Relator da ONU alerta para risco de “mortes em massa” em Myanmar

O relator especial da ONU para os direitos humanos em Myanmar, Tom Andrews, avisou ontem que a fome e as doenças podem causar “mortes em massa”, como consequência dos combates no leste do país.

No estado de Kayah (leste), perto da fronteira com a Tailândia, os combates intensificaram-se nas últimas semanas, com os habitantes a acusarem o exército – afecto à junta militar que tomou o poder num golpe de estado em 1 de Fevereiro – de disparar projécteis de artilharia usando os que caíram perto de aldeias.

O escritório da ONU em Myanmar informou na terça-feira que cerca de 100.000 pessoas foram deslocadas por causa destes combates, alertando para a “necessidade urgente” de comida, água e abrigo, já que as restrições de movimento impostas pelas forças de segurança atrasam a entrega de ajuda humanitária.

“Os ataques brutais e indiscriminados da junta ameaçam a vida de vários milhares de homens, mulheres e crianças no estado de Kayah. Muitos foram forçados a fugir para as florestas vizinhas, sem comida, água ou abrigo”, escreveu Tom Andrews na sua conta da rede social Twitter, referindo-se a “mortes em massa devido à fome e doenças”.
Myanmar está em crise e a sua economia paralisou, especialmente por causa da brutal repressão militar sobre os manifestantes que protestam regularmente contra o golpe militar.

Nas últimas semanas, os confrontos eclodiram em várias partes do país, com os habitantes a formar as suas próprias “forças de defesa”, principalmente em bairros particularmente atingidos pela repressão militar.

A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) empreendeu esforços diplomáticos para tentar resolver a crise, mas as lutas internas na organização não avançaram.

Do lado da China, tradicional aliada dos generais birmaneses, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, reiterou, na terça-feira, que a política de Pequim em relação ao país vizinho “não será afectada pelas mudanças na situação interna e externa de Myanmar”.

“A China apoiou, apoia e apoiará Myanmar para escolher um caminho de desenvolvimento que seja adequado”, acrescentou Wang durante uma reunião em Chongqing com o ministro dos Negócios Estrangeiros birmanês nomeado pela junta, U Wunna Maung Lwin.

10 Jun 2021

Europa vista como contrabalanço pela China ao poder dos Estados Unidos

A China continua a ver a Europa como peça-chave para contrabalançar o poder hegemónico dos Estados Unidos, observam analistas, apesar de a União Europeia ter reavaliado a sua relação com Pequim nos últimos anos

 

A Europa continua a ser para Pequim um ponto de equilíbrio no sensível xadrez geopolítico e no braço-de-ferro com os Estados Unidos. A China ocupa um lugar importante na agenda da visita do Presidente norte-americano Joe Biden à Europa, esta semana, à medida que a principal potência emergente assume uma relevância crescente nos assuntos internacionais.

Shen Dingli, director do Instituto de Estudos Internacionais na Universidade Fudan, em Xangai, nota que Pequim continua a ver a “UE como um provável contrabalançar da hegemonia dos Estados Unidos”.

Numa altura em que Biden se tenta reaproximar dos aliados, após o antecessor, Donald Trump, ter abalado as relações transatlânticas, e assumir uma política comum para a China, diferentes interesses económicos e estratégicos continuam a dificultar um consenso entre ambos os lados.

“Não existe um consenso para uma abordagem comum transatlântica para a China”, admite à agência Lusa o embaixador de Portugal em Pequim, José Augusto Duarte. “Esse consenso tem que ser construído e trabalhado com a própria China” e depende também “da reacção que a China tem e como trabalha, cria as explicações, as seguranças, junto dos outros, para que haja respostas diferentes”, resume.

Nos últimos meses, a relação entre China e União Europeia deteriorou-se, depois de os dois lados imporem sanções um ao outro. Entre os visados pelas sanções retaliatórias da China estão cinco membros do Parlamento Europeu – Reinhard Butikofer, Michael Gahler, Raphael Glucksmann, Ilhan Kyuchyuk e Miriam Lexmann.

A decisão chinesa colocou em risco o Acordo Global de Investimento entre os dois lados. O acordo precisa da aprovação dos eurodeputados para entrar em vigor. O Parlamento Europeu decidiu congelar a ratificação do acordo, entretanto, e anunciou que não prosseguirá com este até que a China levante as sanções.

A outra balança

À semelhança dos Estados Unidos, a União Europeia reclama uma relação mais igualitária e recíproca em termos de comércio e investimento com a China e espera que o país asiático tenha mais respeito pela democracia e direitos humanos. “Convém trabalhar seriamente nisso, para encontrar os equilíbrios necessários e para que haja um sentimento de reciprocidade e igualdade de tratamento entre todos os povos”, afirmou José Augusto Duarte.

A nível de Defesa, vários países europeus, incluindo França e Alemanha, estão agora também mais dispostos a enviar navios da Marinha até ao mar do Sul da China para reforçar a mensagem dos EUA sobre a liberdade de navegação na região.

“Para a China, o conceito de uma política independente de defesa europeia é, geralmente, considerado adequado, na sua noção preferida de um mundo multipolar, ao invés de unipolar e dominado pelos Estados Unidos”, aponta também à Lusa Shen Dingli.

Apesar de, no contexto da NATO, EUA e Europa executarem operações militares conjuntas no exterior, uma política de segurança e defesa europeia independente “não seria necessariamente igual à dos Estados Unidos, especialmente se os norte-americanos divergirem significativamente da norma do direito internacional, como foi o caso da Guerra do Iraque”, argumenta.

Biden viaja primeiro para o Reino Unido para uma cimeira entre os líderes do G7 e, em seguida, para Bruxelas, para a cimeira da OTAN e um encontro com os chefes da União Europeia.

10 Jun 2021

IAM | Projecto do corredor verde marginal concluído este ano

Em resposta a interpelação escrita de Leong Sun Iok, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) revelou que, até ao final de 2021, ficará concluído o planeamento do chamado corredor verde marginal, abrangendo a área a sul da Península de Macau compreendida entre o Centro de Ciência de Macau e a Barra.

De acordo com o IAM, o plano terá em conta “as características dos edifícios públicos naquela zona, as necessidades de espaços de lazer, bem como elementos turísticos e culturais”. Além disso, o organismo irá articular-se com os serviços competentes de modo a que a obra seja feita “por fases”.

Recorde-se que está previsto que o corredor verde passe também, entre outros, por pontos turísticos como o Centro Ecuménico Kun Iam, a Torre de Macau e as Portas do Entendimento.

Na resposta assinada pelo presidente do IAM, José Tavares, é também apontado que o terreno para uso provisório na Avenida Marginal do Lam Mau será usado para construir “campos livres, instalações de manutenção física e áreas de diversão infantil”.

Sobre o terreno recuperado junto à praia de Hác Sá, o IAM recordou que 6.000 dos 70.000 metros quadrados do espaço foram usados para construir uma nova zona de churrasco, sendo que a restante área está destinada à criação de “um espaço de actividades experimentais destinado aos jovens”, incluindo um projecto de aventura de grande envergadura.

