HK | Adiada setença em caso de naufrágio em 2012 que matou 39 pessoas

Um tribunal de Hong Kong adiou a leitura da sentença no caso da colisão do ferry Lamma IV, em 2012, com 39 mortos, quando arranca a investigação ao incêndio que deflagrou exactamente há exatamente uma semana no território.

O tribunal adiou pela terceira vez a leitura do veredicto, após um longo processo que envolveu oitenta e quatro testemunhas. Um porta-voz do tribunal confirmou na terça-feira a suspensão, mas recusou-se a dar uma justificação, enquanto fontes do tribunal citadas pelos jornais locais disseram que a decisão não deve ser tomada antes de 20 de Janeiro.

Na noite de 01 de Outubro de 2012, Dia Nacional da China, o barco de passageiros Sea Smooth, da Hong Kong and Kowloon Ferry Company, colidiu com o Lamma IV, que transportava 124 funcionários da Hong Kong Electric e respectivas famílias a caminho do espectáculo de fogo de artifício no porto de Victoria.

O Lamma IV afundou-se em apenas 100 segundos, naquele que foi o acidente mais grave na cidade desde 1971. Uma comissão oficial, em 2013, culpou os dois capitães e encontrou uma cadeia de falhas relacionadas com a construção e revisões, embora não tenha esclarecido quem removeu uma antepara obrigatória ou quem aprovou uma placa de aço de dez milímetros na proa do Sea Smooth, que actuou como uma lâmina.

Depois de vencerem um recurso em 2023, os familiares das vítimas conseguiram abrir um segundo processo em tribunal, centrado na segurança estrutural e na responsabilidade da autoridade marítima. Os queixosos afirmam que, treze anos depois, ainda não dispõem de um quadro completo do sucedido e denunciam a “negligência institucional” que persiste, apesar das reformas anunciadas.

4 Dez 2025

Hong Kong chora os mortos uma semana após pior incêndio desde 1948

Reportagem de Vitor Quintã, agência Lusa

Uma semana depois do incêndio que causou pelo menos 156 mortos em Hong Kong, o filho de uma vítima diz que o luto não apaga a raiva face a suspeitas de corrupção e negligência. Luk Yu Yeung, de 29 anos, foi na terça-feira à morgue identificar o corpo da mãe, que estava desaparecida desde 26 de Novembro, quando deflagrou o incêndio em Wang Fuk Court.

A mãe de Luk vivia em Wang Tai House, um dos oito edifícios que fazia parte do complexo de habitação social em Tai Po, nos Novos Territórios, no norte da região administrativa especial chinesa. “Ela estava negra, porque o pó e as cinzas cobriram-lhe a cara. O médico forense acha que morreu de intoxicação por monóxido de carbono”, disse Luk.

“Ainda estou grato por o corpo ter sido encontrado inteiro”, disse o residente de Hong Kong. “Alguns corpos ficaram reduzidos a cinzas”, sublinhou. Na segunda-feira, a superintendente-chefe da polícia de Hong Kong Karen Tsang Shuk-yin já tinha admitido a possibilidade de “não conseguir resgatar todas as pessoas desaparecidas”.

Depois de dias a ver fotos de cadáveres, numa espera por notícias que foi partilhando nas redes sociais, enquanto os bombeiros procuravam por dezenas de desaparecidos, Luk começou agora a preparar o serviço funerário. Mas a oportunidade de finalmente fazer o luto não apaga a raiva que o jovem sente – perante o incêndio e “um Governo corrupto” – e que resume com: “Quatro exigências, nem uma a menos”.

Esta é uma referência a uma petição online, lançada por Miles Kwan, um estudante universitário, que tinha reunido mais de mil assinaturas, antes de ser detido pela polícia, no sábado. A petição incluía “quatro grandes exigências”: alojamento para os residentes afectados, uma investigação independente, uma reforma do sistema de fiscalização de obras e responsabilização dos dirigentes públicos envolvidos.

Mas, sublinhou à Lusa o comentador político Sonny Lo Shiu-Hing, a petição também faz lembrar o slogan ‘Cinco exigências, nem uma a menos’, popular durante o movimento pró-democracia de 2019. Os protestos, que exigiam o sufrágio universal e eleição directa do líder do Governo e do parlamento, acabaram com a imposição, por parte de Pequim de uma lei de segurança nacional que prevê como pena máxima a prisão perpétua.

Investigações em curso

Na terça-feira, o chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, anunciou a criação de uma comissão independente, presidida por um juiz para investigar “até o fim” alegações de corrupção e negligência em torno do incêndio. Sonny Lo sublinhou que a comissão não terá poder para obrigar os indivíduos e empresas envolvidos no caso a cooperar na investigação, mas defendeu que poderá ajudar a enfrentar “manipulação de concursos” na construção.

Por outro lado, o comentador não acredita que a criação da comissão signifique mais espaço para a dissidência política e recordou a detenção do antigo conselheiro distrital Kenneth Cheung e um voluntário. Todos foram acusados de “explorar a tragédia para incitar ao ódio e criar instabilidade”, referiu Sonny Lo, por “levarem a cabo iniciativas concretas, como petições, distribuir panfletos, realizar conferências de imprensa”.

O Governo de Hong Kong “tende a ser mais tolerante” de simples críticas, sejam elas publicadas nas redes sociais ou até em editoriais de jornais considerados pró-Pequim, defendeu o analista. “Pelo que vemos, fazer comentários até agora é permitido. Iniciativas é que são inaceitáveis”, resumiu Sonny Lo.

4 Dez 2025

Visita | Macron na China para debater relações comerciais e guerra da Ucrânia

Além da componente comercial que prevê a assinatura de vários acordos em áreas como a energia, indústria alimentar e aviação, a agenda de Macron deverá passar pela guerra na Ucrânia e uma ida a Chengdun à sede do Centro de Investigação e Conservação do Panda-gigante

O Presidente francês, Emmanuel Macron, chegou ontem à China para uma visita centrada em comércio e diplomacia, numa altura em que procura motivar Pequim a pressionar a Rússia para um cessar-fogo na Ucrânia. Na visita de Estado de três dias, Macron defenderá uma agenda de cooperação em questões económicas e comerciais destinada a alcançar um equilíbrio que garanta “um crescimento sustentável e sólido que beneficie todos”, afirmou o seu gabinete.

Macron e a sua esposa, Brigitte, enfrentaram o frio intenso que se fazia sentir quando desceram do avião à chegada da visita, num aeroporto de Pequim, e percorreram um passadiço coberto com carpete vermelha. O casal foi recebido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, que conversou com Macron antes de o líder francês e a esposa seguirem numa limusina.

