Gaza | China chocada com ataque que matou trabalhadores humanitários

A China afirmou-se ontem em choque com o alegado ataque israelita em Gaza que matou sete trabalhadores da organização não-governamental norte-americana World Central Kitchen. Além disso, Pequim condenou o ataque ao consulado iraniano na Síria

 

Pequim “opõe-se a qualquer acção que prejudique civis, destrua infraestruturas civis ou viole o Direito internacional”, declarou o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin. “Estamos chocados com o ataque e condenamo-lo”, vincou. Wang apelou a todas as partes envolvidas, “especialmente Israel”, para que cumpram as resoluções da ONU e os deveres estipulados na Carta das Nações Unidas. “Os civis não devem ser visados e a segurança dos trabalhadores humanitários internacionais não deve ser ameaçada”, afirmou.

O porta-voz reiterou o apelo da China a um cessar-fogo em Gaza “para evitar mais vítimas civis e garantir a protecção de instalações civis, como hospitais”, a fim de “evitar uma catástrofe humanitária ainda mais grave” no território.

A World Central Kitchen, fundada pelo cozinheiro espanhol radicado nos Estados Unidos José Andrés, anunciou a suspensão das suas operações em Gaza, depois de ter confirmado que, pelo menos, sete dos seus trabalhadores foram mortos “num ataque das Forças de Defesa de Israel”.

O ataque matou uma equipa humanitária composta por um britânico, um polaco, um australiano e um americano – canadiano com dupla nacionalidade, bem como três palestinianos, segundo a ONG.

A ONG norte-americana participou na chegada de 200 toneladas de alimentos e água a Gaza, em 15 de Março, inaugurando um corredor marítimo a bordo do navio Open Arms, apesar dos apelos da comunidade internacional e de outras organizações humanitárias no sentido de que só a chegada maciça de alimentos por via terrestre poderá aliviar a fome iminente em Gaza.

Entretanto, em Damasco

Com um dia fortemente marcado pela instabilidade no Médio Oriente, o Governo Central condenou também o ataque ao edifício do consulado iraniano na Síria, que matou pelo menos sete pessoas e pelo qual Teerão responsabilizou Israel, embora Pequim não tenha referido os israelitas na sua declaração. “A segurança das instituições diplomáticas é inviolável e a soberania, a independência e a integridade territorial da Síria devem ser respeitadas”, declarou ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

Wang acrescentou que a situação actual no Médio Oriente é turbulenta e que a China se opõe a qualquer acção que conduza a uma escalada da tensão. “Exortamos as partes envolvidas a usar de contenção e a trabalhar para resolver as suas diferenças através do diálogo e da consulta”, disse o porta-voz.

O ataque, que destruiu o edifício do consulado iraniano em Damasco, matou sete membros da Guarda Revolucionária, incluindo o chefe da Força Quds na Síria e no Líbano, o general de brigada Mohamed Reza Zahedi, e o seu adjunto, o general de brigada Mohamed Hadi Haj Rahimi.

Este é o ataque mais sangrento contra militares iranianos na Síria em 2024, onde até agora oito pessoas foram mortas por bombardeamentos israelitas, incluindo dois generais da Guarda Revolucionária. Após o ataque com mísseis, o embaixador do Irão na Síria, Hossein Akbari, afirmou na televisão estatal iraniana a partir de Damasco que “o regime sionista [Israel] está a agir contra as leis internacionais, pelo que receberá uma resposta dura da nossa parte”.

Este aviso foi mais tarde repetido pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kanani. Até ao momento, Israel não reivindicou a responsabilidade pelo ataque, como é habitual nas suas operações em território sírio.

3 Abr 2024

Segunda fase do Rota das Letras propõe oficinas e espectáculo no CCM

Depois dos livros, autores e músicos, o festival literário Rota das Letras prossegue este mês com vários workshops de dança, teatro, literatura, som e instrumentos musicais que vão culminar na reinterpretação do espectáculo, “Um Quarto Próprio”, apresentado nos dias 28 e 29 de Junho no Centro Cultural de Macau (CCM).

A segunda fase do Rota das Letras traz a série de workshops “Um Quarto Só Seu”, a decorrer no Jardim das Artes, e uma oficina de literatura, coordenada pela académica Agnes Lam, centrar-se-á no universo literário da escritora inglesa Virginia Woolf e na forma como abordou a doença mental na sua obra. Recorde-se que Woolf sofreu, ela própria, de depressão.

Segundo a organização do festival, estes workshops “irão examinar o fenómeno da depressão na sociedade contemporânea através da literatura e das artes teatrais, cultivando a consciência e a empatia dos participantes para as questões mentais e explorando o poder da arte e da criatividade na melhoria da saúde mental”.
Desta forma, os participantes serão orientados pelos instrutores a “discutir e criar os seus próprios trabalhos sobre o tema”.

A oficina literária começa este sábado e domingo, das 10h às 13h e das 14h30 às 17h30, em língua chinesa, tendo o custo de 400 patacas por pessoa. Agnes Lam, autora, ex-deputada e estudiosa na área dos meios de comunicação social, foi jornalista, estando actualmente dedicada à academia.

Preparar os palcos

No fim-de-semana de 13 e 14 de Abril decorre, sob coordenação de Jojo Lam o workshop de teatro, entre as 14h30 e 17h30 e depois das 19h às 22h. Também com o chinês como língua veicular, o workshop acontece também no Jardim das Artes, tendo também um custo de 400 patacas.

Jojo Lam é uma psicoterapeuta e uma terapeuta de teatro registada nos EUA e Canadá. Formada em psicologia clínica pela Universidade de Macau e com um mestrado em Terapia Teatral na Universidade Concordia, no Canadá, Jojo Lam especializou-se, nos últimos anos, nas áreas da psicoterapia, educação artística, administração e artes performativas.

A 13ª edição do Rota das Letras arrancou no primeiro fim-de-semana de Março e celebrou a obra poética de Luís de Camões e de Li Bai. Além disso, foram evocados os 50 anos da revolução portuguesa do 25 de Abril de 1974, com a presença do escritor e jornalista João Céu e Silva, que apresentou a obra “O General que começou o 25 de Abril dois meses antes dos Capitães”. O Festival Literário de Macau – Rota das Letras, fundado pelo jornal Ponto Final, realiza-se desde 2011.

