Macau | Rosa Mota em segundo lugar na minimaratona

A portuguesa Rosa Mota ficou domingo em segundo lugar na minimaratona de Macau, prova de 4,5 quilómetros que integra a Maratona Internacional da região chinesa. A ex-campeã olímpica de 67 anos terminou a corrida em 17 minutos e 10 segundos, mais 54 segundos do que a primeira, a atleta local Kin I Chao.

Em Fevereiro, a portuguesa teve alta hospitalar, na sequência de uma intervenção cirúrgica programada, depois de ter ultrapassado um “grave problema”, um “aneurisma dissecante da aorta”. Rosa Mota, natural do Porto, foi campeã olímpica da maratona nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, após ter sido bronze em Los Angeles, em 1984. Do seu palmarés constam ainda três títulos europeus (1982, 1986 e 1990) e um mundial (1987).

Ainda é a recordista nacional da maratona, com o registo de 02.23,29 horas, marca conseguida em Chicago em 1985. Nos últimos anos, Rosa Mota tinha reaparecido ao mais alto nível e venceu várias provas de veteranos, tendo estabelecido em Barcelona, em 2024, o recorde do mundo da meia-maratona (1:24.27 horas), para o escalão dos 65 aos 69 anos.

Também no ano passado, a portuguesa venceu a minimaratona de Macau, repetindo os triunfos em 2018, 2019 e 2023. Este ano, a organização convidou vários atletas, indicados pela Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP), de Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Sri Lanka e o estado de Goa (Índia).

Lusofonia destacada

Os lusófonos estiveram em destaque na meia-maratona, com o cabo-verdiano Samuel Freire, do Sporting Clube de Portugal, a terminar em terceiro a corrida masculina, atrás do vencedor Martin Ndungu e de David Kipkorir Rono, ambos quenianos.

No quarto lugar surgiu o português Fábio Oliveira, 30.º na maratona da primeira edição dos Campeonatos da Europa de Estrada, em Abril, e parte da selecção de Portugal que terminou em quarto lugar. Logo a seguir veio o jovem moçambicano Pinto Victor Jequecene, de 22 anos, enquanto o angolano David Jundo Elias terminou na sétima posição.

Na prova feminina, a também angolana Lúcia Kawele Capingala ficou no terceiro lugar, atrás da vencedora, a queniana Lucy Ndambuki, e da chinesa Na Zhao. Já fora do pódio, na quarta posição, terminou a jovem portuguesa Joana Ferreira, que conquistou a medalha de prata na prova sub-23 dos campeonatos nacionais de atletismo em 10 mil metros, em Maio.

A moçambicana Domingas Ernesto Checane ficou no sexto lugar. Cerca de 12 mil participantes inscreveram-se nas três corridas da Maratona Internacional de Macau, com o título da prova rainha a ir para o queniano Victor Kipchirchir e para a etíope Senay Mastewal Birhanu.

Além do triunfo, Kipchirchir bateu o recorde da maratona de Macau, ao acabar em duas horas, nove minutos e 27 segundos, menos 34 segundos do que o anterior registo, fixado em 2017 pelo etíope Felix Kiptoo Kirwa.

9 Dez 2025

Economia | Atingido excedente comercial recorde em 2025

As exportações da China cresceram 5,9 por cento em Novembro, superando previsões e elevando o excedente comercial acumulado em 2025 para mais de um bilião de dólares, um recorde anual, reflectindo a dependência da procura externa.

Segundo dados oficiais divulgados ontem, as importações aumentaram apenas 1,9 por cento no mesmo período, resultando num excedente de 112 mil milhões de dólares no mês. A previsão média dos economistas inquiridos pela agência Bloomberg apontava para um aumento de 4 por cento nas exportações.

Os dados surgem num contexto marcado por prolongado declínio dos preços no sector imobiliário e pelo aumento da insegurança laboral, que continua a limitar o consumo interno. Ainda assim, o aumento das importações supera a taxa de 1 por cento registada em Outubro.

O marco histórico do ‘superavit’ comercial surge também após uma recente atenuação das tensões comerciais com os Estados Unidos, e poderá intensificar os apelos de vários parceiros comerciais para uma maior correção dos desequilíbrios externos da China, nomeadamente a entrada massiva de bens a preços reduzidos, que tem pressionado indústrias locais noutros países.

A procura externa tem sido o motor mais constante do crescimento da China, compensando o fraco consumo interno e a prolongada crise no sector imobiliário.

Este excedente recorde deverá ter impacto positivo na aceleração do Produto Interno Bruto (PIB), após vários meses de abrandamento económico. As vendas a retalho estão a sair do ciclo mais prolongado de desaceleração desde 2021 e o investimento registou uma queda histórica.

Ainda que a economia chinesa esteja a crescer a um ritmo mais lento no último trimestre do ano, o desempenho robusto nos meses anteriores torna alcançável a meta oficial de crescimento “em torno dos 5 por cento” definida por Pequim para 2025.

9 Dez 2025

Pequim acusa Tóquio de divulgar “informações falsas” após incidente com caças chineses

O Governo chinês acusou ontem o Japão de divulgar “informações falsas” e interferir nos seus exercícios militares no mar e no espaço aéreo próximo ao arquipélago, após incidente com caças chineses. As acusações do Governo chinês surgem na sequência de Tóquio ter denunciado que caças chineses iluminaram com o seu radar duas aeronaves japonesas num incidente ocorrido no sábado a sudeste de Okinawa.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, afirmou ontem, numa conferência de imprensa, que “a verdade dos factos é muito evidente”, ao apontar que as manobras chinesas foram realizadas em zonas marítimas e aéreas designadas com antecedência e que cumprem “o direito internacional e as práticas habituais”.

Guo Jiakun sublinhou que a activação do radar de busca por aviões embarcados durante um treino “é uma operação normal” utilizada por “todos os países” para garantir a segurança do voo.

“O Japão entrou sem autorização na área de treino e aproximou-se das actividades chinesas para realizar reconhecimentos”, afirmou o porta-voz, ao mesmo tempo que expressou a “firme oposição” de Pequim. Exigiu ainda a Tóquio que cesse “imediatamente os comportamentos perigosos que perturbam os exercícios normais da China” e ponha fim “a toda a manipulação política e falsa exageração”.

