Taiwan | Antigo líder Ma Ying-jeou desloca-se a Pequim em Abril

O antigo líder de Taiwan Ma Ying-jeou (2008-2016) vai visitar novamente a China continental, no início de Abril, numa deslocação que vai incluir uma paragem em Pequim, foi ontem anunciado.

Numa declaração à imprensa, o director executivo da Fundação Ma Ying-jeou, Hsiao Hsu-tsen, disse que o antigo líder do Partido Kuomintang (KMT), agora na oposição, vai acompanhar um grupo de estudantes numa deslocação à China entre 1 e 11 de Abril, na segunda viagem ao continente desde que deixou o cargo.

O itinerário de Ma inclui actividades em Pequim e nas províncias de Cantão e Shaanxi, disse Hsiao, esclarecendo que os possíveis encontros do antigo líder de Taiwan com figuras políticas na China vão depender da vontade dos anfitriões.

O Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da China deu “boas-vindas” à visita de Ma. O porta-voz do Gabinete, Chen Binhua, manifestou “esperança de que os compatriotas de ambos os lados do estreito de Taiwan promovam o rico património cultural da China”, descrevendo a viagem como “uma oportunidade” para “reforçar a compreensão mútua e a ligação espiritual entre os jovens de ambos os lados do estreito” e “contribuir para o desenvolvimento pacífico das relações”.

Chen referiu que a delegação liderada por Ma vai participar no Dia do Finados, no qual os chineses prestam homenagem a entes queridos falecidos, numa cerimónia em honra do imperador Amarelo, considerado um dos pioneiros da civilização chinesa.

Ma, que se tornou o primeiro líder de Taiwan a visitar a República Popular da China em Março do ano passado, pediu um maior intercâmbio entre estudantes chineses e taiwaneses durante a anterior visita, por “partilharem a mesma cultura e identidade étnica”.

26 Mar 2024

Mar do Sul | Protestos de Pequim e Manila após novo incidente

China e Filipinas disseram ontem ter apresentado protestos em simultâneo junto dos dois Governos, depois de um novo incidente no mar do Sul da China, onde Pequim e Manila mantêm reivindicações territoriais.

As Filipinas disseram ter convocado um diplomata da embaixada chinesa em Manila, na sequência de “acções beligerantes” da guarda costeira chinesa e de um navio chinês perto de um recife no mar do Sul da China.

Manila expressou “forte protesto contra as acções agressivas levadas a cabo no sábado pela guarda costeira chinesa e pela milícia marítima” contra um navio de abastecimento filipino ao largo do atol Tomás Segundo, um recife disputado naquelas águas.

De acordo com as Filipinas, a guarda costeira chinesa bloqueou um navio de abastecimento e danificou-o com canhões de água, ferindo três soldados. A guarda costeira chinesa descreveu as manobras como “regulação, intercepção e expulsão legítimas” de um navio estrangeiro que “tentou entrar em águas chinesas pela força”.

Também a embaixada da China em Manila afirmou ter enviado também um “protesto solene” às Filipinas na sequência do incidente.

“No dia 23 de Março, as Filipinas violaram os próprios compromissos, ignoraram a firme oposição e os avisos prévios da China e insistiram em enviar um navio de abastecimento e dois navios da guarda costeira para entrar arbitrariamente nas águas perto do recife Ren’ai, nas ilhas Nansha da China”, afirmou a embaixada, em comunicado, utilizando o nome chinês para o atol.

26 Mar 2024

Israel | Pequim apoia nova proposta para cessar-fogo em Gaza

A nova proposta para um cessar-fogo humanitário imediato durante o mês do Ramadão foi elaborada por oito dos dez membros não permanentes do Conselho de Segurança, Argélia, Malta, Moçambique, Guiana, Eslovénia, Serra Leoa, Suíça e Equador

 

A China anunciou ontem o seu apoio a um novo projecto de resolução no Conselho de Segurança da ONU que apela ao cessar-fogo imediato em Gaza, alguns dias após ter vetado uma proposta dos Estados Unidos. “A China apoia este projecto de resolução e felicita a Argélia e os outros países árabes pelo seu trabalho árduo nesta matéria”, afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático.

“Esperamos que o Conselho de Segurança o aprove o mais rapidamente possível e envie um sinal forte para a cessação das hostilidades”, acrescentou. A votação, que estava prevista para sábado, foi adiada para ontem, numa tentativa de evitar novo fracasso.

Na sexta-feira, a Rússia e a China vetaram um projecto de resolução dos Estados Unidos que sublinhava a “necessidade” de um “cessar-fogo imediato” em Gaza, no âmbito das negociações para a libertação dos reféns capturados durante o ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, a 7 de Outubro, em que morreram cerca de 1.200 pessoas e foram raptadas mais de duas centenas.

Alguns observadores viram nisto uma mudança substancial na posição de Washington, que está sob pressão para limitar o seu apoio a Israel. Até então, os Estados Unidos tinham-se oposto sistematicamente ao termo “cessar-fogo” nas resoluções da ONU, tendo bloqueado três textos desse tipo.

Mas a proposta norte-americana não apelava explicitamente a um cessar-fogo imediato, utilizando uma redação considerada ambígua pelos países árabes, pela China e pela Rússia, que denunciaram o “espetáculo hipócrita” dos Estados Unidos enquanto Gaza é “virtualmente varrida do mapa”.

“Se os Estados Unidos estão a falar a sério sobre um cessar-fogo, então votem a favor do outro projecto”, disse o embaixador chinês na ONU, Jun Zhang.

Munição política

Oito dos dez membros não permanentes do Conselho de Segurança (Argélia, Malta, Moçambique, Guiana, Eslovénia, Serra Leoa, Suíça e Equador) elaboraram um novo projecto de resolução, cuja votação era desconhecida à hora do fecho desta edição.

