Hoje Macau Manchete PolíticaEconomia | Macau representa 90% do investimento português na China Quase todo o investimento directo português na China fica em Macau, de acordo com dados revelados pelo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão. O diplomata pede para se olhar além das fronteiras da RAEM Macau representa 90 por cento do investimento directo português na China, afirmou o cônsul-geral de Portugal na região, informou o portal Macau News Agency. Macau foi o 12.º destino do investimento directo no exterior português, recebendo quase 1,1 mil milhões de euros em 2023, enquanto o Interior da China recebeu 55 milhões de euros, indicou na segunda-feira Alexandre Leitão, num evento da delegação de Macau da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa no Club Lusitano, em Hong Kong. O investimento português foi realizado sobretudo em áreas como a farmacêutica, banca, finanças, seguros e produtos alimentares, acrescentou o diplomata. Na ocasião, o cônsul-geral de Portugal para Macau e Hong Kong reconheceu a importância deste investimento, embora tenha realçado a necessidade de Lisboa expandir a actividade comercial além da RAEM. “Macau é uma plataforma e base fundamentais, mas temos de olhar além das suas fronteiras”, afirmou, chamando ainda a atenção para o potencial do comércio através de Hong Kong. “O volume de comércio, quer em importações, quer em exportações, está actualmente muito aquém do que poderia ser”, referiu, citado pelo portal em língua inglesa. Evolução “bastante interessante” As relações comerciais luso-chinesas têm registado uma evolução “bastante interessante” ao longo dos últimos dez anos, disse, ainda no Club Lusitano, o director da Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP) para Macau e Hong Kong. “Em 2013, as trocas comerciais atingiram dois mil milhões de euros e dez anos depois, em 2023, o total das trocas comerciais ascendeu a seis mil milhões de euros, o que faz da China o 10.º maior parceiro comercial de bens de Portugal”, referiu Bernardo Pinho. Quanto a Macau, o responsável referiu que as relações comerciais têm aumentado, com o comércio de mercadorias a crescer 15 por cento em 2023, em termos anuais, com mais de 400 empresas a exportar para a cidade, mas com níveis abaixo dos valores anteriores à pandemia de covid-19.
Hoje Macau EventosLivro | Eanes recusa estigma e recorda 25 de Novembro como a “continuação do 25 de Abril” O antigo Presidente da República Ramalho Eanes, comandante operacional do 25 de Novembro de 1975, recusa a estigmatização da data, que defende ser uma continuação do 25 de Abril, “dia fundador” da democracia. No livro “Ramalho Eanes, Palavra que conta”, editado este mês, a partir de uma entrevista à RTP realizada pela jornalista Fátima Campos Ferreira e transmitida em maio passado, Eanes recusa a estigmatização da operação: “Não percebo que estigmatizem o 25 de Novembro, porque o 25 de Novembro é a continuação do 25 de Abril; é a reafirmação de que as promessas feitas pelos militares à população portuguesa se mantêm, e se mantêm com toda a força, seja como for, quaisquer que sejam os obstáculos”. É altura de reconhecer que “houve um período muito complicado entre o 25 de Abril e o 25 de Novembro, que houve movimentos que tentaram – compreensivelmente, em minha opinião – impor as suas ideologias, o que, obviamente, o MFA não permitiu, porque isso seria, de alguma maneira, contrariar, não responder, não respeitar a promessa de Abril. E portanto, tivemos de fazer o 25 de Novembro, mas, a partir daí, o país criou unidade, unidade plural, obviamente”, considera. “Entendo que o esquecimento do 25 de Novembro não ajuda a democracia, porque a história não se apaga. É com a história, e regressando à história, de forma não endémica nem nostálgica, que aprendemos a evitar erros futuros”, argumenta na mesma entrevista, agora publicada pela Porto Editora. Segundo o antigo Presidente, aquela data marca “o ponto final de um confronto e o início de uma cooperação democrática em que todos participam, em que todas as ideologias se justificam”. Em abril deste ano, numa iniciativa do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com alunos do ensino secundário e superior, o general Ramalho Eanes, que foi o comandante da operação militar de 25 de Novembro de 1975, reservou para o 25 de Abril de 1974 o lugar hegemónico. “O 25 de Abril foi único, foi fundador. É ele que concede a liberdade aos portugueses. É ele que devemos festejar, comemorar e sobretudo refletir. Mas não devemos esquecer a perturbação natural que se seguiu, em que houve um combate de ideologias, de modelos de sociedade, em que houve um PREC que criou uma situação insustentável, uma situação de medo e uma situação que nos levou perto de uma guerra civil”, declarou, na ocasião. Eanes disse que houve “uma ofensiva militar”, no seu entender “organizada levianamente pela extrema-esquerda, mas em que o PCP não podia ter deixado de intervir”, perante a qual ele e outros militares foram obrigados a agir. “Tivemos essa ação, enfim, e repito que podia ter levado a uma guerra civil e que foi indispensável o 25 de Novembro. Repito: foi indispensável, para que as promessas de honra dos militares à população fossem realizadas”, defendeu. Segundo Eanes, o desfecho do 25 de Novembro deveu-se aos “militares que se tinham mantido fiéis à promessa de honra que tinham feito à população, que era devolver-lhes a liberdade, mas a liberdade sem condicionamentos” e que “resolveram, perante uma insurreição armada responder – bom, e a uma insurreição armada, naturalmente, só se responde com armas”. Também em abril passado, mas numa entrevista no Jornal da Noite da SIC, Ramalho Eanes foi questionado se “faz sentido ou não faz sentido, comemorar, celebrar” as duas datas, o 25 de Abril como o 25 de Novembro, respondendo que “faz inteiramente sentido” mas ressalvando que a data fundadora da democracia é o 25 de Abril de 1974. “Há uma data fundadora da democracia: o 25 de Abril”, afirmou. Anos antes, em 24 de novembro de 2015, em Manila, Filipinas, onde se encontrava para receber o Prémio Internacional da Paz 2015, atribuído pela fundação Gusi Peace Prize International, Eanes tinha defendido que o 25 de Novembro foi um “momento fraturante” e que momentos fraturantes “não se comemoram, recordam-se”. “O 25 de Novembro foi um momento fraturante e eu entendo que não devemos comemorar, os momentos fraturantes não se comemoram, recordam-se e recordam-se apenas para refletir sobre eles. No caso do 25 de Novembro, devíamos refletir por que é nós portugueses, com séculos e séculos de história, com uma unidade nacional feita de uma cultura distintiva profunda, por que é que nós chegámos àquela situação, por que é que chegámos à beira da guerra civil”, disse na altura Ramalho Eanes, em declarações à rádio e televisão pública de Macau, em Manila. Foi o 25 de Novembro deu a conhecer ao país o seu comandante operacional. O então tenente-coronel Ramalho Eanes apareceu na RTP de óculos escuros, rosto afilado e patilhas, com a sua voz grave e dicção pausada, falando ao lado de Jaime Neves, perante o Presidente da República, general Costa Gomes, o primeiro-ministro, Pinheiro de Azevedo, e Vasco Lourenço. Todas as operações, disse na altura Eanes, “foram conduzidas com a preocupação de evitar baixas de qualquer dois lados”. “Esta preocupação foi grande e teve a determiná-la o facto de um lado e do outro lado estarem portugueses”, declara Eanes, concluindo que as unidades envolvidas conseguiram “restituir, ao povo português, agora, de uma maneira aberta e livre, os ideais que fizeram a revolução do 25 de Abril”. É o primeiro Presidente da República eleito em democracia, cumprindo dois mandatos (1976-1986).