10 Jun 2021

Covid-19 | Província de Guangdong detecta oito casos locais

A província de Guangdong detectou oito casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. Guangdong detectou mais de cem infecções locais desde 21 de Maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província.

A China registou ainda 8 casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias de Sichuan (centro), Fujian (leste) e Guangdong (sudeste).

A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 413, entre os quais dez em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.316 casos da doença e 4.636 mortos.

A pandemia de provocou, pelo menos, 3.739.777 mortos no mundo, resultantes de mais de 173,5 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

9 Jun 2021

Turismo | Melinda Chan admite que se sente a redução de visitantes

Devido ao ressurgimento de casos na província de Cantão, a média diária de visitantes no território está em queda. A opinião foi partilhada por Melinda Chan, directora Executiva da Doca dos Pescadores, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau.

Segundo a ex-deputada, existe a expectativa de que com a implementação de medidas mais restritas de circulação, que o número de visitantes caia para menos de 10 mil até meados de Julho. Ao nível das receitas do sector a empresaria indica que devem ter uma quebra de 30 por cento até Agosto, altura em que deverão voltar a subir.

Melinda Chan revelou também que 20 por cento das reservas de quartos foram canceladas e que a Doca dos Pescadores tem preparado um plano de emergência, caso aparece um surto em Macau. Como parte deste programa, a empresa vai disponibilizar alojamento para os trabalhadores que vivem no Interior, de forma a evitar deslocações.

Em relação a eventuais perdas pela nova situação, Melinda Chan deixou antever que sejam maiores do que no ano passado.

Por sua vez, Wong Lai Mei, vice-presidente da Associação dos Hoteleiros de Macau, também à Ou Mun Tin Toi, afirmou que os novos controlos de passagem da alfândega vão ter um impacto limitado na indústria. Porém, a dirigente associativa sublinhou acreditar que o impacto pode ser ultrapassado.

Segundo Wong, a maior parte das empresas está agora a procurar alojamento alternativo para os trabalhadores do Interior, para evitar que haja passagens de fronteira.

9 Jun 2021

Tailândia | Iniciada vacinação em massa com AstraZeneca

A Tailândia iniciou ontem uma campanha de vacinação em massa para a população em geral com a vacina AstraZeneca, numa altura de desconfiança crescente na gestão do Governo devido à lentidão do processo.

O primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-ocha, exortou o público a ser paciente, dizendo ser normal que a escassa oferta não pudesse satisfazer rapidamente a elevada procura de vacinas. “As vacinas serão distribuídas gradualmente ao longo do mês, de acordo com o nível de risco, índice populacional e possíveis novos surtos”, disse, durante a cerimónia de abertura da campanha.

As autoridades criaram vários centros de inoculação em Banguecoque, o epicentro do actual ressurgimento de casos de covid-19 no país, e darão prioridade à vacinação dos idosos e das pessoas com doenças crónicas.
Contudo, outras províncias do país e alguns hospitais da capital anunciaram anteriormente o atraso do início da campanha devido a dúvidas sobre a recepção de doses suficientes.

A estratégia da Tailândia, que já vacinou 1,3 milhões de pessoas com o regime completo, baseia-se principalmente na produção doméstica de 61 milhões de doses da Oxford-AstraZeneca por um laboratório de propriedade do rei tailandês, Vajiralongkorn.

O país é actualmente um dos países da região do Sudeste Asiático que tem administrado menos doses à população.
Enquanto os residentes da capital começam a receber a vacina, a vacinação já está bem encaminhada entre a população da ilha turística de Phuket, onde esperam alcançar a imunidade do grupo até 1 de Julho, data prevista para a reabertura da ilha ao turismo estrangeiro.

As autoridades tailandesas tencionam levantar quase todas as restrições aos turistas estrangeiros já vacinados que viajam para a ilha a partir do próximo mês, onde devem permanecer pelo menos 14 dias antes de se mudarem para outra região tailandesa. Este plano piloto, que poderá ser alargado no futuro à ilha de Samui.

8 Jun 2021

Província de Guangdong detecta 19 casos locais de covid-19

A província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou 19 casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China.

Guangdong detectou mais de cem infecções locais desde 21 de Maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província.

A China registou ainda 14 casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias da Mongólia Interior (norte), Guangdong (sudeste), Fujian (leste), Jiangsu (leste), Sichuan (centro) e Yunnan (sudoeste).

A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 409, entre os quais dez em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.300 casos da doença e 4.636 mortos.

A pandemia de provocou, pelo menos, 3.731.297 mortos no mundo, resultantes de mais de 173,2 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

8 Jun 2021

IPM aposta em ‘podcasts’ para formar professores de português

O Instituto Politécnico de Macau (IPM) anunciou ontem que vai apostar no uso e produção de ‘podcasts’ na formação de professores de português, num ano em que a instituição assinala o seu 40.º aniversário.

O IPM justificou a aposta no ‘podcast’, um arquivo digital de áudio disponibilizado na internet, por se tratar de “um poderoso instrumento de ensino”, cuja “criação e a divulgação (…) têm vindo a desenvolver-se rapidamente em todo o mundo, especialmente nos países de língua portuguesa”.

Até porque, salientou, os ‘podcasts’ podem “desempenhar um papel importante no aumento da autonomia e da motivação dos estudantes na aprendizagem de línguas”. Razão pela qual, acrescentou, vai merecer uma especial atenção durante a “Oficina para o Ensino do Português na Grande Baía: recursos digitais pedagógicos” promovida pelo Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM, num evento ‘online’ agendado entre 1 e 7 de Julho.

Aprender a ouvir

A oficina de formação para o ensino do português tem como público-alvo professores de língua portuguesa e vai incluir três sessões.

A primeira sessão da Oficina “irá demonstrar aos participantes as vantagens da utilização dos podcasts como recurso pedagógico na sala de aula de línguas estrangeiras”.

A segunda, “não só vai apresentar os modelos mais comuns utilizados na criação dos ‘podcasts’, como também a sua ligação com a literatura portuguesa, de modo que os participantes possam compreender como os podcasts podem ser utilizados no ensino da literatura desta língua”.

Finalmente, “a terceira sessão irá dar a conhecer dicas úteis para a produção dos ‘podcasts’, bem como os ‘softwares’ comummente utilizados, a fim de facilitar a sua utilização futura nas práticas de ensino dos professores de língua portuguesa”.

A inscrição é gratuita e “será bem-vinda a participação de todos os professores de português das universidades chinesas, sendo dada a prioridade aos professores de português das universidades da Grande Baía”.

8 Jun 2021

MNE | China recebe ministros do sudeste asiático com covid-19 na agenda

A China vai receber, esta semana, os ministros dos Negócios Estrangeiros de dez países do sudeste asiático, numa altura de competição por influência regional com os Estados Unidos. A criação do passaporte de vacina está na agenda, assim como a busca pela normalidade regional pós-pandemia

 

A imprensa oficial chinesa informou que a reunião de hoje na cidade de Chongqing, no sudoeste da China, vai abranger questões como o restabelecimento do turismo e outras trocas económicas afectadas pela pandemia da covid-19 e esforços coordenados no combate à pandemia.

