Macau com radiação normal após suposta fuga da central nuclear de Taishan

Os níveis de radiação registados em Macau e Hong Kong são normais, informaram ontem as respectivas autoridades, após notícias de uma possível fuga na central nuclear de Taishan, a cerca de 80 quilómetros da RAEM. Os serviços de polícia sublinharam o contacto próximo com a entidade nacional que monitoriza a central

 

Após a notícia avançada na segunda-feira pela CNN de um aviso de “ameaça radiológica iminente”, as autoridades locais anunciaram que os níveis de radiação registados em Macau são normais, seguindo as suas congéneres nacionais e de Hong Kong.

“A partir das 4h do dia 15 de Junho, de acordo com os dados das últimas 24 horas publicados pelo Gabinete Geofísico e Meteorológico (…), as medições de raios gama em Macau são normais”, informaram ontem os Serviços de Polícia Unitários (SPU), num comunicado divulgado apenas em chinês.

Os SPU sublinharam que estão em contacto com as autoridades da província de Guangdong, que prometeram notificar Macau “da ocorrência em tempo oportuno, de acordo com a classificação internacional de incidente nuclear e o estado de emergência nuclear nacional de quatro níveis”. A comunicação é mantida ao abrigo do “Acordo de cooperação no âmbito da gestão de emergência de acidentes nucleares da Central Nuclear de Guangdong”.

Contudo, em conferência de imprensa, a líder de Hong Kong, Carrie Lam, disse ontem que o seu Governo está “muito preocupado”, apesar de ter salientando que desde segunda-feira à noite que os níveis de radiação na cidade eram normais.

As reacções de Hong Kong e de Macau surgem um dia depois de a operadora da Central Nuclear de Taishan, na província de Guangdong, ter dito que estava a acompanhar uma “questão de desempenho” na central, mas que esta estava a funcionar dentro dos parâmetros de segurança.

A declaração da empresa foi feita após alguns ‘media’ noticiarem que a central poderia estar a sofrer uma fuga.
Num comunicado, citado pelo jornal oficial em língua inglesa Global Times, a firma estatal China General Nuclear Power Corporation (CGN) afirmou que os indicadores de operação dos dois reactores do tipo EPR (Reactor Pressurizado Europeu, na sigla em inglês) permaneceram dentro dos limites estabelecidos pelos regulamentos de segurança nuclear do país.

De grau zero

A central situa-se a cerca de 80 e 135 quilómetros de Macau e Hong Kong, respectivamente, o que significa que uma potencial fuga poderia ter impacto nas regiões administrativas especiais.

“No que diz respeito às notícias dos meios de comunicação social estrangeiros sobre uma central nuclear em Taishan, Guangdong, o Governo de Hong Kong está muito preocupado”, disse Lam.

A central de Taishan é propriedade conjunta do Grupo de Energia Nuclear de Guangdong da China e da multinacional francesa Électricité de France (EDF), a principal proprietária da Framotome, que é sócio minoritário (30 por cento) da sociedade conjunta que opera a central de Taishan, na qual a CGN detém os 70 por cento restantes.

Em comunicado, divulgado na segunda-feira, a EDF afirmou ter sido informada do “aumento da concentração de determinados gases no circuito primário do reactor número 1 da central nuclear de Taishan”, embora esta presença fosse um “fenómeno conhecido, estudado e previsto nos procedimentos operacionais dos reactores”.

A cadeia de televisão CNN informou na segunda-feira que a Framotome tinha escrito ao Departamento de Energia dos EUA sobre um aviso de “ameaça radiológica iminente” e acusado as autoridades chinesas de aumentar os limites aceitáveis de radiação fora da central para evitar o seu encerramento.

A CNN disse que os funcionários norte-americanos acreditavam que a situação actual na central não representava uma grave ameaça à segurança.

Os SPU acrescentaram ainda que ao longo deste ano receberam duas notificações de incidentes sem gravidade nos dias 21 de Fevereiro e 5 de Abril, sem impacto na segurança das operações, na saúde dos funcionários, nem no ambiente e saúde pública.

O reactor Taishan No.1 foi o primeiro EPR – uma tecnologia desenvolvida pela Framatome – a entrar em serviço no mundo, em Dezembro de 2018, enquanto o segundo está activo desde Setembro de 2019.

16 Jun 2021

Eleições | Zheng Anting relativiza distribuição de vales de desconto

O deputado e vice-presidente da Associação dos Conterrâneos de Jiangmen de Macau, Zheng Anting, negou que a distribuição de vales de consumo (no valor de 100 patacas) e máscaras tenha tido propósitos eleitorais. Na segunda-feira, a associação distribuiu cupões de desconto no supermercado Royal, o que levou à concentração de pessoas e à intervenção do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), para garantir as distâncias de segurança em tempos de pandemia. Questionado se a iniciativa tinha tido propósitos eleitorais, uma vez o sufrágio está marcado para Setembro, Zheng Anting recusou a ideia e disse que a iniciativa esteve apenas relacionada com as actividades da associação.

O deputado da lista mais votada de 2017 afirmou também que todas as medidas de prevenção da pandemia foram asseguradas na fila que no ponto mais concorrido ultrapassou os 200 metros de distância.

Apesar das explicações, a Associação de Força do Povo e dos Operários, presidida por Lee Sio Kuan, avançou ontem com uma queixa junto da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) para analisar se o caso envolveu uma infracção à lei eleitoral. Lee também é candidato às eleições, através da comissão de candidatura Ou Mun Kong I, e anteriormente prometeu agitar as eleições com a estratégia do “Cão Louco”, expressão que se escusou a explicar, apenas afirmando: “esperem e vão ver”.

16 Jun 2021

Euro 2020 | Portugal entra com o pé direito e vence Hungria por 3-0

Com a pressão natural de um campeão a defender o seu estatuto, Portugal entrou da melhor maneira em território hostil. Em Budapeste, e em clara desvantagem numérica nas bancadas, a selecção deu conta do recado, tendo sido superior à Hungria em todos os sentidos. O que parecia, inicialmente, um sonho desmedido de revalidação de título, tem agora pernas para andar

Por Martim Silva

 

No primeiro jogo do Euro 2020 com estádio cheio, a selecção das quinas não tremeu. Para todos os efeitos, Portugal é campeão europeu em título e tem um estatuto a defender. O adversário era o mais fraco dos três oponentes do Grupo F, mas a consistência na grandeza é reservada apenas para os melhores deste mundo. A vitória de Portugal sobre a Hungria dá esperança de que o tabaco que Fernando Santos levou para estágio acabe mesmo no dia 11 de Julho.

O primeiro encontro do Euro 2020 a ser jogado com um estádio cheio não podia ter um nome qualquer. O campo Ferenc Puskás em Budapeste tem o nome de um dos melhores jogadores da história do futebol e do Real Madrid. O estádio do Major Galopante, alcunha de Puskás, serviu de palco para o início da caminhada europeia de Portugal. Em plena capital do ex-Império Austro-Húngaro, Cristiano Ronaldo comandou as tropas para um jogo inicialmente tremido, nervoso e com diversos tiros ao lado. Portugal derrotou a Hungria por 3-0, mas o jogo não é só o resultado.

A equipa das quinas começou com muita bola e com os húngaros a não se importarem muito com isso. Fernando Santos apostou em Danilo Pereira e William Carvalho de início no meio-campo, mas a criação de jogo parecia inconsistente. Danilo é bom nos duelos e na cobertura de espaços, mas não se enquadra na construção de jogo da selecção. Na primeira parte, Bruno Fernandes teve pouca bola e Portugal sofreu com isso. A proximidade que o médio do Manchester United tem com o esférico deve ser mais vezes aproveitada. Além destes pormenores, Portugal não podia ter feito um jogo melhor. Dominou a Hungria, subiu as linhas até ao meio-campo e começou a tentar passar o 5-3-2 do italiano Marco Rossi, seleccionador húngaro. As oportunidades foram caindo nos pés de Diogo Jota, avançado do Liverpool, mas o guarda-redes Peter Gulasci estava atento à pontaria do jogador luso. Cristiano Ronaldo também falhou um remate mesmo em frente da baliza, numa primeira parte que parecia agoirada.

Já a Hungria, com uma estratégia de bloco baixo e aposta no contra-ataque, estava confiante nos processos defensivos. O central Endre Botka e o lateral esquerdo Attila Fiola foram autênticos guerreiros na paragem das investidas portuguesas. Apesar das dificuldades incutidas pelo adversário, na primeira parte, Fernando Santos enalteceu a qualidade da sua equipa

‘Uma primeira parte muito bem conseguida em, praticamente, todos os momentos do jogo. Em posse de posse de bola, a procurar a variação, a procurar entrar.’

Aposta certeira

Ao intervalo, e com o seleccionador luso a pedir aos jogadores para manterem o ‘coração e a cabeça a funcionar’, o jogo continuava igual. A Hungria usava Adam Szalai, ponta de lança do Mainz, como referência de jogo mais directo com o apoio de Rolland Sallai, jogador do Friburgo, o mais habilidoso da equipa de Marco Rossi com a bola nos pés.

