Revolução dos Cravos celebrada no Museu do Oriente em Lisboa

Uma exposição, um concerto e uma conferência sobre as diferentes perspectivas da Revolução do 25 de Abril de 1974 estão no centro do programa 50 Anos do 25 de Abril que vai decorrer no Museu do Oriente, entre 12 de Abril a 19 de Maio.

A exposição sob o título “Ventos de Liberdade” – com fotografias inéditas que evocam os valores e a herança da mudança política no país – revelará, a partir de 16 de Abril, o olhar de Ingeborg Lippmnan e Peter Collis, dois fotojornalistas estrangeiros que acompanharam o processo, e retrataram o que a revolução transformou.

“A lente do britânico Peter Collis capta um país em transe, desde os portugueses anónimos, a protagonistas da cena política da época, e as imagens da alemã Ingeborg Lippmann focam as mulheres, a paisagem humana no Alentejo no contexto da reforma agrária”, num país muito rural, descreve um texto da organização.

Comissariada por Fátima Lopes Cardoso e Pedro Marques Gomes, a exposição, de entrada gratuita, parte dos seus arquivos, depositados na Fundação Mário Soares e Maria Barroso, revelados agora pela primeira vez, que poderão ser vistos até 19 de Maio.

Macau presente

A par da exposição, será apresentada “A Liberdade”, obra vencedora do concurso de criação artística “Call4art: 50 Anos do 25 de Abril”, lançado em 2023 pela Fundação Oriente, para encorajar gerações de artistas plásticos que não viveram a ditadura a reflectir sobre o legado e valores da revolução. Da autoria de Isa Magalhães (aka Kideo Kidō), a instalação “A Liberdade” simboliza “o impacto positivo desta conquista nas gerações pós-revolução”, e poderá ser vista até 19 de Maio, segundo a organização.

Também no dia 16 de Abril, a conferência comemorativa do 50.º aniversário do 25 de Abril irá reunir testemunhos de quem viveu a revolução em diferentes contextos lusófonos, bem como um balanço de 50 anos de democracia em Portugal.

A sessão inicia-se com o relato desta vivência em algumas geografias como Macau e Timor-Leste, através dos testemunhos do jornalista Ricardo Pinto e da historiadora Zélia Pereira, em painéis sobre democracia e liberdade em Portugal, democracia paritária e liberdades civis, participados pelas vozes de investigadores como Gonçalo Saraiva Matias, Marina Costa Lobo, Vasco Malta e Miguel Vale de Almeida, entre outros.

Na sessão de encerramento da conferência estará o presidente da Fundação Oriente, Carlos Monjardino, e a presidente da Fundação Mário Soares e Maria Barroso, Isabel Soares.

Coproduzido pela Associação Setúbal Voz, a Fundação Oriente apresentará um concerto a 12 de Abril para revisitar a forma como a Revolução dos Cravos chegou a Macau: os músicos Diogo Oliveira e Tiago Mileu vão ritmar como a notícia foi narrada na Rádio Macau por Rui de Mascarenhas, um cantor português de sucesso na época.

O espectáculo irá reunir poemas musicados, temas tradicionais chineses e canções populares portuguesas. As delegações da Fundação Oriente terão também diversas iniciativas a decorrer entre os dias 22 e 29 de Abril, por ocasião de um encontro que trará músicos goeses para dois concertos que combinam fado, mandó e outros temas de Goa.

8 Abr 2024

Ponte Nobre de Carvalho | Encerramento prolongado até Maio

As medidas provisórias de encerramento e proibição da circulação de peões nos dois lados da Ponte Governador Nobre de Carvalho foram prolongadas até 10 de Maio, de acordo com um comunicado da Direcção de Serviços de Obras Públicas (DSOP).

“As obras de reparação da estrutura inferior da Ponte Governador Nobre de Carvalho tiveram início em Outubro do ano passado e, até ao momento, foram reparados 40 locais”, começou por explicar a DSOP, em comunicado. “Recentemente, o Laboratório de Engenharia Civil de Macau efectuou de novo uma inspecção visual em relação à estrutura inferior da respectiva ponte, tendo verificadas 25 novas partes que necessitam de tratamento […] ”, foi acrescentado.

A DSOP garante ainda que face ao prolongamento da proibição, que serão afixados avisos no local, para que as pessoas saibam que podem ser multadas num valor próximo de 600 patacas, caso ignorem a proibição. “Durante a execução da obra, o empreiteiro irá instalar, conforme as exigências, as placas de alerta sobre a execução da obra na zona de execução, bem como proceder-se-á aos trabalhos de vedação provisória e a instalação de placas de sinalização de trânsito nas duas extremidades dos passeios da ponte”, foi indicado.

8 Abr 2024

Inflação | Macau e HK cada vez mais caros, diz economista

Henry Lei, economista e docente na Universidade de Macau (UM), considera que tanto Macau como Hong Kong estão a ficar cada vez mais caros para os residentes. “Macau está a ficar cada vez mais caro, especialmente quando comparamos o custo de vida com Zhuhai e outras cidades na China. O nível de preços, até certo ponto, é muito próximo de Hong Kong”, disse, alertando para a crescente subida de preços nos últimos dez anos.

“Se sairmos para um almoço simples num café ou restaurante local, já pagamos cerca de 80 por cento do preço de Hong Kong. Ou seja, Macau vai ficando cada vez mais caro, especialmente na última década”, afirmou à TDM – Rádio Macau.

O especialista disse ainda concordar com as recentes declarações de Allan Zeman, presidente do grupo Lan Kwai Fong, que, ao canal RTHK de Hong Kong, disse que a indexação do dólar de Hong Kong ao americano é uma das grandes causas para o aumento dos preços.

“O dólar de Hong Kong não está a reflectir as condições económicas locais, mas sim as dos Estados Unidos, tornando Hong Kong uma cidade demasiado cara”, disse Zeman. Henry Lei entende que a indexação, que também acontece com a pataca de Macau, “afecta a competitividade e capacidade de atracção”.

8 Abr 2024

Jockey Clube | IAM recusa ficar com cavalos de cerimónia

O Instituto para os Assuntos Municipais anunciou que não pode ficar com os três cavalos cerimoniais do Jockey Clube de Macau, e recusou que o cenário do abate em Macau dos animais esteja em cima da mesa. A posição foi tomada através de um comunicado, depois de um grupo online ter começado a recolher assinaturas para salvar os animais, por receio de abate.

“De acordo com a resposta dada pelo Jockey Clube de Macau ao Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), os referidos cavalos são cavalos cerimoniais da propriedade do Jockey Clube de Macau, encontrando-se em curso a sua transferência para o exterior para continuarem a receber cuidados”, foi comunicado, depois do caso ter gerado controvérsia.