Também vai ser abordada a criação de um passaporte de vacina para permitir viagens mais livres entre os países.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, deve reunir separadamente com cada um dos seus homólogos à margem da conferência.

Pequim está a construir influência entre os 10 países que compõem a Associação das Nações do Sudeste Asiático, apesar dos atritos com alguns deles sobre reivindicações territoriais no Mar do Sul da China.

As Filipinas reclamaram repetidamente a presença de barcos chineses ancorados num recife que reclama como seu e a Malásia protestou na semana passada contra a intrusão de 16 aeronaves militares chinesas no seu espaço aéreo, designando o incidente de “séria ameaça à soberania nacional e à segurança do tráfego aéreo”.

O peso económico e diplomático chinês ajudou a superar tais preocupações, no entanto, enquanto o bloco não conseguiu formar uma posição unificada, face à oposição dos aliados chineses, sobretudo o Camboja.

“Nas últimas três décadas, a cooperação China – ASEAN cresceu fortemente, tornando-se o exemplo mais bem-sucedido e dinâmico de cooperação na região da Ásia – Pacífico”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, no domingo, ao anunciar a reunião.

“O facto de os dois lados concordarem em realizar uma reunião, cara a cara, entre os ministros dos Negócios Estrangeiros, e apesar da situação sombria da covid-19 em curso, reflecte como os países atribuem grande importância e mantêm grandes expectativas para as relações China – ASEAN sob as novas circunstâncias”, descreveu.

Mares agitados

Os EUA, que mantêm presença naval activa no Mar do Sul da China e fortes relações com a região, expressaram preocupação com a presença crescente da China, particularmente o seu impacto sobre a segurança e a influência política de Pequim sobre democracias frágeis.

Durante uma reunião com o primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, na semana passada, a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, apontou a construção de novas instalações na Base Naval de Ream pela China e exortou a liderança do Camboja a manter uma política externa independente e equilibrada, “no melhor interesse do povo cambojano”.

A China, porém, considera a presença naval dos EUA a maior ameaça à segurança na região, particularmente a sua insistência em navegar perto do território chinês, no que Washington denomina de operações de liberdade de navegação.

Pequim também se opõe fortemente ao reforço das relações entre os EUA e Taiwan, a ilha autónoma reivindicada pela China.

Washington enviou uma forte mensagem de apoio no domingo, quando três senadores voaram para Taipé, num avião de transporte da Força Aérea, para anunciar que os EUA vão fornecer a Taiwan 750.000 doses da vacina contra a covid-19, depois de a ilha ter reclamado que a China está a atrapalhar os seus esforços para garantir vacinas.

8 Jun 2021

Covid-19 | Cantão impõe novos limites à circulação de pessoas

Os residentes de Cantão, no sudeste da China, não vão poder sair da cidade, a menos que demonstrem que é absolutamente necessário fazê-lo, após dezenas de casos de covid-19 terem sido detectados em diferentes distritos nas últimas duas semanas.

Quem tiver permissão para sair da cidade deve apresentar teste negativo para o vírus realizado nas últimas 48 horas, de acordo com as normas que entraram hoje em vigor. A mesma regra aplica-se a qualquer pessoa que pretenda sair da província de Guangdong.

A cidade também está a restringir refeições em ambientes fechados, a conduzir testes em massa e a colocar em isolamento domiciliário residentes em bairros de alto risco. Pelo menos dois bairros da cidade de 18 milhões de habitantes foram colocados sob quarentena de facto.

A variante que causou o surto de Cantão – a variante delta identificada pela primeira vez na Índia – é supostamente mais infecciosa porque aqueles que a têm demoram mais para exibir os sintomas, enquanto carregam mais partículas do vírus.

Cantão detectou quatro casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China, elevando o total recente para mais de 100 desde 21 de Maio.

7 Jun 2021

Covid-19 | Êxito na prevenção criou falsa segurança e comprometeu taxa de vacinação

Porque é que a taxa de vacinação em Macau continua tão baixa? Académicos ouvidos pela agência Lusa defendem que há uma desconfiança generalizada nas vacinas, uma vez que nunca houve um surto comunitário no território. No caso de Hong Kong, a desconfiança no Executivo é apontada como uma das razões para o facto de uma grande fatia da população não confiar nas vacinas contra a covid-19

 

Académicos especializados na área da saúde ouvidos pela Lusa consideram que a fraca taxa de vacinação em Macau prende-se com a habituação a um ‘novo normal’, mas também à desconfiança das vacinas num território que nunca teve um surto comunitário.

O programa de vacinação começou há quase quatro meses, é gratuito, os residentes podem escolher entre duas vacinas, não faltam doses disponíveis. Contudo, os resultados têm sido muito pouco animadores e até o Governo já admitiu que Macau pode ficar numa “situação embaraçosa”: apenas cerca de 10 por cento da população recebeu as duas doses.

Há mais de um ano, a situação era a oposta: Macau, um dos primeiros locais a registar os primeiros casos, foi considerado um caso de sucesso no mundo, controlou as fronteiras, rastreou os casos suspeitos, impôs pesadas quarentenas obrigatórias a todos os que regressavam, disponibilizou máscaras a toda a população e o seu uso sempre foi generalizado.

Essa receita mostrou-se um sucesso já que Macau detectou apenas 51 casos desde o início da pandemia, não tendo registado qualquer surto local ou infectados entre os profissionais de saúde.

“A falsa segurança não deriva apenas do facto de não haver infecção comunitária em Macau, mas também do facto de haver uma taxa de infecção relativamente baixa na China continental desde que o Governo assumiu o controlo da situação no ano passado”, explicou à Lusa antropóloga e investigadora na área da saúde Loretta Lou.

“O povo de Macau obedece ao uso de máscaras e ao distanciamento social porque estas medidas repercutem-se nos seus conhecimentos leigos sobre higiene pública e na sua experiência anterior com a epidemia SARS” (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China.

Também ouvido pela Lusa, Ray Choy, professor da Faculdade de Humanidades e Ciências Sociais da Universidade Cidade de Macau, disse que os residentes habituaram-se às medidas sanitárias e “por isso não vêem a urgência de tomar a vacina”, frisando ainda que a epidemia no território se encontra estável e isso contribui para que as pessoas se sintam confortáveis.

Em relação à reduzida taxa de vacinação no território, o professor explica que a sensação geral da população de Macau é que a preparação e a produção das vacinas demoraram relativamente pouco tempo em relação a outras vacinas convencionais.

“Penso que a maioria dos residentes ainda está preocupada com a segurança e eficácia”, sublinhou, acrescentando que as pessoas continuam com a abordagem de “vou esperar e deixar ver”. “Acho que o tempo ajudará a que mais pessoas tomem a vacina”, frisou.

Também a antropóloga Loretta Lou refere a desconfiança em relação às vacinas por serem uma novidade, “mas também porque a vacinação não se enquadra na experiência quotidiana das pessoas comuns em matéria de saúde e doenças”.

“As pessoas esquecem que as vacinas salvaram muitas vidas ao longo do último século. É por isso que vemos um crescente movimento anti-vacinas a nível mundial”, explicou, detalhando que no caso de Macau “a maioria dos residentes recebeu a sua vacinação programada quando era bebé”.