Contudo, e à medida que o tempo ia passando, Portugal parecia caminhar para um novo empate na caminhada europeia. Por volta dos 70 minutos, Fernando Santos lançou Rafa Silva, extremo do Benfica, que foi determinante nas suas arrancadas para a baliza adversária. Apesar de uma entrada atribulada, aos 84 minutos assiste para o primeiro golo da selecção, marcado por Raphaël Guerreiro numa jogada com vários ressaltos à mistura. Minutos depois com uma boa arrancada de Renato Sanches, jogador do Lille que entrou para o lugar de William Carvalho, Rafa Silva recebe a bola do ex-Benfica e ao entrar na grande área da equipa húngara sofre uma falta do central Willi Orban. Cristiano Ronaldo converteu a grande penalidade, marcando o seu primeiro tento nesta competição. Porém, o jogador do Benfica não ficaria por aqui. O terceiro golo português foi um recital de bom futebol com 33 passes que culminaram no 11.º golo do capitão luso em Euros, tornando-se, desta maneira, no melhor marcador de sempre da competição. Rafa Silva fez, novamente, a assistência.

Fernando Santos apelidou a vitória como justa e não podia ter mais razão. Portugal foi superior em todos os momentos da partida. Para vencer os tubarões, Alemanha e França, precisará de exibições idênticas.

Com mais de 60 mil adeptos num estádio em plena Hungria, Ronaldo e a selecção não sentiram a pressão. Pelo contrário, deram-lhe as boas-vindas. Sob os ombros de Ronaldo e com a convicção de Fernando Santos de que ‘Portugal está preparado para jogar com qualquer adversário’, serão poucas as selecções que conseguirão dificultar a caminhada portuguesa rumo à reconquista.

Em Roma, sê romano

Itália e Suíça não se defrontam desde o ano de 2010, mas volvidos 11 anos muito mudou. A Itália foi vice-campeã europeia em 2012, chegando aos quartos de final em 2016. A Suíça, em 2016, alcançou os oitavos de final do Euro, a sua melhor classificação de sempre. Em 2021, porém, a Itália é de caras um dos favoritos a conquistar o troféu de campeão europeu de selecções, enquanto a Suíça, com algum talento à mistura, consegue impor dificuldades a qualquer equipa. O embate entre ambas ocorre na madrugada de quarta para quinta-feira (03:00), no que se avizinha ser o jogo da jornada. A selecção italiana demoliu, no resultado pelo menos, a Turquia de forma evidente e não podendo contar com o seu melhor jogador, Marco Verratti. Verratti é, facilmente, dos melhores médios do Mundo. Tem a facilidade de jogar como 6 ou como 8, com uma percentagem de passe por jogo a rondar os 92% e consegue ser astuto quando defende. Saber-se que já treina com a selecção, só dará alegrias aos adeptos italianos.

A Suíça estará em território inimigo porque este será o segundo de três jogos que a Itália disputará em solo romano. A cerimónia de abertura do Euro 2020 deu-se no Estádio Olimpico em Roma e a seleção azzurri completará a fase de grupos sem ter de sair de casa. Para a Suíça, esta será a batalha mais difícil de travar. Os helvéticos são inferiores aos italianos e superando esta pressão e hostilidade inicial de jogarem em casa do adversário, podem abrir caminho para um jogo mais disputado do que, em teoria, é esperado.

Daquilo que se viu da Suíça contra o País de Gales, Itália não terá muitas dificuldades em vencer a selecção de Vladimir Petkovic, treinador suíço que já orientou a Lazio.

O lateral Alessandro Florenzi está em dúvida para o encontro. Saiu no intervalo do jogo inaugural contra a Turquia devido a uma lesão muscular, sendo substituído no onze por Giovanni Di Lorenzo.

França domina Alemanha e reforça favoritismo

Sendo o primeiro jogo entre dois gigantes europeus, esperava-se alguma paridade. A França venceu a Alemanha apenas por 1-0, com um autogolo de Mats Hummels aos 20 minutos de jogo após um cruzamento do lateral francês, Lucas Hernández, mas a diferença entre as duas equipas não podia ser mais gritante. A Alemanha não tem grandes referências a não ser no meio-campo, a zona onde o jogo ficou decidido. Ilkay Gündoğan, que já frequentou o Club Cubic em Macau, e Toni Kroos tiveram desempenhos notáveis nas respectivas equipas esta temporada, mas eram as únicas unidades à frente da linha defensiva alemã, com a difícil tarefa de controlar os três médios franceses: Adrien Rabiot, N’Golo Kanté e Paul Pogba.

A desvantagem numérica germânica fez com que a França tivesse sempre espaço nas costas dos médios da Mannschaft. Enquanto Rabiot e Pogba controlavam a zona média do terreno, Benzema fazia de médio ofensivo, Kylian Mbappé descaía para a esquerda e Antoine Griezmann procurava movimentos de ruptura.

Apesar do meio-campo francês ter sido uma das chaves da vitória do campeão mundial de 2018, a organização defensiva gaulesa foi determinante. Presnel Kimpembe e Raphael Varane, com o apoio de Benjamin Pavard na lateral direita e Lucas Hernández na lateral esquerda, formam a melhor linha defensiva deste Euro. Por muito que a Alemanha controlasse o esférico, acabou o jogo com 62% de posse de bola, a defesa dos bleus mantinha-se tranquila e cómoda. O grande segredo da equipa francesa está neste aspecto, por muito que se foque, e com razão, na frente de ataque. Depois de Portugal dominar a Hungria e a França esmagar a Alemanha, o confronto entre os dois finalistas de 2016 será impróprio para cardíacos.

16 Jun 2021

Segurança nacional | Alunos incitados a não divulgar “informações negativas”

Em resposta a interpelação escrita de Mak Soi Kun sobre segurança nacional, o Governo refere que implementou um quadro de organização curricular e exigências de competências académicas básicas para incentivar os alunos a “aproveitarem bem” a internet e “saberem resistir à influência de informações nocivas”. O objectivo é promover “a criação de uma atitude correcta na utilização da Internet e capacidade de discernimento da veracidade das informações, nos alunos, recusando-se a receber, transmitir e divulgar informações negativas e falsas”.

A subdirectora dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Iun Pui Iun, diz que todos os anos são disponibilizadas orientações às escolas para ajudar os alunos a usar a internet. Quanto a materiais didáticos, a DSEDJ deixou promessas para o futuro: vai lançar material suplementar sobre a Constituição da República Popular da China nos ensinos primários e secundário e rever as informações complementares sobre a Lei Básica.

Além disso, Iun Pun Iun afirmou que no ano passado o Corpo de Polícia de Segurança Pública realizou 11 demonstrações da cerimónia do hastear da bandeira nacional e cinco sessões de música em escolas, que contaram com a participação de mais de quatro mil professores e estudantes.

Mak Soi Kun defendeu na interpelação o lançamento de uma série de livros sobre a segurança nacional para “orientar os residentes na criação de autoconsciência sobre a sua obrigação de defesa” e incutir a noção de segurança nacional “desde pequenos” à nova geração.

16 Jun 2021

Covid-19 | Residente vindo de Hong Kong com “resultado positivo fraco”

Um residente que regressou a Macau este domingo testou positivo à covid-19, mas foi um resultado “positivo fraco”. Segundo uma nota divulgada hoje pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, será necessária a realização de mais testes “para determinar se o caso pertence a uma recaída ou reinfecção”. Neste momento o caso não está ainda classificado como importado.

O homem, de 18 anos, foi diagnosticado em Dezembro do ano passado com covid-19 em Hong Kong. Este manifestou “sintomas como febre e tosse”, tendo sido submetido a isolamento no centro de convenções e exposições Asia World-Expo, em Hong Kong.

Segundo a mesma nota, “o doente afirmou que não foi vacinado contra a covid-19”. No domingo, o teste deu negativo, tendo o homem apanhado um táxi desde a sua residência, em Hong Kong, até ao posto fronteiriço da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, em Hong Kong, tendo apanhado o autocarro das 18h para o efeito.

Quando entrou em Macau, o residente foi sujeito ao período de quarentena na Pousada Marina Infante, tendo sido depois encaminhado para o Centro Clínico da Saúde Pública de Coloane “para uma observação mais aprofundada”. Nesta fase o homem não apresenta sintomas.

16 Jun 2021

Termina primeira sessão do julgamento de Aung San Suu Kyi

A primeira sessão do julgamento da líder birmanesa Aung San Suu Kyi chegou ao fim no Tribunal de Naypidaw, a capital administrativa do país, noticiou a estação Channel News Asia.

Se for considerada culpada, a líder da Liga Nacional para a Democracia, detida desde o golpe de Estado de 01 de fevereiro, enfrenta uma pena de 10 a 15 anos de prisão e proibição de se candidatar nas eleições que a Junta Militar prometeu organizar, ainda sem data marcada.

Aung San Suu Kyi, 75 anos, além do processo sobre divulgação e venda de documentos secretos, enfrenta um outro processo por violação das normas contra a propagação do novo coronavírus, importação de aparelhos de comunicações (rádios telefone) e violação da lei das Telecomunicações.

A sessão do julgamento está encerrada, mas fontes judiciais ligadas à líder deposta disseram à Associated Press que os procuradores ainda não acabaram de expor o caso que começou hoje a ser julgado.

A organização não-governamental Human Rights Watch considera “pouco provável” que o julgamento Aung San Suu Kyi seja justo e pede a libertação imediata da líder birmanesa deposta.

Phil Robertson, subdiretor da Human Rights Watch (HRW) para a Ásia criticou através de um comunicado que as restrições impostas fazem com que Aung San Suu Kyi seja impedida de aceder aos advogados num tribunal controlado pela Junta Militar.

“É pouco provável que tenha um julgamento justo”, disse Robertson.