3 Abr 2024

Creative Macau | Lugar de Macau pós-pandemia “inspira” exposição

“The Macau Dream is Alive and Well” reúne trabalhos de arte conceptual de Angela Hoi Ka Ian e Jovinia António. A mostra patente na Creative Macau tem como ideias centrais o “sonho de Macau” pós-pandemia, os desafios do isolamento, a crescente importância do mundo digital e a própria doença da covid-19

 

Está patente na Creative Macau uma exposição de Angela Hoi Ka Ian e Jovinia António. Intitulada “The Macau Dream is Alive and Well” [O Sonho de Macau está Bem Vivo], a mostra, em exibição até ao dia 27 de Abril, baseia-se “em acontecimentos recentes”. Para tal, as artistas convidadas foram desafiadas a “expressarem artisticamente os seus sentimentos sobre os tempos de confinamento e isolamento”, em referência à pandemia da covid-19, descreve um comunicado da Creative Macau.

Desta forma, a exposição “permite um vasto leque de possibilidades para as artistas expressarem as suas ideias”, evocando reflexões subjectivas” ou podendo ainda ter um “efeito neutro no espectador”. Apesar de Macau ter regressado à chamada “normalidade” após a pandemia em Janeiro do ano passado, a verdade é que os impactos que esta questão de saúde pública global teve nas pessoas continuam a motivar criações artísticas de diverso tipo.

“Os residentes de Macau tiveram de se adaptar a novos hábitos, aprendendo a viver em isolamento. Os três anos passados online e as ligações virtuais ajudaram a aliviar a tensão psicológica e o desespero crescentes. Apesar de tudo ter parado durante a pandemia, o número de utilizadores da Internet aumentou exponencialmente para trabalhar e criar”, aponta a Creative Macau.

Desta forma, Angela Hoi Ka Ian e Jovinia António foram convidadas a olhar para “o presente e o futuro” de Macau através da arte conceptual, tendo em conta que o território “caminha para a globalização”. “Ambas as artistas abordaram o tema de forma diferente, utilizando vários materiais para criar formas não tradicionais que reflectem a sua vida quotidiana”, é descrito.

Hábitos e desafios

No caso de Angela Hoi Ka Ian, apresenta-se a série de trabalhos com o mote “That Day I Rolled a Boulder Up a Mountain” [Naquele Dia, Rolei uma Pedra Montanha Acima], onde a artista explora “uma história de vida sem fim”, influenciada pelo mito grego de Sísifo, quando este foi castigado a empurrar um pedregulho para cima de uma colina íngreme. No entanto, sempre que se aproximava do topo da montanha, a pedra rolava para trás, obrigando-o a começar de novo. Esta tarefa sem fim, e inútil, acabou por tornar-se no seu castigo eterno.

Esta história serve de reflexão às ideias de criação, destruição e reparação, em que a artista “tem uma abordagem alegórica que serve de eixo principal” a toda a criação que se centra na pintura, vídeo e instalação. A ideia é “descobrir os retratos de Sísifo na vida” de todos nós, levando a uma reflexão sobre “o significado da vida do indivíduo no autoequilíbrio do universo”.

Natural de Macau, onde nasceu em 1996, Angela Hoi Ka Ian costuma explorar a “relação de vulnerabilidade entre indivíduos e comunidades”. Concluiu um mestrado em Belas-Artes em Londres, que acrescentou a uma licenciatura na mesma área pela Universidade Nacional de Artes de Taiwan.

Jovinia António, outra artista convidada, designer de profissão e apaixonada por padrões, apresenta na Creative Macau trabalhos que exploram as questões geradas pelo confronto com a adversidade: será que a pessoa “se iria fundar no seu espaço de conforto ou iria atravessar a paisagem com espinhos”?

A própria artista teve um processo de reconhecimento individual após terminar a licenciatura, optando por criar a sua própria marca, a “Stardust Journey”, fundada em 2016. Esta marca têxtil levou a artista a criar o seu próprio espaço e voz na indústria, e é sobre esse reencontro que as obras de Jovinia António falam.

3 Abr 2024

MPay | Uso no Japão cresceu mais de 200% no primeiro trimestre

A utilização da plataforma digital de pagamentos MPay no Japão registou um aumento superior a 200 por cento no primeiro trimestre deste ano face ao último trimestre de 2023.

Os dados que constam num comunicado da Macau Pass, empresa responsável pela plataforma, esclarece que “este crescimento deve-se ao forte apoio do Governo chinês à economia digital e aos pagamentos transfronteiriços”.

O Japão foi um dos primeiros países onde o sistema MPay passou a ser usado, de uma lista de 50 países, além de ser “um dos destinos de viagem favoritos dos residentes de Macau”. A internacionalização do MPay deu-se progressivamente a partir de Agosto do ano passado.

3 Abr 2024

Zona Norte | Comerciantes imploram por consumo local

Face ao aumento do consumo de residentes no Interior da China, devido ao programa que permite a circulação de viaturas de Macau em Guangdong, a Associação Industrial e Comercial da Zona Norte veio implorar ao residentes para consumirem no território. O apelo foi deixado por Lei Choi Hong, vice-presidente da associação, em declarações ao Jornal do Cidadão.

Lei Choi Hong pediu aos residentes para apoiarem as pequenas e médias empresas de Macau nesta fase que definiu como “muito difícil”, e apelou para que abdiquem de consumir no Interior, durante os fins-de-semana, e optem por permanecer no território, para ajudar o comércio local.

O pedido de Lei Choi Hong faz eco das declarações do secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, que confrontado com a grande perda de volume de negócio para o Interior, pediu, na Assembleia Legislativa, aos residentes para gastarem mais na RAEM.

A resposta do Governo à crise na zona tem sido praticamente inexistente, mas nas últimas semana foi lançado o “Grande Prémio de Consumo na Zona Norte”, um programa de sorteio de descontos. Os residentes que gastarem mais de 50 patacas numa das lojas seleccionadas habilitam-se a um sorteio imediato, em que podem receber vales de consumo de 10, 20, 50 ou 100 patacas. Por cada semana, realizam-se três sorteios.

Os vales de consumo só podem ser gastos em algumas lojas, mas a Associação Industrial e Comercial da Zona Norte, uma das co-organizadoras da iniciativa, espera que no futuro sejam aceites em mais lojas no programa que decorre até Agosto.