O IAM apontou também estar a acompanhar a situação dos cavalos, indicando que os três animais estão numa cavalariça própria para animais reformados. “O IAM mantém-se atento à situação dos animais no recinto do Jockey Clube e enviou, há dias, médicos veterinários ao local para fiscalizar o estado de todos os cavalos, sendo o seu estado geral satisfatório. Actualmente, os três cavalos cerimoniais encontram-se na cavalariça dos cavalos aposentados”, indicou o IAM.

8 Abr 2024

DSAT | Mais de 12 mil não pagaram imposto de circulação

Mais de 12 mil proprietários de veículos deixaram o imposto de circulação por pagar até à data limite, de acordo com um comunicado em língua chinesa da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). O prazo para fazer o pagamento do imposto terminou a 2 de Abril, e a DSAT enviou um lembrete para os proprietários dos veículos que não efectuaram os pagamentos necessários.

No nota de imprensa divulgada na sexta-feira, foi recordado aos proprietários que o Governo está a recorrer ao sistema de reconhecimento automático de veículos nos auto-silos públicos para identificar as viaturas a circular sem o pagamento de impostos e proceder às respectivas apreensões.

“A DSAT apela aos proprietários dos veículos que não pagaram os respectivos impostos que não utilizem as viaturas ou estacionem nas ruas ou nos parques públicos. Aqueles que violarem estas normas vão ter os veículos apreendidos e vão ser multados”, foi alertado.

Como resultado deste mecanismo, foram inspeccionados mais de 63 mil veículos, com pelo 88 a serem removidos dos parques de estacionamento. Além disso, as autoridades também estão a fazer campanhas nas ruas da cidade. A DSAT apelou igualmente aos proprietários que pretendam desfazer-se de viaturas que sigam os procedimentos legais recomendados, em vez de optarem pelo abandono.

8 Abr 2024

AMCM | Depósitos dos residentes sobem 1 por cento

No passado mês de Fevereiro, os depósitos de residentes cresceram 1 por cento, em comparação com Janeiro, e chegaram a 724,1 mil milhões de patacas, de acordo com a informação divulgada pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

Por sua vez os depósitos de não-residentes decresceram 0,5 por cento, para 322,1 mil milhões de patacas, ao mesmo tempo que os depósitos do sector público na actividade bancária decresceram para 188,1 mil milhões de patacas, uma redução de 0,9 por cento em termos mensais.

Como resultado, o total dos depósitos da actividade bancária registou um crescimento de 0,3 por cento quando comparado com o mês anterior, atingindo 1.234,4 mil milhões de patacas. A maior parte dos depósitos dizia respeito a dólares de Hong Kong, com uma proporção de 43,9 por cento. A segunda moeda mais popular para os depósitos são os dólares americanos, com uma proporção de 25,5 por cento, seguida pela pataca com 20,4 por cento. Apenas 8,2 por cento dos depósitos foram realizados em yuan.

8 Abr 2024

Hospital Al-Shifa tornou-se cemitério de vidas, sonhos e do futuro de Gaza, segundo médicos

Ezz El-Din Lulu sonhava ser médico e já estava no quinto ano de medicina quando começou a guerra na Faixa de Gaza, mas agora depara-se com o Hospital Al-Shifa, o maior no enclave palestiniano, destruído como os seus sonhos. Era no Al-Shifa que Ezz estudava e esperava um dia trabalhar.

Após a operação militar das forças israelitas dentro do complexo médico que durou duas semanas, o hospital ficou em ruínas. “Literalmente não temos futuro, Israel destruiu-o completamente”, diz Ezz num vídeo filmado após a retirada das forças israelitas.

Nas imagens, o edifício que outrora albergava grande parte das especialidades médicas disponíveis em Gaza, com capacidade para 800 camas, é agora um esqueleto queimado, esburacado por balas e tiros de tanques. No pátio e corredores exteriores onde as ambulâncias entravam e saíam desde 1946 vêm-se montes de escombros, que os médicos, enfermeiras e familiares das vítimas escalam com cuidado e luto, como que à procura de uma resposta. Alguns procuram os restos mortais de familiares desaparecidos.

As autoridades palestinas dizem que Israel matou 400 pessoas dentro e à volta do campus hospitalar durante as duas semanas de cerco, incluindo mulheres, crianças e médicos, para além de mais 350 pessoas que foram detidas, incluindo pacientes e profissionais de saúde.

No relatório publicado após o fim da operação, Israel diz que matou 200 militantes do Hamas, e que prendeu mais de 900 suspeitos de estarem ligados ao grupo, uma acusação rejeitada pelo Hamas. O exército israelita diz que operou de forma “precisa” para eliminar membros do Hamas, encontrar armas e documentos, e prevenir danos a “civis, pacientes e equipas médicas”.

No entanto os testemunhos de sobreviventes e membros de organizações de ajuda humanitária revelam um cenário catastrófico. Vídeos publicados nas redes sociais filmados após a retirada dos israelitas mostram corpos em decomposição de mãos atadas atrás das costas ou esmagados por bulldozers.

Durante duas semanas, as forças israelitas cercaram o hospital, impedindo a entrada e saída de qualquer pessoa, e obrigaram as equipas médicas a levar todos os pacientes para a ala administrativa.

Ezz el-din estava dentro do hospital a trabalhar como voluntário aquando do ataque das forças israelitas. Durante o cerco, o estudante foi publicando vídeos nas redes sociais, a detalhar que tanto médicos como pacientes estavam sem acesso a água, comida ou electricidade há vários dias, ao mesmo tempo impedidos de sair e ameaçados de serem bombardeados se ali ficassem.

Missão rejeitada

A médica Amira Al-Safadi, também vítima do cerco, diz que o exército obrigou o staff a transferir os pacientes com tempo limitado e sob ameaça. “Havia mais pacientes, mas morreram, estavam nos cuidados intensivos e não os conseguimos ajudar”, diz a médica que agora está noutro hospital a cuidar dos pacientes sobreviventes.

Israel diz que a operação foi um sucesso. As autoridades palestinianas acusam Israel de “crimes de guerra”. Pelo menos 21 pacientes morreram durante o cerco, de acordo com as Nações Unidas. A ONU está a planear uma missão especial para visitar o hospital, investigar o sucedido, e ajudar os feridos. No entanto a ONU diz que após várias tentativas, os pedidos para avançar com a missão a Al-Shifa têm sido rejeitados.

Enquanto isso o hospital permanece um fantasma. Um centro médico de prestígio transformado no cemitério de que Ezz el-Din fala.

5 Abr 2024

Tailândia | Justiça analisa dissolução do maior partido da oposição

O Tribunal Constitucional da Tailândia anunciou na quarta-feira que aceitou e vai analisar um pedido da comissão eleitoral para dissolver o principal partido da oposição, devido a alegadas violações da lei de lesa-majestade.