“As acusações contra Aung San Suu Kyi são falsas e têm motivação política com vista a anular os resultados eleitorais alcançados em novembro de 2020 impedindo-a de se apresentar outra vez. Todas as acusações deveriam ser retiradas”, afirmou acrescentando que a dirigente política deve ser libertada “imediatamente e incondicionalmente”.

Além de Aung San Suu Kyi, 75 anos, vão também ser julgados o ex-presidente da Birmânia, Win Myin, e o ex-governador da capital, Myo Aung.

15 Jun 2021

Sobe para 25 o número de mortos em explosão de conduta de gás na China

O número de mortos na sequência de explosão de uma conduta de gás num bairro residencial na província de Hubei, no centro da China, subiu para 25, continuando a decorrer os trabalhos de resgate. Segundo o canal oficial daquela região, o número de vítimas mortais subiu para 25, mais do dobro do número divulgado anteriormente.

Vários prédios ficaram danificados e cerca de 100 pessoas feridas após a explosão que destruiu um prédio de dois andares e um mercado movimentado na cidade de Shiyan, província de Hubei. A explosão atingiu comerciantes e moradores e para o local foram destacados dois mil elementos das equipas de resgate, que evacuaram cerca de 900 pessoas de edifícios vizinhos que começaram a desabar, explicou a autarquia.

O prédio onde ocorreu a explosão era uma antiga fábrica de chassis de automóveis e diversos sobreviventes relataram que houve uma suspeita de fuga de gás quando a empresa mudou de instalações no ano passado. “Em março, funcionários da empresa de fornecimento de gás vieram e perguntaram-me se sentia cheiro de gás”, destacou um dos sobreviventes a um órgão de comunicação local.

Na China, estes acidentes são relativamente comuns e são geralmente atribuídos à fraca adesão às normas de segurança e manutenção deficiente. Este incidente aconteceu um dia depois da morte de oito pessoas, após um produto tóxico ter sido derramado numa fábrica de produtos químicos em Guiyang, no sudoeste da China.

Entre os piores acidentes, registou-se uma explosão em 2015 num armazém químico na cidade portuária de Tianjin que matou 173 pessoas, a maioria das quais bombeiros e agentes da polícia. A explosão foi atribuída à construção ilegal e ao armazenamento de materiais inflamáveis.

15 Jun 2021

Hong Kong | Director do Gabinete de Ligação explica avanço de “um país, dois sistemas”

Luo Huining, director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central em Hong Kong (RAEHK), enfatizou neste sábado a liderança do Partido Comunista da China (PCC) no avanço da causa de “um país, dois sistemas”. “O PCC introduziu, avançou e defendeu a causa de ‘um país, dois sistemas'”, disse Luo num discurso no fórum “PCC e ‘um país, dois sistemas'”, realizado na RAEHK para marcar o 100º aniversário da fundação do Partido.

“Progresso constante foi feito na prática de ‘um país, dois sistemas’ em Hong Kong sob a liderança do PCC desde o retorno de Hong Kong à pátria”, prosseguiu Luo. “A base constitucional de ‘um país, dois sistemas’ foi ainda mais consolidada quando as autoridades centrais fizeram cinco interpretações da Lei Básica da RAEHK, promulgaram a lei de segurança nacional na RAEHK e melhoraram o sistema eleitoral de Hong Kong”, disse Luo.

Segundo Luo, graças ao apoio da parte continental, a economia de Hong Kong resistiu a duas crises financeiras e a dois grandes surtos de epidemia. “Hong Kong foi incentivado a aproveitar ao máximo suas vantagens, aprimorar os intercâmbios e a cooperação com a parte continental. Aqueles que ainda falam mal de Hong Kong e alegam a ‘morte dos dois sistemas’ serão provados categoricamente errados pela história”, afirmou.

“Equívocos e distorções também surgiram no processo como resultado da propaganda das forças anti-China”, disse Luo, observando que as acções decisivas das autoridades centrais consertaram as coisas e ajudaram Hong Kong a voltar do caos à ordem. “Um país” é a pré-condição e a base de “dois sistemas”, concluiu.

Os fatos continuarão a provar que defender a liderança do PCC é na verdade defender “um país, dois sistemas” e a ordem constitucional da RAEHK conforme estipulado pela Constituição nacional e a Lei Básica da RAEHK, e salvaguardar o futuro brilhante de Hong Kong e o bem-estar fundamental do povo de Hong Kong, disse Luo.

Mais de 650 pessoas de vários sectores em Hong Kong participaram no evento, incluindo Tung Chee-hwa e Leung Chun-ying, vice-presidentes do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, bem como a Chefe do Executivo da RAEHK, Carrie Lam.

15 Jun 2021

Portugal estreia-se esta noite em Budapeste contra a selecção magiar

Portugal inicia hoje a defesa do título europeu contra a Hungria, no primeiro jogo do Grupo F. Além da Hungria, Portugal tem no seu grupo a Alemanha e França, não tendo o rótulo de favorito nesta competição. Com a exclusão de João Cancelo dos planos de Fernando Santos, devido à covid-19, e as dúvidas em relação ao onze inicial, Portugal enfrenta mais dificuldades do que em 2016. Mas qualquer campeão tem sempre um peso nas costas

 

Por Martim Silva

A defesa do título europeu, que Portugal conquistou em 2016, começa esta noite, às 00:00 (hora de Macau) frente à Hungria, no primeiro jogo do Grupo F. Portugal, apesar de ter a grande parte dos seus 26 jogadores a jogar nas maiores equipas da Europa, não é considerado favorito. No grupo de Portugal, para além da Hungria, está o campeão mundial e vice-campeão europeu de 2016, a França, bem como a campeã mundial de 2014, a Alemanha.

Num grupo com dois campeões mundiais e o campeão europeu em título mais a Hungria, o Grupo F pode vir a ser o mais interessante de acompanhar neste Euro 2020.

Mas a missão de Portugal, apesar de, em teoria, ser mais complicada do que em 2016 não é motivo para baixar os braços. Além das dificuldades do grupo F, a selecção nacional ficou sem João Cancelo, lateral direito do Manchester City, que testou positivo à covid-19, tendo sido substituído por Diogo Dalot, lateral do AC Milan que ajudou Portugal a chegar à final do Europeu sub-21. João Cancelo foi uma das peças fundamentais do Manchester City de Pep Guardiola na época 2020/2021. Com ele em campo, a equipa de Pep Guardiola venceu a Premier League e a Taça da Liga Inglesa, tendo também chegado à final da Liga dos Campeões. João Cancelo é uma baixa de peso e Portugal perde um jogador polivalente, confiante com a bola nos pés e muito forte no drible.

Com esta perda em mente, há algumas dúvidas acerca do possível onze inicial para defrontar a Hungria. Será que a lateral esquerda da selecção das quinas fica encarregue a Nuno Mendes, jogador do Sporting? Ou continua a cargo de Raphael Guerreiro, jogador do Borussia Dortmund? Nuno Mendes, na sua primeira época completa como jogador do Sporting foi campeão nacional e vencedor da Taça da Liga, tendo sido fulcral na formação de Rúben Amorim no Sporting. Nuno Mendes trouxe largura e profundidade ao campeão nacional, tendo sido eleito para a equipa do ano da Liga NOS. Um dos argumentos contra uma possível titularidade de Nuno Mendes é a falta de experiência. O jovem leonino tem apenas 18 anos e Raphael Guerreiro já leva um Mundial (2018) e um Euro (2016) onde foi titular em grande parte dos jogos.

A defesa nem será a principal dor de cabeça de Fernando Santos, seleccionador nacional. O meio-campo português, motivo de deliberação durante vários anos tomou agora outro nível. Foram convocados Danilo Pereira, João Palhinha, William Carvalho, Renato Sanches, Rúben Neves, Sérgio Oliveira e João Moutinho. Bruno Fernandes será titular indiscutível, tal como Bernardo Silva. Mas a parte mais recuada do meio-campo será um bom desafio para Fernando Santos. Palhinha teve uma época muito acima da média. Renato Sanches foi campeão francês com o Lille. Sérgio Oliveira foi dos melhores jogadores da Liga NOS. Os restantes jogadores já têm experiência na selecção de Fernando Santos. Será que o seleccionador opta por quem conhece há mais tempo ou dará chances a quem se destacou este ano?

No ataque nacional também residem algumas opções de peso. Quem jogará ao lado de Cristiano Ronaldo? Será André Silva, João Félix, Pedro Gonçalves ou Diogo Jota? Todos estes jogadores têm motivos para estarem ao lado do melhor jogador português da actualidade. Diogo Jota, apesar de ter estado lesionado durante grande parte da época, teve um impacto imediato no Liverpool. João Félix, apesar da inconsistência, foi campeão espanhol. André Silva teve apenas Robert Lewandowski à sua frente na lista de melhores marcadores da Bundesliga na época de 2020/2021. Já Pedro Gonçalves foi o melhor marcador da Liga NOS, tendo sido campeão nacional e vencedor da Taça da Liga de Portugal. Todos estes jogadores apresentam bons argumentos para jogar ao lado de CR7.

Duro de roer

Mas no caminho de Portugal não está uma selecção qualquer. A Hungria não perde desde 2020 (derrota frente à Rússia para a Liga das Nações) e tem jogadores como Peter Gulacsi, guarda-redes do RB Leipzig, Willi Orban, defesa do RB Leipzig e Adam Nagy, jogador do Bristol City que já esteve na mira do Benfica. Esta selecção da Hungria já deu problemas a Portugal no Euro de 2016, tendo empatado 3-3 contra o actual campeão europeu.