O casal tinha previsto para ontem à noite uma deslocacão ao complexo do Jardim Qianlong, do século XVIII, na Cidade Proibida, o antigo palácio dos imperadores chineses.

Durante a visita, dirigentes de ambos os países deverão assinar vários acordos nos sectores da energia, indústria alimentar e aviação.

Poder de influência

Nas conversações de Macron com o Presidente chinês, Xi Jinping, será também abordada a guerra da Rússia na Ucrânia, em particular após uma reunião decorrida esta segunda-feira em Paris com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, para discutir possíveis termos para um cessar-fogo.

“O que queremos…é que a China possa convencer e influenciar a Rússia a avançar para um cessar-fogo o mais rapidamente possível e consolidar esse cessar-fogo através de negociações que, no nosso entender, devem conduzir a garantias de segurança sólidas para a Ucrânia”, afirmou um alto responsável diplomático francês.

Paris espera que Pequim “se abstenha de fornecer à Rússia quaisquer meios que lhe permitam continuar a guerra”, disse o responsável diplomático, sob anonimato. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, afirmou na semana passada que Pequim acredita no “diálogo e na negociação” para resolver a guerra na Ucrânia e apoia “todos os esforços” que conduzam à paz.

Durante a tarde desta quinta-feira, a agenda de Macron inclui conversações com o primeiro-ministro chinês Li Qiang. O casal presidencial francês viajará depois para Chengdu, na província chinesa de Sichuan, onde se situa a sede do Centro de Investigação e Conservação do Panda-gigante. É lá que está Yuan Meng, o primeiro panda-gigante nascido em França e cujo nome foi escolhido pela primeira-dama Brigitte Macron.

4 Dez 2025

Albergue SCM | O olhar de Mariana Rocha sobre o bambu e arquitectura local

É inaugurada na próxima segunda-feira, 8, uma nova exposição no Albergue da Santa Casa da Misericórdia. Trata-se de “No Limiar da Memória”, de Mariana Maia Rocha, um projecto com ingredientes da memória e arquitectura de Macau, incluindo a construção em bambu, em que a artista se apresenta como “observadora diaspórica”

Chama-se “No Limiar da Memória” e apresenta-se como uma “exposição que confronta a arquitectura da transitoriedade na paisagem material e espiritual de Macau”. Esta nova mostra, que será inaugurada na próxima segunda-feira, dia 8, no Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM), a partir das 18h30, é fruto de um projecto residente de Mariana Maia Rocha, artista portuguesa.

Segundo uma nota do Albergue SCM, Mariana utiliza aqui “a sua posição como observadora diaspórica e a experiência de uma residência imersiva no território asiático para investigar o estatuto paradoxal do bambu”, na qualidade de “pilar da construção vernacular local”. Isto no sentido em que o bambu “transita do utilitário e profano para o domínio do património cultural e do sagrado, face à sua iminente substituição pelo ferro e betão”.

Ainda segundo a mesma nota, esta exposição tem relevância pela “sua análise crítica das transformações urbanas aceleradas e do impacto da globalização na identidade local, um cenário de particular ressonância em Macau”. Assim, torna-se numa “justaposição de materialidades simbólicas que sublinham a dualidade luso-chinesa”, em que o pó, transfigurado no carvão, grafite e cinzas de proveniência local, “funciona como o ‘index’ da mortalidade, a substância fundamental do ‘memento mori’ universal”.

Por sua vez, “a cera votiva, comum aos rituais taoistas e católicos, é utilizada para moldar ex-votos a partir dos sapatos da artista, configurando uma linha processual que metaforiza a jornada pessoal e a vulnerabilidade do corpo”. Mariana Maia Rocha apresenta também, neste projecto, uma “intervenção urbana efémera com látex regista a textura da calçada portuguesa”.

“Esta “segunda pele” tátil “funciona como um dispositivo de memória, aludindo às redes de protecção dos andaimes e ao legado luso em vias de extinção, criando um registo físico da fronteira cultural e da negociação do espaço urbano”, é explicado.

Diálogos e contextos

Tendo em conta as leituras da artista sobre estes elementos tão ligados à identidade de Macau, pode-se descrever “No Limiar da Memória” como uma tentativa de criar “um diálogo potente sobre a memória, a mortalidade e as estruturas efémeras que construímos”.

Aqui, “a prática da artista navega a tensão entre o permanente e o fugaz, a identidade cultural e a inevitabilidade da desintegração num território de convergência e perda, ecoando as complexidades de um local em rápida mutação”.

Mariana Maia Rocha é uma artista plástica e investigadora cuja prática interdisciplinar se inscreve na intersecção entre o corpo, a memória e o território. A sua obra, que integra predominantemente o desenho, a fotoperformance e a instalação, aborda as fronteiras conceptuais e materiais da presença e do apagamento no arquivo contemporâneo.

A artista formou-se na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, onde concluiu o mestrado em Artes Plásticas, sendo bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, nomeadamente no ano de 2023/2024, quando ganhou a bolsa “Gulbenkian Novos Talentos”. Ainda na área académica, ganhou, este ano, uma bolsa de doutoramento para continuar estudos no estrangeiro.

Em 2023 a artista participou no projecto “Mirror Identity Drawings” (MIDD), assinado pela Carta da UNESCO. A dimensão internacional da sua prática tem-se materializado, este ano, através de um programa de residências artísticas, em São Tomé e Príncipe, no contexto da XI Bienal de São Tomé; e agora em Macau, no âmbito do programa internacional “Territórios sem Fronteira” (2025–2026), promovido pela Fundação Bienal de Arte de Cerveira.

Desde 2018, o seu trabalho tem sido apresentado em exposições individuais e coletcivas em instituições de referência, incluindo o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (MNAC) (Lisboa), a Fundação Júlio Resende (Porto), o Palácio Vila Flor (Guimarães) e a Galeria Kubik (Porto), entre outras. Já recebeu dezenas de distinções pelo seu trabalho.

4 Dez 2025

Direito | Advogados de Macau com poderes reforçados no Interior

Desde ontem, que os advogados de Macau, Hong Kong e Taiwan podem passar a representar clientes em mais tipos litígios civis no Interior, de acordo com um anúncio do Ministério da Justiça, citado pelo jornal Ou Mun. A medida aplica-se apenas aos advogados locais reconhecidos pelo Interior.

Com as alterações, os advogados locais têm acesso a 299 tipos de casos de direitos civil, em áreas como o comércio, disputas marítimas, direitos de personalidade ou casos de protecção de direitos industriais. No entanto, a intervenção dos advogados locais só é autorizada se for feita em representação de partes de Macau, Hong Kong ou Taiwan envolvidas nesses processos.