A última versão, apoiada pelo grupo árabe, “exige um cessar-fogo humanitário imediato durante o mês do Ramadão (…), que conduza a um cessar-fogo duradouro”, enquanto a ofensiva israelita em Gaza já causou mais de 32.000 mortos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

No projecto de texto apela-se também à libertação incondicional dos reféns e à eliminação de “todos os obstáculos” à ajuda humanitária. “Este projecto de texto adopta uma posição clara, exigindo um cessar-fogo e a extensão da ajuda humanitária à Faixa de Gaza, o que corresponde à orientação correcta das acções do Conselho de Segurança”, afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa.

“Actualmente, o conflito em Gaza está a arrastar-se e a provocar uma crise humanitária, pelo que a comunidade internacional espera que o Conselho de Segurança cumpra os seus deveres na prática e de forma abrangente”, acrescentou.

26 Mar 2024

Habitação intermédia | Candidaturas de pessoas casadas são prioritárias

Foram ontem publicados os critérios de pontuação das candidaturas para a habitação intermédia, também designada como habitação para a classe sanduíche. Segundo o despacho assinado pelo Chefe do Executivo, publicado no Boletim Oficial, de um total de 100 pontos, os candidatos que incluam no seu agregado familiar uma pessoa com quem tenham casado têm 80 pontos, enquanto uniões de facto têm 20 pontos, ou seja, bastantes menos hipóteses de conseguir uma casa nesta modalidade.

Candidatos com um filho no agregado familiar também são classificados com 80 pontos, por cada filho, enquanto que o candidato que concorra com um pai ou mãe no agregado recebe 60 pontos. A proporção de residentes permanentes no agregado do candidato também tem influência na pontuação.

A lei da habitação intermédia, que entra em vigor a 1 de Abril, prevê o cancelamento da candidatura caso o candidato morra, ou desista da casa na sequência de um divórcio. Porém, se um familiar quiser tomar a posição de candidato à compra da casa, pode fazê-lo desde que cumpra os requisitos.

26 Mar 2024

Imigração ilegal | Detidas 14 pessoas que queriam jogar nos casinos

As autoridades de Macau e do Interior da China detiveram no sábado 14 pessoas por suspeitas de imigração ilegal, das quais seis pertenciam a um alegado grupo criminoso e oito eram imigrantes. Segundo o jornal Ou Mun, o caso aconteceu na madrugada de sábado, tendo os suspeitos sido descobertos pelos agentes dos Serviços de Alfândega de Macau quando estes tentavam passar as cercas colocadas junto à ilha artificial do Posto Fronteiriço de Macau da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau para tentar entrar em Macau. Apesar dos agentes terem conseguido interceptar cinco pessoas que tentavam entrar no território, outras três conseguiram escapar.

A Polícia Judiciária (PJ) local conseguiu, mais tarde, identificar quatro membros do grupo que operava este esquema de imigração ilegal, tendo apanhado os fugitivos junto ao Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e na Taipa.

Por sua vez, a polícia do Interior da China deteve ainda mais dois membros do grupo em Zhuhai, que tinham a responsabilidade de guiar as pessoas que tentavam entrar em Macau ilegalmente. Os detidos acabaram por confessar que pretendiam entrar no território apenas para jogar nos casinos. As autoridades procuram ainda o líder do grupo.

26 Mar 2024

MIECF | “Dia Verde do Público” com autocarros eléctricos

Com o Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau 2024 (MIECF), a começar na próxima quinta-feira, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental anunciou ontem que o “Dia Verde do Público”, marcado para o último dia do evento (sábado) terá novamente entrada grátis.

O Governo sugere a visita à “exposição verde e para conhecer os produtos ambientais e as informações mais recentes sobre a protecção ambiental, provenientes de diferentes indústrias do Interior da China e do exterior, inspirando ideias inovadoras sobre a protecção ambiental”.

Serão também disponibilizadas quatro carreiras de autocarros eléctricos para transporte entre a zona central, zona norte, Taipa e o recinto do MIECF, no Cotai Expo Hall A do Venetian. Apesar de o tema da sustentabilidade e ambiente, o evento decorre no resort de uma concessionária de jogo, indústria que queima todos os dias mais de cinco toneladas de cartas de jogo usadas nas mesas dos casinos, segundo a Associação para a Protecção Ambiental Industrial.

26 Mar 2024

Coloane | Governo quer aterrar área que estudo sugeriu proteger

O plano do Governo de construção da chamada “Ilha Ecológica” contraria as conclusões de um estudo de 2016, da Universidade Sun Yat-Sen, e vai permitir aterrar uma área marítima tida como crucial para a sobrevivência dos golfinhos chineses

 

O estudo que tem sido utilizado pelo Governo para justificar a construção de um aterro-lixeira a sul das praias de Coloane defende que a área marítima a aterrar deve ser protegida, para preservar os golfinhos chineses. As conclusões do trabalho elaborado pela Universidade Sun Yat-Sen, em 2016, a pedido do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), foram reveladas pelo Canal Macau da TDM, no domingo à noite.

De acordo com a informação divulgada pela emissora, a área do aterro-lixeira de materiais de construção, que o Governo denominou de “Ilha Ecológica”, vai sobrepor-se à área que a instituição do Interior tinha considerado importante proteger.

“A zona marítima sob gestão da RAEM é a única zona de sobreposição entre dois habitats cruciais das comunidades [de golfinhos] que residem no canal Lingding e na Zona Madaomen. […] Por isso, é a zona marítima mais importante para garantir a integridade dos golfinhos brancos chineses no estuário do Rio das Pérolas”, consta nas conclusões do trabalho citado pelo Canal Macau.

No documento é explicado que ao longo dos anos o espaço para os golfinhos no estuário do Rio das Pérolas foi diminuindo, o que à sua migração para a zona costeira de Macau. Face a este desenvolvimento, as conclusões sublinham que “todas as águas administradas por Macau são cruciais para a sobrevivência dos golfinhos”.

As águas locais são igualmente um ponto onde os golfinhos tendem a surgir, mesmo que tal aconteça em menor número do que aquilo que acontecia no passado. “As águas administradas por Macau são um habitat muito importante para os golfinhos. Mesmo que a taxa de utilização desta zona tenha diminuído nos últimos anos, há um padrão regular de surgimento dos golfinhos. Por isso, podemos ver que a área marítima administrada por Macau tem um valor ecológico importante para estes animais”, é vincado.