Portugal tem tido selecções com tremenda qualidade durante anos. Mas faltavam troféus. O primeiro, o Euro, foi conquistado em 2016 com o golo de Éder aos 109 minutos. O segundo, a Liga das Nações, em 2018. Mas estes dois troféus não chegam para saciar a sede de Portugal e, concretamente, para a sede de Ronaldo. O CR7 fará, possivelmente, o seu último Euro, e o Mundial de 2022 será também o último.

Retirar-se da Selecção Nacional com dois europeus e um possível Mundial, solidificaria Ronaldo como o melhor jogador português de sempre. Portugal joga às 00:00 frente à Hungria. A reconquista começa hoje!

 

Itália, Inglaterra, Holanda e Bélgica entraram com o pé direito

A estreia do Euro 2020 não podia ter mais referências italianas. Alessandro Nesta e Francesco Totti, lendas da Lazio e da AS Roma, respectivamente, inauguraram a cerimónia de abertura do Euro. Andrea Bocelli cantou. E o primeiro encontro, entre Itália e Turquia, jogou-se no Estádio Olímpico de Roma. Parecia que o dia não iria correr nada mal à selecção de Roberto Mancini, seleccionador italiano.

A Itália venceu a Turquia de forma confortável por 3-0, apesar de uma primeira parte a zeros, onde ambas as equipas tiveram dificuldade em impor o seu jogo ofensivo. Os golos italianos foram marcados por Merih Demiral (autogolo), Ciro Immobile e Lorenzo Insigne.

Após a alegria italiana, o Euro de 2020 ficou marcado por um dos episódios mais impressionantes da história do futebol. Na derrota da Dinamarca frente à Finlândia (0-1) Christian Eriksen desmaiou enquanto o jogo decorria, tendo sido reanimado ainda dentro de campo. (ver texto ao lado). Por causa deste terrível susto, o jogo não teve grande espetáculo.

Já a Bélgica, um dos favoritos a conquistar o Euro, derrotou a Rússia por 3-0. Romelu Lukaku, um dos melhores avançados do Mundo, marcou dois golos em apenas 3 remates. O outro tento foi marcado por Thomas Meunier, que também assistiu num dos golos de Lukaku.

No primeiro jogo grande do Euro, a Inglaterra defrontou e derrotou a Croácia por 1-0 com golo de Raheem Sterling. A partida foi pobre em ideias ofensivas, mas o talento destas duas selecções abunda em todos os sentidos.

Por fim, os Países Baixos foram também postos à prova contra a Ucrânia mas acabaram por vencer o jogo por 3-2. O primeiro golo da Ucrânia, marcado por Andriy Yarmolenko, jogador do West Ham, é uma autêntica obra de arte. Os golos dos holandeses foram marcados por Gini Wijnaldum, Wout Weghost e Denzel Dumfries. Além do golo de Yarmolenko, Roman Yaremchuk marcou o segundo tento ucraniano.

15 Jun 2021

Taishan | Empresa alerta para perigo em Central Nuclear

A empresa francesa Framatome, parceira da estatal China General Nuclear Power Group na Central Nuclear de Taishan, avisou o Governo dos Estados Unidos para a existência de “uma ameaça radioactiva iminente”, na cidade que fica a 70 quilómetros de Macau.

A informação foi divulgada ontem, em exclusivo pela CNN, e segundo os documentos citados, os EUA foram avisados de que as autoridades chinesas aumentaram o nível de radiação permitida fora da central, antes de haver um sinal de alerta. Contudo, a CNN também indica que os documentos não permitem apurar o nível de radiação considerada segura na China, em comparação com os EUA.

A empresa estatal respondeu em comunicado afirmando que as operações na central nuclear cumprem as regras de segurança e que o ambiente circundante é seguro.

O contacto da empresa Framatome, detida pela companhia estatal Electricidade de França (EDF), teve como objectivo obter autorização para poder partilhar conhecimentos tecnológicos desenvolvimentos por entidades americanas com as congéneres chinesas, de forma a resolver o problema.

O HM contactou o Governo de Macau, que tem um mecanismo de alerta com as autoridades de Taishan, mas até à hora de fecho da edição não recebeu uma resposta.

15 Jun 2021

Substâncias perigosas | Relatório reflecte apoio à lei

O Governo recolheu um total de 123 opiniões sobre a “Regime Jurídico do Controlo de Substâncias Perigosas”, comunicou o Corpo de Bombeiros, cuja conclusão é que os diversos sectores da sociedade “geralmente apoiam” a elaboração da lei. O relatório acrescenta que é consensual a “necessidade e urgência deste diploma”.

As opiniões recolhidas tiveram como foco principal as instruções, recomendações e informações de segurança, que representaram 13,31 por cento do total das participações na consulta popular, encabeçadas pela preocupação relativa às normas de segurança, que devem ser emitidas “o mais breve possível”, inclusive sobre o transporte de substâncias perigosas.

O Governo respondeu que com a nova lei as autoridades públicas têm a competência de emitir instruções e recomendações, bem como elaborar e divulgar “fichas de segurança”.

As zonas de armazenagem ou depósito controlado também foram abordados, com mais de 90 por cento dos cidadãos a favor. O Governo aponta que depois de terminar o processo judicial sobre o terreno, o Corpo de Bombeiros vai articular-se com a tutela das obras públicas, para a construção começar “o mais cedo possível”. E no âmbito da fiscalização refere que no armazém vão ser instalados sistemas de combate a incêndios específicos, de ventilação, de vídeo-monitorização.

15 Jun 2021

Lusofonia | Instituto de Investigação para os PALOP em Macau estuda cooperação com a China

Wu Yuxian, do Instituto de Investigação para os Países de Língua Portuguesa em Macau, ligado à Universidade Cidade de Macau, falou do primeiro estudo publicado sobre São Tomé e Príncipe, e de outros que se seguirão. O objectivo é ajudar a definir políticas de cooperação com a China

 

O Instituto de Investigação para os Países de Língua Portuguesa em Macau, que funciona na Universidade Cidade de Macau (UCM), publicou um estudo sobre São Tomé e Príncipe, seguindo-se agora outros livros dedicados à Guiné-Bissau e, possivelmente, a Cabo Verde, disse à Lusa uma das investigadoras. Na prática, Macau está a estudar os pequenos países lusófonos para ajudar a definir políticas de cooperação chinesa com os países de língua portuguesa, afirmou Wu Yuxian.

“Estamos a concentrar-nos em alguns países, tais como Timor-Leste, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, e possivelmente Cabo Verde, por enquanto, mas queremos planear investigação para países maiores”, explicou uma das docentes que integra o projecto.

A primeira publicação foi sobre Timor-Leste (2020). Este ano foi já lançado um livro sobre a relação da China com pequenos Estados insulares de língua portuguesa. Nesta semana, o último: “São Tomé e Príncipe – A construção de um Estado arquipélago”.

O projecto debruçou-se sobre o facto de o “estudo dos países de língua portuguesa estar intimamente ligado à da criação do instituto” e vai ao encontro do conceito expresso pelo Presidente chinês, Xi Jinping, de se promover a construção de uma comunidade com um futuro partilhado para a humanidade, salientou a professora da UCM.

Mas não só. A existência, desde 2018, de um novo financiamento para projectos de investigação académicos dedicados a países lusófonos, com o objectivo de se reforçar a cooperação, mas também de potenciar oportunidades de mercado para os quadros formados na China continental e em Macau, esteve também em foco.

A ideia “é fornecer ao Governo ajuda para a formulação de políticas de apoio” a estes países e, para isso, “é preciso entendê-los verdadeiramente, para se compreender qual é a raiz do seu comportamento”, assinalou a historiadora.

Desafios para São Tomé

O livro, apenas em chinês, sobre São Tomé e Príncipe, apresentado esta semana tem quase 200 páginas em que são abordados vários temas multidisciplinares: desde a colonização portuguesa; uma visão política da escravatura à democratização; o investimento, desenvolvimento e dependência; a dimensão social, da linguagem à religião; até às relações externas, nas quais é dissecada a diplomacia com outros países africanos, União Europeia e continente americano.

E, claro, com a China, desde que as relações diplomáticas foram restabelecidas em 2016, o que possibilitou a entrada de São Tomé e Príncipe no Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, também conhecido como Fórum Macau. A investigação agora publicada aponta vários desafios actuais para São Tomé e Príncipe.

A “forte dependência de ajuda externa”, segundo a investigadora, é um dos problemas. Por um lado, a economia do país ainda se baseia na exportação de produtos agrícolas, muito dependente da flutuação de preços dos mercados internacionais, sem garantir a criação de valor acrescentado. Por outro, procura agora potenciar a sua riqueza em recursos como o petróleo, resumiu.

“Fiquei muito feliz quando soube [da descoberta de petróleo], as pessoas pensaram que poderiam finalmente ter uma vida melhor, mas nada mudou (…) devido à incapacidade de governança”, disse Wu Yuxian, uma vez que “ainda não se conseguiu transformar esse recurso em dinheiro”. Tal como no Haiti, que tem recursos, “as pessoas são muito pobres e o povo vive na miséria”, afirmou.

A docente sublinhou que em São Tomé e Príncipe há uma ausência de identidade nacional, ainda muito tribal, para depois destacar a importância do “esforço comum do povo”, como acontece na China, apontando que há uma razão para o Partido Comunista Chinês “ser tão poderoso”.

