Suicídio | Destacado dia mundial de prevenção

Os Serviços de Saúde (SS) destacaram a celebração, ontem, do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio em 2003.

Numa nota, é referido que foram criadas consultas externas de saúde mental e psicoterapia em nove centros de saúde, dando subsídios a duas instituições sem fins lucrativos para a prestação de serviços de consulta psicológica. Os SS explicam ainda que o Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar Conde de São Januário criou “um mecanismo de contacto urgente com os centros de saúde e as instituições de serviço social para acompanhar e encaminhar os casos” mais prementes.

Além disso, entre os meses de Junho e Agosto Macau acolheu diversas actividades comunitárias para aumentar a consciencialização sobre esta temática. Os SS dizem ainda ter uma colaboração estreita com o Instituto de Acção Social, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude e instituições de serviço social, “a fim de proporcionar os serviços relacionados com a saúde mental, aumentar a acessibilidade contínua dos serviços, e alargar a rede de apoio social”.

Todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados ou considerem que se encontram numa situação de desespero devem ligar para ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.

10 Set 2025

Saúde / IA | Projecto-piloto em Macau e Évora

Um projecto académico entre a Universidade de São José e a Universidade de Évora criou um sistema de inteligência artificial para ajudar profissionais de saúde a acelerar diagnósticos e terapias. O projecto deu origem a uma empresa, sediada no Alentejo, que pretende desenvolver um projecto-piloto em Portugal e Macau em 2026

 

Uma nova empresa tecnológica sediada em Évora quer criar um sistema de inteligência artificial (IA) que ajude profissionais de saúde a determinarem, de forma mais rápida, o diagnóstico e terapêutica dos doentes, revelou na terça-feira um dos responsáveis.

A empresa Trustworthy AI foi criada, este mês, por Paulo Quaresma e Vítor Nogueira, docentes do Departamento de Informática da Universidade de Évora, em conjunto com Jianbiao Dai, da Universidade de São José, em Macau.

“Não pretendemos, nem achamos que seja possível, nem desejável, nem vantajoso qualquer tipo de substituição” dos profissionais de saúde, mas será “um apoio à decisão”, afirmou à agência Lusa Paulo Quaresma.

Segundo o docente e sócio da empresa, o sistema de IA a desenvolver pela Trustworthy AI vai “ter a capacidade de explicar [aos profissionais de saúde] o porquê de chegar a uma determinada proposta diagnóstica ou terapêutica” de uma doente. O sistema de IA vai analisar “os sintomas, a história clínica, o contexto e todas as características” do doente e, depois, explicar a médicos ou enfermeiros, “com níveis de confiança, o porquê de estar a fazer a sugestão”, salientou.

Paulo Quaresma assinalou que a solução terá “o histórico de aprendizagem com muitas situações”, pelo que “pode até, eventualmente, alertar o profissional de saúde para situações que, no momento, podia não estar a ter em conta”. Com este sistema, “há a questão, claramente, de ganhar tempo e de também poder contribuir para melhorar a prestação de serviços de saúde”, considerou.

Olhos no futuro

De acordo com o responsável, o sistema, que pode constituir-se como um apoio aos profissionais de hospitais, centros de saúde e lares, baseia-se em metodologias de IA auditáveis, explicáveis e éticas para lhe conferir “um grau superior de confiança”. Ou seja, terá “a capacidade, por um lado, de começar por explicar exactamente o porquê de chegar a uma determinada geração de uma resposta” e de ser auditável para que “alguém externamente possa, com autorização, fazer uma auditoria para perceber e identificar exactamente todo esse processo”, explicou.

Já instalada num espaço no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), a Trustworthy AI está agora a trabalhar em processos de candidatura a financiamento comunitário do programa regional Alentejo 2030 e a apoios em Macau.

O docente e sócio realçou que a empresa pretende desenvolver, durante o próximo ano, um projecto-piloto no Alentejo e outro em Macau para testar e avaliar a solução, de forma a que, no final de 2026, possa ser alargado a outros locais.

10 Set 2025

Gastronomia | Festival junto à Torre de Macau em Novembro

Decorre no próximo mês de Novembro mais uma edição do Festival da Gastronomia, organizado pela União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau. O evento decorre entre os dias 14 e 30 de Novembro junto à Torre de Macau, na praça do lago Sai Van, e traz um total de 150 bancas.

Segundo o comunicado, Chan Chak Mo, ex-deputado, presidente desta União e responsável pela comissão de organização, avançou que nesta 25.ª edição o número de bancas se mantém semelhante à edição de 2024, sendo que cada edição costuma atrair mais de 200 inscrições de comerciantes ou empresários da restauração.

Além da possibilidade de o público poder desfrutar de petiscos de todo o mundo, a 25.ª edição é tempo de festa e oferece também alguns eventos especiais, como é o caso do “Campeonato Internacional de Chefs de Culinária Chinesa”, que conta com equipas de mais de 40 países e regiões de todo o mundo.

Haverá ainda a I Exposição Internacional de Equipamentos Inteligentes para a Restauração que “abrange os produtos, equipamentos, tecnologias e serviços mais recentes para o sector da restauração e hotelaria”. O anúncio do evento foi feito na terça-feira.

10 Set 2025

Turismo | Arranca novo programa de apoio financeiro

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) recebe, a partir de amanhã, candidaturas a apoios financeiros atribuídos a associações ou entidades que desenvolvam projectos, no próximo ano, na área do turismo comunitário. Trata-se de projectos sobre áreas como “Viajar por Macau”, actividades de promoção gastronómica sobre “Sabores de Macau” e eventos de turismo marítimo, com o nome “Diversões na Orla Costeira”.

As candidaturas podem ser submetidas até ao dia 3 de Outubro, devendo ser apresentadas no website do “Programa de Apoio Financeiro para 2026” da DST. A DST explica, em comunicado, que deverá dar uma resposta aos candidatos em Dezembro deste ano, sendo que as actividades aprovadas serão lançadas entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2026.

Em 2025, foram aprovadas, no âmbito do Programa de Apoio Financeiro, 54 actividades alvo de apoio financeiro, nomeadamente visitas guiadas, feiras, produção gastronómica ou passeios marítimos. Até Agosto deste ano, foram concluídas 25 actividades, estando as restantes actividades a ser lançadas sucessivamente este ano, descreve a DST na mesma nota.

10 Set 2025

Finanças | Shenzhen emite em Macau mil milhões em títulos de dívida

O Governo Popular de Shenzhen emitiu pela primeira vez em Macau títulos de dívida “offshore” no valor de mil milhões de renminbis (RMB), indicou ontem a Autoridade Monetária de Macau (AMCM). A iniciativa das autoridades de Shenzhen foi a primeira emissão em Macau de obrigações verdes destinadas ao combate às alterações climáticas.

Como é habitual nestas situações, a AMCM saudou o sucesso da emissão, “manifestando o seu agradecimento pelo apoio prestado pelo Ministério das Finanças da República Popular da China e pelo Governo Popular de Shenzhen” ao desenvolvimento de novos sectores financeiros de Macau.

A emissão de terça-feira destina-se a investidores profissionais e terá um prazo de três anos e taxa de juro de 1,74 por cento. A AMCM indica que “os fundos angariados serão utilizados em projectos de transporte limpo desenvolvidos em Shenzhen”.

