Hoje Macau Manchete SociedadePatrimónio Cultural Intangível | Macau quer proteger Chu Pa Pau O Conselho do Património Cultural de Macau apoiou ontem a protecção da versão local da bifana, o Chu Pa Pau, como Património Cultural Intangível, juntamente com a procissão de Nossa Senhora dos Remédios e o Dia dos Finados católico. Um representante do Conselho, Wu Chou Kit, disse que os membros “concordaram com o conteúdo da lista” de manifestações propostas para o Inventário do Património Cultural Intangível da região semiautónoma chinesa. Numa conferência de imprensa, a presidente do órgão e líder do Instituto Cultural de Macau, Leong Wai Man, disse que a lista discutida na reunião de ontem inclui 28 manifestações. Leong deu como exemplo a “bifana de Macau”, uma costeleta de porco frita servida num pão de estilo português, um item popular nos restaurantes e cafés do território. A lista inclui a procissão de Nossa Senhora dos Remédios, e os rituais do Dia dos Finados católico, também celebrado em 01 de Novembro, mas que em Portugal é conhecido como Dia de Todos os Santos. O Inventário do Património Cultural Intangível já inclui o Dia dos Finados chinês, conhecido como ‘Cheng Ming’, no 15.º dia após o solstício de Primavera, no início de Abril, e o ‘Chong Yeong’, o dia de Culto dos Antepassados, a 09 de Setembro. Na lista de novas manifestações culturais a serem protegidas, constam ainda três propostas por macaenses, uma comunidade euro-asiática composta sobretudo por lusodescendentes com raízes no território. São elas o chá gordo, um lanche festivo com dezenas de iguarias, a Tuna Macaense, que toca músicas no dialeto crioulo macaense, o patuá, e o batê saia, uma arte decorativa de recorte de papel de seda ou papel rendado. “Há muitas manifestações porque Macau é ponto de encontro das culturas chinesa e ocidental. Temos várias comunidades étnicas e recursos [culturais] ricos”, defendeu Leong Wai Man. Inscrições várias Além de um inventário, Macau tem ainda uma Lista do Património Cultural Intangível, que inclui “as manifestações de maior valor, incluindo aquelas que sejam representativas de tradições sociais relevantes, (…) e passam a usufruir de um maior grau de proteção”. Em 13 de Outubro, a região inscreveu na lista 12 novas manifestações, incluindo a dança folclórica portuguesa e os pastéis de nata locais, inspirados pelo pastel português. Em 2019, Macau já tinha inscrito como património cultural intangível as procissões católicas do Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos e de Nossa Senhora de Fátima, a gastronomia macaense e o teatro em patuá. Em 2021, a gastronomia macaense e o teatro em patuá foram também incluídos pela China na Lista de Património Cultural Imaterial Nacional.
Hoje Macau China / ÁsiaAcadémico defende integração de cadeias industriais China-África O académico chinês Tang Xiaoyang defendeu ontem uma nova fase na cooperação entre China e África, centrada na integração de cadeias de valor industriais, aproveitando os polos empresariais chineses já estabelecidos no continente africano. Professor e director do Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Tsinghua, Tang argumentou num artigo publicado no Orange News, um portal de notícias em Hong Kong, que os fundamentos estruturais da relação comercial entre a China e África permanecem sólidos, apesar do abrandamento do comércio e das pressões geopolíticas. Em vez de apostar apenas na escala, é tempo de aprofundar a qualidade e integração dos projectos existentes, defendeu. “O momento é propício para transformar projectos dispersos em cadeias completas e integradas, com investimento coordenado nos segmentos industrial, logístico e financeiro”, escreveu Tang. Desde o início do século, impulsionado pela Iniciativa Faixa e Rota e pelo Fórum de Cooperação China – África (FOCAC), o comércio bilateral cresceu a uma média anual de quase 14 por cento, passando de 39,6 mil milhões de dólares em 2005 para 295,4 mil milhões em 2024, segundo dados oficiais. A China é o maior parceiro comercial de África há 16 anos consecutivos. África fornece sobretudo matérias-primas, como petróleo, minérios e cobre, enquanto a China exporta maquinaria, equipamentos de transporte e bens de consumo. Para ultrapassar este modelo, Tang defendeu o reforço do investimento chinês em sectores industriais africanos, com base em três eixos: cadeias de valor completas na mineração, na agricultura e na indústria ligeira de bens de consumo. Cada eixo deve incluir não apenas produção, mas também etapas intermédias, como refinação, transformação e logística. “Um dos grandes entraves ao desenvolvimento industrial de África são cadeias de fornecimento fragmentadas e pouco fiáveis”, afirmou. “Mesmo embalagens ou componentes básicos precisam de ser importados, elevando os custos de produção e comprometendo a competitividade”, descreveu. Tang identificou dezenas de polos industriais chineses já operacionais em África – em sectores como têxteis, calçado, reciclagem de plásticos e aço, ou agroalimentar – que podem ancorar cadeias produtivas locais e regionais. Elementos nucleares A digitalização e os sectores extrativos também são centrais nesta visão. A presença de empresas como Huawei, ZTE, Transsion ou StarTimes tem contribuído para transformar as telecomunicações em África. No sector da mineração, Tang salientou o contributo da tecnologia e gestão chinesas para modernizar a exploração de recursos e aumentar a eficiência. O académico notou que as autoridades africanas têm vindo a reforçar as suas estratégias de industrialização. Planos como a Agenda 2063 da União Africana ou iniciativas nacionais na Etiópia, Ruanda e África do Sul apontam nesse sentido. “A complementaridade estrutural entre África e a China é evidente: África carece de capacidades industriais, enquanto a China detém o sistema produtivo mais completo do mundo”, escreveu Tang. Em 2024, a China representou 28 por cento do valor acrescentado industrial global e lidera a escala industrial mundial há 15 anos consecutivos. O artigo defendeu que o modelo de infraestrutura e industrialização sino-africano deve equilibrar sustentabilidade comercial com benefícios públicos, como tem sido feito em grandes projectos ferroviários, portuários e energéticos em África. O objectivo é criar “um ciclo virtuoso em que infraestrutura e indústria se reforcem mutuamente”, lê-se no artigo. A opinião de Tang Xiaoyang surge numa altura em que os Estados Unidos ultrapassaram a China como maior investidor directo estrangeiro em África em 2023, de acordo com dados da China Africa Research Initiative, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Pelo menos 27 mortos e 3,6 milhões de afectados por tufão Pelo menos 27 pessoas morreram e 3,6 milhões foram afectadas pela passagem do supertufão Fung-wong nas Filipinas no domingo, informaram ontem as autoridades locais. De acordo com o último relatório do Conselho Nacional de Redução e Gestão de Riscos de Desastres das Filipinas (NDRRMC), o número de mortos subiu ontem de 18 para 27, enquanto as equipas de resgate procuram duas pessoas desaparecidas. Trinta e seis pessoas ficaram feridas, algumas com gravidade. Do total de mortes, 19 foram registadas na Região Administrativa de Cordillera, a norte de Manila, a região mais devastada por chuvas torrenciais, deslizamentos de terra e inundações nas últimas 72 horas. O NDRRMC actualizou também o número de pessoas afectadas, de 2,4 milhões para 3,6 milhões, das quais 171.786 famílias estão em centros de evacuação e mais de 100.000 pessoas foram deslocadas pelo mau tempo, estando a receber assistência nas ruas em 16 regiões do país. As autoridades reportaram mais de sete mil casas completamente destruídas e outras 33.000 parcialmente danificadas, além de 37 pontes que colapsaram e 12 autoestradas nacionais inundadas. O governo mobilizou mais de 10 mil pessoas para responder à emergência, incluindo agentes de segurança, equipas de resgate e profissionais de saúde. O tufão Fung-wong, conhecido localmente como Uwan, atingiu as Filipinas no domingo, afectando principalmente as regiões norte e central do país, antes de se deslocar para o Mar do Sul da China na segunda-feira, enfraquecido e seguindo em direção a Taiwan, onde era esperado ontem à noite. A agência meteorológica filipina, PAGASA, classificou ontem Fung-wong como uma tempestade tropical, com ventos 61 quilómetros por hora (km/h), depois de ter atingido a força de um supertufão nos últimos dias, com rajadas até 230 km/h. A passagem de Fung-wong pelas Filipinas acontece enquanto o país ainda está a recuperar do tufão Kalmaegi, que atingiu o arquipélago na semana passada, fazendo 232 mortos e mais de 100 desaparecidos, segundo a Defesa Civil.
