Primeiro ano de Sam Hou Fai foi proactivo a diversificar economia

Analistas disseram à Lusa que o primeiro ano de mandato do Chefe do Executivo ficou marcado pela vontade de liderar a diversificação da economia da RAEM, altamente dependente dos casinos.

Sam Hou Fai, que tomou posse exactamente há um ano, “adoptou uma abordagem proactiva para liderar o processo de diversificação económica”, defendeu Henry Lei Chun Kwok. O professor da Universidade de Macau deu como exemplo a criação de dois fundos, um para apoiar as indústrias e outro para a investigação científica e tecnológica, e a criação de um parque de ciência e tecnologia. Algo que “difere da abordagem anterior, orientada pelo mercado, e que é crucial tendo em conta as incertezas e a fraca confiança dos investidores que enfrentamos actualmente”, sublinhou o especialista em economia empresarial.

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa sublinhou que Sam Hou Fai “não partiu do zero” e que a diversificação económica era já uma política de Macau “a médio e longo prazo”. “Há, digamos, um comboio em movimento e esse comboio continua. Pode-se aumentar ligeiramente a velocidade, ou reduzir a velocidade, mas o caminho estava mais ou menos traçado”, disse Carlos Cid Álvares.

A diferença, explicou o deputado Leong Hong Sai, é que “no passado, discutiu-se durante muitos anos a importância de alcançar uma diversificação económica e industrial”. “Agora, isto está a ser implementado de facto, com o planeamento geral e a selecção de locais a ocorrerem de forma ordenada”, sublinhou o vice-presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau.

Ainda assim, Henry Lei avisou que “poderá demorar algum tempo até que os esforços produzam progressos mensuráveis, como o aumento do valor acrescentado ou a quota do sector tecnológico no PIB [Produto Interno Bruto]”. Cid Álvares também vê projectos “interessantes e que podem fazer mexer a economia”: uma zona cultural, em consulta pública até 26 de Dezembro, e a cidade universitária em Hengqin.

Périplo ibérico

Cid Álvares, também director executivo do Banco Nacional Ultramarino – parte do grupo da Caixa Geral de Depósitos – acredita que a visita que Sam Hou Fai prevê fazer a Portugal e Espanha pode ajudar a atrair empresas e investimento. “Acredito que isso possa fazer com que mais olhos se virem para aqui, porque, para mim, Macau não são 600 mil habitantes, são 80 milhões da Grande Baía, com 12 por cento do PIB da China”, defendeu Cid Álvares.

O presidente da CCILC diz que já “está a haver uma maior atenção a Hengqin” e previu que, “a prazo, as fronteiras vão ser bastante simplificadas e, portanto, Macau e Hengqin vão estar mais integrados”.

Tem havido “esforços significativos” para uma maior integração de Macau, nomeadamente “a convergência de regras jurídicas”, mas Leong Hong Sai defendeu que “o progresso deve ser acelerado”. Já Henry Lei, apontou como prioridade “ultrapassar a ineficiência na mobilidade de recursos, como os fluxos de capitais e de informação, para reforçar a integração entre Macau e Hengqin [e] atrair mais investimento transfronteiriço”.

20 Dez 2025

Acção Social | Analisas destacam apoios a grupos vulneráveis

Analistas indicam que, no primeiro ano de mandato, o novo líder do Governo, Sam Hou Fai, fez esforços “bastantes substanciais” para apoiar “os grupos vulneráveis” de Macau. Mais investimento público e apoios direccionados foram destacados como pontos positivos

No capítulo da acção social, o primeiro ano de Sam Hou Fai à frente do Governo da RAEM é indicado por analistas como um bom começo no que diz respeito ao apoio aos grupos mais vulneráveis da população.

Para estes grupos, que incluem idosos, crianças, adolescentes e famílias com poucos rendimentos, “o nível e escala” do apoio do Executivo “está a progredir a um ritmo constante”, disse à LUSA o secretário-geral da Cáritas Macau. Paul Pun Chi Meng deu como exemplo o lançamento de uma linha telefónica, disponível 24 horas por dia, para “garantir que o bem-estar emocional dos estudantes recebe a devida atenção”.

Recorde-se que, pelo menos, 14 crianças até aos 14 anos tentaram pôr fim à vida na primeira metade deste ano, o dobro do registado no mesmo período de 2024, avançou em Outubro a emissora pública TDM – Teledifusão de Macau.

Paul Pun diz que também melhorou o acesso dos residentes com poucos recursos à habitação social: “Antes demorava mais tempo; agora é mais rápido. O processo foi agilizado”. Os gastos públicos em apoios e subsídios sociais cresceram 4,1 por cento até Novembro, em comparação com os primeiros 11 meses de 2024, para 49,7 mil milhões de patacas.

O vice-presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau defendeu que “os esforços em prol do bem-estar e da subsistência da população têm sido bastante expressivos” e irão melhorar em 2026.

Leong Hong Sai, também deputado, recordou que o orçamento para o próximo ano, aprovado na quinta-feira na Assembleia Legislativa, aumenta de 2.175 para 2.400 patacas por mês o subsídio para cuidadores. Por outro lado, o subsídio de desemprego irá subir de 157 para 210 patacas por dia, mas Leong admitiu preocupação com os jovens, que “podem enfrentar certas pressões no mercado de trabalho”.

Nós e os outros

O dirigente associativo apelou à proibição de contratação de trabalhadores migrantes para “certas posições”, de forma a “criar mais oportunidades de emprego de qualidade” para os locais.

Paul Pun tem uma visão diferente e disse desejar que, em 2026 e no futuro, “seja também dada alguma atenção àqueles que não são residentes em Macau”. “Estas pessoas existem e seria melhor ter um pouco mais de atenção para com os não-residentes”, defendeu o secretário-geral da Cáritas Macau.

No final de Outubro, Macau empregava mais de 184.300 trabalhadores migrantes, o número mais elevado dos últimos cinco anos. No mesmo mês, a taxa de desemprego caiu para 1,7 por cento, o valor mais baixo desde Janeiro.