Hoje Macau China / ÁsiaHK | Críticas a condenação de activistas “profanam” Estado de direito O Governo chinês afirmou ontem que as críticas feitas pelos governos ocidentais à condenação de 45 activistas em Hong Kong “profanam e espezinham” o Estado de direito. Os países ocidentais “utilizam os procedimentos legais relevantes para defender a sua própria segurança nacional, enquanto condenam arbitrariamente os tribunais de Hong Kong que aplicam a Lei de Segurança Nacional”, afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jean, em conferência de imprensa. “Este tipo de comportamento profana e espezinha seriamente o espírito do Estado de direito”, acrescentou. Os Estados Unidos, Taiwan e a Austrália criticaram ontem a condenação em Hong Kong de 45 activistas pró-democracia a penas de prisão de até 10 anos por terem realizado primárias não oficiais em 2020. “Os Estados Unidos condenam veementemente as sentenças anunciadas ontem em Hong Kong contra 45 defensores da democracia e ex-funcionários eleitos”, disse um porta-voz do consulado norte-americano na região semiautónoma chinesa. Com um total de 47 activistas e políticos julgados, trata-se do maior julgamento ao abrigo da Lei de Segurança Nacional de Hong Kong, imposta em 2020 ao território por Pequim. Apenas dois dos 47 arguidos foram absolvidos, enquanto os restantes receberam penas que variam entre os quatro anos e dois meses e os 10 anos, pena aplicada ao jurista Benny Tai Yiu-ting. Benny Tai e outros 30 arguidos, incluindo o antigo líder estudantil Joshua Wong Chi-fung e a antiga deputada Claudia Mo Man-ching, tinham-se declarado culpados em Maio passado. Outros 14 arguidos tinham-se declarado inocentes, entre os quais os ex-deputados Leung Kwok-hung (um antigo marxista conhecido como ‘Cabelo Longo’), Lam Cheuk-ting, Helena Wong Pik-wan e Raymond Chan Chi-chuen e a jornalista Gwyneth Ho Kwai-lam. O Ministério Público acusou-os de tentarem garantir uma maioria legislativa de forma a vetar indiscriminadamente os orçamentos e assim paralisar o governo de Hong Kong e derrubar a então líder da cidade, Carrie Lam Cheng Yuet-ngor.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Pequim pede “sinais mais positivos” sobre a fronteira O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, pediu ontem ao homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar, “mais sinais positivos”, na sequência do acordo entre os dois países sobre o patrulhamento da fronteira comum nos Himalaias. “Xi Jinping e Narendra Modi reuniram-se recentemente, marcando o reatamento das relações, mas agora os dois lados devem implementar o importante consenso a que chegaram e respeitar os interesses fundamentais um do outro”, disse Wang, num encontro à margem da cimeira do G20, no Brasil, segundo um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. O diplomata acrescentou que a China e a Índia devem “reforçar a confiança mútua através do diálogo” e “lidar adequadamente com as diferenças com sinceridade e integridade”, para que os laços regressem a um estado “estável e saudável”. “É necessário enviar mais sinais positivos e fazer mais coisas que favoreçam os intercâmbios”, disse Wang Yi, que apelou também a “progressos práticos” na retoma dos voos directos entre os dois países. O chefe da diplomacia chinesa lembrou que os dois países comemoram no próximo ano o 75.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas, o que torna necessário “planear actividades comemorativas” e “promover intercâmbios e visitas em todos os domínios e a todos os níveis”. “A China e a Índia têm interesses comuns que ultrapassam largamente as suas diferenças. Devemos trabalhar em conjunto porque isso também promove a multipolaridade e o multilateralismo”, afirmou. Sem fricções Jaishankar considerou positivo que ambas as partes estejam a “tomar medidas para implementar o consenso” alcançado por Xi e Modi, de acordo com a nota do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A Índia espera reiniciar os mecanismos de diálogo relevantes o mais rapidamente possível e manter a dinâmica de melhoria e desenvolvimento das relações bilaterais. Devemos tratar adequadamente as questões relevantes com uma atitude mais positiva e não deixar que diferenças específicas definam a relação entre os dois países”, disse. O acordo permitirá à Índia retomar o patrulhamento das zonas fronteiriças entre as duas potências asiáticas no território dos Himalaias de Ladakh, que foi interrompido após confrontos em 2020, que resultaram na morte de soldados de ambos os países. O que este acordo significará para o patrulhamento da zona, um ponto de fricção entre a Índia e a China, que disputam a hegemonia na região do Indo-Pacífico, não foi detalhado. O destacamento da China provocou em 2020 uma reacção indiana, que levou a um confronto fronteiriço nos Himalaias ocidentais, o pior confronto entre as duas potências asiáticas em quase meio século, que causou a morte de pelo menos 20 soldados indianos e 76 feridos, enquanto Pequim reconheceu quatro mortos e um ferido grave. Desde então, com um grande destacamento de tropas, a situação mantém-se tensa, apesar de várias rondas de negociações diplomáticas e militares entre representantes dos dois países para tentar reduzir os atritos e diminuir o número de soldados na região.
Hoje Macau China / ÁsiaELP | China e Paquistão em exercícios conjuntos O Exército de Libertação Popular (ELP), as Forças Armadas da China, vai realizar exercícios conjuntos antiterrorismo com o Paquistão entre finais de Novembro e meados de Dezembro, informou ontem o ministério da Defesa chinês. O exercício será conduzido pelo Comando do Teatro Oeste do ELP, que enviará tropas para o Paquistão, para participarem nos exercícios, disse o ministério, em comunicado divulgado na rede social chinesa Weibo. As forças participantes “conduzirão um treino combinado com uma abordagem multinível e multidisciplinar, simulando processos operacionais reais”. Esta será a oitava edição desta série de exercícios conjuntos, que têm como objectivo “reforçar a cooperação prática” entre as forças armadas dos dois países e avaliar as suas “capacidades em operações coordenadas de combate ao terrorismo”. Pequim, que mantém laços estreitos com Islamabade, comprometeu-se a investir 64 mil milhões de dólares em projectos de infra-estruturas no Paquistão, no âmbito do Corredor Económico China-Paquistão, que liga a Ásia do Sul e Central à China. No entanto, Pequim tem alertado o Paquistão para a importância de assegurar um ambiente seguro para a cooperação entre os dois países, num contexto de recrudescimento da violência armada e de atentados que visaram sobretudo cidadãos chineses e projectos de desenvolvimento de Pequim. No início de Outubro, dois cidadãos chineses foram mortos e mais de uma dezena de pessoas ficaram feridas num atentado suicida no aeroporto do sul de Karachi. Em Março, um outro bombista suicida matou pelo menos cinco chineses e um paquistanês, todos trabalhadores do projecto hidroelétrico de Dasu, na província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do país.