Discursos inflamáveis

O incidente, segundo Tóquio, ocorreu no sábado, quando caças chineses direccionaram intermitentemente o seu radar contra dois caças japoneses, que o Japão descreveu como “águas internacionais a sudeste de Okinawa”. Tóquio apresentou um protesto formal à China e convocou o embaixador chinês na capital japonesa, enquanto Pequim acusou os aviões japoneses de se aproximarem de forma hostil da zona onde operava o porta-aviões Liaoning.

O incidente ocorre num momento de especial tensão bilateral após as declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, no mês passado, afirmando que um ataque chinês contra Taiwan poderia colocar o Japão numa “situação de crise” e justificar a intervenção das suas Forças de Autodefesa.

Pequim classificou essas declarações como “extremamente graves” e respondeu com medidas de pressão económica e cultural, incluindo avisos de viagem para cidadãos chineses, novos controlos aos produtos do mar japoneses e críticas ao previsto destacamento de sistemas antimísseis nas ilhas Nansei.

9 Dez 2025

Diplomacia | Cooperação com EUA é a “única opção” correcta e realista

As autoridades chinesas reafirmam a vontade de cooperar com os Estados Unidos para manter a estabilidade global, salientando, no entanto, que Taiwan é uma parte inalienável do território chinês

A China afirmou ontem que a cooperação com os EUA é a “única opção correcta e realista” para ambas as potências, após saber que o conflito no estreito de Taiwan é uma prioridade na Estratégia de Segurança Nacional 2025 norte-americana.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, declarou ontem, numa conferência de imprensa, que Pequim “sempre acreditou que cooperar beneficia ambos e confrontar prejudica os dois”, e sustentou que o respeito mútuo, a coexistência pacífica e a cooperação de benefício mútuo “constituem a única opção correcta e realista” para gerir a relação bilateral.

Segundo a agência de notícias espanhola Efe, Guo Jiakun afirmou que a China está disposta a trabalhar com os EUA para que os laços “mantenham um desenvolvimento estável”, contudo sublinhou que Pequim “defenderá com firmeza” os seus interesses de soberania, segurança e desenvolvimento.

“Esperamos que a parte americana avance na mesma direcção, implemente os consensos alcançados por ambos os líderes, saiba gerir adequadamente as diferenças e contribua para a estabilidade global”, acrescentou o porta-voz, referindo que Taiwan é “parte inalienável” do território chinês e que a questão taiwanesa constitui “a primeira linha vermelha que não pode ser cruzada” nas relações entre as duas potências.

O porta-voz exigiu ainda que Washington “suspendesse” qualquer apoio às forças “separatistas” taiwanesas. Na sexta-feira, Washington definiu como prioridade impedir um conflito no estreito de Taiwan, sublinhando que manter a superioridade militar é “fundamental para evitar qualquer agressão”.

Caminhos cruzados

A Estratégia de Segurança Nacional 2025, publicada pela Casa Branca na sexta-feira passada, indica que um ataque a Taiwan, ilha que Pequim reivindica como sua, “deveria representar um custo demasiado elevado para os possíveis agressores” e que Washington tem como prioridade “preservar a superioridade militar”.

Além disso, reafirma a política histórica dos Estados Unidos de “rejeitar mudanças unilaterais ao statu quo na região do Indo-Pacífico”. O relatório também destaca que a concorrência com a China se tornou um pilar da política externa dos EUA, e que reforçar alianças regionais e preparar contingências para aumentar a capacidade de dissuasão contra ameaças externas são prioridades estratégicas.

Os EUA estão no meio das disputas entre a China e Taiwan há mais de sete décadas, fornecendo armas a Taipei (capital de Taiwan) e mantendo em aberto, embora sem relações diplomáticas oficiais, a possibilidade de defender a ilha em caso de conflito com Pequim. Enquanto isso, a China considera Taiwan como uma “parte inalienável” do seu território e não descarta o uso da força.

9 Dez 2025

João Morgado nomeado para o “Dublin Literary Award 2026”

O escritor português João Morgado foi nomeado para o “Dublin Literary Award 2026”, uma das mais importantes distinções literárias internacionais, pela edição inglesa do romance biográfico centrado na figura de Vasco da Gama “Dust In The Gale – The Turbulent Life of Vasco da Gama”, editado nos EUA. Esta é a tradução de “Índias”, o romance sobre a vida do navegador português que descobriu o Caminho Marítimo para a Índia em 1498.

Citado por uma nota oficial, João Morgado disse que esta primeira nomeação internacional para este livro representa “não apenas o reconhecimento de um projecto literário, mas também a projecção internacional da história e cultura portuguesas”, acrescentando que “é uma honra extraordinária ver o meu trabalho sobre Vasco da Gama atravessar oceanos, tal como o próprio navegador o fez há mais de cinco séculos”.

Rico prémio

Com uma carreira literária consolidada, Morgado soma já nove prémios literários nacionais, incluindo o Prémio Literário Santos Stockler 2024, o Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca 2020 e o Prémio Literário Ferreira de Castro 2019. Várias das suas obras já foram traduzidas para inglês, russo, sérvio, indonésio e chinês.

O vencedor do 31.º Dublin Literary Award, patrocinado pelo Dublin City Council, é o prémio literário mais valioso do mundo para obras de ficção individual, com um valor de 100 mil euros, sendo anunciado a 21 de Maio de 2026 no âmbito do International Literature Festival Dublin (ILFD).

Doutorando em Comunicação na Universidade da Beira Interior e mestre em Estudos Europeus e Direitos Humanos, o autor é membro do Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão e integra o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, tendo também já recebido a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cívico e Cultural pela investigação sobre Pedro Álvares Cabral.

Autodenominando-se um “autor plural”, Morgado transita entre géneros como romance histórico, poesia, teatro e conto, tendo participado em diversos festivais literários na Europa, Brasil e Indonésia.

