Taiwan | Ma Ying-jeou disposto a reunir-se com Xi Jinping

O antigo líder de Taiwan, Ma Ying-jeou, está disposto a reunir-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, durante a sua viagem à China continental, prevista para o início de Abril, disse ontem um dos seus assessores. Este seria o primeiro encontro entre os dois desde a histórica reunião de Singapura em 2015.

Segundo Hsiao Hsu-tsen, director executivo da Fundação Ma Ying-jeou, o antigo líder taiwanês (2008-2016) não exclui a possibilidade de se encontrar com o seu “velho amigo” do continente, referindo-se à reunião de Singapura, que marcou a primeira ocasião em que os líderes da China e de Taiwan se encontraram desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949.

“Ma está fora do poder há oito anos e não ocupa nenhum cargo no partido [Kuomintang, actualmente na oposição] ou na função pública. É um cidadão comum. No entanto, como construímos juntos esta importante história em 2015, é claro que gostaríamos de ver o nosso velho amigo”, disse Hsiao.

Relativamente ao conteúdo deste eventual encontro, que dependerá da disponibilidade da parte chinesa para acolher a viagem, Hsiao disse que Ma, independentemente da pessoa com quem se encontrar, transmitirá os “desejos” da sociedade taiwanesa de abraçar a paz e evitar um conflito armado com a República Popular da China.

O antigo líder taiwanês, de 73 anos, acompanhará um grupo de estudantes à China entre os dias 1 e 11 de Abril, uma viagem que inclui paragens nas províncias de Guangdong (sul) e Shaanxi (noroeste), bem como na cidade de Pequim, o que tem alimentado rumores de um possível encontro com Xi.

Maior cooperação

Ma, que se tornou o primeiro ex-líder taiwanês a visitar a República Popular em Março do ano passado, apelou durante a sua anterior visita a mais intercâmbios entre estudantes chineses e taiwaneses porque “partilham a mesma cultura e identidade étnica”.

O responsável taiwanês, Chen Chien-jen, do Partido Democrático Progressista (DPP), afirmou ontem que o governo de Taiwan “respeita” a viagem de Ma à China, aconselhando-o a ser cauteloso nas suas interações com os funcionários chineses.

“Espero que ele tenha em conta e esteja à altura das expectativas do povo taiwanês em matéria de soberania, democracia, Estado de Direito e outros valores durante a sua visita”, disse Chen, acrescentando que o governo taiwanês prestará a assistência necessária ao antigo líder.

27 Mar 2024

DSAL | Feiras de emprego com 337 vagas em Abril

Abriram hoje as inscrições para três sessões de feiras de emprego, que se vão realizar na segunda semana de Abril, com 337 vagas disponíveis para trabalhos em supermercados e hotéis. A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) indicou que o período de inscrições termina ao meio-dia do dia 4 de Abril.

No dia 8 de Abril, o Centro para o Desenvolvimento de Carreiras da FAOM, no Istmo de Ferreira do Amaral, nº 101-105ª, acolhe uma feira de emprego dedicada ao comércio a retalho. Na parte da manhã, serão disponibilizados 124 empregos para cargos em supermercado, como operador de caixa, arrumador de prateleiras, empacotador, preparador de carnes e de produtos aquáticos e empregado de transporte e arrumação de mercadorias.

Na parte da tarde, será a vez do sector da venda de alimentos, com 190 vagas para estagiário de gerente, supervisor de operações de comércio da loja e agente dos serviços de produtos alimentares e empregado de loja.

No dia seguinte, no Hotel Okura, haverá 23 vagas para o sector da hotelaria, para cargos como chefe de higiene ambiental, supervisor de efeitos especiais, técnico superior de efeitos especiais, empregado de tratamento de uniformes, agente de balcão de atendimento e operador do centro de atendimento ao cliente.

27 Mar 2024

Jogo | Receitas brutas de quase 15 mil milhões em Março

Durante os primeiros 24 dias de Março, a indústria do jogo de Macau apurou 14,9 mil milhões de patacas em receitas brutas, segundo as contas dos analistas da JP Morgan Securities. A performance ficou a 1 ou 2 por cento dos dois primeiros meses do ano, com a sazonalidade a quase não se fazer sentir

 

As primeiras três semanas de Março superaram as expectativas em termos de receitas dos casinos. Segundo as estimativas da JP Morgan Securities, durante os primeiros 24 dias deste mês, a indústria facturou diariamente cerca de 621 milhões de patacas, o que representa um total de 14,9 mil milhões de patacas no somatório das três semanas.

O relatório dos analistas da JP Morgan, citado pelo portal GGRAsia, destaca o efeito residual que a sazonalidade teve nas receitas brutas diárias dos casinos. “Apenas 1 a 2 por cento abaixo” das receitas brutas diárias de cerca de 630 milhões de patacas registadas nos primeiros dois meses deste ano, “um pouco melhor do que a tendência histórica de 4 por cento” de diferença entre Março e o período de Janeiro e Fevereiro, referiram os analistas DS Kim, Mufan Shi e Selina Li.

O relatório da JP Morgan Securities salienta também a forte performance da última semana, com o registo diário de 628 milhões de patacas, “que sugere uma procura estável e sólida, que não mostra sinais de abrandamento”.

Aquelas máquinas

Os analistas realçam também a boa performance das máquinas de slot que “estão a ter resultados a níveis de cerca de 110 por cento dos registos antes da pandemia”, em linha com a tendência verificada nos primeiros dois meses de 2024. “Em comparação com os níveis de recuperação de 104 por cento do quarto trimestre de 2023, estes resultados sugerem que a procura no sector de massas cresceu entre 3 e 4 por cento em termos trimestrais nos primeiros três meses de 2024, superando a histórica sazonalidade de +2 por cento numa comparação trimestral”, aponta a JP Morgan.

Por outro lado, no sector de jogo VIP é indicado que a procura real permanece a cerca de 20 por cento dos níveis registados antes da pandemia.

No cômputo geral, os analistas da JP Morgan estimam que Março termine com receitas brutas de cerca de 19 mil milhões de patacas, o que se vai traduzir num aumento de receitas de perto de 5 por cento face ao trimestre anterior, e mais de 60 por cento face ao mesmo trimestre do ano passado, marcando “mais um recorde pós-pandémico”.

27 Mar 2024

Hospital das Ilhas | Arranque gradual com exames de diagnóstico

Começou a funcionar, ainda gradualmente e de forma experimental, o Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas – Centro Médico de Macau, conhecido como o Hospital das Ilhas, e operado pelo Peking Union Medical College Hospital de Pequim.