Hoje Macau China / ÁsiaHunan | Detido suspeito de atropelar várias pessoas em frente a uma escola A polícia da cidade chinesa de Changde, na província central de Hunan, deteve ontem um homem de 39 anos acusado de atropelar vários peões em frente a uma escola, anunciou o Gabinete de Segurança Pública local. O suspeito, identificado como Huang, foi capturado pouco depois do incidente, que ocorreu às 7:37 horas locais. As autoridades locais afirmaram que as vítimas, cujo número não foi divulgado e que foram levadas para o hospital, não apresentavam ferimentos que pusessem em risco a sua vida. No comunicado oficial, as forças de segurança afirmaram que “o caso está a ser investigado para esclarecer as circunstâncias do atropelamento e fuga”. Imagens que circulam nas redes sociais, cuja autenticidade não foi confirmada, mostram um homem a ser imobilizado à força depois de ter sido retirado de um automóvel SUV branco. Entretanto, as autoridades prometem punição severa para “crimes hediondos” após os recentes ataques indiscriminados. A Procuradoria Popular Suprema prometeu punições “severas, rigorosas e rápidas” para aqueles que cometem “crimes hediondos”, visando “manter a estabilidade social e reforçar o sentimento de segurança e bem-estar entre o público”. Em comunicado, divulgado após uma reunião de trabalho, a procuradoria afirmou que vai adoptar “uma abordagem de tolerância zero relativamente aos crimes que visem os estudantes ou que comprometam a segurança das escolas”. A nota sublinhou “a importância de julgar estes casos de forma decisiva e rápida para conseguir um efeito dissuasor poderoso”.
Hoje Macau China / ÁsiaG20 | Xi anuncia melhorias na iniciativa Uma Faixa, Uma Rota O Presidente chinês, Xi Jinping, reafirmou ontem o apoio aos países em desenvolvimento, na cimeira do G20, incluindo a promoção da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ de “alta qualidade”, o plano estratégico de infra-estruturas de Pequim. “A China sempre foi um membro do Sul Global e um parceiro fiável e duradouro para os países em desenvolvimento”, sublinhou Xi, durante um discurso na cimeira, que decorre no Rio de Janeiro, em declarações transmitidas pela televisão estatal chinesa CCTV. Xi, que utiliza frequentemente estes fóruns internacionais para promover a liderança chinesa entre os países em desenvolvimento, anunciou uma série de iniciativas, incluindo a promoção de uma “rede de ligações” de alta qualidade e “tridimensional”, incluindo uma “Rota da Seda” ecológica e digital, no âmbito da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’. O projecto-chave da administração de Xi atingiu um marco importante, na semana passada, com a inauguração, no Peru, do porto de Chancay, promovido como “ponto de partida para um novo corredor” entre a Ásia e a América Latina. A infra-estrutura vai dar ao Brasil, por exemplo, acesso ao Oceano Pacífico, reduzindo o tempo e custo no comércio com a Ásia, o destino mais importante das exportações brasileiras. Xi Jinping disse também que o país vai criar um Centro de Investigação para o Sul Global, para aumentar a cooperação em sectores como a segurança alimentar, e que vai trabalhar com os países africanos para dar seguimento aos compromissos assumidos no Fórum de Cooperação China-África, que se realizou em Setembro, em Pequim. A China prometeu 50,7 mil milhões de dólares para financiar o desenvolvimento do continente africano nos próximos três anos. Injecção de conhecimento Xi manifestou o apoio à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, lançada na segunda-feira na sessão de abertura da cimeira do G20. O líder chinês indicou ainda que, juntamente com o Brasil, a África do Sul e a União Africana, Pequim vai promover a “Iniciativa Internacional de Cooperação Científica”, bem como intercâmbios com o Sul Global em domínios como a digitalização, a educação e a luta contra a corrupção, sem adiantar mais pormenores. Xi também defendeu o comércio livre e propôs a redução das taxas alfandegárias para os países menos desenvolvidos que mantêm relações diplomáticas com a China, um discurso que tem incentivado na sequência da vitória eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos.
Hoje Macau SociedadeDengue | Registado 32.º caso importado este ano Os Serviços de Saúde confirmaram na segunda-feira a detecção de um caso de febre de dengue, o 32.º caso importado em Macau este ano. O doente é um homem de 66 anos de idade, residente de Macau, na Rua Direita do Hipódromo. O indivíduo esteve no distrito Heshan, em Jiangmen, de 7 a 16 de Novembro, onde começou a sentir sintomas como febre e dores musculares generalizadas. Quando chegou a Macau, dirigiu-se às urgências do Hospital São Januário para receber tratamento. As análises sanguíneas confirmaram a reacção positiva à febre de dengue tipo I. Os Serviços de Saúde indicaram ontem que o doente ainda estava internado, mas em estado clínico considerado estável. Legionella | Homem infectado em estado grave Os Serviços de Saúde (SS) anunciaram ontem o 10.º caso no território de infecção por Legionella, também conhecida como doença dos Legionários, com o infectado a estar em estado crítico e ligado a um ventilador. O caso foi diagnosticado num homem não residente de Macau, de 63 anos, sem antecedentes de doença crónica, que a 7 de Novembro manifestou sintomas de febre e tosse. Nesse dia, recorreu a uma instituição médica para receber tratamento. Como não melhorou, e a situação até se agravou, no dia 17 de Novembro recorreu ao Serviço de Urgência do Hospital Kiang Wu, onde foi diagnosticado com pneumonia. Como consequência foi levado para o Centro Hospitalar Conde São Januário, onde foi diagnosticado à doença dos legionários. “Actualmente, o doente encontra-se em estado crítico e ainda tem necessidade de apoio de ventilador respiratório”, informaram os SS.
Hoje Macau SociedadeFinanças | UPM e Banco Luso Internacional assinam acordo A Universidade Politécnica de Macau (UPM) e o Banco Luso Internacional assinaram um Acordo-Quadro de Cooperação em Bolsas de Estudo, abrindo portas à “cooperação na formação de talentos, ensino e investigação e transformação de resultados, de modo a formar conjuntamente quadros qualificados para o sector financeiro de Macau”. O reitor da UPM, Marcus Im, afirmou que a universidade se dedica à formação de quadros técnico-profissionais que amem a pátria e Macau, com uma visão internacional e competitividade global. O responsável indicou ainda que a criação da “Bolsa de Estudo do Banco Luso Internacional” permite a descoberta, formação e reserva de mais talentos na área financeira, injectando uma nova dinâmica no desenvolvimento do sector financeiro local e promovendo o desenvolvimento diversificado da economia de Macau.