O estudo ressalva que a zona marítima de Macau é crucial para a sobrevivência dos golfinhos chineses e sugere que a área protegida das águas territoriais da RAEM atinja mais de 30 quilómetros quadrados.

Apesar desta recomendação, feita em 2016, as áreas consideras protegidas pelo Executivo de Ho Iat Seng são apenas 3 por cento dos 85 quilómetros quadrados das águas marítimas, o que representa cerca de 2,55 quilómetros quadrados.

A versão oficial

Apesar das conclusões do estudo, o Governo tem considerado que o aterro-lixeira não vai ter impacto na vida e no ambiente marítimo local, e que os golfinhos chineses que habitam as águas de Macau não serão afectados.

Anteriormente, a DSPA justificou a posição de construir o aterro-lixeira à frente das praias com o facto de os golfinhos se reunirem sobretudo a sul do aeroporto.

Segundo as conclusões do estudo, os animais concentram-se mais a sul do aeroporto, como indicado pelas autoridades, porque procuram alimentação. A DSPA defende também que a futura lixeira ocupa apenas 0,2 por cento das áreas usadas pelos golfinhos chineses.

26 Mar 2024

Hong Kong | Nova lei de segurança nacional em vigor

A nova lei de segurança nacional de Hong Kong, que prevê penas de prisão perpétua por traição ou insurreição, entrou em vigor no sábado.

A nova legislação, que complementa a lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020 após as grandes manifestações do ano anterior, foi aprovada pelo parlamento da região autónoma chinesa na terça-feira, por unanimidade.

São acrescentadas várias categorias de infracções em relação ao texto de 2020: a traição, a insurreição, a espionagem e o roubo de segredos de Estado, a sabotagem que põe em perigo a segurança nacional e a “interferência externa”.

25 Mar 2024

Ministro britânico lança dúvidas sobre versão russa do atentado

O ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt, lançou ontem dúvidas sobre a versão de Vladimir Putin após o ataque a uma sala de espectáculos nos arredores de Moscovo, afirmando ter “muito pouca confiança” no que diz o governo russo.

Num discurso televisivo, no sábado, Vladimir Putin prometeu “punir” os responsáveis pelo ataque na sexta-feira à noite, que resultou na morte de pelo menos 133 pessoas, referindo que os responsáveis tinham sido detidos a caminho da Ucrânia, não fazendo referência à revindicação do ataque pelo Estado Islâmico (EI).

“Qualquer perda de vidas civis é completamente horrível, mesmo que aconteça em países cuja governação desaprovamos fortemente, e só podemos esperar que os actores sejam apanhados”, disse Jeremy Hunt na Sky News. Mas questionado sobre as explicações avançadas por Moscovo, o ministro britânico disse ter “muito pouca confiança no que diz o governo russo”.

“Sabemos que está a criar uma cortina de fumo de propaganda para defender uma invasão totalmente diabólica da Ucrânia”, acrescentou, citado pela AFP. “Tomo o que o governo diz com muita precaução […] depois do que vimos da parte deles nestes últimos anos”, disse ainda o ministro britânico.

Luto nacional

A Rússia cumpriu ontem um dia de luto nacional na sequência do ataque ocorrido na sexta-feira à noite e que é já o mais mortífero em solo europeu reivindicado pelo EI.

De acordo com os investigadores, os atacantes entraram de rompante na sala de espectáculos Crocus City Hall antes de abrirem fogo, com armas automáticas, sobre a multidão e atearem um incêndio.

Líderes mundiais, entre os quais, Xi Jinping, enviaram mensagens de condolências a Vladimir Putin. De acordo com a imprensa chinesa, na carta, Xi disse estar “chocado” com o ocorrido e expressou as suas “profundas condolências” às vítimas e suas famílias, bem como a sua “sincera solidariedade” com os feridos. O líder chinês sublinhou que o seu país se opõe a qualquer forma de terrorismo, condena firmemente os ataques terroristas e apoia os esforços do Governo russo para manter a segurança e a estabilidade nacionais. O ataque em Moscovo, reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico, tornou-se um dos cinco temas mais comentados da rede social Weibo.

25 Mar 2024

Curtas | Primeira edição de festival traz mais de 50 filmes

Abriu oficialmente ao público, no sábado, a primeira edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, um evento organizado pelo Instituto Cultural (IC) e pela operadora de jogo Galaxy. Desta forma, até sábado, 30, serão apresentadas mais de 50 curtas e longas-metragens produzidas local e internacionalmente. O programa inclui também workshops temáticos e diversas palestras com grandes figuras do mundo do cinema.

O festival está dividido em quatro secções: “Curtas de Macau”, “Novas Vozes do Horizonte”, “Director em Foco” e “Exibições Especiais”. As exibições decorrem nos cinemas Galaxy e na Cinemateca Paixão, sendo que na sexta-feira serão entregues os prémios para os melhores filmes no Centro Internacional de Convenções Galaxy. Nesta competição haverá dez “Curtas de Macau” a concorrerem ao “Prémio Macau”, enquanto 26 filmes internacionais concorrem na secção “Novas Vozes do Horizonte”, para quatro prémios: “Melhor Curta-Metragem”, “Melhor Realizador”, “Melhor Contribuição Técnica” e “Narrativa Inovadora”.

Na secção “Director em Foco” a organização apostou no conceituado realizador japonês Shunji Iwai, que estará em Macau para “trocar e partilhar as suas experiências criativas com o público”.

Por sua vez, na sessão ” Exibições Especiais” o actor de Hong Kong Will Or e a realizadora do filme “Fly Me To The Moon”, Sasha Chuk Tsz-yin, estarão à conversa com o público a seguir à exibição do filme. Destaque também para a realização do workshop “A Arte e a Estratégia da criação de Curtas-Metragens”, apresentado em conjunto pelo realizador do filme “Stonewalling”, galardoado com o Golden Horse Awards.

Os bilhetes para o festival já se encontram à venda, com um valor de 60 patacas e desconto de 50 por cento para idosos e estudantes. A inscrição nas actividades paralelas à exibição dos filmes pode ser feita no website oficial do festival.