Por outro lado, Leong Hong Sai apontou como “a conquista mais importante” de Sam Hou Fai a realização “de forma excepcional” das eleições legislativas, em 14 de Setembro. Quase 53,4 por cento dos eleitores participaram nas eleições, mais 11 pontos percentuais do que há cinco anos, mas aquém do recorde de 59,9 por cento, fixado em 2009, quando concorreram três listas pró-democracia. O número de votos nulos ou em branco mais que duplicou em comparação com as últimas eleições, em 2021, ultrapassando 13 mil.

Mas Leong Hong Sai defendeu que as eleições “foram conduzidas com sucesso”, uma vez que aplicaram, “na prática, o princípio ‘Macau governado por patriotas’”.

20 Dez 2025

Taiwan | China diz que EUA enviam “sinal errado” com plano de vender armas

Pequim afirmou ontem que Washington enviou um “sinal gravemente errado” às “forças independentistas” taiwanesas, ao autorizar vendas de armamento a Taiwan no valor de 11,1 mil milhões de dólares.

Os EUA “anunciaram publicamente um plano de venda de armas avançadas a Taiwan num montante enorme”, o que “prejudica gravemente a soberania, a segurança e a integridade territorial da China”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, em conferência de imprensa. Estas operações “prejudicam gravemente a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan”, afirmou.

“As forças separatistas tentam buscar a secessão através das armas e rejeitar a reunificação pela via militar, desperdiçando o dinheiro ganho com o suor do povo e tentando transformar Taiwan num ‘barril de pólvora’”, acrescentou Guo, para quem isso “não pode mudar o destino inevitável do fracasso da independência” e apenas “acelerará o avanço para uma situação perigosa” no estreito de Taiwan.

O porta-voz acusou também Washington de “ajudar a independência através das armas” e de tentar “usar Taiwan para conter a China”, uma estratégia que fracassará. Na sua intervenção, Guo sublinhou que a questão de Taiwan é “o núcleo dos interesses fundamentais da China” e “a primeira linha vermelha que não pode ser ultrapassada” nas relações entre Pequim e Washington.

Guo concluiu salientando que a China “adoptará medidas firmes e contundentes” para defender a sua soberania, segurança e integridade territorial.

19 Dez 2025

Japão | MP pede prisão perpétua para assassino de ex-PM Shinzo Abe

O Ministério Público japonês pediu ontem a prisão perpétua para Tetsuya Yamagami, acusado de assassinar o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe em 2022 com uma arma caseira, na última sessão do julgamento, que começou no final de Outubro. Yamagami, de 45 anos, já se declarou culpado das principais acusações no início do processo, pelo que toda a atenção está agora voltada para a sentença, que deverá ser proferida em meados de Janeiro.

Antes de se conhecer o pedido dos procuradores, a viúva do ex-primeiro-ministro, Akie Abe, pediu ao acusado que “enfrentasse o que fez e pagasse pelos seus crimes”, num comunicado lido na sala por um advogado. “A sensação de perda pela morte repentina do meu marido nunca desaparecerá. Peço ao acusado que enfrente o que fez e pague pelos seus crimes”, disse Akie Abe, em declarações recolhidas pela emissora pública japonesa NHK.

Akie Abe esteve presente há duas semanas numa das audiências do julgamento, embora não tenha exercido o direito de interrogar Yamagami, que o sistema judicial japonês permite às vítimas ou familiares de acusados em casos graves. Yamagami afirmou que disparou contra Abe devido às suas supostas ligações com o grupo religioso conhecido como Igreja da Unificação, ou ‘seita Moon’, que acusou de recrutar a sua mãe e levar a família à falência.

As investigações relacionadas com o assassinato de Shinzo Abe destaparam a ligação entre várias figuras políticas japonesas pertencentes ao Partido Liberal Democrata (PLD), há décadas no poder, e a seita fundada pelo sul-coreano Sun Myung Moon, gerando um escândalo nacional sobre as práticas da ‘Moon’ e sua influência política.

19 Dez 2025

APEC | Deputado Kevin Ho defende adesão de Macau

O deputado Kevin Ho King Lun apelou ontem à adesão de Macau ao fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), para reforçar o perfil internacional do território e apoiar o desenvolvimento da China. O legislador declarou que o Governo deve aproveitar o facto de Macau acolher uma reunião de alto nível da APEC no próximo ano e solicitar formalmente o apoio da China para a adesão.

Numa intervenção na assembleia legislativa, Kevin Ho recordou que tanto a vizinha região administrativa chinesa de Hong Kong como Taiwan – sob a designação ‘Taipé, China’ – aderiram ao fórum, ambos em 1991. O deputado sublinhou que aderir à APEC iria “criar um maior palco internacional para [Macau] e servir o desenvolvimento nacional”.

A cidade irá receber, pela segunda vez desde 2014, a Reunião Ministerial do Turismo da APEC, em Junho de 2026, “com o apoio do Governo Central”, disse Ho, “o que demonstra o reconhecimento e o apoio do país a Macau”. “O Governo deve agarrar esta oportunidade para aprofundar a cooperação com as economias-membro [da APEC] em áreas como o comércio, o turismo”, afirmou o empresário.

O evento vai trazer a Macau dirigentes governamentais e jornalistas estrangeiros, “permitindo que (…) testemunhem em primeira mão a implementação bem-sucedida do princípio ‘um país, dois sistemas’”, acrescentou Ho. Este princípio, que permite a coexistência de sociedades capitalistas, em Macau e na vizinha Hong Kong, com o regime socialista da China continental, deverá vigorar pelo menos até 2049, fim do período de transição acordado com Portugal.

Confiança no futuro

Ho expressou confiança em que, sob a orientação do Governo Central chinês, as autoridades de Macau irão unir e liderar todos os sectores da sociedade “para avançar de forma constante nos trabalhos preparatórios” do evento. “Isto permitirá a Macau contribuir para o sucesso da série de reuniões da APEC, promovendo Macau para se integrar e servir melhor na conjuntura do desenvolvimento nacional,” concluiu.