“Para aqueles que não tomaram as vacinas contra a gripe sazonal no passado, a vacina contra a covid-19 é a sua ‘primeira vacina desde há algum tempo”, sendo compreensível que as pessoas estejam um pouco preocupadas”.
Contudo, a antropóloga deixa uma crítica às autoridades do antigo território administrado por Portugal: “Os funcionários da saúde pública poderiam ter feito mais educação pública”.

O Governo tem feito constantes apelos à vacinação e já avisou que a fronteira com a China continental pode endurecer restrições.

Casinos ajudam

Nas últimas semanas, e para contrariar a inação dos residentes, os casinos de Macau prometeram dinheiro, dias de férias extra e sorteios para quem se vacinar.

Uma das operadoras de jogo, a Melco Crown, avançou mesmo com uma campanha ‘milionária para a qual destinou 16 milhões de patacas e que contempla a organização de seminários, pagar mil patacas a cada funcionário “plenamente vacinado” e promover ainda sorteios que podem valer seis prémios de um milhão de patacas.

Estes incentivos coincidiram com o surgimento de casos na província de Guangdong, de onde provem a maioria de turistas para Macau e parte substancial da força de trabalho de Macau. Guangdong detectou dezenas de infeções locais desde 21 de Maio, situação que levou as autoridades locais a impor, esta semana, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19, e a isolar bairros inteiros.

“Penso que a população de Macau se sente um pouco confortável demais com o ‘novo normal’, uma vez que os novos casos estão a aumentar rapidamente em Guangzhou e Taiwan. À medida que a sensação de crise se torna iminente, vemos mais residentes a reservar as suas vagas para as vacinas Covid-19 nestes últimos dias”, explicou Loretta Lou.

Por outro lado, Ray Choy faz uma relação directa entre o aumento de residentes que fizeram reservas para vacinação na última semana e o surgimento de novos casos tanto em Guangdong como em Taiwan. “Na semana passada, mais de 40.000 residentes fizeram a reserva para obter a vacina, que é o número mais alto desde que o programa foi introduzido em Fevereiro deste ano”, disse.

Taxa de vacinação em Hong Kong é superior a Macau

Ray Choy afirmou à Lusa que a fraca taxa de vacinação em Hong Kong resulta da desconfiança no Governo, mas em Macau a razão está relacionada com os bons resultados na prevenção da pandemia. Segundo os últimos dados oficiais, 52.246 foram inoculadas com a 1.ª dose da vacina e 68.149 tomaram as duas doses da vacina. Já em Hong Kong, 1.442.878 (22 por cento) de pessoas receberam a primeira dose e 1.059.737 (16,2 por cento) já estão completamente inoculados.

Para o professor da faculdade de humanidades e ciências sociais da Universidade Cidade de Macau, esta é uma questão peculiar já que ambas as populações são chinesas.

“A taxa de vacinação em Hong Kong é um pouco mais elevada do que a de Macau, porque agora temos cerca de 16 por cento das pessoas de Hong Kong que receberam duas injecções da vacinação, o que é um pouco mais elevado do que a de Macau”, detalhou.

“A pandemia em Macau foi contida e controlada bastante bem em comparação com Hong Kong é por isso que os residentes de Macau podem sentir-se um pouco à-vontade e adoptam uma atitude de descontração, esperar para ver e assim por diante”, explicou.

Um caso de sucesso

Macau detectou apenas 51 casos desde o início da pandemia, não registou qualquer surto local ou infectados entre os profissionais de saúde.

Já em Hong Kong, também com bons resultados iniciais, a situação foi menos bem controlada. Desde o início da pandemia da covid-19, a região administrativa especial chinesa registou 210 mortos e 11.848 casos da doença. Ainda assim, o território não regista casos locais da doença há mais de um mês.

A desconfiança em relação às vacinas está na confiança no Governo, disse Ray Choy, que foi Chefe da Unidade Central de Educação em Saúde, Centro de Protecção da Saúde, Departamento de Saúde, Governo de Hong Kong e membro do Conselho Tutelar, Subcomité do Fundo de Promoção e Cuidados de Saúde no território vizinho.

“Os residentes não estão confiantes, ou podem dizer que não confiam no Governo de Hong Kong. Alguns até adoptam uma atitude anti-governo de Hong Kong que pode não ser boa em termos de saúde pública”, disse. “Não estamos a falar de política e questões sociais, estamos apenas a falar de proteger a sua saúde”, afirmou.

A vacinação contra a covid-19 ultrapassou os dois mil milhões de doses em todo o mundo em seis meses, num total de 215 países ou territórios abrangidos, anunciou segundo a Agência France Presse (AFP).

7 Jun 2021

IAS | Creches da zona norte abrem na segunda metade de 2022

Em resposta a interpelação escrita de Song Pek Kei, o Instituto de Acção Social (IAS) revelou que as duas novas creches pensadas para a zona norte de Macau entrarão em funcionamento no segundo semestre de 2022. Os novos serviços de creche que serão abertos nas habitações públicas do Edifício do Bairro da Ilha Verde e da 2ª fase de habitação social de Mong Há irão disponibilizar cerca de 300 vagas.

A resposta vem no seguimento de a deputada se ter mostrado preocupada com as dificuldades da população em obter vagas para que as crianças que vivem nas zonas norte e central possam ingressar numa creche do seu bairro.

Sobre o desajuste apontado por Song Pek Kei entre as vagas existentes e o número de recém-nascidos, o IAS aponta que, tendo em conta as estatísticas, o número de vagas disponíveis é suficiente para as crianças com dois anos.

“Em 2019, nasceram 5.979 crianças e o número actual das creches subsidiadas para crianças de dois anos já é quase igual ao referido número de nascimentos. Nesta conformidade, o número total de vagas disponíveis para crianças de dois anos em todas as creches subsidiadas e privadas irá satisfazer as necessidades das famílias necessitadas”, pode ler-se na resposta de Hon Wai, presidente do IAS.

Sobre as crianças com menos de dois anos, o IAS reiterou a ideia de que podem ficar em casa ao cuidado dos pais.
Segundo o IAS, existem actualmente 66 creches que disponibilizam mais de 10.000 vagas para crianças com idade igual a três meses, mas inferior a três anos.

7 Jun 2021

LMA | Arroz Music Festival com novos concertos até Fevereiro de 2022

A diversidade musical continua a ser a principal imagem do Arroz Music Festival, que tem lugar no LMA. Depois de um concerto protagonizado pelas bandas de rock LAVY e 跳躍號 Scamper, o festival promete trazer, até Fevereiro do próximo ano, vários espectáculos de bandas locais, em formato mini-concerto

 

O Arroz Music Festival, que teve a sua primeira edição o ano passado, promete continuar a apresentar uma variedade de bandas e concertos até Fevereiro do próximo ano, sempre no espaço da Live Music Association (LMA).

Depois do espectáculo protagonizado pelos LAVY e 跳躍號 Scamper no passado dia 29 de Maio, as portas do LMA voltam a abrir-se a 17 de Julho para receber os Rootz e Tronicbeats, numa clara aposta na música electrónica.

