Ovibeja | Empresários locais vão procurar produtos para a China

Uma delegação de empresários de Macau, liderada pelo IPIM, vai à feira agropecuária Ovibeja procurar produtos alimentares para o mercado chinês. A missão tem como objectivo reforçar o papel de Macau enquanto ponto de distribuição de produtos dos países de língua portuguesa para a China

 

Empresários de Macau vão participar na feira agropecuária portuguesa Ovibeja em busca de mais produtos alimentares de qualidade para introduzir na China, disse o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).

O IPIM vai organizar uma delegação empresarial para participar na Ovibeja, entre 30 de Abril e 5 de Maio, e ajudar Macau a reforçar o papel de “centro de distribuição alimentar dos países de língua portuguesa” para toda a China, referiu o departamento do Governo de Macau em comunicado.

O instituto pretende introduzir no mercado chinês mais “produtos alimentares e vinho de elevada qualidade” vindos dos países lusófonos, assim como ajudar as empresas de Macau a explorar oportunidades de cooperação no estrangeiro. A 40.ª edição da Ovibeja, organizada pela ACOS – Associação de Agricultores de Portugal, vai ter lugar como habitualmente no Parque de Feiras e Exposições Manuel de Castro e Brito, em Beja.

Tanto mar

O IPIM disse ainda que, após a Ovibeja, a delegação vai a São Paulo participar, no APAS Show, descrita pela organização como “a maior feira do mundo” para supermercados. O evento decorre na cidade brasileira entre 13 e 16 de Maio.

O instituto sublinhou que em 2023 ajudou 161 companhias e empresários da China e dos países lusófonos, incluindo empresas portuguesas que queriam expandir negócios em Macau e empresas da região chinesa interessadas em comprar carne no Brasil.

Na quarta-feira, o IPIM e a Câmara Internacional de Negócios do Brasil promoveram em Macau uma sessão de negócios para fomentar a cooperação entre produtores brasileiros de café e sete empresas de torrefação de café locais.

As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para a China atingiram 147,5 mil milhões de dólares (136,1 mil milhões de euros) no ano passado, num novo recorde histórico, de acordo com dados oficiais. Este é o valor mais elevado desde que o Fórum Permanente para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) começou a apresentar este tipo de dados dos Serviços de Alfândega da China, em 2013.

As exportações aumentaram 6,2 por cento em comparação com 2022, sobretudo devido ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas subiram 11,9 por cento, para 122,4 mil milhões de dólares (112,9 mil milhões de euros), um novo máximo histórico. Já as vendas de mercadorias de Portugal para a China decresceram 4,1 por cento para 2,91 mil milhões de dólares (2,69 mil milhões de euros).

22 Mar 2024

Banco Luso Internacional | Ho Iat Seng pede cooperação para a diversificação económica

Ho Iat Seng espera que o Banco Luso Internacional “apoie proactivamente a inovação e a prática financeira em Macau e na Zona de Cooperação Aprofundada, dando maiores contributos para a diversificação adequada da economia local”.

As declarações foram prestadas pelo Chefe Executivo na quarta-feira, quando recebeu uma delegação do Banco Luso Internacional, liderada pelo presidente Huang Laizhi. O grupo celebra ao longo de 2024 50 anos de actividade.

Ho Iat Seng considerou ainda que “a indústria financeira é um pilar importante para o desenvolvimento da economia da RAEM” e que “com um sistema bancário seguro e sólido cria-se uma boa base para o desenvolvimento sustentável”. Como faz quase sempre em todos os encontros relatados pelo Gabinete de Comunicação de Social, Ho voltou a repetir que Macau aposta na estratégia de diversificação 1+4 e que “a indústria financeira moderna”, vai ser uma das áreas desenvolvidas com o dinheiro do jogo.

Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração do Banco Luso Internacional, Huang Laizhi, depois de prestar declarações políticas, como juras de apoio ao princípio ‘um país, dois sistemas’, perspectivou o futuro da instituição. Neste capítulo, o presidente do Banco Luso Internacional apontou que vai promover a transformação dos negócios financeiros em quatro áreas: serviços financeiros destinados aos chineses ultramarinos, finanças transfronteiriças, finanças industriais e digitais.

22 Mar 2024

Portadores de deficiência | Denunciada lentidão na renovação de cartões

Segundo o deputado Ho Ion Sang, o processo de renovação do cartão de Registo de Avaliação da Deficiência demora demasiado tempo, e tem gerado queixas por parte dos utilizadores, que perdem o acesso aos benefícios, quando não tratam da renovação com bastante antecedência.

O assunto é abordado numa interpelação oral, que vai ser colocada ao Governo na próxima segunda-feira, na Assembleia Legislativa. “Segundo algumas opiniões, o prazo de renovação do cartão de Registo de Avaliação da Deficiência é longo e para as pessoas portadoras de deficiência mental é ainda mais longo” indica a interpelação oral. “Se o cartão não for renovado atempadamente, ou seja, antes do termo do seu prazo de validade, os titulares são afectados nos diversos tipos de benefícios e nos serviços médicos gratuitos”, é acrescentado.

“Quanto tempo demora, em média, a renovação do cartão para os diferentes tipos de deficiência? Será que há falta de pessoal para este trabalho? A fim de reduzir o impacto para os titulares, o Governo vai pensar em simplificar as formalidades, aumentar o pessoal, e sobre como acelerar o processo de renovação?” pergunta.

Além disso, o deputado dos Moradores quer saber se o Executivo tem planos para expandir os benefícios deste cartão para outros locais da China, como na Zona de Cooperação Aprofundada, em Hengqin.