Segundo um comunicado dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), desde segunda-feira que podem ser feitas nesta unidade de saúde ecografias a doentes de consultas externas de várias especialidades médicas, transferidos pelos SSM.

No primeiro dia de funcionamento foram atendidos apenas dois doentes, residentes “que usufruem de cuidados de saúde gratuitos”. Desde o início deste mês que o hospital tem recebido doentes transferidos pelos SSM para realização de ecografias e raio-x, estando planeada a realização destes exames de diagnóstico no período da tarde todas as segundas, quartas e sextas-feiras.

“O hospital vai, depois, aumentar o número de serviços de acordo com a situação do pessoal e dos equipamentos, prevendo-se prestar gradualmente, em Maio, os serviços de consulta externa de especialidade para os pacientes transferidos pelos SSM”, aponta o mesmo comunicado.

27 Mar 2024

China Railway Construction | Ho Iat Seng reuniu com administrador

O Chefe do Executivo reuniu na segunda-feira com o secretário do Comité do Partido Comunista e presidente do Conselho de Administração de China Railway Construction Corporation Limited, Dai Hegen, a quem agradeceu o “esforço e contributo dedicados ao aperfeiçoamento dos projectos de infra-estruturas na RAEM”.

Ho Iat Seng indicou que o seu Governo pretende continuar o investimento na melhoria do planeamento urbano e das obras públicas da cidade, da rede de trânsito.

Por sua vez, o representante da empresa estatal afirmou que “a China Railway Construction Corporation Limited é um dos participantes activos do desenvolvimento económico e social de Macau, no qual, durante 30 anos de exploração de negócios no território, finalizou uma série de obras simbólicas da cidade e de acção social”.

Segundo um comunicado publicado pelo Gabinete de Comunicação Social na noite de segunda-feira, Dai Hegen assegurou que a China Railway Construction Corporation “continuará a prestar serviços de excelência para apoiar a criação da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

27 Mar 2024

Zona Norte | Associação prevê aumento do consumo em restaurantes

O presidente da Associação Industrial e Comercial da Zona Norte de Macau, Wong Kin Chong, estima que a iniciativa “Grande prémio para o consumo na Zona Norte durante os fins-de-semana” aumente os negócios dos restaurantes da zona entre 20 e 30 por cento, adiantou ontem o representante ao jornal Ou Mun.

A associação, uma das organizadoras do evento a par do Governo e da Associação Comercial de Macau, indica que desde o primeiro fim-de-semana, o número de estabelecimentos que aderiu à iniciativa passou de 400 para 600, principalmente do sector da restauração.

O “Grande Prémio para o Consumo” arrancou no dia 18 de Março e irá decorrer todos os fins-de-semana até 4 de Agosto. Quem gastar mais de 50 patacas através de pagamento móvel pode ganhar cupões no valor entre 10 e 100 patacas através de um sorteio. Estes cupões podem ser usados durante o fim-de-semana nas lojas que aderiram à iniciativa pensada para socorrer o comércio da zona que enfrenta dificuldades graves, principalmente desde que começou o programa de circulação de veículos de Macau na província de Guangdong.

27 Mar 2024

Fórum Boao | Relatório prevê crescimento de 4,5% da economia asiática

Arrancou ontem em Hainão mais uma edição do Fórum Boao. O relatório anual que dá início às reuniões estima um crescimento de 4,5 por cento da economia asiática este ano. O fórum, que termina na sexta-feira, tem uma agenda focada em temas económicos, financeiros e na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”

 

Começou ontem, na ilha de Hainão, no sul da China, a edição deste ano do Fórum Boao, dedicada a debater assuntos económicos a nível global, o fomento de cooperação ao nível da iniciativa criada por Pequim, “Uma Faixa, Uma Rota” ou mesmo a presença da inteligência artificial em cada vez mais áreas de actividade, nomeadamente a economia e as finanças.

No dia de arranque do Fórum Boao, tido como o “Davos asiático”, foi divulgado o relatório anual das perspectivas económicas e progressos da integração da Ásia. As conclusões apontam para o crescimento da economia do continente em 4,5 por cento este ano, fazendo com que continue a ser o “maior contribuinte para o crescimento económico mundial”.

Apontando a existência de “vários desafios externos”, o documento ressalva que a economia asiática vai manter “uma taxa de crescimento relativamente elevada” graças ao consumo e a políticas fiscais pró-activas.

A organização do evento perspectiva que o leste asiático deve registar um crescimento anual de 4,3 por cento, o sul da Ásia 5,8 por cento, a Ásia Central 4,3 por cento e a Ásia Ocidental 3,5 por cento. “Em termos de paridade de poder de compra, a quota das economias asiáticas no PIB [Produto Interno Bruto] global aumentará de 48,5 para 49 por cento em 2024”, é acrescentado no relatório que deu o pontapé de partida da iniciativa.

Problemas com o emprego

Embora seja estimado que as economias asiáticas invertam a tendência negativa em termos de comércio e investimento, graças a factores como a integração regional, também é realçada uma perspectiva “não particularmente optimista” para o emprego.

O relatório referiu que o “fraco” crescimento do emprego nas regiões do Leste e do Sul da Ásia significará que a taxa global de crescimento a nível continental será inferior à média mundial.

O crescimento do rendimento “continua a enfrentar uma pressão significativa”, especialmente devido à situação no leste asiático, onde o número de horas trabalhadas continuará a ser 1,4 por cento inferior ao de 2019.

Esta situação, aliada a factores como o fraco crescimento da produtividade, torna “difícil alcançar um crescimento significativo dos níveis de rendimento na Ásia”, com algumas áreas a registarem mesmo declínios, embora as pressões inflaccionistas “diminuam ainda mais” este ano.

Uma agenda cheia

Segundo a agência Lusa, o Fórum realiza-se numa altura em que a China regista uma quebra no investimento e de transacções comerciais com o exterior. Assim sendo, a conferência deste amo vai incluir painéis de discussão e mesas redondas com directores executivos e representantes de multinacionais, segundo a agenda divulgada na página ‘online’ oficial do evento.

O tema da conferência deste ano é “Ásia e o Mundo: Desafios Comuns, Responsabilidades Partilhadas”. Os painéis vão abranger temáticas como o investimento na Ásia, o aprofundamento da cooperação financeira asiática e os esforços para transformar a Ásia num centro de crescimento da economia mundial.