O partido Move Forward, que venceu as últimas eleições legislativas, em Maio de 2023, com um programa que previa a reforma da legislação de lesa-majestade, terá agora duas semanas para apresentar a defesa, afirmou o tribunal, em comunicado.

No final de Janeiro, o Tribunal Constitucional tailandês decidiu que a promessa realizada durante a campanha eleitoral equivalia a uma tentativa de derrubar a monarquia. Os juízes não emitiram então uma sanção explícita, mas foram apresentados dois pedidos à Comissão Eleitoral para solicitar a dissolução do partido, liderado pelo empresário Pita Limjaroenrat.

O partido de oposição reformista conquistou a maioria dos assentos no parlamento nas eleições de Maio e formou inicialmente uma coligação de partidos pró-democracia com uma ampla maioria entre os 500 membros da Câmara dos Representantes eleita.

No entanto, a coligação não conseguiu formar um Governo, depois de a candidatura de Pita Limjaroenrat ter sido bloqueada duas vezes pela oposição do Senado, cujos 250 membros foram nomeados pela antiga junta militar (2014-2019).
O líder do partido Pheu Thai, Srettha Thavisin, formou uma coligação com vários partidos, incluindo dois pró-militares, e foi eleito primeiro-ministro em 22 de Agosto.

Em 2020, o Tribunal Constitucional dissolveu o Future Forward, o partido antecessor do Move Forward, e baniu o então líder da vida política, um veredicto que originou enormes manifestações populares. De acordo com a legislação em vigor na Tailândia, insultar ou difamar o rei pode resultar numa pena máxima de 15 anos de prisão.

5 Abr 2024

Coreia do Norte testou míssil hipersónico de médio e longo alcance

A Coreia do Norte fez na terça-feira o lançamento de um míssil hipersónico de médio e longo alcance, informaram os meios de comunicação estatais do país.

Segundo as mesmas fontes, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, esteve presente no teste. “Um novo teste de lançamento de um míssil hipersónico de médio e longo alcance, com valor estratégico, foi realizado com sucesso”, disse a agência oficial de notícias KCNA, um dia após o ensaio militar.

Kim Jong Un afirmou que a Coreia do Norte tinha agora “obtido mísseis estratégicos com combustível sólido, ogiva manobrável e capacidade nuclear”. O exército sul-coreano afirmou que o míssil, lançado na madrugada de terça-feira, percorreu cerca de 600 quilómetros antes de se despenhar nas águas entre a Coreia do Sul e o Japão. Segundo a KCNA, o projéctil teria percorrido cerca de mil quilómetros.

O último lançamento de Pyongyang, de um míssil Hwasong-16, ocorre menos de duas semanas depois de os meios de comunicação social estatais norte-coreanos terem anunciado que Kim Jong Un tinha supervisionado um teste bem-sucedido de um motor de combustível sólido para um “novo tipo de míssil hipersónico de alcance intermédio”.

Velocidade furiosa

Há muito que a Coreia do Norte tenta dominar tecnologias hipersónicas e de combustível sólido mais avançadas, com o objectivo de tornar os seus mísseis mais capazes de neutralizar os sistemas de defesa antimíssil da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, bem como ameaçar as bases militares regionais americanas.

Os mísseis hipersónicos deslocam-se a uma velocidade de pelo menos Mach 5, mais de 6 mil quilómetros por hora e são capazes de manobrar em pleno ar, tornando-os mais difíceis de seguir e de interceptar. Dependendo do modelo, podem transportar ogivas convencionais ou nucleares.

Os mísseis de combustível sólido não precisam ser reabastecidos antes do lançamento, o que torna a sua utilização mais rápida e mais difíceis de identificar e de destruir pelos adversários.

O Ministério da Defesa sul-coreano afirmou ter feito um exercício aéreo conjunto com Washington e Tóquio, envolvendo um bombardeiro B-52H com capacidade nuclear e caças F-15K perto da península coreana.

5 Abr 2024

Indonésia | Xanana felicita novo presidente e aponta fronteiras como prioridade

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, felicitou Prabowo Subianto pela vitória nas eleições presidenciais da Indonésia e salientou que a prioridade para os dois países deve ser estabelecer as fronteiras marítimas

 

“Sei que a nossa relação bilateral se vai tornar mais forte e vou trabalhar para os interesses mútuos dos nossos países. Uma prioridade para as duas nações é finalizar as fronteiras marítimas de acordo com o direito internacional e com base na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar”, refere Xanana Gusmão, num comunicado enviado à imprensa, que cita a carta.

No comunicado, Xanana Gusmão refere que a definição das fronteiras marítimas vai garantir que ambos os países tenham a certeza sobre os seus direitos soberanos e apoiar o desenvolvimento da economia do mar. O chefe do Governo timorense disse em Dezembro, durante a apresentação do Orçamento de Estado para este ano, que pretendia iniciar as negociações para a delimitação das fronteiras marítimas com a Indonésia ainda este ano.

O primeiro-ministro timorense comprometeu-se também a manter fortes as relações bilaterais de amizade e de cooperação e salientou que os dois países “continuam a ser um modelo global na reconciliação e poder transformador do diálogo e confiança”.

“A Indonésia é o nosso maior parceiro comercial e temos laços fortes entre os nossos povos e de cooperação em várias áreas”, disse.
Xanana Gusmão destacou também que, no actual momento de “turbulência e mudança nas relações internacionais”, a Indonésia “desempenha um papel central na promoção da cooperação, tolerância e paz”. “Com a sua liderança, a Indonésia poderá tornar-se numa das principais potências económicas mundiais, contribuindo para o crescimento económico e a prosperidade da região”, acrescentou.

Poder em família

A Comissão Eleitoral Central da Indonésia publicou terça-feira os resultados das eleições presidenciais, realizadas em Fevereiro, confirmando a vitória de Prabowo Subianto e Gibran Rakabuming Raka (filho do Presidente cessante) com 96.214.691 dos 164.227.475 votos válidos em todo o país.

Com mais de 50 por cento dos votos, Prabowo assume assim o cargo de Presidente da Indonésia para os próximos cinco anos, o país com maior população muçulmana do mundo e membro das 20 maiores economias (G20). Terá como vice-Presidente o filho de Joko Widodo, que cumpriu dois mandatos consecutivos na Presidência e não pôde concorrer de novo por imperativos constitucionais.

Prabowo, 72 anos, era apontado como favorito para suceder a Joko Widodo na Presidência da terceira maior democracia do mundo, depois da Índia e dos Estados Unidos. Prabowo era o único candidato com ligações à ditadura de Suharto (1967-1998), altura em que era tenente-general, e tem sido criticado por alegados abusos de direitos humanos em Timor-Leste e na Papua, bem como pela tortura de activistas indonésios pró-democracia.