Os dados citados pela publicação indicam que actualmente há cerca de 760 advogados de Hong Kong, Macau e Taiwan a quem foi concedida autorização para trabalhar no Interior. Também mais de 630 advogados de Hong Kong e Macau reconheceram o certificado para praticarem no espaço da Grande Baía.

Os advogados de Macau podem exercer a profissão no outro lado da fronteira, se dominarem a língua, tiverem obtido uma licenciatura em direito no Interior ou se tiverem uma certificação de reconhecimento das habilitações.

4 Dez 2025

Drones | Proibição na Nave Desportiva durante Jogos Paralímpicos

A Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) proibiu o voo de “aeronaves não tripuladas”, termo formal para designar drones, numa área de “50 metros da Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau”, para garantir o sucesso Jogos Nacionais para Pessoas Portadoras de Deficiência e dos Jogos Olímpicos Especiais Nacionais da República Popular da China.

O uso de drones foi também condicionado, requerendo autorização escrita da AACM, no Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, Ponte Macau-Taipa, Wynn Palace, Pousada Marina Infante, England Marina Club Hotel e Marina Phantom Apartment Hotel. Quem não respeitar a proibição e restrições impostas arrisca-se a pagar uma multa que pode variar entre 2.000 e 20.000 patacas.

Hengqin | Pedido serviços de takeaway com drones

Vong Keng Hei sugeriu ao Governo de Sam Hou Fai a criação de uma rede transfronteiriça de drones para entrega de refeições ao domicílio entre Macau e Hengqin. A sugestão foi feita na reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas de terça-feira, onde o jovem desempenha as funções de conselheiro.

Segundo o jornal do Cidadão, o filho do deputado Vong Hin Fai sublinhou que este tipo de serviço, que existe no Interior da China, também poderia aumentar a conveniência dos consumidores que vivem na Taipa e querem pedir comida da península, e vice-versa. Além disso, defendeu que o Corpo de Bombeiros devia fazer exercícios de combate a incêndios com drones para aumentar a capacidade de resposta a situações de emergência.

4 Dez 2025

Restauração | Nova lei vai proteger senhorios

A partir de Julho do próximo ano, os restaurantes vão ver as licenças canceladas, se tiverem perdido o direito a ocupar o espaço onde estão a funcionar. A informação foi adiantada ontem por Leong Sun Iok, deputado e presidente da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, após um encontro para discutir a nova lei da actividade de restauração e bebidas e estabelecimentos relacionados.

De acordo com Leong Sun Iok, deputado ligado aos Operários de Macau, a alteração legislativa proposta pelo Governo visa acabar com as situações em que os ex-inquilinos utilizam a licença de exploração para impedir que o senhorio arrende o espaço a outro comerciante. Como só pode ser emitida uma licença por espaço comercial, sem o cancelamento da anterior os inquilinos impedem novos arrendamentos.

No entanto, com a alteração, o senhorio vai poder cancelar as licenças dos restaurantes, desde que provem que o inquilino anterior perdeu o direito de ocupar o espaço, o que pode acontecer quando chega ao fim o contrato de arrendamento ou houve algum incumprimento.

Além disso, a nova lei prevê também que um restaurante perde a licença de exploração se interromper a operação durante um período mínimo de 90 dias consecutivos. Também esta proposta foi justificada com a necessidade de impedir abusos dos inquilinos.

4 Dez 2025

IAM | Chao Wai Ieng com mandato renovado

O mandato do presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), Chao Wai Ieng, foi renovado até 31 de Maio, de acordo com um despacho do Chefe do Executivo publicado ontem no Boletim Oficial. A renovação acontece depois de Chao Wai Ieng ter cumprido cerca de um ano nas funções, que assumiu em Dezembro do ano passado, substituindo José Tavares. No despacho é considerado que Chao tem “experiência e capacidade profissional adequadas para o exercício das suas funções”, como normalmente acontece neste tipo de documentos.

Chao Wai Ieng era director dos Serviços de Identificação desde Maio de 2022, e é licenciado em engenharia pela Universidade Nacional de Taiwan e em Direito pela Universidade de Macau. Ingressou na Função Pública em 2003 e desempenhou funções no Comissariado Contra a Corrupção entre Fevereiro de 2004 a Dezembro de 2019, altura em que foi escolhido como assessor do gabinete do secretário para a Administração e Justiça.

Também o mandato de Mak Kim Meng como vice-presidente do IAM foi renovado. Mak entrou no IAM em 1999 e ao longo dos anos foi tendo diferentes posições. Era desde 2010 até ao ano passado um dos membros do Conselho de Administração do IAM.

No que diz respeito ao Conselho de Administração, o Chefe do Executivo renovou também até 31 de Maio os mandatos de Isabel Celeste Jorge, Ung Sau Hong, To Sok I e Tam Wai Fong.

DSEDT | Renovado mandato de Yau Yin Wah

O mandato de Yau Yun Wah como director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) foi renovado pelo período de um ano, de acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial. Antes de ser director dos serviços de economia, onde substituiu o actual secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, Yau Yun Wah era subdirector dos Serviços de Assuntos Comerciais da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin.

É licenciado em Comércio pela Universidade de Chengchi de Taiwan e mestrado em Administração Pública pelo Instituto Nacional de Administração da China.

Fundação Macau | Lei Wai Nong reconduzido

O ex-secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, vai continuar a desempenhar funções como membro do Conselho de Administração da Fundação Macau. A informação foi divulgada ontem, através de um despacho publicado no Boletim Oficial. O ex-governante vai manter as regalias anteriores de secretário, como tinha sido definido pelo primeiro despacho de nomeação, divulgado em Dezembro de 2024.

“O membro do Conselho de Administração […] beneficia das regalias previstas no regime jurídico da função pública para o cargo de direcção”, foi indicado. Lei Wai Nong vai também manter o ordenado anterior, na ordem das 85 mil patacas por mês, ao qual se somam os subsídios típicos da função pública.

4 Dez 2025

Guarda costeira chinesa expulsa barco japonês de ilhas controladas por Tóquio

A guarda costeira da China expulsou ontem uma embarcação de pesca japonesa que, segundo as autoridades chinesas, tinha entrado ilegalmente em águas próximas das ilhas Diaoyu, controladas pelo Japão, mas disputadas por outros países.

A Guarda Costeira chinesa indicou em comunicado divulgado na plataforma WeChat que “tomou as medidas de controlo necessárias de acordo com a lei”. O porta-voz Liu Dejun disse que a Guarda Costeira ordenou à embarcação japonesa Zuiho-maru que se afastasse da zona, reiterando que o arquipélago, conhecido como Diaoyu na China, constitui “território inerente à China”.