Os Tronicbeats apresentam-se como uma “marca [ligada] à música electrónica com vários produtores de música locais e DJs”, mas assumem-se também organizadores de eventos, entre outra actividades relacionadas com o panorama musical. Também Rootz é um evento ligado a um colectivo de músicos, fundado pela cantora Betchy Barros, entre outros, que visa mostrar o que de melhor se vai fazendo na música local.

Segue-se, a 4 de Setembro, o espectáculo com as bandas #FFFF99 e os Frontline Castle. Criados a 29 de Abril de 2011, os Frontline Castle são uma banda rock com cinco elementos que apostam nas suas próprias composições.

Depois da saída de dois membros e de um ano sabático em 2014, a banda voltou ao activo em 2015 graças ao estímulo de um dos membros fundadores, Geoff Churchill. Desde essa altura, têm procurado encontrar uma sonoridade original e têm tocado em diversos palcos na China e em Hong Kong. De acordo com a organização do evento, os Frontline Castle estão “determinados a provar que a banda está de volta e pronta para fazer música”.

Música até Fevereiro

O cartaz prossegue em Novembro, quando, no dia 13, actuam os Náv e o grupo The Hotdog Express. A dupla Náv, fundada por Manuel Variz e Dave Wan, conjuga de forma “hipnótica” as sonoridades extraídas de dois handpans. “A nossa paixão pelo instrumento handpan e o facto de termos a mesma ideologia relativamente à música levou-nos a criar os Náv e a proporcionar algo diferente no contexto de Macau, criando músicas com uma forte índole percussiva aliada a melodias hipnóticas e que proporcionem ao ouvinte uma sensação de transe”, contou ao HM Manuel Variz.

A 18 de Dezembro actuam os Cancer Game com o grupo Sleeping Forest 沉睡森林, já com uma data agendada para o próximo ano. No dia 12 de Fevereiro actuam, também no LMA, o grupo Amulets.石裂符 & B記.

Segundo contou Dickson Cheong ao HM, este cartaz nasceu da vontade dos organizadores do festival de promover pequenos concertos de bandas locais. “O público está mais aberto a estes eventos porque as pessoas não podem sair de Macau. É uma boa oportunidade para que se aproximem dos concertos e da música ao vivo ao invés de apenas ouvirem música no telemóvel”, frisou.

Os bilhetes podem ser adquiridos no website https://1ticks.com/event/arrozmusicfestival e custam 150 patacas, ou 180 patacas se forem adquiridos no dia do espectáculo. O passe para assistir a três concertos do Arroz Music Festival custa 330 patacas, enquanto que para seis concertos tem o valor de 650 patacas. Cada bilhete dá direito a uma bebida.

7 Jun 2021

MNE apoia Polícia e TUI na proibição da vigília para lembrar Tiananmen

O comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês expressou apoio à Polícia e ao Tribunal de Última Instância (TUI) que proibiram a vigília em memória das vítimas dos acontecimentos de Tiananmen”, cuja data é assinalada a 4 de Junho.

Segundo a agência Lusa, a posição de Pequim foi dada a conhecer através de comunicados divulgados apenas em língua chinesa, na noite da passada quinta-feira, em Macau, pelo Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Gabinete de Ligação do Governo Popular Central e Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado.

O comissariado salientou que “a liderança do Partido Comunista da China é a qualidade fundamental do socialismo com características chinesas. Como região administrativa local directamente sob o Governo Popular Central, a RAEM deve respeitar o sistema socialista praticado pelo Estado, respeitar a posição dominante do Partido Comunista da China, tal como estabelecido pela Constituição, e salvaguardar seriamente a ordem constitucional” e lembrou que “os assuntos de Macau são assuntos puramente internos da China, e nenhuma força externa tem o direito de interferir”.

Base sólida

O mesmo é sublinhado na nota do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central, que acrescentou: “A decisão do Tribunal de Última Instância tem uma base constitucional sólida e baseia-se na Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau, e está em conformidade com as disposições legais locais relevantes, com plena legitimidade, necessidade e propriedade”.

A mesma entidade frisou que “as autoridades executivas, legislativas, judiciárias e todos os sectores da sociedade da Região Administrativa Especial de Macau têm a responsabilidade constitucional de salvaguardar a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento do Estado”.

Por fim, o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado assinalou que “apoia firmemente a RAEM na proibição de actos que minam a ordem constitucional de acordo com a lei”.

“Como região (…) directamente administrada pelo Governo Popular Central, a Região Administrativa Especial de Macau deve respeitar o sistema socialista praticado pelo principal órgão do Estado, respeitar o estatuto do Partido Comunista da China, tal como estabelecido pela Constituição, e manter efectivamente a ordem constitucional”, pelo que “quaisquer actos de organizações ou indivíduos que minem a ordem constitucional são ilegais e devem ser firmemente proibidos”.

7 Jun 2021

Covid-19 | Província de Guangdong detecta sete casos locais em 24 horas

A província chinesa de Guangdong detectou sete casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China.

Guangdong detetou dezenas de infeções locais desde 21 de maio passado, situação que levou as autoridades locais a impor, esta semana, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19, e a isolar bairros inteiros em Cantão.

Pelo menos 180 mil pessoas estão em isolamento domiciliário em Cantão, de acordo com o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças.

A China registou ainda 23 casos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste), Pequim (norte) e Tianjin (norte) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Yunnan (sudoeste), Jiangsu (leste), Zhejiang (sudeste), Fujian (sudeste), Sichuan (centro) e Shaanxi (centro).

As autoridades sanitárias também indicaram terem detetado 18 infeções assintomáticas, três por contágio local em Guangdong e as restantes importadas, embora Pequim não as inclua como casos confirmados, a menos que manifestem sintomas.

A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos ativos é de 392, entre os quais dez em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.248 casos e 4.636 mortos.

6 Jun 2021

Do vinho à cortiça, empresários chineses apostam em produtos típicos de Portugal

Reportagem de João Pimenta, da agência Lusa

Em Pequim ou Xangai, do vinho da Madeira à cortiça, pequenos e médios empresários chineses estão a apostar em produtos típicos portugueses, atestando a crescente sofisticação e cosmopolitismo da emergente classe média urbana da China.

No complexo de torres envidraçadas Chaowai SOHO, situado no distrito financeiro da capital chinesa, a recentemente inaugurada Madeira Home (“Casa da Madeira”, em português), ostenta milhares de garrafas de vinho da Madeira, algumas datadas de finais do século XIX.

“Estávamos em busca de algo perdurável e que pudesse até ser herdado pela próxima geração”, explica à agência Lusa a dona do estabelecimento, Zhang Ruoxi.

Zhang, que gere há dez anos anos, em conjunto com o pai, uma empresa de importação de vinho, tinha “dificuldade” em promover produtos devido às suas “características homogéneas”, com “sabores e vinícolas com identidades semelhantes”.

No vinho Madeira, porém, encontrou a “exclusividade” de um “sabor e legado únicos”: a “longevidade” da produção vinícola, com garrafas armazenadas há mais de cem anos, aliada ao espírito de “aventura e exploração” da Era dos Descobrimentos portuguesa.