25 Mar 2024

Filipinas | Pequim adverte Manila para pôr fim a “infracções e provocações”

Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China advertiu as Filipinas de que deverão por fim de imediato “às infrações e provocações e abster-se de minar a paz e a estabilidade”, no mar da China meridional. O aviso surge após o último incidente, no sábado, em que uma patrulha da Guarda Costeira da China disparou canhões de água contra um barco filipino.

“Apesar da forte oposição da China, as Filipinas enviaram um barco de abastecimento e dois barcos da Guarda Costeira a 23 de Março, sem permissão do Governo chinês, para invadirem as águas adjacentes de Ren’ai Jiao do Nansha Qundao da China, numa tentativa de enviar materiais de construção ao navio militar encalhado ilegalmente em Ren’ai Jiao, para reparação e reforço”, declarou o porta-voz, citado pela agência Xinhua.

A mesma fonte defendeu que a Guarda Costeira da China tomou “as medidas necessárias no mar para salvaguardar direitos, bloqueou firmemente os barcos filipinos e frustrou a tentativa das Filipinas” e acrescentou que Nansha Qundao e as águas adjacentes, incluindo Ren’ai Jiao, “sempre foram território da China”.

“Isto está estabelecido no largo curso da história e cumpre com o direito internacional”, advogou.

“Se as Filipinas insistirem em seguir o seu próprio caminho, a China continuará a adoptar medidas decididas para salvaguardar a soberania territorial e os seus direitos e interesses marítimos. As Filipinas devem estar preparadas para suportarem todas as consequências”, insistiu.

25 Mar 2024

Economia | PM chinês promete maior abertura a líderes empresariais

Li Qiang manifestou o desejo de uma cooperação global com menos barreiras na abertura do Fórum de Desenvolvimento da China, que reúne em Pequim 400 líderes de grandes empresas e organizações internacionais

 

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, garantiu ontem que implementará medidas para eliminar as barreiras que as empresas estrangeiras enfrentam, sustentando que “uma China mais aberta trará ao mundo mais oportunidades de cooperação para benefício mútuo”.

Num discurso na sessão de abertura do Fórum de Desenvolvimento da China, que reunirá durante dois dias em Pequim 400 líderes de grandes empresas e organizações internacionais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, bem como académicos, funcionários e especialistas, Li destacou o potencial para atrair investimento estrangeiro.

O líder chinês destacou sectores como o desenvolvimento urbano, a “economia verde” e a modernização industrial e insistiu que o Governo de Pequim criará maiores oportunidades para o capital estrangeiro através de políticas macroeconómicas.

O executivo presidido por Xi Jinping já afirmou que está a estudar “cuidadosamente” alguns dos problemas de que as empresas estrangeiras que operam na China têm repetidamente reclamado, como as barreiras de acesso ao mercado ou o fluxo transfronteiriço de informação e dados.

Ontem, Li garantiu que Pequim melhorará a eficiência dos serviços governamentais e procurará proteger os direitos e interesses de todos os tipos de empresas.

“A economia chinesa está hoje mais integrada do que nunca com a economia mundial”, disse o primeiro-ministro, que enfatizou a “calorosa recepção” do seu país às “empresas de todo o mundo que investem na China e abraçam as grandes oportunidades”.

O Fórum de Desenvolvimento da China é um dos poucos cenários em que dirigentes de empresas estrangeiras podem ter contacto directo com as lideranças do país asiático e realiza-se este ano num contexto de desaceleração da segunda maior economia do mundo, que ainda não recuperou na taxa esperada das consequências de permanecer totalmente fechada por três anos devido à pandemia.

Ao alcance

A China estabeleceu uma meta de crescimento de cerca de 5 por cento para 2024, o mesmo objectivo do ano passado, embora muitos analistas tenham questionado se Pequim atingirá este valor sem implementar medidas de estímulo adicionais que não estão actualmente planeadas.

Li considerou ontem que a economia chinesa começou com boas perspectivas este ano, citando aspectos como os lucros industriais, o consumo de energia e os dados mais recentes sobre transporte de mercadorias e viagens. O dirigente reconheceu, ainda, a necessidade de impulsionar o emprego, melhorar os salários e prevenir riscos.

Segundo o primeiro-ministro, a economia do seu país tem “grande resiliência, potencial e vitalidade, e os alicerces que permitiram o seu crescimento sustentado a longo prazo não mudaram”. “Queremos proporcionar maior certeza e energia positiva para a recuperação e estabilidade económica global”, acrescentou.

Entre os líderes empresariais presentes no fórum este ano estão o CEO da Apple, Tim Cook, e os dos fabricantes de chips norte-americanos Qualcomm e Micron.

No âmbito deste evento, o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, reuniu-se com Cook e representantes de diversas empresas tecnológicas, financeiras e farmacêuticas. Somaram-se reuniões com os presidentes ou diretores-gerais da Visa, Broadcom, Mercedes Benz e Hewlett Packard.

25 Mar 2024

Crime | Quatro detidos por roubar 500 mil HKD

Um indivíduo suspeito de fazer câmbio ilegal em casinos foi assaltado num quarto de hotel no Cotai por quatro homens, oriundos do Interior da China, que lhe terão roubado 500 mil dólares de Hong Kong (HKD).

Segundo o jornal Ou Mun, o caso aconteceu na sexta-feira, depois da Polícia Judiciária ter recebido a denúncia da vítima, que afirmou ter recebido através de uma rede social um pedido para trocar a quantia roubada. Depois de entrar no quarto de hotel indicado, a vítima, residente de Hong Kong, entregou o dinheiro a dois dos suspeitos para que contassem o montante.

De repente, o homem foi atacado por uma arma de descarga eléctrica, também designado como taser, e perdeu a consciência. Quando recuperou os sentidos, a vítima reparou que estava amarrada e demorou quase três horas a libertar-se e a denunciar o caso.

Os suspeitos, que se separaram após atravessarem a fronteira, acabaram por ser detidos em Zhuhai, Guangzhou e Dongguan. A PJ referiu que os suspeitos negaram às autoridades do Interior da China ter praticado qualquer tipo de crime, e que continuam as buscas para encontrar o dinheiro roubado.