5 Abr 2024

Taiwan | Pequim oferece apoio após sismo, enquanto salvamento prossegue na ilha

Pequim ofereceu assistência a Taiwan depois do terramoto que abalou a ilha na quarta-feira, deixando pelo menos 10 mortos e mais de mil feridos. Equipas de salvamento mantêm as buscas para encontrar pessoas desaparecidas

 

A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, o Executivo da China, Zhu Fenglian, expressou “profunda preocupação” com o terramoto, ao mesmo tempo que ofereceu condolências e apoio às pessoas afectadas, segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. Zhu reiterou o empenho da China na assistência humanitária e a sua disponibilidade para acompanhar de perto a situação, visando “prestar a ajuda necessária”.

Estas expressões de apoio são comuns na sequência de catástrofes naturais, apesar das relações tensas entre os dois lados do Estreito da Formosa.

A líder taiwanesa Tsai Ing-wen ofereceu as suas condolências e assistência a Pequim após o terramoto de 2023 na província chinesa de Gansu, que custou a vida a 151 pessoas. O antigo líder taiwanês Ma Ying-jeou (2008-2016), que se encontra de visita à China continental, manifestou ontem o seu desejo de que todos os afectados “estejam sãos e salvos”.

O epicentro do terramoto, que ocorreu por volta das 09h (08h em Macau), foi localizado no mar a 25 quilómetros a sudeste de Hualien (leste), a uma profundidade de 15,5 quilómetros, segundo a Agência Meteorológica Central de Taiwan.
Foram já retirados todos os alertas de tsunami emitidos em Taiwan, Japão, Filipinas e pelo Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico.

O diretor do Centro Sismológico de Taiwan, Wu Chien-fu, disse numa conferência de imprensa que este foi o maior terramoto a atingir Taiwan nos últimos 25 anos, desde o sismo de magnitude 7,6 que matou 2.416 pessoas, em 21 de Setembro de 1999. A magnitude do terramoto foi de 7,2, de acordo com a Agência Meteorológica Central de Taiwan, e de 7,4 de acordo com o Serviço Geológico dos EUA.

Buscas no terreno

Entretanto, as equipas de salvamento mantêm as buscas para encontrar as pessoas que estão desaparecidas. Na cidade costeira oriental de Hualien, perto do epicentro do abalo, os socorristas utilizaram ontem uma escavadora para estabilizar a base de um edifício seriamente danificado. O presidente da Câmara de Hualien, Hsu Chen-wei, disse anteriormente que 48 edifícios residenciais tinham sido danificados, alguns dos quais estavam a inclinar-se “estando os pisos térreos esmagados”.

Alguns residentes de Hualien encontram-se instalados em tendas de campanha, mas os serviços administrativos e a actividade comercial na ilha está a regressar à normalidade estando as ligações ferroviárias asseguradas. Segundo as autoridades, 690 pessoas ainda estavam ontem isoladas, mais de 600 no hotel Silks Place Taroko. As autoridades afirmaram ontem que os empregados e os hóspedes do hotel “estão a salvo e que os trabalhos de reparação das estradas de acesso às instalações estão quase concluídos”.

O terramoto e as réplicas que se registaram posteriormente provocaram deslizamentos de terras e danificaram estradas, pontes e túneis. O terramoto causou grandes perturbações nos transportes públicos na China continental, com várias províncias costeiras a registarem tremores que provocaram suspensões e atrasos nos serviços ferroviários. As províncias afectadas incluem Fujian, Jiangxi e Guangdong, no sudeste da China, e Zhejiang, na costa leste. Xangai, a “capital” económica do país, também sentiu o impacto, com alguns serviços ferroviários de alta velocidade a serem suspensos.

Os operadores ferroviários locais emitiram avisos a informar os passageiros de que alguns serviços estavam suspensos ou a funcionar a uma velocidade limitada e que deviam contar com atrasos.

5 Abr 2024

Cooperação | Visita de Yellen pode “criar consenso” com os Estados Unidos

A China espera que a visita da Secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, sirva para “construir consensos” com os Estados Unidos e que Washington esteja “disposta a trabalhar com Pequim para chegar a um meio-termo”

 

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, confirmou que Yellen irá estar na China até à próxima terça-feira, tal como foi anunciado pelo Governo norte-americano. “As relações económicas entre os nossos países são benéficas por natureza. Esperamos que os Estados Unidos trabalhem com a China para se encontrarem a meio caminho e tratarem as diferenças de forma adequada”, disse Wang. O objectivo é “construir consensos” com vista a “aprofundar a cooperação e promover a estabilidade das relações sino-americanas”, acrescentou.

A visita surge depois de o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, terem falado na terça-feira, numa chamada telefónica que a Casa Branca descreveu como “franca”, mas na qual, segundo o Governo chinês, houve alguma fricção.

Foi a primeira chamada telefónica entre os dois líderes desde Julho de 2022 e a primeira conversa desde o seu encontro em Novembro do ano passado em São Francisco à margem da cimeira do fórum Cooperação Económica Ásia -Pacífico (APEC).

O objectivo de Biden, segundo a Casa Branca, era “fazer uma actualização” com Xi, numa tentativa de manter as duas potências em contacto e evitar que um incidente se transforme numa crise com consequências imprevisíveis. O Governo chinês também considerou o telefonema positivo para a estabilidade global, embora Xi tenha deixado claro o seu descontentamento com as restrições de Biden à exportação para a China de tecnologia norte-americana avançada, incluindo ‘chips’ semicondutores.

Xi advertiu Biden de que o seu Governo “não está a reduzir os riscos, mas a criar riscos” com as suas restrições tecnológicas e avisou que a China “não ficará de braços cruzados” se Washington insistir em suprimir ainda mais o seu “direito legítimo ao desenvolvimento”.

Arranque em Cantão

A visita da governante norte-americana começou em Guangzhou com reunião com empresários norte-americanos instalados na China e dirigentes locais, antes de se dirigir para Pequim. Desta vez, Yellen espera discutir “os investimentos massivos realizados na China em alguns sectores industriais, causadores de excesso de capacidade” em matéria de produção, declarou a jornalistas. “Inquietamo-nos com as consequências que podem ter os subsídios chineses nessas indústrias na economia dos EUA e de outros países”, acrescentou.

Entre aqueles sectores, Yellen mencionou o das baterias de lítio e dos veículos eléctricos, nos quais os EUA procuram eles próprios desenvolver a sua produção através de subsídios. Questionada sobre a possibilidade de colocar a hipótese de tarifas alfandegárias na mesa para pressionar a China, Yellen garantiu que “não querer excluir qualquer meio” que permita a protecção das indústrias dos EUA.