“O vinho passa de geração em geração: tem um caráter familiar”, explica. “Isso é algo que valorizamos muito”.

Retratos de navegadores portugueses, incluindo Vasco da Gama e João Gonçalves Zarco, o primeiro administrador do arquipélago da Madeira, e painéis de azulejos importados de Portugal, atribuem genuinidade ao estabelecimento.

Embora apenas cerca de 3% da população chinesa beba regularmente vinho, a China é já o quinto maior mercado do mundo, devido à sua dimensão populacional – 1,4 mil milhões de habitantes.

“As pessoas estão cada vez mais interessadas em experimentar novos tipos de vinho. Em Pequim ou Xangai, todas as noites os jovens saem para beber um copo”, observa Zhang.

No espaço de uma década, a China construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, mais de oitenta aeroportos ou dezenas de cidades de raiz, alargando a classe média chinesa em centenas de milhões de pessoas.

O país asiático tornou-se o maior emissor de turistas e o maior mercado para marcas de luxo do mundo. As duas realidades confundem-se: os cerca de 170 milhões de chineses que viajaram para o exterior, em 2019, representaram mais de um terço de todas as vendas globais de bens de luxo, segundo analistas.

Em Xangai, Li Shuhua inaugurou, no ano passado, uma loja dedicada exclusivamente a produtos em cortiça importada de Portugal, após quase 20 anos a trabalhar com aquela matéria-prima como material complementar no calçado ou canas de pesca.

“Um material tão bom era usado apenas como complemento, foi então que pensamos: por que não utilizá-lo como material principal”, conta à agência Lusa.

A marca, designada Kaoge, uma conversão fonética para chinês da palavra inglesa cork (“cortiça”, em português), fabrica e comercializa sapatos, carteiras, bolsas, malas ou chapéus em cortiça.

Huang Xiaomian, o designer da marca, aponta a cortiça como paradigma da economia circular, numa altura em que o ambiente ocupa um lugar cada vez mais importante para os governos e consumidores.

“Se não nos importamos com o meio ambiente hoje, estamos a degradar o ambiente para os nossos filhos”, aponta. “Tudo é um ciclo”.

O designer chinês refere uma “consciencialização cada vez maior sobre a importância da sustentabilidade na indústria têxtil chinesa”, onde “novos regulamentos estão a ditar a transição para material renovável”.

As trocas comerciais entre a China e Portugal aumentaram 4,82% em 2020, em relação ao ano anterior, segundo dados das alfândegas chinesas. Pequim importou mais 19,6%, ou o equivalente a 2,3 mil milhões de euros, face a 2019.

6 Jun 2021

Plano Director VIII – Dos momentos históricos e da ideologia

Por Mário Duarte Duque

 

O espaço urbano demarca-se do espaço natural pela artificialidade, mesmo quando proliferam elementos naturais nas cidades. Por isso, as cidades nunca poderiam ser ingénuas. Só a natureza é ingénua, pois não avalia, não reflecte, não planeia os seus actos. Produ-los automaticamente.

Em expressão disso, Kostof tipificou as cidades quanto ao seu método de génese por cósmicas, práticas e orgânicas.
A cidade orgânica é uma cidade coesa e indivisível. Comporta-se mais como um organismo contínuo do que como uma máquina com componentes especializadas. Depende de uma dimensão ideal e tem interacções próprias que lhe permite de imediato ajustar-se à mudança. Fa-lo mais por via de uma “consciência própria” do que por via de intervenção instrumental. Admite-se que Macau se tenha desenvolvido e caracterizado nesta categoria.

A cidade prática é a cidade a que recorre a instrumentalização para se manter factual e funcional, e depende recorrentemente da actualização dessa instrumentalização para lidar com a intensificação e com a mudança. É feita de componentes especializadas e autónomas, como se de uma máquina se tratasse. A falta de sincronia gera necessariamente disfuncionalidade. De todas as categorias, Kostof designou a cidade prática a menos “mágica”, que podemos também interpretar como a menos rica em deslumbramento.

Admite-se que em Macau já se tenha extinguido qualquer viabilidade de uma cidade orgânica, e que o modelo necessário lançar mão para resolver o ordenamento urbano da RAEM seja necessariamente o da cidade prática. Todavia, dessa constatação resultam duas condições complexas. Desenvolver novos instrumentos directores de ordenamento territorial e, simultaneamente, mudar o paradigma da génese urbana. A equação não parece fácil numa cidade onde pesam atributos históricos.

A cidade cósmica é a cidade ideal. Pauta-se por um diagrama ou um traçado que traduz uma interpretação do universo, onde os atributos podem ascender a um sentido de divino ou de verdade absoluta, muitas vezes articulado com a expressão do poder. Os modelos conhecidos no ocidente foram de apreensão racional, por via de uma grelha que regula todas as hierarquias espaciais e sociais, ou foram de apreensão sensorial recorrendo a eixos visuais e a impressionantes cenários urbanos onde o observador é um participante nessa teatralização.

São estas as cidades onde o ordenamento territorial é mais marcado por um “texto” função de uma ideologia sobrejacente, e que é explícita.

A título de exemplo, foi assim que as três vias do tridente que representa os três poderes da soberania, concentram-se à entrada do palácio de Versailles, e fácil é perceber em quem todos esses poderes convergiam à data. Mas em Washington DC o mesmo tridente já se concentra numa praça pública, e apenas numa das três vias o edifício do Capitólio tem a sua posição.

Como também a abertura da Av. Almeida Ribeiro em Macau se pautou por um momento histórico e por ideologia sobrejacente.

A mesma configuração urbana pode ainda ser simultaneamente expressão de um texto diferente a que chamamos “subtexto” quando, noutro plano de leitura, expressa ainda outro discurso cuja interpretação já é mais estrita.
Exemplo disso é a Baixa Pombalina onde, a par de um modelo racional de índole iluminista e classista, configura um altar maçónico, porque também era esse o pensamento místico dos que aí intervieram

Muitos planos de ordenamento territorial também emergiram de efectivos ou de eminentes cataclismos geográficos ou sociais que acabaram por servir a afirmação de já existentes ou novos status quo.

Desastres naturais e convulsões sociais foram recorrentemente origem catalisadora para a reconstrução aperfeiçoada das cidades, nomeadamente com iniciativas ambiciosas e oportunidade exibir o prestígio das cidades e dos protagonistas dessas transformações.

Muitas das linhas orientadoras dessas medidas são resultado de situações de exaustão, de risco, ou mesmo de colapso. São medidas que em muitas frentes se configuram em sentido de “defesa”, fosse qual fosse o efectivo “agressor”, assim como em sentido de “eficiência”.

Foi assim que as cidades se especializaram em determinadas aptidões. Cidades fluviais desenvolveram conhecimento em hidrologia para fazer face a recorrentes inundações, Lisboa desenvolveu estruturas resistentes a tremores de terra, e Singapura especializou-se numa política de integração étnica, garantindo que a ocupação de cada conjunto habitacional tenha uma correspondência étnica equiparável ​​à média nacional, pois foi esse equilíbrio que esteve na génese da separação de Singapura da Malásia.

