “Passageiros” e “documenta as ruas da cidade, onde câmaras capturam a dança em tempo real do movimento urbano, acompanhada pelos sons reais de Macau”. Para a curadora, trata-se de um trabalho “que explora o ritmo da cidade, um lugar onde áreas movimentadas coexistem com espaços tranquilos”, levando ainda à reflexão “sobre a natureza efémera da nossa existência, à medida que as pessoas passam sem realmente reparar nos espaços que as rodeiam”. Há ainda três fotografias de Ricardo Meireles numa série intitulada “Reflexo de Vida: Uma Ode à Rua de Macau”, onde se explora “a estreita ligação entre os espaços da cidade e as suas pessoas”. “Macau, com a sua rica mistura de culturas, é uma entidade viva que cresce e se adapta. As ruas, praças, becos e pátios da cidade são lugares onde o tradicional e o moderno se encontram. Através deste trabalho, os espectadores irão reparar e reflectir sobre os espaços que muitas vezes passam despercebidos”, descreve a curadora, que defende que esta é uma “oportunidade para redescobrir as memórias e a identidade entrelaçadas no ambiente urbano de Macau”. Trata-se, na visão da curadora, de uma cidade “onde as experiências são mais importantes do que o imutável, e onde cada rua, praça e beco contribui para o rico retrato da vida que conecta o passado ao presente”. O tema da Bienal é “Integração e Diálogo”, apresentando trabalhos nas mais diversas áreas culturais. Desta forma, revela-se “o desenvolvimento da cultura urbana e a singular paisagem e espírito cultural urbano contemporâneo, formados pela convergência de diversas culturas”. No caso dos artistas de Macau, as obras revelam “estilos distintos que reflectem a compreensão e as impressões pessoais de cada um sobre Macau, transmitindo ao público as suas ligações emocionais e afectivas com a cidade”. Ser e não ser Uma nota da curadora da exposição, Vivien Heong Hong Lei, explica que o nome Macau atribuído à secção da Bienal não remete para um “sentido físico, espacial ou geográfico, mas antes como cada um de nós o percepciona e compreende”. Assim, nesta Bienal, Macau surge como um “conceito relativo, construído por cada pessoa através da sua própria percepção e ideação”, sendo que a ideia de “Não é Macau” significa que o território “não é imutável, alterando-se continuamente de acordo com as percepções e compreensão das pessoas”. Assim, Macau “é um certo ‘nome’ que só existe enquanto tal, mas não como uma entidade física”. Trata-se de algo que, quando visto ou vivido, “só existe nesse mesmo instante, pois no instante seguinte já se torna uma memória, uma ilusão que não pode ser tocada ou guardada”. Porém, segundo a curadoria, este é um território que deixa memórias e fragmentos emocionais, que “sofrem uma permanente reconstituição, arquivo e armazenamento, de acordo com as nossas próprias percepções, experiências de vida e até o próprio curso do tempo”. Trata-se de uma “ilusão que sempre se reflectiu na nossa natureza interior”. Do lado dos artistas são múltiplas as ligações a Macau. Ng Sang Kei e Lou Kam Ieng, “nascidos e criados em Macau”; Im Fong, “que se mudou do continente para Macau ainda novo para prosseguir o seu sonho”; Ricardo Filipe dos Santos Meireles, “um português que trata Macau como a sua segunda casa”; Lo Hio Ieng e Lam Im Peng, “jovens artistas que regressaram a Macau com expectativas depois de estudos no exterior”; ou ainda Ieong Wan Si, “outro regressado a casa, após completar estudos no estrangeiro, e que já tentou explorar o sentido de identidade entre Macau e a cidade onde estudou”. Por sua vez, Sit Ka Kit mudou-se para a zona da Grande Baía, vivendo entre Macau e Zhuhai; Cai Guo Jie, que é “um novo imigrante que tem Macau no seu destino por via do casamento” e Xie Yun, “uma jovem e esforçada trabalhadora na Europa”.