Os tópicos vão centrar-se no aumento da confiança dos investidores, a melhoria do ecossistema de investimento, o aumento da atractividade para investimento estrangeiro, o avanço da cooperação financeira na Ásia a fim de impulsionar a economia real, e o reforço da cooperação industrial e das cadeias de abastecimento entre as nações asiáticas, segundo a informação fornecida pela organização do fórum.

A agenda do evento prevê também discussões sobre inteligência artificial, o futuro dos veículos eléctricos e a cooperação no âmbito da Iniciativa Faixa e Rota, o gigantesco projecto de infraestruturas que se tornou parte central da política externa da China.

O jornal China Daily ouviu vários especialistas que apontaram que os painéis e debates do Fórum vão centrar-se sobretudo nos desafios mundiais, numa altura em que há dois conflitos na Europa e Médio Oriente, nomeadamente Ucrânia-Rússia e na Faixa de Gaza.

Zafar Uddin Mahmood, conselheiro político e secretário-geral do Fórum, declarou ao jornal estatal que “a ideia de trabalhar para ‘uma comunidade de futuro partilhado para a humanidade’ através das iniciativas de Segurança Global, Desenvolvimento e Civilização é um caminho a seguir para enfrentar os desafios que o mundo enfrenta actualmente”.

Por sua vez, Atul Dalakoti, director-executivo da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia, frisou a necessidade de paz mundial, uma vez que “no mundo existem ainda quatro a cinco mil milhões de pessoas que precisam de ter muito melhores empregos, uma vida muito melhor, fundamentos económicos muito melhores… A única forma de crescer é ter paz”. Atul acrescentou ainda que “a ideia de desenvolvimento comum apresentada pelo Presidente Xi Jinping é o caminho a seguir”.

Numa altura em que a Índia se prepara novamente para ir a eleições, Dalakoti disse ainda ao China Daily que o país “tem trabalhado em estreita colaboração com a Ucrânia e com a Rússia para ver se existe uma possível hipótese de alcançar a paz”.

Carl Fey, professor de estratégia na BI Norwegian Business School e um dos académicos que marcará presença em Hainão, falou dos dois conflitos na Ucrânia e em Gaza, que opõe israelitas e as forças do Hamas. “Existem muitas possibilidades para uma maior colaboração e isso é muito necessário”, defendeu.

A aposta nos eléctricos

A ilha de Hainão anunciou em 2022 um plano para proibir a venda de todos os veículos movidos a combustível até 2030, tornando-se a primeira província da China a anunciar uma medida deste género.

Dois em cada cinco veículos vendidos na China são eléctricos, representando estas vendas 60 por cento do total mundial. De acordo com estimativas do banco suíço UBS, até 2030, três em cada cinco veículos novos vendidos na China serão alimentados por baterias e não por combustíveis fósseis.

A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas.

Ainda no evento, estão previstas palestras sobre a fragmentação no comércio global, as perspectivas geopolíticas e económicas globais, a chamada “Iniciativa de Segurança Global” na abordagem dos desafios de segurança e promoção da paz mundial, e a superação de obstáculos políticos para enfrentar a crise climática global.

Proposta pelo Presidente chinês, Xi Jinping, a “Iniciativa de Segurança Global” visa construir uma “arquitectura global e regional de segurança equilibrada, eficaz e sustentável”, ao “abandonar as teorias de segurança geopolíticas ocidentais”. Em particular, a proposta chinesa opõe-se ao uso de sanções no cenário internacional.

A conferência decorre num período em que a China tenta injectar um novo ímpeto nas suas relações com o exterior, abaladas pelo encerramento das fronteiras, durante a pandemia da covid-19, e tensões regionais, incluindo com o Japão e os países do sudeste asiático. O deteriorar dos laços com os Estados Unidos e a Europa é outro aspecto que marca o momento político chinês.

A China registou no ano passado o menor volume anual de Investimento Estrangeiro Directo (IED) desde a década de 1990, numa altura em que os países ocidentais apostam numa estratégia de redução de dependências económicas e comerciais face ao país.

Apesar deste cenário menos positivo, a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, declarou, no Fórum de Desenvolvimento da China, que decorreu domingo, que a China vai continuar a ser um contribuidor central para o crescimento da economia a nível mundial, com mais de três por cento tanto este ano como no próximo, noticiou o Diário do Povo online.

Desde 2002 que o Fórum Boao se realiza em Hainão, na cidade de Bo’ao, sendo encarado como a resposta asiática ao Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça, centrando-se mais no posicionamento económico chinês e de outras economias vizinhas. Paralelamente a este fórum, Pequim organiza ainda o “Invest China”, com o objectivo de atrair investimento estrangeiro.

27 Mar 2024

Israel: Autoridade Palestiniana e Hamas saúdam resolução de cessar-fogo da ONU

A Autoridade Palestiniana e o movimento islamita Hamas saudaram hoje a aprovação, no Conselho de Segurança da ONU, de uma resolução de cessar-fogo na Faixa de Gaza e pediram maior pressão sobre Israel para que a aplique “imediatamente”.

Numa reação citada no diário Filastin, um dos mais importantes diários árabes no Médio Oriente, o Hamas, congratulando-se com a resolução aprovada com 14 votos a favor e uma abstenção (Estados Unidos), exigiu que Israel seja pressionado a respeitar a medida, que surge depois de mais de 32.300 pessoas terem sido mortas em ataques israelitas no enclave palestiniano.

“Congratulamo-nos com o apelo do Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo imediato em Gaza. Sublinhamos a necessidade de um cessar-fogo permanente que conduza à retirada de todas as forças sionistas e ao regresso dos deslocados”, declarou o Hamas, segundo o diário Filastin. “Apelamos ao Conselho de Segurança para que pressione a ocupação [israelita] a aderir ao cessar-fogo e a pôr termo à guerra de genocídio e de limpeza étnica contra o nosso povo”, declarou o movimento islamita.

O Hamas manifestou igualmente disponibilidade para participar num processo “imediato” de troca de “prisioneiros”, sublinhando simultaneamente a necessidade de liberdade de circulação no enclave palestiniano para a distribuição adequada da ajuda humanitária.

Por fim, o Hamas agradeceu à Argélia, país impulsionador desta última resolução, pelos seus esforços, bem como aos outros países do Conselho de Segurança que têm trabalhado para “travar a agressão sionista e o genocídio”. Em Ramallah, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana também se congratulou com a aprovação da resolução e apelou à sua aplicação imediata e à adoção de medidas práticas e “consequências” para obrigar Israel a cumpri-la.