3 Abr 2024

Elevadores | Nova lei em vigor desde segunda-feira

Entrou em vigor na segunda-feira o novo regime jurídico de segurança dos ascensores, bem como os demais diplomas complementares. A legislação, votada na Assembleia Legislativa em 2022, introduz a obrigatoriedade de inspecções anuais dos elevadores por parte de uma entidade devidamente credenciada para o efeito. Além disso, a declaração em como a segurança do elevador foi revista deve constar num “local visível dentro do ascensor”.

Segundo um comunicado emitido ontem pela Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU), entidade que rege esta matéria, cabe à administração de condomínio do respectivo prédio gerir todo o processo, assinar o contrato com a empresa de fiscalização e assegurar a reparação e manutenção técnica. Cabe depois à DSSCU “fiscalizar os ascensores através de inspecções por amostras, além de proceder a averiguações relativamente a acidentes que envolvam os mesmos, podendo ainda aplicar aos infractores multas e sanções acessórias de suspensão da inscrição por violação das disposições legais”.

Os funcionários da DSSCU podem ainda, segundo a nova lei, aceder a “determinados locais dos edifícios para verificar o funcionamento dos ascensores sem necessidade de mandado judicial ou de notificação prévia”, podendo ordenar a reparação e fiscalização dos elevadores cuja segurança esteja em risco.

3 Abr 2024

Segurança nacional | Exposição comemorativa dia 15

Será inaugurada no próximo dia 15 de Abril a exposição que assinala a nona edição do “Dia da Educação da Segurança Nacional” da China. Desta forma, o Governo e o Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, voltam a organizar, pela sétima vez consecutiva, a “Exposição sobre a Educação da Segurança Nacional”, que se realiza entre o dia 15 deste mês e o dia 15 de Maio. A mostra poderá ser vista no edifício do Fórum de Macau, na Avenida Marciano Baptista, junto à Universidade Politécnica de Macau. As inscrições para a presença de grupos e visitas guiadas já se encontram abertas.

O tema da exposição deste ano é “Perspectiva Geral da Segurança Nacional, uma década guiada pela inovação”, tem cinco áreas e destaca temáticas como a apresentação da “Perspectiva Geral da Segurança Nacional”, feita pelo Presidente Xi Jinping, em 2014, no ano da sua chegada ao poder, ou o facto de as autoridades locais terem “melhorado o regime jurídico e mecanismo de execução [da lei] no âmbito da salvaguarda da segurança nacional”, além do “empenho” demonstrado na defesa do princípio “Macau governado por patriotas”.

A mostra pode ser visitada de segunda-feira a domingo, das 10h às 20h, estando a sua inauguração marcada para o dia 15 de Abril às 15h. Haverá visitas guiadas disponíveis em mandarim, cantonense, português e inglês. Grupos de dez ou mais pessoas podem inscrever-se a partir de hoje para marcação da visita guiada no site temático dedicado à exposição.

3 Abr 2024

Macau Legend retorna a “terreno positivo” com receitas de 2023

A Macau Legend Development anunciou lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês) de 185,9 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) em 2023. O resultado apresentado à bolsa de valores de Hong Kong representa uma melhoria de cerca de 404,7 milhões de HKD face ao registo de 2022, quando o grupo registou perdas EBITDA de 218,8 milhões de HKD.

A Macau Legend opera actualmente o Macau Fisherman’s Wharf, o casino Legend Palace sob a licença da SJM. A empresa cessou as operações no Babylon 21 Casino e Landmark Casino em 2022, e vendeu o seu resort de casino Savan Legend no Laos no ano seguinte.
De acordo com a declaração enviada à bolsa de valores de Hong Kong, o grupo obteve receitas no valor de 901,6 milhões de HKD, o que representa um aumento de 26,7 por cento em relação aos 711,6 milhões de HKD registados em 2022.

As receitas geradas pelas operações de jogo diminuíram ligeiramente em cerca de 5 por cento em 2023, em comparação com o ano anterior. A cessação dos serviços no Babylon 21 Casino e no Landmark Casino resultou numa queda de 356,2 milhões de HKD nas receitas totais do jogo. Entretanto, a melhoria das mesas do mercado de massas no Legend Palace Casino e a operação global de jogo no Savan Legend Casino resultaram numa recuperação de 331,3 milhões de HKD nas receitas totais do casino.

Vida além do jogo

No que respeita ao segmento não-jogo, a Macau Legend registou um aumento anual de 112 por cento de receitas totais, atingindo 408,5 milhões de HKD.
A empresa atribuiu o crescimento principalmente ao aumento das receitas geradas pelos quartos de hotel, impulsionado pela crescente afluência de turistas depois do fim das restrições de viagem relacionadas com a covid-19.

Em relação ao futuro, a Macau Legend disse que iria intensificar os esforços para rentabilizar os espaços de gere na costa da península de Macau e oferecer “experiências exclusivas em restaurantes e eventos desportivos”.

O grupo garante também que vai apostar em desenvolver o conceito de “local de casamento de sonho” e potenciar as suas propriedades para acolher eventos de grande escala, como o desfile anual de carros alegóricos do Ano Novo Lunar, o festival gastronómico e concertos.

2 Abr 2024

Fukushima | Japão e China discutiram libertação de água tratada

Peritos do Japão e da China realizaram no sábado o primeiro diálogo público entre os dois países, na cidade chinesa de Dalian, para discutir o impacto da controversa libertação de água tratada da central nuclear japonesa de Fukushima. O desastre nuclear da central japonesa de Fukushima Daiichi, desencadeado pelo devastador terramoto e tsunami de Março de 2011, representa o mais grave acidente nuclear do século XXI até à data.

A decisão do Governo japonês de começar a libertar a água radioactiva armazenada no seu interior, uma decisão aprovada pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), gerou um debate científico e público, dado o seu potencial para causar danos ambientais durante décadas. O Governo japonês iniciou a quarta descarga de água tratada no mar no passado dia 18 e a próxima descarga está prevista para o próximo mês de Abril, segundo a Tokyo Electric Power Company (TEPCO), que gere a central.

Durante as conversações de Dalian, os peritos japoneses tentaram persuadir os seus homólogos chineses de que estas descargas são seguras, a fim de convencer as autoridades de Pequim a levantar a proibição de importação de todos os produtos do mar provenientes do Japão.

Segundo a agência noticiosa oficial japonesa Kiodo, a representação japonesa contou com a presença de funcionários dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Economia, do Comércio e da Indústria, bem como de delegados do operador da central, a TEPCO, e da Autoridade Reguladora Nuclear do Japão, que “trocaram pontos de vista” com peritos de agências de investigação chinesas.