As autoridades realçam que esta emissão de títulos de dívida “offshore” em RMB representa um avanço inovador na colaboração financeira transfronteiriça entre Shenzhen e Macau, sendo também um marco significativo no desenvolvimento do mercado obrigacionista de Macau.

Além disso, é referido que a iniciativa demonstra “a capacidade do mercado obrigacionista de Macau em servir como plataforma de financiamento externo para governos locais e empresas do Interior da China”.

10 Set 2025

Eleições | Detido homem que vandalizou cartaz de Coutinho

Um residente, na casa dos 40 anos, foi detido na tarde de terça-feira, por suspeitas de ter vandalizado um cartaz de campanha eleitoral com um cigarro, uma ofensa que viola a lei eleitoral pelo dano a materiais de campanha.

O caso foi encaminhado para o Ministério Público e, segundo o Corpo de Polícia de Segurança Pública, a lista envolvida, liderada pelo deputado Pereira Coutinho, procura a responsabilização legal do suspeito. As autoridades acrescentam que o suspeito faz biscates, por exemplo, em obras de remodelação ou construção, mora na Ilha Verde e foi identificado através do sistema de videovigilância “Olhos no Céu”.

Quando foi detido na sua residência, os agentes da polícia encontraram um pacote de cigarros da mesma marca das beatas encontradas junto ao cartaz vandalizado, assim como as roupas que usava na altura das acções que levaram à sua detenção.

Quanto à motivação, o suspeito terá afirmado que estava mal-humorado na altura, e que não teve intenção de vandalizar especificamente o cartaz da lista Nova Esperança, nem teve motivações políticas.

Recorde-se que no final da semana passada a lista de encabeçada por Pereira Coutinho apresentou queixas à Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) e à polícia na sequência deste incidente.

10 Set 2025

Sul-coreanas forçadas a prostituir-se durante décadas processam EUA

Mais de 100 mulheres sul-coreanas forçadas a prostituir-se para militares norte-americanos entre as décadas de 1950 e 1980 apresentaram um processo inédito contra os Estados Unidos, acusando-os de violência sexual, anunciaram ontem os advogados das denunciantes.

Dezenas de milhares de mulheres sul-coreanas trabalharam em bordéis aprovados pelo Estado durante este período, de acordo com historiadores e activistas. Os seus clientes eram militares norte-americanos que protegiam os sul-coreanos da Coreia do Norte.

Em 2022, o mais alto tribunal da Coreia do Sul decidiu que o Governo tinha “criado, gerido e operado” ilegalmente estes bordéis para os militares norte-americanos. O tribunal ordenou o pagamento de indemnizações a aproximadamente 120 denunciantes.

Na semana passada, 117 vítimas apresentaram um novo processo, acusando formalmente os militares norte-americanos pela primeira vez e exigindo um pedido de desculpas. Pedem 10 milhões de wons (aproximadamente 6.116 euros) por vítima pelos danos causados e procuram especificamente a responsabilização dos Estados Unidos.

Numa declaração conjunta, os activistas dos direitos das mulheres que apoiam as vítimas alegaram que os militares norte-americanos “ignoraram a Constituição sul-coreana”, privaram estas mulheres das suas liberdades e “destruíram as suas vidas”. “Este julgamento visa responsabilizar tanto o Governo sul-coreano como as autoridades militares norte-americanas”, disse a advogada Ha Ju-hee à agência de notícias AFP.

O processo nomeia formalmente o Governo sul-coreano como réu, uma vez que Seul é legalmente responsável por indemnizar as vítimas de soldados norte-americanos em serviço. Seul deve então procurar o ressarcimento de Washington, disseram os advogados.

Corpo do negócio

Ao contrário das “mulheres de conforto”, abusadas sexualmente pelos soldados japoneses na Segunda Guerra Mundial, as mulheres sul-coreanas entregues aos norte-americanos permaneceram praticamente invisíveis, em parte devido aos fortes laços entre Washington e Seul.

A economia ligada às bases norte-americanas – incluindo bordéis, restaurantes, salões de beleza e bares – representou 25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) da Coreia do Sul nas décadas de 1960 e 1970, segundo os historiadores.

Os Estados Unidos mantêm actualmente 28.500 soldados no país para o proteger da Coreia do Norte, que possui armas nucleares.

10 Set 2025

Supremo tailandês decreta prisão para ex-PM Thaksin Shinawatra

O Supremo Tribunal da Tailândia ordenou ontem que o influente ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra cumpra um ano de prisão, depois de, em 2023, ter passado parte de uma pena por corrupção num hospital em vez de na prisão.

Os 180 dias que Thaksin, figura-chave da política tailandesa nas últimas décadas, passou hospitalizado sob custódia policial alegando problemas de saúde “não podem ser contabilizados na sua pena”, explicou o tribunal num comunicado.

O poderoso ex-governante foi detido para cumprir várias penas pendentes por corrupção em Agosto de 2023, quando regressou à Tailândia, coincidindo com o regresso ao poder do seu partido, o Pheu Thai, depois de ter passado 15 anos no Dubai em fuga da justiça, mas foi-lhe permitida uma hospitalização sob custódia policial.

Thaksin permaneceu no hospital por seis meses e depois aceitou um regime de prisão domiciliária, que terminou em Agosto de 2024.

“O réu beneficiou com a permanência no hospital”, quando “sofria apenas de doenças crónicas que podiam ter sido tratadas em regime ambulatório, sem necessidade de internamento”, decidiu hoje o Supremo Tribunal. O tribunal salientou ainda que Thaksin optou por “submeter-se a cirurgias não urgentes” devido a problemas num dedo e no ombro direito, o que “resultou no prolongamento da sua hospitalização”.

Na sombra

A Justiça tailandesa analisou o argumento de Thaksin sobre os problemas de saúde num momento em que o ex-líder, de 76 anos, mantém uma agenda recheada de viagens ao exterior e aparições em eventos públicos, e é considerado o líder na sombra dos governos do clã político da família Shinawatra, entre eles o de sua filha Paetongtarn.

Na noite da última quinta-feira, o magnata voou de Tailândia para Dubai no seu jacto particular, alegando, mais uma vez, motivos de saúde, o que gerou rumores de que poderia ter fugido novamente. No entanto, Thaksin retornou esta segunda-feira ao país para cumprir a obrigação de comparecer na audiência agendada pelo Supremo Tribunal.

A viagem do ex-governante, inicialmente planeada para realizar um exame médico na vizinha Singapura, ocorreu horas antes da votação realizada na sexta-feira no Parlamento para a eleição de um novo primeiro-ministro depois da destituição de Paetongtarn, da qual saiu vencedor o conservador Anutin Charnvirakul.

Paetongtarn, afastada do poder pelo Tribunal Constitucional por ter criticado o Exército, disse ontem à imprensa à saída do tribunal, onde se deslocou para acompanhar o pai que a “família agradece a clemência real ao reduzir a pena” de Thaksin para um ano.

O patriarca dos Shinawatra passará, em princípio, um ano na prisão, depois de ter sido absolvido no passado dia 22 de Agosto de uma acusação de lesa-majestade, um crime que protege a Casa Real da Tailândia de qualquer insulto e que, nos últimos anos, tem sido utilizado como uma arma legal para desacreditar adversários políticos.