Mas também se conhece exemplos do contrário, como foi o caso de Londres, e importa conhecer as razões. Apesar de se terem configurado desenhos inovadores de grande escala para a reconstrução da cidade após o Grande Incêndio em 1666, nenhum prosseguiu. A razão atribui-se à dificuldade em reconfigurar direitos sobre o solo. No entanto, foram feitas melhorias na cidade, nomeadamente na higiene e segurança contra incêndios, com ruas mais largas, construção de pedra e acessos ao Rio.

O mesmo não foi impedimento para que o conhecimento não fosse desenvolvido e viesse a ter utilidade, como efectivamente teve para o estabelecimento e apetrechamento de cidades na América do Norte.
Chegados aqui é legítima a expectativa que o Plano Director de Macau seja particularmente forte nas vertentes que são as principais preocupações da RAEM e, nesse sentido, desenvolva aptidões acrescidas, que desde logo se afiguram serem o saneamento urbano em condições hidrológicas adversas, assim como a habitação e a pressão imobiliária. O que se delinear na vertentes de transportes será em função e em articulação com essas decisões.

Como é igualmente legítima a espectativa de que o pensamento sobrejacente não seja ingénuo e, por isso, as soluções nas vertentes mais importantes não devem ser triviais.

A Proposta de Plano Director pra a RAEM não produziu um “texto” relevante de uma posição ideológica que deve caracterizar o futuro ordenamento territorial, pelo que não é exercício inútil especular sobre possíveis “subtextos”.

Daí é possível extrair que as orlas da RAEM são objecto de mais definição e intervenção, nomeadamente em circulação viária, do que as zonas mais interiores, seja qual for o actual nível de consolidação.

É pela orla do território que será feita a integração definitiva da RAEM no território continental da RPC, como é também esse o alcance temporal do Plano Director. Por isso, não faz sentido que tal integração não seja um ponto forte, senão o mais forte, do “texto” da Proposta de Plano Director, ou que isso se deva extrair de um “subtexto”, sendo que “subtextos” são frequentemente discursos secretos ou enigmáticos.

Assim, trazer esse “texto” à luz do Plano, permitiria estabelecer linhas orientadoras para definir funcionalmente e paisagisticamente essas frentes de integração do território, mesmo quando o ponto de partida ainda só seja a rede viária. Em verdade, mesmo projectando uma estrada regional ponderam-se as opções de traçado que, para além da sua utilidade, tornam a viagem mais aprazível.

Sobrejacente ao acto de ordenar o espaço está, ou deve estar, o pensamento que comanda as regras por que um plano urbanístico se pauta, e que, necessariamente, é reflexo do ordenamento social existente ou em vista.

É por isso impossível interpretar a paisagem urbana à margem de uma narrativa política ou do pensamento no momento histórico. Do mesmo modo que também é impossível não concluir pela ausência de narrativa, quando estamos perante algo ingénuo.

Por isso, a interpretação na vertente ideológica poderá posicionar-nos diferentemente na apreciação de um plano de ordenamento territorial. Mas já nos colocamos solidariamente na mesma posição perante tudo o que se nos apresenta ingénuo, trivial, ou que não releve em discurso urbano.

5 Jun 2021

Despesa pública continua a subir, receita de impostos a cair

A despesa pública em Macau continua a subir e a receita a cair, indicaram os últimos dados divulgados na quarta-feira pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF).

Entre Janeiro e Abril, a receita corrente foi de pouco mais de 17,3 mil milhões de patacas, contra os 24,1 mil milhões de patacas de 2020, um ano económico que afectou fortemente o território devido à pandemia da covid-19.

Desta receita corrente, o Governo arrecadou 12,4 mil milhões de patacas em impostos sobre o jogo, de acordo com o relatório da execução orçamental datado desta quarta-feira. Ou seja, menos 39,6 por cento em relação ao ano anterior, quando foram arrecadadas 20,5 mil milhões de patacas. Também de acordo com os dados da DSF, nos primeiros quatro meses do ano, Macau recolheu 27 por cento da receita projectada para este ano.

Se a receita desceu, a despesa pública subiu. Isto porque este ano a despesa até Abril foi de 26,6 mil milhões de patacas, contra as 23,4 mil milhões de patacas registadas no ano anterior. Também a despesa corrente aumentou de 21,5 mil milhões de patacas em 2020 para 23,2 mil milhões de patacas este ano.

Ao ritmo da pandemia

Desde final de Janeiro de 2020, a pandemia teve um impacto sem precedentes no motor da economia de Macau, ou seja, o sector do jogo, com os impostos sobre as receitas desta indústria a financiarem a esmagadora maioria do orçamento governamental.

Com o aumento de visitantes da China continental, começaram a melhorar este ano os resultados dos casinos, que registaram um recorde de receitas já em Maio, mas ainda assim longe dos montantes arrecadados no período pré-pandémico.

Recorde-se que em Maio de 2021, os casinos de Macau registaram receitas de recorde desde o início da pandemia, tendo aumentado para 10.445 milhões de patacas, ou seja, mais 492,2 por cento em relação a 2020. Ainda assim, o valor representa apenas um terço do montante arrecadado pelos casinos em 2019, indicaram dados divulgados na terça-feira pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Desde o início de 2020 que os orçamentos do Governo de Macau têm sido marcados por sucessivas alterações e por pacotes de estímulo dirigidos às pequenas e médias empresas, à população em geral e ao consumo.

4 Jun 2021

Guangdong detecta 15 casos locais de covid-19

A província de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou 15 casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China.

Guangdong detectou dezenas de infeções locais desde 21 de maio passado, situação que levou as autoridades locais a impor, na segunda-feira, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19.

A China registou ainda nove casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Fujian (sudeste) e Sichuan (centro).

As autoridades sanitárias também indicaram terem detectado 18 novas infeções assintomáticas, cinco por contágio local em Guangdong e as restantes importadas, embora Pequim não as inclua como casos confirmados, a menos que manifestem sintomas.

A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 364, entre os quais sete em estado grave.

3 Jun 2021

Grande Baía | Secretária desafia IFT a manter posição de “liderança”

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, desafiou ontem o Instituto de Formação Turística a manter a posição de liderança na Grande Baía, ao nível da formação de quadros qualificados. A “esperança” foi deixada durante o discurso da cerimónia de licenciatura deste ano dos estudantes do IFT.

“Espera-se que o IFTM acompanhe, de perto, as necessidades de Macau e da Grande Baía, desempenhando ainda mais o seu papel de liderança nos serviços de formação e educação nas áreas de turismo e lazer, no sentido de contribuir para o desenvolvimento contínuo da sociedade”, afirmou.

A secretária apelou ainda à coragem dos alunos para que arrisquem e participem na Grande Baía. “Para abraçar o futuro, não só temos de ter grande coragem, como temos de alargar os nossos horizontes e manter as nossas mentes abertas. A Grande Baía está intimamente ligada à nossa vida, e as oportunidades de desenvolvimento na Grande Baía são únicas para nós”, afirmou. “Os alunos devem aproveitar estas boas oportunidades, atrevendo-se a tentar coisas novas e desenvolvendo as suas potencialidades”, recomendou.