Nesta matéria, concluiu, o povo de São Tomé e Príncipe “deve encontrar o seu próprio caminho” que, “definitivamente não é algo que os ocidentais possam dar”, argumentando que “o poder político está nas mãos de alguns que são geralmente educados no Ocidente (…) sem fazer nada pela base”, referindo-se a uma elite que vai partilhando o poder.

A historiadora reiterou que “a falta de uma identidade nacional ou memória comum” é um obstáculo chave no processo de desenvolvimento do país, que é muito recente, exemplificando, por contraste, o que acontece em nações como Portugal, Alemanha e China.

E mesmo no Brasil, país que já estudou e que, apesar de também ter um passado marcado pela colonização, conseguiu “formar gradualmente a sua própria identidade nacional”, muito visível, exemplificou, nas artes.

UCM organiza simpósio em Julho

O Instituto de Investigação para os Países de Língua Portuguesa em Macau organiza, no próximo dia 16 de Julho, um simpósio presencial e online em parceria com a Universidade Joaquim Chissano, de Moçambique. A ideia é reunir um grupo de académicos que possam olhar para os diferentes níveis de desenvolvimento económico de países lusófonos em África como é o caso de Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.

“Tendo em conta o passado histórico e a língua comuns, o nosso objectivo é ter uma melhor compreensão destas realidades, pelo que este simpósio olha para as características, desafios e oportunidades dos seus processos de desenvolvimento”, pode ler-se numa nota publicada no website da UCM.

A terceira edição deste simpósio anual aborda o facto de São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Moçambique terem registado os Índices de Desenvolvimento Humano (HDI, na sigla inglesa) mais baixos de 2019, à excepção de Angola. “Este simpósio traz académicos destes países para debaterem questões chave de desenvolvimento, especialmente no contexto da iniciativa uma faixa, uma rota e a Grande Baía.”

Outro dos objectivos deste evento será “a publicação do terceiro livro, como resultado das conferências, para a colecção de oito livros que serão dedicados à análise das relações entre os países de língua portuguesa e a China”.

Participam também neste simpósio académicos portugueses, como Jorge Tavares da Silva, Paulo Duarte e Rui Pereira, que vão abordar a temática “China in the Middle Atlantic: Challenges for the Small Portuguese Island States”. Estão também incluídas no simpósio as apresentações de académicos da própria UCM, como é o caso de Amélie Lu Yuqing, que irá falar das “Mulheres e a Economia na Moçambique contemporânea”. Meng Jingwen, Wu Wenzhong e Auricelio André Co vão abordar o tema “Mega eventos locais e a imagem de marca nacional no Turismo: Um estudo comparativo dos carnavais entre a RAEM e a Guiné-Bissau”. João Simões e Paulo Guilherme Figueiredo, também da UCM, irão fazer a apresentação “Um panorama da energia global: Implicações para as transições de energia para a China e os países de língua portuguesa”.  Lucio Lima Viegas, da Universidade de São Tomé e Príncipe, fala ainda do “Impacto económico e social na educação das ilhas de São Tomé e Principe”, entre outros oradores.

15 Jun 2021

China regista mais 23 casos de covid-19, quatro de contágio local em Guangdong

A China registou 23 infectados com o novo coronavírus nas últimas 24 horas, quatro deles de contágio local na província de Guangdong, anunciaram hoje as autoridades.

Guangdong detetou mais de 100 infeções locais desde 21 de Maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.797.342 mortos no mundo, resultantes de mais de 175,5 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

14 Jun 2021

Plano Director IX – Oportunidade para uma análise S.W.O.T.

Por Mário Duarte Duque, Arquitecto

 

O regime de encomenda de obras públicas implica uma metodologia pela qual as decisões se pautam, e que se forma a partir de parâmetros previamente estabelecidos. Desses parâmetros os mais recorrentes são o preço, o prazo, a concepção e a experiência dos intervenientes, sem que a ordem tenha necessariamente significado.

Esta ordem só ganha significado quando se associa a esses parâmetros um coeficiente que pondera diferentes apreciações numa apreciação final.

Por sua vez a atribuição de coeficientes de ponderação deverá ser função das características da obra. Assim, para uma obra corrente e simples, o preço e prazo afiguram-se o mais importante, enquanto, para uma obra exigente e fundamental, a concepção e a capacidade técnica são essenciais, naturalmente dentro de prazos admissíveis e dentro de custos já aptamente estimados e reservados para o efeito.

Fácil é também admitir como os coeficientes desses parâmetros podem atentar uns contra os outros, e influenciar nefastamente o resultado final, no caso de a ponderação não estar ajustada às características da obra.

No caso da encomenda do Plano Director para Macau a concepção do plano não foi factor de apreciação. Apenas foram o preço, o prazo e a aptidão técnica da equipa.

Desde logo se afigurou que colocar à concorrência o número de dias e o preço para a elaboração da proposta de plano seria irrelevante face ao tempo que o mesmo plano precisaria para ser discutido e analisado, ou face ao encargo de toda a máquina necessária montar para discutir, analisar e desenvolver a mesma proposta.

Deixada a concepção de fora, ocorre que o aspecto que mais importaria na escolha, e que permaneceria ao longo de todo o processo, seria antes a aptidão técnica da equipa e a sua experiência em outras realizações que relevassem para o estudo em causa.

Sendo o Plano Director um plano fundamental, o facto de a concepção não ter sido critério de escolha, também não deve significar que a concepção não interessasse. Apenas deve significar, admitamos, que o dono da obra já estava munido de um documento estratégico do que pretende, para com isso prosseguir, como é capacidade e prática das administrações públicas.

Mas também significou que o dono da obra prescindiu de outros contributos que emergissem tanto de conhecimento como de intuição. Esses contributos não resultam de pensamento analítico ou dedutivo, mas são oportunidade para lançar mão de soluções que não se extraem do prato das considerações, com capacidade de propulsionar saltos que permitem ganhar tempo.

Essa consideração também só tem lugar em fase de proposta de plano, e extingue-se em fase de análise de proposta, sob pena de trazer o processo à estaca zero.

E, sendo as actuais circunstâncias apenas de análise, importam mais os instrumentos de que a análise se mune.
Tal como como se extrai do acrónimo, a análise S.W.O.T. é uma técnica de planeamento estratégico, que recorre a uma matriz onde se identificam os pontos fortes (Strengths) e fracos (Weaknesses), assim como as oportunidades (Opportunities) e as ameaças (Threats) na estratégia em consideração.

A mesma análise tanto assiste projectos e negócios, como assiste actos de governação e de participação em consultas de interessados.

Os pontos fortes (Strengths) estão onde as vantagens da estratégia se revelam, enquanto os pontos fracos (Weaknesses) são os que colocam a estratégia em desvantagem em relação a outras.

As oportunidades (Opportunities) já são os elementos e as condições do ambiente dos quais é possível tirar partido para a eficácia da estratégia, enquanto as ameaças (Threats) são os elementos e as condições do mesmo ambiente que podem frustrar ou colocar a estratégia em crise.

Nas categorias de informação que a análise S.W.O.T. trata, os pontos fortes e fracos são as características próprias da estratégia, enquanto oportunidades e ameaças já resultam da interacção da estratégia com o meio.
Como ferramenta, este instrumento de análise serve estágios preliminares de tomada de decisão para avaliação da eficiência global de uma estratégia, assim como da necessidade de mitigar algumas das suas componentes.

Permite concluir sobre a robustez do projecto face aos objectivos em vista, fazendo e respondendo a perguntas que permitem gerar informação significativa para cada componente do projecto, identificando os factores internos e externos que são favoráveis ​​e desfavoráveis ao atingimento desses objectivos.

A predominância de pontos fortes e de oportunidades configuram confiança. Por outro lado, a predominância de pontos fracos e ameaças devem suscitar prudência.

Chegados aqui, resulta que, em actos de governação, uma análise S.W.O.T. tanto assiste um governo na globalidade das estratégias de administração de bens públicos, como assiste a população em geral nas especificidades e interesses de cada grupo a que a iniciativa interessa.

Ou seja, é uma ferramenta que deve estar geralmente distribuída para que possa ser utilizada por todos os participantes, para que a informação possa ser integrável e gerível em sínteses subsequentes.
E, quando os interessados não estão dotados de aptidões e meios necessários para interpretar, gerir e gerar essa informação, assistem questionários onde as perguntas são, por si, estrategicamente vocacionadas para obter respostas relevantes de cada sector do universo dos interessados.

Esta interacção em consulta de interessados não serve apenas para “comprar” a legitimidade que interessa a uma iniciativa pública, serve principalmente para averiguar da combinação da estratégia com o ambiente externo, e concluir num conceito quantificável a que se chama a “adequação estratégica”.

As conclusões que resulta dessas consultas, quando dirigidas ao público menos especializado, devem ser “traduzidas” por comunicadores sociais, em moldes compreensíveis por esse público, mas a estrutura de análise deve manter-se evidente em qualquer versão desses relatórios.

Estabilizado o instrumento de governação em vista, a análise S.W.O.T continua a ser útil para medidas supervenientes, nomeadamente de “combinação” e “conversão” de elementos da estratégia.
Isso porque, as vantagens competitivas da estratégia emergem da combinação de pontos fortes com oportunidades.

Já a conversão dos elementos da estratégia tem por alcance a transformação táctica de pontos fracos e ameaças em pontos fortes e oportunidades. Exemplos recorrentes de medidas de conversão em iniciativas públicas é a reconfiguração de instrumentos, infra-estruturas, actividades e universos de participantes.