5 Abr 2024

BYD volta a perder liderança para Tesla após queda de 42% nas vendas

A fabricante automóvel chinesa BYD registou uma queda de 42 por cento nas vendas, entre Janeiro e Março, face ao último trimestre de 2023, permitindo à norte-americana Tesla recuperar o título de líder no mercado dos veículos eléctricos. A fraca procura e o aumento da concorrência no mercado chinês reduziram as vendas da BYD para 300.114 veículos eléctricos, no primeiro trimestre do ano, segundo o relatório enviado na segunda-feira à Bolsa de Valores de Hong Kong.

A empresa com sede em Shenzhen ultrapassou a Tesla nas vendas de veículos eléctricos no último trimestre de 2023, quando comercializou 526.409 carros, em comparação com 484.507 vendidos pela Tesla, entre Outubro e Dezembro. A Tesla anunciou no mesmo dia que vendeu 386.810 carros, nos primeiros três meses de 2024, abaixo dos 450.000 esperados, mas mais do que o seu rival chinês.

Ao incluir híbridos, juntamente com carros movidos a bateria pura e hidrogénio, a BYD registou um volume de vendas trimestral de 626.263 unidades, um aumento de 13 por cento, em relação ao período homólogo. Foi o ritmo de crescimento mais lento das vendas desde o segundo trimestre de 2022.

Mas a Tesla também está sob maior pressão devido ao aumento da concorrência e ao envelhecimento da sua linha de produtos, algo que pode fazer com que a BYD a ultrapasse novamente nas vendas de veículos eléctricos nos próximos meses.

A Tesla tem sofrido um abrandamento na China, o maior mercado de veículos eléctricos do mundo, onde enfrenta uma concorrência crescente por parte dos rivais locais, muitos dos quais continuam a baixar os preços e a apresentar novos modelos.

O director executivo Elon Musk já avisou que o crescimento durante 2024 seria “notavelmente inferior” aos níveis do ano passado. Embora o crescimento das vendas da Tesla tenha sido impulsionado pelos seus automóveis Modelo 3 e Modelo Y, o grupo não deverá lançar o seu próximo modelo antes do final de 2025.

Época de saldos

A BYD reduziu os preços de quase todos os modelos da sua gama desde o início do ano sob o lema “a electricidade é mais barata do que o petróleo”, seguida pelos seus concorrentes, incluindo a Geely e a SAIC-GM-Wuling, à medida que a guerra de preços se intensifica no maior mercado de veículos eléctricos do mundo.

Li Yunfei, director-geral da marca e das relações públicas da BYD, afirmou numa publicação recente nas redes sociais que a empresa enfrenta “um grande confronto com os automóveis a gasolina”. “Comprar um carro a gasolina neste momento é como comprar um pager quando os telemóveis estão já disponíveis”, disse Li, quando o grupo lançou uma nova versão dos dois modelos híbridos da marca com um preço inicial de 79.800 yuan.

A iniciativa da BYD acontece num momento em que surgem sinais de abrandamento da procura na economia chinesa. Dados da Associação de Automóveis de Passageiros da China mostraram que as vendas chinesas de carros com bateria pura e híbridos, que o Governo considera como “veículos de energia nova”, aumentaram 36 por cento, no ano passado, abaixo de um aumento de 96 por cento, em 2022.

5 Abr 2024

Fotografo chinês distinguido no World Press Photo

Wang Naigong, fotógrafo chinês, é um dos distinguidos da edição deste ano do World Press Photo (WPP), iniciativa internacional que premeia as melhores fotografias tiradas no ano passado, em várias categorias. Wang Naigong venceu a categoria “Projecto a Longo Prazo”, que regista o papel de uma família chinesa na luta de uma mãe contra o cancro.

Em termos gerais, a edição deste ano do WPP, cujos prémios foram conhecidos na quarta-feira, tem imagens que destacam tragédias da guerra, migrações e questões relacionadas com o clima, sendo estes os grandes temas dos vencedores a nível regional.

Os 24 projectos vencedores e seis menções honrosas – correspondentes a 33 profissionais de fotojornalismo — estão distribuídos por quatro categorias: “Individuais”, “Reportagem fotográfica”, “Projectos de longo prazo” e “Formato aberto”, tendo o júri deste ano decidido incluir duas menções especiais. Os nomes dos quatro vencedores globais serão anunciados a 18 de Abril.

Vitórias pelo mundo

Nos prémios para África, a categoria “Formato aberto” é partilhada por dois fotógrafos brasileiros – Felipe Dana e Renata Brito, da agência Associated Press – que investigaram as tragédias de uma rota atlântica utilizada por migrantes da África Ocidental para chegar à Europa.

Na América do Sul, a fotografia vencedora é da autoria de Lalo de Almeida, e denuncia a “Seca na Amazónia”, com uma imagem de um pescador a caminhar ao longo do leito seco de um rio perto da comunidade indígena de Porto Praia.

Nesta mesma região, a fotojornalista Gabriela Biló recebeu uma menção honrosa pela imagem “Insurreição”. O fotógrafo Mohammed Salem é o autor da fotografia vencedora na Ásia em projectos “Individuais”, com o título “Uma mulher palestiniana abraça o corpo da sua sobrinha”, uma menina de cinco anos embrulhada num lençol branco. A menina morreu depois da sua casa ter sido atingida por um míssil israelita, a 17 de Outubro.

Na categoria “Reportagem fotográfica”, o trabalho de Ebrahim Noroosi sobre a devastação económica e humana no Afeganistão desde a chegada dos Talibãs em 2021 foi o vencedor. A melhor fotografia individual da Europa foi tirada pelo turco Adem Altan durante o terramoto que atingiu a Turquia e a Síria em Fevereiro do ano passado. A alemã Johanna Maria Fritz é a autora de “Kakhovka: Cheias numa zona de guerra”, a história fotográfica premiada da Europa, que revela o impacto humano da militarização do ambiente.

O projecto de longo prazo “No Man’s Land”, do franco-alemão Daniel Chatard, foi escolhido pelo júri europeu por documentar tecnologias inovadoras que oferecem vias possíveis para atingir objectivos climáticos.

Em África, a imagem vencedora foi “Coming home from war”, captada na Etiópia pelo fotógrafo alemão Vincent Haiges, que mostra um homem de 24 anos a cumprimentar a mãe, depois de ter perdido uma perna ao ser atingido por uma granada durante o violento conflito que abala o país.

A reportagem fotográfica da fotógrafa sul-africana Lee-Ann Olwage expõe a falta de sensibilização do público em Madagáscar em relação à demência, estigmatizando as pessoas que dela sofrem. A reportagem relata a vida de um homem de 91 anos que recebe cuidados da filha de 41 anos.