10 Set 2025

Cooperação | China, Rússia e Mongólia realizam manobras conjuntas

China, Rússia e Mongólia realizaram entre 08 e 09 de Setembro o exercício “Cooperação Fronteiriça-2025”, as primeiras manobras conjuntas organizadas pelas forças de defesa de fronteiras dos três países, informou ontem a imprensa oficial chinesa.

O exercício teve lugar numa zona fronteiriça partilhada e focou-se na “prevenção e combate a actividades terroristas e de sabotagem em áreas limítrofes”, segundo a mesma fonte. Durante as manobras, as três partes estabeleceram um posto de comando conjunto em território chinês, sob o princípio de “quem organiza no seu território, lidera”, com consultas multilaterais e comando paralelo.

As actividades incluíram operações de reconhecimento conjunto, bloqueio, ataques coordenados, controlo de danos e entrega de suspeitos, entre outras.

As autoridades chinesas indicaram que o objectivo do exercício foi “elevar o nível de coordenação estratégica, reforçar a capacidade de resposta a ameaças à segurança nas fronteiras e consolidar a confiança mútua”, testando ainda um novo modelo de cooperação fronteiriça.

Após a conclusão do simulacro, representantes dos três países trocaram experiências sobre gestão de fronteiras e mecanismos de controlo.

É a primeira vez que as forças de defesa de fronteiras da China, Rússia e Mongólia participam num exercício conjunto deste tipo, que, segundo Pequim, visa “demonstrar uma cooperação pragmática e aprofundar a amizade tradicional” entre os três países vizinhos.

10 Set 2025

Coreia do Norte | Xi felicita Kim Jong-un pelos 77 anos do país

O Presidente chinês, Xi Jinping, enviou ontem uma mensagem de felicitações ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, por ocasião do 77.º aniversário da fundação da Coreia do Norte, reiterando a vontade de Pequim em manter e desenvolver os laços bilaterais.

Na mensagem, divulgada pela televisão estatal chinesa, Xi assinala que, nas últimas décadas, a Coreia do Norte “tem impulsionado o desenvolvimento dos seus projectos socialistas”, e expressa confiança na capacidade do país para enfrentar com sucesso os próximos desafios políticos e económicos.

O chefe de Estado chinês recorda que a China e Coreia do Norte são “vizinhos tradicionais unidos por montanhas e rios” e sublinha que “manter, consolidar e desenvolver” os laços bilaterais constitui uma “estratégia inabalável” para Pequim.

Xi mencionou ainda a recente visita de Kim a Pequim para participar nas celebrações do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, ocasião em que ambos os líderes se reuniram e “traçaram uma rota” para a cooperação futura. O líder chinês afirmou estar disposto a “reforçar a comunicação estratégica” com Pyongyang e a “avançar lado-a-lado” para contribuir para a paz e estabilidade na região.

10 Set 2025

BRICS | Xi afirma que Sul Global deve fazer-se ouvir

O líder chinês participou na reunião virtual extraordinária convocada pelo Brasil e voltou a apelar ao trabalho conjunto em prol do multilateralismo

 

O Presidente chinês afirmou segunda-feira que o bloco BRICS deve “fazer ouvir a voz do Sul Global”, opor-se a “qualquer forma de proteccionismo” e trabalhar em conjunto para enfrentar “desafios externos”.

“As guerras comerciais estão a acelerar e o grupo BRICS [que integra Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] deve manter-se forte na defesa do multilateralismo”, defendeu Xi Jinping, no discurso proferido no início desta reunião extraordinária virtual, convocada pelo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

O chefe de Estado chinês sustentou também que é necessária “mais democracia nas relações internacionais e fazer ouvir a voz do Sul Global”, ao mesmo tempo insistindo em que o grupo de economias emergentes deve demonstrar “solidariedade e cooperação em prol do desenvolvimento comum” para “enfrentar os desafios exteriores”.

O BRICS é um grupo criado em 2009, actualmente composto por 10 economias emergentes e que funciona como um fórum de articulação e cooperação do Sul Global, centrado no desenvolvimento económico, político e social.

Além dos cinco fundadores, tem como Estados-membros: Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irão.

O líder chinês sublinhou que “o hegemonismo, o unilateralismo e o proteccionismo estão cada vez mais descontrolados” e que “as guerras comerciais e tarifárias conduzidas por um determinado país [Estados Unidos] estão a perturbar gravemente a economia mundial e a minar as regras do comércio internacional”.

“Só conseguiremos enfrentar estes desafios se formos capazes de gerir os nossos próprios assuntos em primeiro lugar”, afirmou, antes de salientar que “os BRICS representam cerca de metade da população mundial, cerca de 30% da produção económica global do mundo e um quinto do comércio global”.

“Quanto mais trabalharmos juntos, mais resistentes seremos perante os desafios. A China está pronta para trabalhar para reforçar a cooperação e aproveitar os pontos fortes de cada membro para trazer mais benefícios práticos aos nossos povos”, acrescentou.

Em conjunto

Xi vincou que os países não podem prosperar sem um ambiente internacional aberto e que “nenhum país pode dar-se ao luxo de se retirar para um isolamento auto-imposto”.

“Independentemente da evolução da situação internacional, temos de continuar empenhados em construir uma economia global aberta, partilhar oportunidades e alcançar uma cooperação assente no benefício mútuo”, afirmou.

O Presidente chinês destacou igualmente a necessidade de serem “mais práticos e mais produtivos” e de “salvaguardar um sistema internacional com as Nações Unidas no seu centro”, a partir do qual possa “defender-se o multilateralismo”.

“Devemos também defender uma globalização inclusiva, na qual os países do Sul Global possam participar em pé de igualdade, e salvaguardar a ordem económica e comercial internacional. A globalização é a tendência histórica, devemos continuar empenhados numa economia global e opor-nos a todas as formas de protecionismo”, sustentou.

A cimeira extraordinária do bloco, que reúne as principais economias do Sul Global, decorre num contexto de tensões sobre a guerra comercial conduzida pelo Governo do Presidente norte-americano, Donald Trump.

A anterior cimeira do grupo realizou-se em Julho de 2025 na cidade brasileira do Rio de Janeiro, e a próxima cimeira estava agendada para 2026 na Índia.

10 Set 2025

Banda desenhada | Associação “Somos!” lança competição para residentes

A “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa”, lança em Outubro uma competição de artes visuais, mais concretamente de banda desenhada, a pensar num público de residentes jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos. Esperam-se trabalhos com tema livre, contando também com um workshop de Wesley Chan, presidente da Hyper Comic Society, e com o cartoonista local Rodrigo de Matos

 

Está quase a surgir uma competição para os amantes de artes visuais e usam esta forma artística para expressar a sua visão. Trata-se do concurso “BD-Macau”, promovido pela “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” (Somos – ACLP), que será lançado em Outubro.

Trata-se de uma competição direccionada para um público jovem local, pretendendo-se, segundo uma nota da associação, “incentivar a criação de banda desenhada original” sobre o território.