25 Mar 2024

Número de utilizadores de Internet em Macau subiu para 92,8 por cento

No ano passado, o número de utilizadores de internet em Macau foi de 597.300, mais 26.700 pessoas, em relação a 2022, o que representa um crescimento de 4,7 por cento, de acordo Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Segundo a informação oficial, a taxa de penetração de internet no território foi de 92,8 por cento, o que mostra um crescimento 2,8 pontos percentuais. Em comparação com 2022, a taxa de penetração subiu nos grupos etários de pessoas com idade entre os 3 e 14 anos, para 76,4 por cento, e também no grupo das pessoas com 65 anos ou mais anos, para 77,8 por cento.

Quanto à finalidade de utilização, a maioria dos utilizadores acedeu à internet para comunicar ou usar redes sociais, num total de 569.300 pessoas, o que foi um crescimento de 4,8 por cento, face a 2022.

Durante o ano passado, houve ainda 279.500 pessoas a recorrerem à internet para usar serviços governamentais, um crescimento de 22 por cento face a 2022. O número não tem em conta os indivíduos obrigados a utilizar os serviços online para tratar de formalidades do código de saúde.

A utilização da internet para aceder a bancos está muito mais divulgada do que dos serviços governamentais. O número de utilizadores de internet que acederam a serviços bancários on-line ou pagamentos móveis subiu 17,3 por cento, face a 2022, para 449.200 utilizadores. Este aumento foi justificado pela DSEC com o facto de os “pagamentos electrónicos se terem generalizado”.

25 Mar 2024

Turismo | Lei para combater excursões de baixo custo

O Conselho Executivo apresentou na sexta-feira a proposta de lei que irá regular a actividade das agências de viagens e da profissão de guia turístico.

O diploma que será submetido à Assembleia Legislativa proíbe que grupos turísticos que visitam Macau o façam sem acompanhamento de guias turísticos locais. A proposta de lei proíbe também as “agências receptoras de cobrar preços inferiores ao custo”.

Está também prevista a possibilidade de contratar guias não-residentes, “com prazo fixo”, que “possuam as qualificações adequadas para o exercício da profissão de guia turístico, em situações de inexistência de guias locais fluentes numa determinada língua estrangeira”.

Vão deixar ainda de ser “emitidos ou renovados cartões de transferista após a entrada em vigor da proposta de lei, as pessoas que sejam portadores de cartão de transferista válido, podem requerer a emissão de cartão de guia desde que concluam, com aproveitamento, o curso de guia ministrado pelo Instituto de Formação Turística de Macau”.

25 Mar 2024

Ponte HKZM | Atribuídas quotas de circulação para Hong Kong

A Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego (DSAT) revelou no sábado os resultados do sorteio da atribuição de quotas para circular até Hong Kong, através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM). No total, foram distribuídas 2.500 quotas, 2.000 para particulares e 500 para entidades comerciais.

A partir de hoje, os escolhidos têm até 12 de Junho para preencherem os dados pessoais, assim como do veículo e do condutor, no portal da DSAT. De seguida, entre 2 de Abril e 5 de Julho, precisam de deslocar-se pessoalmente à Área de Atendimento da Estrada de D. Maria II, para entregarem os documentos necessários, assinar os documentos e efectuar o pagamento. Quem não tratar das formalidades nos prazos indicados perde a quota de circulação.

Segundo a informação da DSAT, registaram-se 21.429 pedidos de licenças, dos quais 18.544 partiram de particulares e 2.885 de entidades comerciais. Por cada inscrição no sorteio, os interessados tinham de pagar 500 patacas, independentemente de conseguirem ou não a quota.

O comunicado da DSAT revelou igualmente, no caso de haver uma distribuição extra de quotas de circulação para Hong Kong, que esta vai ser feita com base nos resultados publicados no sábado. “Caso sejam disponibilizadas novas quotas regulares de circulação no corrente ano, serão atribuídas consoante a ordem da lista definida pelo presente sorteio”, foi indicado.

25 Mar 2024

Educação | DSEDJ sublinha superioridade da herança cultural chinesa

“O Governo da RAEM atribui grande importância em desenvolver nos alunos jovens o conhecimento e a compreensão da cultura chinesa e reforçar, através de diversos meios, o seu orgulho nacional, no sentido de formar uma autoconfiança cultural”, afirmou o director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Kong Chi Meng, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Leong Sun Iok.

O responsável máximo da DSEDJ sublinhou que “o desenvolvimento do sentimento de amor pela pátria e por Macau e da visão internacional dos alunos” é uma das direcções prioritárias estabelecidas no “Planeamento a Médio e Longo Prazo do Ensino Não Superior (2021-2030)”.

Kong Chi Meng destaca algumas actividades destinadas a reforçar o nacionalismo, entre elas o “Programa de Estágio para Jovens de Guangdong, Hong Kong e Macau no Museu do Palácio Imperial”. Segundo o director da DSEDJ, esta actividade tem como “intuito de permitir aos estudantes sentir a essência da cultura chinesa, reforçando o seu sentido de responsabilidade, missão e superioridade na herança e transmissão da mesma”.

Além disso, a DSEDJ realça que desde que foi inaugurada, em Dezembro de 2020, a Base da Educação do Amor pela Pátria e por Macau para Jovens até Dezembro do ano passado, recebeu mais de 133 mil visitas.

25 Mar 2024

China-Portugal | Embaixador chinês em Lisboa prevê isenção de vistos

Falando num processo “gradual”, o embaixador da China em Portugal, Zhao Bentang, considera que não deve faltar muito para Portugal integrar a lista dos países isentos de visto para entrar na China. Em entrevista à Lusa, o diplomata revelou optimismo quanto às relações comerciais entre os dois países

 

O embaixador chinês em Lisboa, Zhao Bentang, prevê que Pequim inclua Portugal na próxima fase de isenção de vistos, um processo gradual baseado no volume de trocas comerciais, intercâmbios pessoais e projectos de cooperação entre os dois países.