Hoje Macau SociedadeGrande Prémio | Trabalhador sofre queda Um trabalhador com 54 anos teve de ser transportado para o hospital, depois de sofrer uma queda em altura de 1,7 metros, ao desmontar uma barreira da pista do Grande Prémio de Macau. O acidente aconteceu na segunda-feira, quando o trabalhador escorregou e caiu. O homem apresentou lesões no queixo e costas e foi enviado de urgência para Centro Hospitalar Conde São Januário, onde recebeu tratamento. Após a ocorrência, a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) deslocou-se ao local para investigar a situação, mas de acordo com o jornal Ou Mun recusou fazer qualquer comentário à imprensa. O Grande Prémio de Macau é organizado pelo Governo, através da Comissão Organizadora.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Associação quer turistas com maior poder de compra O presidente da Associação Económica de Macau, Lau Pun Lap, defende a necessidade de o território atrair turistas com maior poder de consumo. As declarações foram prestadas ao Jornal Ou Mun, em reacção à taxa de crescimento de 11,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de Macau, entre Janeiro e Setembro. De acordo com Lau, apesar de as autoridades estarem a conseguir atrair cada vez mais visitantes para o território, o poder de compra está em quebra face ao que acontecia antes da pandemia, dado que os turistas se apresentam “mais prudentes”, e menos propensos para gastar. Por isso, Lau defende que devem ser adoptadas estratégias para promover um maior consumo, a curto, médio e longo prazo, dada a necessidade de desenvolver de forma sustentada a economia. Em relação ao crescimento do PIB para o que resta do ano, Lau mostrou-se confiante de que poderá haver uma aceleração, dado que o quatro trimestre inclui grandes eventos como o Grande Prémio ou a Semana Dourada.
Hoje Macau Grande Plano MancheteMacau Legend | Governo cabo-verdiano reverte bens da empresa O governo liderado por Ulisses Correia e Silva resolveu o contrato com a empresa de Macau, que acusou de violar “de forma flagrante e reiterada” o compromisso de investir num hotel com casino O Governo cabo-verdiano declarou que a Macau Legend Development (MLD) violou “de forma flagrante e reiterada” as obrigações num investimento turístico e de jogo, na Praia, ao justificar a sua resolução e reversão, publicadas na segunda-feira. “Tendo em conta que a MLD violou, de forma flagrante e reiterada, as obrigações (…) não resta ao Estado de Cabo Verde outra saída que não seja a de proceder à resolução” dos contratos, lê-se numa decisão do Conselho de Ministros, sobre o investimento de 250 milhões de euros, anunciado há 10 anos, mas nunca concluído. “O Estado de Cabo Verde deu às sociedades MLD [em Cabo Verde], todas as oportunidades para a retoma das obras ou para negociar a venda das acções ou a cedência da sua posição contratual a um potencial interessado na continuação do projecto”, mas não foram apresentadas alternativas, acrescentou. Segundo o executivo, “as violações contratuais perpetradas pela MLD sucederam-se a vários níveis”, conferindo ao Estado de Cabo Verde, “parte lesada”, o direito “à resolução da Convenção de Estabelecimento, bem como dos contratos dela derivado”, detalha o texto subscrito pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva. A resolução do Conselho de Ministros foi publicada em Boletim Oficial, a par da portaria do Ministério das Finanças e Fomento Empresarial que determina a reversão dos bens cedidos e construídos. Transferência sem autorização Segundo o executivo, a MLD “violou também” o regime jurídico da exploração de jogos, “ao transferir, sem autorização do Governo de Cabo Verde, a propriedade de mais de 20 por cento do capital social”. O Governo cita ainda “condenações, pelos tribunais da Região Administrativa Especial de Macau, de accionistas, administradores e outros elementos com direitos e responsabilidades na MLD”, bem como “a situação económica e financeira da sociedade mãe”. A 28 de Agosto deste ano, Cabo Verde comunicou a intenção de resolver todos os contratos à sociedade macaense, que, a 16 de Setembro, se justificou (em audiência prévia) com a pandemia de covid-19 para negar “incumprimento culposo das obrigações”. “Todavia, este fundamento não pode proceder porque a covid-19 acabou em 2021 e, até hoje, as obras encontram-se paradas e sem data prevista de retoma”, acrescentou a resolução do Conselho de Ministros cabo-verdiano. Em 2015, o empresário macaense David Chow assinava com o Governo cabo-verdiano um acordo para a construção do empreendimento e a primeira pedra foi lançada em Fevereiro de 2016. Nos últimos anos, há apenas guardas nos portões do recinto, uma área de cerca de 160 mil metros quadrados, que inclui o ilhéu de Santa Maria, parcialmente esventrado e, uma ponte asfaltada de poucos metros que o liga a um prédio de cerca de oito andares, vazio e vedado com taipais. Há cerca de um ano, numa entrevista à televisão de Hong Kong TVB, o presidente e director executivo da MLD, Li Chu Kwan, disse que o grupo pretendia fechar os projectos em Cabo Verde e Camboja até 2025. Na altura, o primeiro-ministro cabo-verdiano disse que era necessário reverter a concessão, antes de decidir “o destino a dar a esse investimento, que não pode ficar assim, como está”, concluiu.
Hoje Macau SociedadeMarketing | Académico defende ofertas de luxo personalizadas O académico Matthew Liu Ting Chi defendeu que os negócios de luxo do território em dificuldades devem apostar em Macau e no Interior e numa oferta mais personalizada para manter os clientes actuais. A recomendação do professor de marketing da Universidade de Macau surge num artigo publicado ontem no Jornal Ou Mun. Para Matthew Liu, professor de marketing, face a um abrandamento das vendas a retalho de luxo, os negócios devem evitar baixar a qualidade dos produtos oferecidos ou resistir à tentação de baixarem de segmento, e, em vez disso, fazer ofertas mais atraentes, a nível do preço, para os clientes existentes. “A oferta de uma gama mais baixa com margens de lucro mais reduzidas pode ser eficaz no início, mas pode causar danos para o posicionamento do negócio que afectam o desenvolvimento a longo prazo, por isso, exige-se muita cautela”, vincou. O académico sugere também aos negócios de luxo que apostem em colaborações com os bancos e hotéis do território, para fornecerem estas instituições com presentes que podem ser oferecidos aos clientes. “É um mercado discreto e estável, com uma escala limitada, mas com um forte poder de consumo, e que merece um grande esforço de investigação e investimento”, apontou Liu. Entre as sugestões, consta também a “organização de seminários sobre estilos de vida de luxo, como vinhos, menus de degustação, ou de colecção de artigos de luxo em Macau e Zhuhai” para chegar à classe médio mais alta e “potenciais clientes de luxo”.