A APEC é um fórum económico regional estabelecido em 1989 para aproveitar a crescente interdependência da região Ásia-Pacífico. Os 21 membros visam “criar maior prosperidade para os povos da região, promovendo um crescimento equilibrado, inclusivo, sustentável, inovador e seguro, e acelerando a integração económica regional”.

19 Dez 2025

China denuncia como “discriminatória” investigação europeia à CRRC em Portugal

Pequim considerou ontem “discriminatória” a investigação da Comissão Europeia à chinesa CRRC, acusada de beneficiar de subsídios públicos num concurso para a nova Linha Violeta do Metro de Lisboa, o que terá distorcido a concorrência.

Em causa, está uma investigação iniciada em Novembro pela Comissão Europeia ao abrigo do Regulamento de Subvenções Estrangeiras para apurar se apoios públicos deram à empresa chinesa CRRC uma vantagem indevida, face aos concorrentes europeus, no concurso do Metropolitano de Lisboa para a construção da nova Linha Violeta, podendo resultar em medidas correctivas, proibição da adjudicação ou decisão de não objecção.

A Comissão Europeia abriu em 05 de Novembro uma investigação aprofundada para determinar se a fabricante estatal chinesa de material circulante CRRC, integrante do consórcio da Mota-Engil, teve “uma vantagem indevida” no concurso da Linha Violeta do Metro de Lisboa.

“A Comissão abriu hoje uma investigação aprofundada ao abrigo do regulamento relativo às subvenções estrangeiras sobre possíveis distorções do mercado causadas por subvenções estrangeiras. A investigação irá examinar se essas subvenções conferiram à empresa estatal chinesa fabricante de material circulante CRRC uma vantagem indevida na participação num concurso público para a aquisição de veículos ferroviários ligeiros em Portugal”, anunciou a instituição em comunicado.

Bruxelas adianta que a investigação surge na sequência de uma notificação de um consórcio liderado pela Mota-Engil, que inclui subcontratantes como a Portugal CRRC Tangshan Rolling Stock Unipessoal e participou num concurso do Metro de Lisboa lançado em Abril de 2025 para a concepção, construção e manutenção da nova linha violeta.

Mau ambiente

A observação do Ministério do Comércio chinês fez parte de um protesto alargado contra a “enxurrada de investigações” aberta pela União Europeia (UE) a empresas como a Nuctech, CRRC e a plataforma Temu, considerando as medidas “atrozes” e “discriminatórias”.

O porta-voz do ministério, He Yadong, manifestou “firme oposição” às acções de Bruxelas e apelou à UE para que “abandone imediatamente a repressão irracional a empresas de capital estrangeiro, incluindo chinesas” e aplique as suas regulações contra subsídios estrangeiros de forma “prudente”, para garantir um ambiente de negócios “justo e previsível”.

He afirmou ainda que Pequim está a “acompanhar de perto” estas ações e que “tomará as medidas necessárias para proteger com determinação os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”.

As declarações surgem após a Comissão Europeia ter anunciado uma investigação aprofundada à Nuctech, fabricante estatal de equipamentos de segurança, por suspeitas de ter beneficiado de apoios públicos que distorcem a concorrência no mercado europeu, incluindo garantias estatais, tratamento fiscal preferencial e financiamento em condições vantajosas.

Segundo Bruxelas, esses subsídios podem ter dado à Nuctech uma vantagem em concursos públicos, afectando a concorrência no espaço comunitário.

Na semana passada, a Comissão realizou também uma inspecção surpresa à sede europeia da plataforma chinesa de comércio electrónico Temu, em Dublin, num momento em que os países da UE se preparavam para aplicar uma taxa de três euros, a partir de Julho de 2026, sobre encomendas inferiores a 150 euros provenientes da China.

19 Dez 2025

UPM | Assinado acordo com Universidade de Coimbra

A Universidade Politécnica de Macau (UPM) e a Universidade de Coimbra (UC) assinaram um memorando de cooperação no contexto do projecto da Cidade (Universitária) de Educação Internacional de Macau e Hengqin.

O objectivo desta parceria é, segundo um comunicado da UPM, “aprofundar a cooperação estratégia e construir, em conjunto, um campus global” na Zona de Cooperação em Hengqin. Pretende-se que este seja “um local de agregação de quadros qualificados internacionais de destaque, contribuindo para uma abertura de nível mais elevado do sector do ensino superior do País ao exterior”.

O documento foi assinado pelos reitores das duas instituições, Marcus Im, da UPM, e Amílcar Falcão, da UC. De frisar, que este memorando foi assinado no âmbito da visita de uma delegação da UC ao território e à Zona de Cooperação.

19 Dez 2025

Ensino infantil | Registo começa em Janeiro

A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) anunciou ontem que o registo de crianças que vão ingressar no ensino infantil pela primeira vez decorre entre os dias 6 e 16 de Janeiro. Segundo um comunicado da DSEDJ, os destinatários do sistema de registo central são todas as crianças que nasceram entre os anos de 2021 e 2023, sendo que os encarregados de educação podem escolher até seis escolas em Macau e uma “escola destinada aos educandos da RAEM” sediada em Hengqin.

O registo pode ser feito na plataforma Conta Única ou website da DSEDJ, sendo que o período para a realização das entrevistas decorrerá entre 1 e 25 de Março. A partir do dia 8 de Abril os pais terão acesso a um código QR para terminar as formalidades de registo, devendo, até ao dia 10 de Abril, aceder ao sistema do registo central para confirmar a escola escolhida.

No dia seguinte, as escolas publicam a lista de alunos admitidos que ficam como suplentes. Os pais de todos os alunos admitidos deverão, assim, dirigir-se a essa escola a partir de 13 de Abril para proceder às formalidades da matrícula ou transferência escolar.

19 Dez 2025

Distribuição de comida | Lam pede mais garantias laborais

O deputado Lam Lon Wai, presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), apelou ao Executivo para controlar as condições de trabalho e segurança dos estafetas que entregam comida.