“Na próxima fase, com a ampliação, acho que Portugal vai integrar a lista de isenção de vistos [de entrada na China]. Para promover uma medida, uma política, é sempre necessário um processo gradual”, justificou o diplomata à agência Lusa, notando que os primeiros países na lista de Pequim “têm maior quantidade de intercâmbios pessoais e de negócios ou têm mais projectos de cooperação”, e logo maior necessidade de deslocações à China. Esta é uma política implementada “de acordo com as necessidades reais”, frisou o diplomata.

Actualmente, desconhece-se a próxima data para rever os países isentos de vistos, mas Zhao Bentang garantiu que o relacionamento entre Portugal e a China “não tem problemas, nem obstáculos” e que foram implementadas várias medidas para facilitar a obtenção de vistos.

Depois de conhecido o recente alargamento de isenção de vistos para estadias de até 15 dias, o embaixador português em Pequim, Paulo Nascimento, disse “não entender” o critério de deixar Portugal de fora.

O diplomata lembrou que a China está no direito de decidir a sua política de vistos de forma autónoma, mas admitiu que vai pedir uma consulta específica sobre esta decisão às autoridades do país. “Não acredito que haja aqui discriminação negativa, no sentido de dizer que a China está a fazer isso para sinalizar alguma coisa a Portugal, não acho que seja esse o caso”, afirmou à Lusa.

Questionado pela Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês defendeu que a China “sempre se mostrou aberta à expansão dos intercâmbios interpessoais com os países estrangeiros” e que está disposta a reforçar a comunicação com Lisboa para “aumentar a facilidade dos intercâmbios interpessoais bilaterais”.

Sobre a ausência de Portugal nos primeiros dois grupos de países europeus, o diplomata frisa que as escolhas tiveram por base a “frequência de intercâmbio interpessoal e comercial entre a China e esses países” e que “gradualmente (a lista) será cada vez mais aberta”.

Partilha de valores

Em entrevista, Zhao Bentang fez questão de destacar os valores partilhados por Portugal e China, como o multilateralismo ou uma economia mundial aberta, além dos “consensos e cooperação” em sectores como desenvolvimento sustentável e combate às alterações climáticas.

“A parte chinesa gostaria de trabalhar com Portugal para, por um lado, aumentar o nível de relações bilaterais, e ao mesmo tempo enfrentar conjuntamente os grandes desafios e questões” para “dar mais certeza e energia positiva neste mundo de incertezas”, referiu.

Da parte chinesa, há ainda a garantia de querer continuar o trabalho para facilitar vistos, depois de se agilizar também as formas de pagamento no país.

“Também esperamos que os países estrangeiros possam oferecer medidas de facilitação ao povo chinês”, afirmou o diplomata, acrescentando que “depois da pandemia, a necessidade de intercâmbio pessoal e comercial tem aumentado”, pelo que são necessárias “políticas para oferecer conveniências e facilitações”.

“E agora, quando os amigos portugueses querem viajar ou fazer negócios na China, eu posso dizer que não existe nenhum obstáculo” quanto à obtenção de vistos para cidadãos de “um país amigo e parceiro estratégico”, afirma o diplomata.

Venham mais cinco

Relativamente aos investimentos chineses em Portugal, Zhao Bentang declarou que pelo menos cinco empresas chinesas estudam implantar fábricas em Portugal, incluindo fabricantes automóveis. O embaixador disse esperar a “criação de um ambiente justo e indiscriminado” para investidores pelo Governo português.

“Actualmente algumas empresas chinesas como a Tederic, Ningbo David Medical Device, Shyahsin estão a preparar-se para construir fábricas em Portugal e outras empresas na área de veículos electrónicos como a Chery e a XEV também demonstraram o seu interesse em construir fábricas em Portugal, estando a fazer investigações no mercado”, afirmou Zhao Bentang.

A CALB já está a planear construir uma fábrica de baterias de lítio e recebeu luz verde da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), informou ainda Zhao Bentang, notando que a construção desta fábrica se deverá reflectir na “localização da cadeia industrial de veículos com novas energias e também para a transição de baixo carbono de Portugal”.

O embaixador previu ainda que o empreendimento Parque de Oeiras, projecto conjunto da China State Construction Engineering Corporation e da Teixeira Duarte, possa começar a ser construído ainda este ano, criando, assim “condições para atrair mais investimentos estrangeiros e criar condições mais favoráveis para a economia de Oeiras”.

Dado o envolvimento de uma empresa chinesa no projecto de Oeiras, poderão, no futuro, ser atraídos “investimentos das empresas chinesas na área das novas energias”, considerou o diplomata, que também tem expectativas sobre Portugal manter o ambiente para a realização de negócios e investimentos.

“Esperamos que o Governo português possa continuar a criar um ambiente aberto, justo, igual e indiscriminado para empresas estrangeiras. Para proteger os direitos legítimos dos investidores estrangeiros e oferecer um ambiente de desenvolvimento seguro e estável a longo prazo”, assim como de forma a “atrair mais empresas chinesas a investir e fazer negócios em Portugal”, o que também ajuda o “desenvolvimento socioeconómico” do país, defendeu.

À Lusa, o embaixador recordou que Portugal é um dos “países mais amigáveis da China na União Europeia e um parceiro estratégico global, compartilhando boas relações nas áreas da política, do comércio e também de amizade entre os dois povos”.

Aquele amigo

Portugal, referiu o entrevistado, é também um dos principais destinos de investimento de empresas chinesas, e no ano passado o investimento directo da China ultrapassou os 386 milhões de euros, um aumento homólogo de 34,52 por cento.

Já o stock de investimento directo ultrapassou os 3,6 mil milhões de euros, um aumento homólogo de 12,2 por cento. Quando se inclui o investimento de empresas chinesas através de Portugal para países terceiros, o stock de investimento ascende a 12,3 mil milhões de euros, um aumento homólogo de 10,16 por cento, disse o diplomata.