2 Abr 2024

Banco Mundial | Economias asiáticas em desenvolvimento devem crescer 4,6%

A recuperação do comércio vai permitir que os países em desenvolvimento da Ásia -Pacífico, excepto a China, cresçam 4,6 por cento este ano, afirmou ontem o Banco Mundial num relatório económico

 

O Banco Mundial divulgou ontem um relatório económico que aponta para um crescimento económico de 4,6 por cento em 2024 nos países em desenvolvimento na região da Ásia -Pacífico. A Ásia em desenvolvimento inclui China, Mongólia, Timor-Leste e os 10 membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático. Embora as exportações regionais de bens tenham começado a recuperar no segundo semestre de 2023, a região da Ásia em desenvolvimento pode estar exposta a políticas de distorção do comércio nos principais mercados de destino, como os Estados Unidos, China, Japão e Coreia do Sul, alertou o relatório.

Estas políticas podem acabar por favorecer as empresas daqueles países, em detrimento das suas congéneres asiáticas. Quase 3.000 dessas políticas entraram em vigor em 2023, três vezes o número de 2019, de acordo com o banco. Face ao enfraquecimento do sector imobiliário e do consumo interno na China, as tentativas de reequilibrar o investimento de infraestrutura e imobiliário para o sector transformador avançado podem criar um desequilíbrio entre a capacidade de produção e a procura dentro e fora da China, alertou o banco.

Os sinais de excesso de oferta, sobretudo no sector dos veículos eléctricos, começaram a alastrar a países vizinhos como a Tailândia. “Poderemos assistir ao mesmo fenómeno da queda dos preços dos painéis solares”, afirmou Aaditya Mattoo, economista-chefe do Banco Mundial para a região Ásia -Pacífico. “Certamente que estas exportações subsidiadas vão enfrentar a competição. A capacidade do mundo para absorver um choque da China é menor do que no passado”, disse.

“Ironicamente, os subsídios industriais para a produção ecológica são a forma mais próxima de compensar outros países em desenvolvimento por emissões para as quais não contribuíram”, acrescentou Mattoo.

Doutrina do choque

Com menos turistas chineses do que o esperado, as chegadas de estrangeiros às economias asiáticas dependentes do turismo atingiram um patamar abaixo dos níveis anteriores à pandemia. O crescimento da produção industrial da Ásia em desenvolvimento deve diminuir meio ponto percentual se os EUA registarem um ressurgimento inesperado da inflação e taxas de juro mais elevadas. Os choques macroeconómicos na China podem provocar um declínio de 0,3 por cento.

O relatório advertiu que cada aumento de 10 pontos percentuais no rácio da dívida privada em relação ao PIB produziria um declínio de 1,1 por cento no investimento. A dívida das empresas na China e no Vietname aumentou para mais de 40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) desde 2010. O investimento privado em percentagem do PIB continua a ser inferior ao nível anterior à pandemia, uma situação recentemente remediada pelo investimento público, que foi mais elevado nos últimos dois anos no Vietname e nas Filipinas, mas mais baixo na China, Malásia e Tailândia.

Com o enfraquecimento do investimento privado, o crescimento vai ter de ser impulsionado pela produtividade. Mas o banco concluiu que a concorrência e a inovação das empresas privadas são prejudicadas pela protecção e por competências inadequadas. A eliminação dos obstáculos à concorrência, a melhoria das infraestruturas e a reforma do ensino permitiriam colmatar o fosso crescente de produtividade entre as empresas privadas na Ásia e os concorrentes não regionais, recomendou o Banco Mundial.

2 Abr 2024

Myanmar | Mais de 350 chineses repatriados devido a burlas

Mais de 350 chineses foram repatriados do Myanmar (antiga Birmânia), no âmbito de uma operação conjunta entre as forças de segurança dos dois países para combater a fraude transfronteiriça, informou ontem a imprensa oficial chinesa. Os suspeitos foram entregues ao país de origem no domingo, em conformidade com os acordos entre as duas nações, enquanto Myanmar vai processar os 455 birmaneses que foram detidos durante a operação, que teve lugar no norte do país.

Entre os 352 detidos chineses que foram transferidos de Myanmar através da cidade fronteiriça de Ruili, no sul da China, 51 eram fugitivos procurados pelas autoridades chinesas e 21 são considerados figuras “chave” de uma organização dedicada à fraude.

Durante a rusga, as forças de segurança apreenderam material utilizado para cometer os crimes, incluindo computadores, telemóveis e guiões utilizados pelos burlões para enganar as vítimas, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. A cooperação entre as duas nações asiáticas para combater as fraudes cibernéticas não é nova. Em 2023, operações conjuntas levaram à entrega de 10 suspeitos de serem líderes de organizações responsáveis por fraude telefónica.

De acordo com um relatório da ONU, pelo menos 120.000 pessoas estão detidas em Myanmar em centros onde são obrigadas a participar em fraudes ‘online’, enquanto no Camboja, o outro epicentro destes crimes, o número é estimado em cerca de 100.000. Nos últimos meses, o Ministério da Segurança Pública da China comunicou o envio de forças de intervenção especializadas para países como a Tailândia, Filipinas e Camboja para participarem em “missões internacionais de aplicação da lei”.

2 Abr 2024

Cerca de 40 livrarias fecharam em Hong Kong desde 2022

A livraria independente Mount Zero, em Hong Kong, fechou no fim-de-semana definitivamente portas, depois de denunciar ter sido alvo de uma série de advertências e sanções por parte dos departamentos governamentais. Desde que Pequim impôs a Lei da Segurança Nacional, em 2022, em resposta às grandes manifestações pró-democracia de 2019, já encerraram cerca de 40 livrarias independentes no território.

Hoje, dezenas de pessoas entraram e saíram da Mount Zero para se despedirem, uma vez que a direcção da livraria já tinha anunciado no início do ano, apelando à ironia, que teria de fechar devido aos numerosos “elogios semanais” recebidos por parte de vários organismos oficiais.

O encerramento reflecte os desafios que as livrarias independentes têm enfrentado no território, na sequência do profundo impacto provocado pela Lei da Segurança Nacional. Desde a entrada em vigor da lei, o encerramento das cerca de 40 livrarias independentes deixou um vazio na paisagem cultural, enquanto centenas de livros com conteúdos políticos sensíveis foram retirados das bibliotecas públicas, suscitando debates sobre a liberdade de expressão e o acesso à informação na região.