Naquela que será a primeira edição deste concurso, que se pretende bi-anual, o tema é livre. O evento será precedido por um workshop dirigido pelo cartoonista local Rodrigo de Matos, nome habitual dos cartoons editoriais publicados no jornal Ponto Final e também no semanário português Expresso, e ainda Welsey Chan, presidente da Hyper Comic Society, que prometem relevar todos os segredos e mestrias para desenhar um bom cartoon ou banda desenhada.

O prazo de inscrições decorre até ao dia 5 de Outubro, sendo que os trabalhos finais deverão ser submetidos de 12 de Outubro a 30 de Novembro.

Os participantes têm de ser residentes de Macau, com idades compreendidas entre os 15 e 25 anos. Cada trabalho deve ter no mínimo quatro pranchas, utilizando-se a narração por imagens e a linguagem típica da banda desenhada. As especificidades socioculturais de Macau devem ser destacadas, com a acção das “histórias aos quadradinhos” a desenrolar-se na cidade, ilustrando-se a sua paisagem urbana. No caso de haver incorporação de texto, este deve ser escrito numa das línguas oficiais, o chinês ou português. Podem ser submetidos a concurso trabalhos originais feitos anteriormente, desde que nunca tenham sido premiados.

O workshop decorre a 11 de Outubro, esperando-se que os participantes possam “aprender ou consolidar as técnicas básicas de desenho e de criação de personagem, assim como de desenvolvimento de narrativa para este género literário”.

Uma estreia

Não sendo o primeiro concurso da “Somos!”, que já apresentou iniciativas na área da fotografia ou do desenho, com uma ligação ao mundo da lusofonia, esta é a primeira vez que se apresenta um concurso virado para a BD.

Com este projecto, a associação pretende apoiar o desenvolvimento criativo na área do desenho e ilustração e impulsionar o surgimento de mais obras locais nesta expressão artística, é referido na mesma nota.

O júri irá escolher o grande vencedor e os segundo e terceiro classificados, sendo-lhes atribuídos, respectivamente, prémios pecuniários de 7000, 4000 e 2000 patacas.

Além disso, uma eventual edição em livro de algumas das bandas desenhadas a concurso poderá ser considerada, mediante uma avaliação qualitativa prévia por parte do júri e da Somos – ACLP. A associação visa, assim, contribuir para o aumento de livros produzidos e editados em Macau, bem como para o registo imagético e escrito do progresso da cidade e das suas mutações.

Com a organização da Competição de Arte Visual: “BD-Macau”, a Somos – ACLP pretende celebrar Macau e a sua riqueza arquitectónica e histórica, como local de confluência cultural e base sino-lusófona. As inscrições devem ser feitas através da página electrónica da Somos – ACLP.

10 Set 2025

Contrabando | Seis casos em sete dias

Os Serviços de Alfândega (SA) relevaram que durante a Operação Trovoada 2025, entre 29 de Agosto e 4 de Setembro, os agentes alfandegários descobriram seis casos de tráfico e transporte ilegais nos postos fronteiriços das Portas do Cerco e de Hengqin.

Segundo o comunicado, os SA apreenderam um total de mil conjuntos de movimentos de relógio (mecanismos que fazem o relógio funcionar), 142 quilos de alimentos não inspeccionados, 34 telemóveis antigos, três vinhos chineses baijiu, um inalador de cigarro electrónico e 117 cartuchos de cigarro electrónico. Os seis contrabandistas têm idade entre 29 e 70 anos e o grupo é constituído por residentes de Macau e do Interior.

Três contrabandistas foram multados ao abrigo da lei do comércio externo, e os casos de outros dois contrabandistas foram encaminhados para o Instituto para os Assuntos Municipais devido à violação das normas de controlo sanitário e fitossanitário. Um outro contrabandista, foi encaminhado aos Serviços de Saúde devido à violação do regime de prevenção e controlo do tabagismo.

10 Set 2025

Burla | Estudante perde 1,3 milhões de dólares de Hong Kong

Uma estudante de Macau a estudar no Interior da China foi alvo de uma burla, com perdas de 1,37 milhões de dólares de Hong Kong, depois de ter acreditado nos burlões que se fizeram passar pela polícia.

Segundo o jornal Ou Mun, a mãe da vítima foi contactada por um banco de Macau, no final mês passado, porque foram verificados movimentos suspeitos na conta bancária da filha. Segundo os funcionários da instituição local, a conta que a mãe tinha criado para a sua filha estava sem saldo, devido a várias transferências suspeitas.

Após a mãe ter confrontado a filha, esta confessou ter transferido o dinheiro para financiar a investigação criminal no Interior, porque lhe tinha sido dito que tinha praticado crimes. A filha confessou também ter omitido a situação da mãe, a pedido dos burlões, e reconheceu ter pedido dinheiro à família com a desculpa que precisava de fazer uma prova de meios de subsistência no exterior, para obter um visto de estudante, quando o objectivo era transferir os fundos para “a polícia”.

Por último, a vítima contou que nunca partilhou o sucedido com a família, depois de ter sido contactada, devido ao pedido “dos polícias”, que lhe disseram para manter toda a investigação em segredo. A PJ está a investigar o caso.

10 Set 2025

Infiltrações | Inspecções podem custar mais de 5 milhões

O Laboratório de Engenharia Civil de Macau mostrou-se disponível para fazer a inspecção às infiltrações nos edifícios controlados pela Direcção de Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU), por um preço de 5,67 milhões de patacas. A informação consta do portal da DSSCU e a proposta foi apresentada no âmbito de uma consulta por escrito a esta entidade.

O preço prevê a prestação dos serviços durante o período de um ano, entre Setembro e Agosto de 2026. No entanto, à data de ontem, a DSSCU ainda não tinha avançado a adjudicação do serviço.

O Laboratório de Engenharia Civil de Macau foi criado em 1988 com o objectivo de fornecer às empresas de construção civil e à sociedade de Macau apoio técnico em engenharia civil, testes laboratoriais e serviços de calibração.

10 Set 2025

Função Pública | Aberto curso de habilitação para chefe de divisão

Realizou-se ontem a cerimónia de abertura do Curso de habilitação para o exercício do cargo de chefe de divisão, co-organizado pela Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) e pela Universidade de Macau (UM). O curso terá a duração de cinco semanas e os formandos foram propostos pelos próprios serviços e entidades tutelares.

A directora do SAFP, Leong Weng In, afirmou que foram introduzidas optimizações neste curso, acrescentando precisão na definição de objectivos e maiores exigências, tendo em conta “a experiência adquirida nas últimas cinco edições do Curso de Formação de Liderança para os Trabalhadores dos Serviços Públicos”.

A responsável vincou também o compromisso do Governo com a continuidade deste tipo de cursos para “formar quadros qualificados em prol do reforço da constituição da equipa de governação”.

Leong Weng In lançou um repto aos 29 formandos para se dedicarem aos estudos, “inspirarem-se mutuamente e progredirem em conjunto, para que, quando regressarem ao trabalho, possam aplicar o que aprenderam e impulsionar a melhoria contínua dos serviços públicos prestados”.

Segundo o Executivo, os formandos do curso são “provenientes de diversas áreas de governação, possuem excelentes competências e potencialidades”, com bom desempenho no trabalho.