9 Dez 2025

Zonas históricas | Nick Lei duvida da eficácia dos projectos de revitalização

Nick Lei tem sérias dúvidas de que os projectos de revitalização das zonas históricas, a cargo das seis concessionárias de jogo e do Governo, tenham obtido resultados significativos e, como tal, pediu ao Executivo a divulgação dos objectivos pretendidos.

Numa interpelação escrita divulgada no sábado, o deputado ligado à comunidade de Fujian lembrou que os planos para os projectos de revitalização foram anunciados em 2023 e aponta que não se verificam grandes resultados. Recorde-se que as zonas intervencionadas são os Estaleiros de Lai Chi Vun, a Rua da Felicidade, a zona da Barra, os cais 23 e 25 do Porto Interior, a Avenida de Almeida Ribeiro, a Rua de Cinco de Outubro e a Fábrica de Panchões Iec Long.

Durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa da tutela da Economia e Finanças, Anton Tai Kin Ip apresentou um novo modelo de gestão para as zonas históricas, com as associações locais a ficarem responsáveis pelo planeamento de eventos e actividades que criem novas dinâmicas. Em relação a esta novidade, Nick Lei pede ao Governo para estabelecer os objectivos a alcançar.

O deputado considera que existe na sociedade um sentimento de que os recursos investidos nas zonas históricas não estão a corresponder às expectativas, sem conseguir atrair residentes ou turistas. Ainda assim, pergunta se o Governo está satisfeito com os resultados alcançados até agora.

Nick Lei pediu também a divulgação de um calendário relativo aos projectos, de médio-longo prazo incluindo detalhes sobre obras, reconstrução de estradas, restauro de construções históricas e decorações de rua.

9 Dez 2025

Aeroporto | Esperada redução anual de passageiros

O Aeroporto Internacional de Macau vai encerrar o ano com uma redução anual de 200 mil passageiros. O cenário foi admitido por Simon Chan, presidente da CAM-Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau, em declarações aos jornalistas.

Segundo as explicações de Simon Chan, apesar de a empresa não actualizar os dados desde Outubro no portal oficial, o número de utilizadores do aeroporto deverá cair para cerca de 7,40 milhões. No ano passado, a infra-estrutura tinha registado 7,64 milhões de passageiros, uma diferença de 3,1 por cento.

Entre Janeiro e Setembro, apenas em dois meses o registo do ano anterior foi batido, de acordo com os dados oficiais. No entanto, Simon Chan revelou que nos últimos meses tem havido um crescimento anual do número de passageiros, que variou entre 4 e 11 por cento.

A redução anual foi justificada com o ambiente económico difícil no Interior, mercado que dá origem à grande maioria dos utilizadores do aeroporto. O número de utilizadores está ainda longe do registo recorde, estabelecido em 2019, quando o aeroporto registou um total de 9,61 milhões de passageiros.

Em relação ao lançamento de novos voos, a partir de Janeiro é esperada uma nova ligação directa entre Macau e Jeju, disponibilizada pela companhia coreana T’way. Antes disso, a partir deste mês, deverá abrir uma nova rota para o Interior, para a cidade de Jinan.

9 Dez 2025

Sam Hou Fai defende que há cada vez mais apoios para a comunidade portuguesa

O Chefe do Executivo defende que o Governo tem dado cada vez mais apoio à comunidade portuguesa em Macau. As declarações terão sido prestadas durante um encontro entre o Chefe do Executivo e os representantes da Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas da Assembleia da República Portuguesa, de acordo com a versão do Governo de Macau.

O encontro aconteceu na Sede do Governo na quinta-feira e, de acordo com o Gabinete de Comunicação Social, Sam Hou Fai destacou “o apoio, cada vez maior, do governo da RAEM no ensino da língua portuguesa, na transmissão da cultura e à comunidade portuguesa”. O Chefe do Executivo apontou ainda que estes “factos” “demonstram plenamente os alicerces consolidados de Macau na coexistência de culturas diversificadas, e a importância e respeito dados constantemente aos direitos, interesses, costumes e tradições da comunidade portuguesa em Macau”.

Esperança no futuro

Aos deputados de Portugal, que além de José Cesário incluíram Paulo Neves (PSD), Manuel Magno (Chega) e Catarina Louro (PS), o Chefe do Executivo afirmou ainda “esperar que as relações amigáveis entre Macau e Portugal continuem a avançar sob uma base sólida”.

Ainda durante o encontro, Sam Hou Fai considerou que “Macau tem implementado inabalavelmente o princípio ‘um país, dois sistemas»’ seguindo o regime jurídico continental europeu anteriormente existente, e mantendo inalterados o sistema capitalista e a maneira de viver, sob o enquadramento da Lei Básica”.

O Chefe do Executivo defendeu também “as vantagens institucionais de ‘um país, dois sistemas’, o forte apoio do Governo Central” e apontou ainda que depois da transferência Macau tem “alcançado êxitos notáveis a nível mundial nas áreas da económica, social, cultural e turística”.

9 Dez 2025

AMCM | Assinado acordo permanente com Banco Popular da China

A Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) assinou na sexta-feira um acordo com o Banco Popular da China para a troca de moeda entre renminbis e patacas. O documento assinado intitula-se “Acordo Permanente de Swap de RMB/MOP entre o Banco Popular da China e a Autoridade Monetária de Macau” e pretende dar “continuidade ao ‘Acordo de Swap de Moedas'” anteriormente assinado.

A nova versão estabelece a permanência do acordo “que não requer renovação periódica” e alargou-se o âmbito para 30 mil milhões para 50 mil milhões de RMB, ou de 34 mil milhões para 57 mil milhões de patacas.

O primeiro acordo assinado com o Banco Popular da China ocorreu a 5 de Dezembro de 2019, com validade de três anos. Foi feita uma primeira renovação no mesmo mês de 2022, mantendo-se os valores iniciais de 30 mil milhões de RMB e 34 mil milhões de patacas. A AMCM destaca que a renovação e actualização de valores “proporcionarão um apoio mais robusto à liquidez do RMB no mercado financeiro de Macau, facilitando a expansão dos negócios em RMB”.