22 Mar 2024

Instituto Camões revela estratégia para Sudeste Asiático

O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua está a desenvolver uma “aposta grande” no Sudeste Asiático, utilizando Macau como plataforma, para “dinamizar mais na Ásia a presença do português”, disse à Lusa a presidente do instituto.

“Há uma aposta grande que estamos a tentar desenvolver com o Sudeste Asiático, aproveitando a nossa presença em Macau através do IPOR [Instituto Português do Oriente], podemos também dinamizar mais na Ásia a presença do português”, afirmou à Lusa Ana Paula Fernandes, à margem da inauguração de uma cátedra em homenagem à escritora portuguesa Lídia Jorge na Universidade Federal brasileira de Goiás, a primeira cátedra da rede Camões no Brasil a homenagear uma escritora, a nona no Brasil e a 63.ª no mundo.

“Temos recebido pedidos da Coreia do Sul, mas também do Japão, onde irei em Abril, também para anunciarmos uma nova cátedra”, anunciou a responsável máxima pelo instituto que promove a língua e a cultura portuguesa no exterior.

Cátedras a caminho

Na mesma ocasião, Ana Paula Fernandes sublinhou ter a ambição de protocolar mais cátedras, mas admitiu existir um “processo de transição com o próximo Governo relativamente às prioridades que vão ser estabelecidas”.

Mas o que estava planeado para 2024 “no contexto do Orçamento de Estado que foi aprovado era efectivamente o reforço das cátedras”, frisou.

“Obviamente que temos de fazer isto de uma forma sustentável”, disse, acrescentando que em Julho tem lugar o primeiro encontro anual que servirá, entre outras coisas, para avaliar o impacto e analisar resultados.

“Em função disso perceber onde é que estão os mercados e posicionarmo-nos nesses mercados”, reforçou, acrescentando ser necessário estar atento a novas dinâmicas, como os novos fluxos migratórios de portugueses. Mas também “permitir o acesso para a língua portuguesa para outros que não têm nada a ver com Portugal, nada a ver com a cultura portuguesa, mas que querem aprender português”, disse.

21 Mar 2024

China / Austrália | Relações cimentadas após anos de tensões

A viagem do ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, a Camberra visou restaurar os laços de cooperação afectados por várias disputas nos últimos anos

 

Os chefes da diplomacia da Austrália e da China reforçaram ontem as relações bilaterais, apesar de anos de tensão e divergências sobre a região do Indo-Pacífico, comércio e direitos humanos.

“Através dos esforços de ambas as partes, a China e a Austrália quebraram o gelo e estão a navegar juntas novamente, e os intercâmbios e a cooperação em muitos domínios foram gradualmente restaurados”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, em comunicado.

Wang, o primeiro responsável da diplomacia chinesa a visitar o território australiano desde 2017, participou no sétimo Diálogo Estratégico Austrália-China, em Camberra, no âmbito das medidas de normalização das relações bilaterais, enquadradas num contexto de competição na região do Indo-Pacífico entre Pequim e Washington, parceiro do país oceânico.

“Cada vez que nos encontramos, a confiança mútua é reforçada e as relações China-Austrália avançam. A comunicação estratégica é positiva e um passo em frente para dissipar dúvidas e construir confiança”, considerou Wang.

No final do encontro, a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana disse que as conversações se centraram nos australianos detidos na China, nos direitos humanos na região chinesa de Xinjiang, no Tibete e em Hong Kong, na segurança marítima e regional, na invasão da Ucrânia pela Rússia e no Médio Oriente.

Penny Wong sublinhou a importância de respeitar o direito internacional no mar do Sul da China, uma zona rica em recursos e fundamental para o comércio internacional, palco de disputas territoriais entre Pequim e os países da região.

“Manifestei a nossa grande preocupação com a conduta insegura no mar, o nosso desejo de paz e estabilidade no estreito de Taiwan e na nossa região”, disse Wong, numa conferência de imprensa, no final do encontro com Wang.

O responsável chinês sublinhou que a Austrália e a China “não têm disputas ou conflitos históricos” e os “interesses comuns ultrapassam de longe as diferenças”, instando ambas as partes a respeitarem a “soberania nacional e a integridade territorial” uma da outra.

Neste contexto, Wong afirmou que Camberra procura “uma relação estável, produtiva e madura com a China”. Os dois países estão a preparar uma visita à Austrália do primeiro-ministro chinês, Li Qiang, em data a divulgar.

A responsável australiana destacou ainda os passos dados pela China, o principal parceiro comercial, no levantamento das tarifas sobre vários produtos australianos impostas por Pequim em 2020, na sequência de um pedido feito pelo anterior Governo do conservador Scott Morrison de uma investigação internacional sobre a origem da covid-19.

Ponto de viragem

Pequim tem vindo a levantar as restrições comerciais a uma série de produtos e as relações bilaterais têm progredido desde que o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, no poder desde Maio de 2022, visitou a China em Novembro.

“A previsibilidade nos negócios e no comércio é do interesse de todos”, observou Wong, esperando a resolução de “questões pendentes”, como o levantamento das tarifas sobre o vinho e a lagosta australianos.

Mas uma das questões prementes para a Austrália que ficou sem resposta é a situação do escritor australiano nascido na China, Yang Hengjun, condenado à morte por um tribunal chinês, com pena suspensa, por espionagem, no mês passado. “Não abandonaremos a defesa de Yang Hengjun”, prometeu Wong. A deslocação de Wang começou no domingo na Nova Zelândia e termina na quinta-feira na Austrália.