Hoje Macau Manchete SociedadeEconomia de Macau cresce 11,5% até Setembro A expansão da economia no terceiro trimestre sofreu uma desaceleração, mas o mercado do jogo continua a fazer crescer o produto interno bruto do território A economia de Macau cresceu 11,5 por cento até Setembro, em comparação com igual período do ano passado, graças à retoma do jogo, apesar de uma desaceleração no terceiro trimestre, disseram ontem as autoridades. Na primeira metade do ano, em termos anuais, o produto interno bruto (PIB) tinha crescido 15,7 por cento. Entre Janeiro e Setembro, o PIB de Macau atingiu 301 mil milhões de patacas, adiantou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). A economia de Macau tinha voltado a crescer em 2023, com o PIB a subir 80,5 por cento, graças ao fim da política ‘zero covid’ e a retoma do turismo, invertendo uma contracção de 21,4 por cento em 2022. A China levantou a 6 de Fevereiro de 2023 todas as restrições devido à pandemia de covid-19 nas deslocações para Hong Kong e Macau, permitindo o reinício das excursões organizadas para as duas cidades. Em resultado, o benefício económico das apostas feitas por visitantes em casinos aumentou 28,4 por cento em termos anuais nos primeiros nove meses de 2024, sublinhou a DSEC, em comunicado. Pelo contrário, o benefício económico dos outros serviços turísticos caiu 6,1 por cento. Macau recebeu entre Janeiro e Setembro 25,9 milhões de visitantes, mais 30,1 por cento do que no mesmo período do ano passado, enquanto as receitas do jogo cresceram 31,3 por cento, para 169,4 mil milhões de patacas. A DSEC destacou ainda uma subida no investimento privado, incluindo acréscimos de 31,5 por cento no investimento em equipamento e de 11,6 por cento do investimento em construção, devido à “melhoria constante do ambiente de negócios” em Macau. Mais consumo O consumo privado aumentou 5,8 por cento, “graças à subida das receitas dos residentes, a qual foi impulsionada pela recuperação contínua da economia local e do mercado de trabalho”, referiu a DSEC. Pelo contrário, as despesas do Governo caíram 10,1 por cento, após o fim das medidas de apoio económico, que incluíram dar oito mil patacas a cada residente, montante que podia ser usado para efectuar pagamentos, sobretudo no comércio local. Também o investimento público em construção diminuiu 8,6 por cento, devido à conclusão de parte das obras públicas de grande envergadura, acrescentou o comunicado. A DSEC destacou que a economia de Macau, com cerca de 687 mil habitantes, representou 87,3 por cento do PIB registado na primeira metade de 2019, antes do início da pandemia. No final de Outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa as previsões para o crescimento da economia de Macau este ano e no próximo, num relatório em que alertou para uma crise mais prolongada no imobiliário chinês. A instituição disse acreditar que o PIB da região vai crescer 10,6 por cento em 2024, abaixo da previsão de 13,9 por cento feita em Maio. O FMI reviu também em baixa, de 9,6 por cento para 7,3 por cento, a previsão para o crescimento da economia de Macau em 2025.
Hoje Macau SociedadeDengue | Anunciado 31.º caso importado Os Serviços de Saúde (SS) anunciaram ontem o 31.º caso importado de febre de dengue registado em Macau este ano, o que em conjunto com os nove casos locais faz subir para 40 o número de ocorrências no território. De acordo com os SS, “o caso foi detectado num homem de 60 anos, residente, que mora na Estrada de Coelho do Amaral”, e que durante o período de incubação foi à cidade de Zhongshan, no Interior. Na quarta-feira passada, o homem apresentou sintomas como febre, dor de cabeça e dores musculares generalizadas que se agravaram para erupções cutâneas nas mãos e nos pés, no dia seguinte, o que levou a que fosse ao Serviço de Urgência do Centro Hospital Conde São Januário. A confirmação sobre a infecção chegou na sexta-feira e foi anunciada ontem, em português. O estado do homem é considerado “estável” e os familiares não apresentaram quaisquer sintomas. Legionella: sexto caso de infecção Um homem com 74 anos foi diagnosticado como o sexto caso de legionella em Macau desde o início do ano, de acordo com um comunicado dos Serviços de Saúde (SS). Os SS foram notificados na passada quinta-feira, 15 de Novembro, depois do caso ter sido detectado no Centro Hospitalar Conde de São Januário. O homem tem antecedentes de doenças crónicas, e manifestou sintomas de febre e tosse a 10 de Novembro, tendo ido nesse dia a uma instituição médica. No dia 15 de Novembro, devido à persistência dos sintomas, dirigiu-se ao Serviço de Urgência do CHCSJ onde acabou por ser finalmente diagnosticado com aquela que também é conhecida como a doença dos templários. O local da infecção não foi indicado, mas o comunicado aponta que o doente viajou para a cidade de Foshan, na província de Guangdong, com a família, de 2 a 3 de Novembro. Os outros viajantes e familiares com quem coabitou não se sentiram indispostos.
Hoje Macau Sociedade“Man-yi” | Tempestade “passa a 350 km de Macau A tempestade tropical “Man-yi” vai cruzar hoje o ponto mais próximo do território, a cerca de 350 km a sul de Macau, de acordo com a trajectória prevista ontem pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG). As autoridades estimavam a probabilidade de emitir o sinal 3 de tempestade tropical esta manhã como “moderada a relativamente alta”. A influência conjunta da tempestade tropical e da monção de nordeste deverá trazer hoje ventos fortes, “atingindo o nível 6 da Escala de “Beaufort”, com rajadas e alguns aguaceiros”. Por outro lado, a influência da maré astronómica e ventos fortes, poderá causar um aumento do nível das águas nas zonas costeiras, e resultar em “inundações em zonas baixas do Porto Interior com altura igual ou inferior a meio metro. Segundo a trajectória prevista pelas autoridades, a tempestade “Man-yi” irá atravessar a parte setentrional do Mar do Sul da China nos próximos dias, deslocar-se depois para sudoeste, enquanto enfraquece gradualmente.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim pede que não se exacerbem tensões regionais após acordo entre Filipinas e EUA A China apelou ontem a que “não se prejudique a paz nem se exacerbem tensões regionais”, depois de Manila e Washington terem assinado um acordo de partilha de informações militares, face às disputas territoriais com Pequim. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, afirmou ontem em conferência de imprensa que “qualquer tipo de acordo militar assinado ou qualquer tipo de cooperação em matéria de defesa e segurança” não deve “visar uma terceira parte ou prejudicar os interesses de uma terceira parte”. “A única opção correcta para proteger a segurança nacional e a paz e estabilidade regionais é aderir aos princípios de boa vizinhança e à autonomia estratégica”, acrescentou o porta-voz. O acordo General Security Overarching Military Information Agreement é um “passo fundamental para melhorar a partilha de informações e aprofundar a interoperabilidade entre as Filipinas e os Estados Unidos”, declarou o Departamento da Defesa das Filipinas após a assinatura do documento, num evento oficial em que participou o Secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin. Entre os objectivos da visita de Austin conta-se a reiteração do “firme compromisso” com o tratado de defesa mútua e a implementação de financiamento militar no valor de 500 milhões de dólares, anunciado durante uma viagem às Filipinas, em Julho passado, de acordo com um comunicado do Departamento da Defesa dos EUA. Bons velhos amigos As Filipinas têm um tratado de defesa mútua com os EUA desde 1951, que o actual presidente, Joe Biden, reforçou com acordos suplementares durante a sua administração, com um maior entendimento bilateral, após o mandato do ex-presidente filipino Rodrigo Duterte, que se aproximou da China. Este tratado tornou-se particularmente relevante nos últimos anos devido às disputas territoriais entre as Filipinas e a China. As autoridades filipinas argumentam que os atóis em disputa se situam dentro das 200 milhas náuticas da sua zona de exclusividade económica, o que, nos termos do direito internacional, lhe confere o direito de explorar os recursos, mesmo que se trate de águas internacionais. Pequim alega razões históricas para a sua reivindicação de quase todo o mar do Sul da China, rico em recursos e uma via fundamental para o comércio mundial. Em 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia decidiu que as reivindicações da China não estavam sustentadas pelo direito internacional, uma decisão que Pequim se recusa a reconhecer.