Num comunicado, o Governo palestiniano sublinhou o “consenso internacional” alcançado, mas apelou aos Estados membros do Conselho de Segurança para que “tomem medidas” e assumam as suas “responsabilidades legais e históricas” para “implementar imediatamente a decisão” e “parar a guerra de genocídio”.

O apelo a um cessar-fogo é “um passo na direção certa”, mas exige “uma paragem completa e sustentável da agressão” e a retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza, a entrada de ajuda humanitária e o regresso das pessoas deslocadas, prosseguiram as autoridades palestinianas na mesma nota informativa.

A resolução aprovada “exige um cessar-fogo imediato para o mês do Ramadão, respeitado por todas as partes, levando a um cessar-fogo duradouro e sustentável”. O Ramadão, o mês sagrado dos muçulmanos, começou em 10 de março e termina em 09 de abril, o que significa que a exigência de cessar-fogo abrange duas semanas.

A Autoridade Palestiniana apelou também ao Conselho de Segurança da ONU para que “assuma a responsabilidade de proteger os civis e o povo palestiniano” do “crime de genocídio que Israel tem vindo a cometer deliberadamente desde 07 de outubro”. O comunicado menciona especificamente os países que pressionaram a resolução e destaca o apoio dos membros permanentes (e com poder de veto) do Conselho de Segurança, como foi o caso da Rússia, França e China.

Este é o primeiro texto a obter consenso no Conselho de Segurança, após três vetos anteriores dos Estados Unidos (também membro permanente), que se abstiveram nesta ocasião, posição fortemente contestada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que decidiu cancelar a viagem a Washington de uma delegação de alto nível do seu executivo.

Na passada sexta-feira, a Rússia e a China utilizaram os seus vetos para rejeitar uma resolução apresentada pelos Estados Unidos, considerando-a insuficiente para pôr termo às hostilidades na Faixa de Gaza.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

26 Mar 2024

Mais de 20.000 jardins-de-infância fechados na China

Mais de 20.000 jardins-de-infância fecharam na China nos últimos dois anos, ilustrando o impacto da queda na taxa de natalidade, apesar das medidas governamentais para aumentar a oferta de lugares e incentivar os nascimentos.

A China tinha 274.400 jardins-de-infância em 2023, face a 289.200, no ano anterior, e 294.800, em 2021, indicou ontem o portal de notícias económicas Yicai, com base em dados do Ministério da Educação chinês. O encerramento de jardins-de-infância está concentrado nas zonas rurais e nas regiões com baixa densidade populacional, enquanto os jardins-de-infância públicos urbanos foram menos afectados.

Os peritos citados pela imprensa local alertaram para um efeito de dominó no sistema educativo chinês devido à diminuição do número de crianças nos jardins-de-infância. Os analistas preveem uma diminuição do número de escolas primárias e secundárias necessárias no futuro.

No que respeita às escolas primárias, o número poderá descer para 92.800, em 2035, em comparação com 144.200, em 2020, enquanto a oferta de escolas secundárias também sofrerá uma redução de cerca de 3.800.

A redução do número de estudantes no país asiático vai também gerar um excedente de professores, especialmente no ensino primário, o que exigirá ajustamentos no planeamento educativo. Esta tendência contrasta com as medidas do governo central para aumentar a oferta de lugares nos jardins-de-infância.

Contra o declínio

O vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde, Li Bin, afirmou no início de Março que mais de 5 mil milhões de yuan tinham sido reservados para apoiar a abertura de jardins-de-infância a preços acessíveis, desde 2022. A China quer aumentar o número de lugares nos jardins-de-infância por cada 1.000 habitantes, que actualmente é de 3,36, para 4,5, até 2025.

As medidas para aumentar a taxa de natalidade incluem também o alargamento da licença de maternidade para, pelo menos, 158 dias em muitas regiões, o aumento do limiar das deduções fiscais para a guarda de crianças com menos de três anos para 2.000 yuan por mês e a possível inclusão de uma lei sobre serviços de guarda de crianças nos planos legislativos.

A China registou um declínio da sua população em 2022 e 2023, as primeiras contracções desde 1961, quando o número de habitantes diminuiu devido ao fracasso da política de industrialização do Grande Salto em Frente e à fome que se seguiu.

O país foi ultrapassado no ano passado pela Índia como a nação mais populosa do mundo. Durante o 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, em 2022, o partido no poder sublinhou que o país precisa de um sistema que “aumente as taxas de natalidade e reduza os custos da gravidez, do parto, da escolaridade e da parentalidade”.

26 Mar 2024

FRC | “Elementos Geográficos”, de Benson Lam inaugurada hoje

É hoje inaugurada oficialmente, a partir das 18h30, a exposição “Elementos Geométricos”, da autoria de Benson Lam, que desde o dia 19 pode ser visitada na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC). Trata-se de uma mostra de ilustração digital do artista local que já expôs na FRC, nomeadamente em nome próprio com a exposição “Divine Beasts”, em 2020, ou integrando a mostra colectiva do “10.º Aniversário da Fundação Rui Cunha” em 2022.

Desta vez, em “Elementos Geométricos”, o artista reúne um conjunto de 25 ilustrações digitais e modelagem em papel 3D [três dimensões], que representam temas como a paisagem da cidade, a cultura urbana, a remixagem intercultural, a personalidade mítica, a religião, o surrealismo e os animais de estimação.

“Esta é uma série de ilustrações inspiradas em elementos geométricos. As obras são apresentadas com diferentes estilos de combinação geométrica, seja em formas triangulares de alta ou de baixa densidade”, refere o manifesto do artista.

Frisa-se também que “padrões geométricos são usados em algumas das obras, dando uma impressão muito colorida às obras de ilustração criadas”. Além disso, uma das obras é feitas com escultura geométrica em papel, demonstrando assim que estas composições podem ser realizadas em formato 3D”, uma técnica cada vez mais utilizada na arte da decoração e em criações ornamentais, uma das especialidades do artista.

Benson Lam nasceu em Macau, mas trabalhou muitos anos no exterior, fazendo carreira por Hong Kong, Milão, Madrid, Barcelona, Lisboa, Londres, Nova York e a China Continental. Como fotógrafo e professor de design, é especializado em design de espaços comerciais e é profissional de escaparatismo criativo para reputadas marcas. A mostra estará patente até ao próximo dia 6 de Abril.