21 Mar 2024

UPM | Assinado protocolo com a Universidade de Lisboa

Uma delegação da Universidade Politécnica de Macau (UPM) esteve em Portugal onde assinou um protocolo de cooperação com a Universidade de Lisboa (UL). Segundo um comunicado, a cooperação nasce do “consenso [obtido pelas duas instituições] em vários aspectos, nomeadamente no reforço do intercâmbio de docentes e alunos nas áreas de línguas, ciência e tecnologia, saúde”, o “desenvolvimento de projectos de investigação científica, a realização conjunta de conferências e palestras académicas e a troca de publicações académicas”. O objectivo passa sempre por “elevar a cooperação académica entre a China e os Países de Língua Portuguesa a um novo patamar”.

Espera-se ainda, com este protocolo, “que as duas partes possam reforçar e promover o intercâmbio e a cooperação nas áreas do ensino superior e da ciência e tecnologia, formando quadros de alta qualidade para o desenvolvimento da estratégia ‘1+4’ na diversificação adequada da economia de Macau”.

Luís Ferreira, reitor da UL, disse ainda que é dada “grande importância à cooperação com as instituições de ensino superior de Macau e as de outras regiões da China”. Recorde-se que a UL mantém também vários acordos de cooperação assinados com a Universidade de Macau.

Nesta visita, foi também prometido o reforço da cooperação na área das línguas após um encontro da delegação da UPM com a subdirectora da Faculdade de Letras da UL, Filipa Afonso, sobretudo “nos assuntos relacionados com a investigação científica e tecnológica entre docentes e alunos dos cursos de mestrado e doutoramento”, bem como ao nível do LAPE (Local para Aplicação e Promoção de Exames) para o exame das competências em português.

21 Mar 2024

Cooperação | Deputados portugueses visitam AL

Uma delegação de deputados da Assembleia da República (AR) portuguesa do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-China visitou a Assembleia Legislativa (AL) na segunda-feira.

Segundo um comunicado emitido ontem pela AL, o grupo, liderado pela deputada Catarina Rocha Ferreira, foi recebido por Kou Hoi In, presidente da AL, bem como outros deputados.

Catarina Rocha Ferreira “apresentou a situação geral e o funcionamento da Assembleia da República de Portugal” e houve “uma ampla troca de opiniões sobre questões de interesse comum”, indicou a AL sem concretizar.

Já Kou Hoi In “manifestou a esperança de continuar a reforçar a comunicação com o Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-China” da AR, bem como “promover a relação amistosa entre as duas partes”.

21 Mar 2024

China | Antigo responsável pelo futebol condenado a 17 anos de prisão

O antigo vice-presidente da Associação Chinesa de Futebol, Wang Dengfeng, foi ontem condenado a 17 anos de prisão por desvio de fundos e suborno, num novo golpe da campanha anticorrupção contra as autoridades do futebol do país.

Segundo a imprensa local, Wang foi ainda multado em cinco milhões de yuan, depois de se ter aproveitado dos seus cargos na Associação Chinesa de Futebol e no Ministério da Educação – onde era director do Departamento de Educação Física, Saúde e Artes – para obter favores.

Segundo o tribunal, Wang utilizou o cargo no ministério para desviar mais de 44,9 milhões de yuan em fundos públicos, e a vice-presidência do organismo encarregue do futebol na China para ajudar associados a obter contratos para projectos e eventos.

Em troca, recebeu cerca de 9,66 milhões de yuan em património. Wang, contra quem a investigação foi iniciada em Agosto de 2022 e que foi detido em Fevereiro de 2023, confessou os crimes e devolveu os fundos e os bens que tinha desviado, pelo que recebeu uma pena mais branda, segundo o jornal oficial China Daily.

Nos últimos anos, as autoridades chinesas detiveram ou lançaram investigações contra o presidente da Superliga de futebol, o director-adjunto da Administração Geral do Desporto e até Li Tie, antigo treinador da selecção nacional e antiga estrela do país que chegou a jogar no clube inglês Everton. Li foi acusado de crimes de corrupção, incluindo suborno.

Em Outubro passado, a Associação Chinesa de Futebol escolheu como novo presidente Song Kai, que, perante os casos de corrupção que salpicaram a instituição – incluindo o seu presidente entre 2019 e 2023, Chen Xuyuan, que enfrenta um julgamento por aceitar mais de 11 milhões de dólares em subornos, entre outras acusações – prometeu torná-la “mais aberta e transparente”.

20 Mar 2024

Sul-coreanos com doenças graves denunciam consequências da greve dos médicos

Várias associações de pacientes com doenças graves denunciaram ontem as dificuldades pelas quais as pessoas estão a passar com a greve que milhares de médicos sul-coreanos mantêm há cerca de um mês. “As principais vítimas [da greve] são pessoas com doenças raras e incuráveis”, disse o presidente da Fundação Lou Gehrig da Coreia do Sul, Kim Tae-hyun, numa conferência de imprensa realizada no Clube de Correspondentes Estrangeiros, em Seul.

Kim, que sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA), falou através de um membro da fundação que dirige e lembrou que “é muito triste que um paciente com ELA que tem cerca de três anos de vida tenha de implorar para ser salvo”.

Exortando os médicos a não esquecerem o Juramento de Hipócrates, Kim considerou que estes devem ser “um raio de esperança para os pacientes com doenças raras e incuráveis” e “não se esquecer do seu dever”.

Mais de 90 por cento dos 13 mil médicos estagiários do país aderiram à greve desde 20 de Fevereiro em protesto contra o plano do executivo conservador Yoon Suk-yeol de aumentar as vagas nas escolas médicas em 2.000 por ano.

Uma vez que os médicos residentes representam cerca de 40 por cento do pessoal dos grandes hospitais de Seul, os maiores do país, estes centros médicos estão a ser obrigados a suspender cerca de metade das cirurgias programadas, muitas delas para pacientes com cancro, como recordaram várias associações. A greve também está a afectar pacientes pendentes ou em tratamento de quimioterapia ou radioterapia.