“De acordo com inquéritos realizados no passado, mais de metade dos estafetas consideram que as actuais medidas de protecção são insuficientes, e muitos suportam, por um longo período, várias pressões ao nível do ritmo de envio de comida, pressão de tempo e riscos rodoviários”, relatou o deputado.

“O novo modelo de negócio é uma parte importante do mercado de trabalho contemporâneo, pelo que só se pode aperfeiçoar simultaneamente a regulamentação do regime e a gestão prática, clarificar as responsabilidades da plataforma e reforçar os mecanismos de segurança e saúde ocupacional”, vincou. “Só assim se pode garantir a segurança dos trabalhadores da linha da frente e os seus direitos e interesses fundamentais, e contribuir para o desenvolvimento sustentável do sector”, acrescentou.

19 Dez 2025

Medicina | Consultas à distância limitadas por licenças

Os serviços médicos à distância vão ficar limitados às instituições com licenças emitidas pelos Serviços de Saúde. A garantia foi deixada por Wong Kit Cheng, deputada e presidente da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que está a analisar a Lei da Actividade das Instituições Privadas Prestadoras de Cuidados de Saúde.

De acordo com o diploma, clínicas, hospitais e centros de dia vão poder disponibilizar teleconsultas aos pacientes. Este foi um dos aspectos ontem discutido pelos deputados, segundo o jornal Ou Mun, e os legisladores pretendem perceber o âmbito de aplicação, de forma a garantir a segurança dos cuidados médicos fornecidos.

Segundo o Governo, este tipo de informação vai ser regulado posteriormente, através de regulamentos administrativos e não directamente na lei. Contudo, antes da aprovação do diploma, os deputados esperam que o Executivo responda a todas as dúvidas.

Ainda no âmbito do mesmo documento, os deputados definiram a necessidade de o Governo revelar publicamente o que se considera como terapia avançada, um novo conceito introduzido pela lei. Segundo a definição da primeira versão da lei, a terapia avançada implica recursos a métodos biomédicos, como terapia genética ou com células. Contudo, os deputados consideram que deve haver uma classificação oficial divulgada junto da população.

19 Dez 2025

Macron apela a reequilíbrio nas relações com a China

O Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu um reequilíbrio urgente nas relações económicas entre a União Europeia (UE) e a China, alertando que, sem progressos, Bruxelas poderá ser forçada a adoptar medidas mais proteccionistas.

Num artigo de opinião publicado ontem no jornal britânico Financial Times, Macron sublinha que o excedente comercial da China com o resto do mundo atingiu já um bilião de dólares, e que o desequilíbrio com a UE duplicou na última década, ascendendo a 300 mil milhões de euros. “Esta situação não é sustentável, nem para a Europa, nem para a China”, observa.

O chefe de Estado francês reconhece que a actual vaga de exportações chinesas para o mercado europeu se deve, em parte, às tarifas impostas pelos Estados Unidos e ao fraco consumo interno na China. No entanto, afirma que “responder com tarifas e quotas seria uma solução não cooperativa”.

Macron apela antes a uma abordagem coordenada que passe por três frentes: reforçar a competitividade europeia, mobilizar a poupança para investimento interno e incentivar reformas estruturais na economia chinesa. “O primeiro passo da Europa deve ser implementar uma nova agenda económica baseada na competitividade, inovação e protecção”, defende.

Macron defendeu o direito da Europa a adoptar uma “preferência europeia” para apoiar sectores estratégicos como o automóvel, energia, saúde e tecnologia, desde que em conformidade com as regras internacionais. “Proteger contra a concorrência desleal é a base da resiliência”, sustenta.

Quanto ao financiamento desta transformação, o Presidente francês propõe canalizar parte dos cerca de 30 biliões de euros em poupança acumulada na UE – dos quais 300 mil milhões são investidos anualmente no estrangeiro – para empresas europeias. “Está na hora de nós, europeus, assumirmos o risco de investir nas nossas próprias empresas”, defende.

Olhos na China

Macron sublinha, porém, que também a China tem responsabilidades. “Pequim precisa de corrigir os seus desequilíbrios internos”, afirma, defendendo uma política fiscal mais favorável ao consumo e à transição para uma economia de serviços. O Presidente francês apela ainda a um reequilíbrio nos fluxos de investimento direto estrangeiro (IDE), recordando que a UE investiu cerca de 240 mil milhões de euros na China, enquanto o investimento chinês na Europa ficou abaixo dos 65 mil milhões.

“A Europa deve continuar aberta ao investimento chinês nos sectores onde a China lidera, desde que isso contribua para o emprego, inovação e partilha tecnológica”, escreve. Macron reitera o apelo a um quadro de cooperação económica entre UE, China e EUA, advertindo que, na ausência de progressos, a Europa terá de recorrer a “medidas mais firmes”.

“Prefiro a cooperação. Mas, se necessário, defenderei o uso de medidas proteccionistas”, avisa, acrescentando que a presidência francesa do G7, no próximo ano, colocará o reequilíbrio das assimetrias globais no topo da agenda. “Acredito que, se tivermos verdadeiramente em conta as necessidades e interesses de cada um, podemos construir uma agenda macroeconómica internacional que beneficie a todos”, afirma.

18 Dez 2025

Japão | Turismo chinês no Japão desacelera em Novembro

A chegada de turistas chineses ao Japão abrandou em Novembro, em plena tensão diplomática entre Tóquio e Pequim, apesar de o arquipélago ter registado um número recorde de visitantes estrangeiros, segundo dados oficiais ontem divulgados. O número total de entradas de turistas internacionais em Novembro foi de 3.518.000, uma subida de 10,4 por cento face ao mesmo mês de 2024, indicou a Organização Nacional de Turismo do Japão (JNTO, na sigla em inglês).

Entre os visitantes, 562 mil eram provenientes da China continental – um aumento homólogo de 3 por cento, mas bastante abaixo dos meses anteriores. Em Outubro, o Japão tinha recebido 715 mil turistas chineses e, em Setembro, 775 mil – crescimentos próximos dos 20 por cento em termos homólogos.