9 Dez 2025

China | Yuan abaixo do esperado após atingir máximos face ao dólar

O banco central da China fixou ontem a sua taxa de câmbio de referência para o yuan abaixo do previsto pelos mercados, num sinal de que Pequim procura travar a recuperação da moeda face ao dólar.

De acordo com informações divulgadas pelo Banco Popular da China (BPC, banco central) no seu site oficial, a taxa de câmbio oficial para ontem foi fixada em 7,0733 yuans por dólar, 164 ‘pips’ (um centésimo de 1 por cento, medida utilizada em análises cambiais) abaixo das previsões mais difundidas entre investidores e analistas.

A decisão, sublinha a agência Bloomberg, representa a maior diferença entre as expectativas do mercado e a taxa finalmente fixada pelo BPC desde Fevereiro de 2022. A taxa de câmbio fixada pelo BPC é fundamental para a cotação da taxa “onshore” — negociada nos mercados nacionais — do yuan, uma vez que esta só pode desviar-se num intervalo máximo diário de 2 por cento, tanto quando se valoriza como quando se desvaloriza.

Face ao optimismo que se seguiu à trégua comercial entre a China e os Estados Unidos, seguida do anúncio da eventual visita do Presidente norte-americano, Donald Trump, ao país asiático no próximo ano, o yuan tem vindo a aproximar-se da barreira psicológica das 7 unidades por dólar, e o seu valor nos mercados está a caminho de atingir os registos mais elevados desde 2020.

Parte da valorização do yuan em relação ao dólar também se deve aos receios, refletidos na moeda norte-americana, em relação à política orçamental dos Estados Unidos, bem como às previsões de redução das taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed).

“O BPC tem vindo a dar prioridade à estabilidade cambial, pelo que não é surpreendente (…) que estejam a abrandar o ritmo das subidas. Não esperamos que o nível das 7 unidades [por dólar] seja posto à prova no resto do ano, mas provavelmente será ultrapassado em algum momento do próximo ano”, afirmou Lynn Song, economista-chefe do ING para a China, citado pela Bloomberg.

5 Dez 2025

Evolução | Genomas africanos apontam origens da espécie humana

O Homo sapiens existe há pelo menos 300 mil anos, mas a sua origem exacta permanece desconhecida e um novo estudo afastou a hipótese de que este evoluiu na África Oriental e se expandiu para sul. O estudo, baseado na análise de genomas antigos de pessoas que viveram desde a Idade da Pedra – há 10.200 anos – até há 150 anos no sul de África, defende que um grupo de indivíduos viveu em isolamento parcial durante várias centenas de milhares de anos.

Ao analisar os seus genomas, os investigadores encontraram adaptações genéticas que provavelmente moldaram o H. sapiens enquanto espécie. Os detalhes do estudo – o mais abrangente até à data sobre o ADN africano antigo – conduzido por investigadores da Universidade de Uppsala (Suécia) e da Universidade de Joanesburgo, foram publicados na quarta-feira na revista “Nature”, noticiou a agência Efe.

“Há muito que sabemos que a África Austral era habitada (…). Podemos agora demonstrar que o Homo sapiens existiu e evoluiu na África Austral durante um longo período e que esta região desempenhou um papel significativo na evolução humana, talvez o mais importante de todos”, realçou Mattias Jakobsson, geneticista da Universidade de Uppsala e principal autor do estudo.

A equipa analisou os genomas antigos de 28 indivíduos da África Austral e comparou-os com os dos seus contemporâneos de outras partes do mundo. Descobriram que os habitantes da Idade da Pedra da África Austral viveram isolados durante um longo período.

“Este grupo parece ter permanecido geneticamente isolado durante pelo menos 200 mil anos, e só há cerca de 1.400 anos começam a surgir vestígios claros de fluxo genético dentro deste grupo, quando o ADN de indivíduos da África Oriental e Ocidental começa a aparecer em indivíduos da África Austral”, explicou Jakobsson.

Embora nenhum novo grupo tenha migrado para a África Austral antes de há cerca de 1.400 anos, os dados genéticos sugerem que os membros da população do sul migraram para norte durante determinados períodos climáticos. De facto, material genético — datado de há cerca de 8.000 anos — desta população do sul foi encontrado em indivíduos do actual Malawi, sendo possível que as migrações do sul também tenham ocorrido anteriormente.

Técnicas e variações

Uma grande parte dos restos humanos analisados foi encontrada no Abrigo Rochoso do Rio Matjes (África do Sul), um sítio arqueológico com vestígios datados de há aproximadamente 10.000 a 1.500 anos. Este sítio revelou ainda ferramentas distintas de cada período histórico, confeccionadas com diferentes técnicas.

No entanto, os indivíduos são geneticamente praticamente idênticos ao longo de todo o período, ou seja, não há evidências de imigração ou de troca populacional, “exactamente o oposto do que aconteceu na Europa, onde as mudanças culturais tendem a coincidir com as migrações populacionais”, analisou Jakobsson.

No estudo, os investigadores identificaram 79 variantes de ADN exclusivas do Homo sapiens, distintas das que se encontram nos neandertais, denisovanos, chimpanzés e gorilas. Sete destas variantes, relacionadas com a função renal, estavam “claramente sobre-representadas”.

Os autores acreditam que estas variantes estão ligadas à capacidade humana única de arrefecer o corpo através do suor, o que requer uma boa capacidade de regular o equilíbrio hídrico do organismo. Encontraram também variantes envolvidas no sistema imunitário e no crescimento neuronal. Mais de 40 por cento destas variantes estão associadas a neurónios e ao crescimento cerebral, sugerindo um papel na evolução cognitiva.

Além disso, vários genes foram ligados à atenção, uma capacidade mental que pode ter evoluído de forma diferente no Homo sapiens em comparação com os neandertais e os denisovanos.

5 Dez 2025

Rendimento dos títulos da dívida do Japão sobe para nível mais alto desde 2007

O rendimento dos títulos da dívida japonesa a 10 anos atingiu ontem 1,91 por cento, o nível mais alto desde julho de 2007, devido às expectativas de que o Banco do Japão (BoJ) suba as taxas de juros.