Hoje Macau China / ÁsiaAnálise | Pequim e UE devem restaurar confiança política China e União Europeia (UE) encontram-se num momento crítico para restaurar a confiança política, face às incertezas suscitadas pelo regresso de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, afirmaram diplomatas e especialistas chineses. Citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês responsável pelos assuntos europeus, Cao Lei, disse que a vitória eleitoral de Trump pode ser “o ponto de viragem dos [nossos] tempos” e instou Bruxelas e Pequim a corrigirem as clivagens e a melhorarem os laços. “Ninguém quer voltar à lei da selva, à era do confronto e da Guerra Fria e à hegemonia unilateral. É este o cenário que as relações China – UE enfrentam”, afirmou, durante o lançamento da Rede de Grupos de Reflexão da China sobre a Europa, um ‘think tank’ da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, que visa promover um novo entendimento entre as duas partes. China e UE enfrentam a perspectiva de taxas alfandegárias mais elevadas na segunda administração Trump. A Europa está também atenta a mudanças políticas em Washington sobre a NATO e a guerra na Ucrânia, enquanto procura novo equilíbrio de poder nas relações transatlânticas. Citado pelo SCMP, o director de estudos europeus da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Feng Zhongping, afirmou que a Europa é mais importante para a China do que os EUA e que ambas as partes devem ser capazes de restaurar a confiança política. “Com o regresso de Trump à Casa Branca, uma cooperação reforçada entre China e Europa será benéfica para ambas as partes enfrentarem os desafios no início de uma nova era de incertezas no mundo”, afirmou. Analistas também alertaram para o facto de Bruxelas poder responder aos desafios do segundo mandato de Trump utilizando Pequim como moeda de troca para se aproximar ainda mais de Washington. As tensões entre China e UE aprofundaram-se nos últimos anos em relação económicas, diferenças ideológicas e à percepção de riscos de segurança, especialmente desde a invasão russa da Ucrânia em Fevereiro de 2022. A UE classificou a China como um rival sistémico e concorrente económico, decidiu reduzir a dependência de uma cadeia de abastecimento centrada na China e tornou-se mais vocal e assertiva em relação aos direitos humanos, às disputas territoriais no mar do Sul da China e à questão de Taiwan. As relações bilaterais foram ainda mais perturbadas quando Bruxelas impôs taxas punitivas sobre veículos eléctricos fabricados na China, uma medida que Pequim considerou proteccionista. Apesar dos conflitos crescentes, Pequim tem repetidamente descrito o bloco como um dos seus parceiros mais importantes na manutenção do multilateralismo e na promoção da globalização. Pequim continua a sublinhar a estreita relação económica – com o comércio bilateral a atingir 2 mil milhões de euros por dia – e o importante papel da UE como principal exportador de tecnologia para a China. “A China apoia firmemente a integração europeia, mas não deseja que a UE se torne uma fortaleza proteccionista fechada em si própria”, afirmou Cao. “A China apoia a Europa a desempenhar um papel mais importante nos assuntos internacionais, mas não quer que esta escolha um lado e provoque um confronto entre blocos”, acrescentou. Visões desalinhadas De acordo com um relatório divulgado durante o evento, existe um profundo desfasamento entre a China e o bloco de 27 membros, em termos das suas percepções mútuas sobre questões que vão desde as relações económicas a questões de segurança. O relatório referiu que as rápidas mudanças registadas na China têm constantemente “ultrapassado os limites cognitivos da Europa, desafiado as suas experiências históricas e antecipações políticas”. A opinião pública na Europa revela desconforto com as mudanças na política global, incluindo a ascensão da China, bem como preocupação com a dificuldade de exercer influência, vincou o relatório. “Isto tornou-se uma barreira psicológica que a China e a Europa têm de trabalhar em conjunto para ultrapassar”, lê-se. Cao observou que “o factor-chave é a percepção”. “O posicionamento da UE em relação à China está continuamente a inclinar-se para a competição, com alguns a afirmarem que a China é uma ameaça à segurança. Este é um problema que deve ser levado a sério”, afirmou.
Hoje Macau EventosMúsica | Felipe Fontenelle lança disco “Não Digas Nada” Felipe Fontenelle, músico brasileiro e ex-residente de Macau, anteriormente ligado à Casa de Portugal em Macau, acaba de lançar um novo álbum, “Não Digas Nada”, um trabalho que “reflecte a sua trajectória cultural e musical, repleto de diferentes sonoridades”. O disco, que já está disponível em formato físico e nas plataformas digitais, combina influências do samba, bossa nova, MPB e música portuguesa numa mágica fusão de ritmos e estilos dos países e regiões por onde o artista passou e viveu, como Brasil, Portugal, Macau e Estados Unidos. “Não Digas Nada” conta com a presença de “convidados ilustres”, incluindo um “dueto singular” com a cantora e compositora portuguesa Luísa Sobral. Destaque para a “participação do célebre violoncelista Jaques Morelenbaum, que com a sua assinatura musical única dá um toque especial a este conjunto de canções”, descreve uma nota. O álbum será lançado este domingo no Centro Cultural de Cascais, em Portugal, que o artista promete ser uma “noite memorável em que o público poderá vivenciar de perto a atmosfera e as sonoridades da nova obra”. “Não Digas Nada” é um “convite à diversidade musical, à poesia e à troca cultural entre continentes, proporcionando uma experiência que transita entre o aconchego familiar e o deslumbramento do moderno”, é descrito.