9 Set 2025

Visita | Câmara de comércio pede aproveitamento de tensões comerciais

Integrado na comitiva de Luís Montenegro à China, Japão e Macau, Bernardo Mendia, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, defende que Portugal deve aproveitar as tensões comerciais actuais para atrair mais investimento chinês, aproveitando Macau como plataforma

 

As tensões comerciais entre a Europa, os Estados Unidos da América (EUA) e a China abrem uma janela de oportunidade para Portugal atrair investimento industrial chinês, defendeu ontem, em Pequim, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, Bernardo Mendia.

Em declarações à agência Lusa, à margem da visita do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, ao país, Mendia destacou diversas áreas em que as empresas chinesas são competitivas e que coincidem com prioridades europeias, como a transição energética.

“Energias renováveis, veículos eléctricos, baterias, armazenamento de energia, tecnologias associadas ao 5G e a inteligência artificial são áreas em que Portugal deve dar a mão e aproveitar o facto de termos Macau como ponte”, frisou.

A Comissão Europeia impôs taxas de até 35 por cento sobre fabricantes de carros eléctricos chineses, para evitar concorrência desleal face às subvenções atribuídas pelo Estado chinês. Isto criou um incentivo à deslocalização da produção para a Europa. A fabricante chinesa BYD prevê inaugurar uma nova fábrica no sul da Hungria, num investimento avaliado em 4 mil milhões de euros. A China acumula também já mais de 10 mil milhões de euros em investimentos em Espanha, nas áreas dos veículos eléctricos e da energia verde.

A CALB (China Aviation Lithium Battery), uma das maiores fabricantes chinesas de baterias, confirmou em Fevereiro passado um investimento de dois mil milhões de euros em Portugal, para a construção de uma fábrica de baterias de iões de lítio em Sines, no âmbito da estratégia de expansão europeia.

Referindo-se ao investimento da CALB, Mendia considerou que esse é o tipo de projecto que “deve ser multiplicado”. “Temos de recordar, nesta visita, as vantagens de Portugal para acolher este tipo de investimento. Não só atrai capital, como gera emprego qualificado, novas receitas fiscais e exportações futuras”, afirmou.

A concorrência

Bernardo Mendia lembrou que Portugal chegou a atrair bastante investimento chinês em anos anteriores, mas que a concorrência aumentou, nomeadamente de Espanha e da Hungria, e que “é preciso mais”.

A guerra comercial entre Pequim e Washington ameaça penalizar a produção chinesa de quase todos os produtos exportados para os EUA, incentivando os fabricantes chineses a deslocar produção para contornar as tarifas, actualmente fixadas em 30 por cento, como resultado de uma trégua temporária entre ambos os lados.

“É uma forma de contornar essas barreiras, mas também de gerar boa vontade e relações duradouras, tal como a Europa fez quando deslocalizou produção para a China há 20 ou 30 anos”, afirmou.

Mendia advertiu, contudo, que é preciso ter noção das diferentes escalas entre os dois países. “Portugal não tem a mesma capacidade industrial instalada. Para cada 140 empresas chinesas que investem em Portugal, nós, para sermos proporcionais, traríamos uma”, ilustrou.

Durante a permanência na China, a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa participa em várias feiras e fóruns, como a China International Fair for Trade in Services (CIFTS) e a cimeira da Iniciativa Faixa e Rota, em Hong Kong.

“Queremos mostrar que Portugal está aberto à colaboração e transmitir oportunidades concretas. Por vezes resultam contactos com empresas, outras vezes com governos locais chineses que também procuram investimento estrangeiro para os seus municípios”, indicou.

“O que os chineses procuram é viabilidade. E a nossa missão é apresentar Portugal como uma alternativa estável e aberta, num momento em que a tensão comercial e o proteccionismo estão a crescer”, concluiu.

Bernardo Mendia considerou que a visita de Montenegro “é sempre muito positiva”, sublinhando que “já não havia uma visita deste nível desde 2016”. “A presença do primeiro-ministro tem muito peso, sobretudo do lado chinês. Portugal tem essa tradição de boas relações com várias culturas e esta viagem, que inclui também Macau e o Japão, reflete isso mesmo”, afirmou.

9 Set 2025

China | Montenegro espera frutos de “relação próxima” com a Rússia

O primeiro-ministro português disse ontem, num encontro com o Presidente Xi Jinping, que espera que a “relação próxima” entre a China e a Rússia ajude a alcançar um acordo de paz na Ucrânia. De visita oficial à China, com passagem por Macau, Luís Montenegro realçou papel fundamental da China no contexto global

 

O primeiro-ministro português afirmou ontem, perante o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, que conta com a sua relação próxima com a Rússia para “construir uma paz justa e duradoura” na Ucrânia.

Luís Montenegro fez estas declarações no início do primeiro dia da visita oficial à China, durante o encontro com Xi Jinping, do qual os jornalistas só puderam gravar os primeiros três minutos. “Não posso deixar de, em nome do Governo de Portugal, transmitir ao Sr. Presidente que contamos muito com o vosso contributo e a relação próxima que a China mantém com a Federação Russa para podermos, o mais rápido que seja possível, construir uma paz justa e duradoura na Ucrânia”, afirmou.

Antes, Montenegro sublinhou que, no contexto internacional, Portugal e a China têm mantido “em muitas ocasiões uma base de cooperação e de partilha de valores”. “A China tem um papel fundamental no contexto global e internacional, é membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e nós esperamos o vosso contributo para podermos construir pontes entre povos, aproximar alguns daqueles que se encontram em conflito, promover a paz, promover o multilateralismo, promover o respeito pelos direitos humanos”, afirmou o político português.

Montenegro disse estar confiante de que o apelo que dirigiu ao Presidente da China, sobre o conflito Rússia-Ucrânia, vai ser ouvido. “Creio que o apelo, vindo de um país amigo, vindo de um país da União Europeia (UE), vindo de um país, como o Sr. Presidente Xi Jinping enfatizou também, que tem uma identidade de valores e de percurso, não cairá em saco roto”, afirmou.

Dizendo não poder responder pelo Presidente da China, Montenegro manifestou-se convicto de que Portugal tem feito o que lhe é exigido quanto a este conflito.

“A minha convicção é que, à nossa dimensão e sem nenhum tipo de pretensiosismo, nós fazemos aquilo que se exige a uma nação com a história e com a respeitabilidade internacional que Portugal tem. Nós somos construtores de pontes, nós somos protagonistas da aproximação entre povos, nós somos defensores da paz, defensores dos valores, do respeito pelos direitos das pessoas”, sublinhou.

Montenegro considerou que, no encontro com Xi Jinping, se limitou “a ser franco, leal e directo no apelo” para que a capacidade de influência da China possa ser desenvolvida e “trazer resultados práticos” para a Ucrânia.

Luís Montenegro referiu também que “é com muito gosto” que realiza esta visita oficial à China, depois de breves declarações do Presidente chinês, Xi Jinping.

“Como o Sr. Presidente afirmou, Portugal e a China têm uma relação fundada numa história que partilharam com vários momentos em comum, mas também uma relação virada para o futuro. Recordo bem a visita do Sr. Presidente a Portugal há sete anos e quero transmitir-lhe também os cumprimentos do Sr. Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa”, disse.