Portas abertas

Um representante da Associação Coreana de Pacientes com Cancro do Esófago Kim Jin-sun afirmou ontem que “esta situação é da responsabilidade do governo e deve ser abordada com urgência”. “É irónico é que haja uma recusa de praticar a medicina em protesto contra o aumento do número de estudantes nas escolas médicas”, disse.

O Governo defende que é necessário aumentar em 2.000 as vagas anuais nas escolas médicas para colmatar a escassez de médicos, especialmente nas zonas rurais e em áreas como a pediatria, a obstetrícia ou a cirurgia cardiotorácica. Mas os médicos denunciam que a decisão foi unilateral e consideram que o aumento deveria ser de 350 vagas para não afectar a qualidade da formação e do serviço, bem como para reforçar a protecção jurídica dos trabalhadores da saúde.

“Os pacientes não devem, em circunstância alguma, ser usados como instrumento político por nenhum dos lados. Os doentes são a nossa família, os nossos vizinhos. O seu sofrimento e as suas necessidades são da responsabilidade de todos”, disse Baek Min-hwan, da Associação de Pacientes com Mieloma. Baek pediu ao Governo e aos médicos que “encontrem uma solução através do diálogo e do compromisso”.

20 Mar 2024

O desporto na RAEM

Os resultados do desporto na Região Administrativa Especial de Macau-RAEM, apesar do esforço dos atletas ou desportistas não têm sido exemplares em comparação com o seu congénere de Hong Kong ou noutras paragens da região.

A isto se deveu, segundo os analistas, por factores alheios aos seus praticantes em virtude de ausência de condições de vária ordem e, nomeadamente, por faltam de espaços para a sua prática, de técnicos altamente qualificados e, acima de tudo, do apoio do governo local.

Não se percebe bem o porquê da ausência de apoios aos atletas, nem se compreende por que ainda não definiram uma estratégia orientada para a melhoria do desporto a todos os níveis, quando o senhor Presidente da República Popular da China manifestou, publicamente, que havia necessidade de desenvolver o desporto na RPC e, com isso, assistimos a uma melhoria significativa das estruturas em todo o continente chinês para a prática do desporto de toda a ordem.

Infelizmente, tal não teve correspondência na RAEM pois, não se constatou durante estes últimos quinze anos quaisquer melhorias em termos de construção de novas instalações desportivas dignas de registo, excepção ao complexo existente em Mong-Há que apesar de ser bonito ainda é insuficiente para a prática de desporto de alta competição.

Para além do desporto “Wushu” (arte marcial chinesa) que soube honrar a RAEM nas competições de alto nível mais nenhum outro desporto teve qualquer mérito digno de registo e, a isto, se deveu a falta de apoio material aos atletas bem como de instalações para a sua prática ou treino.

Temos, neste momento, uma oportunidade única de poder aproveitar o espaço deixado pelo fecho do Canídromo que está situado numa zona da cidade onde todos podem ter acesso sem grandes deslocações. Cremos que naquele espaço poder-se-á projectar um outro complexo desportivo para a prática das mais variadas modalidades, como sendo, o futebol e, em recinto fechado, o voleibol, basquetebol, andebol, futsal, badminton, entre outras. No mesmo complexo deverá haver um Centro de Medicina Desportiva equipado com piscina, alojamento para estágios de atletas, zonas de restauração e necessariamente um auto-silo para as viaturas de toda a espécie.

Um investimento desta natureza irá certamente colher os seus frutos a médio prazo e, com isso, honrará o nome da RAEM como está acontecendo na nossa vizinha cidade de Hong Kong que nos últimos anos tem conseguido excelentes resultados precisamente por que compreenderam, os seus dirigentes, que o Desporto não deixa de ser uma vertente importante para um Pais ou cidade.

O espaço físico para o referido complexo desportivo já existe assim como não faltam verbas para o efeito, por isso, ouso-me propor ao senhor Chefe do Executivo para ponderar seriamente a presente proposta.

20 Mar 2024

Evergrande | Empresa acusada de inflacionar receitas

O regulador de valores mobiliários chinês acusou ontem a Evergrande e o seu fundador de adulterarem as receitas do grupo na China em quase 80 mil milhões de dólares.

A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários (CSRC) planeia impor uma multa de 4,2 mil milhões de yuan à Evergrande, de acordo com um comunicado da empresa enviado à Bolsa de Valores de Shenzhen. O regulador chinês disse ainda que vai banir o fundador e presidente da empresa, Xu Jiayin do mercado de valores mobiliários, para sempre.

A CSRC está “a considerar uma proibição vitalícia do presidente da Evergrande, Xu Jiayin, do mercado de valores mobiliários”, informou a empresa. A decisão concluiu que Xu Jiayin “tomou decisões e organizou a execução de uma fraude financeira, utilizando meios particularmente odiosos e em circunstâncias particularmente graves”, acrescentou.

O patrão da Evergrande “vai receber igualmente uma advertência e uma coima no valor de 47 milhões de yuan”, além de ser proibido de exercer actividade comercial, acrescentou a filial. Com sede em Foshan, a Evergrande era a maior construtora da China, empregando cerca de 70.000 pessoas a tempo inteiro no final de 2022.

A empresa acumulou dívidas ao ponto de o seu passivo ultrapassar os 300 mil milhões de dólares e tornou-se emblemática da crise no mercado imobiliário chinês, que se arrasta há vários anos e está a abalar toda a economia do país. Incapaz de reembolsar os juros dos seus empréstimos, o Evergrande entrou em incumprimento em Dezembro de 2021. Em Agosto de 2023, o grupo declarou falência nos Estados Unidos, uma medida destinada a proteger os activos norte-americanos.