Enquanto o Governo e os seus apoiantes defendem a lei como forma de restabelecer a ordem na cidade, os críticos argumentam que resultou numa restrição às liberdades civis.

Visitas regulares

Segundo os proprietários, as livrarias que vendem conteúdos politicamente sensíveis ou que são geridas por antigos opositores políticos, jornalistas ou outros apoiantes dos protestos, são permanentemente visitadas por diversos supervisores do Governo.

Apesar de a maioria dos encerramentos estarem relacionados com uma quebra do negócio, causada pela pandemia da covid-19, a recessão económica e um interesse decrescente na leitura, pelo menos duas livrarias fecharam por pressão política ou devido a um ambiente com menos liberdade, afirmam os meios de comunicação locais, citando os proprietários.

A recente Lei de Salvaguarda da Segurança Nacional aprovada a 22 de Março, que alarga poderes legais para reprimir a dissidência, parece ter gerado um efeito intimidatório nos livreiros, bibliotecários e editores da cidade, que expressaram preocupação com a regulação.

2 Abr 2024

Cooperação | MNE “aprecia” recusa francesa de reduzir comércio com China

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, “aprecia” a posição do homólogo francês, Stéphane Séjourné, que rejeitou a ideia de uma dissociação comercial entre Europa e China. O dirigente francês afirmou ainda esperar que a China envie “mensagens muito claras à Rússia”, o seu parceiro mais próximo, sobre a guerra na Ucrânia

 

“Não é possível uma dissociação da China e a dissociação é o maior risco”, afirmou Wang, numa conferência de imprensa conjunta, em Pequim, dos dois ministros dos Negócios Estrangeiros da China e França. “Penso que foi já provado, e continuará a ser provado, que a China é uma oportunidade e não um risco para a Europa”, acrescentou. “Os dois lados são parceiros e não rivais”.

A estratégia de reduzir riscos no comércio com a China foi inicialmente delineada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e, mais tarde, adoptada pela Administração norte-americana. Em Maio, o grupo G7, que reúne as principais economias ocidentais, vincou aquele objectivo num comunicado conjunto. Trata-se de uma moderação da retórica anterior, que apontava para a completa “dissociação” face à China. As empresas ocidentais podem fazer negócios com o país asiático, mas com algumas salvaguardas: vetar a venda de tecnologias críticas com potenciais utilizações militares e reduzir dependências nas cadeias de abastecimento.

A visita de Séjourné tem como pano de fundo o 60.º aniversário das relações diplomáticas entre França e China e o recomeço das visitas oficiais desde o fim da pandemia da covid-19.
É a segunda vez em menos de seis meses que um ministro dos Negócios Estrangeiros francês visita a China, após a visita em Novembro passado da antecessora de Séjourné, Catherine Colonna. O Presidente francês Emmanuel Macron visitou a China em Abril de 2023.

“Não é desejável dissociarmo-nos da China”, ou seja, reduzir significativamente os laços económicos entre os dois países, afirmou Séjourné. O Ministro dos Negócios Estrangeiros francês apelou, no entanto, a um “reequilíbrio da economia”, porque o comércio do país também “deve assentar numa base saudável e sustentável”. Stéphane Séjourné participou ontem no lançamento da exposição “Versalhes e a Cidade Proibida” na Cidade Proibida de Pequim, onde cerca de 60 obras de arte e objectos preciosos do Castelo de Versalhes estarão expostos ao público até ao final de Junho.

“É a primeira vez” que obras de Versalhes viajam desta forma para a Cidade Proibida, disse Marie-Laure de Rochebrune, curadora geral do Castelo de Versalhes, citada pela agência France Presse. Vasos, objectos de porcelana, quadros ou leques, alguns dos quais presentes trocados entre os reis franceses e os imperadores chineses da época, mostram “a relação especial entre a China e a França que se desenvolveu na segunda metade do século XVII e se prolongou até ao final do século XVIII”, afirmou.

Falar com clareza

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Stéphane Séjourné, afirmou também que a França espera que a China envie “mensagens muito claras à Rússia”, o seu parceiro mais próximo, sobre a guerra na Ucrânia. “Esperamos que a China envie mensagens muito claras à Rússia”, afirmou o ministro, defendendo “um equilíbrio de forças favorável à Ucrânia”.

“A China desempenha obviamente um papel fundamental para garantir a independência da Ucrânia e o respeito pelo direito internacional, incluindo a sua soberania”, acrescentou Séjourné. Pequim, que se apresenta como parte neutra, mas cuja relação com Moscovo se aprofundou desde o início do conflito, está a trabalhar numa solução política para pôr fim à guerra.

A China recusou, no entanto, condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. O país asiático tem prestado importante apoio político, diplomático e económico à Rússia. O comércio bilateral registou, em 2023, um crescimento homólogo de 26,3 por cento, para 240 mil milhões de dólares.

“Esta guerra diz respeito a toda a comunidade internacional”, disse Stéphane Séjourné ao seu homólogo chinês, que não mencionou o conflito na Ucrânia no seu discurso introdutório no início do encontro com a imprensa. “Estamos convencidos de que não vai haver uma paz duradoura se não for negociada com os ucranianos”, sublinhou o ministro francês. “Não vai haver segurança para os europeus se não houver uma paz em conformidade com o direito internacional”, acrescentou. “É, portanto, uma questão essencial para nós, e é por isso que a França está determinada a manter um diálogo próximo com a China”, acrescentou Séjourné.

2 Abr 2024

Óbito | Morreu bailarino japonês Ushio Amagatsu

O bailarino e coreógrafo japonês Ushio Amagatsu, conhecido por ter popularizado internacionalmente a dança moderna japonesa “butô”, à frente da companhia Sankai Juku, morreu aos 74 anos, noticiaram no domingo meios de comunicação social japoneses. Segundo os ‘media’, que citam fontes familiares, o artista morreu de insuficiência cardíaca na segunda-feira e teve um funeral privado.

Nascido Masakazu Ueshima, em Yokosuka (a sul de Tóquio), em 1949, o bailarino fundou a companhia Sankai Juku em 1975. Com a sua companhia, Amagatsu tornou-se uma das principais figuras da segunda geração de “butô”, a “dança das trevas” nascida no Japão do pós-guerra, quando o país tentava recuperar da sua derrota na Segunda Guerra Mundial após os bombardeamentos atómicos de Hiroxima e Nagasaki.