O governador do banco central do Japão, Kazuo Ueda, desencadeou na segunda-feira especulações sobre um eventual aumento das taxas, ao sugerir num discurso perante líderes empresariais que as condições económicas são propícias para continuar com a normalização da política monetária, que o organismo suspendeu em Janeiro para avaliar o impacto das novas tarifas dos Estados Unidos.

Sem antecipar o resultado da próxima reunião sobre política monetária do BoJ, em meados deste mês, Ueda disse que “ajustar adequadamente o nível de flexibilização monetária, nem muito tarde nem muito cedo, é necessário para alcançar sem problemas o objectivo de estabilidade de preços, garantindo ao mesmo tempo a estabilidade dos mercados financeiros e de capitais”.

As palavras provocaram fortes quedas na Bolsa de Tóquio e os títulos da dívida, que vinham já a registar máximos desde a crise financeira de 2008 devido à preocupação com a saúde fiscal do arquipélago, dispararam.

Aconteceram também depois do anúncio do novo Executivo nipónico da primeira-ministra Sanae Takaichi, na passada quinta-feira, do projecto para o esperado orçamento suplementar de 2025, avaliado em 18,3 biliões de ienes (mais de 100 mil milhões de euros), que será financiado em grande parte com a emissão de títulos do Estado, e destinado sobretudo a um ambicioso pacote de estímulos.

Cautelas centrais

O BoJ é, de longe, o maior investidor em títulos do país mais endividado entre as economias mais avançadas, cujo rendimento é barómetro por excelência sobre as taxas de longo prazo.

O banco central manteve as taxas de juro de referência em 0,5 por cento nas últimas seis reuniões sobre política monetária, desde o aumento de 25 pontos base em Janeiro.

A última reunião do ano gerou grande expectativa, depois da mudança de Governo no Japão, em Outubro, mas o BoJ manteve uma postura cautelosa, antes de conhecer a posição financeira da nova primeira-ministra – que se mostrou crítica em relação à subida dos juros – e também de ter uma visão estabilizada sobre as negociações tarifárias com os Estados Unidos, o segundo maior parceiro comercial do Japão, depois da China.

5 Dez 2025

Coreia do Sul | Seul tenta repatriar seis cidadãos detidos no Norte

As autoridades sul-coreanas tentam voltar ao diálogo com o regime de Kim-jong Un na tentativa de resgatar seis cidadãos acusados de espionagem

O Governo sul-coreano comprometeu-se ontem a procurar a repatriação de seis cidadãos detidos por espionagem e outras acusações na Coreia do Norte entre 2013 e 2016, ainda que Pyongyang recuse o diálogo com Seul.

“Resolveremos o problema esforçando-nos para retomar rapidamente o diálogo inter-coreano com base no consenso nacional”, afirmou o gabinete presidencial, numa resposta que ficou pendente na quarta-feira numa conferência de imprensa do Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, na qual o chefe de Estado reconheceu não estar a par do assunto.

Os seis cidadãos incluem três norte-coreanos que desertaram para a Coreia do Sul. Os outros três são missionários detidos pelas autoridades norte-coreanas entre 2013 e 2014, nomeadamente Kim Jung-wook, Kim Kook-kie e Choi Chun-gil. O gabinete presidencial não revelou a identidade dos três desertores norte-coreanos para proteger a segurança das famílias no Norte e evitar que sofram sanções por associação, normalmente aplicadas por Pyongyang.

“Como as conversações e os intercâmbios inter-coreanos estão suspensos há muito tempo, o sofrimento do nosso povo continua e a questão precisa de ser resolvida com urgência”, acrescenta o comunicado, citado pelo The Korea Herald. Seul solicitou a libertação dos missionários em Março, ainda sob a vigência do Governo sul-coreano anterior, a pedido do Ministério da Unificação, depois de um grupo de trabalho das Nações Unidas ter classificado as detenções como ilegais.

Conversas antigas

A última vez que o tema dos sul-coreanos detidos foi discutido abertamente entre as duas partes foi no âmbito da cimeira intercoreana de 2018, entre o então presidente sul-coreano Moon Jae-in e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e nas conversações de alto nível realizadas no mesmo ano.

“Como resultado, chegou-se a um ponto muito próximo da libertação [dos detidos]. Kim Jong-un chegou mesmo a prometer ao então presidente Moon: “Farei tudo o que estiver ao meu alcance para [a libertação dos detidos]”, recordou ontem o deputado Yoon Geon-young, que na altura época era director da Sala de Situação presidencial sul-coreana.

Kim explicou que, após a cimeira fracassada de Hanói entre Pyongyang e Washington, em 2019, e a pandemia da Covid-19, as relações intercoreanas deterioraram-se, “por isso não foi possível obter um resultado”.

“A razão pela qual não pudemos informar publicamente os cidadãos sobre esta situação naquele momento era simples: em assuntos como a libertação de detidos, se o processo for tornado público, pode afectar negativamente o resultado, dependendo do caso”, acrescentou.

5 Dez 2025

Médio Oriente | Pequim pede cessar-fogo efectivo em Gaza após novo ataque israelita

O governo chinês pediu ontem que o cessar-fogo na Faixa de Gaza entre em vigor “efectivo”, após novo ataque das Forças da Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) ter feito cinco mortos, incluindo duas crianças e duas mulheres.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, lamentou o sucedido num campo de refugiados em Khan Yunis (sul do enclave palestiniano), comentando que “a situação em Gaza continua frágil”. Lin frisou a importância do cessar-fogo “para aliviar a crise humanitária e restaurar a Paz e a estabilidade regional o mais rápido possível”.

As IDF anunciaram terem efectuado o bombardeamento em causa como retaliação ao ataque contra as suas tropas na região de Rafah, no qual cinco soldados israelitas ficaram feridos. Para o grupo radical islamista palestiniano Hamas, o ataque “constitui um claro crime de guerra” e uma “violação do acordo de cessar-fogo”.