“Para além da procura por viagens ao Japão abrandar nesta época do ano, o Governo chinês advertiu a população para evitar deslocações ao país”, referiu a JNTO, sublinhando que o aumento homólogo se deveu também à maior oferta de lugares em voos.

O abrandamento coincidiu com a recomendação emitida pelas autoridades chinesas após declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre Taiwan, que reacenderam tensões diplomáticas entre os dois países. Ainda assim, entre Janeiro e Novembro, a China manteve-se como principal emissor de turistas para o Japão, com 8,7 milhões de visitantes, seguida pela Coreia do Sul (8,4 milhões).

Nos primeiros onze meses de 2025, o Japão recebeu 39.065.600 visitantes internacionais – mais 17 por cento do que no mesmo período do ano anterior –, superando já o recorde de 36,87 milhões registado em 2024 e aproximando-se da meta de 40 milhões até ao final deste ano.

O crescimento contínuo do turismo tem alimentado um debate nacional sobre os impactos da massificação turística, com alguns partidos conservadores a exigir novas restrições à entrada de estrangeiros e regras mais rígidas para preservar a convivência nas comunidades locais.

18 Dez 2025

Ivo M. Ferreira apresenta novo filme sobre grupo terrorista FP-25

Chama-se “Projecto Global” e é o novo filme de Ivo M. Ferreira, realizador português que já viveu no território. A apresentação ao mundo do cinema está agendada para acontecer no Festival Internacional de Cinema de Roterdão, em Janeiro, que decorre nos Países Baixos.

A longa-metragem integra a competição “Big Screen”, cuja narrativa está “ancorada no início dos anos 1980, altura em que Portugal foi palco de atentados e assaltos perpetrados pelas Forças Populares 25 de Abril (FP-25)”.

O projecto de Ivo M. Ferreira, descrito pelo festival como um thriller político “ambientado nos anos turbulentos depois da ‘Revolução dos Cravos'”, conta com actores como Jani Zhao, Rodrigo Tomás, José Pimentão, Gonçalo Waddington, Isac Graça, João Catarré, Ivo Canelas, Hugo Bentes, Isabél Zuaa, dando depois origem a uma série para a RTP. De acordo com a produtora, o filme “Projecto Global” estreia-se nos cinemas portugueses a 23 de Abril do próximo ano.

A história centra-se na Lisboa de 1980, quando Rosa, Jaime e os seus camaradas das FP-25 “deslizam para uma espiral armada onde a moral se desfaz, a lealdade vacila e cada passo abre um abismo mais profundo”. “Afastados de si próprios e com os sonhos de outrora em ruínas, já não reconhecem o país que atravessam, e ainda menos as pessoas que se tornaram”, descreve a sinopse.
Ivo M. Ferreira está também ligado ao panorama local do cinema, tendo realizado em Macau a longa-metragem “Hotel Império”, em 2016, protagonizado por Margarida Vila-Nova. O seu filme, “Cartas da Guerra”, também teve apresentação em Macau.

A estreia de Salvador

Outro filme português que estreia no festival de cinema de Roterdão é “A Providência e a Guitarra”, de João Nicolau, tendo aqui estreia mundial, fora da competição. Trata-se de um projecto que nasce de um conto do escritor Robert Louis Stevenson, sendo interpretado por Pedro Inês, Clara Riedenstein, Isac Graça, Jenna Thiam, Américo Silva e pelo músico Salvador Sobral.

Rodado no verão de 2024, o filme é apresentado como “um mergulho nas agruras e deleites da vida artística e uma exploração das suas consequências” nas relações conjugais e sociais, e assinala a estreia de Salvador Sobral no cinema. “A Providência e a Guitarra” é produzido pela O Som e a Fúria.

Em Roterdão, no programa para curtas e médias-metragens, estarão ainda as curtas-metragens “O”, da actriz e realizadora Francisca Alarcão, uma ficção experimental sobre aversão a umbigos, e “Computadora”, da artista visual Alice dos Reis, que “entrelaça história e ficção numa narrativa divertida sobre a perspetiva feminina e a autodeterminação”, descreve o festival. O 55.º Festival de Cinema de Roterdão decorrerá de 29 de Janeiro a 8 de Fevereiro nos Países Baixos.

18 Dez 2025

Mortos no confronto em curso entre Tailândia e Camboja já ultrapassam os de Julho

O conflito armado entre Tailândia e Camboja na região fronteiriça deixou, pelo menos, 52 mortos, número que ultrapassou o de vítimas dos confrontos de Julho, que mataram 50 pessoas, de acordo com um balanço ontem actualizado.

O Comando de Operações de Segurança Interna da Tailândia elevou o número de soldados tailandeses mortos para 19 e manteve o número de mortes entre civis em 16. Já a porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja, Maly Socheata, contabilizou 17 mortes entre civis, incluindo uma criança.

O conflito decorre de uma antiga disputa entre os dois países pela soberania de territórios próximos da fronteira comum, que se estende por aproximadamente 820 quilómetros e foi mapeada por França em 1907, quando o Camboja fazia parte da Indochina francesa. Phnom Penh afirmou ontem que as forças tailandesas “intensificaram os ataques” em certos pontos ao longo da fronteira nas últimas horas e enfatizou que realizaram novos bombardeamentos com caças F-16.

Além do conflito armado, os dois países vizinhos travam uma guerra de números: o Camboja evita divulgar informações sobre mortes de soldados, enquanto as autoridades tailandesas afirmam que há mais de 500 baixas do lado oposto. Na semana passada, as autoridades cambojanas rejeitaram as notícias sobre mortes entre soldados, divulgadas pela Tailândia.

O Ministério da Defesa tailandês aludiu, por sua vez, a uma “guerra de informação” também em curso, noticiou ontem a comunicação social local.