São investimentos pautados pelo princípio de “benefícios mútuos e ganhos partilhados”, frisou, dando vários exemplos de sucesso e de parcerias, como a construção do NESTER – o Centro de Investigação Energética de Portugal, numa altura em que a economia portuguesa está virada para a transição energética, digital e inovação, tal como a chinesa, empenhada em “promover o desenvolvimento de alta qualidade com as forças produtivas”.

“Podemos dizer que os dois países compartilham os conceitos de desenvolvimento e têm óbvias vantagens complementares e um futuro de cooperação mais amplo”, concluiu.

Palavras da Fosun

Depois de a Fosun ter reduzido recentemente parte da sua participação no Millennium BCP, e face a incerteza quanto à preparação de novas reduções, o diplomata indicou que, em reunião recente, o director-geral do grupo chinês lhe transmitiu muita satisfação com a “colaboração em Portugal, na Fidelidade, no Banco Comercial e no hospital (Luz Saúde)”.

“Estão muito satisfeitos nesses projectos de cooperação e decidiram continuar o desenvolvimento da sua empresa em Portugal e não planeiam abandonar o investimento”, afirmou.

“Mas, às vezes, a empresa vai ajustando as suas medidas de acordo com a situação de mercado. E quando os títulos crescem, a empresa vai comprar mais para ganhar mais. E quando os títulos descem, também mudam a sua medida de negócios. E normalmente vai ter mudanças dentro de um limite, de uma quota”, disse.

A polémica Huawei

O embaixador chinês em Portugal avisa também que afastar a empresa de telecomunicações Huawei do 5G, por motivos de segurança, pode interromper o processo, implicando custos que “podem ultrapassar mil milhões de euros”.

Zhao Bentang recordou que a empresa chinesa está presente em Portugal há mais de 20 anos, com uma “relação muito boa de benefícios partilhados” e contribuindo para o “desenvolvimento das telecomunicações”. Porém, no ano passado foram impostos limites a empresas de fora da União Europeia, da NATO e da OCDE que “não assinaram o documento de protecção de conhecimentos de Portugal”.

“Durante os 20 anos de negócios da Huawei em Portugal não existiram nenhuns riscos ou problemas na tecnologia e segurança. O parceiro português da Huawei também está muito satisfeito com os resultados. Por isso, o documento (de limitação de participação no 5G) aumenta a incerteza e mudança para a Huawei para fazer negócios em Portugal”, notou o diplomata, que fez eco das preocupações de “amigos portugueses”: “Se a Huawei não puder fazer negócios de 5G em Portugal”, este processo “será influenciado e até parado”.

Nesse cenário, “Portugal precisa de trocar para outras tecnologias, outros projetos, outros produtos na área do 5G, e isso vai causar muito prejuízo”, que “pode ultrapassar mais de mil milhões de euros”, disse ainda o embaixador, manifestando a “muita preocupação” com o caso.

Zhao Bentang frisou que o “assunto causa choque para as empresas portuguesas e até para os clientes portugueses”, uma vez que “muitas empresas precisam dos negócios” do 5G da Huawei para se desenvolver e face a incerteza também sobre o desenvolvimento das tecnologias.

25 Mar 2024

Maria Tomé em 24.º na Taça do Mundo de triatlo em Hong Kong

A portuguesa Maria Tomé terminou hoje no 24.º lugar a Taça do Mundo de triatlo disputada em Hong Kong, numa competição que foi ganha pela britânica Rainsley Sean.

Na prova que foi disputada da distância sprint, com 750 de natação, 20 quilómetros de bicicleta e cinco quilómetros de corrida, Maria Tomé terminou a competição com o tempo de 01.01,20 horas, enquanto Melanie Santos, outra lusa presente, foi 38.ª, com 01.02,30.

A competição foi ganha pela britânica Rainsley Sian, em 59,44 minutos, com as norte-americanas Katie Zaferes e Kirsten Kasper a terminarem em segundo e terceiro, respetivamente. A competição masculina, que não contou a presença de atletas portugueses, foi ganha pelo espanhol Alberto González Garcia.

24 Mar 2024

Albergue SCM apresenta mostra do arquitecto João Santa-Rita

Será inaugurada na próxima quarta-feira, 27, a partir das 18h30, uma exposição da autoria do arquitecto português João Santa-Rita, que estará patente no Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM). “Desenhar para Revelar” é organizada pelo CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau e visa assinalar os 25 anos da transferência de administração portuguesa de Macau para a China.

Este evento faz-se ainda acompanhar de um seminário que decorrerá na Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau no dia 26 entre as 19h e 21h15, intitulado “A Relevância da Representação da Arquitectura” [The Relevance of Architectural Representation”.

No caso de “Desenhar para Revelar” apresentam-se ao público de Macau 200 desenhos da autoria de João Santa-Rita feitos nos últimos cinco anos. Segundo palavras da arquitecta Bárbara Silva, “não são desenhos referentes a projectos de arquitectura”, mas sim “desenhos que revelam um imaginário complexo, povoados por um emaranhado de traços, que deslizam sobre o papel branco, como uma dança labiríntica que deseja ganhar vida”.

Possibilidades infinitas

A arquitecta considera que podemos encontrar, em “Desenhar para Revelar”, “afinidades e sequências possíveis”, onde se percepciona que “cada um deles tem a sua própria autonomia, a sua personalidade, que se reflecte na impossibilidade de se deixar dominar pelos outros”.

“A expressão de cada desenho é encontrada pelo olhar do observador que é também protagonista. As possibilidades de descoberta são inesgotáveis, e são sempre renovadas cada vez que voltamos a olhar para um desenho que acabámos de ver há momentos atrás. É então quando intuímos que o nosso modo de entender depende do modo como recebemos algo e do quanto estamos dispostos a ser transformados”, lê-se ainda no texto sobre a exposição.

Os esquissos de Santa-Rita “estão, assim, povoados de traços que revelam cheios, vazios, equilíbrios, desequilíbrios, formas, tensões, energias; mas somos nós, com o nosso olhar, que os enchemos de significados”, descreve ainda Bárbara Silva.