20 Mar 2024

Filipinas | Pequim avisa EUA que “não têm direito de intervir” nas disputas

A China afirmou ontem que os Estados Unidos “não fazem parte” da questão do Mar do Sul da China e, por conseguinte, “não têm o direito de intervir” nas disputas marítimas entre Pequim e Manila.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que a cooperação militar entre os EUA e as Filipinas “não deve prejudicar a soberania e os direitos marítimos da China” e “não deve apoiar reivindicações ilegais”.

Lin reagiu assim às afirmações do Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que afirmou ontem, em Manila, que os Estados Unidos vão defender ataques a navios filipinos “em qualquer parte” do Mar do Sul da China, no meio de tensões crescentes entre Pequim e Manila sobre a soberania do território nessas águas.

O porta-voz sublinhou que a China “continuará a tomar as medidas necessárias para defender firmemente a sua soberania territorial e os seus direitos marítimos”, bem como “manter a paz e a estabilidade” no Mar do Sul da China.

Há meses que as Filipinas e a China se acusam mutuamente de pequenos embates e incidentes entre navios – por vezes da guarda costeira – de ambos os países em águas próximas dos territórios que ambos reivindicam, incluindo no arquipélago de Spratly, no Mar do Sul da China. Até à data, nenhum destes incidentes accionou o tratado de defesa mútua entre os EUA e as Filipinas.

20 Mar 2024

PM da Nova Zelândia convidado a visitar a China

A China convidou ontem o primeiro-ministro da Nova Zelândia, Christopher Luxon, a realizar uma visita oficial ao país, após a deslocação do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, a Wellington.

Segundo fontes oficiais neozelandesas, o Governo chinês dirigiu ainda o convite ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Winston Peters, e ao responsável pela pasta do Comércio, Todd McClay, com o objectivo de reforçar os laços bilaterais, enquanto o Governo de Wellington propôs mais visitas às autoridades chinesas.

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros reuniu-se na segunda-feira em Wellington com Peters, Luxon e McClay, para “reaproximar” os seus países após anos de afastamento e no meio da competição entre Pequim e Washington para aumentar a influência no Indo-Pacífico.

Wang e Peters discutiram na segunda-feira questões como o aumento das tensões no mar do Sul da China e no Estreito de Taiwan, o papel de Pequim nos conflitos na Ucrânia, no Médio Oriente e as tensões na península coreana, bem como a situação nas regiões chinesas de Xinjiang, Hong Kong e Tibete.

Amigos de trabalho

Durante a visita de Wang, o primeiro chefe da diplomacia da China a deslocar-se à Nova Zelândia desde 2017, o executivo de Wellington procurou também impulsionar o comércio bilateral de bens e serviços com a China, o principal parceiro comercial.

O gesto surge poucos meses depois do 10.º aniversário da assinatura do acordo de Parceria Estratégica Global Nova Zelândia – China, quando o Presidente chinês, Xi Jinping, visitou Wellington, em Novembro de 2014.

Wang, que está a realizar um périplo pela Austrália e Nova Zelândia entre os dias 17 e 21 de Março, deverá encontrar-se hoje em Camberra com a homóloga australiana, Penny Wong, para cimentar a normalização das relações bilaterais após anos de tensões, bem como com líderes empresariais da potência oceânica.

20 Mar 2024

Mar de Bohai | Encontrado novo campo petróleo de 104 milhões de toneladas

As autoridades estimam que o achado no mar de Bohai, no nordeste da China, permita uma produção diária de um único poço de cerca de 110 toneladas de petróleo bruto

 

A China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) anunciou ontem a descoberta de um novo campo petrolífero no mar de Bohai, no nordeste chinês, com uma reserva comprovada de 104 milhões de toneladas de crude. Denominado Qinhuangdao 27-3, o campo situa-se a cerca de 200 quilómetros da cidade de Tianjin e tem uma profundidade média de água de 25 metros, informou a agência de notícias oficial Xinhua. A produção diária de um único poço está estimada em cerca de 110 toneladas de petróleo bruto.

Esta descoberta é o sexto campo com uma reserva de mais de 100 milhões de toneladas a ser encontrado no mar de Bohai desde 2019, confirmando as amplas perspectivas de exploração de petróleo e gás na região, segundo a CNOOC.

Mais profundo

Na segunda-feira, na cidade de Binzhou, província de Shandong, começou também a ser distribuído gás natural a partir de um terminal de processamento de gás, o maior do género construído pela Bohai Oil Field, o maior produtor de petróleo bruto ‘offshore’ da China.

O projecto, que faz parte do Campo de Gás Condensado Bozhong 19-6, o primeiro campo de gás com reservas comprovadas de mais de 100 mil milhões de metros cúbicos de gás natural no mar de Bohai, vai processar até 1,3 mil milhões de metros cúbicos de gás natural por ano.

Este projecto proporcionará um fornecimento de “energia limpa mais estável e fiável” à região de Pequim – Tianjin – Hebei e à região do mar de Bohai, o que é de “grande importância para a segurança energética nacional e para a optimização da estrutura energética”, afirmou Jiang An, director-geral da filial da CNOOC em Tianjin.

De acordo com a CNOOC, a exploração chinesa dos recursos de gás natural fora da costa está a avançar de forma constante para águas ultraprofundas.

A companhia petrolífera chinesa Sinopec descobriu, em 2023, na região ocidental de Xinjiang, um campo com 1,7 mil milhões de toneladas de petróleo, que poderia cobrir a procura interna chinesa de 800 toneladas por ano durante dois anos, explicaram na altura os peritos locais.

20 Mar 2024

MIECF | Fórum Verde de 28 a 30 de Março no Venetian

A edição deste ano do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF) realiza-se entre 28 e 30 de Março na Cotai Expo do Venetian Macau com o tema “Alcançar a Dupla Meta de Carbono através da Transformação Ecológica”.