Bons amigos

O primeiro-ministro português manifestou concordância com as palavras de Xi Jinping sobre a forma como decorreu a transição da administração de Macau de Portugal para a China, em 1999.

“Tivemos na transição de Macau uma boa expressão da forma como conseguimos convergir e conseguimos garantir a identidade cultural e o relacionamento entre a região administrativa especial de Macau, com Portugal e com a China”, disse.

No encontro de ontem, Xi Jinping disse que “Portugal é um bom amigo da China”, referindo ser “um prazer” conhecer o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

“Seja bem-vindo na visita à China. Lembro que em 2018 eu fiz uma visita de Estado a Portugal, que me deixou uma bela impressão, e profunda”, disse, aproveitando para pedir a Montenegro que transmita ao chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, “sinceros cumprimentos”, de acordo com a tradução simultânea para português das suas declarações.

O Presidente chinês salientou que China e Portugal “são países com profunda história, e os dois povos possuem idiossincrasia, abertura, inclusão, progresso e autonomia”, defendendo que “Portugal desempenha um papel importante e singular no palco internacional”.

Xi Jinping destacou ainda “o papel importante” desempenhado por três antigos primeiros-ministros portugueses nos assuntos internacionais e regionais.

“O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e o ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso. Eu tenho boas relações com eles”, frisou.

Na breve declaração, o Presidente chinês afirmou que “Portugal é bom amigo da China” e considerou que ambos os países resolveram “de forma adequada a questão de Macau através de negociações amistosas”.

“Portugal também foi o primeiro país da Europa Ocidental a assinar com a China actos de cooperação no âmbito da iniciativa ‘Uma faixa, uma rota”, e o primeiro país da Zona Euro que emitiu títulos” na moeda chinesa, disse.

Uma ajudinha na crise

Por sua vez, Luís Montenegro agradeceu o apoio da China a Portugal durante o período da crise financeira. “Ao nível da nossa cooperação económica bilateral, é meu dever dizer-lhe que não nos esquecemos, pelo contrário, temos muito bem presente e respeitamos a aposta que a China desenvolveu na economia portuguesa, num dos momentos mais críticos do nosso país, aquando da crise financeira”, afirmou.

Tal como tinha sido destacado momentos antes pelo Presidente da República Popular da China, também Montenegro considerou que, nos últimos anos, os dois países reforçaram laços “em vários sectores da economia, da energia à banca, da saúde ao abastecimento de água”. “A nossa convicção é que podemos continuar a trilhar esse caminho na base da confiança”, disse o primeiro-ministro.

Luís Montenegro aterrou em Pequim ao início da tarde de segunda-feira, num momento fechado à comunicação social, e não teve qualquer agenda pública nesse dia. A agenda oficial do primeiro-ministro começou ontem de manhã com uma cerimónia de deposição de uma coroa de flores no monumento aos Heróis do Povo, na Praça Tiananmen, em que esteve acompanhado pela mulher e pelos três ministros que integram esta visita: Paulo Rangel, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Manuel Castro Almeida, ministro da Economia e da Coesão Territorial, e Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia.

Além do encontro com Xi Jinping, Luís Montenegro reuniu-se antes com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji.

Ao final da tarde, o chefe do Governo português teve um encontro de trabalho com o homólogo chinês, Li Qiang, também no Grande Palácio do Povo, tendo seguido para Macau, onde tem hoje agenda apenas na parte da manhã. Amanhã e sexta-feira, Montenegro fará uma visita oficial ao Japão, com passagens por Tóquio e Osaka.

Medir o pulso

Ao HM, o analista Tiago André Lopes, professor auxiliar responsável pela área de estudos sobre a Ásia na Universidade Lusíada do Porto, defendeu que “Lisboa e Pequim partilham visões bastante diferentes no que concerne aos conflitos internacionais”. De frisar que Montenegro visita a China quando passam poucos dias sobre a realização da cimeira da Organização da Cooperação de Xangai, que decorreu na cidade chinesa de Tianjin, e onde foram discutidos conflitos Gaza ou Rússia-Ucrânia.

“Podemos notar que Lisboa é displicente na questão palestiniana, parecendo pouco incomodada com a barbárie que se abate sobre os palestinianos; enquanto a China se posiciona num espectro diferente de Portugal na Guerra da Ucrânia. O que é que isto nos diz? A viagem será muito focada na dimensão de diplomacia económica e muito menos na chamada diplomacia tradicional”, defendeu o analista.

Tiago André Lopes considera que Portugal poderia aproveitar esta viagem pela Ásia “para se autonomizar um pouco da dependência do eixo Bruxelas-Washington e ganhar espaço de manobra integrando a força de Pequim”, embora considere que “o actual Governo aposta num Atlanticismo-Europeísta sem ambições globais”.

Questionado sobre a questão do 5G, que pautou a relação Portugal-China nos últimos meses, Tiago André Lopes entende que a ida de Montenegro a Pequim serve para “minimizar o impacto” dessa questão e “tentar alavancar a cooperação económica entre os dois países”.

“Um elemento que poderá ajudar a medir o pulso da visita do Primeiro-Ministro de Portugal será a assinatura de documentos. Serão assinados Memorandos de Entendimento (que geralmente não são vinculativos), ou Acordos Comerciais? Ou apenas notas de imprensa vagas? Este será o melhor barómetro, para além das palavras de circunstância que naturalmente serão proferidas”, destacou.

Investimentos | Montenegro diz que Portugal é “confiável e confiante”

Luís Montenegro afirmou ontem que, durante a visita oficial à China e depois ao Japão, quer trazer a mensagem de que Portugal “é um país confiável e confiante” para investimentos económicos.

Segundo o primeiro-ministro, o programa “congrega a oportunidade que o primeiro-ministro português tem de conversar e interagir directamente com o presidente da Assembleia Nacional da República Popular da China, com o Presidente da República, com o primeiro-ministro”.

“Ao mesmo tempo que o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, o ministro da Economia e a ministra do Ambiente e Energia interagem bilateralmente com os seus congéneres e também com empresários e empresas chinesas que operam em Portugal e com empresas portuguesas que operam na China”, acrescentou.

Para Montenegro, o facto de as visitas estarem a ser feitas “com alguma compressão em termos de durabilidade” – quatro dias divididos entre China e Japão – deve ser visto por outra perspectiva.

“É apenas o registo de que nós somos capazes de fazer tudo isto em simultâneo, somos capazes de partir daqui para Macau, somos capazes de Macau partir para Tóquio e para podermos, nesta área geográfica, trazer a mensagem de que Portugal é um país confiante, é um país confiável, é um país para onde vale a pena olhar e que também olha para o mundo”, defendeu.

Montenegro salientou ainda que Portugal já “usufrui de vários investimentos que têm origem na China e que têm sido alavancas para a transformação e desenvolvimento económico de Portugal”.

“É a nossa pretensão contribuir com esta nossa vinda cá para podermos também abrir portas a que mais empresas portuguesas possam encontrar no mercado chinês o destino dos seus produtos e, por via disso, também aumentar a nossa quota de exportação para esta geografia”, afirmou. A.S.S. / Lusa

9 Set 2025

Kiang Wu | Hospital planeia expansão do museu

A directora do Hospital Kiang Wu, Ung Pui Kun, revelou que está a planear expandir o museu para poder exibir mais conteúdos.