A Tunísia é o foco do “Projecto a Longo Prazo”, com o trabalho do fotojornalista Zied ben Romdhane a explorar as vidas dos jovens tunisinos que testemunham a instabilidade política, a persistente crise económica e a desigualdade social que esbateram as aspirações à democracia e à justiça social no rescaldo da revolução tunisina de 2011. Este ano, o júri dos prémios WPP analisou mais de 61 mil trabalhos de 3.851 fotógrafos de 130 países.

5 Abr 2024

25 de Abril | Associação “Somos!” traz Pedro Jóia e José Salgueiro a Macau

A “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” vai celebrar os 50 anos do 25 de Abril com um concerto comemorativo. No dia 13 de Abril, os músicos Pedro Jóia e José Salgueiro apresentam o espectáculo “Zeca” no Teatro D. Pedro V

 

O Teatro D. Pedro V recebe no dia 13 de Abril um concerto comemorativo do 25 de Abril de 1974, a revolução portuguesa cujo 50º aniversário se celebra este ano. “Zeca”, nome do espectáculo promovido pela “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” (Somos – ACLP), junta em palco o guitarrista Pedro Jóia e o percussionista José Salgueiro, dois instrumentistas de topo do panorama musical português.

Segundo um comunicado da “Somos!”, “Zeca” pretende ir “além da força do repertório de Zeca Afonso, com reinterpretações de versões instrumentais de parte da melhor música portuguesa produzida no último meio século”.

O músico José Afonso, que ficou conhecido na história da música portuguesa como Zeca Afonso, é tido como “uma das figuras incontornáveis da história artística e do processo revolucionário português”. A organização do evento indica que no espectáculo “vai ressoar grande parte da sua obra”, nomeadamente o disco “Zeca”, onde Pedro Jóia transformou canções do músico de intervenção em versões instrumentais.

O repertório do concerto irá incluir ainda a interpretação de temas de outros músicos portugueses, nomeadamente Carlos Paredes, compositor e mestre de guitarra portuguesa, ou ainda algumas músicas originais compostas por Pedro Jóia, registadas em oito discos ao longo dos últimos vinte cinco anos de carreira.

Destaque ainda para a presença do instrumentista Fang Teng, da Orquestra Chinesa de Macau. O músico convidado irá interpretar obras emblemáticas da música portuguesa, “fortalecendo, desta forma, laços que unem os nossos povos há séculos e criando um momento de perfeito vínculo musical e cultural”.

Um disco nos palcos

Lançado em Maio de 2020, “Zeca” obteve bastante sucesso nas tabelas de vendas em Portugal e já percorreu vários palcos, dentro e fora do país, chegando agora a Macau. O disco desperta “uma ampla gama de emoções apenas com a linguagem poética dos instrumentos em palco e a evocação de reminiscências e íntimas reflexões”, aponta a “Somos!”.

A “Somos!” descreve ainda que Fang Teng “pontuará as notas da música portuguesa com a capacidade dramática e melancólica do erhu, um instrumento tradicional chinês de duas cordas tocado com um arco. Um apontamento que promete encantar e comover a audiência”. O espectáculo começa às 21h e os bilhetes custam 200 patacas.

Pedro Jóia fez estudos em guitarra clássica no Conservatório Nacional, além de ter estudado guitarra flamenca. Em 2008, recebeu o Prémio Carlos Paredes com o álbum “À Espera de Armandinho” e recebe a mesma distinção em 2020 com “Zeca”.

No caso de José Salgueiro, a carreira na música tem-se pautado pela bateria e percussão. Estudou na Academia dos Amadores de Música, Conservatório Nacional, Hot Clube de Portugal e no Taller de Músics, em Barcelona. A sua actividade musical passou por concertos, gravações de discos e espectáculos de televisão com vários artistas nacionais. Em 2017 lançou o seu primeiro trabalho a solo, intitulado “Transporte Colectivo”.

Fang Teng terminou em 2015 o curso no Conservatório de Macau e foi admitido no Conservatório Central de Música. Foi professor de erhu na Escola de Educação Contínua do Conservatório Central de Música, músico convidado da Orquestra Chinesa de Macau, e actualmente é professor desse instrumento tradicional na Escola Secundária Hou Kong de Macau.

5 Abr 2024

Saúde | Detectado caso importado de Legionella

Os Serviços de Saúde (SS) anunciaram o diagnóstico de um caso importado de infecção por Legionella, detectado num residente com 37 anos. A informação foi divulgada na quarta-feira, e é o segundo caso diagnosticado no território este ano. Antes de ser diagnosticado, o homem esteve em Zhongshan, em Guangzhou e Hong Kong. As autoridades suspeitam que a infecção tenha acontecido quando esteve fora de Macau.

“No dia 24 de Março, este homem manifestou sintomas, tais como, febre, tosse e recorreu ao tratamento médico no Hospital Kiang Wu no dia 26 de Março. Devido a insistência da doença, recorreu, de novo, ao Hospital Kiang Wu onde foi internado no dia 28 de Março”, foi indicado.

“A radiografia ao tórax relevou pneumonia no pulmão direito inferior e as análises efectuadas à urina revelaram anticorpos positivos de legionella pneumophila, permitindo o diagnóstico de Legionella. Actualmente, o paciente está submetido ao tratamento e encontra-se em estado estável”, foi acrescentado.

A doença dos legionários é uma infecção provocada pela legionella, uma bactéria que vive em ambientes aquáticos naturais, como a superfície de lagos, rios, riachos e águas termais, bem como, solo, mistura de terra para vasos e que pode proliferar rapidamente em água morna e em lugares mais húmidos.

A legionella pode ser também encontrada em sistemas aquáticos artificiais, nomeadamente, torres de arrefecimento do sistema de ar condicionado central, jacuzzis, fontes e aparelhos médicos de uso domiciliário, especialmente na presença de biofilme e sedimentos.

5 Abr 2024

PJ | Descoberta burla associada à rede de lojas “Mannings”

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou na quarta-feira a existência de um esquema de burla associado à rede de lojas “Mannings”, que vende produtos de beleza, cosméticos e electrodomésticos.

Segundo uma nota de imprensa da PJ, os burlões enviam SMS que informam que o prazo de validade do bónus da conta de cliente da loja está a terminar, convidando os clientes a carregarem num link, onde, supostamente, podem trocar pontos por produtos a preços baixos. Aí, ao terem acesso a um falso website da “Mannings”, acabam por dar os dados do cartão de crédito.

A PJ descreve que “para mais facilmente enganar as vítimas, os burlões recorrem ao phishing para alterar o nome do remetente da SMS, para que se pense que tais mensagens são verdadeiras e enviadas pela ‘Mannings'”. Na terça-feira as autoridades policiais receberam dez queixas de pessoas burladas e que perderem até dezenas de milhares de patacas.