O Presidente chinês, Xi Jinping, declarou ontem, após reunião em Pequim com o homólogo francês, Emmanuel Macron, que ambos os países vão trabalhar em conjunto rumo a “uma solução abrangente, justa e duradoura” no Médio Oriente, acrescentando um apoio de 100 milhões de dólares na reconstrução de Gaza.

O bombardeamento israelita de ontem, que ocorreu perto do hospital de campanha Kuwaiti, provocou ainda ferimentos em 30 palestinianos, sendo que muitos dos residentes nas tendas eram funcionários do hospital e respectivas famílias, embora não se saiba ainda se constam entre as vítimas, informaram as mesmas fontes à agência de notícias espanhola EFE.

5 Dez 2025

Visita | Ucrânia e comércio dominam encontro entre Macron e Xi

Na sua quarta visita à China, Macron volta a apelar à interferência de Pequim na guerra na Ucrânia, ao mesmo tempo que procura um maior equilíbrio na balança comercial entre os dois países

O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou ontem aos esforços do homólogo chinês, Xi Jinping, para pôr fim à guerra na Ucrânia e corrigir os desequilíbrios comerciais, no início de uma visita de Estado à China.

“Temos de continuar a mobilizar-nos em prol da paz e da estabilidade no mundo. E da Ucrânia às diferentes regiões do mundo afectadas pela guerra, a nossa capacidade de trabalhar em conjunto é determinante”, afirmou Macron após uma reunião restrita com o chefe de Estado chinês e antes de discussões em formato alargado.

“Sabemos que temos muitos pontos em comum, às vezes temos desacordos, mas temos a responsabilidade de saber superá-los, de encontrar mecanismos de cooperação e de resolução de litígios para um multilateralismo eficaz no qual acreditamos”, acrescentou o líder francês.

Xi garantiu, pelo seu lado, que a China tenciona cooperar com França para “eliminar qualquer interferência” e “tornar a parceria estratégica geral entre China e França mais estável”. Macron apelou também ao crescimento dos “investimentos cruzados” entre os dois países, para reequilibrar a relação comercial, e defendeu a cooperação no âmbito do G7 no sentido de uma governança económica baseada em “regras”.

O Presidente chinês, acompanhado pela esposa, Peng Liyuan, recebeu Macron e a esposa, Brigitte, no Palácio do Povo, onde os dois líderes ouviram os hinos nacionais e passaram em revista as tropas, antes de serem saudados por crianças.

O chefe de Estado francês, que chegou na quarta-feira à noite a Pequim, acompanhado por 35 líderes de grandes grupos empresariais (incluindo Airbus, EDF e Danone) e empresas familiares, do sector de luxo ao agroalimentar, deverá assistir à assinatura de uma série de contratos.

A relação entre a China e a União Europeia é caracterizada por um enorme défice comercial (357,1 mil milhões de dólares) em detrimento da UE. Paris está também empenhada em pressionar a China a que invista mais em França, e aceite uma partilha de tecnologias comparável à praticada pelos europeus, que contribuiu para o crescimento económico de Pequim.

Metais e ursos

Outro dos assuntos sensíveis é o do acesso a metais raros, cuja produção e transformação mundiais são dominadas pela China, alavanca que Pequim utilizou em 2025, em plena guerra comercial com os Estados Unidos, abanando as cadeias de abastecimento do planeta.

Esta é a quarta visita de Estado de Emmanuel Macron à China desde que foi eleito Presidente em 2017. Xi Jinping foi recebido em França em 2024 e o Eliseu apresenta o tempo que Xi passará com Macron até sexta-feira, incluindo encontros privados, como um sinal da importância da relação sino-francesa.

“Temos uma expectativa constante em relação à China: É que use a sua influência junto da Rússia para levá-la a cessar a guerra” na Ucrânia, às portas da União Europeia, afirma o Eliseu.

A China tem reiterado que deseja a paz, mas nunca condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, em Fevereiro de 2022. Parceiro económico e político fundamental da Rússia, o gigante asiático é o maior comprador mundial de combustíveis fósseis russos, incluindo produtos petrolíferos, alimentando assim a máquina de guerra. Os europeus acusam ainda Pequim de fornecer componentes militares a Moscovo.

Durante a anterior viagem a Pequim, em 2023, Macron apelou a Xi para que “chamasse a Rússia à razão”. Tal como em França em 2024, os dois casais presidenciais reunir-se-ão na sexta-feira num ambiente mais informal em Chengdu, na província de Sichuan (sudoeste), berço dos pandas gigantes que se tornaram embaixadores da China em todo o mundo.

5 Dez 2025

Inundações | DSAMA publica Tabela de Marés para 2026

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA) acaba de divulgar a Tabela de Marés para o próximo ano, referindo, em comunicado, que se faz a “introdução pioneira dos dados horários da altura das marés”, o que pode auxiliar no combate a inundações.

Desta forma, “acrescenta-se a previsão da altura da maré em cada hora em ponto, além dos dados da altura das preia-mares e baixa-mares em cada dia, permitindo ao sector marítimo e ao público em geral aceder de forma mais prática às previsões das variações horárias das marés”.

O levantamento de dados das marés começou a ser feito em 1925, sendo que as tabelas anuais das marés de Macau são produzidas desde 1960. A previsão das marés é obtida a partir da análise dos dados de nível das marés, medidos e registados permanentemente na Estação Maregráfica do Porto Interior. Os dados de previsão das marés são disponibilizados em tempo real aos serviços meteorológicos para referência, permitindo o cálculo das alturas das marés resultantes da combinação das marés astronómicas com os efeitos do “Stormsurge”.

5 Dez 2025

DSAT | Inquérito releva que quase metade das deslocações se fazem a pé

Um estudo realizado pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), relativo a 2024, revelou que, entre os diversos modos de deslocação, andar a pé continua a registar a maior proporção, com cerca de 46,5 por cento, semelhante ao registo de 2019. Porém, a proporção cai 3,2 por cento face a 2009. Importa referir que o inquérito é realizado de cinco em cinco anos.