Com formação em dança clássica e contemporânea, Amagatsu foi director, coreógrafo, designer e bailarino da companhia e definiu o seu estilo como “um diálogo com a gravidade”. A Sankai Juku estabeleceu a sua base de operações no Théâtre de la Villa, em Paris, em 1982, e desde então tem percorrido o mundo, actuando em cerca de cinquenta países e apresentando novas produções de dois em dois anos.

Entre os prémios que recebeu ao longo da carreira contam-se a condecoração com a Ordem de Chevalier des Arts et des Lettres de França, em 1992, e o prémio britânico Laurence Olivier para a melhor produção de dança, em 2002, por “Hibiki”. No seu país natal, o Ministério da Educação, Cultura e Ciência atribuiu-lhe o Prémio de Promoção da Arte Geijutsu Sensho 2004 pelas suas contribuições notáveis para a dança contemporânea. Amagatsu continuou a trabalhar como coreógrafo e director de companhia depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro da hipofaringe em 2017.

2 Abr 2024

Taxa de desemprego continua em 2,2%

Entre Dezembro e Fevereiro, a taxa de desemprego foi de 2,2 por cento, de acordo com os dados mais recentes da Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em relação a residentes, a taxa de desemprego foi de 2,8 por cento, proporções que continuam inalteradas face ao período entre Novembro e Janeiro. No intervalo temporal analisado, a taxa de subemprego foi de 1,3 por cento, descendo 0,2 pontos percentuais, face ao período entre Novembro e Janeiro. O subemprego inclui as pessoas que pretendiam trabalhar mais dias ou horas do que actualmente fazem.

Entre Dezembro e Fevereiro, o número de desempregados foi de cerca 8.200, total que representou uma redução de 200 face ao período anterior. De acordo com a DSEC, a maior parte das pessoas nesta situação tinha trabalhado anteriormente “no ramo de actividade económica do comércio a retalho, no ramo da construção e no ramo das lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos”. O número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 6,4 por cento do total, menos 2,8 pontos percentuais, face ao período precedente.

Entre Dezembro e Fevereiro, a população activa de Macau era de cerca de 379 mil pessoas e a taxa de actividade de 67,7 por cento. O número de empregados subiu em cerca de 100 pessoas, para 370,8 mil, em comparação com o período anterior.

2 Abr 2024

Jockey Club | Tradição com mais de 40 anos chegou ao fim no sábado

No último dia de corridas, residentes e turistas deslocaram-se à Taipa para assistir a mais um dia que vai ficar na história. Entre lamentos e críticas à empresa, o encerramento promete dar que falar e poderá acabar nos tribunais

 

O Macau Jockey Club recebeu no sábado as últimas corridas de cavalos, pondo fim a uma tradição com mais de 40 anos. No último dia, foram vários os residentes e turistas que se deslocaram à Taipa para se despedirem de uma actividade que raramente se mostrou lucrativa para a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau.

Helena Chong, residente, decidiu visitar o hipódromo pela primeira e última vez no sábado. E em declarações à agência de notícias AFP lamentou o encerramento da pista da Taipa: “É uma pena ver o fim deste jogo e entretenimento”, afirmou Chong. Também Mai Wan-zun, turista do Interior, considerou negativo o encerramento, dado que as corridas de cavalos não são comuns no outro lado da fronteira. “Podíamos ver corridas de cavalos aqui em Macau, mas não no Interior da China”, afirmou Mai Wan-zun, que destacou ainda gostar do ambiente do Jockey Club da Taipa.

À TDM, um residente não identificado, mostrou-se igualmente triste com o fim do Jockey Club, que admitiu frequentar com regularidade. “É uma pena. Já vinha aqui desde que se realizavam corridas de cavalos a trote [nos anos 80]”, começou por afirmar. O residente reconheceu deslocar-se actualmente menos vezes ao Jockey Club do que no passado, mas indicou que tal se deveu à falta de oferta da empresa. “Nos últimos anos, não vinha ao Macau Jockey Club com tanta frequência porque houve uma redução na oferta”, vincou.

Quando foi anunciado o encerramento, a empresa tinha 570 trabalhadores, entre os quais 254 trabalhadores residentes e 316 não-residentes. Muitos vão perder os postos de trabalho, mas a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau prometeu ao Governo cumprir as leis laborais.

Encerramento polémico

Com o encerramento do Macau Jockey Club, devem agora surgir vários problemas relacionados com o futuro dos cavalos e o pagamento de indemnizações pela Companhia de Corridas de Cavalos de Macau. Os proprietários queixam-se que foram apanhados de surpresa pela decisão da empresa e do Governo, que até ao anúncio do encerramento negaram sempre os vários rumores que circularam sobre o desfecho verificado. A decisão do Executivo poupou à empresa ligada à deputada Ângela Leong um investimento de 1,25 mil milhões de patacas.

Todavia, desde essa altura, os donos dos animais começaram a pedir indemnizações, por considerarem que fizeram investimentos recentes com novos cavalos, a pedido da empresa, que nunca vão conseguir rentabilizar. A empresa considera as perdas “riscos do negócio”.

Também as indemnizações a pagar pela Companhia de Corridas de Cavalos de Macau não são vistas como suficientes. A empresa anunciou que vai subsidiar com um montante de 200 mil patacas o envio dos cavalos para o estrangeiro, com excepção do envio para a Austrália e Nova Zelândia. No caso do envio para o Interior, o pagamento será de 30 mil patacas.

Por sua vez, os donos dos animais pretendem uma compensação em moldes diferentes aos anunciados, dado que muitos desistiram de enviar os cavalos para fora do território. Em cima da mesa está igualmente a possibilidade de o caso acabar na barra dos tribunais.

2 Abr 2024

Violência doméstica | Registados 40 casos em 2023

No ano passado foram registados 40 casos suspeitos de violência doméstica, de acordo com os dados do Sistema Central de Registo de Casos de Violência Doméstica. Os números foram divulgados na semana passado pelo Instituto de Acção Social (IAS), e estão em linha com a tendência de 2022.