Hoje Macau EventosCCM | D’As Entranhas estreia nova peça de teatro Uma mulher sozinha e palavras, muitas palavras. É este o mote para a nova peça de teatro d’As Entranhas – Associação Cultural, que sobe ao palco do Centro Cultural de Macau na próxima semana. “Home Sweet Home” vai buscar influências literárias de mulheres que escrevem sobre si e as outras, como Adília Lopes, Maria do Rosário Pedreira e Dulce Maria Cardoso O palco “Box II” do Centro Cultural de Macau (CCM) acolhe mais uma peça teatral em português na próxima semana, nomeadamente na quinta e sexta-feira e também no sábado, de 28 a 30 de Novembro. Trata-se de “Home Sweet Home” uma criação d’As Entranhas Macau – Associação Cultural, um “espectáculo de teatro transdisciplinar” que, conforme descreve o comunicado, é criado a partir de uma selecção de textos compilados e adaptados de autoras portuguesas que, nas suas palavras, escrevem sobre si próprias, as outras mulheres, o corpo e as suas mudanças e também os seus sentimentos. Assim, as influências literárias para este espectáculo chegam da poetisa Adília Lopes e a sua “Dobra”; “O Meu Corpo Humano”, o mais recente livro de poesia de Maria do Rosário Pedreira; excertos de poemas de Isabel Meirelles, Alexandre O’ Neill e Tóssan; e ainda “Os Meus Sentimentos”, de Dulce Maria Cardoso. Pretende-se que haja uma integração, na dramaturgia, “com o universo biográfico da protagonista”. Segundo a mesma nota, este espectáculo “é desenvolvido através da pesquisa de comportamentos repetitivos”, pretendendo “explorar o real e a ficção”. Propõe-se ainda “uma reflexão sobre o quotidiano de uma figura feminina, com incidência na dor da perda e na irremediável solidão íntima que está para lá do visível”. Desta forma, “o espectáculo é um retrato sobre o que se perde, o que permanece e o que resta na existência de uma mulher sozinha, traduzido na passagem do tempo vivido, no envelhecimento do corpo e dos objectos que a rodeiam, infalivelmente partidos, gastos e esquecidos”. “Home Sweet Home” traz “a dramatização e estilização de fragmentos universais da vida real”, em que “os jogos de palavras e de sentidos misturam-se com a fragilidade desse corpo ‘habitado’ por memórias, mostrando-nos o belo e o terrível do absurdo presente-ausente da vida vivida”. Laivos de auto-biografia Neste espectáculo, constrói-se, assim, no palco “um imaginário sobre restos de uma infância nunca deixada, a impossibilidade do amor, a inevitável desilusão e o sentimento de perda face a tudo, de um mundo adulto nunca inteiramente compreendido”. “Home Sweet Home” é, também, “uma ficção autobiográfica onde os sentidos do real se misturam com as múltiplas ‘vozes’ da personagem”. Criou-se uma “interdisciplinaridade das diversas áreas (teatro, música e vídeo), em que se desconstrói as fronteiras habituais do plano espectador, actor e cena, fragmentando o objecto artístico em vários planos”. Este espectáculo d’As Entranhas “tem uma forte componente plástica e sonora” e é aconselhável a maiores de 18 anos, sendo interdito a menores de 13. Vera Paz, que interpreta a peça e assina a dramaturgia do espectáculo encenado por Ricardo Moura, é a directora artística desta associação fundada em 2017, em Macau, e que reúne um conjunto de profissionais de diferentes áreas. Esta entidade “constitui-se como um espaço de acção cultural interdisciplinar que promove a investigação e a difusão da arte contemporânea através da produção de objectos artísticos, nomeadamente espectáculos teatrais, instalações multimédia e exposições”. Este é o regresso d’As Entranhas aos espectáculos depois de um interregno, pois o último evento ocorreu em 2022, com “Canções de Faca e Alguidar”, um espectáculo musical apresentado na Casa Garden. No ano anterior decorreu, no espaço “Black Box” do Antigo Tribunal “A Boda”. D’As Entranhas tem também uma ligação a Portugal, tendo sido criada, como colectivo, em 1999 numa parceria entre Vera Paz e Ricardo Moura. Só depois ganhou uma extensão em Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Tufão Man-yi origina oito mortes, mas Presidente do país desvaloriza tempestade Oito pessoas morreram durante a passagem do tufão Man-yi pelas Filipinas no domingo, sete destas num deslizamento de terras no norte do arquipélago, segundo uma responsável da agência local de gestão de catástrofes. O deslizamento de terras, que também feriu outras três pessoas, ocorreu na província de Nueva Vizcaya, a norte de Manila, na ilha de Luzon, disse Kristine Falcon à agência de notícias AFP. Um homem de 79 anos morreu na província de Camarines Norte, a leste de Manila, depois da motorizada que conduzia ter entrado em contacto com uma linha de energia que tinha caído, disse a polícia. O serviço meteorológico nacional tinha alertado para o impacto “potencialmente catastrófico” do tufão Man-yi que atingiu as Filipinas no domingo, mas o Presidente filipino, Ferdinand Marcos, disse ontem que “não foi tão grave” como se havia pensado. “Embora o [Man-yi] tenha sido forte, o impacto não foi tão grave como temíamos”, disse Marcos, de acordo com uma transcrição oficial dos comentários do chefe de Estado, fornecida aos meios de comunicação social. “Vamos agora continuar a resgatar pessoas que estão em zonas isoladas e continuar a ajudar os deslocados que não têm dinheiro para preparar as suas próprias refeições e que não têm água disponível”, acrescentou o Presidente. Ventos com uma média de 185 quilómetros por hora, com rajadas a atingir os 305 quilómetros por hora, foram registados depois de Man-yi ter atingido a costa filipina na tarde de domingo na província de Aurora, na ilha de Luzon. O tufão arrancou árvores, derrubou linhas de energia, destruiu casas de madeira e provocou deslizamentos de terras. O supertufão Man-yi foi despromovido à categoria de tufão no domingo, ao passar pela ilha de Luzon, e seguiu ontem em direcção ao Vietname. Mais de 1,2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas com a aproximação de Man-yi, a sexta tempestade a atingir o arquipélago desde o mês passado. Pelo menos 171 pessoas morreram na série de tempestades tropicais que começaram em meados de Outubro, deixando milhares de desalojados e destruindo culturas e gado. As regiões de Macau e Hong Kong, no sul da China, já emitiram o sinal de tempestade tropical n.º1 e disseram estar a ponderar elevar o alerta para o n.º3 (o segundo nível numa escala de cinco) entre a noite de hoje, segunda-feira, e a madrugada de terça-feira. De acordo com a Autoridade da Aviação Civil das Filipinas e a Guarda Costeira, pelo menos 26 aeroportos nacionais e dois aeroportos internacionais foram encerrados provisoriamente e os serviços de ferry e de transporte de mercadorias entre ilhas foram suspensos devido ao mar agitado, deixando milhares de passageiros e utentes retidos. As Filipinas são fustigadas por cerca de 20 tufões e tempestades por ano, são frequentemente atingidas por terramotos e têm mais de uma dúzia de vulcões ativos, o que as torna um dos países mais propensos a catástrofes do mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaCimeira do G20 | PM britânico reúne com Xi Jinping O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, vai manter um “diálogo pragmático” com o Presidente chinês, Xi Jinping, à margem da cimeira do G20 no Brasil, no primeiro encontro entre líderes dos dois países desde 2018. A reunião com Xi é um dos encontros que o líder trabalhista tem previsto na cimeira do Rio de Janeiro, na qual se espera também que sejam abordadas questões de interesse comum, como os actuais conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente. O governo londrino confirmou em comunicado que Starmer se comprometeu a manter “conversações pragmáticas” com o líder chinês “no interesse nacional do Reino Unido” durante a cimeira. “Tenciono ter uma reunião bilateral com o Presidente Xi no G20. Penso que isso é importante”, afirmou Starmer na mesma nota. O político britânico recordou que ambos os países são “actores globais, potências globais e membros permanentes do Conselho de Segurança (da ONU) e do G20. “A economia da China é obviamente a segunda maior do mundo. É um dos nossos maiores parceiros comerciais e é por isso que irei conduzir negociações sérias e pragmáticas com o Presidente quando nos encontrarmos”, afirmou. Nos últimos anos, as relações entre o Reino Unido e a China deterioraram-se. “Dada a dimensão da economia [chinesa], é muito importante que tenhamos uma relação pragmática e séria [com a China] e é isso que estou a tentar fazer”, afirmou Starmer. O comunicado de Downing Street – residência e gabinete oficial do primeiro-ministro – referiu ainda que esta é a primeira viagem de um chefe do Executivo britânico ao Brasil em doze anos.