O segundo meio mais usado de movimentação na cidade voltou a ser o autocarro público, apesar da descida de um ponto percentual para 20,9 por cento no ano passado.

Em relação à utilização de automóveis particulares de passageiros, a DSAT deu conta de um aumento ligeiro, de 0,8 por cento, entre 2024 e 2019, para um total de 15,5 por cento. A percentagem varia bastante consoante a área de residência, com Coloane, naturalmente, a ser a zona mais propícia a deslocações de automóvel ou motociclos.

O inquérito revela ainda que as deslocações com motociclos caíram ligeiramente entre 2019 e o ano passado, sendo o transporte preferencial de 11,3 por cento da população.

5 Dez 2025

Táxis | Pedidos mais serviços por aplicação

A Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau considera que Macau deve ter aplicações de telemóvel para chamar táxis semelhante à Didi ou Uber, apelando ao Governo para trazer esse serviço para o território aquando do lançamento da consulta pública para rever o regulamento do transporte de passageiros em Táxis.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o presidente da associação, Leng Sai Vai, elogiou a importância deste tipo de serviço, frisando que actualmente os taxistas apenas podem ter clientes nas proximidades, como casinos ou postos fronteiriços, sendo que clientes em zonas mais afastadas dos pontos de paragem têm dificuldade em chamar um veículo. O responsável acredita que criar estas aplicações em Macau pode trazer mais clientes, aumentando a eficácia do serviço e dando maior conveniência aos passageiros.

5 Dez 2025

APAVT | Macau é “Destino Preferido” internacional em 2026

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo voltou a escolher Macau como Destino Preferido da associação em 2026, o que permitirá um reforço da cooperação. Helena de Senna Fernandes enalteceu a continuação do bom trabalho resultante da parceria com a associação lusa

“Macau e a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) decidiram que não devem parar. É por isso que vos transmito com muita alegria que decidimos, Macau e a APAVT, que Macau seja o destino preferido internacional da APAVT ao longo de 2026”, afirmou o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira no território.

O 50.º Congresso Nacional da APAVT, que decorre desde terça-feira em Macau, terminou ontem, e contou com mais de mil profissionais, um número recorde, para debater o futuro do sector do turismo. Macau acolheu pela sexta vez aquele que é considerado o maior congresso do sector do turismo português.

“Não posso estar mais feliz. Sabem da minha condição de último mandato. Cumpro um sonho que é voltar a Macau e voltar a trabalhar com Macau. (…) O Congresso tem sido, no meu entender, memorável do ponto de vista dos temas, mas também tem sido memorável do ponto de vista do número, é o maior de sempre, e tem sido memorável do ponto de vista da capacidade de acolhimento”, reforçou Pedro Costa Ferreira.

O Destino Preferido da APAVT é um programa “muito amplo”, que tem duas partes fundamentais, a comunicação e marketing, e que ajuda, desta forma, o destino eleito a promover-se. “Significa que em todas as nossas presenças, teremos Macau junto connosco e, portanto, temos essa comunicação”, acrescentou o presidente da associação, lembrando que desta forma é reforçada uma relação com muitos anos.

Velhos amigos

“O regresso do Congresso à nossa cidade este ano e a designação de Macau, a par da China, Destino preferido para 2026, abrem caminho para continuarmos a trabalhar bem”, disse a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes.

A principal novidade em 2026 do Destino Preferido vai ser o lançamento de um programa de ‘e-learning’ (aprendizagem electrónica) sobre Macau para agentes de viagens da Alemanha, Finlândia e Países Baixos, tal como o programa que foi lançado em Portugal em 2024. O ‘e-learning’ será desenvolvido pela APAVT e pelo Turismo de Macau, em colaboração com a Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos (European Confederation of Travel Agents’ and Tour Operators’ Associations [ECTAA]).

Pedro Costa Ferreira lembrou ainda que este congresso tem vários “significados especiais”, desde logo “por ser o sexto” em Macau e porque foi o escolhido “para acabar a comemoração do 75.º aniversário” da associação. A APAVT diz ter acreditado 1.039 congressistas de 172 voos diferentes, congressistas que “vão agora visitar várias províncias da China em colaboração com o Turismo de Macau”.

5 Dez 2025

Patriotismo | Destacada importância da residência do General Ye Ting

Tendo em conta a reabertura, ontem, da antiga residência do General Ye Ting, no número 76 da Rua do Almirante Costa Cabral, dois académicos destacaram, ao jornal Ou Mun, a importância deste novo espaço museológico para a educação patriótica.

Lam Fat Iam, director da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Politécnica de Macau, e também deputado, disse que esta residência representa um testemunho da história de vida do general, nomeadamente do tempo em que esteve em Macau.

Este responsável destacou ainda que as peças expostas constroem uma clara linha de educação patriótica, reveladora das lutas ocorridas na história moderna da China. Já Ieng Weng Fat, historiador, afirmou que o Instituto Cultural melhorou a apresentação do general, permitindo ao público conhecer as contribuições que Ye Ting fez nos anos da II Guerra Mundial, na luta contra a invasão japonesa, saber mais sobre a educação patriótica e fomentar, junto dos jovens, o amor por Macau.

5 Dez 2025

Malásia | Retomadas buscas por avião desaparecido há 11 anos

A Malásia anunciou ontem a retoma das buscas pelo voo MH370 da companhia aérea Malaysia Airlines, desaparecido com 239 pessoas a bordo em Março de 2014, pouco depois de descolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim.

“A [empresa] Ocean Infinity e o Governo da Malásia confirmam que iniciarão [em 30 de Dezembro] as operações de busca por um total de 55 dias, de forma intermitente”, anunciou o Ministério dos Transportes da Malásia, através de um comunicado com a data de ontem.

A Ocean Infinity é uma empresa de robótica e exploração do fundo do mar com sede nos Estados Unidos e no Reino Unido, que há anos colabora na busca do avião, desaparecido em 08 de Março de 2014, cerca de 40 minutos após a descolagem de Kuala Lumpur com destino à capital chinesa.

A aeronave desapareceu dos radares após deixar o espaço aéreo da Malásia e entrar no do Vietname, quando, em princípio, se desviou da rota para o sul do Índico, sem que se conheçam ainda as causas.