E, se as ameaças e pontos fracos não podem ser convertidos, as medidas não devem estabilizar, e o efeito estimado deve ser evitado, minimizado ou compensado, necessariamente nesta ordem de prioridade.

Se mesmo assim os objectivos não forem atingíveis, objectivos diferentes devem ser seleccionados e o processo repetido.

Quando aplicada a um Plano Director, uma análise S.W.O.T. também não deve ser abandonada com a conclusão da análise, antes deve continuar presente em fase de acompanhamento do plano ou de observatório, onde o desenvolvimento das condições iniciais, vantagens estimadas e impactos mitigados são monitorizados, para avaliação da sua eficácia e para informação de subsequentes revisões de plano.

Em Macau não existe experiência desenvolvida em acompanhamento de planos. Todos os que existiram não tiveram acompanhamento, muito menos revisões, foram simplesmente revogados, sequer substituídos. A avaliação desses resultados não está sistematizada. Só é possível através de um esforço de interpretação.

11 Jun 2021

Um Euro diferente

Antes da pandemia, o Euro 2020 já tinha tudo para ser diferente. Ao contrário do habitual, não vai ser realizado num único país, ou em dois. Vão ser 11 cidades de 11 países, entre os quais alguns a estrearem-se como anfitriões de fases finais como a Rússia, Azerbaijão ou Hungria. Esta é ainda a primeira vez que o Árbitro Assistente de Vídeo (VAR) vai ser utilizado no torneio. No entanto, nada serão tão atípico como um torneio denominado Euro2020 realizar-se no ano de 2021… No meio de tanta novidade e restrição, espera-se que as equipas proporcionem um bom espectáculo, pratiquem bom futebol… E que Portugal revalide o título de Campeão Europeu!

 

 

Os 26 convocados de Portugal

Guarda-redes

Anthony Lopes 30 anos O. Lyon

Rui Patrício 33 anos Wolverhampton

Rui Silva 27 anos Granada

Defesa

João Cancelo 27 anos Manchester City

Nélson Semedo 27 anos Wolverhampton

José Fonte 37 anos Lille OSC

Pepe 38 anos FC Porto

Rúben Dias 24 anos Manchester City

Nuno Mendes 18 anos Sporting

Raphael Guerreiro 27 anos Borussia Dortmund

Médios

Danilo 29 anos PSG

Palhinha 25 anos Sporting

Rúben Neves 24 anos Wolverhampton

Bruno Fernandes 26 anos Manchester United

João Moutinho 34 anos Wolverhampton

Renato Sanches 23 anos Lille OSC

Sérgio Oliveira 29 anos FC Porto

William Carvalho 29 anos Bétis

Avançados

Pote 22 anos Sporting

André Silva 25 anos Eintracht Frankfurt

Bernardo Silva 26 anos Manchester City

Cristiano Ronaldo 36 anos Juventus

Diogo Jota 24 anos Liverpool

Gonçalo Guedes 24 anos Valência

João Félix 21 anos Atlético de Madrid

Rafa Silva 28 anos Benfica

Treinador: Fernando Santos

Ponto Forte

O ataque. Nada exemplifica melhor o poderio ofensivo da equipa de Portugal como a situação de André Silva. O avançado fez a melhor época da carreira, com 29 golos em 34 jogos, bateu o registo de Erling Haaland, apenas ficando na lista de melhores marcadores da Bundeslinga atrás de Lewandowski. O registo não chega para ser titular na equipa orientada por Fernando Santos.

Ponto Fraco

O centro da defesa. Rúben Dias encantou na Premier League e assumiu-se como central de categoria mundial. Contudo, Portugal tem um problema nesta área, que fica claro com a convocatória de apenas três jogadores para a posição. Os outros convocados são os experientes Pepe e José Fonte, mas com um calendário intenso pode faltar a velocidade nos momentos-chave.

A figura: Cristiano Ronaldo

O capitão da selecção da “Quinas” vive de desafios e recordes. Neste Europeu vai precisar de marcar seis golos para se tornar o melhor marcador de sempre ao serviço de uma selecção. Ronaldo tem actualmente 104 golos por Portugal, contra os 109 golos de Ali Daei, pelo Irão. O estabelecimento de um novo recorde com um golo decisivo da final seria o cenário perfeito para o artilheiro e a “redenção” da final de 2016, quando teve de abandonar o relvado lesionado.

Os Jogos

Sábado 12 de Junho

03h00 Turquia – Itália (Jogo 1)

21h00 País de Gales – Suíça (Jogo 2)

Domingo 13 de Junho

00h00 Dinamarca – Finlândia (Jogo 3)

03h00 Bélgica – Rússia (Jogo 4)

21h00 Croácia – Inglaterra (Jogo 5)

Segunda-feira 14 de Junho

00h00 Áustria – Macedónia do Norte (Jogo 6)

03h00 Holanda – Ucrânia (Jogo 7)

21h00 Escócia – República Checa (Jogo 8)

Terça-feira 15 de Junho

00h00 Polónia – Eslováquia (Jogo 9)

03h00 Espanha – Suécia (Jogo 10)

Quarta-feira 16 de Junho

00h00 Hungria – Portugal (Jogo 11)

03h00 França – Alemanha (Jogo 12)

21h00 Finlândia – Rússia (Jogo 13)

Quinta-feira 17 de Junho

00h00 Turquia – País de Gales (Jogo 14)

03h00 Itália – Suíça (Jogo 15)

21h00 Ucrânia – Macedónia do Norte (Jogo 16)

Sexta-feira 18 de Junho

00h00 Dinamarca – Bélgica (Jogo 17)

03h00 Holanda – Áustria (Jogo 18)

21h00 Suécia – Eslováquia (Jogo 19)

Sábado 19 de Junho

00h00 Croácia – República Checa (Jogo 20)

03h00 Inglaterra – Escócia (Jogo 21)

21h00 Hungria – França (Jogo 22)

Domingo 20 de Junho

00h00 Portugal – Alemanha (Jogo 23)

03h00 Espanha – Polónia (Jogo 24)

Segunda-feira 21 de Junho

00h00 Itália – País de Gales (Jogo 25)

00h00 Suíça – Turquia (Jogo 26)

Terça-feira 22 de Junho

00h00 Ucrânia – Áustria (Jogo 27)

00h00 Macedónia do Norte – Holanda (Jogo 28)

03h00 Rússia – Dinamarca (Jogo 29)

03h00 Finlândia – Bélgica (Jogo 30)

Quarta-feira 23 de Junho

03h00 Croácia – Escócia (Jogo 31)

03h00 República Checa – Inglaterra (Jogo 32)

Quinta-feira 24 de Junho

00h00 Suécia – Polónia (Jogo 33)

00h00 Eslováquia – Espanha (Jogo 34)

03h00 Portugal – França (Jogo 35)

03h00 Alemanha – Hungria (Jogo 36)

Oitavos-de-Final

Domingo 27 de Junho

00h00 2.º do Grupo A – 2.º do Grupo B (Jogo 43)

03h00 1.º do Grupo A – 2.º do Grupo C (Jogo 38)

Segunda-feira 28 de Junho

00h00 1.º do Grupo B – 3.º do Grupo A/D/E/F (Jogo 42)

03h00 1.º do Grupo C – 3.º do Grupo D/E/F (Jogo 41)

Terça-feira 29 de Junho

00h00 2.º do Grupo D – 2.º do Grupo E (Jogo 39)

03h00 1.º do Grupo F – 3.º do Grupo A/B/C (Jogo 37)

Quarta-feira 30 de Junho

00h00 1.º do Grupo E – 3.º do Grupo A/B/C/D (Jogo 40)

03h00 1.º do Grupo D – 2.º do Grupo F (Jogo 44)

Quartos-de-Final

Sábado 3 de Julho

00h00 Vencedor do Jogo 37 – Vencedor do Jogo 49 (Jogo 45)

03h00 Vencedor do Jogo 42 – Vencedor do Jogo 38 (Jogo 46)

Domingo 4 de Julho

00h00 Vencedor do Jogo 40 – Vencedor do Jogo 44 (Jogo 48)

03h00 Vencedor do Jogo 41 – Vencedor do Jogo 43 (Jogo 47)

Meias-Finais

Quarta-feira 7 de Julho

03h00 Vencedor do Jogo 46 – Vencedor do Jogo 45 (Jogo 49)

Quinta-feira 8 de Julho

03h00 Vencedor do Jogo 48 – Vencedor do Jogo 47 (Jogo 50

Final

Segunda-feira 12 de Julho

03h00 Vencedor do Jogo 49 – Vencedor do Jogo 50 (Jogo 51)

Nota: Após a fase de grupos, além dos dois melhores classificados de cada grupo, apuram-se para os oitavos-de-final- os quatro terceiros melhores classificados. A posição em que são emparelhados depende dos factores de desempate.

11 Jun 2021

DSF | Macau e Camboja assinam acordo para eliminar dupla tributação

À semelhança do que aconteceu com outros países e regiões, o Governo de Macau assinou em Abril uma convenção com o Reino do Camboja para eliminar a dupla tributação em matéria de impostos sobre o rendimento e para prevenir a evasão fiscal.

Segundo a Direcção dos Serviços de Finanças (DSF), a convenção foi assinada entre o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong e o Ministro para a Economia e Finanças do Reino do Camboja, Aun Pornmoniroth.