Hoje Macau China / ÁsiaCooperação | Espanha e China reforçam comércio agroalimentar Espanha e China assinaram ontem três novos protocolos para reforçar o comércio bilateral nos sectores da pesca, aquicultura e carne de porco, incluindo um mecanismo que permite restringir eventuais surtos de peste suína africana a regiões específicas. Os acordos foram celebrados no âmbito da visita de Estado dos reis de Espanha à China, indicou o Ministério espanhol da Agricultura, Pesca e Alimentação (MAPA), em comunicado. Para o ministro Luis Planas, os protocolos “consolidam a confiança sanitária mútua e ampliam as oportunidades de exportação para o sector agroalimentar espanhol”, lê-se na nota. O destaque vai para o novo protocolo de regionalização da peste suína africana, que entrou ontem em vigor, e que estabelece a aceitação por parte da China do princípio de “compartimentação”, já aplicado por Espanha. Na prática, caso se registem surtos da doença, as restrições à exportação serão limitadas à zona afectada, permitindo que o restante território espanhol continue a exportar carne de porco para o mercado chinês. Planas classificou o acordo como “chave” para proteger o sector suinícola, um pilar estratégico das exportações espanholas, reforçando a “confiança internacional na produção espanhola”. Segundo dados oficiais, as exportações espanholas de carne de porco para a China totalizaram 540 mil toneladas em 2024, num valor superior a 1.097 milhões de euros, confirmando a relevância do sector no comércio externo. Os dois países assinaram ainda dois protocolos adicionais relativos a produtos da pesca e aquicultura. O primeiro estabelece os requisitos sanitários e de quarentena para óleo, farinha de peixe e outras proteínas e gorduras de origem aquática destinadas à alimentação animal, facilitando o comércio destes subprodutos espanhóis. O terceiro protocolo regula os requisitos de inspeção, quarentena e segurança alimentar para produtos da aquicultura destinados à exportação, exigindo que os estabelecimentos espanhóis cumpram os padrões sanitários exigidos por ambos os países. Segundo o MAPA, o objectivo é reforçar a confiança nas exportações de aquicultura espanhola, reconhecida pela “alta qualidade e controlo sanitário”. A Organização Interprofissional Agroalimentar do Porco Branco (Interporc) saudou o protocolo de regionalização, considerando-o um “avanço estratégico de máxima relevância” para o sector e sublinhando que o acordo garante a “estabilidade dos fluxos comerciais” com a China. Num comunicado, a organização agradeceu o “intenso trabalho” do MAPA, dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Economia, bem como da embaixada de Espanha em Pequim e do rei Felipe VI, cujo papel foi descrito como “fundamental para o êxito” das negociações.
Hoje Macau EventosCinema | Diáspora de Macau debatida em festival na Polónia O Festival de Cinema Asiático “Cinco Sabores”, que começou ontem em Varsóvia e se estende até à próxima quarta-feira, terá no sábado um painel de debate que irá focar os temas da migração. A dupla formada pelo artista e antropólogo de Macau Cheong Kin Man e a artista polaca Marta Stanisława Sala, irá participar na conversa com o objectivo de oferecer ao público uma perspectiva da diáspora de Macau. O debate terá lugar no Museu de Arte Moderna da capital polaca. A participação no festival de cinema asiático é parte integrante de um projecto conjunto de investigação e criação artístico-etnográficas em Berlim e na Universidade Nova de Lisboa, onde Cheong Kin Man é doutorando em antropologia. Em relação ao futuro, o artista de Macau radicado na Europa revelou ao HM que tem planos para prosseguir a série de exposições de autoetnografias experimentais “As Espantosas e Curiosas Viagens”, uma delas com passagem por Macau (em Julho de 2026) na Fundação Rui Cunha. A mostra em Macau terá a curadoria de Sara Neves. A dupla pretende também fazer exposições pop-up em Berlim, “Galerie Met”, no “Mayer Pavilion”, no “mp43 – Project Space for the Peripheral” e no “WerkStadt”. Ainda com alguns detalhes por acertar, a dupla artística pretende levar “As Espantosas e Curiosas Viagens” também a Portugal, mas desta feita fora de Lisboa.
Hoje Macau SociedadeBNU | Lucros de 315,3 milhões de patacas até Setembro Nos primeiros nove meses do ano, o Banco Nacional Ultramarino registou um resultado líquido não auditado de 315,3 milhões de patacas, o que representou uma redução de 128,9 milhões de patacas (29 por cento) em comparação com os primeiros nove meses de 2024. De acordo com um comunicado da instituição, o rendimento líquido de juros entre Janeiro e Setembro deste ano caiu para 631,3 milhões de patacas, menos 121,9 milhões de patacas (queda de 16,2 por cento) em termos homólogos. Esta diferença foi explicada pela instituição como estando “principalmente” relacionada com a “evolução das taxas de juro”. Todavia, a queda do rendimento líquida foi “parcialmente compensada por um aumento das comissões líquidas para 68,9 milhões” um aumento de 2,5 milhões de patacas face ao mesmo período do ano anterior. Na perspectiva do banco, o aumento das comissões reflecte a “a resiliência da actividade económica e um maior envolvimento dos clientes”. As imparidades de crédito e de investimentos financeiros totalizaram 32,7 milhões de patacas, um crescimento de 27,8 por cento face ao mesmo período de 2024, quando o valor era de 25,6 milhões de patacas. Os custos operacionais totalizaram 323,9 milhões de patacas, um aumento de 3,4 por cento em termos homólogos. O crédito concedido atingiu 26,21 mil milhões de patacas em Setembro, um crescimento homólogo de 900 milhões de patacas, enquanto os depósitos dos clientes aumentaram 9,9 por cento para 36,42 mil milhões de patacas.
Hoje Macau PolíticaSalário Mínimo | Deputados criticam apresentação tardia Os deputados da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa criticaram o Governo por apresentar de forma apressada a proposta para aumentar o salário mínimo. A opinião foi partilhada por alguns deputados durante a reunião de ontem para discutir a proposta, segundo Wong Kit Cheng, deputada e presidente da comissão. De acordo com a versão citada pelo jornal Ou Mun, os deputados têm dificuldades em compreender os motivos que levaram a que a proposta apenas chegasse ao hemiciclo no mês passado, a pouco mais de dois meses da entrada em vigor. Segundo alguns deputados, o facto é incompreensível, uma vez que a lei do salário mínimo prevê que se equacione a actualização do valor a cada dois anos. Por este motivo, os legisladores acreditam que a proposta devia ter entrado mais cedo na Assembleia Legislativa. Em relação ao aumento de uma pataca por hora, ou de 2,9 por cento, Wong Kit Cheng revelou que houve legisladores preocupados com o impacto deste aumento nas empresas que gerem condomínios e que vai contribuir para criar dificuldades acrescidas ao sector (ver abertura). Dado que os deputados consideram que o processo de proposta de aumento não foi claro, os legisladores vão pedir ao Executivo para se deslocar ao hemiciclo para explicar o processo de discussão no Conselho Permanente de Concertação Social (CPCP) que levou à proposta actual.