A bordo do Boeing 777 viajavam 153 chineses, 50 malaios (12 faziam parte da tripulação), sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses, três norte-americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadianos, dois iranianos, um russo, um neerlandês e um taiwanês.

Inicialmente, a Malásia, a China e a Austrália realizaram uma busca conjunta em cerca de 120.000 quilómetros quadrados no Índico, mas encerraram as operações em janeiro de 2017, sem encontrar os destroços do avião.

A Ocean Infinity também tentou localizar o aparelho numa área de cerca de 100.000 quilómetros quadrados entre Janeiro e Junho de 2018, sem sucesso. Em Abril passado, o Governo da Malásia afirmou que a operação de busca da aeronave havia sido interrompida por “não ser a época” ideal para o efeito, mas adiantou que seria retomada no final deste ano. O comunicado de ontem concretiza que a busca será realizada numa “área específica com maior probabilidade de localização da aeronave”.

4 Dez 2025

Indonésia |Número de mortos nas cheias ultrapassa 800

O balanço do número de mortos causado pelas cheias que atingiram a grande ilha de Sumatra, na Indonésia, ultrapassou os 800, anunciou ontem a Agência Nacional de Gestão de Desastres indonésia (BNPB).

As autoridades indicaram anteriormente que tinham morrido 631 pessoas. De acordo com a BNPB, o número mais recente é de 804 mortos, mais de 650 pessoas desaparecidas e centenas de milhares de residentes retirados das suas casas na ilha de Sumatra, no oeste da Indonésia.

Apesar das mais de 800 mortes, de milhares de feridos e da destruição massiva em Sumatra, o Governo indonésio resiste à crescente pressão para declarar o estado de emergência após as inundações. O país só tomou esta medida por três vezes, segundo os registos disponíveis: durante o terramoto e tsunami de 1992, o tsunami de 2004 que matou dezenas de milhares de pessoas e durante a pandemia de covid-19.

Crescem os apelos para que o Governo declare o estado de emergência, com os defensores a argumentarem que tal medida libertaria recursos e melhoraria a coordenação da ajuda humanitária. O Governo do Presidente indonésio, Prabowo Subianto, tem insistido até agora que o país dispõe dos recursos necessários para lidar com a situação.

Esta situação contrasta com a do Sri Lanka onde foi declarado o estado de emergência e pedida ajuda à comunidade internacional face aos efeitos das cheias. A Amnistia Internacional (AI) Indonésia acredita que a decisão de declarar o estado de emergência é urgentemente necessária “para que as forças nacionais e internacionais possam ser mobilizadas para ajudar as vítimas”.

As autoridades alertaram que a destruição provocada pelas chuvas se deve à grande quantidade de água que caiu durante um período prolongado, provocando o transbordo dos rios.

4 Dez 2025

Coreia do Sul | Seul considera “extremamente difícil” fabricar submarinos nucleares nos EUA

O Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, declarou ontem que será “extremamente difícil” fabricar submarinos com propulsão nuclear nos Estados Unidos.

“Do nosso ponto de vista, produzi-los lá é extremamente difícil, para ser realista”, afirmou o chefe de Estado, numa conferência de imprensa. Seul e Washington finalizaram em Novembro um acordo sobre a construção deste tipo de submarinos destinado à marinha sul-coreana, mas o local da construção não foi determinado.

Uma nota conjunta detalhou que os dois países se comprometeram a “continuar a colaboração no domínio da construção naval através de um grupo de trabalho” específico.

Em Outubro, depois de ter dado o “sim” a um acordo de princípio para a fabricação de um submarino de propulsão nuclear destinado ao aliado sul-coreano, o Presidente norte-americano, Donald Trump, escreveu na rede social X e na Truth Social, da qual é proprietário, que este seria construído em Filadélfia, nos Estados Unidos. Ontem, o Presidente sul-coreano indicou que a questão “ainda necessita de discussões”. Lee Jae-myung salientou que a posição de Seul sempre foi a de produzir os submarinos internamente.

4 Dez 2025

Tailândia levanta proibição de venda de álcool à tarde em vigor desde 1972

A Tailândia levantou ontem a proibição da venda de bebidas alcoólicas durante a tarde, que foi decretada em 1972 para evitar que os funcionários públicos consumissem álcool em horário de trabalho.

A medida agora revogada por um decreto real impedia a venda de álcool entre as 14:00 e as 17:00 em estabelecimentos comerciais, como supermercados. A venda será permitida naquele horário por um período inicial de teste de 180 dias, anunciaram ontem as autoridades, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

A nova regulamentação estende o horário anteriormente permitido para a venda de álcool, das 11:00 às 14:00 e das 17:00 à meia-noite, removendo a proibição de três horas à tarde. O fim do período à meia-noite permanece em vigor, mas os clientes em estabelecimentos licenciados têm agora uma extensão de uma hora para terminar as bebidas, segundo o jornal Bangkok Post.

Revisto e confirmado

O Governo encarregou em Fevereiro os ministérios da Saúde, Administração Interna e Turismo de reverem a regulamentação, que também contempla proibições de venda durante cinco dias especiais do calendário budista por ano. O então ministro da Administração Interna e actual primeiro-ministro, Anutin Charnvirakul, disse que a política seria revista para estimular a economia e criar empregos.

As autoridades confirmaram em Maio a intenção de suavizar as restrições, permitindo desde então a venda durante festividades budistas em aeroportos, hotéis e zonas de atracção turística, entre outros locais. O Governo já considerava desactualizada a proibição durante os dias budistas, a religião maioritária no país, cujo quinto preceito consiste na abstenção do consumo de produtos tóxicos, como seriam os licores.

A Tailândia, o país mais visitado do Sudeste Asiático, toma a medida também para impulsionar o turismo, com o objectivo de superar o recorde pré-pandemia de 2019, quando recebeu 39,8 milhões de estrangeiros. O país tem tentado recuperar o mercado, com foco especial no turismo chinês, a principal fonte de visitantes.

4 Dez 2025