Além do desafio, Elsie Ao Ieong U elogiou o contributo da instituição para a integração de Macau na Grande Baía, através da “base”. “A Base de Ensino e Formação em Turismo para a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, estabelecida pelo IFTM, depois de menos de dois anos de desenvolvimento, já tem acções de cooperação estendidas a Zhuhai, Guangzhou e Shunde, em Foshan, assim concretizando gradualmente o conceito de exportar recursos de formação turística de qualidade para o ‘círculo de formação acessível em uma hora’”, reconheceu.

3 Jun 2021

Renovação Urbana | Contratos milionários para empresas estatais

A empresa Macau Renovação Urbana assinou ontem dois memorandos de entendimento para as obras no Lote P da Areia Preta, que vão garantir a empresas estatais quase 5 mil milhões de patacas.

Em relação à obra mais cara, que envolve a construção das habitações para troca com os lesados do empreendimento Pearl Horizon, os trabalhos vão ser conduzidos pela empresa China Construction Engineering (Macau) a troco de 4,068 mil milhões de patacas. A informação foi divulgada ontem num comunicado da empresa, que apenas comunica em chinês e inglês.

A outra obra implica a construção de habitação para troca, ou seja, as casas que poderão ser utilizadas como forma de compensar os proprietários que participarem no programa do Governo de renovação urbana. Os trabalhos implicam um custo de 878,6 milhões de patacas e foram atribuídos ao consórcio constituídos pelas empresas China Road and Bridge Corporation, Coneer Engineering Limited e Top Design Consultants Company Limited.

Por outro lado, a empresa avançou também que o concurso público para a construção de mais habitações temporárias está em curso e deve chegar ao fim no final deste mês.

Segundo a Macau Renovação Urbana, as obras no Lote P vão criar mais de três mil oportunidades de emprego. A empresa diz ainda estar empenhada em coordenar os diferentes trabalhos de escavação, de forma a evitar ao máximo os condicionamentos no trânsito.

As obras de construção no terreno da Areia Preta, onde ia ser erigido o empreendimento de luxo Pearl Horizon, devem ficar concluídas no final de 2024.

3 Jun 2021

Drenagem | Conselheiros questionam escoamento de águas

A capacidade do sistema de drenagem do território marcou a reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários do Centro, realizada ontem. As opiniões dos membros foram apresentadas, depois de, na terça-feira, várias zonas terem ficado inundadas, após a maior chuvada desde que há registos no território.

Um dos membros preocupado com o assunto foi Ho Weng Hong, considerando que as inundações mostraram que o sistema em várias zonas da cidade não tem capacidade para lidar com chuvas intensas.

Ho alertou também para que os departamentos do Governo devem começar a estudar tão cedo quanto possível o sistema de drenagem e realizar as operações necessárias para aumentar a capacidade nas zonas mais afectadas. Por outro lado, o membro do conselho consultivo apelou às autoridades para fiscalizarem de forma mais activa os despejos ilegais na rede de esgotos e aplicarem as respectivas multas.

Por sua vez, Chui Oi Lei, membro ligada à Associação das Mulheres, perguntou se não teria sido possível emitir o sinal de alerta mais cedo e levantou questões sobre o falhanço da box-culvert da Estação Elevatória de Águas Pluviais do Norte do Porto Interior.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a reunião serviu ainda para se falar da habitação para idosos e Luo Ping defendeu que as rendas cobradas aos membros devem ter por base os rendimentos de cada um. Sobre este assunto, Wu Hang San abordou o envelhecimento da população, e alertou o Executivo para a necessidade de aumentar anualmente e gradualmente o número de habitações para os mais velhos.

3 Jun 2021

Museu do Grande Prémio | Cerca de 12 mil visitantes no período experimental

O Museu do Grande Prémio abriu ontem oficialmente. Apesar de ter capacidade para receber 2.200 visitantes por dia, devido às medidas de prevenção da pandemia vão ser disponibilizadas 1.100 entradas, com um máximo de 284 pessoas por cada período. O Chefe do Executivo presidiu à cerimónia de inauguração.

“Em Março deste ano foram concluídas as obras e deu-se início ao seu funcionamento experimental. No início do funcionamento, os turistas ocupavam cerca de 10 por cento do total de visitantes e têm vindo a aumentar até aos actuais 30 por cento. Até ao final de Maio registaram-se 12 mil visitas, tendo-se ouvido também opiniões de diferentes organizações e residentes para ajustamento e aperfeiçoamento de serviços”, disse a directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, ao discursar na cerimónia de inauguração.

A DST avançou que os inquéritos recolhidos pelo museu mostram que as peças expostas e serviço de visitas guiadas são os elementos que geram maior satisfação entre os visitantes, enquanto o “desafio g-force”, “sentir uma corrida virtual de moto” e “boxes” são os jogos interactivos mais populares. Além disso, prevê-se que no futuro o museu organize workshops para famílias em cooperação com diferentes organizações. O museu está aberto entre as 10h e as 18h, encerrando à terça-feira.

2 Jun 2021

InspirARTE | Nova edição arranca em Julho no CCM com vários espectáculos

O Centro Cultural de Macau (CCM) acolhe, a partir de Julho, uma nova edição do ciclo de actividades InspirARTE, dedicadas a toda a família. Entre os dias 1 e 4 de Julho decorre o espectáculo “Bebés à Solta”, descrito como “multisensorial” e “concebido para meninos de colo acompanhados pelos seus crescidos”. Trata-se de uma “fusão de dança contemporânea, som e artes visuais”, onde a “performance emerge o pequenino público numa pulsante atmosfera artística”.

“Bebés à Solta” é produzido e encenado pela Companhia Infantil D’Arte de Xangai e incentiva “os bebés a interagir com dois bailarinos”, o que “provoca os sentidos e estimula a percepção”. A encenação deste espectáculo faz-se “ao som de uma música original” e desvenda “uma calmante sequência de dança e texturas em movimento”. Trata-se de uma iniciativa que se centra “na inter-relação sensorial entre o corpo, a mente e o meio ambiente que rodeia as crianças”.

Entre os dias 5 e 8 de Agosto acontece o espectáculo “A Lagartinha Muito Comilona”, um original criado por Jonathan Rockefeller e produzido por uma companhia de Xangai. Esta é uma “experiência para os pequenos estreantes no teatro que também vai levar alguns pais a recordar a infância”, inspirando-se “num dos livros infantis mais lidos de sempre”, as “histórias incríveis de Eric Carle.

Também em Agosto, mas entre os dias 26 e 29, acontece o evento “Cinema InspirARTE em Festa”, que tem como objectivo “juntar os miúdos aos pais para partilharem a experiência da sétima arte”. A 29 de Agosto tem lugar “InspirARTE à Solta”, que não é mais do que uma “corrente de eventos criativos e jogos”.

Os bilhetes para estas iniciativas estão à venda a partir de domingo nas bilheteiras do CCM e aos balcões da Rede Bilheteira de Macau. Os bilhetes para o Cinema inspirARTE estarão disponíveis em Julho.

2 Jun 2021