26 Mar 2024

Taiwan | Antigo líder Ma Ying-jeou desloca-se a Pequim em Abril

O antigo líder de Taiwan Ma Ying-jeou (2008-2016) vai visitar novamente a China continental, no início de Abril, numa deslocação que vai incluir uma paragem em Pequim, foi ontem anunciado.

Numa declaração à imprensa, o director executivo da Fundação Ma Ying-jeou, Hsiao Hsu-tsen, disse que o antigo líder do Partido Kuomintang (KMT), agora na oposição, vai acompanhar um grupo de estudantes numa deslocação à China entre 1 e 11 de Abril, na segunda viagem ao continente desde que deixou o cargo.

O itinerário de Ma inclui actividades em Pequim e nas províncias de Cantão e Shaanxi, disse Hsiao, esclarecendo que os possíveis encontros do antigo líder de Taiwan com figuras políticas na China vão depender da vontade dos anfitriões.

O Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da China deu “boas-vindas” à visita de Ma. O porta-voz do Gabinete, Chen Binhua, manifestou “esperança de que os compatriotas de ambos os lados do estreito de Taiwan promovam o rico património cultural da China”, descrevendo a viagem como “uma oportunidade” para “reforçar a compreensão mútua e a ligação espiritual entre os jovens de ambos os lados do estreito” e “contribuir para o desenvolvimento pacífico das relações”.

Chen referiu que a delegação liderada por Ma vai participar no Dia do Finados, no qual os chineses prestam homenagem a entes queridos falecidos, numa cerimónia em honra do imperador Amarelo, considerado um dos pioneiros da civilização chinesa.

Ma, que se tornou o primeiro líder de Taiwan a visitar a República Popular da China em Março do ano passado, pediu um maior intercâmbio entre estudantes chineses e taiwaneses durante a anterior visita, por “partilharem a mesma cultura e identidade étnica”.

26 Mar 2024

Mar do Sul | Protestos de Pequim e Manila após novo incidente

China e Filipinas disseram ontem ter apresentado protestos em simultâneo junto dos dois Governos, depois de um novo incidente no mar do Sul da China, onde Pequim e Manila mantêm reivindicações territoriais.

As Filipinas disseram ter convocado um diplomata da embaixada chinesa em Manila, na sequência de “acções beligerantes” da guarda costeira chinesa e de um navio chinês perto de um recife no mar do Sul da China.

Manila expressou “forte protesto contra as acções agressivas levadas a cabo no sábado pela guarda costeira chinesa e pela milícia marítima” contra um navio de abastecimento filipino ao largo do atol Tomás Segundo, um recife disputado naquelas águas.

De acordo com as Filipinas, a guarda costeira chinesa bloqueou um navio de abastecimento e danificou-o com canhões de água, ferindo três soldados. A guarda costeira chinesa descreveu as manobras como “regulação, intercepção e expulsão legítimas” de um navio estrangeiro que “tentou entrar em águas chinesas pela força”.

Também a embaixada da China em Manila afirmou ter enviado também um “protesto solene” às Filipinas na sequência do incidente.

“No dia 23 de Março, as Filipinas violaram os próprios compromissos, ignoraram a firme oposição e os avisos prévios da China e insistiram em enviar um navio de abastecimento e dois navios da guarda costeira para entrar arbitrariamente nas águas perto do recife Ren’ai, nas ilhas Nansha da China”, afirmou a embaixada, em comunicado, utilizando o nome chinês para o atol.

26 Mar 2024

Israel | Pequim apoia nova proposta para cessar-fogo em Gaza

A nova proposta para um cessar-fogo humanitário imediato durante o mês do Ramadão foi elaborada por oito dos dez membros não permanentes do Conselho de Segurança, Argélia, Malta, Moçambique, Guiana, Eslovénia, Serra Leoa, Suíça e Equador

 

A China anunciou ontem o seu apoio a um novo projecto de resolução no Conselho de Segurança da ONU que apela ao cessar-fogo imediato em Gaza, alguns dias após ter vetado uma proposta dos Estados Unidos. “A China apoia este projecto de resolução e felicita a Argélia e os outros países árabes pelo seu trabalho árduo nesta matéria”, afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático.

“Esperamos que o Conselho de Segurança o aprove o mais rapidamente possível e envie um sinal forte para a cessação das hostilidades”, acrescentou. A votação, que estava prevista para sábado, foi adiada para ontem, numa tentativa de evitar novo fracasso.

Na sexta-feira, a Rússia e a China vetaram um projecto de resolução dos Estados Unidos que sublinhava a “necessidade” de um “cessar-fogo imediato” em Gaza, no âmbito das negociações para a libertação dos reféns capturados durante o ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, a 7 de Outubro, em que morreram cerca de 1.200 pessoas e foram raptadas mais de duas centenas.

Alguns observadores viram nisto uma mudança substancial na posição de Washington, que está sob pressão para limitar o seu apoio a Israel. Até então, os Estados Unidos tinham-se oposto sistematicamente ao termo “cessar-fogo” nas resoluções da ONU, tendo bloqueado três textos desse tipo.

Mas a proposta norte-americana não apelava explicitamente a um cessar-fogo imediato, utilizando uma redação considerada ambígua pelos países árabes, pela China e pela Rússia, que denunciaram o “espetáculo hipócrita” dos Estados Unidos enquanto Gaza é “virtualmente varrida do mapa”.

“Se os Estados Unidos estão a falar a sério sobre um cessar-fogo, então votem a favor do outro projecto”, disse o embaixador chinês na ONU, Jun Zhang.

Munição política

Oito dos dez membros não permanentes do Conselho de Segurança (Argélia, Malta, Moçambique, Guiana, Eslovénia, Serra Leoa, Suíça e Equador) elaboraram um novo projecto de resolução, cuja votação era desconhecida à hora do fecho desta edição.

A última versão, apoiada pelo grupo árabe, “exige um cessar-fogo humanitário imediato durante o mês do Ramadão (…), que conduza a um cessar-fogo duradouro”, enquanto a ofensiva israelita em Gaza já causou mais de 32.000 mortos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

No projecto de texto apela-se também à libertação incondicional dos reféns e à eliminação de “todos os obstáculos” à ajuda humanitária. “Este projecto de texto adopta uma posição clara, exigindo um cessar-fogo e a extensão da ajuda humanitária à Faixa de Gaza, o que corresponde à orientação correcta das acções do Conselho de Segurança”, afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa.

“Actualmente, o conflito em Gaza está a arrastar-se e a provocar uma crise humanitária, pelo que a comunidade internacional espera que o Conselho de Segurança cumpra os seus deveres na prática e de forma abrangente”, acrescentou.