Liu instou ainda o Japão a “cessar imediatamente todas as actividades infringentes e provocatórias” na área e garantiu que a Guarda Costeira continuará a realizar “operações de aplicação da lei para defender os direitos” da China.

Nos últimos anos, Pequim concedeu novas capacidades à guarda costeira, incluindo a autoridade para deter embarcações estrangeiras suspeitas de entrar ilegalmente nas águas territoriais, no meio das crescentes tensões territoriais com aliados dos EUA, como o Japão e as Filipinas. A Guarda Costeira chinesa também reforçou substancialmente a capacidade operacional, graças à alocação de mais navios e ao aumento do apoio logístico.

Situadas no mar do Leste da China, a cerca de 150 quilómetros a nordeste de Taiwan, as desabitadas ilhas Diaoyu cobrem uma área de aproximadamente sete quilómetros quadrados, e acredita-se que possam existir importantes depósitos de gás ou petróleo nas águas adjacentes.

3 Dez 2025

OCDE | Economia mundial deve abrandar para 2,9% em 2026

A OCDE prevê que o crescimento da economia mundial abrande em 2026, ao passar de 3,2 por cento este ano para 2,9 por cento no próximo, com a actividade económica a enfrentar “perspectivas frágeis”, associadas ao impacto das tarifas no comércio global.

No relatório Perspectivas Económicas, divulgado ontem, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aponta para uma moderação na trajectória do Produto Interno Bruto (PIB) a nível mundial, com o crescimento a abrandar dos 3,3 por cento registados em 2024 para 3,2 por cento em 2025 e para 2,9 por cento em 2026, seguido de uma “pequena recuperação” para 3,1 por cento em 2027.

“O crescimento deverá abrandar durante o segundo semestre deste ano [de 2025], à medida que a antecipação da actividade se desenrola e as taxas alfandegárias efectivas mais elevadas sobre as importações para os Estados Unidos e para a China se reflectem nos custos das empresas e nos preços finais dos produtos, prejudicando o investimento e o crescimento do comércio”, descreve a organização.

“As projecções baseiam-se no pressuposto técnico de que as tarifas bilaterais anunciadas em meados de Novembro se manterão durante o resto do período de projecção, apesar dos desafios jurídicos em curso nos Estados Unidos”, ressalva.

Na introdução do relatório, o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, sublinha que “a economia global tem-se mostrado resiliente este ano, apesar das preocupações com uma desaceleração mais acentuada na sequência do aumento das barreiras comerciais e da significativa incerteza política”.

No entanto, avisa que o aumento dos direitos aduaneiros deverá conduzir “gradualmente a preços mais altos, reduzindo o crescimento do consumo das famílias e do investimento das empresas”.

“Essas perspectivas continuam frágeis”, avisa o responsável máximo da organização, vincando que se se verificar um aumento das tarifas, é expectável que esse movimento cause “danos significativos às cadeias de abastecimento e à produção global” e exista o risco de as elevadas avaliações de ativos, feitas “com base em expectativas otimistas de lucros empresariais” impulsionados pela Inteligência Artificial (IA), levarem a “correções de preços potencialmente abruptas”.

Ásia em alta

No documento, a OCDE nota que “a elevada incerteza geopolítica e política também continuará a pesar sobre a procura interna em muitas economias”, prevendo-se que as economias emergentes da Ásia continuem a ser as “responsáveis pela maior parte do crescimento global”.

Para os Estados Unidos da América, a OCDE prevê que o crescimento do PIB seja de “2,0 por cento em 2025, 1,7 por cento em 2026 e 1,9 por cento em 2027”.

A China deverá crescer 5,0 por cento em 2025, 4,4 por cento em 2026 e 4,3 por cento em 2027. Na segunda economia mundial, diz a organização, “o fim da antecipação das exportações, a imposição de taxas aduaneiras mais elevadas às exportações para os Estados Unidos, o ajustamento contínuo no sector imobiliário e o enfraquecimento do apoio orçamental deverão reduzir o crescimento”.

O crescimento da zona euro “deverá abrandar ligeiramente, passando de 1,3 por cento em 2025 para 1,2 por cento em 2026, antes de aumentar para 1,4 por cento em 2027, com o aumento das fricções comerciais a ser compensado pela melhoria das condições financeiras, pelos gastos de capital contínuos dos fundos do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, e pela resiliência dos mercados de trabalho”, refere a OCDE.

3 Dez 2025

Um terço das empresas da UE na China pondera desviar produção face a restrições

Mais de um terço das empresas europeias na China estão a considerar desviar parte da cadeia de abastecimento para fora do país asiático, para mitigar o impacto do controlo das exportações implementado por Pequim.

De acordo com um inquérito divulgado na segunda-feira pela Câmara de Comércio da União Europeia na China, 36 por cento das empresas estão a considerar desenvolver capacidade de fornecimento fora da China e 32 por cento planeiam obter ‘inputs’ de outros mercados, enquanto 43 por cento ainda não tomaram uma decisão estratégica.

O inquérito, realizado entre 06 e 24 de Novembro com respostas de 131 empresas, revela que a maioria já foi afectada ou espera ser afectada pelas medidas chinesas, que abrangem minerais de terras raras, tecnologias de baterias de lítio, materiais superduros e controlos extraterritoriais sobre produtos que incorporam componentes processados na China.

De acordo com o relatório, o impacto mais imediato é nos prazos de entrega: 40 por cento dos inquiridos indicaram que os procedimentos de aprovação acrescentaram mais de dois meses aos prazos de fornecimento, enquanto outros 34 por cento reportaram atrasos entre um e dois meses. As dificuldades centram-se no processo de pedido de licença de exportação junto do Ministério do Comércio da China.

Quase 40 por cento queixaram-se da falta de transparência, 21 por cento consideraram os requisitos pouco claros e 40 por cento afirmaram que os pedidos ultrapassaram o limite oficial de processamento de 45 dias estabelecido pelas autoridades. Algumas empresas manifestaram preocupação com a quantidade de informação sensível que devem fornecer, incluindo a propriedade intelectual.

Outras complicações

Os problemas não terminam após a concessão da licença: 42 por cento registaram atrasos adicionais na alfândega e 26 por cento afirmaram que os obstáculos acrescentaram uma semana ou mais ao envio de mercadorias previamente autorizadas. As interrupções no fornecimento estão a afectar tanto os exportadores com fábricas na China como os produtores europeus que dependem de partes ou equipamentos chineses.