Hoje Macau PolíticaIPS | Finalizada discussão sobre nova lei O Conselho Executivo terminou a discussão da lei da actividade das instituições privadas prestadoras de cuidados de saúde, que deverá dar entrada no hemiciclo nos próximos dias. De acordo com a informação disponibilizada, o novo diploma visa regulamentar “o funcionamento das instituições privadas prestadoras de cuidados de saúde (IPS) e os respectivos regimes de licenciamento e registo”. A futura lei só foi apresentada de forma parcial e além de prever os tipos de IPS, introduz uma nova licença para o “hospital de dia”. Esta nova licença vai permitir que “certos serviços médicos especializados”, que anteriormente apenas podiam ser oferecidos nos hospitais locais, passem a ser disponibilizados nas instituições classificadas como hospitais de dia. A futura lei vai ainda definir “os requisitos e a regulamentação para o desenvolvimento da telemedicina”, assim como “serviços médicos de proximidade” e das “terapias avançadas”. Ao mesmo tempo, o diploma vai actualizar sanções e levantar algumas das restrições relativas ao conteúdo da publicidade de prestação de cuidados de saúde. O objectivo é permitir o desenvolvimento de um sector privado mais dinâmico, que contribua para o desenvolvimento dos cuidados de saúde compreensivos de Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Exigidas licenças para exportação de químicos para os EUA, México e Canadá Pequim intensifica o controlo sobre a exportação de componentes químicos que podem levar ao fabrico de drogas como o fentanil A China anunciou ontem o endurecimento dos controlos de exportação de produtos químicos que podem ser utilizados no fabrico de drogas sintéticas, particularmente o fentanil, nomeadamente para os Estados Unidos, o México e o Canadá. Segundo uma declaração conjunta do Ministério do Comércio e de outras agências chinesas, a medida entra em vigor imediatamente e incorpora também uma lista específica de 13 produtos químicos sujeitos a controlos especiais para estes três países. As exportações para outros destinos não vão necessitar de autorização. O Ministério chinês justificou o ajustamento como parte dos esforços para “melhorar a gestão da exportação de produtos químicos susceptíveis de desvio” para usos proibidos. O Ministério do Comércio já aplicava controlos semelhantes ao Myanmar, Laos e Afeganistão, países que já constavam anteriormente da lista de destinos considerados de alto risco para o desvio de produtos químicos. Com o ajuste ontem anunciado, os Estados Unidos, o México e o Canadá juntam-se a este grupo, embora com uma lista diferente de 13 compostos focados nos derivados da piperidina, base de inúmeros opioides sintéticos, como o fentanil. Aliviar tensões O anúncio surge depois da assinatura dos acordos este mês entre os Presidentes da China, Xi Jinping, e dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o encontro na cidade sul-coreana de Busan, que incluiu compromissos de cooperação no combate às drogas e o alívio das restrições e taxações comerciais após meses de tensões. Nesse encontro, Pequim e Washington concordaram em intensificar a colaboração para combater o tráfico de fentanil, um opioide sintético responsável por dezenas de milhares de mortes anualmente nos Estados Unidos, que segundo Washington é fabricado pelos cartéis mexicanos a partir de produtos originários da China. Trump anunciou, então, que iria reduzir as tarifas sobre as importações chinesas de 20 por cento para 10 por cento, como parte de uma trégua comercial de um ano, que inclui também reduções tarifárias e a suspensão de vários controlos de exportação por parte da China sobre materiais estratégicos, como as terras raras, que são muito cobiçadas pelos norte-americanos.
Hoje Macau EventosCinema | A balada de Colin Farrell por Macau é uma obra “muito autobiográfica” Em “Ballad of a small player”, Lord Doyle (Colin Farrell), jogador compulsivo, é a voz do próprio criador, assume à Lusa Lawrence Osborne, autor do livro que inspirou o filme da Netflix. Tudo começou num remoto mosteiro chinês na província de Sichuan Logo numa das primeiras cenas de “Ballad of a small player”, Lord Doyle – é assim que se dá a conhecer Brendan Reilly, um vigarista que fugiu do Reino Unido com fortuna roubada – desce as longas escadas rolantes do casino (ficcionado) Rainbow, para nova sessão de bacará. E é nesta descida ao inferno que o jogador inveterado, com contas milionárias por acertar, se cruza pela primeira vez com Dao Ming (Fala Chan), do Interior da China, a trabalhar como agiota em Macau e uma possível avenida para a redenção (e para o crédito). Dao Ming é, aliás, o ponto de partida desta balada nocturna, ainda antes do realizador Edward Berger (“Conclave”, 2024) imaginar transferi-la para o grande ecrã, conta em entrevista à Lusa Lawrence Osborne, autor do livro “The ballad of a small player” (2014). É preciso recuar a 2007 quando, enviado pela revista Vogue, o jornalista britânico passa uma noite num mosteiro remoto, a oeste da província chinesa de Sichuan. “Os monges contaram-nos que todas as raparigas daquela localidade tinham ido para Hong Kong e Macau e a maioria nunca mais voltou, ninguém sabia o que tinha acontecido”, lembra Osborne, a viver em Banguecoque. Ideia “estranha e inquietante”, que ressurgiu quando viajou a Macau e se hospedou, como era habitual, no hotel-casino Lisboa, obra dos anos 1970 e parte do império do magnata do jogo Stanley Ho (1921-2020) – “nunca tinha estado num sítio assim”. “Quantas dessas raparigas serão de Sichuan?”, lembra-se de pensar ao ver circularem prostitutas pelo átrio do Lisboa. “Descia à noite e tinham na cave uma espécie de área onde se apostava nas corridas de galgos, e uns tipos ficavam ali sentados de óculos escuros à noite – era bastante divertido. Eu sentava-me no café e observava essas raparigas a andarem no sentido dos ponteiros do relógio, circulavam assim o dia todo”, lembra. Da mesa para as páginas Dao Ming desenhava-se naqueles corredores – no livro de Osborne é prostituta – mas a resistência de se pôr na pele de uma migrante chinesa, acabou por relegá-la para segundo plano nesta história. A escolha do protagonista resolveu-se quando, uma noite, o jornalista se cruzou com um “britânico solitário, todo suado, com uma espécie de casaco aveludado meio fajuto”, a jogar. “Parecia completamente perdido, o único ‘gwai lou’ naquele lugar”, diz, ao usar uma expressão cantonesa local, em referência a estrangeiros caucasianos, mas que significa literalmente “diabo” ou “fantasma”. Osborne descobriu assim Doyle, um pretenso aristocrata (‘Lord’) – com o título nobiliárquico inspirado, contou numa entrevista à Monocle, por Lord Stow, como foi baptizado por locais Andrew Stow (1955-2006), o farmacêutico britânico que fundou o império dos pastéis de nata em Macau. Ou melhor, em Doyle descobriu quem lhe projectasse a voz. Macau caleidoscópica Narrado na primeira pessoa, “The ballad of a small player” é uma obra “muito autobiográfica”. “Não no sentido de ser um viciado louco ou um impostor – bem, algumas pessoas discordariam – mas a voz sou eu”, acrescenta. A relação com Macau já tinha anos e evoluiu quando começou a viajar mais até ao território por precisar de sair da Tailândia para renovar o visto de entrada. Os dias orbitavam muito em torno do Lisboa. À noite descia até ao casino e pasmava-se com “aquela incrível espécie de ópera”. Depois começou a jogar. “Foi bastante divertido, perdi dinheiro, e isso foi ainda mais divertido. E toda aquela atmosfera sobrenatural que os chineses têm em relação ao jogo era algo que eu nunca tinha visto”, diz. Sobre Macau, nota que é hoje uma cidade diferente daquela que passou para livro em 2014. Também a retratada por Berger distancia-se, de certa forma, da de Osborne – não aparecem muitas das referências do livro à gastronomia ou locais portugueses ou mesmo aos velhos casinos do território. O Greek Mythology, na área da Taipa, onde Osborne arranca o livro, já nem existe. Macau descobre-se num “filme operático, que é muito colorido, muito intenso, muito barulhento”, avalia. E para quem vê o filme, é possível que fique exausto ao fazer por acompanhar Farrell, que vai avançando, suado, à beira do colapso, por salões e quartos opulentos, a fugir à lei e à lei das probabilidades, e sem saber o que o espera na próxima mão – “a sensação pela qual todos os jogadores vivem”, como escreve Osborne na obra, que lhe valeu comparações a Dostoievsky e Graham Greene. O livro “é mais tranquilo, mais interior e mais calmo, é um tipo diferente de voz”, considera o autor, admitindo, porém, estar surpreendido “de forma positiva” com este “filme sensual”, que veio ainda adicionar novos elementos ao universo de Doyle, como a investigadora enviada a Macau para o encontrar, Cynthia Blithe (Tilda Swinton). “A história é muito ‘dark’, não é um folheto turístico, mas a cidade parece incrível no filme. (…) Acho que fizemos algo bom para Macau. E não é uma coisa pequena, é grande”, refere. Lawrence Osborne diz ter visto o filme apenas quando estreou em Londres, a 9 de Outubro no Royal Festival Hall, e admite ter “ficado muito emocionado”: “parecia que estava a olhar para a minha vida há 20 anos.” “E eu sentado naquele cinema e ninguém sabia quem eu era, completamente anónimo (…) Na sessão de perguntas e respostas, era apenas Collin Farrell e Tilda Swinton, mas ainda assim é o meu mundo e é uma sensação estranha. Fui até lá completamente sozinho, tinha uma pequena limusina da Netflix à minha espera, bebi um uísque sozinho e fui para casa. Foi estranhamente satisfatório”, conta. “Ballad of a small player” estreou na Netflix a 29 de Outubro.