Donald ao barulho

A nova onda de fogo cruzado, que ambos os lados se acusam mutuamente de ter iniciado, eclodiu em 07 de Dezembro, com os 11 dias de conflito a ultrapassarem já em quase uma semana os cinco dias de violência em Julho, que cessaram após a mediação de vários países, liderada pela Malásia e incluindo Estados Unidos.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, vangloria-se de ter posto fim – ainda que temporariamente – às hostilidades entre os dois países num acordo assinado em 26 de Outubro, e interveio novamente no conflito, sem aparente sucesso, após o ressurgimento deste.

“[Trump] deveria pedir ao Camboja que pare de disparar primeiro contra a Tailândia, porque a Tailândia nunca atirou primeiro”, disse o primeiro-ministro tailandês, Anutin Charnvirakul, de acordo com a imprensa local, após uma conversa telefónica com o líder norte-americano na semana passada.

18 Dez 2025

Ucrânia | China critica possível uso de activos russos congelados na UE

A China manifestou ontem a sua “oposição às sanções unilaterais ilegais não autorizadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas”, face à possibilidade de a União Europeia utilizar receitas provenientes de activos russos congelados para ajudar a Ucrânia.

“Esse tipo de sanções viola o Direito Internacional”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, durante uma conferência de imprensa em Pequim. Guo apelou ainda à criação de “um ambiente positivo e condições favoráveis para promover as conversações de paz”, sublinhando que “devem ser criadas condições propícias a uma solução política da crise na Ucrânia, e não o contrário”.

A posição da China surge na véspera da cimeira dos líderes dos 27 Estados-membros da UE, que irão discutir, entre outras opções, a possibilidade de investir os activos russos congelados em território europeu como garantia para um novo empréstimo à Ucrânia, caso Moscovo se recuse a pagar pelos danos provocados pela guerra. A medida tem gerado divisões, com países como Bélgica, Itália ou Bulgária a expressarem reservas.

Desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia, em Fevereiro de 2022, a China tem mantido uma postura ambígua, apelando simultaneamente ao respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia, e à consideração das “legítimas preocupações de segurança” de todas as partes – uma referência implícita à Rússia.

Pequim tem vindo a reforçar a sua aliança com Moscovo e rejeitado acusações, por parte de países ocidentais, de que fornece apoio militar à Rússia, insistindo tratar-se de alegações infundadas.

18 Dez 2025

Justiça | Condenadas 27 pessoas por tráfico de mineral estratégico

Um tribunal chinês condenou ontem 27 pessoas a penas de até 12 anos de prisão por contrabando de lingotes de antimónio, num caso que surge num contexto de endurecimento dos controlos chineses sobre as exportações de minerais estratégicos.

De acordo com um comunicado divulgado na rede social WeChat, o Tribunal Popular Intermédio de Shenzhen aplicou ao principal arguido, identificado como Wang Wubin, uma pena de doze anos de prisão e uma multa de um milhão de yuan.

Segundo a sentença, Wang colaborava com uma rede internacional de contrabandistas e, entre Fevereiro e Março deste ano, recrutou várias pessoas para adquirir os lingotes de antimónio, que foram depois exportados ilegalmente, sem as licenças exigidas pelas autoridades chinesas.

A China é o maior produtor mundial de antimónio – um metal utilizado em ligas industriais e semicondutores – e incluiu o elemento na sua lista de exportações sujeitas a controlo em Setembro do ano passado. Tal como o gálio e o germânio, o antimónio chegou a estar temporariamente proibido de ser vendido aos Estados Unidos, em resposta à guerra comercial entre os dois países.

Os restantes 26 arguidos, na maioria recrutados por Wang para a compra e transporte do metal, foram condenados a penas que variam entre quatro meses e cinco anos de prisão, consoante a quantidade traficada. O processo envolve o contrabando de mais de 166 toneladas métricas de antimónio, das quais cerca de 96 toneladas foram apreendidas pelas autoridades aduaneiras chinesas, indicou o tribunal.

18 Dez 2025

HK | Apreendida droga em casco de navio vindo do Brasil

Mais de 400 quilos de cocaína, escondidos no casco de um navio brasileiro, foram apreendidos pelas autoridades da região vizinha. O caso é o primeiro do género, com o valor da droga a ascender a cerca de 2t56 milhões de dólares de Hong Kong

A polícia de Hong Kong anunciou o primeiro caso de tráfico de droga no casco de um navio de longo curso, uma embarcação vinda do Brasil.

Funcionários da Alfândega da região chinesa apreenderam cerca de 417 quilos de cocaína, com um valor de mercado estimado em 256 milhões de dólares de Hong Kong. De acordo com um comunicado divulgado na terça-feira, a operação foi levada a cabo em conjunto com o departamento de combate ao contrabando da Alfândega da China continental.

“Através de uma análise de inteligência e de uma avaliação de risco”, a polícia de Hong Kong suspeitou que criminosos estariam a usar a estrutura subaquática de um navio com 333 metros de comprimento e 48 metros de largura, que partiu do Brasil, para ocultar droga.

Numa inspecção feita em 05 de Novembro, no terminal de contentores de Tsing Yi, a Alfândega de Hong Kong encontrou num compartimento do barco 11 sacos, cada um com entre cinco e dez quilos de cocaína. Mais tarde, após uma investigação, os agentes policiais detiveram dois homens, de 45 e 37 anos, suspeitos de estarem envolvidos neste caso de tráfico de droga, que, entretanto, já foram libertados.

A investigação está em curso e a possibilidade de novas detenções não está descartada, sublinhou a Alfândega de Hong Kong. Numa conferência de imprensa realizada também na terça-feira, o chefe do Departamento de Investigação de Drogas da Alfândega disse que a droga foi descoberta com a ajuda de robots submarinos.

Depósito de distribuição

De acordo com a imprensa local, Lau Yuk-lung revelou que a cocaína estava escondida num compartimento localizado a uma profundidade de 11 metros abaixo do nível das águas do mar.

“Esconder drogas debaixo de uma embarcação é extremamente raro”, sublinhou o oficial, até porque o compartimento tem “uma entrada muito estreita”. “Não descartamos a possibilidade de apenas mergulhadores profissionais conseguirem aceder ao local, uma vez que nenhuma pessoa comum conseguiria entrar”, disse Lau.