Entre os 40 caso de violência de doméstica, 33 foram perpetuados por suspeitos do sexo feminino e sete por suspeitos do sexo masculino. No que diz respeito às vítimas, 26 das ocorrências tiveram como alvo da violência o cônjuge, e entre estes 24 eram do sexo feminino e dois do masculino. A segunda situação mais comum a nível dos casos de violência doméstica foram as agressões a crianças, com 11 ocorrências. A maioria das vítimas era do sexo feminino, com oito casos, e três do sexo masculino.

Ao longo do ano passado foram ainda registados três casos de violência contra membros da família, com duas vítimas do sexo masculino e uma do sexo feminino. Em relação aos tipos de actos de violência doméstica, os dados do IAS indicam que 23 casos foram actos de violência física, oito casos de ofensa psíquica, cinco casos de abuso sexual e quatro casos relacionados com violências e/ou ofensas múltiplas.

Em relação a 2022, houve mais um caso de violência doméstica, dado que nesse ano as ocorrências registadas pelo IAS totalizaram 39. O número de ocorrências está longe dos valores de 2021, quando foram registados 81 casos.

2 Abr 2024

Turismo | IFT passou ontem a universidade

O Instituto de Formação Turística (IFT) passou ontem oficialmente a universidade, designando-se agora Universidade de Turismo de Macau (UTM), graças à entrada em vigor do “Regime Jurídico da Universidade de Turismo de Macau”.

Segundo um comunicado emitido pela instituição, a UTM pretende continuar a apostar “na inovação e reforço da oferta formativa”, além de “melhorar ainda mais a qualidade do ensino e dos níveis de ensino e investigação, a fim de cultivar mais talentos de elite”. A UTM pretende transformar-se “numa instituição de ensino superior de ponta em estudos de turismo e da indústria de serviços”.

Foi ainda avançado que no próximo ano lectivo será lançada uma nova licenciatura em Ciências de Negócios Internacionais e Comunicação inovadora, bem como um curso revisto de Licenciatura em Marketing e Gestão de Marca, dois programas de mestrado em ciências de Gestão de Convenções, Exposições e Eventos Internacionais, e ainda um doutoramento em Gestão de Empresas. Está ainda prevista para o próximo ano a conclusão da construção de dois edifícios, um deles residencial, no campus académico da Taipa.

2 Abr 2024

Guias ilegais | Aliança do Povo pede supervisão

Xu Zhiwei, vice-presidente da associação Aliança do Povo de Instituição de Macau, defende que é necessária a aplicação de medidas mais eficientes e uma maior supervisão contra os guias turísticos ilegais. A ideia surge na sequência de várias queixas recebidas pela associação da existência de muitas pessoas em Macau que prestam este serviço, mas que não estão devidamente credenciados pelas autoridades locais.

Segundo declarações de Xu Zhiwei ao jornal Exmoo News, estes guias acompanham grupos de turistas de baixo segmento que visitam Macau apenas por um dia, começando as excursões no posto fronteiriço das Portas do Cerco. O responsável alerta que é difícil denunciar estes casos pois os percursos turísticos variam bastante, podendo passar pelos casinos, autocarros ou autocarros dos casinos, sendo que os visitantes permanecem muito pouco tempo em cada local.

O dirigente diz que cabe ao Governo reforçar a cooperação com o sector do turismo a fim de combater esta ilegalidade, além de ser necessário estabelecer uma plataforma de denúncias.

2 Abr 2024

Jogo | Receitas com subida anual de 53,1 por cento em Março

Dados oficiais da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos mostram que as receitas do jogo continuam numa tendência de subida: em Março cresceram, em termos anuais, mais 53,1 por cento. Entretanto, durante os três dias do período da Páscoa, entraram em Macau diariamente mais de 100 mil turistas

 

As receitas do jogo subiram 53,1 por cento em Março, em comparação com igual mês do ano passado, foi ontem anunciado. Os casinos arrecadaram 19,5 mil milhões de patacas em Março contra 12,7 mil milhões de patacas no mesmo mês de 2023, de acordo com dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Em termos de receita bruta acumulada, os primeiros três meses deste ano registaram um aumento de 65,5 por cento em relação ao ano anterior, com um total de 53,3 mil milhões de patacas, contra as 34,6 mil milhões de patacas registadas entre Janeiro e Março de 2023. Macau fechou o ano passado com receitas totais de 183,1 mil milhões de patacas, quatro vezes mais do que em 2022, depois de em Janeiro ter levantado todas as restrições à entrada de turistas, que vigoraram durante quase três anos, devido à pandemia de covid-19.

Ovos da Páscoa

Entretanto, terminado o período das mini-férias da Páscoa, o sector do turismo no território registou também números animadores. Dados divulgados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) mostram que o número de turistas entrados em Macau neste domingo ultrapassou pelo terceiro dia consecutivo os 100 mil. Até às 24 horas de domingo entraram pelos postos fronteiriços do território 103.043 visitantes, segundo dados divulgados pelo CPSP. Por sua vez, no mesmo período, o número de saídas foi de 113.482.

Nos primeiros três dias dos feriados da Páscoa entraram no território 330.447 visitantes, uma média diária de 110.149 turistas. Trata-se de números acima dos 100 mil visitantes por dia previstos pela directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes.

2 Abr 2024

Nova câmara de comércio quer ajudar empresas a entrar na China

Uma nova câmara de comércio e indústria com sede em Macau quer ajudar as empresas dos países de língua portuguesa a ultrapassar os obstáculos no acesso ao mercado da China, disse o presidente à Lusa. A Câmara de Comércio e Indústria dos Países de Língua Portuguesa na Grande Baía de Guangdong, Hong Kong e Macau (China) é a primeira associação que pretende reunir empresas de todos os mercados lusófonos, afirmou Rodrigo Brum.

As exportações dos países de língua portuguesa para a China atingiram 147,5 mil milhões de dólares em 2023, num novo recorde histórico. O Brasil é o maior parceiro lusófono (82,2 por cento) chinês, seguido por Angola (10,4 por cento). Quanto aos outros países, incluindo Portugal, são “muito pequeninos e, portanto”, podem e deveriam “já estar a beneficiar de uma actuação e de uma posição conjuntas” na relação com a China, defendeu Brum.

O objectivo da câmara, disse o dirigente português, é ajudar os empresários a ultrapassar “a falta de escala” para entrar na segunda maior economia do mundo e “o pouco conhecimento ou até indefinição às vezes sobre os regulamentos e a legislação chinesa”. Brum sublinhou também a barreira linguística, as diferenças na “forma como se fazem negócios” e “as dificuldades conhecidas de exportação de produtos alimentares” para o mercado chinês.