Hoje Macau China / ÁsiaInternet | Angolano é rosto africano da economia digital chinesa Seis anos após começar a publicar vídeos “por brincadeira”, o angolano João Gabriel Kamosso soma hoje 30 milhões de seguidores em plataformas chinesas e vive do comércio electrónico em directo, na maior indústria digital do mundo. Natural da cidade de Huambo e conhecido nas redes sociais chinesas como ‘Laoma’, Kamosso, de 29 anos, vive actualmente em Changsha, capital da província de Hunan, no centro da China, onde produz vídeos curtos e faz transmissões em directo para um público exclusivamente chinês. “No começo foi ‘streaming’ de jogos, mas agora comecei a vender produtos, coisas de comer, sobretudo, em comércio electrónico”, disse à agência Lusa. Na plataforma Kuaishou, soma 18 milhões de seguidores. Na Douyin, versão chinesa do TikTok, tem 12 milhões. “Os seguidores aumentaram muito desde 2019”, quando tinha três milhões, contou. Nos últimos meses lançou também um canal no YouTube, direccionado ao público chinês, com vídeos falados apenas em mandarim e sem legendas. “Em alguns meses já consegui 30 mil seguidores”, afirmou. Kamosso começou por publicar vídeos curtos com trocadilhos em mandarim e sátiras com duplas interpretações da língua. “Gosto de fazer vídeos que têm a ver com a língua chinesa e os seus significados. Eu amo a língua chinesa”, disse. No mandarim, existem quatro tons e mais um quinto tom neutro. A mesma palavra pode ter vários significados, dependendo do tom utilizado. ‘Chi’, por exemplo, pode significar comer (chi), estar atrasado (chí), régua (chi) ou repreender (chì). A criatividade linguística, aliada à imagem de um jovem africano fluente em chinês e com domínio das expressões culturais locais, tornou-o rapidamente viral. O sucesso mereceu destaque no jornal oficial em língua inglesa China Daily. “Ele fala fluentemente chinês e tem um grande interesse pela cultura chinesa. Embora não seja chinês, tem um coração chinês”, descreveu o jornal. Feliz da vida Formado em informática pela Nantong Vocational University, no leste da China, o angolano aterrou no país asiático pela primeira vez em 2015, para estudar mandarim em Cantão, num programa negociado entre o governo do Huambo e uma empresa chinesa. “A ideia era estudar chinês e tirar uma licenciatura, mas com a crise em Angola tivemos que regressar, devido às dificuldades em transferir dinheiro”, contou. De regresso a Angola, foi trabalhar como intérprete em Luanda, para a Zhongtai Senda, empresa chinesa do setor da construção. “Foi aí que mais aprendi chinês, a trabalhar com chineses todos os dias”, contou. Com o dinheiro amealhado como intérprete, rumou no sentido contrário dos cerca de 50.000 chineses que se estima viverem actualmente em Angola. “Eu gosto de viver na China. A vida aqui é mais fácil”, notou. O percurso de João Gabriel Kamosso acompanha o crescimento explosivo da economia digital chinesa, em particular da indústria de vídeos curtos e de transmissão em directo, que se tornou um dos motores do comércio electrónico no país. Segundo a Administração de Serviços de Transmissão Online da China (CNSA), existiam 15,08 milhões de criadores profissionais de vídeo no final de 2024, num mercado que vale já centenas de milhares de milhões de euros. Mais de 70 por cento dos utilizadores afirmaram ter feito compras com base em vídeos curtos ou transmissões ao vivo, no ano passado. Para mais de 40 por cento dos internautas chineses, estas plataformas são já o principal canal de consumo, segundo o mesmo relatório. O crescimento acelerado tem motivado maior escrutínio estatal. Em 2022, foram estabelecidas novas directrizes com 31 comportamentos proibidos e requisitos específicos para influenciadores que abordem temas sensíveis como medicina, finanças ou direito. No ano passado, o jornal oficial Diário do Povo pediu um reforço da supervisão, denunciando casos de publicidade enganosa e preços manipulados. Instalado em Changsha há três anos, Kamosso diz que prefere a vida nesta cidade do centro da China, mais animada e com melhor gastronomia do que Nantong, onde se formou. Chegou a planear uma viagem a Angola este ano, mas cancelou devido às manifestações. “Já não vou a Angola há sete anos, mas estou sempre em contacto com a família”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Retiradas mais de 900.000 pessoas As autoridades das Filipinas retiraram quase um milhão de residentes das suas habitações no leste e norte do país, antes da chegada do supertufão Fung-wong. A agência meteorológica local, PAGASA activou ontem o alerta máximo, de nível 5, no sudeste de Luzon e no norte das Filipinas, incluindo as províncias de Catanduanes e as áreas costeiras de Camarines Norte e Camarines Sur. Entretanto, a região metropolitana da capital Manila e arredores estão sob alerta de nível 3. O Fung-wong, conhecido nas Filipinas como Uwan, está a deslocar-se para noroeste e previa-se que atingisse a costa ontem, na província de Aurora, no centro de Luzon, de acordo com as previsões meteorológicas. A tempestade tropical ganhou força e foi ontem classificada como um supertufão. O Fung-wong, cujo diâmetro abrange quase todo as Filipinas, deslocava-se para oeste com ventos sustentados de 185 quilómetros por hora (km/h) e rajadas de até 230 km/h. Um total de 916.863 pessoas tinham sido retiradas até ao início da tarde, disse o responsável adjunto do Gabinete de Defesa Civil, Rafaelito Alejandro, em conferência de imprensa. As escolas e os edifícios públicos vão continuar hoje em grande parte do país, incluindo a capital, Manila, e quase 300 voos já foram cancelados. Os meteorologistas preveêm que o supertufão traga chuvas torrenciais, fortes ondas de tempestade e ventos destrutivos. “Além dos ventos fortes, podemos esperar chuvas intensas […] precipitações de 200 milímetros ou mais, capazes de causar inundações generalizadas, não apenas nas zonas de baixa altitude”, alertou o meteorologista filipino Benison Estareja durante uma conferência de imprensa. Partes das ilhas Visayas, no leste das Filipinas, já sofriam com cortes de energia na manhã de domingo, enquanto as autoridades locais continuavam as operações de retirada. Na província de Aurora, os socorristas fizeram no sábado uma operação porta a porta para instar os moradores a procurarem refúgio em locais elevados, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) um deles, Elson Egargue. Em suspenso As operações de socorro foram suspensas no sábado em Cebu, a província filipina mais atingida pelo Kalmaegi, devido à aproximação do Fung-wong, anunciaram as autoridades locais. A passagem do Kalmaegi provocou pelo menos 224 mortos no arquipélago do Sudeste Asiático, onde 109 pessoas continuam desaparecidas, segundo dados oficiais. Cebu regista cerca de 70 por cento das vítimas. Segundo a base de dados especializada EM-DAT, Kalmaegi foi, até agora, o tufão mais mortal do ano, tendo causado também pelo menos cinco vítimas mortais no Vietname. Todos os anos, cerca de 20 tempestades ou tufões atingem ou aproximam-se das Filipinas, sendo as regiões mais pobres geralmente as mais afectadas. Segundo os cientistas, o aquecimento global provocado pela actividade humana torna os fenómenos meteorológicos extremos mais frequentes, mais letais e mais destrutivos.