Segundo a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), este ano o foco vai estar no “desenvolvimento social verde e de baixo carbono”, com destaque para a sessão que se realiza a 29 de Março intitulada “Criação de um Plano para uma Cidade Neutra em Carbono para Combater as Alterações Climáticas”.

Um dos convidados de maior relevo é Tu Ruihe, representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) na China e co-director do Grupo da Protecção do Planeta do Quadro de Cooperação das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (UNSDCF) na China, que será o orador principal da sessão.

Segundo a organização do evento, o representante “irá fazer uma retrospectiva sobre os últimos 50 anos da protecção ambiental a nível mundial, explicar a situação e os desafios actuais e abordar as principais áreas de acção para os próximos anos, por forma a ajudar a indústria da protecção ambiental a planear antecipadamente o seu desenvolvimento”.

20 Mar 2024

Pátio da Claridade | Comida de rua gera oposição

A urbanista Lei Hoi Ian não concorda com a iniciativa de instalar barracas com comida de rua no Pátio da Claridade. Em declarações ao jornal Cheng Pou, a urbanista criticou o projecto do Grupo Lek Hang, que pretende atrair mais turistas para o local, na zona da Praia do Manduco.

Ouvida pelo jornal Cheng Pou, a urbanista argumentou que o Pátio da Claridade é um dos espaços mais originais ligados ao Porto Interior, com uma dimensão cada vez rara no território. “Entre todo o património cultural do Porto Interior, quer sejam edifícios com arcadas, prédios individuais, ou pátios e becos, o Pátio da Claridade é aquele que está preservado de acordo com a forma mais original. Não foi tão desenvolvido,” argumentou.

A urbanista entende que é necessária ponderação na decisão de desenvolver os edifícios daquela zona, porque há o risco de destruição irreversível e descaracterizar o Porto Interior.

20 Mar 2024

Obras públicas | Governo sem soluções para dívidas de subempreiteiros

O Executivo não tem qualquer solução pensada para resolver o problema dos trabalhadores subcontratados nas obras públicas que ficam vários meses sem receber salário, face à recusa do subempreiteiro em assumir as suas responsabilidades.

Nas obras públicas de Macau é comum que o trabalho seja adjudicado a uma empresa, a empreiteira, que depois contrata outras empresas para fazerem parte dos trabalhos, as subempreiteiras. Contudo, são frequentes os problemas com as empresas subcontratadas, principalmente quando estas recusam pagar os salários aos trabalhadores. Houve igualmente casos em que os subempreiteiros desapareceram, deixando para trás dívidas.

Face a este historial, Ella Lei queria saber se o Governo estava disposto a mudar as regras das obras públicas, para criar um mecanismo em que a empreiteira ficava responsável por assumir as obrigações das subempreiteiras face aos trabalhadores.

Na resposta, Lam Wai Hou, director das Obras Públicas, apontou que o regime actual só liga o dono da obra, o Governo, à empreiteira, e indicou que qualquer outra solução passa por um “consenso geral”. “De acordo com o actual regime das empreitadas de obras públicas de Macau, o dono da obra só tem uma relação contratual com o empreiteiro, o qual é responsável pela escolha e gestão dos subempreiteiros”, foi respondido. “Em termos de criação de restrições sob as subempreitadas e do reconhecimento de qualificação dos subempreiteiros, o Governo da RAEM mantém uma atitude aberta e, quando houver consenso geral entre os diversos sectores, será realizado um estudo mais aprofundado”, foi acrescentado.

20 Mar 2024

Saúde | Zheng Anting pede formação de pessoal médico

Zheng Anting sugeriu ao Governo que se concentre no desenvolvimento das indústrias estratégicas apontadas por Pequim para alcançar a diversificação económica, nomeadamente o sector big health. Para isso, o deputado ligado à comunidade de Jiangmen entende que a prioridade deve ser responder à falta de pessoal médico, incluindo clínicos, enfermeiros e técnicos.

Num artigo de opinião publicado no jornal Exmoo, Zheng Anting indicou que o Executivo deveria rever o Plano de Financiamento das Bolsas de Estudo para o Ensino Superior para aumentar as vagas subsidiadas aos diplomas do ensino superior relacionados com big health.

Além disso, sugeriu também que o Governo deve reforçar a divulgação e incentivo destes cursos da área da saúde juntos das camadas mais jovens, através de contactos com escolas e associações. Mas, primeiro, devem ser recolhidos dados que indiquem claramente a dimensão e áreas onde são precisos mais profissionais, de forma a colmatar desequilíbrios entre oferta e procura.

O deputado citou queixas relativas a urgências hospitalares lotadas e sem capacidade de resposta, especialmente devido aos surtos frequentes de doenças transmissíveis, tais como gripe, covid-19 e pneumonias. Zheng Anting deu como exemplo o serviço de urgência do Hospital das Ilhas, que entrou em funcionamento no fim do ano passado, e que já estará a enfrentar a situação de falta de pessoal.

20 Mar 2024

Kenjiro Shinozuka, primeiro japonês a vencer o Paris-Dakar, morreu aos 75 anos

O piloto Kenjiro Shinozuka, o primeiro japonês a vencer o Rali Paris-Dakar, morreu hoje, aos 75 anos, em consequência de um cancro no pâncreas, noticia a comunicação social nipónica. Shinozuka disputou pela primeira vez a prova rainha de todo-o-terreno em 1986, coincidindo com aposta da Mitsubishi na especialidade, e sagrou-se campeão nove anos mais tarde, em 1997, ao volante de um Pajero.