Carne barrada

A carne de vaca portuguesa ainda não consegue entrar no Interior, apesar de, em 2019, Lisboa ter assinado um acordo para simplificar os procedimentos de exportação de produtos alimentares para a China, incluindo a carne de ovino e de bovino. Brum disse acreditar que “a posição coordenada das empresas dos nove países [de língua portuguesa] determina uma posição activa nas estruturas que já estão criadas e que há que aproveitar”.

A China estabeleceu a RAEM como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003. Nesse mesmo ano, a China criou também o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, mais conhecido como Fórum de Macau, do qual Brum foi secretário-geral adjunto.

“A ambição máxima da câmara é ganhar a massa crítica para ser ouvida junto das autoridades que determinam as regras do jogo” e explicar as sugestões e dificuldades sentidas pelos empresários lusófonos, disse o dirigente.

2 Abr 2024

Emergências | Vice-ministro deixou recados a Ho Iat Seng

O vice-ministro de Gestão de Emergências, Xu Jia’ai, avisou Ho Iat Seng que a RAEM tem de estabelecer um novo mecanismo de cooperação no âmbito da Grande Baía. O recado foi deixado por Xu durante um encontro com o Chefe do Executivo, que decorreu a 28 de Março na sede do Governo.

De acordo com a versão oficial do Governo de Macau, Xu Jia’ai avisou Ho sobre a “necessidade de acelerar a criação de um novo mecanismo de cooperação […] na Grande Baía Guangdong, Hong Kong, Macau” para “impulsionar o reforço entre as três regiões, com o intuito de elevar a capacidade de resposta em casos de emergências”.

O dirigente do Governo Central elogiou ainda o trabalho do Governo RAEM, por considerar que “após a passagem do tufão Hato, Macau conseguiu enfrentar a passagem de vários tufões de forte intensidade, demonstrando gradualmente a eficácia do sistema de gestão de emergências, e a capacidade de resposta na prevenção, redução e resgate nas catástrofes”.

Por sua vez, Ho Iat Seng afirmou que Macau tem vários limites e que precisa sempre de ajuda do Interior. “Apesar de Macau ser um território pequeno, perante os casos de segurança pública mais repentinos, complexos e desafiadores de hoje em dia, é necessário elevar a consciência do perigo, por esta razão, espera-se que o ministério possa apoiar Macau no aumento da capacidade de gestão da segurança pública”, afirmou o Chefe do Executivo.

2 Abr 2024

Pequim apoia Julian Assange e apela a julgamento justo

A China solidarizou-se ontem com o jornalista australiano Julian Assange, fundador do portal WikiLeaks, após o Supremo Tribunal de Londres ter decidido adiar a decisão final sobre o recurso do seu caso.

“O mundo inteiro está a prestar atenção a este caso e está solidário com a situação dos Direitos Humanos e com o destino de Assange”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jean. “A equidade e a justiça devem ser respeitadas”, observou.

De acordo com Lin, “o WikiLeaks expôs uma grande quantidade de informação secreta sobre as guerras dos EUA no Afeganistão e no Iraque e revelou também o facto de a CIA levar a cabo todo o tipo de ciberataques”. De acordo com a última decisão, o tribunal deu três semanas ao governo dos EUA para dar garantias satisfatórias de que Assange poderá invocar em sua defesa a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, relativa à protecção da liberdade de expressão.

Também serão necessárias garantias de que o australiano não será prejudicado no julgamento devido à sua nacionalidade, de que lhe serão concedidas as mesmas proteções da Primeira Emenda que a um cidadão norte-americano e de que não será condenado à pena de morte. Se essas garantias não forem dadas, será concedida a Assange uma licença para recorrer, mas se forem dadas, as partes terão a oportunidade de apresentar novas alegações na audiência de 20 de Maio, para que seja tomada uma decisão sobre o recurso.

Pena pesada

A extradição de Assange foi assinada em Junho de 2022 pela então Ministra do Interior britânica, Priti Patel. Os EUA pedem a extradição de Assange por 18 acusações de espionagem e intrusão informática, na sequência das revelações explosivas feitas no seu portal, que entre 2010 e 2011 expuseram alegados crimes de guerra dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

De acordo com a defesa de Assange, estes crimes são puníveis com 175 anos de prisão nos EUA. Assange foi detido pela primeira vez em 2010, a pedido da Suécia, num processo que, entretanto, foi arquivado. Em 2012, refugiou-se na embaixada do Equador em Londres, mas foi detido em 2019 pela polícia britânica depois de o país lhe ter retirado o estatuto de asilo, e está preso desde então.

28 Mar 2024

Aço | Austrália aceita decisão da OMC a favor de Pequim

O Governo da Austrália aceitou ontem uma decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) a favor da China, que tinha apresentado uma queixa contra taxas alfandegárias a produtos siderúrgicos chineses. Depois de anos de deliberações, um painel da OMC considerou que a Austrália “agiu de forma inconsistente” com vários artigos do acordo mundial contra o ‘dumping’, a venda de bens abaixo do custo.

O ministro do Comércio australiano, Don Farrel, afirmou que o país vai aceitar a decisão da OMC e “colaborar com a China e tomar medidas para implementar as conclusões”, de acordo com um comunicado. No entanto, Farrel insistiu que o “relatório não prejudica a integridade do sistema australiano de soluções comerciais”, garantindo que o país vai continuar a apoiar a OMC e o sistema multilateral de arbitragem.

O ministro defendeu que a decisão se prende somente com “alguns problemas técnicos” com a forma como a Comissão Antidumping australiana calculou taxas impostas a três tipos de produtos siderúrgicos vindos da China. De acordo com o jornal Australian Financial Review, a Austrália impôs taxas de 10,9 por cento para torres eólicas, 17,4 por cento para rodas ferroviárias e 53,9 por cento para pias de cozinha de aço inoxidável em 2014, 2015 e 2019, respectivamente.

Estas taxas levaram a China a apresentar uma queixa junto da OMC em 2021, já depois de Pequim ter imposto tarifas ou medidas restritivas a produtos australianos em 2020, incluindo vinho, carvão, cevada, madeira e carne. Pequim, que continua a ser o principal parceiro comercial da Austrália, já levantou algumas das restrições comerciais, embora continue a impor medidas a produtos como vinho, lagosta e carne bovina.

28 Mar 2024