Hoje Macau InternacionalVaroufakis decreta fim do capitalismo e início do tecnofeudalismo O antigo ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis considera que o capitalismo chegou ao fim, com as rendas das empresas tecnológicas a substituírem o lucro como motor das economias, dando origem a um sistema a que chamou tecnofeudalismo. Este regresso a um passado feudal na era da tecnologia e da Inteligência Artificial é a ideia central do novo livro do economista grego, “Tecnofeudalismo – Ou o fim do capitalismo”, agora lançado em Portugal pela editora Objectiva (Penguim Random House). “Observada no seu conjunto, torna-se evidente que a economia mundial é cada vez menos movida pelo lucro e cada vez mais pela renda da nuvem”, escreve Varoufakis, fazendo depois a distinção entre os conceitos de renda e lucro, no último caso um bem ou mercadoria ao qual é acrescentado valor. As empresas detentoras do poder tecnológico, a quem chama os “cloudalistas”, são os novos suseranos do sistema político a quem os capitalistas tradicionais prestam vassalagem, sob a forma do pagamento de rendas. Na base na pirâmide estão os proletários e os servos do sistema, utilizadores das plataformas e redes sociais que, simultaneamente, as alimentam e lhes dão pistas e informações para os algoritmos trabalharem depois as melhores formas para captar a sua atenção, colocando-se ao serviço dos vassalos-capitalistas para venderem as suas mercadorias. Para o antigo ministro das Finanças grego dos tempos da ‘troika’, “o capitalismo definha como resultado da actividade capitalista em expansão”. “Foi através da própria actividade capitalista que nasceu o tecnofeudalismo, e é assim que está a conquistar o poder. Afinal, como poderia ser de outro modo”, questiona. Num registo de diálogo com o seu falecido pai, com referências que vão da mitologia grega à cultura pop, Varoufakis vai buscar as mudanças tecnológicas das últimas duas décadas para mostrar como conduziram ao predomínio das plataformas tecnológicas sobre os mercados tradicionais. Nas mãos dos ‘cloudistas’ São dados inúmeros exemplos na economia norte-americana, apontados casos de empresas como a Apple, Google, Tesla ou Amazon, mas também, no caso chinês, do Tik-Tok, Alibaba, Tencent, Baidu, Ping An ou JD.com. “Desde os donos de fábricas no Midwest dos Estados Unidos aos poetas que lutam para vender a sua mais recente antologia, dos motoristas da Uber em Londres aos vendedores ambulantes na Indonésia, todos dependem agora de algum feudo da nuvem para aceder aos seus clientes. É um progresso, de certo modo”, escreve. Varoufakis nota que “ficou para trás o tempo em que, para cobrar a renda, os senhores feudais mandavam os rufias partir as pernas ou derramar o sangue dos seus vassalos”. Na sua opinião, “os cloudalistas não precisam de recorrer a agentes de execução para confiscar bens ou proceder a despejos. Basta removerem uma ligação da página do vassalo na nuvem para este perder o acesso à maioria dos seus clientes. E bastaria a remoção de uma ou duas hiperligações do motor de busca da Google ou de alguns sites de redes sociais e de comércio electrónico para desaparecerem por completo do mundo online”. “O tecnofeudalismo assenta num terror higienizado e tecnológico”, remata o ex-ministro grego, depois de apontar o poder de determinadas empresas, como a Tesla, de desligar o sistema operativo dos seus automóveis, ou da Google ou Apple, ao retirarem os seus sistemas operativos de determinada marca de telemóveis.
Hoje Macau EventosExposição foca intercâmbio entre China e Portugal desde o século XVI Foi inaugurada na sexta-feira a exposição “Reflexos das Ligações Marítimas: O Intercâmbio Cultural Sino-Português entre os Séculos XVI e XIX”, que estará patente ao público, no quarto piso Museu de Arte de Macau (MAM), entre 15 de Novembro e 8 de Março do próximo ano. A mostra é composta por uma selecção de 177 peças e conjuntos do acervo do Museu do Palácio, de instituições culturais portuguesas e do Instituto Cultural. “Dividida em três secções – ‘Aurora da Rota da Porcelana’, ‘Intercâmbio Cultural em Porcelana’ e ‘Diálogos entre Cortes’ –, a exposição revela de forma abrangente as diversas vertentes do intercâmbio cultural entre a China e Portugal através da Rota Marítima da Seda, entre os séculos XVI e XIX, abrangendo desde o comércio privado até às relações oficiais.” O Instituto Cultural destaca a “posição singular” de Macau no intercâmbio cultural entre a China e o Ocidente. As peças em exibição incluem cerâmicas de exportação escavadas em Macau, bem como exemplares produzidos e preservados na China e em Portugal, testemunhando a fusão e a aprendizagem mútua entre as duas culturas nesse período. Segundo o Governo, a exposição foi enriquecida com uma zona multimédia interactiva, projecções panorâmicas e áudio guias acedidos por código QR. Coisas para fazer Durante todo o período em que a exposição estará patente serão organizadas actividades promocionais, educativas e lúdicas. Neste último aspecto, serão promovidos “jogos com prémios, que darão aos participantes a oportunidade de ganhar produtos culturais e criativos de edição limitada, como a “chávena de porcelana Guangcai pintada a ouro com motivos de pássaros e flores pintada à mão por Lei Iat Po”, o “íman de frigorífico do fragmento de porcelana azul e branca com padrão de fénix” ou cartões coleccionáveis especiais. A exposição é organizada conjuntamente pelo Instituto Cultural do Governo da RAEM e pelo Museu do Palácio, co-organizada pelo Museu Nacional de Arte Antiga, pela Fundação Oriente e pela Biblioteca da Ajuda, com o apoio da Fundação Macau, da Direcção dos Serviços de Turismo e do Jornal Macao Daily News. A entrada é gratuita.
Hoje Macau Manchete SociedadePsiquiatria | Associação Fu Hong denuncia falta de consultas A Associação de Reabilitação Fu Hong de Macau entende que os serviços de consulta de psiquiatria disponíveis no território não respondem à procura, apesar do aumento da sensibilização da sociedade para questões relacionadas com a saúde mental. Segundo o jornal Ou Mun, a secretária-geral da associação, Chau Wai I, apontou que os serviços actuais estão mais focados no tratamento individual, mas negligenciam os apoios à família e aos cuidadores. Para além disso, a responsável considera também que os cuidados de saúde mental não são eficazes na identificação e tratamento de casos ocultos em doentes que não procuram ajuda. Como tal, Chau Wai I defende a implementação de um sistema de apoio entre pares, à semelhança do que acontece em várias cidades chinesas, em que pessoas com experiência assumem papéis de auxílio, partilham experiências e acompanham os pacientes. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, no ano passado, recorreram ao serviço de consultas de psiquiatria cerca de 50 mil pessoas.