João Santa-Rita é um conhecido arquitecto português que já esteve nomeado para o prémio Mies Van der Rohe, em Espanha, em 2012, tendo alcançado muitas outras distinções na sua área. É formado em arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes e trabalhou em Macau, ao lado de Manuel Vicente, entre os anos de 1986 e 1988. Além de docente, entre os anos de 2014 e 2016 presidiu à Ordem dos Arquitectos portugueses.

22 Mar 2024

Indonésia | Xi Jinping felicita vencedor das presidenciais

O Presidente chinês, Xi Jinping, felicitou ontem o antigo general Prabowo Subianto, que foi declarado vencedor das eleições presidenciais indonésias realizadas a 14 de Fevereiro. Xi destacou a “amizade tradicional” entre China e Indonésia, sublinhando o “rápido desenvolvimento dos laços bilaterais”, a “crescente confiança política” e o “aprofundamento da cooperação” entre os dois países.

O líder chinês expressou a “grande importância” que atribui às relações com a nação insular e o seu desejo de trabalhar em conjunto com o Presidente eleito para “alcançar um maior sucesso” e “dar um impulso à prosperidade e estabilidade regional e global”. Após mais de um mês de contagem dos votos, a Comissão Eleitoral da Indonésia declarou na quarta-feira que o controverso antigo general, acusado de violações dos Direitos Humanos durante o regime militar, obteve 58 por cento dos votos.

Desde as eleições, registaram-se vários protestos denunciando alegadas fraudes eleitorais e outros candidatos anunciaram a sua intenção de contestar legalmente os resultados, alegando que Prabowo recebeu apoio não oficial do Presidente cessante, Joko Widodo.

22 Mar 2024

Taiwan | China reitera “reunificação pacífica” e ‘linha vermelha’ da independência

O ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou ontem que Pequim quer a “reunificação pacífica” de Taiwan “com total boa-fé” e que a ‘linha vermelha’ é a oposição firme a qualquer tentativa da ilha de obter independência.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que a “região Ásia – Pacífico deve ser uma zona de desenvolvimento pacífico” e “não um palco de confrontos geopolíticos”, lembrando que Taiwan “faz parte da China” e é um “assunto interno” do país asiático.

Lin reagiu assim às declarações do chefe do Comando Indo-Pacífico dos Estados Unidos, o almirante John Aquilino, que declarou na quarta-feira acreditar que o Exército chinês estará pronto para invadir Taiwan em 2027 e que as Forças Armadas chinesas simulam há anos operações contra a ilha, incluindo bloqueios marítimos e aéreos.

O porta-voz da diplomacia chinesa advertiu que a “determinação, vontade e capacidade do povo chinês” para “defender a sua soberania nacional e integridade territorial” não devem “ser subestimadas”.

22 Mar 2024

Xangai | Ministro angolano acompanha construção de navio para Agogo

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo, deslocou-se ontem aos estaleiros navais de Xangai para acompanhar os trabalhos de construção de um navio flutuante que vai ser utilizado no campo petrolífero Agogo.

Trata-se de um navio para produção, armazenamento e descarga (FPSO, na sigla em inglês) que vai ser utilizado no bloco 15/06 do campo Agogo. A embarcação permitirá o processamento e armazenamento do crude até que possa ser transferido para um navio-tanque para transporte e refinação adicional.

No estaleiro naval situado na ilha de Chongming, a cerca de 100 quilómetros do centro de Xangai, a “capital” económica da China, Diamantino Azevedo frisou a importância do projecto para alavancar a produção petrolífera em Angola, “contribuindo assim, em grande parte, para contrariar o declínio natural da produção” do país.

“Queremos que este projecto promova também a transferência de conhecimento para os angolanos, para que a seu tempo constituam a força motriz para alavancar cada vez mais o desenvolvimento da indústria do petróleo e gás em Angola”, apontou o ministro, segundo uma nota a que a agência Lusa teve acesso.

No evento estiveram presentes os presidentes dos conselhos de administração da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis de Angola e da Sonangol e representantes da estatal chinesa Sinopec.

Diamantino Azevedo enfatizou o significado da construção do navio FPSO no estaleiro em Chongming para o reforço da aposta de Angola e China no “alargamento da cooperação”. “Isto evidencia o compromisso mútuo dos nossos países, com o desenvolvimento económico e social dos nossos povos”, disse.

Práticas presidenciais

A deslocação do ministro angolano a Xangai decorre após uma visita oficial à China de três dias do Presidente angolano, João Lourenço.

Em Pequim, Lourenço frisou o esforço de Luanda para executar um conjunto de reformas que visam “melhorar o ambiente de negócios do país, ajustando-o às boas práticas internacionais” e convidou os investidores chineses a investirem na refinaria do Lobito, em fase de construção, e em blocos petrolíferos ‘offshore’ e ‘onshore’.

A China é o maior destino para o petróleo angolano. O Presidente angolano disse também querer atrair mais investimento privado e público da China, “desde que seja sem o petróleo a servir como colateral”, como foi prática nas últimas décadas.

22 Mar 2024

Hotéis | Andy Wu acha que preços afastam turistas

O presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu, considera que os elevados preços dos hotéis de Macau levam a que os excursionistas passem a noite do outro lado da fronteira.

Em declarações ao Jornal Ou Mun, Andy Wu explicou que as excursões são maioritariamente frequentadas por idosos, que para controlarem os custos da viagem escolhem os hotéis no Interior, onde os preços são mais baratos. Foi desta forma que o presidente da associação reagiu aos dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) que mostram que a entrada de visitantes recuperou para 92,9 por cento dos níveis de 2019.

No entanto, a estadia dos visitantes em Macau diminuiu para 1,1 dias, o que se deveu à maior entrada de excursões. Andy Wu também apontou que os preços de quartos em Macau são mais caros em comparação com outras regiões vizinhas.

Todavia, como actualmente a taxa de ocupação hoteleira se mantém em 80 por cento, o responsável considerou que os hotéis não precisam diminuir os preços para atrair mais clientes. Para aumentar o período de estadia em Macau, o líder associativo sugeriu o reforço da cooperação entre Hengqin e Macau, de forma a atrair turistas com maior capacidade de consumo, que consigam suportar os custos da hotelaria de Macau.

22 Mar 2024