O japonês terminou no segundo lugar em 1988 e 1998 e no terceiro em 1987, 1992, 1995 e 2002, tendo participado no Dakar até 2007, apesar de ter sofrido um grave acidente em 2003, na sequência do qual chegou a ser colocado em coma induzido.

Natural de Tóquio, Shinozuka iniciou a ligação à Mitsubishi como mecânico, tendo começado a carreira de piloto no campeonato japonês de ralis, categoria em que obteve dois triunfos no Campeonato do Mundo, ambas no Rali da Costa do Marfim, em 1991 e 1992.

19 Mar 2024

China reforça protecção informática contra “forças estrangeiras”

O ministério da Segurança do Estado da China considerou ontem prioritária a protecção das “infra-estruturas-chave de informação” contra “ameaças de forças estrangeiras”, num esforço para “reforçar a soberania do ciberespaço e a segurança nacional”.

O ministério publicou na sua conta oficial na rede social WeChat uma interpretação da Lei de Cibersegurança do país, em vigor desde 2017, defendendo que as “infra-estruturas-chave de tecnologia de informação” devem “receber protecção prioritária”.

A instituição disse que a segurança das infra-estruturas de informação crítica da China é essencial para “proteger a segurança nacional contra ameaças de forças estrangeiras que procuram sondar e recolher dados”.

A lei estipula que os operadores das principais infra-estruturas de informação devem armazenar as informações e os dados pessoais recolhidos e gerados durante o seu funcionamento no território chinês e que, se for necessário fornecer essas informações ou dados no estrangeiro por motivos comerciais, deve ser obtida autorização das autoridades.

O regulamento acrescenta que os operadores de rede devem exigir que os utilizadores forneçam a sua identidade real para aceder à rede ou prestar serviços. A política de utilização da rede com nomes reais é fundamental para a construção de um “ciberespaço seguro, estável e próspero”, que é de “grande importância para o desenvolvimento económico e a estabilidade social” do país asiático, afirmou o ministério.

O ministério recordou que qualquer indivíduo ou organização que utilize a Internet deve “cumprir as leis”, “abster-se de pôr em perigo a segurança da rede” e “participar em actividades que ponham em perigo a segurança, a honra e os interesses nacionais”.

Procura-se espiões

No Verão passado, o Ministério apelou à mobilização de “toda a sociedade” para “prevenir e combater a espionagem” e anunciou uma série de medidas para “reforçar a defesa nacional” contra as “actividades dos serviços secretos estrangeiros”. A China alterou a sua Lei Contraespionagem em Abril passado para incluir a “colaboração com organizações de espionagem e seus agentes” na categoria de espionagem.

Nos últimos meses, as investigações sobre empresas de consultadoria e empresas estrangeiras na China suscitaram preocupações no sector e em potenciais investidores estrangeiros.

19 Mar 2024

Concerto | CCM acolhe “Depois do Romance” esta sexta-feira

Está agendado para esta sexta-feira, às 20h, o concerto “Depois do Romance”, protagonizado pelos músicos da Orquestra de Macau (OM). O espectáculo, que decorre no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM), será dirigido pelo maestro Yoel Levi em colaboração com a emergente violinista americana de origem japonesa, Mayumi Kanagawa, que interpretarão obras de excelência dos compositores Sergei Rachmaninoff e Samuel Barber.

Tido como um maestro experiente, Yoel Levi irá dirigir a OM na interpretação da Sinfonia n.º 2 do compositor russo Sergei Rachmaninoff. Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), “esta peça tem um estilo grandioso, sendo profundamente adorada pelos aficcionados da música”. Além disso, Yoel Levi colaborará com Mayumi Kanagawa na interpretação da abertura de “A Escola do Escândalo” e do “Concerto para Violino” de Samuel Barber.

O espectáculo é promovido pelo IC, e conta com o apoio das seis operadoras de jogo. Os bilhetes já se encontram à venda com um custo que varia entre 150 e 300 patacas.

19 Mar 2024

Poesia | Nuno Júdice faleceu este domingo aos 74 anos

Morreu este domingo o poeta português Nuno Júdice, aos 74 anos, vítima de doença prolongada. Júdice, considerado um dos principais nomes da poesia portuguesa contemporânea, e também um dos mais premiados, tanto a nível nacional como internacional, já tinha visto alguma da sua obra traduzida para chinês.

Mais recentemente, esse trabalho de tradução estava a ser feito uma segunda vez pelo académico, poeta e tradutor Yao Jingming, com a obra “O Peso do Mundo”, antologia de poemas. O projecto de tradução teve origem no 1573 – Prémio Internacional de Poesia, que foi atribuído em Sichuan a Nuno Júdice, tendo sido também patrocinada a edição do livro.

Em declarações ao HM em 2022, Nuno Júdice disse estar muito satisfeito por ver a sua poesia publicada numa outra língua, ainda por cima tão distinta do idioma original.

“A China tem uma longa tradição poética e há uma curiosidade e interesse pela poesia do mundo. Neste momento calhou-me a mim ter este prémio, o que dá mais relevo à minha carreira, sendo também prestigiante para a mim e para toda a poesia portuguesa. Portugal tem uma longuíssima relação com a China, e tendo em conta que estamos afastados, ter esta difusão da nossa literatura volta a formar o interesse na relação entre Portugal e a China.”

De resto, em Portugal já são muitas as vozes de pesar pela partida súbita do poeta.

“Foi com profundo pesar e sentida consternação que na Leya e principalmente na Dom Quixote tomamos conhecimento da triste notícia do falecimento de Nuno Júdice, hoje [domingo], em Lisboa, vítima de doença. Uma notícia que abalou todos os que trabalharam mais de perto com Nuno Júdice, mas, com toda a certeza, todos os seus muitos leitores e admiradores. E que sem dúvida deixa mais pobre a literatura e a poesia portuguesas”, pode ler-se no comunicado da editora Leya enviado à Lusa.