O documento refere que 60 por cento preveem interrupções “moderadas ou significativas” no caso de todos os controlos anunciados estarem totalmente implementados, e 13 por cento temem interrupções totais da produção. O presidente da Câmara, Jens Eskelund, alerta que as autoridades chinesas “adicionaram incerteza” às operações das empresas europeias, coincidindo com um período de atritos comerciais entre Pequim e Bruxelas.

O vice-presidente da instituição, Stefan Bernhart, recomendou o estabelecimento de um “sistema geral de licenciamento” a curto prazo, que proporcionaria “a tão necessária estabilidade e previsibilidade”. Em Abril, Pequim impôs restrições a várias categorias de elementos de terras raras e derivados, que levaram algumas empresas europeias a interromper temporariamente as suas linhas de produção.

Apesar da suspensão parcial de certas medidas após a cimeira de Novembro entre a China e os Estados Unidos, parte do regime de controlo permanece activo e continua a afectar as cadeias de abastecimento.

3 Dez 2025

Encontro | Moscovo e Pequim condenam ressurgimento de “regimes criminosos” na Europa e Japão

O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu, afirmou ontem que Moscovo e Pequim não vão permitir o ressurgimento do que chamou “regimes criminosos” na Europa e no Japão. As declarações de Shoigu ocorreram após um encontro em Moscovo entre o secretário do Conselho de Segurança da Rússia e o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Wang Yi.

O encontro entre Shoigu e Wang Yi marcou a vigésima ronda de consultas russo-chinesas sobre estabilidade estratégica. Shoigu disse, citado pela agência de notícias TASS, que a “a hidra do militarismo está a levantar novamente a cabeça”. O responsável russo acrescentou que, nesse sentido, Moscovo e Pequim acumularam experiência suficiente para travar ímpetos militaristas e que não vão permitir o ressurgimento do que classificou de “regimes criminosos na Europa e em Tóquio”.

O antigo ministro da Defesa da Rússia disse ainda que Pequim considerou que as tentativas de falsificar a história são inaceitáveis. “Isto é especialmente importante, dada a crescente vontade de vingança em alguns países europeus e no Japão por derrotas passadas”, afirmou Shoigu.

Wang Yi salientou que a Rússia e a República Popular da China são dois países unidos contra qualquer tentativa que possa contrariar a verdade histórica. Para o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês “é preciso estar vigilante” e rejeitar as tentativas no sentido do renascimento do militarismo e do fascismo no Japão.

Shoigu reafirmou o apoio que disse ser consistente e inabalável de Moscovo em relação a Pequim nas questões de Taiwan, e sobre as regiões de Xinjiang, Tibete e Hong Kong. Para Moscovo, disse Shoigu, o governo da República Popular da China é o único poder legítimo e representa toda a China.

Serguei Shoigu salientou que a coordenação russo-chinesa na área da segurança estratégica desempenha um “papel estabilizador crucial” e que ajuda a moldar uma ordem mundial mais justa, impedindo posições privilegiadas de “certos países”.

3 Dez 2025

Hong Kong proíbe organizações políticas radicadas no estrangeiro

As autoridades de Hong Kong declararam ontem como “organizações proibidas” duas entidades políticas no exílio – o autodenominado Parlamento de Hong Kong, com sede no Canadá, e a União pela Independência Democrática de Hong Kong, estabelecida em Taiwan. A medida – a primeira desta natureza contra grupos que operam no exterior, enquadrada na Lei de Segurança Nacional – foi publicada na segunda-feira em diário oficial e entrou em vigor de imediato.

De acordo com o gabinete do secretário de Segurança de Hong Kong, Chris Tang, em 25 de Novembro foram enviados requerimentos formais a ambas as formações com um prazo de sete dias para apresentarem alegações. O Parlamento de Hong Kong respondeu por escrito, mas a entidade taiwanesa manteve-se em silêncio.

Após analisar a documentação recebida e os antecedentes, Tang considerou comprovada a necessidade de vetá-los, por forma a preservar a soberania nacional.

O Executivo acusa ambos os grupos de levarem a cabo “actividades subversivas”, destinadas a “derrubar o poder do Estado”, através da promoção da autodeterminação, da redação de uma constituição alternativa e do enfraquecimento da ordem constitucional da República Popular da China.

A decisão determina que qualquer pessoa que exerça funções de direcção, mantenha filiação, organize reuniões, facilite fundos ou preste qualquer tipo de colaboração às duas entidades incorrerá em crime punível com até 14 anos de prisão e multa de um milhão de dólares de Hong Kong. Numa audiência ontem, Tang confirmou o procedimento seguido e lembrou condenações recentes relacionadas com ambos os grupos.

Uma activista de 19 anos foi condenada a 12 meses de prisão por sedição após admitir ter divulgado nas redes sociais vídeos que incitavam à participação nas eleições do Parlamento no exílio, criado com o objetivo de estabelecer um poder legislativo paralelo para derrubar o governo local.

3 Dez 2025

HK | Anunciada investigação independente a incêndio e mantidas eleições

Enquanto prosseguem buscas para encontrar 40 pessoas ainda desaparecidas, as autoridades anunciaram a abertura de uma investigação destinada a apurar todas as causas da tragédia em Tai Po que fez pelo menos 151 mortos. Domingo, há eleições

O Governo de Hong Kong anunciou ontem uma investigação independente para apurar as causas do incêndio que matou pelo menos 151 pessoas, além de indicar que as eleições legislativas “serão realizadas como previsto” no domingo.

O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, anunciou a criação de uma comissão independente, presidida por um juiz para investigar “até o fim” o incêndio que deflagrou, na quarta-feira, no complexo residencial Wang Fuk Court, no norte da região semiautónoma, enquanto continuam as buscas por quase 40 desaparecidos.

Esta comissão vai determinar, de acordo com o dirigente, as causas do incidente e propor alterações estruturais. “Os culpados serão responsabilizados independentemente da sua posição”, assegurou.

O incêndio levou já à detenção de mais de uma dezena de pessoas por alegado homicídio por negligência, numa investigação que aponta para irregularidades nas obras de manutenção, que estavam em curso no complexo de habitação pública.

Os exames periciais efectuados a 20 amostras de rede utilizada no exterior, recolhida a diferentes alturas, detectaram que sete delas não cumpriam as normas de resistência ao fogo. O material aprovado só foi instalado nos pisos térreos para evitar controlos após a passagem do supertufão Ragasa, em Julho.

Paralelamente, pelo menos três pessoas foram detidas desde sábado por alegadas infrações contra a segurança nacional: um estudante universitário de 22 anos que lançou uma petição com mais de 10 mil assinaturas a apelar para uma investigação independente, o antigo conselheiro distrital Kenneth Cheung e um voluntário, todos acusados de “explorar a tragédia para incitar ao ódio e criar instabilidade”. O gabinete de protecção da segurança nacional advertiu que este tipo de comportamento “será punido sem piedade”.