26 Mar 2024

Habitação intermédia | Candidaturas de pessoas casadas são prioritárias

Foram ontem publicados os critérios de pontuação das candidaturas para a habitação intermédia, também designada como habitação para a classe sanduíche. Segundo o despacho assinado pelo Chefe do Executivo, publicado no Boletim Oficial, de um total de 100 pontos, os candidatos que incluam no seu agregado familiar uma pessoa com quem tenham casado têm 80 pontos, enquanto uniões de facto têm 20 pontos, ou seja, bastantes menos hipóteses de conseguir uma casa nesta modalidade.

Candidatos com um filho no agregado familiar também são classificados com 80 pontos, por cada filho, enquanto que o candidato que concorra com um pai ou mãe no agregado recebe 60 pontos. A proporção de residentes permanentes no agregado do candidato também tem influência na pontuação.

A lei da habitação intermédia, que entra em vigor a 1 de Abril, prevê o cancelamento da candidatura caso o candidato morra, ou desista da casa na sequência de um divórcio. Porém, se um familiar quiser tomar a posição de candidato à compra da casa, pode fazê-lo desde que cumpra os requisitos.

26 Mar 2024

Imigração ilegal | Detidas 14 pessoas que queriam jogar nos casinos

As autoridades de Macau e do Interior da China detiveram no sábado 14 pessoas por suspeitas de imigração ilegal, das quais seis pertenciam a um alegado grupo criminoso e oito eram imigrantes. Segundo o jornal Ou Mun, o caso aconteceu na madrugada de sábado, tendo os suspeitos sido descobertos pelos agentes dos Serviços de Alfândega de Macau quando estes tentavam passar as cercas colocadas junto à ilha artificial do Posto Fronteiriço de Macau da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau para tentar entrar em Macau. Apesar dos agentes terem conseguido interceptar cinco pessoas que tentavam entrar no território, outras três conseguiram escapar.

A Polícia Judiciária (PJ) local conseguiu, mais tarde, identificar quatro membros do grupo que operava este esquema de imigração ilegal, tendo apanhado os fugitivos junto ao Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e na Taipa.

Por sua vez, a polícia do Interior da China deteve ainda mais dois membros do grupo em Zhuhai, que tinham a responsabilidade de guiar as pessoas que tentavam entrar em Macau ilegalmente. Os detidos acabaram por confessar que pretendiam entrar no território apenas para jogar nos casinos. As autoridades procuram ainda o líder do grupo.

26 Mar 2024

MIECF | “Dia Verde do Público” com autocarros eléctricos

Com o Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau 2024 (MIECF), a começar na próxima quinta-feira, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental anunciou ontem que o “Dia Verde do Público”, marcado para o último dia do evento (sábado) terá novamente entrada grátis.

O Governo sugere a visita à “exposição verde e para conhecer os produtos ambientais e as informações mais recentes sobre a protecção ambiental, provenientes de diferentes indústrias do Interior da China e do exterior, inspirando ideias inovadoras sobre a protecção ambiental”.

Serão também disponibilizadas quatro carreiras de autocarros eléctricos para transporte entre a zona central, zona norte, Taipa e o recinto do MIECF, no Cotai Expo Hall A do Venetian. Apesar de o tema da sustentabilidade e ambiente, o evento decorre no resort de uma concessionária de jogo, indústria que queima todos os dias mais de cinco toneladas de cartas de jogo usadas nas mesas dos casinos, segundo a Associação para a Protecção Ambiental Industrial.

26 Mar 2024

Coloane | Governo quer aterrar área que estudo sugeriu proteger

O plano do Governo de construção da chamada “Ilha Ecológica” contraria as conclusões de um estudo de 2016, da Universidade Sun Yat-Sen, e vai permitir aterrar uma área marítima tida como crucial para a sobrevivência dos golfinhos chineses

 

O estudo que tem sido utilizado pelo Governo para justificar a construção de um aterro-lixeira a sul das praias de Coloane defende que a área marítima a aterrar deve ser protegida, para preservar os golfinhos chineses. As conclusões do trabalho elaborado pela Universidade Sun Yat-Sen, em 2016, a pedido do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), foram reveladas pelo Canal Macau da TDM, no domingo à noite.

De acordo com a informação divulgada pela emissora, a área do aterro-lixeira de materiais de construção, que o Governo denominou de “Ilha Ecológica”, vai sobrepor-se à área que a instituição do Interior tinha considerado importante proteger.

“A zona marítima sob gestão da RAEM é a única zona de sobreposição entre dois habitats cruciais das comunidades [de golfinhos] que residem no canal Lingding e na Zona Madaomen. […] Por isso, é a zona marítima mais importante para garantir a integridade dos golfinhos brancos chineses no estuário do Rio das Pérolas”, consta nas conclusões do trabalho citado pelo Canal Macau.

No documento é explicado que ao longo dos anos o espaço para os golfinhos no estuário do Rio das Pérolas foi diminuindo, o que à sua migração para a zona costeira de Macau. Face a este desenvolvimento, as conclusões sublinham que “todas as águas administradas por Macau são cruciais para a sobrevivência dos golfinhos”.

As águas locais são igualmente um ponto onde os golfinhos tendem a surgir, mesmo que tal aconteça em menor número do que aquilo que acontecia no passado. “As águas administradas por Macau são um habitat muito importante para os golfinhos. Mesmo que a taxa de utilização desta zona tenha diminuído nos últimos anos, há um padrão regular de surgimento dos golfinhos. Por isso, podemos ver que a área marítima administrada por Macau tem um valor ecológico importante para estes animais”, é vincado.

O estudo ressalva que a zona marítima de Macau é crucial para a sobrevivência dos golfinhos chineses e sugere que a área protegida das águas territoriais da RAEM atinja mais de 30 quilómetros quadrados.

Apesar desta recomendação, feita em 2016, as áreas consideras protegidas pelo Executivo de Ho Iat Seng são apenas 3 por cento dos 85 quilómetros quadrados das águas marítimas, o que representa cerca de 2,55 quilómetros quadrados.

A versão oficial

Apesar das conclusões do estudo, o Governo tem considerado que o aterro-lixeira não vai ter impacto na vida e no ambiente marítimo local, e que os golfinhos chineses que habitam as águas de Macau não serão afectados.

Anteriormente, a DSPA justificou a posição de construir o aterro-lixeira à frente das praias com o facto de os golfinhos se reunirem sobretudo a sul do aeroporto.