“O grupo criminoso escondeu a droga no compartimento e achou que era um local relativamente seguro”, acrescentou o oficial. A Alfândega acredita que o grupo criminoso pretendia utilizar o navio como um depósito móvel de droga no mar, que poderia distribuir a cocaína por diferentes regiões.

Em 2022, a polícia de Hong Kong apreendeu 16,5 quilos de cocaína em contentores vindos do Brasil, com um valor de mercado de 14 milhões de dólares de Hong Kong.

Funcionários da Alfândega da região encontraram a droga, escondida em dois dos 230 fardos de fibras de algodão vindos do Brasil, e, mais tarde, detiveram três suspeitos.

O crime de tráfico de droga é punido na região chinesa com uma multa de até cinco milhões de dólares de Hong Kong e uma pena de prisão que pode ser perpétua.

18 Dez 2025

Comércio | Mannings fecha todas as lojas no Interior

Na terça-feira, o Grupo Mannings anunciou o encerramento de todas as lojas físicas no Interior assim como da loja online e nas plataformas electrónicas Tmall, JD e Pinduoduo. O encerramento das lojas físicas vai acontecer a 15 de Janeiro.

No caso das lojas online, a desactivação vai decorrer na próxima semana. Os encerramentos foram explicados com a necessidade de ajustar a estratégia comercial.

Apesar destes encerramentos, os clientes do Interior vão poder continuar a comprar os produtos através do portal de Hong Kong do grupo. Segundo os dados da empresa, a Mannings tem mais de 320 lojas em Hong Kong e Macau. Desde 2004, o grupo entrou no mercado do Interior, e o número de lojas chegou às 200 unidades, do período com maior procura. Actualmente, o número de lojas é de 120 unidades.

18 Dez 2025

Iniciativa de Macau | Manifesto defende aposta na tecnologia

O Fórum Internacional de Intercâmbio Civilizacional terminou ontem com a divulgação da ‘Iniciativa de Macau’ de um manifesto que apela aos jovens para aproveitarem a tecnologia ao serviço do diálogo e cooperação entre civilizações. Na cerimónia de encerramento, a presidente do Instituto Cultural de Macau, que organizou o fórum, leu o documento, que “encoraja os jovens a aproveitar as novas tecnologias, como a digitalização e as aplicações inteligentes”.

Leong Wai Man afirmou que é preciso formar as novas gerações “para que se tornem herdeiros e inovadores da aprendizagem mútua entre civilizações” e construam um mundo “inclusivo, cooperativo e virado para o futuro”. O manifesto defende ainda a necessidade de não apenas proteger o património partilhado da humanidade, mas também de reforçar “a utilização inovadora das várias formas de património cultural tangível e intangível”.

O documento apela à “exploração profunda do valor contemporâneo das culturas históricas de todos os países”, usando a “transformação criativa” para aplicar a “sabedoria tradicional” no mundo moderno. Macau é o local ideal para esta iniciativa, refere o manifesto, devido à “valiosa experiência de coexistência harmoniosa de civilizações reflectida no centro histórico” da região. O fórum assinalou ainda os 20 anos desde que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) classificou o centro histórico de Macau como Património Mundial, em 2005.

18 Dez 2025

Metro Ligeiro | Qingmao vai ser centro de ligação de várias linhas

A estação de Metro Ligeiro de Qingmao vai ser vir para fazer a ligação entre diferentes linhas, pelo que o custo das obras subiu para 7,59 mil milhões de patacas, quando originalmente era de 3,04 mil milhões de patacas.

De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, a informação consta do relatório da Execução Orçamental do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA), no qual o projecto de extensão da Linha Leste surge com uma nova denominação.

A nova denominação identifica a estação como o ponto de ligação entre a Linha Leste e o Jardim Desportivo para os Cidadãos no Lote do Antigo Canídromo.

A mudança de nome foi identificada na Assembleia Legislativa, no âmbito dos trabalhos da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas, liderada pela deputada Song Pek Kei. Segundo a presidente da comissão, que citou explicações do Governo, o número de estações vai ser aumentado de um para dois, o que conjugado com os custos das obras, materiais e sistemas a instalar, vai fazer o custo subir para 7,59 mil milhões de patacas.

18 Dez 2025

Administração | Wong Sio Chak dá posse a Sónia Chan e Lo Pin Heng

O secretário para a Administração e Justiça, Wong Sio Chak, presidiu ontem de manhã à cerimónia de tomada de posse da nova Directora dos Serviços de Identificação (DSI), Sónia Chan, e da nova Directora do Centro de Formação Jurídica e Judiciária, Lo Pin Heng.

De acordo com um comunicado emitido pelo gabinete de Wong Sio Chak, o governante “reconheceu plenamente a vasta experiência de gestão e a excelente capacidade de liderança das duas directoras, destacando a sua consciência conjuntural e capacidade de execução”. No dia da tomada de posse, as nomeações foram também oficializadas através de despachos publicados no Boletim Oficial. A comissão de serviço de Lo Pin Heng começou ontem e tem um período de um ano, à semelhança da nomeação de Sónia Chan à frente da DSI.

Wong Sio Chak incitou o pessoal da DSI, sob a liderança de Sónia Chan, a aprofundar a inovação na reforma, melhorar o serviço ao público e responder às necessidades de desenvolvimento da Grande Baía e da Zona de Cooperação em Hengqin. Em relação a Lo Poin Heng, Wong Sio Chak espera que sob a sua liderança, o Centro de Formação Jurídica e Judiciária forneça formação mais profissional, de qualidade e adequada ao Governo, aos órgãos judiciais e ao sector jurídico.