Detalhando, o acordo, que tem como objectivo “evitar e eliminar que a mesma base de rendimento auferido pelo mesmo contribuinte seja tributada duplamente”, visa o imposto complementar de rendimentos, o imposto profissional e a contribuição predial urbana em Macau, bem como o imposto sobre o rendimento e o imposto sobre os salários no Camboja.

Além disso, segundo a DSF, o acordo estabelece “cláusulas de reciprocidade” sobre diferentes tipos de rendimentos como dividendos, juros, mais-valias e royalties, rendimentos de bens imobiliários, lucros de empresas associadas, pensões e remunerações públicas e rendimentos obtidos na qualidade de artista e desportista, professor e investigador.

No entanto, para o Governo, as vantagens vão muito além dos impostos. “O Governo (…) acredita que a assinatura da ‘Convenção’ irá promover ainda mais as trocas comerciais e o investimento entre os dois territórios, fortalecer as relações económica, comercial e de investimento entre a RAEM e os países ao longo da “Faixa e Rota”, e ao mesmo tempo, contribuir para a redução dos encargos fiscais das pessoas e das empresas e das perdas de receita fiscal do Governo”, afirma a DSF.

11 Jun 2021

Novo regime sobre mercados públicos pronto para ir a plenário

A 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) assinou ontem o parecer sobre a proposta de lei relativa à gestão dos mercados públicos. De acordo com o canal chinês da TDM – Rádio Macau, Ho Ion Sang, que preside à comissão disse que, entre outras vantagens, o diploma permitirá introduzir a uniformização de instrumentos e unidades de medida, nomeadamente através da utilização de balanças electrónicas e a adopção de uma unidade de peso aceite internacionalmente.

Além disso, o deputado, terá reafirmado a intenção do Governo de proceder à reorganização das bancas dos mercados “em prol de um ambiente mais favorável à exploração”.

Olhando para o parecer divulgado ontem no portal da AL, um dos tópicos que gerou maior preocupação na comissão está relacionado com o facto de o diploma prever que a atribuição de bancas passe a ser feita através de concurso público.

Perante as preocupações dos deputados, o Governo assegurou que os critérios de selecção não serão baseados na apresentação da “proposta de valor mais elevado”, mas sim, “na estratégia de exploração, na experiência do concorrente, no horário de funcionamento diário, na diversidade dos produtos e na conveniência dos instrumentos de pagamento”.

“É através destes factores que se verifica se o concorrente tem uma verdadeira intenção de exploração (…) no passado os candidatos sorteados não tinham, provavelmente, grande ideia e vontade de exercer actividades, despenderam recursos públicos e não conseguiram atingir os resultados desejados”, pode ler-se no parecer.

Perante a resposta, alguns deputados terão mostrado preocupação sobre a justiça e imparcialidade dos concursos, além de poder levar alguns vendedores a “exagerar nos seus objectivos”. “Não se pode aplicar uma punição porque há apenas 18 espécies de legumes fornecidas num dia”.

Debaixo de olho

Outros dos tópicos que mereceu maior debate ao longo das reuniões da comissão da AL foi o facto de ter estado em cima da mesa, a possibilidade de instalação de equipamentos de gravação de vídeo em cada banca. “Como o IAM tentou instalar uma câmara em cada banca, surgiu, portanto, no seio dos deputados, a seguinte questão: isto é mesmo necessário?”, consta do parecer divulgado ontem.

O Governo reconheceu que, de facto, tal “não era adequado”, passando a instalação dos equipamentos a ser feita “conforme o ambiente do mercado em concreto” e “para satisfazer os devidos objectivos”.

11 Jun 2021

4 de Junho | “A comunidade não tem de estar preocupada”, diz cônsul

Sobre a decisão de proibir a realização da vigília do 4 de Junho, o cônsul-geral de Portugal em Macau, Paulo Cunha Alves referiu que “o assunto já foi dissecado” e que a comunidade portuguesa não deve estar preocupada.

“Não tenho comentários sobre esse assunto. O assunto já foi dissecado, já se disse tudo o que tinha de ser dito. É um assunto que compete à extrema competência e autoridade do Governo local. As autoridades judiciárias e o poder executivo decidem o que fazer e como fazer de acordo com a lei e de acordo com as regras da RAEM. A comunidade não tem de estar preocupada”, apontou.

À margem da recepção do dia de Portugal, Paulo Cunha Alves referiu ainda que o facto de a cerimónia ter contado com a presença do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, é demonstrativo da “importância que o Governo de Macau atribui às relações com o Governo português (…) e do papel da comunidade portuguesa e macaenses em Macau”.

Questionado sobre os pedidos de ajuda que têm chegado devido à pandemia, o cônsul de Portugal em Macau revelou que tem havido “muitos pedidos” de pessoas que querem ir para Portugal com urgência por terem familiares doentes ou por terem visto os seus contratos de trabalho acabar em Macau. Contudo, em 2020 e 2021 “não foi recebido qualquer pedido de repatriamento”, referiu ainda Paulo Cunha Alves.

Sobre a baixa taxa de vacinação em Macau, considerou a situação “triste” e vincou que enquanto a população não aderir à inoculação “não vamos conseguir ter o ambiente que tínhamos”.

“Felizmente aqui vivemos numa bolha em que existem vacinas em número suficiente para todos. Acho que as pessoas deviam tomar consciência da necessidade de garantir a imunidade de grupo”, acrescentou.

11 Jun 2021

China aprova lei para retaliar sanções estrangeiras

O órgão máximo legislativo da China aprovou hoje uma lei que visa conter sanções estrangeiras, para “salvaguardar a soberania, a dignidade e os interesses fundamentais” do país, informou a imprensa oficial.

A legislação foi aprovada na sessão de encerramento do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN), mas os detalhes não foram ainda divulgados.

A lei prevê fornecer ao país uma base legal para retaliar sanções como as recentemente impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia, devido a abusos dos Direitos Humanos de minorias étnicas de origem muçulmana em Xinjiang.

“Alguns países ocidentais, devido à manipulação e preconceito político, usaram recentemente vários pretextos, incluindo questões relacionadas com Xinjiang e Hong Kong, para caluniar e suprimir a China, especialmente através das chamadas ‘sanções’ contra órgãos, organizações e funcionários do Estado”, apontou numa declaração a Comissão de Assuntos Jurídicos do Comité Permanente da APN.

A nota indicou que “como essas sanções violam o direito internacional e interferem nos assuntos internos” do país, a China “considera necessário formular uma lei especial para se opor às sanções estrangeiras”.

Este instrumento legal fornecerá “forte apoio jurídico e uma garantia para as contramedidas legais da China contra medidas discriminatórias estrangeiras”, acrescentou o comunicado.

De acordo com a instrução do plenário da APN, realizado em março passado, a intenção é “atualizar os seus instrumentos jurídicos para fazer face aos desafios e proteger-se dos riscos”, com o objetivo de se “opor às sanções internacionais, à ingerência e à jurisdição de longo alcance”.

Na preparação do texto, o corpo legislativo levou em consideração as recomendações de diversos sectores e analisou legislações internacionais e de outros países, segundo a imprensa local.

Algumas empresas estrangeiras no país expressaram preocupação com o impacto potencial desta lei nos seus negócios na China.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Wang Wenbin disse que a aprovação do novo texto legal mostra a “determinação da China em proteger a sua soberania e interesses fundamentais” e “não afectará as suas relações com outros países”.

Em 22 de março, a União Europeia impôs sanções contra as autoridades chinesas por supostas violações dos Direitos Humanos na região de Xinjiang. Foram as primeiras sanções impostas por Bruxelas ao país asiático em mais de 30 anos.

10 Jun 2021

Covid-19 | Província de Guangdong detecta seis casos locais

A província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou seis casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China.

Guangdong detetou mais de cem infeções locais desde 21 de maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província.

A China registou ainda quinze casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Shaanxi (centro), Zhejiang (leste), Sichuan (centro) e Yunnan (sul).

A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos ativos é de 416, entre os quais doze em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.337 casos da doença e 4.636 mortos.

10 Jun 2021

10 Junho | Língua portuguesa “merecia ser mais conhecida”, defende Durão Barroso

O antigo primeiro-ministro português e actual presidente da Aliança Global para as Vacinas (GAVI), Durão Barroso, acredita que a língua portuguesa merecia ser “mais conhecida” como “segunda língua”, assumindo que o interesse tem vindo a crescer.

Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia, fará o discurso de boas-vindas na iniciativa “Europa. As suas línguas. Portugal e a sua língua no mundo”, organizada pelo programa “Europanetzwerk Deutsch” do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, e administrada pelo Instituto Goethe, que terá lugar, virtualmente, em 23 de junho.

“É uma língua importante, é uma das maiores línguas do Ocidente, logo a seguir ao inglês e ao espanhol. Mas acho que é uma língua que merecia ser mais conhecida como segunda língua, como língua de cultura. Felizmente, nos últimos anos, houve um interesse maior pelas língua e cultura portuguesa”, assumiu, em declarações à agência Lusa.

“O português é uma língua pluricontinental, em que o maior acionista da língua está na América do Sul, na América Latina, o acionista fundador está na Europa, mas o maior número de acionistas está em África, são cinco países de língua oficial portuguesa. E ainda podíamos falar de Timor-Leste, ou de Macau”, salientou, realçando a importância do português no mundo.

Durão Barroso foi presidente da Comissão Europeia de 2004 a 2014, admitindo que o ajudou muito, durante o seu percurso profissional, falar vários idiomas.