Hoje Macau Manchete Sociedade929 Challenge | Empresas lusófonas dominam concurso Já se conhecem as oito startups finalistas da quinta edição da competição sino-lusófona 929 Challenge, marcada pela supremacia das empresas lusófonas. A final do concurso está marcada para o fim deste mês ‘Startups’ dos países de língua portuguesa dominaram por completo os oito finalistas da categoria de empresas da quinta edição da competição sino-lusófona 929 Challenge em Macau, disse um dos organizadores à Lusa. “Claro que nos surpreende, não é? Porque estamos a falar da China e pela quantidade de ‘startups’ e projectos. Mas, de facto, a qualidade aqui das lusófonas, eram muito boas, muito superiores”, disse Marco Duarte Rizzolio. Ainda assim, o co-fundador da 929 Challenge lembrou que, nas edições anteriores da competição, “também a representação dos lusófonos foi sempre maior do que as chinesas” entre os finalistas. As oito ‘startups’ seleccionadas incluem cinco de Portugal, duas do Brasil e uma de Moçambique, revelou nas redes sociais a organização do concurso, cuja final vai decorrer a 30 de Novembro. As finalistas portuguesas incluem a Azores Life Science, que produz cosméticos com recursos naturais do arquipélago dos Açores, e a ByonLink, que cria processadores avançados para próteses robóticas. Outras candidatas, são a Complear, que ajuda empresas de saúde digital a cumprir as exigências dos reguladores, e a Scubic, que procura melhorar a eficiência energética em edifícios públicos. A Dermamatica, que usa inteligência artificial (IA) para o rastreio a três dimensões do cancro da pele, volta a Macau, onde em Junho já tinha sido distinguida num outro concurso de empreendedorismo, para empresas de Brasil e de Portugal. Do Brasil, vêm a Manycontent, que usa IA para marketing e vendas nas redes sociais, e a Phycolabs, que transforma algas em produtos têxteis, enquanto a moçambicana Xa Nene usa larvas de moscas para tornar lixo orgânico em comida para animais. Criar para o futuro Rizzolio destacou a presença forte de projectos de biotecnologia, uma área onde Portugal e Brasil se destacam, algo que “é muito bom porque [para] a China é um dos sectores estratégicos”. Já entre as oito equipas de estudantes, uma é da Universidade do Porto, outra do Centro Universitário do Estado de Pará (Brasil), três de Macau, duas da China continental e uma de Hong Kong. Os 16 finalistas terão 10 minutos para convencer o júri da 929 Challenge e potenciais investidores na final, em 30 de Novembro. Os países lusófonos estiveram pela primeira vez em maioria, representando cerca de 65 por cento das mais de 400 candidaturas. A competição atraiu 170 ‘startups’ dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) e de Timor-Leste, mais 73 por cento do que em 2024. A quinta edição do 929 Challenge inclui pela primeira vez o prémio ‘Future Builders’ (Criadores do Futuro), para a melhor ‘startup’ dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Timor-Leste. O concurso é coorganizado pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) e por várias instituições da região administrativa especial chinesa, incluindo todas as universidades.
Hoje Macau SociedadeCasino-satélite Legend Palace encerra as portas na quarta-feira A SJM Resorts anunciou sexta-feira que vai encerrar, na próxima quarta-feira, o casino-satélite Legend Palace e que todos os funcionários locais directamente contratados pela empresa têm emprego garantido. “O Casino Legend Palace vai cessar oficialmente operações às 23:59 de quarta-Feira, 12 de Novembro de 2025. Todas as mesas e máquinas de jogo actualmente em funcionamento no local vão ser transferidas para outros casinos da empresa”, lê-se num comunicado da SJM Resorts. Três das seis concessionárias de jogo a operar em Macau – SJM, Galaxy e Melco – comunicaram às autoridades que, até 31 de Dezembro, vão terminar a exploração de 11 casinos-satélite, anunciou em Junho o Governo local. Os casinos-satélite, sob a alçada destas concessionárias, são geridos por outras empresas, sendo uma herança da administração portuguesa e que já existia antes da liberalização do jogo no território, em 2002. Quando a legislação que regula os casinos foi alterada, em 2022, estabeleceu-se o final de 2025 como data limite para terminar a actividade destes espaços de jogo. As operadoras podem agora decidir assumir a gestão directa dos casinos, fechar portas ou assinar novos contratos de gestão, mas sem partilhas de receitas, uma imposição da nova legislação. Fazendo notar que atribui “grande importância à protecção do emprego local”, a empresa indicou ainda que “todos os funcionários locais empregados pela SJM” vão continuar a trabalhar e “ser transferidos para outros casinos da empresa para desempenhar funções relacionadas com o jogo, de acordo com as necessidades operacionais”. Vagas de emprego Já os funcionários locais que não foram contratados directamente pela SJM Resorts, “são convidados a candidatarem-se a vagas relacionadas” dentro do grupo, “com prioridade para contratação” e com condições iguais às que tinham, lê-se ainda no comunicado. Também a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) assegurou sexta-feira vai “supervisionar rigorosamente os procedimentos de encerramento” do casino. No que diz respeito aos 296 funcionários do Legend Palace, a DICJ garantiu, numa nota à imprensa, que vai manter a comunicação com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, para assegurar o cumprimento das garantias dadas pela SJM, nomeadamente “a recolocação dos mesmos trabalhadores”.
Hoje Macau Manchete SociedadeJogo | Wynn e Melco com aumento dos lucros As duas operadoras de casinos apresentaram aumentos dos lucros no terceiro trimestre acima dos 20 por cento. No caso da Melco, o a subida atingiu mesmo 33 por cento A operadora de jogo Wynn Macau anunciou na sexta-feira lucros operacionais de 177,9 milhões de dólares americanos (1,42 mil milhões de patacas) entre Julho e Setembro de 2025, um aumento de 24 por cento em termos homólogos. No mesmo trimestre de 2024, a Wynn Macau, com dois casinos no território, tinha alcançado lucros operacionais de 143,5 milhões de dólares, indicou a operadora, em comunicado. Já nos primeiros nove meses do ano, a Wynn Macau alcançou lucros operacionais de 433,4 milhões de dólares, uma quebra de cerca de 15 por cento em termos anuais. No mesmo período de 2024, o valor alcançou 511,5 milhões de dólares. Os dois casinos da empresa no território, o Wynn Macau e o Wynn Palace, arrecadaram, no trimestre em análise, 856,9 milhões de dólares em receitas, quase mais 20 por cento do que no ano anterior. Na apresentação dos resultados, Craig Billings, director executivo da Wynn Resorts, empresa mãe da Wynn Macau, destacou o desempenho em Macau: “Os nossos resultados do terceiro trimestre foram marcados por um crescimento impressionante do EBITDA [lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações] em Macau e um desempenho superior contínuo em Las Vegas”, afirmou Craig Billings, director executivo do grupo, em declarações aos investidores. “Em Macau, alcançámos uma quota de mercado saudável e assistimos a um aumento significativo nas apostas nas mesas de jogo em massa em relação ao ano anterior”, acrescentou. Todos a crescer Também a operadora de jogo Melco Resorts and Entertainment anunciou lucros operacionais de 184,5 milhões de dólares (1,48 mil milhões de patacas) no terceiro trimestre do ano, um aumento de 33 por cento em termos anuais. Em igual período de 2024, a Melco, com três casinos no território, registou lucros de 138,6 milhões de dólares, indicou a companhia, em comunicado. As receitas operacionais do grupo, entre Julho e Setembro, foram de 1,31 mil milhões de dólares, subindo cerca de 11 por cento comparativamente ao terceiro trimestre do ano passado, em que registou 1,18 mil milhões de dólares, indicou a empresa de Lawrence Ho, filho do magnata do jogo Stanley Ho. “O aumento nas receitas operacionais totais deveu-se principalmente ao melhor desempenho tanto nas operações gerais de jogo como nas operações não relacionadas com o jogo”, foi analisado pela empresa em comunicado. Nos primeiros 10 meses do ano, o sector do jogo de Macau teve receitas totais de 205,4 mil milhões de patacas, mais 8 por cento do que no mesmo período do ano passado, foi anunciado no sábado. Operam no território seis concessionárias, MGM, Galaxy, Venetian, Melco, Wynn e SJM, que renovaram, em Dezembro de 2023, o contrato de concessão para os dez anos seguintes e que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2024.