18 Dez 2025

Brasil | CMOC compra quatro minas de ouro no por 863 milhões de euros

A gigante mineira chinesa CMOC vai adquirir as operações da canadiana Equinox no Brasil por 863 milhões de euros, passando a deter direitos de exploração sobre quatro minas de ouro, incluindo reservas em Maranhão, Bahia e Minas Gerais. Num comunicado publicado no seu portal oficial, a empresa chinesa indica que espera concluir a operação no primeiro trimestre de 2026, estando ainda sujeita à aprovação dos reguladores competentes.

A venda será concretizada através de um pagamento inicial de 900 milhões de dólares e outro adicional de 115 milhões de dólares, condicionado ao volume de vendas durante o primeiro ano após a conclusão oficial do negócio. A CMOC ficará com três explorações que totalizam cerca de 3,87 milhões de onças de ouro em reservas: Aurizona, no estado de Maranhão (nordeste do Brasil); o complexo de Bahia (este), que inclui as minas de Fazenda e Santa Luz; e RDM, no estado de Minas Gerais (centro).

“Tendo em conta os ricos recursos naturais e o ambiente geopolítico estável do Brasil, esta aquisição representa uma adição estratégica aos nossos activos existentes, criando uma sinergia mais forte e uma presença crescente da CMOC na América do Sul”, afirmou o presidente da empresa, Liu Jianfeng.

A companhia adianta que, com esta compra e o arranque das operações na mina de Odin (Equador), a sua produção aurífera poderá ultrapassar as 20 toneladas anuais. Segundo o jornal de informação económica Securities Times, estes níveis colocariam a CMOC entre os principais produtores de ouro da China, embora ainda atrás dos líderes do sector, Zijin Mining e Shandong Gold.

O jornal recorda que a CMOC já é actualmente o maior produtor mundial de cobalto e figura entre os dez maiores produtores de cobre. O ouro, considerado um activo de refúgio em períodos de incerteza, tem oscilado nos últimos dias. Especialistas antecipam que o metal continuará a subir em 2026, impulsionado pelas compras dos bancos centrais.

17 Dez 2025

FRC | Venda de imagens revertem para vítimas de Tai Po

Foi inaugurada ontem mais uma exposição de fotografia de Gonçalo Lobo Pinheiro, patente na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC) até ao dia 10 de Janeiro do próximo ano. “O que foi, não volta a ser…” é o segundo volume de um projecto fotográfico já lançado em livro, e que ganha agora uma nova edição. Mas o destaque vai para o facto de as receitas da venda deste material reverterem para as vítimas do incêndio na zona de Tai Po, em Hong Kong.

Segundo um comunicado, Gonçalo Lobo Pinheiro explicou que este segundo volume “continua a ser um encontro entre o passado e o presente”, revelando-se imagens de lugares de Macau que se transformaram profundamente pela força do tempo.

“Tal como no primeiro livro, durante pouco mais de um ano fui recolhendo imagens antigas do território, a preto e branco ou sépia, com diferentes formatos. Adquiri em leilões, na Internet, a particulares, em lojas e até em Portugal. Algumas imagens também me foram emprestadas”, referiu o autor, acrescentando que nesta última empreitada, há uma fotografia captada no século XIX, no Cemitério Protestante.

Para o fotojornalista, “Macau mudou muito nos últimos anos”, e “as fotografias antigas atestam isso”. “E agora, o que fazer com elas? Se, por um lado, ainda é possível recriar alguns cenários, por outro lado, é impossível obter pontos de contactos noutras fotografias, porque simplesmente as coisas já não existem no território. É um trabalho difícil. Tudo mudou. Por isso, na grande maioria dos casos, o que foi não volta a ser…”, notou ainda

Com prefácio escrito pelo escritor e professor português Henrique Levy, que foi residente em Macau nos anos de 1980, o livro tem design de Carlos Canhita e chancela da Ipsis Verbis, contando com 40 fotografias ao longo de quase 80 páginas. O valor de venda é de 250 patacas.

17 Dez 2025

Tailândia quer que Camboja seja o primeiro a assumir uma trégua

A Tailândia declarou ontem que tem de ser o Camboja a assumir um cessar-fogo entre ambos, num conflito fronteiriço que já fez pelo menos 32 mortos em 10 dias e cerca de 800 mil deslocados.

“O Camboja deve anunciar o cessar-fogo primeiro, por ser o agressor em território tailandês”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros tailandesa, Maratee Nalita Andamo, em conferência de imprensa. Aquela responsável governamental frisou que, “em segundo lugar, o cessar-fogo deve ser implementado e deve ser mantido”. “Em terceiro lugar, o Camboja deve cooperar sinceramente com os esforços de desminagem (nas áreas de fronteira)”, acrescentou.

De acordo com os últimos números oficiais, 17 pessoas foram mortas do lado tailandês (16 soldados e um civil) e 15 do lado cambojano, todos civis. O Camboja acusou na segunda-feira a Tailândia de bombardear a província de Siem Reap, onde estão localizados os célebres templos de Angkor, pela primeira vez desde o reinício dos confrontos fronteiriços em 07 de Dezembro.

“O exército tailandês ampliou o alcance do seu violento ataque, utilizando um caça F-16 para lançar duas bombas perto de um campo de civis deslocados no distrito de Srei Snam”, indicou o Ministério da Defesa do Camboja em comunicado. A Tailândia confirmou que os combates continuavam ontem nas regiões fronteiriças, sem mencionar, porém, a província de Siem Reap.

O distrito de Srei Snam fica a cerca de 70 quilómetros da fronteira disputada e a menos de uma hora e meia de carro do complexo de Angkor Wat, joia da arquitetura khmer e principal atração turística do Camboja.

Dedos apontados

Os dois países acusam-se mutuamente de terem desencadeado as hostilidades, que levaram à retirada de cerca de 800 mil pessoas de ambos os lados da fronteira. Um primeiro episódio de violência causou 43 mortes em Julho, antes de uma trégua e da assinatura de um acordo de cessar-fogo em Outubro, que teve a intervenção do presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump.

Trump afirmou na sexta-feira que os líderes da Tailândia e do Camboja aceitaram uma trégua após um telefonema, mas o Governo tailandês negou e os combates continuaram durante o fim de semana.

17 Dez 2025