Segundo as conclusões do estudo, os animais concentram-se mais a sul do aeroporto, como indicado pelas autoridades, porque procuram alimentação. A DSPA defende também que a futura lixeira ocupa apenas 0,2 por cento das áreas usadas pelos golfinhos chineses.

26 Mar 2024

Hong Kong | Nova lei de segurança nacional em vigor

A nova lei de segurança nacional de Hong Kong, que prevê penas de prisão perpétua por traição ou insurreição, entrou em vigor no sábado.

A nova legislação, que complementa a lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020 após as grandes manifestações do ano anterior, foi aprovada pelo parlamento da região autónoma chinesa na terça-feira, por unanimidade.

São acrescentadas várias categorias de infracções em relação ao texto de 2020: a traição, a insurreição, a espionagem e o roubo de segredos de Estado, a sabotagem que põe em perigo a segurança nacional e a “interferência externa”.

25 Mar 2024

Ministro britânico lança dúvidas sobre versão russa do atentado

O ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt, lançou ontem dúvidas sobre a versão de Vladimir Putin após o ataque a uma sala de espectáculos nos arredores de Moscovo, afirmando ter “muito pouca confiança” no que diz o governo russo.

Num discurso televisivo, no sábado, Vladimir Putin prometeu “punir” os responsáveis pelo ataque na sexta-feira à noite, que resultou na morte de pelo menos 133 pessoas, referindo que os responsáveis tinham sido detidos a caminho da Ucrânia, não fazendo referência à revindicação do ataque pelo Estado Islâmico (EI).

“Qualquer perda de vidas civis é completamente horrível, mesmo que aconteça em países cuja governação desaprovamos fortemente, e só podemos esperar que os actores sejam apanhados”, disse Jeremy Hunt na Sky News. Mas questionado sobre as explicações avançadas por Moscovo, o ministro britânico disse ter “muito pouca confiança no que diz o governo russo”.

“Sabemos que está a criar uma cortina de fumo de propaganda para defender uma invasão totalmente diabólica da Ucrânia”, acrescentou, citado pela AFP. “Tomo o que o governo diz com muita precaução […] depois do que vimos da parte deles nestes últimos anos”, disse ainda o ministro britânico.

Luto nacional

A Rússia cumpriu ontem um dia de luto nacional na sequência do ataque ocorrido na sexta-feira à noite e que é já o mais mortífero em solo europeu reivindicado pelo EI.

De acordo com os investigadores, os atacantes entraram de rompante na sala de espectáculos Crocus City Hall antes de abrirem fogo, com armas automáticas, sobre a multidão e atearem um incêndio.

Líderes mundiais, entre os quais, Xi Jinping, enviaram mensagens de condolências a Vladimir Putin. De acordo com a imprensa chinesa, na carta, Xi disse estar “chocado” com o ocorrido e expressou as suas “profundas condolências” às vítimas e suas famílias, bem como a sua “sincera solidariedade” com os feridos. O líder chinês sublinhou que o seu país se opõe a qualquer forma de terrorismo, condena firmemente os ataques terroristas e apoia os esforços do Governo russo para manter a segurança e a estabilidade nacionais. O ataque em Moscovo, reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico, tornou-se um dos cinco temas mais comentados da rede social Weibo.

25 Mar 2024

Curtas | Primeira edição de festival traz mais de 50 filmes

Abriu oficialmente ao público, no sábado, a primeira edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, um evento organizado pelo Instituto Cultural (IC) e pela operadora de jogo Galaxy. Desta forma, até sábado, 30, serão apresentadas mais de 50 curtas e longas-metragens produzidas local e internacionalmente. O programa inclui também workshops temáticos e diversas palestras com grandes figuras do mundo do cinema.

O festival está dividido em quatro secções: “Curtas de Macau”, “Novas Vozes do Horizonte”, “Director em Foco” e “Exibições Especiais”. As exibições decorrem nos cinemas Galaxy e na Cinemateca Paixão, sendo que na sexta-feira serão entregues os prémios para os melhores filmes no Centro Internacional de Convenções Galaxy. Nesta competição haverá dez “Curtas de Macau” a concorrerem ao “Prémio Macau”, enquanto 26 filmes internacionais concorrem na secção “Novas Vozes do Horizonte”, para quatro prémios: “Melhor Curta-Metragem”, “Melhor Realizador”, “Melhor Contribuição Técnica” e “Narrativa Inovadora”.

Na secção “Director em Foco” a organização apostou no conceituado realizador japonês Shunji Iwai, que estará em Macau para “trocar e partilhar as suas experiências criativas com o público”.

Por sua vez, na sessão ” Exibições Especiais” o actor de Hong Kong Will Or e a realizadora do filme “Fly Me To The Moon”, Sasha Chuk Tsz-yin, estarão à conversa com o público a seguir à exibição do filme. Destaque também para a realização do workshop “A Arte e a Estratégia da criação de Curtas-Metragens”, apresentado em conjunto pelo realizador do filme “Stonewalling”, galardoado com o Golden Horse Awards.

Os bilhetes para o festival já se encontram à venda, com um valor de 60 patacas e desconto de 50 por cento para idosos e estudantes. A inscrição nas actividades paralelas à exibição dos filmes pode ser feita no website oficial do festival.

25 Mar 2024

Filipinas | Pequim adverte Manila para pôr fim a “infracções e provocações”

Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China advertiu as Filipinas de que deverão por fim de imediato “às infrações e provocações e abster-se de minar a paz e a estabilidade”, no mar da China meridional. O aviso surge após o último incidente, no sábado, em que uma patrulha da Guarda Costeira da China disparou canhões de água contra um barco filipino.

“Apesar da forte oposição da China, as Filipinas enviaram um barco de abastecimento e dois barcos da Guarda Costeira a 23 de Março, sem permissão do Governo chinês, para invadirem as águas adjacentes de Ren’ai Jiao do Nansha Qundao da China, numa tentativa de enviar materiais de construção ao navio militar encalhado ilegalmente em Ren’ai Jiao, para reparação e reforço”, declarou o porta-voz, citado pela agência Xinhua.

A mesma fonte defendeu que a Guarda Costeira da China tomou “as medidas necessárias no mar para salvaguardar direitos, bloqueou firmemente os barcos filipinos e frustrou a tentativa das Filipinas” e acrescentou que Nansha Qundao e as águas adjacentes, incluindo Ren’ai Jiao, “sempre foram território da China”.