Manter a ordem

Antes da reunião semanal do Conselho Executivo, John Lee afirmou ainda que os futuros deputados do Conselho Legislativo (LegCo, o parlamento local) vão ser “parceiros fundamentais” na supervisão da afectação de fundos públicos e na revisão das políticas para evitar novas catástrofes em Hong Kong, cidade vizinha de Macau.

Manter a data das eleições legislativas, que o Governo ponderou adiar, “é respeitar a ordem constitucional e o Estado de direito”, insistiu o governante, antes de avisar que “qualquer tentativa de sabotagem ou de exploração política da tragédia será vigorosamente perseguida”.

“Precisamos de construir uma Hong Kong melhor. A justiça será feita. É uma tragédia, sim, precisamos de uma reforma, identificámos as falhas, temos de agir com firmeza para pedir contas aos responsáveis, vamos reformar todo o sistema de reabilitação de edifícios, vamos fazer tudo o que for possível”, afirmou. O dirigente apontou ainda que “os incêndios acontecem em todas as cidades e que Hong Kong tudo fará para os evitar”.

Dos 90 lugares no LegCo, apenas 20 são eleitos por sufrágio universal directo em círculos geográficos (51 candidatos), 30 são eleitos por distintos sectores de actividade (60 candidatos) e os restantes 40 designados por um colégio eleitoral (50 candidatos), um órgão cujos 1.500 membros são, na maioria, simpatizantes de Pequim.

3 Dez 2025

Livro | “Receita di Casa” de Antonieta Manhão premiado na Arábia Saudita

A chef macaense Antonieta Manhão, mais conhecida como “Chef Neta”, acaba de ver o seu trabalho distinguido com dois prémios atribuídos na Arábia Saudita. Mais concretamente, o livro “Receita di Casa” obteve dois prémios no concurso internacional “Gourmand Awards Food Culture”, nas categorias de Gourmet e no grupo de publicações trilingues, português, chinês e inglês, tendo estes sido entregues em Riade. Trata-se de um livro editado por Dorris Lei, da Co-Write Limited, com tradução de Adelaide Ferreira.

De destacar os mais de 1.200 trabalhos enviados para esta competição, tendo sido seleccionados seis para a final do grupo de publicações de receitas, com o objectivo de distinguir “The Best Cookbooks in The World”. Na cerimónia de entrega de prémios, estiveram representados 96 países.

“Receita di Casa” foi lançado em Janeiro deste ano e traz 19 receitas de pratos tipicamente macaenses, nomeadamente o famoso Minchi, Capela ou Sopa Lacassá, entre tantos outros. “Neta” Manhão é ainda professora de culinária macaense na Universidade de Turismo de Macau.

3 Dez 2025

Exposição “Narrativa Espiritual” esta quinta-feira nas Casas da Taipa

Esta quinta-feira, apresenta-se ao público, a partir das 18h30, a mostra “Narrativa Espiritual – Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, na Galeria de Exposições das Casas da Taipa, integrada no programa do 7.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Trata-se de uma iniciativa organizada pelo Instituto Cultural (IC) e que reúne o trabalho de oito artistas da China e dos países de língua portuguesa, nomeadamente Cao Yu e Tong Wenmin, do Interior da China; Wong Hio Chit e Cosmo Wong de Macau, China; Carla Cabanas, de Portugal; Délio Jasse, de Angola; Eugénia Mussa, de Moçambique; e Juliana Matsumura, do Brasil.

A exposição apresenta obras em diversos suportes, abrangendo a pintura, a escultura, o vídeo e a instalação, revelando um mosaico dos contextos culturais da China e dos Países de Língua Portuguesa, “expresso através de um rico vocabulário artístico”, destaca o IC, numa nota.

Notas curatoriais

Os curadores basearam-se, para organizar esta exposição e o seu conteúdo, “na experiência de dois viajantes lendários do século XVI, um do Ocidente e outro do Oriente: o português Fernão Mendes Pinto e o chinês Xu Xiake”, sendo que, segundo o IC, ambos “mediram o mundo com os próprios passos, transformando as suas observações e experiências de viagem em reflexões filosóficas sobre a vida”.

A exposição “utiliza a criação artística no lugar de viagens físicas, oferecendo um banquete visual aos visitantes através de 28 peças/conjuntos de obras em diversos suportes”. Descreve-se a possível experiência do visitante, que poderá ser semelhante a “seguir os passos de um viajante, iniciando uma digressão artística de auto-reflexão e exploração do mundo”.

Esta exposição pode ser visitada até ao dia 1 de Março do próximo ano, entre as 10h e as 19h, de forma gratuita. Durante este mês, estarão disponíveis visitas guiadas em cantonense e mandarim, respectivamente às 15h e às 16h, todos os sábados, domingos e feriados, bem como nos dias 23 e 26.

3 Dez 2025

Gripe | Surtos em escolas afectam 87 alunos

Os Serviços de Saúde adiantaram ontem que foram detectados 10 casos colectivos de gripe em escolas de Macau, afectando 87 alunos, 40 dos quais acusaram resultado positivo num teste rápido para a gripe do tipo A. O estabelecimento de ensino com maior número de ocorrências foi a Escola Fong Chong da Taipa, na Rua de Chaves, onde em três turmas distintas foram infectados 20 alunos.

Tanto na Escola Oficial da Flora, na Travessa do Túnel, como na Escola Secundária Vocacional e Técnica da Associação Geral dos Operários, da Rua de Lei Pou Chon, registaram 10 alunos com gripe cada uma.

As restantes escolas onde foram encontrados estes casos foram a Escola da Associação Geral das Mulheres de Macau, o Colégio Diocesano de São José (V, Secção chinesa), o Colégio Sagrado Coração Canossiano (Secção Inglesa), o Jardim de Infância D. José da Costa Nunes (Taipa), a Escola Choi Nong Chi Tai, a Escola Choi Nong Chi Tai, o Colégio de Santa Rosa de Lima (Secção Chinesa) e Escola de Talentos Anexa à Escola Secundária Hou Kong.

Apesar de indicar que alguns doentes receberam tratamento médico, os Serviços de Saúde ressalvaram que as “condições clínicas dos doentes são consideradas ligeiras e não foram registados casos graves ou outras complicações”.

3 Dez 2025

Casinos-Satélite | Kam Pek fechou as portas

O casino Kam Pek Paradise, ligado à concessionária SJM Resorts, encerrou as portas às 23h31 de segunda-feira. Em comunicado, a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) considerou que o encerramento decorreu “de acordo com os procedimentos previstos”.