Hoje Macau China / ÁsiaLíbano | Taiwan nega produção de pagers explosivos O gabinete de investigação do Ministério da Justiça de Taiwan concluiu que “nenhum fabricante taiwanês” esteve envolvido na explosão de centenas de dispositivos electrónicos no Líbano, em meados de setembro. Num comunicado, o órgão judicial indicou que a empresa de Taiwan Gold Apollo, cujo logótipo estava nos dispositivos detonados, não fabricou o modelo de ‘pager’ AR-924 envolvido no incidente, desenvolvido e produzido no estrangeiro pelo Frontier Group Entity (FGE). “Este grupo assinou um memorando de entendimento de cooperação comercial, obtendo autorização da Gold Apollo para rotular os produtos com a sua marca” referiu a nota. “A Gold Apollo testou apenas uma amostra inicial do modelo AR-924 sem função explosiva e não prestou consultoria técnica, materiais ou serviço pós-venda”, indicou o comunicado. “Além disso, os documentos alfandegários de Taiwan não mostram as exportações do modelo AR-924 para o Líbano e não foram encontradas provas que ligassem os fabricantes taiwaneses à explosão”, acrescentaram as autoridades de Taiwan, sem fornecer mais detalhes sobre o país de origem e as actividades comerciais da FGE. Assim, a procuradoria distrital de Shilin, o órgão judicial encarregado da investigação em Taiwan, decidiu encerrar o caso depois de não ter encontrado provas de que crimes ou atividades ilegais tenham ocorrido por parte de empresas ou indivíduos taiwaneses, informou a agência de notícias estatal CNA. No final de setembro, dois conjuntos de explosões simultâneas de ‘pagers’ e dispositivos de comunicação sem fios causaram dezenas de mortos e mais de 3.000 feridos no Líbano, num ataque atribuído a Israel e que teve como alvo membros do grupo xiita libanês Hezbollah.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Sergey Shoigu em Pequim com Wang Yi O secretário do Conselho de Segurança russo e antigo ministro da Defesa, Sergey Shoigu, deslocou-se ontem à China, onde se reuniu com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, anunciou a diplomacia chinesa. Shoigu, que permanecerá na China até 15 de novembro, participará na 19ª ronda anual de consultas estratégicas em matéria de segurança entre Pequim e Moscovo e na 9.ª reunião do mecanismo sino-russo de cooperação em matéria de segurança para a aplicação da lei, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado. Shoigu foi demitido em Maio do cargo de chefe da pasta da Defesa da Rússia, na sequência de críticas à sua gestão das forças russas na guerra na Ucrânia. O actual ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, e o chinês Dong Jun apelaram no mês passado, em Pequim, para o reforço da cooperação militar estratégica entre os dois países. “A cooperação militar russo-chinesa é um elemento importante para aumentar o potencial de defesa e manter a estabilidade regional e global”, afirmou Belousov na altura.
Hoje Macau China / ÁsiaChina atualiza medidas ‘antidumping’ sobre importações da UE Na guerra comercial que a União Europeia abriu com a China, através do aumento das tarifas sobre veículos eléctricos, Pequim começou a responder na mesma moeda. Primeiro, é o brandy. Seguem-se os laticínios. O Ministério do Comércio da China actualizou ontem a imposição de medidas ‘antidumping’ provisórias sobre o brandy importado da União Europeia, com efeito a partir de sexta-feira. A medida surge após negociações realizadas na semana passada pelas equipas técnicas da União Europeia (UE) e da China, que, segundo o ministério, alcançaram “alguns progressos”, visando encontrar uma solução para as taxas impostas pela Comissão Europeia sobre as importações de veículos elétricos chineses. De acordo com o ministério, a medida, que já tinha sido anunciada em outubro, significa que os importadores do licor terão de entregar depósitos de segurança às alfândegas chinesas a partir de 15 de novembro. Os importadores de brandy de origem europeia devem, então, apresentar às alfândegas chinesas um depósito baseado em margens de ‘dumping’ – venda abaixo do custo de produção – entre 30,6% e 39%. A China afirmou inicialmente, no final de agosto, que não ia instituir medidas ‘antidumping’ provisórias sobre o brandy importado, o que afecta principalmente França, apesar de ter constatado que os produtores europeus vendiam o licor no mercado chinês “com margens de ‘dumping’ de 30,6% a 39%”. O inquérito, que teve início em 5 de janeiro deste ano, determinou então que estas práticas de ‘dumping’ representam uma ameaça significativa para a indústria local de aguardente na China. Em 18 de julho, a pasta analisou os efeitos industriais e de interesse público relacionados com a importação de brandy europeu, refletindo a abordagem seletiva de Pequim em resposta às taxas europeias. A China lançou outras investigações ‘antidumping’ sobre produtos como os laticínios e a carne de porco da União Europeia, no que é visto como uma resposta aos atritos comerciais com o bloco comunitário. Após nove meses de investigação, Bruxelas aumentou as taxas alfandegárias devido ao apoio do Estado chinês a empresas que fabricam carros eléctricos. A França considerou a proposta da Comissão Europeia (CE) de aumentar as taxas sobre os carros elétricos chineses como “proporcional e calibrada”, o que difere da posição da Alemanha.