“Isto está estabelecido no largo curso da história e cumpre com o direito internacional”, advogou.

“Se as Filipinas insistirem em seguir o seu próprio caminho, a China continuará a adoptar medidas decididas para salvaguardar a soberania territorial e os seus direitos e interesses marítimos. As Filipinas devem estar preparadas para suportarem todas as consequências”, insistiu.

25 Mar 2024

Economia | PM chinês promete maior abertura a líderes empresariais

Li Qiang manifestou o desejo de uma cooperação global com menos barreiras na abertura do Fórum de Desenvolvimento da China, que reúne em Pequim 400 líderes de grandes empresas e organizações internacionais

 

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, garantiu ontem que implementará medidas para eliminar as barreiras que as empresas estrangeiras enfrentam, sustentando que “uma China mais aberta trará ao mundo mais oportunidades de cooperação para benefício mútuo”.

Num discurso na sessão de abertura do Fórum de Desenvolvimento da China, que reunirá durante dois dias em Pequim 400 líderes de grandes empresas e organizações internacionais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, bem como académicos, funcionários e especialistas, Li destacou o potencial para atrair investimento estrangeiro.

O líder chinês destacou sectores como o desenvolvimento urbano, a “economia verde” e a modernização industrial e insistiu que o Governo de Pequim criará maiores oportunidades para o capital estrangeiro através de políticas macroeconómicas.

O executivo presidido por Xi Jinping já afirmou que está a estudar “cuidadosamente” alguns dos problemas de que as empresas estrangeiras que operam na China têm repetidamente reclamado, como as barreiras de acesso ao mercado ou o fluxo transfronteiriço de informação e dados.

Ontem, Li garantiu que Pequim melhorará a eficiência dos serviços governamentais e procurará proteger os direitos e interesses de todos os tipos de empresas.

“A economia chinesa está hoje mais integrada do que nunca com a economia mundial”, disse o primeiro-ministro, que enfatizou a “calorosa recepção” do seu país às “empresas de todo o mundo que investem na China e abraçam as grandes oportunidades”.

O Fórum de Desenvolvimento da China é um dos poucos cenários em que dirigentes de empresas estrangeiras podem ter contacto directo com as lideranças do país asiático e realiza-se este ano num contexto de desaceleração da segunda maior economia do mundo, que ainda não recuperou na taxa esperada das consequências de permanecer totalmente fechada por três anos devido à pandemia.

Ao alcance

A China estabeleceu uma meta de crescimento de cerca de 5 por cento para 2024, o mesmo objectivo do ano passado, embora muitos analistas tenham questionado se Pequim atingirá este valor sem implementar medidas de estímulo adicionais que não estão actualmente planeadas.

Li considerou ontem que a economia chinesa começou com boas perspectivas este ano, citando aspectos como os lucros industriais, o consumo de energia e os dados mais recentes sobre transporte de mercadorias e viagens. O dirigente reconheceu, ainda, a necessidade de impulsionar o emprego, melhorar os salários e prevenir riscos.

Segundo o primeiro-ministro, a economia do seu país tem “grande resiliência, potencial e vitalidade, e os alicerces que permitiram o seu crescimento sustentado a longo prazo não mudaram”. “Queremos proporcionar maior certeza e energia positiva para a recuperação e estabilidade económica global”, acrescentou.

Entre os líderes empresariais presentes no fórum este ano estão o CEO da Apple, Tim Cook, e os dos fabricantes de chips norte-americanos Qualcomm e Micron.

No âmbito deste evento, o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, reuniu-se com Cook e representantes de diversas empresas tecnológicas, financeiras e farmacêuticas. Somaram-se reuniões com os presidentes ou diretores-gerais da Visa, Broadcom, Mercedes Benz e Hewlett Packard.

25 Mar 2024

Crime | Quatro detidos por roubar 500 mil HKD

Um indivíduo suspeito de fazer câmbio ilegal em casinos foi assaltado num quarto de hotel no Cotai por quatro homens, oriundos do Interior da China, que lhe terão roubado 500 mil dólares de Hong Kong (HKD).

Segundo o jornal Ou Mun, o caso aconteceu na sexta-feira, depois da Polícia Judiciária ter recebido a denúncia da vítima, que afirmou ter recebido através de uma rede social um pedido para trocar a quantia roubada. Depois de entrar no quarto de hotel indicado, a vítima, residente de Hong Kong, entregou o dinheiro a dois dos suspeitos para que contassem o montante.

De repente, o homem foi atacado por uma arma de descarga eléctrica, também designado como taser, e perdeu a consciência. Quando recuperou os sentidos, a vítima reparou que estava amarrada e demorou quase três horas a libertar-se e a denunciar o caso.

Os suspeitos, que se separaram após atravessarem a fronteira, acabaram por ser detidos em Zhuhai, Guangzhou e Dongguan. A PJ referiu que os suspeitos negaram às autoridades do Interior da China ter praticado qualquer tipo de crime, e que continuam as buscas para encontrar o dinheiro roubado.

25 Mar 2024

Número de utilizadores de Internet em Macau subiu para 92,8 por cento

No ano passado, o número de utilizadores de internet em Macau foi de 597.300, mais 26.700 pessoas, em relação a 2022, o que representa um crescimento de 4,7 por cento, de acordo Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Segundo a informação oficial, a taxa de penetração de internet no território foi de 92,8 por cento, o que mostra um crescimento 2,8 pontos percentuais. Em comparação com 2022, a taxa de penetração subiu nos grupos etários de pessoas com idade entre os 3 e 14 anos, para 76,4 por cento, e também no grupo das pessoas com 65 anos ou mais anos, para 77,8 por cento.

Quanto à finalidade de utilização, a maioria dos utilizadores acedeu à internet para comunicar ou usar redes sociais, num total de 569.300 pessoas, o que foi um crescimento de 4,8 por cento, face a 2022.

Durante o ano passado, houve ainda 279.500 pessoas a recorrerem à internet para usar serviços governamentais, um crescimento de 22 por cento face a 2022. O número não tem em conta os indivíduos obrigados a utilizar os serviços online para tratar de formalidades do código de saúde.

A utilização da internet para aceder a bancos está muito mais divulgada do que dos serviços governamentais. O número de utilizadores de internet que acederam a serviços bancários on-line ou pagamentos móveis subiu 17,3 por cento, face a 2022, para 449.200 utilizadores. Este aumento foi justificado pela DSEC com o facto de os “pagamentos electrónicos se terem generalizado”.

25 Mar 2024