“Após o encerramento do Casino Kam Pek Paradise, às 23h59 do dia 1 de Dezembro, a DICJ procedeu, de imediato, à suspensão do funcionamento das mesas e máquinas de jogo, tendo assegurado a coordenação, de forma activa, com diversos serviços, para o acompanhamento da retirada do respectivo recinto, entre outros trabalhos”, foi comunicado pelas autoridades. “No decurso do encerramento do referido casino, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais enviou pessoal ao local para prestar esclarecimentos aos trabalhadores em causa, tendo-lhes sido fornecido informações sobre uma linha aberta para consultas posteriores”, foi acrescentado.

O número de trabalhadores afectados com despedimentos não foi comunicado pela DICJ, que também não fez referência ao número de trabalhadores que vão ser transferidos para a SJM Resorts.

Em Julho deste ano, quando foi confirmado que o casino Kam Pek Paradise ia encerrar, a notícia causou surpresa entre os analistas. Um comunicado desse mês, da CLSA indicava que o encerramento era inesperado, dado que o casino era gerido com lucros.

3 Dez 2025

Metro | Média diária de 32.600 passageiros em Novembro

Em Novembro, o Metro Ligeiro transportou cerca de 32.600 passageiros por dia, um novo recorde desde que as viagens começaram a ser pagas. A estatística foi disponibilizada no portal da empresa que explora este meio de transporte. Feitas as contas por mês, o Metro Ligeiro transportou 978 mil passageiros.

Este é um registo que se aproxima dos números de Dezembro de 2019, quando foi inaugurado o meio de transporte. Nesse ano, em Dezembro, a média diária de passageiros foi de 33 mil por dia, num total de cerca de 693 mil passageiros, dado que a inauguração aconteceu a 10 de Dezembro. No entanto, nesse período os passageiros não tinham de pagar pelos bilhetes, medida que se prolongou até Janeiro de 2020.

3 Dez 2025

Fortuna | Fecho afecta 553 trabalhadores

A Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) confirmou que o Casino Fortuna vai fechar as portas na próxima terça-feira, uma medida que vai afectar o emprego de 553 trabalhadores. O número de outros trabalhadores ligados à empresa responsável pela exploração do espaço não foi revelado.

“Quanto aos 553 trabalhadores do Casino Fortuna, a DICJ continuará a manter uma estreita comunicação com a DSAL, no sentido de assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos pela SJM, no que respeita à recolocação de todos os respectivos trabalhadores, bem como às garantias quanto à sua remuneração, regalias e condições de trabalho, proporcionando-lhes oportunidades de mudança de emprego, com vista a dar continuidade ao seu emprego”, foi comunicado.

3 Dez 2025

Habitação para troca | Alerta para fim de prazo para pagar

A Macau Renovação Urbana emitiu ontem um alerta dirigido aos candidatos das habitações para troca no complexo Pearl Metropolis a avisar que têm até ao próximo dia 30 de Janeiro para “completar os procedimentos de compra, pagar o preço das unidades” e apresentar comprovativo do registo a comprovar a transacção. Se não o fizerem, os candidatos perdem a capacidade para adquirir as fracções.

A empresa de capitais públicos revelou que irá notificar os candidatos por e-mail e SMS para se dirigirem ao centro de vendas da Macau Renovação Urbana na Avenida da Praia Grande e frisou que os candidatos devem reservar tempo para completar os procedimentos em falta dentro do prazo.

O projecto urbanístico, localizado no Lote P do antigo terreno do Pearl Horizon, na Areia Preta, que ganhou o nome de Pearl Metropolis, é constituído por 2.064 fracções. No ano passado, 1.932 candidatos reuniam os requisitos para comprar casa, mas as autoridades registaram 47 desistências do processo de selecção de fracções e cinco que retiraram a candidatura.

3 Dez 2025

Receitas do jogo confirmam onda de optimismo para o final do ano

O banco de investimento JP Morgan Securities mostrou-se muito confiante no mercado do jogo de Macau, após ter sido divulgado que as receitas brutas atingiram 21,09 mil milhões de patacas em Novembro. De acordo com o relatório citado pelo portal GGR Asia, a JP Morgan destacou que em sete dos 11 meses do ano, as receitas ultrapassaram as estimativas dos analistas.

De acordo com os dados mais recentes, as receitas em Novembro apresentaram um crescimento anual de 14,4 por cento, o que levou os analistas DS Kim, Selina Li, e Lindsey Qian a considerarem que o registo “superou confortavelmente o consenso (já revisto em alta) de crescimento de cerca de 10 por cento, em relação ao ano anterior”, caracterizado “impressionante”, tendo em conta a “sazonalidade tipicamente mais lenta deste mês”.

O relatório indica ainda que o montante de 21,09 mil milhões de patacas significa uma recuperação para o nível de 92 por cento face aos valores do mercado antes da covid-19, o que foi entendido como “o melhor nível de recuperação desde a pandemia”.

Em termos das receitas por segmentos, a JP Morgan indica que o mercado de massas teve um crescimento anual de 12 a 13 por cento, que subiu para 125 por cento dos níveis pré-pandemia. Contudo, no que diz respeito ao jogo VIP, o crescimento anual foi de 30 por cento, mas não vai além de 30 a 35 por cento dos níveis pré-pandemia.

Dezembro gordo

Em relação ao crescimento anual deste mês, os analistas DS Kim, Selina Li e Lindsey Qian acreditam que vai ficar acima de 15 por cento e que até pode chegar a 20 por cento. “Não ficaríamos surpresos se houvesse um crescimento superior a 20 por cento, provavelmente encerrando 2025 com o melhor resultado do ano”, foi indicado.

Um crescimento de 20 por cento em Dezembro é igualmente esperado pelo analista Vitaly Umansky, da Seaport Research Partners. Como justificação para o número, Umansky recorda que as receitas de Dezembro no ano passado foram “fracas”, devido à visita de Xi Jinping, no âmbito do 25.º aniversário da RAEM.

Dezembro vai fazer com que as receitas brutas do jogo registem um crescimento anual de 9,5 por cento, ao mesmo tempo que a Seaport Research Partners prevê um crescimento de pelo menos 7 por cento em 2026 e 2027.

3 Dez 2025

TNR | Número de migrantes a crescer em Macau

Macau empregava no final de Outubro mais de 184.300 trabalhadores migrantes, o valor mais elevado dos últimos cinco anos, foi ontem anunciado.

Segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública, divulgados pela Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais, este número é o mais alto desde Junho de 2020, no início da pandemia de covid-19. Os trabalhadores sem estatuto de residente aumentaram em quase 2.500 este ano e em mais de 32.400 desde Janeiro de 2023, quando acabou a política ‘zero covid’, que esteve em vigor em Macau e na China continental durante quase mais de três anos.

Nesse mês, a mão-de-obra vinda do exterior, incluindo da China continental, tinha caído para menos de 152 mil, o número mais baixo desde Abril de 2014. Desde o pico máximo de 196.538, atingido no final de 2019, no início da pandemia, e até Janeiro de 2023, a cidade perdeu quase 45 mil trabalhadores não residentes, que correspondiam a 11,3 por cento da população activa.

Macau, que à semelhança da China seguia a política ‘zero covid’, reabriu as fronteiras a todos os estrangeiros, incluindo trabalhadores não residentes, a partir de 08 de Janeiro de 2023, depois de quase três anos de rigorosas restrições. O sector da segurança e actividades imobiliárias foi o que mais contratou este ano, ganhando 888 trabalhadores não residentes, seguido dos empregados domésticos (mais 770) e da construção (mais 587).

Toca a fechar

As concessionárias de jogo – o maior empregador privado da região semiautónoma chinesa – também aumentaram em 156 o número de funcionários migrantes, apesar do encerramento de ‘casinos-satélite’. Em 09 de Junho, o Governo de Macau anunciou que as concessionárias de jogo tinham comunicado o fim da exploração dos 11 ‘casinos-satélite’, onde trabalham cerca de 5.600 residentes.

Na altura, o então secretário para a Administração e Justiça, André Cheong Weng Chon, exigiu às operadoras a garantia de um emprego, mas apenas para os trabalhadores locais afectados. Quando a legislação que regula os casinos foi alterada, em 2022, estabeleceu-se o final de 2025 como data limite para terminar a actividade destes espaços de jogo.

Oito dos ‘casinos-satélite’ já encerraram, incluindo quatro até ao final de Outubro. O último a fechar portas, na sexta-feira, foi o Ponte 16, com 1.025 funcionários. O Fortuna, encerra em 10 de Dezembro, de acordo com uma nota interna da dona da propriedade, a empresa Kou Seng Holdings, citada pelo portal de notícias de jogo GGRAsia.

Apesar da subida do número de trabalhadores não residentes, a taxa de desemprego caiu para 1,7 por cento entre Agosto e Outubro, o valor mais baixo desde Janeiro. A crise económica criada pela pandemia tinha levado a taxa de desemprego a atingir 4 por cento no terceiro trimestre de 2022, o valor mais alto desde 2006. A economia de Macau cresceu 8 por cento no terceiro trimestre, graças ao aumento do número de visitantes, de acordo com dados oficiais.

2 Dez 2025

FRC | Pinturas de Sunny Sit Ka Kit para ver até 13 de Dezembro

A galeria da Fundação Rui Cunha acolhe, a partir hoje e até ao dia 13 de Dezembro, uma nova mostra, dedicada ao trabalho do artista local Sunny Sit Ka Kit. O projecto intitula-se “Esculpir. Observar a Cena” e contém abordagens do foro da psicologia e na identificação de uma certa identidade masculina

É hoje inaugurada uma nova exposição de arte na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC). A partir das 18h30 podem ser vistos trabalhos do artista local Sunny Sit Ka Kit, organizados na exposição a óleo “Shaping. Viewing the Scene” [Esculpir. Observar a Cena”, e que fica patente até ao dia 13 de Dezembro.

Segundo uma nota da FRC, Sit Ka Kit é um artista que “foca este seu trabalho nas mudanças psicológicas e no equilíbrio ético da identidade masculina, ao mesmo tempo que explora o reverso do espelho, na forma como a sociedade e as redes sociais entendem o papel do homem actual”.

O público pode ver 15 “obras de grande impacto”, onde o artista “usa a pintura a óleo como meio, desenhando experiências como marido e pai, e explora temas de ‘formação de identidade’ e ‘a responsabilidade de ver’”. Este é um evento organizado pela Associação de Arte Juvenil de Macau e pela Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau, contando com a curadoria de Kit Tam Chon.

Este declarou, sobre a exposição, que “nas artes contemporâneas, os escritos introspectivos de artistas masculinos têm sido frequentemente esquecidos”. “Embora a arte feminina aborde corajosamente temas de identidade e poder social, as experiências psicológicas e as reflexões éticas dos homens quando confrontados com a família, as emoções e as responsabilidades sociais ficam muitas vezes escondidas sob a racionalidade e o silêncio”, acrescentou.

Espelhos e jogos

A mostra apresenta duas séries intituladas “Espaço Privado” e “Espaço Público”, em que na primeira parte se ilustra “as transformações psicológicas dos homens no contexto da família”, enquanto na segunda parte se observam determinados “acontecimentos sociais a partir de uma perspectiva de espectador, reflectindo a ética e a consciência pública”. Assim, estas duas séries constroem “uma estrutura de espelho duplo onde o eu e o mundo se cruzam”, lê-se no manifesto artístico da exposição.

Em “Espaço Privado”, o artista “utiliza a experiência familiar como ponto de partida da sua narração”, onde “através de pinceladas calmas e comedidas, capta na tela a tensão da paternidade, responsabilidade e liberdade”, descreve o curador.

Por sua vez, na série “Espaço Público”, o artista parte das redes sociais e dos acontecimentos públicos, reflectindo a sua “perspectiva de ‘espectador’ para explorar temas como a ética, a pressão pública e o estado de existência”. Com uma lente objectiva e sem impor sentimentos pessoais, Sit Ka Kit tenta assim fomentar uma reavaliação do “cenário ético” em que vivemos, é explicado.

Carreira em andamento

Natural de Macau, Sunny Sit Ka Kit frequenta actualmente o doutoramento em Belas Artes. Obteve o grau de Mestre pela Academia de Belas Artes de Guangzhou em 2019 e foi estudante de intercâmbio na Faculdade de Belas Artes da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia de Seul em 2017.

Foi convidado a participar no projecto de criação artística “Macau Elegance Reborn – Fine Depiction of Mountain, Sea, and City Images” do Fundo Nacional de Arte da China; no Programa de Criação de Jovens Artistas do Fundo Nacional de Arte da China; e na terceira exposição colateral da “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau. 2023”. Recebeu nomeações prémios na região da Grande Baía, e realizou exposições individuais em locais como Guangzhou e Zhongshan.

Actualmente, Sit Ka Kit é Vice-Director da Associação de Arte Juvenil de Macau, e Director da Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau, assumindo ainda funções de professor convidado na Universidade da Cidade de Macau e na Universidade Politécnica de Macau.

2 Dez 2025