Hoje Macau China / ÁsiaPalestina | Papa defende solução de dois Estados ao receber Abbas O Papa Leão XIV reiterou ontem a defesa da solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano, ao receber pela primeira vez em audiência, no Vaticano, o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas. Este primeiro encontro de Abbas com Leão XIV desde a eleição do papa, em Maio, serviu também para assinalar o décimo aniversário da assinatura do Acordo Global entre o Vaticano e o Estado da Palestina, em 2015, ano em que a Igreja Católica reconheceu o Estado palestiniano. “Durante as cordiais conversações, reconheceu-se a necessidade urgente de prestar assistência à população civil em Gaza e de pôr fim ao conflito, buscando uma solução de dois Estados”, indicou o Vaticano em comunicado. Na quarta-feira, pouco após da chegada a Roma, Abbas dirigiu-se à Basílica de Santa Maria Maior para um momento de recolhimento diante do túmulo do papa Francisco, que morreu em Abril. “Vim aqui porque não posso esquecer tudo o que fez pelo povo palestino”, declarou à imprensa. O Presidente da Autoridade Palestiniana, no poder na Cisjordânia, visitou o Vaticano em diversas ocasiões durante o pontificado de Francisco, tendo, em 2014, plantado uma oliveira nos jardins do Vaticano ao lado do antigo chefe de Estado israelita Shimon Peres e do papa Francisco, como símbolo de paz. Nos últimos meses do pontificado, o papa argentino endureceu as declarações contra a ofensiva israelita, provocando tensões diplomáticas com a embaixada de Israel. Também o Papa Leão XIV já por diversas ocasiões expressou solidariedade com a “terra martirizada” de Gaza e denunciou a deslocação forçada dos palestinianos, mas destacou que o Vaticano não pode pronunciar-se sobre o alegado genocídio no enclave. Na sexta-feira, Abbas vai ser recebido ao início da tarde pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, no Palácio Chigi, a sede do Governo, em Roma.
Hoje Macau VozesUrgência e Operacionalidade das Medidas Cautelares Transfronteiriças em Litígios Judiciais Por Lei Wun Kong I. Introdução Com a intensificação das trocas económicas e culturais na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, os conflitos nas áreas de comércio transfronteiriço, investimento e financiamento, propriedade intelectual e direito de família têm aumentado significativamente. A execução transfronteiriça eficiente e previsível de sentenças judiciais e laudos arbitrais, juntamente com medidas de salvaguarda correlatas, desempenha um papel insubstituível na proteção dos direitos legítimos das partes, na otimização do ambiente empresarial regional e no reforço da confiança dos investidores. As “medidas cautelares”, enquanto mecanismos essenciais de garantia judicial, incluem na China continental a preservação de bens, a preservação de provas e a preservação de condutas; em Macau abrangem medidas preventivas urgentes e provisórias para assegurar a realização de direitos ameaçados. Por exemplo, mediante autorização judicial, é possível decretar arresto preventivo de contas bancárias ou imóveis do devedor. Não obstante, persistem obstáculos na solicitação de medidas cautelares transfronteiriças. Mesmo que o credor tenha intentado a ação principal em Macau/China continental, se não instaurar ação principal no local da preservação dentro do prazo legal (ex: 30 ou 10 dias após notificação da decisão cautelar consoante o Artigo 334.º do Código de Processo Civil), as medidas cautelares deferidas extinguir-se-ão. II. Urgência Estatísticas do Tribunal Superior do Povo de Guangdong revelam que, em 2024, os tribunais da província concluíram 2250 casos civis e comerciais envolvendo Macau em primeira instância (932 na Zona de Cooperação). Por outro lado, observa-se tendência de crescimento estável nestes casos (2073 em 2023), padrão que se alinha perfeitamente com a expansão económica contínua da Grande Baía e o incremento de atividades transfronteiriças de investimento e comércio. Contudo, fora do âmbito arbitral, a incapacidade de implementar medidas cautelares transfronteiriças eficazes permite aos devedores explorar lacunas jurídicas para transferir ativos localizados noutra jurisdição (incluindo Macau). Consequentemente, mesmo em ações principais favoráveis aos credores, persiste elevado risco de execução frustrada por esvaziamento patrimonial. III. Eficácia e Operacionalidade As medidas cautelares transfronteiriças constituem “garantia preliminar” para execução de sentenças. A ausência de mecanismos de reconhecimento mútuo entre o Continente Chinês e a Região Administrativa Especial de Macau limita a eficácia judicial. A assistência cautelar e a cooperação em execução de sentenças são complementares, formando conjuntamente uma cadeia de assistência judicial íntegra e eficiente. No domínio da assistência judicial civil e comercial, conforme estipulado no Acordo sobre a Confirmação e Execução Recíprocas de Decisões Judiciais e no Acordo relativo à Assistência Mútua em matéria de Providências Cautelares em Processos Arbitrais, entre o Interior da China e a Região Administrativa Especial de Macau, têm suas decisões reciprocamente reconhecidas e executáveis. Adicionalmente, o referido Acordo relativo à Assistência Mútua em matéria de Providências Cautelares permite que requerentes solicitem diretamente ao tribunal da outra região a preservação de bens antes ou após iniciar arbitragem, prevenindo efetivamente a alienação de ativos pelo devedor. Contudo, na prática, como a maioria dos litígios carece de convenção arbitral, dependendo exclusivamente de ações judiciais, Macau deve aprofundar negociações com o continente visando estender essa cooperação às medidas cautelares litigiosas (pré e intraprocessuais). Tal mecanismo, inspirado no acordo arbitral existente, eliminaria intervalos temporais aproveitados para transferência de bens antes ou após inicar o processo de confirmação de decisões proferidas por tribunais do exterior de Macau. IV. Conclusões Urge promover conjuntamente a assinatura de um acordo regional de medidas cautelares em litígios judiciais entre Macau e o continente. Pelas mesmas razões, é imperativo estabelecer arranjos similares com Hong Kong. Os referidos Acordos regionais não são “opcionais”, mas “obrigatórios”. Além de solucionar problemas urgentes na prática judiciária transfronteiriça e constituir o caminho mais direto para a convergência normativa (efetivamente inibindo transferências fraudulentas de ativos entre jurisdições), trata-se de iniciativa estratégica para construir um ambiente empresarial legalizado na Grande Baía alinhado com padrões internacionais. Proporcionarão sólida salvaguarda institucional para a integração de Macau no desenvolvimento nacional e o fortalecimento da credibilidade judiciária. Nota: O conteúdo acima é baseado na intervenção de Lei Wun Kong antes da ordem do dia na Assembleia Plenária da Região Administrativa Especial de Macau à tarde do dia 4 de Novembro.