“Na União Europeia, uma das coisas que mais me ajudou quando estava a negociar com 28 governos (ainda antes do ‘Brexit’) era estar a seguir, não apenas a tradução, mas a própria língua. Estava também a pensar no modo de se conseguir um compromisso porque a linguagem às vezes é obstáculo, às vezes é solução. Com uma formulação diferente podemos encontrar uma conciliação, uma solução para um problema, às vezes político”, salientou.

O antigo líder do Governo português reconheceu que a comunicação a nível global “repousa muito no inglês”, não vendo isso como um problema, “muito pelo contrário”. Esta “língua veicular” não deve, defendeu, anular o pluralismo das línguas que existem em todo o mundo.

“Uma língua não é apenas um instrumento, é mais do que isso, é uma visão do mundo, é uma abertura para o mundo. Por exemplo, na União Europeia, que atualmente tem 24 línguas oficiais (…) temos uma riqueza enorme do ponto de vista linguístico e do ponto de vista cultural”, frisou.

Barroso reconheceu que a língua “traz sempre alguma proximidade”, mesmo no que toca à gestão da pandemia de covid-19.

“Há sempre uma proximidade linguística. Não é por acaso que o primeiro-ministro português disse que vai partilhar com países de língua portuguesa doses da vacina que tenha em excesso, nomeadamente em África. Não é por acaso que a ministra dos negócios estrangeiros espanhola, e o Governo espanhol, irão partilhar doses da vacina com países da América Latina”, realçou.

Como presidente da GAVI há seis meses, Durão Barroso dá o seu exemplo, explicando que “talvez não seja por acaso que os líderes de alguns países de língua portuguesa” sejam daqueles com quem mais tem falado, “porque sentem uma proximidade”, dando o exemplo do Brasil.

“A língua, mesmo com países distantes, torna esses países mais próximos de nós. Há uma ligação entre língua e perceção da distância física”, apontou.

A iniciativa “Europa. As suas línguas. Portugal e a sua língua no mundo”, que decorre em 23 de junho, surge no contexto da presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, que termina em 30 de junho.

10 Jun 2021

Gastronomia macaense e teatro em Patuá incluídos na lista de património cultural imaterial da China

A China anunciou hoje que incluiu na Lista de Património Cultural Imaterial Nacional três itens de Macau: a Gastronomia Macaense, o Teatro em Patuá e as Crenças e Costumes de Tou Tei.

“É um dia de regozijo para a cultura macaense. É um dia especial, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, mas também para o patuá e para a gastronomia macaense”, reagiu em declarações à Lusa o director do grupo teatral Dóci Papiaçam di Macau e presidente da Associação dos Macaenses, Miguel de Senna Fernandes.

Miguel da Senna Fernandes destacou que, para além do valor simbólico e do reconhecimento do trabalho local, a inclusão na lista nacional é importante ao nível da preservação e protecção do património.

“Não é uma mera medalha de honra, ganha-se um estatuto com significado para as autoridades de Macau, que podem dar meios para que o património seja preservado”, sendo que, no caso do teatro, “assegurar uma sede é uma das prioridades”, salientou.

Outro património agora incluído na lista nacional chinesa é a Gastronomia Macaense, que se baseia no método de confecção dos alimentos da culinária portuguesa, integrando ingredientes e métodos culinários do continente africano e do subcontinente indiano, bem como da Malásia e, claro, locais.

“Através da combinação dos méritos da culinária de cada região, a gastronomia local desenvolveu-se de forma única, aperfeiçoando-se ao longo dos séculos, tornando-se um subproduto histórico da cultura da navegação portuguesa”, descrevem as autoridades de Macau.

Já o Teatro em Patuá, traz a palco “comédias que ridicularizam e criticam os problemas sociais predominantes”, dando ‘voz’ ao dialeto macaense (patuá), um crioulo português influenciado sobretudo pelas línguas cantonense, espanhola, inglesa e malaia.

Hoje, está em extinção, com especialistas a explicarem que este sistema linguístico criado pelos imigrantes lusos em Macau ao longo dos últimos quatrocentos anos foi desaparecendo devido à obrigação de aprendizagem do português nas escolas, imposta pela administração portuguesa.

Finalmente, a lista nacional chinesa integra agora as Crenças e Costumes de Tou Tei.

“Macau possui cerca de 10 templos e mais de 140 altares dedicados a Tou Tei, bem como tabuletas individuais na entrada de muitas residências e lojas. (…) Em cada ano lunar, o segundo dia do segundo mês marca a celebração do festival de Tou Tei, comummente conhecido como ‘Tau Nga’, durante o qual muitos dos templos locais dedicados a Tou Tei organizam grandes eventos festivos, incluindo rezas, danças do leão, óperas chinesas para divindades, e banquetes” tratando-se de “uma importante festividade religiosa para a comunidade chinesa em Macau”, segundo as autoridades.

10 Jun 2021

Julgamento em Timor-Leste de ex-padre volta a ser adiado devido a problemas técnicos

O julgamento do ex-padre acusado de abuso de crianças em Timor-Leste foi hoje novamente adiado, marcado agora para Julho, devido a problemas técnicos no sistema de videoconferência que estava a ser usado para a ligação ao Tribunal de Oecusse.

“O pedido de adiamento veio da defesa, mas o Ministério Público também concordou porque o sistema de videoconferência estava com problemas devido à qualidade da internet e do som”, disse à Lusa o oficial de justiça do Tribunal de Oecusse.

“A defesa [que estava em Díli] não conseguia ouvir bem o depoimento da vítima e por isso pediu o adiamento. O coletivo de juízes decidiu adiar o caso para 05 de julho, mas já com audiência presencial”, referiu.

O sistema de videoconferência começou a ser usado na quarta-feira para o depoimento do arguido, que falou a partir do Tribunal de Recurso, em Díli, tendo ficado já marcado por alguns problemas técnicos.

Richard Daschbach prestou declarações durante cerca de três horas, durante a tarde, na sala principal do Tribunal de Recurso, depois de problemas técnicos terem impedido o depoimento previsto durante a manhã.

O recurso à videoconferência foi necessário depois do arguido e da defesa não terem viajado para Oecusse a tempo das audiências marcadas, com advogados de Daschbach a criticarem as regras em vigor no enclave que obrigam a quarentena de 14 dias mesmo a quem apresente testes negativos à covid-19.

Procuradores, juízes e as representantes das vítimas viajaram para o enclave cumprindo as regras em vigor.

Maria Agnes Berre, da JU,S Jurídico Social, a organização que representa as alegadas vítimas, lamentou um novo adiamento.

“Os representantes das vítimas não estão satisfeitos com mais um adiamento. Sempre a pedido do arguido. Mais uma vez demonstra-se a posição inferior e discriminatória das vítimas”, afirmou à Lusa.

“Nunca existirá justiça real em Timor-Leste quando não houver uma reforma séria de como as mulheres vítimas são tratadas por todos no sistema judiciário”, sustentou.

Richard Daschbach, 84 anos, está a ser julgado pelos crimes de abuso de menores, pornografia infantil e violência doméstica alegadamente cometidos durante anos no orfanato Topu Honis, em Oecusse.

Daschbach foi expulso da congregação da Sociedade do Verbo Divino (SVD) em Timor-Leste e do sacerdócio pelo Vaticano pelo “cometido e admitido abuso de menores”, com a decisão a basear-se numa detalhada investigação, incluindo a sua confissão oral e escrita.

Sucessivos adiamentos desde o inicio do julgamento, em fevereiro, implicam que até agora ainda só foi possível ouvir a declaração inicial do arguido.

10 Jun 2021

Estudante regressado de Taiwan, sem vacina, registado como 52º caso de covid-19

Um estudante residente em Macau que não estava vacinado e que estuda em Taiwan foi infectado com o SARS-CoV-2, informaram as autoridades de saúde.

“Um residente de Macau que se deslocou à região de Taiwan no dia 30 de Maio acusou, quarta-feira (9 de Junho), positivo no resultado do teste de ácido nucleico e foi classificado como o 52.º caso confirmado de covid-19 (caso importado)”, pode ler-se no comunicado divulgado na quarta-feira à noite.

O estudante de 21 anos “declarou nunca ter (…) sido vacinado contra a covid-19”, salientaram as autoridades, que se têm desdobrado em apelos à população para se vacinar. A taxa de vacinação ronda actualmente os 20%, tendo sido administrada pelo menos uma dose da vacina a quase 150 mil pessoas.

No mesmo dia que foi identificado o 52.º caso, Macau anunciou medidas preventivas devido ao surto de casos locais de covid-19 registados na vizinha província chinesa de Guangdong, exigindo agora a apresentação de um código de saúde ‘online’ na maioria de espaços públicos, incluindo transportes, que diferencia por cores (verde, amarelo e vermelho) o risco potencial de contágio.

Guangdong, que registou mais de 100 casos locais desde 21 de Maio, é o ponto de origem responsável pelo maior impacto turístico e força de trabalho em Macau, sobretudo ao nível de passagens diárias pela fronteira.

As autoridades de Saúde de Macau apertaram também os controlos fronteiriços, exigindo, por exemplo, quarentena de 14 dias a quem chegar de alguns distritos das cidades de Cantão e de Foshan.

O registo de casos em Guangdong está a traduzir-se numa diminuição no número de visitantes na capital mundial do jogo, que mostrava sinais de recuperação, após um ano em que a ausência de turistas afectou fortemente a economia.

10 Jun 2021