Hoje Macau China / ÁsiaLivro | Papa pede investigação sobre genocídio em Gaza O Papa Francisco considera que se deve investigar se Israel está a cometer actos de genocídio em Gaza, segundo refere no seu novo livro “A esperança nunca desilude” e cujos primeiros excertos foram ontem publicados no diário La Stampa. “Segundo alguns especialistas, o que está a acontecer em Gaza tem características de genocídio. Deveria ser cuidadosamente investigado para determinar se se encaixa na definição técnica formulada por juristas e organismos internacionais”, assinala o Papa no livro. “Penso sobretudo em quem deixa Gaza no meio da fome que atingiu os irmãos palestinianos perante a dificuldade de fazer chegar comida e ajuda ao seu território”, acrescenta Francisco. No seu entender, no Médio Oriente, há “portas abertas de nações como a Jordânia ou o Líbano, que continuam a ser a salvação para milhões de pessoas que fogem dos conflitos naquela zona”. O novo livro, intitulado “A esperança nunca desilude”, foi editado pelo jornalista Hernan Reyes Alcaide e irá ser publicado na terça-feira em Itália, Espanha e América Latina, e, posteriormente, noutros países. A obra é publicada antes da celebração do Jubileu, que começa a 24 de Dezembro e decorre durante 2025, e quando se estima que cerca de 30 milhões de fiéis católicos vão em peregrinação a Roma. No livro, o líder da Igreja Católica reflecte ainda sobre a geopolítica, família, clima, educação, realidade social, economia mundial e migração. Desequilíbrio por acertar Para Francisco, há “uma globalização da indiferença” à qual se deve responder “com a globalização da caridade e cooperação”, sobretudo em questões como os actuais fenómenos de migração. “Perante este desafio, nenhum país pode ficar sozinho e ninguém pode pensar em enfrentar a questão de forma isolada através de leis mais restritivas e repressivas, às vezes aprovadas sob a pressão do medo ou para obter vantagens eleitorais”, defende o Papa, que insta a que “se humanizem as condições dos imigrantes”. Para Francisco, “os países com os maiores fluxos migratórios devem ser envolvidos num novo círculo virtuoso de crescimento económico e de paz que inclua todo o planeta”. “Para que a imigração seja uma decisão verdadeiramente livre é necessário fazer os possíveis para assegurar a participação igualitária no bem comum a todos, bem como o respeito pelos direitos fundamentais e o acesso ao desenvolvimento humano integral”, considera. Nesse sentido, “só se garantida esta plataforma básica em todas as nações do mundo poderemos decidir que os que imigram o fazem livremente e poderemos pensar numa solução verdadeiramente global para o problema”. “Para alcançar este cenário devemos dar o passo preliminar fundamental de pôr fim às condições comerciais desiguais entre os diferentes países do mundo”, apela Francisco. Segundo denuncia o Papa, há “uma realidade que só consiste numa transação entre filiais que pilham os territórios dos países mais pobres e enviam os seus produtos e receitas” para os países desenvolvidos. “Vêm-me à mente, por exemplo, os sectores ligados à exploração dos recursos naturais subterrâneos. São as veias abertas destes territórios”, afirmou Francisco, numa referência a Eduardo Galeano, autor da obra “As veias abertas da América Latina”. O Papa reitera ainda o seu apelo ao acolhimento dos migrantes. “Ao pedir que lhes abram as portas, exorto também a que se favoreça o seu desenvolvimento integral, que se lhes dê a oportunidade de se realizarem como pessoas em todas as dimensões que compõe a humanidade prevista pelo criador”, acrescenta.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Supertufão Man-Yi atinge norte e deixa rasto de destruição As tempestades sucedem-se nesta região do globo. Em menos de um mês, já se contam seis grandes eventos que provocaram danos massivos O supertufão Man-yi atingiu ontem a ilha de Luzon, a mais populosa das Filipinas, destruindo casas, provocando inundações e a fuga em massa da população, segundo as autoridades locais. O supertufão destruiu casas, provocou grandes marés e obrigou centenas de milhares de pessoas a fugir para abrigos de emergência, ao atravessar o norte das Filipinas, naquela que é a sexta grande tempestade a atingir o país em menos de um mês. O Man-yi continuava a registar rajadas de 185 km/h quando atingiu pela segunda vez o arquipélago, no município de Dipaculao, na província de Aurora, na ilha de Luzon, disse à AFP o meteorologista Junie Ruiz. No sábado à noite, tufão Man-yi atingiu a província de Catanduanes, na ilha oriental, com ventos de até 195 quilómetros por hora e rajadas de até 240 quilómetros por hora. A agência meteorológica do país alertou para uma “situação potencialmente catastrófica e de risco de vida, com “ameaça de inundações, deslizamentos de terras e ondas gigantes”. Não há notícia imediata de vítimas do tufão, que se prevê que sopre para noroeste, atravessando o norte de Luzon, a região mais populosa do arquipélago. A região metropolitana de Manila, a capital, seria provavelmente poupada a um impacto directo, mas foi colocada, juntamente com as regiões periféricas, sob alerta de tempestade e avisada de perigosas ondas de tempestade costeiras. Toda a província de Catanduanes ficou sem electricidade depois de o tufão ter derrubado árvores e postes de electricidade, e as equipas de resposta a catástrofes estavam a verificar quantas mais casas tinham sido danificadas, para além das afectadas pelas tempestades anteriores. Cerca de metade dos 80.000 habitantes da província insular estavam a ser acolhidos em centros de evacuação. O receio pela aproximação do tufão era tão grande, que as autoridades de Catanduanes chegaram a ameaçar os aldeões em zonas mais vulneráveis com prisão se não seguissem as ordens de evacuação para locais mais seguros. Mais de 750.000 pessoas refugiaram-se em abrigos de emergência, incluindo igrejas e um centro comercial, devido ao Man-yi e a duas tempestades anteriores, maioritariamente no norte das Filipinas, informou o secretário-adjunto Cesar Idio, do Departamento de Defesa Civil, e outras autoridades provinciais. Sequência de desastres O raro número de tempestades e tufões consecutivos que assolaram Luzon em apenas três semanas causou a morte de mais de 160 pessoas, afectou 9 milhões de pessoas e provocou danos tão consideráveis nas comunidades residenciais, nas infra-estruturas e nas terras agrícolas que as Filipinas poderão ter de importar mais arroz, um alimento básico para a maioria dos filipinos. Numa reunião de emergência realizada à medida que o Man-yi se aproximava, o Presidente Ferdinand Marcos Jr. pediu ao seu gabinete e aos funcionários das províncias que se preparassem para “o pior cenário possível”. De acordo com a Autoridade da Aviação Civil das Filipinas e a Guarda Costeira, pelo menos 26 aeroportos nacionais e dois aeroportos internacionais foram encerrados provisoriamente e os serviços de ferry e de transporte de mercadorias entre ilhas foram suspensos devido ao mar agitado, deixando milhares de passageiros e utentes retidos. Os Estados Unidos, aliados de Manila, juntamente com Singapura, Malásia, Indonésia e Brunei, forneceram aviões de carga e outros meios de ajuda contra a tempestade para reforçar as agências governamentais de resposta a catástrofes, que se encontram sobrecarregadas. No mês passado, a primeira grande tempestade, Trami, causou a morte de várias pessoas, depois de ter feito chover em 24 horas o equivalente a um ou dois meses de chuva em várias cidades. As Filipinas são fustigadas por cerca de 20 tufões e tempestades por ano, são frequentemente atingidas por terramotos e têm mais de uma dúzia de vulcões ativos, o que as torna um dos países mais propensos a catástrofes do mundo.