Em declarações à emissora RTHK, de Hong Kong, Ung afirmou ainda que está a ser estudada a prolongação do horário de funcionamento do museu, na sequência de ser classificado como o segundo memorial de guerra contra a agressão japonesa de nível nacional em Macau pelo Conselho de Estado da República Popular da China.

Segundo a Rádio Televisão de Hong Kong, a responsável apontou que os guias do museu são os funcionários e a equipa médica, por isso o hospital vai reforçar as acções de formação para que conheçam bem a história que devem transmitir aos residentes. Ung Pui Kun também espera que mais pessoas conheçam as contribuições históricas de Macau durante a guerra sino-japonesa através do museu, como a operação do resgate secreto de Hong Kong.

9 Set 2025

ONU | Líderes israelitas acusados de “retórica genocida”

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusou ontem líderes israelitas de “retórica genocida” em relação à Faixa de Gaza, apelando à comunidade internacional para que impeça um genocídio no território palestiniano.

“Estou horrorizado com o uso aberto da retórica genocida e com a vergonhosa desumanização dos palestinianos por parte de altos funcionários israelitas”, disse Volker Türk na abertura da 60.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.

O Alto-Comissário apelou a “acções imediatas para pôr fim à carnificina”, afirmando que a comunidade internacional “está a falhar no seu dever”.

“Estamos a falhar com o povo de Gaza. Onde estão as medidas decisivas para prevenir o genocídio? Porque é que os países não estão a fazer mais para prevenir estes crimes atrozes?”, declarou.

“A região clama por paz. Gaza é um cemitério”, disse Volker Türk.

O território palestiniano, sitiado por Israel, está devastado e a sofrer com a fome, segundo a ONU. O exército israelita, que afirma controlar aproximadamente 75 por cento da Faixa de Gaza e 40 por cento da Cidade de Gaza, indicou a sua intenção de tomar esta última, a maior cidade do território, situada a norte do enclave.

A ofensiva israelita foi lançada na Faixa de Gaza em resposta a um ataque realizado em solo israelita em 07 de Outubro de 2023 pelo grupo islamita palestiniano Hamas.

Passar à acção

“Os massacres de civis palestinianos em Gaza por parte de Israel; o sofrimento indescritível e a destruição massiva infligida; a obstrução do fornecimento de ajuda humanitária adequada e a consequente fome de civis; os assassinatos de jornalistas, funcionários da ONU e de organizações não-governamentais (ONG), e os crimes de guerra que comete, chocam a consciência do mundo”, disse Türk.

O Alto-Comissário apelou aos países para que “interrompam o fluxo de armas para Israel, arriscando infringir as leis de guerra; que “exerçam a máxima pressão para garantir um cessar-fogo, a libertação de reféns e pessoas detidas arbitrariamente; e a entrada de ajuda humanitária suficiente em Gaza por todos os meios ao seu dispor”.

Türk pediu ainda que a comunidade internacional tome “medidas decisivas para se oporem à tomada militar de Gaza planeada por Israel e à anexação acelerada da Cisjordânia ocupada”. Logo após o regresso do Presidente norte-americano, Donald Trump, à Casa Branca, Israel, tal como os Estados Unidos, deixou de participar nos debates perante o Conselho dos Direitos Humanos.

9 Set 2025

BRICS | Xi Jinping participa em cimeira virtual

A China confirmou a participação do Presidente chinês, Xi Jinping, numa cimeira virtual extraordinária do bloco de economias emergentes BRICS, que decorreu ontem e foi convocada pelo homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

“O grupo BRICS procura fomentar a cooperação e solidariedade entre mercados emergentes e países em desenvolvimento, para defender a justiça e ser uma força estável e positiva nos assuntos internacionais, num momento em que cresce o proteccionismo”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian, em conferência de imprensa.

Lin confirmou que Xi iria proferir um discurso na reunião e que Pequim espera “manter conversações” com outros líderes, com vista a “novas contribuições em prol de um mundo multipolar”. Segundo a imprensa brasileira, a cimeira extraordinária foi convocada para discutir “as ameaças à ordem mundial multipolar e uma resposta comum às tarifas” impostas pelos Estados Unidos.

O encontro decorre num contexto de tensão comercial com os EUA, exacerbada pela guerra tarifária impulsionada pela administração do Presidente norte-americano, Donald Trump. A última cimeira dos BRICS – grupo fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – teve lugar em Julho deste ano, no Rio de Janeiro. Estava previsto que a próxima fosse realizada na Índia, em 2026.

O grupo conta actualmente com dez membros, incluindo Egipto, Etiópia, Indonésia, Irão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

9 Set 2025

23.ª edição do Festival Fringe já está na rua

Começou na passada sexta-feira mais uma edição do Festival Fringe, que habitualmente traz a Macau várias artes performativas num contacto estreito com o público, os palcos e a rua. A passagem do tufão “Tapah” já obrigou a alguns ajustes na agenda, nomeadamente o cancelamento, ontem, da actividade “Um Mar na Velha Casa das Orquídeas”, enquanto que o espectáculo “Orquídeas à Velha Casa”, originalmente previsto para ter lugar no domingo, decorre hoje, às 18h, no Yuan Coffee.

Mas há ainda muito mais para ver: nas imediações da Rua do Cunha, na Taipa, entre amanhã e sexta-feira, a partir das 15h, acontece a performance “Para Sobreviver nas Cidades”, do grupo “Co.SCOoPP”, oriundo do Japão.

Com direcção de Asami Yasumoto e música de Sachie Fujisawa, a performance dura 25 minutos e conta com um “grupo de criaturas brancas, fofas e misteriosas que, em nome de nós, sobreviventes, oscila pela cidade em busca de uma direcção”. Então, coloca-se a questão: “devem seguir as multidões para se forjar ou abrir o próprio caminho?”. Este grupo vem do Japão e assume contribuir “para o desenvolvimento das artes performativas contemporâneas através de actividades criativas e experimentais no novo género de circo contemporâneo”.

À descoberta

Também a partir de amanhã, e até ao dia 21 de Setembro, decorre a actividade gratuita e interactiva “Velado Brilho: Exposição de Instalação de Micro-Sensações Urbanas”, com os artistas Calvin Lam, Shadow Fong, Kaze Chan e Chloe Lao. Trata-se de uma “caminhada nocturna para descobrir os brilhos ocultos pela cidade”, entre as 17h e as 23h, num percurso traçado por uma aplicação de telemóvel em que os participantes são levados a tornarem-se “exploradores urbanos, caminhando por ruas e vielas para descobrir miniaturas quase invisíveis e cantos que guardam memórias e histórias”.

Dentro das experiências digitais e interactivas inclui-se ainda o “Livro de Aventura ‘Uma Janela Oculta em Macau’ – Versão com Acompanhamento Musical”, um projecto de Kaze Chan, Chikara Fujiwara, Minori Sumiyoshiyama e Erik Kuong. Entre esta quarta-feira e o dia 21 de Setembro, existe um percurso a explorar de forma digital entre as freguesias de São Lázaro, Santo António e São Lourenço, entre as 10h e as 23h, em que é necessária uma aplicação. Este “Livro” foi criado pelo colectivo artístico japonês “Orangcosong”, tratando-se de uma reinvenção “da cidade através de livros, jogos e teatro, oferecendo uma nova e emocionante forma de explorar Macau”. O “Livro” conta com quatro rotas pré-definidas.