A “Mannings” já esclareceu o ocorrido, informando que “nunca envia mensagens de texto com links solicitando dados bancários”.

5 Abr 2024

Fórum Boao | Lei Wai Nong participou na cerimónia de abertura

O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, marcou presença na cerimónia de abertura da Conferência Anual do Fórum Boao para a Ásia 2024, que decorreu entre 26 e 29 de Março em Boao, Hainão. Este ano o fórum teve como tema “A Ásia e o Mundo: Desafios Comuns, Responsabilidades Compartilhadas”.

O secretário aproveitou igualmente a deslocação à província insular para se encontrar com Ni Qiang, membro permanente do Comité do Partido Comunista Chinês da Província de Hainão. Durante a reunião foram abordados assuntos como o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin e da Zona de Comércio Livre de Hainão.

Segundo o gabinete do secretário, a troca de opiniões resultou mesmo numa sintonia quase perfeita, entre os dois. “Os dois dirigentes consideraram uniformemente que os dois locais revelam semelhanças a nível das políticas inovadoras e de outros domínios, pelo que devem aprender com a experiência de sucesso de um e do outro e reforçar o intercâmbio e a cooperação”, foi relatado.

Durante a visita a Hainão, o secretário para a Economia e Finanças passou pela Cidade Internacional de Duty Free de Haikou, um dos lugares de comércio com maior vitalidade na província insular.

5 Abr 2024

Saúde | Governo quer promover negócios

Um Executivo focado em promover o negócio da saúde. Foi desta forma que a secretária para os Assuntos Social e Cultura, Elsie Ao Ieong U, definiu a estratégia do Executivo para o sector, durante a mais recente reunião do Conselho dos Profissionais de Saúde, de acordo com a versão oficial.

“O ponto de vista do Governo da Região Administrativa Especial de Macau não se limita a resolver os problemas de cuidados de saúde de Macau, mas, ao mesmo tempo, precisa de promover vigorosamente o desenvolvimento sustentável da indústria de saúde”, afirmou Elsie, no encontra.

No mesmo sentido, a secretária também considerou que “a formação de profissionais de saúde de alta qualidade é muito importante” pelo que “exortou todos os membros do conselho possam, conjugando esforços e no estrito cumprimento das suas atribuições, a empenhar-se nos respectivos trabalhos, exercer uma fiscalização rigorosa e elevar constantemente o nível profissional dos profissionais de saúde”.

Por sua vez, Lei Chin Ion, presidente do conselho, considerou que há actualmente “vários trabalhos importantes a concluir, incluindo a optimização do regime de acreditação e estágio, a continuação da promoção do regime de desenvolvimento profissional contínuo e a organização da Revista dos Profissionais de Saúde de Macau.

A responsável prometeu também que vão ser “preparados os trabalhos relativos ao 3.º Exame de Acreditação e à 2.ª Avaliação Final de Estágio”.

5 Abr 2024

Sismo de magnitude 6 atinge costa do Japão ao largo de Fukushima

Um sismo de magnitude 6 na escala de Richter atingiu hoje o leste do Japão, com epicentro na costa de Fukushima, mas sem ativar o alerta de tsunami nem causar danos significativos.

O abalo ocorreu pouco depois do meio-dia (hora local), com epicentro a 40 quilómetros de profundidade ao largo da costa da província de Fukushima, no leste do país, avançou a Agência Meteorológica do Japão.

A empresa que opera a central desativada de Fukushima Daiichi, TEPCO, disse na rede social X (antigo Twitter) que “nenhuma anomalia” foi detetada no complexo da central, que sofreu um desastre nuclear devido a um sismo e tsunami em março de 2011.

De acordo com a empresa Tohoku Electric Power, não foi também detetada qualquer anomalia na central nuclear de Onagawa, na região vizinha de Miyagi, ou nos níveis de radiação nas áreas próximas.

Segundo a televisão pública japonesa NHK, o abalo levou a empresa ferroviária JR East a suspender as operações do comboio rápido de Tohoku, que liga a capital Tóquio à cidade de Sendai, no nordeste do Japão, devido à interrupção no fornecimento de energia.

O sismo de hoje no Japão ocorreu um dia depois de um abalo de magnitude 7,4 na escala de Richter ter atingido Taiwan, deixando pelo menos nove mortos e 1.050 feridos, levando ainda à ativação de alertas de tsunami nas ilhas do arquipélago de Okinawa, a sudoeste do Japão, em Taiwan e nas Filipinas.

O Japão fica no chamado Anel de Fogo, a zona sísmica mais ativa do mundo, e sofre sismo com relativa frequência, por isso a infraestrutura é especialmente desenhada para resistir a abalos.

A península de Noto, uma zona rural e remota no centro do arquipélago japonês, sofreu um terramoto de magnitude 7,5 em 01 de janeiro que deixou mais de 240 mortos, nomeadamente devido ao desabamento de casas antigas.

4 Abr 2024

Country Garden | Construtora suspende cotação na Bolsa de Hong Kong

A construtora chinesa Country Garden suspendeu ontem a sua cotação na Bolsa de Valores de Hong Kong, algo que já tinha sido antecipado pela empresa na semana passada, quando anunciou que não conseguiria apresentar atempadamente os seus resultados de 2023.

O maior promotor da China entre 2017 e 2022 convocou uma reunião do Conselho de Administração na passada quinta-feira e esperava-se que apresentasse a sua declaração de rendimentos anual, com os analistas a preverem que apresentaria um prejuízo equivalente a cerca de 6,21 mil milhões de dólares. A empresa explicou que as contas atuais “ainda não foram acordadas” com o seu auditor PriceWaterhouseCoopers (PwC).

As regras da Bolsa de Valores de Hong Kong fixam o dia 31 de Março como data limite para a apresentação dos resultados anuais e dão ao operador o poder de pedir a suspensão da cotação das empresas que não os divulguem atempadamente, embora a Country Garden tenha dito que o congelamento da negociação das suas acções “não teria um impacto material nas suas operações”.

Desde 2008, quando a empresa foi cotada pela primeira vez na Bolsa de Valores de Hong Kong, o preço das ações da Country Garden atingiu um pico de 2,35 dólares por acção em Janeiro de 2018, enquanto o seu preço actual caiu para 0,06 dólares por acção.

No final de Fevereiro, um credor da Country Garden apresentou um pedido de liquidação à justiça de Hong Kong, dando início a um processo cuja primeira audiência está marcada para 17 de Maio, embora o promotor tenha garantido que o montante devido ao requerente (cerca de 204 milhões de dólares) é “uma proporção muito pequena” do seu passivo ‘offshore’ e não afectará as suas operações ou negociações de reestruturação.