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Sobe para 142 número de mortos após passagem de tufão O número de mortos e desaparecidos provocados pela passagem do tufão Kalmaegi não pára de subir nas Filipinas. As rajadas de vento chegaram aos 180 km/h Pelo menos 142 pessoas morreram e 127 estão desaparecidas na sequência da passagem do tufão Kalmaegi pelo centro das Filipinas, de acordo com dados oficiais compilados hoje pela agência de notícias France-Presse (AFP). O Departamento Nacional de Defesa Civil das Filipinas confirmou 114 mortes, além de 28 vítimas mortais registadas pelas autoridades da província de Cebu, no centro do país, referiu a AFP. O anterior balanço da protecção civil das Filipinas dava conta de 85 mortos e 75 desaparecidos. Em Cebu, dezenas de pessoas ficaram presas nos telhados das habitações e pediram socorro enquanto a água subia rapidamente. O Governo provincial declarou o estado de calamidade para permitir a mobilização urgente de fundos de emergência. A província de Cebu, com 2,4 milhões de habitantes, ainda se recuperava de um sismo de magnitude 6,9 ocorrido em setembro, que causou 79 mortos. A maioria das vítimas morreu afogada ou ao ser atingida por destroços, na sequência de inundações repentinas e aluimentos de terras causados pelo Kalmaegi, que também destruiu casas e arrastou veículos, disse na quarta-feira o responsável adjunto do Gabinete de Defesa Civil, Bernardo Rafaelito Alejandro. Ventos mortíferos Na passagem pelo centro das Filipinas, o Kalmaegi trouxe ventos de 130 quilómetros por hora (km/h) e rajadas de até 180 km/h. O exército indicou que seis militares morreram quando um helicóptero da Força Aérea se despenhou na província de Agusan del Sur, durante uma missão de ajuda humanitária. Mais de 387 mil pessoas foram retiradas das zonas de risco e cerca de 3.500 passageiros ficaram retidos em quase uma centena de portos devido à proibição de navegação. As autoridades locais disseram que anos de exploração mineira e obras de drenagem deficientes agravaram o impacto das cheias. Depois de atravessar o mar do Sul da China, a tempestade deverá atingir a costa do Vietname e causar chuva intensa no norte da Tailândia, indicaram os serviços meteorológicos da região. Todos os anos, cerca de 20 tempestades ou tufões atingem ou aproximam-se das Filipinas, sendo as regiões mais pobres do país geralmente as mais afetadas. Estado de emergência O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., declarou ontem o estado de emergência no país, após o tufão Kalmaegi ter feito pelo menos 142 mortos e 127 desaparecidos, no pior desastre a atingir o país este ano. A declaração de “estado de calamidade nacional” foi feita por Marcos, durante uma reunião com as autoridades de resposta a catástrofes, para avaliar as consequências do tufão. A decisão permite ao Governo das Filipinas libertar fundos de emergência mais rapidamente e evitar o açambarcamento de alimentos e a especulação de preços.
Hoje Macau DesportoFutebol | Shao Jiayi é o novo seleccionador Shao Jiayi é o novo seleccionador de futebol da China, substituindo o sérvio Dejan Djurdjevic, que ocupava o cargo interinamente desde Junho, informou ontem a federação num comunicado publicado no seu sítio na Internet. O organismo refere que para a escolha de Shao Jiayi, de 45 anos, num processo que incluiu “vários candidatos chineses e estrangeiros”, foi tido em conta “a experiência e as lições aprendidas com a nomeação de outros treinadores da selecção nacional” Em Junho, a Federação Chinesa de Futebol (CFA) despediu o croata Branko Ivankovic, que tinha sido contratado em Fevereiro de 2024 depois de ter levado o Irão ao Mundial de 2006 e também pela sua experiência na conquista de títulos na China com o Shandong Luneng. O despedimento de Branko Ivankovic surgiu na sequência da eliminação da China do Mundial de futebol de 2026, a decorrer nos Estados Unidos, México e Canadá, e alargado a 48 selecções, após a derrota por 1-0 com a Indonésia. A eliminação constituiu um revés para o futebol chinês, que não regressa a um Mundial desde a sua única participação em 2002, na Coreia do Sul e Japão, sendo que, na altura, o então médio Shao Jiayi foi um dos destaques dessa selecção. O seu desempenho no Mundial chamou a atenção dos clubes ocidentais, e Shao acabou por assinar pelo 1860 Munique, da Bundesliga, nessa mesma temporada, onde permaneceu até 2006. Shao continuou depois a sua carreira na Alemanha, jogando no Energie Cottbus (2006-2011) e no Duisburg (2011), antes de regressar ao clube da sua infância, o Beijing Guoan, e retirar-se em 2015 como uma lenda. Posteriormente, trabalhou com as selecções jovens da China, chegando ao cargo de treinador adjunto antes de assumir o comando do Qingdao West Coast, a sua primeira experiência como treinador principal. Deixa a equipa na nona posição da Superliga chinesa, depois de registar nove vitórias, dez empates e dez derrotas esta temporada.
Hoje Macau China / ÁsiaShein | França suspende temporariamente plataforma O Governo francês iniciou quarta-feira um processo para suspender temporariamente a Shien no país, até a plataforma chinesa provar que o seu conteúdo está em conformidade com a lei. “Por instruções do primeiro-ministro, [Sébastien Lecornu] o Governo está a suspender temporariamente a Shein para que a plataforma possa demonstrar às autoridades que todo o seu conteúdo está em conformidade com as leis e regulamentos em vigor”, anunciou, em comunicado, o Ministério da Economia francês. O Governo comprometeu-se a analisar a situação “no prazo de 48 horas”. A decisão do executivo surge no mesmo dia em que a Shein inaugurou a sua primeira loja física em Paris, num espaço com 1.200 metros quadrados (m2). Em resposta, a Shein disse que pretende dialogar com as autoridades o mais rapidamente possível. “A segurança dos clientes e a integridade do nosso ‘marketplace’ são as nossas prioridades absolutas”, referiu, em comunicado. A Shein também anunciou quarta-feira a suspensão da venda, em França, de produtos de vendedores externos, após terem sido levantadas preocupações sobre a comercialização de bonecas sexuais com aparência infantil. Segundo a imprensa francesa, um homem foi detido, perto de Marselha, após receber uma boneca sexual com aparência infantil, comprada na Shein. Na segunda-feira, o Ministério da Economia já tinha garantido que não vai hesitar em proibir as actividades da plataforma em França, caso se prove a ocorrência de actividades ilegais. O Ministério Publico abriu, no início da semana, um inquérito contra a chinesa Shein por “divulgação de imagens ou representações pornográficas de menores”. Na mesma acusação, a AliExpress é visada pela divulgação de imagens violentas, pornográfica ou degradantes, acessíveis a menores. A chinesa Temu e a americana Wish também estão a ser acusadas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina-Brasil | Ding Xuexiang pede aprofundamento das relações O vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang, em visita ao Brasil, disse na quarta-feira que a China sempre viu e desenvolveu suas relações com o Brasil a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo e está pronta para trabalhar com o país para avançar solidamente na construção de uma comunidade China-Brasil com um futuro compartilhado. Ding, prestou estas declarações durante conversas com o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República Federativa do Brasil, Rui Costa, indica a Xinhua. Ding afirmou que, sob a orientação estratégica dos dois chefes de Estado, a construção de uma comunidade sino-brasileira com um futuro compartilhado e o alinhamento das estratégias de desenvolvimento dos dois países têm progredido sem obstáculos, e que a cooperação em vários campos alcançou resultados frutíferos e as relações bilaterais entraram no melhor período da história. O vice-primeiro-ministro pediu que os dois lados se tornem parceiros confiáveis nos seus respectivos caminhos para a modernização, reforcem o alinhamento de estratégias de desenvolvimento, promovam a cooperação em áreas-chave de forma eficiente e pragmática, e apoiem melhor o desenvolvimento comum e a revitalização de ambos os países. Por sua vez, Costa disse que os povos dos dois países desfrutam de laços estreitos, e o povo brasileiro acredita cada vez mais que a cooperação com a China promoveu o desenvolvimento económico do Brasil e a melhoria da vida das pessoas, além de melhorar o bem-estar do povo brasileiro.