Letras e ensino

Nuno Júdice nasceu na Mexilhoeira Grande, em Portimão, no distrito de Faro, em 1949. Foi professor associado da Universidade Nova de Lisboa, instituição onde se doutorou em 1989 com a tese “O espaço do conto no texto medieval”. Poeta, ensaísta e ficcionista, Nuno Júdice foi, até 2015, professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Júdice desempenhou o cargo de director da revista literária Tabacaria (1996-2009) e foi comissário para a área da Literatura da representação portuguesa na 49.ª Feira do Livro de Frankfurt. Desempenhou funções como conselheiro cultural da Embaixada de Portugal em Paris (1997-2004) e director do Instituto Camões na capital francesa.

Organizou a Semana Europeia da Poesia, no âmbito da Lisboa’94 – Capital Europeia da Cultura, e dirigiu a Revista Colóquio-Letras, da Fundação Calouste Gulbenkian. Literariamente, estreou-se em 1972 com o livro de poesia “A Noção de Poema”. Ao longo da carreira literária, Nuno Júdice foi distinguido com diversos prémios, entre os quais o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana, em 2013, o Prémio Pen Clube, o Prémio D. Dinis da Casa de Mateus.

Recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, por “Meditação sobre Ruínas”, finalista do Prémio Europeu de Literatura.

19 Mar 2024

Albergue SCM | Exposição de Fan In Kuan inaugurada esta sexta-feira

A associação artística AFA Macau prepara-se para apresentar uma nova mostra de arte. “All Things Have no Form”, da autoria de Fan In Kuan, pode ser vista a partir desta sexta-feira e até Abril no Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau e conta com curadoria de Fei In Leong

 

O Albergue da Santa Casa da Misericórdia prepara-se para acolher a mostra “All Things Have no Form” [Todas as Coisas Não Têm Forma], da autoria da artista Fan In Kuan. A exposição, promovida pela associação AFA [Art for All Society] Macau, pode ser vista até ao dia 21 de Abril e conta com curadoria de Fei In Leong e com Chan On Kei na coordenação.

“Todas as Coisas Não Têm Forma” integra a segunda parte do programa “Objectos – Não – Objectos”, programado no ano passado pela AFA Macau, tratando-se de “uma exposição temática sobre a arte da pintura”, descreve-se em comunicado.

Trata-se de um projecto artístico centrado em três séries de esculturas da autoria de Fan In Kuan, focadas nas temáticas do folclore, cultura de massas e “estética nacional”. Assim, “as obras representam a própria interpretação [por parte da artista] da idolatria e a apropriação de símbolos relativos para investigar as influências da cultura popular na arte religiosa tradicional”, apresentando-se ainda uma “nova metodologia de formação no testemunho visual da fé”.

A visão dos rituais

A AFA Macau destaca também, referindo-se a este conjunto de obras patentes no Albergue SCM, que “tem sido proposto que os rituais cerimoniais são, essencialmente, o concurso de comportamentos e artefactos relacionados com as artes, sendo estas criações inseparáveis da nossa história religiosa”.

Desta forma, “através da incorporação física os rituais exteriorizam as crenças religiosas em experiências partilhadas através das comunidades”, a fim de “co-evoluir com o curso das sociedades humanas”. Descreve-se ainda, quanto ao trabalho exposto, que através da ponderação “sobre as representações de Deus, do universo, do tempo e da imortalidade, a arte religiosa alude ao discurso de toda a existência”.

Licenciada em 2016 pela Universidade de Artes de Taipei, Taiwan, Fan In Kuan especializou-se ainda na área da escultura através da conclusão de um mestrado em Belas Artes. A residir actualmente em Macau, a artista é professora visitante de artes visuais na Escola de Arte e Design da Universidade Politécnica de Macau.

Fan In Kuan já participou em várias actividades promocionais e palestras sobre escultura, tendo as suas obras sido expostas em Macau, Taiwan e outros locais.

19 Mar 2024

Baterias | Acções da CATL na China sobem 5,5% após lucro recorde

As acções da maior fabricante de baterias para veículos eléctricos do mundo, a chinesa Contemporary Amperex Technology (CATL), subiram ontem 5,5 por cento, depois de ter apresentado um lucro recorde para o exercício de 2023.

No encerramento da sessão, as acções da empresa na Bolsa de Valores de Shenzhen estavam a ser negociadas a 190,96 yuan cada, reflectindo uma recepção positiva entre os investidores, depois de ter divulgado a sua declaração de resultados na sexta-feira à noite.

O lucro líquido da CATL aumentou 43,6 por cento, em relação ao ano anterior, para 44,121 mil milhões de yuan, enquanto o volume de negócios aumentou 22 por cento para 400,917 mil milhões de yuan. Ao longo de 2023, as receitas internacionais da empresa cresceram 70 por cento, enquanto as domésticas aumentaram 7 por cento, com as receitas no estrangeiro a representarem agora um terço do total, 10 pontos percentuais acima do ano anterior.

A empresa referiu que a sua fábrica na Hungria – anunciada em 2022 com um investimento de cerca de 7,3 mil milhões de euros – “está a progredir de acordo com o plano” e que poderá começar a operar a partir de 2026, noticiou o portal de notícias económicas Yicai. A CATL controla 37 por cento da quota de mercado global de baterias eléctricas e 40 por cento das unidades de armazenamento de energia, liderando a tabela em ambos os segmentos.

Apesar do resultado positivo, as contas da CATL também reflectiram o primeiro declínio nas receitas em 14 trimestres, uma vez que as receitas da empresa caíram 10 por cento em termos anuais entre Outubro e Dezembro.

19 Mar 2024