3 Abr 2024

Saúde mental é tema do quarto festival “Letras & Companhia” de Macau

A saúde mental vai ser, entre 15 de Abril e 7 de Maio, o tema da quarta edição do festival Letras & Companhia, uma iniciativa do Instituto Português do Oriente (IPOR) para pais e filhos, foi ontem anunciado. Música, artes performativas, oficinas para pais e filhos, sessões de leitura e lançamento de livros são as actividades em destaque nos dois programas que o Festival volta a incorporar, um para o público e outro para as escolas, para “promover a importância da saúde mental, não só nas crianças e jovens, mas também nos adultos”, indicou o IPOR, em comunicado.

A autora e ilustradora portuguesa Marina Palácio vai apresentar dois livros da sua autoria e promover um conjunto de oficinas nas escolas e uma aberta ao público, assim como uma formação para professores.

A apresentação de “Uma Menina Chamada Nuvem”, de Mário Lúcio, integra o programa geral. Editado pelo IPOR em português e chinês, com ilustrações do próprio autor, este é o segundo volume da colecção Contos do País do Arco-Íris, iniciada em 2015. Com base na história daquele conto, a companhia de dança Raiz di Polon, também de Cabo Verde, apresenta um espectáculo em estreia em Macau e vai realizar, no programa dirigido a escolas e universidades, um conjunto de oficinas de dança e expressão cultural.

Além de uma visita à Escola Portuguesa de Macau, Mário Lúcio vai realizar também um concerto com as suas composições mais conhecidas, a retratar o percurso de vida do artista.
O programa inclui ainda a apresentação de dois livros de autores locais: a versão em português do livro de Christopher Chu e Maggie Hoi intitulado “Macau’s Historical Witnesses” e a edição de autor infantojuvenil Mikel Ko “I Wantto be Happy” de Mikel Ko.

Bibliotecas em ponto pequeno

A edição deste ano do festival conta ainda com a participação do Hong Kong Children’s Choir, que actuará em Macau no âmbito da comemoração do 55.º aniversário. Os cerca de 200 elementos do grupo coral com idades compreendidas entre os 11 e os 16 anos, vão cantar músicas em chinês, inglês e, pela primeira vez, algumas músicas em português, especialmente preparadas para este concerto.

No encerramento do festival, organizado pela primeira vez em 2021, o IPOR vai entregar “minibibliotecas às escolas públicas e privadas de Macau onde se ensina língua portuguesa”.

O “Letras & Companhia” é organizado em parceria com o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong e com o apoio do Galaxy Entertainment Group Foundation, contando ainda com a colaboração da Fundação Oriente, do Camões–Instituto da Cooperação e da Língua, da Livraria Portuguesa e da Escola Portuguesa de Macau, entre outros. As actividades são de entrada livre, devendo a participação em alguns programas ser feita através de inscrição.

3 Abr 2024

Xiaomi | Acções sobem 16% após lançamento de carro eléctrico

As acções da empresa chinesa de tecnologia Xiaomi subiram até 16 por cento, na abertura da sessão na Bolsa de Valores de Hong Kong, impulsionadas pelo lançamento do seu primeiro veículo eléctrico, o SU7.

O SU7 recebeu quase 90.000 encomendas em apenas 24 horas. O preço do modelo standard é de 215.900 yuan, enquanto as versões Pro e Max custarão 245.900 yuan e 299.900 yuan, respectivamente. “É 30.000 yuan mais barato do que o Model 3”, disse o fundador da empresa, Lei Jun, na apresentação, na quinta-feira, referindo-se ao veículo da Tesla, com sede nos Estados Unidos, cujo preço de venda a retalho na China começa em 245.900 yuan.

A forte procura fez aumentar o tempo de espera para a entrega do veículo para entre quatro e sete meses.
O director executivo da empresa, que investiu 10 mil milhões de dólares no negócio automóvel, chamou ao projecto “a última grande aventura empresarial” da sua vida.

Chris Bangle, consultor do veículo e ‘designer’ dos futuros automóveis da marca, afirmou na apresentação que o SU7 é um “exemplo da indústria eléctrica chinesa”. A empresa espera vender entre 55.000 e 100.000 unidades do SU7 este ano.

O eventual sucesso no mercado dos veículos elétricos da Xiaomi, até agora conhecida sobretudo pelos seus telemóveis, poderá ter um impacto nos rivais nacionais, como a XPeng e a BYD, que poderão ser forçados a ajustar preços para se manterem competitivos.

O SU7 vai ser colocado à venda em 211 lojas de 39 cidades chinesas no prazo de um mês, desde a compra até a entrega do veículo, disse Lei. A Xiaomi, que ainda não anunciou planos para vender o veículo no exterior, planeia lançar mais modelos de veículos eléctricos no futuro, com o objectivo de se tornar um dos cinco maiores fabricantes de carros eléctricos do mundo dentro de 15 a 20 anos.

3 Abr 2024

Economia | Fundador do maior fundo do mundo aconselha acções chinesas

Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, o maior fundo de investimento do mundo, disse ontem que esta é a altura certa para investir em acções chinesas, quando Pequim está a trabalhar para apoiar a economia.

“A altura de comprar é quando toda a gente odeia o mercado e este está barato, o que é agora no caso das acções chinesas”, especialmente porque há sinais de que os líderes económicos do país estão a preparar medidas de estímulo como a flexibilização quantitativa e a reestruturação da dívida para relançar a economia, escreveu Dalio, na sua página no LinkedIn.

“Os problemas da China (…) podem ser geridos pelos dirigentes chineses se estes fizerem bem o seu trabalho, sendo simultaneamente inteligentes e corajosos. Penso que aqueles que orientam a política na China acabarão por lidar bem com os problemas”, acrescentou.

As observações de Dalio surgem numa altura em que Pequim intensifica esforços para reanimar a economia, que tem sido afectada por uma crise no mercado imobiliário, problemas de dívida dos governos locais e riscos de deflação.

As acções chinesas estão a tentar recuperar de uma desvalorização conjunta de 10 biliões de dólares, nos últimos três anos, com as avaliações a pairar perto de um mínimo de uma década. O índice MSCI China, que acompanha mais de 700 empresas do país, recuperou 12 por cento em relação ao mínimo de Janeiro, o que o coloca entre os melhores desempenhos dos principais pares mundiais durante esse período, de acordo com dados da agência Bloomberg.

Os fundos ‘offshore’ compraram 22 mil milhões de yuans de acções denominadas em yuan, em Março, de acordo com os dados do Stock Connect.

Dalio reconheceu, no entanto, que os problemas da China podem continuar a ser motivo de preocupação, uma vez que os seus dirigentes precisam de reestruturar as dívidas crescentes ou arriscam-se a uma “década perdida” como aconteceu no Japão, nos anos 1990.

3 Abr 2024