Nas mesmas datas, acontece também a actividade “Diários à Deriva – Teatro do Passeio Urbano”, nas mesmas zonas da península. Trata-se de um projecto de Chikara Fujiwara e Minori Sumiyoshiyama, onde se observa uma “busca pelas memórias flutuantes da cidade”, e se contam “histórias subtis nas paisagens urbanas familiares” do território. A produção também está a cargo do grupo japonês “Orangcosong”.

A partir de sexta-feira, e até ao dia 21, há ainda lugar a uma outra experiência digital, “O Monstro – Um Teatro de Aventura Imersiva e Pessoal”, de Barrie Lei, Nero Lio, Kaze Chan, Erik Kuong, numa redefinição “do teatro na fusão entre a realidade e virtualidade”.

9 Set 2025

“Arte Macau” | Novas exposições para ver a partir do final do mês

Há vários meses que a “Arte Macau – Bienal Internacional de Arte de Macau 2025” deambula pelo território, mas está longe de chegar ao fim. A partir do dia 24 deste mês serão inaugurados mais três projectos: “Mãos Emprestadas”, “Mercadorias e Guerreiros” e “Não Terminal”. O primeiro vê-se no Teatro D. Pedro V, os restantes levam a reflexões e interacções entre a Rua da Tercena e a praça do Centro Cultural de Macau

 

Em Setembro há ainda tempo e espaço para desfrutar das novas exposições que a “Arte Macau – Bienal Internacional de Arte de Macau 2025” traz ao território. A partir do dia 24, apresentam-se ao público três projectos integrados na secção “Exposição de Arte Pública”, subordinada ao tema “Ondas e Caminhos”.

Trata-se de cinco peças ou conjuntos de obras da autoria de nove artistas, intituladas “Mãos Emprestadas”, “Mercadorias e Guerreiros” e “Não Terminal”.

Além disso, também no dia 24 de Setembro, entre as 19h e as 20h30, decorre o colóquio “Conversa e Diálogo: A Natureza Pública da Arte Pública”, no auditório do Museu de Arte de Macau, e que conta com Wu Wei, co-curadora da bienal, e os artistas Ann Hamilton, Yin Xiuzhen, Jason Ho e Assemble, bem como com o curador Feng Boyi e o co-curador Liu Gang.

A palestra irá incidir “sobre formas de cultivar uma nova abordagem ampla, dinâmica e vibrante no contexto da arte pública ‘presencial'”. As inscrições decorrem até ao dia 19 de Setembro na plataforma da Conta Única de Macau.

Ann Hamilton, artista norte-americana, é o nome que está por detrás de um dos novos projectos em exposição, “Mãos Emprestadas”, patente no Teatro D. Pedro V. Esta artista é, segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), “reconhecida internacionalmente pelas suas instalações multimédia de grande escala, pelos projectos públicos e pelas suas colaborações em performances”. Em Macau a artista recria “a memória histórica do comércio sino-ocidental com arte multimédia”.

Caminhos interactivos

Outra das artistas participantes no colóquio, Yin Xiuzhen, é considerada uma “conceituada artista contemporânea chinesa”. Apresenta em Macau a “Não Terminal”, uma instalação de vídeo interactiva patente na praça do Centro Cultural de Macau (CCM).

Esta instalação, que pode ser vista até ao dia 12 de Dezembro, centra-se numa “passadeira de bagagens estática” feita de metal, madeira e borracha, formando uma plataforma interactiva, onde o público pode descansar, movimentar-se e socializar.

Em redor da passadeira, existem tapetes de plástico onde o público pode correr, andar de skate e de bicicleta. Os nove ecrãs pendurados acima da instalação exibem imagens ao vivo do local e cenas da vida pré-gravadas, podendo o público também enviar os seus próprios vídeos para criar em conjunto um teatro animado da vida. “Esta obra transforma os espaços culturais e as cenas artísticas num campo experimental para o comportamento social, evidenciando a ideia de que a viagem da vida e da arte não tem fim e sugerindo a fluidez da vida, da memória e da identidade”, descreve o IC.

O papel da agricultura

Por fim, o colectivo interdisciplinar britânico Assemble, conhecido por revitalizar espaços urbanos através da colaboração comunitária e de design criativo, apresenta “Mercadorias e Guerreiros”, um projecto que “serve para reflectir sobre a relação entre a terra e as pessoas”.

Disponível no número 19 da Rua da Tercena, em Macau, este projecto “examina os desenvolvimentos actuais da agricultura de pequena escala na China e no Reino Unido, recorrendo a instalações de vídeo e técnicas de micronarrativa para apresentar directamente cenas da vida quotidiana e do trabalho em pequenas propriedades rurais em ambas as regiões”.

Desta forma, explora-se “a relação simbiótica entre a terra e a humanidade através da exibição de documentos e da realização de eventos públicos, criando-se assim uma ligação emocional entre a terra e o público de Macau”, descreve o IC.

Com “Mercadorias e Guerreiros”, apresenta-se uma “perspectiva ascendente” da ligação da agricultura com as pessoas e o “valor único da economia agrícola de pequena escala para o equilíbrio ecológico, a resiliência comunitária e a estabilidade económica, desafiando-se a ideia pré-concebida do ‘centrismo urbano’ e reexaminando-se também o papel construtivo das práticas rurais na construção de um futuro sustentável”.

“Mercadorias e Guerreiros” também fica disponível para visita do público até ao dia 12 de Dezembro deste ano, visando “estabelecer um elo entre terra, comida e sentidos humanos e desenvolver um novo diálogo entre o público urbano e as paisagens agrícolas que o nutrem, oferecendo, ao mesmo tempo, uma validação visual para o valor cultural e a sabedoria de sobrevivência necessários para o futuro desenvolvimento urbano face às crescentes incertezas da globalização”.

9 Set 2025

MNE | Pequim contra lista de países que detêm cidadãos dos EUA de forma injusta

A China declarou ontem a sua firme oposição à criação, pelos Estados Unidos, de uma lista negra de países onde cidadãos norte-americanos estão, segundo Washington, detidos de forma injusta – lista na qual Pequim deve figurar.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou na sexta-feira um decreto que prevê a elaboração de uma lista negra de países a sancionar por alegadamente deterem norte-americanos para os utilizarem como moeda de troca. Um alto responsável, sob anonimato, indicou que os casos da China, do Irão e do Afeganistão seriam analisados com particular atenção.

“Alguns nos Estados Unidos fazem declarações totalmente enganosas e motivadas por segundas intenções. A China opõe-se firmemente a isso”, comentou Lin Jian, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, durante uma conferência de imprensa.

“A China é um Estado de direito e a questão de supostas detenções injustificadas não se coloca”, acrescentou.

“Todos sabem que são os Estados Unidos que detêm o monopólio das detenções injustificadas, das detenções arbitrárias, da coerção diplomática, da justiça extraterritorial e das sanções unilaterais”, afirmou o porta-voz.

9 Set 2025